Relatório Visita ETA 2

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA PIAUÍ Campus Teresina Zona Sul Curso: Téc. Int. em Saneamento Turma: 412 Disciplina: Tratamento de Água Professor (a): Maria Lúcia Portela de Deus Lages Relatório da Visita Técnica à Estação de Tratamento de Água - ETA Relatório referente à visita técnica à Estação de Tratamento de Água de Teresina, localizada na zona sul, apresentado à disciplina de Tratamento de Água do curso Técnico em Saneamento.

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA

PIAUÍ

Campus Teresina Zona Sul

Curso: Téc. Int. em Saneamento Turma: 412

Disciplina: Tratamento de Água

Professor (a): Maria Lúcia Portela de Deus Lages

Relatório da Visita Técnica à Estação de Tratamento de Água - ETA

Relatório referente à visita técnica à Estação

de Tratamento de Água de Teresina, localizada

na zona sul, apresentado à disciplina de

Tratamento de Água do curso Técnico em

Saneamento.

Orientadora: Prof. Lúcia Portela

Francisco Jeffersson nº 19

Teresina, março de 2013

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SUMÁRIO

1. Introdução....................................................................................................................01

2. Objetivo.........................................................................................................................02

3. A Estação de Tratamento ...........................................................................................03

3.1 Histórico..................................................................................................................03

3.2 Estrutura Física........................................................................................................03

3.3 Caracterização simplificada da água bruta..............................................................04

3.4 Processos e operações unitárias que fazem parte do fluxograma da ETA..............05

3.5 Controle da qualidade da água................................................................................11

4. Avaliação da Visita Técnica..........................................................................................13

5. Conclusão......................................................................................................................14

Referências........................................................................................................................15

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1. INTRODUÇÃO

A água é provavelmente o único recurso natural que tem a ver com todos os aspectos da

civilização humana, desde o desenvolvimento agrícola e industrial aos valores culturais e religiosos

arraigados na sociedade. É um recurso natural essencial, seja como componente bioquímico de

seres vivos, como meio de vida de várias espécies vegetais e animais, como elemento representativo

de valores sociais e culturais e até como fator de produção de vários bens de consumo final e

intermediário.

Cada atividade humana tem seus próprios requisitos de qualidade para consumo de água.

Além disso, recebe, dilui e transporta esgotos domésticos, efluentes industriais e resíduos de

atividades rurais e urbanas. Consegue assimilar esses despejos, regenerando-se pelo emprego de

processos físicos, químicos e biológicos.

Verifica-se, dessa forma, que há necessidade do manejo adequado dos recursos hídricos,

compatibilizando os seus diversos usos, de modo a garantir a água na qualidade e quantidade

desejáveis aos diversos fins. Este é um dos grandes desafios da humanidade, saber aproveitar seus

recursos hídricos, de forma a garantir seus múltiplos usos, hoje e sempre

É extremamente importante que a água fornecida para o abastecimento das populações e

comunidades esteja em condições adequadas para consumo. Para que isso seja possível, é

necessário que a água passe por um processo de tratamento em unidades denominadas Estações de

Tratamento de Água. A ETA consiste em um complexo sistema de unidades que tornarão a água

potável, com características propícias ao consumo e aceitação da população e dentro dos padrões

estabelecidos pela legislação.

Basicamente, uma ETA realiza os seguintes processos: captação, coagulação, floculação,

decantação, filtração, desinfecção, fluoretação, ajuste de ph, reservação e distribuição.

Dependendo das características da água do manancial, adotam-se diferentes métodos e

etapas no tratamento da água. Por exemplo, em poços tubulares, a água apresenta excelente

qualidade, necessitando apenas de da etapa de desinfecção e fluoretação. Já em mananciais como

rios, a água precisa passar por um processo convencional de clarificação e desinfecção.

As unidades de tratamento devem realizar um rigoroso controle de qualidade, observado os

padrões físico-químicos e microbiológicos presentes na Portaria n° 2914 de 12 de dezembro de

2012 que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para

consumo humano e seu padrão de potabilidade.

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2. OBJETIVO

O objetivo principal da visita foi verificar e aplicar todo o conhecimento adquirido em sala

de aula na disciplina de Tratamento de Água tendo como foco as seguintes objetivas específicos:

- Conhecer a estrutura da Estação, as unidades que a integram e os processos de produção

da água que abastece a população de Teresina;

- Verificar os produtos químicos utilizados;

- Observar como é realizado as análises físico-químicas e bacteriológicas, bem como o

controle de qualidade;

-Analisar aspectos ligados à limpeza e segurança da ETA;

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3. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA DE TERESINA

3.1 Histórico

O complexo de Estações de Tratamento de Água da Agespisa foi inaugurado no dia 11 de

agosto de 1978. Localiza-se às margens do Rio Parnaíba, no Distrito Industrial, zona Sul de

Teresina. A área abriga três estações de tratamento de água e produzem um volume médio mensal

de 6 (seis) bilhões de litros de água tratada.

A captação de água é feita no Rio Parnaíba, situada dois quilômetros à montante da ponte da

Av. Getúlio Vargas, através de captação e recalque de água bruta para a Estação de Tratamento de

Água e Elevatória existente na margem direita do rio. A água do Rio Parnaíba segue por um canal

de aproximadamente 65 metros de largura por 90 metros de comprimento e é captada por duas

bombas elevatórias com vazão de 1300 litros por segundo cada.

3.2 Estrutura Física

O Complexo da Estação de Tratamento de Água de Teresina é composto por três Estações

de Tratamento: ETA I, ETA II e ETA IV. No dia da visita apenas as ETAS I e IV estavam em

funcionamento.

Nos

locais onde é

Figura 1 - Imagem aérea da Estação de Tratamento de Água de Teresina

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dificultoso o acesso à água, foram abertos poços tubulares. Há ao todo cerca de 65 poços espalhado

pela capital e o tratamento dessa água é basicamente pelo processo de desinfecção.

Utilização de poços: O sistema de abastecimento de água de Teresina, operado pela AGESPISA,

apresenta capacidade de adução e tratamento de água suficiente para atender a demanda atual da

população, porém é deficitário na rede de distribuição, que não é acessível a alguns bairros da

periferia da cidade, que são atendidos por poços, geralmente executados pela Prefeitura de Teresina.

Existem poços nos bairros: Santa Maria da Codipe, Deus Quer, Cerâmica Cil, entre outros. Os

técnicos da AGESPISA fazem a cloração dos poços, a fim de diminuir as impurezas presentes na

água.

3.3 Caracterização simplificada da água bruta

A água proveniente do Rio Parnaíba é de boa qualidade, com a captação de água instalada à

montante da área urbana, não necessitando de grandes operações e quantidades de produtos para o

tratamento da mesma, sendo que nos meses de chuvas ocorre o transporte de sedimentos,

aumentando o processo de decantação. Segundo a Resolução Conama n° 357 de 17 de março 2005,

a água desse manancial enquadra-se na classe II de águas doces.

O distrito industrial da cidade localiza-se à montante da captação de água, porém devido à

pequena ocupação de indústrias e ao tratamento prévio dos efluentes industriais, antes do

lançamento no rio, e também à grande capacidade de diluição do Rio Parnaíba, os efluentes

lançados não chegam a comprometer a qualidade da água, apenas oneram um pouco os custos de

tratamento da água.

Figura 2 - Água bruta antes da captação

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3.4 Processos e operações unitárias que fazem parte do fluxograma da ETA

A figura abaixo mostra as principais etapas do processo de tratamento de água da ETA

Figura 3 - Etapas do tratamento de água

A seguir, há uma breve descrição dos processo realizados nas ETAs

Captação: A água bruta é captada por meio de bombas instaladas no canal de aproximação às

margens do rio Parnaíba. Existem na estação quatro bombas. Apenas duas estam em

funcionamento. As demais são de reserva, caso haja algum problema com as outras ou a demanda

de água aumente.

Figura 4 - Canal onde é realizada a captação da água no Rio Parnaíba

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Figura 5 - Bombas utilizadas na captação da água bruta

Coagulação: Adição do coagulante sulfato de alumínio para reagir com a alcalinidade da água e

agregar as impurezas dissolvidas e em suspensão.

Figura 6 - Calha Parshall da ETA

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Figura 7 - Casa da Química onde são preparadas as substâncias utilizadas no tratamento

Figura 8 - Local de armazenamento de substâncias

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Floculação: Processo de agitação lenta (mistura lenta) da água para aumentar o tamanho das

partículas formadas na unidade de coagulação. Os floculadores existentes na ETA são do tipo

chicana vertical.

Figura 9 - Floculador tipo chicana vertical

Decantação: Separação por sedimentação das partículas formadas nas unidades anteriores, ficando

a água superficial límpida. A ETA apresenta em suas unidades dois tipos de decantadores: de

cortina ou taxa alta e o convencional.

Figura 10 - Decantador de cortina ou taxa alta

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Figura 11 - Decantador convencional

Filtração: Processo destinado a remover partículas em suspensão utilizando meio filtrante. Os

filtros da Estação são de fluxo ascendente, possuem um meio filtrante composto por duas camadas:

areia e carvão

Figura 12 - Filtro de fluxo ascendente

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Desinfecção: Processo no qual é utilizado cloro para eliminar os microorganismos nocivos à saúde.

Figura 13 - Tanques de cloro líquido

Fluoretação: Processo em que a Agespisa utiliza compostos de flúor para prevenção de cárie

dentária.

Ajuste de pH: Adição de cal hidratada para reduzir a acidez da água e elevar o pH até a

neutralidade.

Figura 14 - Casa de Química mostrando, à direita, o dosador de cal

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Reservação: Após passar por todas estas fases a água é levada para os reservatórios através de

bombas de recalque fazem o bombeamento da água tratada diretamente para o reservatório do

Parque Piauí na zona sul, o R6, que tem capacidade de armazenar 25,3 milhões litros de água, para

posteriormente ser distribuída através de um conjunto de canalizações e de peças que a Agespisa

dispõe para levar água dos reservatórios até o consumidor. Do R6, a água para o consumo segue

para os demais reservatórios distribuídos em toda cidade, bem como para as caixas d'água

domiciliares.

Além do R6, existem outros 9 reservatórios, são eles, reservatório Santo Antônio com

volume de reservação de 250m³, Itararé com 8.020 m³, Morro do Panorama 8.340 m³, Morro São

João com 910 m³, Morro da Esperança com 4.900 m³, Parque da Cidade com 14.000 m³, Buenos

Aires com 250 m³, Jockey Club com 13.800 m³ e Cidade Satélite com 220 m³.

Distribuição: Conjunto de canalizações e de peças que a Agespisa dispõe para levar água dos

reservatórios até o consumidor.

3.5 Controle de Qualidade da água

O controle de qualidade da água produzida na ETA é realizado por dois laboratórios

presente no complexo: o microbiológico e o físico-químico. A cada duas horas são feitas coletas

para averiguar a qualidade da água captada e da que sai da Estação de Tratamento para os

reservatórios. São feitas ainda, diariamente, análises físico-químicas e bacteriológicas, como o teste

de jarro, para o monitoramento das unidades de tratamento e da água distribuída à população.

Esses laboratórios funcionam 24 horas todos os dias da semana. As amostras para análise

são coletadas na própria ETA e em diferentes pontos de Teresina. Anualmente é fornecido à

comunidade um relatório contendo todas as informações acercar da qualidade da água produzida.

Ao final de todos os meses é enviado um relatório ao ministério da saúde, com os resultados

das análises feitas nos laboratórios.

A qualidade da água distribuída é verificada por meio de amostras coletadas em pontos

estratégicos da rede de distribuição para atender às exigências do Ministério da Saúde (Portaria

2914/2011).

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Figura 15 - Laboratório físico-químico

Figura 16 - Laboratório físico-químico

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4. AVALIAÇÃO DA VISITA

Apesar de produtiva, a visita não foi muito esclarecedora, devido à má orientação do técnico

que nos acompanhou e nos mostrou a ETA. Algumas informações relevantes inerentes ao

tratamento de água não foram ditas e o responsável técnico que nos orientou durante a visita

apresentou conhecimentos básicos, sem muito aprofundamento.

As etapas do tratamento nos foram apresentadas de modo aleatório. Alguns locais como o

laboratório bacteriológico, a etapa de desinfecção não foram mostradas pelo técnico.

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5. CONCLUSÃO

A visita foi muito produtiva, uma vez que possibilitou aos alunos do Curso Técnico em

Saneamento conhecer uma Estação de Tratamento de Água, até então vista apenas em imagens no

ambiente de sala de aula. Foi muito interessante conhecer as unidades constituintes da estação, pois

os alunos já tinham conhecimentos acerca do dimensionamento desses componentes.

Por se tratar de um dos ambientes de trabalho do profissional de saneamento, conhecer a

ETA nos revelou o quanto é interessante o processo de tratamento da água, bem como o

acompanhamento do controle de qualidade.

A ETA revelou alguns problemas relacionados à limpeza das unidades do sistema, bem

como no armazenamento dos produtos químicos.

Os resultados obtidos no controle de qualidade não são avaliados por uma auditoria e, desse

modo, a qualidade da água tratada pode ser questionável.

Através da visita, conseguimos relacionar diversos conhecimentos da disciplina de

Tratamento de Água, observando minuciosamente cada detalhe presente na Estação de Tratamento.

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REFERÊNCIAS

ÁGUAS E ESGOTOS DO PIAUÍ S/A. Água. Disponível em:

<http://www.agespisa.com.br/agua.php>. Acesso em 15/03/2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boas práticas no abastecimento

de água: procedimentos para a minimização de riscos à saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de

Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 252 p. – (Série A. Normas e Manuais

Técnicos).

INFRA-ESTRUTURA. Saneamento básico – água. Disponível em:

<http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/prodetur/downloads/docs/pi_3_5_infraestrutu_agua_100

708.pdf>. Acesso em 15/03/2013.