Relatório I Farmacognosia - Alcalóides Tropânicos- Extração e Caracterização

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1. INTRODUÇAO A Brugmansia suaveolens é uma espécie originária da América do Sul tropical, sendo mais conhecida em cultivo e usada no Brasil como ornamental. É conhecida como trombeteira-cheirosa, cartucheira, saia-de-velha, saia-branca, trombeta, zabumba, aguadeira, lírio, floripondio, floripon ( Oliveira e Akisue, 2009), sendo considerada como uma fonte potencial de alcaloides tropânicos. A Brugmansia suaveolens são plantas de porte arbustivo que alcança de 2 a 5 m de altura quando adulta. As folhas são inteiras, pecioladas, membranáceas, ovaladas, aguda no ápice e de base assimétrica. Medem de 4 a 12 cm de largura por 15 a 35 cm de comprimento. As flores são grandes, pendentes, vistosas, de coloração branca, rosa ou mesmo vermelhadas. Os frutos são indeiscentes alongados, aproximadamente lisos, fusiformes, medindo até 10 cm de comprimento por 2 cm de diâmetro (Simões,C.M.O. et al., 2009). Assim como em outras espécies dos gêneros Brugmansia e Datura a toxicidade da planta é devida à presença de alcaloides tropânicos, em todas as partes da planta, entre os quais a 1- hiosciamina e a hioscina, também chamada escopolamina. Quando as folhas do vegetal são submetidas á secagem ou à extração, existe tendência da 1- hiosciamina se transformar em atropina (Oliveira e Akisue, 2009). O vegetal costuma ser usado como alucinógeno, psicotrópico, decorrendo desse uso acidentes que podem levar ao óbito. Os sintomas de intoxicação pelo vegetal se iniciam pelo aparecimento de náuseas e vômitos, seguidos de diminuição das secreções (salivar, lacrimal, sudorípara, das mucosas nasais, faringeanas, bronquiais e estomacal). No indivíduo intoxicado a pele fica seca e avermelhada. A dilatação da pupila (midríase) também é sinal frequentemente observado. Taquicardia, confusão mental, agitação psicomotora e alucinações podem ocorrer ( Oliveira e Akisue, 2009). 2. OBJETIVO 3

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1. INTRODUÇAO

A Brugmansia suaveolens é uma espécie originária da América do Sul tropical, sendo mais conhecida em cultivo e usada no Brasil como ornamental. É conhecida como trombeteira-cheirosa, cartucheira, saia-de-velha, saia-branca, trombeta, zabumba, aguadeira, lírio, floripondio, floripon ( Oliveira e Akisue, 2009), sendo considerada como uma fonte potencial de alcaloides tropânicos.

A Brugmansia suaveolens são plantas de porte arbustivo que alcança de 2 a 5 m de altura quando adulta. As folhas são inteiras, pecioladas, membranáceas, ovaladas, aguda no ápice e de base assimétrica. Medem de 4 a 12 cm de largura por 15 a 35 cm de comprimento. As flores são grandes, pendentes, vistosas, de coloração branca, rosa ou mesmo vermelhadas. Os frutos são indeiscentes alongados, aproximadamente lisos, fusiformes, medindo até 10 cm de comprimento por 2 cm de diâmetro (Simões,C.M.O. et al., 2009).

Assim como em outras espécies dos gêneros Brugmansia e Datura a toxicidade da planta é devida à presença de alcaloides tropânicos, em todas as partes da planta, entre os quais a 1-hiosciamina e a hioscina, também chamada escopolamina. Quando as folhas do vegetal são submetidas á secagem ou à extração, existe tendência da 1- hiosciamina se transformar em atropina (Oliveira e Akisue, 2009).

O vegetal costuma ser usado como alucinógeno, psicotrópico, decorrendo desse uso acidentes que podem levar ao óbito. Os sintomas de intoxicação pelo vegetal se iniciam pelo aparecimento de náuseas e vômitos, seguidos de diminuição das secreções (salivar, lacrimal, sudorípara, das mucosas nasais, faringeanas, bronquiais e estomacal). No indivíduo intoxicado a pele fica seca e avermelhada. A dilatação da pupila (midríase) também é sinal frequentemente observado. Taquicardia, confusão mental, agitação psicomotora e alucinações podem ocorrer ( Oliveira e Akisue, 2009).

2. OBJETIVO

Os objetivos desta aula prática foram à separação e realização das reações de caracterização de alcalóides tropânicos presentes na planta Brugmansia suaveolens.

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1.Materiais e Métodos

Para a separação e a realização das reações de caracterização de alcalóides tropânicos presentes na planta Brugmansia suaveolens se fizeram necessário o uso dos materiais e reagentes descritos abaixo:

- Béquer de 50ml;- Capilares de vidro;- Banho Maria a 50-60ºC;- Funil de vidro com algodão;

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- Suporte para tubo de ensaio;- Placa cromatográfica de silicagel;- Pinça de madeira (tipo prendedor);- Suporte universal;- Anel de ferro (para funil simples);- 3 Tubos de ensaio grandes;- Papel manteiga (para pesagem da planta);- Balança de precisão;- Espátula metálica;- Pipetas de Pasteur;- Bastão de vidro;- Folhas em pó de trombeteira;- Ácido Clorídrico 2%;- Reativo de Mayer;- Reativo de Dragendorff;- Cuba com Clorofórmio-Metanol-Amônia (7:2:1);- Padrão de Atropina.

3.2. Parte experimental

A extração consistiu de duas etapas:

Na primeira etapa com o auxílio de uma balança foi pesado aproximadamente 500 mg do pó da droga (Brugmansia suaveolens) em papel de pesagem e transferido para um tubo de ensaio. Em seguida foi adicionado 10 ml de solução de HCl 2% e levado com o auxílio da pinça de madeira para aquecer em banho maria por cerca de 3 minutos agitando sem parar. Passado os 3 minutos, com auxílio de um funil simples contendo um pedaço de algodão como filtro, filtrou-se o extrato com a ajuda de um bastão de vidro, onde o filtrado derramou-se sobre um béquer de 50 ml. Realizado isso, foi distribuído em quantidades iguais o extrato filtrado em 2 tubos de ensaio distintos e adicionado 0,5ml de reativo de Mayer em um dos tubos e o reativo de Dragendorff no outro tubo de ensaio. Foi deixado em repouso para ver se haveria turvação ou precipitação, sendo estes dois indicativos de reação positiva para a presença de alcalóides com núcleo tropânico.

Na segunda etapa, com amparo de um capilar de vidro aplicou-se 5 aplicações de extrato da planta trombeteira em uma placa cromatográfica do lado direito. E com outro capilar de vidro pingou 5 aplicações do padrão atropina do lado esquerdo na placa cromatográfica. Por fim levou-se para a eluição em fase móvel composta por uma mistura de Clorofórmio-Metanol-Amônia (7:2:1), utilizando como revelador vapores de iodo em cuba cromatográfica.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi pesado a planta foi adicionado junto a mesma 10ml de ácido Clorídrico a 2%, após isso foi levado ao banho maria para aquecimento durante 3 minutos, sendo agitado vigorosamente o tubo durante os 3 minutos, tomando o cuidado de não derrubar água dentro do tubo e muito menos derrubar o extrato na água do banho-maria. Feito isso, levou-se o extrato para filtração com auxílio de um funil simples e tendo como filtro um

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pedaço de algodão, o filtrado escorreu pelo funil diretamente para um Becker de 50ml. A extração de alcaloides foi feita neste caso através da reação de ácido/base, onde foi utilizado ácido clorídrico a 2%, sendo um ácido fraco devido sua concentração neste experimento. O produto formado desta reação é um sal de alcalóide, mas ainda não se teve certeza da presença de alcalóide nesta planta, devido não ter formado precipitado na extração e pela presença de pó da planta.

Pegou-se o Becker com o filtrado da planta e cuidadosamente dividiu-se o filtrado em dois tubos de ensaio em quantidades aproximadamente iguais. Em um tubo foi colocado 0,5ml do reativo de Mayer (cloro iodomercurato de potássio) e no outro foi colocado 0,5ml do reativo de Dragendorff (iodobismutato de potássio), passado algum tempo foi observado que houve uma turvação seguida por uma pequena precipitação, sendo estes indicativos de reação positiva para a presença de alcalóides. Ainda não se teve certeza da presença de alcalóides tropânicos pelo fato dos reagentes usados serem reagentes gerais. Tem-se reações específicas para alcaloides tropânicos que não foram usados neste experimento, mais de uma maneira geral esta planta produz alcaloides.

Fazendo a leitura da placa cromatográfica, verificou-se que não houve uma definição concreta da presença de atropina no extrato da planta quando comparado com o padrão atropina. A planta utilizada neste experimento, apesar de constar na literatura que produz vários alcalóides e entre eles a atropina, não produz atropina. Mas devido algumas manchas presentes na placa cromatográfica verificou-se que a planta produziu outros alcaloides, porém não sendo, dentro os outros alcalóides que ela produz, a atropina.

5. CONCLUSÃO

Em vista do experimento pode-se concluir que o objetivo de separação e realização das reações de caracterização de alcalóides tropânicos presentes na planta Brugmansia suaveolens foi atingido, não na sua totalidade mas foram atingidos parcialmente. A placa cromatográfica não mostrou resultados conclusivos, mas as reações de precipitação foi observado, as quais indicaram reações positivas para presença de alcaloides nesta planta.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

MOMESSO, S. L.; Farmacognosia. Ourinhos: FIO 2011.

OLIVEIRA, F.; AKISUE, G.; Fundamentos de Farmacobotânica e de Morfologia Vegetal. 3º ed., São Paulo: Editora Atheneu, 2009.

SIMÕES, C.M.O.; SCHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.; MELLO, J.C.P.; MENTZ, L.A.; PETROVICK, P.R. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 6º ed., Porto Alegre: Editora UFRGS, 2010.

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