Relatório Final - Geologia

download Relatório Final - Geologia

of 34

description

Relatório geológico Irecê/BA.

Transcript of Relatório Final - Geologia

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    ANA LVIA MAGALHES

    DFILE ALVES PEIXOTO

    IAGO AMARAL OTTONI

    ISLANE SANTOS

    JULIANA GARDONI ARAUJO

    LOHANNY ARAGO VIANA

    SMILA MRCIA GOMES FERREIRA

    RELATRIO

    TEFILO OTONI

    2014

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    1

    ANA LVIA MAGALHES

    DFILE ALVES PEIXOTO

    IAGO AMARAL OTTONI

    ISLANE SANTOS

    JULIANA GARDONI ARAUJO

    LOHANNY ARAGO VIANA

    SMILA MRCIA GOMES FERREIRA

    RELATRIO

    Relatrio apresentado disciplina

    de Geologia, ministrada pelo Prof.

    Caio Mrio Leal Ferraz no curso de

    Bacharelado em Cincia e Tecnologia

    da Universidade Federal dos Vales do

    Jequitinhonha e Mucuri.

    TEFILO OTONI

    2014

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    2

    SUMRIO

    1. INTRODUO ............................................................................................. 03

    1.1 TEMA/PROBLEMA ................................................................................... 03

    1.2 LOCALIZAO ......................................................................................... 03

    1.3 OBJETIVO ................................................................................................. 04

    2. METODOLOGIA .......................................................................................... 04

    3. CARACTERIZAO GERAL ...................................................................... 05

    3.1 CLIMA ........................................................................................................ 05

    3.2 SOLOS....................................................................................................... 05

    3.3 GEOMORFOLOGIA .................................................................................. 07

    3.4 GEOLOGIA ................................................................................................ 08

    3.4.1 LITOLOGIA ............................................................................................. 08

    3.4.2 ESTRUTURA .......................................................................................... 10

    4. REFERNCIAL TERICO .......................................................................... 11

    4.1 TECTNICA GLOBAL .............................................................................. 11

    4.1.1 COLISES ENTRE PLACAS TECTNICAS .......................................... 13

    4.1.2 MARGENS CONTINENTAIS .................................................................. 14

    4.2 NEOTECTNICA ...................................................................................... 15

    4.3 ROCHAS .................................................................................................... 16

    4.4 MODELOS MORFOGENTICOS .............................................................. 16

    4.4.1 O MODELO DE W.M. DAVIS .................................................................. 17

    4.4.2 O MODELO DE LESTER C. KING .......................................................... 17

    4.4.3 O MODELO DE THOMAS E SUMMERFIELD ........................................ 17

    5. EVOLUO DA REA INVESTIGADA ...................................................... 19

    5.1 GEOLGICA ............................................................................................. 19

    5.2 GEOMORFOLGICA ................................................................................ 26

    6. CONSIDERAES FINAIS ......................................................................... 31

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................ 32

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    3

    1. INTRODUO

    1.1 TEMA/PROBLEMA

    O estudo da geologia de grande importncia para inmeras reas do

    conhecimento, incluindo vrias vertentes da engenharia. Pelos resultados

    obtidos por anlises geolgicas, o engenheiro civil, por exemplo, analisa o solo,

    as fontes hidrogrficas, o clima e vrios outros fatores que vo influenciar em

    diversas construes.

    No percurso a ser estudado nota-se a diversidade do relevo da regio,

    bem como os diferentes tipos de rochas, depresses e elevaes causadas

    pela dinmica terrestre no nordeste de Minas Gerais e Sul da Bahia.

    1.2 LOCALIZAO

    A regio de estudo do trabalho de campo est localizada entre o

    nordeste de Minas Gerais at o Sul da Bahia, saindo do municpio de Tefilo

    Otoni, passando por Carlos Chagas, Nanuque, Posto da Mata, localizados na

    BR-418 e Prado na BA-001, destino final do percurso.

    Fig. 01: Roteiro da rea investigada. Fonte: GOOGLE MAPAS, 2014.

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    4

    1.3 OBJETIVO

    O presente relatrio tem como objetivo a anlise e compreenso da

    geologia e geomorfologia da rea investigada, baseadas no trabalho de campo.

    Alm disso, foi necessria a observao das evidncias de tectnicas de

    placas e neotectnicas.

    2. METODOLOGIA

    Em primeiro momento foi realizado um levantamento bibliogrfico e

    mapeamentos geolgicos acerca da rea a ser estudada na viagem de campo,

    em forma de pr-relatrio. No dia 07 de julho de 2014 se deu incio a viagem,

    tendo como ponto inicial a cidade de Tefilo Otoni localizada no estado de

    Minas Gerais com destino a Prado situada no estado da Bahia. No percurso

    anlises de distintas reas puderam ser realizadas, para que assim aspectos

    como geologia, litologia e geomorfologia pudessem ser observados.

    As reas analisadas foram a Serra da Farinha, prxima a Tefilo Otoni,

    proximidades de Pedro Versiani, Pedra da Boca (Calado), proximidades de

    Carlos Chagas e nas imediaes da divisa entre os estados de Minas Gerais e

    Bahia. Pde ser analisadas questes como relevo, tipos de rochas bem como

    as formaes as quais elas pertencem. Todas essas realizadas no primeiro dia

    da viagem.

    No segundo dia j nas redondezas de Prado-BA tambm foram

    observadas as alteraes no relevo, a presena de falsias mortas, falsias

    vivas (muito mais recentes), e as consequncias da ao neotectnica da

    rea.

    Para a realizao dessas anlises foram utilizados materiais como lupa,

    martelo, cmera fotogrfica, sacos plsticos para coleta das amostras e mapas

    geolgicos da regio.

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    5

    3. CARACTERIZAO GERAL

    3.1 CLIMA

    Segundo Machado (1998) pode-se dizer, que na regio sudeste, regio

    do estado de Minas Gerais, existe uma grande diversidade climtica. Isso

    acontece, pelo fato de ser cortado pelo trpico de Capricrnio, por seu sistema

    de circulao, e por sua topografia. J a regio nordeste, regio do estado da

    Bahia, apresenta um clima bastante complexo distribudo em quatro sistemas

    de circulao: Norte, Sul, Leste e Oeste.

    Fig. 02 Climas: NE de Minas Gerais e S da Bahia (adaptado). Fonte: IBGE, 2002

    Os climas encontrados nestas regies so listados da seguinte forma:

    Semimido com 4 a 5 meses secos podendo ser quente ou subquente;

    Semirido com 6 a 8 meses secos;

    Semirido com 6 a 8 meses secos;

    mido com 1 a 3 meses secos podendo ser quente ou subquente e;

    Supermido sem seca ou subseca, sendo este encontrado apenas no litoral

    baiano.

    3.2 SOLOS

    Primeiramente, necessria a compreenso do que um solo:

    composto basicamente de gua, ar, matria orgnica e parte mineral.

    formado atravs de uma rocha, passa por uma transformao at chegar a um

    material mais macio. A rea investigada tem como ponto de partida Tefilo

    Otoni e vai at o Grupo Barreiras no Prado (Fig. 3) e ser possvel reconhecer

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    6

    os tipos de solos, os quais foram selecionados a partir de pesquisas referentes

    tipologia dos mesmos.

    Fig. 03 - Mapa de Solos do Estado de Minas Gerais (adaptado). Fonte: CETEC et al. 2007.

    Baseado no mapa (Fig. 3) pode-se observar a presena desses tipos de solos

    na rea estudada:

    LVAd15 LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO distrfico tpico A

    moderado textura argilosa + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO distrfico

    tpico A moderado textura mdia/argilosa; ambos fase floresta

    subpereniflia, relevo suave ondulado e ondulado e forte ondulado

    PVAe13 ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO eutrfico tpico A

    moderado textura mdia/argilosa, cascalhento + CAMBISSOLO HPLICO

    eutrfico tpico e lptico A moderado/chernozmico textura argilosa,

    pedregos; ambos fase floresta subcaduciflia, relevo suave ondulado e

    ondulado.

    AR1 AFLORAMENTO ROCHOSO.

    AR2 AFLORAMENTO ROCHOSO + ARGISSOLO VERMELHO-

    AMARELO tpico textura mdia/argilosa A moderado + LATOSSOLO

    VERMELHO-AMARELO tpicos moderado/proeminente, textura argilosa;

    todos fase floresta subpereniflia, relevo ondulado e montanhoso.

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    7

    Fig. 04 Mapa de Solos SE Bahia. Fonte: Landau (2001) modificado Santana & Filho (2002).

    J no mapa do Sudeste da Bahia (Fig. 4), observa-se que o solo

    predominante no trajeto o tipo Agrissolo.

    "Nesses solos, os quais apresentam, de maneira geral, teores elevados de

    argila, observa-se uma forte interao entre a matria orgnica e os minerais

    dessa frao (especialmente os oxidrxidos de Fe e Al), resultando na elevada

    estabilidade da humina" (Ademir Fontana, 2009, Oades, 1988; Greenland et al.,

    1992; Zech et al., 1997).

    De acordo com Ferraz (2006), pode encontrar outros tipos de solo como

    Cambissolos, Luvossolos e Nitossolos, mesmo com um relevo dissecado.

    3.3 GEOMORFOLOGIA

    Segundo Ferraz (2006), a rea de estudo est localizada no nordeste do

    Estado de Minas Gerais, e no extremo sul da Bahia. Tendo como base o Mapa

    de Unidades de Relevo do Brasil (IBGE, 1993), a rea analisada apresenta 4

    principais unidades de relevo, sendo elas: Plancies Flvio Marinhas,

    Tabuleiros Costeiros, Patamares e Planaltos.

    Sobre as Plancies Flvio Marinhas, que esto localizadas no extremo

    leste da rea, podemos encontr-las estendidas por toda regio litornea, com

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    8

    caractersticas de uma enorme diversidade de paisagens, onde se acumulam

    sedimentos elicos, fluviais e marinhos (FERRAZ, 2006, 55).

    Os chamados Tabuleiros Costeiros possuem uma morfologia plana ou

    um pouco irregular, interrompidos por lagos de fundo chato, por vezes

    profundos e largos. Sua continuidade no interior dos continentes pode ser

    interrompida gradualmente dando lugar a morfologias caracterizadas por

    intensa dissecao fluvial ou ser rapidamente descontinuo por relevos

    vigorosos que configuram cristais e serras (FERRAZ, 2006, 55).

    Os patamares Patamares do Jequitinhonha/Prado tem seu relevo

    caracterizado por uma morfologia dissecada, de altitude intermediria entre os

    planaltos e os tabuleiros, se apresenta rampeado em direo ao litoral.

    comum a ocorrncia de linhas de cristas e pontes formados por rochas

    aflorantes do embasamento (FERRAZ, 2006, 56).

    Os planaltos se estendem de uma forma grosseira, com uma larga faixa

    de direo NE, configurando uma forma extremamente dissecada. Tal

    morfologia moldada sobre diferentes rochas arqueano-proterozicas, que so

    extremamente falhadas, isso ocorre devido aos eventos tectnicos que

    afetaram a rea (FERRAZ, 2006, 56).

    3.4 GEOLOGIA

    3.4.1 LITOLOGIA

    Utilizando a carta Geolgica do Brasil ao milionsimo, folha SE24 Rio

    Doce CPRM (2004), pode-se listar as estruturas litolgicas entre Tefilo Otoni e

    Prado, passando pela BR-418.

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    9

    Fig. 05: Mapa Geolgico da regio do trajeto de Tefilo Otoni Prado (adaptado). Fonte: CPRM,2004.

    Legenda com o nome e os principais litotipos:

    Com a visualizao dos mapas litolgicos possvel identificar a

    presena de rochas da classe Metamrfica, gnea e Sedimentar.

    Unidades pr-cambrianas, em maioria proterozicas, representadas por

    rochas de mdio a alto grau de metamorfismo e intruses granticas sin a tardi-

    tectnicas, se destacam em meio s diversas litologias apresentadas no

    arcabouo geolgico configurado pela rea investigada (FERRAZ, 2006).

    Alm destas litologias, ocorrem sedimentos do Grupo Barreiras -

    Bigarella e Andrade (1964); Arai (2005), Ferraz et al. (2005) - na fachada

    sublitornea, e coberturas pliocnicas, reconhecidas como Formao So

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    10

    Domingos (SAADI e PEDROROSA-SOARES, 1990), no topo de chapadas

    existentes do planalto Jequitinhonha.

    3.4.2 ESTRUTURA

    Existem lineamentos organizados em duas direes principais, com

    predominncia da direo NE, presentes de maneira generalizada em toda a

    rea, e secundria a direo NW, mais expansivos nas pores centrais e

    leste, no se restringindo apenas a essas regies. Na diviso das bacias do

    Jequitinhonha e Doce, importantes lineamentos de direo aproximadamente

    leste-oeste, com flexes para NE ou NW, concentram-se na poro SW da

    rea (FERRAZ, 2006).

    Os lineamentos NE: De acordo com Schobbenhaus (1984, apud

    FERRAZ, 2006) na poro ocidental da rea na borda leste da Serra do

    Espinhao, drenada pelos cursos dgua que fazem parte da Bacia do

    Jequitinhonha, grandes falhamentos de empurres afetam,

    predominantemente, rochas do Supergrupo Espinhao, Grupo de Macabas e

    granitoides do Preterozico Superior.

    Schobbenhaus & Campos (1984, apud FERRAZ, 2006) ressalta que se

    tratando da rea investiga, deformaes oriundas do Evento Brasiliano deram

    origem a faixa de Dobramentos Araua, que uma faixa adjacente s bordas

    sul e sudeste do Crton So Francisco em forma de arco com concavidade

    voltada para SE, estas estruturas afetam principalmente rochas dos grupos

    Macabas e Supergrupo Espinhao.

    Extensos falhamentos caracterizam a poro paralelamente a leste

    dessas estruturas, visto que afeta a rea intensamente atravs de falhas de

    dirao NE. J a oeste das referidas falhas, o contato entre as litologias do

    Supergrupo Espinhao e granitoides proterozicos, sendo as primeiras

    intensamente afetadas por falhas de direes diversas, demarcado por outros

    extensos falhamentos de empurro (FERRAZ, 2006).

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    11

    Os lineamentos NW: Lineamentos de direo NW, atravs de pequenos

    falhamentos perpendiculares queles predominantes, exercem importncia na

    bacia do Rio Araua, na poro noroeste da rea em pesquisa. Outros feixes

    de falhas no centro-sul da rea de estudo exibem-se, dando a impresso de

    que as feies citadas anteriormente esto se prolongando para sudeste

    (FERRAZ, 2006).

    Tais direes estruturais adquirem maior relevncia no centro da rea

    investigada, devido densidade de ocorrncia de falhas de direo NW. Se

    comparar os lineamentos localizados a oeste, os do tipo NW demonstram

    densidade e extenso muito maiores na fachada sublitornea (FERRAZ, 2006).

    Exibindo o maior nmero de sua ocorrncia e forte controle sobre a

    drenagem, os lineamentos NW apresentam-se como grandes falhamentos nos

    mdios e baixos cursos do Rio Mucuri, alto curso do Rio Alcobaa e, mesmo

    onde as coberturas do Grupo Barreiras esto presentes, no mdio curso do Rio

    Jucuruu (FERRAZ, 2006).

    4. REFERNCIAL TERICO

    4.1 TECTNICA GLOBAL

    A teoria da tectnica de placas, de que a Terra esta dividida em grandes

    placas, onde ocorre coliso entre elas, resultando em vulcanismo, terremotos e

    formao de cadeias de montanhas, mudou o jeito dos Geocientistas,

    pensarem sobre a Terra. Essa teoria seria uma combinao da teoria da Deriva

    Continental e da Expanso do Assoalho Ocenico (TEIXEIRA, 2000).

    Segundo Teixeira (2000), existe um limite entre essas placas que so

    divididos em:

    Limites Divergentes: Forma-se uma nova crosta ocenica, com o

    afastamento das placas tectnicas. So marcados pelas dorsais meso-

    ocenica.

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    12

    Limites Convergentes: Choque entre as placas tectnicas. A placa mais

    densa afunda e a menos densa se sobrepe sobre esta. Originando uma

    fossa ocenica, formao de dobramentos, ou seja, consequentemente

    formao de montanhas.

    Limites Conservativos: Deslizamento lateral uma em relao outra. No

    ocorre choque, destruio, ou gerao de crostas. Forma-se uma alterao

    superficial ou descontinuidade no relevo.

    Fig. 06: Limites de placas Divergente, Convergente e Conservativo. Fonte: IFPA, Curso

    Tcnico em Minerao Geologia Geral.

    Nesses limites de placas, onde se concentra a mais intensa atividade

    vulcnica e os terremotos. Na distribuio dessas zonas ssmicas, a maior

    parte dos terremotos tem origem no bordo das placas, outras atividades

    geolgicas tambm ocorrem no interior das placas tectnicas, mas com uma

    intensidade bem menor.

    Sabem-se quais as foras que movem as placas tectnicas, sem saber

    como esse processo. A astenosfera se movendo, logo a litosfera ser

    movida, e a litosfera possui uma energia que vem de dentro da Terra,

    chegando por correntes no manto superior. De acordo com Teixeira (2000),

    para muitos cientistas, essas correntes que chegam ao manto no so

    suficientes para movimentar as placas, mas so um dos fatores que juntamente

    com outros produzem essa movimentao.

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    13

    A velocidade desses movimentos est relacionada quantidade de

    crosta presente nas placas. Essa medida de velocidade nas placas litosfricas,

    geralmente relativa e a velocidade absoluta pode se determinar com os

    Hot Spots. Esses pontos registram atividades no magma, e deixam marcas

    que incluem vulces, dando origem a ilhas vulcnicas, plats meso-oceanicos

    e cordilheiras submarinhas. Quando uma placa se movimenta sobre esse

    ponto, deixa rastros e esse rastro no Hot Spot quando datado por radiometria

    permite calcular a velocidade de movimentao das placas.

    4.1.1 COLISES ENTRE PLACAS TECTNICAS

    A movimentao das placas tectnicas, e seus limites convergentes

    geram colises. Esse choque pode ser de trs tipos:

    Convergncia ocenica-ocenica: Ao se chocarem a placa mais densa,

    mergulha em direo ao manto, resultando nessas reas uma grande fossa

    ocenica. Com atividade ssmica na zona de subduco. So zonas de

    terremotos intensos e vulcanismo.

    Convergncia continental-ocenica: A placa ocenica por ser mais densa do

    que a continental, se projeta por debaixo, produzindo forte atividade ssmica.

    Resultando em fossas, e grandes cordilheiras de montanhas.

    Convergncia continental-continental: Esse tipo de coliso, no resulta tanto

    em vulcanismo, mas produz intenso metamorfismo de rochas continentais.

    Apresenta forte atividade ssmica, gerando formaes de cadeias de

    montanhas, zonas de subduco, cavalgamento e dobramentos.

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    14

    Fig. 07: Processos colisionais envolvendo: a) crosta ocenica com crosta ocenica; b)

    crosta continental com crosta ocenica; c) crosta continental com crosta continental (os traos representam rupturas). Fonte: Teixeira, 2000.

    4.1.2 MARGENS CONTINENTAIS

    Os continentes fragmentados se juntaro periodicamente, como

    consequncia da movimentao das placas tectnicas. Nesse contexto pode-

    se reconhecer dois tipos de margens continentais:

    Margens Continentais Ativas: Esto localizadas em zonas de subduco,

    com intensa atividade tectnica, importantes para a formao de

    cordilheiras. Como exemplo a Costa do Pacfico na Amrica do Sul.

    Margens Continentais Passivas: Encontradas nos limites divergentes das

    placas, no sofrendo atividade tectnica. Sofre processo de rifteamento, pois

    se desenvolve durante a formao de novas bacias ocenicas na

    fragmentao de continentes. Como exemplo o Oceano Atlntico, onde as

    costas leste da Amrica do Sul e da frica constituem as margens

    continentais passivas.

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    15

    4.2 NEOTECTNICA

    O termo Neotectnica foi usado pela primeira vez pelo gelogo

    OBRUCHEV (1948), e foi criado para definir os movimentos da crosta terrestre

    que se instalaram durante o Tercirio Superior e o Quaternrio com grande

    influncia na formao da topografia contempornea. Ele sugeriu ento uma

    classificao: os Movimentos Alpinos (Cretceo at hoje), os Movimentos

    Recentes (Plioceno at hoje) e os Movimentos Modernos (desenvolvidos

    atualmente). J Wegman, em 1955, introduziu um termo para definir os

    movimentos muito recentes, tectnica viva. Mais tarde, em 1980, Jain

    considerou movimentos que ocorreram nos ltimos seis mil anos como

    contemporneos, e os classificou como jovens (ocorridos no Holoceno) e

    novssimos (atuais) (SALAMUNI, 1998).

    Segundo Salamuni (1998) muitas outras classificaes foram criadas,

    sendo as mais aceitas aquelas que faziam uma conexo com o termo

    Neotectnica e Tectnica de Placas, assim utilizando um conceito de Mrner

    (1978 apud MRNER, 1989), a INQUA (Comisso Internacional de Estudos do

    Quaternrio) buscou uma definio para Neotectnica:

    Quaisquer movimentos ou deformaes ao nvel

    geodsico de referncia, seus mecanismos, sua origem

    geolgica, suas implicaes para vrios propsitos prticos e

    suas extrapolaes futuras. Os movimentos neotectnicos

    englobam o acervo de deformaes rptil ou dctil de um

    perodo Neotectnico.

    Para Pavlides (1989 apud SAADI, 1993) o inicio do perodo neotectnico

    depende das caractersticas de cada ambiente. Assim, a INQUA postulou a no

    fixao de limites temporais, considerando como movimentos neotectnicos os

    instantneos ou ssmicos at aqueles que ultrapassam os 10 milhes de

    anos. Salamuni (1998) acredita que a neotectnica corresponde ao estudo dos

    movimentos que ocorreram no passado e continuam ocorrendo at os dias de

    hoje, sem um limite inferior definido. Segundo Hasui (1990), muitos fatores

    podem indicar atividades neotectnicas e os principais a serem destacados

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    16

    so: As falhas; Os processos morfogenticos; As reas de sedimentao e

    eroso; A sismicidade (SALAMUNI, 1998).

    4.3 ROCHAS

    Segundo Teixeira (2000), para classificar as rochas suas caractersticas

    devem ser semelhantes, onde a classificao gentica se sobressai sobre as

    demais. Sob este aspecto, as rochas se dividem em trs grandes grupos:

    gneas: Matria mineral fundida a partir de grandes temperaturas.

    Quando h o resfriamento do material rochoso, denominado de magma,

    origina-se as rochas gneas. De acordo com o local em que h uma

    permanncia, as rochas gneas se formam de dois tipos principais: rochas

    Extrusivas e rochas Intrusivas.

    Sedimentares: Quando temos uma alterao ou destruio de qualquer

    rocha da superfcie, so formadas as rochas sedimentares. Esses processos

    geolgicos formam um Ciclo Sedimentar, que envolve a alterao e destruio

    de rochas expostas superfcie, o transporte dos materiais resultantes e a

    transformao em rochas sedimentares.

    Metamrficas: So rochas em estado slido, que se transformam com

    atuao do metamorfismo. Os processos de presso e temperaturas diferentes

    das condies em que foram formadas resultam em alteraes dessas rochas,

    do tipo mudana na estrutura, na textura, composio de minerais ou mesmo

    qumica. E esta adaptao que d origem aos diferentes tipos de rochas

    metamrficas.

    4.4 MODELOS MORFOGENTICOS

    Objetivando o entendimento do processo histrico do pensamento

    geomorfolgico, apresentam-se trs dos principais modelos que contribuam

    para a compreenso do processo evolutivo do relevo.

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    17

    4.4.1 - O MODELO DE W.M. DAVIS: EVOLUO POLICCLICA E

    TECTNICA DESCONTNUA:

    Segundo Casseti (2005), o sistema de W.M Davis (1889), sugere que o

    processo de denudao inicia-se a partir de uma rpida emerso da massa

    continental. Diante do elevado gradiente produzido pelo soerguimento em

    relao ao nvel de base geral, o sistema fluvial produz forte entalhamento dos

    talvegues, originando verdadeiros canyons, que caracterizam o estado

    antropomrfico denominado de juventude. A ideia mais importante a de que

    os rios no podem erodir abaixo do seu nvel de base (Fig. 08).

    4.4.2 - O MODELO DE LESTER C. KING:

    Com base em Casseti (2005), essa teoria procura restabelecer o

    conceito de estabilidade tectnica considerado por Davis, mas admite o

    ajustamento por compensao isosttica e considera o recuo paralelo das

    vertentes (wearing-back ) como forma de evoluo morfolgica, de acordo com

    proposta de Penck (1924).

    O recuo acontece a partir de determinado nvel de base,

    iniciado pelo nvel de base geral, correspondente ao oceano. O

    material resultante da eroso decorrente do recuo promove o

    entalhamento das reas depressionrias, originando os

    denominados pedimentos. A evoluo do recuo por um perodo

    de tempo de relativa estabilidade tectnica permitiria o

    desenvolvimento de extensos pediplanos, razo pela qual a

    referida teoria ficou conhecida como pediplanao . Portanto,

    enquanto Davis chamava as grandes extenses

    horizontalizadas na senilidade de peneplanos, King (1955) as

    considerava como pediplanos, com formas residuais

    denominadas inselberg, mostrados na Fig. 09 (CASSETI 2005).

    4.4.3 - O MODELO DE THOMAS E SUMMERFIELD:

    Segundo Thomas e Summereld e Summereld (1987, 1991 apud

    SALGADO, 2007, 75) o tipo de organizao do relevo em forma de escadaria

    resulta da evoluo das margens passivas de placa desde o pr-rifte at o ps-

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    18

    rifte, que tem por conseqncia um soerguimento, de velocidade varivel, da

    borda continental e um rebaixamento da borda ocenica. Aps a separao de

    placas, essa tectnica seria resultado de uma relao entre

    continente/eroso/soerguimento e oceano/deposio/subsidncia. Os cursos

    uviais fortemente erosivos denudam o continente, depositando sedimentos

    nas zonas litorneas adjacentes. Por conseqncia, as bordas continentais

    soerguem-se por isostasia, enquanto as bordas ocenicas sofrem subsidncia.

    Como a eroso ser mais intensa no lado ocenico das montanhas litorneas,

    um escarpamento se formar nessa rea. Em decorrncia da forte ao

    erosiva dos cursos fluviais, as bacias hidrogrficas se movimentaro em

    direo ao interior do continente. Tal processo no permitir que superfcies de

    aplainamento se formem na vertente ocenica das montanhas litorneas, as

    quais, entretanto se formaro na sua vertente continental. Em perodos de

    soerguimento mais intenso, essas superfcies sero soerguidas, e assim, ao

    longo do tempo geolgico, ser formado um relevo em escadaria (Fig. 10).

    Fig. 08: Evoluo Policclica e tectnica descontinua. (RICE, 1982 apud CASSETI). Fig. 09: Destruio dos pontos elevados por recuo (desagregao mecnica) e consequente

    entulhamento de depresso (com elevao do nvel de base), proporcionando a pediplanao (CASSETI). Fig. 10: Movimento rotacional das margens passivas. (THOMAS E

    SUMMERFIELD,1987)

    Fig. 8

    Fig. 9

    Fig. 10

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    19

    5. EVOLUO DA REA INVESTIGADA

    5.1 GEOLGICA

    No estado de Minas Gerais h uma grande diversidade geolgica, com

    sequncias de idades arqueana a fanerozoica, em contextos tectnicos e

    metamrficos dos mais variados. As principais unidades geolgicas no territrio

    mineiro recebem a seguinte classificao: (i) Crton do So Francisco; (ii)

    Faixa Braslia; (iii) Orgeno Araua/Ribeira; (iv) Bacia do Paran; (v)

    Coberturas Colvio-Aluviais e Eluviais (CPRM, 2010).

    A regio a ser analisada compreende a Faixa Araua, que foi definida

    por Almeida (1977) como um cinturo de dobramentos edificado paralelamente

    margem sudeste do Crton do So Francisco, durante a Orognese

    Brasiliana.

    Possivelmente, esse evento tectno-magmtico expressivo que a regio

    viveu, o responsvel pela formao de unidades litoestruturais supracrustais

    que vieram a surgir na crosta.

    A partir disso e tomando como referncia as legendas do mapa

    geolgico utilizado (Projeto Leste-Folha Tefilo Otoni), pode-se afirmar que a

    Formao Tumiritinga (rochas metamrficas), mesmo pertencendo tambm ao

    neoproterozico assim como o Tonalito de So Vitor (rochas gneas) mais

    antiga.

    Princpio das relaes de interseo Qualquer rocha

    que foi cortada por um corpo intrusivo gneo ou por uma falha

    mais antiga que o corpo gneo ou falha. Se uma rocha

    atravessada por veios de quartzo, por exemplo, ou por outra

    rocha, de natureza gnea, esse veio ou esta rocha so mais

    recentes que a rocha que esto cortando. (CPRM, 2009)

    Em um afloramento (Fig. 11), nas proximidades de Pedro Versiani,

    possvel analisar essa linha de contato (Fig. 12), uma vez que as rochas gneas

    intrudiram na Formao Tumiritinga. Na parte superior (1), a rocha

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    20

    metamrfica, apresentando um aspecto enrugado caracterstico de

    xistosidade (metamorfismo de mdio grau) (Fig. 13), e na parte inferior (2)

    rochas gneas relacionadas ao plutonismo (intrusivas) e supracrustais, que com

    uma lupa, observa-se melhor os cristais. Tambm so visveis na figura 11 os

    veios de quartzo (fluidos de circulao), que so caractersticos de rochas

    metamrficas.

    Fig. 11: Afloramento prximo a Pedro Versiani apresentando veios de quartzo. (Arquivo

    Pessoal)

    Fig. 12: Linha de contato entre Tonatito de So Vitor (2) e Formao Tumiritinga (1)

    (Arquivo Pessoal)

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    21

    Fig. 13: Rochas Metamrficas da Formao Tumiritinga com caractersticas de

    xistosidade. (Arquivo Pessoal)

    Aps essa observao e comparao, tornou-se ntido que o

    afloramento analisado anteriormente, na Serra da Farinha, pertencente ao

    Tonalito de So Vitor, apresentadas por rochas resistentes, sem xistosidade ou

    algum lineamento preferencial, (Fig. 14). Estas rochas tm cor cinza,

    granulao mdia a grossa, so normalmente foliadas e, ocasionalmente,

    apresentam megacristais centimtricos de feldspato mostrando textura de fluxo

    magmtico (CPRM, 1996).

    Fig. 14: Rochas gneas do afloramento da Serra da Farinha (1) e Pedro Versiani (2)

    (Arquivo Pessoal)

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    22

    Nas proximidades de Carlos Chagas MG, constatou-se, em mais um

    afloramento, a presena das rochas gneas intrusivas supracrustais em formas

    de pontes granticos ou pes de acar (fig. 15) de idade Paleozica

    Eocambriano, classificados pelo mapa geogrfico do Projeto Leste - Folha

    Mucuri como Granitos Calado. Essas rochas so granitos que foram gerados

    em profundidade, uma vez que so resultantes de ao plutnica, ou seja, so

    rochas intrusivas e apresentam tamanha elevao devido a relao entre o

    movimento isosttico positivo da crosta, soerguimento, e eroso do material

    que estava por cima dela.

    Os contatos com as encaixantes so ntidos e marcados

    por forte contraste morfolgico. O Granito Calado forma as

    maiores elevaes (250 a 1060m) e o relevo mais acentuado

    da folha. So feies caractersticas os pes-de-acar

    alongados ou semicirculares. A unidade constituda por

    granito (granodiorito e quartzo monzonito subordinados),

    porfirtico (de matriz mdia a grossa) com elevada proporo

    de fenocristais de feldspato de 2 a 7 cm, constituindo de 40 a

    70% da massa da rocha (Fig. 16). (CODEMIG,1996)

    O afloramento observado possui fraturas causadas pela presso

    litosttica, uma delas, a boca, que confere o nome Pedra da Boca ao

    afloramento. Essas fraturas so planos de alvio de tenso, onde, a medida que

    a rocha aflora, a tenso sobre ela vai diminuindo at que fragmentos so

    soltos, configurando as fraturas ao longo da rocha, tambm representados na

    figura 15.

    Fig. 15: Pedra da Boca (Granitos Calado) (Arquivo Pessoal)

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    23

    Fig. 16: Granitos Calado (Arquivo Pessoal)

    Enquanto no cenrio da era anterior predominavam rochas metamrficas

    e gneas, a Era Cenozoica caracterizada pelo domnio de sedimentos,

    provenientes da alterao ou destruio de rochas da superfcie. O

    aparecimento do mesmo foi analisado a partir das proximidades da divisa de

    Minas Gerais com a Bahia (fig. 17) no decorrer do percurso. Do ponto de vista

    superficial, pode-se constatar a presena de camadas de coloraes diferentes

    bem distinguidas, j quando se aproxima, verifica-se que os sedimentos que a

    compunham no se encontravam bem selecionados (fig. 18), concluindo assim,

    que se trata de sedimentos de fcies proximais.

    Fig. 17: Foto panormica do afloramento do grupo Barreiras. (Arquivo pessoal)

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    24

    Fig. 18: Afloramento do grupo Barreiras. (Arquivo Pessoal)

    J na poro litornea da rea investigada, possvel a observao dos

    sedimentos tambm do Grupo Barreiras em direo ao continente, notando-se

    tambm indcios de ocorrncia de movimentao tectnica. Anlises

    caracterizam ainda, feies morfotectnicas como blocos crustais

    rombodricos ou triangulares, marcadas por sistemas de vales paralelos.

    (SAADI, 1999).

    Fig. 19: Falsias, Prado-BA (Arquivo Pessoal)

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    25

    A amostra do local um tipo de depsito muito comum em todos os

    solos que se formam sobre os sedimentos grupo barreiras. Na verdade, s se

    formam em resultado da pedognese.

    Houve na rea a observao de sismitos (fig. 20), formadas no mio-

    plioceno, onde os sedimentos arenosos e argilosos se encontravam

    desorganizados que esto relacionados a abalos ssmicos de magnitude

    considervel ocorridos na rea antes da litificao dos mesmos.

    Fig. 20: Sismitos encontrados na rea litornea de Prado-BA (Arquivo Pessoal)

    Foi possvel tambm, a anlise de lateritas (fig. 21), que se formaram no

    pleistoceno, sendo bem pesadas e densas, de colorao vermelho acentuado,

    formadas basicamente de xido de ferro (Fe2O3). Ela se forma em zonas de

    flutuao do lenol fretico e basicamente a gua que leva o xido de ferro

    para o local onde se encontra, sendo muito comum e mais recente do que o

    grupo Barreiras.

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    26

    Fig. 21: Amostras das lateritas retiradas das falsias (Arquivo Pessoal)

    5.2 GEOMORFOLGICA

    Durante o perodo Aptiano comeou a se desenvolver a Superfcie

    Cimeira, que pode ter ocupado uma extensa rea geogrfica, ocorrendo desde

    as proximidades do litoral cretceo at os escarpamentos que indicam a

    amplitude do recuo erosivo dos flancos do rifte, no caso especfico,

    representados pela Serra do Espinhao.

    No mioceno ocorreu significativo aumento nas taxas de sedimentos

    terrgenos que atingem as bacias marginais do leste do Brasil que segundo

    FERRAZ E VALADO (2006, 8) se relaciona a soerguimento crustal da rea

    investigada. Esta reativao tectnica miocnica foi responsvel pela

    interrupo da elaborao da Superfcie Cimeira, em funo de imprimir

    vigorosa inciso da rede de drenagem, que passa a arrasar os testemunhos

    desse aplanamento (FERRAZ E VALADO, 2006, 8). Na regio prxima

    Tefilo Otoni so encontrados topos de morros (fig. 22) que provavelmente

    podem ser considerados restos de superfcie de aplanamento. Isso se d pelo

    fato de se encontrar alto grau de dissecao fluvial, diferentemente das regies

    litorneas, onde foram observados topos mais contnuos e mais planos. Assim,

    ao analisar as amostras retiradas do afloramento j na divisa de Minas Gerais

    com a Bahia (Fig. 23) e compar-las com as rochas observadas anteriormente,

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    27

    prximas a Tefilo Otoni, notou-se uma semelhana nos materiais, e, alm

    disso, constataram-se sedimentos de latossolos, que so solos extremamente

    evoludos. Mas se os sedimentos do Grupo Barreiras so extremamente

    recentes, como foram formados esses solos? Da, pode-se concluir que esses

    latossolos foram formados por intemperizao em outro local e depois

    depositados no Barreiras, o que comprova a hiptese desse ser um material

    erodido da antiga superfcie de aplanamento prximo a Tefilo Otoni sendo, os

    canais fluviais, responsveis por esse transporte e deposio. Nesse ponto do

    trajeto tambm pode-se comprovar que esses so sedimentos de fcies

    proximal, uma vez que se encontram pobremente selecionados.

    Fig. 22: Topos de morros aparentemente nivelados (nivelamento altimtrico) nas

    proximidades de Tefilo Otoni MG

    Fig. 23: Afloramento do Grupo Barreiras (Arquivo Pessoal)

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    28

    No Plioceno, as movimentaes transcorrentes da Falha

    de Taiobeiras (SAADI & PEDROSA-SOARES,1990 apud

    FERRAZ E VALADO, 2006, 8), so responsveis pela

    abertura do Graben de Virgem da Lapa, que rebaixa

    tectonicamente remanescentes dessa superfcie, basculando

    outros demais para NW. Nesse perodo, tem incio a deposio

    dos sedimentos da Formao So Domingos, no piso do

    graben. Os sedimentos dessa formao tm como reas fonte

    os remanescentes da Superfcie Cimeira, fato que corrobora

    com a interpretao de que a tectnica mio-pliocnica teria,

    seguramente, encerrado a elaborao dessa superfcie, sendo

    ento o ponto de partida para a elaborao da Superfcie

    Sublitornea tendo sido interrompido j no Pleistoceno

    (Calabriano), evento simultneo ao fim da deposio do Grupo

    Barreiras (FERRAZ E VALADO, 2006, 8)

    De acordo com Saadi (1993 apud FERRAZ E VALADO, 2006, 9) esse

    soerguimento, relacionado a um pulso tectnico do Pleistoceno Inferior a

    Mdio, seria responsvel pela emerso de grande parte do litoral brasileiro,

    deslocamento de falsias na regio Nordeste - o que responde a questo

    acerca da falsia morta encontrada na primeira parada no Prado BA (Fig.

    24), e soerguimento generalizado da plataforma brasileira. Na poro litornea

    da rea investigada, a norte da desembocadura do Rio Jucuruu e a sul da foz

    do Rio Mucuri, falsias vivas, evidenciam basculamentos dos sedimentos do

    Grupo Barreiras em direo ao continente (Figura 25). Provavelmente o fim da

    evoluo dessas falsias datado do intervalo entre Pleistoceno e Holoceno

    (FERRAZ E VALADO, 2006, 9).

    Fig. 24: Falsia morta modificada por processos erosivos (ao fundo) - Prado BA

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    29

    Fig. 25: Falsias Praia do Farol no litoral do Prado BA (Guia Geogrfico da Bahia)

    Outro indcio de basculamento recente, observvel em imagens de radar

    em sala de aula, pode ser constatado em campo por um hemi-graben de idade

    mnima pleistocnica - uma vez que afetam sedimentos desse perodo

    (FERRAZ, 2006). Este apresenta dois planos, que possuem a mesma altitude,

    sendo um deles mais ngreme, e outro mais suave, caracterizando um hemi-

    graben (Figuras 26 e 27).

    Fig. 26: Vista do hemi-graben / Arquivo Pessoal

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    30

    Fig. 27: Croqui geolgico do hemi-graben

    No decorrer do percurso surgiram alguns questionamentos, alguns deles

    j respondidos no desenvolvimento do trabalho e outro deles a respeito de uma

    areia que se encontrava nos tabuleiros costeiros prximos ao litoral (altitude

    25m). Espera-se encontrar essas areias perto de rios ou mares, e inicialmente

    no parece ser fluvial, restando como hiptese ser areia de praia. Sendo assim,

    como elas teriam ido parar neste local?

    Conclui-se que essa areia seja produto de uma deposio marinha, uma

    vez que o mar esteve naquele local recentemente e foi recuado devido um

    soerguimento, propondo assim a ocorrncia de processos neotectnicos do

    local. Isso explica o fato dessa rea no estar na mesma altitude que o mar.

    Percebe-se que essa neotectnica seja ainda mais recente que a

    sedimentao do Barreiras, o que reforado pelo fato de que a areia ainda

    est ali presente, mesmo com o fcil transporte de seus gros, seja por meio

    pluvial ou elico.

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    31

    6. CONSIDERAES FINAIS

    Dentre os vrios benefcios alcanados durante a Viagem de Campo da

    disciplina Geologia, ressalta-se a capacidade em ampliar e aprimorar os

    conhecimentos adquiridos, ministrados pelo docente Caio Mrio Leal Ferraz

    durante as aulas. Alm disso, durante o trabalho de campo foi possvel

    identificar os minerais presentes nas rochas que compem os afloramentos,

    compreender seus aspectos geolgicos e os eventos que ocorreram no

    passado na regio do trajeto Tefilo Otoni (MG) Prado (BA). A constituio do

    Grupo Barreiras exemplifica, de forma clara, um processo evolutivo da regio

    pesquisada e suas peculiaridades, na qual foram observados vrios

    questionamentos e, posteriormente, elucidadas com o objetivo de estudar esse

    fenmeno natural.

    Foi possvel, aps o trabalho de campo, identificar o contexto geolgico

    da regio visitada, em que se obtiveram vrias anlises e conhecimentos

    diversos. Seguiu-se com esses dados que posteriormente foram organizados e

    distribudos neste relatrio em forma de evoluo geolgica e geomorfolgica.

    importante salientar a diversidade de rochas encontradas, cada uma

    com suas peculiaridades, sejam elas gneas, sedimentares ou metamrficas. A

    interao e a dinmica que a viagem props foi excelente para o estudo da

    disciplina e para abranger conhecimentos da rea, sendo bastante proveitosa.

    A viagem mostrou-se rica em histria geolgica, retratando cenrios passados

    e destacando as diversidades. Esse o resultado de uma grande quantidade

    de eventos que o antecederam para as formaes geolgicas apresentadas

    durante a viagem proposta.

    Esse contedo abordado destaca a relevncia do seu estudo, pois

    contribui para o conhecimento da rea, podendo assim, aplic-lo nas

    engenharias, no processo da obteno de materiais de construes, fundaes

    de edifcios, barragens e aterros em geral.

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    32

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ALKMIM, F.F; PEDROSA-SOARES, A.C; NOCE, C.M; SILVA, L.C; BABINSKI,

    M; CORDANI, U; CASTAEDA, C; O embasamento arqueano e

    paleoproterozico do Orgeno Araua. Geonomos, p. 17-23. 2007.

    CETEC (Fundao Centro Tecnolgico de Minas Gerais) et al. - Mapa de

    Solos de Minas Gerais. Folha 2, 2007.

    CODEMIG, Projeto Leste. Disponvel em:

    Acesso em: 22 de Maio de 2014.

    CPRM. Como sabemos a idade das rochas? - 2010. Disponvel em:

    Acesso em: 16 de julho de 2014.

    DAVIES, T. A. (1977). Estimates of cenozoic oceanic sedimentation rates.

    Science, 197(4268):53-55.

    FERRAZ, C.M.L. A EVOLUO DO RELEVO ADJACENTE MARGEM

    CONTINENTAL PASSIVA BRASILEIRA: DAS CHAPADAS DO

    JEQUITINHONHA PLANCIE COSTEIRA DO SUL DA BAHIA. Maio de

    2006. Dissertao de Mestrado, Belo Horizonte.

    FERRAZ, C.M.L.; VALADO, R.C. A TECTNICA CENOZICA E A

    EVOLUO DO RELEVO: DAS CHAPADAS DO JEQUITINHONHA

    PLANCIE COSTEIRA DO SUL DA BAHIA. Maio de 2006. Dissertao de

    Mestrado, Departamento de Geologia, Belo Horizonte.

    FERRAZ E VALADO. BARREIRAS: FORMAO OU GRUPO?

    (CONTRIBUIES DA ANLISE GEOMORFOLGICA DO LITORAL SUL

    DA BAHIA E DAS CHAPADAS DO JEQUITINHONHA). Disponvel em

    Acessado em: 22 de Maio de 2014.

  • MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

    TEFILO OTONI MINAS GERAIS BACHARELADO EM CINCIA E TECNOLOGIA

    www.ufvjm.edu.br

    33

    FOLHA SE24 Rio Doce CPRM (2004). Disponvel em:

    Acessado em: 16 de julho de 2014.

    FONTANA, A. Fracionamento da matria orgnica e caracterizao de

    cidos hmicos e sua utilizao no sistema brasileiro de classificao de

    solos. Diss. PhD thesis, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2009.

    IBGE, Clima. 2002. Disponvel em:

    Acessado em: 22/05/2014.

    MACHADO, M., C., Climas que ocorrem no Brasil. 1998. Disponvel em:

    Acessado em: 22/05/2014.

    Mapa de Solos do Estado de Minas Gerais - Legenda Expandida. Disponvel

    em: Acessado em 16 de julho de 2014.

    SAADI, A. Neotectnica da Plataforma Brasileira: esboo e interpretao

    preliminares. Geonomos, Belo Horizonte, V. 1; N 6 p, 1993.

    SALAMUNI, E. Tectnica da Bacia Sedimentar de Curitiba (PA). 1998. 233

    fls. Tese (Doutorado em Geologia Regional) Rio Claro (SP): IBGE Cp de

    Rio Claro UNESP, 1998.

    SALGADO, A. A. R. Superfcies de aplainamento: antigos paradigmas

    revistos pela tica dos novos conhecimentos geomorfolgicos, 2007. Belo

    Horizonte 03 (1) 75. Disponvel em:

    ,

    acesso em 26 de maio de 2014.

    Solos, Embrapa. "Sistema brasileiro de classificao de solos." Rio de

    Janeiro 412 (1999).

    TEIXEIRA, W. et al. - Decifrando a Terra. So Paulo: Companhia Editora

    Nacional, 2 ed., 2009.