Relatório dos Museus

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ESCOLA EB 2,3 PROFESSOR GONÇALO SAMPAIO Curso EFA – Secundário Página 1 de 5 Relatório da visita de estudo aos museus No 12 de Dezembro de 2009, num Sábado pelas 13h30, reunimo-nos (os alunos da turma Efa e a prof. Ana de CP) em frente à Escola EB23 Professor Gonçalo Sampaio, com a finalidade de realizar uma visita de estudo a alguns museus de Braga, bem como ao próprio centro da cidade. Quando chegamos a Braga, estacionamos os carros no parque de estacionamento subterrâneo, e encontramo-nos no jardim. Depois de um breve café seguimos para o museu dos Biscainhos pela Rua do Souto, passando pelo Largo do Paço. Enquanto caminhávamos, pude observar a arquitectura de alguns edifícios, que ainda mantinham o traço de uma história oculta, também não se viam viaturas a circular apenas as que faziam cargas e descargas. Prosseguimos o nosso passeio e passamos debaixo do Arco da Porta Nova. Continuamos até ao Museu dos Biscaínhos onde o Prof. Paulo, a Profª Teresa e o Prof. David já nos aguardavam. A nossa visita de estudo teve início às 14h30. A guia fez uma breve introdução sobre o edifício. O Museu dos Biscaínhos encontra-se instalado num Palácio com o mesmo nome, esta designação deve-se à toponímia da rua. Este edifício, um exemplar da arquitectura barroca, terá sido fundado na primeira metade do século XVII e ampliada no séc. XVIII. Foi durante quatro séculos a habitação de uma família da nobreza da antiga província de Entre-Douro e Minho. MUSEU DOS BISCAINHOS Em 1963 foi adquirido pelo 3º Visconde de Paço de Nespereira com o objectivo de aí instalar o Museu, que depois de algumas importantes obras, abriu ao público em Fevereiro de 1978. O átrio era por onde os cavaleiros entravam e levavam os cavalos para a cavalariça; os convidados deixavam os cavalos presos a umas argolas que estavam nas paredes. O chão era constituído por granito que foi trabalhado no sentido de o tornar irregular para impedir que os cavalos escorregassem. Tinha umas estátuas que convidavam os visitantes a entrar. Também vimos umas cadeiras do século XVIII e XIX, de transporte “Liteiras”, em que os escravos ou ao lacaios levavam os nobres. CHÃO DO ÁTRIO LITEIRA DO SÉCULOXIX De seguida, fomos conduzidos por umas escadas que tinham paredes revestidas por uns azulejos de galanteria, parietais e picturais e tectos modelados em estuque e decorados com pinturas. Entramos na sala de convívio que é embelezada pelas mobílias do século XVIII e louça do século XVII. Seguimos para a Salão Nobre onde se destacava no tecto uma lindíssima pintura do século XVIII. Foi pintado em 1724 para AZULEJOS DECORADAS COM PINTURAS

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Relatório da visita de estudo aos museus em Braga

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 ESCOLA EB 2,3 PROFESSOR GONÇALO SAMPAIO

Curso EFA – Secundário  

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Relatório da visita de estudo aos museus No 12 de Dezembro de 2009, num Sábado pelas 13h30, reunimo-nos (os alunos da turma Efa e a prof. Ana de CP)

em frente à Escola EB23 Professor Gonçalo Sampaio, com a finalidade de realizar uma visita de estudo a alguns museus de Braga, bem como ao próprio centro da cidade.

Quando chegamos a Braga, estacionamos os carros no parque de estacionamento subterrâneo, e encontramo-nos no jardim.

Depois de um breve café seguimos para o museu dos Biscainhos pela Rua do Souto, passando pelo Largo do Paço. Enquanto caminhávamos, pude observar a arquitectura de alguns edifícios, que ainda mantinham o traço de uma história oculta, também não se viam viaturas a circular apenas as que faziam cargas e descargas. Prosseguimos o nosso passeio e passamos debaixo do Arco da Porta Nova. Continuamos até ao Museu dos Biscaínhos onde o Prof. Paulo, a Profª Teresa e o Prof. David já nos aguardavam.

A nossa visita de estudo teve início às 14h30. A guia fez uma breve introdução sobre o edifício.

O Museu dos Biscaínhos encontra-se instalado num Palácio com o mesmo nome, esta designação deve-se à toponímia da rua.

Este edifício, um exemplar da arquitectura barroca, terá sido fundado na primeira metade do século XVII e ampliada no séc. XVIII.

Foi durante quatro séculos a habitação de uma família da nobreza da antiga província de Entre-Douro e Minho.

MUSEU  DOS  BISCAINHOS

Em 1963 foi adquirido pelo 3º Visconde de Paço de Nespereira com o objectivo de aí instalar o Museu, que depois de algumas importantes obras, abriu ao público em Fevereiro de 1978.

O átrio era por onde os cavaleiros entravam e levavam os cavalos para a cavalariça; os convidados deixavam os cavalos presos a umas argolas que estavam nas paredes. O chão era

constituído por granito que foi trabalhado no sentido de o tornar irregular para impedir que os cavalos escorregassem. Tinha umas estátuas que convidavam os

visitantes a entrar. Também vimos umas cadeiras do século XVIII e XIX, de transporte “Liteiras”, em que os escravos ou ao lacaios levavam os nobres.

CHÃO  DO  ÁTRIO  

LITEIRA  DO  SÉCULOXIX

De seguida, fomos conduzidos por umas escadas que tinham paredes revestidas por uns azulejos de galanteria, parietais e picturais e tectos modelados em estuque e decorados com pinturas. Entramos na sala de convívio que é embelezada pelas mobílias do século XVIII e louça do século XVII. Seguimos para a Salão Nobre onde se destacava no tecto uma lindíssima pintura do século XVIII. Foi pintado em 1724 para

AZULEJOS  DECORADAS  COM  PINTURAS

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homenagear do missionário Nobre, Miguel Carvalho, que partiu para o Japão, mas faleceu de uma morte trágica (foi queimado vivo).

Prosseguindo a nossa visita, passamos pelo Oratório que era um espaço dedicado à oração a às práticas culturais. A sala do Estrado, mais propriamente a sala da classe feminina, decorada com peças chinesas, no centro havia um estrado onde as damas socializavam entre elas. A sala de Música e de jogos, onde se destacavam as cadeiras com pé de galo, a cuspideira (servia para cuspir no fim de

mascar o tabaco). Havia também um quadro que me arrepiou um pouco, a Salomé a segurar na cabeça de João Batist

ESTRADO  ONDE  AS  DAMAS  SOCIALISAVAM

a.

Passamos ainda pela sala do Gabinete e pela sala de Jantar. Esta última, tem uma mesa de jantar onde estão expostos serviços de porcelana chinesa de exportação Dinastin Qing Séc. XVIII. As pinturas, os faqueiros de prata e o gomil e a

bacia (servia para lavar as mãos) faziam parte da ornamentação da sala. SALA  DE  JANTAR

Continuando até ao Claustro (espaço ao ar livre) que no passado estava fechado, encontra-se uma capela que nunca foi aberta ao público. Seguimos até aos aposentos onde vimos dois quartos mobilados num estilo barroco, onde as camas são adornadas com colchas de Castelo Branco bordados com fios de seda, e, um terceiro quarto vazio que estava para ser remodelado.

Vimos ainda uma exposição de lindos vestidos que eram usados no final do séc.XIX, do estilo Império (revelava o orgulho e preconceito). Depois voltamos a descer, passamos pela cavalariça e saímos para um pátio em direcção à cozinha. Do pátio, dava para ver parte do magnífico jardim de traçado barroco. Na cozinha, pude imaginar como era a vida dos criados

e dos escravos. Os móveis e os utensílios mostram uma grande diferença entre as classes sociais.

COZINHA

Acabando a visita dirigimo-nos para o Museu da Imagem. Que fica ao lado do Arco da Porta Nova.

O Museu da Imagem é um espaço cultural dedicado exclusivamente à fotografia. Instalado numa torre medieval, bem junto de um dos "ex-libris" da cidade de Braga (Arco da Porta Nova),é tutelado pelo Pelouro da Cultura do Município de Braga (Portugal).

Vimos uma exposição de fotografias que procurava promover ahistória da cidade de Braga, através de fotos tiradas por Arcelino (1913 -1972).

Na primeira parte da exposição (que correspondia ao rés do chão), estão reunidas fotografias mais documentais, onde aparecem representados edifícios emblemáticos da cidade de Braga, que nos permite reconhecer imediatamente o local de que se trata. Esta primeira parte da exposição tem a particularidade de estimular o visitante a identificar o sítio e perceber as transformações da cidade.

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A segunda parte é mais dedicada ao ponto de vista social. O fotógrafo registou duas das mais simbólicas festas da cidade: o S. João e a Semana Santa. Este conjunto de fotografias, permite fazer uma análise da sociedade nos anos quarenta e sessenta. Observamos por exemplo, a forma como se vestiam, os trajes que usavam em dias festivos, os penteados, os adornos e os chapéus. Em resumo, neste museu a exposição “Arcelino: Retrato de uma Cidade” pode ser vista de uma perspectiva arquitectónica, social,

política e artística. MUSEU DA IMAGEM

Sem perdermos tempo, continuamos a nossa caminhada pelo centro Histórico de Braga, até ao Museu D. Diogo de Sousa.

No percurso passamos pela Sé Catedral de Braga, situado na Rua Dom Paio Mendes, Rossio da Sé.

A Sé é o monumento e o símbolo mais importante da cidade e da sua história. Um edifício com vários estilos arquitectónicos, como o românico, gótico e barroco, foi mandado construir, no século XII sobre os restos de um templo anterior, por D. Henrique e D. Teresa, os pais do primeiro rei de

Portugal D. Afonso Henriques, cujos sepulcros estão guardados em seu interior. No exterior da capela-mor se encontra a imagem do século XVI de

Nossa Senhora do Leite, representada no escudo da cidade. No claustro da catedral está o Museu do Tesouro da Sé, a Capela dos Reis, a Capela de Nossa Senhora da Piedade e a Capela da Glória. No seu interior conservam-se em perfeito estado os órgãos, um deles com 2.400 tubos, ainda em funcionamento.

SÉ  CATEDRAL  DE  BRAGA

Prosseguindo o nosso passeio, chegamos ao Museu D. Diogo de Sousa.

O nome do Museu está associado ao arcebispo D. Diogo de Sousa, a quem se ficaram a dever importantes medidas de remodelação urbanística em Braga e o facto de ter reunido os testemunhos arqueológicos desta cidade, até então dispersos. Este edifício encontra-se na zona arqueológica mais significativa e melhor preservada na cidade de Braga.

Possui uma enorme colecção arqueológica. Estas, na grande maioria, são provenientes de escavações realizadas em Braga, de acordo com critérios científicos actuais. No Museu destaca-se a colecção de "miliários", considerada a melhor de toda a Europa.

A exposição permanente está organizada em 4 salas.

Na primeira sala, “Pré e Proto-História”, podemos ver peças do período do Paleolítico até à Idade do Ferro. De um modo geral, a Idade do Ferro abarca o primeiro milénio a. c., época em que as comunidades desta região habitavam em povoados fortificados, vulgarmente conhecidos por castros, que se distribuíram ao longo as bacias dos pri ais s. ncip rio

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Nesta sala, a área de proveniência das colecções abarca a região do Minho.

Na segunda sala, “Bracara Augusta e e o Império Romano” abordam-se as questões inerentes à integração de Bracara Augusta no Império romano, isto é, em que medida o comércio e o contacto com as inovações tecnológicas influenciaram o desenvolvimento da economia local.

Na sala 3, “Bracara Augusta - Espaço Urbano”, pode tomar-se contacto com aspectos relacionados com o desenvolvimento do projecto de arqueologia urbana, em curso, respeitantes à organização do espaço público e doméstico em Bracara Augusta.

E por fim na sala 4, “Bracara Augusta – Vias, Morte e religião”, são apresentados testemunhos alusivos às ligações viárias de Bracara Augusta, os cemitérios que se situavam na sua proximidade para além de alguns achados associados à religiosidade, no período romano e paleocristão. Vi várias sepulturas e antigos sinais de sinalização de direcção. São pedras altas e redondas, com palavras gravadas.

Este museu também oferece serviços de cafetaria, uma área destinada ao público onde podemos comprar lembranças. Também organizam festas de aniversários e outros inventos.

Sem mais demoras, fomos para a Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.

A Biblioteca, situada também no Centro Histórico de Braga, abriu oficialmente ao público no dia 21 de Dezembro de 2004. Nasceu de uma junção da Universidade do Minho e da Câmara Municipal de Braga que manifestaram a vontade, junto do Ministério da Cultura, na integração de Braga no projecto Bibliopolis, lançado pelo Instituto Português do Livro e das bibliotecas para os grandes centros urbanos (quatro a nível nacional), tendo em vista a adesão à Rede Nacional de Leitura Pública.

Nesta biblioteca podemos consultar as obras publicadas em Portugal desde 1975, tem disponível em estante cerca de 275 000 obras. Também se encontra à disposição dos leitores, 1 500 CD e DVD na sala de áudio e vídeo. Todos os recursos documentais ou multimédias existentes, podem ser consultados localmente por qualquer utilizador, não sendo preciso que esteja

inscrito na Biblioteca. No R/c, junto ao bar, existe um local destinado à leitura formal tais como revistas, jornais, etc...

Reparei que na recepção há computadores para poder fazer qualquer consulta, relacionado com a Biblioteca.

Enquanto esperávamos pelas colegas que estavam a lanchar no bar, Fui

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espreitar a sala da leitura; havia um grande silêncio, várias pessoas que liam o livro numa concentração profunda, outras pesquisavam nos computadores.

Vimos também na sala de Exposições uma exposição de Pintura de Otília Santos “Refúgios”.

Não fomos aos andares de cima, achamos que não era necessário, contudo pude observar na placa o que os pisos 1 e 2 nos poderiam oferecer.

Quando acabamos a visita estava a anoitecer, despedimos e dirigimos para os respectivos automóveis.

No meio do caminho, fiz uma paragem rápida ao Cantinho das Frigideiras, uma pastelaria que tem no seu subsolo, um interessante conjunto de muros pertencentes a uma casa romana, datada do Baixo-Império, que pode ser visível graças a um vidro que constitui o piso da pastelaria.

Ainda pudemos contemplar a luminosidade do Centro Histórico de Braga durante a Noite e a magia do Natal que revestiam as ruas. Era uma beleza!

. CONCLUSÃO: Mais uma vez tivemos uma visita de estudo muito proveitosa. Aprendi a diferenciar um museu tipicamente tradicional, o “Museu dos Biscainhos”e o “o Museu da Imagem”, de um museu moderno o “Museu D. Diogo de Sousa”e a Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva”. O museu típico tradicional, só tem para nos oferecer a exposição, no entanto um museu moderno para além das exposições, tem ainda outros equipamentos que cativa o público, como a oferta de um serviço de um bar, a multimédia, entre outros.

Deu para observar as ruas por onde caminhamos, umas tinham circulação com um sentido, outras com dois sentidos e havia ainda aquelas que eram só para piões à excepção de cargas e descargas. O Centro Histórico de Braga tem muito para nos oferecer, desde às lojas, centros comerciais, até aos museus e bibliotecas. Nós apenas vimos quatro desses equipamentos. Ficaram ainda por visitar a Sé Catedral de Braga, o Jardim de Santa Bárbara, o Museu do Tesouro da Sé, Antigo Paço Arquiepiscopal Bracarense, a Torre de Menagem, o Palácio do Raio, a Fonte do Ídolo, etc...

Apesar de ter sido um pouco cansativa, gostei da experiência. Fiquei a conhecer mais o distrito onde pertenço. Permitiu adquirir conhecimento que de outra forma não o conseguiria, pois só conhecia o Museu dos Biscaínhos. Mais uma vez os professores superaram as minhas expectativas.

A FORMANDA:

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