RELATÓRIO DE ESTÁGIO - GRAZIELLE LEITE P DE OLIVEIRA

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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO MARINER SERVIÇOS SUBAQUÁTICOS GRAZIELLE LEITE PEREIRA DE OLIVEIRA MACAÉ 2010

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

ENGENHARIA DE PETRÓLEO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

MARINER SERVIÇOS SUBAQUÁTICOS

GRAZIELLE LEITE PEREIRA DE OLIVEIRA

MACAÉ

2010

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FICHA DE APROVAÇÃO

GRAZIELLE LEITE PEREIRA DE OLIVEIRA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Relatório de Estágio apresentado ao curso

de Engenharia de Petróleo da Universidade

Estácio de Sá, como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do título de

Bacharel em Engenharia de Petróleo.

Orientador: André Aleixo Manzela

APROVAÇÃO:

___________________________________________

Douglas Macedo / Inspetor / Mariner

Data ____/____/____

____________________________________________

André Aleixo Manzela / Professor Orientador / UNESA

Data: ____/____/____

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

INSPEÇÃO DE MANILHAS DE ANÁLISE TESTE E FALHAS

Relatório de Estágio apresentado ao curso

de Engenharia de Petróleo da Universidade

Estácio de Sá, como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do título de

Engenheiro de Petróleo.

Orientador: André Aleixo Manzela

MACAÉ

2010

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus pela oportunidade concedida e pela vida.

Ao meu pai, Oliveira, por ter investido e acreditado em mim até o momento.

À minha mãe, Sonia, pela nítida preocupação e afeto.

À Desidério, que de modo não intencional, incentivou em mim interesse na área de

materiais, agradeço também pela paciência, pelos conselhos e pelo carinho.

À Mariner Serv. Sub. Aquáticos pela oportunidade e por ter disponibilizado

equipamentos para a elaboração desse trabalho.

Ao Douglas pelo tempo cedido e materiais disponibilizados.

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RESUMO

O relatório tem como finalidade apresentar os aprendizados adquiridos a

partir do Estágio Supervisionado realizado na empresa Mariner Serviços Subaquáticos

Ltda, no setor de Análise e Teste.

Aborda ainda assuntos de fundamental importância para o funcionamento e

integridade das linhas de um sistema de ancoragem, demonstrando a necessidade das

periodicidades das inspeções.

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ABSTRACT

The report aims to present the learnings acquired from the Supervised

Training done in the Company: Mariner Serviços Subaquáticos Ltda in the Analysis

industry and Testing.

Also addresses issues of fundamental importance for the functioning and

integrity of the lines of an anchoring system, demonstrating the importance of the

periodicity of inspections.

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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1.1 – Tipos de Plataformas : Fixa, Semi-submersível, Spar, Tension Leg e

FPSO...............................................................................................................................15

Figura 2.1 – Ancoragem em Catenária............................................................................17

Figura 2.2 – Combinação das Ancoragens Catenária e taut-leg.....................................18

Figura 2.3 – Ancoragem em taut-leg...............................................................................18

Figura 2.4 – Ancoragem Vertical....................................................................................19

Figura 2.5 – Tipo de Cabo de Aço...................................................................................21

Figura 2.6 – Desenho esquemático de um cabo de poliéster...........................................22

Figura 4.1 – Pontos críticos na manilha...........................................................................29

Figura 5.1 – Trinca localizada através de inspeção por líquido penetrante......................31

Figura 5.2 – Trinca interna................................................................................................31

Figura 6.1 – Manilha reta para cabo de poliéster..............................................................33

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 2.1 – Arranjos de Amarra.....................................................................................20

Tabela 2.2 – Classificadora de Amarras...........................................................................20

Tabela 2.3 – Tipos de Manilha.........................................................................................22

Tabela 2.4 – Classificação de elos....................................................................................24

Tabela 5.1 – Composição química da manilha................................................................32

Tabela 6.1 – Fabricante e capacidade da Manilha de poliéster.........................................32

ÍNDICE

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1 INTRODUÇÃO....................................................................................................10

1.1 A INSTITUIÇÃO.....................................................................................10

1.2 HISTÓRICO DA MARINER...................................................................11

1.3 POLÍTICA DA QUALIDADE, SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E

SAÚDE OCUPACIONAL...................................................................................13

2 SISTEMA DE ANCORAGEM.........................................................................13

2.1 A ATUAÇÃO DE UM SISTEMA DE ANCORAGEM DE UNIDADE

FLUTUANTE...........................................................................................15

2.1.1 Ancoragem em Catenária..............................................................16

2.1.2 Ancoragem em Taut-leg.................................................................17

2.1.3 Ancoragem Vertical.......................................................................19

2.2 PRINCIPAIS COMPONENTES DO SISTEMA DE ANCORAGEM....19

2.3 PROBLEMAS ENCONTRADOS EM UM SISTEMA DE

ANCORAGEM........................................................................................24

3 DESCRIÇÃO DE ATIVIDADES PARA MATERIAIS DE ANÁLISE E

TESTE OU FALHA...........................................................................................25 3.1 COLETA E RECEBIMENTO DE MATERIAIS.....................................25

3.2 PREPARAÇÃO DO MATERIAL NA ÁREA DE ANÁLISE E TESTE

..................................................................................................................26

3.3 EXECUÇÃO E ENCERRAMENTO DO SERVIÇO..............................26

4 INSPEÇÃO............................................................................................................27

4.1 INSPEÇÃO EM MANILHAS..................................................................28

4.1.1 Área crítica nas Manilhas.............................................................28

4.2 TÉCNICAS DE INSPEÇÃO....................................................................29

5 ANÁLISE DE FALHA DE MANILHA...........................................................30

5.1 ANÁLISE QUÍMICA...............................................................................32

6 MANILHA DE ANÁLISE TESTE...................................................................32

6.1 INSPEÇÃO POR PARTÍCULA MAGNÉTICA......................................33

6.2 RESULTADOS.........................................................................................33

7 CONCLUSÕES...................................................................................................34

REFERÊNCIAS..............................................................................................................35

1 INTRODUÇÃO

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10

O relatório visa relatar as experiências adquiridas como estagiário na

empresa Mariner Serviços Subaquáticos Ltda, atendendo aos requisitos da matéria

Estágio Supervisionado para a graduação no curso de Engenharia de Petróleo.

O presente estudo tem como finalidade descrever a rotina de trabalho do

setor de análise e teste ou falha, cujo trabalho principal é a análise do dimensionamento

dos elementos estruturais sofridos por manilhas usadas em amarras no sistema de

ancoragem de uma unidade flutuante,

Sistema de ancoragem é um conjunto de elementos capazes de manter a

unidade flutuante em equilíbrio sem a ajuda de posicionamento dinâmico. Composto

por um conjunto de linhas, a composição e o número das linhas são calculados com o

objetivo de manter a unidade flutuante dentro dos limites horizontais (deriva ou offset),

e cada linha é ancorada no solo marinho por âncoras ou estacas-torpedo. Estas linhas

são compostas pela combinação de amarras, cabos de aço e ou poliéster que são

conectados entre si por manilhas, elos e soquetes. As falhas nas linhas ocorrem

principalmente nas conexões, por tanto se deve utilizar o menor número possível de

conexões e antes de serem instaladas devem ser rigorosamente inspecionadas.

1.1 A INSTITUIÇÃO

A Mariner Serviços Subaquáticos Ltda Iniciou suas atividades a cerca de 20

anos no campo da instalação e manutenção de estruturas submersas.

A Mariner Serviços Subaquáticos Ltda é a matriz, localizada na rua

Olympio Rodrigues Passos nº 14 - Loja 01 - Bairro Jabour -, na cidade de Vitória – ES.

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O estágio será realizado na filial localizada na Avenida Zen, S/Nº. - Quadra: B – Lotes

1, 2 e parte do 3 – Mar do Norte, na cidade de Rio das Ostras.

1.2 HISTÓRICO DA MARINER

Desde que iniciou suas atividades há cerca de vinte anos, a Mariner vêm

buscando um constante aperfeiçoamento no campo da instalação e manutenção de

estruturas submersas. Em 1996 iniciou a diversificação de suas atividades e hoje, opera

em diversas atividades tais como:

Mergulho raso profissional até 50 ms.

Montagens e reparos de estruturas submersas.

Inspeções subaquáticas através de inspetor certificado pela

ABENDE/SEQUI.

Inspeções visuais.

Inspeções com emprego de testes não destrutivos. Medição de potencial

eletroquímico.

Medição de espessura de parede por ultra-som.

Detecção e dimensionamento de trincas com emprego de partícula

magnética ou aparelhos de correntes parasitas.

Fotografia submarina.

Televisionamento submarino.

Salvamento e reflutuações.

Corte e solda submarinos.

Dragagens e derrocagens.

Lançamentos e reparos em dutos e emissários submarinos.

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Concretagem submarina.

Operação e manutenção de quadros de bóias de sistema de produção de

petróleo “offshore”.

Trepanação, instalação de sensores e monitoração em dutos.

Manutenção, instalação e recuperação de sistemas de proteção catódica.

Serviços de programação, controle, preparo, triagem, manutenção,

preservação, inspeção e teste de materiais de ancoragem e de Terminais Oceânicos.

Inspeção, testes, reparos, preservação, tratamento térmico e

reclassificação de amarras e acessórios.

Inspeção, recuperação, testes, reclassificação e preservação de âncoras e

seus assessórios.

Caldeiraria e pintura industrial.

Inspeção e ensaios não destrutivos.

Com serviços prestados para diversos clientes em vários locais do país, a

empresa tem a Petrobrás como seu maior cliente com mais de quarenta trabalhos

atendidos.

A Mariner tem por regra, utilizar os melhores equipamentos encontrados

nos mercados nacional ou internacional, bem como, proporcionar contínuo treinamento

para seu pessoal. Com isso, busca atender às necessidades técnicas de cada cliente com

a utilização de mão de obra específica e equipamentos de última geração.

Para regular e controlar suas atividades a empresa baseia-se numa política

de Sistema de Gestão Integrada – SGI – que segue rigorosamente as diretrizes das

normas ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001. Esta linha de ação nos garante o rígido

atendimento às normas que regem a preservação do Meio Ambiente, a Segurança e a

Saúde Ocupacional.

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1.3 POLÍTICA DA QUALIDADE, SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE

OCUPACIONAL.

A Mariner Serviços Subaquáticos Ltda, visando a atender as necessidades

de seus clientes, a proteção do Meio Ambiente, a Saúde e a Segurança de seus

funcionários, afirma o seguinte compromisso e assegura:

Prestar serviços nas atividades “offshore” e “onshore” para processos de

mergulho, marinharia e ancoragem que atendam as necessidades dos clientes e das

partes interessadas;

Atender os requisitos regulamentares e estatutários, normas, exigências

contratuais e os requisitos não-declarados pelos clientes;

Melhorar continuamente o desempenho da organização e dos processos

através do estabelecimento de objetivos mensuráveis avaliando-os sistematicamente

quanto sua consistência, eficácia e eficiência;

Desenvolver e Capacitar todo pessoal da organização, tornando-os aptos

a atuarem com responsabilidade e autoridade necessária para o Sistema de Gestão

Integrado.

2 SISTEMA DE ANCORAGEM

São muitos os desafios encontrados na indústria de Petróleo, e a exploração

em águas profundas foi um deles. Em unidades de produção terrestre ou em lâminas

d’água rasas as plataformas são fixadas por estruturas modulares de aço na sua maioria.

Já em águas profundas seria inviável o uso de modulares de aço, utiliza-se então as

Plataformas citadas abaixo:

Tension leg - são ancoradas por tendões (estruturas tubulares) fixos ao

fundo do mar por estacas e mantidos esticados pelo excesso de flutuação da plataforma,

o que reduz severamente o movimento de heave desta, permitindo a completação seca.

Spar - Consiste de um cilindro vertical de aço de grande diâmetro,

ancorado, operando com um calado de profundidade constante de cerca de 200 metros,

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o que gera apenas pequenos movimentos verticais e, conseqüentemente, possibilita a

adoção de risers rígidos verticais. Neste tipo de plataforma há utilização de supressores

de vórtices em torno do cilindro com o objetivo de inibir vibrações.

FPSO - Os navios FPSO’s surgiram para atender os desafios de

escoamento da produção em águas profundas. Consiste em uma unidade estacionária de

produção que utiliza um navio ancorado, o qual suporta no seu convés uma planta de

processo, armazenamento do óleo produzido e permite o escoamento da produção para

outro navio, chamado aliviador, que periodicamente, amarrado no FPSO para receber e

transportar o óleo até os terminais petrolíferos.

Semi-Submersível – são compostas de uma estrutura de um ou mais

conveses, apoiada por colunas em flutuadores submersos. São estabilizadas pelas

colunas, produção ou perfuração, que são responsáveis por gerar o empuxo necessário

para a sua sustentação.

Possui dois tipos de sistema responsáveis pelo posicionamento da unidade:

Sistema de posicionamento dinâmico, propulsores no casco acionado por computador

que restauram a posição e Sistema de Ancoragem, vínculos físicos existentes entre a

plataforma e o leito marinho e que permitem manter o posicionamento em condições

ambientais adversas. Os esforços sofridos por estes vínculos que consistes em amarras,

cabos de aço, cabos de poliéster e conexões: manilhas e elos será o estudo de caso deste

trabalho.

Figura 1.1 – Tipos de Plataformas : Fixa, Semi-submersível, Spar, Tension Leg e FPSO.

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Um sistema de ancoragem é composto por amarras, cabos de aço e ou

poliéster, que mantém a plataforma em equilíbrio, sem a ajuda de posicionamento

dinâmico, estas são ancoradas no solo marinho. Os sistemas de ancoragem são

projetados de maneira que os deslocamentos e os passeios no plano horizontal sejam o

menor possível e possuem um fator de segurança que geralmente suportam toda a vida

produtiva da plataforma, porém é necessário inspeções periódicas nas linhas a fim de

manter a integridade dos componentes.

2.1 A ATUAÇÃO DE UM SISTEMA DE ANCORAGEM DE UNIDADE

FLUTUANTE

Uma unidade flutuante está sujeita às forças dos ventos, ondas e correntes

marítimas, as linhas de ancoragem têm a função estrutural de fornecer forças de

restauração para manter em posição as plataformas semi-submersíveis ou os navios.

Para oferecer a força de restauração necessária às linhas de ancoragem são resignados

em catenária (ancoragem convencional) ou utilizadas como linhas retesadas (taut-leg)

ou tendões.

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O sistema de ancoragem tem como finalidade restringir ao máximo os

deslocamentos das embarcações, um sistema de ancoragem se diz rígido quando o força

de restauração é maior que o offset. Quando maior a força de restauração e menor o

offset, maior a rigidez do sistema, quando menor a força de restauração e maior o offset,

menor será a rigidez.

A seguir, será apresentada uma descrição sucinta dos elementos de

restauração.

2.1.1 Ancoragem em Catenária

Na ancoragem em catenária as linhas amarração precisam ter grande parte

de seu comprimento encostado no solo marítimo, assim as forças transferidas para a

âncora são apenas com direção horizontal, com isso o próprio atrito da amarra com o

fundo do oceano auxilia a resistir à carga. As linhas de ancoragem encostadas no solo

marinho proporcionam grandes raios de ancoragem, que aumentam com a profundidade,

ou seja, os raios são ainda maiores quanto maior for a profundidade de instalação da

plataforma (Figura 2.1). A principal desvantagem é o congestionamento de linhas de

unidades próximas, interferindo diretamente no posicionamento das mesmas,

juntamente com os equipamentos submarinos.

Figura 2.1 – Ancoragem em Catenária.

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2.1.2 Ancoragem em Taut-leg

A ancoragem taut-leg foi configurada a fim de reduzir os diâmetros da

amarração catenária (Figura 2.2). Neste caso as linhas ficam tensionadas, sendo assim

os esforços são transmitidos horizontalmente e verticalmente e não precisam ter parte do

seu comprimento em contato com o solo, reduzindo o raio de ancoragem para cerca de

1,5 a profundidade de instalação da plataforma (Figura 2.3). Este tipo de ancoragem

reduz os offsets devido a diminuição do raio de ancoragem.

Para o sistema taut-leg, é necessário que as linhas de ancoragem sejam mais

flexíveis com uso de cabos de poliéster ou cabos de aço com sistema de molas.

Figura 2.2 – Combinação das Ancoragens Catenária e taut-leg.

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Figura 2.3 – Ancoragem em taut-leg

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2.1.3 Ancoragem Vertical

A ancoragem vertical baseia-se na utilização de tendões verticais que

precisam estar sempre tracionados devido ao excesso de empuxo proveniente da parte

submersa da embarcação. Os tendões podem ser de cabo de aço ou material sintético,

proporcionando alta rigidez no plano vertical e baixa rigidez no plano horizontal. A

força de restauração no plano horizontal é fornecida pela componente horizontal da

força de tração nos tendões. Este tipo de ancoragem é usado principalmente em

plataformas TLP (Tension Leg Platform), mas também pode ser adotado por bóias,

monobóias, entre outras. A Figura 2.4 ilustra esse tipo de ancoragem.

Figura 2.4 – Ancoragem Vertical.

2.2 PRINCIPAIS COMPONENTES DO SISTEMA DE ANCORAGEM

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Uma unidade estacionária de produção ou perfuração são ligadas ao fundo

do mar por cabos de aço, poliéster e/ou amarras, que são elementos fundamentais da

linha de ancoragem, ao longo de uma linha de ancoragem existem acessórios que tem

como na sua maioria a função de conectar uma amarra a outra ou a algum cabo ou a

equipamentos.

Amarra - São as correntes formadas por elos, conforme a tabela 2.1,

destinada a amarrar a unidade flutuante à âncora. São usadas na ancoragem de

embarcações, em geral fabricadas com aço carbono ou de baixa liga. Possuem elevada

vida útil e grande resistência à abrasão, o que as torna ideais para uso nos trechos de

entrada da linha de ancoragem na unidade (superfície do mar) e em contato com o solo

marinho.

O peso linear elevado é propriedade muito importante para o trecho apoiado

no solo quando o sistema de ancoragem é em catenária. Em compensação, as amarras,

pelo seu alto peso linear e custo elevado, não são indicadas para o trecho intermediário,

entre o fundo do mar e 100 m de profundidade, próximo a entrada da UEP.

As amarras são classificas em oceânicas ou navais. As amarras oceânicas

são utilizadas para ancoragem de unidades flutuantes em alto-mar. Amarras navais são

destinadas a navios de águas abrigadas.

O tamanho de uma amarra é definido pelo diâmetro nominal da barra de

aço. As amarras são classificadas em graus que variam de acordo com a resistência

mecânica ou tração de ruptura. O tipo de tratamento térmico sofrido pelo elo durante

sua fabricação é o que determina o maior ou menor grau, indicado na tabela 2.2.

Tabela 2.1 – Arranjos de Amarra

Tabela 2.2 – Classificadora de Amarras

Extremidade com elos comuns

Extremidade com elo final e

alongado

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21

Cabo de Aço - Os cabos de aço são mais resistentes ao manuseio do que os

cabos de poliéster, têm diâmetro menor para a mesma carga máxima, são menos

sensíveis a danos de abrasão, podendo tocar no solo marinho durante a instalação. O

cabo de aço tipo Spiral Strand é utilizado em unidades flutuantes que são projetadas

para permanecer por mais de 5 anos no mesmo local devido à sua maior resistência à

fadiga e a corrosão, possui sucessivas camadas de fios torcidos em direções opostas,

gerando um cabo balanceado ao torque e muito sensível a danos no manuseio. A figura

2.5 ilustra os tipos de cabo de aço.

Figura 2.5 – Tipo de Cabo de Aço

Cabo de Poliester – Cabos de Fibras sintéticas trançados, usados em

ancoragem pelo baixo peso e capacidade de absorver as cargas ambientais,

transformando-as em deformação elástica.

São mais leves, porém com um diâmetro para a mesma carga mínima de

ruptura (MBL- Minimum Breaking Load) e possuem características elásticas que

viabilizam a instalação de sistemas de ancoragem taut leg (menor raio de ancoragem).

São mais caros que os cabos de aço e mais baratos que as amarras. São muito sensíveis

à abrasão e a contaminação por toque no fundo do mar (ingressos de grão de areia). A

figura 2.6 mostra um desenho esquemático de um cabo de poliéster.

Page 22: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - GRAZIELLE LEITE P DE OLIVEIRA

22

Figura 2.6 – Desenho esquemático de um cabo de poliéster.

Manilhas – Acessório formado por duas partes facilmente desmontáveis, um

corpo de barra metálica em forma de U e um pino passando através de olhais em ambas

extremidades. A tabela 2.3 ilustra os tipos de manilhas.

Tabela 2.3 – Tipos de Manilha.

Tipo Ilustração

Reta

Curva

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23

De união tipo D

De âncora

De união final

Elo - Componente que compõe a amarra. Também é usado como acessório

quando sua finalidade é ligar duas seções de amarra. Os elos são classificados conforme

a tabela 2.4.

Tabela 2.4 – Classificação de elos

Page 24: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - GRAZIELLE LEITE P DE OLIVEIRA

24

2.3 PROBLEMAS ENCONTRADOS NO SISTEMA DE ANCORAGEM

Um projeto de ancoragem será especifico para o ambiente onde a

embarcação será instalada. Devem ser analisadas as condições ambientais que a

embarcação está sujeita, o tamanho da embarcação, os arranjos das linhas que podem

ser utilizados, o tempo que a embarcação ficará ancorada, após essa análise serão

determinados o arranjo das linhas, a configuração geométrica de cada linha, os matérias

utilizados para as linhas de ancoragem, bem como seus componente e resistências, serão

determinados também as limitações como: o offset máximo, a tensão máxima que a

linha pode chegar (coeficiente de segurança), a carga máxima que a âncora pode

suportar e o comprimento mínimo das linhas.

A escolha do projeto influenciará tanto nos custos como na qualidade do

sistema de ancoragem. Um estudo de viabilidade e análises de ancoragem é necessário

para se chegar à máxima eficiência e economia.

Um dos problemas que um Sistema de Ancoragem enfrentará é o passeio

das embarcações, ou seja, o offset, distância percorrida a partir do ponto inicial. A

posição das ancoras dos conjuntos de linhas de ancoragem devem minimizar o offset e

serão influenciadas pela posição da embarcação e pelo comprimento da linha de

ancoragem.

Page 25: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - GRAZIELLE LEITE P DE OLIVEIRA

25

Outro fator que influencia bastante no Sistema de Ancoragem e pode vir ser

tornar um problema é a resistência dos materiais utilizados em cada linha, estes devem

suportar os esforços sofridos, como a ação do ambiente, os atritos entre a linha e o solo

marinho e os deslocamentos, lembrando que estes fatores implicam na tensão máxima

que a linha deve chegar.

3 DESCRIÇÃO DE ATIVIDADES PARA MATERIAIS DE ANÁLISE E TESTE

OU FALHA

Existem duas condições em que o material chega para ser inspecionado:

Análise e teste: Possui o intuito de verificar a integridade das demais linhas

instaladas.

Falha: Tem sua função por conta de um dano operacional ou material.

A Mariner Serviços Subaquáticos utiliza dois Sistemas em conjunto com a

Petrobras para a gestão, gerenciamento e rastreabilidade desses materiais, que são os

seguintes:

SGMO - Sistema de Gestão de Materiais e Ocorrência: Sistema que faz a

gestão dos serviços a serem executados nos materiais de análise e testes e falhas.

SGRMAT - Sistema de Gerenciamento e Rastreabilidade de Materiais:

Sistema que gerencia a rastreabilidade dos materiais de ancoragem da Petrobras.

A maioria dos materiais da ancoragem, são identificados por tag, cada

material possui um único Tag, e com este, o material é cadastrado no SGRMAT. Caso o

material recebido não esteja taqueado, é solicitado um tag novo através do SGRMAT.

3.1 COLETA E RECEBIMENTO DE MATERIAIS

1 - Todo material que se enquadra como análise e teste ou falha deve ser

identificado previamente no local de origem, através de lacre do cliente, na ausência,

lacre de outra empresa ou marcador industrial.

2 - Cabe ao responsável pela coleta do material, além de identificar por lacre

ou marcador industrial, abrir um registro no SGMO, com as definições para aquele

Page 26: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - GRAZIELLE LEITE P DE OLIVEIRA

26

material. Caso tenha dois ou mais materiais recolhidos da mesma linha ou origem e na

mesma data, deve ser agrupado em um mesmo registro de atendimento no SGMO.

3 - No momento da chegada, cabe ao responsável de análise e testes,

preencher o formulário de recebimento de materiais de análise e teste a fim de levantar

informações básicas do material para que seja dado prosseguimento no tratamento.

4 - Depois de realizado o preenchimento do formulário, o mesmo deve ser

encaminhado para o responsável de análise e teste.

3.2 PREPARAÇÃO DO MATERIAL NA ÁREA DE ANÁLISE E TESTE

O responsável de análise e teste recebe o formulário do material, analisar o

quantitativo de materiais e avaliar espaço físico para armazenamento do mesmo. Logo

após, realizar inspeção visual e dimensional do material, atualizando no SGRMAT

informações como número do relatório de inspeção e posição física do material na área

de análise e testes, conforme procedimento de inspeção do material e encaminhar para o

gestor do SGMO.

3.3 EXECUÇÃO E ENCERRAMENTO DO SERVIÇO

Buscar o número do registro aberto no SGMO para tratamento do material

analisado seguindo o tratamento abaixo para cada tipo de serviço:

1) Análise Metalúrgica e da Falha: Material ou parte dele deve ser enviado

para o laboratório responsável pela análise.

2) Confecção de Amostras Testemunhos: Geralmente empregado para

amarras. Material extraído de outro com dimensões estabelecidas pelo cliente, para ser

posteriormente estudado. Depois de retirada deve ser segregada na área de análise e

testes.

3) Inspeção Eletromagnética: Deve ser programada junto à empresa

responsável da inspeção e Mariner que vai auxiliar na inspeção.

4) Inspeção por Líquido Penetrante: Deve ser programada junto ao setor de

programação de serviços da Mariner.

Page 27: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - GRAZIELLE LEITE P DE OLIVEIRA

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5) Inspeção por Partícula Magnética: Deve ser programada junto ao setor de

programação de serviços da Mariner.

6) Inspeção por Ultra-Som: Deve ser programada junto à empresa

responsável da inspeção.

7) Inspeção Visual / Dimensional: É a primeira inspeção realizada no

material, geralmente a partir dela que se define uma inspeção complementar pelo

cliente. Deve ser realizada para todos os materiais que são recebidos no setor de análise

e testes. Deve ser gerado relatório de inspeção conforme procedimento de inspeção do

material.

8) Localização de Material: Rastrear fisicamente o material solicitado.

9) Metalografia: Material ou parte dele deve ser enviado para o laboratório

responsável pela análise através de RT emitida pelo sistema SAP.

10) Pesagem de Arames Cabo de Aço: Retirada de amostra com

comprimento de um metro, sendo, dois trechos de 500 mm. Os arames devem ser

separados individualmente, e identificados se faz parte das pernas ou da alma.

Identificar construção do cabo. Após preparação os trechos devem ser lubrificados e

enviados para o laboratório.

11) Reservar Material Estoque: Reservar o material direto para estoque,

após inspeção visual / dimensional.

12) Separação Material para Posterior Análise: Separar material

devidamente identificado para o setor de análise e testes para posterior análise.

13) Teste de Conexão: Teste efetuado em dois materiais com finalidade de

se verificar a possibilidade ou não de conexão. É gerado um relatório padrão de

montagem.

14) Teste de Ruptura: Deve ser retirado o comprimento mínimo do corpo

de prova conforme norma ou definição do cliente. Deve ser levado em consideração tipo

de terminação e comprimento mínimo para a máquina de teste do local onde será

enviado para análise, que deve ser enviado para o laboratório.

4 INSPEÇÃO

Page 28: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - GRAZIELLE LEITE P DE OLIVEIRA

28

Normalmente as falhas nas linhas de ancoragem ocorrem nas conexões,

então para qualquer que seja o acessório deve-ser verificar a existência de corrosão,

trincas, deformações e desgastes.

A inspeção deve ser feita periodicamente, a ser determinada em função das

condições de uso de cada acessório pelo órgão de inspeção responsável.

Recomenda-se que o período máximo para a inspeção de acessórios seja

igual ou inferior a 1 ano, porém caso o acessório sofra uma utilização anormal ou

indevida, o acessório deve ser separado para inspeção.

Durante as inspeções deve-se consultar os registros de inspeções anteriores,

bem como a documentação relativa à rastreabilidade de fornecimento, quando for

recebimento de acessório novo ou transferido para unidade.

Acessórios como soquetes e manilhas não devem ser recuperados.

4.1 INSPEÇÃO EM MANILHAS

Deformações plásticas apresentadas pela manilha ou pelo pino são causas

para suas substituições. Manilhas apresentando trincas, mossas, desgastes no pino e/ou

corpo igual ou superior a 10% do diâmetro de projeto devem ser substituídas.

4.1.1 Área crítica nas Manilhas

São áreas críticas no pino da manilha, as regiões de concentração de tensão.

São elas:

Os últimos filetes da rosca junto ao corpo.

A união de sua cabeça e o seu corpo.

Estas áreas devem ser inspecionadas com bastante rigor, e deverá ser

reprovadas aquelas que apresentar trincas.

São áreas críticas da manilha:

A união de seu olhal com o corpo

O arco da manilha

A figura 4.1 mostra alguns pontos críticos da manilha

Figura 4.1 – Pontos críticos na manilha.

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4.2 TÉCNICAS DE INSPEÇÃO

As técnicas de inspeção utilizadas em acessórios de uma linha de ancoragem

são:

Inspeção Visual e Dimensional: Ensaio não destrutivo e normalmente

precede qualquer outro ensaio. A sua principal função é fornecer dados quantitativos

(além das informações qualitativas), mais facilmente que outros ensaios não destrutivos.

Inspeção por Partículas Magnéticas (PM): é utilizado na localização

descontinuidades superficiais e sub-superficiais em materiais ferromagnéticos e pode

ser aplicado tanto a peças acabadas quantosemi-acabadas e durante as etapas de

fabricação. Ele é baseado no princípio de que as linhas de campo magnético em um

material ferromagnético são distorcidas por uma interrupção na continuidade do

material, que pode ser provocada por variações dimensionais abruptas, presença de

descontinuidades estruturais (como trincas e porosidades) ou presença de qualquer

material (inclusões) com propriedades magnéticas diferentes do metal base. Se estas

descontinuidades são abertas à superfície ou se estão suficientemente próximas à

mesma, as linhas de fluxo distorcidas nesta região darão origem aos chamados campos

Page 30: RELATÓRIO DE ESTÁGIO - GRAZIELLE LEITE P DE OLIVEIRA

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de fuga, promovendo o aparecimento de pólos magnéticos, capazes de atrair partículas

magnetizáveis para esta região, revelando-as.

Inspeção por Líquido Penetrante (LP): O ensaio por Líquidos Penetrantes

é considerado um dos melhores métodos de teste para a detecção de descontinuidades

abertas à superfície em diferentes matérias isentos de porosidade, tais como: Metais

Ferrosos e Não-Ferrosos, Ligas Metálicas, Cerâmicas, Vidros, alguns tipos de Plásticos

ou materiais organo-sintéticos. Este método está baseado no fenômeno da capilaridade

que é o poder de penetração de um líquido em locais extremamente pequenos devido a

suas características físico-químicas como a tensão superficial. Descontinuidades em

materiais fundidos tais como gota fria, trincas de tensão, descontinuidades de fabricação

tais como trincas, costuras, dupla laminação, sobreposição de material ou ainda trincas

provocadas pela fadiga do material ou corrosão sob tensão, podem ser facilmente

detectadas pelo método de Líquido Penetrante.

Os Ensaios Não-Destrutivos também oferecem as garantias necessárias

quanto a qualidade, redução de custos, garantia dos negócios e segurança são

requeridos, tanto para já existentes quanto para novas instalações. Os Ensaios Não-

Destrutivos diminuem o risco de vazamentos ou outros defeitos, que aumentam a

integridade e segurança na instalação e podem reduzir custos.

Caso os acessórios tenham sido aprovados na inspeção visual, estes devem

ser inspecionados por partículas magnéticas, caso haja alguma região que impossibilite

este tipo de inspeção, deve-se utilizar a inspeção por líquido penetrante.

5 ANÁLISE DE FALHA DE MANILHA

A análise em questão é de uma manilha integrante de uma linha de

ancoragem que se rompeu na P-34. A manilha foi enviada a Petrobras para posterior

envio ao laboratório onde serão realizadas as seguintes análises: análise química,

metalográfica, ensaios de tração, ensaios Charpy e medidas de dureza.

Após o recebimento na Petrobras a manilha é encaminhada ao canteiro da

Mariner, onde foram realizadas as primeiras inspeções para a caracterização da falha.

Através de ensaios não destrutivos com liquido penetrante, foram

localizadas trincas no arco interno e externo da manilha, que podem ser vistos na figura

5.1 e 5.2. A caracterização das trincas foi realizada através de macrografias e

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micrografias realizadas em microscópio óptico e eletrônico de varredura e análise

química.

Figura 5.1 – Trinca localizada através de inspeção por líquido penetrante

Figura 5.2 – Trinca interna

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5.1 ANÁLISE QUÍMICA

Conforme a tabela abaixo, o aço da manilha apresenta baixa liga Ni, Cr e

Mo e com teores de fósforo e enxofre de acordo com a Norma IACS W22.

Tabela 5.1 – Composição química da manilha.

Si Mn Al Cr C Ni Cu Mo P S

0,25 0,42 0,022 2,02 0,25 1,80 0,27 0,29 0,020 0,026

6 MANILHA DE ANÁLISE TESTE

Com o intuito de verificar a integridade das manilhas instaladas em um das

linhas de ancoragem da P-38, cinco manilhas foram desinstaladas e por solicitação da

Petrobras foram encaminhadas para o canteiro da Mariner como análise teste para serem

efetuadas as devidas inspeções.

As manilhas são do tipo reta para cabo de poliéster, de aço carbono, com

condições de superfície jateada.

Tabela 6.1 – Fabricante e capacidade da Manilha de poliéster.

TAG Fabricante Capacidade

ITEM 1 M41F MARLOW ROPES 8 PL 4412KN

ITEM 2 M42F MARLOW ROPES 8 PL 4412KN

ITEM 3 M43F MARLOW ROPES 8 PL 4412KN

ITEM 4 M44F MARLOW ROPES 8 PL 4412KN

ITEM 5 M45F MARLOW ROPES 8 PL 4412KN

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33

Figura 6.1 – Manilha reta para cabo de poliéster.

6.1 INSPEÇÃO POR PARTÍCULA MAGNÉTICA

Para a inspeção das manilhas o equipamento utilizado foi o Yoke, do

fabricante Metal Chek e modelo HMM6. O equipamento funciona da seguinte maneira:

A corrente alternada produz na peça um campo magnético com capacidade de detecção

de defeitos superficiais e subsuperficiais. A flexibilidade das pernas permite que o

campo seja direcionado precisamente para a área de inspeção desejada.

O pó magnético utilizado e o condicionador também são da Metal Chek, a

água como veículo e a partícula magnética via úmida colorida.

6.2 RESULTADOS

A inspeção por partícula magnética foi realizada nas regiões da manilha de

acordo com a orientação do setor de análise teste.

Não foi encontrada presença de descontinuidades (trincas), sendo assim, o

material encontra-se isento de anomalias.

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7 CONCLUSÕES

Após o término do estágio pude concluir que inspeções realizadas nos

materiais de ancoragem possuem um a valor muito significativo para que não haja

falhas no sistema. As inspeções periódicas ajudam a evitar rompimento de linhas e

indicam os tipos de esforços que o material está submetido.

Os acessórios que possuem a finalidade de conectar amarras, cabos de

poliéster e/ou aço, apresentam o maior índice de falha em uma linha de ancoragem.

Qualquer que seja a deformação plástica sofrida justifica a troca da conexão que não

deve ser recuperada.

Adquiri conhecimentos e um pouco de experiência na área de inspeção de

materiais, aprendi na prática como funcionam inspeções por Partículas Magnéticas e

Líquidos Penetrantes, ensaios que garantem a garantia do material tanto para já

existentes quanto para novas instalações.

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REFERÊNCIAS

[1] BERR, F.P., JÚNIOR, E.R.J., Resistência dos Materiais – 3ª Ed. – São

Paulo: Pearson Makron Books, 1995.

[2] COSTA, L. C., GOLÇALVES, R. C. F., “Inspeção em Linhas de

Ancoragem de Unidades de Produção”; XXI Congresso Nacional de Ensaios Não

Destrutivos, Salvador, agosto, 2002.

[3] RODRIGUES, M.L, MATOS, V.F.L, DIAS C.A.N, “Análise Estrutural

de Âncora de Carga Vertical”, Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da USP,

São Paulo.

[4] Conceitos Básicos sobre Cálculos de Sistemas de Ancoragem utilizando

– Bureau Veritas do Brasil, Março de 2000.

[5] NBR ABNT 15103, “Amarras e Acessórios – Classificação, designação

e definição”, 2004.

[6] Petrobras N-2170, “ Inspeção em Serviços de Acessórios de Carga”,

2004.

[7] ABNT CB/50 – Projeto 50:002.03-006, “Movimentação de Carga –

Manilha”, 2008.