Relatório da Prática de Ensino Supervisionada Argumentação...

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Universidade de Lisboa Relatório da Prática de Ensino Supervisionada Argumentação Oral em Contexto de Debate: Uma Proposta de Intervenção Didáctica no Ensino Secundário Patrícia Maria Pereira Alves Mestrado em Ensino de Português e Línguas Clássicas 2012

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Universidade de Lisboa

Relatório da Prática de Ensino Supervisionada

Argumentação Oral em Contexto de Debate:

Uma Proposta de Intervenção Didáctica no Ensino Secundário

Patrícia Maria Pereira Alves

Mestrado em Ensino de Português e Línguas Clássicas

2012

Universidade de Lisboa

Relatório da Prática de Ensino Supervisionada

Argumentação Oral em Contexto de Debate:

Uma Proposta de Intervenção Didáctica no Ensino Secundário

Patrícia Maria Pereira Alves

Mestrado em Ensino de Português e Línguas Clássicas

Orientador: Professora Doutora Ana Isabel Mata

2012

i

AGRADECIMENTOS Foram algumas as pessoas que me ajudaram e contribuíram para a realização deste

trabalho, que só se tornou possível graças à sua preciosa colaboração. É a elas que quero deixar,

aqui, a minha sincera gratidão.

À Professora Doutora Ana Isabel Mata, orientadora deste trabalho, por me ter levado a

percorrer novos caminhos, uma grande aventura que se revelou muito gratificante. Agradeço

tantas palavras de incentivo, a paciência, os sábios comentários, os valiosos conselhos e todos os

ensinamentos.

À Dra. Cristina Duarte, professora cooperante, por ter disponibilizado a sua turma,

viabilizando o presente trabalho. O meu agradecimento por todas as sugestões e pelos

conhecimentos que sempre me transmitiu, que enriqueceram, sem dúvida, a minha aprendizagem

e a minha formação, enquanto futura professora.

Ao professor António Souto por, tão prontamente, aceitar colaborar comigo neste

desafio, ao disponibilizar a sua turma, como turma de controlo.

Aos alunos do 12.º ano que tomaram parte neste estudo pela participação e

envolvimento no trabalho proposto.

Aos meus amigos, principalmente à Patrícia Francisco, pela ajuda, pelo apoio, pela

paciência e pela compreensão nos momentos de desânimo, e pelo seu admirável sentido de humor

que muito contribuiu para os superar, e ao Luís Neves pela ajuda prestada.

Às minhas primas Carla e Sandra Sacramento por acreditarem sempre em mim, por

serem amigas e as minhas «irmãs». Sobretudo à Carla, pela presença constante nos momentos de

desalento, apesar dos cerca de 500 km de distância. Um agradecimento também ao meu primo

Marco Costa pela ajuda prestada e pela prontidão que manifestou.

Ao Bruno pela valiosa ajuda, mas antes de mais por estar ao meu lado, pela

compreensão, pela paciência com que tolerou as minhas alterações de humor e por ter entendido

as minhas ausências.

À minha avó Almerinda (in memoria) pelo carinho, preocupação e zelo constantes pelo

meu bem-estar, enquanto lhe foi possível acompanhar-me nesta caminhada, e porque acredito que

continua a olhar por mim mesmo depois disso.

Aos meus pais, a quem dedico este trabalho, porque são os pilares em que assenta a

minha vida. Um agradecimento muito especial pelo amor, pelo carinho, pela dedicação, pela

paciência, pela compreensão, por acreditarem em mim, pelo apoio incondicional e por não me

deixarem desistir, por serem para mim um exemplo de que com força e perseverança conseguimos

ultrapassar os obstáculos que se nos colocam.

À força divina que orienta a minha vida.

ii

RESUMO

Este relatório tem como objecto o desenvolvimento de capacidades de

argumentação oral em situação de debate, no Ensino Secundário, já que é um domínio

de indiscutível importância na formação do aluno, na escola, para além da escola e ao

longo da vida, e em que, como apontado em diversos estudos, os alunos manifestam

dificuldades.

O seu principal objectivo é apresentar uma intervenção didáctica desenhada no

âmbito da prática de ensino supervisionada e implementada numa turma do 12.º ano da

Escola Secundária de Camões, com o intuito de contribuir para a promoção do ensino

do oral formal na aula de Português. A intervenção didáctica desenvolveu-se na turma

alvo, fundamentalmente em três fases, ao longo de seis aulas de noventa minutos:

produção inicial (1.ª fase), sequência didáctica de quatro oficinas de argumentação oral

em contexto de debate (2.ª fase) e produção final (3.ª fase). A 1.ª e 3.ª fases, que

desempenham a função de pré-teste e pós-teste, foram aplicadas também a uma outra

turma do 12.º ano, que constituiu a turma de controlo.

Os resultados mostram que, ao contrário da turma de controlo, em que

praticamente não se regista evolução, a turma alvo apresenta, de um modo geral,

progressos significativos do pré-teste para o pós-teste, ainda que continuem a verificar-

-se dificuldades em alguns aspectos. Permitem corroborar a ideia de que urge trabalhar a

argumentação oral de forma explícita e sistemática, como objecto de programação e de

avaliação específicas, equiparado à leitura e à escrita.

Palavras-chave: oral formal, argumentação, debate, intervenção didáctica.

iii

ABSTRACT

The object of this report is the development of oratory competences, within a

debate context, in Secondary Education. This is an area of unquestionable value in the

formation of a student, at school, after school and, hereafter, throughout life, and in

which, as several studies have indicated, students show difficulties.

The main purpose of this report is to present a didactical intervention delineated

in the context of a supervised teaching practice and implemented in a 12th grade class at

Escola Secundária Luís de Camões (High School Luís de Camões), aiming to promote

the teaching of oracy in Portuguese. This didactic intervention was developed at the

target class fundamentally in three phases, during six classes of ninety minutes each:

initial production (1st stage); didactic sequence of four workshops of oral argumentation

within a debate context (2nd stage) and final production (3rd stage). The 1st and 3rd

phases, that function as pre-test and post-test, have been applied to other 12th grade

class, which was the control class.

The results show that, unlike the control class, where we find practically no

evolution, the target class reveals, in general, significant evolution from the pre-test to

the post-test. Although one can still observe difficulties in some aspects, this results

support the idea that it is important to work oral argumentation in an explicit and

systematic way, as an object of specific programming and evaluation, at the same level

of reading and writing practices.

Keywords: oracy, argumentation, debate, didactical intervention.

iv

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS ......................................................................................................................... I

RESUMO............................................................................................................................................. II

ABSTRACT........................................................................................................................................III

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO....................................................................................................................................1

1.1. Objecto de estudo e objectivos .......................................................................................... 1

1.2. Estrutura do relatório ......................................................................................................... 8

CAPÍTULO 2

ENQUADRAMENTO..........................................................................................................................9

2.1. Modelos didácticos de ensino da oralidade........................................................................ 9

2.2. A Retórica e a argumentação oral .................................................................................... 15

2.2.1. A situação comunicativa........................................................................................... 18

2.2.2. Estrutura do discurso argumentativo ........................................................................ 20

2.2.3. Conectores discursivos e recursos modalizadores.................................................... 23

2.2.3.1. Conectores discursivos...................................................................................... 23

2.2.3.2. Recursos modalizadores.................................................................................... 24

2.2.4. A actio e os códigos não verbais .............................................................................. 30

2.2.4.1. Elementos relacionados com a voz ................................................................... 31

2.2.4.2. Códigos não verbais .......................................................................................... 33

2.2.5. Técnicas argumentativas .......................................................................................... 34

CAPÍTULO 3

METODOLOGIA...............................................................................................................................36

3.1. Desenho da intervenção didáctica.................................................................................... 36

3.2. Selecção dos materiais orais de input .............................................................................. 43

3.3. Caracterização das turmas................................................................................................ 44

3.3.1. Turma alvo................................................................................................................ 44

3.3.2. Turma de controlo .................................................................................................... 46

CAPÍTULO 4

DESCRIÇÃO DA INTERVENÇÃO DIDÁCTICA...........................................................................48

4.1. Pré-teste/Pós-teste............................................................................................................ 52

4.2. Sequência didáctica de argumentação oral em contexto de debate.................................. 59

4.2.1. Oficina 1: Compreensão oral e leitura da imagem ................................................... 60

4.2.1.1. Parte I – Os principais intervenientes no debate e respectivas funções ............ 60

4.2.1.2. Parte II – Os gestos, os movimentos, a organização do espaço e a actio.......... 65

4.2.2. Oficina 2: À (Re)Descoberta dos conectores discursivos e dos recursos

modalizadores..................................................................................................................... 68

v

4.2.3. Oficina 3: Planificação e produção oral de discurso argumentativo em contexto de

debate – Parte I ................................................................................................................... 74

4.2.4. Oficina 4: Planificação e produção oral de discurso argumentativo em contexto de

debate – Parte II.................................................................................................................. 83

4.3. Instrumentos de avaliação da expressão oral construídos................................................ 89

4.3.1. Análise do desempenho dos alunos na oficina 4 ...................................................... 97

CAPÍTULO 5

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.............................................................................98

5.1. Resultados obtidos em situação de pré-teste e pós-teste de acordo com as pontuações

gerais....................................................................................................................................... 99

5.2. Resultados obtidos, por parâmetros, em situação de pré-teste e pós-teste..................... 101

5.2.1. Turma alvo.............................................................................................................. 101

5.2.2. Turma de controlo .................................................................................................. 104

5.3. Resultados de cada aluno, por parâmetro de avaliação, em situação de pré-teste e pós-

-teste...................................................................................................................................... 107

5.3.1. Turma alvo.............................................................................................................. 107

5.3.2. Turma de controlo .................................................................................................. 122

5.4. Análise comparativa, por parâmetros, dos resultados obtidos em ambas as turmas...... 140

CAPÍTULO 6

CONCLUSÕES E REFLEXÃO FINAL ..........................................................................................143

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................149

ANEXOS ..........................................................................................................................................158

Anexo 1

Planificação da Sequência Didáctica e Planos de Aula ........................................................ 159

1.1. Planificação da Sequência Didáctica…………………………………………..........160

1.2. Plano de Aula – Pré-teste/Pós-teste…………………………………………............166

1.3. Plano de Aula – aula 1……………………………………………………................169

1.4. Plano de Aula – aula 2……………………………………………………................172

1.5. Plano de Aula – aula 3………………………………………………………............175

1.6. Plano de Aula – aula 4………………………………………………………............178

Anexo 2

Materiais Didácticos Construídos para a Intervenção Didáctica .......................................... 181

2.1. Guião de Planificação do Discurso – Pré-teste/Pós-teste ………..............................182

2.2. Documento de Suporte à Preparação do Tema – Pré-teste/Pós-teste.........................185

2.3. Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Parte I ……..............................187

2.4. Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Parte II……….........................191

2.5. Ficha de Trabalho: Conectores e Recursos Modalizadores…………........................193

2.6. Quadro de Sistematização dos Conectores Discursivos mais Específicos do Discurso

Argumentativo...................................................................................................................196

vi

2.7. Quadro de Sistematização dos Recursos Modalizadores…........................................197

2.8. Guião de Planificação do Discurso – Parte I………………………..........................199

2.9. Documento de Suporte à Preparação do Tema – aula 3….........................................204

2.10. Cartão com a Designação, a Descrição e Exemplos de Diferentes Tipos de

Argumentos………………………………………………………....................................206

2.11. Ficha de Trabalho: Reflexão sobre as Produções Orais………………...................207

2.12. Guião de Planificação do Discurso – Parte II…………………...............................223

Anexo 3

Instrumentos de Avaliação Construídos ............................................................................... 227

3.1. Modelo de Avaliação: Níveis de Desempenho Analíticos……………….................228

3.2. Grelha de Classificação – Turma Alvo: Pré-teste (situação 1) e Pós-teste (situação

2)........................................................................................................................................233

3.3. Grelha de Classificação – Turma de Controlo: Pré-teste (situação 1) e Pós- -teste

(situação 2).........................................................................................................................234

Anexo 4

Transcrições Ortográficas ..................................................................................................... 235

4.1. Lista das Convenções Utilizadas nas Transcrições Ortográficas...............................236

4.2. Transcrição dos Discursos Produzidos pelos Alunos da Turma Alvo Durante as

Oficinas de Argumentação Oral……………………………………................................237

4.3. Transcrição dos Discursos Produzidos pelos Alunos da Turma Alvo no Pré-teste e no

Pós-teste …………………………....................................................................................242

4.4. Transcrição dos Discursos Produzidos pelos Alunos da Turma de Controlo no Pré-

-teste e no Pós-teste ……………………..........................................................................251

Anexo 5

Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos .................................... 262

5.1. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos Elaborados pelos

Alunos da Turma Alvo, Durante as Oficinas de Argumentação Oral...............................263

5.2. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos Elaborados pelos

Alunos da Turma Alvo, no Pré-teste e no Pós-teste……………......................................268

5.3. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos Elaborados pelos

Alunos da Turma de Controlo, no Pré-teste e no Pós-teste…...........................................277

viii

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Esquema da sequência didáctica de ensino dos géneros orais formais (Dolz & Schneuwly,

1998)..................................................................................................................................10

Figura 2: Modelo didáctico da produção oral na aula de Francês, no secundário (Lafontaine, 2001)11

Figura 3: Esquema da sequência argumentativa prototípica (Adam, 2005: 118) ...............................21

Figura 4: Esquema da estrutura lógica do discurso argumentativo (inspirado em Cros, 2005)..........22

Figura 5: Mecanismos utilizados para exprimir diferentes graus de certeza, de acordo com Grau

(2003 e 2005)......................................................................................................................................28

Figura 6: Intervenção didáctica sobre a argumentação oral em contexto de debate. ..........................38

Figura 7: Desenho da intervenção didáctica .......................................................................................40

Figura 8: Situação socioprofissional dos pais dos alunos – turma alvo ..............................................45

Figura 9: Habilitações Literárias dos pais dos alunos – turma alvo....................................................45

Figura 10: Situação socioprofissional dos pais dos alunos – turma de controlo.................................46

Figura 11: Habilitações Literárias dos pais dos alunos – turma de controlo.......................................47

Figura 12: Quadro síntese da intervenção didáctica ...........................................................................51

Figura 13: Esquema da estrutura do discurso .....................................................................................86

Figura 14: Níveis de Desempenho......................................................................................................97

Figura 15: Desempenhos dos alunos da turma alvo de acordo com as pontuações gerais..................97

Figura 16: Evolução dos alunos da turma alvo de acordo de com as pontuações gerais ....................99

Figura 17: Evolução dos alunos da turma de controlo de acordo com as pontuações gerais..............99

Figura 18: Pré-teste – Níveis de desempenho da turma alvo nos diferentes parâmetros de

avaliação............................................................................................................................................102

Figura 19: Pós-teste – Níveis de desempenho da turma alvo nos diferentes parâmetros de

avaliação............................................................................................................................................103

Figura 20: Pré-teste – Níveis de desempenho da turma de controlo nos diferentes parâmetros de

avaliação ...........................................................................................................................................104

Figura 21: Pós-teste – Níveis de desempenho da turma de controlo nos diferentes parâmetros de

avaliação ...........................................................................................................................................106

Figura 22: Evolução do aluno AP nos diferentes parâmetros de avaliação ......................................107

Figura 23: Evolução do aluno AR nos diferentes parâmetros de avaliação......................................110

Figura 24: Evolução do aluno MA nos diferentes parâmetros de avaliação.....................................114

Figura 25: Evolução do aluno AC nos diferentes parâmetros de avaliação......................................118

Figura 26: Evolução do aluno DG nos diferentes parâmetros de avaliação......................................122

Figura 27: Evolução do aluno AC nos diferentes parâmetros de avaliação......................................124

Figura 28: Evolução do aluno JS nos diferentes parâmetros de avaliação........................................127

Figura 29: Evolução do aluno SA nos diferentes parâmetros de avaliação ......................................129

Figura 30: Evolução do aluno TS nos diferentes parâmetros de avaliação.......................................131

Figura 31: Evolução do aluno FL nos diferentes parâmetros de avaliação.......................................134

Figura 32: Evolução do aluno CC nos diferentes parâmetros de avaliação ......................................136

1

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

Este primeiro capítulo constitui uma introdução ao relatório, de modo a

proporcionar ao leitor uma visão global do trabalho realizado no âmbito da prática de

ensino supervisionada. É composto por duas secções: na primeira secção apresenta-se o

objecto de estudo, expõem-se as principais motivações da realização deste trabalho e

enunciam-se os objectivos do relatório; na segunda secção, são apresentados os

restantes capítulos.

1.1. Objecto de estudo e objectivos Este relatório tem como objecto o desenvolvimento de capacidades de

argumentação oral, em situação de debate, de alunos do Ensino Secundário. O trabalho

sobre o debate, enquanto género público e formal do oral, permite aos alunos participar

numa situação real de comunicação e adquirir ou desenvolver capacidades de

argumentação oral, tais como as de planificação e de produção oral de discurso

argumentativo, a um nível mais lato, e de selecção de informação pertinente e sua

utilização com coerência, construção de uma argumentação e de uma contra-

-argumentação, elaboração de uma estrutura textual e lógica e utilização de mecanismos

linguísticos do discurso argumentativo, a um nível mais estrito. Possibilita também o

desenvolvimento de outras capacidades fundamentais, a diferentes níveis,

nomeadamente aos níveis cognitivo, metodológico, comunicativo, psicológico, pessoal

Introdução

2

e social, que são transferíveis para outros domínios da vida escolar e da vida pública.

O campo da argumentação é, como se sabe, bastante amplo, o que impõe,

necessariamente, uma selecção dos aspectos a trabalhar no âmbito de uma intervenção

didáctica. Pretendendo-se trabalhar com os alunos a planificação de discurso

argumentativo e a sua proferição em situação de debate, restringiu-se o estudo aos

seguintes aspectos: tomada de posição; definição de uma tese; elaboração de um

discurso estruturado em três partes bem definidas (introdução, desenvolvimento e

conclusão); construção de argumentos de diferentes tipos; antecipação de eventuais

contra-argumentos dos adversários para cada um dos argumentos apresentados e

inclusão dos mesmos, de forma ajustada, no próprio discurso, rebatendo-os

antecipadamente; utilização de conectores adequados e diversificados, de forma a

garantir a coesão do discurso; uso adequado de recursos de modalização, tendo em

conta a situação comunicativa; e construção de um esquema da estrutura lógica da

argumentação. Além destes foram ainda abordados, de modo breve, aspectos como o

uso dos códigos paraverbais, quinésicos e proxémicos; a utilização da voz, no que se

refere à entoação, às pausas, aos acentos de intensidade, à velocidade de fala, ao volume

e à dicção, e da postura física, no que respeita à expressividade do rosto. Procurou-se,

por conseguinte, incidir sobre capacidades argumentativas mobilizadas aquando da

participação numa situação de comunicação oral formal como o debate, que é, por

excelência, o lugar do discurso argumentativo.

A oralidade, tal como a escrita, é um domínio de suma importância, em qualquer

momento do percurso escolar do aluno e ao longo de toda a sua vida para além da

escola. A importância da oralidade não é recente. Na verdade, este domínio era já

extremamente valorizado na Antiguidade Clássica, uma vez que a retórica e a

argumentação faziam parte do currículo dos jovens, desde cedo. As escolas de oratória

proliferavam, com o intuito de tornar os alunos exímios na ars dicendi, ou seja, na arte

de argumentar para convencer e persuadir. Esta situação é inequívoca quando se lêem

excertos como o seguinte:

«os que foram criados desde início como homens livres não se conhecem pela

coragem, riqueza ou qualidades dessa espécie, mas se distinguem sobretudo pela

maneira de falar, e é este o sinal mais seguro da educação de cada um de nós, e

aqueles que sabem usar bem a palavra, não só são poderosos no seu país, como

honrados nos outros.» (Isócrates, Panegírico, 47-49, apud Pereira, 1995: 302-303)

Introdução

3

Para os clássicos, o domínio do oral é uma questão de mestria no uso da língua mas

também de honra. De um ponto de vista actual, diferentes autores defendem que a

oralidade assume um papel de indiscutível importância no ensino-aprendizagem da

língua materna (Aldeia, 2005; Lobo, 2002; Mata, 1992, 1999, 2004; Santos, 2000) e

basilar no exercício da cidadania (Dolz & Schneuwly, 1998; Lafontaine, 2000; Lebre-

-Peytard, 1990; Roulet, 1991; Sousa, 2006).

Há também autores que defendem que o trabalho sobre o oral formal, enquanto

objecto de ensino explícito e sistemático, tem reflexos positivos ao nível da escrita. Esta

ideia faz todo o sentido, uma vez que a produção de um discurso oral formal e

preparado tem como suporte a escrita. A planificação do discurso argumentativo, por

exemplo, inclui a definição de uma tese, o esboço dos principais argumentos e contra-

-argumentos, entre outros procedimentos, que ajudarão os alunos na redacção de textos

escritos, nomeadamente de textos argumentativos. Auriac-Peyronnet (2001) demonstrou

que o treino da produção de discursos argumentativos orais por crianças de onze anos

contribuiu para melhorar a escrita de textos argumentativos.

A oralidade é, igualmente, um domínio em que os alunos manifestam várias

dificuldades, nomeadamente quando são confrontados com tarefas de produção de

discursos orais formais. A partir da consulta do documento intitulado Dificuldades dos

alunos em Língua Portuguesa1, verifica-se que os discentes do 8.º ano de escolaridade,

chamados a participar numa situação de debate, revelam dificuldades:

«- inerentes à timidez, insegurança e falta de hábitos de trabalho com esta

competência;

- em produzir argumentos e contra-argumentos;

- em manter a orientação da argumentação;

- em apresentar exemplos que sustentem a argumentação;

- em reformular a opinião em função dos argumentos dos outros;

- em formular conclusões.»

(Rodrigues et al., 2008: 15)

Quanto aos alunos de 10º. e 11º. anos que participaram numa situação de interacção

verbal e numa situação de exposição oral, observa-se que manifestam dificuldades:

1 Este faz parte do documento Diagnóstico de Dificuldades dos Alunos que reflecte a intervenção didáctica monitorizada durante o ano lectivo de 2007-2008, no quadro do projecto Investigação e Ensino da Língua Portuguesa (IELP), medida do Plano Estratégico para o Ensino do Português.

Introdução

4

«- em respeitar regras de interacção verbal;

- em tomar parte na discussão;

- em desenvolver estratégias argumentativas.»

(idem, ibidem: 16)

Além das dificuldades expostas no referido documento, conhecem-se outras, reveladas

por estudos feitos para outras línguas como, por exemplo, o Catalão. Cros e Vilá (2003)

analisaram as dificuldades mais comuns dos alunos em situações de comunicação oral

formal, relacionando-as com as três fases de elaboração do discurso, apontadas pela

retórica: inuentio, dispositio e elocutio.

No que respeita à inuentio, são referidas a «falta de conhecimentos gerais,

enciclopédicos», a «falta de conhecimentos sobre as situações», a dificuldade em «gerar

e seleccionar as ideias ou os argumentos» e «o desconhecimento das convenções de

alguns dos géneros que se lhes pede para prepararem» (idem, ibidem: 95 -96).

Relativamente à dispositio, são mencionados como problemas a «desordem na

organização dos conteúdos» e o «uso de conectores incorrectos ou repetitivos» (idem,

ibidem: 95, 97-98). O primeiro dos problemas referidos diz respeito à necessidade de

garantir a ordenação e a progressão dos conteúdos, manifestando-se as dificuldades dos

alunos na elaboração de ideias complexas. No trabalho sobre a argumentação, estes

revelam dificuldades na justificação dos argumentos.

No que se refere à elocutio, os problemas dos alunos prendem-se com:

«� Falta de controlo sobre aspectos linguístico-discursivos:

- Imprecisões, confusões lexicais e uso excessivo de bordões;

- Falta de concordância, sintaxe truncada e frases incompletas;

- Mudanças de registo involuntárias;

� Falta de estratégias para tornar o discurso mais comunicativo e mais

agradável:

- Ausência de reiteração: reformulação, focalização;

- Não se utilizam exemplos ou elementos ilustrativos;

- Não se procura a implicação dos receptores;

� Falta de controlo sobre a modalização;

� Falta de controlo sobre os elementos supra-segmentais (ênfase

expressivo, dicção, velocidade, etc.) e não verbais (imagem e atitude,

olhar, gestos, etc.);

� Falta de integração coordenada destes elementos no discurso».

(idem, ibidem: 95, 99-101)

Introdução

5

Como se pode verificar, são várias as dificuldades manifestadas pelos discentes na

produção de discursos orais formais.

Deve acrescentar-se, ainda, que a competência de comunicação oral, e quando se

fala em comunicação oral fala-se em compreensão e em expressão oral, é apresentada

como nuclear no ensino-aprendizagem do Português, nos documentos programáticos,

nomeadamente no Programa de Português 10.º, 11.º e 12.º anos: Cursos Científico-

-Humanísticos e Cursos Tecnológicos. Nele, podem encontrar-se indicações no sentido

de se considerar o oral como um objecto de ensino autónomo e de o trabalhar em sala de

aula enquanto tal, como se pode verificar no excerto seguinte:

«Do ponto de vista exclusivo da disciplina, dada a complexidade da

comunicação oral, que associa os códigos verbal, paraverbal e não

verbal, torna-se imperativo conceder a este domínio um estatuto

autónomo no processo de ensino-aprendizagem, embora em

articulação com os domínios da leitura e da escrita. Deverão ser

introduzidos nas aulas de Português espaços de ensino-

aprendizagem da língua portuguesa-padrão, do oral reflectido e de

géneros públicos e formais do oral, tanto ao nível da compreensão

como da produção, instituindo o aluno como ouvinte activo e locutor de

pleno direito.»2 (2002: 18).

Apesar destas evidências, a escola tem encarado o oral mais como um meio para

aprender, isto é, como meio para transmitir conteúdos diversificados, do que como um

objecto de estudo por si só, alvo de uma planificação e de uma avaliação específicas. O

oral tem ocupado, portanto, um lugar de desprestígio no ensino da língua materna

(Figueiredo, 2004; Lobo, 2002; Pietro & Wirthner, 1996, apud Dolz & Schneuwly,

1998). Historicamente, o ensino do oral é um produto tardio. Até aos anos sessenta, o

termo «oral» não era referido nos documentos oficiais para o ensino nem nos manuais

escolares. Só posteriormente se começou a mencionar a necessidade de reflectir sobre a

comunicação e de o oral ser trabalhado em diferentes situações em que os alunos sejam

detentores da palavra, com vista à aquisição de competências comunicativas. Se do

ponto de vista programático o oral ganhou espaço, ao nível das práticas em sala de aula,

2 Sublinhado meu.

Introdução

6

não é tido como objecto de ensino autónomo (Dolz & Schneuwly, 1998; Figueiredo,

2004).

Actualmente, o oral continua a enfrentar o mesmo problema. Segundo

Figueiredo, «O único ‘oral’ que se ensina hoje nas nossas escolas está ainda ligado à

escrita. […] O oral não é concebido com um objecto de estudo escolar e a prova disso é

que o seu ensino e aprendizagem não é prática corrente no quotidiano das aulas.» (2004:

50-51).

O relatório intitulado O Ensino e a Aprendizagem do Português na Transição do

Milénio (2001), da Associação de Professores de Português (APP), dá uma visão clara

do lugar do oral formal na aula de Português. Neste, pode ler-se que alguns professores

dizem que começam a treinar a oralidade no início do 3º ciclo, a qual acaba por ser

secundarizada, segundo estes, em virtude da «falta de tempo» para cumprir um

«programa extenso». Acaso a compreensão oral e a expressão oral não são

contempladas no Programas de Português do Ensino Básico e no Programa de

Português 10.º, 11.º e 12.º anos? Nota-se, aqui, uma incongruência, já que, se há a

preocupação de cumprir o programa, o oral deveria integrar os conteúdos a leccionar,

uma vez que faz parte dos conteúdos que vêm nos programas.

Em outros países, a situação na língua materna parece ser a mesma, já que um

inquérito realizado pelos francófonos Pietro e Wirthner (1996, apud Dolz & Schneuwly,

1998), sobre a prática dos professores, resultou em constatações como as seguintes:

«- l’oral est surtout travaillé comme une passerelle pour l’apprentissage de

l’écrit;

- les enseignants analysent l’oral à partir de l´écrit;

- l’oral est bien présent en classe, mais dans ses variantes et ses «normes»

scolaires au service de la structure formelle écrite de la langue ;

- la lecture à haute voix, c’est-à-dire l’écrit oralisé, représente l’activité orale la

plus fréquemment pratiquée (70% des enseignants interrogés).»

(Dolz & Schneuwly, 1998: 61-62).

Verifica-se, pois, um certo desconforto por parte dos professores, relativamente ao

ensino do oral, em particular em relação ao oral como um objecto de ensino autónomo,

equiparado à leitura e à escrita.

Para tal têm sido apontadas várias razões entre as quais se destacam as seguintes:

a inexistência de uma tradição de ensino e avaliação do oral formal; a escassez, quase

ausência, de modelos teóricos e metodológicos; a inexistência de materiais didácticos

Introdução

7

adaptados; e a ideia que têm os docentes de que o oral não precisa de ser ensinado. São

vários os autores que referem estes motivos, nomeadamente Casanova & Reyzábal,

1993; Lafontaine, 2000; Mata, 1992, 1999b, 2004; Pietro, Érard e Kaneman-Pougatch,

1997; Vilà i Santasusana, 2005. Na aula de língua materna o oral está sempre presente,

porém, é utilizado, maioritariamente, para garantir a comunicação entre professor e

alunos e transmitir conhecimentos, ou seja, como meio de ensino.

Defende-se, portanto, que o oral deve ser ensinado na aula de Português,

desfrutando de um estatuto de autonomia e sendo objecto de um ensino explícito e

sistemático. Neste sentido, Fernandes e Barbosa afirmam que

«os resultados obtidos vêm comprovar a necessidade das aulas de Língua

Portuguesa contemplarem espaços de trabalho efectivo e sistemático a nível da

comunicação oral que, tal como ler e escrever, exige tempo, actividades

diversificadas e uma programação rigorosa e hierarquizada de conteúdos a

trabalhar e de competências a desenvolver.» (2007: 8).

Com a consciência desta situação, foram definidos os seguintes objectivos gerais

para a prática de ensino supervisionada levada a efeito numa turma do 12.º ano de

escolaridade da Escola Secundária de Camões:

i) ensaiar estratégias possíveis de intervenção didáctica no ensino explícito

e sistemático do oral formal, na aula de Português, contribuindo para a sua

promoção;

ii) elaborar e implementar uma sequência didáctica sobre a argumentação

oral em situação de debate, cujo desenho segue o modelo de ensino do oral

formal de Dolz e Schneuwly (1998), descrito mais adiante. Tendo presentes estes objectivos gerais, o relatório tem os seguintes objectivos

específicos:

i) descrever pormenorizadamente a sequência didáctica elaborada e o seu

processo de implementação;

ii) avaliar as produções orais do alunos em diferentes momentos da

intervenção didáctica;

iii) reflectir sobre as dificuldades relativas à argumentação oral em situação

de debate.

Introdução

8

Os objectivos que norteiam o trabalho que aqui se apresenta evidenciam, assim, a

tentativa de explorar novos caminhos, para que o oral formal possa adquirir, em aula,

um estatuto de objecto de ensino, diminuindo a distância entre as orientações dos

documentos programáticos e as práticas desenvolvidas na aula de Português.

1.2. Estrutura do relatório

Nesta secção, faz-se uma apresentação dos capítulos que compõem o relatório. A

este capítulo inicial juntam-se mais cinco capítulos, sendo o relatório estruturado em

seis capítulos, no total.

O segundo capítulo apresenta um enquadramento sobre os principais modelos

de referência de ensino do oral formal e sobre a retórica e a argumentação oral.

No terceiro capítulo, expõe-se a metodologia adoptada, no desenho da

intervenção didáctica e na selecção dos materiais de input utilizados, e caracterizam-se

as duas turmas envolvidas neste projecto (turma alvo e turma de controlo).

O quarto capítulo é dedicado à descrição da intervenção, que inclui a

apresentação das actividades desenvolvidas e dos materiais elaborados e utilizados, quer

no ensino-aprendizagem, quer na avaliação.

No quinto capítulo, analisam-se e comparam-se os resultados obtidos no pré-

-teste e no pós-teste da turma alvo e da turma de controlo.

O sexto capítulo apresenta uma síntese do trabalho desenvolvido e uma reflexão

sobre as conclusões mais importantes. Inclui, ainda, as principais limitações do trabalho

e possíveis caminhos para trabalhos futuros.

9

CAPÍTULO 2

ENQUADRAMENTO

Neste capítulo, procede-se ao enquadramento do ensino do oral formal e da

retórica e argumentação oral3. Na primeira secção, descrevem-se os principais modelos

para o ensino da oralidade. Na segunda secção, faz-se um apanhado geral sobre a

relevância da argumentação em diferentes épocas e apresentam-se os principais aspectos

que se considera deverem ser trabalhados, aquando do ensino da argumentação oral.

2.1. Modelos didácticos de ensino da oralidade

No que diz respeito ao ensino do oral formal, vários autores defendem que, além der ser

utilizado como um meio para transmitir conhecimentos, ou seja, como um meio de

ensino, o oral pode e deve ser considerado como um objecto autónomo de ensino-

-aprendizagem. Eddy Roulet, concordando com a tese formulada por Perrenoud,

segundo a qual «une véritable maîtrise de l’oral ne s’acquiert pas spontanément» (1988:

2), enuncia a sua própria tese: «Il faut enseigner l’oral.» (1991: 42). Pietro, Érard e

Kaneman-Pougatch, depois de apresentar o modelo didáctico do debate público

regulado, apresentam a seguinte exclamação: «Tout comme l’écrit, l’oral s’enseigne!»

(1997: 126). Dolz e Schneuwly afirmam, de modo claro e sucinto, que «L’oral

3 Tendo em conta as dificuldades sentidas na Língua Inglesa, consultou-se, principalmente, bibliografia em Língua Portuguesa, Espanhola, Catalã e Francesa.

10

s’enseigne» (1998: 27). Lafontaine coloca a questão: «L’oral peu-il s’enseigner au

même titre que la grammaire, la lecture, l’écriture ?» (2000: 42) e apresenta de imediato

a sua posição relativamente a este assunto:

«À cette question je réponds par l’affirmative; mes expériences

d’enseignement de l’oral en classe prouvent hors de toute doute que l’oral

peut devenir un véritable objet d’enseignement au lieu de simplement

demeurer un moyen de transmission du savoir.» (idem, ibidem).

O modelo didáctico de ensino dos géneros de Dolz e Schneuwly (1998) ocupa um

lugar de destaque no panorama actual do ensino do oral formal, pois é utilizado por

vários autores (Lafontaine 2001; Le Cunff, 2004; Sousa, 2006; Vilà i Santasusana,

2005). Um outro modelo importante é o de Lafontaine (2001), que construiu o modelo

didáctico da produção oral na aula de Francês, no ensino secundário, dotado de

características próprias, mas inspirado no anterior. Nesta secção descreve-se o modelo

de Dolz e Schneuwly (1998) e explicitam-se as principais diferenças apresentadas pelo

modelo de Lafontaine (2001), em relação a este. As propostas apresentadas por estes

autores são representadas nos esquemas reproduzidos de seguida.

Figura 1: Esquema da sequência didáctica de ensino dos géneros orais formais (Dolz & Schneuwly, 1998)

Na proposta de Dolz e Schneuwly (1998), encontra-se uma primeira etapa de

introdução dos alunos numa determinada situação de comunicação que corresponde a

um projecto de produção oral da turma e mais três etapas que constituem a sequência

didáctica: a produção inicial, os ateliers e a produção final.

Projet de classe

Mise en situation

Atelier

Atelier

Atelier

Atelier

Séquence didactique

Production initiale

Production finale

Enquadramento

11

Figura 2: Modelo didáctico da produção oral na aula de Francês, no secundário (Lafontaine, 2001)

O modelo didáctico de produção oral de Lafontaine (2001, apud Lafontaine,

2003a, 2003b, 2004) integra as seguintes componentes: intenção de comunicação;

situação de comunicação (integração de práticas de leitura, de escrita e de comunicação

oral, o tipo de temas apresentados aos alunos, a tomada em consideração dos campos de

interesse dos alunos e a consideração do destinatário); actividades de oral planificado e

integrado (produção inicial, o ponto da situação relativamente aos conhecimentos dos

alunos e os ateliers formativos); e a avaliação sumativa.

Verifica-se, portanto, que, embora as propostas apresentem algumas diferenças

entre si, ambas convergem no mesmo sentido. Uma sequência de ensino explícito e

sistemático do oral deve ser constituída por três etapas fundamentais: «production

initiale», «ateliers formatifs» e «production finale/évaluation sommative» (Dolz &

Schneuwly, 1998: 94 e Lafontaine, 2001, apud Plessis-Bélair et al., 2007: 53).

Relativamente às duas primeiras etapas, os referidos modelos apresentam

algumas diferenças. O modelo de Dolz e Schneuwly (1998) começa com a «mise en

situation» e continua com a «production initiale». Já o modelo de Lafontaine (2001)

apresenta, em primeiro lugar, a «production initiale» e depois a etapa designada «état

des connaissances des élèves».

MODÈLE DIDACTIQUE DE LA PRODUCTION ORALE

EN CLASSE DE FRANÇAIS AU SECONDAIRE (LAFONTAINE, 20 01) 1- Intention de communication (projet de communication orale)

2- Situation de communication :

� intégration des pratiques d'oral, de lecture et d'écriture

� intérêt des sujets présentés aux élèves : signifiants ou non signifiants

� prise en compte des intérêts des élèves : forme de l'activité, créativité, jeu, etc.

� prise en compte de l'auditoire : réel destinataire et participation active de l'auditoire

3- Activités d'oral planifié et intégré

� Production initiale

� État des connaissances des élèves

� Ateliers formatifs en oral : modélisation totale par l'enseignant et parfois par l'élève,

apprentissage des rôles à jouer, apprentissage lié aux types de pratiques, apprentissage de faits

de langue, apprentissage des techniques d'écoute

4- Évaluation sommative

Enquadramento

12

A «mise en situation» do primeiro modelo consiste na introdução dos alunos na

sequência didáctica. Nesta fase, pretende-se que os alunos construam uma ideia acerca

do trabalho que vai ser desenvolvido. Qualificada pelos autores como um momento

crucial e difícil, esta etapa apresenta duas dimensões. Por um lado, a de um projecto de

produção oral que é dado a conhecer aos alunos: o tipo de produção oral que vai ser

trabalhado, o destinatário da produção, o contexto em que esta vai ser recebida e quem

vai participar. Por outro lado, a dos conteúdos que vão ser estudados, durante a

sequência didáctica, e que devem ser apresentados aos alunos para que estes tomem

conhecimento da sua importância. Em suma, citando as palavras de Dolz e Schneuwly,

« La phase préalable de mise en situation permet donc de présenter aux élèves toutes les

informations nécessaires pour connaître le projet communicatif visé et l’apprentissage

langagier qui y est lié.» (1998: 96).

Neste modelo didáctico, a etapa que se segue à «mise en situation» é a

«production initiale». Esta constitui o momento em que os alunos são chamados a

realizar pela primeira vez a actividade de produção oral ou o género oral que é objecto

de ensino-aprendizagem. Os alunos têm, assim, a oportunidade de ver na prática aquilo

que lhes foi apresentado na «mise en situation» e de tomar consciência do que já sabem

e das suas dificuldades. Esta primeira etapa da sequência permite, portanto, a

(re)definição dos aspectos que é preciso trabalhar. O professor observa estas primeiras

produções e, em função do que observar, ajusta a sequência didáctica às necessidades e

às capacidades dos alunos. Os autores afirmam que «La production initiale, tout en

initiant et régulant la séquence didactique dans son ensemble, constitue donc aussi son

premier lieu d’enseignement/apprentissage.» (Dolz & Schneuwly, 1998: 99).

O modelo didáctico de produção oral elaborado por Lafontaine (2001) apresenta

uma primeira etapa, a «production initiale», em que os alunos se confrontam com as

representações que possuem da actividade de produção oral ou do género que é objecto

de ensino e, tal como no modelo didáctico de Dolz e Schneuwly (1998), fazem uma

primeira produção oral. Lizanne Lafontaine (2004) salienta o facto de esta produção

inicial ser feita com base nos conhecimentos que os alunos já possuem. A autora afirma

que, nesta etapa, «l’enseignant fait faire aux élèves une courte production orale par

exemple, un court débat) selon leurs propres connaissances antérieurs» (2004: 70) e

acrescenta que «Cette étape a pour but de placer les élèves au centre de leur

Enquadramento

13

apprentissage et de leur faire réaliser qu’ils ont des apprentissages à faire et des

compétences langagières à développer.» (idem, ibidem).

Quanto à segunda etapa, ela é denominada «l’état des connaissances des élèves»

e consiste em fazer uma reflexão sobre a produção inicial, de forma a identificar os

aspectos mais conseguidos e os menos conseguidos. Assim, alunos e professor chegarão

aos objectivos de aprendizagem, às competências a desenvolver e aos conteúdos a

trabalhar. Citando as palavras da autora, «tout de suite après la production initiale,

l’enseignant fait un retour avec ses élèves sur celle-ci. Il leur demande de relever les

points forts e les points faibles en vue de fixer des objectifs d’apprentissage et des

compétences à développer.» (idem, ibidem).

Apesar das diferenças no que respeita a estas duas etapas iniciais, ambos os

modelos didácticos de ensino do oral apontam no mesmo sentido. Na parte inicial de

uma sequência didáctica de ensino do oral, é preciso que os alunos realizem uma

primeira produção, para que tomem consciência da actividade de comunicação ou do

género que vão trabalhar ao longo da sequência, dos aspectos que dominam e daqueles

em que sentem dificuldades, sendo que estes últimos serão trabalhados nos ateliers

formativos.

A terceira etapa consiste na realização de ateliers formativos no domínio do oral,

quer no modelo didáctico de Dolz e Schneuwly (1998), quer no de Lafontaine (2001),

ainda que no primeiro sejam sugeridos quatro ateliers e no segundo cinco. Estes ateliers

são aquilo a que se poderia chamar «oficinas de oralidade», ou seja, momentos de

trabalho sobre diferentes aspectos relativos à comunicação oral, nomeadamente aqueles

que constituíram dificuldades para os alunos, aquando da produção inicial. Segundo

Dolz e Schneuwly, quando se fala em ateliers fala-se num «travail en commun sur des

problèmes soulevés par la production de textes oraux dans une situation de

communication bien définie.» (1998: 99).

Segundo Dolz e Schneuwly (1998), a construção de ateliers formativos é

necessário ter em conta os seguintes aspectos: o que se ensina, as capacidades dos

alunos e as características da turma a que se destina a sequência didáctica da qual fazem

parte os ateliers. No que respeita ao que é ensinado, os autores destacam a necessidade

de o aluno ser capaz de «se représenter la situation de communication», «élaborer et

connaître des contenus», «organiser et planifier l’activité» e «mettre en texte» (1998:

100 e 101). Nos ateliers, devem ser tratados aspectos pertencentes a diferentes níveis do

Enquadramento

14

domínio do oral e que se complementem entre si. Na escolha destes, convém que

também sejam tidas em conta as capacidades dos alunos e as indicações dadas no

programa da disciplina e nos estudos sobre o oral. É importante, ainda, que se

construam ateliers ajustados às necessidades dos alunos. Dolz e Schneuwly (1998)

referem que, normalmente, um atelier integra três tipos de abordagens: a escuta, a

observação e a análise de textos de referência; a participação em diferentes situações

que permitam praticar determinadas dimensões da actividade de produção oral e a

construção de toda uma linguagem que permita falar sobre a actividade de produção

oral que é trabalhada. Lafontaine sugere cinco tipos de ateliers diferentes:

«modélisation totale par l’enseignant et parfois par l’élève; apprentissage des

rôles à jouer ; apprentissage lié au type de pratiques ; apprentissages des faits de

langue et apprentissage des techniques d’écoute» (2004: 70).

Tendo em conta o que é referido em ambas as propostas, os ateliers destinam-se

a trabalhar diferentes aspectos do domínio do oral e a desenvolver capacidades de

comunicação oral.

A quarta e última etapa do modelo didáctico de Dolz e Schneuwly (1998) e do

de Lafontaine (2001) é uma produção final, designada «production finale», na primeira

proposta, e «évaluation sommative», na segunda. Nela, espera-se que os alunos invistam

os conhecimentos adquiridos ao longo dos ateliers. «Elle donne aux élèves la

possibilité, à travers la réalisation de l’activité langagière dans sa totalité, de mettre en

pratique et d’intégrer les savoirs élaborés et les divers outils sémiotiques appropriés

abordés dans les ateliers.» (Dolz & Schneuwly, 1998: 94). Esta etapa de produção final

constitui uma avaliação das aprendizagens dos alunos, precedida e preparada por uma

avaliação formativa. A respeito disto, Lafontaine afirma que uma sequência didáctica

como a que tem vindo a ser descrita «permet aux élèves de réaliser une évaluation

formative en production ou en compréhension orales avant d’être évalués en production

finale sommative.» (2007: 20). É, ainda, de referir que a produção final desempenha um

papel importante na verificação da evolução dos alunos desde a produção inicial. Como

afirmam Dolz e Schneuwly, «la production finale est un révélateur important des

apprentissages effectués : aussi bien les élèves que l’enseignant peuvent observer s’il y

a eu progression par rapport au point de départ…» (1998: 113).

O modelo didáctico para o ensino do oral de Dolz e Schneuwly (1998) constitui

o quadro teórico-metodológico do presente estudo, uma vez que a intervenção didáctica

Enquadramento

15

sobre a argumentação oral em contexto de debate, que constitui a base deste, foi

inspirada directamente nele.

2.2. A Retórica e a argumentação oral

A arte oratória, isto é, a arte de bem falar, sempre se revestiu de grande

importância e prestígio na vida púbica. Saber falar perante um público é condição si ne

qua non para que se possa argumentar, convencendo e persuadindo, pelo recurso a uma

arma muito mais forte do que a violência usada pelos tiranos, que é a palavra. Segundo

Aristóteles (2006), saber persuadir é uma necessidade e uma obrigação do homem livre:

«…seria absurdo que a incapacidade de defesa física fosse desonrosa, e o não fosse a

incapacidade de defesa verbal, uma vez que esta é mais própria do homem do que o uso

da força física.» (Retórica, I, 1, 1355a -1355b).

Realiza-se, em seguida, um apanhado geral sobre a importância da Retórica,

durante os dois períodos mais relevantes da sua história, que são a Antiguidade Clássica

e o mundo contemporâneo, a que correspondem a Retórica Clássica e a Nova Retórica,

respectivamente, partindo de autores como Albaladejo, 1993; Barilli, 1979; Declercq,

1992; Senger, 1967, que trataram o assunto, e dos ícones mais relevantes nesta área, em

cada uma das épocas, sendo, na primeira, Aristóteles, 2006; Cícero, 1960a, 1960b,

1966, 1989, 1994; e Quintiliano, 1975-1980, e, na segunda, C. Perelman e L. Olbrechts-

-Tyteca, 1988.

O estabelecimento da Retórica teve lugar no século V a.C., na Magna Grécia, na

cidade de Siracusa, pela mão de Corax e Tísias, tendo o primeiro feito uma certa

sistematização da argumentação, utilizada com o intuito de persuadir perante os

tribunais, de acordo com uns, e perante a assembleia política, de acordo com outros

(Albaladejo, 1993). Nas palavras de Cícero (1966):

«Aussi, suivant Aristote, ce fut seulement après l’abolition de la tyrannie en Sicile,

quand les procès (…) furent de nouveau soumis à des tribunaux réguliers que (…)

deux hommes, Corax e Tisias, composèrent une théorie de la rhétorique avec des

préceptes. Avant eux personne n’avait, pour parler, une méthode raisonnée.»

(Brutus, 46)

Deve salientar-se que, ainda no mesmo século, os sofistas tiveram um papel importante

como precursores dos retores, uma vez que foram os primeiros a assegurar o ensino da

Enquadramento

16

palavra em Atenas. Também Isócrates teve uma influência decisiva na fase inicial de

configuração da Retórica, uma vez que foi o primeiro a introduzi-la nos estudos

regulares dos jovens de Atenas.

No século IV a.C., a Retórica fica completamente estabelecida no sistema de

pensamento da Antiguidade Clássica, com a Retórica, de Aristóteles. Segundo o

próprio, a Retórica «parece ter, por assim dizer, a faculdade de descobrir os meios de

persuasão sobre qualquer questão dada» (2006: 96). De acordo com Albaladejo, «esta

obra de Aristóteles es fundamental para la consolidación histórica de la Retórica, por

una parte porque la define y aclara su función, y por otra parte porque establece

categorías imprescindibles para la constitución del sistema retórico, como son el propio

concepto de discurso, los géneros de oratoria, las operaciones que realiza el orador, las

diferentes funciones de los oyentes de discurso en relación con éste, etc.…» (1993: 25).

Em Roma, a Retórica surge no século II a.C.. A Rhetorica ad Herennium,

tratado de Retórica mais antigo, escrito em Latim, conservado, é atribuída a Cícero e o

De Inuentione, a primeira obra retórica claramente da sua autoria, «demonstram um

domínio seguro dos tratados gregos, de que efectuam uma boa síntese e transposição,

mesmo linguístico-nomenclatória, para a latinidade» e tiveram uma importância

incalculável, dado que, ao longo de mais de um milénio, deram a conhecer a Retórica

Clássica ao mundo ocidental (Barilli, 1979: 39). As obras de Retórica de Cícero,

produzidas já num período de maturidade, datam de muitos anos após as que foram

referidas e são o De Oratore, o Orator, as Partitiones oratoriae e os Topica. O De

Oratore destaca-se entre as obras de Retórica ciceronianas, porque é nela que o

pensamento de Cícero se expressa de forma imponente, constituindo um marco

importante na história da Retórica. O autor incide na formação do orador e nos

elementos do discurso. O Orator consiste na defesa da elaboração oral do discurso. As

Partitiones oratoriae constituem uma sistematização do instrumental da Retórica e das

suas categorias. Nos Topica são tratados diferentes aspectos da argumentação retórica.

Quintiliano é o responsável pela Institutio Oratoria, obra que consiste na

explicitação mais organizada do fenómeno retórico. Nas palavras de Barilli,

«a Institutio Oratória é insuperável em amplitude e sistematicidade: são bem doze

livros que examinam em pormenor cada aspecto da “arte”, procurando efectuar o

compêndio, histórico e ao mesmo tempo crítico e argumentado de todas as teses

que se foram apresentando: “enciclopédia”, como foi dito, mais do que tratado,

Enquadramento

17

exactamente pela ambição de conciliar e incluir todos os pontos de vista; é um

enorme compêndio retrospectivo, uma memorização paciente e infatigável.»

(Barilli, 1979: 51-52).

Ao contrário de Cícero, Quintiliano é, acima de tudo, um mestre de Retórica, um

historiador e um teórico da Retórica e é assim que se apresenta nesta obra. Teoriza sobre

a Retórica e sobre a educação integral do cidadão romano.

«La Retórica era, pues, en todo momento, un componente fundamental de la

formación de los ciudadanos. En las enseñanzas retóricas tenían una función muy

importante las exercitationes, ejercicios o prácticas que los alumnos de los

maestros de Retórica hacían como ensayo de la construcción y emisión de

discursos que se realizaba escribiendo, leyendo y diciendo, es decir, por medio de

la redacción, la lectura de textos de autores, que funcionan como modelos objeto

de imitación, y la pronunciación de discursos.» (Albaladejo, 1993: 28-29).

Do início da nossa era passa-se para uma época bastante distante, o século XX, já

que é na segunda metade deste século que se assiste à reactivação da Retórica, em que

se registam várias tendências entre as quais a Retórica da argumentação. Segundo

Albaladejo, «La Retórica como teoría de la argumentación se ha centrado

fundamentalmente en el razonamiento y en la estructuración argumentativa del

discurso.» (1993: 39). Neste processo de renascimento da Retórica, Chaїm Perelman

teve um papel crucial. Como afirma Declerq «C’est avec Chaїm Perelman, professeur

de philosophie du droit à l’université de Bruxelles, que la théorie de l’argumentation

retrouve sa place dans de socle épistémologique de l’occident moderne, comme

composante essentielle des relations sociales et interhumaines.» (1992: 119). Na obra

intitulada L’empire rhétorique. Rhétorique e argumentation., Chaїm Perelman deixa

claro que a teoria da argumentação, encarada com uma nova Retórica, «couvre tout le

champ du discours visant à convaincre ou à persuader quel que soit l’auditoire auquel il

s’adresse, et quelle que soit la matière sur laquelle il porte.» (2002: 21). No quadro da

nova retórica, Perelman e Olbrechts-Tyteca definem a argumentação como “l’étude des

techniques discursives permettant de provoquer ou d’accroître l’adhésion des esprits aux

thèses qu’on présente à leur assentiment.” (1988: 5). Para estes autores, argumentar

consiste, portanto, em ganhar a adesão de um auditório às teses que lhe são

apresentadas.

Enquadramento

18

Na linha do que acaba de ser exposto, no presente estudo entende-se que

argumentar consiste em defender uma posição, apresentando argumentos que a

sustentem e refutando contra-argumentos dos defensores de uma tese diferente, com a

finalidade de influenciar os destinatários/interlocutores. Quando se argumenta, o

discurso apresenta uma determinada estrutura e integra mecanismos que garantem a sua

coesão e a sua adequação à situação comunicativa, bem como diferentes técnicas

argumentativas. Considera-se, pois, que a argumentação é uma actividade discursiva

«que tiene una intención comunicativa determinada, que se desarrolla a partir de

mecanismos discursivos y lingüísticos característicos y de la utilización de una serie de

estrategias también características» (Cros, 2005: 59).

Posto isto, partindo de alguns trabalhos de referência sobre a argumentação e

sobre a oralidade, tendo em conta as dificuldades que os alunos costumam manifestar,

quando são chamados a produzir um discurso argumentativo, e com a noção dos

conteúdos apresentados no Programa de Português 10.º, 11.º e 12.º anos: Cursos

Científico-Humanísticos e Cursos Tecnológicos, defende-se que o trabalho sobre a

argumentação, na aula de Português, deve centrar-se principalmente nos aspectos que se

seguem: situação comunicativa, estrutura textual e lógica do discurso argumentativo,

coesão, modalização, actio e técnicas argumentativas.

2.2.1. A situação comunicativa

A produção de um discurso argumentativo insere-se sempre numa determinada

situação de comunicativa, em relação à qual o discurso produzido deve mostrar

adequação. No Programa de Português, apresenta-se a situação comunicativa como

conteúdo relativo às competências de compreensão oral e de expressão oral, no 12.º ano,

e, relacionados com ela, conteúdos como «estatuto e relação entre os interlocutores;

contexto» e num outro ponto a «intencionalidade comunicativa» (2001/2002: 15).

Considera-se que a situação comunicativa se define por diferentes parâmetros que dela

fazem parte, seguindo-se, por exemplo, Cros (2005), que afirma que estes «están

relacionados, fundamentalmente, con la intención comunicativa y con la relación que se

establece entre los participantes del acto comunicativo» (2005: 60). Defendendo que «es

importante que los docentes procuren guiar el análisis del contexto en el que se produce

la argumentación» (idem, ibidem), a autora refere outros aspectos como: âmbito social

Enquadramento

19

em que se insere o discurso, a relação com o destinatário, entre outros. Estes elementos

desempenham um papel primordial na adequação do discurso argumentativo à situação

de comunicação. No presente trabalho, entende-se que a caracterização da situação

comunicativa deve assentar em cinco parâmetros principais, a saber: grau de

formalidade do discurso, grau de preparação do discurso, intenção comunicativa,

destinatários do discurso e relação entre os interlocutores.

A definição do grau de formalidade do discurso tem um papel importante na sua

adequação à situação comunicativa, uma vez que a argumentação pode surgir em várias

situações que implicam diferentes graus de formalidade do discurso argumentativo que

se produz. Uma desadequação notória no que respeita a este parâmetro pode ter reflexos

negativos ao nível dos efeitos que se pretende provocar. Assim, propõe-se que, tendo

em conta, sobretudo, o lugar (social) de produção, se defina o grau de formalidade do

discurso em função de cinco registos – muito informal, informal, neutro, formal e muito

formal – que seguem a proposta de Joos (1967).

O grau de preparação do discurso argumentativo assume, igualmente, um papel

de relevo na sua adequação à situação de comunicativa, pois a argumentação pode

surgir integrada em actividades discursivas variadas, que decorrem em situações

diversas, e que exigem graus de formalidade e de preparação do discurso também

diferentes. Quando se trata de produzir um discurso argumentativo oral formal, é

importante que esse discurso apresente preparação, porque a falta dela pode constituir

uma sobrecarga cognitiva para o emissor, que se reflecte ao nível da produção oral, pela

falta de segurança e por uma transmissão pouco conseguida da mensagem pretendida,

comprometendo seriamente a finalidade do discurso produzido (Sousa, 2007). Os

discursos orais formais caracterizam-se, frequentemente, por um elevado nível de

planificação (Lugarini, 2003). Neste sentido, considera-se que o grau de preparação do

discurso argumentativo deve ser definido previamente, utilizando uma escala como, por

exemplo, a que se apresenta de seguida: espontâneo, escassamente preparado, neutro,

preparado ou muito preparado.

Por intenção ou intencionalidade comunicativa entende-se a finalidade que o

emissor, no caso do discurso argumentativo, o orador, se propõe alcançar com a

produção de um determinado discurso. É importante que ela seja especificada, visto que

varia em função do tipo de discurso produzido e um mesmo tipo de discurso pode ser

produzido com intenções comunicativas diferentes, consoante a situação de

Enquadramento

20

comunicação em que a produção se insere. A intenção comunicativa não é a mesma

quando se produz um discurso expositivo, que é essencialmente a de informar sobre um

determinado assunto, e quando se produz um discurso argumentativo, que pode ser a de

convencer um auditório, incitar à acção, manipular, entre outras. Considera-se, pois,

que, ao fazer a caracterização da situação comunicativa, deve definir-se de forma

precisa a intenção comunicativa, para que o discurso argumentativo surta o efeito

pretendido.

A importância de ter em conta o destinatário para produzir um discurso

adequado à situação comunicativa vem já da retórica clássica. Por exemplo, Cícero

(1960a), na sua obra Partitiones Oratoriae (§ 90), salienta que é preciso falar de

maneira diferente consoante o destinatário do discurso. O destinatário é o conjunto de

pessoas a quem se destina o discurso e a quem o orador quer influenciar. Para isso, é

fundamental que o orador tenha em conta as características do destinatário –

conhecimentos, idade, estatuto – de modo a que, em função delas, possa, por exemplo,

escolher os argumentos mais adequados e prever possíveis contra-argumentos que

possam ser colocados aos seus argumentos.

A relação entre os interlocutores constitui o último dos parâmetros de análise da

situação comunicativa que aqui se apresentam. A importância de determinar a relação

entre os interlocutores, que poderá ser mais próxima ou mais distante, reside na

necessidade de adequar o discurso argumentativo produzido, por exemplo, no que

respeita às formas de tratamento.

2.2.2. Estrutura do discurso argumentativo A estrutura da argumentação tem sido tratada por vários autores, desde os

clássicos, Aristóteles e Cícero, até aos mais actuais como, por exemplo, Adam (2005).

Na retórica clássica, destacam-se quatro partes fundamentais do discurso retórico4:

proémio, exposição, provas e epílogo (Aristóteles, Rétorica, 1414b) ou exordium,

narratio, confirmatio e peroratio/conclusio (Cícero, Orator (122)). A estrutura é,

portanto, a seguinte: uma parte inicial (proémio/exordium), correspondente à

4 Cícero, na sua obra de juventude, De Inuentione (I, 19), enumera seis partes do discurso – exordium, narratio, partitio, confirmatio, reprehensio e conclusio –, passando a salientar apenas quatro partes principais em obras posteriores, por exemplo: Orator (122), Partitiones Oratoriae (IV, 27) e Topica (97-98).

Enquadramento

21

introdução; uma parte em que são expostos os factos (exposição/narratio); uma outra

em que são apresentados argumentos em apoio à posição defendida e refutados os

argumentos contrários (provas/confirmatio) e uma parte final ou conclusão

(epílogo/peroratio/conclusio). Posto isto e tendo em conta que é possível que a primeira

parte e a segunda sejam vistas como uma só, pode considerar-se que o discurso

argumentativo apresenta uma estrutura de base tripartida. A introdução, em que se

fornece informação ao auditório, de modo a dispô-lo favoravelmente e a prepará-lo para

a audição do discurso; o desenvolvimento, que consiste na apresentação de argumentos

a favor da posição que se defende e na refutação dos argumentos contrários, e a

conclusão, em que se sintetiza e reforça o que foi defendido.

De um ponto de vista mais actual, Adam (2005), no seu estudo sobre tipologia

textual, em que defende a existência de sequências textuais prototípicas, propõe o

seguinte esquema da sequência argumentativa prototípica.

THÈSE + DONNÉES Étayage donc probablement CONCLUSION ATÉRIEURE (Prémisses) argumentatif (Nouvelle) Thèse P. arg 0 P. arg 1 P. arg 2 P. arg 3 à moins que Topoï RESTRICTION P. arg 4

Figura 3: Esquema da sequência argumentativa prototípica (Adam, 2005: 118) A sequência argumentativa prototípica, conforme é apresentada pelo autor, surge como

um conjunto de macroproposições ou fases (Bronckart, 1996: 221) que se sucedem

umas às outras: a fase das premissas ou dados, a fase dos argumentos, a fase dos contra-

-argumentos e a fase da conclusão.

Este esquema textual nem sempre surge de forma completa em discursos

argumentativos reais, podendo estes desenvolverem-se de diferentes maneiras (Cuenca,

1995). Por exemplo, a conclusão pode surgir de forma mais ou menos explícita, tal

como os contra-argumentos, que podem ser apenas mencionados ou ficar implícitos.

Principalmente quando se trata de argumentação oral, como é o caso da argumentação

em contexto de debate, muitas vezes há interrupções e o seu desenvolvimento pode

assumir uma orientação diferente da que tinha sido pensada, devido às intervenções dos

interlocutores. Por conseguinte, considera-se que «la forma textual característica de la

argumentación es la reproducción más o menos completa del esquema lógico que pone

en relación unas premisas, unos argumentos (y unos contraargumentos) e unas

Enquadramento

22

Tese_______________________________________________________________ Anúncio dos principais argumentos ______________________________________ Argumento 1

� Eventual contra-argumento

� Refutação do contra-argumento

Argumento 2

� Eventual contra-argumento

� Refutação do contra-argumento

Argumento 3

� Eventual contra-argumento

� Refutação do contra-argumento Síntese dos argumentos_________________________________________________

Tese________________________________________________________________

conclusiones» (Cros, 2005: 62), na linha de Anscombre e Ducrot (1983). De um ponto

de vista lógico, poder-se-á reconstruir a estrutura da argumentação, ainda que

discursivamente surja muitas vezes de forma incompleta. A estrutura lógica da

argumentação pode ser representada num esquema como o que a seguir se apresenta.

Figura 4: Esquema da estrutura lógica do discurso argumentativo (inspirado em Cros, 2005)

Este esquema integra os elementos fundamentais que constituem a argumentação

e que se considera deverem ser trabalhados no ensino-aprendizagem da argumentação

oral. Em função da posição adoptada em relação ao tema, importa definir a tese;

antecipar os argumentos a desenvolver, mediante a apresentação das palavras-chave ou

núcleos argumentativos; produzir argumentos que sustentem a tese e prever e refutar

eventuais contra-argumentos dos opositores; fazer uma síntese dos argumentos e

apresentar (de novo) a tese, orientando, deste modo, o discurso para uma conclusão.

Pode dizer-se que a estrutura textual do discurso se apresenta constituída por uma parte

inicial que integra a apresentação da tese e o anúncio dos principais argumentos que vão

ser desenvolvidos; uma segunda parte, o desenvolvimento, em que são apresentados e

expandidos argumentos que fundamentam a tese defendida e em que são previstos

eventuais contra-argumentos dos opositores, refutando-os antecipadamente; por último,

a síntese dos argumentos e a reiteração da tese defendida, de forma a reforçá-la.

Enquadramento

23

2.2.3. Conectores discursivos e recursos modalizadores

Na argumentação, são utilizados recursos linguísticos destinados a estabelecer

relações entre as partes do discurso, de forma a garantir a sua coesão, e outros que

assumem um papel fulcral na adequação do discurso à situação comunicativa. Trata-se

do uso de conectores e de recursos modalizadores, que se considera serem mecanismos

linguísticos com grande relevo no discurso argumentativo.

2.2.3.1. Conectores discursivos

Entre os mecanismos que contribuem para garantir a coesão de um discurso

encontram-se os conectores discursivos, que desempenham um papel fulcral no que a

isso diz respeito. São os conectores que ligam as partes do discurso entre si,

estabelecendo nexos lógico-semânticos entre elas e indicando a interpretação que tem

de se fazer. Citando Cuenca, os conectores «tienen la función básica de relacionar dos

porciones de discurso (sintagmas o cláusulas, en el nivel oracional, y oraciones y

párrafos, en el nivel textual), explicitando de qué manera se tiene que interpretar

semántica y/o pragmáticamente la una respecto a la otra. Así, ponen de manifiesto la

conexión semántica entre las partes y marcan la orientación pragmática, y

concretamente argumentativa, de los componentes de la oración y del texto.» (1995:27).

Os conectores desempenham, portanto, um papel fundamental no encadeamento dos

principais elementos que constituem a estrutura formal da argumentação (tese –

argumentos – contra-argumentos – conclusão).

Cuenca (1995) apresenta uma proposta de classificação dos conectores mais

específicos do discurso argumentativo, arrumando-os em três grupos principais: os

contrastivos, os causais e consecutivos, e os distributivos. Refere, ainda, que são

frequentemente utilizados, na argumentação, os condicionais, generalizadores,

exemplificadores e reafirmativos ou enfáticos. Partindo desta proposta, da classificação

dos conectores de Duarte (2003) e do trabalho desenvolvido por Costa (2010),

distinguiram-se os conectores que se consideram comuns do discurso argumentativo,

tendo em conta o tipo de relação que estabelecem e a orientação argumentativa que

imprimem às partes do discurso.

A causalidade é o tipo de conexão mais característica da argumentação, por ser

inerente à estrutura do discurso argumentativo (Cros, 2005). Os conectores que marcam

Enquadramento

24

este tipo de relação introduzem argumentos e a sua justificação. Exemplos: porque, pois

que, uma vez que, por, como. Um outro tipo de conexão que se estabelece,

frequentemente, nos discursos argumentativos, é a explicitação-particularização.

Conectores como isto é, quer dizer, por exemplo, nomeadamente, destinam-se a

introduzir provas que sustentem os argumentos apresentados. A relação de

inferência/conclusão é marcada por conectores que introduzem conclusões parciais

como, por exemplo, assim, logo, deste modo, por conseguinte. A relação de

confirmação verifica-se quando são utilizados conectores para introduzir argumentos

com valor de confirmação, por exemplo: efectivamente, de facto. O contraste é um tipo

de conexão também característico do discurso argumentativo, dado que a argumentação

pressupõe a existência de contra-argumentação. O contraste concessivo é estabelecido

por conectores como ainda assim, contudo, no entanto, apesar de. O contraste antitético

é expresso, por exemplo, por mas, pelo contrário, em vez de, por oposição. Estes

conectores têm como função introduzir contra-argumentos e a sua refutação. O contraste

substitutivo é manifestado por conectores como mais precisamente, por outras

palavras, que introduzem reformulações. A listagem enumerativa é um tipo de conexão

muito importante no discurso argumentativo, visto que é conveniente apresentar vários

argumentos para fundamentar a tese que se defende. Os conectores que manifestam esta

relação e que se destinam a garantir a organização dos argumentos no discurso,

articulando-o como um todo, são, por exemplo, em primeiro lugar, em segundo lugar,

em seguida, finalmente. Também com um papel importante na organização do discurso,

a síntese é um tipo de conexão estabelecido por conectores como assim, em conclusão,

em síntese, em suma, que apresentam a conclusão da argumentação.

2.2.3.2. Recursos modalizadores

Sob a designação de recursos modalizadores incluem-se os meios utilizados para

manifestar a modalização do discurso. O conceito de modalização tem sido

perspectivado de formas diversas por diferentes autores, existindo, por isso, uma grande

variação terminológica, no que respeita a este conceito – veja-se a este propósito, por

exemplo, Marques (2006). Posto isto, define-se, antes de mais, a forma como é

entendida a modalização, neste estudo. Adoptando a proposta de Grau (2003 e 2005),

que parte dos trabalhos de autores que se dedicaram a esta questão como, por exemplo,

Enquadramento

25

Kerbrat-Grecchioni, Charaudeau, Maingueneau e Authier-Revuz, considera-se que a

modalização consiste, sobretudo, na atitude do emissor em relação aos

enunciados/discurso que produz e aos seus interlocutores/destinatários. Citando as

palavras de Grau, «la moditizació és l’actitud que adopta el locutor respecte a allò que

diu (els enunciatis, el discurs) a la persona a qui ho diu (receptor, destinatari,

interlocutor, allocutari, coenunciador) al context immediat i al món en un sentit ampli»

(2003, 115).

A modalização manifesta-se de diferentes formas no discurso. Segundo Grau

(2005), existem seis formas de expressar a modalização que deveriam ser consideradas

na planificação de discursos orais com os alunos, a saber: presença do emissor no

discurso, presença do destinatário no discurso, atribuição de diferentes graus de certeza,

validação dos enunciados, transmissão de juízos de valor e preservação da imagem do

interlocutor. Estas formas de modalização são realizadas no discurso por diferentes

mecanismos, que se designam, neste trabalho, por recursos modalizadores, na linha de

Grau (2003). Trata-se de mecanismos diversificados e numerosos, pelo que se

apresentam, em seguida, apenas aqueles que foram seleccionados para serem

trabalhados em aula. Para uma apresentação mais completa, veja-se Grau (2003 e 2005).

Segue-se uma breve exposição sobre as diferentes formas de exprimir a modalização e

alguns dos mecanismos linguísticos que as configuram no discurso, partindo dos

trabalhos da referida autora.

a) Presença do emissor no discurso

O emissor pode surgir de forma clara num discurso pessoal e subjectivo. Estas

modalizações associam-se, normalmente, a um discurso mais «natural», mais

espontâneo (Grau, 2005: 80). Além disso, considera-se, frequentemente, que são

próprias da argumentação, por exemplo, porque esta assenta na oposição entre o «eu» e

o «tu» ou «os outros», que defendem um ponto de vista diferente do do emissor

(Cuenca, 1995:30). É de salientar, no entanto, que costumam verificar-se em situações

informais e em situações de interacção oral (Cros, 2005: 65). Esta implicação do

emissor nos enunciados que produz é expressa, no discurso, por diferentes mecanismos

como, por exemplo:

a) Pronomes tónicos de primeira pessoa;

Enquadramento

26

b) Outras formas de primeira pessoa: pronomes possessivos, pronomes átonos e

terminações verbais;

c) Expressões introdutórias como: pessoalmente, parece-me, do meu ponto de

vista, na minha opinião.

O emissor pode, também, disfarçar a sua presença, produzindo um discurso

impessoal e mais «objectivo», em que os enunciados são apresentados como

asseverações objectivas, como evidências. Segundo Grau, este discurso «objectivo»

resulta de uma certa planificação que parte de dados subjectivos, sobre cuja validade se

fez uma reflexão, possível, apenas, a partir de um determinado distanciamento (2005:

80). Acrescente-se que, apesar de se ter referido que o discurso pessoal e subjectivo é

considerado, frequentemente, típico da argumentação, em certas situações, pode ser

mais adequado produzir um discurso distanciado e impessoal (Cros, 2005). Por isso, é,

igualmente, usual na argumentação o uso de estruturas impessoais, como recurso

retórico, que despersonalizam o discurso, criando um efeito generalizador, que pode ter

uma maior eficácia argumentativa (Cuenca, 1995). Alguns dos recursos utilizados para

produzir um discurso distanciado são os seguintes: a) O emissor coloca-se por trás de uma terceira pessoa;

b) Sujeitos indefinidos como, por exemplo, as pessoas;

c) A passiva de -se. O emissor tem, ainda, a possibilidade de diluir a sua presença num plural, num

colectivo, evitando uma excessiva implicação no discurso. Deste modo, o emissor

apresenta as suas ideias como sendo partilhadas por um colectivo, o que pode imprimir

maior força argumentativa aos enunciados. Esta modalização manifesta-se no discurso,

mediante o uso de mecanismos como, por exemplo:

a) Inclusão do emissor num plural de autor;

b) O plural como forma de aproximação ao receptor;

c) Primeira pessoa do plural generalizadora (verbos de dizer, de entendimento e de

percepção). Estas são três formas diferentes de o emissor se inscrever no discurso que produz, sendo

que a opção por uma delas é feita em função das características da situação

comunicativa em que o discurso se insere.

Enquadramento

27

b) Presença do destinatário/interlocutor no discurso

Como sublinha Grau (2003 e 2005), o destinatário está sempre presente na

comunicação. No entanto, a presença do destinatário na comunicação não é o mesmo

que a presença do destinatário no discurso, que pode ser mais ou menos evidente.

Acontece, muitas vezes, sobretudo na argumentação oral, o emissor implicar o

destinatário no discurso que produz, uma vez que a apelação ao interlocutor faz parte da

argumentação (Cuenca, 1995: 30). Uma presença explícita do destinatário no discurso é

manifestada por diferentes elementos, nomeadamente por diferentes formas de

tratamento: a) Tratamento pessoal e informal: tu;

b) Utilização do nome próprio;

c) Utilização do nome próprio precedido de palavras como senhor, senhora;

doutor, doutora;

d) Tratamento de relação utilizando o nome do cargo: professor, senhor presidente;

e) Uso da primeira pessoa do plural, manifestando aproximação;

f) Tratamento solene: ilustríssimo.

Além desta presença explícita do destinatário no discurso, ele pode surgir de uma forma

menos clara, não se encontrando elementos evidentes que marquem no discurso a sua

presença. Na argumentação, em concreto, o emissor utiliza, por exemplo, determinados

argumentos em detrimento de outros, tendo em conta os seus destinatários/

interlocutores, visto que é necessário produzir argumentos capazes de os convencer.

c) Atribuição de diferentes graus de certeza às afirmações e validação do conteúdo

dos enunciados

Num discurso, o conteúdo pode ser apresentado com diferentes graus de certeza.

Além disso, o emissor pode apresentar-se como responsável pela informação que

integra no discurso ou então atribuir essa responsabilidade a outras vozes que introduz

nele.

No que respeita aos graus de certeza que podem ser atribuídos às afirmações

produzidas pelo emissor, é possível distinguirem-se três graus principais: o conteúdo

pode ser apresentado como totalmente certo; como certo, mas sem que se saliente essa

certeza; ou como possível ou provável, com todas as variações existentes entre a certeza

Enquadramento

28

absoluta e a incerteza ou improbabilidade (Grau, 2005: 83). Alguns dos mecanismos

utilizados para exprimir diferentes graus de certeza são os seguintes:

Figura 5: Mecanismos utilizados para exprimir diferentes graus de certeza,

de acordo com Grau (2003 e 2005)

Quanto à validação do conteúdo dos enunciados, é importante salientar a

necessidade de apresentar explicitamente as fontes de informação, de modo a que se

perceba a quem pertencem as informações introduzidas no discurso. Pode acontecer que

o emissor seja a fonte e o responsável pela informação que apresenta ou que vá buscar

outras fontes, integrando no discurso informação proveniente delas. Sem entrar na

questão relativa à introdução desta no discurso, salienta-se, apenas, a importância de se

identificarem explicitamente as fontes.

Estas formas de manifestar a modalização devem ser utilizadas tendo em conta a

sua adequação à situação comunicativa. No que se refere à argumentação, o emissor

defende uma tese, apresentando argumentos aos quais atribui um determinado grau de

certeza, que deseja compartilhar com os destinatários/interlocutores, no sentido de

ganhar a sua adesão. Além disso, o emissor, como já foi referido, pode introduzir no

discurso informação proveniente de outras fontes, por exemplo, para fundamentar a tese

defendida com um argumento de autoridade, no caso da argumentação, e para

apresentar uma ideia em relação à qual se opõe, no caso da contra-argumentação.

d) Transmissão de juízos de valor

Esta forma de manifestar a modalização diz respeito à apreciação que o emissor

faz daquilo de que fala, isto é, à expressão de juízos de valor. Os recursos que podem

Apresentação do conteúdo

como absolutamente certo:

Apresentação do conteúdo

como possível ou provável:

a) Expressões introdutórias que

influenciam a validade dos

enunciados.

É obvio que, é evidente que. Parece que, é provável que.

b) Advérbios e expressões com

valor adverbial.

Indubitavelmente, seguramente.

Provavelmente, talvez.

c) Palavras que expressam uma

restrição ou uma generalização

absolutas.

Nenhum, todo.

Enquadramento

29

ser utilizados para marcar uma posição valorativa são vários5, ainda que, neste trabalho,

se incida, apenas, em unidades lexicais que permitem exprimir um juízo de valor. Entre

estas encontram-se «las palavras que, junto con su valor referencial, transmiten una

evaluación realizada por el hablante […] a través de la cual se comunica un

posicionamento evaluativo» (Grau, 2005: 87). De acordo com a autora, destes recursos

são exemplo: a) Adjectivos: bom, interessante;

b) Substantivos: aprovação, desaprovação;

c) Quantificadores: muito, pouco. À semelhança dos recursos que têm vindo a ser apresentados, também estes têm

de ser utilizados de acordo com a situação comunicativa. A importância deste aspecto

da modalização no discurso argumentativo reside, fundamentalmente, no facto de

argumentar ser uma operação que contém juízos de valor, uma vez que, num grande

número de casos, os enunciados produzidos expressam a valorização que o emissor faz

daquilo que é dito.

e) Controlo do uso da linguagem

Nos discursos produzidos numa situação de interacção em que existe

controvérsia é fundamental que se usem recursos destinados a propiciar o

estabelecimento de um clima cordial entre os interlocutores. É necessário controlar o

uso da linguagem para que não se torne agressivo, evitando, assim, a crispação e

possibilitando uma interacção respeitosa entre os intervenientes numa situação de

comunicação oral (Grau, 2005).

Esta forma de modalização desempenha um papel de relevo na argumentação,

em contexto interactivo, dado que se trata de defender uma posição em relação a um

tema controverso, perante outro(s) que defende(m) uma posição diferente, com intuito

de ganhar a sua adesão. Esta é, portanto, uma situação em que facilmente se pode criar

um ambiente de agressividade e de conflito. No sentido de evitar que isso aconteça,

impõe-se o recurso à cortesia linguística, que permite argumentar sem agredir,

favorecendo o intercâmbio entre os interlocutores. A cortesia ou princípio de cortesia

5 Veja-se Grau (2003 e 2005).

Enquadramento

30

traduz-se no uso de diferentes máximas como, por exemplo, a de não interromper o

interlocutor e a de não proferir insultos ou acusações gratuitas. Além destas, são, ainda,

de destacar as que se apresentam de seguida, que consistem numa adaptação das

máximas de cortesia de Leech (1983):

a) Máxima do tacto: supõe-se que é necessário pedir autorização ao(s) outro(s)

orador(es): «se me permite(m)».

b) Máxima de generosidade: diminui o seu próprio benefício em relação ao

benefício do(s) outro(s) orador(es): «gostaria de fazer uma observação que

considero que vos vai ajudar».

c) Máxima de aprovação: aumenta a estima pelo(s) outro(s) orador(es): «sei que tem

as suas razões para tomar essa posição; no entanto, a minha posição é outra».

d) Máxima de modéstia: diminui o seu valor e aumenta o valor do(s) outro(s)

orador(es): «sei que tem grandes conhecimentos sobre o assunto, mas não poderia

ser…».

d) Máxima de acordo: diminui o desacordo com o(s) outro(s) orador(es) e aumenta o

acordo: «concordo com alguns aspectos que mencionou, mas é preciso ter em conta

que…».

As duas primeiras máximas apresentadas devem ser observadas em qualquer situação de

comunicação, as restantes cinco devem ser utilizadas de forma adequada à situação de

comunicação, tendo para isso em consideração, por exemplo, o tipo de relação entre os

interlocutores e o grau de imposição dos actos de fala.

2.2.4. A actio e os códigos não verbais Nos discursos orais, a voz e os códigos não verbais que a acompanham

desempenham um papel fundamental na construção do sentido do discurso, dado que

funcionam como complementos dos segmentos textuais. Para que assim seja, é

imprescindível que sejam utilizados de forma adequada à situação comunicativa em que

o discurso se insere. Posto isto, reconhece-se a importância de tratar estes aspectos do

discurso oral, sendo que, neste trabalho, se incide mais sobre os elementos relacionados

com a voz – entoação, acentos de intensidade, pausas, velocidade da fala e volume de

voz e dicção – embora também se abordem os códigos não verbais, a saber: códigos

paraverbais (gestos), quinésicos (movimentos) e proxémicos (organização de espaços).

Enquadramento

31

2.2.4.1. Elementos relacionados com a voz Faz-se, de seguida, uma breve explanação sobre os elementos respeitantes à voz,

colocando em evidência a sua importância nos discursos orais, em especial na

argumentação oral, pelo valor que assumem, enquanto elementos portadores de

significado. A respeito disto, Reyzábal defende que «de acordo com investigações

recentes, as “qualidades” da voz, e não só do discurso, transmitem até 38% do

significado que o receptor recebe» (1993:68).

A entoação, entendida como a melodia com que se produz uma sequência de fala

(Mateus et al., 2005:1072) ou, dito de outra forma, como a variação linguisticamente

relevante da altura da voz nas sequências de fala (Duarte e Mata, 2006: 8), cumpre

diferentes funções nos discursos orais. De acordo com Mata (1992), as principais

funções, gramaticais e expressivas, são: segmentar e agrupar os constituintes das

sequências discursivas, fazer a distinção entre diferentes tipos de frases, marcar ênfase e

contraste, expressar avaliação e atitudes, e organizar o discurso. Apesar da convicção de

que qualquer uma destas funções da entoação assume um papel de relevo nos discursos

orais, trata-se aqui, apenas, a marcação de um efeito focalizador. Esta função da

entoação consiste em colocar o foco nos elementos a destacar, podendo uma mesma

frase adquirir diferentes matizes, consoante os elementos que são salientados. Isto

traduz-se, por exemplo, numa variação notória de altura ou de intensidade sobre os

elementos a que se quer dar relevo. No que a isto diz respeito, os acentos de intensidade

desempenham um papel fundamental, na medida em que atribuem proeminência a

determinados elementos (Mateus, Falé & Freitas, 2005). A entoação tem, portanto, um

papel focalizador, importante em qualquer discurso oral e, como tal, também na

argumentação, pois permite ao emissor sublinhar os elementos para os quais quer

chamar a atenção, designadamente pela sua relevância no discurso. Uma entoação

variada e expressiva tem um efeito positivo na motivação dos interlocutores/

destinatários, na sua compreensão do discurso e, consequentemente, na sua

receptividade e adesão à tese defendida, no caso do discurso argumentativo. Uma

entoação monocórdica, invariável e inexpressiva surte, precisamente, o efeito contrário,

não sendo, por isso, favorável ao processo de comunicação.

As pausas consistem em unidades de silêncio ou em outro tipo de interrupções

no contínuo fónico, podendo ser breves ou longas. Distinguem-se dois tipos de pausas:

preenchidas e silenciosas. As pausas preenchidas caracterizam-se pela produção de som,

Enquadramento

32

ao passo que as pausas silenciosas consistem na ausência total de som. É sobre estas

últimas que se incide no presente estudo, pelo seu papel na estruturação do discurso.

As pausas permitem agrupar e segmentar em unidades linguísticas o contínuo

fónico (Mata, 1992). Ou seja, a estruturação dos enunciados, nos discursos orais,

resulta, em parte, do lugar em que são produzidas as pausas. Elas desempenham um

papel relevante na resolução de ambiguidades sintácticas (Mateus, 2007). Isto permite

ao emissor indicar claramente a leitura que quer que os interlocutores façam dos

enunciados que profere, daí que seja indispensável uma localização adequada das

pausas, como forma de estruturar os enunciados no discurso. Relativamente às pausas,

há outro aspecto a salientar: elas podem ser breves ou longas. Ora, num discurso oral,

nomeadamente no discurso argumentativo, o uso de pausas demasiado longas prejudica

a sua fluidez. É, pois, importante que se usem pausas breves e pausas não muito longas,

em lugares adequados, de forma a favorecer a compreensão dos discursos orais.

Existem, ainda, mais três elementos que assumem um papel de relevo na

percepção e compreensão dos discursos orais, são eles: a velocidade de fala, a dicção e

o volume da voz. A velocidade de fala, ou débito, consiste na velocidade adoptada na

produção da informação linguística (Duarte, 2000). Interessa que a velocidade de fala

seja utilizada de modo apropriado, no sentido de facilitar o acompanhamento do

discurso por parte dos interlocutores/destinatários e de favorecer a sua compreensão. Ao

longo de um discurso, a velocidade de fala pode variar, por exemplo, de acordo com a

importância da informação que se está a transmitir. Poderá ser utilizada uma velocidade

de fala mais lenta para produzir as partes do discurso em que se transmite a informação

mais importante e uma velocidade de fala mais acelerada, associada a informação

secundária.

A dicção refere-se ao modo como é articulada e pronunciada a informação

linguística, tendo, por isso, um papel de destaque na compreensão do que é proferido,

por parte dos interlocutores/destinatários. Para que estes tenham a possibilidade de

apreender o conteúdo do discurso na sua totalidade, é indispensável que a dicção seja

nítida e articulada, isto é, que se distinga bem, por oposição a uma dicção confusa e

deficiente, que dificulta ou que impossibilita a compreensão do discurso produzido. Por

último, o volume da voz, que desempenha um papel igualmente importante na recepção

do discurso pelos interlocutores/destinatários. Em primeiro lugar, impõe-se a utilização

de um volume de voz audível, que não seja demasiado elevado ou baixo, dado que, caso

Enquadramento

33

contrário, essa recepção será dificultada ou mesmo impossibilitada. Como afirmam

Charles e Williame, «Para se fazer escutar, é preciso, primeiramente, fazer-se entender;

uma voz muito débil exige do auditório um tal esforço de atenção que a pouco e pouco

deixa de ser escutada. Do mesmo modo, uma voz muito forte, que poderá até provocar

no início da intervenção um efeito de surpresa, acaba por cansar o auditório» (1994:4).

Em segundo lugar, é necessário que revele adequação à situação de comunicação,

porque, por exemplo, o volume de voz que pode ser apropriado numa conversa informal

entre amigos pode não ser o mais ajustado na produção de um discurso formal, em

contexto de sala de aula.

2.2.4.2. Códigos não verbais

Abordam-se, agora, os códigos não verbais. Apesar de não lhes ser concedida a

atenção merecida, neste estudo, desempenham um papel importante na produção de

discursos orais. Não querendo deixar passar esta questão em branco, faz-se um breve

comentário sobre os seguintes elementos: gestos, expressão facial (o olhar),

movimentos e organização do espaço, que se incluem, aqui, sob a designação de

códigos não verbais, salientando-se a sua função de complemento nos discursos orais.

A gesticulação deve apresentar como características a naturalidade e a

adequação ao discurso, visto que o uso dos gestos de modo despropositado e teatral ou

de forma pobre não se constitui como complemento adequado do discurso proferido,

podendo, mesmo, prejudicar o processo de comunicação. No que respeita à expressão

facial, o olhar é um elemento igualmente importante na comunicação oral. Interessa que

se mostre abrangente, não se focalizando num determinado sector ou no bloco de

notas/plano-guia do discurso, mantendo um contacto com os interlocutores/

destinatários. Quanto aos movimentos, impõe-se que a postura corporal se caracterize

por uma movimentação adequada, sem que se verifique a sua ausência ou um uso

exagerado, que, além de não acompanhar o discurso, pode perturbar seriamente a

produção oral. Por fim, a organização do espaço pode ser mais ou menos controlada

pelo orador, consoante a situação de comunicação. Se em algumas situações o orador

pode optar por uma determinada distância corporal em relação aos interlocutores ou

pelo lugar que vai ocupar no espaço em que se realiza a produção oral, noutras a

organização do espaço está à partida definida.

Enquadramento

34

Todos estes códigos desempenham um papel de relevo na comunicação oral,

contribuindo para a construção dos sentidos do discurso e, consequentemente, para o

sucesso do processo de comunicação oral. Para que assim seja, é imprescindível que

sejam utilizados em consonância com o discurso.

2.2.5. Técnicas argumentativas Na argumentação são utilizadas diferentes estratégias argumentativas que visam

ganhar a adesão dos destinatários/interlocutores à tese defendida, ou seja, destinadas a

convencer. Cros (2005) distingue dois tipos de estratégias argumentativas: as que

funcionam como articuladores de raciocínios que se querem ver aceites e as que

desempenham a função de reguladores da interacção discursiva. Estas últimas assentam

nas estratégias de cortesia e destinam-se a criar um clima de cooperação e de acordo

entre os intervenientes numa situação de comunicação oral. As primeiras fundamentam-

-se em diferentes tipos de argumentos e destinam-se a convencer, sendo estas as que são

tratadas neste subcapítulo.

Desde a antiguidade clássica, as propostas de classificação dos diferentes tipos

de argumentos foram-se multiplicando. Expõe-se resumidamente6, de seguida, a

proposta elaborada por Perelman e Olbrechts-Tyteca (1988). Trata-se de uma proposta

construída na nova retórica, que tem as suas raízes na tradição retórica aristotélica e que

parte da classificação dos diferentes tipos de argumentos de Aristóteles. Nesta proposta,

são diferenciados os seguintes conjuntos de argumentos: argumentos quase-lógicos, que

são parecidos com os raciocínios formais lógicos e matemáticos; argumentos baseados

na estrutura do real, que se constroem a partir daquilo que é aceite pelos

destinatários/interlocutores; e argumentos que fundamentam a estrutura do real, que

estabelecem generalizações a partir de casos particulares. No primeiro grupo,

encontram-se os argumentos de contradição e incompatibilidade, de identificação e de

definição, de reciprocidade, de transitividade, de inclusão, de divisão e de comparação.

Do segundo grupo fazem parte os argumentos de causa-consequência e de autoridade. O

terceiro grupo é constituído pelos argumentos pelo exemplo, pelo modelo, pela

ilustração, pela analogia e pela metáfora.

6 Para uma visão completa desta proposta, veja-se Perelman y Olbrechts-Tyteca (1988).

Enquadramento

35

No presente estudo, seleccionaram-se alguns tipos de argumentos de cada um

desses três grandes grupos para serem trabalhados pelos alunos. Passa-se, agora, a

apresentar cada um deles. O argumento de incompatibilidade consiste na apresentação

de duas situações incompatíveis, estabelecendo-se a necessidade de optar por uma

delas7. O argumento de causa-consequência consiste em mostrar a veracidade de uma

ideia, mediante a apresentação das suas causas e/ou das suas consequências. O

argumento de autoridade consiste no recurso a uma autoridade (pessoa reconhecida

como especialista num determinado domínio, citação de artigos, estatísticas, etc.) para

sustentar a tese defendida. O argumento pelo exemplo consiste em fazer uma

generalização, estabelecendo uma regra a partir de um caso concreto. Por fim, o

argumento pela analogia consiste em partir da semelhança entre duas coisas e concluir

que a propriedade de uma é a mesma que se pode encontrar na outra, sem ter em conta

diferenças específicas.

Estes diferentes tipos de argumentos fundamentam as estratégias argumentativas

utilizadas nos discursos com o objectivo de convencer os interlocutores/destinatários a

aderir à tese defendida. É por meio delas que se atribui maior eficácia ao discurso

argumentativo, uma vez que permitem sustentar a tese defendida.

7 Exemplos de cada um destes tipos de argumentos encontram-se, em anexo, no cartão distribuído aos alunos (anexo 2.10.).

36

CAPÍTULO 3

METODOLOGIA

Neste capítulo, descreve-se a metodologia adoptada no ensino da argumentação

oral em contexto de debate. Na primeira secção, é descrito o desenho da intervenção

didáctica. Na segunda secção, são apresentados os materiais de input utilizados e

explicitados os critérios para a sua selecção. A terceira secção é dedicada à

caracterização das turmas implicadas na intervenção didáctica: turma alvo e turma de

controlo.

3.1. Desenho da intervenção didáctica

A intervenção didáctica sobre a argumentação oral em contexto de debate,

implementada na Escola Secundária de Camões, no âmbito da prática de ensino

supervisionada, segue as linhas fundamentais do modelo de ensino do oral formal de

Dolz e Schneuwly (1998), que se encontra descrito na secção 2.1.

Em virtude das especificidades deste estudo, registam-se duas diferenças

principais em relação ao modelo referido. A primeira diz respeito à constituição de um

pré-teste e de um pós-teste com o intuito de avaliar o desempenho dos alunos e, neste

caso concreto, também por comparação entre as duas situações. A segunda reside na

definição de três etapas principais, em vez de quatro, visto que o essencial da

Metodologia

37

primeira etapa do modelo de Dolz e Schneuwly (1998) foi incluído na primeira oficina

formativa. A intervenção didáctica propriamente dita foi precedida por dois momentos,

que se considera importante referir. Foi realizada uma sequência didáctica na turma

alvo, no âmbito da disciplina de Iniciação à Prática Profissional II do Mestrado em

Ensino de Português e Línguas Clássicas, e foi leccionada uma aula de diagnose à

mesma turma. A sequência didáctica, constituída por duas aulas de noventa minutos,

centrou-se nos discursos de Bruto e de Marco António, integrados na tragédia Júlio

César, de William Shakespeare. A aula de diagnose realizou-se no seguimento destas

aulas, quando já se tinha observado que a argumentação oral gerava dificuldades para os

alunos e já se havia pensado construir uma intervenção didáctica. Assim, numa fase

preliminar de diagnóstico, constituída por diferentes actividades, entre as quais a

realização parcial do género oral a trabalhar na sequência didáctica, procurou-se

averiguar o conjunto de saberes que os alunos possuíam e as suas dificuldades, ao nível

da expressão oral, com vista a aperfeiçoar e adequar a sequência didáctica às

capacidades e dificuldades manifestadas. De facto, estas foram tidas em conta na

adequação da sequência didáctica aos alunos em questão, nomeadamente no que

respeita à selecção dos conteúdos, entre os quais se destacam a contra-argumentação, a

estrutura lógica e textual do discurso argumentativo e a modalização. Esta etapa de

diagnose, sem estar integrada na própria intervenção didáctica, constituiu, sem dúvida, o

ponto de partida para ela. Portanto, faz todo o sentido dizer que «Le point de départ de

toute séquence est toujours la parole des élèves.» (Dolz & Schneuwly, 1998: 94).

As duas aulas referidas e a etapa prévia de diagnose decorreram no final do 11.º

ano, ou seja, no último período do ano lectivo de 2008/2009. A intervenção didáctica foi

realizada quando a mesma turma se encontrava já no 12.º ano, no início do primeiro

período do ano lectivo de 2009/2010.

A intervenção didáctica desenvolveu-se ao longo de seis aulas de noventa

minutos cada, que correspondem às três etapas principais em que se configura: pré-teste,

quatro oficinas de argumentação oral em situação de debate e pós-teste. A estrutura

global da intervenção didáctica, com as diferentes etapas que a compõem, encontra-

-se representada no esquema a seguir.

Metodologia

38

Figura 6: Intervenção didáctica sobre a argumentação oral em contexto de debate.

A primeira etapa da intervenção didáctica propriamente dita é o pré-teste. Nela

os alunos planificaram e produziram um discurso argumentativo, em contexto de

debate, a partir dos conhecimentos que possuíam, isto é, foram confrontados com a

planificação e produção na íntegra do género oral que foi objecto de ensino-

-aprendizagem na segunda etapa da intervenção didáctica. Como refere Lafontaine «En

fait, la production initiale se définit comme étant une production que les élèves réalisent

d’après leurs connaissances antérieures» (2007: 18). Estas actividades foram precedidas

pela realização de um exercício de brainstorming, orientado pela professora, sobre as

principais normas que regem o debate. Este exercício, realizado quer no pré-teste, quer

no pós-teste, teve como finalidade convocar os conhecimentos dos alunos acerca das

normas básicas que regem o debate, de modo a garantir condições para a sua realização.

É importante sublinhar que esta produção inicial também desempenha um papel

importante como «premier lieu d’apprentissage de la séquence» (Dolz & Schneuwly,

1998: 97). Esta aprendizagem é possibilitada pela realização integral do género oral que

é objecto da sequência didáctica. Só o facto de se realizar o género oral, em toda a sua

complexidade, já constitui um momento de aprendizagem, pois, como versa a velha

máxima, «aprende-se a falar, falando» (Amor, 2006: 67). As actividades de planificação

e de produção oral do género que é objecto de ensino-aprendizagem permitem ao aluno

apreender o essencial da forma como se desenvolve esse género oral e colocam-no

perante os problemas que este levanta, levando-o a tomar consciência deles.

A segunda etapa é constituída por quatro oficinas formativas no domínio da

argumentação oral, em que são trabalhados diferentes conteúdos relativos à

argumentação oral em contexto de debate, com vista a melhorar o desempenho dos

alunos nesse domínio. As oficinas de argumentação oral em contexto de debate são as

seguintes:

���� � �

Diagnose

Pré-teste

� � �

Oficina 1

Oficina 2

Oficina 3

Oficina 4

Pós-teste

Metodologia

39

a) escuta/visionamento de três excertos de debate para identificar aspectos

fundamentais do género e para reflectir sobre a importância da utilização de elementos

relacionados com a voz e de códigos não verbais;

b) análise de um excerto de uma intervenção num debate – recorrendo à

transcrição ortográfica da mesma – para identificação de conectores discursivos e

recursos modalizadores, reflexão sobre o seu funcionamento e sistematização de

conhecimentos;

c) planificação de discurso argumentativo – para trabalhar aspectos como a

tomada de posição, a definição de uma tese, a caracterização da situação comunicativa,

a selecção e organização de informação sobre o tema, a constituição de uma introdução

e a construção de diferentes tipos de argumentos justificados – e produção oral do

discurso preparado, para treinar a expressão oral;

d) reflexão sobre as produções orais realizadas, no sentido de tomar consciência

dos aspectos que foram conseguidos e dos que é preciso melhorar, para aperfeiçoar o

discurso planificado; planificação de discurso argumentativo, para trabalhar aspectos

como a contra-argumentação (antecipação de possíveis contra-argumentos dos

adversários), a refutação dos contra-argumentos antecipados e a composição de uma

conclusão; e produção oral do discurso, para treinar a expressão oral.

Segundo Lafontaine, os ateliers, que aqui se designam oficinas, não têm de estar

interligados: «Notre modèle en propose cinq types [d’ateliers] qui ne sont pas

nécessairement liés uns aux autres.» (Lafontaine, 2007: 19). Porém, em consonância

com o que é defendido por Dolz e Schneuwly, neste projecto, em que foram concebidas

quatro oficinas, estas encontram-se ligadas entre si. Pretende-se que dêem uma visão

global do género que é objecto da sequência didáctica, mediante o trabalho sobre um

conjunto de conteúdos complementares entre si, que se organizam no sentido de uma

progressão nas aprendizagens e no desenvolvimento de capacidades de argumentação

oral. No seu conjunto, as oficinas compreendem a escuta/visionamento e análise de

documentos orais representativos, a prática de diferentes dimensões do género oral que

é objecto de ensino/aprendizagem e a reflexão sobre as produções orais realizadas. Em

suma, trata-se «d’un travail en commun sur des problèmes soulevés par la production de

textes oraux dans une situation de communication bien définie.» (Dolz & Schneuwly,

1998: 99).

O pós-teste constitui a terceira e última etapa da sequência didáctica. Nesta

etapa, foram realizadas exactamente as mesmas tarefas do pré-teste. Espera-se que os

Metodologia

40

alunos apliquem os conhecimentos e os instrumentos de trabalho adquiridos, numa

última realização do género oral formal que constitui o objecto de ensino-aprendizagem.

A este respeito, Dolz e Schneuwly afirmam que «La production finale apparaît ainsi

comme le lieu où les savoirs et les outils appropriés peuvent être investis dans une

activité réelle de communication langagière orale.» (1998: 112).

Uma vez que se pretende avaliar os efeitos da intervenção, optou-se por um tipo

de desenho que implica a constituição de dois grupos diferentes: um que é alvo da

intervenção didáctica (grupo de teste) e outro que, não sendo submetido à sequência

didáctica, sofre um tratamento alternativo (grupo de controlo). Assim, além da turma

alvo, esteve implicada, no presente projecto, uma outra turma do 12.º ano da mesma

escola. A cada uma destas turmas foi aplicado o pré-teste e o pós-teste em momentos

semelhantes, ou seja, antes e depois da intervenção didáctica a que foi submetida a

primeira turma. Pretende-se com este procedimento verificar os efeitos da sequência

didáctica na turma alvo, visto que é possível fazer uma comparação entre os resultados

do pré-teste e os do pós-teste aplicados nessa turma e entre os resultados obtidos na

turma alvo e na turma de controlo. O desenho que acaba de ser explicitado pode ser

esquematizado do modo que se segue:

Figura 7: Desenho da intervenção didáctica

Devido às especificidades do objecto da sequência didáctica, apenas foi possível

proceder à gravação áudio das produções orais de alguns alunos. A sua selecção foi feita

a partir de uma distribuição dos alunos de cada uma das turmas por três níveis – fracos,

médios e bons – no que diz respeito ao aproveitamento escolar na disciplina de

Português. Esta distribuição fez-se com base no conhecimento que a professora

cooperante e o professor titular da turma de controlo tinham das suas turmas. Pretendeu-

-se, deste modo, garantir o registo das produções orais de alunos representantes de cada

um desses níveis.

Para avaliar o desempenho dos alunos, adoptou-se o modelo de avaliação que é

descrito à continuação. Como é sabido, existem dois marcos de referência a partir dos

quais se pode projectar a avaliação das aprendizagens, são eles o quantitativo e o

qualitativo. Os autores que defendem o primeiro paradigma apresentam como

Turma de teste: Diagnose � Produção Inicial/Pré-teste � Oficinas � Produção Final/Pós-teste

Turma de controlo: ------- � ----------------- Pré-teste � ---------- � ------------------ Pós-teste

Metodologia

41

argumentos a objectividade, a facilidade de verificação dos resultados, a credibilidade

dos dados recolhidos, a possibilidade de generalização, etc. Aqueles que defendem o

segundo paradigma salientam a maior adequação para a compreensão, a ênfase no

estudo do processo, a apreensão dinâmica da realidade, os métodos e técnicas que

utiliza (indução, observação, …), etc. (Casanova & Reyzábal, 1993). No entanto,

recentemente, ao nível da prática, tem-se verificado uma aproximação entre estes dois

paradigmas, adoptando-se meios utilizados nos modelos de avaliação filiados no

paradigma quantitativo e nos que se desenvolvem a partir do paradigma qualitativo.

Como afirmam Casanova e Reyzábal:

«Las cifras no explican las causas de los hechos, pero constituyen una llamada

de atención importante sobre los aspectos en que es preciso profundizar (…). Y,

evidentemente, si se quiere conocer el proceso por el cual se ha llegado a esa

situación, o los motivos de un hecho determinado, es imprescindible acudir a

estrategias cualitativas de evaluación, mediante las cuales seamos capaces de

describir el camino recorrido o, mejor aún, el que se está recorriendo, para

regularlo o corregirlo de modo inmediato e alcanzar, así, los objetivos

propuestos» (1993: 376). O modelo de avaliação da expressão oral concebido projecta-se a partir do paradigma

qualitativo, visando dar a conhecer, de forma descritiva, o desempenho dos alunos em

diferentes momentos da intervenção didáctica, ainda que, ao mesmo tempo, procure

chegar a uma classificação numérica, como complemento de apoio à verificação dos

resultados.

Neste modelo de actuação ao nível da avaliação, propõe-se o método descritivo

para traduzir o desempenho dos alunos, no que respeita à expressão oral, mais

concretamente, à argumentação oral em situação de debate. A adopção deste método

advém do facto de se considerar que a descrição de uma produção oral, isto é, a

redacção de um conjunto de descritores sobre o desempenho do aluno ao nível da

expressão oral, por exemplo, no concerne à coerência do discurso produzido, à sua

coesão ou à modalização discursiva, fornece informação mais rica do que a simples

atribuição de uma classificação numérica. A este propósito, Casanova e Reyzábal

defendem que: «si un “7” dice poco sobre el aprendizaje de la Historia, por ejemplo,

menos elocuente resulta en comprensión y expresión oral, donde existe menos tradición

Metodologia

42

didáctica y evaluadora y, por lo tanto, menos puntos de referencia para su

interpretación» (1993: 380).

A avaliação assim concebida desempenha um papel importante de regulação do

processo de aprendizagem, orientando-o e apoiando-o. Identificar os pontos fortes e os

pontos fracos da aprendizagem dos alunos permite, por um lado, que o professor pense

a sua actuação e adeqúe a prática didáctica às capacidades e necessidades dos discentes,

fazendo ajustes nos conteúdos, nas actividades, etc., e, por outro lado, que os alunos

tomem consciência dos aspectos mais conseguidos e daqueles que precisam de

melhorar, de modo a consolidar os primeiros e a encontrar formas de superar as

dificuldades que estão na origem dos segundos. Para que tal seja possível, é importante

que os discentes também tomem conhecimento da avaliação realizada pelo professor,

residindo, aqui, a relevância de o professor lhes fornecer feedback sobre os êxitos

alcançados e as dificuldades reveladas, e que tenham um papel activo no processo de

avaliação, por exemplo, pela auto-avaliação e pela hetero-avaliação, reflectindo sobre

as próprias produções orais e sobre as dos colegas. Neste trabalho, por questões de

metodologia e devido ao facto de a sequência didáctica ter sido implementada num

espaço de tempo muito curto, com diferença de um dia entre algumas aulas, tal não foi

possível.

Acrescente-se, ainda, que se procurou um tipo de avaliação diferente da

tradicional, tendo-se optado por um tipo de avaliação que se desenvolve mediante a

realização de actividades em que os alunos mostram, de forma directa, os seus

conhecimentos, pondo-os em prática na produção de um discurso oral. Segundo

Urmeneta, na linha de Gipps (1994), este tipo de avaliação designa-se avaliação da

actuação e é realizada concebendo tarefas assentes na actuação dos alunos, ou seja,

«tareas en las que ese conocimiento [da língua oral] se pone en funcionamiento de

forma que el resultado es una producción lingüística directa e observable» (2000: 85).

Ao realizarem essas actividades, os alunos produzem discursos orais, aprofundando os

seus conhecimentos e desenvolvendo as suas capacidades, ao mesmo tempo que

fornecem elementos para a avaliação. Pelo que acaba de ser exposto, esta avaliação é

designada avaliação autêntica ou de desempenho (ME, 2001).

O modelo de avaliação da expressão oral completa-se com a utilização de

técnicas e instrumentos de avaliação adequados. No que respeita às técnicas de

avaliação, tendo em consideração os problemas levantados pela observação rigorosa da

comunicação oral e a dificuldade em conciliar a função de professora com a de

Metodologia

43

observadora, optou-se pela análise das produções orais realizadas pelos alunos. Para

isso, tornou-se imprescindível recorrer à sua gravação áudio e respectivas transcrições

ortográficas e aos guiões de planificação do discurso oral, preenchidos pelos alunos,

como instrumentos de avaliação. As gravações áudio fornecem registos das produções

orais realizadas pelos alunos no decorrer da sequência didáctica, permitindo escutá-las

com atenção e reproduzi-las tantas vezes quantas forem necessárias, de forma a fazer

uma avaliação tão cuidadosa quanto possível do desempenho dos alunos nas actividades

de expressão oral. O recurso a este instrumento justifica-se não só pelas razões

apontadas acima, mas também pela busca de objectividade.

3.2. Selecção dos materiais orais de input

Na concepção da sequência didáctica, partiu-se do pressuposto de que a

compreensão do modo como funciona a argumentação num debate implica que os

alunos observem e explorem documentos exemplificativos autênticos, neste caso,

(excertos de) debates. Por um lado, dá-se aos alunos a oportunidade de ver como se

realiza um debate e como se comportam os intervenientes, por outro lado, procura-se

confrontá-los com uma situação real de debate e não com uma situação «idealizada»

(Dolz & Schneuwly, 1998: 41).

O conceito de «documento autêntico» é aqui utilizado para designar os materiais

orais de input que não foram criados com intenções didácticas, nem direccionados

especificamente para alunos de Português, mas que lhes proporcionam uma

representação de uma situação real de debate e da forma como este funciona. A selecção

destes materiais revelou-se uma tarefa complexa, porque não é fácil encontrar

documentos exemplificativos que sejam acessíveis para os alunos, que tenham uma

duração adequada e que apresentem explicitamente e de forma representativa os

aspectos a trabalhar. Os materiais orais de input utilizados na sequência didáctica foram

seleccionados tendo em conta quatro critérios fundamentais: 1) tratar um tema que seja

de interesse para os alunos; 2) tratar um tema aceitável do ponto de vista ético; 3)

integrar os aspectos que se pretendem trabalhar, a partir da sua exploração; 4) serem

susceptíveis de uma intervenção didáctica (Camps & Dolz, 1995: 7).

Os materiais orais de input utilizados são documentos audiovisuais provenientes

da televisão, nomeadamente excertos do debate televisivo Prós e Contras sobre o

Metodologia

44

Acordo Ortográfico, transmitido pela RTP, em 14 de Abril de 2008. Foram escolhidos

três excertos do debate sobre o Acordo Ortográfico, que correspondem à abertura do

debate (do minuto 0:23 ao 1:19, da primeira parte), à primeira intervenção de cada um

dos lados, a favor e contra, (do minuto 8:41 ao 14:54, da primeira parte), e ao fecho do

debate (do minuto 53:05 ao 54:00, da terceira parte). Pretende-se, deste modo,

proporcionar aos alunos uma representação geral do género oral que é objecto de

ensino-aprendizagem – estrutura e funcionamento – e possibilitar a observação, a

análise e a reflexão sobre determinados aspectos específicos deste género.

3.3. Caracterização das turmas No trabalho para o presente relatório estiveram envolvidas duas turmas do 12.º

ano de escolaridade, da Escola Secundária de Camões, localizada no centro da cidade de

Lisboa. A sequência didáctica que constitui a etapa nuclear deste trabalho foi

implementada numa das turmas: a turma alvo. Na outra, a turma de controlo, que

funciona como ponto de comparação em relação à turma intervencionada, foram

aplicados, apenas, o pré-teste e o pós-teste. Apresenta-se nas próximas secções a

caracterização de cada uma das turmas com base nos seguintes elementos: número de

alunos, idades e sexo; agrupamento de estudos a que os alunos pertenciam e retenções

no 12.º ano; zona de residência e nacionalidade dos alunos; profissão e nível de

escolarização dos pais8.

3.3.1. Turma alvo A turma alvo era constituída por 23 alunos, 12 raparigas e 11 rapazes, com

idades compreendidas entre os 16 e os 20 anos, à data de entrada no 12.º ano, sendo a

média de idades de 17,4 anos. Os discentes pertenciam ao agrupamento de Línguas e

Humanidades, todos frequentavam pela primeira vez o 12.º ano e todos residiam na

cidade de Lisboa. Apenas dois alunos da turma não eram de nacionalidade portuguesa.

Os alunos, no geral, eram empenhados, revelando gosto pela escola e pelo

trabalho na disciplina de Português, apesar de nem sempre se mostrarem muito

8 A informação foi recolhida juntos dos directores de turma e completada por meio de uma ficha de recolha de dados preenchida pelos alunos.

Metodologia

45

receptivos a algumas das actividades que lhes eram propostas. Apresentavam um

comportamento bastante satisfatório, ainda que, por vezes, estivessem conversadores e,

consequentemente, desatentos.

Os pais dos alunos desenvolviam actividades profissionais pertencentes

maioritariamente às categorias «quadros e técnicos superiores» e «empregados de

serviços», dividindo-se de forma equiparada pelas duas, como se pode verificar no

gráfico abaixo (figura 8). Depreende-se, portanto, que os discentes são provenientes, na

maior parte dos casos, de estratos socioeconómicos médios/altos.

Figura 8: Situação socioprofissional dos pais dos alunos – turma alvo9 Relativamente às habilitações literárias dos pais dos alunos, um número elevado

detinha um nível do ensino superior (19). Os restantes possuíam habilitações ao nível do

terceiro ciclo (7), do ensino secundário (4), mais concretamente o 12.º ano de

escolaridade, e do primeiro ciclo (3), como é possível observar no quadro a seguir

(figura 9). Assim, pode dizer-se que uma boa parte dos discentes tinha uma origem

sociocultural alta.

Figura 9: Habilitações Literárias dos pais dos alunos – turma alvo

9 Na categoria «Outros» incluem-se os casos em que os alunos, por diversas razões, não facultaram a informação.

Ensino secundário

1.º ciclo

2.º ciclo

3.º ciclo 10.º 11.º 12.º

Ensino Superior

Outros9 Total

Pai 2 0 4 0 0 2 8 7 23 Mãe 1 0 3 0 0 2 11 6 23 Total 3 0 7 0 0 4 19 13 46

Empresários da indústria e do comércio

Quadros e técnicos superiores

Empregados de comércio

Empregados de serviços

Trabalhadores de produção

Professores

Militares

Domésticas

Desempregados

Outros

Metodologia

46

3.3.2. Turma de controlo

A turma de controlo era constituída por 18 alunos, 7 raparigas e 11 rapazes, com

idades compreendidas entre os 16 e os 18 anos, à data de entrada no 12.º ano, sendo a

média de idades de 17,1 anos. Os discentes pertenciam ao agrupamento de Ciências e

Tecnologias e todos frequentavam pela primeira vez o 12.º ano. A maior parte residia na

cidade de Lisboa, havendo apenas 5 alunos com residência em outras cidades e vilas.

Entre os alunos da turma havia 4 alunos de nacionalidade estrangeira.

De uma forma geral, os discentes eram empenhados, mostravam-se receptivos às

actividades que lhes eram propostas, revelavam gosto pela escola e pela disciplina de

Português. Contudo, ao interesse que demonstravam nem sempre correspondia um

trabalho afincado. O seu comportamento era satisfatório, ainda que, por serem alegres e

brincalhões, se encontrassem frequentemente distraídos.

A nível profissional, as actividades desenvolvidas pelos pais dos alunos incluem-

-se, sobretudo, na categoria «empregados de serviços», como mostra o gráfico a seguir

(figura 10). Relativamente a esta turma, pode, assim, dizer-se também que a maioria dos

alunos é proveniente de estratos socioeconómicos médios/altos.

Figura 10: Situação socioprofissional dos pais dos alunos – turma de controlo9

Quanto às habilitações literárias dos pais dos alunos, observa-se a seguinte

distribuição (cf. figura 11): 11 possuíam um nível de ensino superior, 12 de ensino

secundário – 12.º ano (7), 11.º ano (3) e 10.º ano (2) –, 4 de terceiro ciclo e 4 de

primeiro ciclo. Nesta turma, a origem sociocultural de uma boa parte dos discentes

pode, assim, considerar-se média-alta.

Empresários da indústria e do comércio

Quadros e técnicos superiores

Empregados de comércio

Empregados de serviços

Trabalhadores de produção

Professores

Militares

Domésticas

Desempregados

Outros

Metodologia

47

Figura 11: Habilitações Literárias dos pais dos alunos – turma de controlo

Partindo da observação dos elementos recolhidos, que se acabam de apresentar,

é lícito concluir-se que não existe uma grande discrepância entre as duas turmas.

Ensino secundário

1.º ciclo

2.º ciclo

3.º ciclo 10.º 11.º 12.º

Ensino Superior

Outros9 Total

Pai 3 0 3 1 0 3 5 3 18 Mãe 1 0 1 1 3 4 6 2 18 Total 4 0 4 2 3 7 11 5 36

48

CAPÍTULO 4

DESCRIÇÃO DA INTERVENÇÃO DIDÁCTICA

Neste capítulo, descreve-se a intervenção didáctica sobre argumentação oral em

contexto de debate, que foi implementada no Ensino Secundário, no âmbito da prática

de ensino supervisionada.

Em primeiro lugar, apresenta-se um quadro que, partindo da planificação da

sequência didáctica e dos respectivos planos de aula, sintetiza, aula a aula, os

objectivos, os conteúdos trabalhados e as actividades realizadas. De forma a tornar mais

completa esta visão dada pelo quadro síntese, são referidas, em seguida, as diferentes

competências envolvidas na intervenção.

O capítulo é estruturado em três secções. A primeira integra duas grandes etapas

da intervenção didáctica: pré-teste e pós-teste. A segunda é dedicada à sequência

didáctica propriamente dita e divide-se em quatro subsecções, correspondentes às quatro

oficinas de argumentação oral em contexto de debate que foram realizadas. Em ambas

as secções, são apresentados e comentados os materiais didácticos que foram

construídos e utilizados em cada aula. A terceira secção é dedicada à avaliação,

apresentando os instrumentos de avaliação adoptados e, na subsecção 4.3.1., uma breve

apreciação do desempenho dos alunos da turma alvo nas actividades de planificação e

produção de discurso argumentativo oral, durante a última oficina da sequência

didáctica. A planificação da sequência didáctica e os planos de aula encontram-se em

anexo (anexo 1), assim como a versão integral de todos os materiais construídos para a

intervenção didáctica (anexo 2) e usados na avaliação dos alunos (anexo 3).

Descrição da Intervenção Didáctica

49

Aulas

Objectivos

Conteúdos

Actividades

P

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Pós

-tes

te (2

x90

min

)

� Mobilizar conhecimentos

adquiridos sobre as normas

básicas que regem o debate.

� Planificar um discurso

argumentativo estruturado

em partes bem definidas e

assente numa estrutura

argumentativa formal.

� Planear a forma de

produzir oralmente o

discurso argumentativo.

� Produzir oralmente um

discurso preparado em

contexto de debate, de

forma adequada à situação

comunicativa.

� O debate:

� intervenientes no debate e

respectivas funções.

� O discurso argumentativo

em contexto de debate:

� tema, posição, tese,

argumentação e contra-

-argumentação;

� estrutura discursiva e

lógica da argumentação;

� coesão e modalização;

� elementos relacionados

com a voz.

� Diálogo professora/

alunos, com vista à

recuperação de

conhecimentos sobre as

principais normas que

regem o debate.

� Planificação do

discurso argumentativo

subordinado ao tema O

texto digital e o texto

impresso.

� Preparação da

proferição do discurso

argumentativo.

� Realização de um

debate: produção oral do

discurso planificado.

1ª. O

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(90 m

in)

� Reconhecer os

intervenientes no debate e as

respectivas funções.

� Reconhecer os códigos

não verbais e elementos

relacionados com a voz.

� Reconhecer a

importância de uma

utilização adequada dos

códigos não verbais e de

elementos relacionados com

a voz.

� Avaliar a produção oral

dos oradores e o debate.

� Discurso Argumentativo e

Debate:

� estrutura geral do debate;

� intervenientes no debate e

respectivas funções.

� Códigos não verbais:

� códigos paraverbais,

quinésicos e proxémicos.

� Elementos relacionados

com a voz.

� Recuperação de

conhecimentos sobre o

discurso argumentativo e o

debate, através de um

diálogo professora/alunos.

� Visionamento (antes de

cada ficha) de excertos do

debate televisivo Prós e

Contras, sobre o Acordo

Ortográfico.

� Resolução de uma

Ficha de Compreensão

Oral e Leitura da Imagem

– Partes I e II, sobre os

principais intervenientes

no debate e as respectivas

funções e sobres os

códigos não verbais e

elementos relacionados

com a voz.

Descrição da Intervenção Didáctica

50

2ª. O

ficin

a: À

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90 m

in)

� Identificar os conectores

discursivos predominantes

no discurso argumentativo e

recursos modalizadores.

� Reconhecer a função dos

conectores discursivos no

discurso argumentativo e o

tipo de conexão que

estabelecem.

� Reconhecer o papel dos

recursos modalizadores, na

adequação do discurso à

situação comunicativa.

� Conectores discursivos

mais específicos do discurso

argumentativo:

� tipos de conexão;

� funções no discurso

argumentativo.

� Recursos modalizadores

utilizados em diferentes

aspectos da modalização.

� Realização de uma Ficha

de Trabalho sobre conectores

discursivos e recursos

modalizadores.

� Detecção de conectores

discursivos e recursos

modalizadores, no excerto

do debate televisivo Prós e

Contras, sobre o Acordo

Ortográfico, a partir da

transcrição ortográfica

fornecida. Preenchimento de

dois.

� Preenchimento dos

Quadros de Sistematização

de conectores discursivos e

de recursos modalizadores.

Ofic

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Par

te I

(90

min

)

� Caracterizar a situação

comunicativa.

� Seleccionar informação,

organizando-a para que

possa ser utilizada com

sucesso, na defesa da

posição adoptada.

� Definir uma posição e

uma tese, fundamentando-

-as com argumentos de

diferentes tipos, justificados.

� Estruturar o discurso

em partes bem definidas e

assente numa estrutura

argumentativa formal.

� Planear a forma de

produzir oralmente o

discurso argumentativo.

� Produzir oralmente a

parte do discurso preparada,

fazendo um uso adequado

dos elementos relacionados

com a voz.

� Planificação de discurso

argumentativo:

� informação precisa sobre o

tema a debater;

� a posição assumida;

� a tese defendida;

�a situação comunicativa;

� diferentes tipos de

argumentos;

� principais partes

constitutivas do discurso;

� estrutura lógica da

argumentação.

� Produção oral de discurso

argumentativo:

� discurso argumentativo,

em contexto interactivo.

� Preenchimento do Guião

de Planificação do Discurso

– Parte I.

� Definição de aspectos

fundamentais: posição

adoptada e tese a defender.

� Caracterização da

situação comunicativa.

� Leitura do Documento

fornecido, com informação

sobre o tema a debater e

selecção e organização da

mesma.

� Planificação da

introdução e da

argumentação.

� Preparação da produção

oral.

� Produção oral da parte do

discurso argumentativo

planificada, em contexto

interactivo.

Descrição da Intervenção Didáctica

51

4ª. O

ficin

a: P

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Par

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(90

m

in)

� Reflectir sobre a própria

produção oral, para a

reformular, de acordo com

as conclusões resultantes

dessa reflexão.

� Estruturar o discurso em

partes bem definidas e

assente numa estrutura

argumentativa formal.

� Desenvolver uma contra-

argumentação adequada e

eficaz.

� Planear a forma de

produzir oralmente o

discurso argumentativo.

� Produzir oralmente o

discurso de forma adequada

à situação comunicativa.

� Planificação de discurso

argumentativo:

� principais partes

constitutivas do discurso;

� estrutura lógica da

argumentação;

� contra-argumentação

antecipada à própria

argumentação e sua refutação;

� síntese dos argumentos

(palavras-chave) e a tese

defendida.

� Produção oral de discurso

argumentativo:

� discurso argumentativo, em

contexto interactivo.

� Preenchimento da ficha

de apoio à reflexão sobre as

próprias produções orais.

� Preenchimento do Guião

de Planificação do Discurso

– Parte II.

� Reformulação parte do

discurso do discurso

produzido.

� Planificação da contra-

-argumentação e da

conclusão.

� Preparação da produção

oral.

� Produção oral do discurso

argumentativo em contexto

interactivo.

Figura 12: Quadro síntese da intervenção didáctica

O quadro acima apresenta uma síntese do trabalho desenvolvido para

aprendizagem da argumentação oral em contexto de debate, no 12.º ano de escolaridade.

Embora a competência nuclear da sequência didáctica seja a expressão oral,

encontram-se envolvidas outras competências importantes, na medida em que

concorrem para o seu desenvolvimento, nomeadamente: a compreensão oral e leitura da

imagem, o funcionamento da língua e a expressão escrita. Por outro lado, a sequência

didáctica contribuiu ainda para o desenvolvimento de competências transversais de

ordem cognitiva (resolução de problemas, desenvolvimento do pensamento crítico),

metodológica (aquisição de instrumentos de trabalho), pessoal e social (tomada de

posição, cooperação, colaboração, escuta, respeito pelo outro), comunicativa

(comunicação de forma apropriada) e psicológica (descentração).

Descrição da Intervenção Didáctica

52

4.1. Pré-teste/Pós-teste A intervenção didáctica começou com a realização do pré-teste e terminou com

a realização do pós-teste. Como já foi referido, estas duas fases destinaram-se a avaliar

as capacidades argumentativas dos alunos em contexto de debate, no primeiro caso,

antes de serem realizadas as oficinas formativas, na turma alvo, e, no segundo caso,

depois disso. Estes testes também foram aplicados na turma de controlo, em momentos

semelhantes do ano lectivo: o pré-teste e o pós-teste foram realizados, na turma alvo,

nos dias 22 de Setembro e 10 de Novembro, respectivamente, e na turma de controlo,

nos dias 24 de Setembro e 26 de Outubro, respectivamente. Na turma alvo, o pré-teste

teve lugar na aula imediatamente antes do início das oficinas formativas de

argumentação oral em contexto de debate e o pós-teste realizou-se quatro semanas após

o término dessa oficinas.

O pré-teste e o pós-teste são constituídos por duas grandes tarefas: uma de

planificação e outra de produção oral de discurso argumentativo em situação de debate.

Antes de as iniciarem, os alunos realizaram um exercício preparatório, de

brainstorming, orientado pela professora, sobre as normas que regem o debate. Este

exercício inicial, realizado quer no pré-teste, quer no pós-teste, teve como finalidade

convocar os conhecimentos dos discentes acerca das normas básicas que regem o

debate, de modo a assegurar condições para o seu desenvolvimento.

Para planificar o discurso, foi fornecido aos alunos o guião que se reproduz, por

partes, nesta secção (ver versão integral no anexo 2.1.). O guião oferecia aos alunos

indicações essenciais, para que integrassem na planificação os aspectos considerados

mais relevantes.

Entendendo que a página de rosto de um guião ou ficha de trabalho deve conter

informação importante que permita ao aluno construir uma ideia geral sobre o trabalho a

realizar, na página de rosto de cada um dos guiões elaborados foram incluídas

informações sobre o conteúdo geral a trabalhar; os principais objectivos, para que os

alunos saibam, à partida, aquilo de que devem ser capazes; o tempo disponibilizado para

a realização do trabalho proposto; a tarefa a realizar; e, por fim, a modalidade de

trabalho. Os objectivos aí apresentados encontram-se formulados de um modo mais

simplificado e acessível ao aluno do que os dos planos de aula. Para que estas

informações não passassem despercebidas, sobretudo os objectivos a alcançar, em cada

Descrição da Intervenção Didáctica

53

uma das aulas, os alunos, em conjunto com a professora, procederam à sua leitura em

voz alta.

Apresentam-se, a seguir, as informações da página de rosto do guião de

planificação do discurso usado no pré-teste/pós-teste.

O Debate

O discurso argumentativo em contexto de debate

Pré-teste/Pós-teste

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- exercitar a planificação de um debate;

- produzir oralmente discurso argumentativo, participando de forma construtiva num debate e

respeitando as normas que o regem. Tempo: 50 minutos. Tarefa: planificação e produção de discurso argumentativo em contexto de debate. Modalidade de trabalho: trabalho de grupo.

Como se pode verificar, a seguir, o tema proposto aos alunos no guião do pré-

-teste/pós-teste foi O texto digital e o texto impresso. No sentido de impulsionar o

debate e provocar duas posições diferentes em relação ao tema, juntaram-se duas

perguntas: Será que algum dia os livros impressos vão ser substituídos por livros

electrónicos? Será que, num futuro próximo, deixaremos de folhear páginas em papel e

passaremos a aceder apenas a livros electrónicos? A selecção dos temas a debater foi

feita antecipadamente pela professora, por se tratar de uma tarefa complexa que poderia

gerar uma certa dispersão em relação aos objectivos das actividades propostas, se fosse

Impresso

ou electrónico?

Descrição da Intervenção Didáctica

54

deixada a cargo dos alunos. A escolha do tema foi feita, tendo em consideração os

critérios que a seguir se enunciam: a) ser de interesse para os alunos; b) ser adequado às

capacidades dos alunos; c) ser controverso, ou seja, um tema em relação ao qual existe

mais do que uma posição; d) consistir numa questão real, actual e aceitável do ponto de

vista ético; e) proporcionar aos alunos a aquisição de novos saberes (Dolz &

Schneuwly, 1998: 36-37).

A realização dos exercícios propostos no guião do pré-teste/pós-teste foi

precedida da organização dos alunos em oito grupos de dois ou três elementos, em

função da posição a defender. A formação dos grupos ficou a cargo dos próprios

discentes, tendo sido colocada, apenas, uma restrição: os grupos deviam ser formados

em torno de oito porta-vozes, nomeados pela professora. Este procedimento teve como

finalidade garantir o registo das produções orais de dois alunos de nível fraco, quatro de

nível médio e dois de nível bom (cf. secção 3.1.), no que diz respeito ao aproveitamento

escolar na disciplina de Português. A professora procurou, ainda, garantir um certo

equilíbrio entre o número de grupos e oradores que iriam defender cada uma das teses,

aquando da realização do debate.

Nos dois primeiros exercícios, pediu-se aos alunos que definissem a sua posição

em relação ao tema e explicitassem a tese a defender, dado que, frequentemente, se gera

confusão entre estes dois aspectos. O primeiro diz respeito à adopção de uma posição a

favor ou contra, o segundo incide sobre a ideia fundamental que o orador se propõe

defender. No terceiro exercício, pediu-se aos alunos a planificação de um discurso

argumentativo oral – tema, argumentação e contra-argumentação –, tendo como suporte

a escrita, procedimento que se considera ter reflexos positivos ao nível da produção oral

do discurso argumentativo (cf. Sousa, 2006: 59; Vilà e Vila, 1994, por exemplo).

1. Considere o seguinte tema:

O texto digital e o texto impresso

Será que algum dia os livros impressos vão ser substituídos por livros electrónicos? Será que,

num futuro próximo, deixaremos de folhear páginas em papel e passaremos a aceder apenas a

livros electrónicos?

1.1. Defina a sua posição em relação ao tema.

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Descrição da Intervenção Didáctica

55

1.2. Explicite a tese que irá defender.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

1.3. Proceda à preparação da sua intervenção no debate, quer no que respeita ao tema, mediante

o recurso à documentação em anexo e à experiência pessoal, quer no que se refere à

argumentação que irá ser apresentada.

Não se esqueça de produzir contra-argumentos para rebater possíveis argumentos dos

defensores da tese oposta à sua.

_____________________________________________________________________________

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_____________________________________________________________________________

1.4. O porta-voz do grupo deverá preparar, com a ajuda dos restantes elementos, a forma como

irá proferir o discurso planificado.

A produção oral terá lugar no momento da aula destinado à realização do debate.

Para apoiar os alunos na preparação do tema a debater, foi-lhes fornecido,

juntamente com o guião de planificação do discurso, um documento em forma de

caderno onde se reuniu informação proveniente de diferentes fontes, capaz de

complementar aquela de que já dispunham para fundamentar diferentes teses em relação

ao tema. Reproduz-se, a seguir, a informação facultada.

Descrição da Intervenção Didáctica

56

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Descrição da Intervenção Didáctica

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Descrição da Intervenção Didáctica

58

À planificação do discurso, seguiu-se, no quarto exercício, a preparação pelos

porta-vozes de grupo, com a ajuda dos colegas, da forma de produzir o discurso

planificado e a respectiva proferição em contexto de debate.

A última actividade do pré-teste/pós-teste consistiu, por conseguinte, na

realização de um debate subordinado ao tema O texto digital e o texto impresso, em que

os alunos que haviam sido nomeados porta-vozes de grupo desempenharam o papel de

oradores. Antes desta actividade, a professora explicou a forma como se ia organizar o

debate e escolheu os alunos que iam desempenhar os papéis de moderador, secretário e

observadores. Relativamente à organização do debate, seguiu-se, no geral, o designado

modelo de Oxford (F.C.D.É, 1998), segundo o qual as intervenções são feitas

alternadamente entre os defensores de uma e de outra tese. Cada orador intervém uma

única vez e deve apresentar o discurso preparado bem como a contra-argumentação do

discurso produzido imediatamente antes – à excepção do primeiro orador, que apresenta

a sua argumentação no início do debate e contra-argumenta só no final o discurso do

último orador, uma vez que não tem ninguém para contra-argumentar de imediato.

Optou-se por este tipo de organização por se considerar que pode favorecer a dinâmica

do debate, dada a ausência de uma separação rígida entre a argumentação e a contra-

-argumentação, como acontece no modelo de Cambridge (F.C.D.É, 1998). No que

respeita à escolha do moderador, do secretário e dos observadores, seguiu-se a vontade

manifestada pelos alunos em desempenhar cada um desses papéis. Os restantes alunos e

as professoras constituíram o auditório, que devia escutar atentamente o debate sem

fazer qualquer intervenção. Esta opção teve em conta o tempo de aula disponível e

procurou evitar que eventuais intervenções do auditório alongassem demasiadamente o

debate.

Depois de conhecerem o modo de organização do debate e os papéis a

desempenhar, os alunos dispuseram-se na sala da seguinte forma: os oradores sentaram-

-se de frente uns para os outros, os defensores de uma tese de um lado e os da outra do

lado oposto; o moderador ficou ao centro; o secretário e os dois observadores tomaram

lugar do lado do auditório, mas próximos dos oradores. Posto isto, os alunos realizaram

um debate em que os oradores produziram oralmente o discurso que planificaram e se

esperava que contra-argumentassem os discursos dos defensores de uma tese diferente

da sua. O debate foi registado mediante o recurso a gravação áudio.

A realização das actividades que acabam de ser descritas permitiu integrar no

pré-teste/pós-teste conteúdos processuais – planificação e produção oral de discurso

Descrição da Intervenção Didáctica

59

argumentativo – bem como conteúdos declarativos – intervenientes no debate e

respectivas funções, tema, posição, tese, argumentação, contra-argumentação, estrutura

discursiva e lógica da argumentação, conectores discursivos, recursos modalizadores e

voz (entoação, pausas, intensidade, dicção, velocidade de fala e volume.).

Tanto na turma alvo como na turma de controlo, procurou-se criar condições

para que, no pré-teste e no pós-teste, os alunos realizassem um debate, em toda a sua

complexidade. No caso da turma alvo, o pré-teste desempenha simultaneamente a

função de produção inicial, permitindo aferir as capacidades argumentativas orais dos

discentes, antes da realização das oficinas formativas de argumentação oral em contexto

de debate. O pós-teste, que funciona como produção final na turma alvo, dando aos

alunos uma oportunidade para investirem os instrumentos e conhecimentos entretanto

adquiridos na planificação e na produção oral de um novo discurso argumentativo sobre

o mesmo tema, permitiu avaliar, de novo, as capacidades de argumentação oral dos

alunos, de modo a verificar que tipo de evolução se regista entre os seus desempenhos,

antes e depois da leccionação da sequência didáctica propriamente dita. No caso da

turma de controlo, estas duas fases têm, apenas, a função de pré-teste e de pós-teste,

respectivamente.

4.2. Sequência didáctica de argumentação oral em contexto de debate A sequência didáctica é composta por um conjunto de quatro oficinas de

argumentação oral em contexto de debate, que são descritas em seguida. As oficinas

iniciaram-se imediatamente após o pré-teste e foram realizadas de forma seguida, tendo

havido, apenas, uma aula de intervalo entre a primeira e a segunda oficina. As oficinas

começaram no dia 23 Setembro e terminaram no dia 7 de Outubro de 2009,

realizaram-se em quatro blocos de 90 minutos e incidiram sobre conteúdos –

processuais e declarativos – relativos ao discurso argumentativo e ao debate, com vista a

melhorar as capacidades de argumentação oral dos alunos. Para as diferentes oficinas

foram elaborados guiões e fichas de trabalho que nem sempre foi possível resolver na

totalidade, devido a questões de tempo relacionadas com a falta de prática de

planificação e leccionação de aulas bem como com o ritmo de trabalho dos alunos. Nos

casos em que tal aconteceu, reajustou-se a planificação e os planos de aula, mas

mantiveram-se os materiais tal como tinham sido concebidos, de modo a não quebrar a

Descrição da Intervenção Didáctica

60

sequência lógica que lhes subjaz. Nesta secção são apresentados e comentados os

exercícios realizados, podendo, no entanto, consultar-se a versão integral dos materiais

no anexo 2.

4.2.1. Oficina 1: Compreensão oral e leitura da imagem

4.2.1.1. Parte I – Os principais intervenientes no debate e respectivas funções

A primeira oficina formativa realizou-se a 23 de Setembro de 2009 e, como o

próprio título sugere, foi dedicada a tarefas de compreensão oral e leitura da imagem.

No início da aula, explicou-se aos alunos em que consistia o trabalho a

desenvolver ao longo das quatro oficinas formativas, de forma a proporcionar-lhes uma

visão geral do mesmo. Depois, estabeleceu-se um diálogo entre professora e alunos, no

sentido de activar conhecimentos prévios sobre o discurso argumentativo e o debate. De

modo a guiar a escuta/visionamento que se ia realizar, fez-se um elenco dos principais

aspectos a que os alunos deveriam estar mais atentos: intervenientes no debate, abertura

e fecho do debate, forma como os oradores iniciam os seus discursos, posições

defendidas, argumentos, contra-argumentos e antecipação de eventuais contra-

-argumentos, organização das interacções e clima do debate. Optou-se por este

procedimento, tendo em conta o facto de, na etapa de Diagnose, os alunos terem

revelado dificuldades, sobretudo na identificação de argumentos e contra-

-argumentos.

Passou-se em seguida à escuta/visionamento de três excertos de um debate e à

resolução da Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Parte I, sobre os

principais intervenientes no debate e respectivas funções.

Descrição da Intervenção Didáctica

61

O Debate

Os principais intervenientes no debate

e respectivas funções

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- identificar os intervenientes no debate;

- reconhecer as suas principais funções.

Tempo: 25 minutos.

Tarefa: resolução, por escrito, da Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Parte I,

sobre os principais intervenientes no debate e respectivas funções.

Modalidade de trabalho: trabalho de pares.

Os alunos visionaram um conjunto de excertos seleccionados do debate

televisivo Prós e Contras, sobre o Acordo Ortográfico, transmitido pela RTP1, em 14

de Abril de 2008. A escolha de materiais de input autênticos é uma tarefa delicada e

difícil, devido à necessidade de encontrar documentos, simultaneamente, relevantes e

adequados em termos pedagógicos.10 Dada a longa duração do referido debate e a

consequente inviabilidade da utilização, em aula, de um documento tão extenso, optou-

-se por escolher três excertos: o primeiro corresponde à abertura do debate, o segundo

às intervenções de dois oradores, um a favor do Acordo Ortográfico e outro contra, e o

terceiro corresponde ao fecho do debate. Procurou-se, assim, proporcionar aos alunos

uma visão global do género público e formal do oral que é objecto de estudo: o debate.

10Para mais informação sobre a selecção dos materiais orais de input, veja-se a secção 3.2.

Descrição da Intervenção Didáctica

62

Após a escuta/visionamento, os alunos resolveram a Ficha de Compreensão Oral

e Leitura da Imagem – Parte I, que lhes foi distribuída. No exercício 1., pretendeu-se

que os alunos identificassem os intervenientes no debate. Acrescentou-se um espaço

específico para a informação relativa aos intervenientes que não aparecem no debate

visionado – secretário e observadores – e às suas funções, por se considerar,

frequentemente, que, a par dos oradores, do moderador e do auditório, também aqueles

fazem parte do debate (Programa de Português, 2002: 43).

Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem

Parte I

1. Quais são os intervenientes no debate?

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Informação adicional (a preencher no momento da correcção):

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Depois, propôs-se aos alunos uma série de exercícios sobre aspectos relativos ao

moderador e aos oradores. No caso do moderador, vejam-se os seguintes exercícios (2.,

3., e 8.): 2. Como teve possibilidade de verificar, o moderador do debate possui funções específicas. De

entre as frases que se seguem, assinale com um X aquelas que considera que exprimem funções

do moderador.

a) Desenvolver uma argumentação adequada e eficaz para sustentar a sua posição. �

b) Fazer a abertura do debate, lançar e orientar a discussão, e fazer o encerramento do debate. �

c) Gerir as interacções, distribuindo equilibradamente os turnos de palavra. �

d) Anotar o tempo e a frequência das intervenções de cada orador. �

e) Escutar atentamente as posições defendidas, adoptando uma posição de imparcialidade

relativamente às mesmas. �

3. Em que é que consiste a abertura do debate?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Descrição da Intervenção Didáctica

63

8. Que apreciação faz acerca do fecho do debate, tendo em conta que dele devem fazer parte o

resumo das conclusões e os agradecimentos finais aos intervenientes?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

O exercício 2. tem como objectivo identificar as principais funções do moderador e é

um exercício de escolha múltipla. Ainda relacionadas com o moderador, uma vez que a

abertura e o fecho do debate são funções suas, as perguntas 3. e 8. procuravam levar os

alunos a tomarem consciência da estruturação de um debate e dos aspectos que cada

uma das suas partes deve integrar.

No que se refere aos oradores, vejam-se os exercícios 4. e 5, a seguir. Com o

exercício 4. pretendia-se que os alunos notassem a importância das saudações iniciais,

por parte dos oradores, aos restantes intervenientes no debate, enquanto elemento que

contribui para a criação de um clima agradável entre todos. 4. Teça algumas considerações relativamente à forma como os oradores iniciam o seu discurso.

Trata-se de uma forma adequada de iniciar um discurso ou, pelo contrário, de uma forma

desadequada? Apresente elementos que fundamentem a sua resposta.

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

______________________________________________________________________

5. Os oradores adoptam posições diferentes em relação ao tema em debate e expõem

argumentos e contra-argumentos.

5.1. Quais são as posições defendidas pelos oradores?

Primeiro orador_______________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Segundo orador_______________________________________________________________

____________________________________________________________________________

5.2. Complete o quadro, apresentando dois dos argumentos expostos por cada um dos oradores,

nos seus discursos.

Descrição da Intervenção Didáctica

64

Item Primeiro Orador Segundo Orador

Argumentos

5.3. No discurso do segundo orador, ao contrário do que acontece no discurso do primeiro, por

se tratar da primeira intervenção no debate, são expostos vários contra-argumentos. Complete o

quadro, apresentando dois desses contra-argumentos.

Item Segundo Orador

Contra-argumentos

5.4. O primeiro orador antecipa possíveis contra-argumentos aos argumentos que produz, de

forma a rebatê-los antecipadamente. Indique pelo menos um desses contra-argumentos.

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

O exercício 5. centrou-se na produção de discurso argumentativo, que é a principal

função dos oradores. Em 5.1., procurou-se que os alunos reconhecessem as duas

posições opostas em relação ao tema do debate; em 5.2., que identificassem os

argumentos proferidos pelos oradores e, em 5.3., os contra-argumentos; em 5.4., que

reconhecessem a antecipação de contra-argumentos pelo orador, dada a sua importância

na defesa e consolidação da tese.

Por fim, os exercícios 6. e 7. incidem sobre a organização das interacções e

sobre o clima do debate. Pretendeu-se que os alunos reflectissem sobre a forma como

decorrem as interacções entre os intervenientes no debate e sobre a conduta por eles

adoptada.

Descrição da Intervenção Didáctica

65

6. Como é que decorrem as interacções (os oradores falam cada um na sua vez, falam ao mesmo

tempo…)?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

7. Que aspectos permitem caracterizar o clima do debate? Construa a sua resposta com base,

entre outros, nos seguintes aspectos:

� de respeito ou de desrespeito;

� de tolerância ou de intolerância;

� de concentração no tema em debate ou de dispersão em relação ao tema;

� de cumprimento ou de incumprimento de regras.

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Uma vez resolvida a ficha, os alunos procederam à correcção da mesma, em

conjunto com a professora, o que possibilitou uma reflexão alargada a toda a turma,

sobre os diferentes aspectos analisados.

4.2.1.2. Parte II – Os gestos, os movimentos, a organização do espaço e a actio

A segunda parte da aula foi dedicada a uma apreciação crítica do papel dos

códigos paraverbais, quinésicos e proxémicos e da actio na comunicação oral. Para tal,

passou-se à resolução da Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Parte II, a

partir de uma segunda escuta/visionamento do excerto correspondente à primeira

intervenção do primeiro orador – já integrado nos materiais de input da tarefa anterior.

À semelhança do que se havia feito na primeira actividade de escuta/

visionamento, estabeleceu-se um diálogo com os alunos, no sentido de convocar

conhecimentos anteriores sobre o uso de códigos paraverbais (gestos), quinésicos

(movimentos) e proxémicos (organização do espaço) e a actio, que inclui a utilização da

voz, neste caso, no que respeita à entoação, às pausas, aos acentos de intensidade, à

velocidade de fala, ao volume e à dicção, e a postura física, sobretudo no que se refere à

expressividade do rosto, na argumentação.

Descrição da Intervenção Didáctica

66

O Debate

Os gestos, os movimentos,

a organização do espaço e a actio Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- reconhecer o significado dos gestos, dos movimentos e da organização do espaço;

- reconhecer o papel de complemento dos códigos não verbais na argumentação;

- reflectir sobre a importância da actio - a voz e a postura física - no discurso argumentativo;

- avaliar o desempenho oral dos oradores. Tempo: 10 minutos. Tarefa: preenchimento da Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Parte II, sobre

os gestos, os movimentos, a organização do espaço e a actio. Modalidade de trabalho: trabalho individual.

O exercício 1. teve como finalidade levar os alunos a reflectirem sobre a

utilização de elementos respeitantes à actio e de códigos não verbais, para que dessa

forma reconhecessem a sua importância e a da sua adequação, enquanto complemento

da argumentação. Optou-se por um exercício de resposta sim/não por se pensar que na

avaliação destes aspectos entra um pouco da subjectividade de quem avalia.

Descrição da Intervenção Didáctica

67

Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem

Parte II

1. Preencha a seguinte ficha, relativa à importância dos gestos, dos movimentos, da

organização do espaço e da actio na argumentação, partindo do discurso do primeiro orador do

excerto que visionou do debate televisivo Prós e Contras, sobre o Acordo Ortográfico.

Assinale com um X, na coluna respectiva, consoante a sua reposta seja sim (SIM) ou não

(NÃO).

Afirmações SIM NÃO

1. A entoação é monótona e, por vezes, forçada.

2. A dicção é nítida e articulada.

3. O orador faz uma boa distribuição dos acentos de intensidade.

4. As pausas são utilizadas como meio para estruturar o discurso.

5. A velocidade de fala permite que os restantes intervenientes no debate

acompanhem o que é dito.

6. O volume da voz é audível e adequado à situação de comunicação.

7. O orador pronuncia o seu discurso de forma natural, clara e fluente.

8. A expressão facial é adequada ao conteúdo do que é proferido.

9. O orador apresenta um olhar fugidio, que é direccionado,

insistentemente, para o seu bloco de notas.

10. A gesticulação é desmesurada e teatral.

11. O orador permanece sentado e imóvel, enquanto profere o seu

discurso.

12. A organização do espaço é adequada à realização de um debate.

O exercício 2. consistiu na elaboração de um comentário à forma como decorreu

o debate, tendo em conta os excertos visionados. Teve como objectivo conduzir os

alunos a uma reflexão sobre os diferentes aspectos trabalhados ao longo da oficina. 2. Imaginando que faz parte da direcção de programas da RTP, redija um breve comentário,

relativo ao excerto de debate que visionou, em que se refira aos aspectos mais conseguidos e aos

menos conseguidos.

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Descrição da Intervenção Didáctica

68

Após a realização da ficha, a professora e os alunos procederam à sua correcção

comentada. Para isso, pediu-se aos discentes que fundamentassem o seu acordo ou

desacordo relativamente às afirmações do exercício 1., apresentando, sempre que

possível, um exemplo que sustentasse a sua opinião. No caso do exercício 2., solicitou-

-se aos alunos que contribuíssem com as suas respostas para construir um comentário

tão completo quanto possível.

4.2.2. Oficina 2: À (Re)Descoberta dos conectores discursivos e dos

recursos modalizadores

A segunda oficina teve lugar no dia 30 de Setembro de 2009 e foi dedicada a

actividades de reflexão sobre conteúdos de funcionamento da língua com grande relevo

na argumentação: conectores discursivos mais específicos do discurso argumentativo e

recursos modalizadores.

Para guiar o processo de reflexão dos alunos elaborou-se a Ficha de Trabalho:

Conectores Discursivos e Recursos Modalizadores.

O Debate

Conectores discursivos

Recursos modalizadores

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate. Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- identificar conectores discursivos mais específicos do discurso argumentativo;

- reconhecer a função dos conectores discursivos no discurso argumentativo;

- identificar recursos de modalização;

- reconhecer o papel dos recursos de modalização, na adequação do discurso à situação

comunicativa. Modalidade de trabalho: trabalho individual. Tempo: 80 minutos. Tarefa: resolução de exercícios sobre conectores discursivos e recursos modalizadores.

Descrição da Intervenção Didáctica

69

Esta ficha de trabalho, reproduzida mais adiante, é constituída por dois tipos de

exercícios diferentes: exercícios de identificação de conectores discursivos e de recursos

modalizadores e exercícios de preenchimento de quadros de sistematização desses

conteúdos, que assentam na reflexão dos alunos sobre o seu funcionamento no discurso

argumentativo.

Para a realização dos exercícios, os alunos recorreram à transcrição ortográfica

de um dos excertos do debate visionado na aula anterior. Esta opção deve-se ao facto de

se reconhecer a importância da transcrição ortográfica para a análise e a reflexão sobre o

discurso oral. Acrescenta-se que o excerto escolhido integra uma grande parte, mas não

a totalidade, dos conectores e aspectos da modalização que se considerou importante

trabalhar. Tratando-se de um documento autêntico, ou seja, do excerto de um debate que

não foi realizado com intenções didácticas, é natural que não integre tudo aquilo que se

pretendia trabalhar com os alunos.

Ficha de Trabalho

1. As partes que constituem um discurso encontram-se ligadas entre si, de forma a garantir a sua

coesão. A coesão de um discurso depende de vários mecanismos, nomeadamente da utilização

de conectores adequados e diversificados. 1.1. Sublinhe, a cor, os conectores discursivos presentes no excerto do debate televisivo Prós e

Contras, sobre o Acordo Ortográfico, transcrito na página seguinte. 1.2. Em conjunto com a professora, distribua adequadamente os conectores discursivos

identificados, pelas diferentes linhas do quadro que lhe foi fornecido. 2. O orador introduz marcas no seu discurso, de forma a adequá-lo à situação comunicativa. 2.1. Sublinhe, com outra cor, os recursos modalizadores que se encontram no excerto do debate

televisivo Prós e Contras, sobre o Acordo Ortográfico, transcrito na página seguinte.

Os recursos modalizadores estão relacionados com os seguintes aspectos:

- presença ou ausência do locutor no discurso;

- presença do destinatário no discurso;

- atribuição de um determinado grau de certeza às afirmações;

- expressão de juízos de valor;

- controlo do uso da linguagem para que este não resulte agressivo. 2.2. Em conjunto com a professora, registe os recursos modalizadores que identificou no quadro

que lhe foi distribuído.

Descrição da Intervenção Didáctica

70

Transcrição ortográfica de um excerto do debate televisivo Prós e Contras,

sobre o Acordo Ortográfico

F.C.F.: Vasco Graça Moura, por que é que o senhor rebate e está contra estes cinco argumentos?

V.G.M.: porque eu penso, eu penso que as opiniões expandidas pelo meu amigo Carlos Reis são muito

pouco consistentes e que devemos trocar por miúdos a retórica da unidade ou da uniformização. eh só

pode defender o acordo nesta perspectiva, e não é o caso do Carlos Reis com certeza, que terá outras

razões, só pode defender o acordo nessa perspectiva quem não o leu, porque quem o leu não pode

defendê-lo nessa nessa perspectiva. primeiro porque não assegura qualquer espécie de unidade nem de

uniformidade pela grafia, nos termos em que é formulado. segundo porque até aumenta exponencialmente

as divergências, basta pensar no que se passa com as grafias facultativas que admite. terceiro porque

sendo um acordo estratégico deveria pensar nas variantes africanas da Língua Portuguesa e ignora-as

sobranceiramente, o acordo é um documento neocolonialista, feito entre Portugal e o Brasil para arrumar

questões entre Portugal e o Brasil e esquece-se completamente da situação [os cinco países africanos] e

não só, esquece-se que o Português é uma língua de enorme valor cultural, histórico e simbólico em Goa,

a memória colectiva em Goa não funciona sem a Língua Portuguesa, esquece-se de Macau e esquece-se

de Timor. ora, sem quaisquer regras para a grafia de palavras desses países ou dessas áreas do mundo que

sejam incorporadas na Língua Portuguesa, significa que o acordo esqueceu pura e simplesmente essa

situação e pior, não só a esqueceu como ainda abriu a porta a mais facultatividades, a mais grafias

facultativas do que aquelas que existem. esse dicionário que que tem ali, que saiu há oito dias, por

exemplo, na palavra quase tem três grafias: quase com c u, quase com k u, e quase com k w [novo dic-,

novo grande dicionário da Língua Portuguesa conforme o acordo ortográfico] esse não, eu tou a falar do

pequeno, tou a falar do pequeno porque depois de ter gastado o dinheiro no pequeno não ia gastar mais

dinheiro no grande, tou a falar no pequeno, o pequeno, que é proclamado de acordo com o actua- actual

acordo ortográfico, se pegar nele e procurar a palavra quase encontra uma entrada em c u, encontra uma

entrada em k u e uma entrada em k w ou ou se procurar [é da texto editora] uma palavra, uma dança

angolana chamada quizomba, encontra uma entrada em k i e uma entrada em q u em q u, portanto, isto

mostra que não assegura qualquer unidade em relação a uma parte fundamental da de de dos dos países

que falam Língua Portuguesa, porque são sete países que seguem a grafia portuguesa e um país que tem

uma outra grafia e são, não dez milhões de habitantes de Portugal que seguem a grafia portuguesa, mas

mais de quarenta milhões de habitantes, considerando esses países e considerando também os núcleos de

emigrantes portugueses no mundo, de maneira que esse aspecto, não penso que o o meu amigo Carlos

Reis tenha razão. mas há outro aspecto também que é importante salientar: é que ah o o sumário que foi

aqui apresentado das vicissitudes da questão entre Portugal e o Brasil foi demasiado sincopado, ou seja,

omitiu alguns pontos importantes. omitiu que em mil novecentos e trinta e um foi feito um acordo que o

Brasil só fez aplicar em mil novecentos e trinta e oito e em mil novecentos e quarenta e cinco foi feito um

acordo que o Brasil não aplicou, daí que ao longo de um século, mais de um século se considerarmos a

história para trás da do do princípio do século vinte, que entre Portugal e o Brasil nunca houve um acordo

ortográfico e isso não prejudicou nem as relações humanas e familiares, nem a emigração nos dois

sentidos, nem o mundo dos negócios, nem os contactos, a criação e a fruição culturais, nem o universo

escolar e universitário [não prejudicou o mundo dos negócios?] não prejudicou, não prejudicou, nada,

onde é que se deixou de fazer um negócio por causa da grafia nem prejudicou a intervenção diplomática

quer bilateral quer multilateral, quer um exemplo recentíssimo e que todos têm presente?

Descrição da Intervenção Didáctica

71

A primeira parte da Ficha de Trabalho é referente aos conectores discursivos

mais usados no discurso argumentativo. Consta da ficha uma breve introdução em que

se salienta o papel dos conectores, enquanto elementos que contribuem para garantir a

coesão de um discurso. Na alínea 1, os alunos identificaram os conectores discursivos

que existiam no excerto do debate escolhido, sublinhando a respectiva transcrição

ortográfica. Partindo desse levantamento, na alínea 2, os alunos preencheram o Quadro

de Sistematização dos Conectores mais específicos do discurso argumentativo, que se

reproduz em seguida.

Conectores mais específicos do discurso argumentativo

Função no discurso

argumentativo

Tipo de conexão

Exemplos de conectores

Introduzir argumentos e a

sua justificação. Causalidade

pois; porque; como; uma vez que; visto

que; já que; dado que; por

Introduzir exemplos/provas

que sustentem os

argumentos apresentados.

Explicitação-

-particularização

especificamente; nomeadamente; isto é;

ou seja; quer dizer; por exemplo; em

particular

Introduzir conclusões parciais.

Inferência/conclusão

assim; consequentemente; daí; então;

logo; pois;

deste modo; em consequência; portanto;

por isso; por conseguinte; por esta razão

Introduzir argumentos com

valor de confirmação. Confirmação

e; efectivamente; com efeito; de facto

Contraste concessivo

ainda assim; mesmo assim; apesar de;

contudo; no entanto; embora; ainda que;

posto que; se bem que; apesar de (que);

mesmo que; mesmo se

Introduzir contra-

-argumentos e a sua

refutação. Contraste antitético

mas; contrariamente; já; ora; agora; em

vez de; pelo contrário; por oposição

Introduzir reformulações. Contraste substitutivo mais concretamente; mais precisamente;

ou melhor; por outras palavras

Organizar os argumentos

no discurso, articulando-o

como um todo.

Listagem enumerativa

e; em primeiro lugar, em segundo

lugar…; em seguida; por um lado, …, por

outro lado; por fim;

depois; seguidamente; finalmente

Introduzir a conclusão. Síntese assim; em conclusão; em resumo; em

síntese;

em suma

Descrição da Intervenção Didáctica

72

Professora e alunos, em conjunto, analisaram o excerto e reflectiram sobre o

funcionamento de cada um dos conectores identificados, tendo em conta o tipo de

conexão que estabelecem, a função que desempenham e a relevância que têm no

discurso argumentativo. À medida que a tarefa se ia desenvolvendo, os vários exemplos

de conectores iam sendo distribuídos correctamente pelas linhas do Quadro de

Sistematização fornecido pela professora. No final, a docente apresentou o quadro em

acetato, a partir do qual os alunos completaram o preenchimento dos seus próprios

quadros.

A segunda parte da Ficha de Trabalho diz respeito aos recursos linguísticos

utilizados para exprimir a modalização. O trabalho sobre este conteúdo assumiu

configuração idêntica à do trabalho desenvolvido a propósito dos conectores

discursivos. Como os resultados da etapa de diagnose haviam demonstrado que os

conhecimentos sobre modalização e recursos modalizadores eram tímidos, optou-se por

apresentar, na ficha, os aspectos da modalização que eram objecto de análise: presença

ou ausência do locutor no discurso; presença do destinatário no discurso; atribuição de

um determinado grau de certeza às afirmações; expressão de juízos de valor; controlo

do uso da linguagem para que este não resulte agressivo.

Recursos Modalizadores

� Pronome tónico de primeira pessoa;

� Outras formas de primeira pessoa: pronomes possessivos,

pronomes átonos e terminações verbais;

� Expressões introdutórias como: pessoalmente, parece-me, do

meu ponto de vista, na minha opinião.

� O emissor coloca-se por trás de uma terceira pessoa;

� Sujeitos indefinidos como: as pessoas;

� Uso da passiva de -se.

� Presença ou ausência do

emissor no discurso

� Inclusão do emissor num plural de autor;

� O plural como forma de aproximação ao receptor;

� Primeira pessoa do plural generalizadora (verbos de dizer, de

entendimento e de percepção).

� Presença do destinatário

� Tratamento pessoal e informal: tu;

� Utilização do nome próprio;

� Utilização do nome próprio precedido de palavras como:

senhor, senhora; doutor, doutora;

� Tratamento de relação utilizando o nome do cargo: professor,

senhor presidente;

� Uso da primeira pessoa do plural, manifestando aproximação;

Descrição da Intervenção Didáctica

73

� Tratamento solene: ilustríssimo.

Apresentar o conteúdo como

absolutamente certo:

Apresentar o conteúdo como

possível ou provável:

� Atribuição de diferentes

graus de certeza às

afirmações e opiniões

� Expressões introdutórias

que influenciam a validade

dos enunciados: é evidente

que, é óbvio que;

� Advérbios e expressões

com valor adverbial: indubi-

tavelmente, seguramente;

� Palavras que expressam

uma restrição ou uma

generalização absolutas:

nenhum, todo.

� Expressões introdutórias que

influenciam a validade dos

enunciados: parece que, é

provável que;

� Advérbios e expressões com

valor adverbial: talvez,

provavelmente.

� Validação do conteúdo

dos enunciados

Necessidade de explicitar as fontes de informação:

� o emissor é a fonte e o responsável pela informação que

apresenta;

� o emissor recorre a outras fontes e introduz no discurso

informação proveniente delas, referindo-as explicitamente.

� Transmissão de juízos

de valor

� Adjectivos: bom, interessante;

� Substantivos: aprovação, desaprovação;

� Quantificadores: muito, pouco.

� Controlo do uso da

linguagem

� Máximas de cortesia que podem ser utilizadas em interacções

argumentativas: a) Máxima do tacto: supõe-se que é necessário pedir

autorização ao(s) outro(s) orador(es): “se me permite(m)”.

b) Máxima de generosidade: diminui o seu próprio benefício

em relação ao benefício do(s) outro(s) orador(es): “gostaria de

fazer uma observação que considero que vos vai ajudar”.

c) Máxima de aprovação: aumenta a estima pelo(s) outro(s)

orador(es): “sei que tem as suas razões para tomar essa posição;

no entanto, a minha posição é outra”.

d) Máxima de modéstia: diminui o seu valor e aumenta o valor

do(s) outro(s) orador(es): “sei que tem grandes conhecimentos

sobre o assunto, mas não poderia ser…”.

d) Máxima de acordo: diminui o desacordo com o(s) outro(s)

orador(es) e aumenta o acordo: “concordo com alguns aspectos

que mencionou, mas é preciso ter em conta que…”. Tal como para a primeira parte da ficha de trabalho, a professora e os alunos

fizeram uma análise e uma reflexão conjuntas sobre o funcionamento dos recursos

modalizadores identificados, considerando para isso as formas de exprimir a

Descrição da Intervenção Didáctica

74

modalização e os recursos linguísticos utilizados. Simultaneamente, os exemplos

modalizadores iam sendo distribuídos correctamente pelo Quadro de Sistematização

fornecido pela docente. Por último, a professora projectou, em acetato, o quadro

preenchido, de modo a que os alunos pudessem completá-lo com outros exemplos de

recursos disponíveis para os diferentes aspectos da modalização analisados.

Os quadros preenchidos com os conectores discursivos e com os recursos

modalizadores, depois de impressos em cartolinas de cores diferentes, foram dados aos

alunos. Constituem um instrumento que podem utilizar na realização de outras

actividades, pertencentes ou não à sequência, que requeiram a aplicação dos conteúdos

trabalhados, ou seja, podem funcionar como um memorando. É, precisamente, esta

ordem de ideias que subjaz à opção de trabalhar estes conteúdos logo na segunda

oficina: primeiro, a identificação, a análise, a reflexão e a sistematização; depois, a

transferência e a rentabilização dos conhecimentos desenvolvidos, ao nível da

planificação e da produção oral de discurso argumentativo.

4.2.3. Oficina 3: Planificação e produção oral de discurso argumentativo em

contexto de debate – Parte I

Esta oficina formativa, realizada no dia 6 de Outubro, é constituída por duas

tarefas principais: uma de planificação e outra de produção oral de discurso

argumentativo em contexto de interacção.

À semelhança do que aconteceu em etapas anteriores, o tema foi escolhido

previamente pela professora, seguindo critérios idênticos aos que foram enunciados para

a escolha do tema de debate no Pré-teste/Pós-teste. Para esta oficina, optou-se por

recuperar o tema seleccionado para a etapa de Diagnose – Hábitos de leitura dos

portugueses –, que se havia verificado ser um tema de interesse para os alunos.

Considerou-se, assim, que tal poderia constituir um factor de motivação para a

realização das tarefas propostas nesta oficina.

Os alunos organizaram-se em grupos de trabalho compostos por dois ou três

alunos cada, de acordo com posição a defender em relação ao tema de debate. Este

processo foi acompanhado de perto pela professora, que procurou salvaguardar um certo

equilíbrio entre o número de grupos que defendia posições diferentes. A composição

dos grupos acabou por ser, sensivelmente, a mesma do pré-teste.

Descrição da Intervenção Didáctica

75

Para que os alunos pudessem apropriar-se de um instrumento de trabalho

passível de ser utilizado na planificação de discurso argumentativo, destinado a ser

produzido oralmente num contexto específico, construiu-se o Guião de Planificação do

Discurso – Parte I, cuja estrutura assenta em etapas consideradas essenciais na

planificação deste tipo de discurso, organizadas segundo um critério de progressão.

Assim, a primeira etapa centrou-se na definição da posição e da tese, a segunda na

caracterização da situação comunicativa, a terceira na preparação do tema e a quarta na

planificação do discurso propriamente dito, no que se refere à composição da introdução

do discurso e da argumentação.

O Debate

Planificação

Discurso argumentativo

Produção oral

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- definir uma posição e uma tese;

- caracterizar a situação comunicativa em que vai ser produzido o discurso;

- planificar o discurso: tema e argumentação;

- preparar a produção oral do discurso e proferi-lo. Tempo: 60 minutos. Tarefa: preenchimento do Guião de Planificação do Discurso, sobre a tomada de posição, a

tese, o tema, a introdução de um discurso argumentativo e a argumentação. Modalidade de trabalho: trabalho de grupo.

Apresenta-se, em seguida, o conjunto de exercícios propostos no Guião de

Planificação do Discurso – Parte I. O primeiro exercício procurou levar os alunos a

adoptar uma posição e a definir a tese que queriam defender, em relação ao tema

proposto, que constitui o primeiro passo fundamental na planificação do discurso

argumentativo. Sem a definição prévia da posição adoptada e da tese a defender, o

Descrição da Intervenção Didáctica

76

resultado seria, muito provavelmente, um discurso em que se confundem argumentos

favoráveis a posições diferentes e, logo, com contradições visíveis.

Guião de Planificação do Discurso

Parte I

� O tema.

� Considere o seguinte tema:

Hábitos de leitura dos portugueses

Os obstáculos que dificultam o aumento dos hábitos de leitura dos portugueses estão

relacionados com a população ou com os livros e os editores?

� Aspectos fundamentais.

� Defina a posição adoptada e a tese que vai defender.

Posição adoptada: _____________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Tese: _______________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

O objectivo do segundo exercício foi o de que os alunos analisassem a situação

comunicativa e a caracterizassem, de forma a planificarem um discurso argumentativo

adequado. Figuram no quadro abaixo os principais aspectos a ter em conta nessa

caracterização, a saber: grau de formalidade do discurso, grau de preparação do

discurso, intenção comunicativa, destinatários do discurso e relação entre os

interlocutores.

Descrição da Intervenção Didáctica

77

� A situação comunicativa.

� Tendo em conta que vai produzir um discurso argumentativo em contexto de debate, na aula

de Português, preencha o quadro seguinte.

Características

Grau de formalidade do discurso (muito

informal, informal, neutro, formal ou muito

formal)

Grau de preparação do discurso (mal

preparado, insuficientemente preparado,

razoavelmente preparado, preparado ou muito

preparado)

Intenção comunicativa (convencer, incitar à

acção, informar, manipular, dar uma instrução)

Destinatários do discurso

Relação entre os interlocutores (distante,

próxima)

Em seguida, os alunos prepararam o tema do discurso. Com o terceiro exercício

começaram por seleccionar informação que considerassem adequada para fundamentar

a tese e organizaram essa informação – por factos, exemplos, citações e outros – de

maneira a poder utilizá-la com sucesso na construção da argumentação. � Preparação do tema. � Recolha informação pertinente, na documentação fornecida e na sua experiência pessoal, e

organize-a de maneira a poder utilizá-la com sucesso na argumentação que irá desenvolver.

Nota: Toda a informação que não seja da sua autoria deve ser apresentada com as devidas

referências (por exemplo: autor; título do artigo, do jornal, da revista, do livro e data).

Factos:

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________ Exemplos:

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Descrição da Intervenção Didáctica

78

_____________________________________________________________________________ Citações:

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________ Outros:

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

A preparação do tema foi feita, recorrendo ao documento de apoio distribuído

juntamente com o guião de planificação. Este continha informação passível de ser

utilizada na fundamentação de diferentes teses, complementando a que os alunos já

possuíam.

Descrição da Intervenção Didáctica

79

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Descrição da Intervenção Didáctica

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Descrição da Intervenção Didáctica

81

O quarto exercício marcou a passagem a uma outra etapa, em que os alunos

começaram a compor as diferentes partes do discurso. Neste exercício, elaboraram uma

introdução para o discurso, incluindo o tema, a tese e os principais argumentos,

identificados por meio de palavras-chave.

� Elaboração de uma introdução.

� Elabore a introdução do seu discurso, em que deverá:

- apresentar o tema;

- expor claramente a tese que vai defender;

- anunciar os principais argumentos (palavras-chave) que irão ser desenvolvidos.

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

No quinto exercício, os alunos construíram três argumentos de tipos diferentes,

partindo dos cinco tipos de argumentos apresentados nos cartões que lhes foram

distribuídos.

� Construção de diferentes tipos de argumentos devidamente justificados.

� Produza três argumentos de tipos diferentes, de acordo com as indicações fornecidas no cartão

que lhe foi distribuído.

Argumento 1:_________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Argumento 2:_________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Argumento 3:_________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

� Definição de núcleos argumentativos.

� Sublinhe a palavra-chave de cada um dos argumentos produzidos.

Como se pode verificar, em seguida, nos cartões (impressos em cartolina de cor azul) os

alunos dispunham da seguinte informação: designação de vários tipos de argumentos,

definição de cada um deles e respectivos exemplos. A realização deste quinto exercício

Descrição da Intervenção Didáctica

82

foi acompanhada pela professora, o que permitiu esclarecer dúvidas e ajudar a

ultrapassar dificuldades, à medida que o trabalho ia avançando.

Para sustentar a sua tese, produza três argumentos de tipos diferentes, de entre os que

se apresentam em seguida:

���� incompatibilidade: argumento em que se apresentam duas situações incompatíveis e se

estabelece a necessidade de optar por uma delas.

Ex.: Ou se tem preocupações ambientais ou se defende a circulação de automóveis poluentes.

Portanto, preocupar-se com o ambiente implica não defender a circulação de automóveis

poluentes/defender a circulação de automóveis poluentes implica não ter preocupações

ambientais.

���� argumento de autoridade: argumento que consiste em recorrer a uma autoridade (pessoa

reconhecida como especialista num determinado domínio, citação de artigos, estatísticas, etc.)

para sustentar a tese defendida.

Ex.: Especialistas da área da saúde dizem que é bom fazer exercício físico.

Logo, é bom fazer exercício físico.

���� exemplo: consiste em fazer uma generalização, estabelecendo uma regra a partir de um caso

concreto.

Ex.: Os programas do canal X não são aconselháveis, basta ver, por exemplo, a grelha de

programação de segunda-feira, em que figuram vários programas violentos.

���� analogia: consiste em partir da semelhança entre duas coisas e concluir que a propriedade

de uma é a mesma que podemos encontrar na outra. As diferenças específicas não são tidas em

conta.

Ex.: “Os filósofos são como os cientistas.

Os cientistas procuram conhecer melhor o mundo.

Logo, os filósofos procuram conhecer melhor o mundo”.

���� argumento de causa-consequência: consiste em mostrar a veracidade de uma ideia,

mediante a apresentação das suas causas e/ou das suas consequências.

Ex.: Se reciclarmos o papel, estamos a contribuir para a diminuição do abate de árvores e para

um ambiente melhor.

Uma vez planificado o discurso, os porta-vozes dos grupos prepararam, durante

alguns minutos, com a ajuda dos colegas, a forma como o iam produzir. A escolha do

porta-voz foi feita por cada grupo, tendo em atenção a seguinte restrição colocada pela

professora: uma vez que os grupos de trabalho eram quase os mesmos do Pré-teste, os

porta-vozes não deveriam ser os mesmos. Procurou-se, assim, dar a todos os alunos a

possibilidade de treinar a produção oral de discurso argumentativo em contexto de

interacção.

Descrição da Intervenção Didáctica

83

� Treino da expressão oral.

� Produção oral dos argumentos construídos.

O porta-voz de cada grupo produziu oralmente o discurso planificado, em

interacção com um colega que defendia uma tese diferente. Os restantes alunos da turma

e as professoras constituíram o auditório e, tal como em outras etapas dedicadas à

produção na intervenção didáctica, não fizeram qualquer intervenção. As produções

orais foram registadas por meio de gravação áudio.

4.2.4. Oficina 4: Planificação e produção oral de discurso argumentativo em

contexto de debate – Parte II

Na quarta e última oficina formativa, realizada no dia 7 de Outubro de 2009,

deu-se continuação ao trabalho de planificação e de produção oral realizado na oficina

anterior, melhorando-o e integrando novos conteúdos.

A primeira tarefa foi dedicada à reflexão sobre as produções orais que haviam

sido gravadas, com base nas transcrições ortográficas das mesmas, instrumento de

trabalho basilar neste tipo de tarefa. Pretendeu-se, fundamentalmente, desenvolver nos

alunos a capacidade de reflectirem sobre produções orais formais, particularmente,

sobre as suas próprias produções orais.

Os discentes organizaram-se em grupos – os mesmos da terceira oficina – e cada

grupo fez uma reflexão sobre o discurso produzido pelo seu porta-voz. Para esse efeito,

construiu-se uma ficha de apoio à reflexão sobre as produções orais.

O Debate

Reflexão sobre as produções orais

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- reflectir sobre as próprias produções orais;

- explicitar as conclusões retiradas da reflexão sobre as produções orais.

Descrição da Intervenção Didáctica

84

Tempo: 10 minutos. Tarefa: reflexão sobre a produção oral realizada na oficina anterior e elaboração de um breve

comentário em que sejam apresentadas as principais conclusões. Modalidade de trabalho: trabalho de grupo. Esta é composta por uma transcrição e por instruções para a elaboração de um

comentário, a partir da reflexão sobre a produção oral realizada. Por uma questão de

gestão do tempo de aula, a ficha fornecida a cada grupo continha, apenas, a transcrição

do discurso produzido pelo seu porta-voz e não a dos discursos produzidos pelos outros

grupos.

Porta-voz de grupo: (nome do aluno)

Transcrição ortográfica do discurso produzido

C.A.: O tema em que consiste este debate são os obstáculos que dificultam os hábitos de leitura

dos portugueses. defendo que o principal é a população. abordaremos temas como os maus

hábitos de leitura e o stress. primeiro argumento, ou se lê um livro ou se está ocupado com os li-

com as lidas da casa, portanto fazer uma coisa implica não poder fazer a outra. segundo

argumento, os últimos dados do Eurobarametro referente a dois mil e sete implicam que

quarenta e nove por cento dos portugueses não leram no ano anterior, logo, têm maus hábitos de

leitura. a maior parte das pessoas andam stressadas. as pessoas stressadas não conseguem ler,

logo, a maior parte das pessoas não conseguem ler. � Em conjunto com os seus colegas de grupo, faça uma reflexão sobre a produção oral do

discurso, tendo em conta os seguintes aspectos:

� a forma como é iniciado o discurso;

� a constituição da introdução do discurso;

� o tipo de argumentos construídos;

� a forma como são ligados os diferentes argumentos e outras partes do discurso;

� o uso que é feito dos recursos modalizadores, tendo em consideração a situação de

comunicação.

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Descrição da Intervenção Didáctica

85

O trabalho dos grupos foi acompanhado pela professora, que fez comentários adicionais

à utilização que cada porta-voz fez da actio, principalmente da voz. No final, partindo

das conclusões a que os grupos chegaram, fez-se uma sistematização dos aspectos mais

conseguidos e daqueles que precisavam de ser melhorados, abrindo-se caminho para o

aperfeiçoamento destes últimos.

Terminada a tarefa de reflexão, os alunos continuaram o trabalho de planificação

de discurso argumentativo iniciado anteriormente, apoiando-se, desta vez, no Guião de

Planificação do Discurso – Parte II, que recupera o essencial do guião elaborado para a

terceira oficina e integra novos aspectos.

O Debate

Planificação

Discurso argumentativo

Produção oral

Sequência didáctica: Estratégias argumentativas em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- antecipar possíveis contra-argumentos para os argumentos produzidos;

- integrar possíveis contra-argumentos no próprio discurso, rebatendo-os antecipada-

mente;

- escutar, atentamente, os interlocutores para reforçar a argumentação ou para contra-

˗ argumentar;

- preparar a produção oral do discurso e proferi-lo em contexto interactivo. Modalidade de trabalho: trabalho de grupo. Tempo: 30 minutos. Tarefas: preenchimento do Guião de Planificação do Discurso, sobre a argumentação, a

contra-argumentação e a conclusão de um discurso.

Se, no guião anterior, os exercícios contemplavam a introdução do discurso e os

argumentos, neste guião, põem em foco a contra-argumentação, integrada na própria

Descrição da Intervenção Didáctica

86

argumentação – pela antecipação de eventuais contra-argumentos para cada um dos

argumentos construídos e pela sua refutação –, e a conclusão do discurso.

No Guião de Planificação do Discurso – Parte II, optou-se por reproduzir a

introdução e os argumentos apresentados pelos alunos na terceira oficina, de modo a

que estes dispusessem do que já haviam feito, no início desta última etapa da sequência

didáctica. Refira-se, ainda, que um dos objectivos da terceira e quarta oficinas foi o de

proporcionar aos alunos a possibilidade de se apropriarem de um esquema em que

estivesse claramente desenhada a estrutura organizativa formal do discurso

argumentativo. Foi dedicada especial atenção a este aspecto, dado que a análise dos

registos escritos da planificação de discurso argumentativo na etapa de Diagnose

revelara a ausência de elementos essenciais de uma estrutura argumentativa formal.

O esquema adoptado nesta oficina pode representar-se do seguinte modo.

Figura 13: Esquema da estrutura do discurso Este esquema vai beber ao que é teorizado nos manuais de retórica clássica –

Aristóteles, Rétorica: 1414b; Cícero, Orator: (122) – e em obras de autores mais

recentes como, por exemplo, Adam (2005), acerca da estrutura do discurso. Por um

lado, encontra-se representada a estrutura de base em que assenta o discurso

Tese________________________________________________________

Anúncio dos principais argumentos _______________________________

Argumento 1

� Eventual contra-argumento

� Refutação do contra-argumento

Argumento 2

� Eventual contra-argumento

� Refutação do contra-argumento

Argumento 3

� Eventual contra-argumento

� Refutação do contra-argumento

Síntese dos argumentos__________________________________________

Tese_________________________________________________________

Intr

odu

ção

C

on

clu

são

D

esen

volv

imen

to

Descrição da Intervenção Didáctica

87

argumentativo11, que é uma estrutura tripartida: introdução, desenvolvimento e

conclusão. Por outro lado, é apresentada a estrutura argumentativa formal do discurso,

uma vez que é possível reconstruí-la, de um ponto de vista lógico, ainda que

discursivamente nem sempre surja de forma completa.

No que respeita à planificação do discurso, os alunos começaram por reformular

a parte que já tinham planificado e produzido na oficina anterior, partindo das

conclusões a que haviam chegado após a reflexão sobre as suas próprias produções

orais. Passaram, depois, aos exercícios do Guião de Planificação do Discurso – Parte II

apresentados a seguir.

Guião de Planificação do Discurso

Parte II

� Antecipação de eventuais contra-argumentos e sua integração na argumentação, rebatendo-os

previamente. � Antecipe possíveis contra-argumentos para os argumentos construídos anteriormente e que

são apresentados no esquema que se segue. Argumento 1:____________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________ Eventual contra-argumento_______________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________ Refutação do contra-argumento ___________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Argumento 2:____________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________ Eventual contra-argumento_______________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Refutação do contra-argumento ___________________________________________

11 Veja-se o capítulo 2, sobre esta matéria.

Descrição da Intervenção Didáctica

88

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Argumento 3:____________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________ Eventual contra-argumento_______________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________ Refutação do contra-argumento ___________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________ � Rebata os contra-argumentos que produziu, preenchendo, no esquema acima, o espaço

destinado a esse fim.

Pretendeu-se com este exercício que os alunos previssem e refutassem, à partida,

possíveis contra-argumentos dos opositores, uma vez que, sem uma refutação, a

antecipação de contra-argumentos operaria um efeito contrário ao desejado, isto é,

serviria apenas para desconstruir a argumentação desenvolvida. Pelo contrário, a

refutação de eventuais contra-argumentos previstos contribui para a consolidação da

argumentação, tornando-a mais forte.

Por último, os alunos realizaram o esboço de uma conclusão para o seu discurso,

incluindo a síntese dos argumentos construídos (por palavras-chave) e a tese defendida. � Elaboração de uma conclusão.

� Elabore uma conclusão para o seu discurso, em que integre:

- a síntese dos argumentos que expôs (palavras-chave);

- a tese defendida. Conclusão: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

A última actividade consistiu na produção oral do discurso argumentativo pelos

porta-vozes de grupo, em interacção com um colega que defendia uma posição

diferente. Antes desta, foram concedidos alguns minutos aos alunos para prepararem a

forma como iam dizer o discurso. Para isso, deveriam ter em consideração o que

aprenderam na primeira e na terceira oficinas sobre o uso adequado de alguns elementos

Descrição da Intervenção Didáctica

89

relacionados com a voz. A eleição dos porta-vozes foi feita pelos grupos, tendo em

conta que devia ser dada uma oportunidade aos alunos que ainda não tivessem feito, até

àquele momento, nenhuma produção oral. O resto da turma e as professoras

desempenharam a função de auditório. As produções orais foram registadas, com

recurso a gravação áudio. � Treino da expressão oral. � Produção oral do discurso preparado.

Nota: Os oradores deverão gerir o tempo de que dispõem, de forma a dar resposta a perguntas e contra-

˗argumentos apresentados pelo orador que defende a tese oposta e a desenvolver a argumentação

preparada.

4.3. Instrumentos de avaliação da expressão oral construídos

Como já foi sublinhado no relatório, o oral formal tem sido desvalorizado e

remetido para um lugar secundário, em relação à leitura e à escrita, na aula de

Português. Ora, quando o oral formal não é objecto de ensino-aprendizagem, de forma

explícita e sistemática, muito menos pode ser objecto de avaliação. Reconhecendo a

importância da avaliação da expressão oral e sendo escassos os referenciais teóricos e

metodológicos acessíveis aos professores neste domínio (Casanova & Reyzábal, 1993:

381)12, optou-se por construir instrumentos de avaliação com base nos que são

utilizados para avaliar o desempenho dos alunos, relativamente à escrita de textos

expositivos-argumentativos.

O modelo de avaliação adoptado no âmbito da sequência didáctica aqui descrita

tem uma função eminentemente formativa. A sua aplicação tornou-se possível pela

análise dos desempenhos dos alunos, mediante o recurso à gravação áudio dos

discursos orais, às respectivas transcrições ortográficas e aos guiões de planificação.

Nesta avaliação tiveram um papel fundamental os Níveis de Desempenho. A

avaliação por Níveis de Desempenho, recorrendo a um conjunto de parâmetros

relativos à argumentação oral em contexto de debate, permitiu fazer uma apreciação do

desempenho dos alunos, que se traduz na atribuição de uma classificação descritiva e

de uma classificação numérica. Trata-se de níveis de desempenho analíticos, também

12 Como já foi referido, dadas as dificuldades sentidas na Língua Inglesa, consultou-se, principalmente, bibliografia em Língua Portuguesa, Espanhola, Catalã e Francesa.

Descrição da Intervenção Didáctica

90

designados como escalas analíticas de avaliação ou perfis de actuação (ME-DES, 2001;

Urmeneta, 2000).

A escolha deste tipo de instrumento, em detrimento, por exemplo, dos níveis de

desempenho holísticos ou escalas holísticas de avaliação, deveu-se ao modo de

funcionamento e características particulares de cada um deles. Com os níveis de

desempenho holísticos – que são utilizados, por exemplo, na avaliação da produção

escrita de textos expositivos-argumentativos, nos exames nacionais do Ensino

Secundário – atribuir-se-ia uma classificação global às produções orais dos alunos, com

base num conjunto de descritores, que explicitam diferentes níveis de desempenho.

Deste modo, não se teria em conta o facto de os alunos não progredirem igualmente em

todos os aspectos considerados na avaliação da expressão oral, o que requereria

certamente a utilização de descritores de diferentes níveis para a avaliação do

desempenho de cada discente, tornando-se assim difícil estabelecer o nível em que se

encontram os alunos. Pelo contrário, com os níveis de desempenho analíticos, cada um

dos aspectos considerados mais relevantes, ao nível da argumentação oral em situação

de debate, constitui um parâmetro que é avaliado individualmente, pelo que se

considerou ser este tipo de instrumento mais adequado. Para cada parâmetro, foram

redigidos descritores, tendo como referência os que são utilizados nos exames nacionais

do Ensino Secundário, que definem diferentes níveis de desempenho. Assim, tornou-se

possível avaliar as produções dos alunos, não de forma global, mas parâmetro a

parâmetro, atribuindo-lhes uma cotação e estabelecendo para cada um deles o nível de

desempenho em que os alunos se encontram. Os Níveis de Desempenho Analíticos

apresentam ainda vantagens que os tornam mais justos para a avaliação da expressão

oral. Possibilitam, por exemplo, a definição clara dos critérios de avaliação,

contribuindo para uma menor subjectividade, e a apresentação de um feedback mais

detalhado aos discentes, em que se identificam nitidamente os aspectos que foram

conseguidos e aqueles que precisam de ser melhorados, o que, por conseguinte, pode

ter repercussão positiva em produções orais futuras. Vejam-se, a seguir, os Níveis de

Desempenho construídos13.

13 A versão integral deste instrumento de avaliação encontra-se no anexo 3.1.

Descrição da Intervenção Didáctica

91

N1 5

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Descrição da Intervenção Didáctica

92

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Descrição da Intervenção Didáctica

93

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Descrição da Intervenção Didáctica

94

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Descrição da Intervenção Didáctica

95

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Descrição da Intervenção Didáctica

96

Como se pode verificar, os diferentes parâmetros de avaliação definidos tiveram em

conta o que é estabelecido no Programa de Português para o 12.º ano e na literatura

sobre a argumentação e a oralidade, e referem-se a aspectos fundamentais que foram

trabalhados durante a sequência didáctica, a saber: coerência e pertinência da

informação, argumentação, contra-argumentação, estrutura do discurso, coesão,

modalização, elementos relacionados com a voz e esquema da estrutura argumentativa

formal do discurso.

Para cada um destes parâmetros foram redigidos descritores de desempenho,

tendo como referentes os objectivos específicos a alcançar. No seu conjunto, os

descritores traduzem os conhecimentos e as capacidades que se esperava que os alunos

revelassem, no decurso da realização das actividades de argumentação oral.

Distinguiram-se, ainda, cinco níveis de desempenho por parâmetro: para os

níveis 1, 3 e 5 foram redigidos diferentes descritores de desempenho; os dois níveis

intermédios (2 e 4) foram reservados para as produções orais que apresentassem

variações em relação aos descritores correspondentes ao nível anterior ou ao nível

seguinte. A cada um dos níveis associou-se uma classificação numérica: N5 – 25

pontos; N4 – 20 pontos; N3 – 15 pontos; N2 – 10 pontos e N1 – 5 pontos. Cada um dos

oitos parâmetros considerados tem o mesmo peso na avaliação. As produções orais

foram classificadas numa escala de 0 a 20.

Apesar de este ser um instrumento analítico, reconhece-se que apresenta, em

alguns casos, uma das desvantagens das escalas holísticas, nomeadamente, incluir

dentro do mesmo parâmetro aspectos diferentes, como acontece, sobretudo, no

parâmetro designado «elementos relacionados com a voz». Tal deve-se ao facto de se

ter procurado um equilíbrio entre a operacionalidade dos níveis de desempenho e a

riqueza dos aspectos a contemplar, uma vez que um número excessivo de critérios

tornaria difícil a sua aplicação prática. Para registar em cada parâmetro os níveis de

desempenho e as respectivas cotações, construiu-se a grelha de classificação que se

reproduz no anexo 3.2., inspirada na que surge na Proposta para as Provas Experimentais

de Expressão Oral de Língua Estrangeira14.

14 Recuperado de http://www.gave.minedu.pt/np3content/?newsId=10&fileName=Nivel_Continuacao_ Frances_Ingles_11ano_b.pdf.

Descrição da Intervenção Didáctica

97

4.3.1. Análise do desempenho dos alunos na oficina 4

Apresenta-se, em seguida, uma breve análise do desempenho dos alunos durante

a quarta oficina da sequência didáctica, uma vez que, como já foi referido, esta foi a

oficina em que realizou uma produção oral completa de discurso argumentativo, em

contexto interactivo. Numa primeira leitura das classificações gerais atribuídas, são visíveis

desempenhos razoáveis e desempenhos bons, por parte dos alunos da turma alvo.

Figura 15: Desempenhos dos alunos da turma alvo de acordo com as pontuações gerais

O aluno EP é o que apresenta o desempenho mais baixo, mas, mesmo assim,

positivo, pois obteve 115 pontos. Os alunos CA, IM e RF e NM apresentam

desempenhos razoáveis, com pontuações superiores às de EP: 125, 130, 130 e 135,

respectivamente. Os alunos LP, AD e IL são os que apresentam melhores resultados,

registando desempenhos bons, correspondentes a 150, 155 e 160 pontos,

respectivamente.

Deve ainda referir-se que os alunos apresentam desempenhos mais baixos nos

parâmetros coerência e pertinência da informação (A), contra-argumentação (C),

modalização (F) e elementos relacionados com a voz (G) e que os restantes

parâmetros – argumentação (B), estrutura (D), coesão (E) e esquema da estrutura

do discurso (planificação) (H) – se destacam por serem aqueles em que os alunos

registam os melhores desempenhos.

020406080

100120140160180200

IM EP NM CA LP RF IL AD

Alunos

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caçã

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98

CAPÍTULO 5

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Este capítulo é dedicado à apresentação, análise e discussão dos resultados

provenientes da avaliação do desempenho dos alunos, no pré-teste e no pós-teste,

mediante o recurso a gráficos ilustrativos. Num primeiro momento, incide sobre as

pontuações gerais obtidas pelos alunos da turma alvo e da turma de controlo. Depois,

analisa o desempenho dos alunos de ambas as turmas por parâmetro de avaliação, a que

se segue uma análise mais pormenorizada por aluno, em cada parâmetro de avaliação.

Para finalizar, apresenta uma análise comparativa, por parâmetros, das pontuações

obtidas, no pré-teste e no pós-teste, pela turma alvo e pela turma de controlo. Em cada

um destes momentos, são explicitadas as conclusões mais relevantes a que se chegou. O objectivo inicial era o de gravar debates em que participassem oito alunos,

quatro defensores de uma tese e quatro defensores de outra – na turma alvo e na turma

de controlo, em situação de pré-teste e de pós-teste – distribuídos por três níveis, da

seguinte forma: dois alunos fracos, quatro médios e dois bons. O nível dos alunos foi

definido pelos professores de Português de cada turma, tendo em consideração o

aproveitamento na disciplina. Os alunos, cujas produções orais seriam gravadas, deviam

ser os mesmos no pré-teste e no pós-teste, de forma a permitir uma comparação tão

rigorosa quanto possível entre desempenhos iniciais e finais em ambas as turmas. Na

turma de controlo esse objectivo foi quase conseguido, na medida em que foi possível

manter sete dos oito alunos, em ambas situações. Já na turma alvo levantaram-se

algumas dificuldades, uma vez que três dos oito alunos gravados no pré-teste faltaram à

Análise e Discussão dos Resultados

99

aula do pós-teste, e um outro aluno não pôde proferir o seu discurso, devido a

problemas de saúde. Por conseguinte, na turma alvo apenas podem ser objecto de

comparação os resultados relativos a quatro alunos: um aluno fraco, dois médios e um

bom.

A avaliação dos discursos argumentativos produzidos pelos alunos, que será

apresentada nas próximas secções, foi feita com base nos Níveis de Desempenho

construídos e em função de oito parâmetros de avaliação: Coerência e Pertinência da

Informação (A), Argumentação (B), Contra-argumentação (C), Estrutura (D),

Coesão (E), Modalização (F), Elementos relacionados com a voz (G) e Esquema da

estrutura lógica do discurso (planificação) (H).

5.1. Resultados obtidos em situação de pré-teste e pós-teste de acordo

com as pontuações gerais

Os resultados que, em seguida, se apresentam correspondem às pontuações

gerais dos alunos da turma alvo e da turma de controlo no pré-teste e no pós-teste. Estes

são produto da soma das pontuações correspondentes aos níveis de desempenho de cada

discente nos diferentes parâmetros avaliados.

Figura 16: Evolução dos alunos da turma alvo Figura 17: Evolução dos alunos da turma de de acordo de com as pontuações gerais controlo de acordo com as pontuações gerais

Como se pode verificar, os alunos da turma alvo apresentam uma evolução

positiva do pré-teste para o pós-teste. Todos eles mostram melhorias no seu

desempenho, ainda que em alguns casos as melhorias sejam mais significativas do que

em outros.

020406080

100120140160180200

DG AC JS SA TS FL CC

Alunos

Cla

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Pré-teste Pós-teste

020406080

100120140160180200

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Alunos

Cla

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caçã

o

Pré-teste Pós-teste

Análise e Discussão dos Resultados

100

Relacionando os resultados com o nível dos alunos, observa-se que os alunos

médios são os que exibem melhorias mais significativas e que o aluno bom progrediu

menos do que os restantes alunos, uma vez que o aluno fraco (AP) subiu 45 pontos, os

alunos médios (AR e MA) subiram 65 e 70 pontos, respectivamente, e o aluno bom

(AC) registou uma subida de 25 pontos.

Apesar das limitações colocadas à construção da amostra, esta integra alunos dos

três níveis referidos e pode considerar-se que os discentes cuja avaliação de

desempenho foi possível representam, de modo geral, a turma que foi sujeita à

intervenção didáctica. Embora de forma cuidadosa, é de destacar que os alunos

efectuaram progressos expressivos do pré-teste para o pós-teste: de pontuações

negativas, no pré-teste, passou-se para pontuações positivas, no pós-teste, oscilando as

melhorias registadas entre os 25 e os 70 pontos.

Os alunos da turma de controlo não manifestam uma evolução positiva, do pré-

-teste para o pós-teste: a maior parte apresenta uma descida nas pontuações; um aluno

melhorou o seu desempenho.

Tendo em consideração o nível dos alunos, verifica-se que: o aluno de nível

fraco é o único que apresenta progressos, ainda que ténues, do pré-teste para o pós-teste;

os restantes seis alunos apresentam uma descida nas suas pontuações, da primeira para a

segunda situação, sendo a descida relevante em dois casos. Assim, o aluno fraco (DG)

subiu 15 pontos; os alunos médios AC e JS desceram 30 pontos e 10 pontos,

respectivamente, e SA e TS desceram 5 pontos; os alunos de nível bom (FL e CC)

desceram 25 pontos e 35 pontos, respectivamente.

É de salientar que a turma de controlo, que realizou, apenas, o pré-teste e o pós-

-teste, não sendo, portanto, alvo da intervenção didáctica, não apresenta progressos

entre a primeira e a segunda situação. A maior parte dos alunos teve um desempenho

melhor no pré-teste do que o pós-teste. No pré-teste, as classificações são, na sua

maioria, negativas, à excepção de dois casos, e, no pós-teste, as classificações são todas

negativas. Os alunos, cujas pontuações desceram da primeira para a segunda situação,

apresentam descidas que vão dos 5 pontos aos 35 pontos.

Análise e Discussão dos Resultados

101

Argumentação

012345

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012345

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Nív

el

AP AR MA AC

Alunos

012345

Nív

el

AP AR MA AC

Alunos

5.2. Resultados obtidos, por parâmetros, em situação de pré-teste e

pós-teste

Em seguida, dá-se a conhecer, de modo abrangente, o desempenho dos alunos da

turma alvo e da turma de controlo, no pré-teste e no pós-teste, no conjunto dos

parâmetros de avaliação. Os resultados são explicitados parâmetro a parâmetro, sendo

apresentado um gráfico para cada um deles, em benefício de uma leitura mais clara.

Salientam-se, sobretudo, os parâmetros em que os alunos revelaram desempenhos mais

fracos e aqueles em que alcançaram melhores desempenhos.

5.2.1. Turma alvo

Vejam-se, em primeiro lugar, os níveis de desempenho alcançados pelos alunos

da turma alvo, no pré-teste, nos vários parâmetros de avaliação.

Coerência e Pertinência da Informação

Contra-argumentação

Estrutura Modalização Coesão

012345

Nív

el

AP AR MA AC

Alunos

Análise e Discussão dos Resultados

102

Coerência e Pertinência da Informação

012345

Nív

el

AP AR MA AC

Alunos

012345

Nív

el

AP AR MA AC

Alunos

012345

Nív

el

AP AR MA AC

Alunos

Figura 18: Pré-teste – Níveis de desempenho da turma alvo nos diferentes parâmetros de avaliação Antes de mais, observa-se que o desempenho dos alunos varia muito, em função

dos parâmetros avaliativos. Com efeito, é nítido o contraste entre a prestação dos alunos

nos parâmetros contra-argumentação, estrutura e esquema da estrutura do discurso

(planificação) e o seu desempenho nos restantes parâmetros. Os três parâmetros referidos

são aqueles em que os alunos registam prestações mais fracas, que, na verdade, são nulas,

pois a produção oral não alcança o que está descrito no nível de desempenho 1. Os

parâmetros em que os alunos apresentam melhores desempenhos são coerência e

pertinência da informação, argumentação e elementos relacionados com a voz.

Porém, com a excepção do primeiro parâmetro mencionado, em que a maioria dos alunos

alcançou o nível 4, nos outros dois parâmetros os discentes não passaram do nível 3.

Quanto aos restantes parâmetros (coesão e modalização), os alunos conseguiram um

desempenho fraco, já que não foram além do nível 2, excepto um aluno que atingiu o

nível 3 no parâmetro coesão.

Observem-se, agora, os níveis de desempenho atingidos pelos alunos da turma

alvo, no pós-teste, nos diferentes parâmetros de avaliação.

Elementos relacionados com a voz

Esquema da estrutura do discurso

(planificação)

Argumentação

012345

Nív

el

AP AR MA AC

Alunos

Contra-argumentação

012345

Nív

el

AP AR MA AC

Alunos

Análise e Discussão dos Resultados

103

Estrutura

012345

Nív

el

AP AR MA AC

Alunos

012345

Nív

el

AP AR MA AC

Alunos

Figura 19: Pós-teste – Níveis de desempenho da turma alvo nos diferentes parâmetros de avaliação

Verifica-se que há uma variação no desempenho dos alunos, segundo os

parâmetros de avaliação. Porém, comparativamente aos resultados obtidos no pré-teste,

o desempenho dos alunos nos diferentes parâmetros é mais homogéneo. Ainda assim, os

parâmetros contra-argumentação e estrutura continuam a ser aqueles em que os

alunos revelam mais dificuldades, na medida em que, no primeiro, continua a haver dois

alunos com desempenhos nulos e, no segundo, também um discente com desempenho

nulo. Saliente-se, no entanto, os progressos que se evidenciam, posto que, no pré-teste,

os alunos se encontravam todos no nível de desempenho 0. Em relação à contra-

-argumentação, dois alunos progrediram, tendo alcançado os níveis 3 e 4, e, no que

respeita à estrutura, foi atribuído o nível 3 a três alunos. Nos parâmetros coerência e

pertinência da informação, argumentação, elementos relacionados com a voz e

esquema da estrutura do discurso (planificação) os alunos registam os melhores

desempenhos, apresentando uma evolução positiva relativamente ao pré-teste. No

primeiro, todos os alunos atingiram o nível de desempenho 4. No segundo e no terceiro,

dois discentes alcançaram o nível de desempenho 3 e dois o nível 4. No quarto, a um

Modalização

Esquema da estrutura do discurso

(planificação)

Coesão

012345

Nív

el

AP AR MA AC

Alunos

012345

Nív

el

AP AR MA AC

Alunos

012345

Nív

el

AP AR MA AC

Alunos

Elementos relacionados com a voz

Análise e Discussão dos Resultados

104

012345

Nív

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Alunos

012345

Nív

elDG AC JS SA TS FL CC

Alunos

012345

Nív

el

DG AC JS SA TS FL CC

Alunos

012345

Nív

el

DG AC JS SA TS FL CC

Alunos

aluno foi atribuído o nível de desempenho 2, a dois o nível 3 e a um o nível 4.

Finalmente, no que se refere à coesão e à modalização, os resultados não são tão bons,

no entanto as melhorias são evidentes. Nestes parâmetros, apenas um aluno se mantém

no nível de desempenho 2, dois encontram-se no nível de desempenho 3 e um no nível

de desempenho 4.

5.2.2. Turma de controlo

Atente-se no desempenho dos alunos da turma de controlo, no pré-teste, nos

diferentes parâmetros de avaliação.

Figura 20: Pré-teste – Níveis de desempenho da turma de controlo

nos diferentes parâmetros de avaliação

Argumentação

Coerência e Pertinência da Informação

Contra-argumentação

Estrutura Modalização Coesão

Esquema da estrutura do discurso

(planificação)

012345

Nív

el

DG AC JS SA TS FL CC

Alunos

012345

Nív

el

DG AC JS SA TS FL CC

Alunos

012345

Nív

el

DG AC JS SA TS FL CC

Alunos

012345

Nív

el

DG AC JS SA TS FL CC

Alunos

Elementos relacionados com a voz

Análise e Discussão dos Resultados

105

012345

Nív

el

DG AC JS SA TS FL CC

Alunos

O desempenho dos alunos nos vários parâmetros de avaliação é discrepante. De facto, o

desempenho dos alunos nos parâmetros estrutura e esquema da estrutura do discurso

(planificação) e mesmo no parâmetro contra-argumentação é, claramente, diferente do

seu desempenho nos outros parâmetros. Os dois primeiros parâmetros mencionados são

aqueles em que os alunos apresentam um desempenho mais fraco, encontrando-se no

nível de desempenho 0, à excepção de um aluno, a quem se atribuiu o nível de

desempenho 1, no parâmetro esquema da estrutura do discurso (planificação). Na

contra-argumentação, três dos sete alunos também se ficaram pelo nível de desempenho

0 e, dos restantes quatro alunos, um atingiu o nível de desempenho 2, outro o 3 e dois o 4.

Os parâmetros coerência e pertinência da informação e elementos relacionados com a

voz são aqueles em que os alunos apresentam melhores resultados. Se no primeiro

parâmetro há dois alunos que se encontram no nível de desempenho 2, três no nível 3 e

dois no nível 4, no segundo parâmetro, a maioria dos discentes alcançou o nível de

desempenho 3, um o nível 2 e dois o nível 4. Nos parâmetros argumentação, coesão e

modalização os alunos apresentam um desempenho muito variado, que oscila entre o

nível de desempenho 1 e o nível de desempenho 4 na argumentação e na coesão, com

predominância do nível 2, no primeiro, e deste nível e do 4, no segundo. Na modalização,

o desempenho dos alunos varia entre o nível de desempenho 2 e o nível de desempenho 4,

dividindo-se a maior parte dos alunos pelos níveis de desempenho 2 e 3.

Vejam-se, para finalizar, os níveis de desempenho atingidos pelos alunos da

turma de controlo, no pós-teste, nos vários parâmetros de avaliação.

Argumentação

Coerência e Pertinência da Informação Contra-argumentação

012345

Nív

el

DG AC JS SA TS FL CC

Alunos

012345

Nív

el

DG AC JS SA TS FL CC

Alunos

Análise e Discussão dos Resultados

106

012345

Nív

el

DG AC JS SA TS FL CC

Alunos

012345

Nív

el

DG AC JS SA TS FL CC

Alunos

012345

Nív

el

DG AC JS SA TS FL CC

Alunos

Figura 21: Pós-teste – Níveis de desempenho da turma de controlo nos diferentes parâmetros de avaliação

Observa-se, mais uma vez, que há heterogeneidade no desempenho dos alunos, no

conjunto dos parâmetros de avaliação. Como se pode verificar na figura 21, o

desempenho dos alunos nos parâmetros contra-argumentação, estrutura e esquema da

estrutura do discurso (planificação) é, indubitavelmente, contrastante com o seu

desempenho nos outros parâmetros. Estes são aqueles em que os discentes apresentam um

resultado mais fraco, encontrando-se no nível de desempenho 0. Os alunos apresentam

melhores prestações nos parâmetros coerência e pertinência da informação e elementos

relacionados com a voz, tal como no pré-teste. Em ambos os parâmetros, o desempenho

dos alunos encontra-se entre o nível de desempenho 2 e o nível 4, sendo que há uma

predominância do nível 3. À semelhança do que se observou para o pré-teste, nos

parâmetros argumentação, coesão e modalização os discentes apresentam resultados

variáveis, que oscilam entre o nível de desempenho 2 e 3 na argumentação e na

modalização, sendo que a maioria dos alunos não passou do nível 2. Na coesão o

desempenho dos alunos varia entre o nível de desempenho 1 e o nível de desempenho 4,

encontrando-se a maioria nos níveis 1 e 2.

Estrutura Modalização Coesão

Esquema da estrutura do discurso

(planificação)

012345

Nív

el

DG AC JS SA TS FL CC

Alunos

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Alunos

Elementos relacionados com a voz

Análise e Discussão dos Resultados

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5.3. Resultados de cada aluno, por parâmetro de avaliação, em

situação de pré-teste e pós-teste

Na presente secção, procede-se a uma análise da evolução registada no

desempenho de cada aluno da turma alvo e da turma de controlo, do pré-teste para o

pós-teste, parâmetro a parâmetro. São apresentados gráficos que ilustram a evolução nos

oito parâmetros avaliados, bem como exemplos extraídos das planificações e das

produções orais de cada aluno, que fundamentam a análise efectuada.

5.3.1. Turma alvo

� Aluno AP

Figura 22: Evolução do aluno AP nos diferentes parâmetros de avaliação

Antes de mais, observa-se que o aluno progrediu em cinco parâmetros do pré-

-teste para o pós-teste e que se manteve no mesmo nível em três parâmetros.

No que respeita ao parâmetro A, relativo à coerência e pertinência da

informação, a subida de um valor, do pré-teste para o pós-teste, deve-se ao facto de, na

defesa da tese adoptada na segunda situação, o aluno ter mobilizado informação, no

geral, pertinente e diversificada, com origem não só nos seus conhecimentos e na sua

experiência pessoal, mas também numa outra fonte, o que reflecte uma boa selecção da

informação. A informação incluída no discurso produzido é também globalmente

coerente entre si.

Quanto ao parâmetro B, a argumentação, este aluno produziu um discurso em

que integrou argumentos de comparação e de causa-consequência, no pré-teste e no pós-

-teste. Se na primeira situação construiu dois de cada, na segunda situação elaborou dois

argumentos de comparação e um argumento de causa-consequência para sustentar a sua

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Parâmetros

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Pré-teste Pós-teste

Análise e Discussão dos Resultados

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tese. Quer no pré-teste, quer no pós-teste, cada um dos argumentos produzidos incide

sobre aspectos diversos. Neste trabalho privilegia-se mais a qualidade do que a

quantidade, pelo que, ainda que o número de argumentos produzidos no pré-teste seja

maior do que no pós-teste, o facto de, no pré-teste, apenas um argumento se encontrar

razoavelmente desenvolvido (1. Outro aspecto que contribui para o sucesso dos livros

electrónicos é o que este representa na luta contra o aquecimento global, dado que as fábricas

de papel são as mais poluentes, outro argumento que mostra isso mesmo é as matérias-primas

tais como árvores, plantas e etc. deixarem de ser mais procuradas.) e de, no pós-teste, se

encontrarem quase todos desenvolvidos (1. Em segundo lugar fornecem uma maior

variedade de es- de escolha por parte dos leitores devido à sua capacidar capacidade de

armaze- armazenamento que segundo Isabel Coutinho dá para mais de mil e quinhentos livros.

2. Por último, os livros electrónicos contribuem para a qualidade de vida dos deficientes

auditivos já que no Kindle dois existe uma função que disponibiliza a leitura dos livros em voz

alta.) justifica a subida de um nível.

Na contra-argumentação (C), o aluno manteve-se no nível 0, porque não

elaborou uma contra-argumentação (previsão de eventuais contra-argumentos e

respectiva refutação) integrada na argumentação que produziu, quer no pré-teste quer no

pós-teste.

No que se refere ao parâmetro D, que corresponde à estrutura do discurso, o

aluno subiu três níveis. Ao contrário do discurso do pré-teste, que consistia

simplesmente num elenco de argumentos, no discurso do pós-teste destrinçam-se três

partes principais: introdução, desenvolvimento e conclusão. Encontra-se, no discurso,

uma parte introdutória, em que se apresenta o tema e a posição adoptada relativamente a

ele (Saudações. No que se refere aos livros digitais e aos livros impressos defendemos que os

livros digitais irão substituir os impressos.); uma segunda parte, constituída pela

argumentação15; e uma parte final em que figuram uma síntese dos argumentos, ainda

que a sua natureza não seja apresentada de forma clara, e a tese defendida (Por estas

razões concluímos que os livros digitais incentivam a leitura não só pela sua utilidade e preço

mas também por todas as suas características inovadoras, desta feita em vez dos métodos

tradicionais referidos por a Leonor nos no argumento que os livros deviam permanecer.

Obrigado.).

15 Por razões de espaço, não se transcrevem aqui todos os exemplos. Estes encontram-se nas transcrições ortográficas das produções orais, no anexo 4.

Análise e Discussão dos Resultados

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Relativamente ao parâmetro E, correspondente à coesão, o aluno subiu um nível

do pré-teste para o pós-teste. Na segunda situação, proferiu um discurso globalmente

coeso, integrando conectores adequados, mas pouco diversificados, que garantem, ainda

assim, o estabelecimento de nexos lógicos, o que não acontecia no pré-teste, dado

aqueles serem em número reduzido. O aluno utilizou conectores de listagem

enumerativa de forma a organizar os argumentos no discurso, articulando-o como um

todo (Em primeiro lugar; Em segundo lugar; Por último); conectores de causalidade, para

introduzir a justificação de argumentos e, no último caso, para introduzir a justificação

para a conclusão a que chegou (dado que; devido à; já que; Por).

Quanto ao parâmetro F, que corresponde à modalização, e ao parâmetro G,

que diz respeito aos elementos relacionados com a voz, o aluno manteve-se nos

mesmos níveis. Relativamente ao primeiro, fez um uso adequado de poucos recursos

modalizadores, tendo em conta a situação comunicativa, revelando um domínio

insatisfatório de diferentes formas de expressar a modalização. Apesar de o aluno não

ter utilizado máximas de cortesia específicas, para criar um clima cordial entre os

interlocutores, respeitou as máximas de cortesia básicas. Saliente-se a utilização, no

pós-teste, de uma fórmula de saudação inicial (Saudações) e de um agradecimento final

(Obrigado), que não se encontram no discurso produzido no pré-teste e que concorrem

para uma interacção respeitosa. No que concerne ao segundo parâmetro, o aluno utilizou

as pausas, na maior parte dos casos, em posições adequadas, de modo a estruturar o

discurso; a velocidade de fala, de forma globalmente adequada, permitindo que se

acompanhasse o que era proferido; e, no geral, uma dicção clara e articulada. Os acentos

de intensidade constituem o aspecto que levantou mais dificuldades, manifestando o

aluno escassos conhecimentos relativamente ao seu uso, logo seguidos da entoação, que

foi pouco variada e pouco expressiva.

Por fim, o parâmetro H, relativo ao esquema da estrutura do discurso, é um

dos parâmetros em que o aluno regista uma subida mais significativa. Esta deve-se ao

facto de no pós-teste, contrariamente ao observado no pré-teste, o aluno ter planificado

a estrutura do discurso, com base num esquema em que se desenha claramente a

estrutura argumentativa formal. Nela, o aluno incluiu os argumentos16, a tese defendida

(os livros digitais incentivam a leitura) e a síntese dos argumentos (os livros digitais

incentivam a leitura não só pela sua utilidade e preço mas também por todas as suas

16 Por uma questão de espaço, não se transcrevem os argumentos. Estes encontram-se em anexo.

Análise e Discussão dos Resultados

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características inovadoras)17. Encontra-se, ainda, na planificação, uma parte isolada do

resto do discurso, em que é antecipado e refutado um eventual contra-argumento dos

opositores (um computador tem uma vida útil de cerca de 5 anos, contudo são mais amigáveis

para o ambiente, dado que estes podem ser carregados com energia renovável.). Isto significa

que o aluno é capaz de prever e refutar eventuais contra-argumentos dos opositores, mas

que tem dificuldades em integrar essa contra-argumentação na sua própria

argumentação.

O aluno AP é um aluno com aproveitamento escolar fraco na disciplina de

Português, pelo que, por um lado, tem muito para evoluir, e, por outro lado, tem mais

dificuldades em efectuar essa evolução. Este aluno progrediu de forma expressiva,

tendo tido a pontuação de 65 pontos, no pré-teste, e de 110, no pós-teste.

� Aluno AR

Figura 23: Evolução do aluno AR nos diferentes parâmetros de avaliação

Numa primeira leitura, verifica-se que o aluno progrediu em cinco parâmetros,

entre o pré-teste e o pós-teste, e que permaneceu no mesmo nível em três parâmetros.

Quanto à coerência e pertinência da informação (A), o aluno integra nos

discursos, de modo geral, informação pertinente e diversificada, proveniente dos seus

conhecimentos e da sua experiência pessoal, bem como de uma outra fonte, o que

mostra uma boa selecção da informação. Os discursos produzidos são globalmente

coerentes, em relação à informação que integram.

17 Os registos escritos das planificações dos discursos realizadas pelos alunos são reproduzidos, aqui, sem desvios relativamente à versão original redigida pelos próprios alunos.

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Parâmetros

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Pré-teste Pós-teste

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Na argumentação (B), o aluno produziu, nas duas situações, argumentos de

dois tipos, ainda que em número diferente. No pré-teste, elaborou quatro argumentos de

comparação (1. são mais acessíveis aa são mais baratos, 2. são muito mais fáceis de

transportar 3. aam temos acesso à literatura estrangeira com mais facilidade e também com

mais rapidez 4. e por último temos ainda que podemos guardar um maior número de livros

como, por exemplo, numa pen de dois gigas conseguimos guardar mais ou menos mil e

quinhentos livros) e dois de causa-consequência (5. aam poupamos imenso o ambiente aa do

excessivo corte de árvores 6. e, no caso de a letra não ser acessível ao leitor, existe a

possibilidade de de aumentar essa mesma). No pós-teste, construiu três argumentos de

comparação (1. Diversos factores como a maior acessibilidade, nomeadamente o facto de o

preço ser mais baixo 2. a maior facilidade de transporte, na medida em que podemos guardar

uma inúmera quantidade de livros, segundo o jornal Público na edição de dez de Fevereiro

deste ano redigido por Isabel Coutinho é-nos possível con- con- constatar que podemos

guardar cerca de mil e quinhentos livros em dois gigas. 3. o maior acesso que os livros

electrónicos nos proporcionam à literatura estrangeira.) e um de causa-consequência (4. ao

preferirmos livros electrónicos em vez de livros impressos estamos a a poupar o ambiente de

um excessivo corte de árvores,). Trata-se, pois, de uma argumentação sustentada num

número abundante de argumentos, de dois tipos diferentes e, relativamente ao conjunto

de aspectos que referem, diversificados. Porém, o grau de desenvolvimento dos

argumentos, em geral, é maior no pós-teste, se bem que em ambas as situações haja um

argumento que surge bem elaborado: na primeira, porque lhe foi acrescentada uma

justificação com base num argumento pelo exemplo; na segunda, por se encontrar

fundamentado com um argumento de autoridade.

No que respeita aos elementos relacionados com a voz (G), o aluno

manifestou, quer no pré-teste, quer no pós-teste, uma certa destreza na utilização das

pausas, que foram feitas, na maioria dos casos, em lugares adequados, sendo usadas

como meio para estruturar o discurso; no uso da velocidade de fala, que foi globalmente

adequado, permitindo que se acompanhasse o que era dito; e na dicção, que foi, no

geral, clara e articulada. Os acentos de intensidade e a entoação foram, tal como para o

aluno anterior, os aspectos que geraram mais dificuldades.

O parâmetro C, relativo à contra-argumentação, é um dos parâmetros em

que o aluno AR apresenta uma subida mais expressiva. Em situação de pré-teste, o

aluno não integrou uma contra-argumentação no próprio discurso, pela previsão de

objecções aos seus argumentos e respectiva refutação. Já no pós-teste, apesar de o aluno

Análise e Discussão dos Resultados

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prever e refutar, apenas, um possível contra-argumento da oposição para um dos seus

argumentos (embora haja opiniões contrárias à nossa tese que defendam que o uso de livros

digitais poderá conduzir a um gasto supérfluo de electricidade, a verdade é que esta energia

pode ser produzida com mais facilidade e com rapidez o que não é possível com a plantação de

árvores que demora tempo.), deve salientar-se que a objecção prevista é pertinente e é

refutada de forma apropriada, contribuindo para consolidar a tese defendida.

Tal como o parâmetro anterior, o parâmetro D, referente à estrutura do

discurso, é um dos parâmetros em que o aluno AR apresenta uma melhoria mais

significativa no seu desempenho, uma vez que também subiu três níveis neste

parâmetro. Se no pré-teste o discurso produzido não se apresentava estruturado, não se

conseguindo, por isso, distinguir as três partes principais, no pós-teste, pelo contrário, o

discurso produzido encontrava-se devidamente estruturado em introdução,

desenvolvimento e conclusão. Na introdução, o aluno apresentou o tema, de forma

implícita, e a posição defendida (Boa tarde. O nosso grupo tem uma opinião formada acerca

deste assunto. Defendemos a substituição dos livros impressos pelos livros electrónicos.); no

desenvolvimento, incluiu a argumentação e a contra-argumentação; na conclusão,

integrou uma síntese dos argumentos (Em suma, podemos concluir que os livros impressos

serão substituídos pelos livros electrónicos devido a factores já ref- referenciados como são

exemplo a maior facilidade de transporte, a maior acessibilidade, na medida em que estes são

mais baratos e por último o maior acesso a cada vez mais requ- requisitada literatura

estrangeira.).

Quanto ao parâmetro E, relativo à coesão, o aluno subiu dois níveis entre o pré-

-teste e o pós-teste. Em situação de pré-teste, o aluno revelou um domínio insatisfatório

dos conectores discursivos no discurso argumentativo. Os conectores utilizados, embora

apropriados, surgem em número muito reduzido e estabelecem apenas dois tipos de

conexão: listagem enumerativa (por último) e explicitação-particularização (por exemplo).

A subida registada no desempenho do aluno, no pós-teste, deve-se ao facto de este ter

produzido um discurso globalmente coeso, em que integrou, no geral, conectores

adequados e diversificados. O aluno utilizou um conector de explicitação-

-particularização, para introduzir um exemplo (nomeadamente); conectores de listagem

enumerativa, de forma a organizar os argumentos no discurso, articulando-o como um

todo (Em segundo lugar; De seguida; por último); conectores de causalidade, para

introduzir a justificação de argumentos e a síntese dos argumentos na conclusão (na

medida em que, devido a, na medida em que); um conector de contraste concessivo,

Análise e Discussão dos Resultados

113

destinado a introduzir um eventual contra-argumento dos opositores (embora); e um

conector de síntese, para introduzir a conclusão (Em suma).

No parâmetro F, que corresponde à modalização, o aluno subiu dois níveis.

Em situação de pós-teste, o aluno apresenta uma melhoria no seu desempenho, pois fez

um uso razoavelmente adequado dos recursos modalizadores, tendo em conta a situação

comunicativa específica, mostrando um domínio razoável de algumas formas de

expressar a modalização, contrariamente ao que observa no pré-teste. Os progressos

realizados pelo aluno estão relacionados, essencialmente, com os seguintes aspectos:

validação da informação, pois num caso em que a informação utilizada era proveniente

de outra fonte, esta foi explicitada (segundo o jornal Público na edição de dez de Fevereiro

deste ano redigido por Isabel Coutinho), o que não aconteceu no pré-teste; expressão de

juízos de valor, uma vez que o aluno passou a utilizar uma maior variedade de recursos

modalizadores para marcar uma posição valorativa (baixo, excessivo, maior, baratos,

facilidade, facilidade, rapidez, inúmera); com o controlo do uso da linguagem, visto que o

aluno teve em consideração as máximas de cortesia básicas e utilizou uma fórmula de

saudação inicial (Boa tarde).

Finalmente, o parâmetro H, respeitante ao esquema da estrutura do discurso,

é um dos parâmetros em que o aluno apresenta uma melhoria mais expressiva, que é de

três níveis. No pós-teste, diferentemente do pré-teste, o aluno planificou a estrutura do

discurso a produzir, tendo como referência um esquema da estrutura lógica do discurso

argumentativo. A estrutura do discurso planificada pelo aluno é composta por

argumentação e contra-argumentação, e por uma síntese dos argumentos (a maior

facilidade de transporte, a maior acessibilidade na medida em que estes são mais baratos e, por

último, o maior acesso à cada vez mais requisitada literatura estrangeira.).

O aluno AR, que faz parte do grupo de alunos com aproveitamento escolar

médio na disciplina de Português, apresenta uma evolução positiva, dado que passou de

70 pontos, no pré-teste, para 135 pontos, no pós-teste. Este aluno parece ter beneficiado

com a sequência didáctica, em virtude do trabalho desenvolvido, sempre com grande

empenho da sua parte.

Análise e Discussão dos Resultados

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� Aluno MA

Figura 24: Evolução do aluno MA nos diferentes parâmetros de avaliação Em primeiro lugar, observa-se que o aluno evoluiu positivamente em seis

parâmetros, do pré-teste para o pós-teste, e permaneceu no mesmo nível em dois

parâmetros.

No que se refere à coerência e pertinência da informação (A), o aluno

mobilizou, no geral, informação pertinente e diversificada, mas proveniente, apenas, dos

seus conhecimentos pessoais, manifestando dificuldade em recorrer a outras fontes e

integrar, no seu discurso, informação proveniente delas. Assim, considera-se que o

aluno fez uma selecção satisfatória da informação. Os discursos produzidos são

coerentes, em relação à informação neles incluída.

Quanto ao parâmetro E, relativo à coesão, o aluno manifestou um domínio

satisfatório do uso de conectores mais específicos do discurso argumentativo. Proferiu

um discurso globalmente coeso, utilizando conectores apropriados, embora pouco

variados. Tanto no pré-teste como no pós-teste, são estabelecidos três tipos de conexões,

a saber: um conector de listagem enumerativa, que é utilizado para introduzir um

argumento no discurso de forma organizada (Em primeiro e Em terceiro lugar);

conectores de causalidade para introduzir justificações (devido ao e pois, que).

Relativamente ao terceiro tipo de conexão, no pré-teste o aluno utilizou conectores de

explicitação-particularização, para introduzir um exemplo (por exemplo) e para explicitar

informação (neste caso); no pós-teste o aluno integrou um conector de síntese, para

introduzir a conclusão (Em suma). Entre as duas situações regista-se uma variação nos

tipos de conexão estabelecidos e nos conectores utilizados. Essa variação reside,

concretamente, no estabelecimento de nexos de explicitação-particularização, na

primeira situação, e de síntese, na segunda.

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ParâmetrosN

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Pré-teste Pós-teste

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Relativamente ao parâmetro B, relativo à argumentação, o aluno subiu dois

níveis. No pré-teste, produziu dois argumentos do mesmo tipo e, no pós-teste, produziu

três argumentos de dois tipos diferentes. Na primeira situação, elaborou dois

argumentos de comparação (1. Em primeiro, temos observado que a constante evolução

tecnológica tem vindo aos poucos a invadir e a melhorar a vida do quotidiano acabando por

abranger as áreas mais básicas, promovendo a modernização global e promovendo a cultura

literária, por exemplo, exi- (…) para além dos livros electrónicos também poderíamos aceder a

sites que já existem publicados na internet que permitem fácil acesso à população mundial de

melhor facilidade a nível de acesso, quando digo maior facilidade refiro-me à constante

expansão da internet pela população mundial e de maior e de melhor organização espacial.

2. Como todos sabemos, os problemas ambientais também têm vindo a agravar-se devido ao

desequilíbrio do ecossistema, neste caso, falando da deflorest- da desflorestação que poderia

ser reduzido com uma diminuição do consumo do Homem, neste caso, deixando de publicar

livros sob o formato o formato de páginas e substituindo-o por meios electrónicos que se tem

vindo a promover e a verificar de grande qualidade). Na segunda situação, construiu dois

argumentos de causa-consequência (1. os livros electrónicos são de espessura fina e com

porte leve permitindo a todos os indivíduos transportá-los para qualquer lugar. 2. queremos

manifestar a nossa preocupação ao abate progressivo de árvores que se tem agravado nos

últimos anos. Uma das causas para esta catástrofe tem sido a elevada produção de livros

impressos que consomem esta matéria-prima em grande escala. Sejamos amigos do ambiente e

contribuamos para um mundo melhor.) e um argumento de incompatibilidade (3. Os livros

electrónicos são uma contribuição aditiva a este desenvolvimento progressivo, caso contrário

ainda nos dedicaríamos à arte rupestre.). Quer no pré-teste, quer no pós-teste, cada um

destes argumentos trata aspectos diversos. No pré-teste, o primeiro argumento surge

desenvolvido de forma muito confusa e o segundo razoavelmente elaborado. No pós-

-teste, os argumentos aparecem pouco desenvolvidos, com excepção do argumento 2.

O parâmetro C, respeitante à contra-argumentação, é um dos parâmetros em

que o aluno regista uma subida mais significativa (quatro níveis). Em situação de pré-

-teste, o discurso produzido não integra uma contra-argumentação na argumentação

elaborada. Já no pós-teste, o desempenho do aluno é bastante diferente: foram previstas,

com pertinência, e refutadas, de forma adequada, eventuais objecções para dois dos

argumentos produzidos (1. Independentemente do valor monetário destes livros a utilidade

deverá ser bastante valorizada pela possibilidade de incorporarem diversas obras num único

livro. 2. para refutar aqueles que defendem o valor e os costumes tradicionais devo manifestar

a minha total discordância pois o desenvolvimento de uma sociedade é inex- inexorável

Análise e Discussão dos Resultados

116

inexorável.), construindo-se, assim, uma contra-argumentação integrada na

argumentação, que sai fortalecida.

O parâmetro D, correspondente à estrutura do discurso, é, tal como o parâmetro

anterior, um dos parâmetros em que o aluno subiu de forma mais expressiva (três

níveis). No pós-teste, diferentemente do pré-teste, no qual o aluno produziu um discurso

em que não se discriminam as partes principais, o aluno estruturou o seu discurso em

três partes principais, que apresentam alguns dos principais elementos que as compõem.

A introdução integra uma saudação inicial, a apresentação do tema e a enunciação da

posição defendida (Saudações, caros ouvintes. Venho por este meio comunicar-vos a nossa

posição em relação ao futuro dos livros impressos. Estes em breve prazo serão substituídos

pelos livros electrónicos.); o desenvolvimento é composto pela argumentação e pela

contra-argumentação; e a conclusão é constituída pela tese defendida, apresentada pela

primeira vez no discurso (Em suma, os livros electrónicos apresentam condições bastante

favoráveis para que num futuro próximo ultrapassem o volume de negócios dos livros de

papel.).

No que concerne ao parâmetro F, modalização, o aluno melhorou o seu

desempenho, registando a subida de um nível. Em situação de pós-teste, fez um uso

adequado de vários recursos modalizadores, mostrando um bom domínio de algumas

formas de expressar a modalização. A evolução positiva no desempenho do aluno tem a

ver, sobretudo, com a presença dos interlocutores/destinatários no discurso e com o

controlo do uso da linguagem. Para além de os interlocutores/destinatários surgirem, no

discurso, pelo recurso à primeira pessoa do plural, como forma de aproximação ao

receptor, na medida em que esse «nós» corresponde a «todos», a presença dos

interlocutores/destinatários torna-se ainda mais evidente quando as formas verbais de

primeira pessoa do plural se encontram dentro de uma exortação/apelação (Sejamos

amigos do ambiente e contribuamos para um mundo melhor.). Os interlocutores/

destinatários também aparecem de forma clara, traduzida pelo uso do vocativo,

invocando directamente os ouvintes, e pela utilização da segunda pessoa do plural,

como forma de tratamento pessoal (Saudações, caros ouvintes. Venho por este meio

comunicar-vos a nossa posição em relação ao futuro dos livros impressos.). Relativamente ao

controlo do uso da linguagem, não foram utilizadas máximas específicas para

estabelecer uma interacção respeitosa entre os intervenientes. No entanto, o uso da

linguagem não se torna agressivo, sendo respeitadas as máximas de cortesia básicas. É

Análise e Discussão dos Resultados

117

de destacar a utilização de uma fórmula de saudação inicial (Saudações, caros ouvintes.),

que revela uma predisposição para a criação de um clima cordial entre os intervenientes.

No que respeita ao parâmetro G, correspondente aos elementos relacionados

com a voz, regista-se a subida de um nível, observando-se que, no pós-teste, o aluno

melhorou o seu desempenho nos aspectos em que, no pré-teste, este não era bom.

Passou a utilizar os acentos de intensidade para destacar partes importantes do discurso,

ainda que tal sucedesse num número muito reduzido de vezes. Usou, de modo geral,

uma entoação variada, embora nem sempre expressiva, atingindo, assim, um

desempenho positivo. Fez pausas, na maior parte dos casos, em lugares adequados,

utilizando-as para estruturar o discurso. Utilizou, no geral, um volume de voz audível e

adequado à situação de comunicação. Nestes dois últimos aspectos, o aluno apresenta,

assim, um desempenho bom.

No parâmetro H, referente ao esquema da estrutura do discurso, tal como

nos parâmetros C e D, o aluno apresenta uma subida muito significativa. Por oposição

ao que se verifica no pré-teste, no pós-teste, o aluno planificou a estrutura do discurso a

partir de um esquema de referência da estrutura organizativa formal do discurso

argumentativo. Integrou, na estrutura do próprio discurso, a argumentação e a contra-

-argumentação e a tese defendida (Em suma, os livros electrónicos apresentam condições

bastante favoráveis para que num futuro próximo ultrapassem o volume de negócios dos livros

de papel).

O aluno MA é considerado um aluno médio do ponto de vista do seu

aproveitamento escolar na disciplina de Português. Subiu de 70 pontos para 140 pontos,

passando a registar níveis de desempenho positivos em todos os parâmetros de

avaliação. Os progressos entre a situação de pré-teste e a de pós-teste são, por

conseguinte, relevantes. Tal como o aluno AR, este aluno parece ter tirado proveito da

sequência didáctica, para o que contribuiu o seu empenho na realização do trabalho

proposto.

Análise e Discussão dos Resultados

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� Aluno AC

Figura 25: Evolução do aluno AC nos diferentes parâmetros de avaliação

Verifica-se que, do pré-teste para o pós-teste, o aluno apresenta uma evolução

positiva em quatro parâmetros e que se manteve no mesmo nível de desempenho em

outros quatro.

Relativamente ao parâmetro A, coerência e pertinência da informação, quer

no pré-teste, quer no pós-teste, o aluno incluiu nos discursos, informação, no geral,

pertinente e diversificada, no que respeita aos aspectos tratados, mas pouco variada do

ponto de vista das fontes em que tem origem, revelando dificuldades em recorrer outras

fontes, que não ele próprio, e integrar, no discurso, informação proveniente delas. Tal

mostra, ainda assim, uma selecção satisfatória da informação. O discurso produzido é

globalmente coerente, em relação à informação nele contida.

O parâmetro C, que corresponde à contra-argumentação, bem como o

parâmetro D, respeitante à estrutura do discurso, são os parâmetros em que o aluno se

encontra no nível de desempenho mais baixo, o nível 0, no pré-teste e no pós-teste. O

aluno não integrou uma contra-argumentação na argumentação que produziu. No que

concerne à estrutura do discurso, embora o discente se encontre no nível de desempenho

0, existe uma pequena diferença entre a estrutura do discurso no pré-teste e no pós-teste

que merece ser destacada, ainda que esta não seja contemplada na descrição dos níveis

de desempenho, por se ter estabelecido que só se atribuía cotação aos discursos que

apresentassem uma estrutura composta por três partes: introdução, desenvolvimento e

conclusão. Ora, o que acontece é que, no pré-teste, o discurso consiste simplesmente

num elenco de argumentos, ao passo que, no pós-teste, os argumentos são precedidos de

uma saudação inicial e da referência ao tema em debate (Ó boa tarde. Em relação ao tema

apresentado, somos da opinião que os livros impressos permanecerão no nosso quotidiano.),

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Pré-teste Pós-teste

Análise e Discussão dos Resultados

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ou seja, de uma parte introdutória, ainda que não integre o conjunto de elementos

essenciais.

No parâmetro E, que se refere à coesão, o aluno também se manteve no mesmo

nível de desempenho, manifestando um domínio insatisfatório dos conectores

discursivos mais específicos do discurso argumentativo, quer no pré-teste, quer no pós-

-teste. O discente produziu um discurso pouco coeso, em que integrou um número

reduzido de conectores. Utilizou, nas duas situações, dois tipos de conexões: no pré-

-teste, incluiu um conector de causalidade, para introduzir a justificação de argumentos

(porque), manifestando falta de conhecimento de conectores sinónimos, uma vez que se

regista a tripla repetição deste mesmo conector, e um conector de explicitação-

-particularização, para introduzir um exemplo (por exemplo). No pós-teste, o aluno

utilizou conectores de listagem enumerativa (em primeiro lugar, Em segundo lugar, em

último lugar) e, à semelhança do pré-teste, o mesmo conector de explicitação-

particularização, para introduzir um exemplo (por exemplo). Entre o pré-teste e o pós-

-teste, nota-se, portanto, uma pequena variação nos conectores utilizados: na primeira

situação, recorreu a um conector que estabelece causalidade, e, na segunda, a conectores

de listagem enumerativa.

Relativamente ao parâmetro B, a argumentação, este aluno subiu um nível. No

pré-teste, o aluno sustentou a sua tese em dois argumentos de comparação (1. Ora o o

livro impresso é um livro muito mais cómodo e muito mais prático aa para o leitor do que o do

que o livro electrónico, porque não necessita de uma plataforma para acedermos a ele, temos o

livro usa- tem- temo-lo, por exemplo, na nossa mochila ou mesmo no nosso bolso, se for caso

disso, e e e us- e us- e us- e usamos usamos esse esse mesmo livro. 2. o o o livro que está dentro

desse ecrã aa é está mais sujeito a desaparecer do que um do que um livro escrito, porque o

livro o livro impresso tem muito mais aa longevidade e durabilidade do que um livro do que um

livro que está sujeito aa a um suporte informático aa, porque esse informático é (…) os

componentes informáticos são muito perecíveis.) e dois argumentos de causa-consequência

(3. Há também o hábito das pessoas, as pessoas aa desde há séculos habituaram-se a a suporte

escr- a um suporte escrito palpável que não que não não não esteja dentro dum dum ecrã ou ou

assim 4. Aa […] aa também o o a necessidade de das pessoas olharem olharem fixamente para

pra um ecrã de computador acaba por lhes danificar a vista po- pode pode atingir proporções

bastante graves). No pós-teste, construiu um argumento de comparação (1. Aa em

primeiro lugar os livros impre- impressos não necessitam, ao contrário de das plataformas das

plataformas de leitura de de de outros livros não precisam de de uma uma fonte perecível de

energia aa apenas é preciso o livro, que é um elemento de fácil transporte e relativamente

Análise e Discussão dos Resultados

120

acessível a toda a gente.), um argumento de causa-consequência (2. Em segundo lugar, aa

as pessoas estão habituadas aos livros impressos isto é um factor de persuasão pras pras

editoras que podem sofrer quebras nas suas vendas com a perca de leitores quando passarem a

editar mais livros electrónicos ao invés de passarem aa continuarem co co livro impresso.) e

um argumento pelo exemplo (3. E em último lugar podemos dizer que no âmbito de

preservar a natureza existem edições em papel reciclado e pode-se sempre recorrer à

reutilização dos livros aa como por exemplo os alfarrabistas e as bibliotecas públicas.). Em

ambas as situações, cada um dos argumentos referidos incide sobre aspectos diferentes,

havendo argumentos bem desenvolvidos e outros que aparecem razoavelmente

desenvolvidos. Entende-se, assim, que existe uma evolução positiva entre o pré-teste e

pós-teste, porque, apesar de, no pós-teste, o número de argumentos produzidos ser

menor, a argumentação apresenta maior diversidade quanto ao tipo de argumentos

construídos.

No que se refere ao parâmetro F, que corresponde à modalização, o aluno

progrediu, subindo um nível. Se, no pré-teste, fez um uso adequado de poucos recursos

modalizadores, o que revela um domínio insatisfatório de diferentes formas de expressar

a modalização, no pós-teste, fez um uso adequado de maior número de recursos

modalizadores, o que mostra melhorias neste domínio. Tais progressos estão

relacionados, principalmente, com a atribuição de diferentes graus de certeza às

afirmações e com o controlo do uso da linguagem. No que concerne ao primeiro

aspecto, quer no discurso do pré-teste, quer no do pós-teste, em geral, o conteúdo é

apresentado como certo, mas sem sublinhar essa certeza. Contudo, salienta-se a

utilização, no pós-teste, de advérbios (relativamente), para apresentar o conteúdo como

possível ou provável, e de palavras que expressam uma generalização ou restrição

absolutas (apenas, toda, sempre), com o intuito de salientar o grau de certeza atribuído ao

conteúdo. Quanto ao controlo do uso da linguagem, não se verifica o recurso a máximas

de cortesia específicas, no entanto são respeitadas as máximas básicas, razão pela qual

não existiu um clima de crispação ou de agressividade. É de destacar, também, a

utilização de uma fórmula de saudação inicial (boa tarde), logo no início do discurso, o

que não se observa no discurso produzido no pré-teste.

No parâmetro G, que diz respeito aos elementos relacionados com a voz, o

aluno apresenta uma subida de um nível. Passou a usar, no geral, uma entoação variada,

mas nem sempre expressiva; fez pausas, na maior parte dos casos, em posições

adequadas; produziu o discurso com uma velocidade de fala globalmente adequada,

Análise e Discussão dos Resultados

121

permitindo que se acompanhasse o que era dito; e utilizou, no geral, uma dicção clara e

articulada. O desempenho permanece igual em relação ao uso dos acentos de

intensidade e do volume de voz.

O parâmetro H, relativo ao esquema da estrutura do discurso, é aquele em

que o aluno apresenta uma subida mais significativa, de dois níveis. No pré-teste, o

aluno limitou-se a fazer uma listagem dos argumentos que pretendia apresentar. No pós-

-teste, planificou a estrutura do discurso, com base num esquema em que se desenha a

estrutura formal da argumentação, passando a integrar, para além dos argumentos, uma

síntese dos mesmos (Em suma a manutenção dos livros impressos será assegurada pelo fácil

transporte e a ausência de plataformas, o hábito das pessoas em lerem publicações impressas e

a preocupação ambiental das publicações.).

O aluno AC integra-se no grupo dos alunos com aproveitamento escolar bom na

disciplina de Português, apresentando progressos do pré-teste para o pós-teste, ainda

que não tão acentuados como os dos outros alunos uma vez que subiu de 70 pontos para

95 pontos. Mantém-se em níveis de desempenho negativos em três parâmetros e

encontra-se em níveis de desempenho positivos nos restantes cinco. Como se pode

verificar, os resultados não são os esperados, tendo em conta o aproveitamento escolar

do aluno. A justificação para estes resultados pode estar relacionada com o facto de o

aluno ter manifestado falta de empenho na realização do pós-teste, porque, segundo ele,

«a última hora do dia já não é hora para estar a realizar um debate». Por outro lado,

pode extrair-se, deste resultado, uma ideia interessante, no âmbito do presente estudo,

relacionada com o facto de um aproveitamento escolar considerado bom na disciplina

de Português não implicar um aproveitamento escolar igualmente bom no domínio do

oral formal. Isto porque, muitas vezes, o oral formal não é contemplado para efeitos de

avaliação do aproveitamento escolar dos alunos na disciplina de Português.

Análise e Discussão dos Resultados

122

5.3.2. Turma de controlo

� Aluno DG

Figura 26: Evolução do aluno DG nos diferentes parâmetros de avaliação

Numa primeira leitura do gráfico, observa-se que o aluno regista progressos em

três parâmetros e que se mantêm no mesmo nível de desempenho nos restantes.

O parâmetro C, relativo à contra-argumentação, é um dos parâmetros em

que o discente se encontra no nível de desempenho mais baixo. Quer no pré-teste, quer

no pós-teste, o aluno não construiu uma contra-argumentação integrada na

argumentação que produziu, isto é, não previu eventuais contra-argumentos dos

opositores aos seus argumentos e, consequentemente, não os refutou.

À semelhança do parâmetro anterior, no parâmetro D, respeitante à estrutura

do discurso, o aluno também permaneceu no nível de desempenho 0. O aluno produziu

discursos que não se apresentam estruturados em três partes principais – introdução,

desenvolvimento e conclusão.

No parâmetro A, respeitante à coerência e pertinência da informação, este

aluno manteve-se no nível de desempenho 2. O aluno integra, nos seus discursos,

informação, em alguns casos, pouco pertinente, diversificada do ponto de vista dos

aspectos tratados, mas proveniente, apenas, do seu conhecimento e da sua experiência

pessoal, manifestando dificuldades no recurso a informação proveniente de outras

fontes, nomeadamente das que tinha ao seu dipor. Este é um aspecto que deve ser

aperfeiçoado, dado que o recurso a outras fontes é importante, por exemplo, para

justificar argumentos/ideias com argumentos de autoridade. São, ainda, visíveis alguns

problemas relacionados com alguma confusão na apresentação das ideias defendidas.

No que respeita ao parâmetro E, referente à coesão, o aluno também continuou

no nível 2, revelando um domínio insatisfatório dos conectores discursivos mais

0

1

2

34

5

A B C D E F G H

Parâmetros

Nív

eis

Pré-teste Pós-teste

Análise e Discussão dos Resultados

123

específicos do discurso argumentativo. Produziu discursos pouco coesos, em que os

conectores foram utilizados com propriedade, mas em número reduzido e, no pós-teste,

de modo repetitivo. No discurso produzido no pré-teste, utilizou um conector de

causalidade, para introduzir um argumento (pois) e um conector de explicitação-

-particularização, para introduzir exemplos (por exemplo). No discurso produzido no

pós-teste, recorreu a dois conectores de causalidade diferentes, o primeiro para

introduzir um argumento, o segundo, repetido três vezes, para introduzir justificações

(porque, pois); e um conector de inferência/conclusão para introduzir uma conclusão

parcial (assim).

Em relação ao parâmetro F, respeitante à modalização, tal como nos

parâmetros anteriores, o aluno manteve-se no nível 2. Fez um uso adequado de poucos

recursos modalizadores, revelando um domínio insatisfatório de diferentes formas de

expressar a modalização.

No que concerne ao parâmetro B, a argumentação, este aluno subiu um nível.

Se, no pré-teste, apresentou um único argumento; no pós-teste, construiu dois

argumentos, ainda que do mesmo tipo. Na primeira situação, o aluno produziu um

argumento de comparação (1. livros electrónicos apoiam muito mais as as pessoas

deficientes, por exemplo os cegos, em vez de tarem em vez de em vez de tarem a ler demora-

demorar um ano a ler Braille, ouvem o livro pra aí uma hora já já sabem o livro todo e os

míopes podem fazer o zoom e os manetas é muito mais fácil transportar um livro electrónico do

que carregar com cinquenta livros dos dos outros,) e, na segunda situação, construiu dois

argumentos de causa-consequência, para sustentar a sua tese (1. os livros electrónicos

pensam nos deficientes, como já aqui foi dito, os cegos vão poder ouvir o texto, ajuda as

pessoas com idade, com problemas visuais, pois podem fazer o zoom e assim lerem melhor,

ajuda também os manetas, pois é é mais fácil um maneta transportar um livro um leitor de

livros electrónicos do que cinquenta livros de papel 2. e principalmente não há perigo de

transmissão de gripe A, pois um livro digital é é pessoal e intransmissível.). Em ambas as

situações, cada um dos argumentos incide sobre aspectos diferentes. No pré-teste, o

argumento referido apresenta-se bem desenvolvido, no pós-teste, o primeiro argumento

pode considerar-se bem elaborado e o segundo, apenas, razoavelmente desenvolvido.

No parâmetro G, que corresponde aos elementos relacionados com a voz, o

aluno também subiu um nível. Esta melhoria está relacionada com o facto de o discente

ter passado a produzir o discurso com uma velocidade de fala globalmente adequada,

com desadequações pontuais que não impediram que se acompanhasse o que era dito, e

Análise e Discussão dos Resultados

124

a utilizar, no geral, um volume de voz audível e adequado à situação de comunicação.

Nos restantes elementos, não se verificarem alterações de desempenho.

No que se refere ao parâmetro H, respeitante ao esquema da estrutura do

discurso, o aluno subiu, igualmente, um nível. Enquanto, no pré-teste, o aluno

planificou a estrutura do discurso, limitando-se a fazer um elenco dos argumentos, no

pós-teste, a sua planificação parece ter na base um esquema em que se desenha, de

forma lacunar, a estrutura formal da argumentação, uma vez que, além dos argumentos,

enuncia a tese defendida (Eu penso de os livros impressos vão acabar, porque os livros

electrónicos pensam nos deficientes).

O aluno DG é considerado um aluno com aproveitamento escolar fraco na

disciplina de Português. Subiu de 45 pontos para 60 pontos, apresentando, portanto,

uma evolução em sentido positivo, do pré-teste para o pós-teste. Apesar da melhoria

registada, o aluno manteve-se em níveis de desempenho negativos na generalidade dos

parâmetros.

� Aluno AC

Figura 27: Evolução do aluno AC nos diferentes parâmetros de avaliação

Como se pode verificar na figura, o aluno apresenta, de modo geral, uma

evolução negativa, apresentando uma descida em quatro parâmetros, progredindo em

um único parâmetro e mantendo-se no mesmo nível em três parâmetros.

Quanto ao parâmetro C, contra-argumentação, no pré-teste, o aluno construiu

e integrou contra-argumentação na sua própria argumentação, ou seja, previu, com

pertinência, eventuais contra-argumentos para alguns dos seus argumentos e refutou-os

de forma adequada (1. e para acontecer o mesmo com um livro de papel era preciso pelo

menos haver um incêndio, 2. apesar de ser aa muito mais fácil aa divulgar informação através

0

1

2

3

4

5

A B C D E F G HParâmetros

Nív

eis

Pré-teste Pós-teste

Análise e Discussão dos Resultados

125

de meios electrónicos, isso facilita a pirataria). Contrariamente, no pós-teste, o discente

limitou-se à apresentação de argumentos.

Relativamente ao parâmetro E, coesão, em situação de pré-teste, o aluno

manifestou um bom domínio dos conectores discursivos mais específicos do discurso

argumentativo, uma vez que proferiu um discurso globalmente coeso, em que integrou,

de modo geral, conectores diversificados e adequados. Utilizou conectores de

inferência/conclusão, um deles repetido três vezes, para introduzir conclusões parciais

ao longo do discurso (assim, portanto); conectores de causalidade, com o intuito de

introduzir a justificação de argumentos (porque, visto que); um conector de explicitação-

-particularização, para introduzir um exemplo (por exemplo); e um conector de contraste

concessivo, para introduzir um possível contra-argumento (apesar de). No pós-teste, o

discente produziu um discurso de coesão muito fraca, integrando muito poucos

conectores apropriados. Usou duas vezes um conector de inferência/conclusão,

introduzindo, assim, conclusões parciais (portanto).

No parâmetro G, referente aos elementos relacionados com a voz, o aluno

desceu um nível. Se no pré-teste, usou, no geral, uma entoação variada e expressiva, no

pós-teste, o mesmo nem sempre aconteceu.

Em relação ao parâmetro B, que corresponde à argumentação, este aluno

subiu um nível. A grande diferença entre o pré-teste e o pós-teste reside na maior

diversidade quanto ao tipo de argumentos produzidos, na segunda situação. Primeiro, o

aluno produziu um discurso em que integrou três argumentos de causa-consequência (1.

Aam se um livro electrónico se estragar aa, se um leitor aliás, vão se estragar as centenas de

livros que estão lá dentro e cada um deles tendo sido comprado ao preço de um livro

é muito mais seguro, portanto, aa ter ter livros de papel porque não se estragam tão facilmente

aa para além do mais um livro electrónico pode-se estragar com o magnetismo aam e uma

criança pode pensar (…) não (…) bem, pode haver sempre um acidente pode pôr no

microondas, por exemplo, e aa e adeus todos esses livros 2. os autores não vão receber aam o

devido crédito por publicar as suas obras 3. e para além disso, visto que aam a divulgação

electrónica não requer aa pessoas aa ir entregar os livros às casas nem nem (…) assim as

livrarias deixam também de ter aa sentido, portanto, a criação do livro electrónico pode criar

também imenso desemprego) e, no pós-teste, construiu oito argumentos de causa-

-consequência (1. Os livros de papel não usam energia, 2. não são destruíveis por aa calor aa

ou magnetismo, 3. providenciam uma sensação de tacto agradável assim como cheiro. 4.

Existem livros de papel que já duraram e ainda duram após cinco mil anos. 5. aa os livros de

papel são recicláveis 6. Para além disso existem muitos postos de trabalhos aa de trabalho que

Análise e Discussão dos Resultados

126

se baseiam aa na existência do mercado do livro impresso e, portanto, muitas pessoas perderão

os seus postos de trabalho caso o livro impresso fosse substituído pelos livros electrónicos.7.

Os leitores de livros electrónicos, como já disse, são frágeis e se forem roubados são imensos

livros, dezenas, centenas mesmo de livros que estão a ser roubados. 8. para além disso existem

muitos postos de trabalhos aa de trabalho que se baseiam aa na existência do mercado do livro

impresso e, portanto, muitas pessoas perderão os seus postos de trabalho caso o livro impresso

fosse substituído pelos livros electrónicos. é tudo.) e quatro argumentos de comparação,

para sustentar a sua tese (9. livros de papel são acessíveis no que toca a preço, ao contrário

de um leitor electrónico que custa centenas de euros 10. Os livros de papel, ao contrário dos

livros electrónicos, não ferem a visão, 11. os livros de papel existem livros de papel que podem

ser lidos por pessoas cegas enquanto que os livros electrónicos não têm esse meio tacto táctil,

12. os aa os livros electrónicos, ao contrário dos impressos, são pirateáveis, portanto os

autores usarem meios de publicação electrónicos não ganham tanto quanto se os seus livros

fossem impressos em papel.). Embora o número de argumentos produzidos no pós-teste

seja muito superior ao número de argumentos produzidos no pré-teste, não é esse o

principal motivo da subida de nível do aluno. Essa subida, como já foi referido, deve-se

à maior variedade no tipo de argumentos produzidos. No pré-teste, dois argumentos

encontram-se razoavelmente desenvolvidos e um outro não foi desenvolvido; no pós-

-teste, dois argumentos estão razoavelmente elaborados e os outros nove aparecem sem

serem desenvolvidos.

No parâmetro A, respeitante à coerência e pertinência da informação, o

aluno manteve-se no nível de desempenho 3. Tanto no pré-teste como no pós-teste,

integrou no seu discurso informação, que, embora diversificada do ponto de vista dos

aspectos tratados, em alguns casos, tem pouca pertinência e é proveniente, apenas, do

seu conhecimento e da sua experiência pessoal. No geral, a informação é coerente,

apresentando, no entanto, alguns problemas relacionados com uma certa confusão na

apresentação das ideias defendidas.

No que diz respeito ao parâmetro F, modalização, no pré-teste, o aluno fez um

uso globalmente adequado dos recursos modalizadores, manifestando um domínio

razoável de algumas formas de expressar a modalização, o que não aconteceu no pós-

-teste.

Os parâmetros D, estrutura do discurso, e H, esquema da estrutura do

discurso, são os parâmetros em que, em ambas as situações, o aluno regista um

desempenho mais fraco, correspondendo ao nível 0. Em relação ao primeiro parâmetro,

o aluno produziu discursos que não se apresentam estruturados em introdução,

Análise e Discussão dos Resultados

127

desenvolvimento e conclusão. Quanto ao segundo parâmetro, planificou a estrutura dos

discursos apresentando apenas um elenco dos argumentos. Não teve, portanto, como

referência um esquema em que se delineie a estrutura formal da argumentação.

O aluno AC pertence ao grupo de alunos considerados médios, relativamente ao

aproveitamento escolar na disciplina de Português. Desceu de 95 pontos para 65 pontos,

registando, portanto, uma evolução negativa.

� Aluno JS

Figura 28: Evolução do aluno JS nos diferentes parâmetros de avaliação

Observa-se, de imediato, a ausência de evolução no desempenho do aluno, do

pré-teste para o pós-teste, à excepção do parâmetro contra-argumentação (C), em que

desceu do nível 2 para o nível 0.

Quanto ao parâmetro C, respeitante à contra-argumentação, no pré-teste,

diferentemente do que se observa no pós-teste, o aluno tentou integrar contra-

-argumentação na sua própria argumentação: previu um eventual contra-argumento para

um dos seus argumentos, embora de forma pouco pertinente, uma vez que esse contra-

-argumento se desvia daquilo de que trata o argumento, e refuta-o também de forma

pouco adequada, pois parafraseia o argumento (1. que hoje em dia pode ser muito mais

prático pró pra certas pessoas, (um aparelho electrónico) mas nunca vai ser tão tão aa

acessível exacto, como eu já tinha dito).

No que respeita ao parâmetro A, referente à coerência e pertinência da

informação, o aluno continuou no mesmo nível, tendo incluído no discurso informação

que, do modo geral, revela pertinência e coerência, bem como diversidade, no que

respeita aos aspectos tratados. Destaque-se que o aluno utilizou somente informação

procedente dos seus conhecimentos e da sua experiência pessoal, notando-se, por isso,

0

1

2

34

5

A B C D E F G H

Parâmetros

Nív

eis

Pré-teste Pós-teste

Análise e Discussão dos Resultados

128

dificuldades no recurso a outras fontes, para apoiar as ideias defendidas ou para mostrar

aquelas de que se demarca.

Relativamente ao parâmetro F, a modalização, o aluno apresenta um

desempenho semelhante. Fez um uso globalmente adequado dos recursos

modalizadores, mostrando um domínio razoável de algumas formas de expressar a

modalização.

No que se refere ao parâmetro G, elementos relacionados com a voz, a

permanência no mesmo nível de desempenho deve-se ao facto de o aluno apenas

registar diferenças de desempenho quanto à entoação: no pré-teste, usou, em geral, uma

entoação variada, ainda que nem sempre expressiva; no pós-teste, fez uso de uma

entoação pouco variada e pouco expressiva.

Quanto ao parâmetro B, respeitante à argumentação, este aluno também se

manteve no mesmo nível de desempenho. No pré-teste, aluno produziu um discurso em

que integrou seis argumentos de comparação (1. a durabilidade é diferente, é normal, um

livro dura muito mais e tá como to- toda a gente sabe que dura muito muito mais do que do que

um aparelho electrónico, tem uma durabilidade muito maior tanto de (…) não é só de alguns

anos é uma diferença muito grande e que vem de muito mui- vem de 2. é não é não é tão

recente, então há muita mais gente a aderir a isso, ou seja, tanto pessoas mais novas como

pessoas já de idade que vão aderir muito mais aos livros porque não têm tanto conhecimento

dessas novas tecnologias 3. e ainda pra mais os livros são muito mais acessíveis do que um

aparelho electrónico 4. Aa e pra mais os aparelhos electrónicos estão sujeitos a muito mais

perigos do que do que os livros aa seja do de vírus, ameaças de aa electrónicas aa virtuais, 5. e

tão sempre aa em constantes mudanças em (…) estão sempre há sempre um mais evoluído, há

sempre novos apre- aparelhos que podem ser comprados, ou seja, como toda a gente sabe o

cliente nunca tá satisfeito, mas nos casos de livros isso nunca acontece porque a história não

muda assim tanto, 6. aa e como já o meu colega Alberto disse os livros dão muito mais crédito

ao autor do que do que um aparelho electrónico.) e, no pós-teste, o aluno elaborou quatro

argumentos de comparação (1. há muitas mais pessoas a aderir aos livros impressos do que

aos electrónicos, porque já existem há muitos mais anos do que os electrónicos e, por exemplo,

pessoas mais velhas, por exemplo, aa só mais os jovens é que se calhar vão aderir ao aos livros

electrónicos e mesmo assim não é uma coisa que seja muito hoje em dia jovens muito a aderir à

à leitura, por isso não (…) tão cedo a sociedade não vai aderir tanto aos livros impressos aa

aos livros electrónicos (RISO) peço desculpa 2. ainda pra mais porque os livros impressos têm

um valor cultural muito muito maior 3. e são muito mais acessivos acessíveis do que do que o

livros electrónicos 4. e cansam muito menos a vista.), para fundamentar a sua tese. Verifica-

Análise e Discussão dos Resultados

129

-se que o número de argumentos produzidos no pré-teste é superior ao número de

argumentos produzidos no pós-teste, sendo, em ambas as situações, de um só tipo. Na

primeira situação, apenas um argumento se apresenta razoavelmente desenvolvido, dois

surgem pouco desenvolvidos e três não se encontram desenvolvidos. Na segunda

situação, só um dos argumentos se apresenta pouco desenvolvido, os restantes não são

desenvolvidos.

O parâmetro D, relativo à estrutura do discurso, e o parâmetro H, respeitante

ao esquema da estrutura do discurso, são os parâmetros em que o aluno apresenta um

desempenho mais fraco, correspondente ao nível 0, em ambas as situações. Por um lado,

o aluno produziu discursos que carecem de um estrutura tripartida – introdução,

desenvolvimento e conclusão. Por outro lado, em ambas as situações, a planificação

feita pelo aluno consistiu na apresentação dos argumentos a desenvolver, sem que fosse

delineada a estrutura argumentativa formal do discurso.

No parâmetro E, relativo à coesão, o aluno também manteve o mesmo nível de

desempenho. Quer no pré-teste, quer no pós-teste, revela um bom domínio dos

conectores mais específicos do discurso argumentativo, tendo utilizado, de modo geral,

conectores variados e apropriados.

O aluno JS insere-se no grupo de alunos considerados médios, no que respeita ao

aproveitamento escolar na disciplina de Português. Desceu de 85 pontos para 75 pontos,

registando, portanto, uma evolução negativa entre as duas situações.

� Aluno SA

Figura 29: Evolução do aluno SA nos diferentes parâmetros de avaliação

012345

A B C D E F G HParâmetros

Nív

eis

Pré-teste Pós-teste

Análise e Discussão dos Resultados

130

No geral, o aluno não apresenta evolução entra as duas situações, com a

excepção de dois parâmetros em que o aluno apresenta uma evolução negativa e um em

que regista uma evolução positiva.

No parâmetro A, relativo à coerência e pertinência da informação, o aluno

desceu um nível. No pré-teste, utilizou informação que é, de modo geral, pertinente e

coerente. Ainda quanto à variedade da informação, verifica-se que ela não existe no que

concerne às fontes de que provém, na medida em que procede, apenas, dos

conhecimentos e da experiência pessoal do discente. No pós-teste, estas dificuldades

mantêm-se e, além disso, alguma da informação é pouco pertinente.

Em relação ao parâmetro G, respeitante aos elementos relacionados com a

voz, o aluno também desceu um nível. Esta descida está relacionada com a descida de

um nível em quatro aspectos, a saber: na entoação, tendo passado a usar uma entoação

pouco variada e pouco expressiva; nas pausas, porque passou a fazer pausas, por vezes,

em lugares desadequados, o que trouxe alguns problemas para a compreensão do

discurso; na velocidade de fala, pois passou a produzir o discurso com uma velocidade

de fala predominantemente lenta, dificultando o acompanhamento do que era dito; e na

dicção, uma vez que passou a utilizar quase sempre uma dicção pouco clara, pouco

articulada e, por vezes, confusa.

Quanto ao parâmetro B, referente à argumentação, este aluno subiu um nível.

Esta subida tem a ver com uma maior diversidade no tipo de argumentos produzidos.

No pré-teste, para fundamentar a sua tese, o aluno produziu dois argumentos de

comparação (1. Aa, como o meu colega Tiago já tinha dito, aa aquilo não precisa de luz por

trás como é preciso quando se lê um livro 2. e além disso não é só isso aam um lei- um leitor

digital permite aumentar, fazer zoom aam das manchas escritas, um livro impresso se tiver a

letra muito pequena cansa muito mais a vista aa os leitores digitais permitem aumentar, fazer

zoom, aa acaba por ser melhor mais fácil.) e, no pós-teste, construiu um argumento de

comparação (1. Aam (RISO) para além disso, é é muito mais prático aa conseguimos ter

muitos mais livros aa concentrados) e um argumento de causa-consequência (1. aa aam é bom

pra pras pessoas com deficiências (…)). Enquanto, no pré-teste, os argumentos produzidos

são do mesmo tipo, no pós-teste, os argumentos são de dois tipos diferentes. Em relação

aos restantes aspectos, o desempenho é semelhante em ambas as situações. O aluno

produziu o mesmo número de argumentos; os argumentos produzidos em cada uma das

situações tratam aspectos distintos; um argumento não se encontra desenvolvido e o

outro surge pouco desenvolvido.

Análise e Discussão dos Resultados

131

O parâmetro C, que diz respeito à contra-argumentação, o parâmetro D,

concernente à estrutura do discurso, e o parâmetro H, relativo ao esquema da

estrutura do discurso, são os três parâmetros em que o aluno permaneceu no nível de

desempenho mais baixo. No primeiro parâmetro, porque não elaborou nem integrou

contra-argumentação na própria argumentação. No segundo parâmetro, uma vez que

produziu discursos que não se apresentam estruturados em introdução, desenvolvimento

e conclusão. No terceiro parâmetro, visto que a planificação que o aluno fez da estrutura

do discurso, consiste no elenco de argumentos e de aspectos a desenvolver em possíveis

argumentos. Não há, portanto, um esquema de base em que se desenhe a estrutura

argumentativa formal do discurso.

No parâmetro E, coesão, o aluno manteve-se no nível 1, porque, ao não

integrar no discurso conectores discursivos mais específicos do discurso argumentativo,

revelou não dominar a sua utilização. Usou apenas conectores de listagem aditiva, o que

fez com que descuidasse o estabelecimento de relações lógicas.

Quanto ao parâmetro F, referente à modalização, o aluno não alterou o seu

desempenho, continuando no nível 2. Fez um uso adequado de poucos recursos

modalizadores, tendo em conta a situação comunicativa, revelando um domínio

insatisfatório de várias das diferentes formas de expressar a modalização.

O aluno SA é considerado um aluno médio, no que se refere ao aproveitamento

escolar na disciplina de Português. Desceu de 55 pontos para 50 pontos. Seja no pré-

-teste, seja no pós-teste, o aluno apresenta desempenhos negativos na maioria dos

parâmetros e, no pós-teste, em mais um parâmetro do que no pré-teste. Verifica-se, pois,

que existe uma evolução negativa no desempenho do aluno, entre a primeira e a

segunda situação.

� Aluno TS

Figura 30: Evolução do aluno TS nos diferentes parâmetros de avaliação

0

1

23

45

A B C D E F G HParâmetros

Nív

eis

Pré-teste Pós-teste

Análise e Discussão dos Resultados

132

Antes de mais, observa-se uma ausência de evolução em praticamente todos os

parâmetros, com a excepção de um, em que se regista uma descida.

No parâmetro B, relativo à argumentação, a descida prende-se com a menor

variedade no tipo de argumentos produzidos no pós-teste. No pré-teste, o aluno

produziu cinco argumentos de causa-consequência (1. A principal evolução que houve nos

leitores de livros interact- aa electrónicos é que deixou de ter que haver aa uma luz emitida pra

que se fosse fosse possível ler o livro, ou seja, hoje em dia já não é possiv- já não é necessário

cansar os olhos para que se possa ler um livro em qualquer leitor digital 2. aa o segundo, e isso

é é logo aa é perceptível por qualquer pessoa que é ecológico, ou seja, poupa-se muitas árvores

sem sem gastá-lo com com o papel produzido pra pra produzir outros livros, 3. depois tem tem

um ecrã táctil que é possível interagir com o livro e com outro tipo de média e assim dá pa

também gravar notas e anotações que se tenha ao ler o livro 4. aam pode incluir mais do que

um livro, hoje neste momento já pode incluir mil e quinhentos em relação ao primeiro aa a

primeira edição de leitor de livros digitais, pode incluir e inclui de base dicionários, tem o wi-

fi, ou seja, hoje em dia pode-se ter internet num leitor digital de livros 5. e os cegos podem

passar a ouvir livros em vez de ficar pelos livros em Braille existente que são neste momento

poucos.) e um argumento de comparação (1. aam também é pequenino e leve coisa que

normalmente certos liv- normalmente há livros que pesam muito nas mochilas, na mão, onde

quer que seja). No pós-teste, elaborou quatro argumentos de causa-consequência (1. Só

há vantagens no Kindle, uma mera enumeração, o quão fino é, menos de um centímetro, a

leveza duzentas e oitenta gramas e o facto de armazenar mais de mil e quinhentos livros na

mesma situação física onde caberia apenas um seria o suficiente para levar a crer na

monopolização por parte dos livros electrónicos, ebooks, no entanto, mesmo os factos do

momento corresponde às expectativas para que propõe o inquérito presente no J N de quinze de

Outubro de dois mil e oito, dentro de dez anos haverá a dita monopolização. 2. Outras

características que o Kindle traz de inovação e de funcionalidade e eficiência é que permite que

se escrevam notas de leitura e também um dicionário incorporado para uma melhor leitura

como para ajudar no quotidiano das pessoas. 3. Com um grande uma grande potencialidade no

campo dos cegos é a funcionalidade text-to-speech, a leitura automática e sem áudio pré-

gravado por parte do Kindle, assim traz de mais de duzentos e trinta mil novos livros para a

cultura do da comunidade cega que sabemos bem o quão limitada de momento a sua biblioteca

de livros em Braille é. 4. Pra finalizar, a poupança de papel, não sendo assim propício a

alergias e a leitura natural no ecrã do Kindle são só benesses, sendo que não há qualquer

razão para não ser adepto.), para apoiar a sua tese. O número e o tipo de argumentos são

superiores no pré-teste, incidindo cada um dos argumentos produzidos em tópicos

diferentes, no pré-teste e no pós-teste. Na primeira situação, dois argumentos não se

Análise e Discussão dos Resultados

133

encontram desenvolvidos e os restantes surgem pouco desenvolvidos e, na segunda

situação, os argumentos encontram-se bem desenvolvidos.

No que respeita ao parâmetro A, referente à coerência e pertinência da

informação, o aluno manteve-se num nível de desempenho bom. Seja no pré-teste, seja

no pós-teste, mobilizou, no geral, informação pertinente, diversificada, relativamente

aos aspectos tratados, e globalmente coerente entre si, embora proveniente, apenas, da

experiência e do conhecimento pessoal.

Os parâmetros contra-argumentação (C), estrutura (D) e esquema da

estrutura do discurso (planificação) (H) são aqueles em que o aluno apresenta o

desempenho mais fraco. Tanto no pré-teste como no pós-teste, o aluno desenvolveu

apenas a argumentação, sem prever eventuais contra-argumentos; estruturou o discurso

de forma muito deficiente, não se destrinçando as três partes; e planificou a estrutura do

discurso apresentando apenas um elenco dos argumentos, sem ter por base um esquema

da estrutura argumentativa formal do mesmo.

No que se refere ao parâmetro E, relativo à coesão, e ao parâmetro F,

respeitante à modalização, o aluno manteve-se no mesmo nível (2). Quanto ao primeiro

parâmetro, proferiu um discurso pouco coeso, devido à utilização de um número

reduzido de conectores adequados, o que levou a que, por vezes, o estabelecimento de

nexos lógicos fosse descurado. Em relação ao segundo parâmetro, fez um uso dos

recursos modalizadores, nem sempre, apropriado, tendo em conta a situação

comunicativa, revelando um domínio pouco satisfatório deste aspecto.

No parâmetro G, referente aos elementos relacionados com a voz, o aluno

continuou a apresentar um desempenho razoável. Por exemplo, passou a fazer uma

distribuição razoável dos acentos de intensidade, ainda que por vezes não destacasse

partes importantes do discurso.

O aluno TS faz parte do grupo de alunos de nível médio, relativamente ao

aproveitamento escolar na disciplina de Português. Regista-se uma evolução negativa

no desempenho do aluno, ainda que não significativa, já que desceu de 70 para 65

pontos, do pré-teste para o pós-teste. O aluno apresenta, em ambas as situações,

desempenhos negativos praticamente na totalidade dos parâmetros, ainda que no pós-

-teste tal seja ainda mais evidente.

Análise e Discussão dos Resultados

134

� Aluno FL

Figura 31: Evolução do aluno FL nos diferentes parâmetros de avaliação Em primeiro lugar, verifica-se que, também, para este aluno, que não existe

evolução na generalidade dos parâmetros, com a excepção de dois parâmetros que

apresentam uma descida.

No parâmetro C, relativo à contra-argumentação, o aluno apresenta uma

descida bastante expressiva, de 4 níveis. Em situação de pré-teste, construiu uma contra-

-argumentação e integrou-a na argumentação produzida, isto é, previu, no segundo caso

com mais pertinência do que no primeiro, eventuais objecções para os dois argumentos

apresentados e refutou-as, de forma adequada, em ambos os casos (1. pode ser muito

prático, é muito bonito mas custa dinheiro, 2. é certo também que se vão criar novos empregos

em frá- em fábricas e tudo mas há no há muitos empregos relacionados com as livrarias etc.

etc. que se calhar no total perfazem um número maior.). Em situação de pós-teste, o aluno

não construiu nem integrou contra-argumentação na sua argumentação.

Em relação ao parâmetro E, respeitante à coesão, o aluno desceu um nível.

Manifestou um domínio insatisfatório dos conectores discursivos mais comuns no

discurso argumentativo, muito mais fraco no pós-teste do que pré-teste. No pré-teste,

produziu um discurso pouco coeso, dado que integrou conectores adequados, mas em

número reduzido, descurando, por vezes, o estabelecimento de nexos lógicos. No pós-

-teste, recorreu a poucos conectores, quase só de listagem aditiva, descurando o

estabelecimento de nexos lógicos. No pré-teste, utilizou um conector de listagem

enumerativa, para introduzir um argumento no discurso de forma organizada (Depois), e

um conector de contraste antitético, repetido duas vezes, para introduzir a refutação de

um eventual contra-argumento (mas). No pós-teste, integrou no discurso apenas um

0

1

23

45

A B C D E F G HParâmetros

Nív

eis

Pré-teste Pós-teste

Análise e Discussão dos Resultados

135

conector de listagem enumerativa, para introduzir ordenadamente um argumento

(Primeiro).

No parâmetro A, referente à coerência e pertinência da informação, o aluno

manteve-se no nível de desempenho bom (4). No pré-teste, utilizou informação

globalmente pertinente, diversificada e coerente entre si. Quanto à variedade da

informação, ao nível das fontes, ela não é evidente, já que é apresentada como sendo

proveniente apenas do emissor. No pós-teste, a diferença reside no facto de a

informação não ter sido toda apresentada como sendo da responsabilidade do emissor,

uma vez que foi identificada uma outra fonte de informação.

No que se refere ao parâmetro B, argumentação, e ao parâmetro F,

modalização, o aluno permaneceu no nível de desempenho 2. Em relação à

argumentação, produziu dois argumentos de causa-consequência, para sustentar a sua

tese, quer no pré-teste (1. quero ver como é que esse método vai chegar aos países que não se

estão tão desenvolvidos, como é que vocês vão fazer pessoas que mal têm para comer pagar

esse método para achar (…) para pronto levar uma coisinha num bolso, que custa

provavelmente, agora ao início, muito dinheiro, cerca de duzentos euros que agora deram-me a

informação, pronto. 2. Acho que o problema aquele do emprego acho que sinceramente se este

se o método electrónico for adoptado acho que o problema do desemprego se vai acentuar,

porque pronto), quer no pós-teste (1. Primeiro o tal factor de de das pessoas idosas não se

adaptarem tão bem como com os livros clássicos, a dificuldade de algumas pessoas em ter

computador e de adquirir internet 2. e também como é que nós íamos adaptar este novo sistema

de livro electrónico à educação, como é que todas as escolas seriam capazes de sustentar livros

electrónicos para todos os alunos etc. etc. em todas as partes do mundo.). Com base nos

exemplos apresentados, observa-se que o número e o tipo de argumentos são os

mesmos, no pré-teste e no pós-teste. Em cada uma das situações, os argumentos tratam

aspectos diferentes e um apresenta-se razoavelmente desenvolvido e o outro não se

encontra elaborado. Relativamente à modalização, o aluno fez um uso adequado de

poucos recursos modalizadores, tendo em conta a situação comunicativa.

O parâmetro D, correspondente à estrutura do discurso, e o parâmetro H,

respeitante ao esquema da estrutura do discurso, são os parâmetros em que o aluno se

mantém no nível 0. Este resultado deve-se ao facto de ambos os discursos não

apresentarem uma estrutura tripartida e de a planificação da estrutura lógica do discurso

consistir, no pré-teste, no elenco dos argumentos a apresentar e, no pós-teste, na

Análise e Discussão dos Resultados

136

enumeração de argumentos e de aspectos que os podem originar. É manifesto que o

aluno não utilizou um esquema da estrutura organizativa formal da argumentação.

No que respeita ao parâmetro G, referente aos elementos relacionados com a

voz, o aluno continuou a apresentar um desempenho razoável, semelhante em todos os

parâmetros. Verifica-se um desempenho mais fraco na entoação e nos acentos de

intensidade: usou uma entoação pouco variada e pouco expressiva e fez uma

distribuição insatisfatória dos acentos de intensidade, não os utilizando quase nunca

para destacar partes importantes do discurso.

Embora o aluno FL se integre no conjunto de alunos bons, no que concerne ao

aproveitamento escolar na disciplina de Português, desceu de 85 para 60 pontos, da

primeira para a segunda situação. O discente apresenta, no pré-teste e o no pós-teste,

desempenhos negativos em vários parâmetros e na segunda situação em mais do que na

primeira. � Aluno CC

Figura 32: Evolução do aluno CC nos diferentes parâmetros de avaliação Numa primeira leitura, observa-se a ausência de evolução em quatro dos oito

parâmetros e uma evolução negativa nos restantes quatro parâmetros.

Em relação à argumentação (B), no discurso do pré-teste, o aluno produziu

argumentos de três tipos diferentes e, no do pós-teste, elaborou argumentos de apenas

dois tipos. No pré-teste, construiu um argumento de autoridade (1. E […] e está provado

cientificamente que o cérebro humano trabalha melhor enquanto tem um papel à frente ca-

lápis e caneta, trabalha muito melhor do que à frente de um computador à frente de um

trabalho electrónico, estimula porque temos não é só a visão que está a trabalhar, é o tacto, é

até o odor, o cheiro a livro toda a gente reconhece) três argumentos de causa-consequência (2.

e há também o velho gosto pelos livros, as pessoas gostam de ter o livro na mão, a sentir o a

textura do papel, o cheiro dos velhos dos livros antigos que muita (…) é apreciado por muita

0

1

2

3

4

5

A B C D E F G HParâmetros

Nív

eis

Pré-teste Pós-teste

Análise e Discussão dos Resultados

137

gente, 3. e nas livrarias, que é preciso atendimento humano, vais perder esses empregos, ou

seja, acentuação no desemprego. 4. e a nossa sociedade é composta por pessoas que não têm

muito acesso a dinheiro, classe baixa, classe média-baixa, classe média até, quem compra é as

pessoa que têm acesso a isso e a maior parte das pessoas não tem acesso a isso,) e dois

argumentos de comparação (5. Crédito ao ador ao autor, é obviamente (…) olhem para a

música, compra-se um C D tá-se a dar crédito ao autor, tem-se acesso à internet, vai-se sacar

músicas, crédi- o autor perde dinheiro aa perde crédito e sai prejudicado, acontece

exactamente a mesma coisa com os livros, nós vamos à internet arranjamos um livro num

aparelho electrónico, também não há o mesmo crédito para o autor. 6. é muito mais fácil levar

livros aos países desenvolvidos e ensinar-lhes a ler do que dar-lhes aparelhos electrónicos e

eles que se desenrasquem, leva-se livros, ensina-se a ler, eles que escrevam e não sei quantos e

aprendem e mais tarde quando tiverem o seu emprego e eventualmente forem bons conseguem

ter dinheiro para comprar.). No pós-teste, elaborou dois argumentos de comparação (1.

Crédito ao ador ao autor, é obviamente (…) olhem para a música, compra-se um C D tá-se a

dar crédito ao autor, tem-se acesso à internet, vai-se sacar músicas, crédi- o autor perde

dinheiro aa perde crédito e sai prejudicado, acontece exactamente a mesma coisa com os

livros, nós vamos à internet arranjamos um livro num aparelho electrónico, também não há o

mesmo crédito para o autor. 2. é muito mais fácil levar livros aos países desenvolvidos e

ensinar-lhes a ler do que dar-lhes aparelhos electrónicos e eles que se desenrasquem, leva-se

livros, ensina-se a ler, eles que escrevam e não sei quantos e aprendem e mais tarde quando

tiverem o seu emprego e eventualmente forem bons conseguem ter dinheiro para comprar.) e

três argumentos de causa-consequência (3. e há também o velho gosto pelos livros, as

pessoas gostam de ter o livro na mão, a sentir o a textura do papel, o cheiro dos velhos dos

livros antigos que muita (…) é apreciado por muita gente, 4. e nas livrarias, que é preciso

atendimento humano, vais perder esses empregos, ou seja, acentuação no desemprego. 5. e a

nossa sociedade é composta por pessoas que não têm muito acesso a dinheiro, classe baixa,

classe média-baixa, classe média até, quem compra é as pessoa que têm acesso a isso e a maior

parte das pessoas não tem acesso a isso,), para fundamentar a sua tese.

Quanto à coesão (E), o aluno manifesta um bom domínio dos conectores discursivos

mais específicos do discurso argumentativo, no pré-teste, e um domínio razoável dos

mesmos, no pós-teste, residindo a principal diferença na utilização de conectores menos

diversificados, na segunda situação. No pré-teste, integrou, no discurso, um conector de

causalidade, para introduzir a justificação de um argumento, a de uma possível objecção

e a de um eventual contra-argumento (porque); um conector de explicitação-

-particularização, para introduzir a explicitação de informação (ou seja); conectores de

Análise e Discussão dos Resultados

138

contraste concessivo, um deles repetido duas vezes, com a função de introduzir a

refutação de um eventual contra-argumento para fazer uma concessão (no entanto, mesmo

assim); e um conector de contraste antitético, com a função de introduzir a refutação de

uma eventual objecção (mas). No pós-teste, inclui, no discurso, conectores de

explicitação-particularização, repetidos duas vezes cada, para introduzir a explicitação

de informação e para introduzir um exemplo (ou seja, por exemplo); um conector com

valor de contraste antitético, usado várias vezes, para estabelecer um contraste que

permite justificar argumentos (enquanto); e um conector de causalidade, para introduzir

uma justificação (porque).

Relativamente à modalização (F), a descida de nível de desempenho está

relacionada, sobretudo, com a atribuição de diferentes graus de certeza às afirmações,

dado que, no pré-teste, o aluno usou recursos modalizadores nesse sentido, o que

praticamente não aconteceu, no pós-teste. No pré-teste, ainda que o conteúdo tenha sido

apresentado, no geral, como certo, em alguns momentos essa certeza surge reforçada,

pela utilização de advérbios (exactamente) e de expressões que permitem a leitura de

uma generalização absoluta (toda a gente), e noutros momentos apresenta-se como

possível ou provável, pela utilização de advérbios (provavelmente). No pós-teste, o

conteúdo é apresentado, de modo global, como certo, sem que seja sublinhada essa

certeza.

No que se refere ao parâmetro C, respeitante à contra-argumentação, o aluno

apresenta uma descida de quatro níveis. No pré-teste, elaborou uma contra-

-argumentação e incluiu-a na própria argumentação, pela previsão, com pertinência, de

eventuais contra-argumentos dos opositores para dois dos seus argumentos e pela sua

refutação apropriada (1. já temos fábricas que façam aparelhos electrónicos, temos mais

empregos, temos livrarias que estão a dar emprego, se fo- se desaparecerem os livros

impressos o que vai acontecer é não vais ganhar novos empregos porque nas fábricas

provavelmente tudo vai ser mecanizado 2. Aa o preço, em questões de longa duração é muito

mais barato comprar um livro electrónico isso é verdade, compras duzentos euros e depois tem-

-se acesso a livros mais baratos, porque não é preciso o papel a capa e não sei quê para fazer o

livro, é mais barato a longo prazo, no entanto a curto prazo é muito mais simples comprar um

livro, um livro vai-se compra-se uma um daqueles livros pequenos, de bolso, cinco euros

o livro mais caro que uma pessoa pode comprar normal não falando dos técnicos pode chegar

a vinte e cinco euros, mas mesmo assim é muito mais barato do que os duzentos e tal que custa

Análise e Discussão dos Resultados

139

um aparelho electrónico). No pós-teste, o aluno não constrói nem integra contra-

-argumentação no seu discurso.

No que respeita ao parâmetro A, relativo à coerência e pertinência da

informação, o discente apresenta o mesmo desempenho, permanecendo no nível 2.

Quer no pré-teste, quer no pós-teste, o aluno mobilizou informação diversificada, que se

revela, por vezes, de pouca pertinência e é proveniente, apenas, do seu conhecimento e

da sua experiência pessoal, manifestando dificuldades na utilização de informação

proveniente de outras fontes postas à sua disposição. No geral, a informação é coerente,

embora se verifique uma certa confusão na exposição das ideias defendidas.

O parâmetro D, relativo à estrutura do discurso, e o parâmetro H, referente

ao esquema da estrutura do discurso, são os parâmetros de avaliação em que o aluno

se encontra no nível mais baixo, o nível 0. Seja no pré-teste, seja no pós-teste, o aluno

elaborou um discurso que não apresenta uma estrutura tripartida. Planificou o discurso

sem ter como ponto de partida um esquema da estrutura formal da argumentação,

apresentando os argumentos a desenvolver, no pré-teste, e expondo argumentos e

aspectos passíveis de os originar, no pós-teste.

No parâmetro G, respeitante aos elementos relacionados com a voz, o aluno

manteve-se no nível 4. No pré-teste, apresenta um desempenho bom em todos os

aspectos, o que não se verifica no pós-teste, pois desceu para um desempenho razoável

em alguns deles. Por exemplo, no pré-teste fez, no geral, uma boa distribuição dos

acentos de intensidade, associando-os a partes do discurso mais importantes, o que nem

sempre acontece no pós-teste.

O aluno CC é considerado um bom aluno, em relação ao aproveitamento escolar

na disciplina de Português. Regista uma descida significativa, pois passou de 110 para

75 pontos, do pré-teste para o pós-teste. No pré-teste, o aluno apresenta desempenhos

positivos em mais de metade dos parâmetros e, no pós-teste, em apenas metade dos

parâmetros, sendo que, na primeira situação, se trata de desempenhos bons e, na

segunda situação, de desempenhos maioritariamente razoáveis. Além disso, é de

salientar que, em ambas as situações, o aluno se encontra no nível de desempenho 0 em

alguns parâmetros.

Análise e Discussão dos Resultados

140

5.4. Análise comparativa, por parâmetros, dos resultados obtidos em

ambas as turmas

Comparando os resultados, no conjunto dos parâmetros de avaliação, da turma

alvo e da turma de controlo – duas turmas médias tendo em conta o seu aproveitamento

escolar na disciplina de Português – torna-se claro que estamos perante percursos de

aprendizagens diferentes. Na turma alvo, em que foi desenvolvida a sequência didáctica,

os alunos apresentam uma evolução positiva do pré-teste para o pós-teste. Na turma de

controlo, que, não tendo sido alvo da sequência didáctica, foi sujeita a um tratamento

alternativo, verifica-se uma evolução negativa, uma vez que, com excepção de um

aluno, que progride da primeira para a segunda situação, em geral, os alunos apresentam

melhores desempenhos no pré-teste.

Uma análise comparativa, por parâmetros, dos resultados de ambas as turmas

revela que, de um modo geral, os alunos conseguiram produzir discursos globalmente

coerentes e incluir neles informação diversificada. Ainda assim, ao nível da coerência,

nota-se, por vezes, uma certa confusão na exposição das ideias e, em relação à

pertinência da informação, uma boa parte dos alunos manifestou dificuldades em

integrar, no seu discurso, informação proveniente das fontes postas à sua disposição. Se,

na turma alvo, houve quem melhorasse o seu desempenho; na turma de controlo, em

geral, os alunos ou mantiveram o mesmo nível de desempenho ou baixaram de nível.

A argumentação, essencial no discurso argumentativo, é um parâmetro em que

os alunos manifestam algumas dificuldades, sobretudo na produção de argumentos de

tipos diferentes – pois prevalecem os argumentos de comparação e de causa-

-consequência – e na produção de argumentos suficientemente desenvolvidos – já que

muitas vezes, surgem pouco ou nada elaborados. Os referidos tipos de argumentos são

considerados de uso frequente, sobretudo o de comparação, que é usado muitas vezes no

dia-a-dia e que, como afirma Breton (1998), é até um dos mais vulgarizados.

Dificuldades idênticas foram notadas em outros trabalhos. Por exemplo, no documento

intitulado Dificuldades dos alunos em Língua Portuguesa, afirma-se que alunos do 8.º

ano de escolaridade, chamados a participar num debate, manifestaram dificuldades em

«produzir argumentos», e que alunos dos 10º. e 11º. anos, que participaram numa

situação de interacção verbal e numa situação de exposição oral, revelaram dificuldades

«em desenvolver estratégias argumentativas». No presente trabalho, no caso da turma

alvo, apenas um aluno manteve o seu desempenho, tendo todos os outros apresentado

Análise e Discussão dos Resultados

141

melhorias. No caso da turma de controlo, apenas três melhoraram a sua prestação. É

importante destacar que o texto expositivo-argumentativo faz parte do programa de

Português do 12.º ano e que a referida melhoria pode dever-se ao facto de este ter sido

trabalhado pelos alunos da turma de controlo, entre o pré-teste e o pós-teste.

O desenvolvimento de uma contra-argumentação e a sua integração na

argumentação produzida é um dos parâmetros de maior dificuldade. No pré-teste da

turma alvo, não foi apresentada contra-argumentação; no pós-teste, dois dos quatro

alunos melhoraram significativamente o seu desempenho. Já na turma de controlo,

quatro dos sete alunos produziram contra-argumentação no pré-teste, mas não no pós-

-teste, o que aponta para a falta de consolidação deste domínio. Mais uma vez, os alunos

continuam a manifestar dificuldades já elencadas em estudos anteriores (por exemplo,

Cros e Santasusana, 2005). Isto poderá estar relacionado com o facto de a previsão de

objecções exigir da parte do discente uma capacidade de descentração, dado que o aluno

«doit donc se décentrer […] pour envisager les contre-arguments qu’on pourrait lui

opposer […]» (Golder, 2006: 155). Ou seja, é necessário que o aluno se distancie do

ponto de vista que defende e tenha em conta o ponto de vista do(s) opositor(es),

incluindo ambos, de modo coerente, no discurso que produz (Golder, 206). É de suma

importância que os alunos dominem a previsão de objecções e a respectiva refutação,

que lhes permite fortalecer a argumentação: por exemplo, se forem apresentados

eventuais contra-argumentos e estes não forem refutados, a tese defendida pode tornar-

-se ambígua ou contraditória, ficando a linha argumentativa incompleta e enfraquecida

(Cros e Santasusana, 2005; Weston, 1996).

A produção de um discurso com uma estrutura tripartida – introdução

desenvolvimento e conclusão – é também um parâmetro em que os alunos manifestam

sérios problemas – o mesmo se verificando em outros trabalhos, por exemplo em Cros e

Vilá (2003). No pré-teste, não há ocorrência deste tipo de estrutura, nem na turma alvo

nem na turma de controlo. No pós-teste, os alunos da turma de controlo continuaram a

produzir textos em que não se destrinçam as partes principais, ao passo que os alunos da

turma alvo melhoraram de forma relevante o seu desempenho.

Quanto à utilização de conectores mais específicos do discurso argumentativo,

este é, no geral, um dos aspectos em que os alunos revelam menos dificuldades,

embora, como assinalado por alguns autores (Cros e Vilá, 2003), de facto, em alguns

casos, os conectores sejam repetitivos, em outros, surjam em número reduzido e em

outros, ainda, tenham sido utilizados apenas conectores de listagem aditiva. Na turma

Análise e Discussão dos Resultados

142

alvo, metade dos alunos melhoraram o seu desempenho e a outra metade manteve-o. Na

turma de controlo, os alunos ou mantiveram ou desceram o nível de desempenho.

A utilização de recursos modalizadores adequados à situação de comunicação

levanta bastantes dificuldades aos alunos, confirmando que um dos problemas ao nível

da elocutio é a «falta de controlo sobre a modalização» (Cros e Vilá, 2003). O

desempenho dos alunos, que no pré-teste era, em geral, fraco, apresenta no pós-teste

uma evolução diferente em cada turma. Os alunos da turma alvo melhoraram o seu

desempenho – havendo uma única excepção, que manteve o mesmo nível. Os alunos da

turma de controlo não apresentam evolução positiva, registando, em alguns casos, uma

evolução negativa.

Embora alguns autores, como Cros e Vilá (2003), apontem entre as dificuldades

dos alunos a «falta de controlo sobre os elementos supra-segmentais», nos debates

analisados, não foram notados problemas de maior, em relação a este parâmetro: em

situação de debate, os alunos mostram ser capazes de fazer um uso globalmente

adequado dos elementos relacionados com a voz. Neste parâmetro, se metade dos

alunos da turma alvo manteve o mesmo nível de desempenho e a outra metade evoluiu

positivamente, a maioria dos alunos da turma de controlo manteve um nível de

desempenho idêntico, do pré-teste para o pós-teste.

A elaboração do esquema da estrutura argumentativa formal do discurso, ao

nível da planificação, surge como um dos parâmetros de maior dificuldade para os

discentes. No pré-teste de ambas as turmas, os alunos limitaram-se a elencar os

argumentos que iam desenvolver, sem planificar a estrutura organizativa da sua

argumentação, tendo como referência um esquema que incorporasse os principais

elementos que dela fazem parte. No pós-teste, a turma alvo apresenta uma evolução

positiva bastante expressiva, já a turma de controlo mantém o seu desempenho, com

uma única excepção: um dos alunos passou a enunciar devidamente a tese defendida.

Com a devida precaução, dada a dimensão restrita da amostra, ainda que esta

seja considerada representativa das turmas envolvidas neste trabalho, pode concluir-se

que, a avaliar pela evolução da prestação dos alunos da turma alvo, comparativamente à

dos alunos da turma de controlo, a turma alvo beneficiou da sequência didáctica, e,

portanto, a intervenção didáctica sobre a argumentação oral em contexto de debate

contribuiu para uma melhoria dos desempenhos neste domínio.

143

CAPÍTULO 6

CONCLUSÕES E REFLEXÃO FINAL

Neste capítulo, faz-se uma síntese do trabalho realizado, de forma a permitir

uma visão retrospectiva do mesmo, e procede-se a uma reflexão final sobre as

conclusões mais relevantes a que se chegou. No final, apresentam-se as principais

limitações do trabalho e as perspectivas que se abrem para o futuro.

A produção de discursos orais formais, nomeadamente de discursos

argumentativos, cria várias dificuldades aos alunos, como comprovam estudos

realizados no nosso país – por exemplo, o estudo intitulado Dificuldades dos alunos em

Língua Portuguesa (2008), ou os resultados das provas nacionais de aferição em Língua

Portuguesa de 2001-2003 e de 2004, ou ainda trabalhos sobre a oralidade e/ou a

argumentação (Basílio, 2007; Prata, 2007; Silva, 2008; Sousa, 2006) –, e em outros

países (entre outros, Cros e Vilá, 2003; Dolz, Moro e Pollo, 2000).

Não obstante as dificuldades dos alunos e a importância atribuída à oralidade no

Programa de Português 10.º, 11.º e 12.º anos: Cursos Científico-Humanísticos e Cursos

Tecnológicos, bem como em outros documentos normativos referentes a Língua

Portuguesa e a Português, esta continua a ocupar um lugar desprestigiado, em contexto

de ensino-aprendizagem. Acresce que a argumentação oral tem um papel de relevo na

vida de qualquer indivíduo, por estar presente em inúmeras situações do quotidiano, não

só na vida académica, mas também na vida social e profissional. Por isso, cada cidadão

deve dominar a argumentação oral, de modo a ter capacidade de agir capazmente em

diferentes situações de comunicação, por exemplo, compreendendo as opiniões dos

Conclusões e Reflexão Final

144

outros e defendendo as suas, para alcançar sucesso num futuro cada vez mais

competitivo, em que este domínio é fulcral.

Com a convicção de que deve ser feito um investimento efectivo no treino da

oralidade, enquanto competência com uma importância equiparada à leitura, à escrita e

ao funcionamento da língua, na aula de língua materna, e no sentido de potenciar o

ensino do oral formal, desenhou-se uma intervenção didáctica, cujo principal objectivo

é desenvolver capacidades de argumentação oral em contexto de debate de alunos do

Ensino Secundário, mais precisamente de alunos do 12.º ano de escolaridade.

A intervenção didáctica seguiu os traços fundamentais do modelo de ensino do

oral formal de Dolz e Schneuwly (1998) e foi implementada na Escola Secundária de

Camões, abrangendo duas turmas (turma alvo e turma de controlo) do 12.º ano.

Dividida em três etapas principais, a intervenção didáctica desenvolveu-se ao longo de

seis aulas de noventa minutos cada, a saber: pré-teste (90 minutos), oficinas de

argumentação oral em contexto de debate (360 minutos) e pós-teste (90 minutos). O

pré-teste permitiu aferir os conhecimentos e capacidades que os alunos já possuíam

relativamente à planificação e proferição de discurso argumentativo em contexto de

debate; o pós-teste, as aprendizagens entretanto realizadas neste domínio. Pré-teste e

pós-teste foram aplicados à turma alvo e à turma de controlo, antes e depois da

sequência didáctica que foi leccionada apenas na primeira turma. Desta forma, foi

possível avaliar a evolução da turma alvo entre o pré-teste e o pós-teste e comparar os

resultados com os da turma de controlo, que continuara a assistir às aulas habituais.

As oficinas formativas constituíram quatro grandes momentos de trabalho sobre

a argumentação oral em contexto de debate, compreendendo no seu conjunto: (i)

escuta/visionamento e análise de documentos orais exemplificativos; (ii) trabalho sobre

conteúdos de funcionamento da língua considerados relevantes; (iii) treino da

planificação e (iv) da produção oral de discurso argumentativo; e (vi) reflexão sobre

produções orais realizadas pelos próprios alunos.

Na primeira oficina pretendeu-se levar os alunos a analisarem excertos de um

debate e a fazerem uma reflexão sobre eles. Por um lado, procurou-se que

aprofundassem os seus conhecimentos relativamente aos intervenientes no debate, às

suas funções, à estrutura do debate e à forma como decorre; por outro lado, tornar os

alunos conscientes do papel assumido pelos elementos relacionados com a voz e pelos

códigos não verbais, enquanto complementos da argumentação, e da importância da sua

adequação. Um outro objectivo foi desenvolver nos discentes a capacidade de fazer uma

Conclusões e Reflexão Final

145

apreciação crítica e fundamentada de um debate, tendo em conta aspectos fundamentais,

como a estrutura do debate e a actuação dos intervenientes.

A segunda oficina teve como finalidade levar os alunos a reflectirem sobre o uso

que é feito dos conectores discursivos mais utilizados no discurso argumentativo e sobre

a sua função, bem como sobre a utilização de alguns recursos modalizadores, num

discurso argumentativo produzido em contexto de debate. Houve também a

preocupação de dotar os alunos de instrumentos de trabalho, ao fazer a sistematização

dos referidos conteúdos em dois quadros diferentes.

Na terceira oficina, o objectivo foi criar uma situação real de comunicação oral

em que, por um lado, os alunos trabalhassem conteúdos processuais – planificação e

produção oral de discurso argumentativo – e conteúdos declarativos – tais como:

posição e tese, argumentos e estrutura do discurso – e, por outro lado, transferissem e

rentabilizassem os conhecimentos adquiridos na primeira e na segunda oficinas

formativas, acerca dos elementos relacionados com a voz, nomeadamente a entoação, as

pausas, os acentos de intensidade, a dicção, a velocidade de fala e o volume, dos

conectores discursivos e dos recursos modalizadores, ao nível da planificação e da

produção oral de discurso argumentativo.

Na quarta oficina pretendeu-se, por um lado, que os alunos reflectissem sobre as

produções orais realizadas por eles próprios, abrindo portas para um aperfeiçoamento

das mesmas, e, por outro lado, que trabalhassem outros conteúdos – argumentos, contra-

-argumentos antecipados e sua refutação, e estrutura discursiva e lógica do discurso

argumentativo – complementando o trabalho desenvolvido na terceira oficina.

Deve notar-se que, por existirem poucos estudos no domínio do ensino do oral e

da argumentação, menos ainda em Portugal por comparação com outros países, a tarefa

de construção de materiais didácticos e de instrumentos de avaliação encontrava-se

dificultada à partida, o que exigiu um esforço adicional no trabalho intensivo

desenvolvido no âmbito da prática de ensino supervisionada.

No que respeita aos resultados alcançados, são, em seguida, apresentadas as

principais conclusões. Relativamente à turma alvo, é de salientar que os alunos

apresentaram uma evolução positiva do pré-teste para pós-teste, sendo que, na maior

parte dos casos, os progressos efectuados são bastante significativos. O aluno AC foi o

que apresentou uma evolução menos expressiva; ainda assim, esta é considerada

relevante, pois o aluno subiu 25 pontos. Já os restantes três alunos apresentam uma

subida maior, entre 50 e 75 pontos: AP subiu 45 pontos, AR 65 pontos e MA 70 pontos.

Conclusões e Reflexão Final

146

Em resumo, enquanto no pré-teste as classificações apresentaram valores negativos, no

pós-teste todos os alunos passaram a atingir classificações positivas. No que respeita à

turma de controlo, deve salientar-se que os alunos não apresentaram uma evolução

positiva do pré-teste para o pós-teste: a maior parte dos alunos piorou o seu desempenho

da primeira para a segunda situação. O aluno DG subiu 15 pontos na sua classificação,

tendo-se esta mantido, ainda assim, negativa. Os restantes seis alunos apresentaram uma

descida, que é mais acentuada nuns casos do que noutros: AC desceu 30 pontos, JS 10

pontos, SA e TS 5 pontos, FL 25 pontos e CC 35 pontos. Em síntese, se no pré-teste as

classificações eram quase todas negativas, no pós-teste as classificações passaram a ser

todas negativas.

Verifica-se, portanto, que as classificações dos alunos da turma alvo

evidenciam uma evolução positiva do pré-teste para o pós-teste, ao passo que as dos

alunos da turma de controlo, ou seja, daqueles que não foram sujeitos à intervenção, não

registaram progressos da primeira para a segunda situação. Apesar de ainda se

observarem algumas dificuldades nos alunos da turma alvo, pode deduzir-se, portanto,

que a sequência didáctica em questão é aplicável, com impacto positivo nas

aprendizagens dos alunos, fazendo-se uma apreciação positiva da mesma. Parece, assim,

poder-se afirmar que é possível um ensino explícito e sistemático do oral formal, na

aula de Português, se este for objecto de uma programação e de uma avaliação específicas.

Chegando a este ponto, estão reunidas as condições para fazer uma reflexão

sobre as limitações de um trabalho como este, que se insere na área da didáctica e tem

na base a concepção de uma sequência de ensino-aprendizagem, implementada num

certo espaço e num determinado período de tempo e dirigida a um conjunto de alunos

em concreto. Os limites espácio-temporais e a composição de uma amostra

representativa levantaram dificuldades na realização deste estudo. Em termos de espaço,

a impossibilidade18 de utilizar o auditório da escola para leccionar as aulas da

intervenção didáctica e, logo, para fazer as gravações dos debates, mediante recurso a

meios técnicos especializados, levou a que as gravações fossem realizadas em sala de

aula, com todas as desvantagens de um espaço que não está isolado dos sons exteriores.

Para esse efeito, tornou-se necessário utilizar um microfone e um software de gravação

facultados pela orientadora deste relatório.

18 Não foi possível utilizar o auditório, porque este havia sido reservado com vários meses de antecedência para a realização de outras actividades.

Conclusões e Reflexão Final

147

Quanto ao quadro temporal em que foi implementada a sequência didáctica,

tratando-se de uma turma do 12.º ano e, não obstante a boa vontade da professora

cooperante, como é óbvio, este não podia deixar de ser restrito. A intervenção didáctica

foi implementada em apenas seis aulas de noventa minutos cada e, atendendo ao facto

de duas dessas aulas serem destinadas ao pré-teste e ao pós-teste, apenas quatro aulas

puderam ser dedicadas à aplicação da sequência didáctica propriamente dita, ou seja, à

realização das oficinas formativas de argumentação oral em contexto de debate.

Consequentemente, a mestranda impôs-se uma certa ambição na selecção dos conteúdos

a trabalhar nessas quatro aulas. Embora reconhecendo a importância desses conteúdos

para a melhoria do desempenho dos alunos, no domínio trabalhado, se se voltasse a

fazer tudo de novo, essa selecção seria certamente menor.

Outro aspecto que gerou algumas dificuldades foi a constituição de uma amostra

representativa. Estabeleceu-se, inicialmente, que no pré-teste e no pós-teste seriam

gravados oito alunos, enquadrados em três grupos, segundo o seu aproveitamento

escolar na disciplina de Português: dois alunos fracos, quatro médios e dois bons. No

que se refere à turma alvo, se no pré-teste foi possível assegurar a gravação de oito

alunos, de acordo com o que havia sido definido; no pós-teste, tal não foi possível:

devido a problemas de saúde e a faltas à aula, foram apenas quatro os alunos gravados

no pós-teste. Porém, afortunadamente, conseguiu-se manter alunos dos três níveis acima

referidos (um fraco, dois médios e um bom), acreditando-se que, embora restrita, é uma

amostra representativa da turma.

Durante a realização deste projecto, surgiram várias questões relacionadas com o

objecto de estudo, que abrem caminhos interessantes para trabalhos futuros. Por

exemplo, seria proveitoso trabalhar os códigos não verbais, quinésicos e proxémicos,

enquanto elementos que complementam o discurso argumentativo. Também valeria a

pena aprofundar o tratamento dos elementos relacionados com a voz, pelo valor que

assumem enquanto elementos portadores de significado no discurso oral, em especial,

na argumentação oral. Uma outra linha de investigação poderia passar pelo

aprofundamento do estudo da modalização e do seu papel na adequação do discurso

argumentativo à situação de comunicação. A um outro nível, seria, sem dúvida, profícuo

aperfeiçoar a sequência didáctica que serviu de base a este trabalho, implementando-a

novamente, e construir/aplicar outras intervenções didácticas sobre o oral formal,

enquanto futura docente. Só desta forma se poderá (re)valorizar o oral formal e

Conclusões e Reflexão Final

148

promover o seu ensino explícito e sistemático, porque só a escola lhe pode conceder um

estatuto de autonomia e um lugar de prestígio, semelhante ao da leitura e da escrita.

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149

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Anexos

158

ANEXOS

Anexo 1

159

Anexo 1

Planificação da Sequência Didáctica e Planos de Aula

1.1. Planificação da Sequência Didáctica………………………………………….160

1.2. Plano de Aula – Pré-teste/Pós-teste…………………………………………...166

1.3. Plano de Aula – aula 1…………………………………………………….......169

1.4. Plano de Aula – aula 2…………………………………………………….......172

1.5. Plano de Aula – aula 3………………………………………………………...175

1.6. Plano de Aula – aula 4………………………………………………………...178

Anexo 1.1. Planificação da Sequência Didáctica

160

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Anexo 1.1. Planificação da Sequência Didáctica

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tand

o-os

ant

ecip

adam

ente

.

� A

pres

enta

r um

a sí

ntes

e do

s

argu

men

tos

e a

tese

.

� I

nves

tir o

s co

nhec

imen

tos

adqu

irido

s so

bre

cone

ctor

es

� R

esol

ução

de

uma

Fic

ha d

e C

ompr

eens

ão

Ora

l e L

eitu

ra d

a

Imag

em –

Par

tes

I e II

,

sobr

e os

pri

ncip

ais

inte

rven

ient

es n

o

deba

te e

as

resp

ectiv

as

funç

ões,

bem

com

o

sobr

e os

cód

igos

não

verb

ais

e el

emen

tos

rela

cion

ados

com

a

voz.

• oo rr

aa ddoo rr

ee ss::

- sa

udaç

ão a

os in

terv

enie

ntes

no

deba

te;

- po

siçã

o em

rel

ação

ao

tem

a

prop

osto

;

- te

se a

def

ende

r;

- ar

gum

enta

ção

e co

ntra

-

argu

men

taçã

o

adeq

uada

s e

fund

amen

tada

s;

- no

rmas

reg

ulad

oras

da

inte

racç

ão d

iscu

rsiv

a (p

rincí

pio

de c

orte

sia)

;

• oo bb

ss eerr vv

aa ddoo rr

ee ss ((

dd oo ii

ss ))::

- pr

inci

pais

arg

umen

tos

apre

sent

ados

;

• ss ee

cc rree tt

áá rrii oo

::

- de

curs

o do

deb

ate

e pr

inci

pais

idei

as v

eicu

lada

s;

• aa uu

dd ii tt ó

ó rrii oo

::

- es

cuta

do

deba

te.

� C

ódig

os n

ão v

erba

is:

• pa

rave

rbai

s, q

uiné

sico

s e

prox

émic

os. (

DT

C.1

.1.)

� E

lem

ento

s r

elac

iona

dos

com

a

voz

. (D

T C

.1.1

.)

� R

econ

hece

r o

sign

ifica

do

dos

códi

gos

não

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ais

e de

elem

ento

s re

laci

onad

os c

om a

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com

o co

mpl

emen

tos

da

argu

men

taçã

o, e

a im

port

ânci

a

da s

ua a

dequ

ação

.

Anexo 1.1. Planificação da Sequência Didáctica

162

disc

ursi

vos

pred

omin

ante

s no

disc

urso

arg

umen

tativ

o, n

a

prod

ução

de

um d

iscu

rso

coes

o.

� U

tiliz

ar d

e m

odo

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uado

os r

ecur

sos

mod

aliz

ador

es, n

a

prod

ução

de

um d

iscu

rso

adeq

uado

à s

ituaç

ão

com

unic

ativ

a, q

ue r

eflic

ta u

ma

anál

ise

ante

cipa

da d

os s

eus

prin

cipa

is a

spec

tos.

� P

rodu

zir

um d

iscu

rso

argu

men

tativ

o or

al e

m c

onte

xto

de d

ebat

e, u

sand

o

adeq

uada

men

te o

s el

emen

tos

rela

cion

ados

com

a v

oz .

� P

reen

chim

ento

dos

Gui

ões

de

Pla

nific

ação

do

Dis

curs

o –

Par

te I

e

Par

te II

.

� P

lani

ficaç

ão d

e di

scur

so

argu

men

tativ

o pa

ra s

er p

rodu

zido

em c

onte

xto

de d

ebat

e.

Lei

tura

do

Doc

umen

to fo

rnec

ido,

com

info

rmaç

ão s

obre

o te

ma

a

deba

ter.

� I

nfor

maç

ão p

reci

sa s

obre

o t

ema

(DT

C.1

.3.2

.):

� e

xem

plos

, fac

tos,

est

atís

ticas

,

cita

ções

, par

a fu

ndam

enta

r a

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men

taçã

o.

� A

situ

ação

com

unic

ativ

a:

� g

rau

de fo

rmal

idad

e; g

rau

de

prep

araç

ão d

o di

scur

so;

inte

ncio

nalid

ade

com

unic

ativ

a;

dest

inat

ário

s do

dis

curs

o; r

elaç

ão

com

os

inte

rlocu

tore

s.

� I

ntro

duçã

o:

� o

tem

a, a

tese

e o

s pr

inci

pais

argu

men

tos

(pal

avra

s-ch

ave)

.

� O

des

envo

lvim

ento

:

� a

rgum

ento

s de

car

ácte

r

cont

extu

al:

argu

men

to d

e ca

usa

e

� O

rgan

izar

info

rmaç

ão

pert

inen

te s

obre

o te

ma,

de

mod

o a

ser

utili

zada

com

suce

sso

na d

efes

a da

pos

ição

adop

tada

.

� C

arac

teriz

ar a

situ

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com

unic

ativ

a.

� P

lani

ficar

um

dis

curs

o

argu

men

tativ

o es

trut

urad

o em

part

es b

em d

efin

idas

e

asse

nte

num

a es

trut

ura

argu

men

tativ

a fo

rmal

.

2. E

xpre

ssão

oral

Anexo 1.1. Planificação da Sequência Didáctica

163

� P

repa

raçã

o da

pro

duçã

o

oral

.

� P

rodu

ção

oral

do

disc

urso

prep

arad

o, e

m c

onte

xto

de

deba

te.

� R

ealiz

ação

de

um d

ebat

e.

cons

equê

ncia

e a

rgum

ento

de

auto

rida

de;

� a

rgum

ento

s an

alóg

icos

: arg

umen

to

pela

ana

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a e

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men

to p

elo

exem

plo;

� a

rgum

ento

qua

se ló

gico

:

argu

men

to d

e in

com

patib

ilida

de.

� P

revi

são

de c

ontr

a-ar

gum

ento

s

para

os

argu

men

tos

cons

truí

dos.

� R

efut

ação

dos

con

tra-

argu

men

tos

prev

isto

s.

� A

con

clus

ão:

� s

ínte

se d

os a

rgum

ento

s e

tese

.

(DT

C.1

.3.2

.)

� E

lem

ento

s re

laci

onad

os c

om a

voz

:

ento

ação

, pau

sas,

inte

nsid

ade,

dic

ção,

velo

cida

de d

e fa

la e

vol

ume.

(D

T

C.1

.3.2

.)

� D

iscu

rso

argu

men

tativ

o or

al e

m

cont

exto

de

deba

te. (

DT

C.1

)

� N

orm

as q

ue r

egem

o d

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e.

� P

lane

ar a

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a de

pro

duzi

r

oral

men

te o

dis

curs

o

argu

men

tativ

o.

� P

rodu

zir

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men

te u

m

disc

urso

pre

para

do, e

m

cont

exto

de

deba

te, d

e fo

rma

adeq

uada

à s

ituaç

ão

com

unic

ativ

a.

Anexo 1.1. Planificação da Sequência Didáctica

164

� E

labo

raçã

o de

um

com

entá

rio a

par

tir d

a

refle

xão

sobr

e a

prod

ução

oral

de

disc

urso

arg

umen

tati-

vo.

� A

perf

eiço

amen

to d

as

prod

uçõe

s or

ais,

de

acor

do

com

as

conc

lusõ

es r

esul

tant

es

da r

efle

xão

sobr

e as

mes

mas

.

� R

esol

ução

de

uma

Fic

ha

de tr

abal

ho s

obre

con

ecto

res

disc

ursi

vos

e re

curs

os

mod

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ador

es.

� P

reen

chim

ento

de

dois

Qua

dros

de

Sis

tem

atiz

ação

de

cone

ctor

es d

iscu

rsiv

os e

de

recu

rsos

mod

aliz

ador

es.

� C

onec

tore

s D

iscu

rsiv

os

pred

omin

ante

s no

dis

curs

o

argu

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tativ

o. (

DT

C.1

.1.)

� T

ipos

de

cone

xão:

- ca

usal

idad

e, e

xplic

itaçã

o-

part

icul

ariz

ação

,

infe

rênc

ia/c

oncl

usão

, con

firm

ação

,

cont

rast

e co

nces

sivo

, ant

itétic

o e

subs

titut

ivo,

e s

ínte

se.

� F

unçõ

es n

o D

iscu

rso

Arg

umen

tativ

o:

- in

trod

ução

de

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men

tos

e da

sua

just

ifica

ção,

de

exem

plos

/pro

vas

que

sust

ente

m o

s ar

gum

ento

s, d

e

conc

lusõ

es p

arci

ais,

de

argu

men

tos

com

val

or d

e co

nfirm

ação

, de

� R

efle

ctir

sobr

e as

próp

rias

prod

uçõe

s or

ais

real

izad

as.

� R

efor

mul

ar a

s pr

oduç

ões

orai

s.

� I

dent

ifica

r os

con

ecto

res

disc

ursi

vos

mai

s

espe

cífic

os d

o di

scur

so

argu

men

tativ

o.

� R

efle

ctir

sobr

e o

func

iona

men

to d

os

cone

ctor

es d

iscu

rsiv

os n

o

disc

urso

arg

umen

tativ

o,

enqu

anto

mei

os li

nguí

stic

os

que

cont

ribue

m p

ara

gara

ntir

a co

esão

text

ual.

3. F

unci

onam

ento

da lí

ngua

Anexo 1.1. Planificação da Sequência Didáctica

165

� P

reen

chim

ento

dos

Gui

ões

de P

lani

ficaç

ão

do D

iscu

rso

– P

arte

I e

Par

te II

.

cont

ra-a

rgum

ento

s, d

e re

futa

ções

,

de r

efor

mul

açõe

s, d

e um

a se

quên

cia

orde

nada

de

argu

men

tos

no d

iscu

r-

so, a

rtic

ulan

do-o

com

o um

todo

. �

Asp

ecto

s da

Mod

aliz

ação

(D

T

B.6

.4.)

:

� p

rese

nça

do e

mis

sor

no d

iscu

rso;

� p

rese

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do d

estin

atár

io n

o

disc

urso

(fo

rmas

de

trat

amen

to);

� a

trib

uiçã

o de

um

det

erm

inad

o

grau

de

cert

eza

às a

firm

açõe

s;

� e

xpre

ssão

de

juíz

os d

e va

lor;

� v

alid

ação

dos

enu

ncia

dos

pela

iden

tific

ação

das

fon

tes

de

info

rmaç

ão:

• o

próp

rio

orad

or;

• ou

tras

font

es;

� c

ontr

olo

do u

so d

a lin

guag

em,

para

que

est

a nã

o re

sulte

agr

essi

va

(máx

imas

de

cort

esia

).

� P

lani

ficaç

ão d

e di

scur

so

argu

men

tativ

o.

� I

dent

ifica

r re

curs

os

mod

aliz

ador

es.

� R

efle

ctir

sobr

e o

func

iona

men

to d

os r

ecur

sos

mod

aliz

ador

es, e

nqua

nto

mei

os li

nguí

stic

os q

ue

conc

orre

m p

ara

a ad

equa

ção

do d

iscu

rso

à si

tuaç

ão

com

unic

ativ

a.

� E

labo

rar

um p

lano

-gui

a de

apoi

o ao

dis

curs

o.

3. E

xpre

ssão

escr

ita

Anexo 1.2. Plano de Aula do Pré-Teste/Pós-teste

166

Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

Professora orientadora: Doutora Ana Isabel Mata

Professora cooperante: Dra. Cristina Duarte

12º Ano Turma: J Data: 22 de Setembro e 10 de Novembro

12º Ano Turma: E Data: 24 de Setembro e 26 de Outubro

Plano de Aula

Pré-teste e Pós-teste

Lição n.º 3 e n.º 17 22 de Setembro e 10 de Novembro

24 de Setembro e 26 de Outubro

Sumário:

As principais normas que regem o debate.

O discurso argumentativo.

Realização de um debate subordinado ao tema O texto digital e o texto impresso.

Tópicos: discurso argumentativo, debate, oralidade.

Objectivos:

� mobilizar conhecimentos adquiridos sobre as normas básicas que regem o debate;

� realizar operações de planificação do discurso argumentativo (tema, argumentação e contra-

-argumentação) assente numa estrutura argumentativa formal;

� estruturar o discurso em partes bem definidas e mediante a utilização de conectores

discursivos adequados e diversificados;

� adequar o discurso à situação de comunicação, pelo uso apropriado dos recursos

modalizadores;

� produzir discurso argumentativo em contexto de debate, fazendo um uso adequado dos

elementos relacionados com a voz e respeitando as principais normas que regem o género.

1. Competência de expressão oral

Conteúdos declarativos:

� O debate.

� Intervenientes no debate e respectivas funções.

- MMooddeerraaddoorr:

• introdução do tema e dos intervenientes; estratégias de condução do debate; atitudes e

conduta a adoptar; encerramento do debate.

- OOrraaddoorreess:

• saudação aos restantes intervenientes no debate; posição em relação ao tema proposto; tese a

defender; informação precisa sobre o tema; argumentação e contra-argumentação adequadas,

Anexo 1.2. Plano de Aula do Pré-Teste/Pós-teste

167

fundamentadas e sólidas; estrutura lógica; estrutura discursiva; elementos relacionados com a

voz: entoação, pausas, intensidade, dicção, velocidade de fala e volume; normas reguladoras

da interacção discursiva (princípio de cortesia).

- OObbsseerrvvaaddoorreess ((ddooiiss)):

• principais argumentos apresentados.

- SSeeccrreettáárriioo:

• decurso do debate e principais ideias veiculadas.

- PPúúbbll iiccoo:

• escuta do debate. Conteúdo processual:

� Produção oral de discurso argumentativo em contexto de debate. 2. Competência de funcionamento da língua

Conteúdos declarativos:

� Conectores argumentativos adequados e diversificados, ao serviço da coesão textual.

� Recursos modalizadores, como mecanismos linguísticos que contribuem para a adequação

do discurso à situação comunicativa. 3. Competência de expressão escrita

Conteúdo processual:

� Planificação de discurso argumentativo.

Memória descritiva

Actividades

Recursos/Materiais

Tempo

1. Entrada dos alunos e das professoras na sala

de aula.

2 min

2. Explicitação das actividades a realizar ao

longo da aula. 5 min

3. Diálogo professora/alunos, com vista à

recuperação de conhecimentos sobre as

principais normas que regem o debate.

5 min

4. Planificação do discurso argumentativo

subordinado ao tema O texto digital e o texto

impresso.

- Documentação sobre o tema;

- Ficha de planificação do

discurso;

- lápis, borracha;

40 min

5. Preparação da proferição do discurso

argumentativo.

- Ficha de planificação do discur-

so; 5 min

6. Realização de um debate: produção oral do

discurso planificado.

- Ficha de planificação do

discurso;

- lápis, borracha;

30 min

Anexo 1.2. Plano de Aula do Pré-Teste/Pós-teste

168

- microfone, computador;

7. Redacção do sumário da aula.

- quadro, marcador;

- caderno diário; caneta ou esfero-

gráfica;

3 min

Resultados Esperados: � Utilizar, com coerência, informação pertinente, mobilizando conhecimentos pessoais e

dados provenientes de diferentes fontes.

� Estruturar o discurso em três partes bem definidas (introdução, desenvolvimento e

conclusão), que integrem os elementos essenciais.

� Usar um plano-guia em que se desenhe claramente a estrutura argumentativa formal do

discurso.

� Apresentar explicitamente e com precisão a tese a defender, o tema e as palavras-chave que

antecipam os principais argumentos, manifestando claramente a sua posição.

� Fundamentar a tese defendida em argumentos de diferentes tipos, que tratem aspectos

distintos e que assentem em raciocínios com um certo grau de complexidade, desenvolvendo

uma argumentação que reflicta um trabalho de planificação prévia.

� Incluir, no discurso, eventuais contra-argumentos para cada um dos argumentos

construídos, refutando-os antecipadamente.

� Apresentar uma síntese dos argumentos e a tese.

� Investir os conhecimentos adquiridos sobre conectores discursivos predominantes no

discurso argumentativo, na produção de um discurso coeso.

� Utilizar de modo adequado os recursos modalizadores, na produção de um discurso

adequado à situação comunicativa, que reflicta uma análise antecipada dos seus principais

aspectos.

� Produzir um discurso argumentativo oral em contexto de debate, usando adequadamente os

elementos relacionados com a voz e respeitando as normas que o regem.

Observações: Os alunos sentiram, particularmente, dificuldades ao nível da planificação do discurso

argumentativo, pelo que esta demorou mais tempo do que o tinha sido pensado para a sua

realização.

Anexo 1.3. Plano de Aula – aula 1

169

Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

Professora orientadora: Doutora Ana Isabel Mata

Professora cooperante: Dra. Cristina Duarte

12º Ano Turma: J Data: 23 de Setembro

Plano de Aula

Oficina 1

Lição nº 4 23 de Setembro

Sumário:

O discurso argumentativo em contexto de debate.

Visionamento de um excerto do debate televisivo Prós e Contras, sobre o Acordo

Ortográfico.

Resolução de uma Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Partes I e II.

Tópicos: intervenientes no debate, gestos, movimentos, organização do espaço, voz, discurso

argumentativo, debate, oralidade.

Objectivos:

� reconhecer os intervenientes no debate e as respectivas funções, mobilizando

conhecimentos adquiridos, relativos ao discurso argumentativo;

� reconhecer os códigos paraverbais, quinésicos e proxémicos, a voz e a postura física como

complementos da argumentação;

� avaliar a produção oral dos oradores, tendo em consideração o uso que fazem dos códigos

paraverbais, quinésicos e proxémicos, da voz e da postura física, e o debate.

1. Competências de compreensão oral e de leitura da imagem

Conteúdos declarativos:

� Discurso argumentativo e Debate.

� Intervenientes no debate e respectivas funções.

- MMooddeerraaddoorr:

• introdução do tema e dos intervenientes; estratégias de condução do debate; atitudes e

conduta a adoptar; encerramento do debate.

- OOrraaddoorreess:

• saudação aos restantes intervenientes no debate; posição em relação ao tema proposto; tese a

defender; tema; argumentação e contra-argumentação; normas reguladoras da interacção

discursiva (princípio de cortesia); códigos paraverbais, quinésicos e proxémicos, a voz

(elementos relacionados com a voz: entoação, pausas, intensidade, dicção, velocidade de fala

e volume) e a postura física; adequação do discurso à situação comunicativa.

Anexo 1.3. Plano de Aula – aula 1

170

2. Competência de expressão escrita

Conteúdos declarativos:

� Texto expositivo-argumentativo.

� Intervenientes no debate e respectivas funções:

- OObbsseerrvvaaddoorreess ((ddooiiss)):

• principais argumentos apresentados.

- SSeeccrreettáárriioo:

• essencial da forma como decorreu o debate; principais ideias veiculadas no debate.

- PPúúbbll iiccoo:

• escuta do debate.

Memória descritiva

Actividades

Recursos/Materiais

Tempo

1. Entrada dos alunos e das professoras na sala de

aula.

2 min

2. Explicitação das actividades a realizar ao longo da

aula.

5 min

3. Diálogo entre professora e alunos como forma de

preparação da escuta/visionamento:

- activação de conhecimentos dos alunos acerca do

discurso argumentativo e do debate;

- realização de antecipações;

- formulação de hipóteses.

10 min

4. Visionamento de um excerto do debate televisivo

Prós e Contras, sobre o Acordo Ortográfico:

- tratamento da informação: compreender, identifi-

car, reconhecer, seleccionar;

- confirmação ou infirmação das antecipações reali-

zadas e das hipóteses formuladas.

- computador portátil com

o excerto do debate

televisivo Prós e Contras,

sobre o Acordo

Ortográfico;

- projector;

10 min

5. Resolução de uma Ficha de Compreensão Oral e

Leitura da Imagem – Parte I, sobre os principais

intervenientes no debate e as respectivas funções. Avaliação e correcção das respostas elaboradas

pelos alunos.

- Ficha de Compreensão

Oral e Leitura da Imagem

– Parte I;

- lápis, borracha;

35 min

6. Visionamento do excerto do debate televisivo

Prós e Contras, sobre o Acordo Ortográfico, pela

segunda vez.

- computador portátil com

o excerto do debate televi-

sivo Prós e Contras, sobre

o Acordo Ortográfico;

10 min

Anexo 1.3. Plano de Aula – aula 1

171

- projector;

7. Resolução de uma Ficha de Compreensão Oral e

Leitura da Imagem – Parte II, sobre os códigos

paraverbais, quinésicos e proxémicos, a voz e a

postura física. Avaliação e correcção comentada da ficha realizada.

- Ficha de Compreensão

Oral e Leitura da Imagem

– Parte II;

- lápis, borracha;

15 min

8. Redacção do sumário da aula.

- quadro, marcador;

- caderno diário; caneta ou

esferográfica;

3 min

Resultados Esperados:

� Compreender discursos argumentativos orais, de modo a identificar aspectos essenciais,

relativos à argumentação e à contra-argumentação, aos intervenientes no debate e às suas

funções.

� Reflectir sobre a escuta/visionamento, analisando o uso que os oradores fazem dos códigos

paraverbais, quinésicos e proxémicos, da voz e da postura física, e a forma como se

desenvolve o debate.

Anexo 1.4. Plano de Aula – aula 2

172

Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

Professora orientadora: Doutora Ana Isabel Mata

Professora cooperante: Dra. Cristina Duarte

12º Ano Turma: J Data: 30 de Setembro

Plano de Aula

Oficina 2

Lição nº 6 30 de Setembro

Sumário:

Resolução de uma Ficha de Trabalho.

Conectores discursivos e recursos modalizadores.

Tópicos: conectores discursivos, recursos modalizadores, discurso argumentativo, debate.

Objectivos:

� identificar os conectores discursivos predominantes no discurso argumentativo e recursos

modalizadores;

� reconhecer a função dos conectores discursivos no discurso argumentativo e o tipo de

conexão que estabelecem;

� reconhecer o papel dos recursos modalizadores, na adequação do discurso à situação

comunicativa.

1. Competência de funcionamento da língua

Conteúdos declarativos:

� Conectores discursivos mais específicos do discurso argumentativo.

� Tipos de conexão:

- causalidade; explicitação-particularização; inferência-conclusão; confirmação; contraste

antitético, contraste concessivo e contraste substitutivo; síntese.

� Funções no discurso argumentativo:

- introduzir argumentos e a sua justificação, exemplos/provas que sustentem os argumentos,

conclusões (parciais), argumentos com valor de confirmação, contra-argumentos, refutações,

reformulações, de uma sequência ordenada de argumentos, no discurso articulando-o como

um todo. � Aspectos da modalização:

� presença ou ausência do locutor no discurso; presença do destinatário no discurso (formas

de tratamento; atribuição de um determinado grau de certeza às afirmações; expressão de

juízos de valor; validação dos enunciados pela identificação das fontes de informação que

Anexo 1.4. Plano de Aula – aula 2

173

podem ser o próprio orador e/ou outras fontes; controlo do uso da linguagem para que esta não

resulte agressiva (máximas de cortesia).

Memória descritiva

Actividades

Recursos/Materiais

Tempo

1. Entrada dos alunos e das professoras na sala

de aula.

2 min

2. Explicitação das actividades a realizar ao

longo da aula.

5 min

3. Realização de uma Ficha de Trabalho sobre

conectores discursivos e recursos modalizado-

res.

3.1. Detecção de conectores discursivos no

excerto do debate televisivo Prós e Contras,

sobre o Acordo Ortográfico, a partir da

transcrição ortográfica fornecida.

- Ficha de Trabalho sobre

conectores discursivos e

recursos modalizadores;

- canetas de cores;

- lápis;

- borracha;

15 min

3.2. Registo dos conectores discursivos

identificados no Quadro de Sistematização

fornecido, consoante a sua função no discurso

argumentativo e o tipo de conexão que

estabelecem.

10 min

3.3. Preenchimento do Quadro de Sistematiza-

ção dos conectores discursivos com conectores

sinónimos dos que foram encontrados.

- Ficha de Trabalho sobre

conectores discursivos e recur-

sos modalizadores;

- Quadro de Sistematização dos

conectores discursivos;

- caneta ou esferográfica, lápis,

borracha, projector, acetatos;

15 min

3.4. Identificação de recursos modalizadores

presentes no excerto do debate televisivo Prós e

Contras sobre o Acordo Ortográfico, a partir da

transcrição ortográfica fornecida.

- Ficha de Trabalho sobre

conectores discursivos e recur-

sos modalizadores;

- canetas de cores, lápis, borra-

cha;

15 min

3.5. Registo dos recursos modalizadores

identificados, no Quadro de Sistematização,

tendo em conta os seguintes pontos:

- presença ou ausência do locutor no discurso;

- presença do destinatário no discurso;

- atribuição de um determinado grau de certeza

às afirmações;

- expressão de juízos de valor;

- validação da informação integrada no discur-

- Ficha de Trabalho sobre

conectores discursivos e recur-

sos modalizadores;

- Quadro de Sistematização dos

recursos modalizadores;

- caneta ou esferográfica;

- lápis, borracha;

- projector, acetatos;

10 min

Anexo 1.4. Plano de Aula – aula 2

174

so;

- controlo do uso da linguagem para que esta

não resulte agressiva.

3.6. Preenchimento do Quadro de Sistematiza-

ção dos recursos modalizadores com outros

meios de modalização.

15 min

4. Redacção do sumário da aula. - quadro, marcador;

- caderno diário, caneta ou esfe-

rográfica;

3 min

Resultados Esperados:

� Descobrir e identificar conectores discursivos comuns no discurso argumentativo e recursos

modalizadores.

� Explicitar a importância dos conectores discursivos na coesão de um discurso argumentati-

vo e dos recursos modalizadores na adequação do discurso à situação comunicativa.

Observações:

Factores alheios ao trabalho preparado para esta aula (assuntos da direcção de turma) bem

como o facto de os alunos apresentarem um ritmo de trabalho lento impediu que se inicia-se

nesta aula a planificação do discurso argumentativo, o que implicou ajustes ao nível da

planificação das aulas.

Anexo 1.5. Plano de Aula – aula 3

175

Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

Professora orientadora: Doutora Ana Isabel Mata

Professora cooperante: Dra. Cristina Duarte

12º Ano Turma: J Data: 6 de Outubro

Plano de Aula

Oficina 3

Lição nº 7 6 de Outubro

Sumário:

Resolução de um Guião de Planificação do Discurso – Parte I.

Produção oral da parte do discurso preparada.

Tópicos: posição adoptada, tese, situação comunicativa, introdução, argumentação, discurso

argumentativo, debate, oralidade.

Objectivos:

� caracterizar a situação comunicativa;

� seleccionar informação, organizando-a, para que possa ser utilizada com sucesso na defesa

da posição adoptada;

� definir uma posição e uma tese, fundamentando-as com argumentos de diferentes tipos,

justificados;

� estruturar o discurso em partes bem definidas (introdução e desenvolvimento) e assente

numa estrutura argumentativa formal;

� produzir oralmente a parte do discurso preparada, de forma adequada à situação

comunicativa.

1. Competência de expressão oral

Conteúdos declarativos:

� A posição assumida e a tese defendida;

� A situação comunicativa:

� grau de formalidade da situação; intenção comunicativa; destinatário do discurso; relação

com os interlocutores.

� Introdução/exórdio:

� o tema; a tese que vai ser defendida; os principais argumentos (palavras-chave).

� Diferentes tipos de argumentos.

� argumentos de carácter contextual:

- argumento de causa e consequência; argumento de autoridade;

Anexo 1.5. Plano de Aula – aula 3

176

� argumentos analógicos:

-argumento pela analogia; argumento pelo exemplo;

� argumento quase lógico:

- argumento de incompatibilidade.

� Informação precisa sobre o tema a discutir.

� Informação extraída da documentação e da experiência pessoal (exemplos, factos,

estatísticas, citações), visando a justificação dos argumentos;

� referências exactas das fontes da informação a utilizar (autor; título do artigo; nome do

jornal, da revista ou do livro e data). Conteúdo processual:

� Produção oral de discurso argumentativo em contexto interactivo. 2. Competência de expressão escrita

Conteúdo processual:

� Planificação de discurso argumentativo.

Memória descritiva

Actividades

Recursos/Materiais

Tempo

1. Entrada dos alunos e das professoras na sala

de aula.

2 min

2. Explicitação das actividades a realizar ao

longo da aula.

5 min

3. Definição de aspectos fundamentais: posição

adoptada e tese a defender.

Verificação do trabalho realizado pelos alunos.

10 min

4. Caracterização da situação comunicativa.

Verificação do trabalho realizado pelos alunos.

- Guião de Planificação do

Discurso - Parte I;

- lápis, borracha, caneta ou

esferográfica; 10 min

5. Recolha de informação pertinente, nos

diferentes tipos de documentos fornecidos e na

experiência pessoal e organização da mesma.

- Guião de Planificação do

Discurso - Parte I;

- documentação fornecida sobre

o tema;

- caneta ou esferográfica, lápis,

borracha;

15 min

6. Elaboração de uma introdução. - Guião de Planificação do

Discurso - Parte I;

- caneta ou esferográfica, lápis,

borracha;

10 min

Anexo 1.5. Plano de Aula – aula 3

177

7. Produção de três argumentos de diferentes

tipos, de entre os que são indicados nos cartões

distribuídos.

Verificação do trabalho elaborado pelos

alunos.

- Cartões com a indicação de

diferentes tipos de argumentos;

- Guião de Planificação do

Discurso - Parte I;

- caneta ou esferográfica, lápis,

borracha;

15 min

8. Preparação da produção oral, da parte do

discurso planificada.

- Guião de Planificação do

Discurso - Parte I;

5 min

9. Produção oral do discurso. - Guião de Planificação do Dis-

curso - Parte I;

- microfone, computador;

15 min

10. Redacção do sumário da aula.

- quadro, marcador;

- caderno diário, caneta ou esfe-

rográfica;

3 min

Resultados Esperados:

� Utilizar, com coerência, informação pertinente, mobilizando conhecimentos pessoais e dados

provenientes de diferentes fontes.

� Estruturar o discurso em partes bem definidas (introdução, desenvolvimento), que integrem

os elementos essenciais.

� Usar um plano-guia em que se desenhe claramente a estrutura argumentativa formal do

discurso.

� Apresentar explicitamente e com precisão a tese a defender, o tema e as palavras-chave que

antecipam os principais argumentos, manifestando claramente a sua posição.

� Fundamentar a tese defendida em argumentos de diferentes tipos, que tratem aspectos

distintos e que assentem em raciocínios com um certo grau de complexidade, desenvolvendo

uma argumentação que reflicta um trabalho de planificação prévia.

� Produzir um discurso coeso, em que mobiliza conhecimentos adquiridos sobre conectores

discursivos predominantes no discurso argumentativo.

� Produzir um discurso adequado à situação comunicativa, que reflicta uma análise antecipada

dos seus principais aspectos, fazendo um uso ajustado dos recursos modalizadores.

� Produzir um discurso argumentativo oral em contexto interactivo, usando adequadamente os

elementos relacionados com a voz.

Observações:

O facto de não ter sido iniciada a planificação do discurso na oficina 2 teve como consequência

a não realização do oitavo exercício do Guião de Planificação do Discurso – Parte I e a

execução do nono exercício na oficina 4. Isto implicou, novamente, acertos ao nível da

planificação das aulas.

Anexo 1.6. Plano de Aula – aula 4

178

Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

Professora orientadora: Doutora Ana Isabel Mata

Professora cooperante: Dra. Cristina Duarte

12º Ano Turma: J Data: 7 de Outubro

Plano de Aula

Oficina 4

Lição nº 8 7 de Outubro

Sumário:

Resolução de um Guião de Planificação do Discurso – Parte II.

Produção oral da parte do discurso.

Tópicos: contra-argumentação, conclusão, escuta, discurso argumentativo, debate, oralidade.

Objectivos:

� desenvolver uma contra-argumentação adequada e eficaz;

� estruturar o discurso em partes bem definidas (introdução, desenvolvimento e conclusão) e

assente numa estrutura argumentativa formal;

� produzir oralmente o discurso planificado, de forma adequada à situação comunicativa.

� reflectir sobre a própria produção oral, para a reformular, de acordo com as conclusões

resultantes dessa reflexão.

1. Competência de expressão oral

Conteúdos declarativos:

� Contra-argumentação antecipada à própria argumentação;

� refutação da contra-argumentação.

� Conclusão:

� síntese dos argumentos (palavras-chave);

� a tese defendida. Conteúdo processual:

� Produção oral de discurso argumentativo em contexto interactivo. 2. Competência de expressão escrita

Conteúdo processual:

� Planificação de discurso argumentativo.

Anexo 1.6. Plano de Aula – aula 4

179

Memória descritiva

Actividades

Recursos/Materiais

Tempo

1. Entrada dos alunos e das professoras na sala

de aula.

2 min

2. Explicitação das actividades a realizar ao

longo da aula.

5 min

3. Reflexão sobre as próprias produções orais,

realizadas na oficina precedente, e comentário,

sistematizando os aspectos mais conseguidos e

aqueles que precisavam de ser melhorados.

- Ficha com a transcrição

ortográfica das produções

orais;

- caneta ou esferográfica, lápis,

borracha;

10 min

4. Reformulação da parte do discurso planificada

e produzida na oficina anterior, de acordo com as

reflexões extraídas da reflexão sobre as próprias

produções orais.

- Guião de Planificação do

Discurso – Parte II;

- caneta ou esferográfica, lápis,

borracha;

10 min

5. Antecipação de eventuais contra-argumentos

para os argumentos construídos anteriormente.

Verificação do trabalho elaborado pelos alunos.

10 min

6. Refutação dos contra-argumentos antecipa-

dos.

Verificação do trabalho elaborado pelos alunos.

- Guião de Planificação do

Discurso – Parte II;

- caneta ou esferográfica, lápis,

borracha;

10 min

7. Elaboração de uma conclusão.

Verificação do trabalho elaborado pelos alunos.

- Guião de Planificação do

Discurso – Parte II;

- caneta ou esferográfica, lápis,

borracha;

10 min

8. Preparação da produção oral do discurso. - Guião de Planificação do

Discurso – Parte II;

5 min

9. Produção oral do discurso. - Guião de Planificação do

Discurso – Parte II;

- caneta ou esferográfica, lápis,

borracha;

- microfone, computador;

25 min

10. Redacção do sumário da aula. - quadro, marcador;

- caderno diário, caneta ou

esferográfica;

3 min

Resultados Esperados:

� Utilizar, com coerência, informação pertinente, mobilizando conhecimentos pessoais e

dados provenientes de diferentes fontes.

Anexo 1.6. Plano de Aula – aula 4

180

� Estruturar o discurso em três partes bem definidas (introdução, desenvolvimento e

conclusão), que integrem os elementos essenciais.

� Usar um plano-guia em que se desenhe claramente a estrutura argumentativa formal do

discurso.

� Apresentar explicitamente e com precisão a tese a defender, o tema e as palavras-chave que

antecipam os principais argumentos, manifestando claramente a sua posição.

� Fundamentar a tese defendida em argumentos de diferentes tipos, que tratem aspectos

distintos e que assentem em raciocínios com um certo grau de complexidade, desenvolvendo

uma argumentação que reflicta um trabalho de planificação prévia.

� Incluir, no discurso, eventuais contra-argumentos para cada um dos argumentos construídos,

refutando-os antecipadamente.

� Apresentar uma síntese dos argumentos e a tese.

� Produzir um discurso coeso, em que mobiliza conhecimentos adquiridos sobre conectores

discursivos predominantes no discurso argumentativo.

� Produzir um discurso adequado à situação comunicativa, que reflicta uma análise antecipada

dos seus principais aspectos, fazendo um uso ajustado dos recursos modalizadores.

� Produzir um discurso argumentativo oral em contexto interactivo, usando adequadamente os

elementos relacionados com a voz.

Observações:

O atraso na realização dos exercícios planificados para as oficinas anteriores teve repercussões

ao nível do trabalho pensado para esta oficina: a impossibilidade de realização do último

exercício do Guião de Planificação do Discurso – Parte II no que respeita à tomada de notas

pelos alunos durante a realização das produções orais e à construção de uma tomada de posição

que incluísse informação retirada do discurso do orador que defendia uma tese oposta. Mais

uma vez, houve necessidade de reajustar a planificação das aulas.

Anexo 2

181

Anexo 2

Materiais Didácticos Construídos para a Intervenção Didáctica

2.1. Guião de Planificação do Discurso – Pré-teste/Pós-teste ………...................182

2.2. Documento de Suporte à Preparação do Tema – Pré-teste/Pós-

-teste..................................................................................................................185

2.3. Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Parte I ……....................187

2.4. Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Parte II………...............191

2.5. Ficha de Trabalho: Conectores e Recursos Modalizadores…………..............193

2.6. Quadro de Sistematização dos Conectores Discursivos mais Específicos do

Discurso Argumentativo....................................................................................196

2.7. Quadro de Sistematização dos Recursos Modalizadores….............................197

2.8. Guião de Planificação do Discurso – Parte I………………………................299

2.9. Documento de Suporte à Preparação do Tema – aula 3…...............................204

2.10. Cartão com a Designação, a Descrição e Exemplos de Diferentes Tipos de

Argumentos………………………………………………………...................206

2.11. Ficha de Trabalho: Reflexão sobre as Produções Orais………………............207

2.12. Guião de Planificação do Discurso – Parte II…………………........................223

Anexo 2.1. Guião de Planificação do Discurso – Pré-teste/Pós-teste

182

Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

12º Ano Turma : J Data: 22 de Setembro

Nome: ___________________________________________________ N.º: _________

O Debate

O discurso argumentativo em contexto de debate

Pré-teste/Pós-teste

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- exercitar a planificação de um debate;

- produzir oralmente discurso argumentativo, participando de forma construtiva num

debate e respeitando as normas que o regem.

Tempo: 50 minutos.

Tarefa: planificação e produção de discurso argumentativo em contexto de debate.

Modalidade de trabalho: trabalho de grupo.

Impresso

ou electrónico?

Anexo 2.1. Guião de Planificação do Discurso – Pré-teste/Pós-teste

183

1. Considere o seguinte tema:

O texto digital e o texto impresso

Será que algum dia os livros impressos vão ser substituídos por livros electrónicos?

Será que, num futuro próximo, deixaremos de folhear páginas em papel e passaremos a

aceder apenas a livros electrónicos?

1.1. Defina a sua posição em relação ao tema.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

1.2. Explicite a tese que irá defender.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

1.3. Proceda à preparação da sua intervenção no debate, quer no que respeita ao tema,

mediante o recurso à documentação em anexo e à experiência pessoal, quer no que se

refere à argumentação que irá ser apresentada.

Não se esqueça de produzir contra-argumentos para rebater possíveis argumentos dos

defensores da tese oposta à sua.

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Anexo 2.1. Guião de Planificação do Discurso – Pré-teste/Pós-teste

184

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______________________________________________________________________

1.4. O porta-voz do grupo deverá preparar, com a ajuda dos restantes elementos, a

forma como irá proferir o discurso planificado.

A produção oral terá lugar no momento da aula destinado à realização do debate.

Anexo 2.2. Documento de Suporte à Preparação do Tema – Pré-teste/Pós-teste

185

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Anexo 2.2. Documento de Suporte à Preparação do Tema – Pré-teste/Pós-teste

186

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Anexo 2.3. Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Parte I

187

Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

12º Ano Turma : J Data: 23 de Setembro

O Debate

Os principais intervenientes no debate

e respectivas funções

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- identificar os intervenientes no debate;

- reconhecer as suas principais funções.

Tempo: 25 minutos.

Tarefa: resolução, por escrito, da Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem –

Parte I, sobre os principais intervenientes no debate e respectivas funções.

Modalidade de trabalho: trabalho de pares.

Anexo 2.3. Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Parte I

188

Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem

Parte I

1. Quais são os intervenientes no debate?

____________________________________________________________

____________________________________________________________

Informação adicional (a preencher no momento da correcção):

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

2. Como teve possibilidade de verificar, o moderador do debate possui funções

específicas. De entre as frases que se seguem, assinale com um X aquelas que considera

que exprimem funções do moderador.

a) Desenvolver uma argumentação adequada e eficaz para sustentar a sua posição. �

b) Fazer a abertura do debate, lançar e orientar a discussão, e fazer o encerramento do

debate. �

c) Gerir as interacções, distribuindo equilibradamente os turnos de palavra. �

d) Anotar o tempo e a frequência das intervenções de cada orador. �

e) Escutar atentamente as posições defendidas, adoptando uma posição de

imparcialidade relativamente às mesmas. �

3. Em que é que consiste a abertura do debate?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

4. Teça algumas considerações relativamente à forma como os oradores iniciam o seu

discurso. Trata-se de uma forma adequada de iniciar um discurso ou, pelo contrário, de

uma forma desadequada? Apresente elementos que fundamentem a sua resposta.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Anexo 2.3. Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Parte I

189

5. Os oradores adoptam posições diferentes em relação ao tema em debate e expõem

argumentos e contra-argumentos.

5.1. Quais são as posições defendidas pelos oradores?

Primeiro orador__________________________________________________________

______________________________________________________________________

Segundo orador__________________________________________________________

______________________________________________________________________

5.2. Complete o quadro, apresentando dois dos argumentos expostos por cada um dos

oradores, nos seus discursos.

Item Primeiro Orador Segundo Orador

Argumentos

5.3. No discurso do segundo orador, ao contrário do que acontece no discurso do

primeiro, por se tratar da primeira intervenção no debate, são expostos vários contra-

˗argumentos. Complete o quadro, apresentando dois desses contra-argumentos.

Item Segundo Orador

Contra-argumentos

Anexo 2.3. Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Parte I

190

5.4. O primeiro orador antecipa possíveis contra-argumentos aos argumentos que

produz, de forma a rebatê-los antecipadamente. Indique pelo menos um desses contra-

˗argumentos.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

6. Como é que decorrem as interacções (os oradores falam cada um na sua vez, falam ao

mesmo tempo…)?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

7. Que aspectos permitem caracterizar o clima do debate? Construa a sua resposta com

base, entre outros, nos seguintes aspectos:

� de respeito ou de desrespeito;

� de tolerância ou de intolerância;

� de concentração no tema em debate ou de dispersão em relação ao tema;

� de cumprimento ou de incumprimento de regras.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

8. Que apreciação faz acerca do fecho do debate, tendo em conta que dele devem fazer

parte o resumo das conclusões e os agradecimentos finais aos intervenientes?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Anexo 2.4. Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Parte II

191

Escola Secundária de Camões

2009/20010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

12º Ano Turma : J Data: 23 de Setembro

O Debate

Os gestos, os movimentos,

a organização do espaço e a actio

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- reconhecer o significado dos gestos, dos movimentos e da organização do espaço;

- reconhecer o papel de complemento dos códigos não verbais na argumentação;

- reflectir sobre a importância da actio - a voz e a postura física - no discurso

argumentativo;

- avaliar o desempenho oral dos oradores.

Tempo: 10 minutos.

Tarefa: preenchimento da Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Parte II,

sobre os gestos, os movimentos, a organização do espaço e a actio.

Modalidade de trabalho: trabalho individual.

Anexo 2.4. Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Parte II

192

Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem

Parte II

1. Preencha a seguinte ficha, relativa à importância dos gestos, dos movimentos, da

organização do espaço e da actio na argumentação, partindo do discurso do primeiro

orador do excerto que visionou do debate televisivo Prós e Contras, sobre o Acordo

Ortográfico.

Assinale com um X, na coluna respectiva, consoante a sua reposta seja sim (SIM) ou

não (NÃO).

2. Imaginando que faz parte da direcção de programas da RTP, redija um breve

comentário, relativo ao excerto de debate que visionou, em que se refira aos aspectos

mais conseguidos e aos menos conseguidos.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Afirmações SIM NÃO

1. A entoação é monótona e, por vezes, forçada.

2. A dicção é nítida e articulada.

3. O orador faz uma boa distribuição dos acentos de intensidade.

4. As pausas são utilizadas como meio para estruturar o discurso.

5. A velocidade de fala permite que os restantes intervenientes no debate

acompanhem o que é dito.

6. O volume da voz é audível e adequado à situação de comunicação.

7. O orador pronuncia o seu discurso de forma natural, clara e fluente.

8. A expressão facial é adequada ao conteúdo do que é proferido.

9. O orador apresenta um olhar fugidio, que é direccionado, insistentemente,

para o seu bloco de notas.

10. A gesticulação é desmesurada e teatral.

11. O orador permanece sentado e imóvel, enquanto profere o seu discurso.

12. A organização do espaço é adequada à realização de um debate.

Anexo 2.5. Ficha de Trabalho: Conectores e Recursos Modalizadores

193

Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

12º Ano Turma: J Data: 30 de Setembro

Nome: ___________________________________________________ N.º: _________

O Debate

Conectores discursivos

Recursos modalizadores

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- identificar conectores discursivos mais específicos do discurso argumentativo;

- reconhecer a função dos conectores discursivos no discurso argumentativo;

- identificar recursos de modalização;

- reconhecer o papel dos recursos de modalização, na adequação do discurso à situação

comunicativa.

Tempo: 80 minutos.

Tarefa: resolução de exercícios sobre conectores discursivos e recursos modalizadores.

Modalidade de trabalho: trabalho de pares.

Anexo 2.5. Ficha de Trabalho: Conectores e Recursos Modalizadores

194

Ficha de Trabalho

1. As partes que constituem um discurso encontram-se ligadas entre si, de forma a

garantir a sua coesão. A coesão de um discurso depende de vários mecanismos,

nomeadamente da utilização de conectores adequados e diversificados.

1.1. Sublinhe, a cor, os conectores discursivos presentes no excerto do debate televisivo

Prós e Contras, sobre o Acordo Ortográfico, transcrito na página seguinte.

1.2. Em conjunto com a professora, distribua adequadamente os conectores discursivos

identificados, pelas diferentes linhas do quadro que lhe foi fornecido.

2. O orador introduz marcas no seu discurso, de forma a adequá-lo à situação

comunicativa.

2.1. Sublinhe, com outra cor, os recursos modalizadores que se encontram no excerto do

debate televisivo Prós e Contras, sobre o Acordo Ortográfico, transcrito na página

seguinte.

Os recursos modalizadores estão relacionados com os seguintes aspectos:

- presença ou ausência do locutor no discurso;

- presença do destinatário no discurso;

- atribuição de um determinado grau de certeza às afirmações;

- expressão de juízos de valor;

- controlo do uso da linguagem, para que este não resulte agressivo.

2.2. Em conjunto com a professora, registe os recursos modalizadores que identificou

no quadro que lhe foi distribuído.

Anexo 2.5. Ficha de Trabalho: Conectores e Recursos Modalizadores

195

Transcrição ortográfica de um excerto do debate televisivo Prós e Contras,

sobre o Acordo Ortográfico

F.C.F.: Vasco Graça Moura, por que é que o senhor rebate e está contra estes cinco argumentos?

V.G.M.: porque eu penso, eu penso que as opiniões expandidas pelo meu amigo Carlos Reis são muito

pouco consistentes e que devemos trocar por miúdos a retórica da unidade ou da uniformização. eh só

pode defender o acordo nesta perspectiva, e não é o caso do Carlos Reis com certeza, que terá outras

razões, só pode defender o acordo nessa perspectiva quem não o leu, porque quem o leu não pode

defendê-lo nessa nessa perspectiva. primeiro porque não assegura qualquer espécie de unidade nem de

uniformidade pela grafia, nos termos em que é formulado. segundo porque até aumenta exponencialmente

as divergências, basta pensar no que se passa com as grafias facultativas que admite. terceiro porque sendo

um acordo estratégico deveria pensar nas variantes africanas da Língua Portuguesa e ignora-as

sobranceiramente, o acordo é um documento neocolonialista, feito entre Portugal e o Brasil para arrumar

questões entre Portugal e o Brasil e esquece-se completamente da situação [os cinco países africanos] e

não só, esquece-se que o Português é uma língua de enorme valor cultural, histórico e simbólico em Goa, a

memória colectiva em Goa não funciona sem a Língua Portuguesa, esquece-se de Macau e esquece-se de

Timor. ora, sem quaisquer regras para a grafia de palavras desses países ou dessas áreas do mundo que

sejam incorporadas na Língua Portuguesa, significa que o acordo esqueceu pura e simplesmente essa

situação e pior, não só a esqueceu como ainda abriu a porta a mais facultatividades, a mais grafias

facultativas do que aquelas que existem. esse dicionário que que tem ali, que saiu há oito dias, por

exemplo, na palavra quase tem três grafias: quase com c u, quase com k u, e quase com k w [novo dic-,

novo grande dicionário da Língua Portuguesa conforme o acordo ortográfico] esse não, eu tou a falar do

pequeno, tou a falar do pequeno porque depois de ter gastado o dinheiro no pequeno não ia gastar mais

dinheiro no grande, tou a falar no pequeno, o pequeno, que é proclamado de acordo com o actua- actual

acordo ortográfico, se pegar nele e procurar a palavra quase encontra uma entrada em c u, encontra uma

entrada em k u e uma entrada em k w ou ou se procurar [é da texto editora] uma palavra, uma dança

angolana chamada quizomba, encontra uma entrada em k i e uma entrada em q u em q u, portanto, isto

mostra que não assegura qualquer unidade em relação a uma parte fundamental da de de dos dos países

que falam Língua Portuguesa, porque são sete países que seguem a grafia portuguesa e um país que tem

uma outra grafia e são, não dez milhões de habitantes de Portugal que seguem a grafia portuguesa, mas

mais de quarenta milhões de habitantes, considerando esses países e considerando também os núcleos de

emigrantes portugueses no mundo, de maneira que esse aspecto, não penso que o o meu amigo Carlos Reis

tenha razão. mas há outro aspecto também que é importante salientar: é que ah o o sumário que foi aqui

apresentado das vicissitudes da questão entre Portugal e o Brasil foi demasiado sincopado, ou seja, omitiu

alguns pontos importantes. omitiu que em mil novecentos e trinta e um foi feito um acordo que o Brasil só

fez aplicar em mil novecentos e trinta e oito e em mil novecentos e quarenta e cinco foi feito um acordo

que o Brasil não aplicou, daí que ao longo de um século, mais de um século se considerarmos a história

para trás da do do princípio do século vinte, que entre Portugal e o Brasil nunca houve um acordo

ortográfico e isso não prejudicou nem as relações humanas e familiares, nem a emigração nos dois

sentidos, nem o mundo dos negócios, nem os contactos, a criação e a fruição culturais, nem o universo

escolar e universitário [não prejudicou o mundo dos negócios?] não prejudicou, não prejudicou, nada,

onde é que se deixou de fazer um negócio por causa da grafia nem prejudicou a intervenção diplomática

quer bilateral quer multilateral, quer um exemplo recentíssimo e que todos têm presente?

Anexo 2.6. Quadro de Sistematização dos Conectores Discursivos mais Específicos do Discurso Argumentativo

196

Conectores mais específicos do discurso argumentativo

Função no discurso

argumentativo

Tipo de conexão

Exemplos de conectores

Introduzir argumentos e a

sua justificação. Causalidade

pois; porque; como; uma vez que; visto

que; já que; dado que; por

Introduzir exemplos/provas

que sustentem os

argumentos apresentados.

Explicitação-

-particularização

especificamente; nomeadamente; isto é;

ou seja; quer dizer; por exemplo; em

particular

Introduzir conclusões parciais.

Inferência/conclusão

assim; consequentemente; daí; então;

logo; pois;

deste modo; em consequência;

portanto; por isso; por conseguinte; por

esta razão

Introduzir argumentos com

valor de confirmação. Confirmação

e; efectivamente; com efeito; de facto

Contraste concessivo

ainda assim; mesmo assim; apesar de;

contudo; no entanto; embora; ainda

que; posto que; se bem que; apesar de

(que); mesmo que; mesmo se

Introduzir contra-

-argumentos e a sua

refutação.

Contraste antitético mas; contrariamente; já; ora; agora; em

vez de; pelo contrário; por oposição

Introduzir reformulações. Contraste substitutivo

mais concretamente; mais

precisamente; ou melhor; por outras

palavras

Organizar os argumentos

no discurso, articulando-o

como um todo.

Listagem

enumerativa

e; em primeiro lugar, em segundo

lugar…; em seguida; por um lado, …,

por outro lado; por fim;

depois; seguidamente; finalmente

Introduzir a conclusão. Síntese

assim; em conclusão; em resumo; em

síntese;

em suma

Anexo 2.7. Quadro de Sistematização dos Recursos Modalizadores

197

Recursos Modalizadores

� Pronome tónico de primeira pessoa;

� Outras formas de primeira pessoa: pronomes possessivos,

pronomes átonos e terminações verbais;

� Expressões introdutórias como: pessoalmente, parece-me, do

meu ponto de vista, na minha opinião.

� O emissor coloca-se por trás de uma terceira pessoa;

� Sujeitos indefinidos como: as pessoas;

� Uso da passiva de -se.

� Presença ou ausência do

emissor no discurso

� Inclusão do emissor num plural de autor;

� O plural como forma de aproximação ao receptor;

� Primeira pessoa do plural generalizadora (verbos de dizer, de

entendimento e de percepção).

� Presença do destinatário

� Tratamento pessoal e informal: tu;

� Utilização do nome próprio;

� Utilização do nome próprio precedido de palavras como:

senhor, senhora; doutor, doutora;

� Tratamento de relação utilizando o nome do cargo: professor,

senhor presidente;

� Uso da primeira pessoa do plural, manifestando aproximação;

� Tratamento solene: ilustríssimo.

Apresentar o conteúdo como

absolutamente certo:

Apresentar o conteúdo como

possível ou provável:

� Atribuição de diferentes

graus de certeza às

afirmações e opiniões

� Expressões introdutórias

que influenciam a validade

dos enunciados: é evidente

que, é óbvio que;

� Advérbios e expressões

com valor adverbial: indubi-

tavelmente, seguramente;

� Palavras que expressam

uma restrição ou uma

generalização absolutas:

nenhum, todo.

� Expressões introdutórias que

influenciam a validade dos

enunciados: parece que, é

provável que;

� Advérbios e expressões com

valor adverbial: talvez,

provavelmente.

� Validação do conteúdo

dos enunciados

Necessidade de explicitar as fontes de informação:

� o emissor é a fonte e o responsável pela informação que

apresenta;

� o emissor recorre a outras fontes e introduz no discurso

informação proveniente delas, referindo-as explicitamente.

� Transmissão de juízos

� Adjectivos: bom, interessante;

� Substantivos: aprovação, desaprovação;

Anexo 2.7. Quadro de Sistematização dos Recursos Modalizadores

198

de valor � Quantificadores: muito, pouco.

� Controlo do uso da

linguagem

� Máximas de cortesia que podem ser utilizadas em interacções

argumentativas: a) Máxima do tacto: supõe-se que é necessário pedir

autorização ao(s) outro(s) orador(es): “se me permite(m)”.

b) Máxima de generosidade: diminui o seu próprio benefício

em relação ao benefício do(s) outro(s) orador(es): “gostaria de

fazer uma observação que considero que vos vai ajudar”.

c) Máxima de aprovação: aumenta a estima pelo(s) outro(s)

orador(es): “sei que tem as suas razões para tomar essa posição;

no entanto, a minha posição é outra”.

d) Máxima de modéstia: diminui o seu valor e aumenta o valor

do(s) outro(s) orador(es): “sei que tem grandes conhecimentos

sobre o assunto, mas não poderia ser…”.

d) Máxima de acordo: diminui o desacordo com o(s) outro(s)

orador(es) e aumenta o acordo: “concordo com alguns aspectos

que mencionou, mas é preciso ter em conta que…”.

Anexo 2.8. Guião de Planificação do Discurso – Parte I

199

Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

12º Ano Turma: J Data: 6 de Outubro

Nome: ___________________________________________________ N.º: _________

O Debate

Planificação

Discurso argumentativo

Produção oral

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- definir uma posição e uma tese;

- caracterizar a situação comunicativa em que vai ser produzido o discurso;

- planificar o discurso: tema e argumentação;

- preparar a produção oral do discurso e proferi-lo.

Tempo: 60 minutos.

Tarefa: preenchimento do Guião de Planificação do Discurso, sobre a tomada de posição, a

tese, o tema, a introdução de um discurso argumentativo e a argumentação.

Modalidade de trabalho: trabalho de grupo.

Anexo 2.8. Guião de Planificação do Discurso – Parte I

200

Guião de Planificação do Discurso

Parte I

� O tema.

� Considere o seguinte tema:

Hábitos de leitura dos portugueses

Os obstáculos que dificultam o aumento dos hábitos de leitura dos portugueses estão relacionados com

a população ou com os livros e os editores?

� Aspectos fundamentais.

� Defina a posição adoptada e a tese que vai defender.

Posição adoptada: _______________________________________________________

______________________________________________________________________

Tese: __________________________________________________________________

______________________________________________________________________

� A situação comunicativa.

� Tendo em conta que vai produzir um discurso argumentativo em contexto de debate, na aula

de Português, preencha o quadro seguinte.

Características

Grau de formalidade do discurso (muito

informal, informal, neutro, formal ou muito formal)

Grau de preparação do discurso (mal

preparado, insuficientemente preparado, razoavelmente

preparado, preparado ou muito preparado)

Intenção comunicativa (convencer, incitar à

acção, informar, manipular, dar uma instrução)

Destinatários do discurso

Relação entre os interlocutores (distante,

próxima)

Anexo 2.8. Guião de Planificação do Discurso – Parte I

201

� Preparação do tema.

� Recolha informação pertinente, na documentação fornecida e na sua experiência pessoal, e

organize-a de maneira a poder utilizá-la com sucesso na argumentação que irá desenvolver.

Nota: Toda a informação que não seja da sua autoria deve ser apresentada com as devidas referências (por

exemplo: autor; título do artigo, do jornal, da revista, do livro e data).

Factos: ______________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Exemplos: ___________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Citações: ____________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Outros: ______________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

� Elaboração de uma introdução.

� Elabore a introdução do seu discurso, em que deverá:

- apresentar o tema;

- expor claramente a tese que vai defender;

- anunciar os principais argumentos (palavras-chave) que irão ser desenvolvidos.

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Anexo 2.8. Guião de Planificação do Discurso – Parte I

202

� Construção de diferentes tipos de argumentos devidamente justificados.

� Produza três argumentos de tipos diferentes, de acordo com as indicações fornecidas no

cartão que lhe foi distribuído.

Argumento 1: _________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Argumento 2: _________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Argumento 3: _________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

� Definição de núcleos argumentativos.

� Sublinhe a palavra-chave de cada um dos argumentos produzidos.

� Hierarquização de argumentos.

� Avalie a força dos argumentos que produziu.

� Numere-os de 1 a 3, sendo que o 1 será um argumento fraco e o 3 um forte.

� Hierarquize os argumentos:

- do mais básico para o mais complexo, se cada argumento se baseia no anterior;

- um argumento forte no início e outro no fim, se os argumentos forem independentes.

Argumento 1: _________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Eventual contra-argumento___________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Anexo 2.8. Guião de Planificação do Discurso – Parte I

203

Argumento 2: _________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Eventual contra-argumento___________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Argumento 3: _________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Eventual contra-argumento___________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

� Antecipação de eventuais contra-argumentos.

� Ainda no mesmo esquema, formule possíveis contra-argumentos para os argumentos

construídos anteriormente.

� Treino da expressão oral.

� Produção oral dos argumentos construídos.

Anexo 2.9. Documento de Suporte à Preparação do Tema – aula 3

204

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Anexo 2.9. Documento de Suporte à Preparação do Tema – aula 3

205

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Anexo 2.10. Cartão com a Designação, a Descrição e Exemplos de Diferentes Tipos de Argumentos

206

Cartão Distribuído aos Alunos

Designação, Descrição e Exemplos de Diferentes Tipos de Argumentos

Para sustentar a sua tese, produza três argumentos de tipos diferentes, de entre os que se

apresentam em seguida:

���� incompatibilidade: argumento em que se apresentam duas situações incompatíveis e se estabelece a

necessidade de optar por uma delas.

Ex.: Ou se tem preocupações ambientais ou se defende a circulação de automóveis poluentes.

Portanto, preocupar-se com o ambiente implica não defender a circulação de automóveis

poluentes/defender a circulação de automóveis poluentes implica não ter preocupações ambientais.

���� argumento de autoridade: argumento que consiste em recorrer a uma autoridade (pessoa

reconhecida como especialista num determinado domínio, citação de artigos, estatísticas, etc.) para

sustentar a tese defendida.

Ex.: Especialistas da área da saúde dizem que é bom fazer exercício físico.

Logo, é bom fazer exercício físico.

���� exemplo: consiste em fazer uma generalização, estabelecendo uma regra a partir de um caso

concreto.

Ex.: Os programas do canal X não são aconselháveis, basta ver, por exemplo, a grelha de programação

de segunda-feira, em que figuram vários programas violentos.

���� analogia: consiste em partir da semelhança entre duas coisas e concluir que a propriedade de uma é

a mesma que podemos encontrar na outra. As diferenças específicas não são tidas em conta.

Ex.: “Os filósofos são como os cientistas.

Os cientistas procuram conhecer melhor o mundo.

Logo, os filósofos procuram conhecer melhor o mundo”.

���� argumento de causa-consequência: consiste em mostrar a veracidade de uma ideia, mediante a

apresentação das suas causas e/ou das suas consequências.

Ex.: Se reciclarmos o papel, estamos a contribuir para a diminuição do abate de árvores e para um

ambiente melhor.

Anexo 2.11. Ficha de Trabalho: Reflexão sobre as Produções Orais

207

Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

12º Ano Turma: J Data: 7 de Outubro

O Debate

Reflexão sobre as produções orais

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- reflectir sobre as próprias produções orais;

- explicitar as conclusões retiradas da reflexão sobre as produções orais.

Tempo: 10 minutos.

Tarefa: reflexão sobre a produção oral realizada na oficina anterior e elaboração de um

breve comentário em que sejam apresentadas as principais conclusões.

Modalidade de trabalho: trabalho de grupo.

Anexo 2.11. Ficha de Trabalho: Reflexão sobre as Produções Orais

208

Porta-voz de grupo: (nome do aluno)

Transcrição ortográfica do discurso produzido C.A.: O tema em que consiste este debate são os obstáculos que dificultam os hábitos de

leitura dos portugueses. defendo que o principal é a população. abordaremos temas

como os maus hábitos de leitura e o stress. primeiro argumento, ou se lê um livro ou se

está ocupado com os li- com as lidas da casa, portanto fazer uma coisa implica não

poder fazer a outra. segundo argumento, os últimos dados do Eurobarametro referente a

dois mil e sete implicam que quarenta e nove por cento dos portugueses não leram no

ano anterior, logo, têm maus hábitos de leitura. a maior parte das pessoas andam

stressadas. as pessoas stressadas não conseguem ler, logo, a maior parte das pessoas não

conseguem ler.

� Em conjunto com os seus colegas de grupo, faça uma reflexão sobre a produção

oral do discurso, tendo em conta os seguintes aspectos:

� a forma como é iniciado o discurso;

� a constituição da introdução do discurso;

� o tipo de argumentos construídos;

� a forma como são ligados os diferentes argumentos e outras partes do discurso;

� o uso que é feito dos recursos modalizadores, tendo em consideração a situação de

comunicação.

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Anexo 2.11. Ficha de Trabalho: Reflexão sobre as Produções Orais

209

Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

12º Ano Turma: J Data: 7 de Outubro

O Debate

Reflexão sobre as produções orais

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- reflectir sobre as próprias produções orais;

- explicitar as conclusões retiradas da reflexão sobre as produções orais.

Tempo: 10 minutos.

Tarefa: reflexão sobre a produção oral realizada na oficina anterior e elaboração de um

breve comentário em que sejam apresentadas as principais conclusões.

Modalidade de trabalho: trabalho de grupo.

Anexo 2.11. Ficha de Trabalho: Reflexão sobre as Produções Orais

210

Porta-voz de grupo: (nome do aluno)

Transcrição ortográfica do discurso produzido E.P.: a tese que nós vamos defender é que a culpa (…) dos (…) a culpa que (…) os

obstáculos que dific- os obstáculos que dificultam o aumento dos hábitos de leitura dos

portugueses estão relacionados com os livros e as editoras, pois muito livros são caros e

as edições de bolso muitas vezes são de fraca qualidade. os livros de bolso perdem qua-

a qualidade face ao livros originais devido ao seu encurtamento, se os portugueses

tivessem dinheiro compravam os livros, mas sessenta e três por cento dos portugueses

afirma que não pegaram no último livro, fonte TSF ponto sapo ponto PT, possivelmente

devido à crise e aos baixos salário da população.

� Em conjunto com os seus colegas de grupo, faça uma reflexão sobre a produção

oral do discurso, tendo em conta os seguintes aspectos:

� a forma como é iniciado o discurso;

� a constituição da introdução do discurso;

� o tipo de argumentos construídos;

� a forma como são ligados os diferentes argumentos e outras partes do discurso;

� o uso que é feito dos recursos modalizadores, tendo em consideração a situação de

comunicação.

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Anexo 2.11. Ficha de Trabalho: Reflexão sobre as Produções Orais

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Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

12º Ano Turma: J Data: 7 de Outubro

O Debate

Reflexão sobre as produções orais

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- reflectir sobre as próprias produções orais;

- explicitar as conclusões retiradas da reflexão sobre as produções orais.

Tempo: 10 minutos.

Tarefa: reflexão sobre a produção oral realizada na oficina anterior e elaboração de um

breve comentário em que sejam apresentadas as principais conclusões.

Modalidade de trabalho: trabalho de grupo.

Anexo 2.11. Ficha de Trabalho: Reflexão sobre as Produções Orais

212

Porta-voz de grupo: (nome do aluno)

Transcrição ortográfica do discurso produzido I. M.: a dificuldade e no aumento e os hábitos de leitura relacionam-se com os livros e

os editores, uma vez que consideramos que há três principais factores que contribuam

para o baixo número de leitores em Portugal, nomeadamente, o peso, o preço e a

publicidade. primeiro agru- primeiro argu- argumento, dado que os livros volumosos

são de grande peso limita a utilização dos mesmos, deste modo os livros de bolso que

são de menor peso são efectivamente a melhor solução. aa argumento dois, visto que o

preço elevado dos livros é a principal causa do baixo número de leitores, se houver

maior número de livros de bolso, o número de leitores aumentará. argumento três: o

fraco investimento dos editores na publicidade na publicidade limita o conhecimento

das obras publicadas, por exemplo, o meio televisivo é um bom veículo publicitário.

� Em conjunto com os seus colegas de grupo, faça uma reflexão sobre a produção

oral do discurso, tendo em conta os seguintes aspectos:

� a forma como é iniciado o discurso;

� a constituição da introdução do discurso;

� o tipo de argumentos construídos;

� a forma como são ligados os diferentes argumentos e outras partes do discurso;

� o uso que é feito dos recursos modalizadores, tendo em consideração a situação de

comunicação.

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Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

12º Ano Turma: J Data: 7 de Outubro

O Debate

Reflexão sobre as produções orais

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- reflectir sobre as próprias produções orais;

- explicitar as conclusões retiradas da reflexão sobre as produções orais.

Tempo: 10 minutos.

Tarefa: reflexão sobre a produção oral realizada na oficina anterior e elaboração de um

breve comentário em que sejam apresentadas as principais conclusões.

Modalidade de trabalho: trabalho de grupo.

Anexo 2.11. Ficha de Trabalho: Reflexão sobre as Produções Orais

214

Porta-voz de grupo: (nome do aluno)

Transcrição ortográfica do discurso produzido M.L.: o tema que vamos apresentar refere-se aos hábitos de leitura dos portugueses aa a tese que

vamos defender é que os obstáculos que dificultam o aumento dos hábitos de leitura dos

portugueses estão relacionados com a população e não com os livros e editores. os principais

argumentos serão sobre a forma de vida dos portugueses e sobre as vantagens dos livros de

bolso e seus preços. argumento um, os portugueses optam por levar uma vida agitada, não

dedicando o tempo que têm livre para ler, ou seja, fazer uma coisa implica não fazer a outra.

argumento dois, se os portugueses opt- optassem por levar uma vida mais calma e sedentária e

lessem mais, estariam a contribuir para o aumento dos hábitos de leitura da população.

argumento três, aa existem livros a um preço simbólico e ao alcance de todos, basta ver a

colecção Clássicos da Humanidade lançada pelo “Expresso”

� Em conjunto com os seus colegas de grupo, faça uma reflexão sobre a produção

oral do discurso, tendo em conta os seguintes aspectos:

� a forma como é iniciado o discurso;

� a constituição da introdução do discurso;

� o tipo de argumentos construídos;

� a forma como são ligados os diferentes argumentos e outras partes do discurso;

� o uso que é feito dos recursos modalizadores, tendo em consideração a situação de

comunicação.

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Anexo 2.11. Ficha de Trabalho: Reflexão sobre as Produções Orais

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Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

12º Ano Turma: J Data: 7 de Outubro

O Debate

Reflexão sobre as produções orais

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- reflectir sobre as próprias produções orais;

- explicitar as conclusões retiradas da reflexão sobre as produções orais.

Tempo: 10 minutos.

Tarefa: reflexão sobre a produção oral realizada na oficina anterior e elaboração de um

breve comentário em que sejam apresentadas as principais conclusões.

Modalidade de trabalho: trabalho de grupo.

Anexo 2.11. Ficha de Trabalho: Reflexão sobre as Produções Orais

216

Porta-voz de grupo: (nome do aluno)

Transcrição ortográfica do discurso produzido L.P.: o tema em que consiste este debate é sobre os hábitos de leitura dos portugueses.

neste contexto, a tese que nós defendemos é que a falta destes hábitos de leitura no

nosso país é por culpa dos próprios livros e seus editores devido ao elevado preço da

maioria dos livros, ao reduzido número de livros de bolso e à sua falta de divulgação.

primeiro argumento, segundo a TSF mais de metade dos portugueses admite não ter lido

nenhum livro no ano anterior, usando como justificação o elevado preço. segundo

argumento, se o livro de bolso é mais barato o público compraria mais livros de bolso,

mas devido à limitada oferta, o público para os adquirir é mais escasso. terceiro

argumento, a divulgação dos livros é necessária para incentivar os portugueses a ler e

em Portugal existe muita falta de divulgação.

� Em conjunto com os seus colegas de grupo, faça uma reflexão sobre a produção

oral do discurso, tendo em conta os seguintes aspectos:

� a forma como é iniciado o discurso;

� a constituição da introdução do discurso;

� o tipo de argumentos construídos;

� a forma como são ligados os diferentes argumentos e outras partes do discurso;

� o uso que é feito dos recursos modalizadores, tendo em consideração a situação de

comunicação.

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Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

12º Ano Turma: J Data: 7 de Outubro

O Debate

Reflexão sobre as produções orais

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- reflectir sobre as próprias produções orais;

- explicitar as conclusões retiradas da reflexão sobre as produções orais.

Tempo: 10 minutos.

Tarefa: reflexão sobre a produção oral realizada na oficina anterior e elaboração de um

breve comentário em que sejam apresentadas as principais conclusões.

Modalidade de trabalho: trabalho de grupo.

Anexo 2.11. Ficha de Trabalho: Reflexão sobre as Produções Orais

218

Porta-voz de grupo: (nome do aluno)

Transcrição ortográfica do discurso produzido M.A.: para nós os escassos hábitos de leitura dos portugueses estão quase todos

relacionados com a população portuguesa. argumento um, ou uma pessoa é letrada e

consegue ler ou é alfabeta analfabeta e não consegue ler. Portugal ainda tem uma taxa

de analfa- analfabestismo significativa, logo há população que não consegue ler.

argumento dois, como ainda subsiste pobreza e miséria em Portugal os portugueses não

têm os livros como algo essencial, logo, a proc- a procura é pouca e os hábitos também

são poucos. argumento três, os portugueses que nunca foram habituados a ler com

regularidade não preferem o livro a outra a outro tipo de actividade que existe que exige

menos esforço.

� Em conjunto com os seus colegas de grupo, faça uma reflexão sobre a produção

oral do discurso, tendo em conta os seguintes aspectos:

� a forma como é iniciado o discurso;

� a constituição da introdução do discurso;

� o tipo de argumentos construídos;

� a forma como são ligados os diferentes argumentos e outras partes do discurso;

� o uso que é feito dos recursos modalizadores, tendo em consideração a situação de

comunicação.

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Anexo 2.11. Ficha de Trabalho: Reflexão sobre as Produções Orais

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Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

12º Ano Turma: J Data: 7 de Outubro

O Debate

Reflexão sobre as produções orais

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- reflectir sobre as próprias produções orais;

- explicitar as conclusões retiradas da reflexão sobre as produções orais.

Tempo: 10 minutos.

Tarefa: reflexão sobre a produção oral realizada na oficina anterior e elaboração de um

breve comentário em que sejam apresentadas as principais conclusões.

Modalidade de trabalho: trabalho de grupo.

Anexo 2.11. Ficha de Trabalho: Reflexão sobre as Produções Orais

220

Porta-voz de grupo: (nome do aluno)

Transcrição ortográfica do discurso produzido R.P.: o nosso grupo defende que a dificuldade no aumento dos hábitos de leitura dos

portugueses está relacionada com a população. devido à vida agitada, stress e trabalho

permanente, os portugueses não lêem. se não estivessem expostos a esse ritmo de vida

provavelmente os portugueses leriam mais. logo, a vida agitada da população faz com

que ela não tenha não leia tanto. segundo segundo a Acção Local de Estatística

Aplicada, a taxa de analfabetismo ou fraco nível educacional são factores que

contribuem para a diminuição dos hábitos de leitura dos portugueses. quer a falta de

vontade quer as inovações tecnológicas como o computador a televisão a playstation

são factores que contribuem para que Portugal seja a se- seja o segundo país da Europa

onde se lêem menos livros de acordo com o Nuno Guedes da t- da TSF.

� Em conjunto com os seus colegas de grupo, faça uma reflexão sobre a produção

oral do discurso, tendo em conta os seguintes aspectos:

� a forma como é iniciado o discurso;

� a constituição da introdução do discurso;

� o tipo de argumentos construídos;

� a forma como são ligados os diferentes argumentos e outras partes do discurso;

� o uso que é feito dos recursos modalizadores, tendo em consideração a situação de

comunicação.

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Anexo 2.11. Ficha de Trabalho: Reflexão sobre as Produções Orais

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Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

12º Ano Turma: J Data: 7 de Outubro

O Debate

Reflexão sobre as produções orais

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- reflectir sobre as próprias produções orais;

- explicitar as conclusões retiradas da reflexão sobre as produções orais.

Tempo: 10 minutos.

Tarefa: reflexão sobre a produção oral realizada na oficina anterior e elaboração de um

breve comentário em que sejam apresentadas as principais conclusões.

Modalidade de trabalho: trabalho de grupo.

Anexo 2.11. Ficha de Trabalho: Reflexão sobre as Produções Orais

222

Porta-voz de grupo: (nome do aluno)

Transcrição ortográfica do discurso produzido R.F.: o tema que vamos abordar neste debate refere-se aos obstáculos que dificultam o aumento

dos hábitos de leitura dos portugueses. para nós estes obstáculos são relacionados com os livros

e os editores. o excessivo número de páginas que um livro contém leva a uma leitura mais

maçuda e por conseguinte a uma redução do interesse por parte do leitor, como é o caso do livro

“Odisseia” de Homero. a utilização de uma linguagem mais complexa leva a que as pessoas

iletradas que apesar de saberem ler e escrever não têm capacidade para interpretar este tipo de

livros, logo, deveríamos introduzir um maior número de obras literárias no ensino básico com o

objectivo de diminuir a iliteracia global. os livros de capa dura apresentam um valor monetário

excessivo, o que para a maioria da população é incompatível por não terem posses para adquiri-

los, deste modo deveríamos reduzir o preço destes para que desta forma possamos promover os

hábitos de leitura da população. apesar de os livros de bolso apresentarem preços mais

acessíveis em relação aos livros de capa dura, os livros de bolso tem a desvantagem de

apresentar uma diminuição do corpo de letra.

� Em conjunto com os seus colegas de grupo, faça uma reflexão sobre a produção

oral do discurso, tendo em conta os seguintes aspectos:

� a forma como é iniciado o discurso;

� a constituição da introdução do discurso;

� o tipo de argumentos construídos;

� a forma como são ligados os diferentes argumentos e outras partes do discurso;

� o uso que é feito dos recursos modalizadores, tendo em consideração a situação de

comunicação.

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

Anexo 2.12. Guião de Planificação do Discurso – Parte II

223

Escola Secundária de Camões

2009/2010

Disciplina de Português Mestranda: Patrícia Alves

12º Ano Turma: J Data: 7 de Outubro

Nome:______________________________________________________ N.º:_____

O Debate

Planificação

Discurso argumentativo

Produção oral

Sequência didáctica: Estratégias argumentativas em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- antecipar possíveis contra-argumentos para os argumentos produzidos;

- integrar possíveis contra-argumentos no próprio discurso, rebatendo-os antecipadamente;

- escutar, atentamente, os interlocutores para reforçar a argumentação ou para contra-argumen-

tar;

- preparar a produção oral do discurso e proferi-lo em contexto interactivo.

Tempo: 30 minutos.

Tarefas: preenchimento do Guião de Planificação do Discurso, sobre a argumentação, a contra-

-argumentação e a conclusão de um discurso.

Modalidade de trabalho: trabalho de grupo.

Anexo 2.12. Guião de Planificação do Discurso – Parte II

224

Guião de Planificação do Discurso

Parte II

� Antecipação de eventuais contra-argumentos e sua integração na argumentação, rebatendo-

os previamente.

� Antecipe possíveis contra-argumentos para os argumentos construídos anteriormente e que

são apresentados no esquema que se segue.

Argumento 1: _________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Eventual contra-argumento___________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Refutação do contra-argumento _______________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Argumento 2: _________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Eventual contra-argumento___________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Refutação do contra-argumento _______________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Anexo 2.12. Guião de Planificação do Discurso – Parte II

225

Argumento 3: _________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Eventual contra-argumento___________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Refutação do contra-argumento _______________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

� Rebata os contra-argumentos que produziu, preenchendo, no esquema acima, o espaço

destinado a esse fim.

� Elaboração de uma conclusão.

� Elabore uma conclusão para o seu discurso, em que integre:

- a síntese dos argumentos que expôs (palavras-chave);

- a tese defendida.

Conclusão: ___________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

� Treino da expressão oral.

� Produção oral do discurso preparado.

Nota: Os oradores deverão gerir o tempo de que dispõem, de forma a dar resposta a perguntas e contra-

˗argumentos apresentados pelo orador que defende a tese oposta e a desenvolver a argumentação preparada.

Anexo 2.12. Guião de Planificação do Discurso – Parte II

226

� Durante a produção dos discursos, escute, atentamente, o discurso do defensor da tese oposta

à que é defendida por si e tome nota de aspectos que, reformulados, resumidos ou até citados,

possam servir para responder a uma tomada de posição do adversário ou para refutar a posição

manifestada.

Notas: ______________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

� Construa uma tomada de posição em que inclua informação retirada do discurso do orador

que defendeu a tese oposta à sua, com um dos fins acima mencionados.

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Anexo 3

227

Anexo 3

Instrumentos de Avaliação Construídos

3.1. Modelo de Avaliação: Níveis de Desempenho Analíticos……………….228

3.2. Grelha de Classificação – Turma Alvo: Pré-teste (situação 1) e Pós-teste

(situação 2)…………………………………………………………..........233

3.3. Grelha de Classificação – Turma de Controlo: Pré-teste (situação 1) e Pós-

-teste (situação 2).........................................................................................234

Anexo 3.1. Modelo de Avaliação: Níveis de Desempenho Analíticos

228

N1 5

- M

obili

za i

nfor

maç

ão p

ouco

per

tinen

te

e re

petit

iva,

na

de

fesa

da

po

siçã

o

adop

tada

, o

que

refle

cte

uma

sele

cção

insa

tisfa

tória

da

info

rmaç

ão.

- A

pres

enta

um

dis

curs

o co

m c

ontr

adi-

ções

, em

re

laçã

o à

info

rmaç

ão

que

inte

gra,

e, p

or v

ezes

, des

cone

xo.

N2

10

N3

15

- M

obili

za,

no

gera

l, in

form

ação

pert

inen

te,

mas

pou

co d

iver

sific

ada,

do p

onto

de

vist

a da

s fo

ntes

de

que

prov

ém,

na

defe

sa

da

posi

ção

adop

tada

, o

que

refle

cte

uma

se-

lecç

ão s

atis

fató

ria d

a in

form

ação

.

- P

rodu

z um

dis

curs

o gl

obal

men

te

coer

ente

, em

rel

ação

à i

nfor

maç

ão

que

inte

gra,

ap

rese

ntan

do

algu

ns

prob

lem

as

que

não

afec

tam

a

inte

ligib

ilida

de d

o di

scur

so.

N4

20

Nív

eis

de D

esem

penh

o ao

Nív

el d

a P

rodu

ção

Ora

l

N5

25

- M

obili

za,

ao l

ongo

do

disc

urso

,

info

rmaç

ão p

ertin

ente

e d

iver

sifi-

cada

, na

de

fesa

da

po

siçã

o

adop

tada

, o

que

refle

cte

uma

boa

sele

cção

da

info

rmaç

ão.

- P

rodu

z um

di

scur

so

coer

ente

,

em

rela

ção

à in

form

ação

qu

e

inte

gra.

A

N

ívei

s e

C

otaç

ões

Par

âmet

ros

Coe

rênc

ia

e P

ertin

ênci

a

da

Info

rmaç

ão

Esc

ola

Sec

undá

ria d

e C

amõe

s

2009

/201

0

Dis

cipl

ina

de P

ortu

guês

M

estr

anda

: Pat

ríci

a A

lves

12º

Ano

T

urm

as :

J/E

D

ata:

Set

embr

o/N

ovem

bro

A

tare

fa c

onsi

ste

na r

ealiz

açã

o de

um

deb

ate

pre

viam

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para

do, s

ubo

rdin

ado

ao te

ma:

O

te

xto

dig

ital e

o t

ext

o im

pre

sso

.

A

rea

lizaç

ão d

esta

tare

fa v

isa

aval

iar

a pl

ani

ficaç

ão e

a p

rodu

ção

de d

iscu

rso

argu

me

ntat

ivo

em c

onte

xto

de d

ebat

e.

Anexo 3.1. Modelo de Avaliação: Níveis de Desempenho Analíticos

229

- S

uste

nta

a po

siçã

o de

fend

ida

em

um ú

nico

arg

umen

to o

u em

doi

s

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tos

redu

ndan

tes

e do

mes

mo

tipo,

que

se

apre

sent

a(m

)

não

dese

nvol

vido

s,

pouc

o

dese

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(s)

e/ou

ra

zoáv

el-

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te

dese

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(s),

o

que

refle

cte

falta

de

um

tr

abal

ho

de

plan

ifica

ção.

- P

revê

um

eve

ntua

l co

ntra

-arg

u-

men

to d

os o

posi

tore

s, m

as n

ão o

refu

ta.

- E

stru

tura

o

disc

urso

de

fo

rma

mui

to

defic

ient

e,

dest

rinç

ando

-se

com

di

ficul

dade

as

tr

ês

part

es

(int

rodu

ção,

de

senv

olvi

men

to

e

conc

lusã

o),

que

apre

sent

am m

uita

s

lacu

nas

no q

ue r

espe

ita a

os s

eus

elem

ento

s es

senc

iais

:

• o

tem

a ou

a

tese

qu

e va

i

N Í V

E

L I N

T

E

R

M

É

D I O

- S

uste

nta

a po

siçã

o de

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ida

em

dois

ar

gum

ento

s de

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os

dife

rent

es

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mai

s de

do

is

argu

men

tos

de

dois

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os

dife

rent

es,

que

inci

dem

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doi

s

ou m

ais

aspe

ctos

dis

tinto

s e

que

um/a

lgun

s de

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surg

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)

razo

avel

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te d

esen

volv

ido(

s) e

/

ou

bem

de

senv

olvi

do(s

),

o qu

e

refle

cte

algu

m

trab

alho

de

plan

ifica

ção

.

- P

revê

um

con

tra-

argu

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to d

os

opos

itore

s pa

ra

um

dos

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tos

apre

sent

ados

e in

clui

-

o no

pró

prio

dis

curs

o, r

ebat

endo

-

o an

teci

pada

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te.

- E

stru

tura

o

disc

urso

em

tr

ês

part

es

(int

rodu

ção,

de

senv

olvi

-

men

to e

con

clus

ão),

que

int

egra

m

algu

ns d

os e

lem

ento

s es

senc

iais

:

• o

tem

a e

a te

se

a de

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er,

apre

sent

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im

plic

itam

ente

ou

de f

orm

a po

uco

prec

isa,

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nici

a-

-se

a se

gund

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rte

do d

iscu

rso

N Í V

E

L I N

T

E

R

M

È

D I O

- S

uste

nta

a po

siçã

o de

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ida

em

três

ou

m

ais

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men

tos

de

pelo

men

os

três

tip

os

dife

rent

es,

que

inci

dem

em

asp

ecto

s di

stin

tos

e qu

e

se a

pres

enta

m b

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esen

volv

idos

, o

que

refle

cte

um

bom

tr

abal

ho

de

plan

ifica

ção.

- P

revê

eve

ntua

is c

ontr

a-ar

gum

ento

s

dos

opos

itore

s pa

ra

cada

um

do

s

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men

tos

apre

sent

ados

e i

nclu

i-os

no

próp

rio

disc

urso

, re

bate

ndo-

os

ante

cipa

dam

ente

.

- E

stru

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o d

iscu

rso

em t

rês

part

es

bem

de

finid

as

(intr

oduç

ão,

dese

n-

volv

imen

to

e co

nclu

são)

qu

e in

te-

gram

os

elem

ento

s es

senc

iais

:

• o

tem

a,

a te

se

a de

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er

e as

pala

vras

-cha

ve

que

ante

cipa

m

os

prin

cipa

is a

rgum

ento

s, a

pres

enta

dos

de

form

a ex

plíc

ita

e pr

ecis

a,

B C

D

A

rgum

enta

ção

Con

tra-

-arg

umen

taçã

o

Est

rutu

ra

Anexo 3.1. Modelo de Avaliação: Níveis de Desempenho Analíticos

230

defe

nder

, ap

rese

ntad

os c

om i

mpr

eci-

são;

in

icia

-se

a se

gund

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rte

do

disc

urso

sem

ser

em a

pres

enta

das

as

pala

vras

-cha

ve

que

ante

cipa

m

os

prin

cipa

is a

rgum

ento

s, p

erce

bend

o-se

dific

ilmen

te a

sua

pos

ição

em

rel

ação

ao t

ema

(intr

oduç

ão);

• ar

gum

enta

ção

e co

ntra

-arg

umen

ta-

ção

(des

envo

lvim

ento

);

• sí

ntes

e do

s ar

gum

ento

s,

que

apre

sent

a de

for

ma

vaga

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impr

ecis

a

a su

a na

ture

za,

ou

a te

se,

que

se

apre

sent

a co

ntra

ditó

ria e

m r

elaç

ão a

o

que

foi d

efen

dido

(co

nclu

são)

.

- P

rofe

re u

m d

iscu

rso

que

apre

sent

a

uma

coes

ão m

uito

frac

a:

• in

tegr

a no

di

scur

so

um

núm

ero

redu

zido

de

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nect

ores

, qu

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o

desa

dequ

ados

e/

ou

repe

titiv

os

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apen

as/q

uase

, co

nect

ores

de

lista

gem

ad

itiva

, de

scur

ando

o

esta

bele

cim

ento

de

nexo

s ló

gico

s.

- F

az u

m u

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esad

equa

do d

a m

aior

part

e do

s re

curs

os

mod

aliz

ador

es,

N Í V

E

L I N

T

E

R

M

É

D I O

sem

ser

em a

pres

enta

das

as p

alav

ras-

-cha

ve

que

ante

cipa

m

os

prin

cipa

is

argu

men

tos,

m

anife

stan

do,

aind

a

assi

m,

de

form

a pe

rcep

tível

, a

sua

posi

ção

(int

rodu

ção)

;

• ar

gum

enta

ção

e co

ntra

-arg

umen

ta-

ção

(des

envo

lvim

ento

);

• sí

ntes

e do

s ar

gum

ento

s ou

tes

e

reite

rada

(co

nclu

são)

.

- P

rofe

re

um

disc

urso

gl

obal

men

te

coes

o:

• in

tegr

a no

di

scur

so

cone

ctor

es

adeq

uado

s, m

as p

ouco

div

ersi

ficad

os,

que

gara

ntem

, ai

nda

assi

m,

o

esta

bele

cim

ento

de

nexo

s ló

gico

s.

- F

az

um

uso

adeq

uado

de

al

guns

recu

rsos

m

odal

izad

ores

, te

ndo

em

N Í V

E

L I N

T

E

R

M

É

D I O

man

ifest

ando

cl

aram

ente

a

sua

posi

ção

(int

rodu

ção)

;

• ar

gum

enta

ção

e co

ntra

-arg

u-

men

taçã

o (d

esen

volv

imen

to);

• sí

ntes

e do

s ar

gum

ento

s e

tese

reite

rada

(co

nclu

são)

.

- P

rofe

re u

m d

iscu

rso

coes

o:

• in

tegr

a ne

le c

onec

tore

s ad

equa

-

dos

e di

vers

ifica

dos,

que

evi

den-

ciam

nex

os ló

gico

s.

- F

az u

m u

so a

dequ

ado

de m

uito

s

recu

rsos

mod

aliz

ador

es, t

endo

em

E F

C

oesã

o

M

odal

izaç

ão

Anexo 3.1. Modelo de Avaliação: Níveis de Desempenho Analíticos

231

tend

o em

co

nta

a si

tuaç

ão

com

unic

ativ

a,

mos

tran

do

um

dom

ínio

fra

co d

a m

aior

par

te d

as

dife

rent

es f

orm

as d

e ex

pres

sar

a

mod

aliz

ação

.

- U

sa u

ma

ento

ação

mon

ocór

dica

ou f

orça

da.

- F

az p

ausa

s em

pos

içõe

s de

sade

-

quad

as,

na m

aior

par

te d

os c

asos

,

o qu

e di

ficul

ta

seria

men

te

a

com

pree

nsão

do

disc

urso

.

- P

rodu

z qu

ase

todo

o

disc

urso

com

a

mes

ma

inte

nsid

ade,

man

ifest

ando

es

cass

os

conh

eci-

men

tos

rela

tivam

ente

ao

uso

dos

acen

tos

de in

tens

idad

e.

- P

rodu

z o

disc

urso

co

m

uma

velo

cida

de

de

fala

de

mas

iado

lent

a ou

ace

lera

da,

dific

ulta

ndo

o

acom

panh

amen

to d

o qu

e é

dito

.

- U

tiliz

a um

vo

lum

e de

vo

z

dem

asia

do b

aixo

ou

alto

, qu

e é

desa

dequ

ado

à si

tuaç

ão

de

com

unic

ação

.

N Í V

E

L I N

T

E

R

M

É

D I O

cont

a a

situ

ação

co

mun

icat

iva,

mos

tran

do

um

dom

ínio

ra

zoáv

el

de

algu

mas

fo

rmas

de

ex

pres

sar

a

mod

aliz

ação

.

- U

sa,

no g

eral

, um

a en

toaç

ão v

aria

da,

mas

nem

sem

pre

expr

essi

va.

- F

az p

ausa

s de

mod

o a

estr

utur

ar o

disc

urso

, em

bora

es

colh

a,

em

algu

ns

caso

s, p

osiç

ões

pouc

o ad

equa

das.

- F

az

uma

dist

ribu

ição

ra

zoáv

el

dos

acen

tos

de i

nten

sida

de,

aind

a qu

e, p

or

veze

s, n

ão d

esta

que

part

es i

mpo

rtan

tes

do d

iscu

rso.

- P

rodu

z o

disc

urso

co

m

uma

velo

cida

de

de

fala

gl

obal

men

te

ade-

quad

a,

com

de

sade

quaç

ões

pont

uais

que

não

impe

dem

que

se

acom

panh

e o

que

é di

to.

- U

tiliz

a, n

o ge

ral,

um v

olum

e de

voz

audí

vel,

mas

qu

e,

por

veze

s,

reve

la

algu

ma

desa

dequ

ação

à

situ

ação

com

unic

ativ

a, p

or s

er d

emas

iado

alto

ou b

aixo

.

N Í V

E

L I N

T

E

R

M

É

D I O

cont

a a

situ

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co

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icat

iva,

mos

tran

do u

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om d

omín

io d

e

dife

rent

es f

orm

as d

e ex

pres

sar

a

mod

aliz

ação

.

- U

sa

uma

ento

ação

va

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voz

Anexo 3.1. Modelo de Avaliação: Níveis de Desempenho Analíticos

232

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10

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Anexo 3.2. Grelha de Classificação – Turma Alvo: Pré-teste (1) e Pós-teste (2)

233

Tot

al

200

65

110

70

135

70

140

70

95

Cot

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0 15

0 15

0 20

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N

0 3 0 3 0 4 0 2

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15

15

15

15

15

20

15

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G

N

3 3 3 3 3 4 3 4

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10

10

20

10

15

10

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N

2 2 2 4 2 3 2 3

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10

15

10

20

15

15

10

10

E

N

2 3 2 4 3 3 2 2

Cot

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0 15

0 15

0 15

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N

0 3 0 3 0 3 0 0

Cot

ação

0 0 0 15

0 20

0 0

C

N

0 0 0 3 0 4 0 0

Cot

ação

15

20

15

15

10

15

15

20

B

N

3 4 3 3 2 4 3 4

Cot

ação

15

20

20

20

20

20

20

20

A

N

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1

AP

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1

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1

MA

2

AC

1

AC

2

Médios Bom Fraco

Anexo 3.3. Grelha de Classificação – Turma de Controlo: Pré-teste (1) e Pós-teste (2)

234

Tot

al

200

45

60

95

65

85

75

55

50

70

65

85

60

110

75

Cot

ação

0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

H

N

0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Cot

ação

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15

20

15

15

15

15

10

15

15

15

15

20

20

G

N

2 3 4 3 3 3 3 2 3 3 3 3 4 4

Cot

ação

10

10

15

10

15

15

10

10

10

10

10

10

20

15

F

N

2 2 3 2 3 3 2 2 2 2 2 2 4 3

Cot

ação

10

10

20

10

20

20

5 5 10

10

10

5 20

15

E

N

2 2 4 2 4 4 1 1 2 2 2 1 4 3

Cot

ação

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

D

N

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Cot

ação

0 0 15

0 10

0 0 0 0 0 20

0 20

0

C

N

0 0 3 0 2 0 0 0 0 0 4 0 4 0

Cot

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5 10

10

15

10

10

10

15

15

10

10

10

20

15

B

N

1 2 2 3 2 2 2 3 3 2 2 2 4 3

Cot

ação

10

10

15

15

15

15

15

10

20

20

20

20

10

10

A

N

2 2 3 3 3 3 3 2 4 4 4 4 2 2

Gre

lha

de C

lass

ifica

ção

Tur

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E

Par

âmet

ros

Cot

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s e

Nív

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Alu

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1

DG

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AC

1

AC

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1

SA

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TS

1

TS

2

FL1

FL2

CC

1

CC

2

Fraco Médios Bons

Anexo 4

235

Anexo 4

Transcrições Ortográficas

4.1. Lista das Convenções Utilizadas nas Transcrições Ortográficas......................236

4.2. Transcrição dos Discursos Produzidos pelos Alunos da Turma Alvo Durante as

Oficinas de Argumentação Oral……………………………………................237

4.3. Transcrição dos Discursos Produzidos pelos Alunos da Turma Alvo no Pré-teste

e no Pós-teste …………………………............................................................242

4.4. Transcrição dos Discursos Produzidos pelos Alunos da Turma de Controlo no

Pré-teste e no Pós-teste …………………….....................................................251

Anexo 4.1. Lista das Convenções Utilizadas nas Transcrições Ortográficas

236

Convenções Utilizadas nas Transcrições Ortográficas19

Na realização das transcrições foi adoptada a ortografia convencional do Português

Europeu. Estabelecem-se, porém, algumas restrições relacionadas com o uso de maiúsculas

(primeira letra de nomes próprios e de títulos, siglas e palavras soletradas) e de sinais de

pontuação (usados quando facilitam a compreensão do discurso e com os mesmos valores com

que são utilizados na escrita, em Português Europeu). As contracções e algumas truncações

também são grafadas convencionalmente, por exemplo, «tar» em vez de «estar» ou «pra» no

lugar de «para». Expressões numéricas e siglas que sejam desenvolvidas são escritas por

extenso, de modo a que se perceba o que foi realmente proferido.

Sinal de Transcrição

Valor Atribuído

- Palavra truncada;

(...) Pausa no discurso, não sendo acabada a frase;

Dificuldades de Audição

<X> Um X por sílaba percebida;

<X X> Uma quantidade de fala indiscernível;

Segmentos em Pausas Preenchidas

aa Quando a pausa preenchida corresponde a uma vogal não nasal;

aam

Quando há uma presença clara de uma vogal seguida de um murmúrio nasal;

mm Quando o som produzido foi nitidamente pronunciado com a boca fechada;

Efeitos Vocais Paralinguísticos com Ocorrência Independente

(RISO) Quando o locutor se ri;

(GARGANTA) ACLARAR A Quando o locutor aclara a garganta.

19 Com base em Mata (1999).

Anexo 4.2. Transcrição dos Discursos – Turma Alvo – Oficinas 4

237

Turma Alvo

Debate Subordinado ao Tema:

Hábitos de leitura dos portugueses

Os obstáculos que dificultam o aumento dos hábitos de leitura dos portugueses estão

relacionados com a população ou com os livros e os editores?

C.A.: iremos abordar os obstáculos que dificultam o aumento dos hábitos de leitura dos

portugueses. defendemos que o principal é a população, abordaremos aspectos como os fracos

hábitos de leitura, o stress, etc. argumento um, ou se lê um livro ou se está ocupado com as lidas

da casa, portanto fazer uma coisa implica não fazer a outra. embora se possa dizer que as lidas

da casa não ocupam o tempo inteiro de uma pessoa, ao acabar resta-lhes tempo para ler. não é

verdade porque ao acabar as tarefas domésticas as pessoas estão demasiado cansadas e não têm

vontade de ler. os últimos dados do Eurobaróm- do Eurobarametro referente a dois mil e sete

indicam que quarenta e nove por cento dos portugueses não leram no ano anterior, logo, têm

fracos hábitos de leitura. sendo os dados referentes a dois mil e sete podem os números ter

mudado, no entanto por a data ser relativamente antiga os dados não devem por a data não ser

relativamente antiga os dados não devem ter mudado radicalmente. argumento três, a maior

parte das pessoas andam stressadas. as pessoas stressadas não conseguem ler, logo, a maior

parte das pessoas não conseguem ler. os li- no entanto os livros têm um efeito calmante nas

pessoas, mas as pessoas ao estarem stressadas não têm tendência a ler. em suma, se a população

portuguesa tivesse melhores hábitos de vida os números de leitores aumentariam exp- exp-

exponencialmente.

E.P.: em relação aos hábitos de leitura vamos defender que o facto de as pessoas não lerem mais

se deve aos livros e aos editores, pois os livros são muito caros e as edições de bolso são cada

vez de mais fraca qualidade. argumento um, se os portugueses tivessem dinheiro compravam

mais livros, houve um aumento dos salários este ano, refutação do contra-argumento, houve um

aumento dos impostos e a subida dos preços e do custo de vida. argumento dois, de acordo com

a informação transmitida pela T S F, sessenta e três por cento dos portugueses afirmam que não

pegaram num único livro, possivelmente devido à crise e aos baixos salários, contra-argumento,

os livros são caros, refutação, existem edições de bolso ainda que possam dizer que haja muito

tempo para ler <X X> argumento três, os livros de bolso perdem qualidade face ao livros

originais devido ao encurtamento do livro, contra-argumento, existem livros de bolso de

qualidade, cont- refutação, eles são escassos e por vezes nunca publi- publicados, pois devido à

redução de preços as editoras têm menos lucro. por fim, achamos que se as editoras

produzissem mais edições de bolso ou se reduzissem a sua margem de lucro ao reduzirem o

preço dos livros, os portugueses iriam ler mais mesmo se tivessem menos tempo.

I.L.: no que diz respeito aos hábitos de leitura dos portugueses, o que vamos o que vamos

defender é que os obstáculos que dificultam os hábitos de leitura dos portugueses estão

Anexo 4.2. Transcrição dos Discursos – Turma Alvo – Oficinas 4

238

relacionados com a população e não com os livros e os editores. os principais argumentos que

serão apresentados assentam na forma de vida dos portugueses, na vantagem dos livros de bolso

e nos preços destes. como argumento um, dissemos que os a que os portugueses optam por levar

uma vida agitada como por exemplo sair à noite ou ir ao cinema, não dedicando o tempo que

têm livre à leitura, fazer uma coisa implica não fazer a outra. aam <X X> embora se possa dizer

que a culpa não é não é portanto da dos liv- sim do da população aa e que a população não pode

ter uma vida agitada quê mas há sempre tempo pa ler, a culpa é dos editores que fazem livros a

um preço elevado, tal tal não acontece visto que aa existem livros cujos preços são acessíveis

como por exemplo os livros do “Expresso”, os Clássicos da Humanidade a um euro. como

argumento dois, dissemos que se os portugueses optassem por levar uma vida mais calma e

sedentária dedicando mais tempo à leitura, os hábitos de leitura da população portuguesa

aumentariam, aa ainda que digam que existem sempre tempos livres na vida das pessoas que

poderiam ser dedicados à leitura, a culpa é dos editores e dos livros, que não são acessíveis e os

que são são de má qualidade. como contra-argumento achamos que a culpa não é dos livros e

editores pois existe uma grande variedade de preços e de livros, ou seja a populaç-, ou seja, a

população é que escolhe fazer outras actividades como ver televisão etc. como terceiro

argumento, dissemos que existem livros a um preço simbólico e ao alcance de todos, basta ver a

colecção Clássicos da Humanidade. como even- como eventual contra-argumento poderiam

dizer que sim mas nem toda a gente tem dinheiro para comprar o “Expresso” e os livros de

bolso não oferecem grande variedade de leitura. ainda assim, mesmo hav- mesmo havendo

pessoas que não não tenham dinheiro para pagar um livro de bolso cujos preços são acessíveis e

quanto à questão da pouca variedade dos livros de bolso, existem bibliotecas públicas que

oferecem uma grande variedade de livrospo gratuitos. em suma, podemos concluir que, através

dos aspectos que referimos, como a vida agitada dos portugueses, a não dedicação de tempo

livre à leitura, as vantagens dos livros de bolso e dos preços acessíveis, a população é a

responsável pelos reduzidos hábitos de leitura dos portugueses.

L.P.: boa tarde. no que toca aos hábitos de leitura dos portugueses, o que nós defendemos em

relação à falta destes no nosso país é por culpa dos livros e dos sues editores, devido ao elevado

preço da maioria dos livros, ao reduzido número de livros de bolso e à sua falta de divulgação.

segundo a T S F, mais de metade dos portugueses admite não ter ne- lido nenhum livro no ano

anterior, usan- usando como justificação o elevado preço. é verdade que existem os livros de

bolso mas também é verdade que existem em menor número o que torna essa procura mais mais

pequena. em em terceiro lugar, a divulgação dos livros é necessária para incentivar os

portugueses a ler e em Portugal existe muita falta de divulgação. existem livros aa jornais como

o “Expresso” a fazerem ofertas, mas essa divulgação não é suficiente, pois se os portugueses

não lêem não vão pa- tar a comprar jornais para lerem os livros. aa em conclusão, a falta de

divulgação dos livros, a falta de maior número de livros de bolso e o o elevado preço dos livros

implica que os portugueses não tenham tanto abo- tantos hábitos de leitura e isso tem de ser

melhorado.

I. M.: boa tarde. as dificuldades no aumento dos hábitos de leitura relacionam-se com os livros e

os editores, consideramos que há três factores principais que contribuem para o reduzido

número de leitores em Portugal, nomeadamente o peso, o preço e a pouca publicitação. dado

Anexo 4.2. Transcrição dos Discursos – Turma Alvo – Oficinas 4

239

que os livros volumosos e de capa dura são de grande peso e incómodos, as pessoas utilizam-

nos menos, deste modo devíamos poder usufruir duma vasta variedade de livros de bolso,

porque estes são de menor peso e são efectivamente a melhor solução. contudo, os livros de

bolso são de fraca qualidade e podem não representar o livro original da melhor forma, no

entanto existe um largo número de edições de bolso da mesma qualidade co livro original, por

exemplo, “Odisseia” de Homero. visto que o preço elevado dos livros é a principal causa do

número reduzido de leitores, se houver uma maior oferta de livros de bolso, o número de

leitores aumentará. aa embora o número diminuto de de leitores deriva da falta de interesse por

parte da população não pelos preços. os últimos dados de Eurobaróm- barómetro apresenta

cinquenta e dois por cento da dos portugueses admite que o preço era um dos principais factores

para não ter lido um livro no último ano, T S F. o fraco investimento das editoras da na

publicidade limita o conhecimento das obras das obras publicadas, por exemplo, o meio

televisivo é um bom veículo publicitário. contudo o meio televisivo é um bom meio publicitário

mas também de elevado preço, o que deixa as editoras numa situação arriscada, embora o

investimento no meio televisivo é arriscado, mas mal como em todos os negócios o

investimento pode ser bem sucedido. em conclusão, verificamos que as dificuldades no aumento

dos hábitos de leitura estão baseados nas proporções, no custo e no fraco investimento da e- das

editoras na publicidade.

N.M.: boa tarde! o nosso grupo defende que a dificuldade no aumento dos hábitos de leitura dos

portugueses está relacionada com a população, devido ao cansaço, ao stress, à analfabetização

ou pouca instrução educacional e às novas tecnologias. em primeiro lugar, devido à vida

agitada, ao trabalho e ao stress permanente os portugueses não lêem. se não estivessem expostos

a esse ritmo de vida provavelmente os portugueses leriam mais, logo a vida agitada da

população leva a que não leia tanto. mas se uma pessoa quiser ler, lê, mesmo que por vezes não

tenha muito tempo. se uma pessoa gostar mesmo de ler arranja qualquer espacinho na sua vida

para ocupar com a leitura, contudo o cansaço é muito maior do que a vontade de ler o que nos

obriga a não dedicar tanto tempo à leitura. em segundo lugar, a informação segundo a

informação fornecida pela a Acção Local de Estatística Aplicada a taxa de analfabetismo ou o

baixo nível de escolarização são factores que justificam os fracos hábitos de leitura dos

portugueses, no entanto a população analfabeta portuguesa apresenta um número quase

insignificante no geral dos indivíduos portugueses, logo este facto não justifica os fracos hábitos

de leitura dos portugueses, mas a verdade é que a taxa de analfabetismo ou baixo nível de

escolaridade são factores que contribuem para que Portugal seja o segundo país da Europa onde

se lê menos, de acordo com o Nuno Guedes da T S F. em terceiro lugar, quer a falta de vontade

quer as inovações tecnológicas como o computador a televisão ou a playstation são factores que

contribuem para que Portugal seja o segundo país da Europa onde se lêem menos livros de

acordo com o Nuno Guedes da T S F. porém, se uma pessoa gostar realmente de ler ocupa o seu

tempo livre em vez de entreter-se com as novas tecnologias, no entanto as oportunidades e

entretenimentos que as novas tecnologias nos oferecem conduz a não nos dedicarmos à leitura.

em conclusão, podemos afirmar que devido que devido à ao cansaço, stress, analfabetismo,

baixo nível educacional e à inovação no campo tecnológico, a verdade é que a população é a

grande responsável pelos fracos hábitos de leitura dos portugueses.

Anexo 4.2. Transcrição dos Discursos – Turma Alvo – Oficinas 4

240

R.F.: saudações, caros ouvintes. neste debate irei abordar os obstáculos que dificultam o

aumento dos hábitos de leitura dos portugueses, que para nós estão relacionados com os livros e

editores. em primeiro lugar, o excessivo número de páginas que um livro contém leva a uma

leitura mais maçuda e por conseguinte leva a uma redução do interesse por parte do leitor, como

é o caso do livro “Odisseia” de Homero. sabendo que nos estabelecimentos de ensino são

impostos aos jovens a leitura de uma vasta gama de obras literárias que a maioria das vezes

apresentam um grande número de páginas e que por conseguinte leva a um desinteresse

prematuro da obra, como solução as editoras poderiam dividir este tipo de obras em volumes

reduzidos. apesar de para a maioria das pessoas o número de páginas ser irrelevante e o que

verdadeiramente importa é o conteúdo do livro. aa em segundo lugar, a utilização de uma

linguagem mais complexa leva a que as pessoas ile- iletradas, que apesar de saberem ler e

escrever não conseguem interpretar, não tenham capacidade para interpretar este tipo de livros.

como forma de resolver este problema as editora as editoras entre si deveriam estabelecer um

acordo com o objectivo de dim- de inserir um maior número de obras literárias nas escolas,

mesmo assim sabemos que a escassa presença de obras literárias no ensino básico levam a um

maior desinteresse e a uma grande quebra dos hábitos literários da população. e por último, os

livros de capa dura apresentam um valor monetário excessivo que faz com que a maior parte da

população não possa adquiri-los, deste modo deveríamos reduzir o preço destes para que desta

forma possamos promover os hábitos de leitura dos portugueses. apesar de os livros de bolso

apresentarem preços mais acessivos acessíveis em relação aos livros de capa dura, os livros de

bolso têm a desvantagem de apresentar uma diminuição do corpo de letra. em suma, os maus

hábitos de leitura dos portugueses derivam dos livros e das editoras não só pelas questões

económico-financeiras como também aa pelas situações logísticas.

A.D.: para nós os escassos hábitos de leitura dos portugueses estão relacionados quase só com a

população portuguesa. os nossos principais argumentos assentam em aspectos como o

analfabetismo, a pobreza e o desintreste desinteresse. argumento um, ou uma pessoa é letrada e

consegue ler livros ou é analfabeta e não consegue ler. Portugal ainda tem uma taxa de

analfabetismo significativa a nível europeu, logo, há pessoas que não conseguem ler. poder-se-á

dizer que hoje a taxa de analfabetismo portuguesa é residual e que não será por aí aa, no entanto

não deixa de ser das maiores da Europa e isto a juntar ao abandono escolar representa uma parte

significativa da população portuguesa que não lê. argumento dois, como ainda subsiste pobreza

e miséria em Portugal os portugueses não têm os livros como algo essencial, isto faz com que

haja uma fraca procura e escassos hábitos de leitura. este argumento pode parecer que dá razão à

tese oposta já que a população é pobre e não tem dinheiro para pagar os livros e o problema está

nos livros que são caros, mas na verdade o problema está é relacionado com a pouca procura da

população, se os se os bens tiverem muita procura baixam os preços, exemplo, na Alemanha

onde tudo é mais caro os livros são mais baratos que em Portugal. argumento três, os

portugueses que nunca foram habituados a ler com regularidade não preferem o livro à

realização de outras actividades que exigem menos esforço. na tese oposta podem dizer que

nunca foram habituados a ler porque os livros nunca lhes proporcionaram condições, mas não,

porque o problema está na herança deixada por uma população que nunca leu muito ao contrário

das restantes europeias. em conclusão, tendo em conta todos estes aspectos, anafabetização,

Anexo 4.2. Transcrição dos Discursos – Turma Alvo – Oficinas 4

241

desinteresse e pobreza achamos que a culpa é dos hábitos dos maus hábitos de leitura que são

provenientes da população portuguesa.

R.F.: aa aa para refutar eu discordo plenamente do que a minha colega A R acabou de dizer

porque ela desconhece neste momento os dados da taxa de analfabetismo aa à entrada deste

século aa a taxa de analfabetismo tem decr- tem descido aa tem descido aa bastante aa e eu

penso que a taxa de analfabetismo neste momento está situada nos cinco por cento e por isso as

pe- o que as pessoas não lêem não é por serem analfabetos porque as pessoas sabem ler e

escrever o que as pessoas aa não são é iletradas não são exacta as pessoas apesar de saberem ler

e escrever não sabem interpretar o conteúdo dos livros e é isso que inca- incapacita as pessoas

de comprarem esses livros que têm uma linguagem mais complexa.

Anexo 4.3. Transcrição dos Discursos – Turma Alvo – Pré-teste/Pós-teste

242

LB:

boa

tard

e. a

a ire

mos

def

ende

r qu

e os

liv

ros

imp

ress

os n

ão s

erão

subs

tituí

dos

pelo

s liv

ros

elec

trón

icos

. va

mos

en

tão

pr

oced

er

à

apre

sent

ação

dos

arg

umen

tos

que

vão

serv

ir d

e su

por

te à

tes

e qu

e

defe

ndem

os.

prim

eiro

ar

gum

ento

, os

liv

ros

impr

esso

s

pret

ende

m

tran

smiti

r um

cer

to p

raze

r ao

ler,

ou

seja

, co

ntac

to

físic

o co

m o

pró

prio

livro

. em

bora

pos

sam

diz

er q

ue o

s liv

ros

elec

trón

icos

são

mai

s pr

átic

os,

os

valo

res

trad

icio

nais

pe

rman

ecem

. se

gund

o ar

gum

ento

, um

liv

ro

impr

esso

não

nec

essi

ta d

e ba

teria

e p

ode

viaj

ar c

onno

sco

para

ond

e

form

os b

asta

ndo

abri-

lo p

ara

com

eçar

a l

er,

no e

nta

nto

há q

uem

dig

a

que

o liv

ro e

lect

róni

co é

mai

s le

ve,

mai

s fin

o e

a ba

teri

a ag

uent

a m

ais

tem

po,

poré

m,

segu

ndo

Um

bert

o E

co,

se

nauf

raga

rmos

nu

ma

ilha

dese

rta

um l

ivro

pod

e se

rvir

-nos

enq

uant

o um

com

put

ador

não

pod

erá

ser

ligad

o em

nen

hum

luga

r. t

erce

iro a

rgum

ento

, se

gun

do U

mbe

rto

Eco

um n

ovo

feito

tec

noló

gico

pod

eria

vir

a a

bolir

ou

des

trui

r al

go q

ue é

cons

ider

ado

prec

ioso

e e

spiri

tual

. em

bora

dig

am q

ue a

tec

nolo

gia

se

está

a a

pode

rar

ou a

cre

scer

den

tro

das

pess

oas

e q

ue e

stas

com

o te

mpo

VB

: (G

AR

GA

NT

A)

AC

LAR

AR

A

bo

a ta

rde.

<

X

X>

aa

m

eu

não

acre

dito

que

os

livro

s im

pres

sos

seja

m,

num

fut

uro

próx

imo

pelo

men

os,

subs

tituí

dos

pelo

s liv

ros

elec

trón

icos

, po

rque

(…

) o

prim

eiro

arg

umen

to é

que

have

ria

uma

série

d-

de p

rofis

sões

rel

acio

nada

s c

om o

s liv

ros

aa s

eria

m

extin

tas,

com

o as

liv

raria

s, a

s ed

itora

s, a

s im

pres

sões

de

livro

s <

X X

>

depo

is t

em a

ver

com

o p

úblic

o qu

e o

públ

ico

que

lê o

u pe

lo m

enos

lê m

uito

não

ader

iria

tão

faci

lmen

te à

s no

vas

tecn

olog

ias

com

o ad

eriu

o p

úblic

o qu

e

ouve

mús

ica

ou q

ue a

deriu

à m

úsic

a po

rtát

il aa

pro

nto

am

m m

úsic

a po

rtát

il

aa m

aior

e m

ais

aber

to q

ue é

um

púb

lico

mai

or e

mai

s ab

erto

às

novi

dade

s

tecn

ológ

icas

aa

a id

eia

de t

er u

m M

P t

rês

com

let

ras

aa

pode

não

ser

tão

bem

-vin

da n

um p

úblic

o qu

e lê

mui

to e

ond

e a

mai

or p

arte

aa

do p

úblic

o nã

o

está

den

tro,

tão

den

tro

das

nova

s te

cnol

ogia

s ou

po

de s

er m

ais

cons

erva

dor.

E

a úl

tima

é um

ar

gum

ento

as

sim

m

ais

étic

o é

que

aa

será

ju

sto

dific

ulta

rmos

m

ais

a le

itura

ao

s pa

íses

su

bdes

envo

lvi

dos

que

não

têm

opor

tuni

dade

de

ler

e ob

viam

ente

que

não

têm

alc

anc

e à

inte

rne

t e à

e à

e a

esta

te

cnol

ogia

qu

e se

ria

bast

ante

ca

ra

e os

liv

ros

o ca

ros

e tã

o

impo

rtan

tes,

man

tê-los

fora

do

alca

nce de

IB (

mod

erad

or):

boa

tar

de,

vam

os d

ar i

níci

o a

um d

eba

te e

o t

ema

abor

dado

é o

s liv

ros

impr

esso

s e

os l

ivro

s el

ectr

ónic

os,

vam

os c

omeç

ar

por

uma

argu

men

to a

fav

or d

os li

vros

impr

esso

s.

CA

(m

oder

ador

): o

tex

to d

igita

l e

o te

xto

impr

esso

. s

erá

que

algu

m d

ia

os li

vros

impr

esso

s vã

o se

r su

bstit

uído

s po

r liv

ros

ele

ctró

nico

s? s

erá

que,

num

fu

turo

pr

óxim

o,

deix

arem

os

de

folh

ear

pági

nas

em

pa

pel

e

pass

arem

os

a ac

eder

ap

enas

a

livro

s el

ectr

ónic

os.

vão

se

r ag

ora

apre

sent

ados

arg

umen

tos

do la

do c

ontr

a.

Deb

ate

Sub

ordi

nado

ao

Tem

a:

O

te

xto

dig

ital e

o te

xto

impr

ess

o

Se

rá q

ue

alg

um

dia

os

livro

s im

pre

sso

s vã

o s

er

subs

tituí

do

s p

or l

ivro

s el

ectr

ón

ico

s? S

erá

qu

e,

nu

m f

ut

uro

pró

xim

o,

de

ixar

em

os

de

folh

ea

r pá

gin

as

em

pa

pel e

pa

ssa

rem

os a

ace

der

ape

na

s a

livr

os e

lect

nic

os?

Pós

-tes

te

Pré

-tes

te

Tur

ma

Alv

o

Anexo 4.3. Transcrição dos Discursos – Turma Alvo – Pré-teste/Pós-teste

243

IB

(m

oder

ado

r): a

rgu

men

tos

a fa

vor

dos

livro

s e

lect

róni

cos.

CA

(m

oder

ador

): a

a va

mos

pas

sar

agor

a a

arg

umen

tos

a fa

vor

dos

livro

s el

ectr

ónic

os.

se ir

ão d

eslig

ar d

os v

alor

es t

radi

cion

ais,

a v

erda

de

é qu

e o

livro

impr

esso

nunc

a irá

per

der

o se

u va

lor

e im

port

ânci

a, p

ois

foi

com

ele

que

tod

os

apre

ndem

os

a le

r e

a te

r go

sto

pela

le

itura

. em

co

ncl

usão

, o

livro

elec

trón

ico

pode

se

r pr

átic

o e

leve

m

as

nunc

a irá

s

ubst

ituir

o

livro

impr

esso

.

dos

país

es o

u da

s pe

ssoa

s qu

e nã

o tê

m o

port

unid

ade

de le

r, a

cho

que

não

seria

tão

just

o. s

ó is

so.

AP

: sa

udaç

ões.

no

qu

e se

re

fere

ao

s liv

ros

digi

tais

e

aos

livro

s

impr

esso

s de

fend

emos

qu

e os

liv

ros

digi

tais

irã

o su

bstit

uir

os

impr

esso

s. e

m p

rimei

ro lu

gar,

os

livro

s el

ectr

ónic

os

são

mai

s có

mod

os

no s

eu t

rans

port

e da

do q

ue s

ão m

ais

leve

s, d

e m

enor

es d

imen

sões

e

mai

s ba

rato

s. e

m s

egun

do l

ugar

for

nece

m u

ma

mai

or v

arie

dade

de

es-

de e

scol

ha p

or p

arte

dos

leito

res

devi

do à

sua

cap

aci

dar

capa

cida

de d

e

arm

aze-

arm

azen

amen

to q

ue s

egun

do I

sabe

l Cou

tinho

para

mai

s de

mil

e qu

inhe

ntos

liv

ros.

por

últi

mo,

os

livro

s el

ectrón

icos

con

trib

uem

para

a q

ualid

ade

de v

ida

dos

defic

ient

es a

uditi

vos

já q

ue n

o K

indl

e

dois

exi

ste

uma

funç

ão q

ue d

ispo

nibi

liza

a le

itura

do

s liv

ros

em v

oz

alta

. po

r es

tas

razõ

es c

oncl

uím

os q

ue o

s liv

ros

dig

itais

inc

entiv

am a

leitu

ra n

ão s

ó pe

la s

ua u

tilid

ade

e pr

eço

mas

tam

bém

por

tod

as a

s su

as

cara

cter

ístic

as in

ovad

oras

, de

sta

feita

em

vez

dos

m

étod

os t

radi

cion

ais

refe

ridos

por

a L

nos

no

argu

men

to q

ue o

s liv

ros

devi

am p

erm

anec

er.

obri

gado

.

AP

: os

arg

umen

tos

que

a- q

ue a

pres

enta

mos

a f

avor

são

os

segu

inte

s, e

m

prim

eiro

lug

ar e

o a

rgum

ento

que

ach

amos

mai

s im

por

tant

e é

o fa

cto

de

sere

m d

e m

elho

r tr

ansp

orte

e m

uito

mai

s có

mod

os.

em s

egun

do lu

gar

o fa

cto

de o

s liv

ros

sere

m e

lect

róni

cos

pode

cria

r no

s jo

vens

um

a ev

oluç

ão n

os s

eus

hábi

tos

de le

itura

. ou

tro

fact

or q

ue e

vide

ncia

isto

mes

mo

é o

preç

o do

s liv

ros

elec

trón

icos

ser

em i

nfer

iore

s ao

val

or d

os p

ri- d

os l

ivro

s im

pres

sos,

em

resp

osta

ó m

m ó

arg

umen

to c

ontr

a. o

utro

asp

ecto

que

con

trib

ui p

ara

o

suce

sso

dos

livro

s el

ectr

ónic

os é

o q

ue e

ste

repr

esen

ta n

a lu

ta c

ontr

a o

aque

cim

ento

glo

bal,

dado

que

as

fábr

icas

de

pape

l s

ão a

s m

ais

polu

ente

s,

outr

o ar

gum

ento

que

mos

tra

isso

mes

mo

é as

mat

éria

s-p

rimas

tai

s co

mo

árvo

res,

pla

ntas

e e

tc. d

eixa

rem

de

ser

mai

s pr

ocur

adas

.

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Anexo 4.3. Transcrição dos Discursos – Turma Alvo – Pré-teste/Pós-teste

244

Pré

-tes

te

CA

: bo

a ta

rde.

na

noss

a op

iniã

o os

liv

ros

elec

trón

ico

s nu

nca

irão

subs

titui

r po

r co

mpl

eto

os l

ivro

s im

pres

sos,

poi

s h

aver

á se

mpr

e

inúm

eras

pes

soas

com

pre

ferê

ncia

pel

os l

ivro

s fís

icos

sej

a pe

lo

gost

o da

lei

tura

ou

pelo

pra

zer

da c

onst

ituiç

ão d

e um

a en

orm

e

bibl

iote

ca

priv

ada.

em

pr

imei

ro

luga

r ex

iste

m

cert

as

clas

ses

soci

ais

que

não

poss

uem

di

spon

ibili

dade

m

onet

ária

p

ara

adqu

irire

m o

s di

spen

dios

os l

ivro

s el

ectr

ónic

os.

no

enta

nto

com

o

pass

ar d

os a

nos

irá

desv

alor

izar

por

que

se t

rata

de

um

obj

ecto

elec

trón

ico,

m

as

até

as

pess

oas

terã

o de

pa

gar

um

pr

eço

dem

asia

do e

leva

do.

em s

egun

do l

ugar

, as

pes

soas

irã

o op

tar

por

ouvi

r as

su-

as

suas

obr

as p

refe

ridas

, se

ndo

isso

um

a da

s op

ções

do

livro

el

ectr

ónic

o,

com

is

so

irá

aum

enta

r a

taxa

de

anal

fbet

izaç

ão,

pois

ce

rtas

pe

ssoa

s em

ve

z le

r vã

o ou

vir.

no

enta

nto,

os

aman

tes

da le

itura

não

irão

dei

xar

de o

faz

er p

ois

i- po

r

exis

tir u

ma

opçã

o qu

e le

ia o

s liv

ros

em v

oz a

lta,

mas

irá

ser

mui

tas

veze

s ut

iliza

da a

lei d

o m

enor

esf

orço

. em

ter

ceir

o lu

gar,

as

bibl

iote

cas

deix

arão

de

se

r fr

eque

ntad

as

pois

nu

m

liv

ro

elec

trón

ico

bási

co

pode

m

arm

azen

ar

cerc

a de

m

il qu

inh

enta

s

obra

s. n

o en

tant

o, a

ctua

lmen

te a

s bi

blio

teca

s já

o m

uito

pou

co

freq

uent

adas

, m

as c

om o

apa

reci

men

to d

os l

ivro

s el

ect

róni

cos

irá

dar-

se

o en

cerr

amen

to

de

inúm

eras

bi

blio

teca

s.

conc

luin

do,

o

apar

ecim

ento

dos

livr

os e

lect

róni

cos

nunc

a irá

ban

ir

por

com

plet

o

os l

ivro

s im

pres

sos.

aam

con

tra-

argu

men

tand

o o

que

foi

dito

pel

a

com

odid

ade

dos

livro

s aa

um

a ba

teri

a nã

o é

efém

era

aliá

s um

a

bate

ria

é ef

émer

a,

logo

le

var

um

livro

el

ectr

ónic

o nu

nca

vai

subs

titui

r um

livr

o im

pres

so. e

pro

nto.

JC:

amm

os

noss

os a

rgum

ento

s co

ntra

os

livro

s el

ect

róni

cos

é a

leitu

ra e

star

aa

cond

icio

nada

ao

supo

rte

aa u

tiliz

ado

com

o aa

a à

ba

teri

a e

a um

a av

aria

aa

mui

to

dific

ilmen

te e

star

ão d

ispo

níve

is t

odas

as

obra

s em

ve

rsão

ele

ctró

nica

aa

a du

raçã

o

dum

apa

relh

o nã

o se

com

para

à d

um à

de

um li

vro

e n

em to

da a

a p

opul

ação

est

aria

habi

litad

a à

poss

e de

(…

) a

pode

r ad

quiri

r um

apa

relh

o el

ectr

ónic

o. <

X X

> A

a

cont

ra-a

rgum

enta

ção

aa a

pesa

r de

os

livro

s el

ectr

ónic

os t

erem

mui

tas

vant

agen

s

pode

rem

aa

arm

azen

ar v

ária

s ob

ras

e in

corp

orar

dic

ion

ário

s e

até

lere

m e

m v

oz

alta

, exi

ste

mui

ta g

ente

que

irá

opta

r pr

efer

ir p

or fo

lhea

r um

livr

o.

Pós

-tes

te

IB (

mod

erad

ora)

: argu

men

tos

a fa

vor

dos

livro

s im

pres

sos

. C

A (

mod

erad

ora)

: arg

umen

tos

cont

ra o

s liv

ros

elec

trón

icos

.

Anexo 4.3. Transcrição dos Discursos – Turma Alvo – Pré-teste/Pós-teste

245

E P

: bo

a ta

rde.

a t

ese

que

irem

os d

efen

der

é qu

e no

fut

uro

todo

s o

livro

s im

pres

sos

serã

o su

bstit

uído

s po

r liv

ros

digi

tais

. de

vido

ao

fact

o do

s liv

ros

digi

tais

tom

arem

o l

ugar

dos

livro

s re

ferid

os,

este

s irã

o tr

azer

ben

efíc

ios

impo

rtan

tes

tais

com

o, o

ava

nço

tecn

ológ

ico,

mel

horia

na

qual

idad

e de

ensi

no,

é de

cil

aces

so

e in

cent

iva

a le

itura

do

s

mai

s

jove

ns,

o ap

arel

ho e

m u

so p

oder

á ai

nda

cont

er m

ilha

res

de

livro

s se

ndo

fáci

l m

anej

o,

é um

ap

arel

ho

que

pode

s

er

tran

spor

tado

pa

ra

todo

o

lado

se

ndo

mai

s fin

o e

lev

e,

segu

ndo

o site

do

jorn

al “

Púb

lico”

. es

te a

pare

lho

digi

tal s

erá

aind

a am

igo

do

ambi

ente

, po

upan

do

o us

o de

pa

pel,

redu

zind

o dr

astic

amen

te o

cor

te d

e ár

vore

s, s

egun

do o

site

da r

evis

ta E

scol

a. p

ara

conc

luir

, es

ta i

nova

ção

pod

erá

aind

a

imor

tabi

- im

orta

lizar

os

liv

ros

vist

o qu

e nã

o ha

ver

á o

prob

lem

a de

est

es s

e es

trag

arem

com

o o

pas

sar

do t

empo

,

apes

ar

de

have

r fo

rte

prob

abli-

pr

obab

ilida

des

de

hav

er

avar

ias

de so

ftw

are

com

o a

pare

lho,

mas

com

a e

volu

ção

tecn

ológ

ica

acre

dita

mos

que

ser

á po

ssív

el m

esm

o co

m e

ssas

avar

ias

a in

form

ação

não

fic

ar d

anifi

cada

. pa

ra r

efut

ar o

s

argu

men

tos

da C

aam

não

é p

or h

aver

liv

ros

elec

trón

icos

que

a ta

xa d

e al

fabe

tizaç

ão ir

á au

men

tar

anal

fabe

be-.

GB

: aa

com

o ar

gum

ento

s a

favo

r te

mos

que

os

livro

s fís

icos

não

vão

des

apar

ecer

porq

ue (

…)

vão

desa

pare

cer

por

caus

a de

, po

r ex

empl

o, o

s pr

oble

mas

de

ambi

ente

com

o o

bura

co n

a ca

mad

a do

ozo

no e

tam

bém

com

o to

rna

mui

to m

ais

fáci

l o

uso

do

próp

rio

livro

aa

at

é po

rque

os

e

bo

oks,

apes

ar

de

sere

m

caro

s,

torn

am-s

e

inve

stim

ento

s a

long

o pr

azo

e os

e

bo

oks

tam

bém

pod

em s

air

mai

s ba

rato

s a

long

o

praz

o vi

sto

que

pode

mos

faz

er o

d

ow

nlo

ad

de d

e sof

twa

re d

e do

liv

ro e

m s

i, da

inte

rnet

, de

site

s qu

e sã

o ab

solu

tam

ente

grá

tis.

Aa

com

os

eb

ook

s tam

bém

tem

os a

i- i

n- i

ncor

pora

r os

dic

ioná

rios

e n

otas

e p

odem

os

tam

bém

ref

erir-

nos

ao i

mpa

cto

peda

gógi

co e

aca

dém

ico

que

pode

m t

er,

vist

o qu

e ta

l c

omo

os a

rgum

ento

s do

do

peso

do

s liv

ros

que

som

os

obrig

ados

a

carr

egar

di

a-

diar

iam

ente

e

que

nos

prej

udic

a a

saúd

e. c

ontr

a o

argu

men

to d

o Jo

ão n

ão h

á na

da a

diz

er,

ele

refe

riu

pref

erên

cias

das

pes

soas

e is

so n

ão p

ode

ser

disc

utid

o.

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

CA

(m

oder

ador

a): a

rgum

ento

s a

favo

r do

s liv

ros

elec

trón

icos

. B

(m

oder

ador

a):

a E

vai

exp

or o

s ar

gum

ento

s a

favo

r d

os

livro

s el

ectr

ónic

os.

Anexo 4.3. Transcrição dos Discursos – Turma Alvo – Pré-teste/Pós-teste

246

IB

(mod

erad

or):

a

A

irá

expo

r os

ar

gum

ento

s a

favo

r

dos

livro

s

impr

esso

s.

CA

(m

oder

ador

): a

rgum

ento

s co

ntra

os

livro

s el

ectr

óni

cos.

IL:

mui

to b

oa ta

rde.

nes

te d

ebat

e on

de v

ai s

er a

bor

dado

o t

ema

sobr

e se

algu

m d

ia o

s liv

ros

impr

esso

s vã

o se

r su

bstit

uído

s pe

los

livro

s el

e-

elec

trón

icos

nós

vam

os d

efen

der

que

os l

ivro

s im

pre

ssos

não

vão

nem

têm

de

desa

pare

cer.

hoj

e em

dia

com

o a

pare

cim

ento

de

um

a no

- de

uma

nova

tec

nolo

gia

que

func

iona

com

o um

liv

ro e

le-

ele

ctró

nico

,

vária

s pe

ssoa

s pe

nsam

que

os

livro

s im

pres

sos

vão

des

apar

ecer

, co

mo

argu

men

to c

ontr

a ac

ham

os q

ue o

s liv

ros

impr

esso

s nã

o vã

o nã

o (R

ISO

)

desa

pare

cer

e te

mos

com

o ex

empl

o, e

m p

rimei

ro lu

gar

, o

fact

o de

com

a in

venç

ão a

s pe

ssoa

s as

pes

soas

não

mai

s se

rão

obr

igad

as a

tre

inar

a

mem

ória

, is

to d

ito p

elo

Far

aó,

e co

m i

sto

pode

mos

con

clui

r qu

e ho

je

em d

ia,

apes

ar d

e a

escr

ita t

er s

ido

inve

ntad

a, n

ão d

eixá

mos

de

ter

mem

ória

, ta

l po

de

ser

com

prov

ado

atra

vés

do

text

o a

at

ravé

s da

segu

inte

fras

e <

X X

> a

trav

és d

a se

guin

te fr

ase

o F

ara

ó es

tava

a m

avi-

a

man

ifest

ar u

m m

edo

um m

edo

eter

no,

o m

edo

de u

m n

ovo

f- f

- fe

itio

tecn

ológ

ico

pude

sse

abol

ir e

dest

ruir

algo

. co

mo

cont

ra-a

rgum

ento

tem

os q

ue c

om o

apa

reci

men

to d

os li

vros

ele

ctró

nico

s va

i ser

inst

ituíd

a

uma

leitu

ra m

ais

fáci

l e

dado

o f

acto

de

ser

mai

s p

eque

no e

lev

e

prov

oca

o m

elho

r tr

ansp

orte

e c

om is

to m

ais

pess

oas

vão

com

eçar

a le

r.

Com

o ar

gum

ento

tem

os a

diz

er q

ue a

pesa

r de

um

mel

hor

tran

spor

te

prov

ocad

o pe

lo

livro

el

ectr

ónic

o o

livro

im

pres

so

não

es

cond

icio

nado

à b

ater

ia,

pode

mos

ler

o t

empo

que

qui

serm

os e

ond

e

quis

erm

os t

ambé

m.

com

o co

ntra

-arg

umen

to,

com

os

livro

s im

pres

sos

há u

m f

orte

aba

timen

to d

e ár

vore

s e

nós

argu

men

tam

os

aa q

ue a

pesa

r

de o

aba

timen

to d

e ár

vore

s ho

je e

m d

ia e

xist

e já

a

reci

clag

em d

o pa

pel

e al

ém d

isso

os

livro

s de

pap

el s

ão u

m g

asto

de

pap

el ú

til e

pod

em

dura

r m

uito

s an

os s

e fo

rem

bem

con

serv

ados

.

AM

: aa

por

tant

o nó

s va

mos

fal

ar d

e aa

o l

ivro

im

pre

sso

não

tem

bat

eria

com

o já

fo

i re

feri

do

aa

aqui

o

João

s po

dem

os

lê-

lo

sem

pre

que

quis

erm

os,

quan

do

é um

liv

ro

impr

esso

s po

dem

os

ler

se

mpr

e qu

e

quis

erm

os n

ão p

reci

sam

os d

e es

tar

preo

cupa

dos

ah o

nde

é q

ue e

u vo

u

carr

egar

, on

de e

stá

para

car

rega

r, n

ão,

o liv

ro im

pre

sso

pode

mos

ler

sem

pre

que

nós

quis

erm

os a

a ne

m s

empr

e as

tec

nolo

gias

são

to

talm

ente

van

tajo

sas

aam

lev

am m

uita

s ve

zes

leva

m-n

os a

o ab

ando

no d

as p

rát

icas

tra

dici

onai

s

com

o po

r ex

empl

o a

rela

ção

afec

tiva

que

nós

tem

os c

om o

obj

ecto

, nó

s

apre

ndem

os a

ler

pelo

livr

o da

prim

ária

e v

imos

, fo

lheá

mos

, vi

mos

imag

ens,

vem

os a

s le

tras

com

o es

tão

perf

eitin

has

às v

ezes

fe

itas

à m

ão,

às v

ezes

faze

mos

liv

ros

à m

ão,

port

anto

aa

não

não

just

ifica

pas

sar

pass

ar t

oda

a

gent

e a

utili

zar

aa a

am o

bjec

tos

elec

trón

icos

par

a le

r. a

am <

X X

> e

por

tant

o

este

s va

lore

s m

erec

em s

er e

stim

ados

. aa

qua

nto

à op

ção

de a

lta v

oz q

ue

tam

bém

aa

os (

…)

é ve

rdad

e qu

e ca

tec

nolo

gia

mod

ern

a po

dem

os p

ôr e

m

alta

voz

pra

pra

ouv

ir a

leitu

ra m

as n

unca

tem

os a

m

esm

a im

pres

são

de s

e

form

os n

ós a

ler,

aliá

s ac

ho q

ue n

em in

terp

reta

mos

da

mes

ma

man

eira

se

for

uma

pess

oa a

ler

ou a

a eu

a le

r ou

eu

a ou

vir

não

ten

ho a

mes

ma

impr

essã

o

de d

e se

tiv

er a

ouv

ir d

o qu

e ta

r a

ler.

aam

tam

os

a in

terp

reta

r e

a fa

zer

o

noss

o pr

ópri

o ju

ízo

e qu

anto

à

opçã

o de

al

ta

voz,

e

stam

os

a ou

vir

e

sim

ples

men

te t

amos

a a

ceita

r e

a in

terio

rizar

o q

ue n

os e

stão

a d

izer

. aa

agor

a qu

anto

à e

tam

bém

qua

nto

à à

se s

e vã

o se

a a

lta a

a o

de a

lta v

oz p

assa

a pa

ssa

a se

r m

ais

utili

zado

as

pess

oas

as p

esso

as

que

são

anal

fabe

tas

vão

cont

inua

r an

alfa

beta

s nã

o vã

o ap

rend

er a

ler,

não

vão

apr

ende

r a

a in

trui

r- a

inte

rioriz

ar v

ão a

pena

s ou

vir

e sa

tisfa

zer-

se a

ouv

ir liv

ros

cont

ados

.

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Anexo 4.3. Transcrição dos Discursos – Turma Alvo – Pré-teste/Pós-teste

247

IB

(mod

erad

or):

a

A

R

irá

argu

men

tar

a fa

vor

dos

livr

os

elec

trón

icos

.

CA

(m

oder

ador

a): a

rgum

ento

s a

favo

r do

s liv

ros

elec

trón

icos

.

AR

: bo

a ta

rde.

o n

osso

gru

po t

em u

ma

opin

ião

form

ada

acer

ca d

este

assu

nto.

def

ende

mos

a s

ubst

ituiç

ão d

os l

ivro

s im

pre

ssos

pel

os l

ivro

s

elec

trón

icos

. di

vers

os

fact

ores

co

mo

a m

aior

ac

essi

bilid

ade,

nom

eada

men

te o

fac

to d

e o

preç

o se

r m

ais

baix

o as

sim

com

o a

mai

or

faci

lidad

e de

tra

nspo

rte,

na

med

ida

em q

ue p

odem

os

guar

dar

uma

inúm

era

quan

tidad

e de

livr

os,

segu

ndo

o jo

rnal

“P

úblic

o” n

a ed

ição

de

dez

de

Fev

erei

ro

dest

e an

o re

digi

do

por

Isab

el

Cou

tin

ho

é-no

s

poss

ível

con

- co

n- c

onst

atar

que

pod

emos

gua

rdar

ce

rca

de m

il e

quin

hent

os l

ivro

s em

doi

s gig

as.

em s

egun

do l

ugar

pod

emos

ref

erir

o

fact

o de

ao

pref

erirm

os li

vros

ele

ctró

nico

s em

vez

de

livr

os im

pres

sos

esta

mos

a a

pou

par

o am

bien

te d

e um

exc

essi

vo c

orte

de

árvo

res,

embo

ra h

aja

opin

iões

con

trár

ias

à no

ssa

tese

que

de

fend

am q

ue o

uso

de

livro

s di

gita

is

pode

cond

uzir

a um

ga

sto

supé

rflu

o de

elec

tric

idad

e, a

ver

dade

é q

ue e

sta

ener

gia

pode

se

r pr

oduz

ida

com

mai

s fa

cilid

ade

e co

m r

apid

ez o

que

não

é p

ossí

vel

com

a p

lant

ação

de

árvo

res

que

dem

ora

tem

po. d

e se

guid

a po

dem

os a

a de

bru

çar-

nos

sobr

e

o m

aior

ac

esso

qu

e os

liv

ros

elec

trón

icos

no

s pr

opo

rcio

nam

à

liter

atur

a es

tran

geira

. em

su

ma,

po

dem

os

conc

luir

que

os

liv

ros

impr

esso

s se

rão

subs

tituí

dos

pelo

s liv

ros

elec

trón

ico

s de

vido

a

fact

ores

já r

ef-

refe

renc

iado

s co

mo

são

exem

plo

a m

aior

fac

ilida

de d

e

tran

spor

te,

a m

aior

ace

ssib

ilida

de,

na m

edid

a em

qu

e es

tes

são

mai

s

bara

tos

e po

r úl

timo

o m

aior

ace

sso

a ca

da v

ez m

ais

req

u- r

equi

sita

da

liter

atur

a es

tran

geira

.

AR

: co

mo

argu

men

tos

a fa

vor

nós

tem

os q

ue s

ão m

ais

aces

síve

is a

a sã

o

mai

s ba

rato

s, s

ão m

uito

mai

s fá

ceis

de

tran

spor

tar

aam

pou

pam

os im

enso

o

ambi

ente

aa

do e

xces

sivo

cor

te d

e ár

vore

s aa

m t

emos

ace

sso

à lit

erat

ura

estr

ange

ira c

om m

ais

faci

lidad

e e

tam

bém

com

mai

s r

apid

ez e

, no

caso

de

a

letr

a nã

o se

r ac

essí

vel

ao le

itor,

exi

ste

a po

ssib

ilid

ade

de d

e au

men

tar

essa

mes

ma

e po

r úl

timo

tem

os a

inda

que

pod

emos

gua

rdar

um

mai

or n

úmer

o

de li

vros

com

o, p

or e

xem

plo,

num

a pen

de d

ois

giga

s co

nseg

uim

os g

uard

ar

mai

s ou

men

os m

il e

quin

hent

os l

ivro

s e

quan

to à

qui

lo q

ue a

Ana

ís d

isse

aam

é a

ssim

nem

tod

as a

s pe

ssoa

s sa

bem

ler

e ne

m t

oda

s as

pes

soas

pod

em

ler,

pess

oas

que

não

pode

m l

er,

entã

o ac

ho b

em q

ue e

xist

am e

sses

sist

emas

de

alta

voz

par

a ta

mbé

m p

ropo

rcio

nar

às p

ess

oas

que

não

poss

am

ler

tere

m ta

mbé

m a

cess

o às

his

tória

s e

às o

bras

.

Pré

-tes

te

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Anexo 4.3. Transcrição dos Discursos – Turma Alvo – Pré-teste/Pós-teste

248

IB

(mod

erad

or):

o

Afo

nso

irá

argu

men

tar

a fa

vor

dos

liv

ros

impr

esso

s.

CA

(m

oder

ador

): o

s liv

ros

elec

trón

icos

.

AC

: oh

boa

tar

de.

em r

elaç

ão a

o te

ma

apre

sent

ado,

som

os d

a op

iniã

o

que

os l

ivro

s im

pres

sos

perm

anec

erão

no

noss

o qu

oti

dian

o. a

a em

prim

eiro

luga

r os

livr

os im

pre-

impr

esso

s nã

o ne

ces

sita

m,

ao c

ontr

ário

de d

as p

lata

form

as d

as p

lata

form

as d

e le

itura

de

de d

e ou

tros

liv

ros

não

prec

isam

de

de u

ma

uma

font

e pe

recí

vel

de e

nerg

ia a

a ap

enas

é

prec

iso

o liv

ro,

que

é um

ele

men

to d

e fá

cil t

rans

port

e e

rela

tivam

ente

aces

síve

l a

toda

a

gent

e.

em

segu

ndo

luga

r,

aa

as

pes

soas

es

tão

habi

tuad

as a

os li

vros

impr

esso

s is

to é

um

fac

tor

de p

ersu

asão

pra

s pr

as

edito

ras

que

pode

m s

ofre

r qu

ebra

s na

s su

as v

enda

s c

om a

per

ca d

e

leito

res

quan

do p

assa

rem

a e

dita

r m

ais

livro

s el

ect

róni

cos

ao in

vés

de

pass

arem

aa

cont

inua

rem

co

co l

ivro

im

pres

so.

e em

úl

timo

luga

r

pode

mos

diz

er q

ue n

o âm

bito

de

pres

erva

r a

natu

reza

exi

stem

edi

ções

em p

apel

rec

icla

do e

pod

e-se

sem

pre

reco

rrer

à r

eut

iliza

ção

dos

livro

s

aa c

omo

por

exem

plo

os a

lfarr

abis

tas

e as

bib

liote

cas

púb

licas

.

A C

: or

a o

o liv

ro i

mpr

esso

é u

m l

ivro

mui

to m

ais

cóm

odo

e m

uito

mai

s

prát

ico

aa p

ara

o le

itor

do q

ue o

do

que

o liv

ro e

lec

trón

ico,

por

que

não

nece

ssita

de

uma

plat

afor

ma

para

ace

derm

os a

ele

, t

emos

o li

vro

usa-

tem

-

tem

o-lo

, po

r ex

empl

o, n

a no

ssa

moc

hila

ou

mes

mo

no

noss

o bo

lso,

se

for

caso

dis

so,

e e

e us

- e

us-

e us

- e

usam

os u

sam

os e

sse

esse

mes

mo

livro

. há

tam

bém

o h

ábito

das

pes

soas

, as

pes

soas

aa

desd

e há

séc

ulos

hab

ituar

am-s

e

a a

supo

rte

escr

- a

um s

upor

te e

scrit

o pa

lpáv

el q

ue n

ão q

ue n

ão n

ão n

ão

este

ja d

entr

o du

m d

um e

crã

ou o

u as

sim

aam

o o

o l

ivr

o qu

e es

tá d

entr

o

dess

e ec

rã a

a é

está

mai

s su

jeito

a d

esap

arec

er d

o qu

e um

do

que

um li

vro

escr

ito,

porq

ue o

liv

ro o

liv

ro i

mpr

esso

tem

mui

to

mai

s aa

lon

gevi

dade

e

dura

bilid

ade

do q

ue u

m l

ivro

do

que

um l

ivro

que

es

tá s

ujei

to a

a a

um

supo

rte

info

rmát

ico

aa,

porq

ue e

sse

info

rmát

ico

é (

…)

os c

ompo

nent

es

info

rmát

icos

são

mui

to p

erec

ívei

s. a

a <

X X

> a

a ta

mb

ém o

o a

nec

essi

dade

de d

as p

esso

as o

lhar

em o

lhar

em f

ixam

ente

par

a pr

a u

m e

crã

de c

ompu

tado

r

acab

a po

r lh

es d

anifi

car

a vi

sta

po-

pode

pod

e at

ingi

r pr

opor

ções

bas

tant

e

grav

es a

a qu

anto

ao

argu

men

to d

e qu

e os

liv

ros

abat

em á

rvor

es e

e d

es-

dest

roem

a c

amad

a do

ozo

no e

isso

poss

ibili

dade

de

se

de s

e tr

ansf

orm

ar

aam

de

se d

e fa

zere

m l

ivro

s em

em

pap

el r

ecic

lado

, de

fac

to o

s liv

ros

de

pape

l rec

icla

do s

ão m

ais

caro

s m

as s

ão m

ais

bara

tos

do

que

com

prar

aa

um

com

puta

dor

novo

pra

pra

se

aced

er à

in

tern

et o

u pr

a ou

pra

ler

um li

vro

ou

mai

s ba

rato

s do

que

qua

lque

r ou

tro

supo

rte

onde

se

poss

a le

r um

liv

ro

info

rmát

ico.

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Anexo 4.3. Transcrição dos Discursos – Turma Alvo – Pré-teste/Pós-teste

249

IB

(mod

erad

or):

o

M

os

seus

ar

gum

ento

s a

favo

r do

s liv

ros

elec

trón

icos

.

CA

(m

oder

ador

): a

rgum

ento

s a

favo

r do

s liv

ros

elec

tró

nico

s.

MA

: sa

udaç

ões,

car

os o

uvin

tes.

ven

ho p

or e

ste

mei

o co

mun

icar

-vos

a

noss

a po

siçã

o em

rel

ação

ao

futu

ro d

os l

ivro

s im

pre

ssos

. es

tes

em

brev

e pr

azo

serã

o su

bstit

uído

s pe

los

livro

s el

ectr

óni

cos.

par

a ap

urar

esta

tes

e eu

def

endo

que

os

livro

s el

ectr

ónic

os s

ão d

e es

pess

ura

fina

e

com

por

te l

eve

perm

itind

o a

todo

s os

ind

ivíd

uos

tra

nspo

rtá-

los

para

qual

quer

lug

ar.

inde

pend

ente

men

te d

o va

lor

mon

etár

io

dest

es l

ivro

s a

utili

dade

de

verá

se

r ba

stan

te

valo

rizad

a pe

la

poss

ibi

lidad

e de

inco

rpor

arem

di

vers

as

obra

s nu

m

únic

o liv

ro.

com

o s

egun

do

argu

men

to e

par

a re

futa

r aq

uele

s qu

e de

fend

em o

val

or e

os

cost

umes

trad

icio

nais

de

vo

man

ifest

ar

a m

inha

to

tal

disc

ordâ

ncia

po

is

o

dese

nvol

vim

ento

de

uma

soci

edad

e é

inex

- in

exor

ável

ine

xorá

vel.

os

livro

s el

ectr

ónic

os

são

uma

cont

ribui

ção

aditi

va

a este

dese

nvol

vim

ento

pro

gres

sivo

, ca

so c

ontr

ário

ain

da n

os d

edic

aría

mos

à

arte

ru

pest

re.

em

terc

eiro

lu

gar,

qu

erem

os

man

ifest

ar

a no

ssa

preo

cupa

ção

ao a

bate

pro

gres

sivo

de

árvo

res

que

se

tem

agr

avad

o no

s

últim

os a

nos.

um

a da

s ca

usas

par

a es

ta c

atás

trof

e t

em s

ido

a el

evad

a

prod

ução

de

livro

s im

pres

sos

que

cons

omem

est

a m

até

ria-

prim

a em

gran

de e

scal

a. s

ejam

os a

mig

os d

o am

bien

te e

con

trib

uam

os p

ara

um

mun

do m

elho

r. e

m s

uma,

os

livro

s el

ectr

ónic

os a

pres

enta

m c

ondi

ções

bast

ante

fa

vorá

veis

pa

ra

que

num

fu

turo

pr

óxim

o ul

tra

pass

em

o

volu

me

de n

egóc

ios

dos

livro

s de

pap

el.

MA

: aa

o m

eu g

rupo

, qu

e se

enc

ontr

a a

favo

r, d

esta

cám

os d

ois

argu

men

tos

que

cons

ider

ámos

de

m

aior

re

levâ

ncia

. em

pr

imei

ro,

tem

os

obse

rvad

o qu

e a

cons

tant

e ev

oluç

ão t

ecno

lógi

ca t

em v

indo

aos

pou

cos

a i

nvad

ir e

a m

elho

rar

a

vida

do

quot

idia

no a

caba

ndo

por

abra

nger

as

área

s m

ais

bási

cas,

pro

mov

endo

a

mod

erni

zaçã

o gl

obal

e p

rom

oven

do a

cul

tura

lite

rári

a, p

or e

xem

plo,

exi

- (…

)

para

alé

m d

os l

ivro

s el

ectr

ónic

os t

ambé

m p

oder

íam

os a

cede

r a s

ites

que

exis

tem

pub

licad

os n

a inte

rnet q

ue p

erm

item

fác

il ac

esso

à p

opul

ação

mun

dial

de m

elho

r fa

cilid

ade

a ní

vel d

e ac

esso

, qu

ando

dig

o m

aior

fac

ilida

de r

efiro

-me

à

cons

tant

e ex

pans

ão d

a inte

rnet p

ela

popu

laçã

o m

undi

al e

de

mai

or e

de

mel

hor

orga

niza

ção

espa

cial

. co

mo

todo

s sa

bem

os,

os p

robl

em

as a

mbi

enta

is t

ambé

m

têm

vin

do a

agr

avar

-se

devi

do a

o de

sequ

ilíbr

io d

o e

coss

iste

ma,

nes

te c

aso,

fala

ndo

da

deflo

rest

- da

de

sflo

rest

ação

qu

e po

deria

se

r re

duzi

do

com

um

a

dim

inui

ção

do c

onsu

mo

do H

omem

, ne

ste

caso

, de

ixan

do

de p

ublic

ar li

vros

sob

o fo

rmat

o o

form

ato

de p

ágin

as e

sub

stitu

indo

-o p

or m

eios

ele

ctró

nico

s qu

e se

tem

vin

do a

pro

mov

er e

a v

erifi

car

de g

rand

e qu

alid

ade

com

qua

nd-

(…)

em

rela

ção

aos

argu

men

tos

apre

sent

ados

pe

la

opos

ição

n

ós

dest

acám

os

que

a

trad

ição

te

m

vind

o pr

ogre

ssiv

amen

te

a to

rnar

-se

uma

ba

nalid

ade

pera

nte

a

evol

ução

dem

olid

ora

da t

ecno

logi

a qu

e se

tem

sup

eri

oriz

ado

aos

cost

umes

de

antig

amen

te,

tem

os o

exe

mpl

o da

pen

a qu

e fo

i su

bsti

tuíd

a pe

la m

áqui

na d

e

escr

ever

e

de

segu

ida

pelo

co

mpu

tado

r.

no

caso

da

s ed

itora

s,

não

seria

m

prej

udic

adas

com

est

a m

udan

ça p

ois

seria

m p

arte

int

egra

nte

dest

e ne

góci

o, o

u

seja

, os

edi

tore

s re

cebe

riam

um

a co

mis

são

face

ao

núm

ero

de li

vros

ele

ctró

nico

s

publ

icad

os,

com

est

a tr

iang

ulaç

ão d

e in

tere

sses

, au

tore

s, e

dito

res

e o

sect

or

info

rmát

ico

seria

m b

asta

nte

bene

ficia

dos.

em

rel

açã

o às

bat

eria

s e

para

ter

min

ar

aa n

o ca

so a

a da

de

arm

azen

amen

to,

aa d

e ta

man

ho e

de

pes

o, e

stas

não

são

vist

as c

omo

um p

robl

ema

pois

, co

mo

tem

os a

ssis

tido,

a t

ecno

logi

a ac

aba

sem

pre

por

mel

hora

r as

con

diçõ

es a

nter

iorm

ente

apr

esen

tada

s te

ndo

com

o um

bom

exem

plo

o ca

so d

o te

lem

óvei

s.

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Anexo 4.3. Transcrição dos Discursos – Turma Alvo – Pré-teste/Pós-teste

250

IB (

mod

erad

or):

sem

mai

s na

da a

diz

er d

amos

por

enc

erra

do o

deba

te,

agra

dece

ndo

aos

inte

rven

ient

es e

o r

esto

de

um

a bo

a

tard

e.

IB (

mod

erad

or):

o M

artim

os

seus

arg

umen

tos

a fa

vor

dos

liv

ros

elec

trón

icos

.

CA

(m

oder

ador

): a

rgum

ento

s a

favo

r do

s liv

ros

elec

tró

nico

s.

LB:

para

co

ntra

-arg

umen

t-

de

mod

o a

cont

ra-a

rgum

ent

ar

aa

o

argu

men

to d

o M

que

dis

se q

ue o

livr

o el

ectr

ónic

o é

mai

s le

ve e

mai

s

fino

aa i

rei

refe

rir u

m a

rgum

ento

dito

que

, se

gund

o U

mbe

rto

Eco

,

se n

aufr

agar

mos

num

a ilh

a de

sert

a um

livr

o po

de s

ervi

r-no

s en

quan

to

o co

mpu

tado

r nã

o po

derá

ser

liga

do a

nen

h- e

m n

enhu

m lu

gar.

VB

: eu

ach

o qu

e já

foi

qua

se t

udo

dito

aa

os o

s ar

gum

ento

s de

já c

ontr

a-

˗ar

gum

enta

ram

os

de l

á e

vice

-ver

sa n

ão é

, nã

o ta

mos

num

diá

logo

sur

do e

por

isso

aa

sobr

e (…

) ou

tra

vez,

vol

ta-s

e à

hist

óri

a da

s flo

rest

as,

o A

já t

inha

dito

que

a po

ssib

ilida

de d

e ha

ver

livro

s de

mat

eria

l rec

icla

do m

as q

ue n

ão

deix

aria

m,

são

mai

s ca

ros

é ce

rto,

mas

não

dei

xaria

m d

e se

r aa

m m

ais

caro

s

aam

men

os s

im m

enos

car

os a

a do

que

com

prar

um

dis

pos

itivo

des

ses

que

não

tá a

o al

canc

e de

tod

a a

gent

e co

mo

tão

hoje

os

livro

s e

sobr

e as

edi

tora

s

info

rmát

icas

n-

não

sei s

e é

cert

o m

as é

cer

to q

ue

livra

rias

e o

utra

s pr

ofis

sões

rela

cion

adas

com

a i

mpr

essã

o de

liv

ros

iam

à v

ida,

liv

raria

s, a

lfarr

abis

tas

e

impr

essã

o de

livr

os. E

não

tenh

o m

ais

nada

a d

izer

.

Pós

-tes

te

Pré

-tes

te

Anexo 4.4. Transcrição dos Discursos – Turma de Controlo – Pré-teste/Pós-teste

251

FR

(m

oder

ador

): v

amos

dar

iní

cio

ao d

ebat

e do

tex

to d

igita

l

cont

ra o

tex

to i

mpr

esso

, se

rá q

ue a

lgum

dia

os

livr

o im

pres

sos

vão

ser

subs

tituí

dos

por

livro

s el

ectr

ónic

os?

vam

os

pass

ar

prim

eiro

a p

alav

ra a

o ag

ora

ao T

S d

o la

do d

o te

xto

dig

ital.

FR

(m

oder

ador

): o

deb

ate

que

se i

rá r

ealiz

ar t

erá

com

o te

ma

o te

xto

digi

tal

e o

text

o im

pres

so,

pass

emos

ago

ra a

pal

avra

aa

ao T

qu

e é

a fa

vor

de q

ue o

tex

to

impr

esso

irá

desa

pare

cer

e o

text

o di

gita

l aa

perm

ane

cerá

.

Deb

ate

Sub

ordi

nado

ao

Tem

a:

O t

ext

o d

igita

l e o

text

o im

pre

sso

Se

rá q

ue

alg

um

dia

os

livro

s im

pre

sso

s vã

o s

er

subs

tituí

do

s p

or l

ivro

s el

ectr

ón

ico

s? S

erá

qu

e,

nu

m f

ut

uro

pró

xim

o,

de

ixar

em

os

de

folh

ea

r pá

gin

as

em

pa

pel e

pa

ssa

rem

os a

ace

der

ape

na

s a

livr

os e

lect

rón

ico

s?

Tur

ma

de C

ontr

olo

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

TS

: só

vant

agen

s no

K

ind

le,

uma

mer

a en

umer

ação

, o

quão

fino

é, m

enos

de

um c

entím

etro

, a

leve

za d

uzen

tas

e o

itent

a

gram

as e

o f

acto

de

arm

azen

ar m

ais

de m

il e

quin

hen

tos

livro

s na

mes

ma

situ

ação

fís

ica

onde

cab

eria

ape

nas

um s

eria

o

sufic

ient

e

para

le

var

a cr

er

na

mon

opol

izaç

ão

por

part

e do

s li

vros

TS

: a

prin

cipa

l evo

luçã

o qu

e ho

uve

nos

leito

res

de

livro

s in

tera

ct-

aa e

lect

róni

cos

é

que

deix

ou d

e te

r qu

e ha

ver

aa u

ma

luz

imiti

da p

ra

que

se f

osse

fos

se p

ossí

vel l

er o

livro

, ou

sej

a, h

oje

em d

ia já

não

é p

ossi

v- já

não

é n

eces

sário

can

sar

os o

lhos

par

a

que

se p

ossa

ler

um li

vro

em q

ualq

uer

leito

r di

gita

l aa

o se

gund

o, e

isso

é é

logo

aa

é

perc

eptív

el

por

qual

quer

pe

ssoa

qu

e é

ecol

ógic

o,

ou

seja

, po

upa-

se

mui

tas

Anexo 4.4. Transcrição dos Discursos – Turma de Controlo – Pré-teste/Pós-teste

252

livro

s el

ectr

ónic

os, e

boo

ks,

no

enta

nto,

m

esm

o os

fa

ctos

do

mom

ento

cor

resp

onde

às

expe

ctat

ivas

par

a qu

e pr

opõe

o in

quér

ito

pres

ente

no

J N

de

quin

ze d

e O

utub

ro d

e do

is m

il e

oito

, de

ntro

de

dez

anos

hav

erá

a di

ta m

onop

oliz

ação

. ou

tras

car

act

erís

ticas

que

o

Kin

dle

tra

z de

ino

vaçã

o e

de f

unci

onal

idad

e e

efic

iênc

ia é

que

perm

ite q

ue s

e es

crev

am n

otas

de

leitu

ra e

tam

bém

um

dic

ioná

rio

inco

rpor

ado

para

um

a m

elho

r le

itura

co

mo

para

aj

uda

r no

quot

idia

no

das

pess

oas.

co

m

um

gran

de

uma

gran

de

pote

ncia

lidad

e no

cam

po d

os c

egos

é a

fun

cion

alid

ade

text

-to

-

spe

ech,

a le

itura

aut

omát

ica

e se

m á

udio

pré

-gra

vado

por

pa

rte

do

Kin

dle

, as

sim

tra

z de

mai

s de

duz

ento

s e

trin

ta m

il no

vos

liv

ros

para

a c

ultu

ra d

o da

com

unid

ade

cega

que

sab

emos

be

m o

quã

o

limita

da d

e m

omen

to a

sua

bib

liote

ca d

e liv

ros

em

Bra

ille

é.

pra

final

izar

, a

poup

ança

de

pape

l, nã

o se

ndo

assi

m p

ropí

cio

a al

ergi

as

e a

leitu

ra n

atur

al n

o ec

rã d

o Kin

dle

são

bene

sses

, se

ndo

que

não

há q

ualq

uer

razã

o pa

ra n

ão s

er a

dept

o.

mui

tas

árvo

res

sem

sem

gas

tá-l

o co

m c

om o

pap

el p

rodu

zido

pra

pra

pro

duzi

r

outr

os l

ivro

s, d

epoi

s te

m t

em u

m e

crã

táct

il qu

e é

poss

ível

int

erag

ir c

om o

livro

e c

om o

utro

tip

o de

méd

ia e

ass

im d

á pa

tam

bém

gra

var

nota

s e

anot

açõe

s qu

e se

ten

ha a

o le

r o

livro

aam

tam

bém

é

pequ

enin

o e

leve

coi

sa

que

norm

alm

ente

cer

tos

liv-

norm

alm

ente

livro

s q

ue p

esam

mui

to n

as

moc

hila

s, n

a m

ão,

onde

que

r qu

e se

ja a

am p

ode

incl

uir

mai

s do

que

um

livr

o,

hoje

nes

te m

omen

to já

pod

e in

clui

r m

il e

quin

hent

os e

m r

elaç

ão a

o pr

imei

ro

aa a

prim

eira

edi

ção

de l

eito

r de

liv

ros

digi

tais

, po

de in

clui

r e

incl

ui d

e ba

se

dici

onár

ios,

tem

o wi-fi,

ou s

eja,

hoj

e em

dia

pod

e-se

ter

in

tern

et n

um l

eito

r

digi

tal d

e liv

ros

e os

ceg

os p

odem

pas

sar

a ou

vir

liv

ros

em v

ez d

e fic

ar p

elos

livro

s em

Bra

ille

exis

tent

e qu

e sã

o ne

ste

mom

ento

pou

cos.

FR

(m

oder

ador

): v

amos

pas

sar

agor

a a

pala

vra

ao A

C d

o la

do d

o

text

o im

pres

so.

FR

(m

oder

ador

): p

asse

mos

ago

ra a

pal

avra

ao

A a

fav

or d

o te

xto

impr

esso

.

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Anexo 4.4. Transcrição dos Discursos – Turma de Controlo – Pré-teste/Pós-teste

253

AC

: os

livr

os d

e pa

pel n

ão u

sam

ene

rgia

, nã

o sã

o de

stru

ívei

s po

r aa

cal

or

aa o

u m

agne

tism

o, p

rovi

denc

iam

um

a se

nsaç

ão d

e ta

cto

agra

dáve

l as

sim

com

o ch

eiro

. ex

iste

m li

vros

de

pape

l qu

e já

dur

aram

e a

inda

dur

am a

pós

cinc

o m

il an

os.

os l

ivro

s de

pap

el,

ao c

ontr

ário

do

s liv

ros

elec

trón

icos

,

não

fere

m a

vis

ão,

livro

s de

pap

el s

ão a

cess

ívei

s n

o qu

e to

ca a

pre

ço,

ao

cont

rário

de

um le

itor

elec

trón

ico

que

cust

a ce

nten

as d

e eu

ros

aa o

s liv

ros

de p

apel

são

rec

iclá

veis

os

livro

s de

pap

el e

xist

em l

ivro

s de

pap

el q

ue

pode

m s

er l

idos

por

pes

soas

ceg

as e

nqua

nto

que

os l

ivro

s el

ectr

ónic

os

não

têm

ess

e m

eio

tact

o tá

ctil,

os

aa o

s liv

ros

ele

ctró

nico

s, a

o co

ntrá

rio

dos

impr

esso

s,

são

pira

teáv

eis,

po

rtan

to

os

auto

res

us

arem

mei

os

de

publ

icaç

ão e

lect

róni

cos

não

ganh

am t

anto

qua

nto

se

os s

eus

livro

s fo

ssem

impr

esso

s em

pap

el.

os le

itore

s de

livr

os e

lect

róni

cos,

com

o já

dis

se,

são

frág

eis

e se

for

em r

ouba

dos

são

imen

sos

livro

s, d

ezen

as,

cent

enas

mes

mo

de li

vros

que

est

ão a

ser

rou

bado

s. p

ara

além

dis

so e

xist

em m

uito

s po

stos

de t

raba

lhos

aa

de t

raba

lho

que

se b

asei

am a

a na

ex

istê

ncia

do

mer

cado

do l

ivro

im

pres

so e

, po

rtan

to,

mui

tas

pess

oas

perd

erã

o os

seu

s po

stos

de

trab

alho

cas

o o

livro

impr

esso

fos

se s

ubst

ituíd

o pe

los

livro

s el

ectr

ónic

os.

é tu

do.

AC

: go

star

ia d

e co

meç

ar p

or c

ontr

a-ar

gum

enta

r tu

do

o qu

e o

meu

cole

ga T

dis

se.

aa o

meu

col

ega

T c

omeç

ou p

or d

izer

que

a m

aior

vant

agem

era

de

não

requ

erer

luz

para

se

pode

r le

r um

livr

o el

ectr

ónic

o

enqu

anto

pre

cisa

mos

de

uma

font

e de

luz

para

ler

um li

vro

impr

esso

em

pape

l, m

as s

e le

rmos

um

livr

o im

pres

so e

m p

apel

aa

os n

osso

s ol

hos

não

se c

ansa

rão

tant

o ne

m s

ofre

rão

tant

os d

anos

qua

nto

se l

erm

os d

uran

te

toda

a n

ossa

vid

a liv

ros

que

são

sem

pre

livro

s aa

lid

os n

um l

eito

r

elec

trón

ico.

aam

em

con

tinua

ção

aam

dis

se q

ue o

s li

vros

ele

ctró

nico

s

eram

mai

s aa

am

igos

do

ambi

ente

vis

to q

ue o

s liv

ros

de

pape

l aa

s- v

isto

que

são

feito

s de

pap

el o

pap

el é

fei

to d

e ár

vore

s e

é pr

ecis

o ab

ater

imen

sas

árvo

res

para

faz

er c

ada

livro

de

pape

l, aa

que

os

livro

s de

pape

l sã

o re

cicl

ávei

s aa

e p

ara

além

dis

so d

uram

mu

ito m

ais

tem

po d

o

que

um l

eito

r de

liv

ros

elec

trón

icos

, qu

e du

ra a

a q

uand

o m

uito

dur

ará

algu

mas

cada

s en

quan

to

que

os

livro

s po

dem

du

rar

até

mes

mo

milh

ares

de

anos

. aa

m a

seg

uir

repa

rou

que

pode

-se

escr

ever

not

as n

um

leito

r de

livr

o el

ectr

ónic

o, e

nqua

nto

tam

os a

ler

um

livr

o aa

vam

os t

er a

s

noss

as o

pini

ões

acer

ca d

ele

e po

dem

os e

scre

ver

lá,

toda

via

quem

for

ler

um l

ivro

de

pape

l ta

mbé

m p

ode

colo

car

as n

otas

den

tro

do

livro

aa

escr

even

do e

m p

apel

e d

eixa

ndo

na p

rópr

ia p

ágin

a. a

am s

e um

liv

ro

elec

trón

ico

se e

stra

gar

aa,

se u

m le

itor

aliá

s, v

ão s

e es

trag

ar a

s ce

nten

as

de l

ivro

s qu

e es

tão

lá d

entr

o e

cada

um

del

es t

endo

sid

o co

mpr

ado

ao

preç

o de

um

livr

o e

para

aco

ntec

er o

mes

mo

com

um

liv

ro d

e pa

pel e

ra

prec

iso

pelo

men

os h

aver

um

inc

êndi

o, é

mui

to m

ais

segu

ro,

port

anto

,

aa t

er t

er li

vros

de

pape

l po

rque

não

se

estr

agam

tão

fac

ilmen

te a

a pa

ra

além

do

mai

s um

liv

ro e

lect

róni

co p

ode-

se e

stra

gar

com

o m

agne

tism

o

aam

e u

ma

cria

nça

pode

pen

sar

(…)

não

(…)

bem

, po

de h

aver

sem

pre

um a

cide

nte

pode

pôr

no

mic

roon

das,

por

exe

mpl

o, e

aa

e a

deus

tod

os

esse

s liv

ros

aa,

para

alé

m d

o m

ais,

apes

ar d

e se

r a

a m

uito

mai

s fá

cil

Pós

-tes

te

Pré

-tes

te

Anexo 4.4. Transcrição dos Discursos – Turma de Controlo – Pré-teste/Pós-teste

254

FR

(m

oder

ador

): v

amos

ago

ra a

pal

avra

à S

A d

o la

do d

o te

xto

digi

tal.

FR

(m

oder

ador

): p

asse

mos

ago

ra a

pal

avra

à S

a fa

vor

do t

exto

dig

ital.

Pré

-tes

te

SA

: aa

o A

fal

ou a

a no

fac

to d

e aa

o c

oisi

nho

se e

str

agar

com

o c

alor

e

com

o a

quec

imen

to (

RIS

O)

aa o

s liv

ros

tam

bém

se

pod

em e

stra

gar

os (

…)

aa a

rden

do,

apan

hand

o ág

ua (

RIS

O)

qual

quer

coi

sa a

ssi

m,

e al

ém d

isso

,

mes

mo

que

se e

stra

guem

, nó

- po

dem

os t

er u

ma

cópi

a d

e to

dos

os l

ivro

s

que

tão

lá g

uard

ados

. A

am (

RIS

O)

para

alé

m d

isso

, é

é m

uito

mai

s pr

átic

o

aa c

onse

guim

os t

er m

uito

s m

ais

livro

s aa

con

cent

rad

os a

a aa

m é

bom

pra

pras

pes

soas

com

difi

ciên

cias

(…

) aa

tav

as a

diz

er

que

o os

ceg

os p

odia

m

ler,

tá b

em e

aqu

i pod

em o

uvir

, é m

ais

dive

rtid

o.

SA

: aa

, co

mo

o m

eu c

oleg

a T

tinha

dito

, aa

aqu

ilo

não

prec

isa

de l

uz

por

trás

com

o é

prec

iso

quan

do s

e lê

um

livr

o e

alé

m d

isso

não

é s

ó is

so

aam

um

lei

- um

lei

tor

digi

tal

perm

ite a

umen

tar,

faz

er z

oo

m aa

m d

as

man

chas

esc

ritas

, um

liv

ro i

mpr

esso

se

tiver

a l

etr

a m

uito

peq

uena

can

sa

mui

to m

ais

a vi

sta

aa o

s le

itore

s di

gita

is p

erm

item

aum

enta

r, f

azer

zoo

m,

aa a

caba

por

ser

mel

hor

mai

s fá

cil.

aam

o o

A f

alou

em

est

raga

r-se

livr

os

aa t

ambé

m s

e po

de e

stra

gar

livro

s nã

o nã

o só

(…

) nã

o é

prec

iso

have

r um

incê

ndio

, co

m á

gua

aa t

ambé

m é

fác

il de

est

raga

r, a

ndar

es c

om e

le n

a

mão

tam

bém

est

raga

aam

um

lei

tor

digi

tal

se c

alha

r é

mai

s di

fícil

de

estr

agar

e j

á qu

e um

a cr

ianç

a po

de p

ôr a

quilo

no

mi

croo

ndas

nad

a a

impe

de d

e pô

r um

livr

o ta

mbé

m,

é um

a cr

ianç

a, n

ão s

abe

aqui

lo q

ue e

stá

a fa

zer.

aa

cont

ra o

em

preg

o, a

am t

ira e

mpr

ego

a qu

em v

ende

livr

os a

a dá

empr

egos

a q

uem

cria

leito

res

digi

tais

, ac

aba

por

ser

um

boc

ado

rela

tivo.

é só

.

Pós

-tes

te

divu

lgar

inf

orm

ação

atr

avé

s

de m

eios

ele

ctró

nico

s, i

sso

faci

lita

a

pira

taria

, po

rtan

to,

os a

utor

es n

ão v

ão r

eceb

er a

am o

dev

ido

créd

ito

por

publ

icar

as

su

as

obra

s e

para

al

ém

diss

o,

vist

o

que

aam

a

divu

lgaç

ão e

lect

róni

ca n

ão r

eque

r aa

pes

soas

aa

ir en

treg

ar o

s liv

ros

às c

asas

nem

nem

(…

) as

sim

as

livra

rias

deix

am t

amb

ém d

e te

r aa

sent

ido,

por

tant

o, a

cria

ção

do l

ivro

ele

ctró

nico

pod

e cr

iar

tam

bém

imen

so d

esem

preg

o aa

m a

cabe

i a

min

ha c

ontr

a-ar

gum

enta

ção

e vo

u

pass

ar a

pal

avra

ent

ão à

San

dra,

não

pre

ciso

de

arg

umen

tar.

Anexo 4.4. Transcrição dos Discursos – Turma de Controlo – Pré-teste/Pós-teste

255

JS:

aam

qua

nto

à (R

ISO

) à

S t

er d

ito q

ue o

s liv

ros

elec

trón

icos

aju

dava

m

mai

s os

ceg

os p

or p

or (

…)

em v

ez d

e el

es l

erem

em

B

raill

e a

ouv

irem

o

text

o po

de s

er m

ais

prát

ico,

mas

o o

s liv

ros

impr

esso

s co

ntin

uam

a s

er m

ais

útei

s em

cas

o de

via

gem

não

não

tra

balh

arem

a b

ater

ia e

não

gas

tare

m t

anta

ener

gia

e aa

m h

á m

uita

s m

ais

pess

oas

a ad

erir

aos

liv

ros

impr

esso

s do

que

aos

elec

trón

icos

, po

rque

ex

iste

m

mui

tos

mai

s an

os

do

que

os

elec

trón

icos

e,

por

exem

plo,

pes

soas

mai

s ve

lhas

, p

or e

xem

plo,

aa

só m

ais

os j

oven

s é

que

se c

alha

r vã

o ad

erir

ao a

os l

ivro

s el

ectr

ónic

os e

mes

mo

assi

m n

ão é

um

a co

isa

que

seja

mui

to h

oje

em d

ia jo

vens

mui

to a

ade

rir à

à

leitu

ra,

por

isso

não

(…

) tã

o ce

do a

soc

ieda

de n

ão

vai a

derir

tan

to a

os li

vros

impr

esso

s aa

aos

liv

ros

elec

trón

icos

(R

ISO

) pe

ço d

esc

ulpa

aam

ain

da p

ra

mai

s po

rque

os

livro

s im

pres

sos

têm

um

val

or c

ultu

ral

mui

to m

uito

mai

or e

são

mui

to m

ais

aces

sivo

s ac

essí

veis

do

que

do q

ue o

liv

ros

elec

trón

icos

e

cans

am m

uito

men

os a

vis

ta.

JS:

aa q

uant

o à

argu

men

taçã

o da

S e

la e

stav

a a

dize

r di

sse

que

os (

…)

com

- co

meç

ou a

com

para

r a

dura

- a

dura

bilid

ade

dos

dos

livro

s e

dos

apar

elho

s el

ectr

ónic

os e

a v

erda

de é

que

o

k a

dura

bilid

ade

é di

fere

nte,

é

norm

al,

um l

ivro

dur

a m

uito

mai

s e

tá c

omo

to-

toda

a g

ente

sab

e qu

e

dura

mui

to m

uito

mai

s do

que

do

que

um a

pare

lho

ele

ctró

nico

, te

m u

ma

dura

bilid

ade

mui

to m

aior

tan

to d

e (…

) nã

o é

só d

e a

lgun

s an

os é

um

a

dife

renç

a m

uito

gra

nde

e qu

e ve

m d

e m

uito

mui

- ve

m

de (

…)

é nã

o é

não

é tã

o re

cent

e, e

ntão

mui

ta m

ais

gent

e a

ader

ir a

iss

o, o

u se

ja,

tant

o pe

ssoa

s m

ais

nova

s co

mo

pess

oas

já d

e id

ade

que

vão

ade

rir m

uito

mai

s ao

s liv

ros

porq

ue

não

têm

ta

nto

conh

ecim

ento

d

essa

s no

vas

tecn

olog

ias

e ai

nda

pra

mai

s os

livr

os s

ão m

uito

ma

is a

cess

ívei

s do

que

um a

pare

lho

elec

trón

ico,

que

hoj

e em

dia

pod

e se

r m

uito

mai

s pr

átic

o

pró

pra

cert

as p

esso

as,

mas

nun

ca v

ai s

er t

ão t

ão a

a ac

essí

vel

exac

to,

com

o eu

tinha

dito

. aa

e p

ra m

ais

os a

pare

lhos

ele

ctró

nico

s es

tão

suje

itos

a m

uito

mai

s pe

rigos

do

que

do q

ue o

s liv

ros

aa

seja

do

de

víru

s, a

mea

ças

de a

a el

ectr

ónic

as a

a vi

rtua

is,

mas

aa

m a

pesa

r de

tud

-

(…)

e tã

o se

mpr

e aa

em

con

stan

tes

mud

ança

s em

(…

) e

stão

sem

pre

sem

pre

um m

ais

evol

uído

, há

sem

pre

novo

s ap

re-

apar

elho

s qu

e po

dem

ser

com

prad

os,

ou s

eja,

com

o to

da a

gen

te s

abe

o cl

ient

e nu

nca

satis

feito

, m

as n

os c

asos

de

livro

s is

so n

unca

aco

nte

ce p

orqu

e a

hist

ória

não

mud

a as

sim

tan

to,

por

isso

aa

e co

mo

já o

meu

col

ega

Alb

erto

dis

se

os l

ivro

s dã

o m

uito

mai

s cr

édito

ao

auto

r do

que

do

que

um

apa

relh

o

elec

trón

ico.

FR

(m

oder

ador

): v

amos

ago

ra p

assa

r a

pala

vra

ao F

L d

o la

do d

o te

xto

impr

esso

vam

os a

gora

pas

s- v

amos

ago

ra p

assa

r a

pal

avra

à J

S d

o la

do

do t

exto

impr

esso

.

FR

(m

oder

ador

): p

asse

mos

ago

ra a

pal

avra

à J

a fa

vor

do t

exto

impr

esso

.

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Anexo 4.4. Transcrição dos Discursos – Turma de Controlo – Pré-teste/Pós-teste

256

FR

(m

oder

ador

): v

amos

ago

ra p

assa

r a

pala

vra

ao J

S d

o la

do d

o te

xto

digi

tal.

FR

(m

oder

ador

): p

asse

mos

a p

alav

ra a

o J

S a

favo

r d

o te

xto

impr

esso

.

FR

(m

oder

ador

): v

amos

ago

ra p

assa

r a

pala

vra

ao F

L d

o la

do d

o te

xto

impr

esso

FR

(m

oder

ador

): p

asse

mos

a p

alav

ra a

o F

a fa

vor

do

text

o im

pres

so.

JL:

eu d

efen

do q

ue o

s liv

ros

digi

tais

o f

orm

ato

dig

ital d

os li

vros

ser

ia m

ais

se-

seria

m c

om c

usto

s m

e- m

enos

ele

vado

s, o

que

dar

ia à

s ed

itora

s a

poss

ibili

dade

de

apoi

ar n

ovos

aut

ores

, as

sim

ser

ia

mai

s fá

cil

os n

ovos

auto

res

publ

icar

em u

m l

ivro

. de

fen-

def

endo

tam

bém

qu

e as

bib

liote

cas

que

as b

iblio

teca

s ac

tuai

s es

tão

pa p

a co

nseg

uire

m

ter

um n

úmer

o de

livro

s tê

m q

ue s

er d

e um

a ár

ea g

rand

e e

que

se f

or

nos

livro

s el

ectr

ónic

os

bast

am a

pena

s o

com

puta

dor

que

n- p

ouco

mai

or p

ouco

mai

or q

ue o

s

noss

os q

ue t

emos

em

cas

a qu

e su

port

a o

que

pode

est

ar n

uma

num

a

bibl

iote

ca n

acio

nal

ou a

lgo

do g

éner

o. q

ueri

a ta

mbé

m r

espo

nder

ao

que

foi

aqui

dito

que

os

livro

s el

ectr

ónic

os i

am t

irar

empr

ego

às p

esso

as q

ue

trab

alha

m n

as p

apel

aria

s e

dess

e gé

nero

. or

a be

m,

se

iam

tira

r de

sse

dum

lado

os

com

pone

ntes

(…

) se

est

a in

dúst

ria s

e de

senv

olve

r ia

m d

ar-l

he

trab

alho

às

pess

oas

que

às p

esso

as q

ue tr

abal

ha-

que

trab

alha

m n

o na

par

te

da e

lect

róni

ca e

da

form

ação

des

tes

novo

s le

itore

s.

JL:

quer

ia

resp

onde

r à

min

ha

cole

ga

J, q

ue

defe

ndeu

qu

e o

text

o

impr

esso

ter

ia m

ais

valid

ade

do q

ue o

tex

to v

irtua

l,

não

conc

ordo

porq

ue

exis

te

um

(…)

tam

os

num

a so

cied

ade

que

vai

fac

ilita

ndo

conf

orm

e as

coi

sas,

viv

emos

pra

fac

ilita

r e

para

to

rnar

mai

s ac

essí

vel a

s

cois

as.

se f

orm

os p

elas

teo

rias

da

evol

ução

, co

meç

ou-

se p

or e

scre

ver

em

espa

- em

pa

rede

s e

pass

ámos

de

pois

pr

os

perg

amin

hos

e

actu

alm

ente

tam

os n

os p

apei

s […

] tá

tud

o a

evol

uir,

no

ness

e ne

sse

âmbi

to a

- ac

ho q

ue é

um

a um

a ev

oluç

ão q

ue t

em q

ue s

er f

eita

. o

cont

rast

e pe

la c

onta

dos

per

igos

, é

cert

o qu

e os

mas

há s

ão m

ais

os b

enef

ício

s do

que

os

do q

ue o

s co

ntra

s ne

sta

no

text

o el

ectr

ónic

o,

porq

ue u

ma

bibl

iote

ca p

a pô

r pa

ter

, se

i lá,

um

mil

hão

de li

vros

pre

cisa

de u

m e

spaç

o im

enso

o t

exto

se

for

em t

empo

impe

rso

impr

esso

, se

for

em e

m t

exto

ele

ctró

nico

bas

ta u

m c

ompu

tado

r co

m o

dis

co r

ígid

o

acei

táve

l qu

e nã

o oc

upa

assi

m t

anto

esp

aço.

e q

ueri

a qu

eria

tam

bém

volta

r ao

mm

(…

) re

spon

der

ao A

que

stõe

s já

for

am l

evan

tada

s qu

e

(…)

dizi

am q

ue o

s os

tex

to-

(…)

que

era

mai

s ac

essí

vel a

os id

osos

o o

livro

im

pres

so,

eu

não

acho

po

rque

m

uito

s id

osos

qu

e sã

o

anal

fabe

tos

e o

text

o el

ectr

ónic

o fa

z co

m q

ue (

…)

tem

um

pro

gram

a

que

se q

ue r

epro

duz

o te

xto,

é m

uito

mai

s ac

essí

vel

.

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Anexo 4.4. Transcrição dos Discursos – Turma de Controlo – Pré-teste/Pós-teste

257

DG

: o

meu

col

ega

F d

isse

que

pess

oas

que

não

pod

em c

ompr

ar o

s

livro

s, e

u eu

ach

o qu

e nu

ma

fase

inic

ial o

est

ado

pod

e da

r aj

uda

a es

sas

pess

oas

às p

esso

as c

om m

enos

mei

os.

agor

a os

meu

s a

rgum

ento

s. e

u

pens

o qu

e os

livr

os im

pres

sos

vão

acab

ar p

orqu

e os

li

vros

ele

ctró

nico

s

pens

am n

os d

efic

ient

es,

com

o já

aqu

i foi

dito

, os

ceg

os v

ão p

oder

ouv

ir

o te

xto,

aj

uda

as

pess

oas

com

id

ade,

co

m

DG

: o

meu

col

ega

F f

alou

ace

rca

das

das

pess

oas

pob

res

não

não

tere

m

dinh

eiro

par

a co

mpr

ar e

sses

ess

es e

sses

livr

os e

lec

trón

icos

, m

as a

mai

or p

arte

das

pess

oas

pobr

es t

ambé

m a

lgum

as n

ão n

ão s

abem

ler

e m

esm

o po

dem

ser

apoi

adas

pel

o es

tado

par

a pa

ra c

ompr

ar e

sses

apa

rel

hos

e ta

mbé

m t

ambé

m

falo

u qu

e na

que

stão

do

trab

alho

, ac

ho q

ue q

ue a

s e

mpr

esas

elé

ctric

as e

le-

de

que

com

fa

bric

am

apar

elho

s el

ectr

ónic

os

acho

que

t- há

m

uito

m

ais

FL:

aa

com

eçan

do p

or c

ontr

a-ar

gum

enta

r o

que

o m

eu

cole

ga J

oão

Sim

ões

afirm

ou,

ele

diss

e qu

e o

livro

el

ectr

ónic

o d

aria

no

vas

poss

ibili

dade

s a

novo

s au

tore

s, e

u ac

ho q

ue i

sso

não

é be

m v

erda

de,

porq

ue p

elo

men

os n

o in

ício

o l

ivro

ele

ctró

nico

não

é a

cess

ível

a t

odas

as p

esso

as,

logo

ess

es n

ovos

aut

ores

não

gan

haria

m

a no

torie

dade

que

se c

alha

r m

erec

iam

. a

segu

ir,

sobr

e os

pos

tos

de t

rab

alho

que

ele

diz

que

pode

m s

er s

ubst

ituíd

os p

or p

esso

as d

e el

ectr

óni

ca,

as p

esso

as q

ue

sabe

m d

e el

ectr

ónic

a nã

o sã

o m

uita

s, l

ogo

ia-s

e to

rna

r um

um

sec

tor

mai

s ex

clus

ivo

da

noss

a ec

onom

ia.

agor

a co

meç

ara

a ap

rese

ntar

argu

men

tos

meu

s. p

rimei

ro o

tal

fac

tor

de d

e da

s pe

ssoa

s id

osas

não

se

adap

tare

m t

ão b

em c

omo

com

os

livro

s cl

ássi

cos,

a d

ificu

ldad

e de

algu

mas

pes

soas

em

ter

com

puta

dor

e de

adq

uirir

in

tern

et e

tam

bém

com

o é

que

nós

íam

os a

dapt

ar e

ste

novo

sis

tem

a de

liv

ro e

lect

róni

co à

educ

ação

, co

mo

é qu

e to

das

as e

scol

as s

eria

m c

apaz

es

de s

uste

ntar

livro

s el

ectr

ónic

os p

ara

todo

s os

alu

nos

etc.

etc

. em

tod

as a

s pa

rtes

do

mun

do.

FL:

aa

para

com

eçar

a r

espo

nder

ao

meu

col

ega

J S

, el

e re

fere

a a

plic

ação

aa

que

é áu

dio

no

sist

ema

de

livro

s el

ectr

ónic

os

mas

e

sse

essa

su

post

a

inov

ação

é ba

stan

te a

ntig

a po

rque

é po

ssív

el

ouvi

r ca

sset

es e

tc.

etc.

além

dis

so,

no q

ue t

oca

às p

esso

as q

ue s

abem

ler

, e

u ac

ho q

ue l

er f

az c

om

nós

nos

conc

entr

emos

mui

to m

ais

na o

bra

do q

ue a

o o

uvir

porq

ue a

o ou

vir

nos

pode

mos

dis

trai

r et

c. e

tc.

depo

is u

m d

os g

rand

es

prob

lem

as d

o co

iso

ele-

da

do m

étod

o el

ectr

ónic

o é

tam

bém

o (

…)

nos

nos

país

es d

esen

volv

idos

tudo

bem

, po

de s

er m

uito

prá

tico,

é m

uito

bon

ito m

as

cust

a di

nhei

ro,

quer

o

ver

com

o é

que

esse

mét

odo

vai

cheg

ar a

os p

aíse

s qu

e nã

o se

est

ão t

ão

dese

nvol

vido

s, c

omo

é qu

e vo

cês

vão

faze

r pe

ssoa

s q

ue m

al t

êm p

ara

com

er

paga

r es

se m

étod

o pa

ra a

char

(…

) pa

ra p

ront

o le

var

uma

cois

inha

num

bols

o, q

ue c

usta

pro

vave

lmen

te,

agor

a ao

iní

cio,

mu

ito d

inhe

iro,

cerc

a de

duze

ntos

eu

ros

que

agor

a de

ram

-me

a in

form

ação

, pr

ont

o.

acho

qu

e o

prob

lem

a aq

uele

do

empr

ego

acho

que

sin

cera

men

te s

e e

ste

se o

mét

odo

elec

trón

ico

for

adop

tado

ac

ho

que

o pr

oble

ma

do

des

empr

ego

se

vai

acen

tuar

, po

rque

pro

nto

é ce

rto

tam

bém

que

se

vão

cria

r no

vos

empr

egos

em f

rá-

em f

ábri

cas

e tu

do m

as h

á no

mui

tos

empr

egos

rel

acio

nado

s co

m

as li

vrar

ias

etc.

etc

. que

se

calh

ar n

o to

tal p

erfa

zem

um

núm

ero

mai

or.

FR

(m

oder

ador

): v

amos

ago

ra p

assa

r a

pala

vra

ao D

G a

fav

or d

o te

x- d

o

text

o di

gita

l.

FR

(m

oder

ador

): p

asse

mos

a p

alav

ra a

o D

a f

avor

do

text

o di

gita

l.

Anexo 4.4. Transcrição dos Discursos – Turma de Controlo – Pré-teste/Pós-teste

258

prob

lem

as v

isua

is,

pois

pod

em f

azer

o

zoo

m e

assi

m le

rem

mel

hor,

aju

da

tam

bém

os

man

etas

, po

is é

é m

ais

fáci

l um

man

eta

tran

spor

tar

um l

ivro

um

leito

r de

liv

ros

elec

trón

icos

do

qu

e ci

nque

nta

liv

ros

de

pape

l e

prin

cipa

lmen

te n

ão h

á pe

rigo

de t

rans

mis

são

de g

ripe

a, p

ois

um l

ivro

digi

tal é

é p

esso

al e

intr

ansm

issí

vel.

empr

egos

ne

ssas

em

pres

as

mui

to

mai

s em

preg

os

disp

onív

eis

e e

eu

esco

lhi e

eu

acho

que

os

livro

s el

e- o

s liv

ros

de p

apel

vão

aca

bar

pois

aa

os l

ivro

s el

ectr

ónic

os a

poia

m m

uito

mai

s as

as

pess

oas

defic

ient

es,

por

exem

plo

os c

egos

, em

vez

de

tare

m e

m v

ez d

e em

vez

de

tar

em a

ler

dem

ora-

dem

orar

um

ano

a l

er B

raill

e, o

uvem

o l

ivro

pra

uma

hora

já s

abem

o l

ivro

tod

o e

os m

íope

s po

dem

faz

er o

zo

om

e os

man

etas

é

mui

to m

ais

fáci

l tr

ansp

orta

r um

liv

ro e

lect

róni

co do qu

e ca

rreg

ar c

om

cinq

uent

a liv

ros

dos

dos

outr

os, p

ront

o, é

só.

CC

: qu

anto

aos

man

etas

, os

man

etas

pod

em n

ão t

er s

ó u

m p

odem

ter

uma

mão

mas

con

segu

em p

egar

num

livr

o e

vira

r a

pág

ina

com

o c

oto,

quer

diz

er,

coita

dinh

os e

les

tam

bém

con

segu

em l

er,

enqu

anto

que

com

o liv

ro e

lect

róni

co n

ão d

á je

ito t

arem

a e

nfia

r o

(R

ISO

) o

(RIS

O)

o

braç

o no

ecr

ã touc

h s

cre

en pa

ra p

assa

r a

pági

na,

não

dá j

eito

nen

hum

,

lam

ento

im

enso

, is

so n

ão m

e co

nven

ce.

quan

to a

os c

ego

s, t

ens

text

os

Bra

illes

, te

ns C

Ds

com

áud

io t

exto

. qu

anto

ao

preç

o, p

erde

-se

mui

to

mai

s di

nhei

ro c

om u

m li

vro

elec

trón

ico

no li

vro

ele

ctró

nico

, co

mpr

a-se

o ap

arel

ho,

cent

o e

tal

euro

s du

zent

os e

tal

, de

pen

de d

os m

odel

os,

e

depo

is c

ompr

a-se

o p

r- o

livr

o ao

mes

mo

preç

o qu

e u

m li

vro

impr

esso

,

ou s

eja,

gas

ta-s

e m

ais

dinh

eiro

aa

é m

enos

ace

ssív

el,

uma

pess

oa o

s ve

-

a co

mun

idad

e id

osa,

por

exe

mpl

o, t

em m

ais

dific

ulda

de e

m a

dapt

ar-s

e

aa e

nqua

nto

(…)

com

o a

Joan

a já

dis

se t

êm u

m g

rand

e v

alor

cul

tura

l os

livro

s im

pres

sos

e sã

o m

uito

mai

s re

sist

ente

s, t

emo

s liv

ros

que

dura

m

mui

to t

empo

, liv

ros

que

mai

s de

cin

co m

il an

os,

enq

uant

o o

cois

inho

CC

: já

se

fala

ram

de

vário

s po

ntos

aqu

i, eu

vou

vol

tar

um b

ocad

inho

ao

iníc

io j

á qu

e tiv

e a

apon

tar

aa e

ntão

é a

ssim

, qu

anto

à q

uest

ão d

os o

lhos

, a

verd

ade

é qu

e fa

z m

al a

os o

lhos

, o

fact

o de

um

a pe

sso

a nã

o pr

ecis

arem

de

luz

pa l

er a

pare

lhos

ele

ctró

nico

s va

i en

cora

jar

a l

er n

um q

uart

o es

curo

, o

cont

rast

e co

mo

é be

- co

m é

bem

con

heci

do f

az m

al a

os

olho

s, e

stás

num

a

sala

esc

ura

a ol

har

para

um

por

tátil

vai

s te

r pr

obl

emas

mai

s ta

rde

de v

ista

.

os li

vros

dur

am m

uito

mai

s te

mpo

. qu

anto

à q

uest

ão

da r

ecic

lage

m é

ass

im,

toda

a g

ente

sabe

que

os

livro

s el

ectr

ónic

os e

stão

aqu

i e

não

se v

ão

embo

ra t

ão c

edo,

em

pri

ncíp

io,

eles

não

vão

des

apar

ecer

de

um d

ia p

ara

o

outr

o, a

que

stão

é q

ue m

uito

pro

vave

lmen

te o

s liv

ros

tam

bém

não

, da

qui

a

uns

a um

as c

ente

nas

de a

ninh

os s

e ca

lhar

até

não

vai

hav

er l

ivro

, se

calh

ar t

ambé

m j

á nã

o va

i ha

ver

hum

anos

par

a le

r liv

ros

não

é, m

as p

ront

o,

esse

é o

utro

ass

unto

. e

<X

X>

(R

ISO

) e

está

pro

vado

cie

ntifi

cam

ente

que

o

cére

bro

hum

ano

trab

alha

mel

hor

enqu

anto

tem

um

pap

el à

fre

nte

ca-

lápi

s e

cane

ta,

trab

alha

mui

to m

elho

r do

que

à f

rent

e de

um

co

mpu

tado

r à

fren

te FR

(m

oder

ador

):

vam

os

pass

ar

a pa

lavr

a à

C

C

do

lad

o do

te

xto

impr

esso

.

FR

(m

oder

ador

): p

asse

mos

a p

alav

ra à

C a

favo

r do

tex

to im

pres

so.

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Anexo 4.4. Transcrição dos Discursos – Turma de Controlo – Pré-teste/Pós-teste

259

estr

aga-

se,

porq

ue t

udo

o qu

e e

stra

ga u

m l

ivro

im

pre

sso

tam

bém

estr

aga

o ap

arel

ho,

água

, ca

ir e

é m

uito

mai

s fr

ági

l, co

mo

um

tele

móv

el

mai

s,

rece

nte

mai

s fin

inho

é

mai

s fr

ágil

do

que

os

tele

móv

eis

antig

os

calh

amaç

os,

aa

e ac

ho

que

é is

so.

os m

eus

cole

gas

já d

isse

ram

tud

o qu

e tín

ham

os a

diz

er.

Aa

os

livro

s ta

mbé

m

têm

um

gra

nde

valo

r se

ntim

enta

l, ca

da l

ivro

que

nós

tem

os,

por

exem

plo,

um

liv

ro d

ado

por

fam

iliar

es,

por

amig

os,

um l

ivro

dad

o

na b

rinc

adei

ra s

obre

um

a co

isa

qual

quer

est

úpid

a, n

ós c

onse

guim

os

atrib

uir

atrib

uir

valo

r se

ntim

enta

l ao

s liv

ros,

aa

enqu

anto

(…

) um

livro

que

foi

em

pres

tado

por

alg

uém

, ta

mbé

m p

ode-

se e

mpr

esta

r

livro

s aa

enq

uant

o qu

e o

livro

ele

ctró

nico

não

é a

ssi

m, t

al c

omo

o D

diss

e,

à co

nta

da

grip

e a,

é

pess

oal

e in

tran

smis

síve

l o

livro

elec

trón

ico,

ou

seja

, nã

o há

par

tilha

de

livro

s aa

a

ofer

ta t

ambé

m é

ligei

ram

ente

mai

s co

mpl

icad

a, q

ue v

amos

man

dar

um e

-mai

l co

m

com

o l

ivro

não

(…

) é

mui

to m

enos

pes

soal

, pe

rde

mu

ito v

alor

sent

imen

tal.

aa o

s liv

ros

impr

esso

s po

dem

ser

usa

dos

pra

mai

s do

que

uma

cois

a, n

ós p

odem

os l

er,

tam

bém

pod

emos

tom

ar

nota

s

com

o no

liv

ro e

lect

róni

co,

pode

m e

scre

ver

à be

ira a

láp

is,

met

er

po

st it

s qua

lque

r co

isa,

se

a vo

ssa

mes

a es

tiver

des

nive

lad

a ta

mbé

m

pode

m u

tiliz

ar u

m li

vro,

sem

pre

jeito

e é

isso

e a

gora

aca

bei.

trab

alho

ele

ctró

nico

, es

timul

a po

rque

tem

os n

ão é

a vi

são

que

está

a t

rab

alha

r, é

o t

acto

, é

até

o od

or,

o c

heir

o a

livr

o to

da a

gen

te

reco

nhe

ce e

tam

bém

o v

elho

gos

to p

elos

liv

ros,

as

pess

oas

gost

am d

e ter

o liv

ro n

a m

ão,

a se

ntir

o a

text

ura

do p

apel

, o

chei

ro d

os

velh

os d

os l

ivro

s an

tigos

que

mui

ta (

…)

é ap

reci

ado

por

mui

ta g

ente

,

quan

to

ao

dese

mpr

ego,

te

mos

bric

as

que

faça

m

apa

relh

os

elec

trón

icos

, te

mos

m

ais

empr

egos

, te

mos

liv

rari

as

que

estã

o a

dar

empr

ego,

se

fo-

se d

esap

arec

erem

os

livro

s im

pres

sos

o qu

e va

i aco

ntec

er

é nã

o va

is g

anha

r no

vos

empr

egos

por

que

nas

fábr

ica

s pr

ovav

elm

ente

tudo

va

i se

r m

ecan

izad

o e

nas

livra

rias,

qu

e é

prec

iso

aten

dim

ento

hum

ano,

vai

s pe

rder

ess

es e

mpr

egos

, ou

sej

a, a

cent

uaç

ão n

o de

sem

preg

o.

créd

ito a

o ad

or a

o au

tor,

é o

bvia

men

te (

…)

olhe

m p

ara

a m

úsic

a, c

ompr

a-

se u

m C

D t

á-se

a d

ar c

rédi

to a

o au

tor,

tem

-se

aces

so

à in

tern

et,

vai-

se

saca

r m

úsic

as,

créd

i-

o au

tor

perd

e di

nhei

ro

aa

perd

e cr

édito

e

sai

prej

udic

ado,

aco

ntec

e ex

acta

men

te a

mes

ma

cois

a co

m o

s liv

ros,

nós

vam

os à

inte

rnet

arr

anja

mos

um

liv

ro n

um a

pare

lho

elec

trón

ico,

tam

bém

não

há o

mes

mo

créd

ito p

ara

o au

tor.

aa

o pr

eço,

em

que

stõe

s de

lon

ga

dura

ção

é m

uito

mai

s ba

rato

com

prar

um

livr

o el

ectr

ónic

o is

so é

ver

dade

,

com

pras

duz

ento

s eu

ros

e de

pois

tem

-se

aces

so a

liv

ros

mai

s ba

rato

s,

porq

ue n

ão é

pre

ciso

o p

apel

a c

apa

e nã

o se

i qu

ê p

ara

faze

r o

livro

, é

mai

s ba

rato

a lo

ngo

praz

o, n

o en

tant

o a

curt

o pr

azo

é m

uito

mai

s si

mpl

es

com

prar

um

liv

ro,

um l

ivro

vai

-se

com

pra-

se u

ma

um

daqu

eles

liv

ros

pequ

enos

, de

bol

so,

cinc

o eu

ros

o liv

ro m

ais

caro

que

um

a pe

ssoa

pod

e

com

prar

nor

mal

não

fal

ando

dos

téc

nico

s po

de c

hega

r a

vin

te e

cin

co

euro

s, m

as m

esm

o as

sim

é m

uito

mai

s ba

rato

do

que

os

duze

ntos

e t

al q

ue

cust

a um

apa

relh

o el

ectr

ónic

o e

a no

ssa

soci

edad

e é

com

post

a po

r pe

ssoa

s

que

não

têm

mui

to a

cess

o a

dinh

eiro

, cl

asse

bai

xa,

clas

se m

édia

-bai

xa,

clas

se m

édia

até

, qu

em c

ompr

a é

as p

esso

a qu

e tê

m a

cess

o a

isso

e a

mai

or

Anexo 4.4. Transcrição dos Discursos – Turma de Controlo – Pré-teste/Pós-teste

260

TS

: pe

nso

ser

desn

eces

sário

vol

tar

a fa

lar

sobr

e aq

uilo

que

fal

ei,

send

o qu

e

apel

o pa

ra f

acto

s ra

cion

ais

e nã

o pa

ra f

acto

s em

oci

onai

s se

m q

ualq

uer

fund

amen

to,

para

alé

m d

e nã

o ha

ver

fund

amen

to n

os f

acto

s ra

cion

ais

que

se

enco

ntra

m d

a vo

ssa

part

e em

que

eu

fund

amen

to m

inha

s cr

ítica

s co

meç

ando

por

apen

as b

enes

ses

que

há n

os li

vros

, sen

do q

ue c

om

o é

que

é pr

ováv

el q

ue

um

man

eta

tenh

a pr

oble

mas

em

fo

liar

folh

ear

um

livr

o el

ectr

ónic

o

com

para

tivam

ente

a u

m f

ísic

o? s

ó aa

ben

esse

s, n

este

mom

ento

, de

ve h

aver

mui

to p

rova

velm

ente

um

a in

ovaç

ão n

o qu

e to

ca a

um

mic

rofo

ne o

u al

go

que

seja

co

ntro

lado

po

r vo

z,

seja

su

rdo,

ce

gos,

to

das

as

pe

ssoa

s co

m

dific

ulda

des

vão

pass

ar a

pod

er u

tiliz

ar.

agor

a cu

sto

o c

usto

é m

ais

baix

o,

TS

: aa

que

ria e

xplic

ar m

ais

uma

vez

a si

tuaç

ão d

a l

uz d

a lu

z qu

e es

tá p

or

trás

do

mon

itor,

a s

ituaç

ão é

que

não

é n

eces

sário

lu

z, f

oi i

sso

que

eu

diss

e. n

este

mom

ento

a t

inta

é in

c el

ectr

ónic

a in

c a

tinta

ele

ctró

nica

que

é

utili

zada

nes

tes

novo

s le

itore

s di

gita

is a

situ

ação

é q

ue e

la d

eslo

ca-s

e ao

long

o do

mon

itor

de m

odo

a qu

e se

pos

sa l

- aa

ler

tal

e q

ual

com

o se

foss

e um

livr

o, o

u se

ja,

é um

é c

omo

se f

osse

um

um

a fo

lha

em b

ranc

o e

o pr

ecis

amen

te o

a t

inta

vai

che

gar

ao a

os p

onto

s o

nde

é ne

cess

ário

que

ela

este

ja p

a qu

e se

ja l

ida,

ou

seja

, é

tão

difíc

il l

er u

m l

ivro

hoj

e em

dia

com

o um

liv

ro d

igita

l. o

cust

o qu

e se

bem

lem

bro

não

é de

duz

ento

s

euro

s m

as s

im d

e ce

nto

cem

cen

to e

pou

cos

euro

s, c

ent

o e

vint

e no

FR

(m

oder

ador

): v

amos

pas

sar

a pa

lavr

a ao

T S

a fa

vor

do

text

o di

gita

l. F

R (

mod

erad

or):

pas

sem

os a

pal

avra

ao

T.

mai

or p

esso

as q

ue t

êm a

cess

o a

isso

e a

mai

or p

arte

das

pes

soas

não

tem

ac

esso

a

isso

, é

mui

to

mai

s fá

cil

leva

r liv

ros

aos

país

es

dese

nvol

vido

s e

ensi

nar-

lhes

a

ler

do

que

dar-

lhes

ap

arel

hos

elec

trón

icos

e e

les

que

se d

esen

rasq

uem

, le

va-s

e li

vros

, en

sina

-se

a le

r,

eles

que

esc

reva

m e

não

sei

qua

ntos

e a

pren

dem

e m

ais

tar

de q

uand

o

tiver

em o

seu

em

preg

o e

even

tual

men

te f

orem

bon

s co

nseg

uem

ter

dinh

eiro

par

a co

mpr

ar.

só m

ais

uma

cois

a, n

este

mom

ento

voc

ês e

stão

todo

s a

defe

nder

o q

ue a

cabe

o r

egis

to im

pres

so,

no e

ntan

to v

ocês

est

ão

todo

s co

m p

apel

inho

s a

escr

ever

em o

que

o q

ue u

ns e

os

outr

os d

izem

,

apes

ar e

star

a s

er fe

ita u

ma

grav

ação

. Por

quê?

Por

que

o r

egis

to e

scrit

o é

mui

to m

ais

durá

vel.

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Anexo 4.4. Transcrição dos Discursos – Turma de Controlo – Pré-teste/Pós-teste

261

entã

o ta

mos

a fal

ar d

um d

um s

iste

ma

que

cust

a ce

m e

uros

, qu

alqu

er

pess

oa t

em u

m c

ompu

tado

r at

é o

Mag

alhã

es t

em.

a le

itu

ra a

lei

tura

é

feita

nat

ural

men

te a

a a

tinta

ele

ctró

nica

é u

ma

tinta

par

ecid

íssi

ma

com

com

o t

exto

nor

mal

im

pres

so q

ue h

oje

em d

ia s

e en

cont

ra a

úni

ca

dife

renç

a é

que

é <

X X

> e

lect

roni

cam

ente

. a

bate

ria,

sete

hor

as c

om

carr

egad

ores

pa

viag

em p

a av

ião

até.

e m

il e

quin

hent

os l

ivro

s em

duze

ntas

e o

itent

a gr

amas

e u

m c

entím

etro

de

espe

ssur

a é

mui

ta c

oisa

.

máx

imo,

cen

to e

vin

te e

uros

cor

resp

onde

a c

inco

sei

s liv

ros

com

prad

os,

são

cinc

o se

is

livro

s,

cada

um

cu

sta

pra

vint

e eu

ros

, os

be

stse

llers

etc.

cont

inua

m a

vin

te e

uros

e m

esm

o as

sim

ven

dem

, o

que

é a

situ

ação

dos

jove

ns o

s jo

vens

é q

ue a

dere

m m

ais

não

são

prec

isam

ente

os

de m

édia

idad

e

e em

rel

ação

aos

ido

sos,

os

idos

os a

té g

osta

m d

as c

omod

idad

es p

orqu

e

conv

ém q

ue e

les

tenh

am f

acili

dade

em

ler

e e

les

aca

bam

por

ter

com

os

li-

livro

s el

ectr

ónic

os,

os ú

nico

s qu

e nã

o po

deria

m a

derir

era

os

velh

os d

o

Res

telo

mas

isso

cad

a ve

z há

men

os.

a le

itura

pel

o liv

ro d

igita

l é a

utom

átic

a

não

é ne

cess

ário

nes

te m

omen

to g

rava

r ca

sset

es o

u C

Ds

para

que

se

poss

a

ouvi

r m

ais

tard

e, o

u se

ja,

não

é ne

cess

ário

ocu

par

as a

a pe

ssoa

s, v

ocês

diria

m e

ntão

ass

im t

á as

sim

tá-

se a

pou

par

dinh

eiro

ass

im t

á-se

a p

oupa

r

empr

egos

est

á-se

a t

er m

enos

em

preg

os p

ossí

veis

, no

ent

anto

aa

tá-s

e é

a

perd

er d

inhe

iro p

or p

arte

dos

aut

ores

. em

rel

ação

às

cass

etes

que

ain

da

exis

tem

e e

tc.

o vã

o vã

o se

per

der

tal e

qua

l com

o as

dis

quet

es s

e pe

rder

am.

agor

a é

assi

m,

em r

elaç

ão a

os e

mpr

egos

per

dido

s e

à p

irata

ria q

ue a

inda

exis

te m

ais

faci

litad

a pe

los

livro

s el

ectr

ónic

os,

iss

o é

de f

acto

aqu

ilo q

ue

cria

o i

mpa

sse

hoje

em

dia

ent

re o

s liv

ros

digi

tais

fut

uros

e o

s liv

ros

em

pape

l ho

je e

m d

ia.

em r

elaç

ão a

mai

s um

a co

isa,

à C

ter

dito

que

não

se

podi

a ta

r aq

ui c

om c

ompu

tado

res

e er

a m

ais

fáci

l te

r o

pape

l, o

únic

o

prob

lem

a ho

je e

m d

ia p

ara

não

se u

tiliz

ar u

m c

ompu

tad

or h

oje

em d

ia a

a ta

l

e qu

al c

omo

se u

tiliz

a o

pape

l e

a le

- a

le-

a ca

neta

, o

lápi

s e

a bo

rrac

ha é

pela

ini

cial

izaç

ão q

ue u

m c

ompu

tado

r pr

ecis

a de

ter

par

a oc

upar

men

os

espa

ço,

quan

do h

ouve

r m

ais

espa

ço d

e di

sco

etc.

tud

o po

derá

est

ar g

uard

ado

bast

a um

seg

undo

ao

men

os p

ara

aqui

lo in

icia

lizar

.

Fáb

io R

uano

(m

oder

ador

): d

amos

ass

im p

or te

rmin

ado

este

deb

ate.

FR

(m

oder

ador

): e

nce

rra

mos

ass

im o

deb

ate.

Anexo 5

262

Anexo 5

Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos

5.1. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos Elaborados

pelos Alunos da Turma Alvo, Durante as Oficinas de Argumentação Oral............263

5.2. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos Elaborados

pelos Alunos da Turma Alvo, no Pré-teste e no Pós-teste……………...................268

5.3. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos Elaborados

pelos Alunos da Turma de Controlo, no Pré-teste e no Pós-teste…........................277

Anexo 5.1. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos – Turma Alvo – Oficinas

263

Turma Alvo

Planificações dos Discursos Produzidos no Debate Subordinado ao Tema:

Hábitos de leitura dos portugueses

Os obstáculos que dificultam o aumento dos hábitos de leitura dos portugueses estão relacionados

com a população ou com os livros e os editores?

Aluno IM «Boa tarde,

As dificuldades no aumento dos hábitos de leitura relacionam-se com os livros e os

editores. Consideramos que há três factores principais que contribuem para o reduzido número de

leitores em Portugal, nomeadamente, o peso, o preço e a pouca publicitação.

Dado que os livros volumosos e de capa dura são de grande peso e incómodos, as pessoas

utilizam-nos menos. Deste modo, deveríamos poder usufruir duma vasta variedade de livros de

bolso, porque estes são de menor peso e são, efectivamente, a melhor solução. Contudo os livros de

bolso são de fraca qualidade, e podem não representar o livro original da melhor forma. No

entanto existe um largo número de edições de bolso da mesma qualidade que o livro original, por

exemplo, Odisseia de Homero, wook.

Visto que o preço elevado dos livros é a principal causa do número reduzido de leitores, se

houver uma maior oferta de livros de bolso, o número de leitores aumentará. Embora A causa do

número diminuto dos leitores deriva da falta de interesse por parte da população, não pelos preços.

Os ultimos dados do Eurobarómetro, apresenta 52% dos portugueses admite que o preço era um

dos principais factores para não ter lido um livro no último ano. TSF.

O fraco investimento das editoras da na publicidade limita o conhecimento das obras das

obras publicadas, por exemplo, o meio televisivo é um bom veículo publicitário. Contudo O meio

televisivo é um bom veiculo publicitário, mas também de elevado preço, o que deixa as editoras

numa situação arriscada Embora o investimento no meio televisivo é arriscado, mas mal como em

todos os negócios, o investimento pode ser bem sucedido.

Em conclusão verificamos que as dificuldades no aumento dos hábitos de leitura estão

baseados nas proporções, no custo e no fraco investimentos das editoras na publicidade.»

Anexo 5.1. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos – Turma Alvo – Oficinas

264

Aluno AC «Iremos abordar os obstáculos que dificultam o aumento dos hábitos de leitura dos

portugueses. Defendemos que o principal é a populaça. Abordaremos aspectos como os fracos

hábitos de leitura, o stress, etc. Argumento 1: Ou se lê um livro ou se está ocupado com as lidas da casa/a trabalhar.

Portanto, fazer uma coisa implica não fazer a outra. Embora se possa As lidas de casa não ocupam o tempo inteiro de uma pessoa, portanto ao acabar resta-lhes tempo para ler. Não é vdd por Ao

acabar as tarefas domésticas, as pessoas estão demasiado cansadas e não têm vontade de ler. Os últimos dados do Eurobarómetro referente a 2007, indicam que 49% dos portugueses

não leram no ano anterior. Logo, têm fracos hábitos de leitura. Sendo os dados referentes a 2007, podem os números ter mudado. Por não uma data relativamente antiga, os dados não devem ter

mudado radicalmente. Argumento 3: A maior parte das pessoas andam stressadas. As pessoas stressadas não

conseguem ler. Logo, a maior parte das pessoas não consegue ler. Os livros têm um efeito calmante nas pessoas. As pessoas ao estarem stressadas não têm tendencia a ler.

Em suma se a população Portuguesa tivesse melhores hábitos de vida os números de leitores aumentariam exponencialmente.»

Aluno NM

«Boa tarde! O nosso grupo defende que a dificuldade no aumento dos hábitos de leitura dos portugueses está relacionada com a população, Devido ao cansaço, ao stress, à analfabetização ou

pouca instrução educacional e às novas tecnologias. Em primeiro lugar, devido à vida agitada, ao trabalho e ao stress permanente, os

portugueses não lêem. Se não estivessem expostos a esse ritmo de vida, provavelmente os portugueses leriam mais. Logo, a vida agitada da população leva a que não leia tanto. Mas, se uma

pessoa quiser ler, lê, mesmo que por vezes não tenha muito tempo. Se uma pessoa gostar mesmo de ler, arranja qualquer espacinho na sua vida para ocupar com a leitura. Contudo, o cansaço é muito

maior do que a vontade de ler, o que nos obriga a não dedicar tanto tempo à leitura. Em segundo lugar, segundo a informação fornecida pela a Acção Local de Estatística

Aplicada, a taxa de analfabetismo ou o baixo nível de escolarização são factores que justificam os

fracos hábitos de leitura dos portugueses. No entanto, a pop analfabeta portuguesa apresenta um n.º quase insignificante no geral dos indivíduos portugueses. Logo, este facto não justifica os fracos

hábitos de leitura dos portugueses. Mas a verdade é que a taxa de analfabetismo ou baixo nível de escolaridade são factores que contribuem para que Portugal seja o 2.º país da Europa onde se lê

menos, de acordo com Nuno Guedes da T S F. Em terceiro lugar, quer a falta de vontade, quer as inovações tecnológicas, como o

computador, a televisão ou a playstation, são factores que contribuem para que Portugal seja o segundo país da Europa onde se lêem menos livros, de acordo com Nuno Guedes da T S F. Porém,

se uma pessoa gostar realmente de ler, ocupa o seu lendo em vez de entreter-se com as novas tecnologias. no entanto, as oportunidades e entretenimentos que as novas tecnologias oferecem,

conduz-nos a não nos dedicarmos à leitura. Em conclusão, podemos afirmar que devido ao cansaço, stress, analfabetismo, baixo nível

educacional e à inovação no campo tecnológico, a verdade é que, a população é a grande responsável pelos fracos hábitos de leitura dos portugueses.»

Anexo 5.1. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos – Turma Alvo – Oficinas

265

Aluno EP «Em relação aos hábitos de leitura, Vamos defender que o facto de as pessoas não lerem

mais se deve aos livros e aos editores pois, os livros são muito caros e as edições de bolso são cada

vez de fraca qualidade. Se os portugueses tivessem dinheiro compravam mais livro. Houve um aumento dos salários

este ano. Houve um aumento dos impostos e a subida dos preços e custo de vida. De acordo com a informação transmitida pela T S F, 63% dos portugueses afirmam que não

pegaram num único livro, possivelmente devido à crise e aos baixos salários. Os livros são caros Existem edições de bolso

Os livros de bolso perdem qualidade face aos livros originais, devido ao encurtamento do livro. Existem livros de bolso de qualidade Esses são escassos e por vezes nunca publicados pois

devido à redução de preço, as editoras têm menos lucro. Por fim, achamos que se as editoras produzissem mais edições de bolso, ou se reduzissem a

sua margem de lucros, ao reduzirem o preço dos livros, os portugueses iriam ler mais.»

Aluno IL

«Boa tarde

No que diz respeito aos hábitos de leitura dos portugueses vamos defender que os obstáculos que dificultam os hábitos de leitura dos portugueses estão relacionados com a

população e não com os livros e os editores. Os principais argumentos que serão apresentados assentam na forma de vida dos portugueses, na vantagem dos livros de bolso e nos preços destes.

Os portugueses optam por levar uma vida agitada (por exemplo: sair à noite, ir ao cinema, etc.) não dedicando o tempo que têm livre à leitura. Fazer uma coisa implica não fazer a outra.

Não, a culpa não é da nossa vida agitada pois há sempre tempo para ler. A culpa é dos editores que fazem livros a um preço elevado. Tal não acontece visto que existem livros cujo preços são

acessíveis como por ex: o livros do Expresso, «clássicos da humanidade» a 1€. Se os portugueses optassem por levar uma vida mais calma e sedentária, dedicando mais

tempo à leitura, os hábitos de leitura da população portuguesa aumentariam. Existem sempre tempos livres na vida das pessoas que poderiam ser dedicados à leitura, logo a culpa é dos editores e dos livros que não são acessíveis e os que são, são de má qualidade. Não. A culpa não é dos livros

e editores pois existe uma grande variedade de preços, ou seja, A população é que escolhe fazer outras actividades como ver televisão, etc.

Existem livros a um preço simbólico e ao alcance de todos, basta ver a colecção «Clássicos da Humanidade» lançada pelo Expresso. Sim, mas nem toda a gente tem dinheiro para comprar o

expresso e os livros de bolso não oferecem grande variedade de leitura. Mesmo havendo pessoas que não tenham dinheiro para pagar um livro de bolso cujo os preços são acessíveis, e quanto à

questão da pouca variedade de livros de bolso, existem bibliotecas publicas que oferecem uma grande variedade de livros gratuitamente.

Em suma, podemos concluir que através dos aspectos que referimos, como a vida agitada dos portugueses, a não dedicação de tempo livre à leitura, as vantagens dos livros de bolso e dos

preços acessiveis, a população é a responsável pelos reduzidos hábitos de leitura dos portugueses.»

Anexo 5.1. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos – Turma Alvo – Oficinas

266

Aluno RF «O tema que vamos discutir neste debate é os obstáculos que dificultam o aumento dos

hábitos de leitura dos portugueses. Para nós, estes obstáculos estão relacionados com os livros e

editores. Em primeiro lugar, O excessivo número de páginas que um livro contém leva a uma leitura

mais maçuda e, por conseguinte, leva a uma redução do interesse por parte do leitor, como é o caso do livro Odisseia, de Homero. Sabendo que nos estabelecimentos de ensino são impostos aos jovens

a leitura de uma vasta gama de obras literárias, que a maioria das vezes, apresentam um grande número de páginas e que, por conseguinte, leva a um desinteresse prematuro da obra. Como

solução, as editoras poderiam dividir este tipo de obras em volumes reduzidos. Apesar de, Para a maioria das pessoas o número de páginas ser irrelevante e o que verdadeiramente importa é o

conteúdo do livro. Em segundo lugar, A utilização de uma linguagem mais complexa leva a que as pessoas

iletradas, que apesar de saberem ler e escrever não conseguem interpretar, não tenham capacidade para interpretar este tipo de livros. Como forma de resolver este problema, as editora e o ensino

deveriam estabelecer um acordo com o objectivo de inserir um maior número de obras literárias nas escolas. Mesmo assim, sabemos que A escassa presença de obras literárias no ensino básico

levam a um maior desinteresse e a uma grande quebra dos hábitos literários da população. E por último: Os livros de capa dura apresentam um valor monetário excessivo que faz com

que a maior parte da população não possa adquiri-los. Deste modo, deveríamos reduzir o preço destes para que possamos promover os hábitos de leitura dos portugueses. Para resolver estes

casos existem os livros de bolso que apresentam preços mais acessíveis à população. Apesar de os livros de bolso apresentarem preços mais acessíveis em relação aos livros de capa dura, os livros

de bolso têm a desvantagem de apresentar uma diminuição do corpo de letra. Em suma, os maus hábitos de leitura dos portugueses derivam dos livros e das editoras, não

só pelas questões económico-financeiras, como também, das situações logísticas (que referimos anteriormente).»

Aluno LP

«O tema deste debate é os hábitos de leitura dos portugueses. Neste contexto, a tese que

defendo é que a falta hábitos de leitura no nosso país está relacionada com os livros e os editores, devido ao elevado preço da maioria dos livros e ao reduzido número de livros de bolso.

Segundo a T S F, mais de metade dos portugueses admite não ter lido nenhum livro no ano anterior, apresentando como justificação o preço elevado. Compra de livros de bolso, porque são

economicamente mais acessíveis, e utilização dos e-books O número de livros de bolso existentes é muito escasso, e a utilização de e-books necessita uma plataforma, o que retira a comodidade da

leitura. O facto de os livro de bolso serem mais baratos poderia levar o público comprar mais

livros, mas, devido à oferta limitada, são poucas as pessoas a adquiri-los. A divulgação dos livros é necessária para incentivar os portugueses a ler e em Portugal

existe muita falta de divulgação. Existem jornais a lançarem colecções em fascículos de variadas obras obras, o que ajuda a divulgação. Não é uma boa estratégia para uma população que já lê

pouco, colocar edições em conjunto com os jornais.

Anexo 5.1. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos – Turma Alvo – Oficinas

267

O elevado custo dos livros, a falta de maior número de livros de bolso e a falta de divulgação, são as principais causas que fazem com que os portugueses sejam um dos povos da

Europa que menos lê, sendo os principais culpados, os próprios livros e suas editoras.»

Aluno AD

«Para nós, os escassos hábitos de leitura dos portugueses estão relacionados quase só com

a população portuguesa. Os nossos principais argumentos assentam em aspectos como o analfabetismo, a pobreza e o desinteresse.

Ou uma pessoa é letrada e consegue ler livros ou é analfabeta e não consegue ler. Portugal ainda tem uma taxa de analfabetismo significativa, a nível europeu. Logo, há pessoas que não

conseguem ler. Poder-se-à dizer que Hoje a taxa de analfabetismo portuguesa é residual e que Não será por aí … No entanto Não deixa de ser das maiores da Europa e isto a juntar ao abandono

escolar, representa uma parte significativa da população portuguesa que não lê. Como ainda subsiste pobreza e miséria em Portugal, os portugueses não têm os livros como

algo essencial. Isto faz com que haja uma fraca procura e escassos hábitos de leitura. Este argumento pode parecer que dá razão à tese oposta já que A população é pobre e não tem dinheiro

para pagar os livros E o problema está nos livros, que são caros. Mas, na verdade o problema está é relacionado com a pouca procura da população. Se os bens tiverem muita procura, baixam os

preços. (exº na Alemanha onde tudo é mais caro, os livros são mais baratos que em Portugal). Os portugueses, que nunca foram habituados a ler com regularidade, não preferem o livro à

realização de outras actividades que exigem menos esforço. Na tese oposta podem dizer que Nunca foram habituados a ler porque os livros nunca lhes proporcionaram condições. Mas Não, porque o

problema está na herança deixada por uma população que nunca leu muito, ao contrário das restantes europeias.

Em conclusão, tendo em conta todos estes aspectos, (anafabetização, desinteresse e pobreza) achamos que a culpa dos maus hábitos de leitura são provenientes da população

portuguesa.»

Anexo 5.2. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos – Turma Alvo – Pré-teste/Pós-teste

268

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niã

o o

s liv

ros

ele

ctró

nic

os

nun

ca ir

ão

sub

stitu

ir p

or

com

ple

to o

s liv

ros

impr

ess

os.

Poi

s h

ave

rá s

em

pre

inú

me

ras

pes

soas

co

m a

pre

ferê

nci

a p

elo

s liv

ros

fís

icos

sej

a p

elo

go

sto

pe

la

leitu

ra o

u p

elo

pra

zer

da

co

nst

ituiç

ão

de

um

a e

no

rme

bib

liote

ca p

riva

da

.

Em

lug

ar

xist

em

ce

rta

s cl

ass

es

soci

ais

qu

e n

ão

po

ssu

iem

dis

pon

ibili

da

de m

on

etá

ria

pa

ra a

dqu

irir

os

disp

end

ios

os

livro

s

ele

ctró

nic

os.

No

en

tan

to c

om o

pa

ssar

do

s a

no

s ir

á

des

valo

riza

r

po

rqu

e s

e tr

ata

de

um

ob

ject

o e

lect

rón

ico

, m

as,

até

lá a

s p

ess

oa

s

terã

o d

e p

aga

r u

m p

reço

dem

asi

ad

o e

leva

do

.

Em

se

gu

ndo

lug

ar

mui

tas

pe

sso

as

irã

o o

pta

r p

or o

uvir

as

suas

ob

ras

pref

erid

as,

se

ndo

isso

um

a d

as

opçõ

es d

o li

vro

ele

ctró

nic

o.

Co

m is

so ir

á a

um

ent

ar

a ta

xa d

e a

nalfa

bet

iza

ção

po

is

cert

as

pe

sso

as e

nvé

s d

e le

r vã

o o

uvir

. N

o e

nta

nto

, o

s a

ma

nte

s d

a le

itura

o ir

ão

dei

xar

de

o f

aze

r p

or

exi

stir u

ma

opç

ão

qu

e le

ia o

s liv

ros

a

voz

alta

, m

as,

irá

se

r m

uita

s ve

z u

tiliz

ada

”a

lei

do m

eno

r e

sfo

rço

”.

Em

te

rcei

ro lu

ga

r a

s bi

blio

teca

s p

úb

licas

dei

xarã

o d

e s

er

fre

que

nta

da

s p

ois

nu

m li

vro

ele

ctró

nic

o b

ásic

o p

ode

m a

rma

zen

ar-s

e

até

150

0 o

bra

s. N

o e

nta

nto

, a

ctu

alm

ent

e a

s b

iblio

teca

s já

são

mu

ito

po

uco

fre

que

nta

da

s m

as,

com

o a

pa

reci

men

to d

os

livr

os

ele

ctró

nic

os

ira

dar

-se

o e

nce

rra

me

nto

de

inú

me

ras

bib

liote

cas.

C

on

clu

índo

o a

par

eci

men

to d

os li

vro

s el

ect

rón

ico

s n

un

ca ir

á

ba

nir

po

r co

mp

leto

os

livro

s im

pre

ssos

Alu

no J

C

«O

s n

oss

os

arg

um

ent

os

con

tra

os

livro

s el

ectr

ón

ico

s é

:

- N

os

livro

s e

lect

róni

cos

a n

oss

a le

itura

est

á co

ndi

cio

na

da

ao

su

po

rte

util

iza

do

(b

ate

ria

, a

varia

…).

- M

uito

difi

cilm

ent

e e

star

ão

dis

po

nivé

is to

das

a

s ob

ras

em

ve

rsã

o

ele

ctró

nic

a.

- A

dur

açã

o d

e u

m a

pare

lho

o se

co

mp

ara

à d

e

um li

vro

.

- N

em

tod

a a

po

pu

laçã

o e

stá

ha

bili

tada

e te

m p

oss

e p

ara

po

der

ad

qu

irir

o d

ito a

pare

lho

ele

ctró

nic

o.»

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Anexo 5.2. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos – Turma Alvo – Pré-teste/Pós-teste

271

Alu

no E

P

«

A t

ese

qu

e ir

mos

def

en

der

é q

ue

, no

fut

uro

to

dos

os

livro

s im

pre

sso

s

serã

o s

ub

stitu

ído

s p

or

livro

s d

igita

is.

De

vido

ao

fact

o d

e o

s liv

ros

dig

itais

tom

are

m o

lug

ar d

os

livro

s

esc

rito

s, e

stes

irã

o tr

aze

r be

ne

fíci

os

imp

ort

ant

es

tais

co

mo

o a

vanç

o

tecn

oló

gico

, me

lhor

ia n

a q

ua

lida

de

de

ens

ino

(de

cil a

cess

o e

ince

ntiv

a a

leitu

ra),

o a

par

elh

o e

m u

so p

ode

rá a

ind

a c

on

ter

milh

are

s

de

livr

os,

sen

do

de

fác

il m

ane

jo (

é u

m a

pare

lho

qu

e p

ode

ser

tra

nsp

ort

ad

o p

or

tod

o o

lad

o s

en

do m

ais

fin

o e

leve

). [S

eg

un

do o

site

do

jorn

al p

úb

lico

.]

Est

e a

pa

relh

o s

erá

ain

da

am

igo

do

am

bie

nte

, po

up

and

o o

uso

de

pa

pe

l e r

edu

zin

do

dra

stic

ame

nte

o c

ort

e d

e á

rvo

res

[S

egu

nd

o o

site

da

re

vist

a e

scol

a]

Pa

ra c

onc

luir

, est

a in

ova

ção

po

de

rá im

ort

aliz

ar

os

livro

s, v

isto

qu

e

o h

ave

rá o

pro

ble

ma

s d

e e

ste

s se

est

raga

rem

co

m o

pa

ssa

r d

o

tem

po

, a

pesa

r d

e h

ave

r fo

rte

s p

rob

ab

ilid

ad

es d

e h

av

er

ava

ria

s de

softw

are

, m

as c

om

a e

volu

ção

tec

no

lóg

ica

s ac

redi

tam

os q

ue

se

po

ssív

el,

me

smo

co

m e

ssa

s a

ava

ria

s, a

info

rmaç

ão

a in

form

açã

o n

ão

da

nifi

cad

a.»

Alu

no G

B

«O

s liv

ros

físi

cos

ou

impr

esso

s vã

o d

esa

par

ece

r d

evid

o:

ao

bur

aco

na

cam

ad

a d

o o

zon

o, d

evi

do

ao

ma

nip

ula

me

nto

e u

so m

ais

fa

cil d

os

de

no

min

ado

s e-

bo

oks

que

ap

esa

r d

e c

aro

s, to

rna

m-s

e

um

inve

stim

ent

o a

lon

go

pra

zo. O

s e-

bo

oks

, a

lon

go

pra

zo to

rna

m-s

e ta

mb

ém

ma

is b

ara

tos,

talv

ez

não

se

o d

ow

nlo

ad

do

so

ftw

are

do

livr

o fo

r t

axa

do

ma

s se

mpr

e te

mo

s

a o

pçã

o d

e a

obr

a g

ratis

que

est

a d

isp

oni

vel e

m d

ive

rso

s si

tes

ou

“sí

tios”

da

inte

rne

t. C

om

os

e-b

oo

ks t

em

os t

am

bem

inco

rpor

ad

os

dic

iona

rio

s e

no

tas.

Po

de

mo

s ta

mb

em

ao

impa

cto

qu

e o

s e

-bo

oks

ter

iam

no

âm

bito

pe

da

gico

e a

cad

ém

ico

aca

ba

nd

o c

om

o f

am

oso

arg

ume

nto

do

en

orm

e

pe

so,

com

o a

lun

os,

so

mo

s o

bri

gad

os

a c

arr

eg

ar d

iari

am

en

te e

qu

e n

os

pre

jud

ica

a s

aud

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Bo

a t

ard

e

Anexo 5.2. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos – Turma Alvo – Pré-teste/Pós-teste

272

Alu

no IL

«

Mu

ito b

oa

tard

e.

Ne

ste

deb

ate

on

de

va

i se

r ab

ord

ado

o e

ma

so

bre

, se

alg

um

dia

os

livro

s im

pre

sso

s vã

o s

er

sub

stitu

ído

s p

elo

s liv

ros

ele

ctró

nico

s, n

ós v

am

os

de

fenf

er q

ue

os

livro

s im

pre

sso

s n

ão

o,

ne

m tê

m d

e d

esa

par

ece

r.

Ho

je e

m d

ia, c

om

o a

pare

cim

ent

o d

e u

ma

nov

a te

cno

logi

a (

Kin

dle

2)

qu

e

fun

cio

na

co

mo

um

livr

o e

lect

róni

co,

vária

s p

ess

soas

pe

nsa

m q

ue

os

livro

s

imp

ress

os

vão

de

sap

are

cer.

Co

mo

arg

um

ent

o c

on

tra

, ach

am

os

que

os

livro

s im

pre

sso

o tê

m d

e

de

sap

are

cer

e te

mo

s co

mo

, em

pri

mei

ro lu

gar

o fa

cto

de

“co

m a

inve

nçã

o a

s

pe

sso

as n

ão

mai

s se

rão

ob

rig

ad

as a

trei

na

r a

me

ria”

dito

pel

o F

arã

o,

po

de

mo

s co

ncl

uir q

ue

ho

je e

m d

ia a

pesa

r d

e a

esc

rit

a te

r si

do

inve

nta

da

o

de

ixá

mos

de

ter

me

ria

. Ta

l po

de s

er c

om

pro

vad

o at

ravé

s d

o te

xto

da

do

na

seg

uin

te f

rase

“F

arã

o e

stav

a a

ma

nife

star

um

me

do

ete

rno

: o m

ed

o d

e q

ue

um

no

vo fe

ito te

cno

lógi

co p

ud

esse

abo

lir o

u d

est

ruir

alg

o (

…)”

.

Co

mo

co

ntr

a-a

rgu

me

nto

tem

os

qu

e,

com

o a

par

eci

men

to d

os li

vro

s el

ect

rón

ico

s,

vai s

er

inst

ituid

a u

ma

leitu

ra +

cil e

da

do o

fac

to d

e s

er

mai

s p

equ

en

o e

leve

,

pro

voca

um

me

lho

r tr

ans

por

te e

co

m is

so +

pe

sso

as

vão

ler.

Co

mo

arg

um

ent

o te

mo

s a

diz

er

que

ap

esa

r de

um

me

lho

r tr

an

spor

te p

rovo

cado

pe

lo li

vro

ele

ctró

nic

o,

um

livr

o im

pre

sso

o e

stá

co

ndi

cio

na

do

à b

ate

ria

,

po

de

mo

s le

r o

te

mpo

qu

e q

uis

erm

os

e o

nd

e q

uis

erm

os

tam

m.

Co

ntr

a a

rgu

me

nto

: co

m o

s liv

ros

impr

ess

os

há u

m fo

rte

ab

atim

ent

o d

e á

rvo

res.

Co

mo

arg

um

ent

o te

mo

s a

diz

er

que

ap

esa

r do

ab

atim

en

to d

e á

rvo

res,

hoj

e e

m

dia

exi

ste

já r

eci

cla

ge

m d

e p

ap

el e

alé

m d

isso

, os

livro

s d

e p

ape

l sã

o u

m g

asto

de

pa

pe

l util

e p

od

em

du

rar

mu

itos

an

os s

e fo

rem

be

m c

onse

rva

do

s.

De

ste

mo

do

pod

em

os

con

clui

Alu

no A

M

«-

Um

livr

o im

pre

sso

o te

m b

ate

ria

, po

de

mos

lê-lo

o t

em

po

qu

e q

uise

rmo

s.

– N

em

se

mp

re a

s te

cno

log

ias

são

tota

lme

nte

van

tajo

sas

no

se

ntid

o q

ue

m t

ira

r lu

ga

r à

s o

u le

va

m

ao

ab

an

don

o p

rátic

as

+ t

rad

icio

nai

s co

m p

or

exe

mp

lo

a r

ela

ção

afe

ctiv

a c

/ o

ob

ject

o/liv

ro d

eix

a d

e e

xis

tir.

(

ao

lon

go

do

s te

mp

os

sem

pre

se

ap

ren

de

u a

ler

atr

avé

s de

livr

os

imp

ress

os

e h

á v

alo

res

que

me

rece

m

ser

estim

ad

os.

� Q

ua

nto

à o

pçã

o a

lta v

oz

po

is q

ua

nd

o e

sta

mo

s a

ler

est

am

os a

inte

rpre

tar

e a

faze

r o

no

sso

pró

prio

juí

zo

en

qu

ant

o q

ue n

a o

pçã

o a

lta v

oz

esta

mos

a o

uvir

alg

m a

ler

e s

imp

lesm

ent

e e

sta

mo

s a

ou

vir

a,

ace

itar

e a

inte

rio

ria

r.»

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Anexo 5.2. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos – Turma Alvo – Pré-teste/Pós-teste

273

Alu

no A

R

«B

oa

tar

de

.

O n

oss

o g

rup

o te

m u

ma

opi

niã

o fo

rma

da

ace

rca

de

ste

a

ssu

nto

,

de

fend

em

os

a su

bstit

uiçã

o d

os

livro

s im

pre

sso

s p

elo

s liv

ros

ele

ctró

nic

os.

D

ive

rso

s fa

cto

res

com

o a

ma

ior

ace

ssib

ilid

ade

, n

om

ead

am

en

te o

fact

o d

e o

pre

ço s

er

ma

is b

aix

o,

assi

m c

om

o a

mai

or

faci

lidad

e d

e

tra

nsp

ort

e,

na

me

did

a e

m q

ue

po

de

mos

gu

ard

ar

um

a in

úm

era

qu

an

tida

de d

e li

vro

s: s

eg

und

o o

jorn

al P

úb

lico

na

edi

ção

de

10

de

Fe

vere

iro

de

est

e n

ão

, re

dig

ido

por

Isa

bel

Co

utin

ho,

é-n

os

poss

ível

con

sta

tar

qu

e p

od

em

os g

uar

da

r ce

rca

de

150

0 li

vro

s em

2G

B.

E

m s

eg

un

do

lug

ar,

po

dem

os r

efe

rir

o fa

cto

de

, a

o p

refe

rirm

os li

vro

s

ele

ctró

nic

os,

em

ve

z d

e li

vro

s im

pre

sso

s es

tam

os a

p

oup

ar

o a

mbi

ent

e

de

um

exc

ess

ivo

cort

e d

e á

rvo

res.

Em

bo

ra h

aja

op

ini

ões

cont

rári

as à

no

ssa

tese

, q

ue

def

en

da

m q

ue

o u

so d

os

livro

s d

igit

ais

po

de

rá c

on

duz

ir

a u

m g

ast

o s

upé

rflu

o, d

e e

lect

rici

da

de,

a v

erd

ade

é q

ue e

sta

ene

rgia

po

de

se

r p

rod

uzi

da

co

m m

ais

faci

lida

de

e c

om

ra

pid

ez,

o q

ue

não

é

po

ssív

el c

om

a p

lant

açã

o d

e á

rvor

es

qu

e d

em

ora

tem

po

.

D

e s

eg

uid

a,

pod

em

os

deb

ruça

r-n

os

sob

re o

ma

ior

ace

sso

que

os

livro

s e

lect

rón

ico

s no

s pr

opo

rcio

na

m à

lite

ratu

ra e

stra

ng

eira

.

E

m s

um

a,

po

de

mos

co

nclu

ir q

ue

os

livro

s im

pre

sso

s se

rão

sub

stitu

ído

s p

elo

s liv

ros

elec

tró

nico

s d

evid

o a

fac

tore

s já

ref

ere

nci

ad

os

com

o s

ão

exe

mpl

o a

mai

or

faci

lida

de

de

tra

nsp

ort

e,

a m

aio

r

ace

ssib

ilid

ade

na

me

did

a e

m q

ue

est

es

são

mai

s b

ara

tos

e,

por

últi

mo

,

o m

aio

r ac

ess

o à

ca

da

ve

z m

ais

re

qu

isita

da

lite

ratu

ra e

stra

ng

eira

Alu

no A

R

«

Co

mo

arg

um

ent

os

a f

avo

r n

ós

tem

os

que

o m

ais

ace

ssív

eis,

o

ma

is b

ara

tos,

são

mu

ito m

ais

fáce

is d

e tr

an

spo

rta

r.

Po

up

am

os

ime

nso

o a

mb

ien

te d

o e

xce

ssiv

o c

ort

e d

e á

rvo

re.

Te

mo

s a

cess

o à

lite

ratu

ra e

stra

ng

eira

co

m m

ais

faci

lida

de

e ta

mb

ém

com

ma

is r

ap

ide

z.

E,

no

ca

so d

e a

letr

a n

ão

ser

ace

ssív

el a

o le

itor,

e

xist

e a

po

ssib

ilid

ad

e

de

au

me

nta

r e

ssa

me

sma

.

E,

po

r úl

timo

, te

mo

s ai

nd

a q

ue

po

dem

os

gu

ard

ar

um

ma

ior

mer

o d

e

livro

s co

mo

, p

or e

xem

plo

, nu

ma

pe

n d

e 2

GB

co

nse

gui

mo

s g

ua

rda

r

ma

is o

u 1

50

0g

livr

os.

»

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Anexo 5.2. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos – Turma Alvo – Pré-teste/Pós-teste

274

Alu

no M

A

«S

au

da

çõe

s ca

ros

ou

vin

tes.

Ve

nh

o p

or e

ste

mei

o c

om

un

ica

r-vo

s a

nos

sa

po

siçã

o e

m r

ela

ção

ao

futu

ro d

os

livro

s im

pre

sso

s.

Est

es,

em

bre

ve

pra

zo, s

erã

o s

ubs

tituí

dos

pe

los

livro

s el

ect

róni

cos

.

Pa

ra a

poi

ar

est

a te

se e

u d

efe

nd

o q

ue:

-

Os

livro

s el

ect

rón

ico

s sã

o d

e e

spe

ssu

ra fi

na e

co

m p

orte

leve

,

pe

rmiti

ndo

, a

tod

os

os

ind

ivíd

uos

tra

nsp

ort

á-lo

s p

ara

qu

alq

uer

lug

ar.

Ind

epe

nd

ent

em

ent

e d

o v

alor

mo

ne

tário

de

stes

livr

os,

a s

ua

util

idad

e

de

ve s

er

bast

an

te v

alo

riza

da p

ela

po

ssib

ilid

ade

de

in

corp

ora

rem

div

ersa

s o

bra

s n

um

úni

co li

vro

;

-

Co

mo

se

gun

do

arg

um

ent

o e

, p

ara

ref

uta

r a

que

les

que

de

fen

de

m o

s

valo

res

e o

s co

stu

me

s tr

adi

cio

nai

s, d

evo

ma

nife

sta

r a

min

ha

tota

l

dis

cord

ânc

ia p

ois

o d

ese

nvo

lvim

en

to d

e u

ma

so

cie

da

de

é in

exo

ráve

l. O

s

livro

s e

lect

rón

ico

s sã

o u

ma

con

trib

uiçã

o a

ditiv

a a

e

ste

de

senv

olv

ime

nto

pro

gre

ssiv

o.

Cas

o c

ont

rário

ain

da

no

s de

dic

arí

am

os

à a

rte

ru

pes

tre

;

-

Em

ter

ceir

o lu

gar

, q

uer

emo

s m

an

ifest

ar

a n

oss

a p

reo

cup

açã

o a

o

ab

ate

pro

gre

ssiv

o d

e á

rvo

res

qu

e s

e te

m a

gra

vad

o n

os

últi

mo

s an

os.

Um

a d

as

caus

as

par

a e

sta

ca

tást

rofe

tem

sid

o a

ele

vad

a p

rod

uçã

o d

e

livro

s im

pre

ssos

qu

e c

on

som

em

est

a m

atér

ia-p

rim

a e

m g

ran

de

esc

ala

.

Se

jam

os

am

igos

do

am

bie

nte

e c

on

trib

ua

mo

s pa

ra u

m m

un

do

me

lhor

.

Em

su

ma

, o

s liv

ros

ele

ctró

nico

s a

pre

sent

am

co

ndiç

õe

s b

ast

ante

favo

ráve

is p

ara

que

nu

m fu

turo

pró

xim

o u

ltra

pa

sse

m

o vo

lum

e d

e

ne

cio

s do

s liv

ros

de p

ape

l.»

Alu

no M

A

«Arg

um

en

tos

a fa

vor:

- T

em

os

obse

rva

do

qu

e a

co

nst

ante

evo

luçã

o

tecn

oló

gica

tem

vin

do

ao

s p

ou

cos

a “

inva

dir”

e a

me

lho

rar

a v

ida

do

qu

otid

ian

o a

caba

nd

o p

or

ab

ran

ger

as

áre

as m

ais

sica

s p

rom

ove

nd

o a

mo

de

rniz

açã

o g

lob

al e

pro

mo

ven

do

a c

ultu

ra

lite

rári

a. C

om

o p

or

exe

mpl

o,

site

s q

ue

já e

xist

em

pu

blic

ad

os n

a In

tern

et (

qu

e p

erm

item

o fá

cil

ace

sso

à p

opu

laçã

o m

un

dial

e m

elh

or

faci

lida

de*

de

ace

sso

e d

e m

elh

or

org

aniz

açã

o e

spa

cia

l);

- C

om

o t

odo

s sa

be

mo

s, o

s p

rob

lem

as

am

bie

nta

is

têm

vin

do

a a

gra

var-

se d

evi

do

ao

de

seq

uilí

brio

do

eco

ssis

tem

a (

ne

ste

ca

so d

a d

esf

lore

sta

ção)

que

po

de

ría

se

r re

du

zid

o c

om

um

a d

imin

uiçã

o d

o

con

sum

o d

o H

om

em

(n

este

ca

so d

eix

an

do

de

pu

blic

ar

livro

s so

b o

for

mat

o o

form

ato

de

gin

as

e s

ub

stitu

ind

o-o

por

me

ios

ele

ctró

nic

os

que

se

têm

vin

do

a p

rom

ove

r e

a v

erific

ar

de

gra

nde

util

ida

de)

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

No

me

u g

rup

o,

qu

e s

e e

nco

ntr

a a

fa

vor,

de

sta

cám

os

do

is

arg

um

ento

s q

ue

con

sid

erá

mo

s d

e m

aio

r re

levâ

nci

a:

Anexo 5.2. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos – Turma Alvo – Pré-teste/Pós-teste

275

C

on

tra-

arg

um

en

tos:

-

A tr

adi

ção

tem

vin

do p

rog

ress

iva

me

nte

a t

orn

ar-

se u

ma

ba

nalid

ad

e

pe

rant

e a

evo

luçã

o d

em

olio

ra d

a te

cnol

ogi

a q

ue s

e t

em

su

pe

rio

risa

do

ao

s

cost

um

es

de

an

tiga

men

te. E

xem

plo

: p

ena

pel

a m

áq

uin

a d

e e

scre

ver

e d

e

seg

uid

a p

elo

co

mp

uta

do

r.

- A

s e

dito

ras

o se

ria

m p

reju

dic

ad

as

com

est

a m

uda

nça

poi

s se

ria

m

pa

rte

inte

gra

nte

des

te n

eg

ócio

, o

u se

ja,

os e

dito

res

rece

be

ria

m u

ma

com

issã

o fa

ce a

o n

úm

ero

de

livr

os e

lect

róni

cos

pu

blic

ad

os.

Co

m e

sta

tria

ng

ula

ção

de

inte

ress

es:

au

tore

s, e

dito

res,

e o

se

ctor

info

rmá

tico

seria

m b

ast

ant

e b

ene

ficia

dos.

- E

m r

ela

ção

às

ba

teria

s e

ao

tam

an

ho

e a

o p

eso

est

as

são

vis

tas

com

o

um

pro

ble

ma

poi

s, c

om

o t

emo

s a

ssis

tido

, a te

cnol

ogi

a a

cab

a s

em

pre

po

r

me

lho

rar

as

con

diçõ

es

ant

erio

rmen

te a

pre

sent

ad

as.

Tem

os

com

o b

om

exe

mp

lo o

cas

o d

os te

lem

óve

is.

Em

re

laçã

o a

os a

rgu

me

nto

s a

pre

sent

ad

os p

ela

op

osi

ção

, n

ós d

esta

cam

os

qu

e:

Anexo 5.2. Reprodução dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos – Turma Alvo – Pré-teste/Pós-teste

276

Pós

-tes

te

A

luno

AC

B

oa

ta

rde

! E

m r

ela

ção

ao

tem

a a

pre

sent

ad

o s

om

os

da

o

pin

ião

qu

e o

s liv

ros

imp

ress

os p

erm

an

ece

rão

no

no

sso

qu

oti

dia

no

.

E

m p

rim

eiro

lug

ar

os

livro

s im

pre

ssos

o n

ece

ssit

am

de

ne

nh

um

a p

lata

form

a (

ex.

com

pu

tad

or)

que

nec

ess

ite d

e u

ma

fo

nte

pe

recí

vel d

e e

nerg

ia.

Ap

ena

s é

pre

ciso

o li

vro

qu

e

é u

m e

lem

ent

o d

e

fáci

l tra

nsp

ort

e.

E

m s

eg

un

do

lug

ar a

s p

ess

oas

est

ão

hab

itua

das

ao

s l

ivro

s

imp

ress

os.

Isto

é u

m f

act

or

de

pe

rsu

asã

o p

ara

as

ed

itora

s q

ue p

od

em

sofr

er

que

bra

s n

as

sua

s ve

nd

as

com

a p

erc

a d

e le

itore

s.

P

or

últi

mo

po

de

mo

s d

ize

r qu

e n

o â

mbi

to d

e p

erse

rva

r a

na

ture

za

exi

ste

m e

diç

õe

s e

m p

ap

el r

eci

cla

do

e p

ode

se

mpr

e r

eco

rre

r-se

à

reu

tiliz

açã

o d

os li

vro

s, c

om

o p

or

exe

mp

lo o

s al

farr

abis

tas

e a

s

bib

liote

cas

blic

as.

Em

su

ma

a m

an

ute

nçã

o d

os li

vros

imp

ress

os

será

ass

eg

ura

da

pe

lo f

ácil

tra

nsp

ort

e e

a a

usê

ncia

de

pl

ata

form

as,

o

bito

da

s p

ess

oa

s e

m le

rem

pu

blic

açõ

es

imp

ress

as

e a

pre

ocu

pa

ção

am

bie

nta

l da

s p

ublic

açõ

es.

Pré

-tes

te

A

luno

AC

«

O li

vro

imp

ress

o é

mai

s có

mo

do

e m

ais

prá

tico

que

o

livro

ele

ctró

nic

o,

o r

eq

uer

um

a p

lata

form

a p

ela

qua

l se

ten

ha

de

ace

der

ao

livro

.

O

bito

do

s le

itore

s, q

ue

de

sde

à s

écu

los

se a

cos

tum

ara

m à

est

ant

e

com

as

sua

s co

lecç

ões

e li

vro

s p

refe

rid

os.

P

oss

íve

l pre

juíz

o à

ind

ústr

ia q

ue

dei

xari

a d

e d

isp

or d

e ce

rta

s ca

ma

da

s

do

me

rca

do d

evid

o a

os

seu

de

sag

rad

o c

om

os

livro

s e

lect

rón

ico

s.

A

ele

vad

a e

xpo

siçã

o d

os

olh

os

ao

ecr

ã d

o c

om

put

ad

or

cau

sa

pro

ble

ma

s d

e vi

sta,

alg

un

s d

os

qu

ais

gra

ves.

A

s a

varia

s d

os

com

pu

tad

ore

s re

qu

ere

m,

vári

as v

eze

s, a

fo

rmat

açã

o

do

dis

co r

ígid

o e

a e

limin

açã

o d

e v

ário

s d

ado

s.»

Anexo 5.3. Transcrições dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos – Turma de Controlo – Pré-teste/Pós-teste

277

Alu

no T

S

«S

ó h

á v

anta

gen

s n

o “

Kin

dle

”. N

um

a m

era

en

um

era

ção

; o

quã

o fi

no

é,

me

no

s d

e 1

cm

, a

leve

za,

280

gra

ma

s, e

o fa

cto

de

arm

aze

na

r m

ais

15

00

livr

os

na

me

sma

situ

açã

o fí

sica

on

de

ca

be

ria

ape

na

s u

m,

seria

o

sufic

ien

te p

ara

leva

r a

qu

ere

r n

a m

on

opo

lizaç

ão

por

pa

rte

do

s liv

ros

ele

ctró

nic

os

(eb

ook

s).

No

en

tant

o,

me

smo

os

fact

os

do

mo

me

nto

corr

esp

on

de à

s e

xpec

tativ

as.

Pa

ra o

qu

e p

rop

õe

o in

qué

rito

pre

sen

te n

o

J N

de

15

de

Ou

tub

ro d

e 2

008

, d

ent

ro d

e 1

0 a

no

s h

aver

á a

dita

mo

no

po

liza

ção

.

Ou

tra

s ca

ract

erís

ticas

qu

e o

“K

indl

e”

tra

z de

ino

vação

e d

e

fun

cio

nal

ida

de/

efic

iênc

ia é

qu

e p

erm

ite q

ue

se e

scre

vam

no

tas

de

leitu

ra,

e ta

mb

ém

um

dic

ion

ári

o in

corp

ora

do

par

a u

ma

me

lhor

leitu

ra

com

o p

ara

aju

dar

no

qu

otid

ian

o d

as

pes

soas

. C

om

um

g

ran

de

um

a

gra

nd

e p

ote

nci

alid

ade

no

ca

mp

o d

os

ceg

os

é a

fun

cio

nalid

ad

e te

xt-t

o-

spe

ech

, a

leitu

ra a

uto

tica

e s

em

o r

ecu

rso

a a

udi

o p

ré g

rava

do

po

r

pa

rte

do

“K

ind

le”.

Ass

im tr

az

ma

is d

e 2

30

mil

no

vos

livr

os p

ara

a

cultu

ra d

a c

om

uni

da

de c

ega

, q

ue

sa

be

mo

s b

em

o q

uão

lim

itad

a d

e

mo

me

nto

a s

ua

bib

liote

ca d

e li

vros

em

bra

ille

. P

ar

a fi

nal

iza

r, a

po

up

an

ça d

e p

ape

l, n

ão

sen

do

ass

im p

rop

ício

a a

lerg

ias

e

con

sequ

ent

em

ent

e o

cu

sto

eco

mic

o/a

mbi

ent

al b

aix

a

com

pa

rativ

am

en

te a

os

livro

s im

pre

sso

s, e

a le

itura

na

tura

l no

ecr

ã d

o

“Kin

dle

”, u

tiliz

an

do

“e-

ink”

, s

ão

be

ness

es s

en

do

qu

e n

ão

qu

alq

uer

razã

o p

ara

o s

er a

de

pto

Alu

no T

S

«A

pri

ncip

al e

volu

ção

qu

e h

ou

ve n

os

leito

res

de li

vro

s e

lect

rón

ico

s é

qu

e d

eixo

u d

e te

r qu

e h

ave

r u

ma

luz

em

itid

a p

ara

qu

e fo

sse

po

ssív

el le

r

um

livr

o,

ou

sej

a,

hoj

e e

m d

ia já

já n

ão

é n

ece

ssár

io c

ansa

r os

olh

os

pa

ra q

ue s

e p

oss

a le

r u

m li

vro

em

qua

lque

r le

itor

dig

ital.

O s

eg

un

do

, e is

so é

log

o é

pe

rcep

tíve

l par

a q

ual

qu

er

pe

sso

a q

ue

é

eco

lóg

ico

, o

u s

eja

, p

ou

pa-s

e m

uita

s á

rvo

res

sem

ga

sta

r p

ap

el p

ara

pro

du

zir

outr

os

livro

s.

De

po

is te

m u

m e

crã

táct

il q

ue

é p

ossí

vel i

nte

ragi

r c

om o

livr

o e

co

m

ou

tro

tip

o d

e m

éd

ia e

tam

m p

ara

gra

var

no

tas

e a

no

taçõ

es

qu

e s

e

ten

ha

ao

ler

o li

vro

.

Ta

mb

ém

é p

equ

eni

no

e le

ve,

no

rma

lmen

te h

á li

vro

s q

ue

pe

sam

mui

to

na

s m

och

ilas,

na

o, o

nde

qu

er

qu

e s

eja

. P

od

e in

clui

r m

ais

do

qu

e u

m

livro

, n

este

mo

me

nto

já p

ode

incl

uir

mil

e q

uin

he

nto

s em

re

laçã

o à

pri

mei

ra e

diç

ão

do

leito

r de

livr

os d

igita

is,

po

de

incl

uir

e in

clui

de

ba

se

dic

ion

ário

s, t

em

o w

i-fi,

ou

se

ja, h

oje

em

dia

po

de-s

e te

r in

tern

et n

um

leito

r d

igita

l de

livr

os.

E o

s ce

gos

po

dem

pa

ssa

r a

ou

vir

livro

s e

m v

ez

de fi

car

pe

los

livro

s e

m

Bra

ille

exi

ste

nte

s qu

e s

ão n

est

e m

om

en

to p

ou

cos.

»

Pla

nific

açõe

s do

s D

iscu

rsos

Pro

duzi

dos

no D

ebat

e S

ubo

rdin

ado

ao T

ema:

O t

ext

o d

igita

l e o

text

o im

pre

sso

Se

rá q

ue a

lgu

m d

ia o

s liv

ros

imp

ress

os v

ão

ser

subs

titu

ído

s p

or li

vros

ele

ctró

nic

os?

Se

rá q

ue

, n

um

fut

uro

pró

xim

o,

de

ixar

em

os

de

folh

ea

r pá

gin

as

em

pa

pel e

pa

ssa

rem

os a

ace

der

ape

na

s a

livr

os e

lect

rón

ico

s?

Tur

ma

de C

ontr

olo

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Anexo 5.3. Transcrições dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos – Turma de Controlo – Pré-teste/Pós-teste

278

Alu

no S

A

«m

ais

prá

tico

co

nse

gu

imo

s te

r m

uito

s m

ais

livr

os

con

cen

tra

do

s

pe

sso

as c

om

difi

ciê

ncia

Alu

no S

A

«vi

vem

os

nu

ma

so

cie

da

de fa

cilit

ista

e c

om

udi

sta

E m

ais

fáci

l e p

ratic

o u

tiliz

ar

um

livr

o e

lect

róni

co

do

qu

e u

m im

pre

sso

.

cad

a v

ez

a n

ossa

so

cie

dad

e te

nta

co

nsci

en

cial

iza

r a

s pe

sso

as p

ara

as

ne

cess

ida

de

s d

os

dific

ient

es.

Me

io a

mb

ien

te»

Alu

no A

C

«O

s liv

ros

de

pa

pel

o u

sam

en

erg

ia.

Os

livro

s d

e p

ape

l nã

o s

ão d

est

ruíd

os

tão

faci

lme

nte

.

Os

livro

s d

e p

ape

l pro

vid

enci

am

um

a s

en

saçã

o a

o ta

cto

, a

ssim

co

mo

che

iro

agr

ad

áve

is.

Os

livro

s d

e p

ape

l du

ram

50

0 a

no

s.

Os

livro

s d

e p

ape

l nã

o fe

rem

a v

isão

.

Os

livro

s d

e p

ape

l sã

o m

ais

ace

ssív

eis

no

que

toc

a

a p

reço

.

Os

livro

s d

e p

ape

l sã

o r

eci

clá

veis

.

Os

livro

s d

e p

ape

l po

de

m s

er

lido

s p

or

pess

oa

s ce

ga

s.

Os

livro

s e

lect

róni

cos

são

pir

até

ave

is.

Os

livro

s d

e li

vro

s e

lect

róni

cos

são

frá

geis

e fa

cilm

ent

e r

ou

bad

os.

Pe

rde

m-s

e m

uito

s p

ost

os

de,

trab

alh

o,

sen

do

q n

a s

ubs

titui

ção

p li

vros

ele

ctró

nic

os

o p

roce

sso

va

i se

r m

eca

niz

ad

o e

os

tra

balh

os

de

pe

sso

as

serã

o fe

ito p

or

quin

as»

Alu

no A

C

«Liv

ros

ele

ctró

nic

os…

o li

vro

s? S

em

vid

a.

E is

so

é m

elh

or?

Eu

acr

edi

to q

ue

sim

. Ma

s, ta

mb

ém

te

m a

s su

as d

esv

ant

ag

en

s. L

á p

orq

ue t

êm

a

cap

aci

da

de

de

arm

aze

nar

ma

is d

e m

il liv

ros

nu

m p

equ

en

o o

bje

cto

, iss

o n

ão

imp

lica

mai

or

faci

lida

de d

e m

ovi

me

nto

. S

e o

s a

uto

res

escr

eve

sse

m s

ó li

vro

s

ele

ctró

nic

os

no

me

smo

dia

em

qu

e s

ão p

ost

os

à v

end

a, a

lgu

ém

os

pira

teá

na

inte

rne

t, n

ão

re

cebe

nd

o o

au

tor

o d

evid

o fi

na

nci

am

en

to p

ela

cria

ção

da

sua

ob

ra.

Pa

ra a

lém

dis

so, s

e o

s us

arm

os p

ara

arm

az

ena

r “o

bje

cto

s” d

e

tra

bal

ho

, co

mo

re

lató

rio

s, c

aso

ele

s se

pa

rta

m,

ou

de

sma

gn

etiz

em

, ou

os

pe

rca

mos

ou

se

jam

ro

ub

ado

s, n

ão

foi u

m li

vros

de

20

€ q

ue

per

de

mos

fora

m c

en

ten

as

de

les.

E o

livr

o e

lect

rón

ico

em

si é

ca

ro.

Pa

ra a

lém

dis

so,

as b

ate

rias

do

leito

r de

livr

os

elec

trón

ico

s g

ast

am

-se

rap

ida

me

nte

, se

nd

o e

sses

re

síd

uos

perig

oso

s p

ara

o

amb

ien

te.

Ou

tro

asp

ect

o a

sa

lient

ar

é q

ue

a in

stria

à v

olta

do

livr

o e

scrito

(liv

rari

as,

dist

ribu

idor

es)

so

frer

á u

ma

que

bra

; já

q

ue

os

livro

s el

ect

róni

cos

o o

s us

am

, e

sta

s p

ess

oa

s ir

ão

fica

r se

m e

mp

reg

o.»

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Anexo 5.3. Transcrições dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos – Turma de Controlo – Pré-teste/Pós-teste

279

Alu

no J

S

«te

xto

imp

ress

o ñ

va

i se

r su

bst

ituid

o p

ois

:

- d

ura

m m

ais

tem

po

, qu

e a

pa

relh

os

ele

ctró

nic

os,

- a

s pe

ssoa

s já

tão

ma

is h

abitu

ad

as

aos

livro

s, id

oso

s n

ão

ad

ere

m,

ap

en

as

jove

ns

- liv

ros

são

ma

is a

cecí

veis

- liv

ros

o c

an

sam

a v

ista

- liv

ros

têm

val

or

cultu

ral

- p

ost

os

de tr

ab

alh

o p

erd

ido

s p

/est

a s

ubs

titui

ção

»

Alu

no J

S

«1

- O

s liv

ros

nu

nca

se

rão

su

bst

ituíd

os

po

rqu

e: �

os

livro

s tê

m u

ma

ma

ior

esp

era

nça

de

vid

a (

du

rabi

lid

ad

e) d

o

qu

e u

m a

par

elh

o e

lect

róni

co (

po

r m

elh

or q

ue

ele

sej

a).

ex.

Bíb

lia,

“Os

Lus

íada

s”

� O

s a

pa

relh

os

ele

ctró

nico

s e

stão

suj

eito

s a

um

a d

ura

bilid

ad

e

curt

a, p

ois

estã

o e

xpos

tos

a o

utr

o tip

o d

e p

erig

o.

ex.

vir

us

(am

eaç

as

virt

uai

s),

sere

m s

ub

stitu

ido

s po

r a

pare

lho

s

ma

is r

ece

nte

s, m

ais

evo

luíd

os

(to

rnan

do

os

ou

tro

s m

ais

ob

sole

tos)

en

qu

ant

o q

ue o

s liv

ros

de

vid

o à

su

a lo

nga

du

rab

ilid

ade

po

de

m s

er

pa

ssa

dos

de

ge

raçã

o e

m g

era

ção

.

→ a

cecí

vel

� P

ess

as

de

ida

de»

Alu

no J

L C

om

o o

s liv

ros

ele

ctro

nic

os,

As

pes

soa

qu

e fo

rem

de

ficie

nte

s

au

diti

vos

e ta

mb

em

as

pes

soa

s q

ue

o a

na

lfab

eta

s a

o c

on

tra

rio

do

qu

e a

con

teci

a c

om

os

livro

s e

m p

ap

el,

ja p

od

em

ter

ace

sso

a to

da

a

info

rma

ção

co

ntid

a n

ele

s at

rave

s d

o te

xt-t

o-sp

ee

ch

- O

s liv

ros

ele

ctro

nic

os

são

ma

is p

ratic

os,

poi

s n

um

leito

r p

ode

cab

er

vario

s liv

ros

sem

ter

o in

com

odo

de

ter

qu

e o

s tr

an

spo

rta

r a

tod

os.

- C

om

o e

sta

tecn

olo

gia

tem

me

no

res

cust

os

do

qu

e o

fo

rma

to e

m

pa

pe

l, a

s ed

itora

s te

ram

ma

is d

inh

eiro

pa

ra a

po

iar

os

no

vos

auto

res

e s

era

ma

is fa

cil p

ubl

ica

r um

livr

o

Bib

liote

cas

ele

ctro

nica

s

Alu

no J

L �

A u

tiliz

açã

o d

e li

vros

ele

ctró

nico

s re

du

z o

con

sum

o e

xeci

vo d

e a

rvo

res.

� A

pu

blic

açã

o d

o s

livro

s e

lect

rón

ico

s se

rá m

ais

bara

ta e

mai

s fa

cil d

o

qu

e a

dos

livr

os

em

pap

el

� M

aio

r qu

an

tida

de d

e li

vro

s n

as b

iblio

teca

s p

ois

nu

m c

om

pu

tad

or c

abe

m

mu

itos

ma

is li

vros

do

que

em

qu

alq

uer

sala

.

� O

s liv

ros

ele

ctro

nico

s le

va o

s liv

ros

ao

s in

visu

ais

e a

na

lfab

eto

s o

qu

e

o s

erá

po

ssív

el c

om

form

ato

em

pap

el

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Anexo 5.3. Transcrições dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos – Turma de Controlo – Pré-teste/Pós-teste

280

a p

en

sar

no

s

po

rta

do

res

de

defic

iênc

ia

Alu

no F

L «

Os

Ido

sos

o s

e v

ão

ha

bitu

ar

aos

livr

os

elec

tró

ni

cos.

C

om

a s

ubs

titui

ção

do

s liv

ros

impr

ess

os

fáb

rica

s d

e p

ap

el v

ão

de

spe

dir

mui

tas

pes

soas

.

O

livr

o p

od

e s

er

adq

uirid

o p

or

qua

lque

r pe

ssoa

mas

um

com

pu

tado

r e

a in

tern

et n

em s

em

pre

o fá

ceis

de

ad

quirir

.

A

ba

teria

du

ra p

ou

co e

m c

aso

de

via

ge

m

P

raze

r cl

áss

ico

de

ler

livro

s im

pre

sso

s

C

on

cent

raçã

o

P

reço

um

a v

ez q

ue

o li

vro

ele

ctró

nic

o c

usta

pel

o m

eno

s 2

00

€.

e

du

caçã

Alu

no D

G

«E

u p

en

so d

e o

s liv

ros

imp

ress

os v

ão

aca

bar,

por

qu

e o

s liv

ros

ele

ctró

nic

os

pen

sam

nos

def

icie

ntes

.

- A

juda

os

ceg

os,

poi

s p

ode

-se

ou

vir

o te

xto

- A

juda

as

pess

oa

s de

idad

e, c

om

pro

ble

ma

s vi

suai

s, p

ois

pod

em

faze

r o

zoo

m

- E

prin

cip

alm

en

te a

jud

a o

s m

an

eta

s, p

ois

é m

ais

fa

cil u

m m

an

eta

tra

nsp

ort

ar

um

leito

r d

e li

vro

s el

ect

rón

ico

s d

o q

ue

50

livr

os d

e

pa

pe

l.

- E

prin

cip

alm

en

te n

ão

à p

eri

go

de

tra

nsm

ição

de

Gr

ipe

A,

poi

s

cad

a li

vro

dig

ital é

pes

soal

Alu

no D

G

«D

efe

ndo

qu

e o

s liv

ros

de p

ap

el v

ão

aca

ba

r p

or

dive

rso

s

mo

tivos

:

- o

s liv

ros

ele

ctró

nico

s sã

o m

ais

eco

lóg

ico

s (n

ão

pre

cisa

mo

s

de

ma

tar

flore

stas

inte

iras

)

- p

od

em

os u

tiliz

á-lo

s se

mp

re q

ue

o q

uis

erm

os

com

o

me

no

r

esf

orço

(atr

avé

z d

e u

m li

vros

e

lect

róni

cos

qu

e te

m

mem

óri

a

pa

ra m

ais

de

15

00

livr

os)

- t

em

os a

pos

sib

ilid

ad

e d

e fa

zer

ap

ont

am

ent

os

sem

es

tra

ga

r

o li

vro

e a

té c

ons

ulta

r u

m d

icio

rio

onl

ine

.

- P

oss

ibili

da

de

de

os

cego

s o

uvi

rem

o li

vro

e n

ão

de

mor

ar

1

an

o a

ler

bra

ile

- P

oss

ibili

da

de

de

au

me

nta

r a

letr

a n

o c

aso

dos

miú

pes

- E

no

ca

so d

os m

an

eta

s é

mu

ito m

ais

fáci

l ca

rre

ga

r u

m li

vro

ele

ctró

nic

o

- A

s tr

aça

s n

ão

co

me

m o

s liv

ros

ele

ctró

nic

os»

Alu

no F

L «

- O

s liv

ros

imp

ress

os

sem

pre

fora

m u

tiliz

ad

os

com

m

aio

r du

rabi

lida

de

e r

esi

stê

ncia

, aca

ban

do

por

se

r u

m m

éto

do

mai

s ba

rato

e p

rátic

o

- O

s liv

ros

ele

ctró

nic

os

prec

isa

m d

e a

cess

o à

inte

rn

et o

qu

e d

ificu

lta a

util

iza

ção

de

ste

mét

od

o e

m p

aís

es s

ubd

ese

nvo

lvid

os.

- O

de

sap

are

cim

ent

o d

e e

mp

reg

os

rela

cio

na

dos

com

os

livr

os im

pre

sso

s

(bib

liote

cas,

fábr

ica

s d

e im

pre

ssã

o,

enc

ad

ern

açã

o)

- A

difi

culd

ad

e d

e a

s p

ess

oas

de

ida

de

se e

nte

nd

ere

m c

om

as

nov

as

tecn

olo

gia

s.»

Pré

-tes

te

Pós

-tes

te

Anexo 5.3. Transcrições dos Registos Escritos das Planificações dos Discursos – Turma de Controlo – Pré-teste/Pós-teste

281

Alu

no C

C

«-

Os

livro

s du

ram

ma

is te

mp

o s

en

do

imp

ress

os,

os

ele

ctró

nic

os

são

ma

is fr

ág

eis.

- A

inda

se

de

sco

nh

ece

os

efe

itos

tota

is à

sa

úde

do

ut

iliza

do

r ou

su

a

de

scen

ncia

.

- A

mo

r a

os li

vro

s.

- O

s im

pre

sso

s p

ode

m s

er li

do

s e

m q

ual

que

r lo

cal q

ue

ten

ha

luz.

Os

ele

ctró

nic

os

pre

cisa

m d

e b

ate

ria

.

- M

esm

o q

ue c

om

ece

m a

apa

rece

r m

ais

ele

ctró

nico

s, n

ão

sub

stitu

irã

o c

om

plet

am

ent

e o

s im

pre

sso

s.

- O

reb

ro h

um

an

o tr

ab

alh

a m

elh

or c

om

pap

el e

can

eta

s q

ue

co

m

ecr

ãs

de

co

mp

uta

do

r.

- Liv

raria

s, in

dús

tria

s d

e p

ap

el e

en

cad

ern

açõ

es,

etc

ga

ran

tem

em

pre

go

a m

ilha

res.

- C

om

o li

vro

imp

ress

o,

pira

taria

é d

ifíci

l e é

mai

s ga

ran

tido

o

resp

eito

pel

os

dire

itos

de a

uto

r.

- O

livr

o im

pre

sso

é m

ais

ba

rato

e a

cess

ível

.

- O

livr

o e

scrito

po

de s

er tr

an

smiti

do

, o e

lect

róni

co n

ão.

- O

livr

o im

pre

sso

tem

mai

s q

ue

um

uso

.

- Le

nd

o li

vros

impr

ess

os,

um

a p

ess

oa

ma

nté

m-s

e m

ais

lig

ado

ao

mu

nd

o r

eal

enq

ua

nto

no

ele

ctró

nic

o p

ode

aco

nte

cer

o m

esm

o q

ue

no

s P

C’S

e jo

go

s se

tive

r ac

ess

o à

inte

rnet

.

- A

ssim

ap

reci

a-s

e c

ada

livr

o,

e tê

m m

ais

val

or

em

oci

ona

l. N

o

ele

ctró

nic

o e

stã

o to

dos

mis

tura

dos,

e n

ão

se

ap

reci

a c

ad

a li

vro.

- Liv

ros

imp

ress

os s

ão

óp

tima

s p

ren

das.

»

Alu

no C

C

«-

Est

á p

rova

do

cie

ntif

ica

me

nte

qu

e o

reb

ro h

um

an

o tr

ab

alh

a m

elh

or

com

o p

ap

el,

por

isso

nu

m fu

turo

pró

xim

o ir

ão

se

r u

sad

os

pa

pel,

cad

ern

o.

- Liv

ros

ele

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