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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE IDENTIFICAÇÃO, PERÍCIAS PAPILOSCÓPICA E NECROPAPILOSCÓPICA “O Despertar de uma Nova Visão para o Crescimento da Papiloscopia” (Relatório) Por: Antônio Maciel de Aguiar Filho Catiana Souza Gomes Gerson Inácio Papiloscopistas Rafael, Alex, Cida, Jovânio, Catiana, Gerson e Maciel. O IX CONGRESSO BRASILEIRO DE IDENTIFICAÇÃO, PERÍCIAS PAPILOSCÓPICA E NECROPAPILOSCÓPICA, realizado em Porto Velho (RO) nos dias 26, 27 e 28 de setembro/2007, e que teve como acontecimento paralelo o IV ENCONTRO DE DIRETORES DE INSTITUTOS DE IDENTIFICAÇÃO, revestiu-se de sucesso, visto que se compôs de temas variados de grande interesse para a nossa categoria, cujas apresentações ilustraram o quão heterogêneas são as realidades da papiloscopia em cada Unidade da Federação. Todas as vinte e sete

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I X CONGRESSO BRASI LEI RO DE I DENTI FI CAÇÃO, PERÍ CI AS PAPI LOSCÓPI CA E

NECROPAPI LOSCÓPI CA

“O Despertar de uma Nova Visão para o Crescimento da Papiloscopia”

(Relatór io)

Por: Antônio Maciel de Aguiar Filho

Catiana Souza Gomes Gerson Inácio

Papiloscopistas Rafael, Alex, Cida, Jovânio, Catiana, Gerson e Maciel.

O IX CONGRESSO BRASILEIRO DE IDENTIFICAÇÃO, PERÍCIAS

PAPILOSCÓPICA E NECROPAPILOSCÓPICA, realizado em Porto Velho (RO) nos dias 26, 27 e 28 de setembro/2007, e que teve como acontecimento paralelo o IV ENCONTRO DE DIRETORES DE INSTITUTOS DE IDENTIFICAÇÃO, revestiu-se de sucesso, vi sto que se compôs de temas variados de grande interesse para a nossa categoria, cujas apresentações i l ustraram o quão heterogêneas são as real i dades da papi loscopia em cada Unidade da Federação. Todas as vinte e sete

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al i se encontravam representadas, estando Goiás presente com sete papi loscopistas – Antônio Maciel , presidente da APPEGO, Inácia Aparecida e Rafael do Núcleo Regional da Superintendência da Pol ícia Técnico-Científ i ca de Anápol i s, e do Insti tuto de Identi f i cação: Gerson Inácio (Seção de Representação Facial Humana), Catiana (Dati l oscopia), Jovânio Ângelo dos Santos (Divi são de Identi f i cação Civi l ) e A lex Fernandes Borges (Divi são de Cadastros de Antecedentes), uma das delegações mais numerosas, sem considerar a equipe local , naturalmente. A representação nacional maciça, as inúmeras experiências e informações técnicas, as exposições da si tuação em que se encontram as nossas causas em nível nacional , os importantes contatos al i real i zados, a programação sabiamente real i zada com tempo suf i ciente para a conf raterni zação, garanti ram um Encontro de onde os que parti ciparam saíram com o f i rme propósi to de também se encontrarem em Campo Grande (MS), sede elei ta para o X Congresso.

Eis o resumo do que pudemos apreender do evento:

1- Palestra: A Importância das Perícias Papiloscópicas para o Inquérito Policial e para o Processo. Palestrantes: Delegada Rosilei Lima e juiz da 3ª Vara Criminal (RO) • A importância da urgência na elaboração dos laudos papi loscópicos ainda na fase de composição do inquéri to, bem como da preservação dos locais de crime até a chegada de autoridades competentes. Del egada Rosi l ei L i ma, M aci el e Jui z da 3ª V ara Cr i mi nal (RO)

• A Pol ícia Técnica precisa estar bem munida de provas materiai s para o sucesso do inquéri to pol i cial , bem como para

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a condenação do mel iante. Caso contrário, este será absolvido e poderá vol tar a cometer novos crimes.

• Estatísti ca: de Jan./2007 até Set./2007, 1/3 dos processos

criminais julgados resul taram em absolvi ção e 2/3 em condenação, graças aos laudos papi loscópicos.

• A maior parte das absolvi ções ocorre por i nsuf i ciência de

provas. E i sto se deve ao fato de a Pol ícia Judiciária trabalhar mui to pouco com a ajuda da Pol ícia Técnico-Científ i ca.

• “ Delegados, peri tos criminais, peri tos papi loscopistas, somos

todos peças de um mesmo barco. Examinar a função de cada um separadamente é um grande equívoco, pois somos um todo” .

• É preciso haver mais i nvestimentos na Pol ícia Técnica, tanto material quanto de qual i f i cação prof i ssional .

• Peri to criminal não é peri to papi loscopista.

• O produto f i nal de todo esse trabalho é a paz social –

promoção da justi ça. O resto é envaidecimento.

• É importante fazer com que a sociedade tome conhecimento do nosso trabalho, criar o fato pol íti co.

• Às vezes, há conf l i tos entre interesses corporati vi stas e

interesses insti tucionais. 2- Palestra: O Sistema de Identi fi cação nos EUA depois de 11 de Setembro Palestrante: Joseph Bushner, peri to do FBI .

• 55 milhões de impressões criminais estão registradas. 27 milhões de impressões civis também estão. Ainda há muito mais para serem

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digitalizadas. 35 mil investigações já foram beneficiadas com este banco de dados.

• CJIS–Serviços de Informação da Justiça Criminal – Seus registros

criminais jamais são deletados do sistema.

• É possível desenvolver uma parceria mais intensa entre Brasil e EUA.

• Nas cenas de crime, as coletas são feitas manualmente e depois são enviadas aos laboratórios para digitalização.

• Nos EUA há ambientes em que, quando o indivíduo chega, sua íris é

fotografada, e na saída ele já se encontra identificado.

• Há também sistema que fornece, através da análise de um fio de cabelo, um histórico dos ambientes em que você esteve nos últimos dias.

• Ficou positivamente surpreso ao saber do nosso sistema de identificação

civil (carteira de identidade). As legislações estaduais no seu país dificultam a implantação de um documento semelhante.

3- Palestra: Identificação Necropapiloscópica em Acidentes de Massa – Vôo 1907 da GOL. Palestrante: Celma Wanderlene, perita papiloscopista do I.I.-DF

Papi l oscopi stas Ol ga Benári o – SP e Cel ma – DF

• Acidente aéreo ocorrido em 29/09/2006, na Serra do Cachimbo – MT

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• Equipe da Polícia Técnico-Científica do DF deslocada para a Fazenda

Jarinã-MT:

Ø 05 médicos legistas, Ø 01 perito criminal Ø 01 perita papiloscopista (Jurema Aparecida, chefe da seção de

necropapiloscopia)

• Buscas oficialmente encerradas em 16/11/2006 e último corpo identificado em 22/11/2006, por DNA.

• 100% de identificação:

- 6 tripulantes 154 mortos: - 148 passageiros

• Alguns cadáveres identificados por 2 ou 3 métodos. • A papiloscopista Olga Benário do I.I. de São Paulo participou da

identificação dos corpos das vítimas do recente acidente com avião da TAM naquela Capital e também passou-nos detalhes daquele trabalho: 4 vítimas não foram identificadas.

4 - Palestra: Identidade Digital – Nova Realidade no País

130 identificados pelo método papiloscópico (88%)

24 identificados por outro método (12%)

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Palestrantes: Célio Ribeiro, presidente da ABRID (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital) e delegado da PF Edson Rezende, ex-papiloscopista. Célio Ribeiro, presidente da ABRID

• Outro item de segurança: todos os Estados terem acesso aos sítios de cartórios para confirmação da veracidade de certidões.

5- Palestra: R.I.C. e AFIS – Implantação e Situação nos I.I. do Brasil Palestrantes: Pedro Rogério, Luiz Barbosa (presidente FENAPP) e Marcos Elias (diretor do I.N.I.)

• A Carteira de Identidade, em seu modelo atual, ainda é responsável por 72% dos golpes aplicados no comércio e bancos.

• O projeto R.I.C. (Registro de Identidade Civil), também chamado

Registro Único pretende dificultar as fraudes.

• Prazo de implantação: 9 anos.

• Para uma identificação ser segura, ela tem que passar pela biometria, bem como ter cunho científico. • Há um projeto em andamento sobre a regulamentação de um documento de origem segura para a expedição de carteira de identidade. Cogita-se a inserção de impressões digitais nas certidões de nascimento e/ou casamento.

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• 70% da população cadastrada (105 milhões de cidadãos) arcaria com o custo avaliado em quase US$ 701 milhões. Os 30% restantes referem-se à população carente, que não seria onerada.

• O custo por carteira seria US$ 6,27.

Pedro Rogério Lira Barros – Perito Papiloscopista – DF, Luiz Antônio O. Barbosa – Presidente da FENAPP e Marcos Elias Claúdio de Araújo Diretor do

INI.

• O objetivo é a emissão de um cartão magnético com todas as informações pessoais em código de barras.

• O valor orçado para o projeto pode até ser reduzido, considerando-se que

algumas unidades da federação já possuem o AFIS civil (RJ, RS, TO, MA e BA – este em fase de implantação).

6 - Palestra: A Falsidade e Adulterações nos Documentos de Identidade Workshop: Panorama Nacional de Fraudes Documentais Palestrante: Cláudio Marcondes (SP), especialista em decifrar falsificação documental.

• “Todos os papiloscopistas deveriam saber como é uma Carteira de Identidade” .

• Há duas fases da Carteira de Identidade no Brasil: antes e após 1984

(Decreto nº 89250, de 27/12/83 que regulamenta a Lei 7116, de 29/08/83).

• O número do R.I.C. seria gerado pelo Ministério da Justiça e executado pelos I.I. O maior problema enfrentado tem sido com os outros órgãos emissores de documentos (Receita Federal, Cartórios Eleitorais, Ministério do rabalho etc), pois nenhum se dispõe a abrir mão do controle numérico já utilizado para seus registros.

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• Facilidades para falsificações:

- Cartórios têm dado autenticidade a documentos falsos com carimbos de autenticação em fotocópias. Têm perdido muitos processos de danos morais. - Através do sítio www.cartório24horas.com.br você recebe em casa a certidão de nascimento ou casamento de qualquer pessoa.

Cláudio Marcondes (SP)

• Alguns itens a serem observados quando da análise de uma C.I.:

- RG antigo _ titular tem pelo menos 37 anos de idade. - Brasão do Estado no canto superior esquerdo da frente do espelho – verificar se o desenho está nítido, caso contrário, pode tratar-se de uma cópia. - Estado emissor no cabeçalho – conferir com a perfuração (sinete) na fotografia. Ex: SSPGO, PCGO (Goiás), IIMG (Minas Gerais), IIRGD (São Paulo), ICCRO (Rondônia). Observação: Já não há perfurações em carteiras emitidas em Estados que possuem o AFIS. - Impressão Digital – deve ser na cor preta ou grafite (e não azul, em almofada de carimbo), sem borrão. - Datas de emissão e de nascimento – Devem estar no mesmo padrão. Exemplos diferentes para um mesmo dado: 26/2/1996, 26/02/1996, 26/FEV/1996.

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- Conferir a coerência entre o documento apresentado para emissão da C.I com o tipo de Livro de Registro especificados no rodapé do verso. Livros de Registros: “A” – Nascimentos “B” - Casamentos “C” - Óbitos “D” - Editais (tudo que se refere a casamentos) “E” -Registro estrangeiro (só existe no 1º Cartório de cada Comarca) - Algumas perguntas pessoais que podem levar à contradição: Qual é o seu signo? - Onde você se casou? - Particularidades referentes à RG em alguns Estados: I – - antes de 1994 - M -------------------- nº de RG Minas Gerais - após 1994 - MG ------------------- nº de RG Numeração não possui dígito verificador (DV). II- Bahia – Único Estado em que o número de RG tem dois dígitos verificadores. Nas datas (de expedição e de nascimento) são utilizados apenas números. III - Amazonas – A fotografia não tem perfuração. Tem um carimbo no local, que passou a ser carimbo marca d’àgua. IV- Mato Grosso do Sul – O número da carteira não tem DV, datas não possuem letras; apenas números. V- São Paulo – A numeração de RG está atualmente em 51 milhões.

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7- Palestra: Técnicas e Recursos para Buscar Impressões Digitais em Locais de Crime Palestrantes: Caroline Cássia da Silva Brito, papiloscopista SP e Lourival Rodrigues Ferreira, perito papiloscopista-DF.

Caroline Cássia da Silva Brito, papiloscopista SP e Lourival Rodrigues Ferreira, perito papiloscopista-DF.

• Material audiovisual exibido patenteou a diferença entre os recursos

materiais disponíveis em cada uma das Unidades da Federação ali representadas: de um lado, São Paulo com um laboratório repleto de improvisações, onde um fundo de cafeteira é utilizado como aquecedor de cianocrilato; do outro, Brasília-DF, possuindo laboratório com padrão de excelência que o aproxima dos países do primeiro mundo, resultado de forte investimento em sua Polícia Técnico-Científica.

8- Palestra: Identificação Neonatal, sua Aplicação, Função Social e Eficiência.

Palestrante: Nilma Azevedo (Papiloscopista PE)

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• Método de identificação de recém-nascido através das impressões plantares, utilizado pela primeira vez em 1915, na maternidade de Chicago, pelo mestre Lespinasse.

• Lei 8.068/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente)

Ø “Art. 10 – Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à

saúde de gestantes públicos e particulares são obrigados a:

Ø II – Identificar o recém-nascido mediante o registro de suas impressões plantar e digital e das impressões da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade competente; ...”

• Objetiva esta Lei, a partir da imediata identificação do recém nascido e sua vinculação à mãe, facilitar a solução de casos de trocas, seqüestros ou abandonos de bebês, garantindo uma identidade tanto individual quanto familiar.

• A identificação digital do recém-nascido é praticamente impossível

porque a criança, ao nascer, tem a mão fechada de forma rígida, bem como os dedos das mãos muito pequenos, o que dificulta o trabalho de entintamento e levantamento de uma boa impressão capaz de atender à técnica classificatória. Por estas razões, sugere-se que a identificação neonatal seja feita somente através das impressões plantares.

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• A equipe de papiloscopistas que integra o Projeto de Identificação Neonatal em Recife-PE ministra um treinamento em algumas maternidades daquela Capital, objetivando conscientizar os profissionais da saúde da importância de levantamentos de impressões plantares legíveis que possibilitem suas classificações e arquivamento.

• É meta do I.I. Tavares Buril-PE expandir este trabalho a todas as

maternidades do Estado.

• O datiloscopista policial Onildo Bernardo da Silva (PE) elaborou, a partir

de estudos e pesquisas, o Manual de Classificação e Subclassificação de Impressões Pudoscópicas de Neonatal, onde trata do preenchimento, classificação e arquivamento das fichas prontuário de neonatal.

9- Mesa de Debate: A Perícia Papiloscópica Dentro do CPP e a Abrangência da Figura do Perito Oficial no Artigo 159 do Código deProcesso Penal. Palestrante: Dr. Mauro Nazif, Deputado Federal/RO Debatedor: Juiz/RO

• Presença importante do Deputado Federal Mauro Nazif, pois além de se

mostrar favorável à nossa causa e defensor de nossos pleitos, colocou-se à disposição da Comissão Permanente formada no Evento, que trabalhará no Congresso Nacional com o objetivo de acompanhar os projetos de interesse da categoria. Tal Comissão foi formada por quatro Estados e o Distrito Federal. Goiás está presente através da APPEGO.

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• O pronunciamento do Juiz reforçou o trabalho e o reconhecimento das perícias papiloscópicas como verdadeiras ferramentas de investigação, sendo imprescindíveis para a convicção do Judiciário.

• Quanto ao questionamento da validade ou não dos laudos papiloscópicos, para ele isto não passa de uma discussão infantil e que, sem dúvida, atende a interesses duvidosos do crime organizado, que patrocina inclusive profissionais na área jurídica para desacreditar as provas, as perícias.

10- Workshop: Equipamentos e Tecnologias – Eficiência na Busca e Revelação de Fragmentos Papilares em Local de Crime. Apresentadores: Clemil José de Araújo - Papiloscopista/INI-DF e Nadiel Dias da Costa – Papiloscopista/DF

• O pequeno curso foi voltado para a aplicação da luz forense em revelação

de impressões digitais com cianocrilato e fluorescência. Papiloscopista Maciel ladeado pelos professores, Nadiel (PC/DF) e Clemil (PF/DF)

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11- FÓRUM DE DEBATES (situação, propostas e perspectivas dos papiloscopistas no Brasil) Palestrantes: Jorge Luiz Valentim – Perito Papiloscopista – Presidente da APPES-ES, Antonio Maciel Aguiar Filho – Presidente da APPEGO/GO, Rubens Cyles Pereira – Presidente SINPAPMS, e Renato Deslande – Papiloscopista – PF/MG.

Mediadores: Presidente da FENAPP: Luiz Antonio O. Barbosa e Paulo Ayran da S. Bezerra – Presidente da Abrapol.

Varias propostas foram analisadas e discutidas, ficando como prioridade o acompanhamento e articulação política dos projetos já existentes no Congresso Nacional que beneficiam a categoria.

Composição da mesa do Fórum de Debates com a presença do Presidente da APPEGO.