Relatório Coliformes - Dário Macedo

17
 DISCIPLINA: ANÁLISE BACTERIOLÓGICA DA ÁGUA PROFESSORA MARIA DAS DORES COSTA DUARTE TÉCNICAS UTILIZADAS NA DETERMINAÇÃO DE BACTÉRIAS DO GRUPO COLIFORME: TUBOS MÚLTIPLOS; MEMBRANA FILTRANTE; SUBSTRATO DEFINIDO. Dário Macedo Lima e José Eduardo da Silva Castro Curso Técnico Integrado em Controle Ambiental    3°ano João Pessoa Janeiro de 2012

Transcript of Relatório Coliformes - Dário Macedo

  • 5/21/2018 Relat rio Coliformes - D rio Macedo

    1/17

    DISCIPLINA: ANLISE BACTERIOLGICA DA GUAPROFESSORA MARIA DAS DORES COSTA DUARTE

    TCNICAS UTILIZADAS NA DETERMINAO DEBACTRIAS DO GRUPO COLIFORME:

    TUBOS MLTIPLOS;MEMBRANA FILTRANTE;SUBSTRATO DEFINIDO.

    Drio Macedo Lima e Jos Eduardo da Silva CastroCurso Tcnico Integrado em Controle Ambiental3ano

    Joo PessoaJaneiro de 2012

  • 5/21/2018 Relat rio Coliformes - D rio Macedo

    2/17

    Autores: Drio Macedo Lima e Jos Eduardo da Silva Castro

    TCNICAS UTILIZADAS NA DETERMINAO DEBACTRIAS DO GRUPO COLIFORME:

    TUBOS MLTIPLOS;MEMBRANA FILTRANTE;SUBSTRATO DEFINIDO.

    Relatrio de aula destinado disciplina de Anlise Bacteriolgicada gua, ministrada pela ProfessoraMaria Deise das Dores CostaDuarte.

    Joo Pessoa

    Janeiro de 2012

  • 5/21/2018 Relat rio Coliformes - D rio Macedo

    3/17

    1. INTRODUO

    A gua indiscutivelmente o elemento de maior importncia para asobrevivncia de todos os seres vivos do planeta. Contudo, milhares de anos aps osurgimento das primeiras civilizaes, ainda no fomos capazes de adotar um modelode desenvolvimento que utilize a gua com o mnimo de sabedoria (ANA, 2011).

    Quase um bilho de pessoas em todo o mundo no tem acesso gua potvel.Segundo a Organizao das Naes Unidas (ONU), cerca de quatro mil crianasmenores de 5 anos morrem todos os dias de doenas passiveis de prevenorelacionadas a gua, como diarria, febre tifide, clera e disenteria.

    A contaminao dos ecossistemas de gua est intimamente ligada a essesdados alarmantes. No Brasil, cerca de 80% do esgoto no tem tratamento adequado, deacordo com o levantamento de 2008 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica(IBGE).

    Entre os contaminantes da qualidade da gua mais difundidos

    especialmenteem reas onde o acesso a gua limpa e segura limitado esto os organismospatognicos: bactrias, protozorios e vrus. Estes organismos representam uma dasprincipais ameaas sade humana no planeta (ANA, 2011). Os maiores riscos decontaminao microbiana vm do consumo de gua contaminada com agentes

    patognicos provenientes de fezes humanas ou animais (Carr e Neary, 2008).A gua potvel no deve conter microorganismos patognicos e deve estar

    livre de bactrias indicadoras de contaminao fecal. Os indicadores de contaminaofecal, tradicionalmente aceitos, pertencem a um grupo de bactrias denominadascoliformes. O principal representante desse grupo de bactrias chama-se Escherichiacoli (FUNASA, 2006).

    O grupo dos coliformes est dividido em coliformes totais e coliformestermotolerantes.As bactrias que pertencem ao grupo dos coliformes totais so caracterizadas

    por apresentar bacilos gram-negativos, aerbios ou anaerbios facultativos, noformadores de esporos, oxidase-negativos, capazes de desenvolver na presena de sais

    biliares ou agentes tensoativos que fermentam a lactose com produo de cido, gs ealdedo a 35,0 0,5C em 24-48 horas, e que podem apresentar atividade da enzima -galactosidase. A maioria das bactrias do grupo coliforme pertence aos gnerosEscherichia, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter, embora vrios outros gneros eespcies pertenam ao grupo (MS, 2005).

    O grupo dos coliformes termotolerantes, comumente chamados de coliformes

    fecais, um subgrupo dos coliformes totais, restrito aos membros capazes de fermentara lactose em 24 horas a 44,5-45,5C, com produo de gs. Essa definio objetivou,em princpio, selecionar apenas as enterobactrias originrias do trato gastrintestinal (E.coli), porm, atualmente sabe-se que o grupo inclui membros de origem no fecal(vrias cepas Klebsiella pneumoniae, Pantoea agglomerans, Enterobacter aerogenes,

    Enterobacter cloacae e Citrobacter freundii). Em funo disso, o termo coliformesfecais tem sido, gradativamente, substitudo por coliformes termotolerantes (SILVA etal, 2010).

    A Escherichia coli, considerada o mais especfico indicador de contaminaofecal e de eventual presena de organismos patognicos, est includa tanto no grupodos coliformes totais quanto no dos coliformes termotolerantes. Seu habitat natural otrato instestinal de animais de sangue quente (SILVA et al, 2010). A E.coli,

  • 5/21/2018 Relat rio Coliformes - D rio Macedo

    4/17

    reconhecida como um micro-organismo modelo, pois foi exaustivamente estudadageneticamente e bioquimicamente nos ltimos anos.

    A razo da escolha daE. colicomo indicadora de contaminao da gua deve-se aos seguintes fatores: est presente nas fezes de animais de sangue quente, inclusiveos seres humanos; sua presena na gua possui uma relao direta com o grau de

    contaminao fecal; facilmente detectvel e quantificvel por tcnicas simples eeconomicamente viveis, em qualquer tipo de gua; possui maior tempo de vida na guaque as bactrias patognicas intestinais, por ser menos exigente em termos nutricionais,alm de ser incapaz de se multiplicar no ambiente aqutico; mais resistente ao dosagentes desinfetantes do que os germes patognicos (FUNASA, 2006).

    A portaria 518 de 2004 do Ministrio da Sade determina que a gua paraconsumo humano no deve apresentar E. coli ou coliformes termotolerantes.

    Para identificar e quantificar a presena de bactrias do grupo coliforme nagua foram desenvolvidas diversas metodologias de anlise, dentre elas, destacam-se:fermentao em tubos mltiplos; tcnica da membrana filtrante; tcnica do substratodefinido ou substrato Cromognico / Fluorognico.

    A tcnica dos tubos mltiplos ou mtodo do NMP (nmero mais provvel) um mtodo clssico na contagem de coliformes totais, termotolerantes e E. coli emgua. A tcnica de contagem em meio lquido menos exata que as que usam meioslido, apresentando a vantagem de que permitem detectar o gs produzido nometabolismo bacteriano (CEBALLOS, 1996).

    O mtodo consiste em inocular alquotas da amostra de gua ou diluies delaem uma srie de tubos com meio de cultura apropriado e observar o crescimento

    bacteriano. Este que se manifesta como cmbio na cor do meio lquido e turbidez ou, sturbidez ou turbidez e gs. O gs se observa retido em tubos de Durham que foramcolocados previamente dentro do tubo com meio de cultura. (CEBALLOS, 1996). Onmero de tubos positivosnos quais ocorreu crescimento de gsem cada diluio utilizado para determinar o Nmero Mais Provvel (NMP) desse microrganismo naamostra de gua analisada, consultando uma tabela estatstica (tabela de McGrady)(ABELHO, 2011).

    O Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater

    recomenda tambm, ao lado do mtodo do NMP, a tcnica da membrana filtrante. Arecomendao afirma que a tcnica pode ser adotada para determinar a potabilidade dequalquer gua, desde que, aps uma srie de exames paralelos, obtenham-se com asduas tcnicas, resultados compatveis.

    Em linhas gerais a tcnica da MF consiste em passar volumes ou diluies daamostra atravs de uma membrana com poros microscpicos que retm as bactrias.

    Estas membranas filtrantes so ento colocadas sobre meios seletivos com gar,contidos em placas de Petri. A determinao de coliformes procedida contando-se ascolnias tpicas que crescem na superfcie da membrana, aps 24 horas.

    O mtodo da membrana filtrante possui algumas vantagens e desvantagens emrelao ao mtodo dos tubos mltiplos.

    Vantagens: tem boa reprodutibilidade; os resultados so relativamente rpidos;permite o processamento de grandes volumes de amostra de forma a aumentar asensibilidade do teste; um mtodo mais econmico que o NMP (ABELHO, 2011);

    pode ser processado com o mnimo de espao e equipamentos; resultado tem maior graude preciso em relao tcnica dos tubos mltiplos.

    Desvantagens: as amostras com gua muito turva impedem a filtrao de

    grandes volumes e se esta turbidez for devido presena de algas ou substncias emsuspenso, estas podem formar uma pelcula na superfcie da membrana e interferir no

  • 5/21/2018 Relat rio Coliformes - D rio Macedo

    5/17

    desenvolvimento de colnias caractersticas de coliformes; quando existem grandespopulaes de bactrias no coliformes, porm capazes de se desenvolver sobre o meiode cultura, os coliformes podero ser impedidos de se desenvolver ou seno a densidadede coliformes pode ser menor do que a obtida pela tcnica do NMP; se existirem metaise fenis presentes na amostra podem adsorver aos filtros e inibir o crescimento

    bacteriano (ABELHO, 2011).O mtodo do substrato Definido permite a determinao simultnea deColiformes Totais e E. coli. um mtodo extremamente simples e prtico baseado nautilizao de substratos anlogos lactose (glicopiranosdeos) processados somente porColiformes Totais e E. coli. Esses substratos so hidrolisveis e detectamsimultaneamente enzimas presentes nessas bactrias.

    O teste vem sendo cada vez mais usado em todo o mundo, apresenta muitasvantagens, principalmente com relao rapidez de sua realizao, pois ele apresentaum tempo de manuseio inferior a um minuto, detecta coliformes totais e E. coli,simultaneamente, em 24 horas ou menos, no h necessidade de nenhuma confirmaoou de limpeza de utenslios de vidro nem de contagem de colnia. O mtodo tambm

    possui uma fcil execuo, eliminando a necessidade de preparao de meios, uma vezque o substrato j vem em uma embalagem de dose unitria. O procedimento realizado em 15 minutos. O mtodo do substrato Cromognico / Fluorognico tambmse destaca por ser muito preciso.

    Neste relatrio descreveremos as trs tcnicas de identificao e quantificaode bactrias do grupo coliformes aqui introduzidas: tcnica dos tubos mltiplos, tcnicada membrana filtrante e a tcnica do Substrato Definido (DST) ou SubstratoCromognico / Fluorognico.

  • 5/21/2018 Relat rio Coliformes - D rio Macedo

    6/17

    2. OBJETIVOS

    Ressaltar e fortalecer a importncia da realizao da anlise bacteriolgica dagua para a sade das pessoas, dos animais e do meio ambiente; Destacar as bactrias do grupo coliforme, com enfoque na E. coli, comomicroorganismos indicadores fundamentais na averiguao da qualidade da gua; Descrever, analisar e comparar as tcnicas de determinao de Coliformes TotaiseE. Coli.

    3. METODOLOGIA

    3.1. Preparao da amostra e diluies

    A preparao e inoculao de diluies requerida nos ensaios quantitativos,para reduzir o nmero de microorganismos por unidade de volume. A amostra pode serinoculada bruta ou diluda, a necessidade de diluies ou o nmero de diluies seriadasvai depender do nvel de contaminao esperado e deve ser tal que permita a obtenode tubos positivos nas menores diluies e negativos nas maiores no caso do mtodo do

    N.M.P. No mtodo de filtrao em membrana geralmente no so feitas diluies daamostra, pois o mtodo uma tcnica de concentrao dos microorganismos emamostras com baixas contagens. O procedimento usual a filtrao de 100ml, que

    podem ser fracionados em duas pores de 50ml, 4 pores de 25ml ou 3 pores de 70,25 e 5ml, respectivamente. A seleo do volume a ser filtrado, entretanto, depende dacontaminao estimada na amostra, de forma a resultar em placas com contagens nafaixa de 20 a 200 colnias (SILVA et al, 2010).

    A amostra diluda na gua de diluio que resultado da mistura de duassolues. A sua preparao est descrita na sequncia. Soluo 1:

    Pesar 34 gramas de Fosfato de Potssio Monobsico (KH2PO4) e dissolver em500 ml de gua destilada, ajustar o pH para 7,2 com Hidrxido de Sdio, soluonormal (NaOH 1N) e diluir a 1 litro com gua destilada. Normalmente so necessrios

    175 ml de NaOH 1N para elevar o pH. Soluo 2:Pesar 81,1 gramas de Cloreto de Magnsio hexahidratado (MgCl2.6H2O) e

    dissolver em 1 litro de gua destilada. Soluo 3 = Soluo 1 + Soluo 2:

    Adicionar 1,25 ml da soluo 1 e 5 ml da soluo 2 a 1 litro de gua destilada.Distribuir em tubos de ensaio em quantidade que, aps autoclavao, assegurem umvolume de 9 0,2 ml. Esterilizar em autoclave a 121 C (1Kg/cm2 de presso) durante15 minutos.

    A diluio inicial recomendada de 1:10 (10-1). Ela obtida acrescentandoassepticamente 1 ml da amostra com uma pipeta estril 9 0,2 ml de gua de diluio

    esterilizada. Em seguida, deve-se misturar bem.

  • 5/21/2018 Relat rio Coliformes - D rio Macedo

    7/17

    Para obter uma segunda diluio 10-2 preciso transferir assepticamente 1 mlda primeira diluio 10-1 para 9 0,2 ml do mesmo diluente. Para mais diluiessubseqentes proceder de maneira similar.

    Nota: assepticamente = bancada sanitizada; utilizao de luvas, mscara etoca; chama do bico de Bunsen prxima de onde est se realizando a

    tcnica.

    3.2. Tcnica dos tubos mltiplos

    Essa tcnica dividida em trs etapas: presuntiva, confirmativa e completa.Esta ltima, porm opcional e muitos laboratrios terminam a anlise na faseconfirmativa (SILVA et al, 2010).

    3.2.1. Preparao do meio de cultura

    O meio de cultura usado na etapa presuntiva o Caldo Lactosado emconcentrao dupla e simples. O Caldo Lauril Sulfato Triptose (LST) tambm pode serutilizado nessa primeira fase.

    Na fase confirmativa do teste so os usados o Caldo Verde Brilhante Bile 2%(VB) e o Caldo E. coli (EC).

    Na preparao dos meios a seguir voc pode preparar apenas a quantidade

    necessria para o uso. Esse valor adquirido aplicando uma regra de trs simples.

    3.2.1.1. Caldo Lactosado em concentrao dupla

    Pesar 26 gramas do meio de cultura e dissolver em 1.000 ml de gua destilada. Emseguida distribuir em tubos de ensaio com tubos de Durham invertidos (10 ml em cadatubo), tampar os tubos. Esterilizar a 121 C (1 Kg/cm2 de presso) em autoclave durante15 minutos. Aps frio ele pode ser armazenado no refrigerador e vlido por umasemana.

    3.2.1.2. Caldo Lactosado em concentrao simples

    Pesar 13 gramas do meio de cultura e dissolver em 1.000 ml de gua destilada. Emseguida distribuir em tubos de ensaio com tubos de Durham invertidos (10 ml em cadatubo), tampar os tubos. Esterilizar a 121 C (1 Kg/cm2 de presso) em autoclave durante15 minutos. Aps frio ele pode ser armazenado no refrigerador e vlido por umasemana.

    3.2.1.3. Caldo VB

    Pesar 40 gramas do meio de cultura e dissolver em 1.000 ml de gua destilada. Emseguida distribuir em tubos de ensaio com tubos de Durham invertidos (10 ml em cada

  • 5/21/2018 Relat rio Coliformes - D rio Macedo

    8/17

    tubo), tampar os tubos. Esterilizar a 121 C (1 Kg/cm2 de presso) em autoclave durante15 minutos. Aps frio ele pode ser armazenado no refrigerador e vlido por umasemana.

    3.2.1.4. Caldo EC

    Pesar 37 gramas do meio de cultura e dissolver em 1.000 ml de gua destilada. Emseguida distribuir em tubos de ensaio com tubos de Durham invertidos (10 ml em cadatubo), tampar os tubos. Esterilizar a 121 C (1 Kg/cm2 de presso) em autoclave durante15 minutos. Aps frio ele pode ser armazenado no refrigerador e vlido por 96 horas.

    3.2.2. Fase Presuntiva

    3.2.2.1. Material

    Tubos de ensaio com caldo lactosado de concentrao dupla Tubos de ensaio com caldo lactosado de concentrao simples. Estante para tubo de ensaio. Pipeta graduada de 10 mL. Pipeta graduada de 1 mL. Bico de Bunsen ou lamparina a lcool. Estufa bacteriolgica.

    3.2.2.2. ProcedimentoTomar uma bateria contendo 15 tubos de ensaio distribudos de 5 em 5; nos

    primeiros 5 tubos, (os que contm caldo lactosado de concentrao dupla) inocularassepticamentecom pipeta esterilizada, 10 ml da amostra de gua a ser examinada, emcada tubo (Diluio 1:1); nos 10 tubos restantes (os que contm caldo lactosado deconcentrao simples), inocular assepticamente nos 5 primeiros, 1 ml da amostra(Diluio 1:10) e nos 5 ltimos tubos, inocular 0,1 ml da amostra, em cada tubo(Diluio 1:100).

    Incubar a 35 0,5 C durante 24/48 horas.Se no final de 24/48 horas, houver a formao de gs dentro do tubo de

    Durhan, significa que o teste Presuntivo foi positivo, ou seja, considerada suspeita(presuntiva) a presena de coliformes. Neste caso, fazer o teste confirmativo. Se nohouver a formao de gs durante o perodo de incubao, o exame termina nesta fase eo resultado do teste considerado negativo.

    3.2.3. Fase confirmativa

    3.2.3.1. Material

    Tubos de ensaio com VB.

    Tubos de ensaio com EC. Estante para tubo de ensaio.

  • 5/21/2018 Relat rio Coliformes - D rio Macedo

    9/17

    Ala de platina com cabo de Kolle. Bico de Bunsen ou lamparina a lcool. Estufa bacteriolgica.

    3.2.3.2. Procedimento

    Tomar o nmero de tubos do Teste Presuntivo que deram Positivos (Formaode gs) nas 3 diluies 1:1; 1:10 e 1:100. Depois tomar igual nmero de tubos contendoo meio de Cultura Verde Brilhante Bile a 2% e o meio de cultura E. coli. Com a ala de

    platina, previamente flambada e fria, retirar assepticamente de cada tubo positivo umaporo de amostra e inocular no tubo correspondente contendo o meio Verde Brilhante.Repetir o mesmo procedimento com os tubos que contem o meio EC. Esta tcnicachama-se repicagem.

    Incubar durante 24/48 horas a 35 0,5C os tubos que contm o caldo VB. Se

    no final desse perodo houver a formao de gs dentro do tubo de Durham o teste considerado positivo para coliformes totais. Se no houver formao, o teste considerado negativo.

    Os tubos que contm o caldo EC devem ser incubados durante 24 2 horas a44,5 0,2 C. Se no final de 24 horas ou menos houver a formao de gs, est indicadoa presena de coliformes de origem fecal.

    3.2.4. Expresso dos resultados

    Os resultados so expressos em N.M.P (Nmero Mais Provvel) /100 ml de

    amostra. Para se determinar o N.M.P, verifica-se a combinao formada pelo nmero detubos positivos que apresentaram as diluies 1:1; 1:10 e 1:100 no Teste Confirmativo.Exemplo:

    nos 5 tubos da diluio 1:1, obtiveram-se 3 tubos positivos; nos 5 tubos da diluio 1:10, obtiveram-se 2 tubos positivos; nos 5 tubos da diluio 1:100, obteve-se 1 tubo positivo;

    Formou-se, portanto, a combinao 3-2-1 e determina-se o N.M.P consultandoa tabela 1 (ver em Anexos) de acordo com essa combinao.

    Se no quiser trabalhar com 15 tubos para determinar o NMP fazer apenas 5tubos na diluio 1:1 (10 ml do meio de cultura + 10 ml da amostra) e calcular o NMPconsultando a tabela 2 (ver em Anexos).

    Essas tabelas podem ser usadas para os resultados de coliformes totais (VB) ecoliformes termotolerantes (EC).

    Se a amostra estiver sido diluda o resultado da tabela precisa ser corrigido.Voltando ao exemplo anterior, ao olhar a tabela veramos que a combinao 3-2-1indica 17 bactrias/100 ml, mas se a amostra estiver sido diluda a 10 -1, antes de serinoculada, esse resultado precisa ser multiplicado por 10 e, portanto a amostra analisadacontm 170 bactrias/100 ml.

  • 5/21/2018 Relat rio Coliformes - D rio Macedo

    10/17

    3.3. Tcnica da membrana filtrante

    3.3.1. Preparao do meio de cultura

    O Caldo m-FC com adio de cido Roslico o meio de cultura usado para adeterminao de coliformes termotolerantes. Em substituio ao Caldo m-FC pode serusado o gar m-FC.

    O M ENDO MF usado em coliformes totais. O gar M-Endo LES podesubstitu-lo.

    Na preparao dos meios a seguir voc pode preparar apenas a quantidadenecessria para o uso. Esse valor adquirido aplicando uma regra de trs simples.

    3.3.1.1. Caldo m-FC

    3.3.1.1.1. Material

    Meio de cultura desidratado (Caldo M FC); gua destilada; cido roslico a 1% em NaOH 0,2 N. Frasco Erlenmeyer de 125 ml. Vidro de relgio Bico de Bunsen ou lamparina a lcool.

    3.3.1.1.2. Procedimento

    Pesar 3,7 gramas do meio desidratado; Transferir para o Erlenmeyer; Dissolver o meio pesado, em 100 ml de gua destilada; Adicionar 1 ml da soluo de cido roslico a 1%; Aquecer at a ebulio; Deixar esfriar; Para preparar o cido roslico a 1% dissolver 1 grama do cido em 100 ml de

    NaOH 0,2 N; Para preparar o NaOH 0,2 N diluir 20 ml da soluo 1N para 100 ml de guadestilada.

    3.3.1.2. Caldo M ENDO MF

    3.3.1.2.1. Material

    Meio de cultura desidratado (M ENDO MF); gua destilada;

  • 5/21/2018 Relat rio Coliformes - D rio Macedo

    11/17

    lcool etlico a 95%; Frasco Erlenmeyer de 125 ml; Vidro de relgio; Bico de Bunsen ou lamparina a lcool.

    3.3.1.2.2. Procedimento

    Pesar 4,8 gramas do meio desidratado; Transferir para o Erlenmeyer; Adicionar aos poucos 100 ml de gua destilada contendo 2 ml de lcool etlico a95%; Aquecer em banho-maria ou no bico de Bunsen at o incio da fervura (nodeixar ferver); Deixar esfriar;

    3.3.2. Material do ensaio

    Conjunto de filtrao esterilizado (holder). Meios de cultura: Caldo m-FC com adio de cido Roslico(para coliformesfecais) e M ENDO MF para coliformes totais. Bquer esterilizado. Placas de Petri esterilizadas.

    Membranas de 47 mm de dimetro, porosidade de 0,45, brancas equadriculadas. Proveta de 100 ml estril. Pina. Bomba de vcuo. Estufa bacteriolgica a 45 0,5C e 35 0,5C. Contador de colnias.

    3.3.3. Procedimento do ensaio

    Com a pina, colocar cuidadosamente na placa de Petri um carto absorvente.Com pipeta esterilizada colocar 2 ml de Caldo m-FC (coliformes termotolerantes) ou1,8 ml de Caldo M ENDO MF (coliformes totais) no carto absorvente e tampar a placa.

    Colocar a membrana filtrante no porta-filtro, com a pina previamenteflambada e fria.

    Agitar o frasco contendo a amostra, pelo menos 25 vezes, destampar e flambara boca do frasco.

    Medir 100ml num proveta estril e verter cuidadosamente no copo do conjuntode filtrao, evitando respingos.

    Ligar a bomba de vcuo (seringa) e fazer a suco. Desligar a bomba de vcuoantes que a membrana seque excessivamente. As bactrias ficam retidas na membrana.

  • 5/21/2018 Relat rio Coliformes - D rio Macedo

    12/17

    Aps filtrada a amostra, lavar 3 vezes as paredes do funil com gua de diluioestril com pores de 20 ml aplicando vcuo. Aps a lavagem e filtrao, aliviar ovcuo e remover o funil do suporte.

    Com a pina flambada e fria, remover o filtro do suporte e coloc-lo na placade Petri, antes preparada, com o lado quadriculado para cima. Tampar a placa de Petri e

    incub-la invertida a 35 C durante 24 2 horas (placas com meio M ENDO MF, paracoliformes totais) e a 44,5 0,2 C durante 24 2 horas (placas com meio m-FC, paracoliformes termotolerantes).

    Todos os procedimentos de transferncia, filtrao e inoculao, devem serrealizados de acordo com as medidas asspticas j citadas em nota no item 3.1.

    3.3.4. Contagem das colnias

    Aps o perodo de incubao retirar as placas de Petri da estufa, coloc-lassobre uma bancada limpa e proceder contagem das colnias com o auxlio de um

    contador de colniasContar apenas as colnias tpicas, ou seja, as colnias de bactrias decoliformes (ver tabela 3).

    Meio de cultura Grupo Caracterstica das colniasM ENDO MF Coliformes totais Cor rosa ou vermelha com

    brilho metlicocaracterstico

    m-FC Coliformes termotolerantes Cor AzulTabela 3Caracterstica tpica das colnias

    As colnias indicativas de Coliformes termotolerantes aparecem de cor azul.As no coliformes, aparecem em colorao clara ou rsea.

    As colnias indicativas de Coliformes Totais tpicas tm uma cor rosa avermelho escuro, com brilho metlico. O brilho pode aparecer no centro ou na periferiada colnia. As no coliformes aparecem com colorao vermelho-clara ou escura sem o

    brilho metlico caracterstico.s vezes, quando o disco est muito mido e a fonte de luz muito intensa, as

    colnias de no Coliformes podem aparecer com um brilho falso, causando erros. Istopoder ser contornado usando-se fonte de luz mais difusa ou secando-se o filtro antes deser examinado.

    3.3.5. Clculo dos resultados

    Nas sistuaes normais, em que so filtrados 100 ml da amostra, o nmero deunidades formadoras de colnias (UFC) / 100 ml da amostra dado diretamente pelonmero de colnias presentes.

    Exemplo 1: Foram contadas 40 colnias de coliformes fecais em umamembrana, cujo volume de gua filtrado foi 100 ml, ento o resultado se d: 40UFC/100 ml.

    Se for filtrado um volume diferente de 100 ml, considerar o volume no clculodo resultado. Nesse caso, o nmero de UFC/100 ml dado pela seguinte frmula:

    UFC/100 ml = __N de colnias tpicas x 100___Volume da amostra que foi filtrado

  • 5/21/2018 Relat rio Coliformes - D rio Macedo

    13/17

    Exemplo 2: Foram contadas 30 colnias de coliformes fecais em umamembrana, cujo volume de gua filtrado foi 15 ml, ento o resultado se d:

    30 x 10 = 200 UFC/100 ml15

    3.4. Tcnica do Substrato DefinidoEssa tcnica pode ser executada de trs maneiras: atravs dos tubos mltiplos e

    da contagem Quanty-Tray onde se pode identificar e quantificar a presena dosColiformes por meio da tabela do N.M.P. ou a partir do procedimento P/A onde se podeapenas identificar a presena ou no de bactrias do grupo Coliforme.

    3.4.1. Substrato

    um meio de cultura base da combinao de substratos que foi desenvolvido

    pela Colilert and ColilertMW, Idexx Laboratries, Inc. Westbrook, Maine.So usados dois substratos: Substrato cromognico: ONPG (Orto-nitrofenol -D-galactopiranosdeo); Substrato fluorescente: MUG ( D-glucoronido-4-metil-umbeliferona).

    Quando se inocula o meio em uma amostra de gua que contem Coliformestotais eE. coli ocorrem as seguintes reaes:

    O grupo dos Coliformes Totais definido como todas as bactrias possuidorasda enzima -galactosidase, que quebra o substrato cromognico ONPG (orto-nitrofenil--galactopiranosdeo) resultando na liberao do cromgeno de cor amarela,denominado ortonitrofenol.

    A bactria Escherichia coli d uma resposta positiva igual para os coliformes

    totais e ainda possui a enzima -glucoronidase, a qual cliva o substrato fluorgenoMUG ( D-glucoronido-4-metil-umbeliferona), resultando na liberao do fluorgeno4-metilumbeliferona que emite cor fluorescente sob a luz ultravioleta.

    3.4.2. Procedimento

    3.4.2.1. P/A

    Indica a presena/ ausncia em 100 ml adicionando o substrato enzimtico a

    100 ml da amostra de gua numa garrafa ou frasco de vidro no fluorescente. O meiodesidratado estril comercializado em ampolas, na quantidade necessria para 100 mlda amostra.

    Agitar levemente a soluo, no precisa dissolver totalmente, essa dissoluoocorrer normalmente.

    Incubar a 35C durante 24 horas.

    3.4.2.2. Tubos mltiplos

    Indica o nmero mais provvel (NMP) em 100 ml, fracionando-se eadicionando assepticamente os 100 ml em 10 alquotas de 10 ml.

    Incubar a 35C durante 24 horas.

  • 5/21/2018 Relat rio Coliformes - D rio Macedo

    14/17

    3.4.2.3. Contagem Quanty-Tray

    Assepticamente adicionar o substrato 100 ml da amostra de gua e transferirpara cartelas de quantificao Quanty-Tray 200 ou Quanty-Tray 2000.

    Selar a cartela em seladora prpria e levar a cartela para incubao 35C por18 ou 24 horas.

    3.4.3. Resultados

    Aps o perodo de incubao fazer a contagem das cubetas (Quanty-Tray) outubos (tubos mltiplos) amarelos (= colifiormes totais) e fluorescentes (= E. coli). Paraquantificao utilizar a tabela do NMP (em Anexos). Os frascos do procedimento P/Aseguem o mesmo padro: quando amarelos indicam a presena de coliformes totais equando fluorescentes a presena da bactria E. coli. Dependendo do resultado, ele deveser relatado como presente ou ausente em 100 ml da amostra.

    A anlise de fluorescncia deve ser realizada usando uma lmpada ultravioletade longo comprimento de onda (366nm).

    4. Consideraes Finais

    Como j foi falado, as bactrias do grupo coliforme tm um papel principalcomo indicador da qualidade da gua, por essa razo, a gua, para ser considerada

    prpria para o consumo humano, precisa passar por peridicos e sistemticos processosde anlises para avaliao e quantificao da presena desses microrganismos.

    Esse fator faz com que as anlises de coliformes se destaquem como as maisexecutadas na maioria dos laboratrios de gua. Por esse motivo esses laboratriostendem a buscar metodologias que demandem menos tempo, sejam eficientes e precisas,facilitem, e barateiem os custos.

    Dentre as metodologias aqui descritas, no se pode deixar de dar destaque atcnica do substrato definido, que atende os itens almejados pelos laboratrios demaneira muito satisfatria: rpida, eficiente, precisa, de fcil execuo e relativamente

    barata se comparada a outras anlises. Nela as duas reaes especficas para coliformese coliformes fecais, so visualizadas simultaneamente, enquanto que nas metodologiasempregadas pelo mtodo tradicional, cada reao ocorre separadamente, levando odobro do tempo para a verificao do resultado. Alm disso, a tcnica do substrato

    definido apresenta mais clareza e preciso nos resultados.J o mtodo dos tubos mltiplos mais trabalhoso para ser executado, pois

    requer a preparao e esterilizao dos caldos de cultura. Necessita, portanto, de umlaboratrio equipado com autoclave, vidrarias e outros equipamentos, alm de tcnicos

    bem treinados (BETTEGA, J. M. P. R. et al et al,2006).A tcnica da membrana filtrante, por sua vez, ganha em alguns aspectos do

    mtodo dos tubos mltiplos, aspectos que j foram citados na introduo. Ela, porm sedemonstra to trabalhosa quanto, exigindo tambm uma boa preparao do laboratorista

    para ser executada.Apesar das discrepncias, as trs tcnicas so comprovadamente eficientes

    quanto ao resultado final. Alm disso, o sucesso de uma metodologia depende da

    adequao do laboratrio a ela.

  • 5/21/2018 Relat rio Coliformes - D rio Macedo

    15/17

    5. Referncias

    ABELHO, Manuela. Protocolos de Microbiologia Ambiental: Parte 3.Qualidade microbiolgica da gua. Disponvel em Acesso: 01/01/2012.

    Agncia Nacional de guas (Brasil). Cuidando das guas: solues paramelhorar a qualidade dos recursos hdricos / Agncia Nacional de guas; Programa das

    Naes Unidas para o Meio AmbienteBraslia: ANA, 2011.

    AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard Methods forthe Examination of Water and Wastewater. 19th ed. Washigton,APHA/WEF/AWWA, 1995. 1400p.

    BETTEGA, J. M. P. R. et al. Mtodos Analticos no ControleMicrobiolgico da gua para Consumo Humando. Disponvel em Acesso:01/01/2012.

    Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilnica em Sade. Coordenao-Geral de Vigilncia em Sade Ambiental. Portaria MS n. 518/2004 / Ministrio daSade, Secretaria de Vigilncia em Sade, Coordenao-Geral de Vigilncia em SadeAmbientalBraslia: Editora do Ministrio da Sade, 2005.

    Brasil. Fundao Nacional de Sade. Manual prtico de anlise de gua. 2

    ed. rev. - Braslia: Fundao Nacional de Sade, 2006.

    Carr, G.M. and J.P. Neary. (2008). Water Quality for Ecosystem andHuman Health, 2nd Edition. United Nations Environment Programme GlobalEnvironment Monitoring System. Retrieved 14 July 2009, fromhttp://www.gemswater.org/publications/pdfs/water_quality_human_health.pdf.

    CEBALLOS, B.S.O; KONIG, A. Manual de Tcnicas de Laboratrio paraAnlise de guas Residurias Brutas e Tratadas. Laboratrio de Saneamento AESAUFPB. 1996.

    COVERT, T. C., SHADIX, L. C., RICE, E. W., HAINES, J. R., ANDFREYBERG R. W. Evaluation of the Autoanalysis Coliert Test for Detection andEnumeration of Total Coliforms. Applied and environmental Microbiology, v. 55, n.10, p. 2443-2447, 1989.

    FRANCO, B. D. G. de M. & Landgraf, M. Microbiologia dos alimentos. SoPaulo: Editora Atheneu, 2003. 182p.

    LEWIS, C. M., MAK, J. L. Comparison of membrane filtration andautoanalysis colilert presence-absence techniques for analysis of total coliforms andEscherichia coli in driking water samples. Applied and environmental Microbiology,v. 55, n. 12. P. 3091-3094, Dec. 1998

    http://www.editora.ufla.br/site/_adm/upload/revista/30-5-2006_19.pdfhttp://www.editora.ufla.br/site/_adm/upload/revista/30-5-2006_19.pdf
  • 5/21/2018 Relat rio Coliformes - D rio Macedo

    16/17

    Silva, N. da Amstalden, V.C. Manual de mtodos de anlise microbiolgicade alimentos. So Paulo: Livraria Varela, 1997.

    SILVA, N. da; AMSTALDEN, V.C. Manual de Mtodos de AnliseMicrobiolgica de Alimentos e gua. So Paulo: Livraria Varela Editora, 2010.

    6. Anexos

    Tabela 1

    do NMP com limite de confiana de 95% paravrias combinaes de resultados positivos quando 5 tubos

    so usados para cada diluio (10 ml, 1,0 ml e 0,1 ml)

  • 5/21/2018 Relat rio Coliformes - D rio Macedo

    17/17

    Tabela 2do NMP com limite de confiana de 95% para

    os resultados positivos quando 5 pores de 10 ml so

    examinadas