Relatório Coeficiente de Atrito
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
LABORATÓRIO FLUIDOTERMICO - TURMA 001
FATOR DE ATRITO EM DUTO CIRCULAR
Discentes:
Bruna Endlich - R.A.83114
Sergio Costa – R.A. 85731
Giovanni E. de Godoy – R.A.78082
Vitor Fukunishi – R.A.
Docente: Prof. Thiago Francisconi
Maringá, 27 de julhode 2015
1- Resumo
O transporte de fluidos por bombas é comumente empregado para
grande parte das indústrias, sejam elas de qualquer área de atuação. O
estudo do fator de atrito das tubulações utilizados também é de enorme
importância, e a perda de carga associado a ele. No experimento em
questão serão estudados os fatores de atrito e do que ele depende.
2- Introdução
A perda de carga (P0-P1) de um fluido escoando em um tubo está
diretamente relacionado ao fator de atrito f.
Existem várias formulações para o fator de atrito, as mais
frequentemente usadas são:
(1) Fator de Atrito de Fanning;
(2) Fator de Atrito de Darcy;
Porém a equação mais utilizada para determinar o fator de atrito
em duto circular, é a equação de Colebrook.
Para encontrar este fator, é necessário conhecer várias
características do escoamento como:
v=QA
(1 )
onde: Q = vazão volumétrica [m³/s];
A = área da secção transversal [m²];
V = velocidade do fluído [m/s].
E através de equações como Bernoulli:
P1 .+V 1
2 . ρ2
+h1 . ρ . g=P2.+V 2
2 . ρ2
+h2 . ρ. g+hl . ρ . g (2)
Reynolds:
ℜ= v . ρ . Dμ
(3)
Perda de carga:
hl=v2
2. g. f .
LD
(4)
Chega-se então ao fator de atrito de Colebrook:
1
√ f=−2. log [( eD3,7 )+ 2,51
ℜ .√ f ](5)
Onde Ɛ depende do tipo de material utilizado no duto. Vale lembrar
que para um duto liso, ou pelo menos, seja considerado liso como é o caso
dos tubos plásticos de PVC, Ɛ=0.
3 – Objetivos
O escoamento de um fluido real vem acompanhado pela dissipação
de certa perda de energia que está relacionada com o fator de atrito.
O objetivo deste trabalho é estimar o fator de atrito em várias
vazões a partir de uma técnica experimental e comparar os resultados
com as previsões de diversas correlações da literatura.
4- Materiais
Ao realizar esta prática foram utilizados um cronômetro e o módulo
didático apresentado na figura a seguir.
Observando a Figura 1, a água proveniente da caixa d’água é
bombeada para um tubo de latão de 1,5cm de diâmetro interno. Ao longo
deste tubo existem 3 (três) tomadas de pressão: P1, P2 e P3, igualmente
espaçados: 50 em 50cm. Através da manipulação das válvulas VE01, VE02,
VE03 e VE04 pode-se medir a perda de carga entre P1 e P2 e entre P2 e
P3.
Figura 1: Módulo didático D90.
5- Métodos
Fixou-se a menor vazão possível (0,4kgf/cm²), dentro do limite de
tolerância (1kgf/cm²). Fora avaliada a vazão de água através de medidas
do tempo de enchimento de um volume conhecido (15L) e medida a
variação de pressão (através do DH do manômetro) entre os pontos 1 e 3
e entre 2 e 3
6- Resultados
Para o experimento em estudo foram aferidas algumas medidas
diretas, como o volume e o tempo, e em sequência obter através da
Equação (1) a vazão volumétrica no duto. Os cálculos efetuados podem
ser visto na tabela 01, tanto para a mínima pressão, média pressão e
máxima pressão [kgf/cm²].
Tabela 1 : Vazões volumétricas.
Pressão Bomb.
[kgf/cm²]
Volume
[l]
Tempo
[s]
Vazão
[l/s]
Velocidade
[m/s]
0,4 15 37 0,4054 2,2941
0,6 15 60 0,2500 1,4147
0,8 15 286 0,0524 0,2965
Como o diâmetro da tubulação, a rugosidade do tubo e o
distanciamento entre os pontos em estudo eram conhecidos, tornou-se
possível determinar a velocidade da água no duto e o seu fator de atrito
através da equação de Colebrook, utilizado para comparar com o
resultado do fator de atrito através da equação de Darcy obtido
experimentalmente.
Foram aferidas também as diferenças de pressões dos pontos
desejados para que na sequência pudessem ser calculados os fatores de
atrito para as diferentes pressões na bomba e conquentemente diferentes
vazões volumétricas. Os valores das diferenças de alturas da coluna de
líquido deslocado aferidas podem ser analisados através da Tabela 2, onde
também pode-se verificar as variações de pressões previamente
calculadas. Lembrando que o peso específico da água utilizado foi
999,1026 [kg/m³].
Tabela 2: Diferenças de temperaturas ocasionadas pela variação da coluna de líquido
deslocado no manômetro.
Pressão
da Bomba
ΔP12 (Pa) ΔH12 (m) ΔP23 (Pa) ΔH23 (m) ΔP13 (Pa) ΔH13 (m)
0,4 1597,595 0,163 1646,601 0,168 3214,792 0,328
0,6 833,101 0,085 784,095 0,080 1587,793 0,162
0,8 147,018 0,015 78,409 0,008 235,228 0,024
Para o cálculo dos fatores de atrito, determinou-se o valor de Hl,
utilizando a equação (02). Percebe-se facilmente que não há diferença de
velocidades em quaisquer pontos da tubulação em estudo e que também
não há desnível entre esses pontos, pode-se concluir que o valor de hl é
igual a própria diferença de pressão, de acordo com a equação (2).
O número de Reynolds também foi calculado de acordo com a
equação (3) para cada vazão e pode ser observado na Tabela 3.
Tabela 3: Número de Reynolds para cada vazão encontrada.
Vazão [l/s] Reynolds
0,4054 38586,55
0,2500 23795,12
0,0524 4987,10
Nota-se que para as 3 vazões obteve-se um regime de escoamento
turbulento.
Tomando como referência os pontos 1 e 3 e suas respectivas
pressões, determinou-se a perda de carga entre eles e utilizou-se a
equação (4) para determinar o fator de atrito de Darcy. Então, dividindo-
se este valor por 4, temos o fator de atrito através da equação de Fanning.
Vazão = 0,4054 [l/s]:
f=0 ,1834 (fator de atritode Darcy)
f=0,0458 (fator de atritode Fanning )
Vazão = 0,2500 [l/s]:
f=0 ,2382( fator deatrito de Darcy )
f=0,0595 (fator de atritode Fanning )
Vazão = 0,0524 [l/s]
f=0,8034 ( fatorde atrito de Darcy )
f=0,2008 (fator de atritode Fanning )
6 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A partir de uma leitura simples dos resultados, nota-se que o fator
de atrito não é apenas relacionado com a rugosidade da tubulação, mas
também com a velocidade do escoamento. Verificou-se que com o
aumento da velocidade de escoamento o fator de atrito de Darcy sofreu
uma queda abrupta em seu valor, enquanto essa queda foi muito sutil
para o fator de atrito de Colebrook. As principais diferenças entre os
fatores de atrito comparados são as variáveis das quais dependem, sendo
o fator de atrito de Colebrook dependente do número de Reynolds,
diferente do outro.
Verificou-se também a relação direta entre o comprimento da
tubulação e a perda de carga da mesma. Para o experimento em questão
não foram avaliadas as perdas de carga devido a acessórios na tubulação,
restringindo o experimento a apenas determinar a perda de carga
referente à rugosidade presente nesta.
Finalmente, percebeu-se que o aumento da velocidade acarreta em
um decréscimo no fator de atrito, porém esse decréscimo tende a
estagnar-se em um certo valor, ou seja, existe um ponto que o aumento
da velocidade de escoamento não reduzirá o fator de atrito
significativamente.
7- CONCLUSÃO
Após uma análise minuciosa dos resultadosconcluiu-se que o estudo
do fator de atrito é de suma importância para quaisquer indústrias que
faça o uso de bombas para o transporte não só de água, mas qualquer
fluido.
Tal estudo se faz necessário para adequar a potência de uma certa
bomba para uma utilização com vazão adequada, obtendo-se um valor
baixo para o fator de atrito, aumentando dessa forma a eficiência no
processo de transporte, reduzindo custos.
8 – REFERÊNCIAS
3.1. FOX. R, McDONALD. A, PRITCHARD. P. Introdução à Mecânica dos
Fluidos. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
3.2. ÇENGEL .Y , CIMBALA .J. Mecânica dos Fluidos: Fundamendos e
Aplicações. Rio de Janeiro: MacGraw-Hill, 2008.
3.3. FRANK M.WHITE Mecânica dos Fluidos. Rio de Janeiro: MacGraw-
Hill, 2014.
3.4. ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO em
<mackenzie.com.br/eangelo/Exp_Reynolds.pdf> Acesso em 04 out
2014.