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1 Turismo e transporte aéreo em Portugal Relatório II Parte – Indústrias europeias do transporte aéreo (Volume II de V) Lisboa 15 Outubro 2016 Sérgio Palma Brito Consultor no CIITT Edição: Apoio:

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Turismo e transporte aéreo em Portugal

Relatório

II Parte – Indústrias europeias do transporte aéreo

(Volume II de V)

Lisboa 15 Outubro 2016

Sérgio Palma Brito

Consultor no CIITT

Edição:

Apoio:

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Índice Geral

Introdução

Explicação sobre conceitos úteis à leitura do texto

I Parte – Dos 1950’s à transformação do mercado europeu dos 90’s

I.2.Introdução à explosão do turismo na Europa (1950/1992)

I.3.Package holiday na Europa Ocidental – os primeiros trinta anos

I.4.Anos oitenta – consolidação de operadores e independent travel

I.5.Transformação estrutural mercado europeu da viagem de lazer

Notas

II Parte – Indústrias europeias do transporte aéreo

II.1.Introdução

II.2.Transporte aéreo na Europa e comparação com outros continentes

II.3.Industria europeia de LCC

II.4.Industria europeia de Full Service Carriers

Notas

III Parte – Tráfego aéreo no total dos três aeroportos – continentes, países e

empresas

III.1.Introdução

III.2.Total dos três aeroportos – tráfego por continente emissor

III.3.Total dos três aeroportos – tráfego por mercado emissor

III.4.Total dos três aeroportos – tráfego por companhia aérea

Notas

IV Parte – Passageiros em Lisboa, Porto e Faro – continentes, países e empresas

IV.1.Introdução

IV.2.Passageiros no aeroporto de Lisboa

IV.3.Pasageiros no aeroporto do Porto

IV.4.Passageiros no aeroporto de Faro

Anexo IV.4 – Tráfego por companhia aérea em Faro entre 1995/2013

Notas

V.Parte – Procura/oferta de turismo e intervenção pública

Anexo – Package holiday e independent travel - o Algarve no contexto europeu

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Índice detalhado da II Parte

II Parte – Indústrias europeias do transporte aéreo

II.1.Introdução

II.2.Industrias europeias do transporte aéreo – contexto

II.2.1.Introdução

II.2.2.Transporte aéreo na Europa

a)Europa – transporte aéreo por país

b)Europa – companhias aéreas

II.2.3.Transporte aéreo na Europa e em outros continentes

II.3.Industria europeia de Low Cost Carriers

II.3.1.Introdução

a)Observações gerais

b)Factores que contribuem para a diferença das LCC

c)LCC e mercado intra-europeu ponto-a-ponto

II.3.2.Ryanair Ficha.II

II.3.3.Easyjet Ficha.II

II.3.4.Vueling Ficha.II

a)Aquisição da Vueling pelo IAG

b)Actividade da Vueling

c)Génese entrepreneurial da Vueling

II.3.5.Transavia Ficha.II

a)Transavia na actualidade

b)Duas empresas de génese diferente

b.1)Transavia Holland

b.2)Transavia France

c)Transavia na estratégia/planos do AF/KLM Group Setembro 2014

d)Notas para o futuro

II.3.6.Eurowings Ficha.II

a)Eurowings na actualidade

b)Germanwings a partir de 2013/2014

c)Afirmação da Eurowings a partir de 2014

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d)Curtíssima resenha histórica

II.3.7.Norwegian Ficha.II

II.3.8.Wizz Ficha.II

II.3.9.Monarch Ficha.II

a)Redefinição da estratégia da Monarch

b)Alguma quantificação

II.3.10.Jet2.com Ficha.II

II.3.11.AerLingus Ficha.II

II.3.12.airberlin Ficha.II

a)airberlin na actualidade

b)Origem da airberlin

II.3.13.Outras LCC Ficha.II

II.4.Industria europeia de Full Service Carriers

II.4.1.Introdução

II.4.2.Os três grupos da consolidação de FSC

a)FSCs – hubs e long haul

b)Os três grupos e o European leisure market

c)LCCs no seio dos três grupos da consolidação de FSC

d)Resposta das Full Service Carriers à ameaça das LCC

II.4.3.Air France/KLM Group

a)Introdução ao AF/KLM Group

b)Notas sobre as companhias Air France e KLM

II.4.4.Lufthansa Group

a)Introdução ao Lufthansa Group e à Lufthansa

b)SWISS Junho 2016

c)Brussels Airlines

II.4.5.International Airlines Group (IAG)

a)Introdução ao IAG

a.1)Visão geral do IAG

a.2)Ano 2015 e objectivos estratégicos para o futuro

b)Notas sobre a British Airways

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c)Notas sobre a Iberia

d)Trinta anos, mais cinco e o futuro do IAG

II.4.6.TAP Ficha.II

a)Estratégia empresarial da recuperação da TAP – 2015/16

b)Evolução da TAP desde 2000/01

c)Os números da TAP

II.4.7.FSC independentes

II.4.7.1.Air Europa

II.4.7.2.Outras FSC

Notas

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II Parte – Indústrias europeias do transporte aéreo

II.1.Introdução

*Um continente, três indústrias e um País

Entre a regulação do transporte aéreo internacional dos anos 1940/50 e a

liberalização de 1993 na Europa, há duas indústrias europeias de transporte

aéreo: a das companhias de voos regulares, em maioria estatais, e a das

companhias aéreas de voos não-regulares quase sempre privadas. Em

linguagem da actualidade, respectivamente Ful Service Carriers e charter.

A liberalização de 1993 torna obsoleta esta diferença e cria ‘transportadoras

aéreas europeias’ com regulação europeia e que integram três indústrias:

-FSC, das antigas companhias de voos regulares, sujeitas a transformação

profunda e ainda em curso,

-LCC, filhas da liberalização de 1993, que em poucos anos dominam o

mercado do transporte ponto-a-ponto entre aeroportos da Europa ou

próximos, de Marrakech a Sharm El Sheikh,

-Leisure Low Cost Carriers (LLCC), quase reduzida às duas companhias pan-

europeias que resultam da consolidação dos operadores turísticos de

package holiday nos actuais TUI Travel plc e Thomas Cook Group plc (1).

Esta tipologia das transportadoras aéreas europeias não é rígida. Não é por

acaso que desde há anos se fala de companhias ou modelos de negócio

híbridos e que escapam a classificações rígidas.

Para efeito do presente Relatório, as indústrias são definidas por extensão,

com indicação das empresas que pertencem a cada uma delas. Esta

classificação resulta de avaliação nossa segundo dois critérios:

-o que resulta de toda a informação que sintetizamos nesta II Parte,

-a importância real ou potencial futuro da companhia aérea para o turismo

internacional em Portugal, com destaque para o turismo receptor.

A nossa avaliação dá importância à actividade actual da empresa, como é o

caso da Monarch Airways que se converte em LCC no final de 2014 depois

de ser durante dezenas de anos uma LLCC. Ou da actividade da empresa

em Portugal, como é o caso da AerLingus que é uma FSC de nicho para os

EUA e LCC na sua operação para Portugal.

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*Notas sobre gestão de companhias aéreas

Ao longo do Relatório, unit costs e operating margins são dois indicadores

síntese para avaliar e segmentar companhias aéreas, como acontece aliás

em outras indústrias. Antes de os apresentarmos, vejamos como princípios

gerais da gestão são abordados por leaders da indústria e simplificam muito

do ruído sobre LCC e outras.

Em Maio 2015 o CAPA reconhece: “There has never really been a consensus

on the question of what defines success in the airline industry. However,

that now seems to be changing and opinion is coalescing around the idea

that financial performance is the best demonstration of success.” (2).

Na Primavera de 2014, quando ainda se discute “Airlines in Transition:

Hybridisation and operating dual brands“(3), o CEO do IAG Willie Walsh,

mestre na arte de gerir companhias aéreas, sublinha:

-"It is not just about costs, but revenues too", “The gap has narrowed and

will continue to narrow. The focus is on getting return on invested capital

above the cost of capital; that's how we get a sustainable industry".

Segundo o CAPA, WW reconhece que “the target is not necessarily to close

the cost gap with LCCs, but to widen the gap between costs and revenues in

their airlines.”.

Cerca de um ano antes, e em resposta à pergunta “Can full service network

airlines continue to operate profitably in short-haul markets with significant

LCC competition?”, o CAPA reporta a resposta de WW:

-“In the view of IAG CEO Willie Walsh, airline profitability is not a simple

divide between profitable LCCs and loss-making FSCs: there are both loss-

making LCCs and profitable legacy carriers. He also draws attention to the

different cost structures within the LCCs, with easyJet being high cost

relative to Ryanair. […]

Mr Walsh adds that it is possible for legacy carriers not only to operate

profitably, but also to beat the cost of capital.” (4).

Importa recordar principios básicos por viveemos num País em que é

consensual a TAP não remunerar o capital e ainda menos, acima do seu

custo.

*Indústrias e concorrência – “unit cost and average sector length”

No mesmo estudo, o CAPA reconhece que “Analysing Europe's airlines

according to their level of unit cost and average sector length provides a

useful means of comparing and segmenting them.”.

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A figura II.1.a segmenta as ‘transportadoras aéreas europeias’ segundo a

tipologia do CAPA por CASK (eixo vertical) e average sector length (eixo

horizontal). Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com

CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do

Léxico.

Figura II.1.a – Cost per available seat kilometer (US cents) versus

average sector length

Fonte: CAPA – Centre for Aviation, airline company data, Who has the right model for European aviation? 3-June-2015

*“Unit cost is the key factor in achieving profitable growth low cost”

A frase “Unit cost is the key factor in achieving profitable growth low cost”

vira slogan mainstream ao ponto de ser base da estratégia de instituição

tão conservadora como o Air France/KLM Group.

Michael O’Leary, mestre do low cost, mostra que não chega agitar o slogan

e como passar do slogan à realidade é mais difícil e menos consensual.

Revenue e passageiros a crescer de maneira sustentada, e resultados a

garantir return on invested capital above the cost of capital exigem que

empresas se adaptem a transformações do mercado. A mudança da

estratégia da Ryanair a partir de 2013 é ícone no sucesso nesta adaptação e

obriga o Financial Times a reconhecer:

-“The interesting thing about Mr O’Leary is that he does change his mind []

it is clear that if he has decided that it is profitable to be nice, Ryanair will

be nice” (5).

A estratégia de conciliar unit cost mais altos porque a qualidade adicional

gera revenue adicional é sedutora. Como veremos, falha na Germanwings e

tem sucesso na Vueling, confirmando mais uma vez que a solução não

reside no modelo mas na sua implementação pela empresa.

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*Unit costs for selected European legacy and low-cost carriers

A figura II.1.b ilustra os unit costs (cost per available seat kilometre) and

average sector length for selected European legacy and low-cost carriers

2012 (6) .

Figura II.1.b – Unit costs and average sector length for selected European

legacy and low-cost carriers 2012*

Fonte: CAPA analysis of company accounts and traffic data, CAPA, Germanwings: can a premium strategy sustain an LCC? Lufthansa would like to think so, 9 outubro 2013 (7)

Encontramos frequentemente gráficos idênticos para situações mais

concretas, por exemplo apenas LCC, ou para o conjunto das industrias

*Operating margins for listed European airline companies

A figura II.1.c mostra a evolução 2014/15 da operating margin de

companhias aéreas europeias cotadas em bolsa e de filiais (8).

É o segundo indicador de síntese que apresentamos. Sem sermos

exaustivos, destacamos:

-a liderança de três LCC Ryanair, Wizz Air e easyJet, seguidas da atípica

Icelandair,

-o posicionamento de British Airways a determinar o do IAG, com Vueling e

Iberia em boas posições,

-KLM melhor posicionada do que o AF/KLM Group e, forçosamente, do que a

Air France,

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-Eurowings ainda em terreno positivo e Transavia no vermelho,

-a recuperação da Norwegian e a airberlin no vermelho mais uma vez.

Na II e III Partes o leitor encontra explicação para estes destaques.

Figura II.1.c – Operating margins for listed European airline companies and subsidiaries (% of revenue) 2014 and 2015

Note: calendar years except Ryanair, Wizz Air, Flybe (financial years to Mar-2015 and Mar-2016); easyJet (years to Sep-14 and Sep-15; SAS (years to Oct-13 and Oct-14) Operating margin based on operating profit before exceptional items and before equity investments Eurowings includes Germanwings Source: CAPA - Centre for Aviation, airline company reports

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II.2.Industrias europeias do transporte aéreo – contexto

II.2.1.Introdução

*União Europeia – tráfego intra e extra União e intercontinental

O gráfico II.2.a ilustra a repartição, em 2014, do número total de

passageiros da União Europeia por tráfego nacional em cada país, tráfego

intra-União Europeia e com o exterior da União.

Gráfico II.2.a – Repartição do total de passageiros da UE por destino

(percentagem)

Fonte: Elaboração própria com base em Eurostat, Air transport statistics

A figura II.2.a ilustra como em 2014 se reparte o tráfego exterior à União

Europeia pelos outros continentes com base em três indicadores: parte

mercado, passageiros e crescimento anual (1).

A figura ganha em ser completada com o gráfico II.2.b, que explicita

- Passageiros entre a União Europeia e outras Regiões,

- Parte das outras regiões no total do tráfego com a União.

Deste conjunto de figura e gráfico, destacamos:

-o tráfego para a ‘other Europe’ é o mais importante em volume, seguido da

América do Norte,

-o tráfego com o Near Middle East tem a ver com os hubs das três

companhias do Golfo,

-o tráfego com o North Africa permite explicitar o com o Rest of Africa,

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38

0

5

10

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Tráfego nacional e interno à Uniao Europeia e externo à União Europeia

Parte do total dos passageiros da União Europeia

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-finalmente, o tráfego com o Far East é mais do dobro do com a South

America.

Figura II.2.a – Extra-EU-28 transport of passengers in 2014

Fonte: Elaboração própria com base em Eurostat, Air transport statistics

Gráfico II.2.b – Passageiros entre União Europeia e outras Regiões e parte

destas no total da Europa

(percentagem)

Fonte: Elaboração própria com base em Eurostat, Air transport statistic

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Other Europe NorthAmerica

SouthAmerica

North Africa rest of Africa Near MiddleEsat

Far East

Passageiros entre Europa/Outras regiões Parte Outras regiões no total da Europa

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*Visão global – rotas intercontinentais e intra-continentais

A União Europeia é ligada aos outros continentes por rotas intercontinentais

que ainda são definidas por acordos bilaterais entre os dois estados, com o

acordo de open skies entre a União e os EUA a ser excepção mais relevante.

Se formos para além das rotas intercontinentais, encontramos rotas intra-

continentais segundo o conhecido modelo das LCC.

A figura II.2.b ilustra como o modelo de negócios das LCC abrange todos os

continentes e é importante no seio de cada um deles.

Figura II.2.b – LCC business model has gone worldwide - Today LCC’s

driving an increase in point to point flying

Fonte: Boeing, Current Market Outlook 2015–2034

A industria europeia de LCC não é um fenómeno europeu, como foi e ainda

é a das LLCC dos operadores de package holiday:

-nos EUA, “In 1994, LCCs provided less than 10 percent of all short-haul

flights (less than 3,000 miles), the majority of which Southwest flew.

Today, LCCs fly almost 30 percent of short-haul flights. There are regions of

the world—such as Europe, Southeast Asia, and North America—where this

trend is more common. As the rest of Asia Pacific, Latin America, and the

Middle East continue their rapid growth, more point-to-point flying in these

regions is expected.” (2).

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II.2.2.Transporte aéreo na Europa

a)Europa – transporte aéreo por país

*Tráfego aéreo na Europa por país

Os gráficos II.2.c a II.2.e ilustram, por países importantes para o turismo

em Portugal, o European Airport Passenger Traffic Throughput by Country

em três casos: valor de 2013, aumento em quantidade entre 2007/2013 e

variação percentual entre 2012/13 (1).

No gráfico II.2.c destacamos:

-“Within the EU, 70% of traffic operates from airports in the five largest

countries – the UK, Germany, Spain, France and Italy”,

-Holanda e Suíça e o posicionamento de Portugal.

Gráfico II.2.c – European Airport Passenger Traffic Throughput in 2013

(milhões)

Fonte: Elaboração propria com base em European Commission Annual Analyses of the EU Air Transport

Market 2013 - Final Report, April 2015, com base em Eurostat

No caso do gráfico II.2.d destacamos

-em seis anos, crescimento pouco importante e três países que ainda estão

abaixo do nível de pré crise (Reino Unido, Espanha e Irlanda).

No caso do gráfico II.2.e destacamos

-Espanha e Itália com perda de tráfego, pequena mas perda,

-boa performance de Irlanda, Holanda e França, com a liderança de

Portugal [ver III],

211

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158139

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50

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150

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European Airport Passenger Traffic Throughput by Country 2013

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-crescimento reduzido dos outros países.

Esta evolução lembra que temos de observar bem os mercados da Europa

que são a base da procura para o turismo em Portugal e não considerar a

euforia reinante como um direito adquirido.

Gráfico II.2.d – European Airport Passenger Traffic Throughput by Country

2007/13

(millions)

Fonte: Elaboração propria com base em European Commission Annual Analyses of the EU Air Transport

Market 2013 - Final Report, April 2015, com base em Eurostat

Gráfico II.2.e – European Airport Passenger Traffic Throughput 2012/13

(percentagem)

Fonte: Elaboração propria com base em European Commission Annual Analyses of the EU Air Transport

Market 2013 - Final Report, April 2015, com base em Eurostat

-7,8

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European Airport Passenger Traffic Throughput by Country 2007/13

3,6

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2,2

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European Airport Passenger Traffic Throughput by Country 2012/13 (%)

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b)Europa – companhias aéreas

*Companhias aéreas europeias – passageiros e RPKs

Os gráficos II.2.f e II.2.g ilustram o ranking das principais companhias

aéreas europeias por números de passageiros e RPK, respectivamente (2).

Gráfico II.2.f – Principais companhias aéreas europeias por número de

passageiros

(milhões)

Fonte: Elaboração própria com base em World Airline Ranking 2015 http://www.airlines-inform.com/

Gráfico II.2.g – Principais companhias aéreas europeias por RPK

(milhares de milhões)

Fonte: Elaboração própria com base em World Airline Ranking 2015 http://www.airlines-inform.com/

90

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Ranking 2015 Passageiros

15

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Ranking 2015 Revenue Passengers km

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*Europa – custos e margem de companhias aéreas

Remetemos o leitor para duas figuras da Introdução à II Parte. A figura

II.1.b ilustra os “Unit costs and average sector length for selected European

legacy and low-cost carriers” em 2012.

O CAPA publica regularmente detalhes mais actualizados desta figura

quando analisa uma ou mais empresas em concreto. A figura II.1.b perde

em actualidade o que ganha por dar uma imagem da grande maioria das

empresas.

A figura II.1.c ilustra a evolução 2014/2015 das “operating margins for

listed European airline companies and subsidiaries”. Constatamos estarem

ainda válidas as observações do CAPA sobre a evolução das operating

margins entre 2013/2014:

-“The results provide considerable ammunition for those who argue that the

LCC model is superior to the legacy model. Convergence and hybridization

notwithstanding, LCCs generally are more profitable.”.

-“This set of results excludes a long tail of small carriers with relative weak

financial performance that are not stock market listed. Europe's airlines in

aggregate combined to produce the second lowest EBIT margin among the

world's regions.” (3).

*Capitalização bolsista das principais companhias aéreas do Mundo

O Gráfico II.2.h ilustra o valor recente da capitalização bolsista das

principais companhias aéreas. Contrariamente aos gráficos anteriores que

limitámos à Europa, alargamos este a companhias de todo o Mundo.

Destacamos,

-a liderança incontestável de Delta e Southwest, esta é a histórica LCC,

-Ryanair em terceiro lugar e easyJet em décimo segundo,

-IAG em quinto e Deutsch Lufthansa em décimo terceiro,

-nos dois últimos lugares, Turkish Airlines e o Air France/KLM Group.

A comparação entre IAG, Lufthansa Group e AF/KLM Group e o último lugar

deste último dão mais uma imagem da situação em que o grupo está a cair.

Page 18: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

18

Gráfico II.2.h – Capitalização bolsista das principais companhias aéreas

(July 2016, billion US$)

Fonte: Elaboração própria com base em http://www.statista.com/statistics/275948/market-

capitalization-of-selected-airlines/

II.2.3.Transporte aéreo na Europa e em outros continentes

*Crescimento das companhias aéreas (RPK) por World Region 2013

O gráfico II.2.i – ilustra o “ICAO Member State Airlines RPK/ASK Growth by

World Region 2013”, em RPK e ASK.

Destacamos o que é mais pertinente para a Europa:

-em 2013, o crescimento do tráfego internacional, doméstico e total do

tráfego aéreo na Europa é superior ao da América do Norte, e inferior ao

das outras ‘world regions’ do ICAO.

34

,4

30

,2

18

,7

18

,7

15

,4

13

,3

10

,9

10

9,9

9,5

8,4

8,3

7,3

6,7

6,6

5,8

5,4

3,9

3,4

2,7

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Capitalização bolsista principais companhias Julho 2016

Page 19: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

19

Gráfico II.2.f – ICAO Member State Airlines RPK Growth by World Region

2013

Fonte: Elaboração própria com base em que refere ICAO (preliminary figures)

*Comparar América Norte, Europa e Ásia Pacifico

A comparação do transporte aéreo entre América do Norte, Europa e

Ásia/Pacifico implica considerar dois pontos:

-a comparação da América do Norte com a Europa deve ter em conta que

esta inclui Rússia e Turquia,

-a comparação com Ásia/Pacifico deve ter em conta a escala da Região e o

estar numa fase inicial de formação da procura.

Dito isto, a comparação ajuda a compreender o tráfego aéreo na Europa e é

feita em três gráficos.

1.O gráfico II.2.j ilustra a evolução do tráfego de passageiros em RPK das

companhias aéreas por Regiões da IATA e confirma a observação sobre o

gráfico anterior:

-o crescimento total do tráfego das companhias aéreas na Europa é superior

ao dos EUA, mas menor do que o da Asia/Pacífico.

5,26,7

2,6

11,5

1,9

5

7 7,2

3,8

11

,2

2,2

6,3

0

2

4

6

8

10

12

14

0

2

4

6

8

10

12

Asia Asia Paci Europe Middle E Nort A LA/Car

A S

K s

R P

K s

ASKs RPKs

Page 20: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

20

Gráfico II.2.j – Economic performance of the airline industry - Traffic

Results (RPK)

(% Change over year)

Fonte: Elaboração própria com base em IATA, Industry Forecast - December 2015, que refere Data

sources: Historical data to 2014 from IATA Statistics. IATA Economics forecasts for 2015-2019. Note:

Includes domestic and international traffic.

2. O gráfico II.2.i ilustra a “Evolution of Global Airport Passenger

Throughput 2000-2013 (market share of total)”. Está em causa “the relative

growth or decline in airport passenger throughput market share, by global

region, between 2000 and 2013”.

O gráfico mostra uma evidente alteração na repartição geográfica do

tráfego aéreo. Em 2000

-“North America’s airports commanded the greatest market share of

passengers, reflecting both the pre-eminence of its domestic market and

also the extent and development of its international network.

-The European market was a clear second, some distance behind North

America but also significantly ahead of Asia Pacific, which, at this stage, was

a relatively unformed market yet to unlock its full potential.”.

Em 2013,

-“the landscape has changed as Asia Pacific, dominant by vast, rapidly

growing domestic markets in China, India and Indonesia, has transformed

the region on the global stage” (4).

Mais concretamente, a parte da América Norte passa de 42% a 25% e a da

Europa de 29% a 27%, e a parte da Ásia Pacific passa de 19% a 33%.

4,5

2,9

1 2,3 2,7

4,3 4,4

4,3

8,4

4,6

3,9

5,7 5,8 5,9

11

,8

6,6

6,1 7

,2

6,9 8

,1 8

0

2

4

6

8

10

12

14

2010 2011 2012 2013 2014 2015F 2016F

North America growth RPK (%) every year Europe Asia Pacific

Page 21: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

21

Gráfico II.2.l – Evolution of Global Airport Passenger Throughput 2000-

2013 (market share of total)

(percentagem)

Fonte: Elaboração própria com base em European Commission Annual Analyses of the EU Air Transport

Market 2013 - Final Report, April 2015, p.26, que refere ACI Worldwide Airport Traffic Report

3.O gráfico II.2.m “shows the percentage of seats offered by region for Low

Cost Carriers, Full Service Carrier (Not in alliance)/Charter and Full Service

Carrier (In alliance)”. Destacamos a Europa que

-domina em LCC, acima da América do Norte e bem acima da América

Latina e Ásia,

-depois da América do Norte é a Region que tem menos FSC fora de

Alliances.

42

41

39

39

38

37

34

33

32

31

30

28

27

25

2930 30 30 30

31 31 31 31

29 29 2928

27

19

19

21

20 2

1

21

23 2

4

24 2

5 26

29 3

0

33

15

20

25

30

35

40

45

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

North America market share of total Europe Asia Pacific

Page 22: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

22

Gráfico II.2.m – Market Share (percentage of seats offered) by Region and

carrier type

(percentage)

Fonte: Elaboração própria com base em European Commission Annual Analyses of the EU Air Transport

Market 2013 - Final Report, April 2015, p.123, que refere Innovate Data, 2013

*Explicação e contra exemplo

Não ignoramos o que podemos aprender ao comparar as indústrias do

transporte aéreo da Europa e EUA, como não ignoramos que, no presente

Relatório, apenas damos imagem rudimentar do que está em causa.

De tempos a tempos o CAPA volta ao assunto de “Europe's airlines

underachieve in profit margins”, isto é ‘EBIT margin (% of revenue)’. E esta

fraqueza resultaria da industria europeia não atingir o grau de consolidação

da dos EUA.

O gráfico II.2.n considera as regiões IATA da Europa e América do Norte e

ilustra a evolução do Net profit do “System-wide global comercial airlines”.

Segundo o gráfico e no caso do net profit,

Segundo o gráfico e no caso do net profit,

-as companhias europeias só ‘underachieve’ a partir de 2009, quando a

consolidação aumenta pela criação do IAG, a operar a partir de 2011.

Net profit não é operating margin que o CAPA utiliza, mas tal não invalida o

nosso comentário sobre uma realidade que parece contrariar a conclusão do

CAPA. A performance real e prevista da indústria dos EUA resulta de vários

factores, entre os quais o recurso ao Chapter 11 para alijar dívida e

responsabilidades do fundos de pensões, como próprio CAPA refere em

outro documento.

28,9

7,9

63,2

31,8

16,5

51,7

22

28

50

0

10

20

30

40

50

60

70

LCC FSC not in Aliance or charter FSC in Alliance

North America market share (percentage seats offered) Europe Asia Pacific

Page 23: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

23

Gráfico II.2.n – System-wide global comercial airlines net profit

($billion)

Fonte: Elaboração própria com base em IATA, Economic performance of the Airline Industry, Industry

Forecast – June 2016, Data sources: Global data to 2014 and regional data to 2010 from ICAO. IATA

Economics estimates for regions in 2011-15 and forecasts 2016 figures. Note: Bankruptcy reorganization

and large non-cash costs are excluded.

*Análise CAPA Abril 2015

Em Abril 2015, o CAPA analisa a performance das mais importantes

companhias europeias entre 2013/2014. Em síntese,

-“The last of Europe's stock market-listed airlines recently reported financial

results for 2014, […] Ranking them by operating margin, there is a wide

range of performance from healthy double digit to negative figures. […]

Beyond the listed airlines, Europe has a large number of mainly small and

unprofitable airlines, which drag down the aggregate margin of the

continent's airline sector. Europe's traffic growth and load factors are

relatively healthy by world standards, but its margins are held back by its

fragmented market structure.” (5).

Mais adiante:

-“If Europe's persistently weak airline EBIT margins cannot be blamed on

poor traffic growth or load factors, there must be something else holding

the continent back. Our analysis of this question in Jun-2014 concluded that

the fragmented nature of the European airline market was a significant

factor in its low profitability.”.

Este estudo de Junho 2014 destaca que

-3,4

-10 -6

,7

1

5,5

-19

,7

-2,7

4,2

1,7 2,3

7,4

11

,2

21

,5

22

,9

-1,5

1,1 1,6 2,4

6,4

0

-4,3

1,9

0,3 0,4 1 1

7,4 7,5

-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

25

30

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015F 2016F

North America Europe

Page 24: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

24

-“Europe's margin is below where it might be expected to be when looking

at all the above measures. Its low profitability cannot be explained by GDP

per capita, seats per capita, or overall load factor, all of which are relatively

high in Europe.” (6).

*Custos do contexto europeu

Antes de condenar a falta de consolidação da indústria europeia do

transporte aéreo, recordamos custos do contexto europeu que afectam a

sua performance.

Figura II.2.c – Charges for the turnaround of a typical Boeing 737-800 (left) or

Boeing 747-400 (right) Aircraft

Source: RDC Aviation/airportcharges.com (Orange: European Union airports, Green: other European airports, Blue: World airports)

O já citado relatório da União Europeia referente a 2013 (7) dá exemplo da

diferença entre taxas aeroportuárias:

-“The levels of airport charges at a selection of airports show that charges

at European airports are generally higher than other airports worldwide.”.

Em Junho 2015, os CEO das cinco mais importantes companhias europeias

ultrapassam a concorrência e divergências que os separam e lançam o

embrião de representação efectiva. As taxas aeroportuárias e de controlo do

espaço aéreo e a dinamização do Single European Sky estão entre as

propostas apresentadas (8).

Page 25: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

25

*Factores que favorecem as empresas dos EUA

O documento do CAPA termina a recordar a diferença estrutural entre

Europa e EUA:

-“Of course, there are other reasons why European airline profit margins are

lower than those of North America. In particular, Europe's legacy carriers

have been slower to confront labour restructuring than their North American

counterparts, whose progress in this respect was given a considerable boost

by a series of Chapter 11 bankruptcies resulting in court-sanctioned

changes to employment contracts.”

A este respeito, um relatório oficial dos EUA em Setembro de 2005 (9) dá

uma ideia da maneira como a protecção de credores permite às legacy

carriers aliviar alguns dos seus custos e ganhar competitividade:

-“Bankruptcy has become a well-traveled path by which some legacy

airlines are seeking to shed some of their costs and become more

competitive (*). However, the termination of pension plan obligations by US

Airways and United Airlines has had substantial and widespread effects on

PBGC and on thousands of airline employees, retirees, and other

beneficiaries.” (p.59).

*Na p. 17 lemos: “by, for example, terminating defined pension benefit

plans and rejecting high-cost aircraft leases. These carriers have met with

varying degrees of success.”.

*Consolidação das companhias aéreas nos EUA: Delta, United,

American

O mais recente round de fusões entre companhias aéreas dos EUA traduz-

se em três companhias que são absorvidas e perdem a marca:

-2008-2010 – Delta and Northwest became world's largest airline by

passenger traffic in 2008 under the Delta name,

-2012 – United Airlines merged with Continental Airlines - kept United

name,

-2013-2015 – US Airways Merged with American Airlines, kept American

Airlines name (10).

Page 26: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

26

II.3.Industria europeia de Low Cost Carriers

II.3.1.Introdução

a)Observações gerais

*Empresas da indústria europeia de LCC e Portugal

A indústria europeia de LCC integra pouco mais de dez companhias aéreas,

cuja diferença começa em terem unit costs significativamente inferiores aos

das FSC, [ver figuras II.1.a e II.1.b da Introdução]. E continua por garantirem de

maneira sustentada um return on capital above the cost of capital, como é

dever de empresas privadas. Na alínea b) analisamos os factores que

contribuem para a diferença das LCC.

No presente Relatório, ocupamo-nos das LCC que desempenham ou podem

desempenhar papel significativo no turismo em Portugal, que analisamos na

III Parte.

Para sistematizar a análise dividimos estas empresas em grupos:

-cinco LCC de génese entrepreneurial e desenvolvimento sustentado: quatro

independentes (Ryanair, Easyjet, Norwegian e Wizz) e a Vueling,

inicialmente independente, mas integrada no IAG em 2013,

-LCC de Air France/KLM Group e Lufthansa Group: Transavia (Holland e

France) e Eurowings,

-antigas LLCC hibridas que evoluem para LCC mais tardiamente do que a

Transavia Holland: Monarch e Jet2.com,

-duas FSC híbridas que operam rotas para Portugal a nível de LCC:

AerLingus e airberlin,

-grupo residual de casos especiais como Air Nostrum, Iberia Express, Aigle

Azur e Sun-Express Germany.

*As empresas da LCC industry – visão da Air France em 2016

A figura II.3.1.a é elaborada pelo Air France/KLM Group e ilustra o “Cost per

ASK versus stage length in € cents per ASK, 2014” das empresas da

indústria das LCC. Esta figura

-‘amplia’ o CASK do grupo das empresas da figura II.1.b,

-inclui a Air Europa que é uma FSC independente e a Air Berlin que evoluiu

para FSC com componente low cost em certas rotas de short-haul,

-não inclui a Eurowings por ainda não existir como LCC em 2014,

Page 27: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

27

-inclui a turca Pegasus que não consideramos por não anteciparmos vir a

ter papel relevante em Portugal.

Figura II.3.1.a – Cost per ASK vs stage length In € cents per ASK, 2014

Fonte: Elaboração própria com base em Air France/KLM, Information Meeting 2016, Q1 2016, que refere Airline business, financial reports, slide 46

*Europe: LCC ranked by number of narrow body aircraft

Em Maio de 2016, o CAPA publica o gráfico “Europe: LCCs ranked by

number of narrow body aircraft”, um gráfico minucioso ao ponto de incluir

empresa com um avião (2).

De LCC ou de FSC, a frota de aviões narrow body é um bom indicador da

procura de low unit costs pelos dois tipos de companhias nas rotas intra-

europeias ou de proximidade geográfica. Na alínea b), a frota narrow body

do IAG ilustra o caso das FSC. No caso das LCC o número de aviões é um

indicador de importância, evolução e projecto para o futuro.

O gráfico II.3.1.a apenas mostra as empresas de que nos ocupamos no

presente Relatório.

Ryanair e EasyJet lideram e juntas têm mais aviões do que a soma de todas

as outras LCC. Do TUI Group à Wizz Air temos companhias importantes com

potencial de crescimento que as pode diferenciar. A Eurowings pode juntar-

se a este grupo mas a Transavia é questão em aberto [ver II.3.5].

Page 28: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

28

Gráfico II.3.1.a – Frota narrow body de LCC pertinentes para Portugal

(unidades)

Fonte: Elaboração própria com base em CAPA, Air France-KLM, IAG, Lufthansa LCC strategies: denial,

submission, retreat, now counter-attack 1 Junho 2016, que refere CAPA Fleet Database

O gráfico II.3.1.b ilustra a previsão da frota das cinco maiores LCC.

Elaborado em Junho 2014 está ultrapassado mas, na ausência de melhor,

permite compreender melhor as ‘cinco grandes’ (3).

Gráfico II.3.1.b – Previsão da frota das cinco maiores LCCs (2014)

(unidades)

Fonte: Perform 2020, apresentação do CEO do Grupo Air France/KLM em 9 de Setembro de 2014

351

249

108 10593 86

67 66 64 5834

20

0

50

100

150

200

250

300

350

400

Europe: LCCs ranked by number of narrow body aircraft

282 305 298 300 308 338 364 396 420

201 211 217 226 231241

256261 264

6272 81 88 94

106126

150170

4859 70 89 101

109117

119129

34 3

9 45 5

2 59

66

73

80 8

6

0

200

400

600

800

1000

1200

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Ryanair easyJet Norwegian Vueling Wizz

Page 29: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

29

*Factores operacionais que diferenciariam as LCC

Durante anos, a escolha de critérios para definir as LCC mobiliza o esforço

de muita gente. As “'Classic' characteristics of the low-cost model”, segundo

o CAPA são um exemplo: “High seating density, Single class configuration,

High aircraft utilisation, Single aircraft type, Point-to-point services, No

(free) frills, Predominantly short- to medium-haul route structures,

Frequent use of second-tier airports, Rapid turnaround time at airports.” (4).

Na realidade, estes são critérios operacionais para obter os low unit costs

que diferenciam as LCC na avaliação do CAPA no início de 2013:

-“The key success factor for short/medium-haul European airlines that have

grown over the past decade and a half has quite simply been their cost

structure. While product quality is important, the characteristics of product

quality that matter most to most passengers on flights of less than two or

three hours are safety and on-time performance. Additional on-board and

on-the-ground frills matter less and cost more.” (5).

A figura II.3.1.c ilustra a visão da Easyjet sobre “stuctural advantage

against legacies”. O slide data de Setembro de 2013 e, contrariamente a

outros, não figura em apresentações posteriores, o que parece indicar que o

debate sobre ‘diferenças’ deixou de interessar.

Figura II.3.1.c – easyJet Structural advantage against legacies

Fonte: Europe by EasyJet, Driving returns and profitable growth in European aviation, 10th September 2013, slide 7

Não negamos a importância de preços baixos na formação da procura, mas

é curto e cada vez mais inadequado explicar o sucesso das LCC com base

apenas no preço de venda. Factores operacionais que explicam low unit

costs na base de preços baixos como driver da procura, eis o modelo. A

Page 30: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

30

explicação é fácil demais e ainda em 2013 a reconversão estratégica da

Ryanair [ver II.3.2] torna o modelo obsoleto. Entre outros, o posterior

posicionamento da Wizz Air [ver II.3.8] vai no mesmo sentido.

*A diferença que se apaga entre LCC e FSC

Um documento da União Europeia é exemplo de opinião corrente segundo a

qual se atenua a diferença entre FSC e LCC:

-“It should be recognised that there is no longer a clear dividing line

between legacy carriers, regional carriers and low cost carriers. Most

airlines can easily be categorised into one or the other groupings, but many

overlap the once-clear distinctions.” (6).

Não dispomos de base objectiva que o confirme, mas partilhamos a opinião

do público ainda ter uma percepção diferente entre voar British Airways ou

easyJet, para não dizer Ryanair, num voo intra-europeu.

O CAPA reconhece “The growing ability of LCCs to offer a product that

mimics that of the FSCs on short-haul, but at a considerably lower price”,

mas insiste em “clear dividing line” entre FSC e LCC:

-“Even if the product/service differences between LCCs and FSCs on intra-

European routes are becoming increasingly blurred, the differences remain

clear in CASK terms” (7).

E voltamos à explicação da diferença e sucesso das LCC pelos low unit

costs. Mesmo aceitando esta versão,

-a real diferença reside na gestão das LCC que atinge estes custos sem os

desligar de receita, lucro e remuneração do capital a uma taxa superior à do

seu custo.

Vamos identificar os factores que contribuem para esta diferença das LCC.

b)Factores que contribuem para a diferença das LCC

*Vantagens comparativas das LCC

O primeiro factor são as vantagens comparativas que resultam de ausência de custos de legacy: fundos de pensões, estatuto do pessoal, custos

excessivos de estrutura, accionista público incapaz e corporate culture do passado.

É esta corporate culture do passado que leva a CEO da easyJet Caroline

McCall, a declarar em Fevereiro de 2016:

-“They [legacy carriers] can never have the low-cost culture, the low-cost mentality, and they can never have the same kind of cost efficiency.” (8).

Page 31: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

31

A generalidade da afirmação colide com a realidade comezinha da maior

parte das legacy carriers não querem ou não poderem criar “a sua” LCC. Assim,

-dois dos grupos da consolidação de FSC que correspondem à definição

(AF/KLM Group e Lufthansa Group, com as Wigs e as ‘transavias’) e um que a contraria (o IAG, com a Vueling e a Iberia Express).

Quando analisamos as indústrias europeias de LCC e FSC em si e na relação

com Portugal, temos de partir da realidade de cada companhia e não de

generalizações sobre um universo tão limitado.

*Criação das vantagens competitivas

Partir com base em vantagens comparativas é bom, mas o mérito reside na gestão que cria vantagens competitivas. Constatamos que as LCC de maior

sucesso apresentam três características comuns:

-génese entrepreneurial, crescimento ligado a leader carismático, rigor imposto pela cotação em bolsa directa ou indirectamente no caso da

Vueling,

-boa ou excelente gestão da relação entre accionistas, gestores e trabalhadores,

-formação de nova corporate culture aberta à competitividade do mercado

do transporte aéreo.

*Segmentação por price discrimination = low price

O consumidor não escolhe em função do low unit cost da LCC mas sim de um low price adequado ao que deseja e orçamento pessoal disponível. O

low price assenta no low cost e em duas técnicas de segmentação por price discrimination em que Ryanair e easyJet foram pioneiras:

-unbundling, com serviço mínimo no preço base e serviços adicionais facturados à parte e casa a caso,

-dynamic pricing, com o preço de venda a acompanhar a evolução da

procura ao longo do tempo antes da partida do avião (9).

*Dimensão pan-europeia e seus benefícios

Segundo o CAPA, “one of the keys to LCC success is to have pan-European

operations”. Depois, destaca:

-“The size that comes from having a pan-European network allows purchasing efficiencies with suppliers and buying power with airports.”.

E explica:

Page 32: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

32

-“In addition, a multi-base, multi-country strategy leads to brands that

enjoy recognition by passengers at both ends of the routes (since they are not skewed to one country for their originating passengers). Having a

presence across a number of countries also allows access to local pools of labour on a more cost efficient basis than is possible for airlines that are primarily based in one country.” (10).

A dimensão pan-europeia

-exige uma ou mais bases principais e rede flexível de bases secundárias

que criam market awareness e imagem a nível de vários países,

-permite economias de escala e reforça negociação com fornecedores,

-permite flexibilidade na gestão de rotas e da frota como explicamos no

item final.

Em termos concretos:

-a dimensão pan-europeia é ganha por Ryanair e easyJet e cria uma barreira à entrada de novos concorrentes,

-Norwegian e Wizz Air acedem ao mercado por mérito e por disporem de

base regional própria, nos países nórdicos e no Leste da Europa,

-a Vueling anuncia a base de Roma no final de 2012, mas só decide investir massivamente no final de 2013, já integrada no IAG, e só começa a ser

verdadeiramente pan-europeia com esta base,

-as duas LLCC que consolidam as companhias aéreas integradas nos operadores TUI e Thomas Cook também têm base pan-europeia [ver III.4.10 e

III.4.11].

*Sucesso na gestão de compromissos

A nova corporate culture e o management style das LCC implica gerir com sucesso três compromissos:

-serviço adicional e seu custo com revenue, lucro e disciplina financeira,

-estrutura ligeira, com eventual maior complexidade devida a serviço mais

diversificado ao cliente, mas sempre a minimizar os unit costs,

-serviços bundled com unbundled, como vimos antes.

A figura II.3.1.d mostra como o IAG vê a sofisticação crescente da

concorrência e sintetiza a evolução de Ryanair e Norwegian. O slide data de

Novembro de 2014, na certeza que a situação em Novembro de 2016 não

será a mesma.

Page 33: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

33

A oferta da Vueling foi sempre diferenciadora e parece liderar o mercado do

premium service. A figura II.3.1.e ilustra a sua visão da concorrência por

esyJet e Ryanair, e a conclusão: “Vueling will remain ahead of competition”.

Este sucesso da Vueling contrasta com o fracasso da Germanwings, devido

a estratégia de serviço premium que geraria revenue adicional, mas sem a

devida atenção aos seus unit costs que a excluíam da categoria de LCC.

Figura II.3.1.d – IAG Competitors are becoming more “sophisticated”

Fonte: IAG, Capital Markets Day, 7th November 2014, slide # 121

Figura II.3.1.e – Premium service: Vueling continues holding an advantage

Fonte: IAG, Capital Markets Day, 7th November 2014, slide # 130

*Eficiência na utilização de recursos – gestão da frota

Page 34: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

34

A figura II.3.1.f ilustra o modelo da frota das companhias do IAG no final de

2014. Destacamos

-Iberia (Barajas) e British Airways (Heathrow e Gatwick) com uma e duas

bases, respectivamente,

-a LCC Iberia Express apenas com uma base por ser hub feeder da Iberia

em Barajas,

-a LCC Vueling com 89 aviões e 22 bases, a companhia que mais partido

pode tirar da flexibilidade na gestão de rotas e frota.

Figura II.3.1.f – IAG’s A320 Fleet

Fonte: Elaboração própria com base em IAG, Capital Markets Day, 7th November 2014, slide 49

O IAG escolhe Low CAPEX e Flexible allocation como os dois fins da gestão

da frota. Mais concretamente,

-“Lowest purchase and operating costs,

-Reduced capital intensity: i)Lower long term maintenance cost, Lower

future modification cost, Opeartional Companies brand freedom.

-Greatest flexibility, ability to shift assets between Operational Companies

witin minimum time and expense” (11).

A figura II.3.1.g ilustra exemplo recente da flexibilidade da gestão de rotas

pela easyJet com o alocar a um aeroporto aviões que ‘pertenceriam’ a uma

Page 35: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

35

base em outro país. Registamos que na ocorrência, o aeroporto de Lisboa

‘ganha’ ao de Madrid.

Figura II.3.1.g – We make rational capital allocation decisions

Fonte: Elaboração própria com base em 2015 Full year results, analyst and investor presentation, 17 November 2015, slide 25

*Eficiência na utilização de recursos – gestão de rotas

A figura II.3.1.e mostra como só numa LCC como a Vueling a gestão de

rotas pode ser instrumento de eficiência na utilização de recursos. O balanço

da criação/supressão de rotas em 2015 é esclarecedor:

-“Europe’s two biggest low-cost carriers both started 99 new routes in

2015, just ahead of Vueling (90) and Wizz Air (85)”,

-“Ryanair, which traditionally has started more new routes than any other

carrier (as well as usually dropping more routes than any other carrier)”.

Isto acontece num mundo em que

-“359 of the world’s airlines launched over 3,100 new services across 173

countries in 2015”

Page 36: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

36

-“US airports still welcomed more than double the number of new services

in 2015 than the airports of any other country.”, (12).

A figura II.3.1.h ilustra o novo processo de selecção de rotas na easyJet.

Figura II.3.1.h – Easyjet New route selection process

Europe by easyJet, Driving returns and profitable growth in European aviation, 10 September 2013, slide 51

Destacamos dois pontos:

-o processo começa pela Market Attractiveness [do destino], uma

responsabilidade nossa e da qual tudo depende,

-Airport negociations não incluem a relação com oferta, distribuição e apoio

público ao marketing & vendas, tema a que voltamos na V Parte.

c)LCC e mercado intra-europeu ponto-a-ponto

*LCC, operadores de package holiday, FSC e escolha do consumidor

Vimos como a transformação da década de 1990, e em particular a

liberalização de 1993, alteram o domínio de operadores turísticos nas

deslocações de estadia (long stays) e das FSC nas deslocações de tour

urbano e cultural (city breaks).

As LCC são simultaneamente filhas da transformação e um dos seus três

grandes agentes. Na prática

Page 37: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

37

-nas deslocações de estadia retiram mercado aos operadores turísticos [ver

V.1] e geram mais tráfego de independent travel – é tema de Anexo ao

corpo do Relatório,

-nas deslocações de tour urbano e cultural criam concorrência nova e letal

ao oligopólio legal das FSC.

Tudo assenta na escolha do primeiro agente da transformação, o cada vez

mais “educated and increasingly sophisticated and internet savy consumer”:

-a escolha não é entre transporte charter ou low cost, é entre package

holiday ou independent travel e, neste último caso, com a opção mais

frequente pelo tour urbano em detrimento da deslocação de estadia.

*Concorrência das LCC às FSC – grandes linhas

O transporte aéreo intercontinental a partir da Europa é consolidado em seis

hubs, dois por cada um dos três grupos de FSC. As FSC que são drivers

deste processo passam a enfrentar a concorrência, ou a simples pressão

competitiva, das LCC em dois segmentos:

-no segmento maioritário da procura em rotas de mero ponto a ponto,

-no crucial segmento da procura em rotas de hub feeding cuja viabilidade

também depende de deslocações ponto-a-ponto.

No ponto sobre os três grupos de FSC [II.4], detalhamos a reacção das FSC à

concorrência das LCC e a criação de LCC pelas FSC. Em síntese, a reacção

passa por

-criar LCC que concorram com Ryanair e easyJet como alvos principais,

-criar produtos unbundled ou configuração de cabines que mimetizam as

LCC,

-last but not the least, admitir plataforma de cooperação em que LCC

contribuam para o hub feeding.

*“Capturing growth in the European leisure market”

Em Setembro de 2014, um dos pilares do programa Perform 2020 do Air

France/KLM Group é “Capturing growth in the European leisure market”. O

grupo reconhece que entre 2006/13, o mercado europeu cresce com CAGR

de 2% mas o tráfego das pan European low cost carriers cresce 12.5%.

A figura II.3.1.i ilustra, no caso do Air France/KLM Group, o traffic revenue

e operating profit dos três segmentos: long-haul, short & medium-haul hub

feeding e Transavia. A figura II.4.1.a dá uma imagem mais completa do que

está em causa.

Page 38: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

38

Figura II.3.1.i – Reminder: three operating platforms for passenger air

transportation

Fonte: Elaboração própria com base em Air France/KLM Group, Investor Day, 11 September 2014, slide 18

*Parte de mercado das LCC – crescer até quanto?

O gráfico II.3.1.c ilustra a LCC share of total aviation seats 2002/14 na

Europa.

Gráfico II.3.1.c – Europe (within): LCC share of total aviation seats

Fonte: CAPA with data provided by OAG, em Who has the right model for European aviation? Pan-

European airlines lead, but models vary, 3-june-2015

16,519,1

22,725,5

29,532 32

34 35 35,838,1

39,6

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Europe – LCC share of total seats 2002/2014

Page 39: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

39

Citamos o comentário do CAPA:

-“Broadly, it seems very likely that the growth in market share of LCCs on

routes within Europe, illustrated above, will continue to grow, most notably

on point to point routes. Although the definition of what constitutes a LCCs

is becoming less clear, those airlines with sustainably lower CASK will take

more and more traffic from their higher cost competitors in short/medium-

haul markets. On trips of one or two hours, why pay more? And, as FSCs

are increasingly forced to reduce frequency to cut losses, the LCCs’ services

become increasingly attractive.” (13).

Page 40: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

40

II.3.2.Ryanair Ficha.II

*Sucesso da reconversão estratégica iniciada em 2013

No final de 2013, o poeta irlandês poderia cantar ‘cesse quase tudo o que a

musa antiga canta que outro valor mais alto se levanta’.

Com base no exercício que a 31 de Março de 2016, o CAPA afirma:

-“Ryanair's best margin since 2005 illustrates the success of 'Always Getting

Better' programme”,

-“This was achieved with only a 1% fall in average fares, demonstrating the

success of the customer service and network improvements that Ryanair

has introduced over the past two years under its 'Always Getting Better'

programme.” (1).

*Sobre a reconversão estratégica

O exercício a 31 Março 2016 confirma o sucesso da reconversão estratégica

da Ryanair iniciada em 2013 e marcada por revolução no customer service,

no sacrossanto respeito pelo CASK mais baixo da Europa e em “levels of

profitability not seen for a decade”.

O CAPA conclui:

-“The airline's passenger service improvements have reinvigorated the

business model over the past two years and returned it to levels of

profitability not seen for a decade.”.

Este sucesso não teria acontecido sem a reconversão estratégica da Ryanair

iniciada em 2013 e esta não teria tido lugar sem a capacidade de adaptação

do CEO Michael O’Leary.

*A viragem de 2013/14

Ao longo do exercício de 2013/14 a actividade da Ryanair é marcada por

duas dinâmicas em curso:

-a do modelo de negócio tradicional da Rynair que é ‘reprovado’ no Annual

General Meeting de 20 Setembro 2013,

-factos e decisões que antecipam o novo modelo de negócio do pós-AGM.

Em Julho 2013 e face ao aumento da procura, a Ryanair aumenta a

previsão de 100 milhões de passageiros em 2019 para 110 milhões. É neste

contexto que, em 19 Junho 2013, é anunciada a encomenda de 175 Next-

Generation 737s (2).

Page 41: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

41

*Uma gestão obrigada a atingir objectivos ambiciosos

Estes objectivos ambiciosos em crescimento de passageiros e renovação da

frota, mais o da remuneração dos accionistas põem o mercado das LCC sob

dupla pressão,

- a da Ryanair sob ela própria porque tem de atingir os objectivos fixados,

- a que esta pressão induz sobre LCC habituadas a concorrer com o short-

haul de FSC e que passam a enfrentar mais intensa concorrência entre elas.

É neste contexto que se posiciona a capacidade de atracção de rotas LCC

pelos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro. O seu sucesso passa cada vez

mais pela sua capacidade de atracão de turistas e não apenas por captar

novas rotas/frequências de LCC.

*Número de passageiros – realidade e previsão

O número de passageiros da Ryanair cresce de maneira sustentada a atinge

106,4 milhões e 2016, mais 16 milhões do que em 2015, cerca de ‘uma

Transavia e meia’ de crescimento anual (gráfico II.3.2.a).

Gráfico II.3.2.a – Passageiros Ryanair: crescimento 1995/2024

(milhões)

Nota – Os valores até ao exercício a 31 Março 2016 são reais, ver o gráfico seguinte

Fonte: Elaboração própria com base em Raynair – Annual Reports e informação Ryanair

A partir de 2013, a Ryanair faz três previsões de tráfego de ambição

crescente (3), com a última a prever 180m de passageiros em 2024 (gráfico

II.3.2.b).

1,7 2,3 3,0 3,7 4,6 5,4 7,0 9,4 1

5,8 23

,1

27

,6 34

,8 42

,5 50

,9 58

,6 66

,5 72

,1

75

,8

79

,3

81

,7 90

,6 10

6,4

11

3,0 12

5,0

13

5,0

14

0,0

15

0,0

16

0,0

17

0,0

18

0,0

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

20

13

20

14

20

15

20

16

20

17

20

18

20

19

20

20

20

21

20

22

20

23

20

24

Crescimento passageiros da Rayanair

Page 42: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

42

Em simultâneo com as previsões de aumento de tráfego, a Ryanair anuncia

segunda expansão da frota:

-Setembro 2014, ‘up to’ 200 Boeing 737 MAX 200 (100 de encomenda firme

e 100 em opção), que a Ryanair baptiza The Gamechanger (4).

Gráfico II.3.2.b – Previsões de tráfego da Ryanair no horizonte 2024

(milhões)

Fonte: Elaboração própria com base em informação Ryanair

*“Plans to significantly improve our customer experience”

Do Chief Executive‟s Report no relatório anual a 31 Março 2014, citamos:

-“In September 2013, we announced plans to significantly improve our

customer experience. For many years, success was defined by having the

lowest costs and the lowest fares in every market, which ensured that we

grew rapidly establishing enormous price (and cost) leadership over

Europe‘s flag carriers, and so called low cost carriers, all of whom charge air

fares that are at least 50% higher than Ryanair. As our business matures,

and our growth rates slow somewhat, we are committed to improving our

customer experience in addition to providing our guests with the lowest

fares, the most on-time flights, the fewest lost bags, and the fewest

cancellations.” [sublinhados são nossos].

No relatório a 31 Março 2015, o CEO reconhece:

-“We changed policies which were previously tablets of stone for over two

decades.”.

81

,7 90

,6

10

6,4

81 84 8

9 96 1

03 11

0

10

0 10

6 11

4 12

0 12

8 13

6 14

3 15

0 16

0

10

5 11

3 12

5 13

5

14

0 15

0 16

0 17

0 18

0

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024

Real Previsão I Previsão II Previsão III

Page 43: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

43

*“Always getting better programme” Setembro de 2013

O “Always getting better programme” sistematiza as iniciativas da Ryanair

para captar passageiros de leisure e de business. Na primeira apresentação

formal integra seis orientações:

-Lowest fares everyday in every market,

-Fix the things customers don’t like,

-Improve the travel experience,

-Improve the digital experience,

-Develop the Ryanair offer,

-Improve brand & marketing.

A grande diferença deste programa é o da sua implementação se ter

traduzido no sucesso que referimos antes.

No Annual Report a 31 Março 2015, “Ryanair's new Customer Charter,

launched in March 2015, will underpin our relentless drive towards

improving all aspects of the Ryanair experience for its 100 million

customers”.

*“Ryanair sees plenty more growth within Europe” Outubro 2014

Em entrevista à Reuters UK (Outubro 2014), David O'Brien (Ryanair

chief commercial officer) expõe a estratégia comercial da Ryanair. No

business travel,

-“many more short-haul routes with at least two flights a day and

more planes going to capital cities, while the number of domestic

routes will increase significantly.”.

No tema que mais nos interessa

-“Most growth will come from increasing capacity in core European markets

like Germany, Poland and the United Kingdom rather than breaking into

new markets like the former Soviet Union and Middle East.”,

-“Ryanair intends to focus on "old reliables" like the United Kingdom,

Poland, Italy and Germany, specifically on short, high-frequency

routes, many of them domestic.” (5).

Page 44: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

44

II.3.3.easyJet Ficha.II

A easyJet é criada em 1995 por entrepreneur filho de armador cipriota, boa

formação em gestão, 25 anos e, last but not the least, capital familiar de

£20 milhões. Isto não retira mérito a Stelios Haji-Ioannou mas contribui

para a diferença da easyJet com as ‘ultra low cost’, Ryanair, Norwegian e

WIZZ.

a)Aspectos recentes da actividade da easyJet

*Duas notas sobre a easyJet e o mercado

A figura II.3.3.a ilustra uma força da easyJet: opera em 12 aeroportos

principais das 25 catchment areas mais importantes da Europa. A easyJet

foi excepção à ‘regra’ segundo a qual as LCC devem operar de aeroportos

secundários e afastados das cidades que servem.

Figura II.3.3.a – easyJet operates in the right airports and markets

Nota: ver Nota (1). Fonte: Elaboração própria com base em 2015 Full year results, analyst and investor presentation, 17 November 2015, slide 21

Page 45: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

45

A Figura II.3.3.b ilustra a repartição geográfica do crescimento da easyJet

em 2016, com Portugal em bom destaque.

Figura II.3.3.b – Profitably growing our business in 2016

Fonte: Elaboração própria com base em 2015 Full year results, analyst and investor presentation, 17 November 2015, slide 43. Refere Source : OAG, scheduled data and Internal easyJet projection September 2015. Country capacity growth is based on network touching seats.

*Accionista Stelios Haji-Ioannou, Sir Stelios

No quarto de século de existência da easyJet, o facto mais excitante terá

sido o conflito entre o accionista inicial Stelios Haji-Ioannou, depois Sir

Stelios, e a gestão. No final de 2014, a calma de Sir Stelios explica o título

da análise SWOT do CAPA : “easyJet SWOT: you must be getting things

right if Stelios has gone quiet”.

Citamos a conclusão do CAPA:

-“easyJet founder Stelios’ shareholder activism has forced management to

account for every decision, to focus on return on capital and to increase its

appeal to shareholders by paying regular dividends. Nevertheless, his one-

time implied threat to sell his shares if management placed a new aircraft

order has not been carried out. Previously, every major announcement by

easyJet, whether earnings reports or aircraft orders, was quickly followed by

a critical reaction from Stelios.

Strong cash generation, regular and growing dividends, value-creating

return on capital and a share price that has quadrupled over four years are

strong evidence that easyJet has been getting things right. Stelios'

acquiescence finally seems to signal that he now recognises this too. He

would seem to have little to complain about.” (2).

Page 46: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

46

*Análise SWOT da easyJet Novembro 2014

Segundo o CAPA, “easyJet's most recent annual results, for the financial

year ended Sep-2014, confirmed its position as one of Europe's most

profitable airlines.” (3).

easyJet Strengths

1.easyJet has a strong pan-European airport network

-Among the top 100 airport pairs in Europe, easyJet is present on 49, more

than any other airline. All but one of these routes have a primary airport at

both ends.

4.easyJet's brand is strengthening

-easyJet has successfully raised its brand awareness in recent years.

Although, to some extent, all low cost carriers have struggled with brand

image, a series of features and initiatives have contributed to easyJet's

gradual separation of its brand from the rest of the LCC pack.

easyJet Weaknesses

1.Cost base is not as low as that of Europe's ultra-LCCs

-easyJet has a unit cost advantage against most competitors, but not

against Europe's three ultra-LCCs Ryanair, Wizz Air and Pegasus. Its CASK

is around 70% higher than Ryanair’s, so it is vulnerable to direct

competition […] from its Irish rival.

easyJet Opportunities

1.Further profitable growth opportunities exist

-easyJet estimates that there are 86 million seats operated by non-LCCs on

point to point routes at its top 20 airports, giving it a relatively low risk

opportunity for growth within its current network through taking market

share from higher cost competition

2.Further growth potential in business travellers

-The number passengers travelling for business purposes has increased

from less than 10m in 2011 to 12m in 2014, around 20% of the total.

In addition, easyJet's distribution strategy allows it to reach this market

through more appropriate channels than merely relying on its own website.

easyJet's ability to undercut its main competitors on pricing depends on

maintaining its cost advantage.

Page 47: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

47

easyJet Threats

1.Competitor response/Ryanair

Ryanair's recent moves to improve its customer service, to increase the

number of primary airports in its network and to target business passengers

is perhaps a more credible threat, especially given Ryanair's unit cost

advantage versus easyJet.

4.Cost creep

easyJet's efforts to increase its attraction to business travellers are aimed at

growing its yields, but this only makes sense if this is not offset by

corresponding growth in unit costs.

*Passageiros da EasyJet

O gráfico II.3.3.a ilustra evolução do crescimento sustentado dos

passageiros da easyJet.

Gráfico II.3.3.a – Passageiros da Ryanair

(milhões)

Fonte: Elaboração própria com base em easyJet Annual Reports

*Racionalidade no alocar de recursos

Na introdução à Industria das LCC mostrámos a gestão dinâmica das rotas

pelas LCC, com destaque para Ryanair e easyJet.

A figura II.3.1.g ilustra outra flexibilidade na gestão de LCC, a do alocar a

um aeroporto aviões que ‘pertenceriam’ a uma base em outro país.

5,6 7,1 1

1,1

20

,3 24

,3 29

,6 33

37

,2

43

,7

45

,2 48

,8 54

,5 58

,4 60

,8 64

,8 68

,6

0

10

20

30

40

50

60

70

80

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Passageiros easyJet

Page 48: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

48

b)Rápido percurso sobre a história da easyJet

*2015 – vinte anos

Nesta alínea e sem indicação do contrário, citamos informação corporativa

da easyJet. Começamos pelos vinte anos:

-“In 1995 we started with two leased Boeing 737s at Luton airport, flying to

Edinburgh and Glasgow. The price of a ticket was £29 one way, the same as

a pair of jeans.”.

-“Today easyJet is the second-largest short-haul airline in Europe, carrying

almost 70 million passengers per year with its innovative approach and

friendly customer service. We still offer tickets for under £30.”.

*A easyJet ano a ano

Citamos a informação corporativa sobre os primeiros anos da easyJet:

1995 > easyJet is founded by Sir Stelios Haji-Ioannou with the vision of

creating a customer focused brand that would revolutionise the concept of

air travel.

> easyJet’s inaugural flights took to the skies in November 1995 flying from

Luton to Glasgow and Edinburgh.

1998 > easyJet ordered 15 brand new Boeing next-generation 737-700

aircraft > easyJet.com is launched for online bookings – within four years

10 million seats had been sold online.

2000 > easyJet’s flotation on the London Stock exchange took place in 2000

at an offer price of 310p, valuing the Company at £777m. Shortly after,

easyJet joins the FTSE 250 list of companies.

2009 > By 2009 easyJet is a truly a pan European airline operating over

400 routes with over 175 aircraft in 27 countries.

> For the first time, over 50% of easyJet’s passengers originated from

outside the UK.

*Fusões e aquisições – Go Fly e GB Airways

Registamos dois eventos:

-“In 2002 easyJet merged with low cost airline Go Fly (which had originally

been set up by British Airways) helping to create Europe’s number one air

transport network”,

-“In 2008 the airline completes its acquisition of GB Airways, a Gatwick-

based airline operating to destinations across Southern Europe and North

Africa”.

Page 49: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

49

*Pioneira a captar business travellers

Para a CEO Carolyn Mc Call, captar business travellers é “grow revenue per

seat in a market where the trend is for a decline in RPS.” E acrescenta

-“A contract was signed with Amadeus in November to develop the existing

relationship by improving the exposure of the airline's content to travel

management companies (TMCs) and boost its share of the corporate travel

business.”

“The airline has forged links with several TMCs, including American Express

Global Business Travel, and is bolstering its sales teams.” (4).

Page 50: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

50

II.3.4.Vueling Ficha.II

a)Aquisição da Vueling pelo IAG

*IAG Annual Report de 2012 a 2015

A aquisição da Vueling pelo IAG, em 2013, é referida no Annual Report

2012:

-“Our vision has always been to turn IAG into a multinational, multi-brand

company. We’ve always said we might, one day, look to include a low cost

carrier within our brand portfolio. […]

If approved, Vueling will come under the IAG umbrella as a third stand-

alone operation, alongside BA and Iberia. This is an exciting opportunity for

us. Vueling has a strong management team that has managed to achieve

rapid, profitable growth. Operating independently within IAG they can

continue, undistracted, targeting a market segment with far greater growth

potential than our traditional network business.”.

Com alguns euros e sem perda de tempo, Willie Walsh adquire a LCC que

falta ao IAG. Em 2013, o Lufthansa Group está ocupada a criar a frustrada

Germanwings’ e AF/KLM Group está a um ano de falhar a ‘nova Transavia’.

O Annual Report 2013 do IAG refere os benefits da Vueling para o IAG:

-“It’s a great company and it’s given us confidence we can compete more

effectively in Europe.”,

-“The addition of Vueling in 2013 has provided the Group with a significant,

profitable and fast-growing narrow body operator. Apart from its main base

in Barcelona, Vueling has smaller bases […]. Vueling, unlike most other new

generation carriers, offers a connecting product and has a business class.

Describing itself as a “premium low cost” carrier, Vueling flew over 17

million passengers in 2013 to over a hundred destinations.”.

O Annual Report 2014 refere a Vueling no intra-European network do IAG:

-“With Vueling in the portfolio, IAG grew the number of passengers carried

on its intra-European network from 47 million in 2013 to 57 million in 2014.

IAG’s narrow body aircraft fleet of 284 continues to grow; primarily in the

two low cost entities, Vueling and Iberia Express. IAG made significant

progress in 2014 in the performance of its more traditional short-haul

networks out of London and Madrid.”,

IAG Annual Report 2015 refere a nomeação para Executive Chairman da

British Airways de Alex Cruz, o gestor que ‘fez’ a Vueling e acrescenta:

-“Vueling is now established as a significant premium brand in Europe’s low-

cost sector and performed strongly despite some tough operational issues in

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51

2015. […] It’s this approach that has seen it build on its strong presence in

Barcelona and expand its network, notably in Italy and France.”.

O gestor que ‘fez’ a Vueling vê reconhecido o seu sucesso.

*Sucesso da Vueling em 2013

O ano de 2013 é bom para o IAG e o contributo da Vueling não é pequeno:

-“Vueling’s own operating result for the full year 2013 was €137 million,

with revenues up 28% on a capacity increase of 21.9% and cost growth

broadly in line with capacity. Its operating result was almost four times its

2012 profit and marks a continuation of a trend of improving results from

the dip in profitability seen in 2011.”.

According to Vueling CEO Alex Cruz, speaking at the IAG 2013 results

presentation, “Vueling would continue to attract business travellers, but that

revenue initiatives would not take priority over cost control.” (1)

*Integração da Vueling no IAG e diferença com Iberia Express

Em 2013, o CAPA relata a intervenção de Willie Walsh na conferência

Airlines in Transition:

-“When BA established its LCC subsidiary Go, it did not get the governance

right in Mr Walsh’s view: “Go was profitable, but it competed with BA, which

was madness”. By contrast, Vueling will be a stand-alone, separate brand

and there will only be co-operation with other IAG companies if it enhances

value to shareholders.

The roles of Iberia Express and Vueling within the group will be different,

with the former a hub feeder at a lower cost than Iberia and the latter a

point-to-point pan-European no-frills operator that also codeshares with BA

and Iberia.” (2).

b)Actividade da Vueling

*Vueling no aeroporto de Barcelona El Prat

A evolução da Vueling no aeroporto de Barcelona (figura II.3.4.a) está

ligada à falência da Spanair em 2011:

-a perda do tráfego da Spanair corresponde ao ganho de Vueling e Ryanair

em 2012, base de ligeiro crescimento em 2013 e aumento significativo em

2014 (3).

O número de passageiros, rotas e frequências da base de Barcelona permite

à Vueling ser pioneira em algum network de passageiros.

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52

Figura II.3.4.a – Barcelona El Prat Airport annual passenger

numbers (million) by airline 2010 to 2014

Source: CAPA - Centre for Aviation, AENA

*Vueling no aeroporto de Roma Fiumicino

Duas datas:

-Março 2012, “Vueling, the new generation airline, commences services

from a new permanent operating base in Rome starting on 25th, March

coinciding with the start of the new 2012 summer season,”.

-Novembro 2013, “Vueling has revealed plans to expand massively its

presence at Rome’s Fiumicino Airport next summer, with the introduction of

24 new routes (seven domestic and 17 international) and the decision to

base a total of eight Airbus aircraft at the airport.” (4).

Em Fevereiro 2015, Alex Cruz declara: "Our goal is that the future of Rome

and the airport is closely linked to the growth of Vueling"(5). Em Janeiro

2016, o reconhecimento de um responsável de Fiumicino quando declara:

-“Vueling has been the driving force of the market in relation to

international traffic growth, especially within Europe, which is our biggest

market. […] But for Vueling it is more than just point-to-point, passengers

can connect from one Vueling service to another, making them quite unique

amongst other key European LCCs in having a hub and spoke system.” (6).

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*Vueling will reach its seventh successive profitable year in 2015

A integração no IAG reforça o sucesso da Vueling:

-“From 2010, the first full year after the Clickair/Vueling merger, to 2014,

the airline's revenue increased by 115% and its operating profit increased

by 145%.

The acquisition of Vueling by IAG in Apr-2013 coincided with a significant improvement in its profitability, as its FY2013 operating margin of 9.7%

was 6.7ppts higher than its FY2012 margin of 3.0%.” (7).

O rosto deste sucesso é o CEO Alex Cruz. A sua nomeação como CEO da

British Airways reconhece o trabalho feito e o seu potencial futuro.

c)Génese entrepreneurial da Vueling

*Vueling e Clickair em Barcelona

Dois entrepreneurs e apoio de investidores institucionais criam a Vueling em

2004 em Barcelona, “una compañía con estructura de low cost, con aviones

nuevos y un servicio equiparable al de las líneas tradicionales.”.

A partir de 2005, a Iberia deslocaliza a base de Barcelona para Madrid e não

consegue comprar a Vueling. Cria a Clickair associada a grupos de turismo e

inicia a guerra de preços prévia ao acordo entre as duas empresas (8). Alex

Cruz dirige a Clickair desde 2006 e a Vueling desde 2009:

-“Con una estricta política de contención de costes y a la vez de expansión

de bases aéreas en Europa, ha logrado que Vueling no solo haya superado

la crisis –económica y de las aerolíneas— con constantes beneficios, sino

que ha logrado hacerse un hueco compitiendo cara a cara con Ryanair y

easyJet, las grandes del low cost europeo. De hecho, Cruz siempre ha

defendido que Vueling era diferente, como si representara una tercera vía

del sector, evitando la etiqueta del bajo coste implantando servicios que

nunca antes ni se habían planteado sus competidores: asiento asignado o

asientos premium para hombres de negocios.” (9).

*Vueling antes do IAG

Em 2011, a Iberia já detém 46% do capital da Vueling que mantém a base

de operações em Barcelona e base em Madrid. Com a operação da Iberia

Express (2012) a Vueling reduz em Madrid, e no final de 2012, a Vueling

-“No longer a predominantly domestic carrier, as half of its passengers are

international”.

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-tem dois aviões estacionados em Roma-Fiumicino e um em Paris-Orly,

Amesterdão e Florença,

-“Transfer traffic now accounts for 11% of Vueling’s passengers”.

Em várias ocasiões, o CAPA destaca unit costs que “cannot approach those

of Ryanair, by far Europe’s lowest cost carrier”, mas que “shows it to be a

genuine low-cost carrier”.

Page 55: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

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II.3.5.Transavia Ficha.II

a)Transavia na actualidade

*Introdução à Transavia da actualidade

A companhia aérea Transavia compreende duas empresas integradas no Air

France/KLM Group: Transavia Holland criada em 1966 e Transavia France

criada em 2007 já depois da fusão da Air France e KLM em 2003.

A integração das duas ‘transavias’ no grupo começa por ser marginal. Esta

situação sofre alteração importante em 2014 e a actividade da Transavia da

actualidade deve ser contextualizada

-na estratégia do grupo de desenvolver a actividade low cost a partir de

Setembro 2014, prevista no programa Perform 2020,

-na greve dos pilotos da Air France que leva ao cancelamento da Transavia

Europa pelo governo francês e consolida o poder dos pilotos na Air France.

*Passageiros, revenue e operating profit da Transavia

O gráfico II.3.5.a ilustra evolução de passageiros e revenue da Transavia

integrada no AF/KLM Group desde a criação deste.

Gráfico II.3.5.a – Passageiros e revenue da Transavia do AF/KLM Group

(€milhões)

Fonte: Elaboração própria com base em AF/KLM Group, Registration Reports, Manuels de référence

No respeito de uma tradição que data de 2008/2009, o resultado da

Transavia em 2015 é negativo e “With the rapid growth weighing on

profitability, the Group expects Transavia to become profitable only as of

2017.” (1).

4,5 4,85,2

66,7 6,7 6,5 6,5 6,8

7,4

9,6 9,9

10,8

0

2

4

6

8

10

12

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2010Dez

2011 2011Dez

2012 2013 2014 2015

Passageiros Transavia

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O gráfico II.3.5.b ilustra a evolução do operating profit da Transavia.

Gráfico II.3.5.b – Operating profit da Transavia

(€milhões)

Fonte: Elaboração própria com base em AF/KLM Group, Registration Reports, Manuels de référence

b)Duas empresas de génese diferente

b.1)Transavia Holland

*Transavia Holland

A hoje Transavia Holland é criada em 1966 como companhia charter para

concorrer com a pioneira Martinair. Na década de 1980 e a exemplo das

congéneres, vende lugares charter em seat-only. Marca a diferença ao tirar

partido do primeiro acordo de open skies entre a Holanda e o Reino Unido e

opera a rota regular Gatwick/Amsterdão como scheduled carrier.

Referência ao pioneiro Johan Nicolaas Block (1929-1994) co-fundador das

três companhias charter da Holanda: Martinair, Transavia e Air Holland.

Em 1991 a KLM adquire 80% do capital da Transavia e 100% em 2003,

antes do AF/KLM Group, o que virá a ter a sua importância. A partir de

1993, a liberalização do transporte aéreo encontra uma empresa capaz de

se adaptar às novas exigências do mercado. Em 2004, a fusão Air

France/KLM deixa Transavia na esfera da KLM e com liberdade de iniciativa.

Assim, “Since the beginning of 2006, the company’s website has been

offering package holidays, Transavia package deals, with the flights

operated by transavia.com and the accommodation provided by Dutch tour

operator partners.” (2).

23 23

35

2

-28-23

-61-54

-33

-1

-23

-36 -35

-80

-60

-40

-20

0

20

40

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2010Dez

2011 2011Dez

2012 2013 2014 2015

Transavia - operating profit

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*Transavia Holland

Na Holanda reina a harmonia:

-“The focus has been and remains on the development of scheduled flights,

with a 16% capacity increase in ASK. With charter capacity having been

reduced by 13%, the Group increasingly offers tour operators blocks of

seats on scheduled flights. In addition to this core business in point-to-

point, Transavia continued to offer connecting flights thanks to the KLM hub

in Amsterdam and from the new base in Munich.”,

-“In 2015, an agreement was signed with the VNV pilots’ union in the

Netherlands which ensures competitive crew unit cost levels for the coming

years for Transavia Netherlands.” (3).

Face ao impasse da Transavia France não poder criar bases fora de França,

a Transavia Holland instala a de Munique em 2016. Esta e bases em Lisboa

e Porto são as três bases de que o PDG do grupo fala na entrevista de 10

Setembro 2014 [ver a seguir].

b.2)Transavia France

*Transavia France

A Transavia France é criada em 2007 com capital repartido entre Air France

(60%) e Transavia Holland (40%). O sindicato de pilotos da Air France

impõe condições:

-Transavia France não pode aumentar a frota de 14 aviões sem o seu

acordo expresso, o que acontece em Março de 2014 (de 11 a 16 aviões) e

Dezembro de 2014 (acordo pós greve),

-beneficiar de transferência directa de rotas, mesmo deficitárias, da Air

France.

*O estranho caso da Transavia France

O relatório anual 2015 do AF/KLM Group dá a versão cor-de-rosa:

-“In 2015, seven additional aircraft joined the fleet, enabling 25% capacity

growth. Transavia’s expansion in France is being implemented in close

cooperation with Air France to optimize the portfolio of slots and

destinations offered on departure from Paris. In 2016, five additional

aircraft will join the Transavia fleet in France, enabling a further 20%

capacity growth. Transavia will thus become the leading low-cost carrier at

Paris- Orly airport.”.

A análise do CAPA em Fevereiro 2015 é diferente:

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-“The dispute was settled when the group agreed to abandon its plans to

develop Transavia as a pan-European LCC and instead to concentrate its

growth only on destinations from France.

Growing Transavia makes sense, but limiting this growth to France alone

will increase the difficulty in closing the gap with IAG’s profitable Vueling,

which carries about twice the number of passengers as loss making

Transavia.” (4).

c)Transavia na estratégia/planos do AF/KLM Group Setembro 2014

*Ambição e limite do projecto Transavia Setembro 2014

Em 10 Setembro 2014 o PDG d'Air France-KLM revela ao publico a ambição

do projecto Transavia e do papel da futura Transavia Europe:

-“Concernant Transavia Europe, nous prévoyons de commencer dès le mois

d'avril prochain avec trois premières bases en dehors de la France et des

Pays-Bas, puis six l'année suivante. [] Au total, Transavia devrait compter

plus de 100 avions à l'horizon 2017 [contre une cinquantaine aujourd'hui,

NDLR], avec des perspectives de croissance au-delà si les choses se passent

bien. Avec ça, nous deviendrions l'un des grands acteurs du low cost en

Europe. C'est un magnifique projet, pour lequel nous comptons investir 1

milliard d'euros sur les cinq prochaines années, voire 1 milliard

supplémentaire ultérieurement !” (5).

A figura II.3.1.h do capítulo II.3 mostra que o projecto para a Transavia só

poderia ter impacte significativo nas contas se contribuísse para reduzir os

€-220 milhões de perda point to point, porque em princípio não teria a ver

com o short & medium-haul hub feeding.

*”Leisure market is profitable” e “adressing this market is essential

for Air France KLM”

Em Setembro 2014, em apresentação confidencial sobre estratégia,

Alexandre de Juniac define as orientações estratégicas da nova Transavia:

-“Leisure market is a profitable, growing market entering a step of

consolidation over the coming years; only a limited number of pan-

European players will survive

-Easyjet and Ryanair have succeeded in reaching a pan-European size;

Vueling and Norwegian have adopted an ambitious growth strategy;

Transavia must develop or face a difficult competitive position

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-Low cost is becoming the market reference on Point to Point European

traffic attracting more and more business traffic; addressing this market is

essential for Air France KLM.” (6).

*Transavia: an ambitious growth plan

O “leisure market” da Europa é objecto de ambicioso plano de crescimento

para a Transavia, com os seguintes tópicos:

-“Adjusting the business model of Transavia Holland from a dominant B to B

model to a dominant B to C model to restore profitability and compete

against Easyjet and Ryanair growth plans in Holland

-Enabling Transavia France to grow beyond 14 planes

-Creating Transavia Europe to enable growth outside France and

Netherlands and establishing an European footprint

-Growing the 3 Transavias (Holland, France, Europe) above 100 planes in

2017 (currently 46).”.

*Greve dos pilotos da Air France

A Transavia Europe é o driver da greve dos pilotos da Air France em reacção

ao Perform 2020. O presidente do sindicato dos pilotos declara:

-“S’il n’y avait pas eu le sujet Transavia Europe mis sur la table, quelques

jours avant cette grève, nous aurions trouvé une solution équilibrée sur

Transavia France.” (7).

Um membro do governo Francês, ainda durante a greve, decide sobre um

projecto importante da gestão de uma empresa privada com importante

participação de capital estrangeiro:

-“Le projet Transavia Europe n'est pas suspendu pour trois mois, il est

retiré.” (8).

Em síntese,

-Transavia Europe cai porque os pilotos do SNPL se opõem e o governo a

sacrifica a bem da paz social, porque manda quem pode e a administração

do AF/KLM Group obedece.

Depois da greve dos pilotos da Air France 2014, a Transavia France é

autorizada a crescer a sua frota até 40 aviões em 2017, conserva um

estatuto de pessoal competitivo, está limitada nas rotas que cria em função

do que os pilotos entendem ser o interesse da Air France e não pode criar

bases fora de França.

Este é um exemplo pedagógico do efeito legacy no Air France/KLM Group.

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d)Notas para o futuro

*Transavia instala base em Munique

Citamos o CAPA:

-“Air France-KLM's low cost subsidiary Transavia will open its first base

outside the group's home markets of France and the Netherlands. From

Mar-2016, it will base four Boeing 737-800 aircraft in Bavarian state capital

Munich. The airport will be Transavia's seventh base, after Dutch airports

Amsterdam, Rotterdam/The Hague and Eindhoven and the French airports

Paris Orly, Nantes and Lyon.

Flights from Munich will operate under Transavia's Dutch AOC, thereby

presumably avoiding the need for agreement with Air France pilots, using

mainly German pilots and cabin crew.” (9).

*Frota da Transavia

Gráfico II. 3.5.c – Air France-KLM, IAG* and Lufthansa Group**

narrowbody fleet numbers split between LCC and network airlines

*For IAG, the 20 Iberia Express aircraft are included with its network airlines **Lufthansa Group LCC and total numbers include 16 Eurowings CRJ900 regional jets that are to be replaced with A320s Transavia: Munich to be first base outside home markets, but Air France-KLM's LCC still lacks scale8-Dec-2015

Citamos a explicação do CAPA:

-“The Air France-KLM Group's short/medium haul network is also smaller

than those of the other two and so it is perhaps more meaningful to

compare their LCC fleets as a percentage of their total narrowbody fleets.

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Air France-KLM lags the other two on this measure, too. Its LCC provides

24% of the group's total narrowbody fleet, compared with 27% for the

Lufthansa Group and 34% for IAG.

*Afinal, tanta complicação para tão pouco

Citamos a conclusão do CAPA:

-“the growth of Transavia does appear to have helped Air France-KLM to

reduce the losses in its short/medium haul passenger business”.

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II.3.6.Eurowings Ficha.II

A partir de 2015 a nova Eurowings concentra a actividade de LCC e de

LHLCC (Long Haul Low Cost Carriers) do Lufthansa Group. Até 2015, Wings

designa o conjunto de Germanwings e Eurowings, e utilizamos Wings

quando lidamos com séries que integram dados anteriores a 2015. Focamos

a exposição na Germanwings de 2012/2013 e sua conversão em Eurowings

a partir de 2014/2015. Terminamos com curta referência à origem das

Wings e reconhecimento das LCC pelo Lufthansa Group.

a)Eurowings na actualidade

*Objectivos que condicionam o sucesso

Em meados de 2014, a ‘nova Eurowings é “Lufthansa's answer to low-cost

carriers such as Ryanair and EasyJet”. É criada com a ambição de

-ser a terceira na Europa e primeira em cada um dos mercados do Grupo:

Alemanha, Suíça, Áustria e Bélgica e ter custos idênticos aos da

concorrência (leia-se Ryanair e Easyjet) “on same routes with the same

aircraft types”.

Michael O’ Leary declara:

-“First of all Eurowings is not an LCC; it is Lufthansa’s idea of what an LCC

should look like.” [ver alínea b) a seguir].

Para ser a “terceira na Europa e primeira em cada um dos mercados do

Grupo: Alemanha, Suíça, Áustria e Bélgica”,

-“The new Eurowings will need to grow larger than Norwegian, Pegasus,

Vueling and Wizz Air in order to reach the number three position. This

demonstrates not only the size of the challenge that it faces, but also the

scale of Lufthansa's ambition for Eurowings.” (1).

A nova Eurowings beneficia com a decisão anterior que transferia rotas da

Lufthansa para a Germanwings, o que ajuda a atingir objectivos que põem

pressão na gestão da Eurowings e do grupo.

*Eurowings em 2016

Com a ajuda do preço do fuel, em 2015 as Wings apresentam um EBIT de

€38 milhões e anulam o prejuízo do non hub medium-haul da Lufthansa que

era de €-200 na origem do processo em 2012. Mas o CAPA reconhece que

-“Germanwings/Eurowings is high cost compared with other European

LCCs”,

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-“Eurowings attracts a RASK premium”.

-“Eurowings' margin is low versus other leading LCCs”,

-“The most important underlying cost efficiency improvement comes from

the switch from Germanwings crew to Eurowings crew [condições de trabalho

diferentes]” (2).

*Uma plataforma aberta a parceiros

A Eurowings ainda está a absorver a Germanwings, tem a sua operação de

LCC e a actividade de Long-haul Low Cost Carrier em sinergia com a Sun

Express. Esta variedade assenta em plataforma organizacional para atrair

outros parceiros, uma opção tão sedutora quão arriscada. Talvez mais

importante seja a declaração do administrador da Lufthansa com o pelouro

da plataforma Eurowings e que abre à Eurowings os aeroportos até agora

reservados à Lufthansa: “Lufthansa hubs at Frankfurt and Munich are "not

off limit" for Eurowings.”.

b)Germanwings a partir de 2013/2014

*Dezembro 2012 “Germanwings is set to revolutionise the European

low-cost market”

Em 2012,

-“The second major SCORE initiative in 2012 was the decision to transfer all

of Lufthansa’s non-hub domestic and European point-to-point flights into its

low-cost subsidiary Germanwings”.

Este é o primeiro passo do processo que conduz à decisão de 6 Dezembro

2012, nada parca em ambição:

-“German budget airline Germanwings is set to revolutionise the European

low-cost market. In the future it will offer the highest value airline product

in this segment in Europe.”

-“The “new Germanwings” has a smart, dynamic and innovative identity.”,

O CEO do Lufthansa Group Christoph Franz afirma: “With the ‘new

Germanwings’ we are going on the offensive in respect of point-to-point

connections.”.

O porta voz da Germanwings alinha: “With Germanwings, we are setting

new standards in the European airline industry.” (3).

Destacamos dupla diferença com o IAG:

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-a gestão do Lufthansa Group não considera a via de reduzir custos de

modo a que a sua oferta seja competitiva no medium haul, seja ele de hub

feeding ou não,

-falha a opção estratégica na Germanwings assente em vender serviço

premium a preço mais alto que compense os mais altos unit costs da

empresa, enquanto na Vueling é um sucesso porque a opção premium e

maior yield assenta em rigoroso controlo de custos.

*“return non-hub short/medium-haul business to profit”

Em Abril de 2013 a análise CAPA reconhece:

-“After years of growing competition from low-cost carriers, and in spite of

LCC Germanwings, Lufthansa has been losing money on its short/medium-

haul network.”

O problema da Lufthansa é “to return its non-hub short/medium-haul

business to profit” e para o efeito “it is transferring all European non hub

traffic into Germanwings, with the aim of improving profitability on these

services by €200 million by 2015 (4).

*Custos excessivos da Germanwings

O CEO da Germanwings sabe que os seus unit costs são 20% menos do que

os da Lufthansa, mas superiores aos da concorrência das LCC não baseadas

na Alemanha. A sua proposta de negócio passa pelo maior yield da

combinação ‘premium e low cost’ da Germanwings.

Em Outubro de 2013, a analise do CAPA confirma:

-“Our analysis suggests that, while Germanwings’ unit costs are well below

those of Lufthansa in its short/medium-haul business, the cost gap to other

LCCs is even greater.

For a very similar average sector length, IAG’s LCC subsidiary Vueling has a

CASK 30% lower than that of Germanwings. EasyJet, with an average

sector length around 20% higher than Germanwings, has a unit cost more

than 30% lower. The Air France-KLM LCC Transavia has a CASK level that is

40% below Germanwings” (5).

Apesar deste handicap, a ambição para 2015:

-“Lufthansa’s vision of Germanwings in 2015 is that it will have around

EUR2 billion of revenues, 18 million passengers and 90 aircraft. It will

continue to operate from primary and secondary German airports” (6).

Em Abril de 2014, o CEO do IAG comenta os custos da Germanwings:

Page 65: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

65

-“Although comfortable with having LCCs alongside FSCs in the same group,

Mr Walsh is sceptical that the Lufthansa approach of outsourcing a large

chunk of its short haul point to point network to its LCC subsidiary is the

right approach. "Germanwings is not profitable, so I can't see how that

works", says Mr Walsh, who argues that the franchise model is

"interesting"” (7).

No final de Setembro de 2014 em Colónia e quando a Eurowings já é um

projecto público, Michael O’Leary anuncia o crescimento da Ryanair na

Alemanha e comenta:

-“There is also Lufthansa that has some bizarre plan about establishing a

new low-fare airline. Unfortunately [Lufthansa] started with a high-fare airline

called Germanwings and they’ll need to do a lot more than call it that and

paint it yellow to make it a low-cost carrier” (8).

c)Afirmação da Eurowings a partir de 2014

*O CEO Carsten Sphor 1 de Maio de 2014

Em 1 de Maio de 2014, Carsten Spohr é nomeado “Chairman of the

Executive Board and Chief Executive Officer of Deutsche Lufthansa AG,

responsible for the Lufthansa Group”. Sphor vai alterar a intervenção da

Lufthansa no “private travel segment” do mercado.

Por esta altura, o New Yok Times refere “The idea of a long-haul operation

aimed at cost-conscious vacation travelers has been under consideration at

Lufthansa for some time” e Carsten Spohr afirma:

-“In the dynamic and highly price-sensitive market segments, our current

platforms only enable us to exploit the growth potential to a limited extent,

in view of their sometimes over-rigid cost structure,” (9).

É a primeira referência à actividade de LHLCC em que o Lufthansa Group

acompanha a desenvolvida pela Norwegian [ficha II.3.7].

A figura II.3.6.a já ilustra uma “Wings” multi-platform com:

-Germanwings, Eurowings ex-Germany e ex-Austria, Switzerland and

Belgium,

-Wings long-haul.

Nesta sessão de tema “Lufthansa Group – The Way Forward”, o Lufthansa

Group reconhece:

Page 66: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

66

-“Private travel is a highly dynamic segment in both the intercontinental and

the European air travel markets. By developing competitive new products

and platforms, we aim to gain a greater share of it”.

Com efeito, existe “Substantial growth potential in the private travel

segment”, que cresce mais rapidamente do que o business travel segment e

representa 75% de todo o tráfego intercontinental e 79% do continental na

Europa.

Figura II.3.6.a – Expanded product for the private travel segment (New concepts for growth)

Lufthansa is bundling its point-to-point business initiatives and expanding them with the addition of a new low-frills intercontinental carrier. Fonte: Elaboração própria com base emThe Lufthansa Group – The Way Forward, Carsten Spohr, Chairman of the Executive Board & CEO, July 2014, slide 14

*Comunicado do Lufthansa Group 9 Julho 2014

A 9 Julho 2014, o Lufthansa Group informa os investidores:

-“Amalgamating the European members of the WINGS family – a move

which will also include Germanwings – will permit an aligned management

of all these operations. […]

With Eurowings as its starting platform, the Lufthansa Group will develop a

competitive European air travel product for continental travel. […]The first

Eurowings base outside Germany will be in Basel, Switzerland, and will have

a fleet of an additional two to four A320s. It should commence operations

early next year.” (10).

Page 67: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

67

*Integration under umbrella Brand Eurowings

No final de Abril é público que “The Germanwings brand will cease to exist

from this autumn. The Lufthansa short-haul subsidiary will take on the new

branding of Eurowings.”, e que tal estava previsto antes do desastre nos

Alpes Franceses em 24 de Março (11).

Em 29 Junho 2015, Lufthansa Chief Executive Carsten Spohr declara à

Reuters:

-“Eurowings is Lufthansa's answer to low-cost carriers such as Ryanair and

easyJet. It will have an Austrian operating licence and is not bound by the

group collective labour agreements at its Lufthansa and Germanwings

brands” (12).

A “Eurowings with innovative and competitive product offering” ambiciona

-ser a terceira na Europa e primeira em cada um dos mercados do Grupo:

Alemanha, Suíça, Áustria e Bélgica e ter custos idênticos aos da

concorrência (leia-se Ryanair e Easyjet) “on same routes with the same

aircraft types” (figura II.3.6.b).

A figura II.3.6.b sintetiza as “Measures to establish Eurowings as top 3 P2P

airline in Europe”.

Em Fevereiro de 2016, Michael O’ Leary resume a situação:

-“First of all Eurowings is not an LCC; it is Lufthansa’s idea of what an LCC

should look like. I truly believe that Eurowings is doomed to fail and that’s

the main reason it was renamed from Germanwings. German airports have

realised now that Lufthansa, Eurowings and airberlin deliver 80% of their

traffic and they are willing to allow other carriers to grow before both

Eurowings and airberlin begin cutting capacity.” (13).

O desafio está lançado.

Nota – Uma vez terminada a redacção do presente Relatório, há o anúncio

de uma dupla transferência de aviões para a Eurowings: da Brussels e da

Air Berlin. Entre outros, esta transferência clarifica a natureza de LCC das

rotas Portugal da Brussels e da Air Berlin.

Page 68: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

68

Figura II.3.6.b – Measures to establish Eurowings as top 3 P2P

airline in Europe

Fonte: Press and Analyst Results Conference Q1-Q3 2015, p.18

d)Curtíssima resenha histórica

*As empresas

A Eurowings é criada em 1993 pela fusão de duas companhias regionais. A

Lufthansa começa por deter 24,9% do capital, tem o seu controlo em 2005

e propriedade em 2011. A Germanwings é criada em 1997 pela Eurowings

como “a low-cost department”.

Na realidade, a Eurowings passa a ser “almost invisible as a wet-lease

supplier of Lufthansa regional capacity, but Lufthansa now aims for it to be

the number one point to point airline in the group's home markets –

Germany, Austria, Switzerland and Belgium – and the number three in

Europe, behind Ryanair and easyJet.” (14). A Germanwings é integrada no

Lufthansa Group com o pessoal a ter o estatuto do grupo.

*A Lufthansa e as LCC

Jürgen Weber é CEO da Lufthansa entre 1991/2003 com inquestionável

sucesso, mas “grossly underestimated the threat from both no-frills airlines like

Ryanair and easyJet and aggressive competitors from the Persian Gulf. He once

predicted budget airlines would never get more than a 4 percent share of the

European market.” (15).

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Entre 2003/2010, o CEO Wolfgang Mayrhuber começa por pensar em “low

cost subsidiaries (such as Germanwings)”, mas abandona a ideia face à

oposição sindical. A ascensão das LCC é vista como ameaça à Lufthansa

Regional. Um cenário sobre o futuro reconhece que “Both Ryanair and

easyJet have unit costs that a German–based airline with the legacy of

Lufthansa will surely find impossible to copy.”.

E assim surge o que vai ser o falhar do que foi a ‘nova Germanwings’.

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II.3.7.Norwegian Ficha.II

*Estratégia e realidade da Nowegian da actualidade

A Norwegian AS é uma das ‘cinco grandes’ LCC. Exige destaque pela

capacidade empreendedora do CEO Bjørn Kjos, aqui ilustrada pela

localização das suas “18 crew bases” ilustra (figura II.3.7.a):

-presença alargada nos países nórdicos,

-importante investimento em Espanha no âmbito de acordo com AENA,

-bases nos EUA, prova reforçada de capacidade empreendedora.

O gráfico II.3.7.a ilustra a evolução do número de passageiros da

Norwegian. Mostra um crescimento consistente, mas abaixo dos da Ryanair

e easyJet.

A figura II.3.7.b ilustra o Norwegian Air Shuttle passenger load factor and

ASKs entre 2005-2015.

O profit interessa mais do que indicadores operacionais como o número de

passageiros, ASK e load factor. Segundo o CAPA,

-“Norwegian's profit slide coincided with the launch of its long haul network

in 2013, and the recovery has coincided with the fall in fuel costs. This,

together with a lack of separate data by network, makes it impossible to

assess the relative profitability of the different parts of its network.”.

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71

Gráfico II.3.7.a – Passageiros da Norwegian

(milhares)

Fonte: Elaboração própria com base em Norwegian Air SguttleS ASA Annual Report

*Sobre a Norwegian AS

“Norwegian Air Shuttle ASA, commercially branded "Norwegian", is a public

low-cost airline listed on the Oslo Stock Exchange.” A Norwegian é fundada

em 1993, mas a operação low-cost só começa em 2002, com a liderança de

Bjørn Kjos. Em 2012 o acordo com a AENA e Madrid Autonomous Area é

parte do “fighting the Ryanair and easyJet duopoly on the Madrid airport

low cost industry”, e com bases em outros aeroportos. Em 2013 instala a

base de Gatwick. É leader das Long Haul Low Cost Carriers (LHLCC).

0,31,2

2,13,3

5,16,9

9,110,8

13

15,7

17,7

20,7

24

0

5

10

15

20

25

30

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Norwegian - Número de passageiros

Page 72: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

72

II.3.8.WIZZ Ficha.II

A WIZZ tem operação insignificante em Portugal. Quando existir capacidade

de iniciativa nacional para acção concertada na Europa de Leste, a WIZZ

será parceiro inevitável. Por isso justifica a nossa atenção.

*“We have grown to become central and Eastern Europe’s leading

low cost airline”

Segundo o WIZZ Annual Report 2015, a WIZZ passou a ser a “Central and

Eastern Europe’s leading low cost airline”. Em 2015, opera 55 Airbus A320,

348 rotas, transporta 16,5 milhões de passageiros. A figura III.3.8.a mostra

as bases da WIZZ na Europa de Leste.

Figura III.3.8.a – WIZZ Air base cities and destinations cities

Fonte

A WIZZ é fundada em 2003. Em Março 2015, “London Stock Exchange

welcomed Wizz Air Holdings PLC to open the market on the first day of

conditional dealings in the Company’s shares following its successful IPO”.

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*A oportunidade

Segundo o Anuual Report 2015, “The 500 million plus people that live in

Central and Eastern Europe have traditionally had very poor access to air

travel. Wizz Air is helping to change this by bringing affordable air travel to

the region. As one of the few airlines operating the ultra low cost carrier

model across the region, the Company has a unique opportunity to grow

over the next decade.”.

Wizz Air’s ultra-low cost model gives it a clear cost advantage versus most

of its rivals, including many other low-cost airlines, and as a result it is able

to stimulate the market with very low fares and sustain a relatively high

growth rate compared to other airlines.”.

A WIZZ aprendeu com a estratégia da Ryanair de 2013 ao propor-se

conciliar “the most important driver of a customer’s choice of airline is ticket

price” com a oferta de “a range of products and services that enable

passengers to customise their trip to meet their own individual needs”.

*WIZZ revenue, EBIT e net profit

O gráfico III.3.8.a ilustra o WIZZ revenue, EBIT e net profit. Com a entrada

no London Stock Exchange, a gestão da WIZZ é obrigada a seguir regras de

rigor que acabarão por beneficiar a empresa.

Gráfico III.3.8.a – Wizz Air revenue, EBIT and net profit (EUR million),

FY2005 to FY2016*

*Financial year to March Source: CAPA - Centre for Aviation, Wizz Air Holdings plc

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II.3.9.Monarch Ficha.II

a)Redefinição da estratégia da Monarch

*A redefinição estratégica do final de 2014

No final de 2014 o Monarch Group passa por redefinição estratégica que

inclui a confirmação da Monarch como LCC que na realidade já era e o

grupo mantém a sua base de negócios:

-“The Monarch Group consists of four business segments. In addition to the

airline, it also includes engineering services, tour operations and charter

airline broker First Aviation. The airline is the largest segment, accounting

for 60% of group revenue in FY2014. Monarch Airlines' gross revenue was

just below flat year on year (-0.4%), but its pre-tax result fell heavily into

loss.”

É uma redefinição estratégica com significado a não ignorar:

-“Just before the end of its financial year in Oct-2014, the founding

shareholders of the Monarch Group, the Mantegazza family, ceased their 46

year association with the company. The Mantegazzas sold a 90% stake to

Greybull Capital and the remaining 10% to the Pension Protection Fund”.

O novo accionista é o fundo Greybull Cpital, conhecido pela capacidade de

recuperar empresas.

Algo não muda, “The airline's fortunes remain key to the performance of the

Group as a whole” (1).

*Companhia charter, híbrida e LCC

Antes da redefinição estratégica, na Monarch Airways,

-“Since 2000 the biggest change has been the shift from charter operations

to scheduled operations, with charter flights ending in mid-April 2015 based

on CAA data” (2).

Na realidade e ainda antes da liberalização de 1993, a Monarch já é

companhia híbrida. Primeiro pela intensa actividade seat-only. Depois e

mais importante, na década de 1980 a CAA autoriza serviços regulares para

Málaga, Minorca e Tenerife, e em 1988 a Monarch voa de Londres para

Orlando via Gander após obter a licença ETOP (3).

Quando chega a liberalização de 1993, a Monarch já conhece o mercado das

novas transportadoras aéreas europeias. Depois dos anos bons, surgem

problemas que culminam no colapso da Monarch no final de 2014.

Page 75: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

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*A nova concorrência à Monarch

Deixar de operar voos fretados é diferente de deixar de transportar

passageiros de operadores de package holiday, a começar pelo operador in

house, rebaptizado Monarch Holidays. Mas a Monarch vai conhecer a nova

concorrência das LCC que consideramos mais intensa e violenta da que

existia entre companhias charter de antes de 1993 e posteriores LLCC:

-"Monarch's lower cost rivals are currently expanding and will take every

opportunity to absorb any demand that it sheds. Monarch may have little

option at the moment other than to contract and lower its cost base, but it

must also have a longer term growth plan if it is to avoid becoming

marginalised by these bigger rivals" (4).

*Resultados positivos e instabilidade accionista

Em Dezembro 2015, o grupo anuncia que “has returned strongly to profit in

its first full year of trading under new ownership” com um “turnaround of

£130m compared to the losses suffered in the previous year” e uma

previsão de EBIDTAR superior a £140 milhões (5).

Em 16 de Abril de 20016, há notícias contraditórias:

-“Greybull is assessing several different options as part of its review of

Monarch, from potential acquisitions to mergers, as well as a potential sale

to a bigger player.” (6).

Em 28 de Abril de 2016, o Chief Executive Andrew Swaffield declara:

-"We've got our eyes open on potential acquisitions that we might be able

to make ourselves with Greybull's support and we haven't denied the fact

that there has been interest in us from potential acquirers",

-“But the 'for sale' sign is not up and as far as we're concerned our focus is

on delivering a successful and sustainable profitable business" (7).

b)Alguma quantificação

*Passageiros (charter e voo regular) e load factor

O gráfico II.3.9.b ilustra evolução do número de passageiros transportados

pela Monarch entre 2005/14, a repartição entre charter e scheduled e o

load factor. Destacamos

-a diminuição do tráfego charter até à insignificância de 2014,

-o load factor em valores abaixo dos das LCC com as quais a Monarch vai

competir a partir de 2015.

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Gráfico II.3.9.b – Monarch Airlines passenger numbers (scheduled,

charter)

Notes: calendar years; load factor based on proportion of ASKs sold Source: CAPA - Centre for Aviation, Civil Aviation Authority Fonte: CAPA, Monarch Airlines' 1H2015 shows recovery progress after a near-death experience in 2014, 7 Julho 2015

O gráfico II.3.9.c ilustra o Monarch Airlines revenue and profit before tax

em milhões de libras. Os números de 2009 a 2013 anunciavam o desastre

de 2014, apesar do profit em 2013.

Gráfico II.3.9.c – Monarch Airlines revenue and profit before tax £ million

Note: Oct year end. 2005-2012 data from CAA, 2013-2014 from Monarch Airlines 2014 annual report Source: CAPA - Centre for Aviation, Monarch, Civil Aviation Authority

*Cosmos e Monarch Airlines

Com base na Wikipedia e verificação em fontes diversas, lembramos a

origem do operador Cosmos Holidays e da então companhia charter:

Page 77: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

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-“Cosmos Holidays began as Cosmos Tours, owned by the Swiss Albek and

Mantegazza families. Part of the International Globus Group, Cosmos was

launched in 1961 featuring affordable European tours for the British

traveller. The coach tours were so successful that Cosmos soon introduced

another form of travel for the British market – package holidays by air to

destinations in southern Europe. By 1968, the popularity of Cosmos

holidays by air precipitated the creation of sister company Monarch Airlines,

financed by the Swiss Albek and Mantegazza families.

Monarch Airlines was formed on 5 June 1967 with financial backing from the

Swiss Mantegazza family, as a subsidiary of Globus Getaway Holdings. At

the time of Monarch's inception, the Mantegazza family were the owners of

UK-based tour operator Cosmos Tours. Monarch began commercial airline

operations on 5 April 1968”.

Em 1969 transporta 250.000 passageiros. Em 1972 transporta 500.000.

Page 78: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

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II.3.10.Jet.2.com Ficha.II

A Jet2.com opera a partir de Fevereiro 2004 e nesse ano voa para Faro. Em

2007 é criado o operador Jet2Holidays. Em 2013 são 375.000 passageiros

para Faro. Quando TUI e Thomas Cook deixam de operar para o Algarve, a

Jet2.com e o Jet2Holidays contrariam a teoria de low cost a eucaliptizar o

aeroporto de Faro

*O Dart Group

O Dart Group integra as actividades de Distribution & Logistics e de Leisure

Travel, com Jet2.com e Jet2holidays. A expansão do Leisure Travel assenta

nos “airline market and the tour operator market”, entre outros por via de:

-“operate a carefully tailored programme of flights to popular leisure

destinations,

-grow Jet2holidays, our ATOL protected holiday operation, by packaging a

broad range of carefully chosen hotels ranging from self-catering to all-

inclusive,

-develop existing and new partnerships with the travel trade to make flights

and holidays available through all distribution channels.

-deliver passenger charter flights for a broad range of customers to

maximise aircraft and crew utilisation”.

*Operação turística de base regional

A Jet2.com é diferente por assentar em sete bases a Norte que fixam

relevante segmentação geográfica do mercado do Reino Unido (II.3.10.a).

Figura II.3.10.a – Bases da Jet2.com no Reino Unido

Fonte: Elaboração própria com base em Dart Group plc Annual Report

Entre 2008/2015, o número de passageiros da Jet2.com aumenta de 4 para

6,1 milhões. A base regional é simultaneamente strength e weakness, numa

actividade em que a escala conta.

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*Avaliação do CAPA Julho 2016

Citamos a síntese da análise CAPA de Julho 2016:

-“Jet2.com is more summer-biased than almost any European airline, in

spite of a capacity cut last summer. This reflects its strong leisure focus and

its interdependence with the tour operator Jet2holidays. In the year to Mar-

2016 Jet2holidays supplied 40% of the UK LCC's passengers, up from 17%

in FY2013, since when it has been responsible for all of the airline's traffic

[…] The underlying operating profit of the Leisure Travel segment more

than doubled for the year to Mar-2016, reaching the highest margin since

FY2009, thanks to yield growth and increased sales of higher-end package

holidays.

[…] their strong dependence on summer leisure demand exposes them to

any volatility that may result from growing geopolitical and macroeconomic

risks.”.

Destacamos uma decisão cujo sucesso só o futuro confirmará ou não:

-“Moreover, an order for 30 new Boeing 737-800s marks a departure from

Jet2.com's strategy of buying and operating old aircraft that are close to

being fully depreciated. This may increase the pressure on the airline to

deploy its assets on a more year-round basis” (1).

A via mais óbvia para esta base more year-round parece ser aumentar a

penetração no segmento dos city breaks e aí, Lisboa e Porto seriam os

aeroportos de possível expansão em Portugal.

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II.3.11.AerLingus Ficha.II

*Explicação

A AerLingus é uma companhia hibrida porque combina a FSC nas rotas

intercontinentais e um mix de LCC e FSC nas rotas pan-europeias.

No caso de Portugal, as rotas operadas pela AerLingus identificam-se com o

modelo LCC e são competitivas em concorrência directa com a Ryanair.

Nesta Ficha.II descrevemos

-o turnaround da Ryanair, em 2001, pelo então desconhecido Willie Walsh,

-o modelo híbrido de LCC em rotas de short haul, e de FSC com hub

intercontinental de nicho, antes aquisição pelo IAG em 2015.

Para mais informação, ver o capítulo AerLingus do documento de trabalho

sobre o IAG.

*Turnaround de uma companhia aérea à beira da falência

No virar das décadas de 1990/2000, a AerLingus é uma companhia fraca

por gestão inadequada e concorrência directa da Ryanair:

-"By mid-year [2001], Aer Lingus was forecasting hefty losses. By 11

September it was facing a cash crisis. “In the airline business we have

tended to take cash for granted,” says Walsh. As it ran out, the carrier

faced extinction” (1).

Willie Walsh é nomeado CEO em Outubro 2001. Voltamos a citar:

-“It was at this point, in mid-2002, when the management team determined

not simply to restructure the business, but to transform it: and to do so

without bringing in the usual troops of external consultants.”.

A par do novo modelo de negócio [ver a seguir], a redução de custos

compreende “Stripping out the complexity”, prioridade à distribuição directa

por internet, redução de 2.000 postos de trabalho a par com motivação do

pessoal: “the headcount is down by 33% over two years, the labour bill has

fallen by only 22%.”.

*Willie Walsh CEO da AerLingus Outubro 2001

Willie Walsh é master in management do Trinity College e começa por ser

piloto da AerLingus em 1979. Em 1998 é CEO da Futura, a subsidiária

charter da AerLingus baseada em Palma de Maiorca.

WW é convidado para CEO da Ryanair com efeito a cinco semanas depois do

11 de Setembro. Citamos o Irish Times de 20 Abril 2003:

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-“Aer Lingus chief executive Mr Willie Walsh today welcomed news that the

company had turned a €52 million loss in 2002 to a profit of almost €63.8

million. […]

The airline's turn-around was helped by the implementation of its survival

plan, which included 2,000 redundancies.

Aer Lingus cut operating costs by more than 22 per cent, while increasing

passenger numbers by 79 per cent.

It also focused on introducing low fares for leisure flyers” [o sublinhado é nosso].

O jornal cita declarações do jovem WW que o definem:

-"We need to go further", "’It is important that we continue to change,

continue to address our cost base and actively lower our fares, and we have

been very successful so far’, he said”.

WW considera que a operating margin de 6,7% em 2002 não é suficiente e

-"We set ourselves a medium-term target of operating profits in the order of

15 per cent and we see no reason why we can't achieve that with ongoing

change.” (2).

*O modelo de LCC e “joking or not”

Voltamos ao FlightGlobal de 1 Março 2004. Sobre o novo modelo de LCC,

citamos.

-“the new model, while based on low fares, is not that of a pure low-cost

carrier. […] That includes four simple key benefits: friendly service,

assigned seating, flights direct to main airports and the promise never to

leave the passenger stranded.”,

-“a number of services will have business class entirely stripped out and

will, in future, only be retained where it is adding real value rather than just

complexity”.

Lembramos o ícone da “new route from Dublin down to the Spanish mass-

market beach resort of Malaga”:

-“It was the sort of route that the old Aer Lingus would hardly have

considered, but it was clear that others were making money in the market

and gut instinct eventually overcame the dark warnings coming from the

planning department. The route turned out to be arguably the carrier's most

successful new launch and, jokes Walsh, it was the planning department

that went. Joking or not, the department has indeed been dispersed.”.

Esta é a origem das rotas da AerLingus para Portugal e do seu sucesso.

Page 82: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

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*O mix de long haul e short haul em Dublin

Em 2014, na conferência do CAPA sobre ‘Hybridisation and operating dual

brands’, o CEO da AerLingus explica “why Aer Lingus, which is primarily a

short haul carrier operating a model that sits between FSC and LCC, is

expanding its long haul network.”.

Citamos o texto do CAPA:

-“Aer Lingus operates both long haul and short haul at its Dublin hub, with a

significant level of connectivity from one to the other. "But we don't

compromise the short haul schedule", says Mr Kavanagh, "Each part is

profitable, there is no cross-subsidy" (3).

Page 83: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

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II.3.12.airberlin Ficha.II

a)airberlin na actualidade

Nota – Depois de terminada a redacção do presente Relatório, é anunciada

a transferência da frota de médio curso da Air Berlin para a Eurowings. Para

além de outros aspectos, detacamos o facto desta transferência clarificar a

natureza de LCC das rotas da airberlin para Faro.

*Balanço a 11 Junho 2016

Citamos a análise CAPA de 11 Junho 2016:

-“Since 2011 airberlin has cut capacity heavily on the short/medium haul

network (particularly in domestic markets). Short/medium haul still

dominates airberlin's operation, but it is now growing its long haul network

aggressively by adding capacity to North America and the Caribbean.

airberlin's 2015 losses highlighted its ongoing struggle to find a successful

model. In 2012 airberlin received investment from Etihad (also entering into

a close commercial partnership with it) and joined oneworld. These moves

have brought it benefits […] but airberlin has remained loss-making.

On 31-May-2016 the Etihad Aviation Group CEO, James Hogan, said:

“airberlin has faced greater challenges and has taken longer than we

expected to reach sustainable profitability, but the underlying fundamentals

of the business are trending in the right direction." Etihad's investment has

been critical to airberlin's survival and the airline has, so far, remained

committed to the relationship. However, there is only so much that Etihad

can do from the outside. airberlin needs internal solutions.”.

Mais concretamente, a airberlin

-“is loosing market share in short/medium haul, has largest presence in

Palma de Mallorca, but LCC presence is strong.” (1).

*“eighth straight operating loss in 2015”

O passado recente da airberlin não a recomenda:

-“For airberlin 2015 was its eighth successive year of operating losses and

its seventh net loss in the past eight years. The only net profit reported in

that period, in 2012, was achieved only thanks to the sale of its topbonus

loyalty programme to Etihad, shortly after Etihad became airberlin's biggest

shareholder in late 2011” (2). O gráfico II.3.12.a ilustra o desastre.

Para completer o panorama, airberlin é “Europe's least profitable listed airline company” [ver figura II.1.c].

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No CAPA, as más noticias da airberlin são quase uma rotina. Sobre o ano

2014, apenas citamos o título do relatório de 1 Abril 2015:

-“another restructuring from another CEO after another loss in 2014” (3).

Gráfico II.3.12.a – Air Berlin PLC revenues, net profit and operating profit (€million)

Note: Operating profit is reported EBIT less other operating income and before restructuring and one-off costs Fonte: Copiado de CAPA, airberlin must aim for a profit in 2016 after eighth straight operating loss in 2015 and 1Q2016 loss que refere Source: CAPA – Centre for Aviation, Air Berlin PLC

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*“airberlin has transformed itself many times” Março 2013

A figura II.3.12.a ilustra o “Development of airberlin seats and passenger

numbers: 1992 to 2011”.

Figura II.3.12.a – Development of airberlin seats and passenger numbers:

1992 to 2011

Fonte: Copiada de CAPA, airberlin: in need of a cap that fits after another underlying loss 2013.03.21, que indica Source: airberlin.

A análise do CAPA em Março 2013 contextualiza os maus resultados dos anos que seguem:

-“After years of trying on every cap – charter carrier, LCC, full-service

carrier, short-haul, long-haul, M&A predator and prey – airberlin needs to

find one that fits”.

-“airberlin has been through a number of phases in its history, emerging

from its background as a charter carrier taking Germans on holiday, then

adding scheduled traffic with a holiday destination focus, then focusing on

scheduled services and adapting the ‘LCC’ tag, then adding long-haul and

developing alliances and partnerships and embracing the ‘full-service

carrier’ tag.” (4).

b)Origem da airberlin

*A Queda do Muro, a Desregulação de 1992 e o IPO de 2006

Os pouco mais de trinta anos da Air Berlim acompanham a história recente

da Europa. A Air Berlim é criada em 1978, em Berlim, ainda durante a

Guerra Fria e a divisão da Alemanha. É obrigada a voar nos corredores

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aéreos definidos, todo o pessoal de bordo tem de ser cidadão das potências

ocupantes e a sua sede é nos EUA.

A queda do Muro de Berlim (fim de 1989) e a reunificação da Alemanha

(Outubro de 1990) abrem um vasto espaço à operação da Companhia.

Assim e Segundo a Wikipedia

-“On 2 October 1990, the eve of Germany's reunification (which led to the

end of Berlin's special status), the airline was renamed Air Berlin, and

German investors acquired a majority stake in the company with Joachim

Hunold, a former LTU manager, becoming CEO, a position he held until

2011. Some time later, on 16 April 1991, the airline was re-registered

under German law and renamed Air Berlin GmbH & Co.”.

A Desregulação de 1993 permite à Air Berlim deixar de ser uma companhia charter, aderir à IATA e operar voos regulares. Mais concretamente, temos

o hub em Palma de Maiorca onde fazem escala muitos dos passageiros que viajam para Faro:

-“In 1998 airberlin introduced seat-only sales and started the Mallorca

Shuttle, which marked the company’s debut as a scheduled passenger airline. Today airberlin is the market leader in Palma de Mallorca.”.

*Uma Sucessão de Aquisições

Em 2006, a airberlin beneficia do sucesso da Initial Public Offering (IPO) na

Frankfurt Stock Exchange. Depois, a airberlin é activa em fusões/aquisições.

Sem sermos exaustivos, citamos:

-Agosto 2007: “Air Berlin acquired a 49 percent shareholding in Swiss

charter airline Belair, the remainder being owned by tour operator

Hotelplan”.

-Abril 2011: “Air Berlin completed the full integration of LTU which it took

over in August 2007”.

-Janeiro 2009 - “Air Berlin started a co-operation with Hainan Airlines,

China’s fourth-largest airline. Both airlines offer jointly market flights

between Berlin and Beijing. The code-share flights are sold on a reciprocal

basis and operated under the relevant airline’s own flight number”.

-Março 2009: “a strategic partnership agreement with TUI Travel was

signed, which is based on a cross ownership of Air Berlin and its direct

competitor TUIfly each purchases 19.9 percent of the other's shares.

Following this deal, Air Berlin took over all German domestic TUIfly routes,

as well as those to Italy, Croatia and Austria”.

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II.3.13.Outras LCC Ficha.II

*Aigle Azur

A Aigle Azur que conhecemos hoje começa pela aquisição de uma

companhia moribunda pelo grupo GoFast, que publicita actividade “dans le

fret, la logistique, les projets industriels, et le tourisme”.

O grupo pertence a Arezki Idjerouidène um Kabyle franco-argelino, que

ganha posição nos voos da diáspora para a Argélia. A maior parte das rotas

ligam cidades (o Algarve é a excepção turística) de França com cidades de

diásporas em França.

A Aigle Azur é obra de um entrepreneur num meio que não lhe é favorável e

em concorrência com a companhia nacional do seu país de origem (Air

Algérie). É bom saber que a consolidação do mercado do transporte aéreo

ainda não exclui o espirito dos pioneiros que o construíram. Podemos

também recear pelo seu futuro, vítima da falência ou aquisição que

espeitam as companhias independentes.

Esta situação algo marginal da Aigle Azur no contexto do mercado francês é

alterada em 2012, quando o grupo chinês HNA adquire 48% do capital da

Aigle Azur.

Em 2014 Arezki passa o negócio ao filho e vem viver para Portugal. Morre

de cancro em Abril de 2016.

*Sun Express Germany

Na Ficha.II da Eurowings mencionámos a “Eurowings' organisational

structure allows partner airlines to be added” e nesta plataforma a Sun

Express Germany “is the platform for Eurowings' long haul operations.” (1).

Reconhecemos com o CAPA que

-“SunExpress Germany is probably not an airline that springs to mind for

most European air travellers. However, this could be changing. The airline

plans to launch 34 new routes in summer 2016, taking its total to 93,

versus 59 in summer 2015. Only four of the new routes will be to its core

destination market – Turkey. […]

In 2016 the airline will continue to move away from its previous

concentration on routes between Germany and Turkey, significantly

broadening its network. Spain and Bulgaria are also becoming significant

and it will add Italy this summer. SunExpress Germany is also Lufthansa's

operator of the long haul part of its LCC brand Eurowings. As Lufthansa

continues to create options for itself in the development of new operating

platforms, SunExpress Germany's steps in a more pan-European direction

are intriguing.” (2).

Page 88: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

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II.4.Industria europeia de Full Service Carriers

II.4.1.Introdução

*Industria das FSCs e Portugal

Em Portugal, a indústria europeia de FSC no conjunto dos aeroportos de

Lisboa, Porto e Faro gera três tipos de tráfego:

-ponto-a-ponto intra-europeu, de hub feding ou não,

-intercontinental via os hubs da Europa,

-intercontinental ponto-a-ponto e neste, distinguindo o Norte de África do

‘resto da África’.

Sobre os três grupos de FSC e as sete FSC destes grupos, destacamos

como participam no tráfego dos aeroportos do Continente em 2013,

-nos três aeroportos, as companhias integradas nos três grupos da

consolidação de FSC representam 17,1% do total do tráfego em 2013 e

11,8%no crescimento entre 2001/13,

-no aeroporto de Lisboa as FSC integradas nos três grupos representam

9,4% do total do tráfego em 2013 e entre 2001/13 o tráfego dos três

aeroportos cresce 11.576k passageiros e o das sete FSCs diminui de -386k.

*FSC – contexto de evolução segundo três processos

A evolução das FSC europeias desde há quase vinte anos faz-se

-em contexto económico e social pouco favorável na Europa e, mais

recentemente, em outros continentes,

-sob intensa pressão concorrencial das LCC pan-europeias no médio-curso e

das Gulf Carriers e Turkish Airlines no longo curso (1).

A evolução faz-se segundo três processos:

-o de minimização da herança (daí o legacy) do tempo das ‘companhias de

bandeira’ públicas e monopolistas, que compreende o estatuto do

trabalhador (salários e benefícios), financiamento do fundo de pensões e

poder do pessoal para condicionar accionistas e gestores, com destaque

para os pilotos.

-o de uma consolidação lenta [ver e) de II.4.2] e quase reduzida à formação de

três grupos de FSCs e que integram LCCs,

-o da iniciativa comercial que compreende: i) rotas intercontinentais com

serviço premium e parcerias com empresas de referência nos EUA e Ásia;

ii) rotas intra-europeias em concorrência directa ou indirecta com as LCCs.

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Sobre este processo, citamos a conclusão de análise CAPA de Janeiro 2015:

-“In some ways, all of Europe's Big Three legacy airline groups have been

doing broadly similar things in recent years, namely restructuring their

network airline businesses and seeking growth opportunities through lower

cost point to point operations.”(2).

*Long haul, medium hub feed e medium haul point to point

A figura II.4.1.a, do Air France/KLM Group, dá-nos a macro estrutura dos

três segmentos de mercado que preocupam as grandes FSC: long haul,

medium hub feed e medium haul point to point (3).

Figura II.4.1.a – Air France-KLM Passenger network segment: estimated

operating result by 2013, 2014* and 2015

*2014 figures exclude the impact of the pilots strike at Air France Source: CAPA – Centre for Aviation, Air France-KLM estimates

O segmento do long haul é de longe a mais importante e o indispensável à

sobrevivência do grupo tal como o conhecemos. O sucesso do hub depende

da capacidade do segmento de medium haul hub feed o alimentar com

passageiros de toda a Europa.

A viabilidade das rotas do medium hub feed exige escala que, por sua vez,

depende de passageiros adicionais do segmento medium haul point to point.

As LCC intervêm nos dois casos,

-nas rotas do segmento de medium haul point to point de leisure trafffic,

começam por ser concorrentes directas das FSC e depois das LCC que estas

criam,

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-nas rotas do medium hub feed, exercem pressão competitiva sobre as FSC

que as obriga a baixar preços.

II.4.2.Os três grupos da consolidação de FSC

Por cada um dos três grupos de FSC existe um Documento de Trabalho com uma Ficha.II sobre o grupo e sobre cada uma das empresas que o

integram, FSC ou não. O Documento pode ser útil ao leitor mais curioso.

a)FSCs – hubs e long haul

*Hubs intercontinentais das FSC dos três grupos da consolidação

A Figura II.4.2.a ilustra o TOP5 dos aeroportos da Europa por “weekly seats 6-Jul-

2015 to 12-Jul-2015” (4).

Figura II.4.2.a – Top 5 Airports in Europe ranked by weekly seats 6-Jul-

2015 to 12-Jul-2015

Source: CAPA - Centre for Aviation, OAG

Da comparação, retemos:

-liderança do hub de Heathrow e do AF/KLM Group se considerarmos os

dois hubs do grupo,

-domínio da FSC ‘local’, com destaque para Frankfurt e Istambul,

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-quase igualdade entre FSC ‘local’ e grupo, com excepção de Amesterdão,

onde a Air France terá até 7,1% do tráfego de hub.

A figura II.4.2.b ilustra a repartição do tráfego dos três grupos por

região (5). Destacamos o AF/KLM Group com repartição geográfica

equilibrada e alguma especialização da IAG e Lufthansa Group.

Figura II.4.2.b – Air France-KLM, IAG and Lufthansa Group: ASKs by region week of 6-Jul-2015

Source: CAPA - Centre for Aviation, OAG

b)Os três grupos e o European leisure market

Sintetizamos o reconhecimento do potencial do European leisure market

pelos três grupos e a procura de um instrumento para criar valor no

medium haul non hub feeding. O detalhe figura na Ficha.II de cada uma das

LCC.

*Lufthansa Group descobre o private travel

O processo que leva à concentração do tráfego non-hub feeding na ‘nova

Germanwings’ no final de 2012 não tem a ver com aumento de market

share mas sim com minimizar perdas até €300milhões neste segmento. O

Annual Report 2013 já refere “a profit”.

Muda o CEO e em Julho de 2014, a ‘nova Eurowings’ já é o instrumento de

aumentar market share no segmento de private travel e vai operar também

no private travel intercontinental (6):

-“Private travel is a highly dynamic segment in both the intercontinental and

the European air travel markets. By developing competitive new products

and platforms, we aim to gain a greater share of it.”.

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A nova Eurowings é “a more cost-efficient operation to pursue growth in

point-to-point markets” e também “to demonstrate to mainline employees

what is possible, thereby increasing management's bargaining power in

labour talks”.

*Air France/KLM Goup descobre o point to point European traffic

O Air France/KLM Group faz o pleno: em 2013, perde €-400 milhões no

short & medium-haul hub feeding, €-200 milhões no point-to-poin e €-23

milhões na Transavia – ver a Figura II.3.1.h sobre “Capturing growth in the

European leisure market”.

Estes números ajudam a compreender que, em Setembro de 2014, a

atenção seja “Leisure market: a strategic issue for our group market

presence in Europe” e a ‘nova Transavia’ seja o instrumento desta

estratégia:

-“Low cost is becoming the market reference on Point to Point European

traffic attracting more and more business traffic; addressing this market is

essential for Air France KLM.”.

-ambição de “Growing the 3 Transavias (Holland, France, Europe) above

100 planes in 2017 (currently 46).”.

A apresentação pública do projecto é em 11 de Setembro de 2014. Em 23

de Setembro e durante a greve dos pilotos de Air France, o governo francês

contraria os planos da gestão e suprime a Transavia Europe.

*IAG, actos e nada de palavras?

No IAG não encontramos grandes opções estratégicas sobre leisure travel e

low cost. Talvez erro nosso, talvez não as haja. Certo é haver acções

coerentes e eficientes:

-apesar de uma greve contra, a Iberia Express começa a operar em Março

de 2012 e é rentável no primeiro ano,

-o IAG adquire a Vueling em Abril de 2013, “from which date it contributed

€168 million to the group operating result [2013]”, e em 2014, com €141

milhões.

O leitor terá reparado que as decisões do IAG são anteriores às ‘opções

estratégicas’ de Lufthansa Group e AF/KLM Group cujos resultados ainda

aguardamos.

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c)LCCs no seio dos três grupos da consolidação de FSC

Em Junho de 2016, o CAPA publica uma análise da estratégia de LCC dos

três grupos de FSC, que é base do texto desta alínea c) (7).

Começamos pela síntese dos resultados. A Transavia,

-“has not achieved a positive operating profit since its parent group started

disclosing the LCC's annual results, beginning with the year 2011”,

-“under Air France-KLM's Perform 2020 plan, aims to reach a profit in

2017”.

Pelo contrário, a Vueling

-“has consistently reported both quarterly and annual financial results”,

-“has achieved a positive operating profit every year since 2009, well before

IAG acquired it in 2013”.

Em 2015, a Eurowings beneficia de transferência de rotas da Lufthansa e

Germanwings e “made a small profit”.

*Revenue, operating profit e operating margin

A figura II.4.2.d ilustra “revenue, operating profit (EUR million) and

operating margin (%), 2014 and 2015”, de Transavia, Vueling, Eurowings*.

Figura II.4.2.d – Transavia, Vueling, Eurowings*: revenue, operating profit

(€ million) and operating margin (%), 2014 and 2015

Source: CAPA - Centre for Aviation, airline company financial reports

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Destacamos

-“Vueling is the biggest LCC by revenue and the most profitable among the

three”,

Depois, em operating margin e períodos comparáveis,

-“The leading independent LCCs were significantly more profitable than all

three of these subsidiaries in 2015”: Ryanair com 2,4%, Wizz Air com

16,5% e EasyJet com 14,7% [ver figura II.1.c].

Esta alínea c) é passeio triunfal para a Vueling e estratégia LCC do IAG.

*Transavia, Vueling, Eurowings: traffic data 2014 and 2015

A figura II.4.2.e ilustra a traffic data 2014/2015 de Transavia, Vueling,

Eurowings. A Vueling tem mais do dobro de passageiros e cresce mais do

que Transavia, com esta a não ser ainda rentável.

Figura II.4.2.e – Transavia, Vueling, Eurowings*: traffic data 2014/2015

*Eurowings data includes Germanwings. Source: CAPA - Centre for Aviation, airline company traffic reports, Eurowings ASK data from OAG

*Quantificação pela narrowbody fleet

Segundo o CAPA, “the three LCCs are increasingly important to their groups'

overall narrowbody operations”. Da figura II.4.2.f, destacamos:

-“the total Transavia fleet of 66 aircraft is bigger than KLM's narrowbody

fleet of 48”,

-“Vueling’s 105 aircraft are more than the combined narrowbody fleets of

Iberia and Aer Lingus, and not very much below British Airways' fleet

(135)”,

-“The 'new' Eurowings fleet (86 aircraft) is more than the combined fleet of

SWISS and Austrian and well over half of Lufthansa (158)”,

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-os 125 narrowbodies de Vueling e Iberia Express representam 37% do

total do grupo (341), os 86 aviões das Wings são 28% dos do grupo (309) e

os 66 aviões da Transavia são 28 % do total do grupo (233).

Figura II.4.2.f – Air France-KLM, IAG and Lufthansa Group* narrowbody

fleet numbers by subsidiary airline 17-May-2016

*Eurowings numbers include 13 CRJ900 regional jets that are to be replaced with A320s Source: CAPA Fleet Database

d)Resposta das Full Service Carriers à ameaça das LCC

*“denial, submission, retreat, now counter-attack”

Segundo a análise do CAPA, face à concorrência das LCC, os três grupos

passam por fases de “denial, submission, retreat, now counter-attack”.

Cuidado com as generalizações. A primeira reacção data de 1999, quando a

British Airways cria subsidiária low cost Go Fly. Em 2014, Willie Walsh

recorda o erro de governance: “Go was profitable, but it competed with BA,

which was madness” (8).

Jürgen Weber é CEO da Lufthansa entre 1991/2003 e é ele quem ‘faz’ a

Lufthansa como a conhecemos. Dito isto, “Weber grossly underestimated

the threat from both no-frills airlines […]. He once predicted budget airlines

would never get more than a 4 percent share of the European market.”.

Quando em 2003 a Air France e KLM se fundem na holding Air France/KLM

Group, já a Transavia Holland, fundada em 1966, tem créditos seguros

como companhia charter e, depois de 1993, como LLCC com tráfego

regular. Passam onze anos sobre 2003 antes da gestão dinamizar a

Transavia.

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O tempo perdido parece ser a única característica comum aos três grupos.

*FSC e resposta tardia e lenta à concorrência das LCC

Como acabamos de ver, a resposta das FSC à ameaça das LCC “has been

relatively slow, given that LCCs started to appear on the European scene 20

years ago.”. Segundo o CAPA, “Long-haul was perceived as a refuge from

the fierce short-haul competition, where new entry was more complex and

expensive.” (9).

Na fase de retreat (10),

-“In every region of the world full service airlines have lost market share to

low cost airlines in short haul markets.”.

Assim,

-“The impact has been not only on their regional operations, but usually

also on their global network, since short haul services feed into their hubs,

fattening long haul loads.

This was more or less tolerable while the competition on long haul

transferring over their hub was stable and their alliances, global and

bilateral, were able to protect them. Then the super connectors (Gulf

airlines and Turkish) came along disturbing the comfortable equilibrium, and

in turn placing renewed importance on short haul.”.

*“counter-attack” e colaboração?

O contra ataque passa por duas vias

-criar LCC do Grupo, como vimos na alínea anterior e em Ficha.II para cada

empresa,

-“taking on some of the product/service and pricing features of the LCC

model on some or all of their short-haul network” (11).

O contra ataque pode ir de par com colaboração de LCC no hub feeding de

FSC, com Michael O'Leary a sugerir às FSC “to cede many of the

uneconomic feeder routes to the local LCCs. With their lower cost base and

diminishing yield differentials, they are able to offer very attractive options

for servicing the big three's long haul routes.”. O CAPA acrescenta:

-“Now IAG CEO Willie Walsh, the most entrepreneurial of the European full

service airline CEOs, has declared it increasingly "inevitable" that this sort of

connectivity should occur. Under his overall guidance, Aer Lingus and

Ryanair are negotiating for Ryanair to feed passengers from its European

network to Aer Lingus' long haul flights.” (12).

*Março 2016 – “how to respond to the loss of short haul share”

Page 97: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

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Em Março de 2016, a conferência do CAPA ocupa-se em responder a uma

pergunta:

-“how a full service airline's board should respond to the loss of short haul

share” (13).

No campo das medidas mais operacionais, citamos:

-“to adopt more dynamic pricing,

-to grow ancillary revenues to 15% to 20% of total revenue,

-to focus cost reduction efforts on outsourcing and labour productivity,

-to unbundle the short haul product, while also improving the product to

justify higher fares,

-to gain employee support for change by improving labour relations and

introducing a profit share.”

Ao nível das medidas mais estratégicas, a conferência conclui:

-“to build a distribution strategy around improved digital performance,

-to develop a codeshare or Joint Ventures with a low cost airline,

-to favour bilateral partnerships over other forms of alliance/cooperation.”

Esta última síntese omite que

-“The audience strongly backed the option of a codeshare or Joint Ventures

partnership with a low cost airline to provide long haul feed”.

Destacamos a conferência ter lembrado uma proposta para a FSC reganhar

market share que nos interessa:

-“ This can involve converting themselves into something different, for

example transforming short haul operations to the LCC model. Aer Lingus

went some way down this road in the early 2000s under Willie Walsh.”.

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II.4.3.Air France/KLM Group Ficha.II

a)Introdução ao AF/KLM Group

*Companhias aéreas e passageiros do AF/KLM Group

Air France/KLM Group designa a holding que detém 100% do capital das

duas FSC Air France e KLM. A LCC Transavia compreende Transavia

Holland, fundada em 1966 e detida pela KLM, e a Transavia France, criada

em 2007 detida a 40% pela Transavia Holland e a 60% pela Air France. A

Transavia é analisada na Ficha II.3.5 das LCC.

O gráfico II.4.3.a mostra a evolução do número de passageiros de Air

France/KLM e Transavia. O gráfico é meramente informativo, porque o que

está em causa no grupo ultrapassa o significado deste indicador.

Gráfico II.4.3.a – Passageiros de Air France/KLM e Transavia

(milhões)

Fonte: Elaboração própria com base dos documentos anuais do AF/KLM Group

*A iniludível crise do Air France/KLM Group

Em Janeiro de 2016, a análise da Bloomberg põe o dedo na ferida:

-“Air France-KLM Group, ranked as Europe’s biggest airline since its

formation in 2004, is teetering toward an exit from the industry’s top tier

after a year in which efforts to slash costs foundered on union opposition.”,

-“Air France-KLM’s market capitalization of €2,3 billion is less than a third of

the €7 billion worth of Lufthansa and barely one-seventh that of IAG, valued

at £12.1 billion pounds” (1). O gráfico II.2.h mostra o grupo no vigésimo

lugar da capitalização bolsista de companhias aéreas em Julho 2016.

4,5

4,8 5,2 6

,0 6,7

6,7

6,5

6,5 6,8 7

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2005 2006 2007 2008 2009 2010 2010Dez

2011 2011Dez

2012 2013 2014 2015

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Transavia Air Franc

Page 99: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

99

*Air France-KLM revenue, net profit and operating profit

O Gr+afico II.4.3.b mostra a evolução 2005/2015 de revenue, net profit e

operating profit do Air France/KLM Group. A melhoria dos resultados em

2015 tem mais a ver com o menor custo do fuel e menos com progresso na

abordagem dos problemas estruturais do grupo.

Gráfico II.4.3.b – Air France-KLM revenue, net profit and operating profit

2005-2015

*proforma for year to Dec-2011. Note: accounting year end changed from March to December in 2011 Nota: 12 month period to date shown, € million Source: CAPA – Centre for Aviation, Air France-KLM

Citamos o CAPA:

-“The net result in 2015 was the Air France-KLM Group's first net profit

since the year to Mar-2011 (it then changed its financial year end to

December in 2011) and only its second since the year to Mar-2008.”,

-“the 2015 operating margin of 3.1% was well short of that year's 5.9%,

which was the highest in the group's existence.” (2).

*CASK de Air France, KLM, Transavia e Air France-KLM

A figura II.4.3.a ilustra o Cost per Available Seat Kilometre em cêntimos

dos EUA de Air France, KLM, Transavia e Air France-KLM comparado com o

de outras companhias europeias. É o primeiro indicador a revelar a

divergência de resultados entre Air France e KLM.

Page 100: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

100

Citamos o CAPA:

-“CAPA estimates that Air France's cost per available seat kilometre (CASK)

is 13% higher than that of KLM, although neither ranks among the lowest

unit cost legacy airlines in Europe”,

-“our estimate of Air France's CASK is 25% to 30% above the smaller, more

cost efficient European legacy carriers and 10% to 15% above other large

national 'flag carriers' with similar average trip lengths.” (3).

Na figura,

-“Air France sits further above the FSC trend line than almost any other

European airline. KLM is also above the line, albeit closer than Air France.”,

-o CASK da Transavia está bem posicionado entre os das LCC.

Estes números são o primeiro revelador da influência dos problemas da Air

France sobre as finanças do grupo e, a prazo que pode não ser longo, sobre

a sua sustentabilidade.

Figura II.4.3.a – CASK (USc) for Air France*, KLM*, Transavia and Air

France-KLM** compared with other European airlines 2014

*estimated approximate range for Air France and KLM groups excluding Transavia subsidiaries **excluding Transavia Fonte: Elaboração própria com base e CAPA, Air France: Seven years of losses before Works Council clash reveals a cracked mirror, que refere Centre for Aviation analysis of airline annual reports and traffic statements

*Operating margins for listed European airline companies and their

principal subsidiaries

O leitor deve observar a figura II.1.b e constatar que

-KLM tem operating margin positiva em 2014 e 2015 e a aumentar, a Air France e

o Air France/KLM Group passam de operating margin negativa em 2014 a positiva

em 2015 e a Transavia está negativa nos dois anos e a piorar ligeiramente.

É o segundo indicador sobre o desequilíbrio entre as duas empresas do grupo.

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101

*Air France: seven years of operating losses, always less profitable than

KLM

O Gráfico II.4.3.c ilustra a evolução da annual operating margin (% of

revenue) for Air France, KLM and Air France-KLM Group (4).

Gráfico II.4.3.c – Annual operating margin (% of revenue) for Air

France**, KLM and Air France-KLM Group

*Dec-2011 period is nine months only **Air France margin prior to 2013 is estimate derived from figures reported for Air France-KLM and KLM; Note: financial year end changed from Mar to Dec in 2011 Source: CAPA - Centre for Aviation, KLM annual reports, Air France-KLM 1H2015 results statement

b)Notas sobre as companhias Air France e KLM

*Air France – um balanço assustador

Com base em vários documentos do CAPA, citamos:

-“Air France: seven years of operating losses, always less profitable than

KLM”,

-“No analysis of Air France profitability since the KLM merger”,

-“Air France revenue hit harder than KLM's in recession, remains below pre-

crisis level”,

-“Air France's share of AF-KLM capacity is falling”,

Page 102: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

102

-“Air France has healthy load factor, but KLM's is higher”,

-“Air France has one of Europe's highest unit costs, taking account of trip

length”,

-“Air France has cut headcount, but labour costs remain high versus KLM

and comparable airlines”,

-“Air France has improved labour productivity, but lags KLM and other

comparable airlines”,

-“Air France also lags in revenue per employee”,

-“Industrial action may need to be faced”.

*Air France – o alarme dos PDG’s

Alexandre de Juniac é PDG do AF/KLM Group entre 1 Julho 2013 e 21 Maio

2015, reconduzido para novo mandato de quatro anos e renúncia para

assumir as funções de director geral da IATA em Abril de 2016. Propõe o

plano Perform 2020 com medidas para a recuperação do grupo.

Destacamos a prioridade ao European leisure market e a Transavia Europe

como instrumento para aumentar market share. A intervenção do governo

francês na greve dos pilotos da Air France em Setembro de 2014 destrói a

sua liderança.

Em 16 de Abril de 2016, o título do Financial Times online fala por si: “Air

France risks ‘second tier status’, says chief of parent group”. Na realidade, o

texto não deixa de ser grave mas é mais equilibrado.

-“If the company does not find a way to reach a deal with the pilots over

efficiency improvements “the risk is that Air france becomes a second-tier

player” e “The world is moving fast and Air France will be left behind.” (5).

Jean-Marc Janaillac é o novo PDG do grupo desde 1 de Julho de 2016. A 28

de Julho e perante mais uma greve de Air France, critica a "disproportion

entre les conséquences économiques, financières et d'image pour Air France

et le différend autour de la seule durée du texte proposé". Depois, é claro:

-“L'idée qu'Air France pourrait disparaître reste encore étrangère à certains

salariés (...) Si on ne prend pas les bonnes décisions et si les équipes ne se

mobilisent pas, il y a un fort risque de déclin, et on ne peut pas savoir où

mène le déclin".

A intersindical SNPNC-UNSA utiliza o argumento do lucro de 2015 e

confunde o conjuntural com o estrutural:

-“Pourquoi dans ces conditions l'entreprise refuse t-elle de garantir nos

conditions de travail et de rémunération sur une période décente?" (6).

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103

A greve de quatro dias coincide com o campeonato europeu de futebol.

* KLM more profitable than Air France

A figura II.4.3.b compara operating results and revenue de Air France e

KLM entre 2013/2015 e confirma a vantagem da KLM sobe a Air France.

Figura II.4.3.b – Air France and KLM operating results and revenue (EUR

million) 2013, 2014 and 2015

Source: CAPA – Centre for Aviation, Air France-KLM

O argumento segundo o qual sem a greve o resultado da AF teria sido

positivo não colhe porque a gestão das relações sociais são parte intrínseca

da operação da empresa. Citamos o CAPA:

-“Air France increased revenue by 5.7% to €16,477 million and its operating

result turned from a loss of €314 million in 2014 (this would have been a

profit of €99 million without the pilot strike) to a profit of €462 million in

2015. KLM's revenue increased by 2.7% to €9,905 million and its operating

result rose from €175 million in 2014 to €384 million in 2015.

KLM's operating margin of 3.9% again beat that of its larger sister company

Air France, whose margin was 2.8%. Nevertheless, 2015 was significant for

Air France in that it was its first year of positive operating profit since the

year to Mar-2008.” (7).

*E a KLM?

Em Dezembro de 2014, o título da análise do CAPA fala por si só: “KLM: a

decade after Air France merger, the smaller, but more profitable partner

also needs cost cuts”.

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Destacamos pontos fortes do documento do CAPA:

-“KLM's profits have not tracked revenue growth since the merger”,

-“KLM's operating margins have been consistently ahead of Air France-

KLM's”,

-“KLM's revenue recovery post financial crisis was stronger than Air France-

KLM's”,

-“KLM's costs have grown faster than revenues since FY2011 in spite of

headcount reduction”,

-“Labour productivity has improved, but has further to go” (8).

Em 2 Julho 2015 a Bloomberg informa:

-“KLM said it has reached new labor agreements with cabin crew and

ground crew unions and is continuing to negotiate with pilots, who it said

have yet to agree to “much-needed” productivity improvements.”.

Em 8 Julho 2015 é o Wall Street Journal a informar:

-“Franco-Dutch airline group Air France-KLM on Wednesday said it has

reached a labor agreement with Dutch pilots to achieve savings it is seeking

to support its latest turnaround plan.

The agreement with the Dutch airline pilots association VNV covers the

period from January 2015 through December 2017, the airline said. The

accord still needs to be ratified by the union.” (9).

*”labour productivity improvements, particularly at Air France”

Face aos resultados do grupo em 2015, o CAPA foca o ponto crítico:

-“For 2017, the group's capacity plan will depend on the outcome of

employee negotiations over labour productivity improvements, particularly

at Air France.” (10).

O futuro passa por Air France percorrer via sacra idêntica à British Airways.

Page 105: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

105

II.4.4.Lufthansa Group Ficha.II

a)Introdução ao Lufthansa Group e à Lufthansa

Advertimos para diferentes significados da palavra Lufthansa, sobretudo

entre a companhia Lufthansa, o Lufthansa Group que aqui nos interessa e o

Lufthansa Passenger Airlines Group, interno à Lufthansa.

*Lufthansa Group, portfolio of several leading brands and

businesses

A figura II.4.4.a é de Janeiro 2016 e dá uma boa representação das

actividades do grupo. Destacamos que a Brussel Airlines não figura entre as

hub Airlines do grupo, e o revenue do point-to-point representa 8,9% do

revenue das hub Airlines.

Sobre nomes dos três grupos de FSC,

-o nome AF/KLM Group define o grupo em extensão e, tivesse a Alitalia

aderido, implicava mais uma marca,

-o nome International Airlines Group é neutro e facilita integrar outras

companhias, como acontece com Vueling e AerLingus,

-o nome Lufthansa Group dificulta o branding e a relação com os países,

numa Europa de flag carriers e por vezes hostil à Alemanha.

Figura II.4.4.a – Lufthansa Group is the world's largest aviation group

Fonte: Elaboração própria, com base em Lufthansa Group Conference and Roadshow Presentation, Jan2016, p.4

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106

*Os três pilares do Lufthansa Group Maio 2015

A figura II.4.4.b representa “The three pillars of the Lufthansa Group”, em

apresentação de Janeiro 2016, mas sem referir a ambiciosa plataforma em

que a Eurowings se torna [ver a seguir].

Figura II.4.4.b – Lufthansa Group’s strategy is based on three strong

synergetic pillars (Margin and growth-oriented goals for the business segments)

Fonte: Elaboração própria com base em Lufthansa Group, Conference and Roadshow Presentation, January 2016, page 10

*“Operating profit/adjusted EBIT for Lufthansa Group airlines”

O gráfico II.4.4.a ilustra o operating profit/adjusted EBIT for main Lufthansa

Passenger Airline Group airlines. Destacamos,

-o operating profit da Lufthansa e o da SWISS que chega a ser superior e

que em 2015 “SWISS made almost half Lufthansa Passenger Group

operating profits 2009-2015, but trend slowing” na expressão do CAPA,

-a irrelevância consentida à Austrian Airlines – não consideramos a

Eurowings (1).

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107

Gráfico II.4.4.a – Operating profit/adjusted EBIT** for main Lufthansa

Passenger Airline Group airlines

*Lufthansa Passenger Airline including Germanwings for 2012 to 2014 **Based on operating result to 2013 and adjusted EBIT from 2014 (EBIT before impairments, pension adjustment and asset disposal gains/losses) Source: CAPA - Centre for Aviation analysis of data from Lufthansa Group annual reports and traffic figures and SWISS press releases Ver CAPA, SWISS made almost half Lufthansa Passenger Group operating profits 2009-2015, but trend slowing 23 June 2016

*Complement to the multi-hub and multi-brand product

O Lufthansa Group define a estratégia dual implementada num sistema

multi-hub and multi-brand product (figura II.4.4.c).

Figura II.4.4.c – Complement to the multi-hub and multi-brand product

Fonte: Elaboração própria com base emThe Lufthansa Group – The Way Forward, Carsten Spohr, Chairman of the Executive Board & CEO, July 2014, slide 15

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Segundo o grupo,

-“Combination of hub-based and point-to-point products creates

omnidirectional service offer from all Lufthansa Group home markets. This

will enable us to offer competitive products with which we can play a

stronger role in the attractive private travel market.

*Greves endémicas na Lufthansa balanço Janeiro 2016

Aquando da redacção do Documento de Trabalho sobre o Lufthansa Group,

desistimos de contar e analisar as greves de pilotos e pessoal de cabine,

porque a sua frequência e o não lermos alemão nos faziam perder o fio.

Greves endémicas como estas e como as que estão a acontecer no AF/KLM

Group, revelam insatisfação social importante e incapacidade de accionistas

e gestores encontrarem proposta que conduza à indispensável paz social.

Dispomos do balanço de Janeiro de 2016 dos “Agreements with labor unions

are vital for future viability, Current status of negotiations” para as

companhias aéreas do grupo. O panorama é bom, salvo a Lufthansa que

começa por “Agreement with ground/admin staff”, mas inclui:

-“Negotiations with pilots’ union ongoing; future pilot hires subject to

satisfactory agreement,

-Mediation with cabin union (UFO) starting in January” (2).

*Lufthansa Group management style

Não sabermos alemão impede o acesso a informação que nos dê a conhecer

o management style que o CEO Carsten Sphor implementa no grupo desde

a sua nomeação (Julho 2014). Sphor acaba com a ilusão da Germanwings e

adopta a via mais realista da Eurowings. É ponto positivo e há mais dois.

O mercado reconhece diferenças. Assim “marks the Paris-based carrier out

are higher labor costs at its French arm and a perennial incapacity among

top management to overcome workplace opposition, compounded by

interventions from the French state”. Jonathan Wober, analista do CAPA em

Londres, reconhece que “Walsh, first at British Airways, then at Iberia, has

confronted these issues,”, “Spohr hasn’t quite done it, but he’s tough and is

trying his hardest.” (3).

Na análise à Swissair em Junho de 2016, o CAPA reconhece:

-“This is not the place to examine SWISS' outperformance over the period,

but there are some features that distinguished the airline. First of all, the

Lufthansa management tended to allow a good degree of autonomy to

Zurich. This logically would be the case if the airline were performing well,

Page 109: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

109

as it was - if it works, don't fix it. But Group management is not always that

enlightened or logical; here it seems, whether by design or omission, the

logical course was followed and it worked.” (4).

É certamente um ponto muito positive para o Carsten Sphor’s Lufthansa

Group management style.

Nota – Não detalhamos a análise da companhia aérea Lufthansa por estar

incluída na do grupo nem a da Austrian Airlines por não ter tráfego para Portugal e ser reduzida a probabilidade de vir a ter.

b)SWISS Junho 2016

*Análise CAPA aos resultados da SWISS em 2015

Da análise CAPA aos resultados da SWISS em 2015 destacamos:

-“SWISS made almost half Lufthansa Passenger Group operating profits

2009-2015, but trend slowing”,

-“SWISS is the only airline in Lufthansa Group to avoid losses every year

since the global financial crisis”,

-“SWISS generated 47% of Lufthansa Passenger Airline Group's operating

profit from 2009 to 2015 (but its share is now falling)”,

-“SWISS' future is seemingly viewed with confidence” (5).

* Harry Hohmeister

Ainda segundo o CAPA,

-“It is hard to imagine that it was sheer coincidence that for almost all of

this period Harry Hohmeister was CEO. It would appear his work at the

Swiss carrier has now been rewarded with leadership in a newly created

Hub Management role, responsible for all of the Group's premium brands,

as Lufthansa undergoes a significant restructuring. Given the Group's

growing hub complexity this will be no easy role; nor will his successor's

role at SWISS, Thomas Klühr. It will be a hard act to follow.”.

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c)Brussels Airlines

*Brussels Airlines antes do Lufthansa Group 2002/2008

A SN Airholding é fundada em 2002 por um grupo de investidores privados

belgas e os governos de Bruxelas e Valónia. SN Brussels Airlines é o nome

comercial.

Em 2005 a SN Airholding adquire a Virgin Express a Richard Branson. Em

2006, a nova marca da SN Brussels Airlines é Brussels Airlines. Na prática e

apesar de nem sempre ser explícito nos números da ANA,

-na Ficha.III o tráfego da Brussels Airlines em Lisboa, Porto e Faro consolida

com o da Virgin Express e não há separação de série a partir de 2006/07.

*Lufthansa Group com 45% do capital da Brussels Airlines 2008

Em Setembro de 2008,

-“Lufthansa is taken out a stake of 45 per cent in SN Air holding SA/NV for

65 million euros via a capital increase. After securing the air traffic rights of

Brussels Airlines, Lufthansa will then have an option of acquiring the

remaining 55 per cent from 2011. It would then wholly-own the Belgian

carrier.” (6).

Em 22 Abril 2016 a Bloomberg informa:

-“Lufthansa said last month it will decide whether to buy control of Brussels

Airlines this quarter.” (7).

Em 28 de Abril e com base na Bloomberg, o SKIFT informa:

-“Lufthansa had a deadline to exercise the annual option by June, but

agreed with SN on an extension until the end of August to give the airline

time to recover from the March 22 attacks at Brussels Zaventem airport.”

(8).

A mesma notícia de 28 ajuda a compreender o entusiasmo recente da

Lufthansa:

-“Spohr is under pressure to get his low-cost expansion on track. Resistance

by unions to cut costs have slowed progress, and the spats continue.

Eurowings has also suffered operational problems, including delays caused

by technical glitches on new long-haul routes and limited sales within

Europe”.

Após a redacção do presente Relatório Brussels Airlines é integrada a 100%

no Lufthansa Group e a transferência de frota de médio curso da Brussels

para a Eurowings, o que clarifica a natureza de LCC das rotas para Portugal.

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II.4.5.International Airlines Group (IAG) Ficha.II

a)Introdução ao IAG

a.1)Visão geral do IAG

*”IAG performance by individual airline brand 2015”

A introdução mais adequada ao IAG (1) é a “performance by individual

airline brand 2015” (figura II.4.5.a).

Figura II.4.5.a – IAG performance by individual airline brand 2015

Numbers stated before currency impact and effect of Avios restructuring Aer Lingus lease-adjusted margin includes an adjustment for the ownership element of wet leases Fonte: Elaboração prória com base em CAPA, IAG has its best ever profit in 2015, helped by fuel and strategic vision and pragmatism, que refere IAG 4Q2015 results presentation 26-Feb-2016

As muito importantes Vueling e AerLingus no tráfego para Portugal são

consideradas LCC [ver Capítulo II.3].

*A diferença do IAG

A diferença do IAG reside no grupo e em cada uma das empresas que o

integra e assenta na capacidade em encontrar soluções realistas para os

problemas onde os congéneres esbarram:

-começa pela neutralidade do nome, e estrutura e modelo de governação

do grupo que, entre outras, permite que a oposição sindical à Iberia Express

se ponha e seja resolvida ao nível da Iberia e a LCC Vueling seja integrada

no grupo sem problemas,

-após greves de grande intensidade na BA e Iberia, chegar a acordo

positivos com os sindicatos,

Page 112: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

112

-conseguir que todas as empresas do grupo tenham CASK que asseguram a

competitividade da sua operação,

-adquirir e integrar a Vueling no IAG e estar a criar a terceira LCC pan-

europeia depois de Ryanair e easyJet.

*As pessoas na diferença

É impossível analisar o IAG sem destacar o CEO, primeiro responsável da

obra realizada. Em Maio 2015, o Financial Times recorda o ’Slasher Walsh’,

como passou a ser conhecido depois de, no início do século, recuperar a

AerLingus. Em 2005 é CEO da British Airways, enfrenta greve histórica do

pessoal de cabine em 2007 e cria as condições para a sua competitividade.

A partir de 2011 é CEO do IAG e, ao apresentar o Annual Report 2015, pode

anunciar que os objectivos fixados para 2015 são ultrapassados. Pelo meio,

lidera a recuperação da Iberia e a aquisição da Vueling e da AerLingus.

A extraordinária - o termo adequado é este - recuperação da Iberia obriga a

enfrentar duas greves e chegar a um acordo histórico com os sindicatos em

Fevereiro de 2014. Para isso tem a colaboração de dois homens decisivos:

-Luís Galego, ‘o modesto Galego’, CEO da Iberia e negociador do acordo de

produtividade entre Iberia e sindicatos, sem a reestruturação da Iberia não

teria sido um sucesso,

-Justo Peral, jefe de la sección sindical del SEPLA en Iberia. Negoceia com

Luis Gallego o pacto de produtividade de Fevereiro de 2014. As suas

declarações logo depois do pacto assinado são leitura obrigatória (2).

O sucesso da Vueling não existiria sem o CEO Alex Cruz. A sua recente

escolha para CEO da British Airways (Abril de 2016) fala por si.

Destacar leaders é injusto para gestores e trabalhadores que dão prova de

enorme sentido de responsabilidade. Hoje, já ninguém fala do ’Slasher

Walsh’ e o Financial Times reconhece que “his success so far makes Mr

Walsh one of the most admired aviation executives of his generation” (3).

a.2)Ano 2015 e objectivos estratégicos para o futuro

*Análise CAPA sobre resultados do IAG em 2015

A figura II.4.5.a ilustra o IAG operating profit by business segment 2009/15

em €milhões (4). Na evolução do operating profit, destacamos:

-o crescimento sustentado e a liderança incontestável da British Airways,

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-a recuperação sustentada da Iberia, e a estabilidade a bom nível da

Vueling que passa por fase de investimento na expansão.

– IAG operating profit by business segment (€million) 2009*-2015

*2009, 2010 proforma Note that 2013 includes Vueling from 26-Apr-2013 only, and that 2015 includes Aer Lingus from 18-Aug-2015 only Fonte: Elaboração própria com base em CAPA,

*IAG Annual Report 2015

O Annual Report considera atingidos os objectivos para 2011/2015:

-“achieving a record operating profit of €2.335 billion, far outstripping our

initial €1.5 billion target for 2015”,

-“Net annual savings after our first five years amounted to €856 million,

more than double our initial €400 million target”.

Para o futuro, dos “Six Core Strategic Objectives” mencionamos dois:

“1.Leadership IAG’S main cities, by ‘Providing the broadest choice of

destinations to our customers in our five main cities: London, Barcelona,

Madrid, Dublin and Rome’.

5.Stronger intra-Europe profitability by ‘Optimising our legacy shorthaul

networks, maximising commercial collaboration between our business units

and expanding our low cost carrier footprint’.”

Page 114: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

114

b)Notas sobre a British Airways

*Do “state of inefficiency and profit losses” à “flotation 11 times

oversubscribed”

Em 1981, o Survival Plan integra medidas para recuperar a empresa de um

“state of inefficiency and profit losses” e que serão replicadas no futuro:

-“reducing staff numbers from 52,000 to 43,000 through voluntary

measures, a 20% decrease, in 9 months, freezing pay increases for a year,

and closing 16 routes, 8 online stations, and 2 engineering bases.”,

-“halting cargo only services and selling the fleet, and massive cuts in

offices, administrative services, and staff clubs.” (5).

Em 1982 o plano é actualizado para incluir “the reduction of another 7,000

staff to bring the total number of staff to approximately 35,000”.

Em Abril de 1983, já temos “The task of re-establishing the company as the

world's leading airline began in April 1983 with the repositioning of the

carrier as the World's Favourite Airline”.

A privatização é consumada em Fevereiro1987: “Over one million

applications were received making the flotation 11 times oversubscribed”.

Em 1991, a Guerra do Golfo tem consequências:

-“Losses of 4,600 jobs, through early retirement and severance, and the

standing down on half pay for up to a year of a further 2,000 employees are

announced because of the significant downturn in traffic following the

outbreak of the Gulf War”.

*A greve de 1997 e as boas notícias de 1998

Apesar de todas as medidas implementadas, há ainda que cortar custos, o

que desencadeia a greve:

-“The airline ultimately recognised that costs needed to be tackled and

when Bob Ayling succeeded Marshall in 1996 he inherited a £1bn cuts

programme. Staff reacted badly to Ayling's perceived aloofness and he was

widely blamed for a cabin crew walkout in 1997 – the last time they staged

a strike at BA.

The action is widely believed to have cost Ayling his job years later in 2000,

after staff morale failed to recover. A former BA executive, who worked at

the airline for two decades, said a failure to manage cabin crews sealed

Ayling's fate. "The board never forgave him for that, because it was so anti-

strike” (6).

Page 115: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

115

A greve faz ecoar a “brutal miners' strike of 1984-85” e a greve “between

Rupert Murdoch and the British print unions in 1986”. A greve da British

Airways não tem o mesmo significado.

O título do British Airways Report & Accounts 1998-99 é animador: “A

focused strategy for the 21st Century”. Dele citamos: “Our new Fleet

strategy will result in the largest fleet restructuring in the history of the

company.”.

*Possibly the worst day in aviation history – September 2001

A calma laboral na BA é interrompida pelas consequências do ataque

terrorista em Nova Iorque. Segundo o BA Fact Book,

-“Following the attacks British Airways draws up a plan of action. A Business

Response Scheme to achieve 7,000 workforce reductions is approved. A

reduction in flying of 10 per cent is also announced. Other measures include

a review of spending on new projects, aircraft modifications, investment in

products and a moratorium on IT expenditure.”.

*Willie, o "slasher Walsh" CEO em 2005

Em 2005 Willie Walsh é nomeado CEO da BA, vindo da AerLingus onde

começa como piloto e acaba no CEO que recupera a empresa [ver II.4.2.3.0].

Os factos vão demonstrar quão injusto é o apelido ‘slasher Walsh’, “earned

by cutting costs and jobs in a successful fight to keep Ireland's national

carrier airborne”. O contexto da nomeação do novo CEO é diferente:

-“Unlike his predecessors, Walsh is now saddled with unprecedented

financial pressures: a pre-tax loss of £1bn over two years; a £3.7bn pension

deficit; and a prolonged slump in demand for lucrative premium-class

bookings. A clash with cabin crew over pay two years ago cost the airline

£80m when strikes were called off too late to prevent thousands of

passengers travelling with rivals or seeking refunds. Even then, Walsh was

able to sanction a pay rise because the airline was profitable. This time,

sources close to discussions between Walsh and Unite confirm a sense of

entrenchment. WW believes confrontation can no longer be postponed” (7).

*“Clash with cabin crew had been looming since privatization”

The Telegraph de 14 de Dezembro de 2009:

-“The crew argue the company's cost cutting is jeopardising the one thing

that used to make the company stand out: customer service. BA last month

reduced the number of crew on a long-haul flight from 15 to 14, by forcing

the cabin service directors – the most senior crew – to no longer just

oversee the staff, but to start serving meals and drinks as well.” (8).

Em 12 Maio 2011, The Guardian o fim da greve:

Page 116: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

116

-“An agreement has been reached to end the long-running British

Airways cabin crew dispute, the Unite union has confirmed.

The deal will end 18 months of hostilities that included 22 days of walkouts.

It includes the restoration of travel concessions for cabin crew, the issue

that was holding up a settlement.

BA's worst ever industrial relations dispute began in 2009 when the airline

unilaterally reduced staffing levels on long-haul flights after a voluntary

redundancy programme. Unite launched a strike ballot in protest at the cuts

and the lack of consultation, triggering a year of high court hearings, strike

votes and walkouts” (9).

c)Notas sobre a Iberia

*Empresas em fases diferentes de transformação

O IAG é acordado em 2010 e ‘opera’ a partir de 2011. A BA já tinha

enfrentado greves e obtido acordos que transformam a sua competitividade.

Nesse tempo, a Iberia conhece estéreis greves endémicas. Só a integração

no IAG dá força à Iberia para enfrentar greves com final positivo.

Gráfico II.4.5. – IAG capacity by ASK (million) 2010 to 2015e*

*2015e ASK figures are CAPA projections based on growth plans announced by IAG at its 1H2015 results presentation (10.0% for Iberia, 2.1% for BA and 14.8% for Vueling). Note: Vueling 2013 figure based on full calendar year Source: CAPA - Centre for Aviation, IAG traffic reports, Iberia and British Airways annual reports

O gráfico II.4.5. detalha a IAG capacity by ASK (million) por empresa, entre

2010/15 e com exclusão da AerLingus. Citamos o CAPA:

Page 117: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

117

-“IAG (excluding Aer Lingus) plans total ASK growth of 5.2% for 2015, with

10.0% for Iberia, 2.1% for BA and 14.8% for Vueling.

-For the first time, Iberia will be IAG's biggest contributor of growth ASKs in

2015.” (10).

O gráfico II.4.5.a[ver atrás] ilustra o IAG operating profit by business segment

(€ million) 2009*-2015. Dois factos:

-entre 2011 e 2015, o operating profit da BA é positivo e cresce,

-entre 2011 e 2013, o da Iberia é negativo e apenas ligeiramente positivo

em 2014.

*A empresa, o político e o gestor

Temos a intervenção do político suposto ser responsável. Em Setembro de

2013, quando ainda reinava a tensão social na Iberia, o ministro José

Manuel Soria declara

-“Yo creo que el cambio que ha habido en Iberia va en buena dirección.

Ahora, si se me preguntan sobre los ingresos, solo hay que ir al registro de

cuentas para comprobar que han bajado mientras los de British han subido.

¿Y las rutas? Han bajado. ¿Y las de British? Han subido.” (11).

Em 15 de Novembro de 2013 em entrevista ao El País, Luis Gallego então

administrador delegado de Iberia explica as diferenças BA e Iberia;

-“Una cosa es hacer un análisis de emociones y otra cosa es analizar los

hechos. Cuando uno ve los números se da cuenta de que, antes de la

fusión, Iberia ya perdía dinero. Mientras British Aiways ha tenido en los

últimos 10 años dos reestructuraciones, Iberia no ha tenido ninguna. British

ha pasado de más de 60.000 empleados a unos 35.000, mientras Iberia ha

pasado de 28.000 a cerca de 20.000. British redujo capacidad y, a partir de

ahí, empezó a crecer. Los ingresos de Iberia por ruta comparados con los de

sus competidores no tienen que ver con la fusión, son un hecho. Los costes

que tiene Iberia en relación con sus competidores no es un tema de

españoles y de ingleses, es un hecho”.

*Destruir ou reforçar o hub de Madrid ou a traição do político

Os hubs são um activo do IAG e factor decisivo no sucesso do grupo. O

necessário ‘encolher’ da Iberia em 2012 é identificado com a BA canibalizar

o hub da Iberia, transferindo conexões para Heathrow (12). A Iberia explica

-“Las rutas que dejamos son aquellas que registran las mayores pérdidas y

no tenemos posibilidades de hacer rentables a corto plazo. Cuando Iberia

vuelva a ser competitiva, analizaremos de nuevo la posibilidad de

retomarlas.".

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118

Em 11 de Dezembro de 2012, o título do El País também diz tudo: “Soria ve

‘inaceptable’ que haya que pasar por Londres para ir a La Habana”. O

político declara ao jornal: “Me parece inaceptable que para ir desde España

a la Habana tengamos que ir a Londres

Está criado o mito urbano da BA destruir o hub de Madrid. Do desmentido

ninguém se lembra:

-“En concreto, Air Europa vuela seis veces a la semana entre Madrid y La

Habana y Cubana de Aviación opera dos vuelos semanales. Además, Air

Europa ofrece un vuelo diario entre Madrid y Santo Domingo. No existe

ningún vuelo directo entre Londres y estos dos destinos latino-

americanos.”.

-“En realidad, lo que ocurre hasta ahora es lo contrario: los vuelos que IAG

oferta Londres para ir a La Habana son volando primero a Madrid (con

Iberia o British) y luego a Cuba (con Iberia).”.

*O aperto de cinto de 2012/2013 e o renascer em 2014/15

Reunidas as condições para uma operação competitiva, é o renascer da

frota e rotas da Iberia. O IAG Annual Report 2014 menciona o reinvestir na

frota:

-“On the back of the new Plan de Futuro cost base, Iberia launched in July

2014 the renewal of its longhaul fleet, aimed to increase flexibility and

capture significant fuel savings”.

*A BBC e o Willie Walsh da Iberia

Em Março de 2005 quando Willie Walsh é nomeado CEO da British Airways,

a BBC News não esconde algum desconforto pela escolha de um ex-piloto

irlandês da AerLingus:

-“Pilot who rescued AerLingus heads BA.”,

Passam os anos e o sucesso de WW no IAG é reconhecido. Em 27 de

Fevereiro de 2015, o tom da BBC já é outro:

-“Mr Walsh called Iberia's turnaround ‘remarkable, both financially and

operationally’ adding he was ‘very proud of its achievement especially its

strong cost discipline’. […] ‘The performance to date for Iberia has been

tremendous and we expect that to continue in 2015’ he said” (13).

*Madrid ameaça Heathrow? Dezembro 2015

Passa o tempo e, no final de 2015, o El Pais informa:

-“El grupo IAG pasa al ataque ante la falta de acuerdo para la ampliación

del aeropuerto de Heathrow. […]Willie Walsh, ha amenazado este martes en

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119

una tribuna publicada en el diario británico Daily Mail con trasladar parte de

su negocio a Madrid o Dublín si el Gobierno de David Cameron no concreta

pronto sus planes de expansión para el primer aeropuerto de Europa y

centro neurálgico de IAG (14).

d)Trinta anos, mais cinco e o futuro do IAG

Nos trinta anos entre o Survival Plan de 1981 e o fim positivo do “Clash with

cabin crew had been looming since privatization” em 2011, passando pela

greve de 1997 e a intervenção de Willie Walsh, a British Airways

transforma-se numa empresa competitiva. É a empresa que lidera a criação

do IAG e o reconhecido sucesso que o Annual Report 2015 confirma.

Em 2016, o IAG está numa posição única na Europa para enfrentar o futuro,

sem desculpas da concorrência das LCC ou das Gulf Carriers.

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120

II.4.6.TAP Ficha.II

Apesar da indefinição sobre a TAP do após privatização e a que resulta da

reversão parcial da privatização, a nova administração toma medidas

imediatas que evitam o descalabro da empresa e redefine a estratégia

empresarial de 2001.

Para compreendermos esta estratégia e a actividade da TAP do próximo

futuro, temos de considerar a evolução da TAP desde 2000/2001 e os

números que a condicionam

a)Estratégia empresarial da recuperação da TAP – 2015/16

*TAP competitiva em mercado concorrencial e sem ajuda do Estado

No virar de 2015/16 e in extremis, o accionista Estado toma consciência

plena de uma realidade que o pensamento dominante ignora desde a

liberalização de 1993 e a ajuda do Estado de 1994:

-a regulação europeia do transporte aéreo impõe que a TAP seja uma

empresa competitiva em mercado concorrencial e sem ajuda do Estado.

Mais concretamente, o Estado não pode

-discriminar positivamente a TAP em relação a concorrentes, desde obrigar

as LCC a voar para Beja a subsidiar actividades de mérito politico,

-impor obrigações de serviço público que são decididas em Bruxelas.

Em síntese, quando não houver dinheiro em caixa e os bancos não

financiarem a empresa, a TAP entra em insolvência.

*Hub intercontinental de Lisboa condiciona sobrevivência da TAP

A sobrevivência da TAP a partir de 2001 depende do hub intercontinental de

Lisboa, porque só o tráfego de hub permite atingir o RPK necessários à

viabilidade da empresa. Como já explicámos,

-a TAP ‘não garante’ base e hub de Lisboa, é o hub que garante a TAP que

conhecemos, e sem ele esta TAP desaparece (1).

Com efeito, sem o hub que gera tráfego de longo curso exterior a Portugal,

a TAP fica reduzida a pequena companhia aérea com limitado tráfego de

longo curso e rotas ponto-a-ponto europeias que serão presa fácil das

companhias low cost. A sobreviver, se sobreviver, a TAP será uma empresa

completamente diferente da que conhecemos.

Com a TAP em situação de ruptura, a nova Administração é obrigada a

tomar decisões que estavam a ser adiadas:

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121

-o hub de Lisboa impõe concentrar rotas intra-europeias e não as dispersar.

Esta decisão é pacífica em Faro (o que já acontece) e levanta problemas

políticos no Porto, que perde rotas e é ligado ao hub de Lisboa por ponte

aérea em aviões adequados a 300km.

O hub depende das rotas para o Brasil e vive mal com a crise em Angola,

Moçambique e Venezuela.

É neste contexto que devemos situar a política de rotas do hub com os EUA

e porventura o Canadá.

A gestão de riscos da TAP não ignora as maiores ameaças externas:

-concorrência de LCCs no tráfego da base de Lisboa e de FSCs no tráfego

para a América Latina com destaque no tráfego mais rentável para São

Paulo e Rio,

-consequências da crise em Brasil e Angola e de gestão mais activa pelas

autoridades brasileiras do acordo bilateral entre Portugal e o Brasil.

*Estratégia empresarial da recuperação da TAP – 2015/16

No virar de 2015/16, a nova administração define “Uma nova estratégia

para a Empresa a partir do início do ano 2016” (2). De um texto que é

directo e objectivo, citamos:

-“Construir e fortalecer o hub de Lisboa”, entre outros, por “Aumentar a

oferta de serviços de longo curso, de forma a aumentar o valor do hub,

reduzindo, simultaneamente, o risco de país único;”,

-“Lançar a Ponte Aérea Lisboa – Porto, com um serviço de shuttle de alta

frequência”,

-“Gerir activamente a capacidade de rede de modo a optimizar resultados,

com uma aposta inicial em 2016 no crescimento para a América do Norte e

no aumento das ligações no Brasil.”.

*“Perspectivas para a TAP em 2016”

Nas “Perspectivas para a TAP em 2016”, figura “O compromisso da TAP,

S.A. com Portugal”. É um acrescento ambíguo e redondo que procura

suavizar o choque com a realidade provocado pelo texto anterior sobre o

reforço do hub de Lisboa:

-“A TAP, S.A. reconhece que o valor a longo prazo de servir Portugal e a

comunidade Portuguesa global supera, neste momento, as eventuais

vantagens da concentração no desenvolvimento actual do hub de Lisboa.

Assim, a Companhia irá manter algumas rotas no Porto durante o Horário

de Verão 2016, através do fortalecimento adicional em Lisboa, o que inclui

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122

manter determinadas rotas de longo curso para Nova Iorque, Rio de Janeiro

e São Paulo a partir do Porto, tratando-se de rotas importantes para a

diáspora Portuguesa e para os negócios das comunidades locais. No mesmo

sentido, a Empresa irá continuar a voar para todas as ilhas Portuguesas

actualmente em operação.”.

Este texto até pode ser genuíno, mas o seu realismo será testado no dia em

que prioritário baixar o ‘CASK ex-fuel”, isto é, os custos unitários fora o

combustível só depende da empresa, e muito parcialmente, na medida em

que esta opere aviões eficientes.

b)Evolução da TAP desde 2000/01

*Recordar a TAP à beira da insolvência em 2000/2001

Depois da ajuda do estado em 1994, accionista estado e sindicatos insistem

na narrativa e modelo de negócio da ‘transportadora aérea nacional’, e

ignoram as novas regras da liberalização de 1993: a TAP é obrigada a ser

competitiva em mercado aberto e sem ajuda do estado.

No virar de 2000/2001, a TAP é caracterizada por “volume de perdas”,

“falta de capital próprio”, “gestão de tesouraria aturadíssima”. Fernando

Pinto recorda que em 2000 já “havia duas grandes questões, uma era o

volume de perdas e a outra era a falta de capital próprio” (3).

O Relatório Anual de 2001, refere que “A melhoria dos resultados

comerciais alcançados tem sido um factor decisivo para a sua [da TAP]

sustentabilidade.” e que a privatização assume “elevado grau de urgência”

e “é a via para a reestruturação e a consolidação financeira da TAP.”.

*Estreia desde a nacionalização: uma gestão profissional na TAP

Em 2000 e pela primeira vez desde a nacionalização, o governo nomeia

para a administração da TAP uma equipa de gestores profissionais e

conhecedores do transporte aéreo. Acaba um quarto de século de

administrações políticas, praticamente sempre ignorantes do transporte

aéreo e, muitas vezes, da gestão.

Esta equipa encontra a TAP de novo à beira da insolvência e sem que o

estado a possa evitar, porque a decisão da Comissão de Julho de 1994

impõe que “Portugal se abstenha de conceder mais auxílios à TAP”.

Gestores profissionais em empresa mal gerida e mercado a crescer

explicam como a TAP sobrevive atá à privatização de 2015.

Sobrevive, mas sobrevive mal e a consumir capital e recursos

indispensáveis ao seu desenvolvimento.

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123

*A estratégia empresarial da recuperação da TAP – 2001

Em 2001 a gestão da TAP define a estratégia que orienta a recuperação da

empresa [sublinhados são nossos]:

-“A TAP terá como foco o serviço de Transporte Aéreo e actividades afins,

visando, constantemente, o retorno para os investidores e a liderança no

nicho de mercado em que actuar.”.

Citamos a síntese da estratégia que marca a TAP de 2001 à actualidade:

-“A TAP-Air Portugal é uma companhia aérea internacional que opera,

ligando a Europa a África e às Américas, a partir da sua base operacional

em Lisboa, cidade que, devido ao posicionamento geográfico, constitui uma

plataforma de acesso privilegiado aos mercados que a companhia serve.

Sobre a inserção de Portugal nesta estratégia.

-Na disponibilização do serviço aos seus Clientes, a Empresa mantém a sua

forte ligação a Portugal, atitude que corresponde ao nicho de mercado onde

a sua posição competitiva é mais sustentada, operando em

complementaridade com uma ampla interligação a uma rede global, através

de uma boa articulação com as suas parcerias em code-share (voos em

código repartido).”.

Durante estes anos, o accionista estado expõe a sua fraqueza estrutural e

cria o cenário da insustentabilidade da TAP:

-não capitaliza a TAP ao ponto desta chegar de novo a pré-insolvência,

-deixa de exigir remuneração do capital acima do custo do capital, o que

destrói o rigor na gestão,

-alimenta o condomínio estado/sindicatos que desautoriza a gestão.

c)Os números da TAP

*Entre 2001/13 a gestão acrescenta ‘duas TAPs’ à TAP de 2001

Entre 2001/13,

-passageiros aumentam para o dobro e o RPK para o triplo – a gestão salva

a empresa da falência e acrescenta ‘duas TAPs’ à TAP de 2001,

-com efeito, o numero de passageiros multiplicado por dois e o de RPKs por

três, revela que os passageiros utilizam voos mais longos e mais rentáveis,

-apesar de resultado líquido acumulado entre 2001/15 de €147,2

milhões[ver a seguir], a empresa sobrevive à insustentável falta de capital.

Page 124: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

124

Em 2015, número de passageiros e RPK estabilizam e resultados líquidos

descem para valores que questionam a sobrevivência da TAP (gráfico

II.4.6.a e II.4.6.b).

O post ‘Pare! Olhe! Escute! Resultados das empresas do Grupo TAP entre

2003/2015’ esmiuça estes números (4).

Gráfico II.4.6.a – Evolução de RPK e passageiros da TAP

(passageiros em milhões e RPK em milhar de milhões)

Fonte: Elaboração com base em TAP SA e Grupo TAP, Relatórios anuais e informação informal da TAP

… mas não evita o desastre dos resultados líquidos anuais

Gráfico III.4.6.b – Resultado líquido da TAP SA 2001/2015

(€milhões)

Fonte: Elaboração com base em TAP SA e Grupo TAP, Relatórios anuais e informação informal da TAP

5,4 5,5 5,6 6,2 6,4 6,97,8

8,7 8,4 9,1 9,8 10,2 10,7 11,4 11,310,511,4 11,8

13,4 13,8

16,7

19,1

21,9 21,1

23,926

27,228,2

30,1 29,6

0

5

10

15

20

25

30

35

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

TAP - passageiros TAP - RPK

-44

-6

19,3

-2,4

3,6 2,4

54

-209

57,4 62,3

3,123,8

34

-46,4

-99,3

-250

-200

-150

-100

-50

0

50

100

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

TAP SA - resultado líquido do exercício 2001/2015

Page 125: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

125

O resultado liquido anual não é o que melhor avalia o desempenha da empresa,

mas ilustra bem a evolução da sua saúde. O gráfico III.4.6.c ilustra a revolução do

resultado líquido acumulado das empresas do Grupo TAP entre 2003, quando a TAP

SGPS é formada, e 2015.

Gráfico III.5.2.2.c – Grupo TAP: resultado líquido acumulado das empresas

(€milhões)

Fonte: Elaboração com base em TAP e Grupo TAP, Relatórios anuais e informação informal da TAP

-636,5

-99,3-147,2 -129,6

-317

-700

-600

-500

-400

-300

-200

-100

0

Grupo TAP TAP SA 2003/2015 TAP SA 2001/2015 SPdH SA Manutenção Brasil

Grupo TAP - resultado líquido anual acumulado 2003/2015

Page 126: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

126

II.4.7.FSC independentes Ficha.II

Em Junho de 2015 (1), o CAPA ainda consagra atenção a responder à

pergunta: “Who has the right model for European aviation?”. Deixamos o

assunto à consideração do leitor mais curioso e na redacção deste ponto

cingimo-nos ao critério do tráfego que representam para Portugal.

Não consideramos o tráfego potencial que representam porque a energia e

o espaço papel têm de ser poupados. A título de exemplo, não negamos o

interesse em que amanhã SAS, Austrian ou Finnair recomecem a voar para

Lisboa, mas o volume de tráfego que representam não será significativo.

II.4.7.1.Air Europa

Da análise CAPA de Julho 2016(2), citamos:

-“Air Europa used the period of Iberia's contraction to increase its market

share in its most important market, namely Spain-Latin America. It has held

on to most of its market share gains since Iberia's return to growth in 2015,

helped by its more value-oriented product. […]

Spain-Europe is dominated by LCCs and Air Europa is a small player in a

crowded market (it is ranked sixth by seats on Spain-Western Europe for

the week of 4-Jul-2016, according to OAG), which poses challenges to its

ability to feed its Latin America network.”

Mais concretamente:

-“According to OAG data for the week of 4-Jul-2016, Latin America accounts

for two thirds (67%) of Air Europa's international ASKs, Europe accounts for

19%, and North America for 14% (it also has a very small amount of

capacity in the Middle East and Central/Western Africa)”.

II.4.7.2.Outras FSC

As outras FSC que podemos referir têm importância qualitativa, mas pouco

impacto quantitativo, com a possível excepção da TAAG.

TAAG - Há um acordo bilateral de tráfego aéreo entre Angola e Portugal

que prevê repartição de tráfego e coordenação da oferta e concorrência

reduzida entre as transportadoras indicadas pelos dois países. O

crescimento do tráfego depende da recuperação da economia angolana.

Brasil - Mais tarde ou mais cedo, o Brasil indicará uma ou mais

transportadoras para operar nas rotas entre os dois países. A Azul de David

Page 127: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

127

Neeleman já começou o que parece ser um ocupar do lugar das companhias

brasileiras.

Emirates - O tráfego de hub domina. Dado o potencial limitado do

outbound luso, o futuro parece depender da capacidade de Portugal atrair

tráfego de lazer com origem no Extremo Oriente. A supressão de uma

frequência durante o Verão de 2016 não é boa notícia (3).

EUA - O tráfego não cresce em proporção com o buzz sobre Portugal nos

media americanos. Em 2016, pomos mais esperanças na nova operação da

TAP do que nas ‘grandes’ dos EUA.

Page 128: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

128

Notas

II Parte – Indústrias europeias do transporte aéreo

II.1.Introdução

(1)Dada a sua especificidade e apenas terem significado em Faro, a formação das duas grandes LLCC é

abordada em Anexo ao corpo do Relatório. O capítulo II.5.Industria europeia das Leisure Low Cost

Carriers apresenta uma síntese das duas LLCC na actualidade.

(2)Sobre esta frase e figura II.2.a, ver 2015.06.03

http://centreforaviation.com/analysis/who-has-the-right-model-for-european-aviation-pan-european-

airlines-lead-but-models-vary-225831

CAPA, Who has the right model for European aviation? Pan-European airlines lead, but models vary

(3)Ver 2014.04.23

http://centreforaviation.com/analysis/airlines-in-transition-hybridisation-and-operating-dual-brands-

1643562013.04.25.Transition.4.Bridging.CAPA

CAPA, Airlines in Transition: Hybridisation and operating dual brands

Ver também a referência à Air France na apresentação do AF/KLM Group no Investor Day em 11 de

Setembro de 2014.

(4)Ver 2013.04

http://centreforaviation.com/analysis/airlines-in-transition-part-3-how-full-service-airlines-are-

reshaping-models-to-be-more-competitive-105757

CAPA, Airlines in Transition part 3: How full service airlines are reshaping models to be more competitive

(5)The misery of a Ryanair flight is a common tie that binds, FT online, 27 de Setembro de 2013

http://www.ft.com/intl/cms/s/0/b4cf175e-275e-11e3-8feb-00144feab7de.html#axzz3iOzmqdYY

(6)Financial year ends as follows: Financial year ends of others as follows: Croatia Airlines, Jet2.com,

Ryanair Mar-2013; Virgin Atlantic Feb-2013,TAP Portugal, Brussels Airlines, Pegasus Airlines, Air Berlin,

Turkish Airlines, Lufthansa, Aer Lingus, IAG, Iberia, BA, Air France-KLM, Finnair, Norwegian, Vueling

Dec-2012; Monarch, SAS Oct-2012; easyJet Sep-2012; Wizz Air, Mar-2012, Germanwings Dec-2011

(7)Ver 2013.10.09

http://centreforaviation.com/analysis/germanwings-can-a-premium-strategy-sustain-an-lcc-lufthansa-

would-like-to-think-so-132547

CAPA, Germanwings: can a premium strategy sustain an LCC? Lufthansa would like to think so

(8)Ver 2016.06.19

http://centreforaviation.com/analysis/eurowings-develops-innovative-partnership-approach-but-cask-

reduction-may-not-go-far-enough-287300

CAPA, Eurowings develops innovative partnership approach, but CASK reduction may not go far enough

II.2.Industrias europeias do transporte aéreo – contexto

II.2.1.Introdução

(1)Eurostat, Air transport statistics, Data from November 2015, acessível em

Page 129: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

129

http://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php/Air_transport_statistics

(2) Boeing, Current Market Outlook 2015–2034, p. 17.

II.2.2.Transporte aéreo na Europa

(1)O relatório da União Europeia referente a 2013 é publicado em meados de 2015 e o de 2014 ainda

não foi publicado (Agosto de 2016). Ver European Commission Annual Analyses of the EU Air Transport

Market 2013 - Final Report, April 2015.

(2)Utilizamos a informação referente a 2015 do World Airline Ranking 2015 do site http://www.airlines-

inform.com/ que refere como fonte Airline Business, July-August 2015.

(3)Ver 2015.04.03

http://centreforaviation.com/analysis/europes-airlines-underachieve-in-profit-margins-but-lccs-typically-

perform-better-than-fscs-217527

CAPA, Europe's airlines underachieve in profit margins, but LCCs typically perform better than FSCs

(4)Documento da Nota (1), p.26.

(5)Ver 2015.04.03

http://centreforaviation.com/analysis/europes-airlines-underachieve-in-profit-margins-but-lccs-typically-

perform-better-than-fscs-217527

CAPA, Europe's airlines underachieve in profit margins, but LCCs typically perform better than FSCs

(6)Ver 2014.06.04.CAPA.Airline.Consolidation.Europe.USA

http://centreforaviation.com/analysis/airline-consolidation-could-europe-follow-north-americas-path-to-

improved-margins-170975

Airline consolidation: could Europe follow North America's path to improved margins?

(7)Documento da Nota (1), p.nn.

(8)Os cinco CEO’s são Willie Walsh do IAG, Carolyn McCall da easyJet, Michael O’Leary da Ryanair,

Alexandre de Juniac da Air France-KLM e Carsten Spohr da Lufthansa. FALTA

(9)Antigo 7 FALTA

(10)Entre muitas possibilidades, ver Simon Kurash, Airline Consolidation: A Study of the American-US

Airways Merger, Other Major Mergers from the Past Two Decades, and Their Effect on Consumers.

II.3.Industria europeia de Low Cost Carriers

II.3.1.Introdução

(1)Não ignoramos que o CAPA subdivide as LCC de maneira diferente, mas esta é a que melhor se

adapta às LCC em Portugal. Entre outros, ver 2014.10.24.CAPA.Transavia.Part.1

http://centreforaviation.com/analysis/transavia-part-1-pilots-agree-vital-growth-in-france-air-france-to-

rue-end-of-pan-euro-lcc-plan-192544

Transavia part 1. Pilots agree vital growth in France; Air France to rue end of pan-Euro LCC plan

(2)Ver 2016.06.01

Page 130: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

130

http://centreforaviation.com/analysis/iata-air-france-klm-iag-lufthansa-lcc-strategies-denial-submission-

retreat-now-counter-attack-282296

Air France-KLM, IAG, Lufthansa LCC strategies: denial, submission, retreat, now counter-attack

O gráfico II.3.1.a exclui TUI Group e Thomas Cook Group que são LLCC, a Sun-Express joint venture de

Turkish Airlines e Lufthansa e agora na actividade de LHLCC da Lufthansa), as turcas Pegasus e Onur Air

são LCC, a Volotea (LCC de Barcelona, a romena Blue Air e a Air Baltic da Letónia.

(3)Perform 2020, Alexandre de Juniac, CEO do Grupo Air France/KLM, Amstelveen, the 9th September

2014. O autor destaca: Prévisions par compagnie : commandes fermes connues en juin 2014 - fin des

contrats de lease.

(4)Ver CAPA, Low Cost Carriers (LCCs) em http://centreforaviation.com/profiles/hot-issues/low-cost-

carriers-lccs

Não consideramos as tentativas de subdividir as LCC em sub-groups, como as do CAPA e anna.aero.

(5)CAPA inicio 2013 e nota antiga (6)

(6)European Commission, Annual Analyses of the EU Air Transport Market 2013, Final Report, April 2015

(7)Ver 2015.06.03

http://centreforaviation.com/analysis/who-has-the-right-model-for-european-aviation-pan-european-

airlines-lead-but-models-vary-225831

CAPA, Who has the right model for European aviation? Pan-European airlines lead, but models vary

(8)Ver 2016.02.01

http://www.bloomberg.com/news/articles/2016-02-01/easyjet-ceo-says-flailing-air-france-lufthansa-

are-easy-prey

EasyJet CEO Says `Flailing' Air France, Lufthansa Are Easy Prey

(9)Ver 2016.03.24

http://centreforaviation.com/analysis/capa-airlines-in-transition-how-fscs-can-regain-short-haul-share-

from-lccs-part-1-at-the-coal-face-271659

CAPA Airlines in Transition. How FSCs can regain short haul share from LCCs Part 1: at the coal face

(10)Documento da Nota (7)

(11)IAG capital markets day presentation 7-Nov-2014 slide 67

(12)Ver 2016.01.07

http://www.anna.aero/2016/01/07/worlds-airlines-started-over-3100-new-routes-in-2015/

World’s airlines started over 3,100 new routes in 2015; easyJet, Ryanair, Vueling and Wizz Air take top

four places for most new routes

(13)Ver 2015.06.03

http://centreforaviation.com/analysis/who-has-the-right-model-for-european-aviation-pan-european-

airlines-lead-but-models-vary-225831

CAPA, Who has the right model for European aviation? Pan-European airlines lead, but models vary

Page 131: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

131

II.3.2.Ryanair Ficha.II

(1)Ver2016.05.24.CAPA.Ryanair.FY2016

http://centreforaviation.com/analysis/ryanairs-best-margin-since-2005-illustrates-the-success-of-

always-getting-better-programme-282810

Ryanair's best margin since 2005 illustrates the success of 'Always Getting Better' programme

(2)Ver 2013.06.19 Boeingmediaroom, Boeing, Ryanair Finalize Order for 175 Next-Generation 737s

http://boeing.mediaroom.com/2013-06-19-Boeing-Ryanair-Finalize-Order-for-175-Next-Generation-

737s

(3)Ver

http://www.sec.gov/Archives/edgar/data/1038683/000119163813000811/rya201306206k.htm

-2014.09.08 The Guardian, Ryanair aims to double passenger numbers after Boeing aircraft deal

http://www.theguardian.com/business/2014/sep/08/ryanair-passenger-numbers-boeing-aircraft-deal

-a terceira previsão é anunciada na apresentação dos resultados do H12016.

(4)Ver

http://corporate.ryanair.com/news/news/14910-ryanair-takes-delivery-of-first-of-180-new-boeing-737-

800-ngs/?market=en

(5)Ver 2014.10.17 Reuters, Ryanair sees plenty more growth within Europe

http://uk.reuters.com/article/2014/10/17/uk-ryanair-growth-idUKKCN0I61LK20141017

II.3.3.easyJet Ficha.II

(1)Notas – 1) Catchment areas defined as population living within 50km of airports within the market

and ranked according to GDP for that area; 2) Rank of short haul capacity for the 12 months to

September 2015; 3) Manchester catchment includes Liverpool airport; 4) Dusseldorf catchment includes

Cologne, Dortmund, Friedrichshafen, Nuremburg and Paderborn; 5) Zurich catchment includes Basel

(2)Ver 2014.11.28 CAPA, EasyJet SWOT: you must be getting things right if Stelios has gone quiet

http://centreforaviation.com/analysis/easyjet-swot-you-must-be-getting-things-right-if-stelios-has-

gone-quiet-198615

(3)Ver 2014.11.28 CAPA, EasyJet SWOT: you must be getting things right if Stelios has gone quiet

http://centreforaviation.com/analysis/easyjet-swot-you-must-be-getting-things-right-if-stelios-has-

gone-quiet-198615

(4)Entrevista da CEO Carolyn McCall à Flightglobal em 22 de Março de 2012. Ver

https://www.flightglobal.com/news/articles/interview-easyjet-chief-executive-carolyn-mccall-369719/

II.3.4.Vueling Ficha.II

(1)Ver 2014.03.03 CAPA, IAG back in profit. British Airways' profit doubles, Iberia losses narrow &

Vueling shows its worth

http://centreforaviation.com/analysis/iag-back-in-profit-british-airways-profit-doubles-iberia-losses-

narrow--vueling-shows-its-worth-155353

Page 132: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

132

(2)Ver 2013.04.18 CAPA, Airlines in Transition part 3: How full service airlines are reshaping models to

be more competitive

http://centreforaviation.com/analysis/airlines-in-transition-part-3-how-full-service-airlines-are-

reshaping-models-to-be-more-competitive-105757

(3)Ver 2015.07.01 CAPA, Barcelona El Prat: Europe's leading airport for LCCs a battleground in fight for

business travellers

http://centreforaviation.com/analysis/barcelona-el-prat-europes-leading-airport-for-lccs-a-battleground-

in-fight-for-business-travellers-232840

(4)Ver 2012.03.23

http://evaint.com/industry-news/vueling-opens-its-first-permanent-base-at-rome-fiumicino-airport

Vueling opens its first permanent base at Rome Fiumicino airport

-2013.11.22

http://www.anna.aero/2013/11/22/vuelings-rome-expansion-designed-help-push-alitalia-edge/

Vueling’s Rome expansion designed to help push Alitalia over the edge?

(5)Ver 2015.02.11 CAPA, Rome Fiumicino Airport: Vueling, Ryanair, easyJet and Alitalia are locked in

mortal combat

http://centreforaviation.com/analysis/rome-fiumicino-airport-vueling-ryanair-easyjet-and-alitalia-are-

locked-in-mortal-combat-209110

(6)Ver 2015.11.25 CAPA, Vueling's new CEO only needs to stay ahead of rival LCCs on service quality.

And keep cutting costs

http://centreforaviation.com/analysis/vuelings-new-ceo-only-needs-to-stay-ahead-of-rival-lccs-on-

service-quality-and-keep-cutting-costs-254676

(7)Ver 2015.11.06 El Pais, Álex Cruz, el hombre que convenció a Willie Walsh

http://economia.elpais.com/economia/2015/11/06/actualidad/1446807964_303650.html

(8)Ver 2013.02.28 CAPA, Vueling: a Spanish success story coveted by IAG

http://centreforaviation.com/analysis/vueling-a-spanish-success-story-coveted-by-iag-99229

II.3.5.Transavia Ficha.II

(1)Em verificação.

(2)Air France/KLM Group, Reference document, 2005/2006, p. 72

(3)Air France/KLM Group, Documento annual 2015.

(4)Ver 2015.02.19 CAPA Outlook 2015: Western Europe - Uncertain impact of lower fuel prices to

determine the outlook

http://centreforaviation.com/analysis/capa-outlook-2015-western-europe---uncertain-impact-of-lower-

fuel-prices-to-determine-the-outlook-209504

(5)Ver 2014.09.10 LesEchos, Alexandre de Juniac : « Nous comptons investir 1 milliard d'euros dans

Transavia »

http://www.lesechos.fr/10/09/2014/LesEchos/21768-080-ECH_alexandre-de-juniac-----nous-comptons-

investir-1-milliard-d-euros-dans-transavia--.htm

Page 133: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

133

(6)Para este item e o seguinte, ver Af/KLM Group, Perform 2020, Amstelveen, September 9th 2014,

Confidential, slides 7 e 8.

(7)Ver 2014.10.09 NilSanyas, AF - les pilotes avait-ils raison de faire grève

https://votrejournaliste.wordpress.com/2014/10/09/air-france-les-pilotes-avaient-ils-raison-de-faire-

greve/

(8)Ver 2014.09.24 Le Figaro, Air France : la direction annonce une reprise des négociations

http://www.lefigaro.fr/societes/2014/09/24/20005-20140924ARTFIG00048-apres-10-jours-de-greve-

les-pilotes-d-air-france-obtiennent-gain-de-cause.php

(9)O texto desta alínea d) é baseado em 2015.12.08 CAPA, Transavia: Munich to be first base outside

home markets, but Air France-KLM's LCC still lacks scale

http://centreforaviation.com/analysis/transavia-munich-to-be-first-base-outside-home-markets-but-air-

france-klms-lcc-still-lacks-scale-256391

II.3.6.Eurowings Ficha.II

(1)Ver 2015.11.26 CAPA, Lufthansa to Germanwings to Eurowings. Long haul and lower cost as

Lufthansa seeks solutions

http://centreforaviation.com/analysis/lufthansa-to-germanwings-to-eurowings-long-haul-and-lower-

cost-as-lufthansa-seeks-solutions-255083

(2)Ver 2016.06.19 CAPA, Eurowings develops innovative partnership approach, but CASK reduction may

not go far enough

http://centreforaviation.com/analysis/eurowings-develops-innovative-partnership-approach-but-cask-

reduction-may-not-go-far-enough-287300

(3)Ver https://www.lufthansagroup.com/en/press/news-

releases/singleview/archive/2012/december/06/article/2281.html

(4)Ver 2013.04.06 CAPA, Germanwings rebrands: you say you want a revolution? To be led by cost and

operation

http://centreforaviation.com/analysis/germanwings-rebrands-you-say-you-want-a-revolution-to-be-led-

by-cost-and-operations-104001

(5)Ver Figura II.1.a e 2013.10.09 CAPA, Germanwings: can a premium strategy sustain an LCC?

Lufthansa would like to think so

http://centreforaviation.com/analysis/germanwings-can-a-premium-strategy-sustain-an-lcc-lufthansa-

would-like-to-think-so-132547

(6)Entre outros, ver Expert Session on LH Passenger Airlines and the new germanwings October 4th

2013, slide 15

(7)Ver 2014.09.11 Bloomberg, Lufthansa Pilots to Get Offer as Strike Cripples Munich

http://www.bloomberg.com/news/articles/2014-09-10/lufthansa-pilots-to-get-offer-as-strike-cripples-

munich

(8)Ver 2014.09.24 BBT, Ryanair boss O’Leary: Air France strike ‘wonderful’ for low-cost carriers

http://buyingbusinesstravel.com/news/2423153-ryanair-boss-o%E2%80%99leary-air-france-strike-

%E2%80%98wonderful%E2%80%99-low-cost-carriers

(9)Ver 2014.07.09 New York Times, Lufthansa to Start Low-Cost, Long-Distance Airline

Page 134: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

134

http://www.nytimes.com/2014/07/10/business/international/lufthansa-to-start-low-cost-long-distance-

airline.html?_r=0

(10)Ver http://investor-

relations.lufthansagroup.com/index.php?id=104&tx_ttnews[tt_news]=1992&L=1&no_cache=1

(11)Ver 2015.04.28 businesstraveller, Germanwings name to be retired

http://www.businesstraveller.com/news/101615/germanwings-name-to-be-retired

(12)Ver 2015.06.29 Reuters, Lufthansa eyes Eurowings as platform for consolidation

http://www.reuters.com/article/us-lufthansa-investment-idUSKCN0P91O920150629

(13)Ver 2016.02.17 anna.aero30-Second Interview – Michael O’Leary, CEO, Ryanair

http://www.anna.aero/2016/02/17/30-second-interview-michael-oleary-ceo-ryanair/

(14)Ver documento da Nota (1).

(15)2Ver 012.09.04 Spiegel, Strikes Across Germany: Fronts Harden in Lufthansa Labor Dispute

http://www.spiegel.de/international/business/lufthansa-cabin-crews-strike-at-three-german-airports-a-

853659.html

II.3.9.Monarch Ficha.II

(1)Ver 2015.07.07 CAPA, Monarch Airlines' 1H2015 shows recovery progress after a near-death

experience in 2014

http://centreforaviation.com/analysis/monarch-airlines-1h2015-shows-recovery-progress-after-near-

death-experience-in-2014-233867

(2)Ver 2016.05.03, anna.aero, Monarch Airlines adds three new destinations for 2016; 12 new routes,

eight dropped as flights set to increase by 5% this summer

http://www.anna.aero/2016/05/03/monarch-airlines-grows-from-92-to-96-routes-for-

s16/?utm_source=anna.aero+newsletter&utm_campaign=408b0285fd-

anna_nl_040516&utm_medium=email&utm_term=0_ecdbf41674-408b0285fd-86866509

(3)ETOPS is an aviation acronym for Extended Operations. The term used to signify Extended Range

Operation with Two-Engine Airplanes

(4)Ver document da Nota (2)

(5)Não dispomos de avaliação independente dos resultados a 30 de Outubro de 2015 nem de publicação

de relatório anual. Ver 2015.12.07 Trading Update for the year to 31 October 2015 £130 million

turnaround at Monarch

http://www.monarchholdingslimited.com/media/news-and-press-releases/2015/trading-update-for-the-

year-to-31-october-2015/

(6)Ver 2016.04.16 TheTelegraph, Monarch draws up list of European airlines for possible takeover

http://www.telegraph.co.uk/business/2016/04/16/monarch-draws-up-list-of-european-airlines-for-

possible-takeover/

(7)Ver 2016.04.28 Reuters, Monarch Airlines boss says eyeing acquisitions, not for sale

http://uk.reuters.com/article/uk-monarch-m-a-idUKKCN0XP1T4

Page 135: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

135

II.3.10.Jet.2.com Ficha.II

*Ver 2016.07.29

http://centreforaviation.com/analysis/jet2com-lcc-airlines-summer-may-be-cooled-by-new-boeings-

despite-parent-groups-profit-leap-294638

CAPA, Jet2.com: LCC airline's summer may be cooled by new Boeings, despite parent group's profit leap

II.3.11.AerLingus Ficha.II

(1)Ver 2004.03.01 FlightGlobal, Willie Walsh's new vision

https://www.flightglobal.com/news/articles/willie-walshs-new-vision-178092/

(2)Ver 2003.03.20 TheIrishTimes, Turn-around plan puts Aer Lingus back in black

http://www.irishtimes.com/news/turn-around-plan-puts-aer-lingus-back-in-black-1.467629

(3)Ver 2014.04.23 CAPA, Airlines in Transition: Hybridisation and operating dual brands, CAPA

http://centreforaviation.com/analysis/airlines-in-transition-hybridisation-and-operating-dual-brands-

164356

II.3.12.airberlin Ficha.II

(1)Ver 2016.06.11 CAPA, airberlin continues to shrink. Etihad remains supportive, but internal solution is

needed

http://centreforaviation.com/analysis/airberlin-continues-to-shrink-etihad-remains-supportive-but-

internal-solution-is-needed-285925

(2)Ver 2016.05.13 CAPA, airberlin must aim for a profit in 2016 after eighth straight operating loss in

2015 and 1Q2016 loss

http://centreforaviation.com/analysis/airberlin-must-aim-for-a-profit-in-2016-after-eighth-straight-

operating-loss-in-2015-and-1q2016-loss-279882

(3)Ver 2015.04.01 CAPA, Airberlin: another restructuring from another CEO after another loss in 2014

http://centreforaviation.com/analysis/airberlin-another-restructuring-from-another-ceo-after-another-

loss-in-2014-217005

(4)Ver 2013.03.21 CAPA, airberlin: in need of a cap that fits after another underlying loss

http://centreforaviation.com/analysis/airberlin-in-need-of-a-cap-that-fits-after-another-underlying-loss-

101860

II.3.13.Outras LCC Ficha.II

(1)Ver 2016.06.19

http://centreforaviation.com/analysis/eurowings-develops-innovative-partnership-approach-but-cask-

reduction-may-not-go-far-enough-287300

Eurowings develops innovative partnership approach, but CASK reduction may not go far enough

(2)Ver 2016.04.13

Page 136: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

136

https://centreforaviation.com/analysis/sunexpress-germany-summer-2016-route-launches-may-signal-

a-shift-to-a-more-pan-european-model-275871

SunExpress Germany: summer 2016 route launches may signal a shift to a more pan-European model

Sobre a empresa:

-“SunExpress Germany is a subsidiary of SunExpress, an Antalya-based leisure airline 50% owned by

each of Lufthansa and Turkish Airlines, and Lufthansa. Set up in 2011, Frankfurt-based SunExpress

Germany operates under a German licence and the SunExpress brand, using a fleet of 12 Boeing 737-

800s on leisure routes from Germany to leisure destinations in Mediterranean countries, in the main.”.

II.4.Industria europeia de Full Service Carriers

II.4.1.Introdução

(1)Não consideramos o ‘terceiro pilar’ das FSC’s (Carga, MRO e serviços).

(2)Ver 2015.01.09

http://centreforaviation.com/analysis/iag-swot-europes-leading-legacy-airline-group-shows-financial-

progress-and-strategic-confidence-204166

CAPA, IAG SWOT: Europe's leading legacy airline group shows financial progress and strategic

confidence

A conferência do CAPA em jjj 2016 explicita o significado actual de “operations” [d) de II.4.2].

(3)Ver 2016.02.19

http://centreforaviation.com/analysis/air-france-klm-makes-progress-in-2015-but-still-has-more-to-do-

labour-productivity-is-at-the-heart-267743

CAPA, Air France-KLM makes progress in 2015, but still has more to do. Labour productivity is at the

heart

(4)Apesar de pontual, na ocorrência um semana de Julho 2015, este tipo de avaliação é corrente e útil

se tivermos em conta as suas limitações. Ver 2015.07.10

http://centreforaviation.com/analysis/air-france-klm-swot-more-boldness-needed-to-develop-

partnerships-and-to-grow-transavia-234339

CAPA, Air France-KLM SWOT: more boldness needed to develop partnerships and to grow Transavia

(5)Ver 2015.07.10

http://centreforaviation.com/analysis/air-france-klm-swot-more-boldness-needed-to-develop-

partnerships-and-to-grow-transavia-234339

CAPA, Air France-KLM SWOT: more boldness needed to develop partnerships and to grow Transavia

(6)O Lufthansa Group segmenta o mercado em business travel e private travel [ver Anexo x]. A

referência final à duplo papel da Eurowings é de 2016.03.22

http://centreforaviation.com/analysis/lufthansa-needs-eurowings-to-take-it-to-greater-heights-after-

2015s-profit-improvement-272192

CAPA, Lufthansa needs Eurowings to take it to greater heights after 2015's profit improvement

(7)Ver 2016.06.01

Page 137: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

137

http://centreforaviation.com/analysis/iata-air-france-klm-iag-lufthansa-lcc-strategies-denial-submission-

retreat-now-counter-attack-282296

CAPA, Air France-KLM, IAG, Lufthansa LCC strategies: denial, submission, retreat, now counter-attack

(8)Ver 2013.04.18

http://centreforaviation.com/analysis/airlines-in-transition-part-3-how-full-service-airlines-are-

reshaping-models-to-be-more-competitive-105757

CAPA, Airlines in Transition part 3: How full service airlines are reshaping models to be more competitive

Sobre Jürgen Weber, ver 2012.09.04

http://www.spiegel.de/international/business/lufthansa-cabin-crews-strike-at-three-german-airports-a-

853659.html

Strikes Across Germany: Fronts Harden in Lufthansa Labor Dispute

(9)Ver 2015.06.03l

http://centreforaviation.com/analysis/who-has-the-right-model-for-european-aviation-pan-european-

airlines-lead-but-models-vary-225831

Who has the right model for European aviation? Pan-European airlines lead, but models vary

(10)Ver dois relatórios do CAPA:

-2016.03.24

http://centreforaviation.com/analysis/capa-airlines-in-transition-how-fscs-can-regain-short-haul-share-

from-lccs-part-1-at-the-coal-face-271659

CAPA, How FSCs can regain short haul share from LCCs Part 1: at the coal face

-2016.03.31

http://centreforaviation.com/analysis/how-fscs-can-regain-short-haul-share-from-lccs-part-2-high-level-

capa-airlines-in-transition-271751

CAPA, How FSCs can regain short haul share from LCCs Part 2: high level. CAPA Airlines in Transition

(11)Ver 2015.06.03

http://centreforaviation.com/analysis/who-has-the-right-model-for-european-aviation-pan-european-

airlines-lead-but-models-vary-225831

CAPA, Who has the right model for European aviation? Pan-European airlines lead, but models vary

(12)Ver

-2016.03.24

http://centreforaviation.com/analysis/capa-airlines-in-transition-how-fscs-can-regain-short-haul-share-

from-lccs-part-1-at-the-coal-face-271659

CAPA Airlines in Transition. How FSCs can regain short haul share from LCCs Part 1: at the coal face

-2016.03.31

http://centreforaviation.com/analysis/how-fscs-can-regain-short-haul-share-from-lccs-part-2-high-level-

capa-airlines-in-transition-271751

CAPA, How FSCs can regain short haul share from LCCs Part 2: high level. CAPA Airlines in Transition

Page 138: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

138

(13)Idem.

II.4.3.Air France/KLM Group Ficha.II

(1)Ver 2016.01.08 Bloomberg, Air France Risks Elite Exit With IAG Worth Seven Times More

http://www.bloomberg.com/news/articles/2016-01-08/air-france-klm-risks-elite-exit-with-iag-worth-

seven-times-more

(2)Ver 2016.02.19 CAPA, Air France-KLM makes progress in 2015, but still has more to do. Labour

productivity is at the heart

http://centreforaviation.com/analysis/air-france-klm-makes-progress-in-2015-but-still-has-more-to-do-

labour-productivity-is-at-the-heart-267743

(3)Ver 2015.10.16 CAPA, Air France: Seven years of losses before Works Council clash reveals a cracked

mirror

http://centreforaviation.com/analysis/air-france-seven-years-of-losses-before-works-council-clash-

reveals-a-cracked-mirror-248600

(4)Idem.

(5)Sobre Alexandre de Juniac e as suas declarações, ver respectivamente

-2014.03.16 Financial Times, Alexandre de Juniac, chairman and chief executive, Air France-KLM

http://www.ft.com/cms/s/0/a1ef8b32-a558-11e3-8070-00144feab7de.html#axzz44x4QwR7O

-2016.04.16 Financial Times, Air France risks ‘second tier status’, says chief of parent group

http://www.ft.com/cms/s/0/ab7ff1c4-fc03-11e5-b3f6-11d5706b613b.html#axzz4GTcbPRp2

(6)Ver 2016.07.28 Air France: la grève continue, la direction hausse le ton

http://www.dhnet.be/dernieres-depeches/afp/air-france-la-greve-continue-la-direction-hausse-le-ton-

5799f370357086b3e0db4407

(7)Documento da Nota (2).

(8)Ver 2014.12.12 CAPA, KLM: a decade after Air France merger, the smaller, but more profitable

partner also needs cost cuts

http://centreforaviation.com/analysis/klm-a-decade-after-air-france-merger-the-smaller-but-more-

profitable-partner-also-needs-cost-cuts-201122

(9)Ver, respectivamente

-2015.07.02

http://www.bloomberg.com/news/articles/2015-07-02/air-france-s-klm-cuts-winter-flights-as-revenues-

under-pressure

Air France’s KLM Cuts Winter Flights as Sales Under Pressure

-2015.07.08

http://www.wsj.com/articles/air-france-klm-reaches-agreement-with-dutch-pilots-1436375900

Air France-KLM Reaches Agreement With Dutch Pilots

(10)Documento da Nota (2).

Page 139: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

139

II.4.4.Lufthansa Group Ficha.II

(1)Ver 2016.06.23 CAPA, SWISS made almost half Lufthansa Passenger Group operating profits 2009-

2015, but trend slowing

http://centreforaviation.com/analysis/swiss-made-almost-half-lufthansa-passenger-group-operating-

profits-2009-2015-but-trend-slowing-287971

(2) Lufthansa Group Conference and Roadshow Presentation, January 2016, p. 17

(3)Ver 2016.01.08 Bloomberg, Air France Risks Elite Exit With IAG Worth Seven Times More

http://www.bloomberg.com/news/articles/2016-01-08/air-france-klm-risks-elite-exit-with-iag-worth-

seven-times-more

(4)Documento da Nota (1).

(5)O documento da Nota (1) é a fonte das citações nesta alínea.

(6)Ver 2008.09.15 Brussels Airlines and Lufthansa

https://www.brusselsairlines.com/en-be/corporate/partnerships/brussels-airlines-and-lufthansa.aspx

(7)Ver 2016.04.22 Bloomberg, Lufthansa Backs Consolidation as SAS, Condor Touted as Targets

http://www.bloomberg.com/news/articles/2016-04-22/lufthansa-backs-consolidation-as-sas-condor-

touted-as-targets

(8)Ver 2016.04.28 Bloomberg via SKIFT Lufthansa Wants to Combine Brussels Airlines With Eurowings

https://skift.com/2016/04/28/lufthansa-wants-to-combine-brussels-airlines-with-eurowings/

II.4.5.International Airlines Group (IAG) Ficha.II

(1)Ver 2016.02.19 CAPA, IAG has its best ever profit in 2015, helped by fuel and strategic vision and

pragmatism

http://centreforaviation.com/analysis/iag-has-its-best-ever-profit-in-2015-helped-by-fuel-and-strategic-

vision-and-pragmatism-269039

(2)Ver 2014.02.17 El País, Los pilotos de Iberia van a ser los más baratos del mundo

http://economia.elpais.com/economia/2014/02/17/actualidad/1392646660_378393.html

(3)Ver 2015.05.29 Financial Times, Willie Walsh’s ability to temper his tactics tested by AerLingus

http://www.ft.com/cms/s/0/6ebba470-05a2-11e5-bb7d-00144feabdc0.html#axzz4H8b5Iqkk

(4)Documento da Nota (1).

(5)As diversas fonts das citações deste item figuram no Documento de Trabalho IAG.

(6)Ver 2009.12.15 The Guardian, BA strike: conflict that was always on airline's flight path, Clash with

cabin crew had been looming since privatisation

http://www.theguardian.com/business/2009/dec/15/british-airways-strike-background

(7)Idem.

(8)Ver 2009.12.14 The Telegraph, BA strike: Q&A

http://www.telegraph.co.uk/travel/travelnews/6810822/BA-strike-QandA.html

(9)Ver 2011.05.12 The Guardian, BA and Unite reach deal to end cabin crew strikes

Page 140: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

140

http://www.theguardian.com/business/2011/may/12/british-airways-crew-strike-deal

(10)Ver 2015.09.30 CAPA, Iberia: the Futuro looks bright for IAG's star pupil as its confidence and

growth are transformed

http://centreforaviation.com/analysis/iberia-the-futuro-looks-bright-for-iags-star-pupil-as-its-

confidence-and-growth-are-transformed-246154

(11)Sobre estas declarações e as de Luis Gallego, ver:

-2013.09.22 El País, Tras la fusión, Iberia va peor y British, mejor. Espero que se reconduzca

http://economia.elpais.com/economia/2013/09/21/actualidad/1379795218_726121.html

-2013.11.15 El País, Si no arreglamos Iberia, estamos muertos

http://economia.elpais.com/economia/2013/11/15/actualidad/1384530197_359221.html

(12)Sobre as três declarações que seguem, ver respectivamente

-2012.12.07 El Mundo, Iberia suspenderá sus rutas a los destinos más turísticos, desde Cuba a Egipto

http://www.elmundo.es/elmundo/2012/12/07/economia/1354898039.html

-2012.12.11 El País, Soria ve “inaceptable” que haya que pasar por Londres para ir a La Habana

http://economia.elpais.com/economia/2012/12/11/actualidad/1355237432_477862.html

-2012.12.14 Aeronoticias, Iberia contesta al ministro Soria que no hay vuelo de Londres a Cuba

http://aeronoticias.com.pe/noticiero/index.php?option=com_content&task=view&id=34494&Itemid=1

(13)Ver 2015.02.27 BBC News, BA owner IAG reports soaring profits

http://www.bbc.com/news/business-31655443

(14)Ver 2015.12.15 El País, IAG amenaza con crecer en España si persiste el problema de Heathrow

http://economia.elpais.com/economia/2015/12/15/actualidad/1450213659_400267.html

II.4.6.TAP Ficha.II

(1)O leitor mais curioso sobre a TAP pode consultar os posts que publicámos a quando dos processos de

privatização. Sugerimos dois posts de Maio de 2015:

-TAP, a ‘transportadora aérea nacional’ – de 1976 a 2000

http://sergiopalmabrito.blogspot.pt/2015/05/blog-post.html

-Formação de uma TAP diferente – a gestão profissional de 2001/15

http://sergiopalmabrito.blogspot.pt/2015/05/formacao-de-uma-tap-diferente-gestao.html

(2)Grupo TAP, TAP – Transportes Aéreos Portugueses, SGPS, S.A. (Consolidação), Relatório de Gestão

(Principais factos) e Contas do exercício, 2015.

(3)Relatório da TAP SA referente a 2001, ponto sobre o Perfil [da companhia] e a estratégia a seguir.

(4)Neste caso preciso ver o post Pare! Olhe! Escute! Resultados das empresas do Grupo TAP entre

2003/2015 em http://sergiopalmabrito.blogspot.pt/2016/06/pare-olhe-escute-resultados-das.html

Page 141: Relatório · Representa ainda Turkish Airlines, Etihad e Emirates com CASKs inferiores aos das FSC. O sector ou segment é a ‘etapa de voo’ do Léxico. Figura II.1.a – Cost

141

II.4.7.FSC independentes Ficha.II

(1)Ver 2015.06.03 CAPA, Who has the right model for European aviation? Pan-European airlines lead,

but models vary

http://centreforaviation.com/analysis/who-has-the-right-model-for-european-aviation-pan-european-

airlines-lead-but-models-vary-225831

(2)Ver 2016.07.11 CAPA, Air Europa Part 1: Latin America drives growth. Iberia and new entrants

provide challenges

http://centreforaviation.com/analysis/air-europa-part-1-latin-america-drives-growth-iberia-and-new-

entrants-provide-challenges-290878

(3)Ver 2016.07.14 Publituris, EMIRATES SUSPENDE 2º VOO PARA LISBOA

http://www.publituris.pt/2016/07/14/emirates-suspende-2o-voo-lisboa/