RELAÇÃO DO TEMPO DE REAÇÃO COM AS CAPACIDADES … · Prof. Dr. Alair Pedro Ribeiro de Souza e...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM STRICTO-SENSU EDUCAÇÃO FÍSICA RELAÇÃO DO TEMPO DE REAÇÃO COM AS CAPACIDADES CONDICIONAIS E IDADE OSSEA EM DIFERENTES ESTÁGIOS MATURACIONAIS. FRANCISCO EMILIO SIMPLICIO DE SOUZA NATAL-RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM STRICTO-SENSU

EDUCAÇÃO FÍSICA

RELAÇÃO DO TEMPO DE REAÇÃO COM AS

CAPACIDADES CONDICIONAIS E IDADE OSSEA EM

DIFERENTES ESTÁGIOS MATURACIONAIS.

FRANCISCO EMILIO SIMPLICIO DE SOUZA

NATAL-RN

2016

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RELAÇÃO DO TEMPO DE REAÇÃO COM AS CAPACIDADES CONDICIONAIS E

IDADE OSSEA EM DIFERENTES ESTÁGIOS MATURACIONAIS.

FRANCISCO EMILIO SIMPLICIO DE SOUZA

Dissertação apresentada ao programa de pós-

graduação em Educação Física da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

como requisito parcial para o grau de Mestre

em Educação Física.

ORIENTADOR: Prof. Dr. BRENO GUILHERME DE ARAÚJO TINOCO CABRAL

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FRANCISCO EMILIO SIMPLICIO DE SOUZA

RELAÇÃO DO TEMPO DE REAÇÃO COM AS CAPACIDADES CONDICIONAIS E

IDADE OSSEA EM DIFERENTES ESTÁGIOS MATURACIONAIS.

Presidente da Banca: Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral (UFRN) - Orientador

Prof. Dr. Paulo Moreira Silva Dantas (UFRN) – Membro Interno

Prof. Dr. Alair Pedro Ribeiro de Souza e Silva (UFRJ) – Membro Externo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM STRICTO-SENSU EDUCAÇÃO FÍSICA

COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM

EDUCAÇÃO FÍSICA

COORDENADOR: Prof. Dr. Arnaldo Luís Mortatti

VICE-COORDENADOR: Prof. Dr. Eduardo Caldas Costa

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UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede

Catalogação da Publicação na Fonte

Souza, Francisco Emilio Simplicio de.

Relação do tempo de reação com as capacidades condicionais e idade óssea em diferentes

estágios maturacionais / Francisco Emilio Simplício de Souza. - Natal, RN, 2016.

53 f. : il.

Orientador: Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de

Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Educação Física.

1. Ossos - Dissertação. 2. Esporte - Dissertação. 3. Tempo de reação - Dissertação. 4. Idade

óssea - Dissertação. 5. Maturação - Dissertação. I. Cabral, Breno Guilherme de Araújo

Tinoco.

RN/UF/BCZM CDU 612.75

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha inspiração, energia,

combustível, meu filho Bernardo, que me trouxe todos os

motivos para seguir em frente sempre, o meu algo a mais,

por ele sempre tenho que passar dos meus limites, antes

dele nascer imaginava qual era meu limite, depois dele

nascer essa palavra “limite” transformo em “desafio” que

somo a “superação”, meu filho, minha maior riqueza, esse

trabalho como a minha vida é dedicada a você, te amo!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiro a Deus, pelo dom da minha vida, saúde, conforto, alimento

espiritual e por esta sempre comigo, nos momentos de angustias, não ter me deixado abater,

sempre me levantando, mostrando o caminho, por me colocar sempre nos melhores caminhos

que ele desenhou, além de trazer as melhores pessoas que eu pudesse conhecer e aprender

sempre.

Aos meus queridos pais, meu querido pai Eloi pelo exemplo de pessoa e profissional

que sempre foi, pelo investimento nos meus estudos, por nunca ter me deixado faltar nada.

Minha querida mãe Edilza, pelos melhores sentimentos, atenção, carinho, dedicação,

responsabilidade e amor, sem vocês nada disso teria sido possível, se eu não tivesse os

melhores professores da vida, meu ídolo, meu pai e minha mãe por ter me conceituado na

prática o que é o amor.

Aos meus irmãos, meu amigo, conselheiro, exemplo, Dimas, por saber usas as palavras

no momento certo, elogiar quando se faz necessário, cobrar quando tem que ser, por ser meu

equilíbrio entre a razão e a emoção. Minha irmã Heronilda, pelo exemplo, por todo afeto, ao

sair e chegar em casa e saber que você vai está lá para me receber e me da o carinho mais

sincero.

A minha namorada, amor, amiga, companheira, exemplo, Ubilina, que conheci

exatamente através dessa experiência maravilhosa chamada mestrado, por termos orientadores

amigos em comum e eu não sabia que além da maior experiência da minha vida, também

conheceria uma pessoa tão especial como você, com qualidades que jamais pensei encontrar

em alguém, sentir com o coração, além de me guiar durante todo esse processo. Você foi a

experiência, a palavra certa no momento certo para que em todo o momento eu acreditasse que

tudo seria válido, você via os avanços quando eu não via, os erros quando eu não enxergava,

obrigado por tudo meu amor, te amo.

A minha cunhada, Juliana, por toda amizade, carinho, respeito e torcida durante esse

período, sempre me perguntando se estava tudo indo bem, obrigado pela atenção e carinho, te

admiro bastante, um beijo!

Ao meu amigo Jefferson Tafarel, se não fosse você, provavelmente eu não estaria aqui.

Lembro bem, quando no primeiro semestre de 2013 nos encontramos na UFRN e você me

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perguntou o que estava fazendo profissionalmente e naquele momento eu me encontrava

formado e fora do mercado de trabalho, cheio de dúvidas e sem saber o que fazer, quando você

me fala que está concluindo o mestrado e me apresenta a oportunidade de entrar em uma

disciplina como aluno especial, incentivo aquele que me levaria e fizesse chegar aonde estou

hoje. Muito obrigado meu amigo.

Ao Professor Dr Breno Cabral, meu orientador, exemplo como pessoa e profissional.

Professor eu vou tentar em algumas palavras ser grato, mas tenho certeza que mesmo que use

todas as palavras não chegará perto ao que o senhor me proporcionou ao longo desse percurso.

Obrigado por toda atenção, não me recordo um único e-mail sem ser respondido antes de 24

horas, nenhum momento que te procurei e não me atendeu, o que não é fácil por todas as

responsabilidades que tem. Um ser humano, de uma família que é um exemplo, tanto

humanamente como no esporte e o senhor carrega e honra todos esses valores. Obrigado pela

paciência, entre toda minha correria, com filho, família, trabalho e conseguir da conta. Os

ensinamentos, por ter me dado estímulos do que é ser pesquisador, trazer a ciência para as

respostas que precisamos. Professor muito obrigado por tudo, Deus te abençoe sempre, conta

comigo no que precisar. Um forte abraço!

Ao Professor Dr Paulo Dantas a quem carinhosamente chamo de Paulão, por ter sido

porta de entrada no mestrado, por ter apostado, acreditado, me incluído no grupo AFISA,

confesso que no primeiro ano foi muito difícil, por que encontrei pessoas do mais alto nível e

eu não estava perto de tamanha experiência e competência que todos tinham. Obrigado por

todos os “puxões” de orelha que não foram poucos, mas extremamente importantes e

necessários para que eu chegasse nesse momento. O senhor é um grande ser humano, dos

melhores valores que uma pessoa pode ter. Um abraço!

Ao professor Dr Pedro Ribeiro, por ter proporcionado a maior experiência acadêmica

que tive conhecer outro grupo de pesquisa e compreender a integração entre áreas diferentes.

O senhor é um grande exemplo de pessoa, professor e pesquisador. Deus o abençoe sempre,

Um grande abraço! A professora Dra Bruna Velasques, pela atenção, assistência e respeito

comigo quando estive na UFRJ-IPUB, parabéns pela ótima pessoa e profissional que é, um

abraço!

Ao professor Dr Arnaldo Mortatti, pelos ensinamentos, incentivo que tivemos ao longo

desses anos, sendo o primeiro professor que conversei quando pensei em me arriscar e fazer o

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concurso do mestrado, obrigado também pelos momentos que foi duro, por querer meu

crescimento pessoal e acadêmico. Um forte abraço!

Aos amigos da maturação por tudo, sem vocês nada disso teria acontecido, desde as

discussões no projeto, pesquisa, apoio em todos os momentos, apontamento de erros onde só

fizemos crescer juntos. Meu respeito, gratidão e admiração por todos vocês, queridos amigos

que a vida me deu através do mestrado, Vanessa Pinto desde a graduação e a amizade se

estendeu na pós-graduação sempre pronta para ajudar em todos os momentos. Renata Nacer

sempre conversamos muito sobre os problemas enfrentados e sempre dando força um ao outro

que iríamos superar. Meu amigo Leandro Medeiros que o mestrado me deu, um camarada

sempre disposto a ajudar e que aprendi bastante. Thaisys Blanc, sempre ajudando a enxergar

os erros. Matheus Peixoto, nosso integrante mais novo do grupo, sempre disposto a contribuir

e pronto para ajudar. João Paulo Araújo, obrigado pela força meu irmão durante todo esse ano

e Kezianne Castro muito obrigado pela ajuda nas discussões.

Aos meus amigos, Mauro Jerônimo, pela torcida de sempre ao meu sucesso, por

sempre discutimos sobre nossos assuntos em comum, por toda sua amizade, mais um irmão

que a vida me deu. A meu amigo José Edson, amigo que conheci através do mestrado, por

toda assistência e troca de conhecimentos que tivemos.

A todos os integrantes do grupo de pesquisa AFISA pela oportunidade de aprender e

conviver com vocês, grupo de muita qualidade e de ótimas pessoas.

A todos os professores do PPGEF-UFRN por compartilhar os seus conhecimentos com

tamanha competência.

A todos os funcionários do DEF/UFRN por toda limpeza, organização das salas,

favorecendo ótimos ambientes para que tudo acontecesse da melhor forma.

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“Se quiser ir rápido, vá sozinho; se quiser ir longe, vá em grupo”

(Provérbio Africano)

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Análise descritiva do perfil amostral.

Tabela 2 – Analise das correlações de Pearson com a variável dependente Idade Cronológica,

Idade Óssea, Maturação e Tempo de Reação em função da Idade Cronológica, Idade Óssea,

Maturação, Tempo de Reação, Agilidade, Velocidade de Membros Superiores (MMSS) e

Velocidade de Membros Inferiores (MMII).

Tabela 3 - Regressão individual com as variáveis dependentes para analise do

comportamento, Tempo de Reação, Maturação e Idade Óssea.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Distribuição da classificação dos indivíduos em Idade Cronológica (IC) e Idade

Óssea (IO).

Gráfico 2 - Distribuição da classificação da maturação

Gráfico 3 - Dispersão do o tempo de reação (s) e a idade óssea (anos)

Gráfico 4 - Dispersão entre os dados do tempo de reação(s) e a maturação

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fatores que influenciam no desenvolvimento do individuo

Figura 2 – Representação do posicionamento das mãos no teste de velocidade de membro

superiores.

Figura 3 - Representação do deslocamento do teste de velocidade de membros inferiores

Figura 4 – Representação do deslocamento na realização no teste “T” de agilidade

Figura 5 - Etapas das fases do Teste de Stroop (a) primeira etapa (congruente); (b) segunda

etapa (congruente); (c) terceira etapa (incongruente).

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LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

IC – Idade Cronológica

ISAK - International Society of the Advancement of Kinanthropometry

IO – Idade Óssea

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences

TCLE – Termo Livre de Cossentimento Esclarecido

TR - Tempo de Reação

°C – Temperatura Registrada em Graus Celsius

® - Marca Registrada

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RESUMO

RELAÇÃO DO TEMPO DE REAÇÃO COM AS CAPACIDADES CONDICIONAIS E

IDADE OSSEA EM DIFERENTES ESTÁGIOS MATURACIONAIS

Autor: Francisco Emilio Simplicio de Souza

Orientador: Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral

Introdução: Tempo de reação é uma das capacidades cognitivas que o atleta necessita para

prática do esporte, uma vez que o preparo físico e técnico estará também associado a o quanto

antes ele consegue tomar a decisão ao receber o estímulo. Objetivo: Avaliar a relação dos

diferentes estágios maturacionais e as capacidades condicionais com o tempo de reação de

crianças e jovens praticantes de atividade esportiva. Metodologia: Estudo caracterizado como

descritivo e com tipologia transversal. A amostra foi composta por 104 indivíduos, sendo 71

meninos e 33 meninas. As etapas da pesquisa foram as seguintes: Aferição de dobra e

perimetria; realização do teste de stroop – testinpacs; realização do teste de velocidade de

membros inferiores, em seguida para verificar a velocidade de membros superiores dos

indivíduos e agilidade. Resultados: Com o p<0,01 apresentou correlações entre o tempo de

reação e a idade óssea -,354 e com a maturação -,312, na correlação com p<0,05 houve

correlação com a idade cronológica -,212. O tempo de reação não apresentou correlações com

as capacidades condicionais. A idade óssea apresentou correlação com a velocidade de

membros inferiores -,242 e a maturação correlacionou-se com a agilidade,243. Na regressão

linear individual, o tempo de reação como variável dependente e o p<0,01, teve a maior

significância com a idade óssea ,000 e com a maturação apresentando o valor ,001, com o

p<0,05 apresentou relação com a idade cronológica com resultado ,031. Conclusão: No

presente estudo, foi identificado que os indivíduos com estágios maturacionais mais

acelerados, apresentaram um menor tempo de reação.

Palavras-chave: Esporte, tempo de reação, maturação e idade óssea.

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ABSTRACT

RELATIONSHIP WITH REACTON TIME WITH CONDITIONAL CAPACITIES AND

BONE AGE IN DIFFERENT MATURATIONAL STAGES

Author: Francisco Emilio Simplicio de Souza

Menthor: Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral

Introduction: Reaction time is one of the cognitive skills, that the athlete needs to practice

sports, since the physically and technical efficacy is also associated with the speed of the

decision making after receiving the stimulus.Objective: Evaluate the relationship of the

different maturation stages and conditional capabilities with the kids reaction time and young

practitioners of sports Methodology: Study characterized as descriptive and cross-typology.

The sample consisted of 104 individuals, 71 boys and 33 girls. The steps of the research were

as follows: scouting folds and circumference; realization of the Stroop test - testinpacs;

realization speed test of the lower limbs, with the 20-meter test, then the strike of test plates to

check the speed of the upper limbs of individuals and ending with "T" test for agility analysis

Results: With p <0.01 showed correlations between the reaction time and the bone age - 354

and maturation - 312, in correlation with p <0.05 correlation with chronological age - 212. The

reaction time showed no correlations with the conditional capabilities. Bone age with

correlated with the speed of the lower limbs - 242 and maturation correlated with the speed p

with the result, 243. In individual linear regression, reaction time as the dependent variable,

had the greatest significance to the bone age, 000 and maturation having the value 001, were

related to chronological age with a result, 031. Conclusion: In this study, it was identified that

individuals with more accelerated maturational stages and with greater bone age showed a

lower reaction time.

Keywords: Sport, reaction time, maturation and bone age.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 17

2. OBJETIVOS .......................................................................................................................... 20

2.1 Objetivo geral ................................................................................................................... 20

2.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 20

3. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................. 21

3.1 Crescimento, Maturação e Desenvolvimento .................................................................. 21

3.2 Iniciação Esportiva...........................................................................................................23

3.3 Capacidades Condicionais ............................................................................................... 24

3.4 Tempo de Reação.............................................................................................................26

4. METODOLOGIA..................................................................................................................28

4.1 Desenho do Estudo...........................................................................................................28

4.2 População e Amostra........................................................................................................28

4.2.1 Critérios de Inclusão......................................................................................................28

4.2.2 Critérios de Exclusão.....................................................................................................28

4.3 Instrumentos e Procedimentos..........................................................................................28

4.3.1 Idade Óssea................................................................................................................28

4.3.2 Idade Cronológica......................................................................................................30

4.3.3 Avaliação da Maturação...........................................................................................30

4.4 Avaliação da Capacidade Condicional............................................................................30

4.4.1 Velocidade de Membros Superiores..........................................................................30

4.4.2 Velocidade de Membros Inferiores...........................................................................31

4.4.3 Agilidade...................................................................................................................31

4.5 Avaliação do Tempo de Reação......................................................................................32

4.5.1 Teste de Stroop Computadorizado - Testinpacs........................................................32

4.6 Tratamento Estatístico......................................................................................................33

5.RESULTADOS.......................................................................................................................35

6.DISCUSSÃO..........................................................................................................................41

7.CONCLUSÃO........................................................................................................................45

8.REFERÊNCIAS......................................................................................................................46

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1 INTRODUÇÃO

O esporte brasileiro vive um momento de megaeventos a partir da década de 2000, uma

vez que sediamos já o Panamericano em 2007 na cidade do Rio de Janeiro, a Copa do Mundo

de Futebol em 2014 e em 2016 será realizado os Jogos Olímpicos na cidade do Rio de Janeiro,

Rosa (2011). A partir desses megaeventos esportivos a população passa está mais integrada

sobre o esporte, seja assistindo ou praticando, no caso dos jovens esportistas a forma de

inserção é através da escola nas aulas de educação física ou integrar a equipe de uma

modalidade da escola, o ingresso também pode ser através de clube especifico do esporte para

iniciação ou participar de um treinamento organizado em longo prazo ou praticar por lazer,

momento que o individuo em seu tempo livre escolhe uma atividade para exercer, sendo a

prática de esportes um dos conteúdos do lazer, chamado de físico.

Assim torna-se cada vez mais importante o cuidado na formação dos jovens atletas,

saber as etapas que ele passa biologicamente, psicologicamente e socialmente no processo de

seleção e orientação esportiva. Cuidado esses, que os professores responsáveis pelo processo

tem que ter, para que não se cometam erros que levem o individuo a desistência do esporte por

algum desses fatores (bio-psico-social), pois o mesmo recebe estímulos de todos esses

processos, como apresentado na (figura 1).

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Figura 1 – Fatores que influenciam no desenvolvimento do individuo

São nas primeiras fases da vida que o crescimento e desenvolvimento se tornam os

aspectos importantes para o organismo, sendo assim a idade maturacional vai relacionar-se

com o desenvolvimento, Malina e Bouchard (2002). A maturação então seria as mudanças

qualitativas, em busca do estado maduro onde o individuo atinge os melhores níveis de

desempenho das funções biológicas, existindo ainda o processo maturacional, que corresponde

ao tempo que ele levará para chegar à puberdade e o estado maturacional, que indica em qual

momento o individuo se encontra no processo, se atrasado biologicamente, com estado normal

ou acelerado, Malina, Bouchard e Bar-Or (2009). Assim, mudanças de crescimento ocorrem

durante a infância e adolescência, sendo importante o conhecimento do estado maturacional do

individuo, no entanto um dos problemas acaba sendo a falta de conhecimento dos professores

e treinadores para identificar as diferenças biológicas entre os esportistas, (LINHARES et al.

2009).

Vale considerar que para formação de jovens atletas é importante apresentar alguns

fatores, principalmente ao considerar que são nos primeiros anos de vida da criança onde

existem as grandes diferenças e por esse motivo estão sendo objeto de várias pesquisas, Pierce,

Munier e Myers (2009). Entre esses fatores, encontram-se as atividades que as crianças

participam, Nobre et al. (2009), além dos fatores ambientais, socioeconômicos, que estarão

Indivíduo

Psicológico

Social Biológico

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interferindo no desenvolvimento e crescimento, Hamadani et al. (2010). Além disso,

atividades que estiverem sendo estimuladas para as crianças estarão determinando o seu

desenvolvimento, (SCHWENGBER, 2009).

As capacidades condicionais se apresentam como importante para o desenvolvimento

do individuo no esporte, uma vez que os jovens praticantes de atividade física necessitam

dessas capacidades para a modalidade especifica. No entanto, é necessário que se tenha alguns

cuidados nos momentos de estímulos dessas capacidades, não significando que o individuo

não irá atingir aquela capacidade, mas que naquele momento o desenvolvimento deveriam ser

das capacidades coordenativas e cognitivas na fase pré-pubere sendo as capacidades

condicionais desenvolvidas na fase púbere e pós-pubere, pois fisiologicamente e

psicologicamente o individuo será capaz de se desenvolver, (MASSA e RÉ, 2010).

Além das capacidades e habilidades motoras o individuo necessita das relações com o

ambiente, dessa forma, surge o tempo de reação que é o tempo de resposta entre o estímulo

apresentado e a resposta executada, Mori et al. (2002). O tempo de reação pode ser

classificado em simples e de escolha. O tempo de reação simples será a resposta que exigir um

único estímulo, já o tempo de reação de escolha será através de vários estímulos, existindo

uma resposta específica dentre várias (BRUZI et al. 2013).

Vários estudos têm investigado o processo de formação dos esportistas, em maior

quantidade centrado nos seus aspectos motores e biológicos, seja através de analises de perfil

ou comparações. Isso acaba se refletindo na formação dos futuros atletas visando apenas à

promoção daqueles que estejam naquele momento em avanços biológicos e consequentemente

maior repertório motor. Pouco vem sendo investigando sobre diferentes aspectos que

influenciam de forma indissociável na formação dos jovens atletas, a exemplo dos aspectos

cognitivos e maturacionais. Diante do exposto acima e das evidencias encontradas na ciência,

esse trabalho visa verificar a influencia da maturação no tempo de reação de jovens praticantes

de atividade esportiva.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Avaliar a relação dos diferentes estágios maturacionais e as capacidades condicionais

com o tempo de reação de crianças e jovens praticantes de atividade esportiva.

2.2 Objetivos específicos

Avaliar a maturação através de protocolo de classificação com base na idade óssea e

cronológica

Verificar a capacidade condicional de agilidade, velocidade de membros superiores e

inferiores em jovens praticantes de atividade física.

Avaliar a capacidade cognitiva (tempo de reação) dos jovens esportistas.

Identificar a correlação entre a capacidade cognitiva (tempo de reação) com a

maturação, idade óssea, agilidade e velocidade de membro superior e inferior.

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3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Crescimento, Maturação e Desenvolvimento

Muitos ainda confundem os conceitos, crescimento, maturação e desenvolvimento, por

entenderem que possuem significados iguais, mesmo apresentados no mesmo tópico são

processos que ocorrem de formas diferentes entre os indivíduos. Pois fatores internos e

externos estarão influenciando diretamente essas fases. Apesar de conceitos diferentes, devem

ser apresentados juntos pelas interações que existem entre os três processos. Durante toda a

vida, do nascimento a morte, o individuo estará em fase de crescimento, sendo nas duas

primeiras décadas de vida, onde estarão acontecendo as maiores taxas de crescimento,

entendido como transformações quantitativas, Malina, Bouchard e Bar-Or (2009). Malina et

al. (2004), define crescimento como sendo o incremento do tamanho do corpo ou em partes

específicas, sendo em três processos celulares que ocorrem no individuo: a) hiperplasia

(aumento no número de células); b) hipertrofia (aumento do tamanho das células) e c)

agregação (aumento da capacidade intercelular de agrupamento das células). Apesar de esses

momentos acontecerem em todos os indivíduos, se apresentam em momentos distintos e

mesmo quando chegarem a idade adulta, indivíduos de mesma idade cronológica podem

apresentar estaturas diferentes.

Mesmo todo individuo passando pelos três processos celulares descritos a cima, pode

ocorrer o predomínio de um deles sobre o outro. O crescimento do individuo pode-se

apresentar como negativo, estável ou positivo, ele será um crescimento negativo quando o

decréscimo exceder o aumento da célula. Para que ocorra crescimento estável, deve haver um

equilíbrio entre o aumento celular e o decréscimo. Na definição de crescimento positivo, o

individuo passa por um processo de aumento excedente e decréscimo celular, (MALINA et al.

2004).

O crescimento pode acontecer em momentos diferentes entre meninas e meninos,

fatores como a genética, ambiente natural, alimentação e condição socioeconômica, além da

atividade física estarão interferindo nesse processo. Nas meninas iniciando e terminando mais

cedo do que nos meninos, uma das explicações acontece pelo fenômeno da menarca (inicio do

ciclo menstrual), (MALINA et al. 2009).

A maturação pode ser definida como a forma que leva o corpo humano as funções

adultas, Malina et al. (2004). Diferente do crescimento, na maturação todos os indivíduos vão

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alcançar o estado maduro e são as mudanças de ordem qualitativa que vão ocorrendo. É um

processo que acontece em diferentes momentos para crianças e jovens, podendo apresentarem

diferenças entre a idade cronológica e a idade biológica, onde um individuo pode ter 12 anos

de idade cronológica e está ou avançado com 13 anos de idade biológica, atrasado com 11

anos de idade biológica ou encontrar-se em estado normal com a mesma idade cronológica, 12

anos de idade biológica.

Baxter-Jones et al. (2005), apresentam como fases do processo de maturação, o timing

e o tempo. Sendo o timing, a idade em que ocorre a menarca para as meninas, espermarca para

os meninos, desenvolvimento dos órgãos ou estirão do crescimento. Já o tempo seria a

velocidade com que esses processos ocorrem e como está o progresso ao estado maduro. A

maturação pode ser identificada de acordo com o sistema biológico, sendo maturação

esquelética, sexual ou somática, (MALINA et al. 2004).

O desenvolvimento pode ser entendido como sendo as mudanças que ocorrem ao longo

da vida de forma progressiva e com interferências biológicas, Gallahue e Ozmun (2006).

Sendo a interação existentes entre processos quantitativos (crescimento) e qualitativos

(maturação) com relação ao ambiente que o individuo esteja, (MALINA et al. 2009).

Malina e Bouchard (2002), explicam o desenvolvimento como sendo biológico e

comportamental. Biológico no que se refere à melhoria das funções orgânicas e celular, e

comportamental como influências e experiências, culturais e ambientais. Ainda assim,

compreende-se o processo de desenvolvimento como uma adaptação a uma determinada

habilidade além de uma melhora nas competências motoras, (BAXTER-JONES et al. 2002).

Ainda existe outro fator, como a prática de atividade física, que estará influenciando o

processo de crescimento e maturação. No crescimento o individuo que pratique esporte

regularmente estará aumentando entre 10 e 20% o pico de densidade minera óssea quando

comparado a indivíduos da mesma idade que não participa de uma prática regular esportiva,

Vicent-Rodríguez (2006).

Em uma relação da atividade física com a maturação a literatura apresenta que atividades com

intensidade baixa existem uma relação positiva tanto nos meninos como nas meninas, a

relação torna-se negativa quando comparados com exercícios de alta intensidade, (CUMMING

et al. 2009).

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3.2 Iniciação Esportiva

Através da iniciação esportiva as crianças começam uma prática sistematizada com o

objetivo de se desenvolver fisicamente, tecnicamente e taticamente na modalidade escolhida,

sempre respeitando os estágios de desenvolvimento em cada fase, Ramos e Neves (2008).

Outros autores como Pini e Carazzatto (2005) definem a iniciação esportiva em dois

momentos diferentes, o geral (idade cronológica dos dois aos doze anos), onde o maior

objetivo será a preparação aos maiores esforços, no desenvolvimento das qualidades básicas,

na fase especializada (a partir dos doze anos), o jovem atleta passa a ter o treino mais

direcionado com as exigências necessárias para o esporte.

Um dos cuidados com o futuro esportista que se deve ter é a especialização precoce,

processo de queimar etapas, o atleta passa a treinar com objetivos de uma faixa que ainda não

atingiu crescimento e maturação para desenvolver, esse fenômeno acaba sendo um dos

motivos para abandonar o esporte, Ramos e Neves (2008). Dessa forma entende-se que a

especialização precoce também pode ser definida de acordo com as cargas de treinamento

imposta nos jovens atletas (BRASIL, 2004).

É importante considerar que o processo de treinamento periodizado serve também

como detecção, promoção e orientação esportiva, que acontece através de um

acompanhamento em longo prazo. Dessa forma é necessário que o individuo seja observado

para que seja feito a seleção, Bohme (2000). Os critérios para avaliação devem ser extensos,

além das características exigidas pelo esporte, os atletas devem ser submetidos a testes

antropométricos e serem acompanhados, para que seja feita as observações e seleção

esportiva, Blomfield et al.( 2007). Detecção de atletas, ou busca por atletas (crianças e jovens),

serve para identificar possíveis talentos para os esportes dispostos a terem o compromisso de

treino intenso, para se alcançar os maiores resultados e desempenho esportivo (BENDA,

1998).

Talento no esporte são os indivíduos com desempenho acima da média. Para Martin et

al. (2000) o talento significa a soma de várias ações individuais, como a idade de

desenvolvimento, genética favorecida, o desempenho nas exigências do treinamento e as

qualidades psicológicas. Ainda pode acontecer um possível efeito de idade relativa no

processo de seleção, é que os indivíduos que nasceram primeiro podem tirar vantagem numa

seleção dos que nasceram nos últimos meses do ano, podendo ter um desempenho individual

superior por ter nascido primeiro (GLAMSER E VICENT, 2004).

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Em um processo longitudinal de treinamento para os jovens esportistas, o que pode

variar são os objetivo em cada estágio no período de formação. Na primeira fase do

desenvolvimento, os jovens esportistas no estágio pré-púbere devem aprimorar e ter como

objetivo o treinamento dos padrões motores fundamentais. No estágio púbere o indivíduo

inicia a especialização e devem ser estimulados o treinamento progressivo das qualidades

físicas básicas, assim o indivíduo na fase adulta deve chegar no seu mais amplo

desenvolvimento para atingir os maiores desempenhos (SANTOS e DANTAS, 2009).

Uma visão em longo prazo do desenvolvimento desde a iniciação, até a detecção e

seleção do esporte, seria que o individuo participasse de várias experiências e aprendizagens

através das mais variadas atividades. Na iniciação, o principal objetivo seria a aquisição de

habilidades motoras e destrezas específicas e globais, sendo realizadas através de formas

básicas de movimentos e jogos pré-desportivos, nessa fase a criança está pronta para se

desenvolver no esporte, mas não para competir coletivamente, elas passam a competir sem

saber de todos os fatores envolvidos, mas se essa competição for contínua e em caso de

fracasso pode levar a criança a um dos grandes motivos de abandono precoce do esporte

(ALMEIDA, 2005).

Ao se pensar o treinamento dos jovens esportistas, deve ter como objetivo a formação

em longo prazo. Para tanto é preciso um trabalho com base no acompanhamento buscando

sempre avaliar o desempenho tomando como bases variáveis que são imprescindíveis no

esporte. Sendo a maturação um fator de interferência nas diversas variáveis físicas e

antropométricas, deveria ser sempre levado em consideração como fator importante nas

baterias de testes para seleção de talentos, (CABRAL et al. 2011).

3.3 Capacidades Condicionais

As capacidades condicionais estão diretamente relacionadas com o desempenho do

metabolismo energético, nas capacidades de força, resistência e velocidade, Ré e Barbanti

(2006). A capacidade utilizada vai depender da habilidade motora executada e o esporte

praticado, e o desenvolvimento dessas qualidades físicas irá depender das adaptações do

treinamento e sendo determinadas pelo processo de maturação biológica, o crescimento

também será uma variável importante nesse processo de desenvolvimento das capacidades,

(MASSA e RÉ, 2006; ROWLAND, 1996).

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25

O estímulo, treinamento, desenvolvimento dessas capacidades devem ocorrer após o

processo de maturação biológica. Nos meninos o maior desenvolvimento acontecerá após a

puberdade, que coincide com o pico do crescimento e nas meninas após o acontecimento da

menarca. O aumento na capacidade aeróbia do individuo é mínimo antes da puberdade,

momento esse que devem ser bastante estimuladas as capacidades coordenativa e cognitiva,

Baxter-Jones e Helms (1996). Assim como, no desenvolvimento das capacidades anaeróbias

de curta duração e alta intensidade, também terão maiores evoluções após a maturação

biológica, (RATEL et al. 2006).

Dessa forma, o desenvolvimento das capacidades condicionais acompanham a idade

cronológica em ambos os sexos até o estirão do crescimento, onde os meninos irão se

diferenciar das meninas pela produção do hormônio testosterona e consequentemente aumento

da massa muscular, Beunen et al. (2000). As meninas ficam em desvantagens no

desenvolvimento das capacidades condicionais pelo aumento da gordura corporal,

(ROWLAND, 1996).

Seja nos meninos ou nas meninas, fica evidenciado na literatura que é após o processo

de maturação biológica que acontecerão os maiores ganhos, seja qual for a capacidade

desenvolvida. Assim, o mais importante do conhecimento que o professor/treinador deve ter

são os cuidados com os atletas em formação, é na fase pré-púbere (fase que antecede a

puberdade) ter como objetivo, desenvolver e acomodar as capacidades coordenativas e

cognitivas. Em nenhum estudo foi encontrado ganhos nas capacidades condicionais com o

treinamento antes da maturação, ainda que aconteça adaptações ao treinamento durante o

período da infância, Baxer (2003). Para Weineck (1999), na capacidade condicional

velocidade os melhores resultados são encontrados nas meninas dos 15 aos 17 anos e nos

meninos entre 20 e 22 anos. A agilidade então seria a capacidade de mudar a direção do

deslocamento em velocidade, para atingir o alvo e de forma correta, (SHEPPARD e YOUNG,

2006).

Vários estudos relacionam a maturação com a capacidade condicional. Malina et al.

(2004) em um dos seus estudos apresenta que existem diferenças entre o desempenho físico

nos jovens com influencia da maturação, mesmo estando com mesma idade cronologica mas

diferente idade biologica, esses resultados são acentuados na fase da adolescência. O estudo

ainda reporta que, individuos avançados biologicamente terão resultados superiores em todas

as capacidades.

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3.4 Tempo de Reação

O tempo de reação (TR) é definido como sendo o tempo entre o estímulo e a resposta,

o estímulo pode ser feito através de uma luz, som, choque ou palavra. Existem três formas de

avaliar o desempenho do tempo de reação: simples, escolha e discriminação. O TR simples é

identificado por existir apenas um sinal (estímulo) e uma ação (resposta). No TR de escolha,

vão existir mais de um sinal (estímulo) e uma ação (resposta) específica. No TR de

discriminação, vai acontecer mais de um sinal (estímulo), mas a ação (resposta) está

condicionada, (MAGILL, 2011).

Assim o tempo de reação será uma importante capacidade cognitiva no processo de

iniciação, detecção e orientação esportiva, uma vez que o esporte vai exigir do atleta em

formação, velocidade no aspecto físico nas capacidades condicionais, bem como nas

capacidades cognitivas no que refere-se à tomada de decisão, o tempo de reação vai se

associar com o desempenho na qualidade de execução da habilidade em questão, (SCHMIDT

e WRISBERG, 2010).

Cada vez mais são elevados os números de trabalhos envolvendo as capacidades

cognitivas em referência ao desempenho no esporte, Vayens et al. (2007). Já existem alguns

estudos realizados com tempo de reação, onde, Ando et al. (2001), envolveu o tempo de

reação simples visual de futebolistas e não-futebolistas e encontrou valores menores para o

grupo dos futebolistas. Os outros estudos também foram envolvidos com o tempo de reação e

outras variáveis, (SENEL e EROGLU, 2006; MCMORRIS e COLENSO, 1996).

Alguns estudos tem apresentado que atletas diferenciam-se de não-atletas na

capacidade de um melhor processamento central em decorrência ao nível e tempo de prática

esportiva, Ando et al. (2001). Com o tempo os atletas vão recebendo estímulos e respondendo

de acordo com as necessidades, bem como o acerto vai aumentando e erro diminuindo de

acordo com a experiência e tempo na atividade esportiva, Helsen e Starkes, (1999). Kida et al.

(2005) Apresentou em um estudo com atletas de beisebol e tênis, onde o teste era uma

atividade do beisebol e foi constatado um menor tempo nos resultados dos beisebolistas.

A prática de atividades físicas para crianças e adolescentes vem sendo colocado como

importante para o neurodesenvolvimento, quando comparadas às crianças e adolescentes que

não praticam atividade física, Herting et al. (2014). Assim como para o desenvolvimento das

capacidades cognitivas e promoção da saúde, como também uma importante variável no

crescimento e desenvolvimento biológico, Kahn e Hillman, (2014). Em apenas uma sessão por

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27

semana de atividade física aeróbia, já é possível haver ganhos fisiológicos e cognitivos em

crianças, adolescentes e idosos, (VERBURGH et al. 2014)

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4. METODOLOGIA

4.1 Desenho do estudo

O estudo foi caracterizado como descritivo correlacional, uma vez que analisou a

relação das variáveis e tipologia desenvolvimental, que segundo Thomas, Nelson e Silverman,

(2012), estuda as mudanças de comportamentos.

4.2 População e Amostra

A população do estudo foram jovens da cidade de Natal/RN vinculados a projetos de

iniciação esportiva, onde praticam atividade esportiva duas vezes por semana, com duração de

duas horas por dia de aula. A amostra foi composta por, 104 escolares de 11 a 14 anos sendo,

71 meninos e 33 meninas, escolhidos de forma não probabilística intencional. A pesquisa

seguiu todas as normas, aprovada em comitê de ética em Pesquisa da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte (protocolo n.º n°1249937/2015), em consonância com a Declaração de

Helsinque (2002) e Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil Todos

apresentaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).

4.2.1 Critérios de inclusão

Para participar da pesquisa os indivíduos teriam que: a) entregar o TCLE; b) está

dentro da faixa etária do estudo, entre 11 e 14 anos (nascidos entre 2001 e 2004); c) não

apresentar qualquer problema de saúde que possa comprometer o resultado do estudo; d)

realizar alguma prática esportiva.

4.2.2 Critérios de exclusão

Foram determinados como critérios exclusivos da pesquisa aqueles que: a) apresente

algum problema de saúde que comprometa o resultado do trabalho; b) não ter participado de

algum dos testes e não ter assinado o TCLE.

4.3 Instrumentos e Procedimentos

4.3.1 Idade Óssea

Para avaliação da idade óssea foi utilizado o protocolo descrito por Cabral (2011), onde

a idade óssea é definida a partir da seguinte equação:

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Idade Óssea = -11,620 + 7,004 (estatura) + 1,226 (Dsexo) + 0,749 (idade) – 0,068 (Tr) + 0,214

(Pcb) – 0,588 (Du) + 0,388 (Df).

Onde: estatura (cm), para o masculino Dsexo = 0, para o feminino Dsexo = 1, a idade

cronológica em anos, (Tr) dobra cutânea tricipital, (Pcb) perímetro corrigido de braço, (Du)

diâmetro de úmero, (Df) diâmetro de fêmur.

Previamente foi pedido aos alunos que chegassem antes da aula, para que a pesquisa

não atrapalhasse seu momento de aula. Os indivíduos realizaram as avaliações antes do inicio

das aulas. Após entrega do TCLE e termo de assentimento a pesquisa foi iniciada com

avaliação de antropometria e dobras. Uma sala ficou reservada para avaliação de perimetria e

dobras, sendo a massa corporal verificada com o individuo localizado no centro da balança,

sendo registrado o peso em quilogramas em uma balança mecânica (G-Tech®). A estatura foi

medida partindo da ponta do pé do individuo, até o plano mais alto da cabeça, com a cabeça na

direção do plano de Frankfurt, a estatura foi registrada em centímetros, com um estadiômetro

da marca Sanny®, seguindo o protocolo ISAK (International Society of the Advancement of

Kinanthropometry) proposto por MARFELL – JONES ET AL. (2006).

Para aferição dos comprimentos e diâmetros osseos foi utilizado o paquímetro preto da

marca Cercof® com precisão de 0,1 cm. Para avaliação da dobra cutânea tricipital, foi pedido

que o avaliado do sexo masculino retirasse a camisa, para os indivíduos do sexo feminino foi

pedido aos indivíduos que viessem com roupas confortáveis de prática esportiva. A dobra foi

aferida três vezes pelo mesmo avaliador, no lado direito do avaliado, tendo como resultado a

média das três aferições, o adipômetro utilizado foi o compasso Harpenden (John Bull British

Indicators Ltd), todos os procedimentos através dos instrumentos de antropometria e dobras

foi seguindo o protocolo ISAK, descrito por, (MARFELL-JONES et al. 2006).

Idade óssea = -11,620 + 7,004 (estatura) + 1,226 (Dsexo) + 0,749 (idade) – 0,068

(Tr) + 0,214 (Pcb) – 0,588 (Du) + 0,388 (Df).

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4.3.2 Idade Cronológica

Para determinar a idade cronológica foi contada a quantidade de meses de vida do

mesmo a partir da data de nascimento com dia, mês e ano, divido por 12 (doze), (MALINA e

BOUCHARD, 2002).

4.3.3 Avaliação da Maturação

Malina e Bouchard (2002) classifica a maturação em atrasado, normal ou acelerado.

Sendo essa classificação obtida através da subtração entre o valor da idade óssea em meses

pela idade cronológica em meses, após a subtração caso o individuo encontre-se entre +12 e -

12 em relação à idade cronológica em meses ele é classificado como normal, acima do +12

encontra-se em classificação acelerado e caso o valor seja inferior a -12 o individuo tem

classificação maturacional atrasada.

4.4 Avaliação da Capacidade Condicional

4.4.1 Velocidade de Membros Superiores

Para avaliação condicional de membros superiores foi realizado o teste de golpeio de

placas, segundo o protocolo EUROFIT, Conselho da Europa (1990), que tem como

procedimento o individuo posicionado em pé de frente a uma mesa de altura regulada na

cintura, sobre a mesa foi colocado dois discos nas extremidades com distância de 80 (oitenta)

centímetros com um retângulo entre os mesmos, todos em posicionamento horizontal a mesa.

A mão não dominante do individuo fica posicionada no centro (retângulo) e a mão dominante

no círculo oposto ao lado da mesma, conforme figura 2. Ao sinal do avaliador o individuo

realizava 25 (vinte e cinco) ciclos, batendo com a mão dominante no outro circulo e voltando

ao inicial, sendo instruído a fazer o ciclo com a maior velocidade. Cada vez que o individuo

não fizesse o ciclo completo, batendo nos dois círculos era acrescentando mais um ciclo pelo

avaliador.

O teste encerrava com o sinal do avaliador após os 25 (vinte e cinco) ciclos informando

ao avaliado “Parou”. O avaliado foi informado o procedimento dos testes e teve duas

tentativas, sempre com um espaço de tempo de 2 (dois) minutos entre a primeira tentativa e a

segunda, para que fosse evitado uma possível fadiga, foi registrado os dois resultados e levado

para tratamento estatístico o de menor tempo. O tempo foi registrado através de um

cronometro digital marca Starflex®.

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Figura 2 – Representação do posicionamento das mãos no teste de velocidade de membro

superiores, da bateria de testes EUROFIT, Conselho da Europa (1990).

4.4.2 Velocidade de Membros Inferiores

Para avaliação condicional velocidade de membros inferiores foi realizado o teste de

velocidade 20m, segundo protocolo de Gaya (2007), que corresponde a realizar um

descolamento retilíneo em uma distância de 20 (vinte) metros, conforme figura 3. A marcação

do tempo foi registrada através de duas fotocélulas da marca Cefise ®, uma no ponto de

partida e outra no ponto de chegada. O individuo realizou a avaliação duas vezes, sempre com

um espaço de tempo de 1 (um) minuto entre a primeira tentativa e a segunda, para que fosse

evitado uma possível fadiga, foi registrado os dois resultados e levado para tratamento

estatístico o de menor tempo.

Figura 3 – Representação do deslocamento do teste de velocidade de membros inferiores,

Gaya (2007).

4.4.3 Agilidade

Para agilidade foi utilizado o Teste “T” conforme descrito por Pauole et al. (2000), que

corresponde ao deslocamento em formato de T, sendo 10 (dez) metros retilíneos, chegando ao

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centro, 5 (cinco) metros a direita, encaminha-se a esquerda com a distância de mais 5(cinco)

metros, retorna ao centro e encerra o teste onde iniciou, descrito conforme figura 4. A

marcação do tempo foi registrada através de uma fotocélula da marca Cefise ®, posicionada

no ponto de partida que correspondia também ao ponto de chegada. O individuo realizou a

avaliação duas vezes, sempre com um espaço de tempo de 2 (dois) minutos entre a primeira

tentativa e a segunda, para que fosse evitado uma possível fadiga, foi registrado os dois

resultados e levado para tratamento estatístico o de menor tempo.

Figura 4 – Representação do deslocamento na realização no teste “T” de agilidade,

Pauole et al. (2000).

4.5 Avaliação do Tempo de Reação

4.5.1 Teste de Stroop Computadorizado – Testinpacs

Para avaliação do tempo de reação, foi utilizado o Teste de Stroop seguindo o

protocolo de Córdova et al. (2008). Onde o individuo em frente a um notebook da marca

lenovo, tela de alta definição com 14 (quatorze) polegadas e processador Intel Core 3 de cor

preta. Foi instruído pelo avaliador ao avaliado sobre o procedimento do teste, que seria para

avaliar o seu tempo de reação e que ele faria duas vezes, sendo a primeira como familiarização

do teste e a segundo onde seria registrado o tempo do teste. O teste consiste em três etapas,

sendo a primeira e a segunda etapa de caráter congruente e a terceira etapa incongruente. O

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individuo com as teclas de seta do notebook estará escolhendo entre a resposta da direita ou da

esquerda, com as teclas de direção. Cada etapa consiste em 12 estímulos e respostas, sendo

totalizados, 36 (trinta e seis) estímulos e respostas.

Na primeira etapa o estímulo será para a cor do retângulo que poderá ser nas cores

(Azul, Preto, Verde ou Vermelho), sendo com duas opções de respostas, conforme figura 5 (a).

Na segunda etapa o estímulo e a resposta serão feitos na cor branca, equivalendo dessa vez, o

acerto no nome da palavra, continuando as palavras Azul, Preto, Verde ou Vermelho, o

individuo deve responder o nome da palavra correto, exemplo ilustrado na figura 5 (b). Na

terceira etapa o estímulo foi o aparecimento do nome da cor descrito com outra cor, o

individuo deveria responder de acordo com a cor do nome, as palavras descritas são Azul,

Preto, Verde ou Vermelho, descrito com outra cor, conforme figura 5 (c). O teste foi realizado

individualmente, em um ambiente reservado, com uma sala fechada, iluminada, constando

apenas o avaliado e o avaliador, com temperatura de 20°C. Foi registado o tempo de reação da

segunda avaliação.

Figura 5 – Etapas das fases do Teste de Stroop (a) primeira etapa (congruente); (b) segunda

etapa (congruente); (c) terceira etapa (incongruente).

4.6 Tratamento Estatístico

Para normalidade dos dados foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk, as variáveis

paramétricas foram apresentadas em média e desvio padrão e as não paramétricas em mediana

e o intervalo de confiança a 95%.

Os dados foram organizados e trabalhados utilizando o software estatístico SPSS

versão 20.0, seguindo recomendações de Field (2009), através do mesmo foi realizado uma

analise de correlação de Pearson e em seguida foi feito uma regressão linear. Na analise de

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correlação adotou-se duas significâncias, primeiro testado a um p<0,01 e em seguida a p<0,05.

Pearson assume valores entre -1 a +1, quanto mais próximo o valor estiver das extremidades,

mais forte será a correlação.

Em seguida, ao teste de correlação foi feito o teste de regressão linear, que verifica a

relação do comportamento entre variáveis em função da variável dependente. Foi utilizado

como variável dependente a maturação, idade óssea e tempo de reação.

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5. RESULTADOS

Tabela 1 – Análise descritiva do perfil amostral.

n Média Desvio

Padrão

Mínimo Máximo

Gênero Feminino 33

Masculino 71

Idade Crn*. (anos) 13,06 1,09 10,50 14,80

Idade Óssea (anos) 13,99 1,61 9,80 18,50

Maturação ,93 1,11 -2,30 3,80

Peso (kg) 50,62 12,58 28,50 89,50

Estatura (m) 1,56 ,09 1,36 1,75

Idade Crn* corresponde à idade cronológica em anos.

Na tabela 1, de perfil descritivo da amostra, estão as variáveis, sexo e o seu

quantitativo de feminino (n=33) e masculino (n=71), a idade cronológica 13,06 ± 1,09 e

(10,50, 14,80) e a idade óssea 13,99 ± 1,61 e (9,80, 18,50) em anos, a maturação, 93 ± 1,11 e

(­2,30, 3,80), a massa corporal 50,62±12,58 e (28,50, 89,50) em quilogramas e a estatura 1,56

±,09 e (1,36, 1,75) em metros. Nas variáveis: idade cronológica, idade óssea, maturação, peso

e estatura estão os valores médios, desvio padrão e os mínimos e máximos respectivamente.

Gráfico 1 – Distribuição da classificação dos indivíduos em Idade Cronológica (IC) e Idade

Óssea (IO) em porcentagem.

No gráfico 1, encontra-se os resultados de comparação entre à idade cronológica e a

idade óssea dos indivíduos da amostra. Se somarmos as faixas na idade cronológica em 10-11,

18

,26

45

,19

16

,34

13

,46

6,1

3

35

,13

29

,73

16

,21

10

,81

5,4

5

2,7

≥14 1 3 / - 1 4 1 2 / - 1 3 1 1 / - 1 2 1 0 / - 1 1 ≤10

IC IO

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11-12, 12-13 teremos um percentual de 36,54%, nesses mesmos grupos com a idade óssea

teremos, 35,14% da amostra. Com os grupos 13-14 e 14-15 somados na idade cronológica

temos 63,46% presente nessa faixa, na idade óssea, nos mesmos grupos terá 64,97%. Somando

as faixas não encontramos diferenças significativas, mas em uma faixa isolada, observamos

diferença na faixa (≥14) que corresponde aos indivíduos em IC que já completaram quatorze

anos antes do mês da realizada da pesquisa e portanto já tem 14 anos cronológicos

completados mais os dias e meses vividos e na IO temos indivíduos com idade superior a 14

anos pois indivíduos mesmo com idade cronológica com quatorze anos pode está avançado na

IO ou atrasado, nesse grupo maior que 14 anos temos então na idade cronológica com 18,27%

da amostra e na idade óssea com quase o dobro, sendo 35,14% do total da amostra.

Gráfico 2 – Distribuição da classificação em estágios maturacionais

No gráfico 2, encontramos a classificação da maturação que apresenta-se entre -1 e +1,

o individuo sendo classificado no estágio normal, abaixo de -1 encontrar-se-á em estágio

atrasado e indivíduos classificados nos valores acima de +1 estarão no estágio acelerado.

Sendo assim, no presente estudo, temos: 3,84% da amostra classificados como atrasados,

43,27% encontrados no estado de classificação normal e mais da metade da amostra, sendo

52,88% classificados como acelerados.

3,84%

43,27%

52,88%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

Atrasado Normal Acelerado

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Tabela 2 – Analise das correlações de Pearson com a variável dependente IC, IO, Maturação e

TR em função da IC, IO, Maturação, TR, Agilidade, Velocidade de Membros Superiores

(MMSS) e Velocidade de Membros Inferiores (MMII).

*correlação significante a p<0,05 **correlação significante a p<0,01

Na tabela 2 representada pelos graus de correlações linear de Pearson entra as variáveis

envolvidas no estudo, agrupadas em pares, além de seus respectivos níveis de significância

(valor p). Temos como correlações mais significativas no nível de 1% ou 0,01 encontramos: a

idade cronológica e a agilidade com -,480, idade cronológica e velocidade de membros

inferiores -,545 e a idade cronológica com a velocidade de membros inferiores -,314. A idade

Correlações

Idade

cronoló

gica

Idade

Óssea

Matura

ção

Tempo

de

reação

Agilid

ade

Velocid

ade

MMSS

Velocid

ade

MMII

Idade

cronológica

Correlação de

Pearson

Sig. (2

extremidade)

N

1

104

,725*

*

,000

,104

,067

,497

104

-,212*

,031

104

-

,480**

,000

104

-,314**

,001

104

-,545**

,000

104

Idade óssea Correlação de

Pearson

Sig. (2

extremidade)

N

,725**

,000

104

1

104

,735**

,000

104

-

,354**

,000

104

-,157

,111

104

-,189

,055

104

-242*

,013

104

Maturação Correlação de

Pearson

Sig. (2

extremidade)

N

,067

,497

104

,735*

*

,000

104

1

104

-

,312**

,001

104

,243*

,013

104

,028

,779

104

,181

,065

104

Tempo de

reação

Correlação de

Pearson

Sig. (2

extremidade)

N

-,212*

,031

104

-

,354*

*

,000

104

-,312**

,001

104

1

104

,011

,915

104

,131

,184

104

,031

,751

104

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óssea correlacionou-se com a idade cronológica em, 725, a idade óssea correlacionou-se com o

tempo de reação em -, 354, e com a maturação a correlação com a idade óssea foi de, 735. O

tempo de reação correlacionou-se com a maturação com -, 312.

A correlação de Pearson, com as variáveis presentes no estudo apresenta os resultados

com a significância no nível de 5% ou 0,05, com a idade cronológica correlacionado apenas

com o tempo de reação em -,212. A idade óssea quando correlacionado apenas com a

velocidade de membros inferiores, apresentando o valor de -, 242. Nesse nível de significância

a variável maturação, correlacionou-se apenas com a agilidade com o valor de, 243.

Gráfico 3 – Gráfico de dispersão do tempo de reação (s) e a idade óssea (anos)

No gráfico 3 de dispersão a partir da correlação, o tempo de reação como variável

dependente em relação à idade óssea como variável independente, vemos uma correlação

negativa e uma tendência na aproximação dos dados. Observamos que quanto maior for à

idade óssea do individuo, menor será o tempo de reação nessa amostra investigada.

40

50

60

70

80

90

100

110

9,0 11,0 13,0 15,0 17,0 19,0

Tem

po

de

re

ação

(s)

Idade óssea (anos)

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Gráfico 4 – Gráfico de dispersão entre os dados do tempo de reação(s) e a maturação

No gráfico 4 observamos a dispersão a partir da correlação do tempo de reação como

variável dependente em relação à maturação como variável independente, vemos uma

correlação inversa e aproximação dos dados, quanto mais positiva for a classificação

maturacional, menor será o tempo de reação nessa amostra investigada.

40

50

60

70

80

90

100

110

-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0

Tem

po

de

Re

ação

(s)

Maturação

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Tabela 3 – Regressão individual com as variáveis dependentes para analise do comportamento

com significância individual, Tempo de Reação, Maturação e Idade Óssea.

SIGNIFICÂNCIA POR VARIÁVEL

Vari

ável

dep

end

ente

(Y):

Tem

po d

e re

ação

Variável independente (X) Significância individual

Idade Óssea 0,000**

Idade Cronológica 0,031*

Agilidade (s) 0,915

Velocidade de MMII (s) 0,751

Velocidade de MMSS (s) 0,184

Maturação 0,001**

Vari

ável

dep

end

ente

(Y):

Mat

ura

ção

Variável independente (X) Significância individual

Idade Óssea 0,000**

Idade Cronológica 0,497

Tempo de Reação (s) 0,001**

Agilidade (s) 0,013*

Velocidade de MMII (s) 0,065

Velocidade de MMSS (s) 0,779

Vari

ável

dep

end

ente

(Y):

Id

ade

Óss

ea Variável independente (X) Significância individual

Idade Cronológica 0,000**

Tempo de Reação (s) 0,000**

Agilidade (s) 0,111

Velocidade de MMII (s) 0,013*

Velocidade de MMSS (s) 0,055

Maturação 0,000**

*regressão significante a p<0,05 **regressão significante a p<0,01

Após identificação dos coeficientes de correlação linear, a próxima etapa foi através de

uma regressão linear simples, observarmos na tabela 3 quais variáveis são influentes no

comportamento de três variáveis dependentes: o tempo de reação, a maturação e a idade óssea.

Na tabela de regressão linear, com a variável dependente tempo de reação, observamos que

individualmente as variáveis idade óssea, idade cronológica e maturação são significantes. A

maturação como variável dependente apresenta individualmente resultados significantes com a

idade óssea, o tempo de reação e a agilidade. A idade óssea como variável dependente mostra

resultados significantes com a idade cronológica, o tempo de reação a maturação e a

velocidade de membros inferiores.

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6. DISCUSSÃO

O objetivo do estudo foi investigar a relação do tempo de reação (TR) com o estado

maturacional, idade óssea e capacidades condicionais em jovens esportistas. Observamos na

tabela 2 uma correlação forte com a significância no nível de 0,01 ou 1% entre a maturação e o

tempo de reação de -, 312, indicando que quanto maior for o estágio maturacional menor será

o tempo de reação nessa população investigada, esse resultado apresenta a influência do

estágio maturacional no tempo de reação do individuo, onde os mais acelerados procuram pelo

esporte e no processo de seleção e orientação esportiva são os escolhidos. A idade óssea (IO)

também apresenta a esse nível de significância de 0,01 ou 1% uma forte correlação com o

tempo de reação -, 354, apresentando através do sinal negativo, uma relação inversa, onde

quanto maior for à idade óssea do individuo, menor será o seu tempo de reação, sendo assim

na fase do pico de velocidade do crescimento não pode acontecer à seleção esportiva ou então,

o crescimento não ser critério de inclusão ou exclusão. Pois a idade óssea além de nessa

população ter apresentado relação com o TR, também com as capacidades condicionais

significou o processo inverso, quanto maior for a idade óssea menor será também o tempo de

agilidade, velocidade de membro superior e velocidade membro inferior.

No gráfico 1, quando é comparado a idade óssea e a idade cronológica dos indivíduos

do estudo, observamos que entre a faixa das idades cronológica e óssea (11 e 12 anos) e (12 e

13 anos) não foi possível observar nenhuma diferença entre a idade cronológica e a idade

óssea, os indivíduos apresentam idades similares. Contudo ao analisar as variáveis idade

cronológica e idade óssea nas faixa de idades (13 e 14) e (≥ 14) observou-se uma grande

diferença, sendo na faixa (13 e 14) prevalência da idade cronológica comparada a idade óssea

e na faixa (≥14) maior idade óssea sobre a idade cronológica, com base nesses resultados é

possível inferir que essa mudança pode esta atrelada a fase do estirão do crescimento,

momento esse onde o individuo vai ter uma taxa de crescimento no ano que pode variar de 7 a

12 centímetros, Kuczmarski et al. (2000), onde o individuo tem uma alta taxa de crescimento.

Para o presente estudo esse dado se mostra relevante, pois é nessa fase, onde normalmente

acontece a seleção esportiva, momento que o individuo é classificado para um treinamento

esportivo especializado. Dessa forma, deve-se ter o cuidado de evitar a seleção de um

individuo que esteja talento sobre um que não seja um talento, por apresentar vantagens

biológicas, está em um processo acelerado.

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Observamos no gráfico 2 na classificação maturacional que os indivíduos dessa

amostra foram classificados com maturação acelerada em 52,88%, sendo mais que a metade

da população do estudo, corroborando com o estudo de Massa et al. (2006) onde também

encontrou um maior numero de indivíduos com a classificação acelerada, um dos eventuais

motivos para esse resultado é a procura dos indivíduos pelo esporte, onde o mesmo opta por

determinado esporte através de exigências impostas pelos treinadores e dirigentes esportivos,

como estatura e peso, variáveis essas controladas pelo crescimento e desenvolvimento, e dessa

forma indivíduos com maturação atrasada e até normal são excluídos, Bojikian et al. (2007),

por naquele momento não apresentarem-se como talento por uma questão biológica, é dado

ênfase nos aspectos físicos sem valorizar o estado que o individuo se encontre e as

capacidades cognitivas. Sendo assim, conforme os resultados do gráfico 2, ainda encontramos

no processo de seleção e orientação esportiva a escolha imediata por indivíduos que naquele

momento tenha vantagem biológica, ser mais forte, rápido, ágil.

Avaliando a capacidade cognitiva através do teste de stroop com relação à aptidão

aeróbica, Buch et al. (2008) encontrou que indivíduos com maior aptidão também

conseguiram melhor desempenho no teste, os autores também defendem que a atividade física

é benéfica no desenvolvimento cognitivo na fase da pré-adolescência. Castelli et al. (2011),

identificou a intensidade da atividade com relação ao desempenho cognitivo das crianças,

observando que atividades com intensidade mais baixas desenvolvem mais capacidade

cognitiva em crianças pré-púberes. Para os indivíduos do nosso estudo, não foram encontrados

resultados significativos com a relação da capacidade cognitiva (tempo de reação) com a

capacidade condicional de agilidade e velocidade de membro superior e inferior.

Vários estudos são realizados envolvendo o tempo de reação, Cullen et al. (2015)

analisou se a perda de peso na preparação de jovens atletas de jóquei provocam diminuição no

TR, os atletas foram colocados em estado de competição, onde nas últimas quarenta e oito

horas perderam 4% da massa corporal, durante a simulação da competição os indivíduos

chegaram a perder 5,7% da massa corporal, no entanto essas perdas não influenciaram no TR,

não apresentando associação entre a perda de peso e o TR.

Noce et al. 2012 analisou o processo de seleção de tenistas e comparou as médias do

TR entre as faixas 6 e 7 anos, 8 a 10 anos e 11 a 13 anos cronológicos, o que se viu nos

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resultados desse estudo semelhantes ao TR quando comparados ao nosso, foi que quando

aumenta-se a idade cronológica diminui o TR. Gallahue e Ozmun (2005) apresenta o

desenvolvimento cognitivo dos indivíduos tornando-se complexo desde o nascimento e a partir

do momento que vai aumentando sua idade.

Quando analisados entre grupos de esportistas e não-esportistas temos um estudo de

Bruzi et al. (2013) comparando o tempo de reação simples em três grupos, sendo um grupo

entre atletas de basquete, o segundo de atletas de ginástica artística e o terceiro que não

praticavam esporte, foi encontrado um maior tempo de reação simples no grupo que não

praticava esporte e menor tempo de reação simples no grupo dos indivíduos que praticavam

basquete, pois se considera um esporte de invasão e constante mudanças de ritmo e estratégia

no jogo, ainda assim, nessa pesquisa não foram encontradas diferenças significativas entre os

resultados dos atletas de basquete e ginastica artística. Em outro estudo Marques et al. (2011)

investigou o tempo de reação em esportistas de futebol e futsal, por analisar que pela

modalidade futsal apresentar o jogo em um ritmo mais acelerado os atletas fossem ter

diferenças significativas quando comparados com atletas de futebol, no entanto, nesse estudo

não foram encontradas diferenças significativas no tempo de reação entre indivíduos do

futebol e futsal. Esse estudo concorda com de Bruzi et al. (2013) apresentando menor tempo

de reação para os esportistas, mas sem diferenças significativas entre os esportes.

Um estudo avaliando o TR através da eletromiografia, Ando et al. (2001) comparou

atletas de futebol e universitários sem experiências com jogos esportivos, com a realização de

um teste motor, nesse estudo foi encontradas diferenças significativas entre os grupos. Nos

resultados de TR também já foi apresentados, que atletas experientes e com mais anos de

prática, apresentam menor tempo de reação do que iniciantes, Lidor et al. (1998). Então,

variáveis como modalidade, tempo de prática, característica do treinamento, também

influenciarão nos resultados de tempo de reação do individuo.

Todos os esportes irão depender das capacidades coordenativas, condicionais e

cognitivas, sendo essencial o desenvolvimento e associação no processo de seleção e

orientação esportiva entre essas capacidades, levando o jovem esportista, além de executar a

ação correta, também realizar em um menor tempo e menor gasto energético. Chaddock et al.

(2014) encontrou em seu estudo com adolescentes praticantes de atividade física que esses

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estímulos desenvolvem a capacidade cognitiva. Então, além de rever os processos de seleção

esportiva, também se deve cuidar do momento de orientação, para que o individuo passe por

um ciclo completo de formação, que a partir do treinamento em longo prazo ele seja capaz de

participar de qualquer equipe, seja qual for o modelo de jogo adotado, bem como exigências

da modalidade. Cada vez mais o esporte vai diminuir os espaços e assim o atleta além de

executar a ação com êxito também terá que desenvolver em um tempo muito rápido.

Em nosso estudo encontramos que indivíduos que possuem maior idade óssea, estado

maturacional e idade cronológica, apresentarão um menor tempo de reação. Isso não significa

dizer que o individuo que esteja em estado normal ou atrasado não possa se desenvolver

também cognitivamente, e participar de um treinamento em longo prazo de seleção e

orientação esportiva, uma vez que seja identificado o seu momento biológico e que ele seja

estimulado para a aprendizagem cognitiva. O fato dele está em estado atrasado e normal não

pode ser um fator de promoção ou exclusão do esporte. Furley e Memmert (2016), em um

estudo com treinadores de beisebol no processo de seleção esportiva, identificou que o

desenvolvimento físico do atleta influencia na sua escolha, mesmo que ele não tenha muita

habilidade.

Além disso, após o processo de escolha do atleta, o de orientação esportiva deve está

centrado no desenvolvimento das habilidades motoras, sem que o indivíduo seja colocado em

um ambiente fechado com poucas possibilidades de desenvolvimento, pais alunos e

educadores devem está conferindo esse processo e o cuidado no controle do treinamento, sem

que atividades intensas sejam colocadas para o jovem atleta na fase de crescimento, Myer et

al. (2016). O que tem se observado no esporte brasileiro é a promoção de jovens atletas pela

sua condição biológica, a preocupação em formar a equipe, o conjunto daquele momento, sem

se preocupar com o desenvolvimento integral esportivo do jovem esportista. E dessa forma

vamos perdendo grandes talentos, por ser um talento, mas não está preparado naquele

momento da seleção, por motivos biológicos, sendo que ele irá se desenvolver ao atingir a

puberdade. Identificamos por parte dos selecionadores uma prioridade ao individuo que está

talento e que naquele momento vai ganhar a partida, medalha, troféu. E sendo assim por um

processo mal feio de seleção e orientação esportiva perdemos atletas que poderiam se

desenvolver no esporte e tira-se o direito do jovem esportista participar de uma equipe de

treinamento.

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7. CONCLUSÃO

Nesse estudo houve relação entre o estágio maturacional e o tempo de reação, onde

indivíduos com maior estágio maturacional apresentaram menor tempo de reação, no entanto a

capacidade cognitiva do tempo de reação não apresentou relação com as capacidades

condicionais de velocidade de membro superior, velocidade de membro inferior e agilidade. A

maturação apresentou relação apenas com a capacidade condicional da agilidade, indicando

que indivíduos com maior estágio maturacional apresentarão menor tempo quando analisada a

capacidade da agilidade. A idade óssea apresentou relação com a capacidade condicional da

velocidade de membros inferiores, indicando que quando maior for a idade óssea do individuo,

menor será o tempo na capacidade condicional em velocidade de membros inferiores.

O processo de seleção e orientação esportiva tem centrado apenas nas capacidades

condicionais e avaliando o momento em que o jovem esportista se encontra, não levando em

consideração a sua idade biológica e as capacidades cognitivas, sendo assim, sugerimos que

sejam consideradas variáveis importantes para o desenvolvimento do individuo em longo

prazo, a idade biológica, sendo avaliada através da maturação, além da capacidade cognitiva

com avaliação do tempo de reação, dessa forma podemos minimizar os erros no processo de

seleção e orientação dos jovens talentos esportivos.

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analysis. Br J Sports Med. v. 48, n. 12, p.973-979, 2014.

VICENTE-RODRÍGUEZ, G. How does exercise affect bone development during growth?

Sports Medicine, v. 36, n. 7. p.561 -569.2006.

WEINECK, J. Treinamento ideal. 9.ed. São Paulo: Editora Manole, 1999.

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ANEXO

ANEXO 1 – Termo de Cossentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos

Estamos solicitando a você a autorização para que o menor pelo qual você é

responsável participe da pesquisa: ANALISE MATURACIONAL EM CRIANÇAS

PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA, que tem como pesquisador responsável o Professor

Francisco Emilio Simplicio de Souza.

Esta pesquisa pretende Analisar e correlacionar o nível maturacional com as capacidades

físicas, dosagem hormonal e o tempo de reação.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é verificar a influência da estadiamento

maturacional sob as capacidades físicas e cognitivas em crianças praticantes de atividade física

justificativa.

Caso você decida autorizar, ele deverá passar por uma coleta de sangue, para realizar a

dosagem hormonal de testosterona e estradiol, aproximadamente 10 ml de sangue que será

analisado pelo Laboratório de Analises Clinica Potengi LTDA (CNPJ: 109940830001-35).

Nessa pesquisa, não haverá gravação de voz e registro de imagem.

Durante a realização os sujeitos deverão participar da avaliação antropométrica

(MEDIDAS DO CORPO), testes físicos (AVALIAÇÃO DO CONDICIONAMENTO

FÍSICO), o protocolo Auto – Tanner (AVALIAÇÃO DA MATURAÇÃO SEXUAL POR

IMAGEM) e o tempo de reação (AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE COGNIÇÃO), a

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previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que ele (a) corre é semelhante àquele sentido num

exame físico, teste físico ou psicológico de rotina.

Pode acontecer um desconforto na coleta de sangue com a possibilidade de surgirem

pequenos efeitos indesejados, como hematomas, manchas escuras sob a pele, que podem ser

evitados, não pegando peso e fazendo grandes movimentações com o braço em que houve a

coleta, bem como realizando compressas de gelo no local.

Durante a avaliação da maturação sexual, poderá haver desconforto devido às imagens

correspondentes aos órgãos genitais das crianças. Por isso, essa avaliação será realizada em

uma sala onde ficará apenas o avaliador (a) capacitado, juntamente com a criança e o

responsável (como a criança se sentir a vontade) e ele (a) terá como benefício verificar os

níveis hormonais e o seu estadiamento maturacional que são fatores essenciais para o

acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças.

Em caso de algum problema que ele (a) possa ter nos exames bioquímicos, relacionado

com a pesquisa, a pesquisadora responsável solicitará ao responsável legal da criança seu

encaminhamento ao um especialista para que ocorra uma melhor investigação e assim ser

solucionado o problema.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para

Professora Vanessa Carla Monteiro Pinto, no número 98801-6950, no e-mail:

[email protected]

Você tem o direito de recusar sua autorização, em qualquer fase da pesquisa, sem

nenhum prejuízo para você e para ele (a).

Os dados que ele (a) irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em

congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa

identificá-lo(a).

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local

seguro e por um período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela participação dele (a) nessa pesquisa, ele será assumido

pelo pesquisador e reembolsado para você.

Se ele(a) sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, ele(a) será

indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética

em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

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Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o

pesquisador responsável, a professora Vanessa Carla Monteiro Pinto.

Consentimento Livre e Esclarecido

Eu, ____________________________________________, representante legal do

menor ____________________________________________, autorizo sua participação na

pesquisa Analise Maturacional em crianças praticantes de Atividade Física.

Esta autorização foi concedida após os esclarecimentos que recebi sobre os objetivos,

importância e o modo como os dados serão coletados, por ter entendido os riscos, desconfortos

e benefícios que essa pesquisa pode trazer para ele (a) e também por ter compreendido todos

os direitos que ele (a) terá como participante e eu como seu representante legal.

Autorizo, ainda, a publicação das informações fornecidas por ele (a) em congressos

e/ou publicações científicas, desde que os dados apresentados não possam identificá-lo(a).

Natal, __/__/__.

_____________________________________________

RESPONSÁVEL LEGAL PELO MENOR

Impressão datiloscópica do

representante legal

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APÊNDICE

APÊNDICE 1 – Ficha de Coleta da Pesquisa

FICHA DE AVALIAÇÃO

NOME:_______________________________________________________N°________

TELEFONE:_________________________ DATA NASC:____/____/____ ID: _____

SEXO: M ( ) F ( ) DATA DA AVALIAÇÃO: ____/____/___ ANO ESCOLAR: ___

PESO:______________ D. FEMUR:______________ DOBRA TRICIPITAL

ESTATURA:_________ P. BRAÇO:__________ ________________________

ATC: _______________ ________________________

D. UMERO:__________ ________________________

GOLPEIO _________ _________ _________

AGILIDADE _________ _________ _________

VELOCIDADE _________ _________ _________