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GRAZIELA VIEIRA CORRÊA REFLEXÕES E PROPOSIÇÕES SOBRE O CONCEITO DE ATIVIDADE PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DE CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS Itajaí (SC) 2008

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GRAZIELA VIEIRA CORRÊA

REFLEXÕES E PROPOSIÇÕES SOBRE O CONCEITO DE ATIVIDADE PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DE CRIANÇAS

DE 4 A 6 ANOS

Itajaí (SC)

2008

UNIVALI UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

Centro de Ciências Humanas e da Comunicação – CEHCOM Curso de Pós - Graduação Stricto Sensu

Programa de Mestrado Acadêmico em Educação – PMAE

GRAZIELA VIEIRA CORRÊA

REFLEXÕES E PROPOSIÇÕES SOBRE O CONCEITO DE ATIVIDADE PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DE CRIANÇAS

DE 4 A 6 ANOS

Dissertação apresentada ao colegiado do PMAE como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Educação – área de concentração: Educação – (Linha de Pesquisa: Desenvolvimento Infantil, Grupo de Pesquisa: Contextos Educativos e Prática Docente). Orientadora: Profª. Dra. Valéria Silva Ferreira.

Itajaí (SC) 2008

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CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

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Dedico este trabalho ao meu

filho Lorenzo.

v

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado espírito de luta, sabedoria e

temperança.

No decorrer do mestrado, pessoas tiveram papéis importantes e devem ser

lembradas com muito carinho:

Meus pais Osmar José Vieira e Maria Odete da Silva Vieira que auxiliaram-

me nos momentos em que necessitei de suas experiências;

Meu esposo Márcio Eduardo Serafim Corrêa, grande incentivador na

caminhada do mestrado;

A orientadora Profª Drª Valéria Silva Ferreira, militante da infância, sua

compreensão foi fundamental nesta pesquisa;

Meus colegas do mestrado, especialmente do Grupo de Pesquisa Contextos

Educativos e Práticas Docentes;

A Profª Dra Maria Amélia do Rosário Santoro Franco, e a Profª Dra Verônica

Gesser pelas sugestões à pesquisa durante a qualificação e defesa;

A Núbia, Mariana e Luíza pelo apoio de Secretaria do Programa de Mestrado

Acadêmico em Educação;

A Prefeitura de Itajaí e a Secretaria Municipal de Educação de Itajaí, pelo

apoio, especialmente as colegas do Departamento de Educação Infantil: Alice,

Letícia, Geisa, Giseli, Marúzia, Marilene, Maria Vanderléia, Roseti e Simone;

As Professoras da Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Itajaí,

que possibilitaram a realização desta pesquisa;

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A mim a criança ensinou-me tudo

A mim a criança ensinou-me tudo.

Ensinou-me a olhar paras as coisas.

Aponta-me para todas as coisas

que há nas flores.

Mostra-me como as pedras são

engraçadas quando a gente as têm

nas mãos e olha devagar para elas.

A Criança Eterna acompanha-me

sempre. A direção do meu olhar, é o

seu dedo apontando o meu ouvido

atento alegremente a todos os sons,

são as cócegas que ela me faz,

brincando nas orelhas.

Ela dorme dentro da minha alma e às

vezes acorda de noite e brinca com

os meus sonhos.

Vira uns de perna para o ar, põe uns

em cima dos outros e bate as palmas

sozinha sorrindo para o meu sono...

A Criança Nova que habita onde vivo

dá-me uma mão a mim e a outra a

tudo que existe assim vamos os três

pelo caminho que houver, saltando,

cantando, rindo, gozando o nosso

segredo comum que é o de saber por

toda a parte que não há mistério no

mundo e que tudo vale a pena.

(ALBERTO CAEIRO)

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Saberes dos professores........................................................................34 Quadro 2 - Característica das 08 professoras, de crianças de 4 a 6 anos, graduadas, da Rede Municipal de Ensino de Itajaí, quanto à formação, C.E.I, faixa etária das crianças, idade das professoras e tempo de serviço .......................46 Quadro 3 - Característica das 08 professoras, de crianças de 4 a 6 anos, pós-graduadas, da Rede Municipal de Ensino de Itajaí, quanto à formação, C.E.I, faixa etária das crianças, idade das professoras e tempo de serviço .............47 Quadro 4 – Quadro demonstrativo da freqüência das palavras mais utilizadas para explicar o conceito de atividade pedagógica das professoras ..........51 Quadro 5 - Quadro Comparativo dos conceitos de atividade pedagógica das professoras graduados em pedagogia e das professoras pós-graduadas................57

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LISTA DE APÊNDICES

APÊNDICE A - Transcrição dos questionários das Professoras...............................79 APÊNDICE B – Transcrição das entrevistas das Professoras de 4 à 6 anos, Graduadas em Pedagogia.........................................................................................91 APÊNDICE C – Transcrição das entrevistas das professoras Pós-Graduadas ......117 APÊNDICE D - Pontos de destaque das atividades pedagógicas para cada tema abordado e análise conceitual, das Professoras Graduadas em Pedagogia ...............................................................................................................142 APÊNDICE E – Pontos de destaque das atividades pedagógicas para cada tema abordado e análise conceitual, das Professoras Pós-Graduadas em Pedagogia ...............................................................................................................146 APÊNDICE F - Termo de Consentimento e Livre Esclarecido................................150

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO A - Gráfico dos professores que consideram pedagógica, todas as atividades realizadas no Centro de Educação Infantil.............................................152 ANEXO B - Gráfico das atividades consideradas pedagógicas pelas professoras..............................................................................................................153

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RESUMO

A Educação Infantil tem uma responsabilidade para com as crianças, seu desenvolvimento e sua aprendizagem. Para uma ação efetiva há necessidade de um trabalho intencional e de qualidade. A questão problema elaborada para esta investigação foi: como as professoras de crianças de 04 a 06 anos definem o que é atividade pedagógica? Os objetivos foram: Identificar os conteúdos e as atividades desenvolvidas consideradas pedagógicas, verificar o conceito de atividade pedagógica nas falas das professoras e verificar se existe diferença no conceito de atividade pedagógica entre as professoras graduadas e as pós-graduadas. Os subsídios teóricos foram divididos em quatro temas: Um breve histórico sobre o conceito de atividade pedagógica: Ghiraldeli (1996); Rech (2005); Cambi (1999); Cerizara (1990); Arce (2002); Eby (1976); Luzuriaga (1976); Barbosa (2006); Saberes Docentes: Tardif, Lessard e Lahaye (1991); Ponte (1992) Charlot (2000), Raymond (2000) Monteiro (2001) Perrenoud (1993, 1996); Schön (1995); Shulman (1986); Tardif (1999), A Questão da Profissionalização: Charlot e Bautier (1991) Cunha (1999), Sacristán (1998) Imbernón (2000); Ramalho, Nuñez e Gauthier (2003); A atividade pedagógica e os saberes pedagógicos: Asbahr (2005); Basso (1994); Franco (2005); Moura (2001); Saviani (2000). No primeiro momento, aplicou-se um questionário com 134 professores (de crianças de quatro a seis anos) da Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Itajaí. Estes dados foram coletados individualmente, cada professora respondeu às seguintes questões: Cite 05 atividades de sua rotina e quais dessas atividades você considera que são atividades pedagógicas. Justifique-as. Tivemos um retorno de 94 questionários. No segundo momento da pesquisa foi realizada uma entrevista com dezesseis professoras, em onze Centros de Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Itajaí. As questões da entrevista foram formuladas conforme os dados dos questionários. As entrevistas foram áudio gravadas e transcritas na íntegra, analisadas e categorizadas. As categorias foram definidas durante processo de análise conforme a freqüência. Minha tentativa foi a de estabelecer uma relação como campo de conhecimento dos professores da primeira infância em relação às atividades pedagógicas. Na análise dos dados, evidenciou-se que não há diferenças entre os conceitos de atividades pedagógicas entre as professoras graduadas e as professoras pós-graduadas. O conceito de atividade pedagógica está intimamente ligado ao trabalho de conteúdos específicos, as atividades que estão ligadas a algum tipo de conteúdo curricular tradicional, ganham o status de pedagógica. Os dados demonstraram que as professoras trabalham mais com as condutas de comportamento e atividades motoras. Palavras-chave: educação infantil, atividades pedagógicas, formação de conceitos.

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ABSTRACT

Early childhood education has a responsibility to children, their development and their learning. For an effective action, there must be an intentional, quality work. The question dealt with in this investigation was: How do teachers of children aged 4 to 6 define teaching activity? The objectives were: To identify the contents and activities considered as teaching activities, to determine the concept of teaching activity, in the view of the teachers, and to investigate whether there is any difference in the concept of teaching activity among graduate and post-graduate teachers. The theoretical background is divided into four areas: A brief history of the concept of teaching activity: Ghiraldeli (1996), Rech (2005), Cambi (1999), Cerizara (1990), Arce (2002), Eby (1976), Luzuriaga (1976), Barbosa (2006), Teachers` Knowledge: Tardif, Lessard e Lahaye (1991); Ponte (1992) Charlot (2000), Raymond (2000) Monteiro (2001) Perrenoud (1993, 1996); Schön (1995); Shulman (1986); Tardif (1999), The Question of Professionalization: Charlot e Bautier (1991) Cunha (1999), Sacristán (1998) Imbernón (2000); Ramalho, Nuñez e Gauthier (2003); , Teaching Action and Teaching Activity: Hoyssaye (1981), Asbahr (2005), Saviani (2000), Moura (2001), Basso (1994), Franco (2005), Libâneo (1998), Oliveira (2002). The data were collect in two separate stages. The first consisted of a questionnaire which was applied to 134 teachers (of children aged four to six) of the Municipal Education Network of Itajaí These data were collected individually, with each teacher responding to the following questions: Name five activities in your daily routine, and state which of these activities you consider to be teaching activities. Justify your answer. We received 94 of the questionnaires back. The second stage of the research consisted of an interview with sixteen teachers, from ten Children’s Education Centers in the Municipal Education Network of Itajaí. The interview questions were formulated based on the data from the questionnaires. The interviews were recorded on audio. They were then transcribed in full, analyzed and categorized. In the analysis, the categories were defined according to frequency. My attempt was the to establish a relationship with the field of knowledge of early education teachers in relation to the pedagogical activities. The data analysis showed that there is no difference in the concept of pedagogical activity held by the graduate and post graduate teachers. The concept of pedagogical activity is closely linked to the teaching of specific contents, i.e., when the activities are linked to some type of traditional curricular content, thereby gaining the status of pedagogy. The data demonstrate that the teachers work more with the behavioral conducts and motor activities. Key words: Early childhood education, teaching activities, formation of concepts.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................12 2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................16 2.1 Um breve histórico sobre o conceito de atividade pedagógica ....................16 2.2 Saberes docentes..............................................................................................31 2.3 A questão da profissionalização......................................................................36 2.4 A atividade pedagógica e os saberes pedagógicos.......................................40 3 METODOLOGIA ....................................................................................................44 3.1 Sujeitos ..............................................................................................................44 3.2 Coleta de dados.................................................................................................46 3.2.1 O questionário .................................................................................................46 3.2.2 A entrevista ......................................................................................................47 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.......................................................50 4.1 Os dados das entrevistas .................................................................................50 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................63 REFERÊNCIAS.........................................................................................................72 APÊNDICES .............................................................................................................78 ANEXOS .................................................................................................................151

1 INTRODUÇÃO

A Educação Infantil no Brasil tem recebido atenção especial, tanto no plano

das pesquisas como no debate teórico, quanto no plano legal, principalmente desde

a Constituição de 19881 que reconhece o dever o Estado e o direito da criança a ser

atendida em creches e pré-escolas, vinculando esse atendimento à área

educacional. Em 1990 o Estatuto da Criança e do Adolescente ratifica os

dispositivos enunciados nesta Constituição.

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases 2 foi promulgada, contribuindo de forma

decisiva para a instalação no país de uma concepção de Educação Infantil vinculada

e articulada ao sistema educacional como um todo. Na condição de primeira etapa

da Educação Básica, imprime-se uma outra dimensão à Educação Infantil, na

medida em que passa a ter uma função específica no sistema educacional: a de

iniciar a formação necessária a todas as pessoas para que possam exercer sua

cidadania.

Atualmente a Educação Infantil já não é mais pensada como uma etapa

destacada da escolaridade formal e de menor importância, mas sim como parte

integrante da educação formal.

Em 1998, foi elaborado o Referencial Curricular Nacional para a Educação

Infantil (RCNEI) no contexto da definição dos Parâmetros Curriculares Nacionais que

atendiam ao estabelecido no art. 26 da LDB em relação à necessidade de uma base

nacional comum para os currículos. Já em 2001, foi aprovado o Plano Nacional de

Educação. A Educação Infantil tem seu horizonte de expansão e melhoria definida

como obrigação dos Sistemas de Ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal

e dos municípios.

O documento Política Nacional de Educação Infantil: pelo direito da criança

de 0 a 6 anos à educação, 2005, tem o objetivo de propiciar o cumprimento do

preceito constitucional da descentralização administrativa, bem como a participação

dos diversos atores da sociedade envolvidos com a educação infantil na formulação

das políticas públicas voltadas para as crianças de 0 a 6 anos.

O Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, 2007, destaca como

objetivo promover autonomia das escolas públicas, este plano é definido como ação

1 A constituição de 1988 menciona a criança como portadora de direito à educação. 2 A LDB 9394/96 assegurou que a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica.

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de melhoria da gestão, fundamentada na participação da comunidade escolar,

incluindo metas de qualidade para a Educação Básica.

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, 2007, substitui o Fundo de

Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do

Magistério - FUNDEF, passando a contemplar a educação infantil.

Assim, foi evidenciado que a educação e os cuidados de boa qualidade na

primeira infância, tanto na família, como em programas mais estruturados, têm um

impacto positivo na sobrevivência, crescimento e desenvolvimento do potencial de

aprendizagem das crianças.

Neste período de ênfase, nas políticas de expansão de vagas, expressaram a

preocupação dos educadores com a qualidade do atendimento na Educação Infantil.

Na última década do século XX, o discurso sobre a qualidade da educação ocupou

um espaço significativo no debate educacional, (HADDAD, 1991; ZABALZA, 1998;

DAHLBERG; MOSS; PENCE, 2003; BONDIOLI, 2004), de forma geral, esses

estudos direcionaram as políticas implantadas no quadro das reformas educacionais

nos diversos países.

Um dos critérios utilizados para avaliar a qualidade em qualquer nível de

ensino é o tipo de formação do professor. Considerando que o professor têm um

papel extremamente importante na garantia da qualidade do trabalho realizado na

Educação, a LDB trata da formação inicial dos profissionais da Educação Infantil:

nível superior em curso de licenciatura, admitindo-se como formação mínima, a

graduação em educação.

Como professora efetiva na Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino

de Itajaí, venho acompanhando a trajetória da Educação Infantil no país. No ano de

dois mil e três, quando passei a atuar com crianças, comecei a estabelecer contato

com as professoras da Educação Infantil. No momento do planejamento, as

professoras falavam em planejar a hora da atividade pedagógica, os esforços na

ação pedagógica, eram voltados para a atividade pedagógica que resultava num

produto concreto, e os demais momentos vividos na instituição eram considerados,

como momentos de rotinas. Existia um discurso muito presente de que pela manhã

as crianças brincavam e à tarde desenvolvia-se uma atividade pedagógica,

principalmente porque algumas crianças freqüentavam o Centro de Educação

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Infantil somente no período vespertino, já pela manhã a turma não se constituía

integralmente. No planejamento das professoras percebia-se uma prática que

valorizava um produto concreto. As professoras de período integral diziam organizar

o tempo em atividades de brincadeiras e pedagógicas.

O discurso das professoras começou a me inquietar e uma questão passou a

me acompanhar: O que é considerada atividade pedagógica para os professores?

Qual seria este trabalho? O que identifica um trabalho de cunho pedagógico? Estas

questões tornaram-se pano de fundo para proposta deste estudo.

Em recente trabalho, Ferreira e Corrêa (2007) constataram que o conceito de

atividade pedagógica, para as professoras de crianças de zero a três anos, está

associado inicialmente como formas e estímulo para o ensino. Algumas atividades,

que são mais tradicionais como músicas e contação de histórias, as professoras

citam como conteúdo. Outras atividades tais como: refeição e banho, elas não

relacionam a um conteúdo específico. Neste estudo verificou-se que as professoras

consideram todas as atividades realizadas no Centro de Educação Infantil como

atividades pedagógicas, mas, ao tentarem explicar como fazem para tornar uma

atividade pedagógica, a fala fica muito vaga. Parece que falta clareza para explicar

os motivos para uma atividade ser pedagógica.

Diante dos resultados deste estudo, a necessidade de estudarmos o conceito

de atividade pedagógica com professoras de Educação Infantil que atuam com

crianças de quatro a seis anos tornou-se fundamental. A hipótese inicial é que as

professoras desta faixa etária estariam mais preocupadas com “conteúdos” mais

escolarizados a separação das atividades pedagógicas e outras seriam mais

evidentes.

Conceituar atividade pedagógica não é uma tarefa simples. Ostetto (2000,

p.192) afirma que

o pedagógico não está relacionado somente àquelas atividades coordenadas ou dirigidas pelo educador, realizadas geralmente, na mesa, com todas as crianças, envolvendo materiais específicos, em regra: papel, lápis, canetas, resultando num produto observável. O pedagógico também envolve o que se passa nas trocas afetivas, em todos os momentos do cotidiano com as crianças, perpassa todas as ações: limpar, lavar, trocar, alimentar, dormir. Enfim, o pedagógico envolve cuidado e educação, os tais objetivos colocados hoje, claramente, para a instituição de Educação Infantil.

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Ao que parece, há um consenso que as professoras do Ensino Fundamental

devem ensinar os conteúdos formais. E as professoras da Educação Infantil? O que

elas pensam sobre esta questão? Há diferença no conceito de atividade pedagógica

entre as professoras graduadas e as pós-graduadas?

A partir destas inquietações, surgiu a necessidade desta investigação, que

apresenta como questão principal: “Como as professoras de crianças de 04 a 06

anos definem o que é atividade pedagógica?”

Para viabilizar essa investigação os objetivos foram: Identificar os conteúdos

e as atividades desenvolvidas consideradas pedagógicas; Verificar o conceito de

atividade pedagógica nas falas das professoras; Verificar se existe diferença no

conceito de atividade pedagógica entre as professoras graduadas e as pós-

graduadas.

Este estudo pretende contribuir com as discussões sobre o conceito da

prática pedagógica e as decorrências deste conceito, na organização escolar.

Acreditamos, também, que este estudo trará elementos para contribuir com a

formação inicial, uma vez que o cenário do atendimento às crianças da Educação

Infantil requer práticas compatíveis com as prerrogativas inerentes às necessidades

e características das crianças e a questão dos saberes pedagógicos para a ação

docente que na Educação Infantil tornou-se um grande desafio.

Espera-se, também, que este estudo contribua com os profissionais da

Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação de Itajaí, inspirando o

delineamento e a implementação de projetos de formação continuada, propiciando a

aquisição de uma competência específica para o trabalho junto às crianças que

delas se encarregam, direta ou indiretamente, desta forma, contribuindo com a

melhoria da qualidade do atendimento prestado à criança de 0 a 6 anos de idade.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Um breve histórico sobre o conceito de atividade pedagógica

A pedagogia, como a conhecemos hoje, possui suas características básicas

estabelecidas com o advento do mundo moderno. Nos clássicos da pedagogia, do

século XVI ao XX, encontramos contribuições acerca das atividades pedagógicas.

Embora os pensadores não tenham efetivamente apresentado uma proposta

educativa para as crianças de zero a seis anos, entendemos que essas idéias têm

repercutido e repercutem ainda hoje, na elaboração dos projetos pedagógicos para

essa faixa etária.

Segundo Ghiraldelli (2005) no século XVI houve uma alteração dos

sentimentos dos adultos para com as crianças. Antes, tratadas com indiferença ou

com paparicação, a partir dessa época elas eram objetos de discurso.

Quando se fala de uma escola em que as crianças são respeitadas como

seres humanos dotados de inteligências, aptidões, sentimentos e limites, logo

pensamos em concepções modernas de ensino. Também acreditamos que o direito

de todas as pessoas à educação é um princípio que só surgiu há algumas dezenas

de anos. De acordo Rech (2005) essas idéias se consagraram apenas no século XX,

assim mesmo, não em todos os lugares do mundo. Mas elas já eram defendidas em

pleno século XVII.

Vários teóricos pensaram uma educação para a criança, dentre os quais

destacaram-se Comenius (1592-1657), no século XVII, onde através de sua obra

Didática Magna, atribuiu aos pais a tarefa pela educação da criança pequena.

Encontramos, em Comenius uma contribuição acerca da infância, a educação da

infância começa a ser pensada e a criança reconhecida como ser diferente do

adulto, que possui especificidade, que necessita ser pensada. Assim sendo, a

educação começa com o nascimento, e o lar é a primeira escola. Comenius

considerava a escola maternal para a infância, a mais importante, a que preparava o

“terreno da inteligência” e à qual está ligada toda esperança da reforma universal

das coisas (CAMBI, 1999).

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Comenius em sua visão metafísica da educação, não deu ênfase à questão

da atividade, pois sua concepção educativa era destacar a divindade na natureza do

homem.

As atividades educativas, para ele, estavam nas rotinas cotidianas das

crianças, de caráter lúdico e sério, ressaltando o espontaneísmo e o aprender que

ocorria no “fazer fazendo”, ousou ser um dos teóricos que valorizava a inclusão, pois

ressaltava a importância de ensinar “tudo a todos” incluindo portadores de

deficiência mental e as meninas.

Trazia, em suas idéias, as diferenças entre as crianças, lembrando as

condições e o jeito de ser de cada um. Para ele, era necessário confiar na coerência

dos pais para formação das crianças pequenas.

Apontava a necessidade de haver uma escola em cada casa, e de cuidar

principalmente do “exercício dos sentidos”. Pode-se apontar o início da

sistematização das atividades para as crianças, quando afirmava que “as escolas

maternais têm, como funções específicas, o exercício dos sentidos externos, o

treinamento social inicial e a instrução na religião” (EBY, 1976, p. 161). Cabia aos

pais ou às “amas” aproveitar situações do dia-a-dia para exercitarem os sentidos de

forma intencional.

Na proposta de Comenius, o meio familiar era o mais adequado para educar

as crianças, propôs orientações para esta educação, destacava a condução da

criança no contato com os elementos da natureza, incluindo, além da terra, água,

fogo, animais e plantas, nas ciências físicas, a astronomia, a geografia, os

fundamentos da cronologia, as raízes da aritmética e rudimentos de geometria, artes

mecânicas, a arte dialética, a gramática, música e poesia.

Observa-se, que na época já era valorizado o contato com a natureza, a

importância deste para o desenvolvimento da criança, porém as atividades eram

conduzidas de forma tradicional. Rech (2005, p. 79), constata que

a sistematização de atividades para as crianças já era pensada e organizada, principalmente quando afirmava que as crianças devem ser exercitadas em trabalhos e ocupações contínuas, quer de caráter sério ou lúdico, para que não apreciem a ociosidade.

Comenius ressaltava que a função da escola era trabalhar o campo de

interesse e espontaneidade das crianças. Era um defensor entusiasta dos contos de

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fadas, histórias de carochinha e narrativas, jogos, construtividade manual, música. O

aprender fazendo é um marco em suas idéias de educação: “o que deve ser feito

deve ser aprendido pela prática. Nas escolas, deixai os estudantes aprender a

escrever escrevendo, a falar falando, a cantar cantando, a raciocinar raciocinando”.

(COMENIUS, 1995 apud EBY, 1976).

Da filosofia renascentista – que a época exerceu influência nos vários campos

da ciência – deriva a concepção dinâmica e evolutiva da natureza e a do homem

como microcosmos, gestor e mediador nas relações com a natureza, com a tarefa

de reconduzi-lo a Deus (CAMBI, 1999). Toda a construção pedagógica é

caracterizada por uma forte tensão mística, que sublinha um caráter ético-religioso e

a decidida conotação utópica. A educação, neste quadro, é a criação de um modelo

universal de homem virtuoso. O homem é a mais alta e perfeita entre todas as

criaturas do universo, aquela que possui por natureza “as sementes da ciência, da

moral e da piedade”. Comenius, defendia o acesso irrestrito à escrita, à leitura e ao

cálculo, com objetivo de favorecer aos alunos, contato constante com a bíblia.

Segundo Rech (2005, p. 80)

são estes elementos que, em última análise, fazem de Comenius um sonhador visionário e utopista. As dimensões religiosas e a de todo saber humano-universal são reconhecidas como aspectos fundamentais do pensamento de Comenius, também no tocante às reflexões educativas e didáticas, tradicionalmente consideradas centrais em sua pedagogia.

A partir do século XVIII, outro movimento passou a atuar. Menos rígido que o

renascentista e com propositura de liberdades e direitos, teve, em Rousseau (1712-

1772), o seu expoente maior no que se refere à educação. Rousseau no século

XVIII, ressaltou a necessidade de se compreender a infância como um período

distinto. Ele era um revolucionário para a época, considerando o contexto histórico

em que viveu, transição do mundo feudal para o mundo liberal burguês, em cujo

contexto a classe burguesa ascendente trazia um novo referencial de homem e de

sociedade.

Para Rech (2005, p. 80), “em oposição à rigidez educacional dos moralistas

da corte e da burguesia conservadora, Rousseau tece críticas à falta de tratamento

específico para a infância e coloca sua visão específica sobre a criança e as formas

naturais de educá-la”. Para ele, a criança deve ser pensada a partir de sua natureza,

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sendo respeitada em suas características específicas, valorizando necessidades

espontâneas e o livre processo de crescimento. Chamava a atenção para a

consciência da particularidade infantil. Foi o primeiro a ver claramente a diferença

entre a mente da criança e a do adulto e em reconhecer a infância como idade

distinta, como fase de caracteres peculiares. Neste sentido, “a infância tem maneiras

de ver, de pensar, de sentir, que lhe são próprias” (LUZURIAGA, 1976, p. 165).

Segundo Rech (2005, p. 80), Rousseau afirmava que

a personalidade da criança é resultante das inter-relações que ela estabelece com seu meio, é uma personalidade a ser construída, porém tal transformação só ocorre por meio da educação que começa ao nascer e, até aos cinco anos, diz respeito basicamente ao crescimento do corpo, às atividades motoras, à percepção sensorial e ao sentimento.

A educação não vem de fora, ela surge de dentro. A coisa mais importante é

que se permita à criança obedecer ao impulso interior de agir e que ela experimente

diretamente os resultados de seu comportamento. A criança deve ser deixada livre

para desenvolver seus movimentos, em um ambiente rico de objetos sensíveis.

Alertava que nada deve ser feito pela criança que ela não possa fazer por si mesma.

Este é o único princípio que deve orientar o tratamento da infância.

A aprendizagem deveria propiciar felicidade à criança enquanto ela vivia a

infância, para tanto devia ser educada em liberdade e viver cada fase da infância na

plenitude de seus sentidos. Para ele a liberdade era a independência do ser, na

conquista de sua necessidade.

A idéia de Rousseau era revolucionária, para ele a educação deveria ocorrer

de modo natural, longe das influências corruptoras do ambiente social, sob a direção

de um pedagogo iluminado, que orientasse o processo formativo do menino para

finalidades que reflitam as exigências da própria natureza. A criança devia agir na

natureza sob orientação, esta é uma forma de demonstração de intencionalidade na

educação das crianças, na proposta de Rousseau. A educação há de ensinar a

viver, há de ser ativa e realizar-se em ambiente de liberdade (CAMBI, 1999).

Rosseau defendia a criação de um ambiente com objetos sensíveis como

ingrediente básico para estimular a aprendizagem das crianças pequenas, apontava

a necessidade de transportá-las para diferentes espaços, a fim de enriquecer sua

experiência do mundo, vendo, nas atividades espontâneas das crianças, o meio

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mais eficiente para educá-las. Não se percebe em sua fala nenhum momento

específico em que as crianças demonstrariam sua capacidade criativa ou

imaginativa, porém, falava em corrigir, direcionar, acompanhar, agir.

De acordo com Rech (2005), Rousseau considerava a educação natural, as

atividades desenvolvidas com as crianças seriam aquelas de seu mundo, feitas a

seu modo, a idéia de tempo para aprender não tem a mesma conotação do tempo

fabril, estabelecido por programas escolares ou atividades rígidas como forma de

aprender. Sua preocupação com a infância e com a atividade das crianças era para

conduzi-las de modo que resultassem em adultos bons e felizes, iguais em direitos

aos seus pares, a atividade era para despertar o aspecto natural do homem, o uso

da razão.

Rosseau tinha como objetivo formar o homem, tornando-o capaz de cumprir o

seu papel de homem, tal ocorreria por meio do ensinamento de algumas noções

essenciais de propriedade, pelas experiências diretas das crianças sem pressioná-

las para aprender qualquer noção que não fosse compatível com sua idade. Para

ele, professor devia abolir de seu dicionário os termos obedecer, mandar, dever e

obrigar. Afirmava “mestres zelosos, sejam simples, discretos, comedidos, nunca se

apressem em agir, a não ser para impedir a ação dos outros” (ROUSSEAU, 1979

apud CERIZARA, 1990, p. 107). Quando delegava ao professor o papel de impedir a

ação nociva, conferia-lhe um outro papel de extrema importância: o de proteger a

criança o máximo possível da coerção social, devendo ser influenciada apenas pelo

preceptor. Neste sentido, a relação entre ambos, preceptor e criança, pressupunha

a igualdade de direitos e deveres, embora distinto de cada um. “A própria

necessidade do preceptor põe em cheque a questão do espontaneísmo, uma vez

que se rejeita não a necessidade dessa orientação, mas a forma como ela é levada

a efeito” (CERIZARA, 1990, p. 48).

Para Rech (2005), não há, por parte de Rousseau, a organização da prática

educativa em escolas maternais ou infantis, mas poder-se-ia dizer que traçou um

conjunto de princípios para nortear a ação educativa possível. Sua teoria deu

impulso direto à formação clara das concepções: psicológica, sociológica e científica

da educação. É um dos pensadores que explicava o mundo pela matéria em

desenvolvimento, defendia que os conhecimentos provinham do mundo real, pelo

caminho da sensação, proclamava o valor integral da ciência, era humanista, pois

23

desejava o pleno desenvolvimento e a felicidade do ser humano. Esse pensador foi

fundamental no movimento de reconhecimento da infância de sua época.

Rech (2005), sinaliza que Rousseau é freqüentemente apontado como um

dos precursores do movimento escolanovista, da pedagogia centrada na criança,

oferecendo à tradição pedagógica alguns novos “mitos”, tais como: bondade da

infância e a pouca intervenção educativa, que tiveram ampla e longa influência.

Depois de Rousseau, problemas que antes eram desconsiderados, ou

substancialmente ignorados, tornaram-se sensíveis aos olhos da pedagogia, seja

pelo papel de “revolução” que o seu tratado romântico exerceu no fim do século

XVIII, propondo uma nova concepção de infância e uma nova atitude pedagógica, ou

pelas questões inovadoras que veio introduzir no debate educativo (CAMBI, 1999).

Contemporâneo de Rousseau, Pestalozzi (1746-1827), ainda no século XVIII,

enfatizou que era preciso propiciar à infância a aquisição dos primeiros elementos

do saber de forma natural e intuitiva. Foi um pensador político que se propôs a

realizar reformas educacionais e a implementar várias experiências pedagógicas. Ao

referir-se às crianças, apresentava-as como seres de impulsos, que não têm

consciência de suas ações nem vontade. “A criança já tem em si todas as

faculdades na natureza humana: ela é como um botão que ainda não se abriu, mas,

quando se abre, cada pétala se expande e nenhuma permanece no seu interior, e

assim deve ser o processo da educação” (CAMBI, 1999, p. 418).

De acordo com Rech (2005), Pestalozzi acreditava que as crianças conhecem

o mundo e a si através dos sentidos, por meio deles devem ser estimuladas a

apreender o mundo, desde que se respeite seu desenvolvimento natural. Para ele,

quando a educação reconhece este fato, descobre que a criança possui muitos

conhecimentos que necessitam ser despertados: afinal, toda criança repete, em sua

vida, os estágios de desenvolvimento de toda a humanidade. Assim, a criança se

tornará humana, naturalmente, com o desenvolvimento que possui dentro de si.

A nova vida não é outra coisa que não o instante no qual é atingida a

maturação da faculdade de receber essas impressões, não é outra coisa, que o

instante do despertar do físico que atingiram a perfeição, que empregarão todas as

suas forças para prosseguir no desenvolvimento de sua própria organização; não é

outra coisa, que o despertar do animal, agora completo, que quer e deve chegar a

ser homem (PESTALOZZI, 1959 apud ARCE, 2002).

24

Os poderes infantis brotam de dentro, devido ao despertar de impulsos inatos,

não são externos como os materialistas querem nos fazer crer. Uma vez

despertados, os impulsos inatos lutam para se desenvolver até a maturidade, como

a semente se transforma, naturalmente, num carvalho. O desenvolvimento deve ser

livre e espontâneo e toda a instrução educativa deve ser extraída das próprias

crianças e nascer dentro delas. Todas as tentativas para forçar a criança antes que

seus próprios poderes estejam prontos para desenvolver, são prejudiciais

(PESTALOZZI, apud EBY, 1976).

Pestalozzi considerava a criança imortal, pura, boa em sua essência, em sua

natureza, divina, uma criança de Deus, que deve ser descoberta e cultivada para

atingir a plenitude, e o homem deve se tornar capaz de exercitar a paciência, a

modéstia e a humildade. Assim, toda criança nasce boa, fruto do divino, é portadora

da divindade que deve ser cultivada. A educação é importante, pois ajuda o homem

a sair de seu estado animal e descobrir-se como ser humano, mas é limitada,

porque a natureza “falará mais alto”. “A natureza possui uma unidade que é Deus,

todo o ser vivo possui dentro de si a consciência dessa unidade e a necessidade de

torná-la cada vez maior” (PESTALOZZI, 1959 apud ARCE, 2002).

O autor não definiu uma instituição infantil, desenvolveu nas diversas

instituições que fundou e as influências que estas tiveram sobre a educação dos

pequenos, para ele, a educação não deveria mover-se em atmosfera abstrata, irreal,

mas a partir das circunstâncias reais, imediatas do homem. Defendia que a ação é

importantíssima para a aquisição de conhecimentos, agindo é que se conhece, o

homem é ação, a vida é ação, a vida deve ser base da escola e da educação.

O método de Pestalozzi, é fundado na ação, porque os elementos dos

conhecimentos e seu desenvolvimento sucessivo são encontrados na própria

criança. Depois, porque é ela que, em si mesma, produz os signos representativos

dos objetos e instrumentos que sirvam à ação. Deve substituir o ensino livresco pela

própria criança, ou por sua experiência pessoal. A criança não se instrui senão pelo

exercício, devendo assim, mais praticar que estudar. Quando os elementos da

educação e da instrução caminharem juntas, eles se tornarão vivos e animados

(PESTALOZZI, 1959 apud LOURENÇO, 1978). Assim, a educação, que toma como

base a natureza, conduz à perfeição, à plenitude das capacidades humanas.

25

A família era o ponto de partida da educação, base de toda a formação do

homem. Uma ambição de Pestalozzi “era dar às mães um método de educação tão

simples e definido, que qualquer uma pudesse desenvolver seu próprio filho no

santuário do lar” (EBY, 1976, p. 399).

Para Pestalozzi os professores e crianças deveriam saber o que ensinar e

aprender, estabelecendo a metodologia mais indicada para realizar as atividades de

ensino. O professor deveria preservar a inocência da criança, assumindo um

comportamento antiautoritário, agindo orientado pelo sentimento, que é o verdadeiro

motor da “educação espiritual” – o amor ou o jogo, visto como atividade “séria” e

típica da infância.

Pestalozzi percebia a atividade como o empreendimento de levar às crianças

a serem educadas para o divino. Ele era influenciado por ideais humanistas,

presentes nos homens de seu tempo.

No século XIX, destaca-se Froebel (1782-1852), reconhecido como o criador

dos Jardins de Infância, defensor de uma educação pautada no desenvolvimento

espontâneo da criança, uma educação que não impusesse a criança àquilo que não

fosse resultado natural de seu desenvolvimento. Sua concepção de infância, partia

de um pressuposto religioso, que vê Deus eminentemente presente e coincidente

com a natureza, mas também transcendente a ela, como unidade e seu centro

motor. A manifestação divina é mais nítida na infância. Se na infância está

depositada a voz de Deus, a educação devia apenas deixá-la se desenvolver,

agindo de modo que se reconheça como o divino, o espiritual, o eterno, por meio de

uma comunicação profunda com a natureza e a constituição de uma harmonia entre

o eu e o mundo, reforçando a sua capacidade criativa.

Segundo Rech (2205) Froebel via a infância como uma etapa do

desenvolvimento humano repleta de potencialidade, criatividade, a semente do

homem, o germe do futuro. Não de se despertar algo, mas de contemplar e deixar

livre, em um ambiente familiar adequado, para que a semente se torne flor e depois

fruto do divino. Por isso, precisava ser educada de forma a garantir um futuro. Para

ele tudo que a criança tornar-se está nela própria e só poderia ser atingido através

do desenvolvimento de dentro para fora. Educar, portanto, é despertar na criança,

por meio da atividade, a consciência que sua natureza tem da existência de Deus,

orientando para uma vida “santa e pura”. Desta forma, era necessário trabalhar o

26

interior da criança através de seu corpo e sentidos, os fatos do dia-a-dia ajudam a

tornar exterior todo o seu interior.

Froebel definiu o desenvolvimento infantil em dois períodos: o período da

infância (zero a dois anos), em que se desenvolvem os sentidos e as atividades

motoras, pois estas darão à criança as condições para o desenvolvimento da

linguagem, sem a qual não pode haver desenvolvimento da natureza espiritual e o

período da puerícia (três a seis ou sete anos), fase em que começa a verdadeira

educação, e a criança apresenta maior desenvolvimento sensorial da linguagem e

brinquedo. A divisão do desenvolvimento humano em estágios caracteriza os

primeiros passos rumo à utilização de uma psicologia do desenvolvimento. As falas

e as brincadeiras das crianças são observadas pelo adulto as quais lhe permitem

apreender o nível de desenvolvimento e a forma de relacionamento infantil com o

mundo exterior. Por intermédio da atividade, as crianças exteriorizam Deus, para

atingir e viver com plenitude, já que este está dentro delas próprias. Respeitar o

desenvolvimento espontâneo da criança é respeitar a ação de Deus nela. A

educação vigia e protege as energias naturais da vida.

Com Froebel surge a educação para as crianças em instituições. É na

Escola Nova que a idéia de um momento específico para a atividade fica mais

evidente, pois o fazer deve ser a tônica da ação educativa. Para ele a educação

deveria estar alicerçada na Unidade Vital (homem, Deus e natureza) e os processos

de exteriorização deveriam nortear qualquer metodologia que viesse a ser utilizada

com as crianças. Este processo de exteriorização e interiorização precisam da ação

para mediá-los, necessitam de vida e atividade, não de palavras e conceitos.

Froebel via, na exteriorização e na interiorização, a concretização de algo natural da

criança, devendo o educador estar sempre atento a esses dois processos, pois toda

a atividade externa da criança é fruto de sua atividade interna.

Para Froebel, o melhor método era agir pensando e pensando agindo, para

evitar que o ensino, por demais abstrato, prejudicasse o desenvolvimento dos

talentos dos alunos, o que os levaria à compreensão da tríade que guia todas as

suas vidas, abrindo, portanto, as portas para se atingir a perfeição enquanto ser

humano. O aprender fazendo, proposto por Froebel, respeita, antes de tudo, a

metodologia natural das crianças. Segundo Froebel, “[...] observar, apenas observar,

pois a criança mesma te ensinará” (apud COLE, 1907, p. 16), eis a máxima que

27

deve reger a educação, pois só assim o professor será capaz de conhecer

realmente seu aluno, entendendo sua dinâmica interna e descobrindo sua essência

humana, seu potencial, seu talento.

Para Froebel todo o esforço da educação deveria estar voltado para o

favorecimento do desenvolvimento livre e espontâneo do indivíduo, o qual, como um

ser que foi criado por Deus, também possui imensa criatividade e capacitação de

criação.

Froebel não bania totalmente das escolas a educação prescritiva, a qual

deveria ser utilizada, mas somente quando alguma criança se encontrasse desviada

de seu processo natural de desenvolvimento. Retornando a criança ao caminho

correto, esta educação deveria ser abolida.

Montessori (1870-1952) surge entre os educadores clássicos, ao final do

século XIX. Suas idéias educativas foram primeiramente aplicadas à criança de

quatro a seis anos, em jardins de infância. A concepção da educação é de

crescimento e desenvolvimento mais que de ajustamento ou integração social. Mais

que o ser social, Montessori vê o ser biológico e psicológico. A vida é

desenvolvimento, e educar será permitir esse desenvolvimento.

Segundo Barbosa (2006), Montessori desenvolveu um método para a

educação das crianças pequenas que se espalhou de forma considerável por todo o

mundo. Duas características da pedagogia montessoriana eram particularmente

apreciadas pelos observadores da época: uma delas era a criação de um ambiente

especialmente pensado para atender às necessidades das crianças com móveis e

objetos nas suas dimensões e a outra era a formação específica dos educadores.

Essas características tornavam os freqüentadores de sua casa dei bambini mais

disciplinados, silenciosos, obedientes e adequados que as demais crianças

(POLLARD, 1993). Para Montessori, a disciplina estabelecida nas casas das

crianças não era a da coerção, mas a disciplina ativa.

Segundo Montessori, para poder obter um bom comportamento das

crianças é importante que elas sejam independentes e que saibam discernir entre as

boas e a más ações. Para que isso aconteça, os adultos não devem ser servis,

atendendo-as constantemente, mas ensinar-lhes as atividades práticas para que

possam ter liberdade de escolher e agir. Para ela, as crianças têm um senso natural

28

de dignidade e, por isso, gostam de comportar-se adequadamente (POLLARD,

1993).

A metodologia do trabalho de Montessori organizava-se em torno de uma

rotina predeterminada sobre as ações que devem ser realizadas pelas crianças e

pelos adultos no seu dia-a-dia, as regras de vida.

Segundo Barbosa (2006) entre as características marcantes da metodologia

montessoriana, encontra-se a criação de um ambiente para os exercícios de vida

diária com materiais concretos, mobílias, banheiros adaptados aos tamanhos das

crianças e muitos objetos que convidam a trabalhar e realizar atividades que tem

objetivos reais e predeterminados. Pode-se exemplificar com atividades como abrir e

fechar gavetas, abotoar, transpor líquidos, tirar o pó, mover a cadeira, dobrar o

guardanapo, pôr a mesa, lavar pratos, lavar as mãos, lavar o piso, lustrar sapatos,

dar nó, costurar e outras atividades domésticas realizadas por meninos e meninas.

Além dos materiais de vida prática, Montessori elaborou materiais com o

objetivo de desenvolver as percepções, as sensações e o intelecto. Esses materiais

até hoje usados em várias salas de educação infantil, tem características próprias:

são materiais autocorretivos, que trabalham cada grupo sensorial de uma vez, o que

resultou, segundo Santomé (1991) em uma crítica de Dewey e Decroly sobre a sua

concepção fragmentada das percepções e do intelecto e da vida real dissociada da

vida na sala de educação infantil.

Todos os afazeres são confiados às crianças na medida do possível e,

assim, elas planejam suas atividades, desenvolvendo responsabilidade e paciência.

O papel do professor é o traço de união entre a criança e o ambiente educativo

preparado para a sua atividade.

Os conteúdos na formação das professoras montessorianas eram os

conhecimentos dos materiais didáticos e a forma de usá-los; saber dar as lições

seguindo sempre a seqüência de ações previamente planejadas e também aprender

a zelar pela ordem, pois a professora, além de pôr a criança em contato com os

materiais e os conhecimentos, também a coloca em relação com a ordem que há no

ambiente, isto é, ensina-a a submeter-se a uma organização disciplinar externa –

mesmo que esta seja muito simples, como garantir um trabalho tranqüilo.

Para Montessori, a ação pedagógica deveria se inspirar na natureza e seus

fundamentos teóricos seriam os corpos das informações científicas sobre o

29

desenvolvimento infantil. Individualidade, atividade e liberdade do aluno eram as

bases de sua teoria, com ênfase para o conceito de indivíduo como,

simultaneamente, sujeito e objeto do ensino. Montessori defendia uma concepção

de educação que se estende além dos limites do acúmulo de informações. A filosofia

e os métodos elaborados pela médica italiana procuram desenvolver o potencial

criativo desde a primeira infância, associando-o à vontade de aprender - conceito

que ela considerava inerente a todos os seres humanos.

Montessori acreditava que nem a educação nem a vida deveriam se limitar

às conquistas materiais. Os objetivos individuais mais importantes seriam: encontrar

um lugar no mundo, desenvolver um trabalho gratificante e nutrir paz e densidade

interiores para ter capacidade de amar. A meta coletiva é vista até hoje por seus

adeptos como a finalidade maior da educação montessoriana. Ao defender o

respeito às necessidades e aos interesses de cada criança, de acordo com os

estágios de desenvolvimento correspondentes às faixas etárias, argumentava que

seu método não contrariava a natureza humana.

Por causa dessa perspectiva desenvolvimentista, elegeu, como prioridade,

os anos iniciais da vida. Para ela, a criança não é um pretendente a ser adulto e,

como tal, um ser incompleto. Desde seu nascimento, já é um ser humano integral, o

que inverte o foco da sala de aula tradicional, centrada no professor.

Nas escolas montessorianas, os espaços internos eram e são,

cuidadosamente preparado para permitir aos alunos movimentos livres, facilitando o

desenvolvimento da independência e da iniciativa pessoal. Assim como o ambiente,

a atividade sensorial e motora desempenha função essencial, ou seja, dar vazão à

tendência natural que a garotada tem de tocar e manipular tudo o que está ao seu

alcance.

Montessori defendia que o caminho do intelecto passa pelas mãos, porque

é por meio do movimento e do toque que os pequenos exploram e decodificam o

mundo ao seu redor. Muitos dos exercícios desenvolvidos pela educadora objetivam

chamar a atenção dos alunos para as propriedades dos objetos (tamanho, forma,

cor, textura, peso, cheiro, barulho).

O ensino religioso é proposto estabelecendo visitas das crianças às igrejas,

lições com miniaturas de objetos sacros e observação de imagens sacras. A religião

é vista como uma educação do simbólico e deve ser feita pelo encantamento.

30

As idéias de educação de Montessori refletem a concepção positiva do

conhecimento que caracterizou a época em que viveu, sobretudo, a virada do século

XIX para o XX, marcada por efervescência intelectual e fascínio pela mente humana.

Outro pensador que se interessou por Rousseau, Pestalozzi, foi Freinet

(1896-1966), que começou a questionar a eficiência das normas rígidas: filas,

horários e programas oficiais.

A importância da Pedagogia é que ela é muito atual. Foi Freinet mesmo que

deu o nome de sua Pedagogia: “Escola Moderna”, porque ele achava que estaria

sempre moderna.

Para Freinet, que iniciou a carreira docente em 1920, a educação deveria

proporcionar ao aluno a realização de um trabalho real. Sua carreira docente teve

início construindo os princípios educativos de sua prática, onde enfocava que

"ninguém avança sozinho em sua aprendizagem, a cooperação é fundamental". Ele

propunha uma mudança da escola, pois a considerava teórica e, portanto desligada

da vida. Suas propostas de ensino estão baseadas em investigações a respeito da

maneira de pensar da criança e de como ela construía seu conhecimento. Através

da observação constante ele percebia onde e quando tinha que intervir e como

despertar a vontade de aprender do aluno. Para ele, a aprendizagem através da

experiência se faz mais eficaz, porque se o aluno faz um experimento e dá certo, ele

o repetirá e avançará no procedimento; porém não avançará sozinho, precisará da

cooperação do professor.

As práticas atuais de jornal escolar, troca de correspondência, trabalhos em

grupo, aula-passeio são idéias defendidas e aplicadas por Freinet, desde os anos 20

do século passado. O professor deve mesclar seu trabalho com a vida em

comunidade, criando as associações, os conselhos, eleições, enfim as várias formas

de participação e colaboração de tudo na formação do aluno, direcionando o

movimento pedagógico em defesa da fraternidade, respeito e crescimento de uma

sociedade cooperativa e feliz. Há princípios no saber pedagógico que Freinet

considerava invariáveis, ou seja, independente do local ou período histórico, certos

pressupostos deveriam sempre ser levados em conta na prática educacional. Desta

forma, postulou as chamadas "Invariantes Pedagógicas", consideradas como pilares

de sua proposta Pedagógica.

31

Desde sua origem, o movimento sempre se manteve aberto a todas as

experiências pedagógicas através de documentos, revistas, circulares, cartas e

boletins. Freinet buscava formas alternativas de ensino, pois não conseguia se

adaptar a forma tradicional, fazia também relatórios diários de cada criança. Ao que

se refere às cartilhas, ele questiona seu valor, pois os conteúdos nada tinham a ver

com a realidade da criança, portanto, não traziam nenhum estímulo à aprendizagem

da leitura.

Freinet dava muita importância ao trabalho, pois este deveria ser o centro

de toda atividade escolar, enfatizando-o como forma do ser humano ascender,

exercer seu poder. Ele não desvalorizava o aprender, mas achava que tudo deveria

passar pela experiência de vida, para que o aprendizado fosse integrado ao que se

aprendia, e isso só é possível pela ação, através do trabalho. O trabalho desenvolve

o pensamento, até o pensamento lógico e inteligente, que se faz a partir de

preocupações materiais, sendo que esta é um degrau para abstração no e pelo

trabalho o ser humano se exprime e se realiza eficazmente.

Para ele, a disciplina escolar se resumia executando uma atividade que

envolve a criança e automaticamente se torna disciplinada. Freinet apresentava

meios para crescer e ascender: a liberdade. Sendo que esta é relativa e não pode

existir fora da vida e do trabalho de cada um. Para ele, a liberdade era a

possibilidade do ser humano vencer obstáculos.

Freinet buscou técnicas pedagógicas que pudessem envolver todas as

crianças no processo de aprendizagem, independentemente da diferença de caráter,

inteligência ou meio social (lembrando-se mais uma vez que ele afirmava que o

conteúdo estudado no meio escolar deveria estar relacionado às condições reais de

seus alunos). Ao estudar o problema da educação, ele propunha que ao mesmo

tempo em que o professor almejasse a escola ideal, criativa e libertadora, deveria

também estudar as condições concretas que estariam impedindo a sua realização.

A leitura dos pensadores a que fizemos referência nos possibilitou entender

como a infância foi caracterizada em diferentes reflexões sobre a sua educação e

como os pensadores perceberam a atividade na construção do sujeito, na sua

relação com o mundo. Creches, escolas maternais e jardins-de-infância fizeram

parte do conjunto de instituições modelares de uma sociedade civilizada, propagada

32

a partir dos paises europeus centrais, durante a Era dos Impérios, na passagem do

século XIX ao XX.

A educação da criança por muito tempo foi considerada responsabilidade

unicamente da família e do grupo social ao qual pertencia. Era com os adultos e

demais crianças que aprendia a se tornar membro deste grupo, participar das

tradições consideradas importantes e apropriar-se de conhecimentos que lhes

seriam necessários para a vida adulta. Por um bom período da história da

humanidade, nenhuma instituição incumbiu-se de compartilhar a responsabilidade

pela criança com seus pais e com a comunidade da qual estes faziam parte. O fato é

que, historicamente, o papel da criança sempre foi definido pelas expectativas dos

adultos.

A infância é construção histórica e por isso nós, profissionais da infância,

também estamos no processo de construir concepções e representações das

crianças. É preciso aprofundar que crianças são essas, o que elas têm em comum, o

que partilham entre si em várias regiões do Brasil e em outros países e o que as

distingue umas das outras. É preciso romper com representações hegemônicas.

Elas se distinguem umas das outras no tempo, no espaço, nas diversas formas de

socialização, no tempo de escolarização, nos trabalhos, nos tipos de brincadeiras,

nos gostos, nas vestimentas, enfim, nos modos de ser e estar no mundo, como bem

define Smolka (2002):

imagens de crianças que brincam, que trabalham, que estudam, que aprendem (ou não). Imagens de crianças amáveis e amadas; crianças bem comportadas; crianças diferenciadas; crianças confinadas ou abandonadas, subjugadas, autônomas, libertadas. Imagens de crianças que crescem e que deixam de ser crianças. Imagens de crianças quase adultas nos seus modos de ser. Imagens que participam do imaginário social de nossa época.

Importa-nos refletir, entre outros aspectos, sobre a concepção de infância que

perpassa aquelas propostas de políticas de educação para a infância. Resgatamos a

idéia tradicional, oficial e hegemônica de infância que, modificando-se ao longo dos

anos, vem definindo novas práticas educativas. Pelas ações das políticas públicas

que se expressam, por exemplo, em documentos e produções oficiais, parece que

se busca efetivar a passagem de uma educação da infância pautada no

assistencialismo rumo a uma educação de qualidade. Por certo, podemos adiantar

33

que essa reflexão nos levará a um ponto em comum: a intencionalidade pedagógica

e a qualificação da relação entre o “cuidar” e o “educar”, proposta pelo nosso modelo

de sociedade.

2.2 Saberes docentes

Nos últimos anos, esforços têm sido realizados por pesquisadores em

educação, com objetivo de refinar o instrumental teórico disponível para realizar

investigações sobre os saberes docentes.

Entre os autores que têm pesquisado os saberes que os professores

mobilizam quando ensinam, destacamos Tardif, Lessard e Lahaye (1991), Charlot

(2000), Perrenoud (1993, 1996), Schön (1995), Shulman (1986), os aspectos e

características desses trabalhos representam contribuições significativas para nossa

pesquisa.

Tardif, Lessard e Lahaye (1991) chamam a atenção para o fato de que o

saber docente é plural, estratégico e desvalorizado, constituindo-se em um

amálgama, mais ou menos coerente, de saberes oriundos da formação profissional,

dos saberes das disciplinas, dos currículos e da experiência.

Os primeiros “saberes docentes” têm sua origem na contribuição que as

ciências humanas oferecem à educação e nos saberes pedagógicos, concepções

sobre a prática educativa, arcabouço ideológico, algumas formas de saber-fazer e

algumas técnicas. Os saberes das disciplinas são aqueles difundidos e selecionados

pela instituição universitária, correspondendo aos vários campos de conhecimento;

os saberes curriculares, os quais a instituição escolar apresenta como aqueles a

serem ensinados, resultado de um processo de seleção cultural ou de transposição

didática. Já os saberes da experiência são os constituídos no exercício da prática

cotidiana da profissão, fundados no trabalho e no conhecimento do meio. "São

saberes que brotam da experiência e são por ela validados. Incorporam-se à

vivência individual e coletiva sob a forma de habitus e de habilidades, de saber fazer

e de saber ser" (MONTEIRO, 2001, p. 130-131). Esses saberes não provêm

somente das instituições de formação ou dos currículos, esses saberes não se

34

encontram somente nas teorias: eles são saberes práticos, são a cultura docente em

ação.

Os autores Tardif, Lessard e Lahaye (1991), ao realizar o trabalho de análise

do saber docente, destacam sua complexidade, demonstrando seu caráter plural. É

interessante observar que eles buscam superar o modelo da racionalidade técnica

chamando a atenção para a existência dos saberes da experiência, que não são

para e sim da prática, aqueles que têm origem na prática cotidiana do professor em

confronto com as condições da profissão.

Ponte (1992) aborda o papel das crenças na caracterização dos saberes e

ressalta que as crenças são condicionadas pelo grau de impregnação da cultura

social, pelo conhecimento científico e profissional e pelas vivências pessoais. Para o

autor, as diferenças entre os diversos tipos de saberes traduzem-se pela diferente

articulação entre as crenças e os outros tipos de pensamento, baseados no

raciocínio e na experiência. Segundo ele, a crença é

como uma parte do conhecimento relativamente ‘pouco elaborada’ [...]. Nas crenças predominaria a elaboração mais ou menos fantasista e a falta de confrontação com a realidade empírica. No conhecimento mais elaborado de natureza prática predominariam os aspectos experienciais. No conhecimento de natureza teórica predominaria a argumentação racional (PONTE, 1992, p. 195-197).

Para Tardif e Raymond (2000) os saberes provêm de lugares sociais

anteriores à carreira, ou seja, fora do trabalho cotidiano. Esses saberes têm origem

na família do professor, da escola que o formou e de sua cultura pessoal; outros

vêm das universidades; outros são decorrentes da instituição ou do estabelecimento

de ensino (programas, regras, princípios pedagógicos, objetivos, finalidades, etc);

outros, ainda provêm dos pares, cursos de reciclagem, etc. Nesse sentido, o saber

profissional está, de um certo modo, na confluência entre várias fontes de saberes

provenientes da história de vida individual, da sociedade, da instituição escolar, dos

outros atores educativos, dos lugares de formação.

O quadro organizado por Tardif (2002) mostra, também, a natureza social do

saber profissional, sintetiza as fontes dos saberes (Quadro 1):

35

Saberes dos professores Fontes de aquisição Modos de integração no trabalho docente

Saberes pessoais dos professores

A família, o ambiente de vida, a educação no sentido lato, etc.

Pela história de vida e pela socialização primária.

Saberes provenientes da formação escolar anterior

A escola primária e secundária, os estudos pós-secundários não especializados, etc.

Pela formação e pela socialização pré-profissionais.

Saberes provenientes da formação profissional para o magistério

Os estabelecimentos de formação de professores, os estágios, os cursos de reciclagem, etc.

Pela formação e pela socialização profissionais nas instituições de formação de professores.

Saberes provenientes dos programas e livros didáticos usados no trabalho

A utilização das “ferramentas” dos professores: programas, livros didáticos, cadernos de exercícios, fichas, etc.

Pela utilização das “ferramentas” de trabalho, sua adaptação às tarefas.

Saberes provenientes de sua própria experiência na profissão, na sala de aula e na escola

A prática do ofício na escola e na sala de aula, a experiência dos pares, etc.

Pela prática do trabalho e pela socialização profissional.

Quadro 1 - Saberes dos professores Fonte: TARDIF (2002).

Esse quadro nos mostra várias situações, fatos, experiências, referência e

fenômenos importantes relacionados ao saber docente. Em primeiro lugar, ele

afirma que todos os saberes nele identificados são utilizados pelos professores no

contexto de sua prática pedagógica, ou seja, os professores utilizam constantemente

seus conhecimentos pessoais e um saber-fazer próprio. Trabalham com programas

e livros didáticos, como também se baseiam em saberes escolares relativos às

matérias ensinadas. Integram-nos em sua experiência e recorrem a elementos de

sua formação profissional.

Segundo Charlot (2000) para analisar a relação com o saber é necessário

analisar uma relação simbólica, ativa e temporal. Nesse sentido, o autor mostra que

a relação com o saber é uma relação com o meio e enquanto relação social não

deve ser feita independentemente da análise das dimensões epistêmica e identitária,

mas através delas. Portanto, para identificar quais saberes norteiam a organização

da prática pedagógica cotidiana de educadoras da pequena infância é necessário

levar em consideração: o seu perfil profissional; a sua formação; o sistema

educacional na qual está inserida; como também, as suas ações e relações nesse

contexto social.

Schön (2000) oferece uma contribuição importante para o estudo dos saberes

dos professores que, segundo ele, criam um conhecimento específico e ligado à

36

ação, que só pode ser adquirido através do contato com a prática. É um

conhecimento pessoal, tácito e não sistemático, espontâneo, intuitivo, experimental,

quotidiano, do tipo que leva a pessoa a agir sem saber como age, em concepção

oposta à da racionalidade técnica.

Coerentemente com sua proposta voltada para a ação, ele criou a categoria

de professor-reflexivo e o conceito de reflexão-na-ação, segundo o qual o professor

analisa e interpreta a sua própria realidade no ato, e o de reflexão-sobre-a-ação, que

implica o olhar retrospectivo e a reflexão sobre o que foi realizado.

Sua proposta radicaliza a questão da importância da ação prática que quase

se autonomiza, podendo fazer sugerir o risco de volta ao espontaneísmo do

voluntarismo empirista.

Outro autor que oferece uma contribuição importante é Perrenoud.

Preocupado em entender a atividade docente, ele discute suas características

particulares que oscilam entre a rotina e a improvisação regulada, num movimento

que implica uma complexidade que a racionalidade técnica não tem condições de

dominar. Aprofundando a reflexão sobre a profissão docente, Perrenoud (1996)

alerta para os limites e riscos de se analisar os recursos cognitivos de uma pessoa

que desenvolve uma ação apenas em termos de saberes e conhecimentos (para ele

os dois termos são intercambiáveis). Do seu ponto de vista, é necessário enfrentar o

problema das competências que englobam os saberes, mas não se reduzem a eles.

Competências são capacidades de ação, que mobilizam saberes para a ação, que

estabelecem relações com os saberes teóricos que não são de reverência ou de

dependência, mas ao contrário, são críticas, pragmáticas, até mesmo oportunistas

(PERRENOUD, 1996).

Perrenoud (1999), ao propor a utilização do conceito de competência,

apresenta uma proposta consistente para se pensar o conhecimento tácito da

prática do professor. Ele consegue discutir e relativizar o papel dos saberes

discutindo as várias facetas do problema tais como a relação entre saberes sábios e

científicos, saberes científicos e saberes da experiência (mostrando que eles não

são opostos, mas que o saber científico pesquisa e busca objetos na experiência).

O autor distingue saberes declarativos e procedimentais (que explicam como agir,

fazer ou ser) das competências que podem vir a ser codificadas em saberes

procedimentais.

37

Perrenoud (1999), portanto, enriquece o potencial de análise. Da mesma

forma que os demais, ele prioriza o conceito de saber da experiência ou da prática,

estratégicos no trabalho do professor, mas oferece um instrumental conceitual mais

rico para dar conta da complexidade (conceito por ele também utilizado) do saber

docente.

Outro trabalho que gostaríamos de mencionar é o de Shulman (1986), que

estuda os diferentes tipos e modalidades de conhecimento que os professores

dominam, configurando uma epistemologia própria. Sua contribuição é importante,

em nosso entender, porque traz de volta ao centro da discussão a questão do

conhecimento que os professores têm dos conteúdos de ensino e do modo como

estes conteúdos se transformam no ensino.

Acreditamos que tanto do ponto de vista do trabalho de base disciplinar

como nas tentativas voltadas para a interdisciplinaridade, esses estudos se fazem

urgentes para que possamos lançar luz sobre aspectos ainda obscuros da prática

docente. Muitas tentativas de reforma educacional fracassaram, em nosso entender,

devido a um desconhecimento de características próprias da atividade docente,

consideradas por técnicos e teóricos apriorísticamente como defeituosas e

equivocadas e, portanto, necessariamente superadas. Deixavam, assim, de ser

considerados artifícios já impregnados na cultura profissional, e utilizados para lidar

com os constrangimentos e imperativos didáticos da cultura escolar que, de alguma

forma, oferecem aos professores alternativas preciosas para lidar com situações

imprevistas e imponderáveis que fazem parte do cotidiano escolar e que precisam

ser controladas para a realização das tarefas propostas.

A questão dos saberes pedagógicos, ação docente na Educação Infantil é

um grande desafio. É possível estruturar um fazer pedagógico que contemple tanto

os cuidados necessários ao desenvolvimento da criança, quanto os conhecimentos

a serem por ela apropriados. Cerizara (1990) lembra que os profissionais da

Educação Infantil ainda estão enfrentando o desafio de organizar um trabalho

docente que não separe as atividades de cuidado das atividades consideradas

pedagógicas e, ao mesmo tempo, mostre a intencionalidade educativa delas.

A pergunta essencial é quais seriam os saberes necessários para uma ação

docente na educação infantil? O que caracteriza uma atividade pedagógica nesta

modalidade educativa?

38

2.3 A questão da profissionalização

O discurso da profissionalização docente, que há alguns anos começou a

tomar corpo nos países desenvolvidos, parece estar definitivamente entre os mais

abordados nas discussões pedagógicas da atualidade, no Brasil.

Em princípio, a idéia que em geral temos de profissionalização é positiva.

Dizer que alguém tem um comportamento profissional é dizer que tem competência

técnica, discernimento emocional, responsabilidade e capacidade para resolver

problemas no âmbito da sua profissão. É ainda, ressaltar uma conduta que se

distingue das demais, geralmente baseada num código de ética, explícito ou não. O

profissionalismo opõe-se aos procedimentos improvisados e pouco eficientes.

Segundo Cunha (1999), o profissionalismo tem sido um valor perseguido

pelos professores em seus discursos e proposições. A idéia de profissional também

estabelece uma relação com o respeito e a dignidade requeridos por aqueles que

exercem determinado ofício, passando pela justa remuneração e controle do

exercício da profissão.

Na literatura sociopedagógica atual, é fácil encontrar distintas organizações

discursivas para caracterizar a profissão do professor e a chamada

profissionalidade, que seria essa profissão em ação.

Para Cunha (1999) a profissionalização é um processo histórico e evolutivo

que acontece na teia das relações sociais e refere-se ao conjunto de procedimentos

que são validados como próprios de um grupo profissional, no interior de uma

estrutura de poder. Isso significa admitir que sua configuração ou extinção resulta de

lutas concorrenciais que se instalam nos espaços de produção e nos espaços de

conhecimento. Se há profissões que se distinguem, é porque há estruturas que

provocam esse resultado, assim como o mesmo se dá quando novos espaços

profissionais se articulam.

Sendo assim a profissionalidade pode ser percebida como a expressão da

especificidade da atuação dos professores na prática, isto é, o conjunto de atuações,

destrezas, conhecimentos, atitudes e valores ligados a ela, que constituem o

específico de ser professor. Evidencia-se, nessa conceituação, que a

profissionalidade contempla muito mais a subjetividade do professor inserido na

prática; trata dele enquanto um sujeito histórico, exercendo uma profissão.

39

Para Cunha (1999) a profissionalidade constrói a profissão, se tomarmos a

idéia de que o constructo profissional de saberes específicos do professor só é

legítimo quando se considera o universo das subjetividades na construção do

conhecimento.

Charlot e Bautier (1991) diferenciam o profissional do homem da ciência, do

empirista, do burocrata, do militante/voluntário, utilizando os seguintes critérios para

o profissional: base de conhecimentos; prática na situação; capacidade para

demonstrar seus conhecimentos, seu saber-fazer e seus atos; autonomia e

responsabilidade no exercício de suas competências; adesão às representações e

às normas coletivas da identidade profissional; pertencer a um coletivo que

desenvolve estratégias de promoção e discursos de valorização e de legitimação.

Olhar o professor como profissional segundo Imbernón (2000, p. 21)

[...] implica em considerar o professor como um agente dinâmico, cultural, social e curricular, capaz de tomar decisões educativas, éticas e morais, de desenvolver o currículo em um contexto determinado e de elaborar projetos e materiais curriculares com a colaboração dos colegas, situando o processo em um contexto específico controlado pelo próprio coletivo.

Para Imbernón (2000) a profissionalização é um processo socializador de

construção das características da profissão, fundamentada em valores de

cooperação entre os indivíduos e o progresso social.

Ramalho, Nuñez e Gauthier (2003) sinalizam que a profissionalização é

entendida como o desenvolvimento sistemático da profissão, fundamentada na

prática e na mobilização/atualização de conhecimentos especializados e no

aperfeiçoamento das competências para a atividade profissional. É um processo não

apenas de racionalização de conhecimentos, e sim de crescimento na perspectiva

do desenvolvimento profissional. A profissionalização reúne em si todos os atos ou

eventos relacionados direta ou indiretamente para melhorar o desempenho do

trabalho profissional. A autora afirma que o processo de profissionalização da

docência representa uma mudança de paradigma no que se refere a formação, o

que implica sair do “paradigma dominante” baseado na racionalidade técnica, no

qual o professor é um técnico executor de tarefas planejadas por especialistas, para

se procurar “um paradigma emergente”, ou da “profissionalização”, no qual o

professor é construtor da sua identidade profissional, segundo os contextos

40

específicos de produção dessa identidade. Os saberes não são regras pré-

estabelecidas para sua execução, e sim referências para a ação consciente sob

determinados princípios éticos. Portanto, nesse caminho para a profissionalização

docente, um componente essencial é mobilizar o pensamento do professor, procurar

ajudar a criar junto aos professsores novas referências e, conseqüentemente, seu

agir.

Através da profissionalidade o professor adquire os conhecimentos

necessários ao desempenho de suas atividades docentes, adquire os saberes

próprios de sua profissão. São os saberes das disciplinas e também os saberes

pedagógicos. De posse desses saberes, na sua prática ele vai construíndo as

competências para atuar como profissional. Sacristán (1999) tem insistido que é

preciso fundamentar as bases morais da profissionalidade docente, além de

enfatizar as competências culturais e pedagógicas necessárias à sua formação.

Se é certo que os saberes docentes são constituídos do conhecimento que o

professor veicula e dos aportes técnicos da área pedagógica, sua possibilidade

profissional será sempre limitada se não for privilegiada a base moral da profissão,

especialmente em tempos em que a ideologia de mercado deixa a educação e seus

profissionais ao sabor das demandas externas, manifestas pela lógica da

produtividade.

Os saberes constitutivos da profissão docente implicam consciência,

compreensão e conhecimento. Sobre estas bases é que se pode estabelecer a

reflexividade e, com ela, uma perspectiva mais emancipatória da profissão.

Cunha (1999) alerta que é preciso ter cuidado quando se coloca a

profissionalização como “tábua salvadora” da condição do professor, especialmente

quando esse conceito está tão impregnado do Estado Neoliberal: corre-se o risco

de, com ela, produzir um efeito perverso. Ao invés de ressaltar as condições que a

singularizam, podemos nos alinhar às forças que a querem sob controle, num estado

de maior alienação. Para a autora, cabe continuar discutindo as questões da

profissionalização. Não para combatê-las; muito menos para fazer delas uma

panacéia. Os desafios são para reinterpretá-las e entendê-las de forma como nos

ensina Popkewitz (1995, p. 34), quando diz que “a ordem natural, sem dúvida, não é

natural nem inevitável, senão que tem sido construída social, histórica e

politicamente”.

41

Se toda profissão possui um saber que lhe é próprio, é preciso discutir a

profissionalização docente a partir desse referencial e compreender a repercussão

de tal contigência. No entanto, é necessário alertar para o fato de que essas

discussões só acontecerão se as instituições formativas se profissionalizarem nos

marcos das novas políticas educacionais que valorizem o papel docente como

profissional e criem condições para essa profissionalização.

2.4 A atividade pedagógica e os saberes pedagógicos

Como condição indispensável à humanização, a educação se faz presente a

todo o momento. Nosso objetivo, aqui, não é discutir a atividade educativa de forma

geral, e sim a atividade pedagógica.

Pesquisas de autores como Asbahr (2005), Basso (1994), Moura (2001),

Saviani (2000), têm investigado o significado da atividade pedagógica, ação

elaborada e mobilizada durante a ação pelos professores.

Segundo Asbahr (2005), como cristalizações da experiência humana, as

significações sociais expressam as sínteses históricas dos produtos culturais, sejam

eles palavras, objetos, conceitos ou o conhecimento de forma geral, isso fica ainda

mais evidente quando nos referimos a significações de cunho diretamente político,

como é o caso da atividade pedagógica.

Saviani (1999), nos mostra que, muitos são os significados da atividade

pedagógica no decorrer do tempo, e estes variam de acordo com o momento

histórico, político e econômico em que a educação está sendo engendrada, diferem

em suas concepções filosóficas de homem e de mundo, diferem de acordo com as

gestões educacionais representantes de um ou outro ideário pedagógico.

Para Asbahr (2005), entender o significado da atividade pedagógica impõe-

se como um elemento importante na pesquisa, pois é fundamental para a

compreensão do que motiva a atividade docente, isto é, qual é o sentido pessoal

atribuído a essa atividade, já que o sentido relaciona-se diretamente com a

significação social.

42

Saviani (2000, p. 17) sintetiza o objetivo da atividade educativa: "o trabalho

educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular,

a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens".

Entendemos a escola como a instituição social cuja especificidade é a

interação, de forma intencional. O professor é o responsável por essa interação, o

significado do seu trabalho é formado pela finalidade da ação de ensinar, isto é, pelo

seu objetivo, considerando as condições reais, objetivas na condução do processo

de apropriação do conhecimento do aluno (BASSO, 1994).

A significação social da atividade pedagógica do educador é justamente

proporcionar condições para que os alunos aprendam, ou melhor, engajem-se em

atividades de aprendizagem. Para tanto, o professor é responsável por organizar

situações propiciadoras da aprendizagem.

Se a significação social da atividade pedagógica é garantir que os alunos se

apropriem do conhecimento não-cotidiano, e a finalidade direta de sua ação é

produzir desenvolvimento, cabe ao professor organizar sua prática de maneira a dar

conta desses objetivos, planejando as atividades pedagógicas.

Moura (2001) chama de atividade orientadora de ensino aquela que se

estrutura de modo a permitir que os sujeitos interajam, negociando significados, com

o objetivo de solucionar coletivamente uma situação problema.

[...] A atividade orientadora de ensino tem uma necessidade: ensinar; tem ações: define o modo ou procedimentos de como colocar os conhecimentos em jogo no espaço educativo; e elege instrumentos auxiliares de ensino: os recursos metodológicos adequados a cada objetivo e ação (livro, giz, computador, ábaco etc.). E, por fim, os processos de análise e síntese, ao longo da atividade, são momentos de avaliação permanente para quem ensina e aprende (MOURA, 2001, p. 155).

Além de garantir a apropriação do conhecimento pelo aluno de forma

planejada, outro elemento da significação social da atividade pedagógica é a

formação da postura crítica do aluno, possibilitando que o educando tenha acesso

também ao processo de produção do conhecimento. O aluno não é só objeto da

atividade do professor, mas é principalmente sujeito, e constitui-se como tal na

atividade de ensino/aprendizagem na medida em que participa ativamente e

43

intencionalmente do processo de apropriação do saber, superando o modo

espontâneo e cotidiano de conhecer (BASSO, 1994, 1998).

Recentemente, Ferreira e Corrêa (2007), verificaram que as professoras

consideram atividade pedagógica, todas as atividades desenvolvidas por elas,

porém, ao tentarem explicar como fazem para torná-las pedagógicas, parece que

falta clareza para explicitar os motivos.

A partir da revisão das pesquisas feitas pelos autores, entendemos que

atividade pedagógica é um conjunto de ações intencionais, consciente, portanto,

planejada pelo professor, a fim de atingir determinados objetivos.

A dimensão que a atividade pedagógica assume na Educação Infantil,

coloca-se numa relação extremamente vinculada aos processos gerais de

constituição da criança: a expressão, o afeto, a sexualidade, a socialização, a

brincadeira, a linguagem, o movimento, a fantasia, o imaginário, no qual os ideais

educacionais precisam estar atentos para atender as necessidades e interesses das

crianças.

Contribuindo com a questão da atividade pedagógica, foram realizados

estudos sobre os saberes pedagógicos. Para Franco (2005) os saberes pedagógicos

são, muitas vezes, compreendidos pelos docentes, como sinônimos de saberes

decorrentes do exercício repetitivo dos procedimentos metodológicos. Para se

acreditar que os saberes pedagógicos podem e devem existir, é preciso verificar,

inicialmente que prática educativa e prática pedagógica são instâncias

complementares, mas não sinônimas. A prática educativa pode existir sem o

fundamento da prática pedagógica; existirá de forma espontaneísta, fragmentada, às

vezes até produtiva, outras vezes não. Aquilo que transforma uma prática educativa

em uma prática compromissada (práxis), intencional, relevante é o filtro da ação dos

saberes pedagógicos, transformados pedagogicamente em conhecimentos.

Segundo Franco (2005) aquilo que antecede a possibilidade de produção de

conhecimentos sobre a prática são os saberes pedagógicos, que permitem ao

sujeito colocar-se em condição de dialogar com as circunstâncias, de compreender

as contradições, de articular teoria e prática. É possível, portanto, se falar em

saberes pedagógicos, como a possibilidade de criar, na prática, conhecimentos

sobre a condução, a criação e a transformação dessas mesmas práticas.

44

Para a autora, o saber pedagógico só pode se constituir a partir do próprio

sujeito, que deverá ser formado como alguém capaz de construção e de mobilização

de saberes. A grande dificuldade, em relação à formação de professores, é que, se

quisermos ter bons professores, teremos que formá-los como sujeitos capazes de

produzir ações e saberes, conscientes de seu compromisso social e político. Não dá

para formar professores como objetos dotados de habilidades e competências,

instaladas de fora para dentro, sob forma de fazeres descobertos por outros, que

nada significam na hora da prática.

Na perspectiva de Franco (2005) os saberes pedagógicos só são possíveis

em um sujeito que vai, gradativamente, assumindo uma posição política frente ao

compromisso de ser professor, engajando-se, criticamente, em suas circunstâncias,

cercando e acercando-se de sua realidade existencial, transformando-a em direção

às suas intencionalidades. Assim assumido, esse sujeito vai fazer uso do necessário

conhecimento didático, metodológico, cultural, servindo-se desse aparato teórico-

prático, para ir construindo, em ação, seus saberes disciplinares, didáticos,

metodológicos. A capacidade de articular o aparato teórico-prático, a capacidade de

mobilizá-lo na condição presente, a capacidade de organizar novos saberes a partir

da prática, essas capacidades em conjunto, estrutura aquilo que chama de saberes

pedagógicos.

Neste sentido, o profissional da educação tem que trabalhar articulando-se

com as novas exigências sociais e educacionais, revendo seus procedimentos,

quanto às abordagens de ensino, suas visões sobre a aprendizagem, avaliação, e

de posturas pessoais profissionais, e de relacionamento com alunos, colegas,

instituições e comunidades.

O professor deve estar atento às exigências sociais, legais, e educacionais,

revendo os seus recursos profissionais, tais como a atualização de seus

conhecimentos, para que possa responder, de forma competente, às expectativas

sociais e de seus alunos.

Em síntese, a atividade pedagógica, requer um planejamento apurado do

profissional da educação, que tenha objetivos e intencionalidade pedagógica. O

professor deve ter a consciência de que o trabalho pedagógico envolve todo o

cotidiano de um Centro de Educação Infantil, que ao atender a crianças nas suas

45

necessidades, o professor não lhe provém apenas os cuidados mais também o

insere no processo educativo de forma geral.

Assim, coloca-se como desafio para nós, profissionais da educação infantil,

direcionar o foco das atividades pedagógicas nas crianças, a forma como elas

ocupam os espaços, como se relacionam com ele, obtendo as possíveis pistas que

elas mesmas nos fornecem para subsidiar a atividade pedagógica. Ao observar as

crianças com todos os nossos sentidos e sensibilidades, aprendemos, pelo modo de

ser e de estar a criança no Centro de Educação Infantil, que quanto mais dermos a

elas espaços e tempo para expressar seus saberes infantis, mais elas nos

apontarão novidades, mais conheceremos suas manifestações e consolidaremos a

atividade pedagógica que queremos.

3 METODOLOGIA

Esta é uma pesquisa de caráter qualitativo, pois consideramos as referências

pessoais para a compreensão do conceito de atividade pedagógica das professoras

pesquisadas. Nosso interesse foi identificar as possíveis variedades de conceitos

dessas professoras constituídas nas suas vivências, durante sua formação e ação

docente.

Na pesquisa qualitativa, segundo Flick (2004) as subjetividades do

pesquisador e daqueles que estão sendo estudados são parte do processo da

pesquisa. Portanto, acreditamos que é importante considerar a dimensão expressiva

de toda narrativa de cada sujeito, embora tenhamos consciência que as narrativas

podem produzir distorções dos fatos reais, no entanto “elas são factuais como

narrativas e assim devem ser consideradas” (GASKEL, 2005, p. 109).

Nesta pesquisa buscamos identificar o conceito de atividade pedagógica das

professoras de crianças de quatro a seis anos e comparar se os conceitos de

atividades pedagógicas são diferentes entre as professoras graduadas e as

professoras pós-graduadas.

3.1 Sujeitos

Os sujeitos foram professoras da Rede Municipal de Itajaí que atuam com

crianças de 4 a 6 anos. De acordo com o Centro de Processamento de Dados da

Secretaria Municipal de Educação de Itajaí, no ano de 2006, o total de professoras

de 4 a 6, consistia em 134. Todas as 134 professoras receberam o questionário.

Obtivemos uma devolutiva de 94 professoras.

A partir daí passamos para a etapa da entrevista, a fim de apurarmos com

mais detalhes os dados obtidos no questionário. Para tanto, foi necessário

estabelecermos critérios de seleção dos sujeitos para esta nova etapa. A seleção

das professoras entrevistadas atendeu ao seguinte critério: ser efetiva na Educação

Infantil da Rede Municipal de Ensino de Itajaí.

Das 94 professoras que responderam questionário, 75 eram efetivas. Destas

identificamos as que eram graduadas e as que eram pós-graduadas.

46

No início desta pesquisa estávamos interessadas nas professoras graduadas,

pois consideramos que estas teriam o domínio de um referencial teórico agregado a

experiência profissional. Como este trabalho visa contribuir também com os cursos

formação inicial, fizemos esta opção.

No decorrer da pesquisa fomos observando que muitas das professoras

tinham pós-graduação e que isto seria um dado interessante para incluir em nossa

investigação.

Para tanto, definimos que entrevistaríamos 16 professoras. Consideramos

que este é um número viável e suficiente para o detalhamento das questões do

questionário. Realizamos, então, um sorteio de oito professoras entre todas as

graduadas e da mesma forma procedemos com as professoras pós-graduadas.

A seguir, apresentamos um quadro das professoras selecionadas para

entrevista (Quadros 2 e 3).

Nome Graduação Centro de Educação Infantil

Faixa Etária das crianças

Idade das professoras

Tempo de Serviço

Silvana Pedagoga Julieta Moura 04 anos 23 anos 01 ano Telma Pedagoga Renata Nunes 05 anos 40 anos 17 anos Cássia Pedagoga Renata Nunes 04 anos 46 anos 12 anos Marisa Pedagoga Joana Mattos 06 anos 37 anos 18 anos Carla Pedagoga Roberto Martins 04 anos 32 anos 05 anos Rosiane Pedagoga Mauro A. Pontes 04 anos 25 anos 05 anos Vanessa Graduada Humberto Cabral 04 anos 27 anos 03 anos Márcia Pedagoga Mauro A. Pontes 05 anos 38 anos 03 anos Quadro 2 - Característica das 08 professoras, de crianças de 4 a 6 anos, graduadas, da Rede Municipal de Ensino de Itajaí, quanto à formação, C.E.I, faixa etária das crianças, idade das professoras e tempo de serviço Fonte: Banco de dados da Secretaria Municipal de Educação de Itajaí.

47

Nome Pós-Graduação Centro de Educação

Infantil

Faixa Etária

das cças

Idade das

professoras

Tempo de

Serviço

Paula Ed. Inf. Séries Iniciais Renata Nunes 05 anos 36 anos 13 anos Carol Ed. Inf. Séries Iniciais Humberto Cabral 06 anos 29 anos 05 anos Fabíola Ed. Inf. e Processos de Alf. Marcos A. Pereira 05 anos 35 anos 05 anos Elizete Ed. Inf. Séries Iniciais Marcos Nalbucki 06 anos 47 anos 12 anos Taysa Ed. Inf. Séries Iniciais Marcos Nalbucki 04 anos 34 anos 15 anos Luciane Ed. Inf. Séries Iniciais Jucélia Silva 05 anos 32 anos 03 anos Gabriela Psicopedagogia Mauro A. Pontes 06 anos 29 anos 10 anos Ana C. Ed. Inf. Sér. In. e Ges. Esc João Fontes 04 anos 28 anos 01 ano Quadro 3 - Característica das 08 professoras, de crianças de 4 a 6 anos, pós-graduadas, da Rede Municipal de Ensino de Itajaí, quanto à formação, C.E.I, faixa etária das crianças, idade das professoras e tempo de serviço. Fonte: Banco de dados da Secretaria Municipal de Educação de Itajaí.

3.2 Coleta de dados

Essa pesquisa teve dois grandes momentos de coleta de dados. O primeiro

momento foi a aplicação do questionário. Este instrumento foi importante porque

apontou as atividades mais utilizadas pelas professoras como atividade pedagógica.

E foi a partir deste dado que formulamos a estratégia e roteiro da entrevista.

No segundo momento foi realizado as entrevistas (Apêndices B e C), a fim de

obtermos detalhamento sobre as atividades mais citadas no questionário.

3.2.1 O questionário

Flick (2004), afirma que para uma discussão geral que ultrapasse a sua

própria abordagem, sugere a utilização de um pequeno questionário que, juntamente

com uma entrevista, considera uma forma produtiva. A entrevista possibilita ao

pesquisador coletar dados (por exemplo, dados demográficos) que sejam menos

relevantes do que os tópicos da própria entrevista, antes da entrevista real. Isso

permite ao pesquisador reduzir o número de questões e – o que é particularmente

valioso em um programa, com espaço de tempo, limitando-se utilizar o curto tempo

da entrevista para tópicos mais essenciais. Na pesquisa optamos pelo uso de um

48

questionário, a fim de saber se os professores considerariam as atividades de rotina

como atividades pedagógicas.

Como já dito anteriormente, todas as 134 professoras foram convidadas a

responder o questionário, durante o ano letivo de 2006. O questionário foi entregue

em envelopes individuais para cada Centro de Educação Infantil. Tivemos um

retorno de 94 questionários (Apêndice A).

As questões do questionário foram as seguintes:

1- Cite 05 atividades de sua rotina.

2- Quais dessas atividades você considera que são atividades pedagógicas.

Justifique.

Como podemos visualizar, no gráfico (Anexo A), das 94 professoras que

responderam o questionário, 75 professoras, ou seja, 79,98%, afirmaram que as

atividades de rotina são atividades pedagógicas, ou seja, todas as atividades

realizadas no Centro de Educação Infantil (CEI) são pedagógicas. Das atividades

pedagógicas, mais citadas, 19 professoras, ou seja, 20,21%, citaram atividades

específicas, como por exemplo: história, roda de conversa, conversas informais,

dentre outras, conforme o Anexo A.

Analisamos as respostas do questionário da seguinte forma: realizamos um

levantamento das atividades mais citadas, ou seja, pelo número de vezes em que

apareciam nas respostas e a partir daí identificamos que as atividades mais citadas

foram: higiene, refeição, roda de conversa, parque, música, conforme o Anexo B.

3.2.2 A entrevista

Segundo Gaskell (2005), nas ciências sociais empíricas, a entrevista

qualitativa é um método de coleta de dados e o emprego desse, possibilita

compreender “o mundo da vida dos respondentes”.

Segundo o autor, a entrevista qualitativa fornece dados básicos para

“compreensão detalhada das crenças, atitudes, valores e motivações, em relação

aos comportamentos das pessoas em contexto sociais e específicos” (GASKELL,

2005, p. 65). No caso desta pesquisa, o objetivo foi compreender os conceitos de

atividade pedagógica das professoras no contexto de sua ação docente.

49

Para esta pesquisa, a combinação entre os dados coletados no questionário e

os dados coletados na entrevista foi fundamental para fornecer informações para as

interpretações necessárias.

A pesquisadora foi a campo, num período de dois meses e meio (março, abril

e maio no ano letivo de 2007), em 11 Centros de Educação Infantil. As entrevistas

com as 16 professoras foram áudio gravadas e transcritas.

Vale ressaltar que, ao chegar ao Centro de Educação Infantil, a pesquisadora

conversava com as professoras, solicitando a permissão para uma entrevista.

Explicava brevemente do que se tratava a pesquisa. Foi entregue o Termo de

Consentimento (Apêndice F), contendo as informações da pesquisa. A identidade de

cada professora foi preservada. Os nomes das professoras e dos Centros de

Educação Infantil que aparecem nos textos desta pesquisa são fictícios. Todas as

professoras entrevistadas são do sexo feminino.

Houve uma situação em que a professora negou-se ser entrevistada. Neste

caso a opinião da professora foi respeitada, fizemos um sorteio de uma nova

professora. Durante a entrevista, a pesquisadora deixou claro que não havia

respostas “certas e erradas”, e que se sentissem à vontade para falar o que

pensassem sobre o assunto em questão.

Segundo Rosa e Arnoldi (2006) a cordialidade entre entrevistador e

entrevistado é um aspecto relevante no processo de confiabilidade da pesquisa.

“Nessas circunstâncias, após a dificuldade inicial para interagir-se no diálogo, a

alteridade entre ambos deixa de ser obstáculo para a aproximação e constituir-se

num fundamento desta” (p. 22).

As questões da entrevista foram formuladas conforme os dados dos

questionários. Desta forma, as respostas do questionário serviram de base para

elaboração do roteiro das entrevistas. Conforme consta no Anexo B as cinco

atividades mais citadas, higiene, refeição, roda de conversa, parque e música. A

partir dessas atividades elaboramos um roteiro para as entrevistas:

1- No questionário que fizemos anteriormente sobre o que é considerada

atividade pedagógica, a atividade mais citada foi à higiene. Você concorda que a

higiene é uma atividade pedagógica? Quando você acha que a higiene é

pedagógica? Queremos saber por que você considera pedagógica, qual é a

diferença entre uma mãe fazer esta atividade e a professora?

50

2- A segunda atividade mais citada foi a refeição. Você concorda que a

refeição é uma atividade pedagógica? Quem faz a atividade de refeição? Quando

você acha que a refeição é pedagógica? Qual é a diferença entre uma mãe fazer

esta atividade e a professora?

3- A terceira atividade mais citada foi a roda de conversa. Você concorda

que a roda de conversa é uma atividade pedagógica? Quem faz esta atividade?

4- A quarta atividade mais citada foi o parque. Você concorda que o parque

é uma atividade pedagógica? O que a professora precisa saber para fazer deste

momento, um momento pedagógico? Qual a diferença de uma professora ou

qualquer outra pessoa estar realizando este momento?

5- A quinta atividade mais citada foi a música. Você concorda que a música

é uma atividade pedagógica?

6- Você gostaria de falar uma outra atividade que não foi citada aqui, que

consideras pedagógica?

Vale ressaltar que esse roteiro é semi-estruturado, ou seja, as perguntas

seguiram de forma flexível, seguimos a dinâmica da conversa estabelecida. O roteiro

orientou esta conversa. Foi utilizado ainda um diário de anotações com detalhes da

entrevista e do contexto. Por exemplo, se a pessoa transmitiu inseguranças,

dúvidas, irritação, etc.

No próximo capítulo será explicado os procedimentos utilizados no

tratamento e análise dos dados utilizados na entrevista com as professoras.

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Os dados que contribuíram para a compreensão das questões desta

pesquisa foram obtidos na entrevista com oito professoras graduadas e oito

professoras pós-graduadas, num total de dezesseis professoras.

Neste estudo optamos por uma análise qualitativa, pois acreditamos que a

construção do conhecimento pode se dar a partir do discurso, que por sua vez não é

transparente, nem tampouco neutro. Ele é historicamente construído, de modo a

estabelecer relações de sentido com outros dados, para os quais aponta ou dos

quais advém.

Entendemos, conforme Gaskell (2005) que relatar os métodos e os

procedimentos utilizados na investigação são meios de prestar contas das

evidências da pesquisa. No caso desta pesquisa, como já foi dito, fizemos opção

pela entrevista com um roteiro semi-estruturado.

4.1 Os dados das entrevistas

As respostas de toda a entrevista foram transcritas na íntegra,

cuidadosamente. A pré-análise ocorreu da seguinte forma: destacamos os pontos

relevantes para cada questão, conforme o Apêndice D - Pontos destaque das

atividades para cada tema abordado e análise conceitual.

A partir desses pontos relevantes elaboramos um quadro de análise

conceitual, conforme Apêndices D e E.

Palavras Utilizadas Freqüência Número de professoras que citaram Trabalhar 45 13 Ensinar 24 09

Aprender 20 10 Estimular 11 04 Orientar 09 05

Conversar 07 06 Dirigir 06 02

Intenção 05 01 Cuidar 05 04

Interagir 05 04 Atenção 05 04 Centrar 04 02 Brincar 03 02 Outros 14

Quadro 4 – Quadro demonstrativo da freqüência das palavras mais utilizadas para explicar o conceito de atividade pedagógica das professoras

52

A palavra “trabalhar” foi mencionada por 13 professoras. Duas professoras

citaram sete vezes a palavra trabalho (Quadro 4). No discurso dessas professoras, a

palavra trabalho parece ter haver com uma ação relacionada ao repasse de

conteúdos como: número, alimentação e partes do corpo.

Esta palavra apareceu com mais freqüência na fala das professoras durante a

tentativa de justificar a atividade de música como sendo uma atividade pedagógica.

Isso fica ilustrado nos exemplos que seguem:

“Dependendo da música a gente trabalha tudo, matemática, citamos os

numerais. As crianças aprendem as matérias, os assuntos. Quando

trabalhamos alimentação, procuro uma música que fale sobre alimento”

(Telma/Graduada).

“Todas as propostas geralmente sou eu que trago. Trabalho o corpo

com a música do corpo” (Carla/Graduada).

“Trabalho o vocabulário ilustrado, dobraduras, gravuras nas revistas. É

bem interessante, adoro trabalhar com a música” (Vanessa/Pós-Graduada).

Outras professoras ao justificaram que a atividade refeição deve ser

considerada como pedagógica, utilizaram a palavra “trabalhar” relacionando a um

conteúdo específico.

“A refeição também é pedagógica, a partir do momento que a gente

trabalha a importância dos alimentos. O professor deve está sempre junto

então se torna pedagógico, a maneira que vai trabalhando a rotina também é

pedagógico” (Carla/Graduada).

“Às vezes eu trabalho projeto alimentação, acho que é pedagógico”

(Fabíola/Pós-graduada).

Utilizar a palavra “trabalhar” parece dar o sentido pedagógico, para atividades

como música e refeição, que são apontadas como atividades rotineiras, ou seja,

aquelas que aparentemente não seriam pedagógicas. Mas quando estão ligadas a

algum tipo de conteúdo curricular tradicional, ganham o status de pedagógica. Aqui

percebe-se que o pedagógico está intimamente ligado a trabalhar conteúdos

específicos.

Esta constatação é contraditória a afirmação das professoras que todo o

trabalho o é pedagógico. Nas falas das professoras vemos uma dualidade na ação

entre o que é considerado rotina e atividade pedagógica:

53

“A refeição também é bem pedagógica, mais só que assim, com tudo,

aqui a gente tem que cuidar para não cair na rotina, porque às vezes se torna

tudo mecânico, a gente não faz todo dia” (Taysa/Pós-graduada).

Esta professora considera rotina aquilo que já tornou-se mecanizado, ou seja,

sem intenção, portanto, não pedagógico.

Já a professora Paula/Pós-graduada, ao responder se concorda que a higiene

é uma atividade pedagógica, fala:

“Pedagógica eu acredito que exatamente não, dá para estar unindo uma

ação pedagógica numa ação de rotina, eu penso dessa forma. Para mim

soninho, refeição e parque são atividades que entram no contexto da rotina” .

“A higiene agora para mim é só questão de rotina. Porque é um trabalho

de rotina, é pedagógico mais, é rotina mesmo” (Carla/Graduada).

Ao que parece esta professora também faz uma diferença entre pedagógico

e rotina. Talvez seja uma referência entre o que é cuidar e educar.

Barbosa (2006) baseada em uma revisão de literatura brasileira sobre rotina

indica que a rotina, muitas vezes, está diretamente relacionada aos aspectos de

organização e do funcionamento das turmas de crianças. Esta autora classifica dois

tipos de rotina, anual e diária. A justificativa da rotina é estabelecer uma

regularidade, uma constância nos horários e atividades para poder estabelecer

determinados hábitos, segurança e conforto para as crianças. A autora também

ressalta que alguns autores apresentam rotina como importante para a necessidade

das crianças e também do professor, como “ferramenta pedagógica”. Isto nos faz

pensar que a rotina como instrumento da intenção pedagógica, ou seja, a própria

atividade pedagógica. Esta compreensão justificaria a dificuldade dessas

professoras em definir estas ações. Ora diferenciam, ora unificam.

Barbosa (2006) encontrou pontos de vista diferentes sobre a rotina. O

primeiro trata-se da rotina como organização institucional e administrativo, com

objetivo de facilitar o trabalho adulto, traduzida pela rigidez de horários impostos,

gerando tensões. Um segundo ponto de vista da rotina como um instrumento de

auto regulação das crianças, integração das experiências prévias das crianças ao

planejamento do professor, o melhor uso do tempo e espaço para o

desenvolvimento das crianças. Para tanto, deveria-se considerar a rotina como

54

“espinha dorsal” da organização da proposta educacional, para a formação do

educador, assim como para definição do papel do coordenador (DUDOIT, 1995).

Nesta pesquisa, a questão do pedagógico estar ligado a trabalhar conteúdos

específicos, se repete também na segunda palavra mais freqüente nos discursos:

“ensinar”. A palavra ensinar parece estar relacionado ao ensino das condutas de

comportamento.

“Tudo o que eu faço, eu acredito que seja pedagógico. Sentar direito

no banco ensina. Ter a consciência que a criança, e nós também, não

aprendemos nada sozinhos, sempre tem alguém para ajudar. Acho que o

professor tem que ter a consciência de ajudar a criança, de explicar para ela o

certo, eu sou muito rígida quando tem que ser, mais eu tenho muito coração

também” (Márcia/Graduada).

Na fala das professoras evidencia-se uma barreira em transpor suas ações

com intenção pedagógica, ora, se a atividade pedagógica é algo intencional,

ficaríamos o ano inteiro acreditando que uma atividade pedagógica somente ensina

as boas maneiras? O que dá para ser feito além disto? Isto está sendo discutido nas

formações, ou as formações continuadas não estão contribuindo para esta

“libertação” na ação das professoras.

“A higiene é pedagógica porque você está ensinando lavar as mãos,

escovar os dentes, ir ao banheiro, como é que tem que se limpar. Ensinamos

como devem se higienizar. Ensinamos isso para eles para fazerem a todo o

momento” (Juliana/Graduada).

“Concordo que a refeição é pedagógica porque ensinamos as boas

maneiras, o jeito de comer, pegar no talher, e desta forma eles vão

aprendendo” (Telma/Graduada).

“Na refeição ensinamos as crianças a se comportarem: falarem baixo na

mesa, comer sentado, a maneira correta de segurar o garfo e a faca,

ensinamos a troca da colher para o garfo e a faca” (Fabíola/Graduada).

“Considero a refeição pedagógica, porque neste horário estamos

ensinando a criança a ter bons modos à mesa, comer de boca fechada,

arrumar os talheres, comer certo com os talheres. Estimulamos as crianças a

comer direito, creio que é uma atividade pedagógica porque estamos

ensinando”(Carol/Pós-graduada).

55

“A atividade de higiene é pedagógica. Para ensinar as crianças a

professora tem que levar ao banheiro, porque se não for junto, e não dizer

como é, a criança não vai saber. Tem que mostrar para criança, ensinar junto

para ela aprender” (Luciana/Pós-graduada).

“A refeição é pedagógica, ensinamos ter bons modos, como sentar a

mesa. Converso com a criança sobre o que eles vão comer, estimulamos eles

a comer direito, ensinamos a usar o talher, creio que é uma atividade

pedagógica porque estamos ensinando” (Carol/Pós-graduada).

Percebe-se em todas as falas das professoras um repasse de

comportamentos. Em nenhum momento constatou-se que as crianças estão sendo

ouvidas, ou até mesmo uma ação diferenciada, planejada pela professora, ou que a

professora planeja momentos diferenciados para cada dia, ou ao menos uma ou

duas vezes por semana. Parece estar tudo estancado, os discursos são os mesmos,

parece não haver diferença entre uma instituição e outra.

Ao que parece, as professoras, ao contrário do que afirmaram que tudo é

pedagógico, parece que a rotina não as ajuda a estruturar uma proposta

pedagógica.

A terceira palavra mais freqüente foi “aprender”. Ao que parece a palavra

aprender está relacionada às regras que as crianças devem seguir:

“Eles comem de colher, aprendem a pegar no talher, ensinamos a

colocar a comida no canto do prato, ensinamos a picar a carne, deixar as

sobras da comida ao lado do prato” (Vanessa/Pós-graduada).

A palavra estímulo foi a quarta atividade mais citada:

“A atividade de refeição é pedagógica !?... Em certos momentos pode

se dizer que sim, mais faz parte da criança, a alimentação, como ela come,

como ela é estimulada com os alimentos” (Elisete/Pós-graduada).

“Eu acho que a higiene é pedagógica, porque a criança precisa se

adaptar no ambiente, se ela não faz isso em casa, tem que ser estimulada na

escola” (Elisete/Pós-graduada).

“Com certeza a refeição é uma atividade pedagógica, percebemos atos,

atitudes, trocamos, discutimos, questionamos como se faz uma boa

alimentação, trabalhamos o valor do alimento, estimulamos o que eles estão

56

comendo. Isso é muito bom, coisas que eles não comiam, estimulamos a

comer” (Marisa/Graduada).

“A roda de conversa é uma atividade pedagógica, para mim é uma das

mais significativas, porque da roda vai surgir todo um contexto da aula, uma

manhã, uma tarde, é ali que o professor vai estimular, vai organizar propor a

turma, o que vai ser feito naquela manhã ou tarde, eu acho que dali sai muitos

questionamentos” (Marisa/Graduada).

“A refeição só é pedagógica, quando a professora faz perguntas,

interage, estimula, observa se a criança está fazendo certo” (Gabriela/Pós-

graduada).

A palavra orientar foi a quinta atividade mais citada, percebe-se que para

algumas professoras a palavra “orientar” não está relacionada a uma mediação, uma

negociação com a criança, mais sim a um cuidado.

“O adulto, só está ali para orientar, olhar para não se machucarem, a não

ser se eu tenho uma atividade direcionada” (Silvana/Graduada).

“Durante a refeição não tem intervenção pedagógica, é livre para

refeição, só oriento o uso da faca e do garfo” (Rosiane/Graduada).

Já para estas professoras a orientação está relacionada a um objetivo, como

podemos constatar em suas falas.

“Na atividade de higiene, além da intenção de cuidar da criança a gente

tem a intenção, de orientar a criança fizemos com intencionalidade, por isso

que eu acho que tem diferença entre eu e uma mãe realizar esta atividade”

(Fabíola/Pós-graduada).

“A refeição é assim, se é só servir os pratos e não orientar não é

pedagógica, ela é, quando a professora busca uma meta, têm uma orientação

diferente em cada atitude que tu faz com teus alunos, eu acho que isso é o

diferente isso é diferencial” (Paula/Pós-graduada).

A seguir apresentaremos um quadro (Quadro 5) comparativo dos conceitos

identificados nas falas das professoras graduadas e pós-graduadas.

Este quadro tem objetivo de possibilitar observar as possíveis diferenças

entre as professoras graduadas e as com nível de pós-graduação.

57

Professoras Graduadas em Pedagogia Professoras Pós-Graduadas Unidade de Análise Freqüência Unidade de Análise Freqüência

Trabalhar 19 Trabalhar 26 Ensinar 11 Ensinar 13

Aprender 08 Aprender 12 Intenção 05 Estimular 07 Atenção 05 Orientar 05 Dirigir 05 Interagir 05

Orientar 04 Conversar 03 Cuidar 04 Passar 02

Conversar 04 Ordenar 02 Estimular 04 Incentivar 02 Centrar 02 Educar 02

Respeitar 02 Brincar 02 Dominar 02 Objetivo 02

Concentrar 02 Outros 08 Outros 10

Quadro 5 - Quadro Comparativo dos conceitos de atividade pedagógica das professoras graduados em pedagogia e das professoras pós-graduadas.

As professoras graduadas e pós-graduadas relacionaram as palavras:

trabalhar, ensinar e aprender, ao conceito de atividade pedagógica.

Não percebemos no discurso das professoras diferenças entre as que são

graduadas e as pós-graduadas, como podemos observar nas falas a seguir:

“Concordo que a música é uma atividade pedagógica, estimula a

linguagem, comunicação, desenvoltura, trabalha o movimento do corpo”

(Marisa/Graduada).

“A refeição também é pedagógica, a partir do momento que trabalhamos

a importância dos alimentos. O professor deve estar sempre junto, então se

torna pedagógico. A maneira que trabalha a rotina também é pedagógica”

(Carla/Graduada).

“Trabalho a música com as crianças, a questão corporal, a letra da

música, textos, conhecemos as vogais, interagimos com personagens”

(Paula/Pós-graduada).

“A higiene é uma atividade pedagógica, porque a criança têm

necessidade da higiene. Se fizermos de uma forma pedagógica: ensinando a

importância de escovar os dentes. Estando sempre junto da criança

orientando e cuidando” (Fabíola/Pós-graduada).

58

“A música é uma atividade pedagógica, porque com ela a criança

aprende mais, ela se solta, mostra gestos na brincadeira” (Elisete/Pós-

graduada).

Ao analisarmos os discursos nas cinco atividades mais citadas: higiene,

refeição, roda de conversa, parque e música, percebe-se que as professoras

graduadas relacionam estas atividades a um conteúdo, como o corpo, já as

professoras pós-graduadas ficam mais relacionadas ao cuidado.

“A higiene é uma atividade pedagógica, ensinamos lavar as mãos,

escovar os dentes, trabalhamos o corpo, o cuidado com o corpo. Isso é

pedagógico” (Silvana/Graduada).

“Eu acho que a higiene é uma atividade pedagógica, porque a criança

precisa se adaptar no ambiente, se ela não faz isso em casa, tem que ser

estimulada na escola. Acho importante a higiene: escovação, limpeza”

(Elisete/Pós-graduada).

“Gosto de trabalhar a música, todo tema que trabalhamos

encontramos uma música, ou fizemos uma letra, eles se envolvem, eles

adoram, eles aprendem mais rápido” (Silvana/Graduada).

“Considero a música uma atividade pedagógica, a criança interage

com o grupo, adoram cantar, expressar sentimentos, nos abraçamos,

cantamos, fizemos massagens, toques” (Taysa/Pós-graduada).

“Concordo que a roda de conversa é pedagógica. Fazemos todos os

dias no primeiro momento para nos reunirmos. A gente combina o que a gente

vai fazer na tarde, organizamos o que vai ser trabalhado na sala. Esse

momento é precioso às crianças sugerem um tema para montarmos um

trabalho, um projeto. Então esse momento é bem legal” (Telma/Graduada).

“Considero a roda da conversa, uma atividade pedagógica, a partir

dali sai o que vamos trabalhar no decorrer da manhã e da tarde, a atividade

que vamos fazer, o que eles querem fazer, o que já sabem. Cantamos uma

música. Se vamos ao parque... se não vamos eu falo o porque. Tem a

chamada, se esqueço de alguém eles lembram, o calendário, é bem

interessante, a gente aprende, eles falam o que aconteceu em casa, o que o pai

e a mãe fizeram. A gente deixa eles falarem” (Vanessa/Pós-graduada).

59

Analisando as falas das professoras nas atividades de parque, refeição,

higiene, percebe-se que para algumas professoras estas atividades, não estão

relacionadas com o pedagógico. Talvez haja uma “confusão conceitual”, pois no

questionário descrevem que toda atividade é pedagógica, porém na entrevista não

conseguem justificar os motivos. Podemos constatar esta “confusão conceitual” nas

falas das professoras:

“O parque, geralmente é o brincar livre deles. Geralmente quando estou

no parque não interfiro no brincar, é mais o brincar livre deles”

(Juliana/Graduada).

“Eu acho que é rotina a atividade de alimentação” (Juliana/Graduada).

“A atividade de higiene é rotina, é fora parte do pedagógico. Está dentro

da educação mais para mim é como falei, é uma rotina, é um cuidado”

(Rosiane/Graduada).

“A atividade de higiene é mais rotina. Também é uma atividade

pedagógica..?! Mais é rotina” (Carla/Graduada).

Outra questão interessante que observamos é que para algumas professoras

não existe diferença entre a professora e a mãe realizar a atividade de higiene ou

refeição. Podemos constatar na fala da professora Marisa:

“Não vejo diferença entre eu e a mãe, porque a gente tem orientações.

Elas contribuem muito e fazem o que é para ser feito” (Marisa/Graduada).

“Pela experiência que tenho com meu filho, é a mesma, a gente ensina e

incentiva, mostra qual a importância da higiene, eu concluo que é a mesmo”

(Taysa/Pós-graduada).

Percebe-se na fala das professoras que no parque, não existe um

planejamento. Isso nos faz questionar: “O parque é uma atividade para as crianças

ou um momento livre para as professoras”? Ao que parece, para a professora

Carla/Graduada, é um momento para ela:

“O parque não é uma atividade pedagógica. A criança tem que ter o

momento do parque. Trato o parque com os meus alunos como um momento

livre, eles precisam desse momento. Acho que o professor precisa desse

momento para desligar-se. Não trato o parque como pedagógico”.

“O parque é mais o brincar. É claro que têm o pedagógico por causa do

cuidado. Mais na verdade é mais o brincar” (Cássia/ Graduada).

60

“Eu fico só no cuidado mesmo. Alguns professores fazem com que seja

pedagógico, só que eu deixo livre para brincarem mesmo” (Carol/Pós-

graduada).

“A roda de conversa é pedagógica, mas pode ser também uma

recreação. A criança pode contar uma novidade uma coisa não pedagógica

naquela hora fica apenas uma conversa” (Cássia/Graduada).

“Acho o parque recreativo, porque eles estão livres. É mais o olhar do

cuidar, porque é o momento deles estarem livres para fazerem o que quiserem,

dentro dos limites é obvio. Neste ano não fiz nenhuma atividade pedagógica

no parque” (Rosiane/Graduada).

Após as análises percebemos que, o que faz a diferença para uma atividade

ser pedagógica, é quando a professora encara todos os momentos vivenciados no

Centro de Educação Infantil, com intenção pedagógica, profissionalismo, quando a

compreende que o Centro de Educação Infantil não é uma extensão de casa.

Podemos perceber esta intenção na fala da professora Cássia/Graduada:

“Não é só receber bem, cheguei tem que trabalhar. Não é uma rotina de

casa, aqui é trabalho, claro que se faz o possível que se tornar uma coisa tão

gostosa para criança, como se elas tivessem em casa, mais a gente sabe, que

não é como em casa, e a criança quando ela vem ela sabe que não está em sua

casa, por mais que ela seja bem acolhida, bem recebida, mais mesmo assim

ela sabe que ela está vindo para escola”.

Ramalho, Nuñez e Gauthier (2003) nos indicam que a formação do professor

como profissional de perfil amplo deve garantir uma sólida formação teórica, como

ferramenta de reflexão, de crítica e construção da prática, para a participação

consciente no desenvolvimento de projetos profissionais, sociais e individuais.

A profissionalização da docência está ligada a sua competência, e é esta

categoria que passa a ser uma referência norteadora dos processos formativos.

Porém o que percebe-se é que as formações continuadas são as mesmas, para

todas as professoras em todas as idades.

Outra questão apontada na análise dos dados é que as professoras separam

a rotina do pedagógico, talvez por conta das orientações do Referencial Curricular

Nacional para a Educação Infantil. Ao que parece não há entre as professoras, uma

preocupação com a compreensão do uso do tempo, que a rotina tem muito mais a

61

intenção de criar hábitos e de organizar o trabalho pedagógico. Percebe-se nas

falas das professoras que rotina é mecânica, sem intenção pedagógica:

“A rotina não é pedagógica, porque repete todo dia para criança, é

massacrante, é uma rotina. A roda de conversa é rotina. Todo mundo fica

dentro de uma escola, todos sabem que precisa fazer o calendário, escovar os

dentes, soninho” (Rosiane/Graduada).

“Para mim soninho, refeição, parque são atividades que entram no

contexto da rotina” (PAULA - Pós-graduada).

A maioria das professoras tanto as graduadas quanto as pós-graduadas

consideram a rotina como uma atividade à parte na instituição. Segundo Barbosa

(2006, p. 108):

[...] a respeito da rotina, foi sendo constituído um discurso de flexibilidade, de instrumento de apoio ao trabalho, e não de regulação, de integração entre as experiências prévias das crianças e das rotinas institucionais, de alternância de tipos de atividades, de usos de espaço, de pensar tempos adequados para a execução de tarefas, de ouvir o saber especializado sobre qual a melhor forma de organizar a rotina, de fazê-lo com a participação dos professores e uma série de indicações interessantes que serão discutidas posteriormente.

Na análise, evidenciou-se que o conceito de atividade pedagógica para as

professoras pesquisadas está relacionado à elas, as propostas que apresentam para

as crianças:

“Todas as propostas geralmente sou eu que trago” (Carla/Graduada).

“O professor deve está sempre junto, então se torna pedagógico”

(CARLA - Graduada).

Para as professoras, uma atividade ganha o status de pedagógica quando

está aliada a um projeto, ou a algum tipo de conteúdo curricular mais tradicional:

“A partir da música nós temos muitos conhecimentos das coisas,

principalmente quando fala das frutas, das cores com alfabeto, é bem

produtivo. Eles gostam. Trabalhamos as estrelas, fazendo colagem e pintura. A

parte pedagógica é a contagem, aprendizagem da leitura, essa para mim é a

pedagógica” (Rosiane/Graduada).

“Às vezes eu trabalho projeto alimentação acho que é pedagógico”

(Fabíola/Graduada).

62

Os dados demostraram que existe contradições, no discuso das professoras.

Ao contrário do que dizem de que tudo o que fazem no Centro de Educação Infantil

é pedagógico, das oito professoras graduadas e pós-graduadas, apenas cinco delas

consideram ter diferença no trabalho que uma professora desempenha para uma

mãe. Percebe-se que a questão da profissionalização, dos saberes, não estão

sendo levados em consideração.

Outra questão é que, das oito professoras graduadas, apenas duas

consideram a rotina pedagógica e das oito professoras pós-graduadas apenas três

consideram a rotina pedagógica. E das oito professoras graduadas, cinco separam

a rotina de atividade pedagógica, e das oito professoras pós-graduadas apenas

duas fazem a separação. A autora Batista (1998) mostra-nos que as creches estão

estruturadas sob rotinas rígidas, uniformes e homogeneizadoras, as quais dificultam

a expressão das singularidades e especificidades de cada criança, nas quais não há

espaço para escolhas. Ao chegarem nas instituições da Educação Infantil as

crianças encontram uma rotina diária que é comum a todos os grupos e em todas as

instuições: hora de entrar na creche, hora de entrar na sala, hora do lanche, hora do

parque, hora da higiene, hora do almoço, hora do descanso e, assim

sucessivamente até o final do dia. Segundo, Tristão (2005), neste espaço não há

lugar para escolhas: as ações dos adultos acabam subordinadas a esta seqüência

hierárquica, cabendo-lhes adequar os diferentes ritmos das crianças ao ritmo único

da rotina da instituição. Enfim, essa rigidez caracteriza-se pela previsibilidade dos

acontecimentos, partindo da concepção de uma criança também previsível.

A idéia aqui defendida é a de que podemos subverter os determinismos

presentes na inflexibilidade da rotina.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Educação Infantil “tem como finalidade o desenvolvimento integral da

criança até seis anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e

social, complementando a ação da família e da comunidade” (Art. 29 da LDB

9394/96). A Política Nacional de Educação Infantil parte dessa finalidade para

estabelecer como uma de suas diretrizes a indissociabilidade entre o cuidado e a

educação no atendimento as crianças da Educação Infantil.

Os professores e os demais profissionais que atuam nas instituições de

Educação Infantil devem, portanto, valorizar igualmente atividades de alimentação,

leitura de histórias, troca de fraldas, desenho, música, banho, jogos coletivos,

brincadeiras, sono, descanso, entre outras tantas propostas realizadas

cotidianamente com as crianças.

Esta pesquisa teve como ponto de partida a seguinte questão: Como as

professoras de crianças de 04 a 06 anos definem o que é atividade pedagógica?

Os objetivos foram: Identificar os conteúdos e as atividades desenvolvidas

consideradas pedagógicas; Verificar o conceito de atividade pedagógica nas falas

das professoras; Verificar se existe diferença no conceito de atividade pedagógica

entre as professoras graduadas e as pós-graduadas.

Os dados dessa pesquisa confirmaram a hipótese inicial de que as

professoras fazem a separação entre a rotina e atividade pedagógica. Nas falas das

professoras identificamos uma dualidade na ação entre o que é considerado rotina e

atividade pedagógica, algumas professoras consideram rotina aquilo que tornou-se

mecanizado, ou seja, sem intenção, portanto, não pedagógico.

Na análise dos dados, evidenciou-se que não há diferença entre o conceito

de atividade pedagógica entre as professoras graduadas e as professoras pós-

graduadas. A princípio consideramos que a formação em nível de pós-graduação,

poderia apresentar diferença na fala das professoras. Essa diferença não foi

constatada, talvez pelos conteúdos recebidos nos cursos de especialização não

trabalharem com as especificidades da Educação Infantil. Desta forma os estudos

empreendidos na pós-graduação não promoveram uma outra compreensão ou não

ampliaram as reflexões das professoras pós-graduadas em relação as graduadas.

64

Um dado constatado, é que muitas delas freqüentaram cursos de final de

semana e algumas nem terminaram a graduação e já freqüentam os cursos de pós-

graduação. Diante deste fato a qualidade desses cursos é questionável.

Verificamos nesta pesquisa que a atividade pedagógica, segundo as

professoras, não ocorre apenas em momentos especialmente planejados e horários

específicos. Segundo elas tudo é pedagógico. Parece em primeiro momento que

elas têm uma concepção ampliada e incluem as brincadeiras e os passeios das

crianças ou os momentos de higiene sem distinção. Mas ao apurar estas atividades

consideradas pedagógicas, as dúvidas e contradições apareceram.

As professoras entrevistadas demonstraram dificuldade para justificar o

motivo das atividades citadas serem pedagógica e não incluíram em suas

justificativas o que se passa nas trocas afetivas entre adultos e crianças, durante o

banho, às refeições, no horário de entrada e em outras situações. As interações

entre o educador e o bebê enquanto este está tomando banho, ou as crianças

conversando durante o almoço, não foram consideradas nas justificativas das

professoras. As trocas e experiências significativas entre as crianças também não

foram consideradas para a ampliação do repertório de ações.

Atividade pedagógica para estas professoras está ligada ao ensino de

condutas, comportamentos. Ao que parece, as atividades são apenas um esquema

que prescrevia o que se tem que fazer na rotina diária e em que momento fazer. A

preocupação desses momentos é direcionada às necessidades únicas e exclusivas

dos adultos que trabalham nessas instituições.

Acreditamos que ao apresentar a intencionalidade pedagógica, também é

necessário escolher e apontar as ações necessárias para efetivar essa

intencionalidade: como tornar real a nossa projeção? Quais passos, recursos,

tempo, condições materiais, por exemplo, serão fundamentais? Além de permitir

organizar o nosso fazer pedagógico em face dos objetivos propostos, planejar

possibilita, permanentemente, revisitar esse processo.

Consideramos nesta pesquisa que, explicitar a intencionalidade da atividade

pedagógica e seu modo de operar, é uma atitude importante, pois tendo a

professora essa visão, ela se torna mais consciente, passível de análise crítica e

transformação. As atividades foram vistas nesta pesquisa, como um dos elementos

integrantes das práticas pedagógicas, porém, ao que parece na fala das

65

professoras, as atividades não eram previamente pensadas, planejadas e reguladas,

com objetivo de ordenar e operacionalizar o cotidiano dos Centros de Educação

Infantil, e, constituir a subjetividade das crianças.

Arrisco a dizer que há um “senso comum”, no caso dessas professoras, que

se inicia na formação inicial, com jargões do tipo “tudo é pedagógico”, sem

compreender o que exatamente estão dizendo e que continua nos cursos de

formação continuada. O discurso não foi diferente, considerando a diversidade

existente numa Rede Municipal de Ensino. O saber acadêmico não está sendo

suficientemente refletido em relação à prática dessas professoras. Falta uma

integração reflexiva sobre a prática, tanto na formação inicial quanto na formação

continuada.

Não percebemos uma sólida formação profissional, e isso só é possível

quando a professora assume gradativamente uma posição política frente ao

compromisso de ser professora, engajando-se criticamente em suas atividades

docentes, cercando-se da realidade, transformando suas ações com

intencionalidade.

É interessante que o professor tenha o conhecimento de seus direitos e

deveres, o compromisso com a ética profissional e a dedicação constante ao seu

aperfeiçoamento pessoal e profissional. Estas características a serem consideradas

pelo profissional que trabalha nos Centros de Educação Infantil.

Considerando esses aspectos, é possível inferir que a questão da

profissionalização ou dos saberes docentes é um aspecto que precisa ser

considerado pelos professores, através de contribuições dos gestores públicos, dos

técnicos da Secretaria Municipal de Educação, bem como outros segmentos que

atuam nos municípios como as universidades e ou Instituições que trabalham com a

formação inicial e continuada dos professores, formulando e executando políticas de

formação para a Educação Infantil, mantendo um importante papel, no sentido de

contemplar as especificidades da Educação Infantil.

Ao que parece, as professoras não fazem conexão entre a teoria e a prática,

afirmam que toda atividade é pedagógica, porém não conseguem justificar os

motivos pelas quais, uma atividade é pedagógica, assim como Tardif, Lessard e

Lahaye (1991) nos falam, que os saberes provenientes da formação profissional são

adquiridos nas formações de professores, nos estágios, nos cursos de reciclagem, e

66

seu modo de integração acontece pela formação e pela socialização profissionais

nas instituições de ensino. Concordamos com Tardif (2002), que ao realizar o

trabalho de análise do saber docente, destacam sua complexidade, demonstrando

seu caráter plural, oriundos da formação profissional, dos saberes das disciplinas,

dos currículos e da experiência.

Os dados demonstraram que as professoras trabalham com as condutas de

comportamento, na qual as crianças sequer são protagonistas do processo de suas

aprendizagens.

Na fala das professoras evidencia-se uma barreira para transpor suas ações

com intenção pedagógica. Ora, se a atividade pedagógica é algo intencional,

ficaríamos o ano inteiro acreditando que uma atividade pedagógica somente ensina

as boas maneiras? O que dá para ser feito, além disto? Isto está sendo discutido

nas formações, ou as formações continuadas não estão contribuindo para as

reflexões dessas professoras?

Para Franco (2005) a capacidade de articular o aparato teórico prático, a

capacidade de mobilizá-lo na condição presente, a capacidade de organizar novos

saberes a partir da prática, essas capacidades em conjunto, estrutura o que ela

chama de saberes pedagógicos. Para ela, os saberes da docência não podem se

organizar no vazio teórico, o que lhes daria a concepção de aplicação tecnológica de

fazeres. A prática docente, que produz saberes, precisa ser epistemologicamente

assumida e isso se faz pelo seu exercício enquanto práxis, permeada por

sustentação teórica, que fundamenta o exercício crítico-reflexivo de tais práticas.

Esse conteúdo, para a reflexão crítica, é retirado dos fundamentos da ciência

pedagógica, apenas tais fundamentos permitem a organização do círculo dialético

teoria/prática, versus prática/teoria, num processo transformador das práticas e das

teorias; processo esse, fundador dos saberes pedagógicos.

Portanto, só a ação docente, realizada como prática social pode produzir

saberes: saberes disciplinares, saberes referentes a conteúdos e sua abrangência

social, ou mesmo saberes didáticos, referentes às diferentes formas de gestão de

conteúdos, de dinâmicas da aprendizagem, de valores e projetos de ensino.

Na ação pedagógica é fundamental conhecer a realidade concreta, apreender

a educação e a escola na dinâmica histórica e social. Na maior parte das vezes, isso

envolve vários procedimentos, inclusive o de tornar a nossa prática pedagógica

67

objeto de nosso próprio olhar. Neste esforço, temos a chance de avaliar e questionar

nossas posições. O resultado desse movimento de apreender a realidade ganha o

corpo de relatos embebidos de dúvidas, angústias, enfim, problematizações

diversas.

Ao manter uma relação consciente com o seu trabalho, o professor é

impulsionado a explicitar sua intencionalidade pedagógica e suas convicções sobre

a responsabilidade profissional da docência. O que falta para esta consciência ser

fortalecida? Como conduzir as relações de trabalho para constituir a consciência

social e moral do professor?

Acreditamos que a elaboração de um planejamento depende da concepção de

infância, de educação, de processo educativo que temos e que queremos. Esse

novo olhar sobre a infância, no qual vem sendo discutido recentemente pela

sociologia da infância. Diante disto, acreditamos que o professor e a criança são

protagonistas do processo educativo na escola.

Portanto, consideramos que no processo de elaboração do planejamento, o

professor vai aprendendo e exercitando sua capacidade de perceber as

necessidades do grupo de crianças, localizando manifestações de problemas e indo

a busca das causas. Vai aprendendo a caracterizar o problema para, aí sim, tomar

decisões para superá-lo. O ato de planejar pressupõe o olhar atento à realidade.

Assim, podemos dizer, inicialmente, que o planejamento da prática pedagógica

representa uma necessidade inerente a este tipo de intervenção social que nos leva

inexoravelmente a explicitação da nossa intencionalidade: o que pretendemos? Isso

quer dizer que, na ação de planejar, já manifestamos nossas opções,

compromissos, princípios, enfim, nossas posições político-pedagógicas. Além disso,

a intencionalidade também emerge das situações concretas: nossas angústias,

dificuldades, insatisfações, enfim, desafios da nossa prática pedagógica.

Na análise dos dados, foi evidenciado que a questão do pedagógico está

ligado a trabalhar conteúdos disciplinares tradicionais. Atualmente, defendemos uma

postura de que o Centro de Educação Infantil pode ser educacional e adotar práticas

e cuidados que ocorrem no interior da família, sem precisar escorar-se em uma

divisão disciplinar que compartimenta a criança. A instituição pode ser escolar e

compreender que para a criança, a vida é algo que se experimenta por inteiro, sem

divisões em âmbitos hierarquizados, que para ela, a ampliação do seu universo

68

cultural, o conhecimento do mundo, ocorre na constituição de sua identidade e

autonomia.

Quando se indica a necessidade de tomar a criança como ponto de partida,

quer-se enfatizar a importância da formação profissional de quem irá educar essa

criança nas instituições de educação infantil. Não é a criança que precisaria dominar

conteúdos disciplinares, mas as pessoas que as educam. Tomar a criança como

ponto de partida exige da professora a compreensão de que para a criança,

conhecer o mundo envolve o afeto, o prazer e o desprazer, a fantasia, a brincadeira

e o movimento, a poesia.

Para as professoras pesquisadas, as atividades de música e refeição, são

apontadas como atividades rotineiras, ou seja, aquelas que aparentemente não

seriam pedagógicas. Mas quando estão ligadas a algum tipo de conteúdo curricular

tradicional, ganham o status de pedagógica. Percebe-se que o pedagógico está

intimamente ligado a trabalhar conteúdos específicos, ao contrário de pensar a

rotina como instrumento da intenção pedagógica, ou seja, a própria atividade

pedagógica. Esta compreensão justificaria a dificuldade destas professoras em

definir estas ações. Ora diferenciam, ora unificam. A polarização entre o assistencial

e educacional, apresentada pelas professoras durante a entrevista, opõe a função

de guarda e proteção à função educativa, como se ambas fossem incompatíveis,

uma excluindo a outra.

Talvez seja uma referência entre o que é cuidar e educar, apontada pelo

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil- RCNEI. Sabe-se que, o

RCNEI, teve um grande impacto, na formação continuada das professoras da Rede

Municipal de Ensino de Itajaí, bem como de todo o cenário educacional brasileiro,

apresentando-se como uma das perspectivas possíveis de se pensar a educação

infantil, a ampla distribuição de exemplares às pessoas que trabalham com esse

nível educacional, significa, de fato, a concretização de uma proposta que se torna

hegemônica, como se fosse a única.

Se o cuidado deve ser observado nos mais diferentes níveis educacionais,

trata-se de um elemento fundamental na educação infantil. Segundo Kuhlmann

(2005) a caracterização da instituição de educação infantil como lugar de cuidado e

educação, adquire sentido quando segue a perspectiva de tomar a criança como

ponto de partida para a formulação das propostas pedagógicas. Adotar essa

69

caracterização como se fosse um dos jargões do modismo pedagógico, esvazia seu

sentido e repõe justamente o oposto do que se pretende. A expressão tem o objetivo

de trazer à tona o núcleo do trabalho pedagógico conseqüente com a criança

pequena. Educá-la é algo integrado ao cuidá-la.

Considerando todas essas reflexões, pode-se dizer que há necessidade de os

professores refletirem sobre suas ações pedagógicas, no sentido de organizar as

atividades, na qual as crianças desenvolvam a imaginação, a curiosidade e a

capacidade de expressão em suas múltiplas linguagens (linguagem dos gestos, do

corpo, plástica, verbal, musical, escrita, virtual, etc). As atividades podem ser

realizadas, de forma que as crianças sejam desafiadas a ampliar seus

conhecimentos a respeito do mundo e da natureza, com atividades diversificadas

com escolhas e interações.

A qualidade não pode ser pensada exclusivamente em função do que é

oferecido em cada instituição de Educação Infantil, pois depende do apoio e da

orientação oferecidos pelo poder público. Dessa forma, um sistema educacional de

qualidade é aquele em que as instâncias responsáveis pela gestão respeitem a

legislação vigente, têm papéis definidos e competências delimitadas e apóiam

financeira, administrativa e pedagogicamente as Instituições de Educação Infantil a

ele vinculados.

Refletir sobre a questão da atividade pedagógica requer um estudo mais

aprofundado, considerando a emergência do tema e sua complexidade em torno da

ação pedagógica. Nesse sentido, torna-se fundamental a continuidade deste tema,

observando e orientando os professores da Educação Infantil na ação pedagógica,

fazendo-os refletir sobre propostas pedagógicas que contemplam princípios éticos,

políticos e estéticos, que promovam as práticas de cuidado e educação na

perspectiva da integração dos aspectos físicos, emocionais, afetivos,

cognitivo/lingüístico e sociais da criança, entendendo que ela é um ser completo,

total e indivisível.

Sugerimos para futuras pesquisas à investigação sobre a prática das

professoras, pois nesta pesquisa os dados foram levantados por meio de entrevista.

Sabemos que nenhum discurso é neutro, porém a constatação da prática traria

elementos enriquecedores para esta área de estudo.

70

É fato que permanece o problema relativo ao conhecimento da atividade

pedagógica, porém descrevemos a atividade pedagógica de modo conjunto, sem

hierarquizar, sem isolar umas e outras, no sentido de desmistificar a atividade

pedagógica como o assunto, o tema, o conteúdo, exclusivamente a ser trabalhado.

O importante é que o professor exercite o olhar atento, o escutar comprometido dos

desejos e necessidades dos grupos revelados em seus gestos, falas, expressões,

em suas linguagens.

É importante reafirmar que a história da construção da Educação Infantil no

Brasil já percorreu muitos caminhos, já contou com muitos protagonistas, faz-se

necessário obter consensos a serem sempre revistos e renovados, de forma

democrática, contemplando as necessidades sociais em constante mudança e

incorporando os novos conhecimentos que estão sendo produzidos sobre as

crianças, seu desenvolvimento em Instituições de Educação Infantil.

Portanto, espera-se que o professor possua uma sólida formação profissional,

atendendo às dimensões educacionais, na qual a sua criatividade é fator relevante e

fundamental na ação pedagógica. Desta forma as crianças pensarão de forma

própria, autônoma, participativa e interativa, envolvendo a turma nos diferentes

trabalhos a serem produzidos, analisados e discutidos entre os colegas.

É importante que os professores de Educação Infantil, definam, nas suas

ações o que é uma atividade pedagógica. Nesse sentido, tornam-se fundamental a

continuidade da pesquisa nesse campo, com a finalidade de conhecer, por meio da

observação, a prática das professoras que atuam com as crianças na Educação

Infantil, levando as mesmas a reflexão da sua ação pedagógica. Desta forma

reconheceremos o direito das crianças à educação de qualidade, com profissionais

“preparados”, ou “refletidos” para exercer tal função. É também demostrar que os

espaços de um Centro de Educação Infantil, se caracterizem como espaços de

experiências, de trocas, de respeito, de alegria, enfim que corroborem o direito das

crianças de terem uma infância digna.

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ZABALZA, M. Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

APÊNDICES

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APÊNDICE A - Transcrição dos questionários das Professoras

Centro de Educação

Infantil/ Professores

1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.

C.E.I Natália do Nascimento Professora 01

Assembléia inicial Higiene Cantos Conversa em roda Brincadeira livre

Todas as atividades acima citadas são justificadas como atividades pedagógicas, sabendo-se que através da observação, exploração, participação, discussão, comunicação e interação, a criança terá oportunidades de ampliar o seu processo de aprendizagem.

Professora 02 Hora do lanche, refeição (almoço, jantar);

Horário de brincar livre no parque; Higiene: escovar os dentes, lavar as mãos; Momento do brincar livre, com brinquedos: dentro ou fora da sala de aula; Os jogos pedagógicos: peças de encaixe (lego), blocos de madeira, jogo da memória;

Estão desenvolvendo a linguagem, praticando a mastigação, reforçando os músculos faciais, e aprendendo a apreciar alimentos saudáveis para o seu desenvolvimento; O brincar livre, fora da sala de aula, com alguém observando, interferindo se necessário; desenvolve na criança suas coordenações motoras, emocionais, intelectuais; A criança descobre o seu corpo, desenvolve sua autonomia e seu auto estima, alem de adquirir hábitos básicos de higiene; Estimula o desenvolvimento psicomotor, o auto –estima, a linguagem, a coordenação motora, a socialização; Estimula o intelecto, faz com que raciocine, aprenda a resolver problemas, buscando soluções, estimula a criatividade também;

Professora 03 Higiene

Lanche, almoço, janta Chamada ou assembléia inicial Soninho

Todas. É também através das atividades de rotina, que as crianças estão desenvolvendo o seu aprendizado, proporcionando momentos de interação, aprendizagem e desenvolvendo sua identidade e autonomia.

Professora 04 Leitura

Escrita Músicas Danças Brincadeiras dirigidas

Todas são atividades pedagógicas, porque através delas tenho uma aprendizagem.

Professora 05 Leitura

Músicas Escrita Roda de conversas Brincadeiras dirigidas ou não

Considero todas as atividades pedagógicas, tendo entendimento que tudo aquilo feito na escola, com intenção de aprendizagem é pedagógico, essas atividades possibilitam situações de aprendizagem, desde uma conversa até a leitura de um vocabulário, história ou texto.

C.E.I Camile da Silva Professora 06

Assembléia; Lanche /Almoço; Parque; Organização da sala;

Todas são indiscutivelmente pedagógicas. Justificação: Durante a assembléia é explorado as músicas, a conversa informal, e a opinião da criança. Na hora do lanche / Almoço eu procuro estimular a postura da criança em frente do seu prato, como se senta a mesa, como segurar os talheres etc... Isso é trabalhar a identidade e a autonomia das crianças. Na higiene se desenvolve o bom hábito de escovar os dentes, a língua, a limpeza das mãos, etc...No parque as crianças brincam livremente onde se estimula a criatividade e a imaginação durante a brincadeira da casinha, pique –esconde ,pega- pega, entre outras.E por fim a organização da sala que desenvolve a atenção, a concentração, a organização espacial e permite que a criança perceba o quanto é importante permanecer num ambiente organizado, respeitado os espaços e a individualidade de cada um.

Professora 07 Contação de histórias

Atividades livres Parque ou pátio Conversa na grande roda Conversa informal Atividades de registro.

Entendo que todas; até nas refeições, tudo tem um objetivo, tudo é pensado. Inclusive quando cobramos tarefas, horários, materiais, a autonomia e responsabilidade.

80

Centro de Educação

Infantil/ Professores

1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.

Professor 08 Escovação dos dentes Hora do parque História Conversa em roda Música

Histórias e conversa em roda. Pois através da história eles conhecem personagem e vive no mundo da fantasia. Com a conversa em roda faz com que a criança coloca para fora o desejo de expressar suas fantasias, curiosidade e versos até o que apreciam durante o dia, deixando sua aprendizagem compartilhar com a dos seus amigos.A música também traz paz e deixando a criança com dia alegre.

Professor 09 Conversas informais (literatura, música, etc).

Escovação Parque Alimentação Hora do descanso

Penso que as conversa informais são uma atividade pedagógica, onde estimulamos as linguagens orais, a criatividade, a identidade da criança, explorando assim o conhecimento delas. Nas outras atividades de rotina também são exploradas as atividades pedagógicas onde também é trabalhado o desenvolvimento do grupo.

Professor 10 Escovação

Roda de conversas (histórias, cantigas, novidades) Parque Hora da alimentação Soninho.

É na hora da roda de conversas que exploro ao máximo o conhecimento e apresento algum tema do qual vou trabalhar. Acredito que é contada várias cantigas e expondo algumas, novidades, acontecimentos, que fazem com que a criança desenvolva seus aspectos cognitivos, a criatividade e o próprio interesse. Também não posso também é trabalhado vário aspecto que é importante para o desenvolvimento da criança.

C.E.I Paulo Roberto da Silva Professor 11

Escolha do ajudante do dia; Leitura das palavras estudadas; Hora do conto; Momento da música; Momento do jogo;

Todas, pois todo momento pode ser pedagógico, desde que o professor saiba interagir com a turma e mediar a construção do conhecimento.

Professor 12 Calendário;

Condições do tempo; Contagem do nª de alunos; Chamada; Higiene; escovação / higiene;

Todas, pois todas promovem o desenvolvimento e são importantes para a criança.

C.E.I Renam Vieira de Maria Professor 13

Assembléia (conversa, chamada, calendário). Escovação Literatura Parque Higiene das mãos, antes e após as refeições.

Todas as atividades eu considero pedagógicas, tendo em vista que todas são realizadas com intencionalidade de ensiná-los.

Professor 14 Bingo de letras;

Massinha de modelar; Parque; Bolinha de números; Literaturas Infantis;

A atividade pedagógica tem intenção de ensinar alguma coisa; nestes moldes o bingo de letras de maneira lúdica acaba ensinando as letras do alfabeto. O parque proporciona através de seus brinquedos o desenvolvimento da coordenação motora ampla, a massinha de modelar explora a coordenação motora fina, criatividade, noções do lógico matemático assim como o boliche de números. As literaturas promovem o desenvolvimento sócio-afetivo, na hora do faz de contas, da expressão corporal, da imaginação e criatividade, na oralidade ao recortar ou criar uma história.

C.E.I Carlos Gomes da Costa Professor 15

Chamada em ordem alfabética / letras e números Linhas do tempo Calendário individual Higiene (escovação) Alimentação (Almoço, lanche e janta).

Chamada; Identifica o seu nome, a inicial de cada nome, e segue uma seqüência com os números. Calendário individual; Passam a conhecer os números, noção do tempo- espaço, identificam em que semana está (domingo –terça etc..) Quantas têm, em que mês estamos e outras maneiras desenvolver a noção do tempo.

81

Centro de Educação

Infantil/ Professores

1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.

Professor 16 Linha do tempo Presença Refeições: café da manhã, almoço, lanche e jantar. Higiene das mãos, utilização dos sanitários e escovação dentária. Hora do brinquedo, jogos.

Considero todas como atividades pedagógicas. Exemplo: Na linha do tempo, Há marcação do tempo, noções de dias da semana, mês, ano, representação numérica do dia. Na presença, há a identificação do seu nome escrito e o de seus colegas, a contagem oral dos presentes e ausentes com a representação escrita de tais qualidades. Há também as noções de gênero (total de masculinos e de femininos). Durante as refeições trabalha se a importância de uma alimentação sadia e variada e os sanitários e o modo correto de escovar os dentes e suas importância também são atividades pedagógicas. Durante as brincadeiras e os jogos as oportunidades são inúmeras para observação e aprendizagem.

Professor 17 Hora da música

Hora da higiene Hora do almoço e lanches Hora do conto Hora do brinquedo

Todas, pois em cada uma delas a criança está aprendendo e desenvolvendo suas habilidades, seja da relação professor x aluno, aluno x aluno ou aluno x objeto, experimentando e vivenciando cada situação.

C.E.I Pedro Paulo Rebello Professor 18

Brincadeiras no espaço interno e externo Rodas de conversas Uso do calendário (linha do tempo). Roda de histórias Oficinas de desenho, pintura, modelagem e música.

Penso que todas as atividades relatadas a cima, são pedagógicas. Pois promovem aprendizagens e satisfação para as crianças, desenvolvendo também a criatividade e a livre expressão de cada criança.

Professor 19 Calendário

Cartaz do tempo Escovação Roda de conversa Desenho modelagem Pintura Música

Todas elas, pois em todo o tempo estamos ensinando e aprendendo algo; em tudo a criança esta se desenvolvendo.

C.E.I Carlos Fagundes Professor 20

Roda de conversa Contagem Histórias Brincadeiras Música

Considero todas, pois estão incluídas no nosso planejamento diário.

Professor 21 Roda de conversa

Roda da história Calendário Quantos somos hoje? Cartaz de Matemática Momento do brinquedo

Todas, pois nesses momentos e em outros também importantes às crianças estão em interação com seus pares.

Professor 22 Momentos dos brinquedos didáticos,

Calendário Atividade diária do tema trabalhado Parque Tarefas 3x por semana Orações de agradecimento

Acredito como pedagoga, que todas estas atividades são pedagógicas, incluindo principalmente a brincadeira, pois essa atividade é fundamental e de mera importância no mundo da criança. Seja ela brincadeiras dirigidas ou mesmo aquelas que eles mesmos se organizam entre eles acho todas essas atividades muito produtivas.

Professor 23 Alimentação

Higiene Atividades Dirigidas Brincadeiras livres Parque

Todas as atividades têm caráter pedagógico, pois compreendem a orientação e acompanhamento do profissional de educação

82

Centro de Educação

Infantil/ Professores

1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.

C.E.I João Augusto Professor 24

Música História Roda de conversa Higiene Brinquedos e brincadeiras

Todas as atividades são importantes, pois contribuem para o desenvolvimento integral da criança, valorizando sua criatividade e tornando-os seres capazes de manifestar suas opiniões e socializar-se, para enriquecer e ampliar seus conhecimentos.

Professor 25 Escovação

Lavação de mãos repouso Contação de histórias Cantar

Todas envolvem o fazer pedagógico, pois nesta faixa etária a criança está em constante aprendizado. Toda a atividade deve ter um fundo pedagógico com o olhar voltado á criança, ao que ela faz, ao que consegue co a ajuda do adulto.

Professor 26 Roda de conversa

Contação de história Atividade escrita Blocos de encaixe Músicas variadas

Acredito que todas as atividades que são realizadas no espaço escolar têm função pedagógica, deste a hora em que recebemos nossas crianças com amor e atenção, nos momentos de conversa, na orientação nos horários de refeições até no brincar livremente, sua no parque ou qualquer outro espaço do C.E.I. Sendo assim acredito que toda e qualquer atividades tem sua importância para o desenvolvimento de nossas crianças.

Professor 27 Contagem oral (na hora da chamada) sendo esta

realizada no quadro com desenhos. Estudo, do tempo. Calendário Higiene Soninho

Todas as 4 são atividades pedagógicas( Contagem oral, estudo do tempo, calendário e a higiene) e a hora do soninho é indispensável para que ao criança se sinta renovada para as atividades vespertinas. Na contagem oral / trabalhamos a matemática com adição/ subtração, qualidade. No estudo do tempo / trabalha-mos o tempo como está, o hoje, amanhã e o ontem. No calendário trabalhamos os dias da semana, a matemática, os meses e o ano. E a higiene também é de grande importância para nós, professores e crianças, pois com ela evitamos muitas doenças e aprendemos a cuidar bem do nosso corpo.

C.E.I. Marcos Pontes Professor 28

Assembléia inicial (roda de conversa) Registro (desenho e escrita) Brincadeiras coletivas envolvendo a unidade temática em estudo Brincadeiras “livres” (parque, pátio, campo de futebol) Reprodução de trabalhos em equipe.

Acredito que todas as atividades acima descritas são atividades pedagógicas. Todo e qualquer trabalho realizados com as crianças que envolvam troca, conhecimento, sentimento, atenção, aprendizado é um trabalho pedagógico porque ajuda a cada um que faz parte do processo a crescer como ser e para contribuir no que se refere á vivências e aprendizados. “Contribuir com o ensinar e aprender” é preparar o ser humano para o amanhã “.

Professor 29 Recepção com músicas

Roda de conversa Chamada através do cartaz de pregas Contagem oral de número de alunos(meninos, meninas e total) utilizando os símbolos de identificação Exploração do Calendário (linha do tempo) Higiene bucal por meio da escovação Trabalhar oralmente e através da escrita o nome da cidade, para relembrar onde moramos (cidade).

Acredito que todas as atividades elencadas a cima são de total importância para o ato educativo; desde que tenha uma intencionalidade do professor. Qualquer atividade pode ser pedagógica; numa perspectiva onde aconteça uma pré-elaboração, pré-planejamento, com metas (objetivos) a alcança. Sendo esses aspectos de responsabilidade do professor para dar base para o aluno construir, recriar e aprender.

Professor 30 Atividades dirigidas

Roda de conversa Refeição Higiene Socialização de deveres Brincadeiras livres e dirigidas

Não há como separar ou discriminar algumas delas como pedagógicas. Em todas há o acompanhamento do professor, a orientação dando á elas um caráter pedagógico.

C.E.I Giseli do Nascimento Professor 31

Arrumação da sala Parque, Lanche Higiene Recepção e entregas das crianças, comemoração...

Todas as atividades que envolvem a rotina de um centro de ed. Infantis são pedagógicas. É na rotina que colocamos em prática os pressupostos do mec; Educar, cuidar e brincar. Em todas as atividades, de forma que dos seus alunos.

83

Centro de Educação

Infantil/ Professores

1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.

Professor 32 Calendário (onde entra: o tempo, o dia da semana, mês e ano.) Chamada; através de fichas: (os alunos identificam o seu nome e devolvem ao quadro de pregas.) Atividades do dia: (pintura, auto –retrato, colagem etc....) Escovação dos dentinhos Histórias dramatizadas( de acordo com o tema estudado)

Todas são pedagógicas; pois as atividades de rotina trabalham o aluno diariamente pedagogicamente.

Professor 33 Banho

Troca de fraldas e roupas Sono e repouso Alimentação Brincadeiras

Para mim, estas atividades que fazem parte de minha rotina diária, são todas pedagógicas.

C.E.I Alice Fagundes Professor 34

Lanche Higiene Parque Chamada Descanso

Penso que todas são atividades pedagógicas, pois a cada atividade de rotina aprendem algo diferente. Cabe aos professores estar presente em todas os momentos incentivando e ensinando seu aluno.

Professor 35 Chamada

Tempo Música Higiene Atividades recreativas

Chamada trabalha a matemática através de quantidade, crianças que faltaram e que vieram. Tempo faz com que a criança perceba as mudanças que ocorrem durante o dia em sua vida Música permite fazer com que a criança conheça outros ritmos e melodias, melhores seu vocabulário, ordenando as palavras na formação de frases onde estimulam o raciocínio lógico e a memória infantil. Higiene se torna necessário e importante nesta fase da vida. Desde pequenos já devem adquirir hábitos de higiene para que no futuro tenha melhor qualidade de vida, e, se tornem cidadãos conscientes. Atividades recreativas são atividades que exigem trabalho corporal das crianças, onde tornam – se fundamentais nesse período da infância , pois, além de serem uma forma de diversão, ajuda a desenvolver a coordenação motora e a agilidade de raciocínio.

Professor 36 1ª Construção da data do dia e contagem dos

colegas 2ª Alimentação 3ª Escovação de dentes 4ª Parque 5ª Organização da sala e dos materiais

1ª Trabalhar – se dia, mês, ano. Matemática concreta e percepção do colega que faltou.. Reconhecimentos dos nomes dos colegas. 2ª Importância dos alimentos, cores dos alimentos (todos comem de tudo no pré, isto é vitorioso) 3ª Trabalhamos higiene, saúde, hábitos. 4ª Brincando se aprende, cada dia que passa vamos inserindo brincadeiras novas. 5ª Sabendo que precisam organizar vão crescendo em suas responsabilidades a cada dia.

C.E.I Maria Isabel Professor 37

Leitura do Alfabeto Oração Linha do tempo Contagem de meninos e meninas Jogos de encaixe

A leitura do alfabeto, porque diariamente é estimulado a alfabetização. A linha do tempo, pois é trabalhado a percepção (noção de tempo e espaço).

Professor 38 Assembléia inicial o dia, mês, ano, dia da

semana, chamada, contagem meninos meninas, e o total. Leitura de literatura Conversa informal referente o assunto a ser trabalhado. Brinquedos ou jogos pedagógicos Músicas

Penso que são todas, pois cada uma tem um objetivo que acrescentará na formação do docente. Sendo no social, cultural, intelectual, enfim um ser completo de bem com a vida.

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Centro de Educação

Infantil/ Professores

1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.

C.EI. Nicolas Machado Professor 39

Chamada Cartaz do tempo Ajudante do dia Música Calendário Leitura do alfabeto e dos numerais

Todas. Porque todas elas trabalham o desenvolvimento intelectual e cognitivo da criança.

Professor 40 Leituras diárias do alfabeto, numerais.

Contagem das crianças Identificação do dia e mês Jogos de encaixe Música

Todas são atividades pedagógicas e importantes para o desenvolvimento da criança onde cada uma tem uma função mais pedagógica a outra trabalha mais a interação e socialização.

C.E.I Márcio Corrêa Professor 41

Chamada através do quadro de pregas Contagem das crianças Recapitulação de aulas anterior, em forma de assembléia. Previsão do tempo (dia, mês, ano), Oração de agradecimento

Considero todas, pois têm objetivos específicos a serem explorados, fazendo assim com que as crianças adquiram e desenvolvam conhecimentos.

C.E.I. Carlos Figueira Professor 42

Música Brincadeira Roda de conversa Higiene (Valorização da limpeza e aparência pessoal). Chamada (nome traz também uma história, um significado).

Explora e identificar elementos da música para se expressar, interagir com outras e ampliar seu conhecimento de mundo. Brincadeiras é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Na roda de conversa surge o domínio da linguagem em múltiplas circunstâncias, nas quais as crianças podem perceber a função social que ela exerce e assim desenvolver diferentes capacidades.

C.E.I Lauro Silva Professor 43

Brincadeiras de montar (peças) Jogos diversos Música Recorte e colagem Teatro

Nas brincadeiras de montagem com peças desenvolver o raciocínio e a lógicas matemática. Nos jogos a observação a auto – estima. Na música a oralidade e a expressão corporal No recorte e colagem a coordenação motora ampla e fina. No teatro além da oralidade e a expressão corporal também desenvolvo as diferentes expressões, a escolha de personagens.

Professor 44 Assembléia (planejamento cooperativo)

Recreação Linguagem escrita (nome, palavras...). Matemática (contagem, registros, nª) Linguagem oral (música, poema, distórias)

Estas atividades registradas no item anterior são pedagógicas, pois tem como objetivo desenvolver algumas habilidades planejadas com antecedência, visando um desenvolvimento integral do aluno.

Professor 45 Jogos educativos

Pinturas (guache, lápis, giz de cera) Recorte e colagem Escrita Brincadeiras ao ar livre

Todas estas atividades são pedagógicas, pois todas são planejadas com antecedência visando o desenvolvimento do aluno em todas os sentidos, bem com a sua socialização.

Professor 46 Assembléia

Recreação Parque História Jogos

Todas as atividades desenvolvidas são atividades pedagógicas, pois na medição e aprendizagens significativas acontecem.

Professor 47 Roda de conversa

Contação de história Atividades dirigidas Brincar Refeição e higiene

No meu ponto de vista, em todas elas há um cunho pedagógico, uma aprendizagem. Em qualquer uma delas o processo de ensino e aprender se caracteriza.

C.E.I. Carlos Pereira Professor 48

Calendário Higiene Assembléia Descanso Parque

Calendário, porque trabalham a noção de tempo, números, contagem. Higiene a importância da higiene para a saúde, autonomia. Assembléia participação nas atividades. Parque brincar desenvolvimento cognitivo e motor.

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Infantil/ Professores

1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.

Professor 49 Calendário Hora do conto Roda de música Higiene Parque

Considero todas estas atividades pedagógicas, pois todas são realizadas com objetivos a serem alcançados. Os objetivos relacionados a estas atividades são: Forma de tempo, contagem, números e numerais, Expressão corporal, criatividade, leitura, produção de textos, Expressão corporal, sensibilidade; Autonomia, autoridade, cooperação, solidariedade, Interação, e vários outros. As atividades quando realizadas com objetivos, pode se considerada a uma atividade pedagógica.

C.E.I Marcelo Corrêa Professor 50

Trabalho sobre a data, tempo, lua, números de meninos e meninas e o total de cada dia. Refeições (café, almoço, lanche e janta) Escovação Hora do soninho Recreio (parque)

Todas! Porque ao trabalhar data, tempo, etc... Desenvolve noções de matemática, tempo, gênero, fenômenos da natureza, etc. Nas refeições, a forma adequada de se alimentar, os alimentos saudáveis, as boas maneiras... Na escovação, a saúde bucal, a maneira correta de escovar os dentes... Na hora do soninho, o controle sobre o próprio corpo e a necessidade do descanso até para um bom aprendizado e no recreio as regras de grupo e socialização!

Professor 51 Trabalho com calendário para as crianças

adquirem noção de seqüência numérica dias da semana e meses (passado, presente, futuro) Ficha com o nome completo Leitura de notícias (jornal, revistas, panfletos) Alfabeto móvel para formar palavras do interesse da criança ou de acordo com o contexto. Pinturas e desenhos livres para aflorar o potencial artístico.

Tudo que planejo para minhas aulas são atividades pedagógicas por estarem ligadas a um objetivo que vai desencadear uma aprendizagem. Até as atividades livres ou aquelas quer são pedida pelas crianças considero pedagógica também porque sempre se desenvolve alguma habilidade ou algum tipo de prazer e descontração.

Professor 52 Colocamos a data no quadro: dia, mês e ano.

Marcamos o dia no calendário. Chamada no quadro de presença. Higienização diária (lavar as mãos antes da refeições/ escovação) Recreio.

Todas, pois através destas trabalha - se vários eixos principalmente matemática e linguagem oral e escrita.

C.E.I. Julieta Moura Professor 53

Alimentação; Higiene; Roda de conversa ou da história; Música ou cantigas; Atividades dirigidas ou temas ou projetos trabalhado;

Apesar da rotina ás vezes ser um tanto cansativo e desgastante para as crianças ou até mesmo para nos professores, na minha opinião todas estas citadas acima são atividades pedagógicas, pois muitas vezes nessas atividades nos dão novas informações, idéias, suportes para serem trabalhadas com a necessidade da criança, do que ela realmente quer aprender e tem interesse em aprender.

C.E.I. Miguel Corrêa Professor 54

Lanche (café da manhã) Almoço e Janta Higiene das mãos e higiene bucal; Parque Hora do soninho (organização dos colchões e cobertores) Hora do cantinho (história, desenho, fantoches, brincadeiras, fantasias)

A cada atividade realizada sempre tem um cunho pedagógico. Citei a hora do soninho, pois as crianças ajudam os cobertores, guardam os travesseiros, esta rotina irá construir para que a criança faça esta organização no seu dia a dia em casa arrumando seu quarto; e conseqüentemente levará para vida futura.

Professor 55 Parque

Brincar soninho Escovação Refeições

O parque, o brincar, escovação, refeições e soninho, o parque e o brinca trabalha a socialização, noções espaciais. A escovação fala da higiene, o cuidado. As refeições relaciona com o prazer, prazer de comer, de sente na mesa e ver o amigo. Todas estas contribui na construção pedagógicas da criança.

C.E.I. Marcio Eduardo Professor 56

Chamada Calendário Hora do conto “história” Refeições Conversa informal

Todas fazem parte do pedagógico, pois, o pedagógico não é só a ministração de conteúdos didáticos.Mais uma globalização de noções básicas para a vida da criança nessa faixa etária.

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Infantil/ Professores

1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.

Professor 57 A chamada e calendário Leitura de uma história Brincadeiras no parque O soninho Roda de conversa Refeição

Eu considero pedagógica, a chamada e o calendário, pois, trabalhamos as letras do nome, o tempo, clima, estação do ano, eu acho essa parte muito legal, pois podemos ensinar as crianças. O uso de roupas de cada estação, hábitos, o que sentimos de diferente entre uma estação e outra. Através da leitura podemos explora a imaginação das crianças, leitura não é só ler, é levar a criança ao mundo da fantasia, a pós a leitura podemos fazer Roda de conversa, textos coletivos, desenhos sobre a história, entre outras, na educação infantil.

Professor 58 Roda de conversa

Música Jogos Brincadeiras Hora do canto

Todas as vivências do cotidiano da criança são oportunidades de aprendizagem. Na escola, todas as situações e ambientes, devem permiti atividades pedagógicas, com base nos seus conhecimentos prévios, nas suas relações afetivas, nas experiências e desafios, na sua interação com o mundo, nos movimentos e brincadeiras, que proporcionarão o desenvolvimento de suas potencialidades.Na mediação, o professor irá interação entre as crianças, com atividades hídicas, de faz – de - conta, entre outras, permitindo que elas compreendam o mundo de forma prazerosa.

C.E.I Maria Simas Santoro Professor 59

Roda de conversa Alimentação Higiene Escovação dentária Brincar em grupo ou individualmente.

Como estamos trabalhando com a educação infantil, acredito que a palavra “educar” significa desenvolver situações, atividades que envolvam o cuidar, a brincadeira, e a aprendizagem de forma integrada para que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis.

Professor 60 Roda de conversa

Hora de cantar Contação de histórias Calendário (dia, mês, ano). Quantos somos hoje? (meninos, meninas)

Considero que todas estas atividades estão ligadas ao pedagógico, pois não tem como separa - lo. Em todas os momentos da nossa prática o pedagógico se faz presente permeado todo o trabalho voltado para a Ed. Infantil.

Professor 61 Roda de conversa

Assembléia inicial; recepção jogos quebra cabeça; Histórias Calendário.

Acredito que todas essas atividades são pedagógicas pois trabalho todos os eixos, matemática, identidade e autonomia, enfim; Muitas vezes inconsciente mais trabalhadas.

C.E.I Roseti Romualdo Professor 62

Desenho Jogos Brincadeiras Literatura infantil Música

Através do desenho a criança reflete suas impressões do meio circundante. Ela representa seus gestos, sentimentos, movimentos através do desenho. O brinquedo e a brincadeira são métodos e procedimentos educativos. A atividade imaginativa é uma atividade criadora e através da leitura infantil a criança interage e se expressa.

Professor 63 Roda de conversa

Parque Brincadeiras rítmicas dirigidas Interpretação e contação de histórias Pintura e escrita do nome.

Todas. A roda de conversa é um momento que o professor e o aluno tem para discutir fatos acontecidos no dia - a - dia, contar amigos que compareceram, observa o tempo e o calendário, assim a criança trabalha linguagem, números, noção de tempo e qualidade. O parque é propício para brincadeiras na área de faz de conta, onde a criança utiliza bastante a imaginação como também utiliza movimentos psicomotores (subir, descer e ter imaginação) Nas brincadeiras rítmicas, a expressão corporal é muito bem explorado, através da música, atenção e concentração. Na interpretação e contação de historias, o enterece, a atenção, a concentração e a imaginação, são explorados de diversas maneiras, tanto na linguagem oral, onde a criança repete a história que ouviu, quando nos desenhos, representados de maneira criativa. A pintura, além de proporcionar prazer, trabalha cor, ordenação de tamanho e coordenação motora. E por fim a escrita do nome, é importante para o reconhecimento das letras.

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Centro de Educação

Infantil/ Professores

1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.

C.E.I Jucélia Silva Professor 64

Refeições Assembléia do dia, linha do tempo e sorteio do ajudante. Horário de parque Escovação Hora do descanso.

Nas atividades de rotina também há intervenção das professoras com comentários referentes á questionários das crianças e comportamento, conseqüentemente há troca de conhecimento e aprendizagem. Tudo o que se faze com as crianças tendo significado para ela provoca aprendizagem. Muitas vezes o retorno demora.

Professor 65 Roda da história

Assembléias Recreação Calendário Alimentação (café, almoço, lanche, janta)

Todas, pois em todo momento o profª é mediador do conhecimento e interage juntamente com as crianças. Desde que a criança chega no C.E.I. até a hora da despedida ela está envolvida em um planejamento pedagógico desenvolvido pela profª.

Professor 66 Hora do café

Roda de conversa Roda da história Almoço Parque

Todas as atividades são pedagógicas, as crianças estão em constante aprendizado. No momento de todas as rotinas é trabalho do todas as formas de ensino aprendizagem.

C.E.I Jacqueline Moraes Professor 67

Contação de história Ilustração Brincadeiras com jogos educativos Brincadeiras livres no pátio e no parque Música Roda de conversas

Penso que todas as atividades são pedagógicas, pois todas são direcionadas as crianças da ed. Infantil. Sendo assim as mesmas desenvolve o raciocínio, a afetividade, a comparação, a linguagem oral, a criatividade e a imaginação de todos.

Professor 68 Roda de conversa

História Cantigas Recreação livre ou dirigida Escovação dentária

Todas são atividades pedagógicas, pois induz a criança a criar, expor seus pensamentos possibilita a discussão e o envolvimento.

Professor 69 Atividades de escrita

Coordenação motora Chamada Calendário Parque Brincadeiras livres.

Todas, pois trabalham com o cuidar, brincar. Todas estimulam o desenvolvimento global do aluno.

C.E.I Mauro Augusto Pontes Professor 70

Artes Leitura Matemática Tempo Brinquedos e jogos.

Todas. Considero atividades pedagógicas. Desta atividade a criança viverá programa que a auxiliará aprender por si e se fazer, ela própria o guiar de sua educação e atender aos seus reais objetivos.

Professor 71 Escrita no caderno

Contação de História Pintura Modelagem com massinha (de acordo com que é trabalhado) Desenho livre e direcionado Contagem de alunos

As atividades mencionadas a cima. São pedagógicas, desde o momento que ela está sendo aplicada de forma, na qual está é direcionada para o desenvolvimento de aprendizagem do aluno de forma divertida e prazerosa.

Professor 72 Distribuição dos crachás com o nome

Calendário Nome do município no quadro Contagem é verificação dos nomes de quem não veio Trabalho com tampinhas.

Eu considero todas como pedagógicas, pois em cada uma delas é possível de se desenvolver os eixos principais para o desenvolvimento saudável das crianças.

C.E.I Simone Chagas Professor 73

Organização Roda da conversa Atividades dirigidas. Roda de história Hora de brincar “livre”

Penso que todas as atividades realizadas dentro do C.E.I. são Pedagógicas, pois tudo é aproveitado para educar, cuidar e informar ou até descontrair as crianças.

88

Centro de Educação

Infantil/ Professores

1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.

C.E.I. Graziela Corrêa Silva Professor 74

Roda da conversa Momento literário Músicas Jogos livres Recreio, Refeição Escovação dos dentes.

Considero atividades pedagógicas todos os momentos em que posso estar avaliando meu aluno, orientando e proporcionando a assimilação e o aprimoramento de novos conhecimentos.

Professor 75 Roda da conversa

Roda de história Brincadeiras em sala e fora da sala Café matinal Música Jogos pedagógicos

Penso que a parti do momento que estou junto do meu aluno orientando – o nas diversas atividades, posso considerar atividades pedagógica.

Professor 76 Roda da conversa

Roda de histórias Músicas Jogos livres Atividade dirigida. Recreio, escovação.

Todas são importantes, pois todas dão oportunidades da criança ampliar seus conhecimentos, e com elas, (através delas) posso avaliar, observar acompanhando assim o processo do desenvolvimento, de cada um.

C.E.I Letícia Mafra Professor 77

Recepção das crianças com brinquedo. Alimentação. Assembléia; Contagem, Calendário. Roda de conversa; Atividades Parque. Hora do sono.

Se estamos fazendo a mediação todas as atividades são pedagógicas, pois até na hora da alimentação estamos lembrando os modos de se comportar, falando dos alimentos saudáveis,etc.

Professor 78 Brinquedos no espaço interno

Roda de conversa Roda de histórias Chamadas/ Calendário Cuidado com o corpo e higiene.

Roda de conversa: Ocorre a troca de conhecimentos, experiências e vivências.Ampliando assim o conhecimento do aluno. Chamada /Calendário: Conhecimento das letras, iniciais do nome, noções de quantidade. Jogos educativos: Que desenvolvam noções de espaço, quantidades, regras, cooperação.

C.E.I Antônio Müller Professor 79

Parque Escovação Atividades Dirigidas Brincadeiras livres Alimentação.

As atividades dirigidas e as brincadeiras livres, pois é nesses momentos que exploro; A capacidade de cada criança, que acontece a troca de experiências de alunos professor e aluno com aluno são nessas atividades de que podemos perceber quais os limites de nossos alunos, e como estamos construindo para a aprendizagem deles.

Professor 80 Calendário

Escovação Refeição Atividade dirigida Atividades livres

Todas são importantes em cada momento orientação sobre determinadas atividades, uma é o gancho da outra, calendário é trabalhando matemática, linguagem oral e escrita, artes. Refeição a importância do alimento e como devemos comer, escovação hábitos de higiene, atividade dirigida é alimentação, mediadora e na atividade livre e regras de conversa social de como devemos seguir.

Professor 81 Roda de conversa

Calendário Refeição Atividades dirigidas Escovação

Todas, pois em todo momento estou intervindo e orientando para que todo momento seja um momento de aprendizado significativo.

C.E.I Iara da Luz Professor 82

Chamada Alimentação Parque Escovação Hora do soninho.

Todos essas atividades podem ser consideradas pedagógicas. Justificativa: Por ter objetivos, e ao serem desenvolvidas diariamente proporcionam as crianças um melhor rendimento nas atividades subseqüentes.

89

Centro de Educação

Infantil/ Professores

1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.

Professor 83 Lanche Chamada Linha do tempo Parque Escovação Almoço

Linha do tempo: trabalha noção de quantidade Ontem hoje amanhã formas cores enfim trabalha tudo que você quiser. Chamada: Vogais concordâncias símbolos cores formas tipo de letra Escovação: coordenação motora tato gosto quantidade. Lanche e almoço: trabalha a importância da alimentação, cores formas quantidade leve pesado azedo salgado doce amargo. Parque coordenação motora ampla e fina.

Professor 84 Refeição diária

Chamada Roda de conversa Escovação

No meu entendimento todas implicam momentos de aprendizagem.

C.E.I Marúzia Nascimento Professor 85

Leitura e interpretação de estórias infantis; Conversas em roda contação de vivências, Canto (trabalhando a oralidade e a escuta) Estudo de palavras novas tentativas de escrita; Organização do espaço, pertences e higiene pessoal (ex: escovação) Jogos e brincadeiras;

Acredito que todas são, pois trabalhamos de forma a contextualizar os conteúdos, sempre preocupada em desenvolver alguma habilidade, incentivar a autonomia, contribuir para o crescimento pessoal e do grupo.

C.E.I. Marilene Silva Professor 86

Musicalização; Alfabeto; Conversa informal; Brincar; Lateralidade;

Todas as atividades pedagógicas faz-se necessário

Professor 87 Refeição;

Escovação; Parque; Roda de conversa; Leitura do alfabeto;

Roda de conversa e leitura do alfabeto. Porque trabalhamos o conhecimento a troca de experiências e a autonomia.

Professor 88 Refeição;

Escovação; Parque; Leitura do alfabeto; Roda de conversas;

Leitura do alfabeto e roda de conversa. Porque trabalhamos o conhecimento, a troca de experiências e a autonomia.

Professor 89 Musicalização;

Assembléias; Histórias; Desenho livre; Brincadeiras;

Todas as intervenções realizadas dentro do C.E. I são pedagógicas.

C.E.I Cláudio Sena Professor 90

Musicalização; Assembléias; Histórias; Desenho livre; Brincadeiras;

Todas as intervenções realizadas dentro do C.E. I são pedagógicas.

Professor 91 Musicalização;

Alfabeto; Conversa informal; Brincar; Lateralidade;

Todas as atividades pedagógicas fazem necessários

C.E.I. Marisa Rocha Professor 92

A escrita; Colagem e recorte; Literatura infantil; Brincadeiras; Refeição Higiene;

Considero todas pedagógicas, através desses fatos estamos passando conhecimento para as crianças.

90

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Infantil/ Professores

1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.

Professor 93 Assembléia inicial; Lanche; Higiene; Momentos da leitura (literatura) envolvendo dramatizações; Recreação (parque- pátio) +DVD etc...

Literatura. Pois è onde a criança amplia sua imaginação em diferentes momentos e gêneros, observo que todos têm um grande valor em si mesmos, a freqüência das leituras possibilita o decifrar de palavras e letras, é importante ouvir histórias, contos etc... A participação e dramatização a partir da leitura envolvem a criança a explicar e argumentar suas idéias e pontos de vista no mundo de faz de conta. Pois no dia a dia ela associa a realidade das suas falas contidas valorizando a comunicação.

Professor 94 Calendário, (dias da semana, do mês, ano);

Alimentação Higiene; Assembléia final; Assembléia inicial; Brincadeiras diversas; Cantigas;

Todas têm o objetivo de agregar e ou ampliar conhecimentos das crianças, inclusive no período de alimentação e higiene.

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APÊNDICE B – Transcrição das entrevistas das Professoras de 4 à 6 anos,

Graduadas em Pedagogia

1- Professora Silvana

CEI: Julieta Mora

Data: 21/03/07

Graziela: Silvana, eu apliquei um questionário com os professores de

quatro a seis anos, no ano passado das atividades pedindo que eles citassem cinco

atividades de sua rotina, e quais dessas consideravam atividade pedagógica, a

primeira atividade mais citadas foi à higiene. Você concorda que a higiene é uma

atividade pedagógica?

Silvana: Com certeza, com a higiene você está ensinando a etapa de lavar

as mãozinhas. Temos que estar ensinando a higiene das mãos, a escovação dos

dentes, é uma atividade pedagógica, a gente está trabalhando o corpo, o cuidado

com o corpo então isso é pedagógico.

Graziela: Dê-me um exemplo do que você faz para este momento ser

pedagógico? Quem faz a atividade de higiene é você?

Silvana: Eu que levo eles para lavar as mãozinha, agora no momento nos

não estamos fazendo escovação, por causa do tumulto do banheiro a pia está

quebrada.

Graziela: Quem faz a atividade de higiene?

Silvana: Geralmente sou eu.

Graziela: Qual é a diferença de você fazer essa higiene e uma mãe?

Silvana: Bom, eu não sei por eu não sou mãe, mais geralmente a mãe vai

lá lavar a mão da criança, lavar a pele da criança limpa, ensinamos como deve estar

fazendo, eles mesmos se higienizarem. Ensinamos como lavar as mãos, escovar os

dentes, ir ao banheiro, como é que tem que se limpar. Geralmente as mães é quem

limpam nessa idade. Ensinamos como devem se higienizar, como dar a descarga.

Ensinamos isso para eles para fazerem a todo o momento.

Graziela: A atividade de refeição foi a segunda mais citada como atividade

pedagógica. Você concorda?

Silvana: Bom. Na refeição? Pedagógica?

92

Graziela: O momento da alimentação você considera pedagógico?

Silvana: É. Eles se alimentam, é porque a gente faz com autonomia,

ensinamos a pegar a colher. Porque muitos aqui nessa idade costumam pegar com

a mão.

Graziela: Você não considera que é pedagógico é uma atividade de rotina?

O que você considera

Silvana: Eu acho que é de rotina a atividade de alimentação.

Graziela: Quem dá a refeição?

Silvana: Nós duas levamos, vamos fazer a higeinização, depois eles

sentam. Servimos eles. Eles escolhem o que querem comer e eles mesmos se

servem.

Graziela: A roda de conversa foi a terceira atividade mais citada como

atividade pedagógica. Você concorda?

Silvana: Concordo. Estamos sempre conversando com eles. A roda de

conversa é uma atividade muito utilizada. Todos os dias sentamos para conversar

sobre o tema que a gente vai trabalhar, as dúvidas deles, sobre tudo que ta

acontecendo na sala, tem que ta conversando.

Graziela: O que é uma roda de conversa com uma orientação pedagógica,

o que a professora faz para ser um momento pedagógico?

Silvana: Geralmente eu estou dirigindo. Quando eu estou dirigindo a

conversa.

Graziela: Dirigindo, como assim? Dê-me um exemplo.

Silvana: Por exemplo, quando a gente conversa sobre o final de semana,

sentamos na roda eu vou dirigindo, questionando o que eles fizeram, eles falam ao

mesmo tempo, vai ser acumulando, então eu dirigindo, questionando cada um fala

de uma fez , os outros ouvem, cada um fala um pouquinho.

Graziela: Silvana, o parque também foi considerado uma atividade

pedagógica você concorda?

Silvana: O parque, geralmente é o brincar livre deles, geralmente quando

estou no parque não interfiro no brincar, olho para não se machucarem, estou

sempre em cima cuidando, mais é o brincar livre deles, a não ser, se a gente tiver

uma atividade direcionada para fazer, vamos fazer um circuito todo mundo para cá,

todo mundo desce ali, agora desce a escada, ai sim eu acho pedagógico.

93

Graziela: Você acha que tem diferença se uma outra pessoa for brincar,

uma merendeira, ou a zeladora tem diferença ou não?

Silvana: Sim, este momento é livre, sendo livre eu acho que não tem

diferença. O adulto, só está ali para orienta para olhar, para não ser machucarem, a

não ser se eu tenho uma atividade direcionada.

Graziela: A música também foi considerada atividade pedagógica, você

concorda?

Silvana: Concordo. Gosto de trabalhar a música, todo tema que a gente

trabalha encontramos uma música, ou fizemos uma letra, eles se envolvem, eles

adoram, eles aprendem até mais rápido.

Graziela: Dê-me exemplo ?

Silvana: Faz duas semanas que estamos trabalhando o corpo, cantamos

várias músicas: -“Fui ao mercado comprar café, veio à formiguinha e subiu no meu

pé”. É uma música que a gente conhece faz muito tempo, trabalhamos o corpo,

apontando as partes do corpo, estou trabalhando pedagogicamente, ensinando as

partes do corpo. Eles se envolvem, adoram a musica, não adianta falar, a esse aqui

é o teu pezinho, na musica eles já tão aprendendo.

2- Professora: Telma

C.E.I. Renata Nunes

Data: 15/03/07

Graziela: Telma, eu realizei um questionário com os professores de quatro

a seis anos, no ano passado das atividades pedindo que eles citassem cinco

atividades de sua rotina, e quais dessas consideravam atividade pedagógica, a

primeira atividade mais citada foi à higiene. Você concorda que a higiene é uma

atividade pedagógica?

Telma: Concordo porque na refeição ensinamos as boas maneiras, o jeito

de comer, pegar no talher, e desta forma eles vão aprendendo.

Graziela: Tem diferença você fazer a refeição ou outra pessoa a mãe ou a

merendeira, por exemplo?

Telma: Acredito que tenha porque a gente está mais próxima, convivemos

mais com eles, puxamos mais com eles para ensinar, para passar o nosso

conhecimento para eles. Uma outra pessoa até ensina, mais a gente puxa mais.

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Graziela: Dê- me um exemplo o que você faz para esse momento ser

pedagógico?

Telma: O que tem quer fazer ?

Graziela: O que tem que saber, por exemplo?

Telma: A maneira de conversar com as crianças, ensinar para eles

entenderem minha fala. Porque não adianta eu ir lá dar a merenda para eles e ficar

calada olhando. Se é uma sopa explico o que vai na sopa, para que serve as

vitaminas, os nutrientes , a importância da merenda para eles, para o crescimento

deles , para a saúde.

Graziela: A roda de conversa também foi citada como atividade

pedagógica. Você concorda?

Telma: Concordo, fazemos todos os dias no primeiro momento para gente

ser reunir, eles contam a gente investiga como foi em casa e depois como é que foi

na sala, a gente combina o que a gente vai fazer na tarde, organizamos o que vai

ser trabalhado na sala. Esse momento é precioso às crianças sugerem um tema pra

gente montar um trabalho um projeto. Então esse momento é bem legal.

Graziela: O parque também foi considerado atividade pedagógica, você

concorda?

Telma: Concordo porque ali eles estão aprendendo com os amigos, um não

machucar o outro, como brincar e respeitar os amigos, a socialização também, um

brincar com o outro ou então o grupo inteiro.

Graziela: O que você faz para que esse momento ser pedagógico? Você vê

diferença se uma outra pessoa trabalhar com as crianças?

Telma: Eu vejo como professora, porque a gente ensina. No memento que

eles estão aqui no CEI, ensinamos alguma coisa, então o momento do parque a

gente trabalha as regras do grupo.

Graziela: A musica também foi citada. Você concorda que a musica é uma

atividade pedagógica?

Telma: Concordo porque dependendo da música a gente trabalha tudo,

matemática citamos os numerais. Trabalhamos com música e as crianças aprendem

as matérias o assuntos, quando trabalhamos alimentação, procuro uma musica que

fale sobre alimento. Trabalhar o corpo. Tudo é para ajudar a criança no

conhecimento dela uma coisa está integrada na outra.

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3- Professora: Cássia

CEI: Renata Nunes

Data: 29/03/07.

Graziela: Cássia, eu realizei um levantamento sobre o que os professores

consideram atividade pedagógica. A atividade mais citada foi à higiene, você

concorda que a higiene é uma atividade pedagógica?

Cássia: Creio que sim, porque até mesmo na hora da higiene, a criança

está desenvolvendo alguma coisa naquele momento.

Graziela: Quem faz a atividade de higiene?

Cássia: Eu faço. Eles sabem que antes de se alimentarem têm que lavar as

mãos, após a alimentação toda criança sabe que tem a escovação, isso também é

um ato pedagógico. Aquela criança que não tem esse hábito em casa, aqui ele vai

adquirir, então não deixa de ser um ato pedagógico.

Graziela: Tem diferença se você fizer essa atividade, ou uma merendeira,

uma mãe?

Cássia: Depende da pessoa que vai fazer, talvez possa ser uma

merendeira, se for uma pessoa bem consciente que sabe, eu acho que não tem

essa diferença. Claro que não tem essa porque “eu sou professora”, não tem.

Graziela: Então outra pessoa pode assumir?

Cássia: Pode. Depende da pessoa, tem pessoa que não tem muito essa

vontade, essa obrigação, vai servi, pronto já acabaram. Tem aquelas que pensam

assim,eu sou uma merendeira e esse papel não é meu. Eu vou servir, terminaram já

pode ir, mas tem merendeiras que não, tem aquela consciência que aquilo ali é

importante, então depende muito da pessoa lógico.

Graziela: A refeição foi considerada atividade pedagógica, você concorda?

Cássia: Também, porque tem o fato da criança pegar na colher, tem criança

que não sabe, levar a colher na boca, tem a questão de estar ali orientando, porque

as vezes a criança não tem modos nenhum em casa, a gente sabe podemos

intermediar “não segura acolher assim”, a gente não leva a boca ate a colher, trás a

colher até a boca, principalmente os menores , eles precisam mais dessas

condições , é um momento pedagógico por mais que a criança não tem essa

consciência, mais é pedagógico.

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Graziela: Como que a refeição é pedagógica, o que você faz para tornar um

ato pedagógico? Dê-me um exemplo do teu dia-a-dia?

Cássia: Como estou dizendo, por exemplo, agora é hora do café, nós

vamos para o lanche eles se acomodam na mesa, olha agora não é hora de barulho,

vamos respeitar a hora do lanchinho, na hora do lanche a gente tem que dar o

respeito, eu acho que isso ai é o momento, já é o meu horário de trabalho eu já

comecei. Que dizer desde que a gente os leva para sala eu já comecei, começo

iniciar o momento pedagógico. Desde o momento de receber, isso também é um ato

pedagógico. Não só o pedagógico, mas só pra mim já se torna.

Graziela: O que você quis dizer não é o pedagógico? Tem algum momento

que não é pedagógico?

Cássia: Não, eu digo assim porque não é só receber bem, cheguei tem que

trabalhar. Não é uma rotina de casa, aqui é à hora do trabalho, claro que se faz o

possível que se tornar uma coisa tão gostosa para criança, como se elas tivessem

em casa, mais a gente sabe, que não é com em casa, e a criança quando ela vem

ela sabe que não está em sua casa, por mais que ela seja bem acolhida, bem

recebida, mais mesmo assim ela sabe que ela está vindo para escola.

Graziela: A roda de conversa, também foi uma das atividades mais citadas.

Você concorda que à hora de conversa é uma atividade pedagógica?

Cássia: Ela é, mas pode ser também uma recreação, porque derrepente à

criança trás um assunto, “ai professora na minha casa aconteceu assim...”. Aquele

ato pedagógico, que estávamos fazendo, derrepente pode ser quebrado, sai dessa

rotina diária, do pedagógico, porque vai ser um bate papo. Ela pode até sair do ato

pedagógico, a criança trouxer aquilo, está ansiosa para contar, e eu estou

trabalhando alguma coisa, quebrei aquilo que estava fazendo, entramos no clima da

criança, então deixamos aquele momento e entramos no um bate papo. A criança

pode contar uma novidade uma coisa não pedagógica naquela hora fica apenas

uma conversa.

Graziela: O parque também foi considerado uma atividade pedagógica,

você concorda?

Cássia: O parque, acho que é mais o brincar. É claro que têm o pedagógico

por causa do cuidado, então têm, mais na verdade é mais o brincar. Claro que o

cuidado têm que estar bem presente toda hora. E pedagógico ele é, não deixa de

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ser, porque quando a criança está subindo ou descendo, quando ela está

comentando: “fui no balanço, o balanço era vermelho”, tudo isso ai.

Graziela: Quem vai ao parque com as crianças?

Cássia: Nós duas vamos.

Graziela: Você vê diferença se outra pessoa for brincar com as crianças no

parque, a mãe ou a coordenadora?

Cássia: Não sei se é um defeito, com relação a parque, eu vejo assim que

nessa hora tenho que estar presente, tem que ter um cuidado. Talvez eu não tenha

aquela confiança. Por exemplo, você vai, não é conhecida pelas crianças, tu vai lá

cuidar para mim não é a mesma coisa, se eu estivesse presente.

Graziela: Por que não?

Cássia: Não sei, porque eu sinto mais segurança quando estou ali,

entende?

Graziela: Por que, o que você faz?

Cássia: Porque eu sou assim, eu vou ao parque, eles brincam a vontade,

estou toda hora atenta, se eles não passam na frente do balanço, se eles caem se

machucam. Na hora do escorregador, eu fico muito atenta, pareço um guarda não

que eu proíba eles brincarem, mais eu cuido para não passarem atrás do balanço,

ou não escorregarem assim porque podem virar.

Graziela: Você é cuidadosa?

Cássia: Quando a Salete fica não é a mesma coisa se eu estivesse, porque

eu tenho uma preocupação. Grazi, tu já foste professora, tu sabes que as mães em

casa, elas têm um ou dois filhos e não dão conta. Mas se você leva vinte cinco

crianças, ao parque, se acontece um acidente tem aquela mãe que é compreensiva,

mais já tem aquela que não pensa assim, porque em casa ela não da conta de duas,

mas aqui tu és obrigada a dar, então a minha preocupação maior é essa. Veja só,

às vezes as meninas podem me achar meio chata, porque não é a questão que eu

não confio Grazi, como aconteceu segunda, a gente veio tomar café e elas ficaram

as duas atendentes, mas na minha mente, será que eu deveria ter deixado a Izolete

lá com eles. Não tem, é uma preocupação minha talvez eu tenha um defeito como

eu também posso cuidar bem elas também podem, eu sei que a Izolete cuida bem,

mais não é a mesma coisa se eu estiver.

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Graziela: A música também foi considerada atividade pedagógica você

concorda?

Cássia: Ela ajuda tanto na linguagem como no psicomotor, através, de

gestos, a linguagem principalmente, porque ele desenvolve muito a linguagem da

criança, eu creio que ajuda até aquela criança, que tem problema de dicção, se ela

tem um problema de fala, a própria musica, não precisa ficar corrigindo, na própria

musica ela já vai. Estamos trabalhando o coelho janjão, tem aquela criança que tem

aquela dificuldade e fala errado, mais no ouvir, no cantar ela está pegando a letra da

musica, ela pode falar janjão errado, ela não tem ninguém corrigindo, ela vai

cantando a musica, então não tem ninguém ajudando. Os gestos por que tem

aquela criança que é muito presa, ela está vendo que os outros vão se soltando ela

nota nela mesma que ela é um pouquinho presa, mais com o tempo ela vai se

soltando, eu penso assim que a musica é importante que ajude, é ajuda muito.

4- Professora: Rosiane.

CEI: Mariana Graciola

Data: 18 de abril de 2007.

Graziela: No questionário que fiz anteriormente sobre o que é considerada

atividade pedagógica a atividade mais citada foi à higiene. Você concorda que a

higiene é uma atividade pedagógica?

Rosiane: Eu concordo.

Graziela: Por quê?

Rosiane: É porque é partindo dela que a gente começa instruir a criança,

porque a criança tem que saber cuidar do seu corpo, dê tudo, para está na escola,

eu acredito assim, não sei muito bem as palavras.

Graziela: Quem faz a atividade de higiene?

Rosiane: Agora são as meninas (as agentes) , no começo eu expliquei

como é que faz, estou fico orientando as crianças na janta ou no almoço, elas (as

agentes) vão vindo com as crianças que estão terminando e vão orientando eles.

Graziela: Como é essa orientação?

Rosiane: Elas ficam aqui no lado de fora com eles , e eles estão

escovando, ficamos orientando, escovar os dentes para um lado, para o outro, em

cima, em baixo, essas orientações básicas, e sempre que esta escovando deixar a

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torneira fechada para não gastar muita água, então já não esquecem mais de fechar

a torneira, acaso um esqueça eles viram para o amigo e pedem para fechar a

torneira.

Graziela: Você acha que tem diferença se a professora for fazer essa

atividade de higiene, ou a zeladora, uma merendeira, ou uma mãe?

Rosiane: Eu acredito que sim. Uma que as crianças sabem e não sabem.

Se vier uma pessoa de fora que eles não conhece, vão brincar na água, vão colocar

a escova na cabeça deles como já aconteceu no começo, eu acredito que vai

atrapalhar bastante.

Graziela: Tem a diferença?

Rosiane: Tem.

Graziela: A segunda atividade mais citada foi à refeição. Você concorda

que a refeição é uma atividade pedagógica?

Rosiane: Ela é uma atividade pedagógica, mais só tipo assim, eu achei

dificuldade esse ano para apresentar os talheres: garfo e faca. Foi o primeiro ano

que eu comecei a trabalhar com o garfo e faca. É pedagógico mas seria a parte dos

pais ensinar em casa. Uma que com quatro anos, eles não tem muita

responsabilidade com as coisas, então eles passam a língua na faca, é uma coisa

perigosa para ensinar, tem bastante crianças na sala.

Graziela: Você que realiza esta atividade?

Rosiane: Eu que realizo, eu acho bem complicado.

Graziela: Você fica cuidando?

Rosiane: Eles passam à faca na língua, nós explicamos que o garfo a faca

é só para encostar o alimento.

Graziela: Nesse momento é só a refeição?

Rosiane: Só, fazer a refeição.

Graziela: Não tem intervenção pedagógica?

Rosiane: Não, é livre para refeição, só oriento o uso da faca e do garfo.

Graziela: A terceira atividade mais citada foi à roda de conversa. Você

concorda que é uma atividades pedagógicas?

Rosiane: Eu concordo com a roda pedagógica, só que não uso a roda,

deixo eles sentados nas cadeiras e conversamos tudo que é o assunto, o tema que

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vai ser trabalhado, alguma coisa que eles sugerem na sala, converso eu não sento

com eles e faço a roda.

Graziela: O que você acha que o professor precisa de conhecimento pra

fazer desse momento um momento pedagógico?

Rosiane: Assim na rotina ou no tema que a gente vai trabalhar?

Graziela: Por que você separa a rotina?

Rosiane: Porque não costumo usar mais, tem gente que costuma usar a

rotina faz a roda de conversa, eles contam como foi o final de semana, só por aquilo,

vai pro quadro faz uma atividade de calendário isso ai é uma rotina.

Graziela: Não é pedagógico?

Rosiane: Acho que não, porque repete todo dia para criança, é

massacrante, é uma rotina. Uso mais para conversar sobre o que vamos aprender,

explorando o assunto. Acho interessante assim, é uma maneira deles centrarem em

mim, prestando a atenção no que tem que fazer, eu mostrando, do que a gente vai

tratar o assunto.

Graziela: E no planejamento o que o professor precisa saber?

Rosiane: Na hora do nosso planejamento que é um relatório diário, eu não

costumo relatar a rotina diária, eu não coloco todo dia após o almoço escovamos os

dentes, depois da janta escovamos o dente , não costumo colocar.

Graziela: Isso é rotina?

Rosiane: Eu acho rotina, eu acho quando todo mundo fica dentro de uma

escola, todos sabem que precisar fazer o calendário com eles, que precisa escova

os dentes, que tem o momento do sonhinho o momento do parque, então eu acho

que é rotina

Graziela: Deixas claro, que é uma atividade de rotina?

Rosiane: Sim.

Graziela: O que é pedagógico para você?

Rosiane: Pedagógico para mim é a parte do ensinar a criança, passar para

ela os conhecimentos.

Graziela: O que é esse ensinar, dê-me um exemplo?

Rosiane: Por exemplo, partimos do corpo humano, do alimento, então eu

passei para eles que a alimentação é importante como eu passei para eles o nosso

corpo, separei com eles o que era fruta, verdura, eles foram dando exemplos, trouxe

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para sala as frutas para eles estarem manuseado, uma criança que trouxe limão

para fazermos limonada, a parti daí vou puxando a parte pedagógica e vou

trabalhando as atividades com eles.

Graziela: Que atividades?

Rosiane: Trabalho manual, recorte, colagem, quebra cabeça das frutas,

letras, para eles apresentarem experimentos com receitas que estamos fazendo em

sala. A parte oral eles são pequenos, o que está mais dificultoso para eles é o nome,

para passarem por cima da coordenação motora fina eles tem bastante dificuldade.

Graziela: Como você faz?

Rosiane: Faço pontinhos para passarem por cima, eles têm bastante

dificuldade, alguns que têm quase quatro anos são mais espertos, mais os outros

estão com bastante dificuldade, acho que nunca pegaram no lápis. Não dá para

puxar muito por eles, porque agora é a idade deles descobrirem as coisas.

Graziela: A quarta atividade mais citada foi o parque. Você concorda que o

parque é uma atividade pedagógica?

Rosiane: Eu acho que é recreativa, porque a criança está sendo

monitorada por mim e pelas agentes, no intuito de não deixar se machucarem, eles

ficam livres.

Graziela: Para você é uma rotina com cuidado e observação?

Rosiane: Isso.

Graziela: Tem diferença se outra pessoa fizer a atividade do parque ?

Rosiane: No momento do parque eu acredito que não porque eles estão

livres.

Graziela: É o olhar cuidadoso?

Rosiane: É mais o olhar do cuidar, porque é o momento deles estarem

livres para eles fazerem o que quiserem dentro dos limites é obvio.

Graziela: Você já fez uma atividade pedagógica no parque?

Rosiane: Não, não cheguei a fazer nenhuma.

Graziela: Deixa a criança livre para?

Rosiane: Isso, bem isso mesmo.

Graziela: A quinta atividade mais citada foi à música. Você concorda que a

música é uma atividade pedagógica?

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Rosiane: Sim, a partir dela nós temos muitos conhecimentos das coisas,

principalmente quando fala das frutas, das cores com alfabeto, é bem produtivo, eles

gostam.

Graziela: Como é que você torna esse momento pedagógico?

Rosiane: Deixa eu lembrar. Esse ano quase não trabalhei com a musica.

Trabalhei a musica no nome do grupo peguei um livro só com a letra, e botei um

ritmo, porque não tinha fiz tipo, atirei o pau no gato, eles adoraram, porque o nome

do grupo é estrela, e assim o todos os dias, quando eles chegam na sala vamos

cantar a música do nosso grupo: estrelinha, estrelinha, já começam a cantar.

Trabalhei a letra da musica com eles repetindo oralmente até conseguirem cantar.

Trabalhamos a estrela, fazendo colagem e pintura.

Graziela: Você gostaria de fala uma outra atividade?

Rosiane: De rotina?

Graziela: Você considera rotina, rotina, e pedagógico a contagem, desenho,

historia e escrita?

Rosiane: Sim, essa parte pedagógica é essa parte que você falou a

contagem, aprendizagem da leitura, essa para mim é a pedagógica.

Graziela: E a de rotina?

Rosiane: É fora parte assim, está dentro da educação mais para mim é

como falei, é uma rotina, é um cuidado. Eu acho quem é isso.

5- Professora: Marisa

CEI: Lausimar Laus

Data: 26 de abril de 2007

Graziela: No questionário que fiz anteriormente sobre o que é considerada

atividade pedagógica a atividade mais citada foi à higiene. Você concorda que a

higiene é uma atividade pedagógica?

Marisa: Eu concordo que ela seja uma atividade pedagógica, mais não a

mais importante que eu trabalho na rotina diária. Para mim a atividade mais

significativa é a assembléia, através dela discutimos, trocamos, vem os

questionamentos, as dúvidas, as sugestões. Dali é que surgem as nossas aulas,

propriamente dita, atividades escrita, aula dirigida, ou na atividade da brincadeira,

não deixa de se uma atividade de rotina e também de extrema importância.

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Graziela: Tem diferença entre a professora fazer atividade de higiene, ou a

agente?

Marisa: Não vejo diferença porque, a gente tem orientações elas

contribuem muito e fazem o que é para ser feito. Eu particularmente, como aqui, que

são período que não é integral, é parcial, eu não me atenho muito, esta questão eles

fazem a higiene, mais tem alguns combinados.

Graziela: A segunda atividade mais citada foi à refeição. Você concorda

que a refeição é uma atividade pedagógica?

Marisa: Sim, com certeza é uma atividade pedagógica, percebemos atos,

atitudes, trocamos, discutimos, questionamos como se faz uma boa alimentação,

trabalhamos o valor do alimento, estimulamos o que eles estão comendo. Isso é

muito bom, coisas que eles não comiam, estimulamos a comer. Com certeza é uma

atividade de aprendizagem.

Graziela: A terceira atividade mais citada foi à roda de conversa. Você

concorda que é uma atividades pedagógicas?

Marisa: Sim, para mim é uma das mais significativas, porque é dali que vai

surgir todo um contexto de uma aula, uma manhã, uma tarde, é ali que o professor

vai estimular, vai organizar propor a turma, o que vai ser feito naquela manhã ou

tarde, eu acho que dali sai muitas coisas, questionamentos. As crianças são muito

questionadoras, eu aprendo muito com elas nesse momento da roda.

Graziela: O que você acha o que o professor precisa ter ou saber para

transformar esse momento pedagógico?

Marisa: Na hora de planejar, pensar o que ele quer, qual o objetivo dele

naquele dia, naquele momento que ele teve com aquelas crianças, o que ele quer

contribuir com as crianças naquele dia, até onde ele que chegar. Dali tu vai estimular

na conversa e vai surgi o tema, a atividade proposta do dia. Acho que dar espaço

para criança fazer do jeito dela, é para mim o mais importante ainda, é deixar cada

um fazer da sua maneira é a carinha de cada um.

Graziela: A quarta atividade mais citada foi o parque. Você concorda que o

parque é uma atividade pedagógica?

Marisa: Concordo, todo espaço no CEI tu tens que saber utilizar. No parque

brincamos, converso muito com meus alunos. No parque temos os brinquedo, tem

que saber usa-los, e aproveita-los, que é o momento de troca, saber como se sobe

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como se desce, se naquele escorregado a gente pode utilizar como brinquedo como

aprendizado, quantas vezes a gente subiu na casinha, fomos juntos ler um livrinho

de historinha, brincar. Trabalhamos a expressão corporal, se soubermos utilizar o

espaço no parque, com certeza é um momento de aprendizado.

Graziela: A quinta atividade mais citada foi à música. Você concorda que a

música é uma atividade pedagógica?

Marisa: Concordo. A musica estimula a linguagem a comunicação, a

desenvoltura, trabalha o movimento do corpo. Eles se expressam através da musica.

Graziela: Dê-me um exemplo de uma atividade com a música?

Marisa: Eu trabalho muito com musica instrumental, em que a criança faz

um momento de relaxamento. Vamos ao contexto do trabalho naquele dia. A música

pode ser utilizada como um veículo de trabalho. Buscamos músicas suaves.

Trabalho dessa maneira, deitamos, imaginamos, criamos, fantasiamos, ouvimos,

resgatamos o barulho, o som, o lugar que a gente ta ouvindo, transpor da sala de

aula, isso acalma e trás tranqüilidade para turma, trabalho sempre com musica

relaxante.

Graziela: Você gostaria de falar outra atividade ou essas são as que você

considera atividade pedagógica?

Marisa: Todas as atividades que foram citadas para mim são pedagógicas,

acho que desde que a criança entra no CEI, todo momento deve ser valorizado, é

enriquecedor, porque a gente aprende a gente ensina a gente troca saberes, eu

acho que tudo é valido.

6- Professora: Carla

C.E.I. Roberto Martins

Data: 4 de maio de 2007.

Graziela: No questionário que fiz anteriormente sobre o que é considerado

atividade pedagógica a atividade mais citada foi à higiene. Você concorda que a

higiene é uma atividade pedagógica?

Carla: Também, mais não que ela seja uma das principais, a higiene que a

gente faz no CEI serve para a educação. Muitas crianças não têm em casa uma

higiene correta, e como aqui eles ficam mais tempo aqui a nossa função é também

faze-la, não que essa seja a principal, eu uso ela como atividade também.

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Graziela: Você considera mais como rotina?

Carla: É mais rotina, também é uma atividade pedagógica, mais é rotina.

Graziela: Você vê diferença se a mãe for fazer essa atividade?

Carla: Depende se colocamos dentro de um projeto no CEI, esse ano ainda

não deu tempo de parar com as crianças, gosto de parar com eles, e falar sobre a

higiene, que tem que ser feita não só aqui, mais em casa também, só que não deu

tempo. A higiene agora para mim, é só questão de rotina.

Graziela: Quem faz a atividade de higiene você ou a agente?

Carla: Nessa atividade de rotina, na alimentação, trabalhamos juntos. Na

hora da refeição, sento almoço junto com as crianças. A escovação é escovar os

dentes com eles, para verem a maneira certa. Mais ainda não tive tempo, porque é

um trabalho de rotina, é pedagógico mais, é rotina mesmo.

Graziela: A refeição também foi considerada atividade pedagógica

concordas?

Carla: Também é pedagógica, a partir do momento que a gente trabalha a

importância dos alimentos, que eu sento para comer. Tem que ter educação na

mesa, nossa função abrange muita coisa, diferente de uma escola que tem a hora

do lanche, que o professor está sempre junto então se torna pedagógico, a maneira

que vai trabalhando a rotina também é pedagógico.

Graziela: Como tornas esse momento pedagógico professora?

Carla: Torno pedagógico sentando com eles na mesa, digo como devem se

comportar, fizemos oração. Durante as aulas falamos sobre alimentação, o que é

bom comer, sempre surge esse tipo de fala.

Graziela: Está no seu planejamento este momento?

Carla: Coloco dependendo do que a gente está trabalhando, o que vai

sendo trabalhado durante a semana é colocado sim.

Graziela: A roda de conversas foi considerada atividade pedagógica,

concorda?

Carla: Concordo, sem a roda de conversa não consigo dar aula, é o

primeiro momento, é a acolhida do aluno, então é um momento mais longo que

tenho. As crianças centram que estão na escola, vão concentrar mais. Se não faço a

roda de conversa, não tenho domínio deles, é ali que começo a dominar os alunos,

106

eles começam a conversar sobre as nossas regras, que foram construídas com nós

mesmos, em grupo.

Graziela: Que conhecimento o professor precisa ter para planejar essa

roda?

Carla: Temos que conhecer primeiro o grupo para colocar na roda de

conversa que vai mediar o resto do trabalho, por que quando comecei nesse grupo,

era bem diferente de todos os grupos que eu trabalhei, era um grupo bem agitado e

eles não sentavam na roda, para fazer a conversa, então tive que colocar sempre

eles para estarem prestando a atenção em mim, para que eles parem de conversar,

então a roda nesse turminha serve para focar a atenção deles no professor, para

passar as coisas que eu quero para eles, e eles também me retornarem alguma

coisa, então é a partir deles, criança que solicita o que eu vou colocar na roda na

verdade o comportamento deles que fazem eu escolher as musicas que eu vou

colocar, o assunto que a gente vai tratar, essas coisas assim.

Graziela: Qual é a diferença da professora fazer esse momento da roda, ou

um convidado uma mãe?

Carla: Tomar o meu lugar na roda? Tem muita diferença, eu tive estagiárias

por duas semanas, e foi bem difícil porque quando eles estavam se acostumando

elas tiveram que sair, mais eles não prestavam a atenção porque elas trouxeram

outras propostas, que grupo de estagiaria trouxe coisas mais agitadas, outra trouxe

coisas mais calmas, precisas, então umas conseguiram chamar a atenção deles

outras não, isso dependeu de como elas trataram o grupo.

Graziela: A quarta atividade mais citada foi o parque. Você concorda que o

parque é uma atividade pedagógica?

Carla: Não, a criança tem que ter o momento do parque, eu trato o parque

com os meus alunos como um momento deles brincarem livre, eles precisam desse

momento eu acho também que o professor precisa desse momento também para

desliga-se e ficar só cuidando deles naquele momento, deixando eles brincar, eles

gostam muito de brincar no pneu, então eu deixo eles, livres brincarem com o pneu,

observo bastante eles nesse momento do parque, mais eu não trato o parque como

pedagógico, é a diversão, um momento livre, recreativos para eles.

Graziela: A quinta atividade mais citada foi à música. Você concorda ?

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Carla: A musica sim, por que até a música entra na roda, eu trato a música,

junto com a roda. A questão da fila também, geralmente trabalho uma música para

cada momento.

Graziela: Quem faz esta atividade, sua agente também participa?

Carla: Ela interage bastante comigo, eu dou bastante liberdade para ela,

todas as propostas geralmente sou eu que trago, mais eu dou bastante liberdade

para ela estar interagindo inclusive no planejamento, porque ela faz faculdade, e é

bom pra ela aprender.

Graziela: Dê-me um exemplo de um trabalho com a música

Carla: Eu trabalho bastante a música no inicio da roda. A musica no corpo,

eu já trabalhei na roda, a questão da música do abraço eu senti que eles não eram

um grupo afetivo, eu nunca tinha visto crianças assim, aí peguei uma musica que

trata do abraço, é bem interessante. No início eles não se abraçavam me apavorei

nos primeiros momentos que eu introduzi esta canção pra eles, e eles não se

abraçavam. Eles tinham dificuldades de tocar o outro, fiz uma atividade de musica

com uma pena, coloquei a musica e dei uma pena para cada um, e eles sentiram a

pena no corpo, passaram a pena no colega a partir dessa atividade eles

começaram, a perder o medo de tocar o outro, de abraçar o outro, de sentir o outro,

foi bem interessante e bem significativo pra eles. Sinto que eles não sabem se

expressar como um adulto, eles se expressam através das ações, e a criança que

não abraça, que eu senti esse grupo não se abraçar, esse grupo é pouco afetivo,

eles só se expressavam com o outro batendo, foi nessa parte que eles passavam a

pena, batia a pena de leve no outro e neles mesmos, então a partir daí eu senti que

começaram a se quebrar um pouco.

Graziela: Você gostaria de citar outra atividade que não foi falada?

Carla: Trabalho com culinária com eles, sempre preparo alguma coisa,

atividade com modelagem assim, com argila ou com sucata, mais o que eles mais

gostam mesmo é modelagem e a culinária. Nós fizemos biscoito na páscoa, eles

foram bem sucedidos na atividade.

7- Professora: Márcia

CEI: Mauro Augusto Pontes

Data: 18 de abril de 2007.

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Graziela: Ano passado realizei um levantamento do que é considerado

atividade pedagógica, a atividade mais citada foi a atividade de higiene. Você

concorda que a higiene é uma atividade pedagógica ?

Márcia: Na minha opinião tudo o que eu faço é pedagógico, e essa parte eu

não vou descartar , acredito que essa parte deve ser também.

Graziela: Na sua opinião têm diferença se a professora for fazer essa

atividade ou uma outra pessoa: a mãe, ou a merendeira?

Márcia: Tem diferença sim, por que sendo uma mãe de um aluno a fazer

isso, eles não vão fica prestando atenção no que está sendo feito, ou não vão ficar

quietos, não vão fazer silencio, e a professora não, tem criança que já tem um

respeito, que a professora fazendo acaba sendo melhor.

Graziela: Quem faz a atividade de higiene na tua turma?

Márcia: Eu, mais quando eu não tenho tempo, por que tenho que fazer

outras coisas, minha agente ajuda.

Graziela: Quais são as atividades de higiene que você mesmo direciona?

Márcia: A escovação dos dentes, que eu não falho, todos os dias a gente

lava as mãozinha muito bem, escova os dentes, lava o rosto, principalmente na hora

de dormir, então eu fico muito em cima nesse sentido, nessa higiene.

Graziela: Como é que você faz esse momento pedagógico? O que você

pensa pra fazer esse momento pedagógico?

Márcia: Quando eu chamo uma criança para lavar as mãos, penso que ela

deve lavar bem as mãos, que não deixe a torneira ligada, principalmente que nós

estamos devemos economizar a água, na hora da escovação, colocar a escova

debaixo da torneira, já desliga, se conscientizar destes pequenos detalhes, que não

pode ficar com a torneira ligada, e penso que eles escovem os dentes direitinho, e

como eu já mostrei pra eles a escova o dente a dentadura , mostrei como devem

escovar os dentes, então as crianças que estavam escovando os dentes errado,

percebeu e começou a escovar direitinho, tudo por causa daquela dentadura, antes

eles escovavam só a parte da frente, eu dizia: não crianças, ai eu fazia assim:

vamos escovar a janelinha, a nossa casa tem janelas então a gente tem que limpar

bem as janelas, então os nossos dentes é como se fosse as janelas da nossa casa,

e depois que a gente limpa bem por fora, por dentro direitinho, ainda falta uma coisa,

o que será? Ai eles ficam pensativos, o que a gente na nossa casa que a gente

109

limpa também? Uns mais espertinhos falam: o tapete. O que a nossa língua é? É um

tapete, então nós também vamos limpar a nossa lingüinha pra deixar limpa, pra

gente não fica com mau hálito, e ficar com uma boca bem sadia. Ai todos eles

escovam os dentes por dentro e por fora , no final me chamam, colocam a língua pra

fora: oh to escovando a lingüinha. Eu faço sempre nesse sentido, é até no curso que

eu aprendi isso. Eu achei interessante pra criança, isso chamou muito a atenção

deles, eles tão fazendo corretamente, isso funciona.

Graziela: A refeição foi à segunda atividade mais citada,como atividade

pedagógica. Você concorda?

Márcia: Eu concordo, como eu falei anteriormente, tudo o que eu faço, eu

acredito que seja pedagógico. Principalmente na refeição você tem que colocar a

criança sentada direito no banco pra eles saberem. Eles estão na idade de usar o

garfo e a faca, então a gente ensina, e quando a gente ver que tem alguém usando

mal os talheres a gente dá uma ajuda: não amigo é assim corta a carne assim, tem

criança que mal a gente dá os talheres estão pegando com a mão.

Graziela: Eles comem com garfo e faca?

Márcia: Garfo e faca, os meus já comem, e já tem aqueles que não

esperam de 4 a 5, então tem alguns que ainda não conseguem pegar direito ai

pegam com a mão, eu falo assim: não queridos não é assim, vocês tem os talheres,

a gente não precisa usar as mãos pra pegar a comida, então a gente fala sempre,

pego o talher coloco na mão deles, o garfo na mão esquerda, a faca na mão direita,

“é assim: corta a carne, vamos colocar a comida no prato”... e assim eles vão

fazendo certo, e a gora por ultimo eles estão fazendo certo, eu nem preciso falar

mais nada, eles estão pegando direito a faca e o garfo.

Graziela: O que o professor precisa saber para tornar esse período

pedagógico?

Márcia: Ter a consciência que a criança, e nós também, não aprendemos

nada sozinhos, sempre tem alguém para ajudar, então eu acho que o professor tem

que ter a consciência de ajudar a criança, de explicar pra ela o certo, não sei se o

que eu vejo por ai é o certo, mais eu vejo por ai. Porque tem professores que

simplesmente deixam a criança lá e a criança se vira sozinha, e geralmente quando

acontece isso a criança não consegue comer direito, porque em casa é feito de

qualquer jeito a mãe não tem tempo para ensinar aquela coisa toda, então eu acho

110

assim você tem que ter um carinho com a criança, porque eu sou muito rígida

quando tem que ser, mais eu tenho muito coração também, então se eu vejo que a

criança não está conseguindo, eu ajudo com todo carinho, não precisa brigar com a

criança, só chegar com carinho e explicar.

Graziela: A roda de conversa também foi considerada atividade

pedagógica. Você concorda?

Márcia: Concordo porque é ali que eu começo meu planejamento, eu

converso com as crianças, sabe o que elas gostam, conversar sobre tudo o que elas

gostariam de saber mais. Estou trabalhando com eles a alimentação, pergunto para

eles, que tipo de alimentação que eles gostam mais, então a gente conversa muito,

ate chegar a uma atividade : ai pró eu gosto de maça. Então vamos procura na

revista, onde nós vamos procura maça aqui, ai nós vamos no calendário também,

que mês é o mês da maça? Então a gente vai pesquisando tudo direitinho até pra

eles terem essa noção também, porque tem muitos pais que não sabem quando vai

vim a maça , que mês tem maça, tudo isso, então a gente conversa tudo nessa roda

de conversa , ali é a horinha deles pararem para pensa, quando aparece uma

pergunta eles ficam pensando até que surge uma idéia , um fala o outro fala e assim

vai indo. A roda de conversa para mim é muito importante por é daí que se tirá as

idéias, se não tiver essa roda .

Graziela: O parque também foi considerado uma atividade pedagógica

concorda?

Márcia: Eu concordo, porque no parque eles estão na sala eles estão

fazendo atividade , então ate para eles se descontrairem é bom eles esta no parque,

brinca, as vezes a gente faz roda de alguma brincadeira ovo choco...alguma coisa

assim, o parque é pra te ....como criança tem muita energia , gastar um pouco de

energia , se eles não desgastam eles ficam eletro o tempo inteiro, chega a hora do

soninho eles não dormem, o parque é muito importante para eles, nesse sentido e

para as brincadeiras.

Graziela: Como é essas brincadeiras cantadas?

Márcia: A gente brinca muito de ovo choco. É...

Graziela: Eles gostam?

Márcia: Adoram é só pergunta quem que brinca de ovo choco, todos gritam,

eu não faço o que eu quero mais eu converso com eles e brincamos do que eles

111

mais gostam, outra coisa que eles mais gostam telefone sem fio , e por ultimo

estamos brincando de jogo da velha no quadro, e é uma coisa que tem que se

pensa jogo da velha, e no começo eles não estavam conseguindo , agora eles

fazem de tudo para ganhar, então eu acho muito bom esse tipo de brincadeira com

as crianças assim , também fazem eles pensa,

Graziela: E a musica você considera pedagógica?

Márcia: A musica pra mim é pedagógica. Fiquei triste, porque no CEI onde

eu trabalhava ano passado eu dava muita musica para as crianças, aeróbica , e eles

adoram dançar aeróbica, então eu peguei então eu vou tente aqui, então eu fui

coloca o Cd, mais o som não aceito . eu dança aeróbica mesmo, o que eu fazia, eles

também fazia, os meus gestos, na hora da respiração eles faziam juntos

Graziela: Você tem formação em educação física?

Márcia: Não. Mais assim ó , é que eu fiz dies quando eu era mais nova

jovem, então a gente pega alguma coisinha mesmo que seja pouca , então tu vai

criar uma musica que tu aprendeu der repente, tu pode inventa o ritmo que tu quiser

mais no ritmo da musica, então tinha crianças que era do pré, professor deixa eu ver

a professora dança, pediam par ir na minha sala.

Graziela: Quando a musica é pedagógica?

Márcia: Eu acho que é pedagógico desde o momento que tu chama as

crianças para dança , para conhecer um ritmo novo, porque geralmente, eu acredito

que as crianças tem que conhecer todos os ritmos que existe no mundo, então é por

ai que eu acho que é pedagógico e o conhecimento das crianças.

Graziela: Qual é o seu papel /?

Márcia: De conversar muito com elas sobre a dança, convidar elas para

dançarem, deixar elas dançarem do jeito que eles entendem , não precisam me

copiar, mais do jeito que eles sabem dançar para mim esta ótimo , mais geralmente

eles querem copiar o que o professor está fazendo, e eles fazem direitinho. Ate teve

no passado ano passado aquele 15 minutos de dança eu fui convidada pra fazer a

dança fiz com as crianças todas.

Graziela:Gostaria de cita alguma atividade que você considera pedagógica?

Márcia: Essas fazem parte da minha rotina... Eu já trabalhei a massagem

com as crianças em um outro CEI, e eles se acalmavam eles gostavam muito disso.

Graziela: Você considera a massagem uma atividade pedagógica ?

112

Márcia: Relaxa a criança, deixa descansada, e na hora de uma atividade,

matemática seja o que for, a criança vai ta com a mente mais tranqüila.

Professora: Fabíola

C.E.I. Mauro Augusto Pereira.

Data: 18 de abril de 2007.

Graziela: Ano passado eu fiz um levantamento com os professores da rede,

perguntava cinco atividades de sua rotina, e dessas quais você considera

pedagógica. A atividade mais citada foi à higiene. Você concorda que a higiene é

uma atividade pedagógica?

Fabíola: Concordo, porque a criança tem necessidade de higiene, e se tu

fizer de uma forma pedagógica sempre ensinando, o que ta fazendo qual a

importância. A importância que tem que escovar os dentes, porque ela precisa

escova os dentes? E tu está sempre junto orientando e cuidando daquela criança. E

uma atividade pedagógica.

Graziela: Tem diferença de você fazer essa atividade e a zeladora, a

merendeira t, ou a mãe ?

Fabíola: Eu acho que tem diferença, porque a gente faz com a intenção.

Além da intenção de cuidar da criança a gente tem a intenção, de orientar a criança

fizemos com intencionalidade, por isso que eu acho que tem diferença.

Graziela: A refeição também foi considera atividade pedagógica, você

concorda?

Fabíola: A forma de segurar os talheres, fora da escola ela usa muito, o que

comer, comer é importante, às vezes eu trabalho projeto alimentação acho que é

pedagógico.

Graziela: Você aproveita o cardápio?

Fabíola: Quando a gente está trabalhando um projeto que envolve a

alimentação, por exemplo, o que faz bem as verduras, as frutas, tu está mais

integrada naquele projeto, claro que tu vai falar mais na hora da comida, olha come

a cenoura, tem vitamina tu acaba comentando mais, por causa do que tu ta

aprendendo Quando tu não ta envolvida em um projeto de alimentação, eu também

procuro trabalhar também. Ensina a se comporta fala baixo na mesa, que não é bom

comer falando alto no teu ouvido, é bom comer sentado que é a maneira correta de

113

segura o garfo, a maneira de come se segura a faca, por que eles ainda, sai da

colher, que o garfo e pela a faca.

Graziela: Eles usam o garfo e a faca?

Fabíola: Agora não a gente ainda, todos tem que sai da colher ao mesmo

tempo e usar o gafo e a faca. A gente vai fazendo gradativo no grupo, as idades

deles são diferente dentro do grupo, eu tenho crianças que já tem três, quatro, e

cinco, e crianças que a mãe ainda da mamadeira em casa. Só que a gente sabe que

isso não é certo, só que as mães da mamadeira em casa, e daí tu vai ter que

contorna a situação, né, conforme tu vai seguindo no teu dia a dia. Então eu acho

que é pedagógico.

Graziela: A roda de conversa também foi considerada uma atividade

pedagógica concorda?

Fabíola: Eu concordo também.

Graziela: O que o professor precisa entende para fazer esse momento

pedagógico. O que é uma roda de conversa pedagógica?

Fabíola: Olhar eu acho que ate a postura do professor nessa roda, até a

maneira que o professor falar, a maneira que ele se comporta é pedagógico, se ele

fala corretamente, se ele fala muito alto se ele grita, se ele fala de maneira

inadequada com a criança, também vai se pedagógico, por que a criança conforme

o exemplo ela vai aprendendo.

Graziela: E você utiliza a roda de conversa?

Fabíola: Utilizo

Graziela: Como ?

Fabíola: A gente têm um quatro de chamada, costumamos fazer perto do

quadro de chamada, para poder estar lendo quando tem uma historia, na roda de

conversa olha a historia que a professora leu pra vocês, as vezes um problema que

a gente tem na sala, a gente conversa nessa roda, as vezes um projeto novo que a

gente começa, faz uma roda de conversa, as vezes assim, a gente até trabalha em

roda, as vezes trabalho em grupo as vezes, é uma roda onde junta os dois grupos, é

claro que eles vão conversa ali, eles acabam conversando naquela atividade,

atividade coletiva eles acabam conversando. Claro que naquele momento eles

também fazem coisa errada, um bate no outro, se soca, morde, acontece em uma

roda, claro que tu vai pontuando o que é certo, e o que é errado.

114

Graziela: O parque também foi considerado atividade pedagógica. Você

concorda ?

Fabíola: Eu concordo. A questão do parque é assim, é o momento não que

eles estão livre, mais é o momento que eles estão mais em atividade, movimento do

corpo. Às vezes eles esquecem que tem um adulto, que tem outras crianças eles se

soltam, correm, extravasam, daí a gente pega aquela criança olha não pode bate no

amiguinho, não pode emburra o amiguinho vamos aprende a dividi os brinquedos,

isso eles tem dificuldade por a causa da idade , a gente sempre tem que estar

acompanhando e fazer de uma forma prazerosa para eles, porque as vezes é difícil

não é fácil , para eles saírem de um balanço por exemplo, é difícil para eles , mais

eles têm que começar a aprender que tem hora de se balança, e eles vão pegando,

eles já diz: olha o Diego já foi muito no balanço, eles se cobram , que tem que dividi

o balanço eles mesmo vão se a costumando com a forma de trabalho.

Graziela: Para você, a atividade do parque tem um olhar pedagógico?

Fabíola: Sempre, sempre tem uma intenção.

Graziela: Tens um objetivo naquele espaço?

Fabíola: Claro eles tem que aprende a dividir os brinquedos, é importante

eles usarem os brinquedos para coordenação motora deles, é importante eles

subirem na escada, no escorregador, eles saberem que tem a vez deles é

importante, é importante o exercício físico para eles, para eles crescerem a

atividades físicas, é importante o ar puro que eles pegam ali fora, porque eles vão

ficar tanto tempo trancado na sala, então não pode eles também tem o tempo deles

da rua. Quando eles estão no parque passa bichinhos na rua, passa cachorro,

carroça, um passarinho: olha lá o passarinho. Eles já estão aprendendo, mais eles

estão trancado eles não vêem a vida passa.

Graziela: Você concorda que a musica é uma atividade pedagógica?

Fabíola: Concordo.

Graziela: Quando a musica é pedagógica?

Fabíola: A musica eu acho pedagógica. Ela deve ser trabalhada de forma

intencional, Eu acho difícil de trabalhar, talvez uma das disciplinas de se trabalhar,

porque em não domino em si, eu acho difícil trabalhar .

Graziela: Como você faz para trabalhar?

115

Fabíola: Nas elaborações de atividades comuns, ai eu tenho dificuldade de

trabalhar. Eu sei que é pedagógico, eu sei que é importante trabalhar a musica, o

silencio, o som, tu trabalhar é muito importante, só que eu acho difícil pra mim. Eu

tenho dificuldade, mais eu sei que é pedagógico, tu acaba cantando com os amigos,

tu acaba fazendo alguma atividade, mais também quando tu não domina muito é

difícil

Graziela: Tu acha que somente cantar não é pedagógico?

Fabíola: Não. Eu acho que é pedagógico também , mais eu acho que uma

pessoa que toca um instrumento, eu acho que ela faz de forma mais aplicada ,

porque ele entende mais, acho assim o quando tu constrói um instrumento com eles

envolve a musica , tais trabalhando os pedagógicos também, mais agora se tu sabe

canta aquele instrumento fica muito mais rico

Graziela: O que são atividade pedagógicas depois dessa nossa conversa, é

tudo o tudo é rotina, ou rotina também é pedagógico, o é mais assim a questão do

instrumento qualquer, então um aprendizado como a letra . ou tu acha que tudo é

pedagógico, ou rotina são rotinas ou não?

Fabíola: Eu acho que todas as coisas que acontecem no C.E.I, são

pedagógicas, e quanto melhor tu faz, quanto tu serve melhor uma refeição, quanto

melhor tu canta uma musica com eles, mais atenção tu da no parque, o teu olhar pra

criança tu tem que falar o quanto ela ta se desenvolvendo , e tu pode fazer isso de

uma maneira pedagógica, pode fazer de uma maneira certa se tu fizer bem fito a

criança vai se desenvolver melhor ela vai presta mais atenção naquilo que ele ta

vendo que tu também esta prestando a atenção nela , então o que acontece dentro

da escola é pedagógico, se não é feita de uma maneira bem feita deveria se feita.

As vezes não é pedagógico só o que aparece, são os cartazes, aprende o nome, na

minha opinião, eu acho assim que tem outra coisas que também são pedagógicas

Graziela: Gostarias de falar uma atividade que não foi citada?

Fabíola: Uma coisa que eu gostaria de coloca é o soninho

Graziela: Você acha o soninho pedagógico?

Fabíola: É bem importante, é importante que ela durma , que ela descanse,

mais assim o na minha opinião o sono nas creches, ele não olhar pra criança, ele

olhar pra uma troca de profissionais, um horário que a atendente ta sozinha, que a

sala ta com muita criança, eu não sei coma hora do soninho é feita, ta longe na

116

creche, todos tem que dormi, que a hora de descansa, principalmente pros maiores.

Eu acho que deveria se pedagógico, mais eu acho que aconteça de forma

pedagógica.

Graziela: É feito para o professor, é não para a criança?

Fabíola: É . é a hora que o professor não ta na sala, porque geralmente

quando o professor sai, deixa todos deitados, já escovaram os dentes, já foram ao

banheiro, e esse o horário que coloca pra dormi, porque a atendente vai fica só,

então é assim é pego sistema em si, porque assim será que aquela criança ta com

sono naquela hora?, a maioria não esta e é obrigada a dormi.

117

APÊNDICE C – Transcrição das entrevistas das professoras Pós-Graduadas

1-Professora: Vanessa

CEI Humberto Cabral

Data: 16/03/07

Graziela: Vanessa, eu realizei uma pesquisa com os professores da rede

municipal do ensino, no ano passado do que eles consideram atividade pedagógica.

Uma das atividades mais mencionadas pelos professores foi à hora da refeição.

Você concorda que a refeição é uma atividade pedagógica?

Vanessa: Sim.

Graziela: Porque você acha que é uma atividade pedagógica?

Vanessa: Eu acho muito importante pelo fato de eles saberem sentar-se à

mesa. Eles comem de colher, assim aprendem a pegar no talher, a saber comer

direito. Porque uns pegam com as mãos, ou não querem o legume a verdura, jogam

fora do prato, a gente ensina a botar num cantinho, ensina a picar a carne, deixar ao

lado do prato.

Graziela: Têm diferença se uma mãe fazer a refeição, e você como

professora?

Vanessa: Tem diferença sim.

Graziela: Porque?

Vanessa: Tem por que com a mãe eles ficam mais manhosos, a mãe deixa

eles fazeres o que querem, agora com a gente não, eles sentam direitinho, eles

pegam com talher, mais se a mãe vê eles já ficam assim “bobinhos”, pegam com a

mão, já não pegam direito a canequinha, jogam a caneca fora, e com a gente eles

fazem tudo direitinho. O pratinho eles mesmos raspam. Eles mesmos escolhem as

saladas.

Graziela: O parque também foi considerado atividade pedagógica. Você

concorda ?

Vanessa: Eu acho que sim, porque ali eles interagem melhor eles

aprendem a repartir os brinquedos, saber esperar a hora.

Graziela: Como você faz na hora do parque, para ser uma atividade

pedagógica?

118

Vanessa: Eu ensino eles a dividir os brinquedos, quando eu vejo uma briga,

as vezes tiro os brinquedos e deixo só no parque no balanço, trepa- trepa. No outro

dia só nos brinquedos na área, todo dia tem um objetivo. Hoje nos vamos interagir

melhor com os amiguinhos, tu brinca nessa com rodinha melhorando assim o

entrosamento.

Graziela: Tem diferença com outra pessoa?

Vanessa: Tem. Quando a gente sai muda totalmente, já saí do lugar e eles

ficaram mais agressivos, não sei se eles têm medo quando a gente chega, mais já

ficam com medo, pelo fato do papel do professor.

Graziela: E a música você considera uma atividade pedagógica?

Vanessa: Também considero, porque através da musica aprendemos muita

coisas, tanto a gente como eles, através da música, fazemos atividades com

dobraduras, daquela musica que a gente canta e observa-se o cantar, o dançar, no

gesto. Depois eles cantam sozinhos, trabalhando o vocabulário ilustrativo,

dobraduras, gravuras nas revistas. É bem interessante, adoro trabalha com a

musica.

Graziela: A roda da conversa, você considera uma atividade pedagógica?

Vanessa: Considero, porque a partir dali sai o que vamos trabalhar no

decorrer da manhã e da tarde, a atividade que vamos fazer, o quer eles querem

fazer, o que já sabem, a gente canta musiquinha, se a gente vai no parque, se não

vamos eu falo o porque, tem a roda da chamadinha, se esqueço eles me lembram, o

calendário, é bem interessante, a gente aprende, eles falam o que aconteceu em

casa, o que o pai e a mãe fizeram, comentam que foram no circo, fatos de casa. A

gente os deixa falarem.

Graziela: O que o professor precisa saber para tornar a roda conversa uma

atividade pedagógica?

Vanessa: Precisa conhecer bem a criança, e na roda você vai conhecer a

criança, e o professor tem que vir bastante instruído, preparado, porque eles fazem

muitas perguntas que te deixam sem resposta, aí temos que pesquisar, para depois

responder.

Graziela: Você gostaria de falar mais alguma atividade pedagógica?

Vanessa: Eu gosto do momento da leitura, do cantinho da leitura, eu pego a

cesta e fizemos uma roda, coloco a cesta no meio, eles escolhem o livro que querem

119

ler do jeito deles, eles recontam a historia para o amigo, é bem interessante, a gente

sabe quem interpreta melhor, outros só falam o personagem, lobo, chapeuzinho, tem

outros que já contam a historia. É bem interessante.

2-Professora: Carol

CEI: Antônio Merlo

Data: 16/03/07

Graziela: Vanessa, eu realizei uma pesquisa com os professores da rede

municipal do ensino, no ano passado do que eles consideram atividade pedagógica.

Uma das atividades mais mencionadas pelos professores foi à hora da refeição.

Você concorda que a refeição é uma atividade pedagógica?

Carol: Considero, porque sendo neste horário nós estamos ensinando a

criança a ter bons modos à mesa, comer de boca fechada, arrumar os talheres,

comer certo com os talher.

Graziela: O que você faz para ser uma atividade pedagógica?

Carol: Primeiros ter bons modos, sentar a mesa, conversar com a criança

sobre o que eles vão comer, estimular eles a comer direito, ensinar a usar o talher,

creio que é uma atividades pedagógica porque estamos ensinando.

Graziela: Se a merendeira for fazer a refeição, t6em diferença?

Carol: Eu acho que sim, tem diferença.

Graziela: O parque também foi considerado como atividade pedagógica.

Você considera a hora do parque uma atividade pedagógica?

Carol: Eu acho que no parque eu deixo meus alunos mais livres, para

brincarem, não fico interferindo, eu deixo eles brincarem mesmo. Eu fico só no

cuidado mesmo.

Graziela: Então, você não acha que a hora do parque é uma atividade

pedagógica, e sim um momento livre para as crianças?

Carol: Alguns professores fazem com que seja pedagógico, só que eu deixo

livre para brincarem mesmo.

Graziela: Se tivesse você e uma outra pessoa, uma mãe, atendente, no

momento do parque como é livre, você acha que seria a mesma coisa?

Carol: Como eu deixo livre, eu deixo eles brincando, eles brincam o tempo

todo, e eu fico cuidando. Talvez com a atendente não seja assim, ela iria sentar para

120

conversar, brincar junto. E esquecer de ficar cuidando, eu acho que tem diferença,

dentro deste ponto.

Graziela: A música foi considerada atividade pedagógica. Você concorda

que a música é uma atividade pedagógica?

Carol: A música, sim.

Graziela: O que você faz no dia-a-dia com as crianças para que a música

seja uma atividade pedagógica?

Carol: Eu faço o tempo da música uma rotina diária, nos seguimos a rotina,

e depois de contagem, tudo no tempo da música, então estamos realizando projeto,

cantamos a música que está no projeto, depois cada criança escolhe a música,

tentamos construir música diferente do projeto.

Graziela: Dê-me um exemplo de uma atividade pedagógica com música ?

Carol: Agora, não estou trabalhando nenhuma.

Graziela: A roda da conversa também foi considerada atividade

pedagógica. Você concorda?

Carol: Concordo.

Graziela: O que você faz para ser um momento pedagógico?

Carol: Como estamos realizando o projeto, eu pedi que eles trouxessem

informações sobre joaninha, eles trouxeram, e nós na grande roda, lemos a

informação, e conseguimos tirar algumas duvidas referente ao projeto, e creio que

seja uma atividade pedagógica.

Graziela: Quando apareceu esta discussão sobre a joaninha o que você

fez? Como foi esta conversa com as crianças?

Carol: Foi assim, no período de adaptação, nós trabalhamos o nome, não

como projeto, foi uma atividade para não ficar só na brincadeira. Fizemos uma

atividade diferente só com o nome. Depois conversei com eles que cada um tem

nome, seria legal que o nosso grupo também tivesse um nome, pedi que eles

levassem uma tarefinha para casa, para escolher o nome do grupo. No outro dia,

eles trouxeram as sugestões, e tinha vários nomes. Nisso nós fizemos uma cédula,

tinha girassol, joaninha, peixe, cavalo marinho, e nesta cédula eles teriam que pintar

o nome que eles queriam para o grupo. Então as 6 cédulas foram guardadas na

urna, cada um voto, e no final da votação fizemos a contagem da urna, e a mais

citada foi a joaninha. A partir daí é que desenvolvemos o projeto, e também fizemos

121

a levantamento das hipóteses, e ali ficou claro o que as crianças queriam saber

sobre a joaninha. E fomos atrás das informações.

Graziela: Tem alguma atividade que você queria falar?

Carol: Eu acho que história também é uma atividade pedagógica.

3- Professora: Tayza

CEI: Elizabete Nalbucki

Data: 29/03/07

Graziela: Ano passado eu fiz um levantamento com os professores para

eles citarem a rotina diária do CEI, e dessa rotina o que o professor considera uma

atividade pedagógica. A higiene foi uma das mais citadas você concorda que a

atividade de higiene, é pedagógica?

Tayza: Sim, eu concordo.

Graziela: Você vê diferença se o professor for fazer higiene, e uma outra

pessoa, a mãe, fizer a higiene com a criança?

Tayza: Pela experiência que tenho com meu filho, é a mesma, a gente

ensina e incentiva, mostra qual a importância da higiene, eu concluo que é a

mesma, agora na nossa realidade tem algumas mães que não tem essa noção, e

falham um pouco, mais assim na escola a gente trata com bastante importância.

Graziela: O que o professor tem que entender, que conhecimentos o

professor precisa ter para considerar a atividade de higiene pedagógica?

Tayza: Conhecimento?

Graziela: O que ele precisa saber? Na hora da higiene o que você faz para

tornar diferente? O que você faz para que seja pedagógico?

Tayza: A conversa, explicar a importância da higiene, vai exemplificando,

vai conversando, para que aquilo ali tem um objetivo, a gente não faz por fazer tem

um objetivo aquela atividade.

Graziela:É uma atividade pedagógica?

Tayza: É uma atividade pedagógica

Graziela:A refeição também apareceu como atividade pedagógica você

concorda?

Tayza: A refeição também é bem pedagógica, mais só que assim, com

tudo, aqui a gente tem que cuidar para não cai na rotina, porque às vezes torna ser

122

tudo mecânico, a gente não faz todo dia então tem que sempre estar sempre

revisando, para não ser tornar mecânico, por que às vezes o simples a gente vai lá

serve, não houver se a criança quer aquela salada, ou não quer , entende, então fica

muito mecânico. Tem sempre que estar um dia para cada um, tem sempre que está

antenado por assim cai na rotina, para ser pedagógico tu tem que trabalhar tu tem

que está ouvindo a criança, vendo o que ela quer o que ela não quer, ela pode ser

pedagógico como não depende do professor depende de como ele vai atender a

criança naquele momento, pode ser ou pode não ser, a gente tem que fazer mais às

vezes assim a agitação do dia –dia o a traço de uma atividade se torna uma coisa

rotineira, mais assim tem que fazer uma parada pra que seja pedagógico. A gente

está aqui para isso o nosso trabalho de verdade.

Graziela: A roda de conversa, você considera atividade pedagógica?

Tayza: Claro, imagina, a gente descobre o interesse da criança o que eles

trazem de casa, o que eles querem aprender. A gente conhece a criança a família,

conversando com a criança. Meu Deus! Olha, a gente escuta cada coisa não é fácil.

Esse ano está bem tranqüilo, eles falam mais de brincadeira, de coisas que eles

fazem em casa, coisas assim legais, esse ano não tem nada assim esplendido.

Estávamos fazendo uma roda de conversa sobre a páscoa, eu estava tentando

passar o sentido religioso, ai eu parei e deixei só a roda, e o interesse era só

chocolate, as preferências o que eles esperam ganhar na páscoa. Eles tinham

interesse só no chocolate, ai a gente ficou só no chocolate mesmo, falamos bastante

sobre chocolate.

Graziela: O parque também foi considerado uma atividade pedagógica você

concorda?

Tayza: Sim, ali no parque a criança aprende a dividir, a esperar, pois nunca

vai ter balanço para todo mundo. Então é fundamental para a vida, saber esperar,

saber dividir, saber na hora que o amigo quer ir também, isso é bem importante,

construir regras de convívio social mesmo, parque como também na hora do almoço,

na higiene, todas elas são importante.

Graziela: A musica também foi citada. Você considera a música uma

atividade pedagógica?

123

Tayza: Claro, a criança interage com o grupo, eles adoram cantar

expressando sentimento, a gente se abraça, canta, faz massagem, trabalha toque.

Tudo é importante, todas elas são.

Graziela: Tem alguma coisa que você gostaria de falar que não foi citada, e

que você considera pedagógica?

Tayza: São as mais, que a gente trabalha sim, eu tenho todos esses

momentos no meu dia-a-dia, tenho todos, mas na roda de conversa geralmente

surge alguma atividade pra gente fazer, ou planejar.

4 - Professora: Elisete

CEI: Elizabete Naubuki

Data: 29/03/07

Graziela: Professora naquele levantamento que eu fiz no ano passado, das

atividades de rotina do professor, quando eles citavam 5 atividades de rotina, e

quais dessas 5 eram consideradas atividade pedagógica. A atividade de higiene foi a

mais citada. Você concorda que a atividade de higiene é uma atividade

pedagógica?

Elisete: Eu acho que sim, porque a criança precisa se adaptar no ambiente,

se ela não faz isso em casa, tem que ser estimulada ela na escola eu acho, é

importante ter higiene, da escovação, da limpeza, tudo faz parte do ambiente.

Graziela: Você concorda que é uma atividade pedagógica?

Elisete: Sim

Graziela: Têm diferença se o professor for fazer essa atividade, ou uma

mãe a zeladora, for fazer essa atividade ?

Elisete: Eu acho que sim, porque todas elas são mães já passaram por

isso, às vezes a gente tem uma certa dificuldade, e as vezes elas podem te ajudar

ou te auxiliar.

Graziela: A refeição também foi considerada atividade pedagógica você

concorda?

Elisete: Atividade. Bom em certo momento pode se dizer que sim. Mais faz

parte da criança, a alimentação, como ela come, como ela é estimulada com os

alimentos, não são todos os alimentos que ela come, os meus mesmo deixam tudo

124

na borda do prato, a cenoura, eu acho até engraçado, essa semana: ai não quero

isso, e colocam tudo na borda.

Graziela: Têm diferença se a merendeira for dar alimentação, ou se você

for servir a criança?

Elisete: Não sei, por que a gente que serve os alunos.

Graziela: Mais se casualmente a merendeira for fazer isso com as crianças

tem o mesmo sentido ou não?

Elisete: Eu acho que não. Porque a merendeira só vai servir o alimento, ela

não vai olhar, e falar vamos comer um pouquinho da salada, estimular, ela não tem

essa maneira de chegar, você tem quer comer e pronto! Porque tem que trabalhar

no sentido diferenciado, o por que a criança não quer, se forçar um alimento a

criança vai ser sentir reprimida, e dizer não! Não vou comer e pronto! Mais ser você

estimular de uma forma adequada ela vai sentir prazer de comer aquele alimento. É

bem diferente mesmo.

Graziela: A roda de conversa também foi considerada atividade

pedagógica, você concorda que é uma atividade pedagógica?

Elisete: Eu concordo.

Graziela: O que o professor precisa saber para tornar essa roda de

conversa uma atividade pedagógica?

Elisete: Na minha sala eu faço um circulo com as crianças, aí eles trazem

as novidades de casa, no final de semana o que foi passado o que não foi passado,

ai eu pergunto o que eles gostariam de trabalhar, a gente impõe a atividade em sala,

que não é aquela atividade rotineira, aquela coisa forçada, porque se forçar as

coisas a criança não aprende, então aprende tudo na base da brincadeira, esse ano

o meu projeto é esse, eu fiz o projeto da brincadeira , e através da brincadeira eles

aprende mais, eu acho.

Graziela: O parque também foi considerado uma atividade pedagógica você

concorda?

Elisete: Pode trabalhar atividades dirigidas ou atividades livres.

Graziela: O que acontece lá no parque que torna o momento pedagógico ?

Elisete: Trabalhar com a criança, brincar o faz de conta dele, não posso

dividir os dois momentos, junto com a criança chamar brincar, tornar uma aula mais

produtiva eu acho essencial.

125

Graziela: A musica também foi considerada atividade pedagógica. Você

concorda que a música é uma atividade pedagógica?

Elisete: Sim totalmente porque ali que ela aprende mais, ela se solta mostra

gestos na brincadeira. Músicas novas, tanto que a gente coloca bastante CD’s pras

crianças brincarem e se divertir.

Graziela: Me dá um exemplo, um momento que você utilizou a musica que

foi um ato pedagógico?

Elisete: Faz umas duas semanas mais ou menos, a gente colocou o som lá

fora com a caixa e as crianças, eles começaram a fazer as brincadeiras, dançar a

dança da cadeira, da estátua, várias atividades dirigidas, achei muito bom...

Graziela: Você gostaria de falar uma outra atividade que você considera

pedagógica?

Elisete: É o cantinho da leitura. O material de sucata que também é

pedagógico é riquíssimo, mais que hoje é menos utilizado, hoje em dia tem várias

coisas, antigamente não tinha DVD não tinha televisão, mais tinha outras coisas,

hoje não, foi uma coisa assim que a globalização colocou os brinquedos antigos de

lado, e deixou só a televisão, a internet, uma coisas, que a criança não necessita

mais , eu acho que deveria ser resgatado essa parte, por que a criança passa

praticamente doze horas na frente da televisão, ver coisas assim obscenas, censura,

ai eu vou fazer também, ai chegar na escola que fazer também mais a professora,

opa não deixa, mais censura ta muito liberal, antigamente se você levantava a mãe

para o professor levava uma surra daquelas, hoje não, tu apanha do aluno em plena

sala de aula coisa que, coisa que a censura poderia ser um pouco mais respeitada.

5- Professora: Paula

C.E.I. Renata Nunes

Data: 15/03/07

Graziela: Paula, eu apliquei um questionário com os professores de quatro

a seis anos, no ano passado, pedindo que eles citassem cinco atividades de sua

rotina, e quais dessas consideravam atividade pedagógica, a primeira atividade mais

citadas foi à higiene. Você concorda que a higiene é uma atividade pedagógica?

Paula: Pedagógica eu acredito que exatamente não, é um momento que

serve para trabalhar algum momento pedagógico, a questão de está mostrando o

126

tipo de alimento que come, e que benefícios aquele alimento vai ter fornece, dá para

está unindo uma ação pedagógica numa ação de rotina , eu penso dessa forma.

Para mim sonhinho, refeição, parque são atividades que entram no contexto da

rotina, porém nessa atividade da para contextualizar em outros conteúdos, dá para

está buscando alguns temas para trabalhar alguma atividade da sala, nesse

momento da para compartilhar.

Graziela: E se outra pessoa tiver fazendo esse momento seria a mesma

coisa, a mãe, a coordenadora ou a merendeira, por exemplo?

Paula: Uma outra pessoa no meu lugar seria a mesma coisa? Não, não

seria a mesma coisa, eu acredito que sim com toda a minha experiência com os

meus estudos, faria diferença. A mãe praticamente serve o filho, ela serve ela que o

filho bem alimentado, o professor ele orienta ela servi, o professor busca outras

forma dele ter postura, eu pelo menos pontuo muito, postura, questão de

mastigarem, a gente já vai ta trabalhando isso, forma de pegar de levar ate a boca,

de como segurar os talher, em todas as series eu trabalho isso. Eu tenho

experiência desde o berçário até o pré-escolar, então assim no berçário não tem

muito isso mais a gente falar, a questão do falar mais do maternal um para frente à

questão de sentar de levar o alimento ate a boca é não a boca ate o alimento isso eu

falo sempre, eu sempre falo isso para os meus alunos, porque eles vai ouvindo até

se tornar uma criança maior ou adulto, tu vai ter um bela orientação, eu acredito

nisso .

Graziela: A atividade de refeição foi a segunda mais citada como atividade

pedagógica. Você concorda?

Paula: Assim, se só servir os pratos e não orientar não dá para ser assim,

eu acho que isso que é a diferença, tu está trabalhando, servindo mais fazer mais,

fazer diferente, pode trabalhar cores, buscar cada atitude que tu faz , é buscar até

uma meta ter uma orientação diferente em cada atitude que tu faz com teus alunos ,

eu acho que isso é o diferente isso é diferencial.

Graziela: A roda da conversa foi à terceira atividade mais citada. Você

concorda que é um momento pedagógico?

Paula: Olha, essa questão de fazer roda para conversar, faz muito tempo

que eu não faço. Eu faço assim tudo o que eu vou fazer eu converso antes com

eles. É assim como eu tenho um bom tempo de magistério, vinte um anos que eu

127

trabalho com a educação infantil, então eu não tenho esse momento faz a roda.

Bom, pois é eu já trabalhei em certos lugares, e tu acaba seguindo assim certos

rituais, que passa em épocas em épocas, não tem isso, eu vou sentar para começar

uma atividade, conversa para iniciar tal atividade, para fazer como foi o final de

semana, eu não faço especificamente esse momento assim, o que a gente faz, se

estamos trabalhando e surgiu tal assunto, a gente as vezes para a gente falar do

nosso final de semana, ou tal criança da uma sugestão de um fato que fez , um fato

que aconteceu, ai cada uma , bate aquela curiosidade em todo mundo, uma vontade

de dizer, eu paro esse momento, não tem que ser assim exatamente no começo da

aula, não tem isso exatamente no começo da aula eu vou senta com os meu alunos,

eu faço momentos que paro para brincar, para conversar, momentos que ,

momentos que tu faz , mais é do nosso acontecer do dia - dia, não exatamente

parou no começo ou para pra fecha, ou no começo ou pra iniciar o dia , exatamente

não.

Graziela: O parque foi a quarta atividade mais citada, você concorda?.

Paula: É uma atividade de lazer, pedagógico eu acredito que é também,

porque trabalhamos a coordenação motora, trabalhamos diversas atividades de

psicomotricidade, então esse momento do parque não para dizer, a vamos

desvincular, só atividade de rotina, e esse só pedagógico, eu acho que o contexto do

dois, esse contexto dos dois é que te ajudar, o momento que a criança está

interagindo com o outra brincadeira ai tu vai ta trabalhando a questão da

agressividade,deixa eles mais solto, questão de regras da para trabalhar no parque.

Graziela: Mais você considera pedagógico?

Paula: Eu não consigo definir exatamente, eu vejo assim de rotina ele não

pode ser, exatamente de rotina, vai lá ao parque e só solta as crianças isso eu não

concordo, ele tem quer servi para alguma coisa, ser ele serve para algo ele ter trás

uma meta tu conseguir fazer alguma coisa com a criança ali, evidente que torna ser

uma atividade pedagógica. E quando tudo é muito solto e a criança faz sem

nenhuma orientação eu penso que aquilo lá é uma atividade livre tu não estás

próximo não tais ordenando, não tais ordenando não podem ser pedagógico.

Graziela: E seu dia-a-dia vocês faz ser pedagógico ou de rotina?

Paula: Eu faço quase tudo ser pedagógico, eu não sei sentar para espera

um pai, fica ali sentada, ali já tem um momento de uma história, uma rima, a gente

128

brinca um tamanho de um o tamanho do outro, simples tem alguma coisa que eu

tento da influenciando, está desenvolvendo na criança, eu já descubro alguma coisa

de casa a gente já começa a trabalhar alguma coisa social de casa o quer que

acontecer, ali já descobre algumas coisas, então eu vejo sempre, que o professor

onde está tem que está buscando o pedagógico, seja para o seu dia-a-dia, seja para

o bem desta criança seja para o bem esta da família , assim eu atitudes na sala tu

acaba descobrindo algumas coisas da família. Penso que não dá para desvincular o

pedagógico do teu dia-a-dia, agora a atividade de rotina eu vou deixa ali como está e

não vou trabalhar,

Graziela: A música foi à quinta atividade mais citada. Você concorda?

Paula: Considero uma perda não ter uma boa foz para cantar. Eu

considero, adoro musica, eu trabalho a musica com as crianças, a questão corporal,

trabalho muito com a musica, a escrita de musica, texto, conhecemos vogais,

interagindo com outros personagens. Ela também pode ser livre, eu uso a musica

dos dois modos , quando eu uso para servi ou pra atingir uma meta , ou também eu

uso quando eu coloco lá uma musiquinha de roda, para sentir, divertir, conhecer

outras musicas. Ela tem seu lado pedagógico, e tem o seu lado mais solto, deixando

a criança interagir, soltar, buscar, eu penso assim.

Graziela: O que professor precisa saber?

Paula: Em modo geral, ao meu ver o professor em tudo o que ele faz ele

tem que está embasado o que ele quer para o seu aluno em tudo, então assim não

da pra trabalhar com o teu aluno, por exemplo hoje eu vou passa o meu tempo, nós

vamos só picar o papelzinho e vamos colar em qualquer coisa , e colar na a parede

e aquilo vai ter uma visão assim da família, não espere isso de mim assim, eu não

trabalho exatamente para mostrar o meu trabalho para alguém, eu trabalho para

desenvolver o meu aluno, então eu penso que o professor tem que fazer isso, tem

que trabalhar pensando na criança, se deu certo ótimo, ser não deu certo ele que

replanejar, ele que ache outros recursos, eu penso dessa forma a que não dá para

ser essa coisa vazia, não dá para dizer assim hoje eu trabalhei as vogais com o meu

aluno, sem ele nem conhecer a letra do nome dele, então assim que tuas metas

sejam bem claras , que ele tem que conhecer o grupo, ai eu vou preencher aqui ,

para na reunião de pais mostrar que ele tem um caderninho de tarefas. Forçando a

coordenação dele, fina e ele mal está desenvolvida a coordenação motora lenta,

129

então assim que o professor conheça, que nível está o aluno dele, até onde ele pode

ta trabalhando o aluno dele , penso que não da pra fugir disso , assim visão dele não

é pro estético e nem , pros pais , é para a criança.

6 - Professora Luciana

Data: 29/03/07.

Graziela: Eu apliquei um questionário com os professores de quatro a seis

anos, no ano passado, pedindo que eles citassem cinco atividades de sua rotina, e

quais dessas consideravam atividade pedagógica, a primeira atividade mais citadas

foi à higiene. Você concorda que a higiene é uma atividade pedagógica?

Luciana: Sim, eu concordo, por exemplo, a todo o momento qualquer

atividade de rotina estamos trabalhando com a criança pedagogicamente,

ensinando, eles fazerem a higiene correta, ensinado eles ate mesmo na hora das

refeições, a gente ta todo momento trabalhando com eles, o come direitinho, com a

boquinha fechada, não conversa durante as refeições, ate por causa da má

digestão, eu acredito que todo momento que eu estou educando, ensinando é

pedagógico.

Graziela: Na atividade de higiene têm diferença se uma mãe fazer a

higiene, e você como professora fazer essa atividade?

Luciana: Tem uma grande diferença, até as nossas mães que eu vejo que

eu coloquei para eles na reunião, como seria a higiene aqui no CEI, eu vejo que a

maioria não faz, de acompanhar a criança até o banheiro, sentar no vazo sanitário,

os meninos quando usar levantar a tampa está usando corretamente quando urinar,

elas não fazem elas não acompanham os filhos, no entanto muitos que nós

recebemos, não sabe nem fazer a higiene limpar o bumbum eles não sabem. Eu

acho que é um ato de amor, de dedicação àquela criança. Para ensinar tem que

levar ao banheiro, ensinar porque se tu não fores junto, e não dizer como é ele não

vai saber, tem que mostra para criança, ensinado juntinho até na escovação tudo,

tem que ir junto ensinando para ela aprender, ate no banheiro tem espelhinho de

frente, de eles estarem vendo como faz a escovação correta, se esta limpinho se

não esta, como enxaguar a boquinha eu acredito que a diferença é essa, muitos dos

nossos pais, não fez isso, e que deveriam.

130

Graziela: A atividade de refeição foi a segunda mais citada como atividade

pedagógica. Você concorda?

Luciana: Eu acredito que sim.

Graziela: Também têm diferença se uma mãe fizer esta atividade?

Luciana: Ah, sim! Hoje, por exemplo, eles não queriam comer abobrinha,

eu vi hoje, todos os dias a gente vê isso. Daí a importância da professora, sentar

com eles a mesa, ninguém queria abobrinha, ninguém queria repolho com cenoura

ralada, eu coloquei no meu prato, eu nem me lembro das coisas que eu coloquei,

mais assim eu fiz proposital mesmo, mais eu gosto, eu fiz para ver, no momento que

eu coloquei, todos já levantaram o dedinho, o que tu queres? Quero salada. O que

tu queres? Quero abóbora, ai eu vou ficar forte eu vou fica bonita, ai o coelhinho vai-

me dar chocolate, coisas que a gente vai ensinando na prática para poder está

incentivando a criança, tais entendendo, é um meio que a gente tem e eu penso,

quando eu percebi, quando eu como com eles, porque eu sento na mesinha com

eles, porque eu como junto com eles, a todo mundo queria abóbora e saladinha

entendeu, então tu percebe assim a diferença, de está trabalhando de está sempre

falando a gente fala constantemente, na hora da refeição, olha lá que legal, o

amiguinho acabou parabéns, eles vem mostrar o pratinho, tudo isso é muito

importante entendeu, tem coisas que vem de casa que a gente percebi, que eles

falam, a lá em casa ninguém faz oração pra comer, lá em casa todo mundo

conversa, meu pai briga com a minha mãe, e isso a caba proporcionando um

ambiente ilegal assim pra criança, não é, não é legal é bem ilegal mesmo.

Graziela: Como tu fazes esse momento da refeição se uma coisa boa?

Luciana: Assim , às vezes a gente canta, a musica da refeição as vezes a

gente hora, um amiguinho faz a oração, entendes, a gente vê como é produtivo, as

vezes a gente faz a mesa das meninas, aqui o dos meninos ali, as vezes eu misturo

tudo, entende, é muito legal, a gente está usando meios que a gente tem, para está

proporcionando esse melhor sabe, ontem a gente tinha variedade de comida, feijão,

arroz, farofa, salada de tomate, salada de beterraba, frango assado. Eu digo que,

nos vamos todos para um restaurante, arrumo a mesa, arrumei tudo direitinho

arrumei os pratos, eles pegavam os pratinhos e vinha se servindo,precisava filma

lindo estava, vejo o entusiasmo, tu ver eles comendo, porque colocou aquilo o outro

também que comer, entendeu em nenhum momento a gente força , não que a gente

131

come aquilo, não, quem quer abobrinha, mais eles servindo é mais prazeroso, da

esta oportunidade pra eles, porque a gente tem que cria-los para vida, quando

chegar em um restaurante com o pai ou a mãe, o que legal já sei me servi, já sei das

coisas que eu gosto, é bem legal, tem que está diversificando.

Graziela: A roda da conversa foi à terceira atividade mais citada. Você

concorda que é um momento pedagógico?

Luciana: Concordo esse momento é rico. No momento da roda eles já

começam a falar de tudo, o que acontece em casa, porque a gente não quer saber a

gente senta em uma roda, para proporcionar o que a gente vai trabalhar naquele dia,

por o planejamento é flexível e tu acabas levando a variedade de coisas. Tu sentas,

agora agente vai conversar ou sobre a tarefinha que levaram no final de semana, a

gente conversa sobre o nome do grupo, ali já sai variedades de coisas, mais por

que eles perguntam , eles questionam, ser tornam mais críticos, se eles não gostam

daquilo ali, sabe porque o arco-íres, eu votei no outro, porque todo mundo votou no

arco-íres. É momento de discussão mesmo de um com o outro, não é só com a

professora , é um momento de eles estarem falando, criticando, a gente ta puxando

um ganchinho dali, mais porque se tu tens outra opinião então fala, por tu querem

esse nome, sabe, no momento que tu dá oportunidades para todos e saem coisas

maravilhosas, coisas que tu nem pensou em colocar no plano naquele dia, opa, é

mesmo a gente já sai para outro ladinho, ou da outra oportunidade, pra um outro dia

ta falando daquilo ali, entendeu, então assim o teu pedagógico enriquece muito, olha

quantas cabecinha pensando, enquanto tu és uma só, por que a gente ate rascunha

para depois está passando, isso que é o legal.

Graziela: Que conhecimento o professor tem que ter para fazer este

momento pedagógico?

Luciana: Tu dizes a formação pessoal?

Graziela: Também, o que o professor precisa ter de conhecimento?

Luciana: Primeiro é gostar isso aqui não é bico, é um trabalho muito

valioso, seriíssimo não é para qualquer um, educação infantil não é pra qualquer um.

Trabalhei dez anos, na rede como estadual, e com primeira série alfabetizadora,

quando eu me efetivei na educação infantil, eu percebi, o quanto eu aprendi, eu

aprendi de mais. Porque isso aqui tu tens que gostar, em segundo lugar tu te is que

ter um aperfeiçoamento, que é a faculdade que me abril caminhos, olhos que eu não

132

tinha pos graduação, porque tudo que tu aprende lá, trás para prática, e para a

prática tu leva. É teoria e prática ao mesmo tempo, se tu não tens essas duas coisas

tu não consegues, não aprendes, tu não trabalha, percebo que precisa ter muito

conhecimento, se não tens, tem que ir em busca. Quatro anos que eu estou aqui

com crianças portadora de cuidados especiais. Não sabia lidar com surdos, no

primeiro ano que eu entrei aqui a educação infantil para mim foi novidade, eu fui

alem do que eu podia, eu fui estuda a noite libras, eu me empenhei o máximo no

semestre, estudava a noite de dia, não tinha horário, e aprendi com os surdos sabe,

aprendi, me doei, isso que eu vejo todo profissional tem que se doar, na sua

profissão, agora ano passado eu tive um Síndrome Down, também não sabia

trabalhar na educação infantil, por que chega pra gente lá no ensino fundamental é

completamente diferente, então assim eu fui em busca sabe, tem que dar limites

tens que saber que ele é normal, entre aspas, também que saber que os outro vão

fazer a atividade a mesma coisa, então tudo isso tu vai, tu vai além daquilo ali, então

é conhecimento então tu é obrigado, tens que fazer algo, nós temos que ir a ele, não

é só a inclusão, ai a criança chegou tenho que incluir, não eu tenho que me incluir a

ele. Eu tenho um cego.

Graziela: Como trabalhas com ele?

Luciana: Estou buscando todas as alternativas, até quando eu, no outro

semestre já trabalhei com os surdos, eu já trabalhei em braile ele é baixa a visão

então tudo é direcionado ao Carlos como os outros, mais assim o dele tem que ser

maior mais visível, tem que ter textura, sabe, tudo é direcionado ao Carlos, mais

tudo junto mais um olhar diferente, no parque a mesma coisa ele vai ele vai em

todos os brinquedos mais a gente tem que ficar de olho, tem que pegar o Carlos

pela mãozinha, e o mais gostoso, que eu faço com os amiguinhos da sala tratem

eles da mesma maneira que é. Quando ele chega todo mundo quer beijar o Carlos,

porque eu faço isso com eles, está cheiroso, nossa com hoje você ta choroso, ele só

vem a tarde, quando ele vai emborra, chegar a ser sufocante todo mundo que beijar

o Carlos, te uns que diz assim professora Patrícia, o Carlos vai em borra tu te is que

beija o Carlos, então tu te is que torna um ambiente prazeroso, pra eles ele é igual,

só por que ele não enxergar um pouquinho ne, tia, é.

Graziela: O parque foi a quarta atividade mais citada, você concorda?

133

Luciana: É assim, tu tens que saber usar, porque se eu chegar lá agora e

colocar a criança no parque é recreativo, é uma recreação, agora desde o momento

que eu usar ele com uma atividade proposta em sala de aula, como por exemplo, no

ano passado eu trabalhei o trânsito (tiramos em primeiro lugar no concurso do

CODETRAN). Então, assim, vamos trabalhar no parque, vamos subir, descer, só

tinha plaquinhas, isso se torna pedagógico, proibido subir no escorregador, então

qual é a placa do proibido? Proibido estacionar, entende então usamos plaquinhas

para usar no parque pra brincar, até com carinho pode ser um carinho de papelão

até pra brincar, então isso se torna, mais se eu chegar assim vamos todo mundo

brincar hoje, isso se torna recreativo. Claro que tem que cuidar muito, porque o

parque é muito perigoso, além dele ser recreativo, mais ele é muito perigoso, por

isso que eu digo, é um balanço, é um escorregador mau escorregado, eles sobem

no escorregador, eu não deixo, eles tem que ter limites eles tem que saber quando

tem que balança, quando é pra subir, mais o que eles mais gostam mesmo é

brincar na areia eles adoram, ontem eu só fiquei observando, eles fizeram o Carlos

de bebê, o Carlos rolou na grama, o Carlos chorou deram o bico dele, deram o

mamazinho, dele, que era o de bebê, então assim a gente percebe, que é o dia- dia

deles de casa, agora eu vou levar ele pra leva vacina ta, porque a mãe faz com o

pequeno em casa, então a mãe é o espelho de casa, o papai foi trabalhar não chora

filhinho, então tu sabes, então um outro momento não com outro, escrevendo o

nome na areia, tu sabes que o que tu ta fazendo na sala ta repetindo lá no momento

da recreação, também não deixa de ser um pedagógico, é dirigido pela professora, é

lá na areia que é grossa, o Alexandre, que tem mais dificuldade na sala, escrevendo

o nome na área. Sabe ele tem muita dificuldade assim, hoje eu fui com eles ali na

grama levei um monte de giz, deixei eles brincarem desenha na causada o que eles

queriam, o que eles foram fazer o nome, porque eu já trabalhei eles com o nome,

gente é importantíssimo, a gente leva esse nome até quando a gente morre, é ter o

nomezinho da gente é importante é legal.

Graziela: A música foi à quinta atividade mais citada. Você concorda?

Luciana: Concordo, como tu podes ver nós tiramos o nome arco-íris, então

nós vamos cantar, que musica nós vamos canta, deixei, eles trazerem, o que eles

tinham e veio CD veio DVD, veio de tudo bem interativo, então nós fomos para a rua

e fizemos o teste lá do arco-íris, depois a musiquinha, ela é pedagógica muitas

134

crianças da minha sala não sabe, não sabiam as cores, eles sabem o básico, o

amarelo, nos começamos a misturar as cores para formar o roxo, o azul mais escuro

que é o anil, fomos misturando para fazer as cores a fomos, o verde o amarelo, as

cores do arco-íres, entende a parti da música, tu não sabe que o verde, é verde, que

o limão é o limão, grava um momento gostoso, eles adoram canta, um momento que

vem ilustrar, brincar, dançar e depois também de aprender. Tudo que eles gravam

eles retem conhecimento e dali só trabalhar.

7- Professora: Gabriela

CEI: Mariana Graciola

Data: 18 de março 2007

Graziela: Eu apliquei um questionário com os professores de quatro a seis

anos, no ano passado, pedindo que eles citassem cinco atividades de sua rotina, e

quais dessas consideravam atividade pedagógica, a primeira atividade mais citadas

foi à higiene. Você concorda que a higiene é uma atividade pedagógica?

Gabriela: Também a higiene está em todo o lugar, na escola, em casa, no

trabalho, em todo lugar tem que ter higiene. Começa com as noções, lava as mãos

quando vim do parque, escova os dentes direito, de cima pra baixo, de baixo pra

cima, então isso tudo está trabalhando bastante coisa também.

Graziela: Quem faz a atividade de higiene?

Gabriela: Só eu, principalmente de manhã que eu estou sozinha e a turma

tudo comigo, e a tarde a agente me ajuda também mais sou eu que estou mais,

perto deles.

Graziela: Como você faz esse momento ser pedagógico?

Gabriela: Essa semana o projeto corpo iniciou, então a gente já começou a

falar a higiene bucal, começo aquela coisa escova assim, não esquece de escovar a

língua, escova o dente direito de cima pra baixo de baixo pra cima, então isso é

sempre feito com eles, são coisas assim que sempre dão resultados. Na mesa

também, sentar direitinho não põem a mão no pé, segura direito o talher, então isso

tu começa a colher os resultados já.

Graziela: A refeição também foi uma das atividades mais citada. Você

concorda que a higiene é uma atividade pedagógica?

135

Gabriela: Também dependendo como for levar a criança para refeição é

uma coisa que tem que está trabalhando, tu podes ter isso com um ou mais, mais

como que seja para mim professora de pré escola. Uma hora mais importante, para

mim seria a roda de conversa, o desenvolvimento das atividades em si, a hora da

comida também mais não como principal.

Graziela: Tu consideras mais como uma atividade de rotina, pedagógica..?

Gabriela: Como pedagógico também mais comer é essencial. Não é que

não seja importante, é porque come também se come em casa, então hábitos de

higiene e alimentação e hábitos na mesa tem que ter educação em casa, então aqui

é mais como uma rotina.

Graziela: Tem diferença se o professor for fazer essa atividade ou uma

mãe, ou a própria merendeira?

Gabriela: Sim.

Graziela: Qual é a diferença?

Gabriela: Porque, eu costumo quando eu coloco eles para comer, senta

direitinho, não põem a mão no pé, questão de portar direito a mesa questão de

higiene na mesa, estou educando do mesmo jeito, mais sei lá uma mãe já vai ver

com outros olhos, se for a merendeira só vai servir, e a gente como educador direto

contradizendo, mais também é uma hora importante, eu costumo pegar bastante no

pé na hora da refeição, senta direito, tira a mão do pé, não é assim não se suja

tanto, então tem que ser..

Graziela: Por que achas que a refeição é pedagógica?

Gabriela: Quando está fazendo essas perguntas, interação, essa

estimulação, está fazendo certinho.

Graziela: A roda da conversa foi à terceira atividade mais citada. Você

concorda que é um momento pedagógico?

Gabriela: Com certeza porque ali tu colhes as necessidade que eles

querem aprender, tu já consegues ver que nível eles estão, o que é importante, tu

consegue ter um retorno do dia anterior do que tu falou, vamos supor que na hora da

conversa no outro dia tu vai se foi importante aquilo que foi colocado se aquilo ficou

gravado então eles vão te retornar.

Graziela: O que o professor precisa saber, que conhecimentos o professor

precisa ter para fazer esse momento pedagógico?

136

Gabriela: Como eu coloquei para ti, se ele souber aproveitar.

Graziela: Quando ele vai planejar esse momento o que ele precisa entender

pra fazer desse momento pedagógico?

Gabriela: Precisas entender que as crianças vão falar, não é só tu que trás

o conhecimento, mais na verdade vai partir delas também, ela vão ter o bastante pra

ta colocando também, para retornar também, como falei pra ti, ai tem necessidade

de aprender sopre tal coisa, derrepente pra ti tu nem tinha planejado mais foi uma

coisa que surgiu, então a parti dali tu vai trabalha também, então pra mim é

pedagógico, desde que tu tenha o preparo também, o preparo da roda da conversa

vai surgir bastante coisa,

Graziela: Que preparo?

Gabriela: E assim vai da cabeça de cada professor, cada um trabalhar de

um jeito, eu costumo assim o fazer atividade por fazer, não eu não aceito, tem toda

uma conversa antes aí vem os questionamentos e dali vai ficando tudo bem mais

interessante, e simplesmente vamos pinta isso aqui põem na mesa e deu.

Graziela: Como é que tu fazes para não fazer isso?

Gabriela: Eu costumo conversa sempre antes.

Graziela: Sempre orienta?

Gabriela: Sempre oriento sem a orientação eles não vão saber.

Graziela: E durante?

Gabriela: Durante também tem que saber, lá não é assim tem que fazer

deste jeito, eles não sabem o que é isso o que é aquilo sempre.

Graziela: Esse momento da folha, do papel consideras pedagógico, esse

momento é do pedagógico, e a rotina é a rotina? O que pensas sobre isso?

Gabriela: Não tudo é pedagógico, é como eu falei pra ti desde que eles

entram aqui, desde a hora que eles saem, mais assim tem coisas. Como é que eu

vou ti dizer, a higiene também consegue trabalhar o pedagógico principalmente para

o pré-escolar, com os pequenos eu vejo uma coisa. Não sei uma coisa diferente,

para o pré-escolar tem aquela hora, está na cabecinha dele, sentar e estudar.

Graziela: Para o pré-escolar são atividade relacionada com aos conteúdos

mais tradicionais: quantidades, letras?

Gabriela: Isso o que a gente está estudando tal coisa. Para eles na hora da

refeição é um momento que tem que sentar e comer porque é a hora do lanche, a

137

hora do parque a gente vai para brincar, a hora da higiene porque tem que fazer,

mais para eles é hora de sentar e fazer a atividade é produzir, a gente vê com outros

olhos eles veêm diferente.

Graziela: O parque foi a quarta atividade mais citada, você concorda?.

Gabriela: Desde o momento que tu passas alguma coisa lá, uma

brincadeira, ai sim.

Graziela: O que você faz ?

Gabriela: Ultimamente tenho deixado mais livre, porque na sala a gente já

tem produzido bastante, então deixa um momento para dar uma liberada, mais

assim a gente fez pra eles estarem construindo brinquedos para eles estarem

trazendo, brincando no parque, para não está só correndo, matando.

Graziela: Qual brinquedo?

Gabriela: Com garrafa de plástico, ai eles sentam tão brincando, fazendo

olhando, ver que ali tem um momento de brinca de casinha, brinca de vendinha, eu

vendo bolo, eles mesmos acabam fazendo.

Graziela: A música foi à quinta atividade mais citada. Você concorda?

Gabriela: Sim, porque eu canto bastante, eles gostam bastante de cantar.

Graziela: E como ela se transforma em uma atividade pedagógica?

Gabriela: Quando eu começo a cantar eles já sabem, meio que uma rotina

de atividade. Depois do lanche vem à recepção a gente conversa bastante, e depois

vai cantar um pouco, ou em outro momento, eu acho que seja pedagógico, é

gostoso é legal eles se destraem gostam de estar cantando depois, aprendem

estimulam.

Graziela: O que estimula a criança?

Gabriela: Bastante coisa vamos supor assim, não existe criança tímida, na

verdade ela está naquele estado ali por alguma coisa, uma coisa que não foi

estimulada, é uma criança, derrepente é uma criança que e meio tímida, tu começa

a cantar fazer gestos, ela vai se desinibindo, se socializando também, porque tem a

brincadeira de musica que é para abraçar o amigo, mais tem vergonha no outro dia

já tão abraçando, vão interagindo um com os outros.

Graziela: Gostarias de citar uma atividade que trabalhas que não foi citada?

Gabriela: Uma coisa que eu adoro fazer também é contar historia, eu vejo

que tem um retorno também, tu sentar, tem maneiras de contar também. Ler na voz

138

dos personagens ter um lúdico maior, não tem muita graça, mais eu adoro contar

historia, e depois ai eles vão contar o que fizeram, pode registrar em forma de

desenho, pode contar a historia vai.

Graziela:Quando você planeja essa historia, o que te estimula pensar que a

historia é pedagógica?

Gabriela: Eu faço assim em uma historia geralmente uma criança viaja a

gente já foi criança também sabe como é gostoso está contando uma historia. Então

ela viaja, ela cria, ela tem sensações de medo, da risada, chora.

Graziela: E o seu papel quando planeja?

Gabriela: Porque tem necessidade eles precisam desse momento da

história, assim como a musica, a higiene, o parque, assim como a atividade a gente

conversa muito , da historia também eles precisam se tiver historias que se encaixe,

no projeto beleza, se não traz outra historia, ex: trabalhar mais isolado, mais assim

vamos ver uma historia tal, principalmente no final da tarde, então esse momento

pra eles é bem gostoso eu sempre gosto de está contando.

8- Professora: Ana Carla

CEI: Henrique Marques

Data: 24 de abril de 2007.

Graziela: Eu apliquei um questionário com os professores de quatro a seis

anos, no ano passado, pedindo que eles citassem cinco atividades de sua rotina, e

quais dessas consideravam atividade pedagógica, a primeira atividade mais citadas

foi à higiene. Você concorda que a higiene é uma atividade pedagógica?

Ana Carla: Concordo por que a higiene trabalha em vários temas durante o

ano, desde corpo, alimentação, e outros temas que a gente pode está abordando

também. A higiene além de está, (acredito que seja pedagógica) entra nos eixos, eu

posso utiliza em natureza e sociedade.

Graziela:Você planejamento esta atividade?

Ana Carla: Sim, consigo e encaixo dentro dos meus conteúdos também.

Graziela: Tem diferença se uma mãe for fazer essa atividade ?

Ana Carla: Depende de que maneira a mãe vai trabalhar , eu acredito que

não dependendo da mãe, eu acho que não, depende se for uma pessoa, tem uma

rotina é. Como é que eu posso dizer, tem o hábito da higiene eu acredito que não.

139

Graziela: A atividade de refeição foi a segunda mais citada como atividade

pedagógica. Você concorda?

Ana Carla: Eu acho que eu concordo também está relacionada, relacionada

à higiene, ao corpo , eu acredito que sim.

Graziela: É pedagógica?

Ana Carla: Sim.

Graziela: Tem diferença se a mãe ou a merendeira for fazer essa refeição

com as crianças?

Ana Carla: Como eu falei para ti depende de como essa pessoa vai agir.

Graziela: Onde está a diferença?

Ana Carla: Se é uma mãe que vai ter o cuidado do servir, se ela vai buscar

orientar as crianças de como se servir. Quando a gente serve a merenda estamos

sempre falando da importância dos alimentos, por que é importante comer a salada,

por que é importante lavar as mãos. Esse trabalho a gente passa a fazer todo dia é

diário, então se a mãe coloca a comida, serve dessa maneira, ou seja está

orientando, eu acredito que não tem diferença nenhuma.

Graziela: A roda da conversa foi à terceira atividade mais citada. Você

concorda que é um momento pedagógico?

Ana Carla: Concordo, acredito por que ela trabalha linguagem oral, como

ela vai desenvolver, ela vai desinibir, trabalhar com oralidade mesmo, com

expressão com memória, dependendo se ela vai contar alguma historia do final de

semana, está trabalhando a expressão corporal, ontem, hoje, sábado.

Graziela: Como o professor pode tornar esse momento pedagógico? Dê-me

um exemplo?

Ana Carla: Eu faço da seguinte maneira a gente começa com uma

novidade, alguém tem uma novidade para contar alguém quer falar alguma coisa, e

assim é um momento que a criança também tem para dizer o que está acontecendo

em casa, para nos aproximarmos mais da criança. Entendemos ela, depois se é

uma novidade se é segunda feira a gente conta o final de semana, a gente conversa

sobre o final de semana, cada amigo tem a sua vez de falar, e os outros tem que

ouvir também os amigos, a gente registra, muitas vezes a gente registra o final de

semana, ou então eu posso trazer na roda de conversa, uma brincadeira agente trás

uma caixa com frases de iniciativa, ou a gente conta historia as vezes, eu sempre

140

procuro trazer alguma coisa para tornar gostosa a roda de conversa, que não perca

sentido que eles tenham vontade de participar da roda.

Graziela: O parque também foi considerado atividade pedagógica. Você

concorda?

Ana Carla: Sim também, o parque trabalha o lúdico, com a socialização eu

acho que entra também.

Graziela: Que conhecimento o professor precisa ter para tornar o parque

uma atividade pedagógica?

Ana Carla: Sem dúvida observação, eles vão trabalhar com o lúdico, o

parque como qualquer outra brincadeira ele não tem objetivo não tem sentido se eu

não souber observar. Se eu não souber avaliar, ou um tipo de brincadeira, ele está

imitando, representando, ou simplesmente ele está se isolando, está brincando com

o grupo, estar sempre com esse olhar atento, observar tudo

Graziela: A música também foi considerada atividade pedagógica. Você

concorda?

Ana Carla: Sim.

Graziela: Dê-me um exemplo de uma atividade com música que consideras

pedagógica?

Ana Carla: Bom, ela pode ser tanto na roda de musica, ou um simples

cantar, um prazer, o cantar para trabalhar o movimento, ou também a parti que eu

passo a escrever a música, e as crianças representarem. As crianças percebem que

o que eu canto o que eu falo eu posso escrever também, ilustrar a música, através

da escrita, isso é pedagógico.

Graziela: Gostarias de falar uma atividade que a gente não conversou?

Ana Carla: Bom eu realizo com a minha turminha o planejamento, o que

querem. É elevado todos os dias, o que acontece. Todos os dias o grupo decide, o

que ele vai fazer durante o dia, começa com o café da manhã primeiro o que a gente

fez durante o dia e depois o que a gente vai fazer, tipo hoje pela manhã a gente fez

o que antes de vim para. Eles percebem a seqüência das atividades, ajuda a

trabalhar a noção de tempo.

Graziela: Essa atividade é pedagógica?

Ana Carla: Também. É uma atividade importante. Eu tinha uma professora

na faculdade que dizia assim e preciso antes de qualquer antes de da um lápis pra

141

uma criança ou qualquer coisa que você for peça pra ela risca graficamente usando

papel é caneta, ou papel e lápis seja lá o quer for você tem que trabalhar todo

corpo” então assim eu acredito que as atividades com o peixe, com musica, na

representação no papel eu acredito que seja muito importante, mais tem que saber

trabalhar o corpo, também considero atividade pedagógica.

142

APÊNDICE D - Pontos de destaque das atividades pedagógicas para cada tema

abordado e análise conceitual, das Professoras Graduadas em Pedagogia

Higiene Refeição Roda de Conversa Parque Música Conceitos/S

íntese Silvana: Com certeza, com a higiene você está ensinando a etapa de lavar as mãozinhas. É uma atividade pedagógica, a gente está trabalhando o corpo, o cuidado com o corpo então isso é pedagógico. Ensinamos como deve estar fazendo, eles mesmos se higienizarem. Ensinamos como lavar as mãos, escovar os dentes, ir ao banheiro, como é que tem que se limpar. Ensinamos como devem se higienizar, como dar a descarga. Ensinamos isso para eles para fazerem a todo o momento.

Eu acho que é de rotina a atividade de alimentação.

A roda de conversa é uma atividade muito utilizada. É pedagógica quando eu estou dirigindo a conversa. Sentamos na roda eu vou dirigindo, então eu dirigindo, questionando cada um fala de uma vez.

O parque, geralmente é o brincar livre deles, geralmente quando estou no parque não interfiro no brincar, mais é o brincar livre deles, a não ser, se a gente tiver uma atividade direcionada para fazer. O adulto, só está ali para orienta para olhar, para não ser machucarem, a não ser se eu tenho uma atividade direcionada.

Gosto de trabalhar a música, todo tema que a gente trabalha encontramos uma música. Eles aprendem até mais rápido.É uma música que a gente conhece faz muito tempo, trabalhamos o corpo, apontando as partes do corpo, estou trabalhando pedagogicamente, ensinando as partes do corpo.

Orientar (01) Aprender (01) Direção (05) Trabalhar (05) Ensinar (06)

Telma Concordo porque na refeição ensinamos as boas maneiras, o jeito de comer, pegar no talher, e desta forma eles vão aprendendo.

Esse momento é precioso às crianças sugerem um tema pra gente montar um trabalho um projeto.

Concordo porque ali eles estão aprendendo com os amigos,

Concordo porque dependendo da música a gente trabalha tudo, matemática citamos os numerais.Trabalhamos com música e as crianças aprendem as matérias os assuntos, quando trabalhamos alimentação, procuro uma musica que fale sobre alimento.

Ensino (01) Aprender (03) Trabalhar (03)

143

Higiene Refeição Roda de Conversa Parque Música Conceitos/S

íntese Cássia: Creio que sim, porque até mesmo na hora da higiene, a criança está desenvolvendo alguma coisa naquele momento. Eles sabem que antes de se alimentarem tem que lavar as mãos, após a alimentação toda criança sabe que tem a escovação, isso também é um ato pedagógico.

É um momento pedagógico, por exemplo, agora é hora do café, nós vamos para o lanche eles se acomodam na mesa, olha agora não é hora de barulho, vamos respeitar a hora do lanchinho.

Ela é, mas pode ser também uma recreação, A criança pode contar uma novidade uma coisa não pedagógica naquela hora fica apenas uma conversa.

O parque acho que é mais o brincar. É claro que têm o pedagógico por causa do cuidado, então têm, mais na verdade é mais o brincar. Claro que o cuidado têm que estar bem presente toda hora. E pedagógico ele é, não deixa de ser, porque quando a criança está subindo ou descendo, quando ela está comentando: “fui no balanço, o balanço era vermelho”, tudo

Ela ajuda tanto na linguagem como no psicomotor, através, de gestos, a linguagem principalmente, porque ele desenvolve muito a linguagem da criança, eu penso assim que a musica é importante que ajude, é ajuda muito.

Desenvolvimento (02) Respeito (01) Cuidado (02)

Rosiane Concordo. É porque é partindo dela que a gente começa instruir a criança.

Ela é uma atividade pedagógica, mais achei dificuldade esse ano para apresentar os talheres: garfo e faca. Foi o primeiro ano que eu comecei a trabalhar com o garfo e faca. É pedagógico, mas seria a parte dos pais ensinar em casa. Não tem intervenção pedagógica, é livre para refeição, só oriento o uso da faca e do garfo.

Eu concordo com a roda pedagógica, Uso mais para conversar sobre o que vamos aprender, explorando o assunto. Acho interessante assim, é uma maneira deles centrarem em mim, prestando a atenção no que tem que fazer, eu mostrando, do que a gente vai tratar o assunto.

Acho o parque recreativo, porque eles estão livres. É mais o olhar do cuidar, porque é o momento deles estarem livres para eles fazerem o que quiserem dentro dos limites é obvio. Neste ano não

fiz nenhuma uma atividade pedagógica no parque.

A partir da música dela nós temos muitos conhecimentos das coisas, principalmente quando fala das frutas, das cores com alfabeto, é bem produtivo, eles gostam. Trabalhamos a estrela, fazendo colagem e pintura. A parte pedagógica é essa parte que você falou a contagem, aprendizagem da leitura, essa para mim é a pedagógica. E a de rotina é fora parte assim, está dentro da educação mais para mim é como falei, é uma rotina, é um cuidado. Eu acho quem é isso.

Instrução (01) Exploração (01) Ensino (01) Conversar (01) Aprender (01) Centrar (01) Conhecer (01) Trabalhar (01) Orientar (01) Cuidar (01) Atenção (01)

144

Higiene Refeição Roda de Conversa Parque Música Conceitos/S

íntese Marisa Eu concordo que ela seja uma atividade pedagógica, mais não a mais importante que eu trabalho na rotina diária. Não vejo diferença porque, a gente tem orientações elas contribuem muito e fazem o que é para ser feito.

Sim, com certeza é uma atividade pedagógica, percebemos atos, atitudes, trocamos, discutimos, questionamos como se faz uma boa alimentação, trabalhamos o valor do alimento, estimulamos o que eles estão comendo. Isso é muito bom, coisas que eles não comiam, estimulamos a comer. Com certeza é uma atividade de aprendizagem.

Sim, para mim é uma das mais significativas, porque é dali que vai surgir todo um contexto de uma aula, uma manhã, uma tarde, é ali que o professor vai estimular, vai organizar propor a turma, o que vai ser feito naquela manhã ou tarde, eu acho que dali sai muitas coisas, questionamentos.

Concordo, todo espaço no CEI tu tens que saber utilizar. No parque brincamos, converso muito com meus alunos. Se soubermos utilizar o espaço no parque, com certeza é um momento de aprendizado.

Concordo. A musica estimula a linguagem a comunicação, a desenvoltura, trabalha o movimento do corpo. Eles se expressam através da musica. Vamos ao contexto do trabalho naquele dia. A música pode ser utilizada como um veículo de trabalho. Trabalho dessa maneira deitamos, imaginamos, criamos, fantasiamos, ouvimos, resgatamos o barulho, o som, o lugar que a gente ta ouvindo, transpor da sala de aula, isso acalma e trás tranqüilidade para turma, trabalho sempre com musica relaxante.

Estimular (04) Trabalhar (07) Brincar (01) Organizar (01) Propor (01)

Carla: Também, mais não que ela seja uma das principais, a higiene que a gente faz no CEI serve para a educação. É mais rotina, também é uma atividade pedagógica, mais é rotina. A higiene agora para mim é só questão de rotina. Porque é um trabalho de rotina, é pedagógico mais, é rotina mesmo.

Também é pedagógica, a partir do momento que a gente trabalha a importância dos alimentos. O professor deve está sempre junto então se torna pedagógico, a maneira que vai trabalhando a rotina também é pedagógico. Torno pedagógico sentando com eles na mesa, digo como devem se comportar, fizemos oração. Durante as aulas falamos sobre alimentação, o que é bom comer, sempre surge esse tipo de fala.

Concordo, sem a roda de conversa não consigo dar aula, As crianças centram que estão na escola, vão concentrar mais. Se não faço a roda de conversa, não tenho domínio deles, é ali que começo a dominar os alunos, eles começam a conversar sobre as nossas regras, que foram construídas com nós mesmos, em grupo. estarem prestando a atenção em mim de conversar, então a roda nesse turminha serve para focar a atenção deles no professor, para passar as coisas que eu quero para eles.

Não, a criança tem que ter o momento do parque, eu trato o parque com os meus alunos como um momento deles brincarem livre, eles precisam desse momento eu acho também que o professor precisa desse momento também para desliga-se, mais eu não trato o parque como pedagógico,

A musica sim. Todas as propostas geralmente sou eu que trago. A musica no corpo, eu já trabalhei na roda, a questão da música do abraço, senti que eles não eram um grupo afetivo, eu nunca tinha visto crianças assim, aí peguei uma musica que trata do abraço, é bem interessante.

Comportar (01) Domínio (02) Trabalhar (03) Centrar (01) Concentrar (02) Atenção (02)

145

Higiene Refeição Roda de Conversa Parque Música Conceitos/S

íntese Márcia: Em minha opinião tudo o que eu faço é pedagógico. Sendo uma mãe de um aluno a fazer isso, eles não vão fica prestando atenção no que está sendo feito, ou não vão ficar quietos, não vão fazer silencio, e a professora não, tem criança que já tem um respeito, que a professora fazendo acaba sendo melhor.

Eu concordo, como eu falei anteriormente, tudo o que eu faço, eu acredito que seja pedagógico. sentada direito no banco ensina, Ter a consciência que a criança, e nós também, não aprendemos nada sozinhos, sempre tem alguém para ajudar, então eu acho que o professor tem que ter a consciência de ajudar a criança, de explicar pra ela o certo, eu sou muito rígida quando tem que ser, mais eu tenho muito coração também.

Concordo porque é ali que eu começo meu planejamento, eu converso com as crianças, sabe o que elas gostam, ali é a horinha deles pararem para pensar. A roda de conversa para mim é muito importante por é daí que se tira as idéias, se não tiver essa roda.

Eu concordo, porque no parque eles se descontraem é bom eles estarem no parque, gastar um pouco de energia. Converso com eles, brincamos do que eles mais gostam.

A musica pra mim é pedagógica. Eu acho que é pedagógico desde o momento que tu chamas as crianças para dança.

Respeitar (01) Atenção (01) Ensinar (01) Aprender (01) Explicar (01) Conversar (02)

Fabíola: Concordo, porque a criança tem necessidade de higiene, e se tu fizer de uma forma pedagógica sempre ensinando, A importância que tem que escovar os dentes está sempre junto orientando e cuidando daquela criança. E uma atividade pedagógica. Eu acho que tem diferença, porque a gente faz com a intenção. Além da intenção de cuidar da criança a gente tem a intenção, de orientar a criança fizemos com intencionalidade, por isso que eu acho que tem diferença.

A forma de segurar os talheres, fora da escola ela usa muito, o que comer, comer é importante, às vezes eu trabalho projeto alimentação acho que é pedagógico. Ensina a se comporta fala baixo na mesa, que não é bom comer falando alto no teu ouvido, é bom comer sentado que é a maneira correta de segura o garfo, a maneira de come se segura a faca, por que eles ainda, sai da colher, que o garfo e pela a faca. Todos tem que sair da colher ao mesmo tempo e usar o gafo e a faca. Então eu acho que é pedagógico.

Eu concordo também. Olhar eu acho que ate a postura do professor nessa roda, as vezes um problema que a gente tem na sala, a gente conversa nessa roda, as vezes um projeto novo que a gente começa, faz uma roda de conversa, as vezes assim, a gente até trabalha em roda, Claro que naquele momento eles também fazem coisa errada, um bate no outro, se soca, morde, acontece em uma roda, claro que tu vai pontuando o que é certo, e o que é errado.

Eu concordo. A questão do parque é assim, é o momento não que eles estão livre, mais é o momento que eles estão mais em atividade, movimento do corpo. Às vezes eles esquecem que tem um adulto, que tem outras crianças eles se soltam, correm, extravasam, daí a gente pega aquela criança olha não pode bate no amiguinho, não pode emburra o amiguinho vamos aprende a dividi os brinquedos, isso eles tem dificuldade por a causa da idade. Sempre, tem uma intenção. Claro eles tem que aprende a dividir os brinquedos.

Concordo. A musica eu acho pedagógica. Ela deve ser trabalhada de forma intencional, Eu acho que todas as coisas que acontecem no C.E.I, são pedagógicas, e quanto melhor tu faz, quanto tu serve melhor uma refeição, quanto melhor tu canta uma musica com eles, mais atenção tu dá no parque, o teu olhar pra criança tu tem que falar o quanto ela ta se desenvolvendo , e tu pode fazer isso de uma maneira pedagógica, então o que acontece dentro da escola é pedagógico. Às vezes não é pedagógico só o que aparece, são os cartazes, aprende o nome, na minha opinião, eu acho assim que tem outra coisas que também são pedagógicas

Ensinar (02) Cuidar (02) Orientar (02) Intenção (05) Conversar (01) Pontuar (01) Aprender (02) Atenção (01)

146

APÊNDICE E – Pontos de destaque das atividades pedagógicas para cada tema abordado e análise conceitual, das Professoras Pós-Graduadas

em Pedagogia

Refeição Higiene Roda de Conversa Parque Música Conceitos

/Síntese Vanessa: Eu acho muito importante pelo fato de eles saberem sentar-se à mesa. Eles comem de colher, assim aprendem a pegar no talher, ensina a botar num cantinho, ensina a picar a carne, deixar ao lado do prato.

Considero, porque a partir dali sai o que vamos trabalhar no decorrer da manhã e da tarde, a atividade que vamos fazer, a gente aprende, o professor tem que vir bastante instruído, preparado, porque eles fazem muitas perguntas que te deixam sem resposta, aí temos que pesquisar, para depois responder.

Eu acho que sim, porque ali eles interagem melhor eles aprendem a repartir os brinquedos, saber esperar a hora. Quando a gente sai muda totalmente, já saí do lugar e eles ficaram mais agressivos, não sei se eles tem medo quando a gente chega, mais já ficam com medo, pelo fato do papel do professor.

Também considero, porque através da musica aprendemos muita coisas, tanto a gente como eles, através da musica, fazemos atividades com dobraduras, daquela musica que a gente canta e observa-se o cantar, o dançar, no gesto. Depois eles cantam sozinhos, trabalhando o vocabulário ilustrativo, dobraduras, gravuras nas revistas. É bem interessante, adoro trabalha com a musica.

Ensinar (02) Trabalhar (02) Interagir (01) Aprender (03)

Carol: Considero, porque sendo neste horário nós estamos ensinando a criança a ter bons modos à mesa, comer de boca fechada, arrumar os talheres, comer certo com os talheres. Primeiros ter bons modos, sentar a mesa, conversar com a criança sobre o que eles vão comer, estimular eles a comer direito, ensinar a usar o talher, creio que é uma atividades pedagógica porque estamos ensinando.

Concordo que a roda de conversa é pedagógica. Como estamos realizando o projeto, eu pedi que eles trouxessem informações sobre joaninha, eles trouxeram, e nós na grande roda, lemos a informação, e conseguimos tirar algumas duvidas referente ao projeto, e creio que seja uma atividade pedagógica.

Eu acho que no parque eu deixo meus alunos mais livres, para brincarem, não fico interferindo, eu deixo eles brincarem mesmo. Eu fico só no cuidado mesmo. Alguns professores fazem com que seja pedagógico, só que eu deixo livre para brincarem mesmo.

A música, sim, faço o tempo da música uma rotina diária, nos seguimos a rotina, e depois de contagem, tudo no tempo da música, então estamos realizando projeto, cantamos a música que está no projeto, depois cada criança escolhe a música, tentamos construir música diferente do projeto.

Ensinar(03) Conversar (01) Estimular (01) Cuidar (01)

147

Refeição Higiene Roda de Conversa Parque Música Conceitos

/Síntese Taysa: Sim, eu concordo. Pela experiência que tenho com meu filho, é a mesma, a gente ensina e incentiva, mostra qual a importância da higiene, eu concluo que é a mesma. Na conversa, explicar a importância da higiene, vai exemplificando, vai conversando, para que aquilo ali tem um objetivo, a gente não faz por fazer tem um objetivo aquela atividade.

A refeição também é bem pedagógica, mais só que assim, com tudo, aqui a gente tem que cuidar para não cai na rotina, porque às vezes torna ser tudo mecânico, a gente não faz todo dia então tem que sempre estar sempre revisando, para não ser tornar mecânico, para ser pedagógico tu tem que trabalhar tu tem que está ouvindo a criança,

Claro, imagina, a gente descobre o interesse da criança o que eles trazem de casa, o que eles querem aprender. Estávamos fazendo uma roda de conversa sobre a páscoa, eu estava tentando passar o sentido religioso, ai eu parei e deixei só a roda, e o interesse era só chocolate.

Sim, ali no parque a criança aprende a dividir, a esperar, pois nunca vai ter balanço para todo mundo. Então é fundamental para a vida, saber esperar, saber dividir, saber na hora que o amigo quer ir também, isso é bem importante, construir regras de convívio social mesmo, parque como também na hora do almoço, na higiene, todas elas são importante.

Claro, a criança interage com o grupo, eles adoram cantar expressando sentimento, a gente se abraça, canta, faz massagem, trabalha toque. Tudo é importante, todas elas são.

Ensinar (01) Incentivar (01) Explicar (01) Conversar (01) Objetivo (02) Trabalhar (01) Aprender (02) Passar (01) Interagir (01)

Elisete Eu acho que sim, porque a criança precisa se adaptar no ambiente, se ela não faz isso em casa, tem que ser estimulada ela na escola. Eu acho que sim, porque todas elas são mães já passaram por isso, às vezes a gente tem uma certa dificuldade, e as vezes elas podem te ajudar ou te auxiliar.

Bom em certo momento pode se dizer que sim. Mais faz parte da criança, a alimentação, como ela come, como ela é estimulada com os alimentos, Não sei, por que a gente que serve os alunos. Eu acho que não. Porque a merendeira só vai servir o alimento, ela não vai olhar, e falar vamos comer um pouquinho da salada, estimular, ela não tem essa maneira de chegar, você tem quer comer e pronto! Porque tem que trabalhar no sentido diferenciado, o por que a criança não quer, se forçar um alimento a criança vai ser sentir reprimida, Mais se você estimular de uma forma adequada ela vai sentir prazer de comer aquele alimento.

Na minha sala eu faço um circulo com as crianças, aí eles trazem as novidades de casa, no final de semana o que foi passado o que não foi passado, ai eu pergunto o que eles gostariam de trabalhar, a gente impõe a atividade em sala, que não é aquela atividade rotineira, aquela coisa forçada, porque se forçar as coisas a criança não aprende, então aprende tudo na base da brincadeira, esse ano o meu projeto é esse, eu fiz o projeto da brincadeira , e através da brincadeira eles aprende mais, eu acho.

Pode trabalhar atividades dirigidas ou atividades livres. Trabalhar com a criança, brincar o faz de conta dele, não posso dividir os dois momentos, junto com a criança chamar brincar, tornar uma aula mais produtiva eu acho essencial.

Sim totalmente porque ali que ela aprende mais, ela se solta mostra gestos na brincadeira.

Estimular (04) Impor (01) Trabalhar (04) Aprender (04) Brincar (02)

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Refeição Higiene Roda de Conversa Parque Música Conceitos

/Síntese Paula Pedagógica eu acredito que exatamente não, dá para está unindo uma ação pedagógica numa ação de rotina, eu penso dessa forma. Para mim sonhinho, refeição, parque são atividades que entram no contexto da rotina. Uma outra pessoa no meu lugar não, não seria a mesma coisa, eu acredito que assim com toda a minha experiência com os meus estudos, faria diferença. O professor ele orienta .

Assim, se só servir os pratos e não orientar não dá para ser assim. É buscar até uma meta ter uma orientação diferente em cada atitude que tu faz com teus alunos , eu acho que isso é o diferente isso é diferencial.

É assim como eu tenho um bom tempo de magistério, vinte um anos que eu trabalho com a educação infantil, então eu não tenho esse momento faz a roda.

É uma atividade de lazer, não da para desvincular, só atividade de rotina, e esse só pedagógico, eu acho que o contexto do dois, o momento que a criança está interagindo com o outra brincadeira ai tu vai ta trabalhando a questão da agressividade, deixa eles mais solto, questão de regras da para trabalhar no parque. E quando tudo é muito solto e a criança faz sem nenhuma orientação eu penso que aquilo lá é uma atividade livre tu não estás próximo não tais ordenando, não tais ordenando não podem ser pedagógico.

Trabalho a musica com as crianças, a questão corporal, trabalho muito com a musica, a escrita de musica, texto, conhecemos vogais, interagindo com outros personagens. Trabalho para desenvolver o meu aluno.

Orientar (04) Trabalhar (04) Ordenar (02) Interagir (02) Desenvolver (01)

Luciana: Sim, eu concordo, por exemplo, a todo o momento qualquer atividade de rotina estamos trabalhando com a criança pedagogicamente, ensinando, eles fazerem a higiene correta, ensinado eles ate mesmo na hora das refeições, a gente ta todo momento trabalhando com eles, eu acredito que todo momento que eu estou educando, ensinando é pedagógico. Para ensinar tem que levar ao banheiro, ensinar porque se tu não fores junto, e não dizer como é ele não vai saber, tem que mostra para criança, ensinado juntinho tem que ir junto ensinando para ela aprender.

A importância da professora, sentar com eles a mesa, prática para poder está incentivando a criança, de está trabalhando Mais eles servindo é mais prazeroso, da esta oportunidade pra eles.

Concordo esse momento é rico. É momento de discussão mesmo de um com o outro, não é só com a professora no momento que o teu pedagógico enriquece muito, enquanto tu és uma só.

É assim, tu tens que saber usar, porque se eu chegar lá agora e colocar a criança no parque é recreativo, é uma recreação, agora desde o momento que eu usar ele com uma atividade proposta em sala de aula, Então, assim, vamos trabalhar. Tu sabes que o que tu ta fazendo na sala ta repetindo lá no momento da recreação, também não deixa de ser um pedagógico, é dirigido pela professora,

Concordo ela é pedagógica muitas crianças da minha sala não sabe, não sabiam as cores, entende a parti da música, um momento que vem ilustrar, brincar, dançar e depois também de aprender. Tudo que eles gravam eles retem conhecimento e dali só trabalhar.

Ensinando (07) Trabalhando (05) Educando (01) Aprender (02) Incentivar (01) Propor (01) Dirigir (01)

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Refeição Higiene Roda de Conversa Parque Música Conceitos

/Síntese Gabriela Começa com as noções, lava as mãos quando vim do parque, escova os dentes direito, então isso tudo está trabalhando Essa semana o projeto corpo iniciou, então a gente já começou a falar a higiene bucal, começo aquela coisa escova, então isso é sempre feito com eles, são coisas assim que sempre dão resultados.

É uma coisa que tem que está trabalhando, a hora da comida também mais não como principal, aqui é mais como uma rotina. Estou educando se for a merendeira só vai servir. Quando está fazendo essas perguntas, interação, essa estimulação, está fazendo certinho. Para eles na hora da refeição é um momento que tem que sentar e comer porque é a hora do lanche, a hora do parque a gente vai para brincar, a hora da higiene porque tem que fazer, mais para eles é hora de sentar e fazer a atividade é produzir, a gente vê com outros olhos eles vêem diferente.

Com certeza porque ali tu colhes as necessidades que eles querem aprender. Precisas entender que as crianças vão falar, derrepente pra ti tu nem tinha planejado mais foi uma coisa que surgiu, então a parti dali tu vai trabalhar

Desde o momento que tu passas alguma coisa lá, uma brincadeira, ai sim. Ultimamente tenho deixado mais livre.

Sim, porque eu canto bastante, eles gostam bastante de cantar. Quando eu começo a cantar eles já sabem, meio que uma rotina de atividade. Depois do lanche vem à recepção a gente conversa bastante, e depois vai cantar um pouco, ou em outro momento, eu acho que seja pedagógico, é gostoso é legal eles se dIstraem gostam de estar cantando depois, aprendem estimulam.

Trabalhar (03) Interagir (01) Estimular (02) Produzir (01) Entender (01) Passar (01) Aprender (01) Educar (01) Conversar (01)

Ana Carla: Concordo por que a higiene trabalha em vários temas durante o ano, desde corpo, alimentação, e outros temas que a gente pode está abordando também.

Está relacionada, relacionada à higiene, ao corpo, eu acredito que sim. Esse trabalho a gente passa a fazer todo dia é diário, então se a mãe coloca a comida, serve dessa maneira, ou seja está orientando, eu acredito que não tem diferença nenhuma.

Concordo, acredito por que ela trabalha linguagem oral, como ela vai desenvolver, ela vai desinibir, trabalhar com oralidade mesmo, com expressão com memória, dependendo se ela vai contar alguma historia do final de semana, está trabalhando a expressão corporal, ontem, hoje, sábado.

Sim também, o parque trabalha o lúdico, com a socialização eu acho que entra também. Sem dúvida observação, eles vão trabalhar com o lúdico, o parque como qualquer outra brincadeira ele não tem objetivo não tem sentido se eu não souber observar.

Bom, ela pode ser tanto na roda de musica, ou um simples cantar, um prazer, o cantar para trabalhar o movimento, ou também a parti que eu passo a escrever a música, e as crianças representarem. As crianças percebem que o que eu canto o que eu falo eu posso escrever também, ilustrar a música, através da escrita, isso é pedagógico.

Trabalhar (07) Orientar (01)

150

APÊNDICE F - Termo de Consentimento e Livre Esclarecido

A professora ________________________________________________do

Centro de Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Itajaí, concede a

pesquisadora Graziela Vieira Corrêa, responder uma entrevista, para a pesquisa:

“Reflexões e Proposições do conceito de atividade pedagógica dos professores de

4 a 6 anos da Rede Municipal de Ensino de Itajaí ”, sob a orientação da professora

Dra Valéria Silva Ferreira. A pesquisa está de acordo com a resolução 196/96 do

Conselho Nacional de Saúde/MS, de 10/10/96, tendo sido aprovada através do

parecer n 90/2006 pela Comissão de Ética em Pesquisa da UNIVALI.

Declara também que está ciente dos objetivos desta pesquisa e de que foi

esclarecido que em qualquer momento que se sentir desconfortável poderá retirar

este consentimento e que no momento que os dados estiverem coletados poderá ter

acesso a eles antes da publicação.

Itajaí,_____ de_____ de 2007.

__________________________

Assinatura da Professora

ANEXOS

152

ANEXO A - Gráfico dos professores que consideram pedagógica, todas as atividades realizadas no Centro de Educação Infantil

0

10

20

30

40

50

60

70

80

79,98% Consideramque todas asatividades sãopedagógicas20,21% Consideramatividades específicascomo pedagógicas

Higiene (102), Refeição (77), Roda de conversas (70), Parque (61), Música (54), Brincadeira livre (52), Calendário (44), Contação de história (47), Jogos pedagógicos (39), Chamada (37), Assembléia (33), Leitura (28), Atividades dirigidas (25), Contagem oral (22) Escrita (19), Soninho (18), Hora do brinquedo (17), Pintura (17), Roda de história (15), Tempo (14), Desenho (14), Recreação (14), Literatura (12), Linha do tempo (11), Canto (11), Conversa informal (09), Organização da sala (09), Brincadeiras dirigidas (09), Hora do descanso (08), Orações de agradecimento (06), Momento do jogo (06), Modelagem (06), Recorte e colagem (06), Cartaz do tempo (05), Teatro (05), Escolha do ajudante do dia (05), Atividades de registro (05), Pátio (04), Ficha (04), Repouso (04), Atividades livres (04), Recreação livre (04), Massinha de modelar (02), Recreação dirigida (02), Nome do município no quadro (02), Lateralidade (02), Contagem de alunos (02), Atividades diárias do tema trab. (02), Tarefa 3x por semana (02), Cartaz de mat. (02), Atividades de coordenação (02), Conversa na grande roda (02), Calendário individual (02)

153

ANEXO B - Gráfico das atividades consideradas pedagógicas pelas professoras

0

20

40

60

80

100

120

Higiene

Refeição

Roda de Conversa

Parque

Música

Brincadeira Livre

Contação de História

Calendário

Jogos Pedagógicos

Chamada

Assembléia

Leitura

Atividades Dirigidas

Contagem Oral

Soninho

Hora do Brinquedo

Pintura

Roda de História

Recreação

Tempo

Desenho

Literatura

Linha do Tempo

Canto

Organização da Sala

Conversa Informal

Brincadeiras Dirigidas

Hora do Descanso

Momento do Jogo