Reflexão Pessoal - portefolio-de-psicologia-b0.webnode.com · O Massacre do Charlie Hebdo foi um...

13
Reflexão Pessoal Atentado ao jornal satírico francês, Charlie Hebdo Acabámos no 1º e continuamos no 2º Período com o estudo da Cultura e das Relações Interpessoais, sendo percetível que são conceitos bastante interdependentes e que se relacionam entre si. O professor de psicologia pediu-nos que fizéssemos uma reflexão acerca de um atentado que ocorreu em Paris a um jornal satírico de seu nome Charlie Hebdo, do qual resultaram 12 mortes. Nesta Reflexão vou falar do significado deste atentado no que respeita à liberdade de expressão, à democracia, ao terrorismo e ao preconceito e à tolerância. O Massacre do Charlie Hebdo foi um atentado terrorista que atingiu o jornal satírico francês Charlie Hebdo no dia 07 de janeiro de 2015, em Paris, resultando em doze pessoas mortas, e mais cinco feridas gravemente. O ataque foi realizado por três homens vestidos de preto e armados com metralhadoras Kalashnikov, na sede do semanário no XI arrondissement da capital francesa, supostamente como forma de protesto contra a edição Charia Hebdo, que ocasionou polémica no mundo islâmico e foi recebido como um insulto aos muçulmanos. Os irmãos franco-argelinos Chérif Kouachi e Said Kouachi, dois dos terroristas

Transcript of Reflexão Pessoal - portefolio-de-psicologia-b0.webnode.com · O Massacre do Charlie Hebdo foi um...

Página 1 de 13

Reflexão Pessoal Atentado ao jornal satírico francês, Charlie Hebdo

Acabámos no 1º e continuamos no 2º Período com o estudo

da Cultura e das Relações Interpessoais, sendo percetível que são

conceitos bastante interdependentes e que se relacionam entre si.

O professor de psicologia pediu-nos que fizéssemos uma

reflexão acerca de um atentado que ocorreu em Paris a um jornal

satírico de seu nome Charlie Hebdo, do qual resultaram 12 mortes.

Nesta Reflexão vou falar do significado deste atentado no que

respeita à liberdade de expressão, à democracia, ao terrorismo e ao

preconceito e à tolerância.

O Massacre do Charlie Hebdo foi um atentado terrorista que

atingiu o jornal satírico francês Charlie Hebdo no dia 07 de janeiro de

2015, em Paris, resultando em doze pessoas mortas, e mais cinco

feridas gravemente.

O ataque foi realizado por três homens vestidos de preto e

armados com metralhadoras Kalashnikov, na sede do semanário no

XI arrondissement da capital francesa, supostamente como forma de

protesto contra a edição Charia Hebdo, que ocasionou polémica no

mundo islâmico e foi recebido como um insulto aos muçulmanos.

Os irmãos franco-argelinos Chérif Kouachi e Said Kouachi, dois dos terroristas

Página 2 de 13

Estes homens mataram 12 pessoas, incluindo a equipa do

jornal satírico francês e dois agentes da polícia nacional francesa, e,

durante o tiroteio, feriram mais outras pessoas que estavam

próximas do local. Centenas de pessoas e personalidades

manifestaram seu repúdio aos ataques orquestrados contra o jornal.

Como referi anteriormente este atentado terá sido levado a

cabo por membros ligados ao Estado Islâmico, algo que o governo

francês ainda não confirmou. O Charlie Hebdo tem um historial

considerável de sátiras do Islão - incluindo os famosos cartoons de

Maomé - e já havia sido alvo de um atentado à bomba em 2011, na

altura sem vítimas.

O presidente francês, François Hollande, disse que o país está

em "estado de choque" com os atos de "barbaridade extrema",

frisando que a capital francesa está em estado de alerta máximo e

que o Eliseu convocou entretanto uma reunião de emergência.

Da esquerda para a direita: Cabu, Tignous, Charb e Wolinski. Estes foram os

cartoonistas do Charlie Hebdo que foram assassinados, na sequência do atentado

que aconteceu na capital francesa.

Página 3 de 13

Uma imagem divulgada na rede

social, Instagram, sobre o atentado ao

jornal satírico francês Charlie Hebdo

está a tornar-se viral e deixa mais uma

poderosa mensagem em defesa da

liberdade de expressão, a juntar aos de

dezenas de cartoonistas que, por todo

o mundo, usaram os seus lápis para

homenagear as vítimas do atentado.

Recebe o nome de liberdade de

expressão a garantia assegurada a qualquer indivíduo de se

manifestar, procurar e receber ideias e informações de todos os

tipos, com ou sem a intervenção de terceiros, por meio de

linguagens oral, escrita, artística ou qualquer outro meio de

comunicação. O princípio da liberdade de expressão deve ser

protegido pela constituição de uma democracia, impedindo os

ramos legislativo e executivo do governo de impor a censura.

Contra um ataque terrorista como este que ocorreu nas ruas

de Paris só há uma resposta: democracia. Este é o único meio que as

sociedades europeias têm para lutar contra este tipo de ataques aos

seus princípios e valores estruturantes – crimes desumanos,

chocantes, bárbaros e inadmissíveis aos olhos da civilização.

Atrás da democracia vêm todas as armas necessárias para o

combate: a própria natureza democrática dos regimes europeus, a

separação dos poderes, a liberdade de expressão, a liberdade

religiosa, a justiça, as forças de segurança e todo um conjunto de

instituições que nos permitem viver em liberdade.

Perante um ataque desta dimensão, podemos correr o risco de

colocarmos em causa alguns destes princípios. Mas os "inimigos"

vencem se cedermos nestes pontos. O novo paradigma em que

Página 4 de 13

vivemos tem um novo "nós" e um novo "eles", mas quem está

errado não somos "nós", são "eles", os extremistas sem religião,

fanáticos de uma crença que, verdadeiramente, não segue nenhum

deus.

Se cedermos nestes pontos, se vacilarmos às reivindicações

dos terroristas, cedemos no que há séculos é essencial para a cultura

ocidental, de cariz judaico-cristã, e aí são os nossos valores que

ficam em causa. Não podemos ceder neste ponto. Não é possível

dialogar nem negociar com terroristas fanáticos que só entendem a

linguagem da violência e da desumanidade insultuosa.

Mas sendo assim, é também é verdade que devemos ser mais

vigilantes, mais rigorosos, mais exigentes com quem na Europa

pretende ser acolhido. E aqui os Estados têm uma responsabilidade.

Não se pode contemporizar (ser condescendente ou permissivo)

contra quem abertamente ameaça os valores democráticos. Não são

necessários poderes especiais, apenas coragem para agir nos

momentos chave e não tolerar de modo algum o que é intolerável.

São também necessários orçamentos de defesa e segurança

interna compatíveis com o nível da ameaça. Como nesta quarta-feira

ficou provado, o combate ideológico sobre os investimentos em

forças de defesa e segurança fica ridículo perante a realidade do que

aconteceu em Paris.

O terrorismo não é de esquerda, nem de direita, e por isso a

resposta não pode variar conforme a matriz ideológica, nem se

compadece com receitas liberais de um estado diminuto. O

terrorismo nada mais tem para oferecer do que sofrimento humano

indizível, crime, guerra e violência que atenta contra todos os

princípios básicos da humanidade.

Este terrorismo também é um atentado contra o mais

elementar dos direitos humanos, o direito à vida, por motivos de

intolerância política e religiosa. É um ato causado pela intolerância à

Página 5 de 13

existência do diferente. A lógica é aniquilar a diferença. É o

completo desrespeito à vida. O terror é uma ideologia de morte.

Nos últimos anos, aumentou a xenofobia na Europa, com

parcelas da população que rejeitam imigrantes da África e do Médio

Oriente. Houve o ressurgimento de neonazistas na Alemanha, que

contam com apoio de parte da população para organizar protestos

contra a comunidade islâmica. A xenofobia e o radicalismo islâmico

acabam alimentando um ao outro. O pior que pode acontecer à

Europa é cair na armadilha do radicalismo e no incentivo ao

sentimento de islamofobia.

Em relação à revista Charlie Hebdo, as vítimas não podem ser

culpadas em nada pelo que aconteceu. O discurso caricatural

incentivou o risco, indo às últimas consequências da provocação,

mas isso não é razão para o assassinato. É um facto que os

muçulmanos, em geral, desaprovam sátiras a Maomé, mas isso não

justifica nem explica o que aconteceu. A resposta à crítica é

absolutamente desproporcional e selvagem. Não é aceitável matar

quem é diferente e pensa diferente. Qualquer luta de ideias, credos,

opiniões, deve ser sempre regulada por critérios pacíficos e ser

civilizadora.

Hollande recebeu palavras de apoio de vários líderes europeus,

incluindo o primeiro-ministro britânico, David Cameron, que

classificou o ataque de "doentio" e a chanceler alemã Angela Merkel,

que condenou o "ato injustificável não só contra a França mas

também contra a liberdade de expressão e de imprensa".

Já o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker,

mostrou-se "profundamente chocado" com o "ataque brutal e

desumano", "uma barbaridade que nos toca como europeus e

humanos". A reação de Washington chegou através do porta-voz da

Casa Branca, que condenou o ataque "nos termos mais fortes" e se

disponibilizou para trabalhar com Paris na investigação ao sucedido.

Página 6 de 13

O maior atentado dos últimos 50 anos em França acontece

numa altura delicada na Europa, em que os partidos anti-imigração

estão a ganhar força. No dia anterior a este atentado, por exemplo, a

Alemanha assistiu a novas manifestações anti Islão organizadas pelo

Pegida. No Reino Unido, Cameron quer limitar ao máximo os

direitos dos imigrantes e a entrada de muçulmanos no país. E é

preciso não esquecer que a extrema-direita de Marine Le Pen venceu

as eleições europeias em França no ano passado. O ataque arrisca

dar nova força às vagas anti-imigração na Europa. E obriga os

líderes europeus a uma reflexão profunda sobre a atual estratégia

geopolítica da Europa, o combate ao terrorismo e as relações com o

Médio Oriente.

Vários milhares de pessoas juntaram-se no final da tarde no

dia deste atentado, na praça da República, em Paris, em homenagem

às vítimas do ataque contra o semanário satírico Charlie Hebdo. A

multidão entoou slogans. "O Charlie não morreu!" foi o principal

grito que se ouviu e foi retomado por Sophie Cachera, uma

estudante de 19 anos que explicou aos meios de comunicação de

que "não mataram o jornal porque as caricaturas vão continuar

vivas".

Multidão concentrada na Praça da República, em Paris

Ler mais

em: http://www.cmjornal.xl.pt/mundo/detalhe/dez_mortos_em_tiroteio_em_j

ornal_frances.html

Página 7 de 13

Este atentado que mais parece um filme de terror acaba com um

tiroteio numa gráfica de Paris, dois dias a seguir ao atentado, que

durou cerca de dois minutos, e terminou na morte dos irmãos Said e

Charif Kouachi. O cerco policial aconteceu, após os dois homens

manterem uma pessoa como refém na gráfica. A confirmação da

morte dos irmãos foi feita pela presidente da autarquia de Paris,

Anne Hidalgo.

Um terceiro homem, que mantinha 5 pessoas como reféns numa

mercearia no subúrbio de Paris, também foi morto pela polícia

francesa. Amedy Coulibaly, de 32 anos, teria relação neste ato

terrorista com os irmãos Kouachi.

Em suma, o atentado que ocorreu no dia 7 do primeiro mês

do ano, em Paris, que vitimou 12 pessoas inocentes, levado a cabo

por terroristas que assassinaram barbaramente a sangue-frio, possui

um significado profundo sobre as nossas convicções mais firmes: a

crença na liberdade de expressão e na própria liberdade enquanto

pilar fundamental da democracia. O ataque provoca na nossa

consciência coletiva um sentimento de receio face a grupos

extremistas cada vez mais percecionados como grupos ameaçadores

e pode despertar atitudes e reações discriminatórias, intolerantes,

xenófobas, baseadas em preconceitos, conduzindo à agressividade e

conflito social, sobretudo dos que professam a crença no islamismo.

Ora, isso só pode acontecer se a resposta ao problema não for

inteligente por parte dos líderes políticos. Há outras formas de

resolver as ameaças do terrorismo. Se a reação instintiva, primária,

for a violência, a vingança, o ódio, então os terroristas terão vencido

e obtido o efeito esperado: criar medo e conflito na Europa, criando

terreno para avançar e captar mais descontentes para a sua causa.

A repressão sobre os imigrantes irá aumentar. Idem para o

preconceito e a discriminação. O fascismo vai crescer e a liberdade

religiosa estará sob ameaça, mais uma vez. As fortes forças que

Página 8 de 13

nunca ofereceram uma folha de papel pela liberdades dos fracos

estarão nas ruas para defender uma bandeira que só costumam

empunhar em comícios e dias de festa. Os opressores ficarão na

posição de vítimas. Vão verter lágrimas e serão capazes de comover.

A última imagem publicado pelo jornal, que mostra o líder do Estado

Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, a desejar "al-Baghdadi deseja felicidades e

muita saúde"

Ler mais

em: http://www.cmjornal.xl.pt/mundo/detalhe/dez_mortos_em_tiroteio_em_j

ornal_frances.html

Ler mais

em: http://www.cmjornal.xl.pt/mundo/detalhe/dez_mortos_em_tiroteio_em_j

ornal_frances.html

Página 9 de 13

A resposta do jornal em 2011, após a

redação ter sido atacada. Na imagem é

retratado o profeta islâmico Maomé a

beijar um jornalista do Charlie Hebdo com

a mensagem: "O amor é mais forte do

que o ódio"

O jornal britânico 'The Independent' publicou no seu site o cartoon, saiu no dia

seguinte ao atentado na impressa, da autoria de Dave Brown

Ler mais

em: http://www.cmjornal.xl.pt/mundo/detalhe/dez_mortos_em_tiroteio_em_j

ornal_frances.html

Ler mais

Capa do jornal francês ‘Libération’

Página 10 de 13

O francês Jean Julien usa o lápis para travar a metralhadora AK-47, uma das

armas usada pelos terroristas no ataque terrorista ao jornal Charlie Hebdo, com a

frase "Eu sou Charlie"

Página 11 de 13

Para se perceber melhor este atentado terrorista em Paris aqui

fica uma imagem que o explica passo a passo

Página 12 de 13

Depois do ataque ao Charlie Hebdo, a imagem seguinte explica-

nos como ocorreu a morte dos terroristas

Página 13 de 13

Ligações:

O vídeo que se segue mostra-nos uma análise feita sobre este

atentado que ocorreu na capital francesa.

http://www.tvi.iol.pt/videos/voce-na-tv-cronica-criminal-

falouse-do-atentado-em-franca/14243548

Referências bibliográficas:

http://www.jn.pt/paginainicial/

http://www.cmjornal.xl.pt/

http://www.dm.com.br/

http://www.infoescola.com/direito/liberdade-de-expressao/

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=4329981

http://sicnoticias.sapo.pt/especiais/paris/2015-01-07-Filme-dos-acontecimentos-no-atentado-em-Paris

Luís Caetano nº6

12ºB