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LEONARDO DA ROCHA GIOVANI ZORZANELLI Vitória 2007 REESTRUTURAÇÃO DE UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO – O CASO ACIMAQ

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LEONARDO DA ROCHA GIOVANI ZORZANELLI

Vitória

2007

REESTRUTURAÇÃO DE UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO – O CASO ACIMAQ

Reestruturação de um Centro de Distribuição – O Caso ACIMAQ

Por:

Leonardo da Rocha Giovani Zorzanelli

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso MBA em Logística Empresarial

Pós-Graduação Lato Sensu, Nível de Especialização Programa FGV Management, da Fundação Getúlio Vargas

12/2007

Turma: LOG III 03-04

RESUMO

O estudo da logística empresarial pode ser usado para criar impactos positivos em diversas

áreas de uma organização. Um dos grandes problemas das pequenas e médias empresas é de

gestão de sua distribuição e armazenagem. Às vezes herdando soluções de tempos passados,

essas organizações frequentemente chegam a um momento onde precisam reestruturar suas

estruturas de armazenagem. Neste trabalho apresentamos um estudo de caso de reestruturação

do Centro de Distribuição – CD da empresa ACIMAQ, que partindo de um CD já em

operação, busca maximizar sua utilidade, através de atualização tanto das instalações físicas

quanto da sua gestão.

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS Programa FGV Management Curso: MBA em Logística Empresarial O Trabalho de Conclusão de Curso: Reestruturação de um Centro de Distribuição – O Caso ACIMAQ Elaborado por: Leonardo da Rocha e Giovani Zorzanelli e aprovado pela Coordenação Acadêmica do Curso MBA em Logística Empresarial, foi aceito como requisito parcial para a obtenção do certificado do curso de pós-graduação, nível de Especialização, do Programa FGV Management.

Data:

_____________________________________________

Coordenador Acadêmico

_____________________________________________

Professor Avaliador

Sumário

Apresentação..............................................................................................................................6

O Problema ................................................................................................................................8

Objetivo ......................................................................................................................................9

Revisão Bibliográfica ..............................................................................................................10

Breve Histórico................................................................................................................................ 10

Conceituação de Logística.............................................................................................................. 11

Cadeia de Suprimento .................................................................................................................... 12

A gestão da Cadeia de Suprimentos – Supply Chain Managemet (SCM)................................. 12

Movimentação de Materiais, Armazenagem e Estocagem.......................................................... 12

Centro de Distribuição – CD.......................................................................................................... 14

Planejamento do Espaço ................................................................................................................ 15

Sistemas de Gerenciamento de Armazém – WMS....................................................................... 16

Metodologia .............................................................................................................................19

A Pesquisa Exploratória................................................................................................................. 19 Estudo de Caso............................................................................................................................................. 20

Apresentação dos Resultados ..................................................................................................23

Dados Gerais Sobre o Processo de Reestruturação do CD ......................................................... 23 Descrição do Caso ....................................................................................................................................... 23 Definição de Centro de Distribuição – CD e de Processo de Reestruturação .............................................. 26 Benefícios que o Processo de Reestruturação Pode Trazer para a Empresa ................................................ 27

Programas na Área de Logística Desenvolvidos pela Organização............................................ 27 Programa de Reestruturação do CD............................................................................................................. 27 Impacto que a Consideração dos Conceitos de Logística Trouxe para a Empresa ...................................... 27

Planejamento e Implantação do Programa de Reestruturação do CD...................................... 28

Ferramentas de Informática e Tecnológicas ............................................................................... 33

Custo/Benefício................................................................................................................................ 34

Conclusões ...............................................................................................................................35

Qual a Motivação para Reestruturação do Centro de Distribuição – CD?............................... 35

Como Foi, Está Sendo ou Será o Trabalho de Planejamento e Implementação da Reestruturação do CD?.................................................................................................................. 35

Qual o Estágio em Que a Reestruturação Está, e por Quais Estágios Passou Para Chegar ao Atual?............................................................................................................................................... 36

Benefícios Alcançados com a Reestruturação .............................................................................. 37

Considerações Finais ...................................................................................................................... 37

Anexos......................................................................................................................................39

Anexo 1- Roteiro de Entrevista na ACIMAQ .............................................................................. 39

Anexo 2 - Medidas para Otimização do Armazém...................................................................... 42

Referências Bibliográficas ......................................................................................................51

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Apresentação

Cada vez mais, as organizações percebem a importância da logística no seu dia a dia e no seu

planejamento estratégico. Seguindo esta tendência, está aumentando drasticamente a produção

de estudos, publicações e a quantidade de pesquisadores em logística. Contudo, por se tratar

de um enfoque relativamente novo, percebe-se que as organizações de pequeno e médio porte

ainda não receberam um tratamento tão privilegiado quanto suas irmãs maiores. O presente

estudo dirigirá o seu facho para uma daquelas organizações, a ACIMAQ.

Para que as empresas obtenham vantagens competitivas em um ambiente de negócio cada vez

mais hostil, é necessário encantar sempre mais o cliente, agregando cada vez mais valor ao

produto entregue.

Se um Centro de Distribuição – CD, não consegue agregar o valor a ele demandado ao

assumir seu papel na cadeia de suprimentos, ele deve ser repensado. Então surge a

necessidade de investigar-se como esta “reflexão” deve ser feita e como as eventuais

modificações devem se tornar realidade . Quais os fatores são realmente importantes para que

o seu funcionamento seja otimizado.

O CD da ACIMAQ encontra-se implantado e vem sofrendo uma série de modificações ao

longo dos anos. O presente trabalho refletirá sobre essas mudanças e projetos de futuro,

comparando com a prescrição das melhores práticas encontrada na revisão da literatura

disponível.

Este trabalho encontra-se estruturado em nove partes. A primeira esta Apresentação. A

segunda parte descreve o problema que motivou a elaboração do trabalho. No Objetivo

define-se quais as informações que devem ser levadas em conta para que o problema seja

estudado. A Revisão Bibliográfica é o resultado de uma pesquisa feita na literatura existente

sobre o tema, buscando os conceitos necessários à análise do problema. Aborda temas como o

que vem a ser o que chamamos de Logística, conceituação de Gestão da Cadeia de

Suprimentos – SCM, o que é Armazenagem e Estocagem, o que é Centro de Distribuição –

CD, por que usa-los, como deve ser e o seu sistema de gerenciamento - WMS. A

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Metodologia trata das técnicas de pesquisa utilizadas bem como os conceitos a elas

relacionadas. Nesta parte define-se a importância do método de pesquisa bem como as linhas

de pesquisa seguidas. Na apresentação dos resultados é mostrado uma breve visão e histórico

da unidade caso, são mostrados os dados obtidos com a pesquisa. Nas “Conclusões” os dados

obtidos na pesquisa são analisados, com base na revisão bibliográfica e é mostrado o que se

pode aprender da confrontação da revisão bibliográfica com os dados obtidos. Os anexos

trazem o roteiro da entrevista feita na unidade caso e uma série de medidas que devem ser

tomadas para otimização de um armazém, que são materiais de interesse secundário para o

trabalho, não entrando diretamente no texto. E finalmente as Referências Bibliográficas

trazem as obras utilizadas para a realização do trabalho.

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O Problema

O problema que é tratado neste trabalho é: o que deve ser feito para reestruturar um centro de

distribuição? Visto que a teoria encontrada sobre o assunto é extensa quando trata dos

conceitos e das possíveis vantagens auferidas na sua utilização, porém ainda não possui

grande desenvolvimento no que trata de aspectos práticos para pequenas e médias empresas.

Devido a impossibilidade da análise detalhada de todo o setor empresarial, e dado a

necessidade de uma análise mais aprofundada dos problemas relacionados com a implantação

e dos resultados obtidos com um processo de reestruturação, delimitou-se, o problema a uma

empresa: o que deve ser feito para reestruturar um centro de distribuição na empresa

ACIMAQ?

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Objetivo

O objetivo deste trabalho é realizar um estudo de como a reestruturação do centro de

distribuição está sendo ou será implementada na ACIMAQ, para tanto espera-se levantar as

seguintes informações:

• Qual a motivação para reestruturação do centro de distribuição - CD;

• Como foi, está sendo ou será o trabalho de planejamento e implementação da

reestruturação do CD;

• Qual o estágio em que a reestruturação está, e por quais estágios passou para chegar ao

atual;

• Benefícios alcançados com a reestruturação.

Como objetivos secundários definiu-se:

- Formular indicações de rumo para projetos de reestruturação do centro de distribuição;

- Verificar se as ações já tomadas estão de acordo com as melhores práticas preconizadas

pela teoria e outras experiências em andamento;

- Verificar os resultados já obtidos e projetar os ganhos que poderão ser obtidos com a

reestruturação.

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Revisão Bibliográfica

Breve Histórico

O homem na sua busca por progresso sempre teve o impulso de otimizar seu trabalho, fazer

sempre melhor. Não é diferente se pensarmos no esforço que sempre foi despendido para

movimentar materiais, faze-los estar no lugar certo, na hora certa. Na tentativa de resolver

esse problema o homem sempre estudou melhorias de processos, que poderíamos considerar

como os esforços primitivos, que levaram a sistematização do estudo da logística.

Dias (2005) mostra um breve histórico dos primórdios da logística:

“A logística tem suas origens nas organizações militares. Semanticamente, a palavra tem suas

raízes na França – proveniente do verbo “loger” (alojar). Segundo Souza (2002), “a logística

originou-se no século XVIII, no reinado de Luiz XIV, onde existia o posto de Marechal –

General de Lógis – responsável pelo suprimento e pelo transporte do material bélico nas

batalhas”.

O sistema logístico foi desenvolvido com o intuito de abastecer, transportar e alojar tropas –

propiciando que os recursos certos estivessem no local certo e na hora certa. Este sistema

operacional permitia que as campanhas militares fossem realizadas e contribuía para a vitória

das tropas nos combates.”

Não tardou para que, após esse nascimento voltado para os interesses militares, a logística

começasse a ser estuda com outros fins:

“Nascimento (2001) fala que a educação formal em logística nasceu da necessidade de

administrar as diferenças espaciais entre produção e consumo. O economista relata que “em

1901 foi publicado o primeiro texto sobre custos de distribuição de produtos agrícolas, pois,

nos USA, as áreas de produção se tornaram mais distantes dos grandes mercados de consumo”.

O economista diz, ainda, que: “Em 1960 a Michigan State University, desenvolveu e iniciou os

primeiros cursos formais para treinamento de logisticians práticos e acadêmicos”. A partir daí,

houve uma união entre acadêmicos e militares para utilizarem os conceitos da logística militar

nas atividades do cotidiano.” (DIAS, 2005)

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Conceituação de Logística

O conceito de logística, que é mais abrangente que a simples movimentação de materiais,

surgiu muito ligado as operações militares, como dissemos anteriormente. “Ao decidir

avançar suas tropas seguindo uma determinada estratégia militar, os generais precisavam ter,

sob suas ordens, uma equipe que providenciasse o deslocamento, na hora certa, de munição,

víveres, equipamento e socorro médico para o campo de batalha” (NOVAES, 2001, p.32).

Hoje temos várias definições do que seria logística dentre elas podemos destacar:

“A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e

armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas)

através da organização de seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as

lucratividades presente e futura através dos atendimentos dos pedidos a abaixo custo” Martin

Christopher (apud SILVA, 2003, p.12)

“Parte do processo da cadeia de suprimento que planeja, implementa e controla eficiente e

eficazmente, os fluxos adiante e reverso, e a estocagem de bens, serviços e informações

relacionadas, do ponto de origem ao ponto de consumo, a fim de atender às necessidades dos

clientes" Council of Logistics Management (apud SILVA, 2003, p.11)

Ballou (apud COSTA, 2002, p. 23) considera logística como o processo de disponibilizar

mercadorias e serviços corretos, no local e no momento corretos, de acordo com as condições

combinadas.

Traduzindo, a moderna logística procura incorporar:

“- prazos previamente acertados e cumpridos integralmente, ao longo de toda a cadeia de

suprimento;

- integração efetiva e sistêmica entre todos os setores da empresa;

- Integração efetiva e estreita (parcerias) com fornecedores e clientes;

- busca da otimização global, envolvendo a racionalização dos processos e a redução de custo

em toda a cadeia de suprimento;

- satisfação plena do cliente, mantendo nível de serviço preestabelecido e adequado.”

(NOVAES, 2001, p.37)

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Cadeia de Suprimento

A cadeia de suprimentos é definida como sendo o conjunto de atividades que envolvem a

distribuição do produto para o consumidor final, desde a aquisição de matéria prima,

manufatura e montagem, armazenagem, controle de estoques, controle de entrada e saída de

materiais, distribuição entre os elos da cadeia, entrega ao consumidor e também o sistema de

informações envolvido (LUMMUS & VOKURKA apud FIRMO, 2004, p. 2).

Novaes (2001, p. 38) define que “O longo caminho que se estende desde as fontes de matéria-

prima, passando pelas fábricas dos componentes, pela manufatura do produto, pelos

distribuidores, e chegando finalmente ao consumidor através do varejista, constitui a cadeia

de suprimentos.”

A gestão da Cadeia de Suprimentos – Supply Chain Managemet (SCM)

Um dos temas centrais da moderna logística é a gestão da cadeia de suprimentos – supply

chain management (SCM), para o fórum de SCM realizado na Ohio State University

(NOVAES, 2001, p. 41):

“SCM é a integração dos processos industriais e comerciais partindo do consumidor final e

indo até os fornecedores iniciais gerando produtos, serviços e informações que agreguem valor

para o cliente.”

Segundo Lummus & Vokurka (apud FIRMO, 2004, p. 2), “o gerenciamento da cadeia de

suprimentos é responsável por integrar e coordenar as atividades da cadeia de suprimentos.

Busca ainda conciliar as principais áreas da cadeia, com intuito de promover a produção e

distribuição de mercadorias na quantidade, local e momento certos.”

Movimentação de Materiais, Armazenagem e Estocagem

Moura (1998, p.09) subdivide a movimentação de material em cinco gerações: 1a geração até

o século XIX onde o homem ou animal movimentam os materiais com o seu próprio esforço;

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2a geração dos anos 1900 até 1950, mecanizada, homens movendo (direção) materiais

utilizando equipamento para reduzir o esforço; 3a geração dos anos 1950 até 1980,

automática, homens movimentando (controles) materiais automaticamente entre processos; 4a

geração dos anos 1980 até..., integrada, materiais em movimento automático entre processos

automáticos, 5a geração a partir dos anos 1990..., inteligente, a melhor movimentação de

materiais é a de mínimo movimento e estocagem! (Grifo nosso)

Estocagem e armazenagem aparecem como parte de destaque na cadeia de suprimentos. Para

Moura (1998, p.20):

“Armazenagem é a denominação genérica e ampla que inclui todas as atividades de um local

destinado à guarda temporária e à distribuição de materiais (depósitos, almoxarifados, centros

de distribuição, etc.).

Armazenagem é um conjunto de atividades que diz respeito à estocagem ordenada e

distribuição de produtos acabados dentro da própria fábrica ou em locais destinado a este fim,

pelos fabricantes, ou através de um processo de distribuição.

Estocagem é a atividade que, a princípio, diz respeito à guarda segura e ordenada de todos os

materiais no armazém, em ordem prioritária de uso nas operações de produção, e ainda quanto

às peças, mesmo acabadas, esperando despacho para as operações de montagem.

Estocagem é uma das atividades do fluxo de materiais no armazém e o local destinado à

locação estática dos materiais. Dentro de um armazém podem existir vários locais de

estocagem.

A estocagem é uma parte da armazenagem ”.

Ainda sobre armazenagem, para Moura (1998, p.21):

“Armazenar é uma função da Logística que envolve o tratamento dos materiais entre o tempo

de produção e a sua venda ou usuário final.

Em um sentido mais prático, armazenar refere-se à estocagem aliada a uma ampla gama de

funções voltadas para a movimentação, tais como consolidar, separar, classificar e preparar as

mercadorias para redespacho.

A armazenagem tem a função de:

- criar utilidade de tempo: produtos agrícolas, hortifrutigranjeiros, moda, sazonais, etc.;

- criar utilidade de localização: material certo no local certo;

- Criar utilidade de forma: maturação do produto, melhoria de qualidade (fumo, bebidas, etc.).”

No caso específico do nosso estudo o centro de distribuição da ACIMAQ cria utilidade de

localização, criando assim uma vantagem competitiva aos olhos dos clientes.

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Centro de Distribuição – CD

Segundo o Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais - IMAM (apud

SANTOS, 2006, p. 35):

“Um CD (centro de distribuição) constitui um dos mais importantes e dinâmicos elos da cadeia

de abastecimento, o CD é um armazém cuja missão consiste em gerenciar o fluxo de materiais

e informações, consolidando estoques e processando pedidos para a distribuição física. Ele

pode manter o estoque necessário para controlar e equilibrar as variações entre o planejamento

de produção e a demanda; permite acumular e consolidar produtos de vários pontos de

fabricação de uma ou de várias empresas, combinando o carregamento para clientes ou

destinos comuns; possibilita entregas no mesmo dia a clientes-chave e serve de local para a

customização de produtos, incluindo

embalagem, etiquetagem e precificação, entre outras importantes atividades.”

Os fatores principais que levam ao uso dos Centros de Distribuição são basicamente:

“• Redução do lead time;

• Desempenho nas entregas;

• Localização geográfica;

• Melhoria no nível de serviço;

• Redução dos custos logísticos;

• Aumento do market share;

• Novo patamar de competitividade.” (Hill apud SANTOS, 2006, p.35)

Moura (1998. p.129) nos mostra quais devem ser os objetivos da armazenagem:

“- Máximo aproveitamento do espaço

- Utilização efetiva da mão-de-obra e Equipamento

- Acesso fácil a todos os itens

- Movimentação eficiente dos itens

- Máxima proteção dos itens

- Boa qualidade de armazenagem.”

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Para que um projeto de sistema de movimentação/armazenagem seja bem sucedido, e que,

portanto, atinja seus objetivos, devem ser considerados uma série de recursos, para Ayres

(2004, p. 10) são eles:

“Insumos geradores de custo:

- Mão-de-obra (automatização, treinamento);

- Materiais (estrutura no acondicionamento e transporte eficaz)

- Equipamentos (adequação técnica e dimensionamento).

Capacidade produtiva:

- Produção – sintonia entre transporte e armazenamento com fluxo produtivo;

- Utilização da capacidade (áreas produtivas X improdutivas).

Condições de trabalho:

- Segurança (dispositivos/equipamentos adequados reduzem riscos);

- Redução do fator fadiga (redução/controle).

Melhor distribuição:

- Circulação (corredores, endereçamento, fluxo);

- Localização do depósito (inbound e outbound);

- Serviço ao usuário (Conseqüência da localização);

- Disponibilidade.”

Na visão de Moura (1998, p. 131), um armazém eficiente possui as seguintes características:

“- Possibilidade de recepção e expedição rápidas dos materiais;

- Instalações adaptadas ao tipo de material estocado e suas necessidades de movimentação;

- Possibilidade de uma fácil distribuição;

- Redução, ao mínimo possível, dos registros correspondentes aos movimentos físicos;

- Reduz custo unitário da estocagem dos materiais, otimizando o uso do espaço disponível;

- Reduz o custo de mão-de-obra, fazendo uso mais eficiente da mesma;

- Reduz os danos, perdas, roubos e obsolescência dos materiais;

- Aperfeiçoa o serviço ao usuário e, por conseqüência, dá lucros . reduzindo o período entre

receber e despachar as encomendas;

- Planejado a longo prazo, torna os sistemas para o controle de estoque bastante simples.”

Planejamento do Espaço

Existem várias considerações a serem feitas sobre os locais usados para armazenagem de

produtos industriais, Ayres (2004, p. 08) fornece uma série de boas indicações de como esses

devem ser:

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“- Cobertos, fechados, secos, isentos de infiltração de água e ventilados;

- Iluminados (natural ou artificialmente), evitando a exposição de produtos a raios ultravioleta;

- Piso plano e pavimentado (limpo);

- Isentos de fontes de calor;

- Isentos de fatores nocivos como motores em funcionamento contínuo, baterias em

carregamento, etc.;

- Circulação restrita de pessoas.”

Um Layout do armazém leva em conta as necessidades de estocagem de curto a longo prazo:

parte-se de um conhecimento bastante aproximado de tendências do material estocado e das

eventuais flutuações da demanda, informações sem as quais um layout desta natureza se torna

simples previsão sem base (MOURA, 1998, P.158).

Para Santos (2006, p. 37) o desenvolvimento do layout de um CD deve levar em

consideração:

“• Identificação e quantificação dos fluxos de produtos a serem armazenados;

• Definição das políticas de estoque;

• Cálculo dos volumes e áreas de estocagem;

• Atendimento as normas técnicas de segurança e qualidade.”

Sistemas de Gerenciamento de Armazém – WMS

Na concepção de Azevedo (2001, p. 3) WMS é um sistema de gestão por software que

melhora as operações do armazém através do eficiente gerenciamento de informações e

conclusão de tarefas, com um alto nível de controle e acuracidade do inventário.

Segundo Moura (1998, p.165) a definição de um WMS é a integração do software, hardware,

espaço, equipamentos controle do inventário e recursos de mão-de-obra nos armazéns.

“O WMS é a máxima automação do processo de armazenagem. Ele inclui tudo, do

computador, que é o centro de processamento , ao dispositivos periféricos, com impressoras,

terminais e equipamentos de radio freqüência. WMS é tanto software quanto capacidade do

sistema de computação. Ele gerencia o fluxo de materiais e pessoa num armazém ou ambiente

de centro de distribuição.” (MOURA, 1998, p.165)

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Para Azevedo (2001, p. 3), WMS permite administrar e rastrear todos os processos de

movimentação de mercadorias; Recebimento, Armazenagem, Separação, Expedição

minimizando gargalos e gerenciando a alocação de recursos humanos, equipamentos

mecânicos e Endereços.

A função global mais importante de um Sistema de Gerenciamento do Armazém

(Warehousing Management System – WMS) é coordenar, controlar e registrar os movimentos

físicos de todo estoque, desde os recebimentos até os despachos. A partir de um ponto de vista

de controle de estoque, a principal finalidade do sistema é dirigir, monitorar, reportar e

controlar o local e a quantidade de estoque. Além disso, é responsável pelas operações que

afetam a quantidade e o local do estoque. (MOURA, 1998, p. 164)

O sistema WMS é utilizado em todos os processos do Armazém. São eles (AZEVEDO, 2001,

p.5):

“- Recebimento

- Armazenamento

- Linha de Produção

- Expedição.”

Fazemos ressalva no sentido de que no caso, objeto do presente estudo, não existe linha de

produção.

“Alguns dos principais benefícios de um WMS são:

- Erros reduzidos;

- Melhor acuracidade do inventário;

- Maior produtividade;

- Papelada de trabalho reduzida;

- Melhor utilização do espaço;

- Eliminação de inventários físicos;

- Melhor controle da carga de trabalho;

- Melhor gerenciamento da mão-de-obra;

- Suporte às necessidades de EDI ( Intercâmbio Eletrônico de Dados);

- Suporte a programas de conformidade ao cliente de valor agregado.” (MOURA, 1998, p.

166).

“Objetivos de um WMS

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Redução dos índices de erros;

Melhorar o recebimento dos materiais;

Otimizar o espaço de estocagem;

Melhorar o serviço ao cliente;

Melhorar a produtividade de mão-de-obra;

Melhorar a utilização dos equipamentos.”(MOURA, 1998, p. 166).

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Metodologia

A Pesquisa Exploratória

Segundo Lakatos & Marconi (1996, p.15):

“... pesquisa é uma indagação minuciosa ou exame crítico exaustivo na procura de fatos e

princípios, uma diligente busca para averiguar algo. Pesquisar não é apenas procurar a verdade;

é encontrar respostas para questões propostas utilizando métodos científicos”.

Podemos perceber que o problema objeto de pesquisa deverá ser tratado com uso de método,

para que haja credibilidade nos resultados obtidos. Segundo Cervo e Bervian (1983, p. 23)

“método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um

fim dado ou um resultado desejado”. No entanto, para que os objetivos desse trabalho sejam

alcançados e conseqüentemente o problema proposto seja resolvido, a utilização de qualquer

método não seria suficiente, é de interesse o uso do método científico. Metodologia científica:

“... é um instrumento imprescindível no sentido de se buscar respostas às perguntas que um

trabalho pretende responder, aumentando a probabilidade de que a informação obtida seja

significativa para a pergunta que foi proposta e que, além disso seja precisa e não viesada”

(SELLTIZ et al. citado por ROBIC, 1999, p. 57).

No entanto, o uso do método científico: “não significa que a pesquisa sempre apresentará uma

resposta definitiva. A pesquisa procura encontrar respostas; pode encontrá-las ou não”

(SELLTIZ et al. 1974, p21).

Selltiz et al. citado por Robic ( 1999, p. 58):

“ dividem a pesquisa em (1) estudos formulativos, sistemáticos ou exploratórios (2) estudos

descritivos e (3) estudo que verificam as hipóteses causais. Segundo estes autores a chave para

esta classificação seria a profundidade do estudo. Enquanto no primeiro caso, o estudo seria

mais superficial, no último ele buscaria uma profundidade bem maior no acontecimento de

determinado fato ou fenômeno”.

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Vale ressaltar que dentre as diversas classificações da pesquisa propostas pelos diversos

autores a mais adotada na atualidade segundo Gil (1987, p. 44) é a de Selltiz et al. O autor

ainda escreve sobre as pesquisas exploratórias:

“Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema com

vistas a torná-lo mais explicito ou a construir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm

como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. Seu

planejamento é, portanto bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais

variados aspectos relativos ao fato estudado” (Gil, 1996, p.45).

“Embora o planejamento da pesquisa exploratória seja bastante flexível, na maioria dos casos

assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso...” (GIL, 1996, p.45).

Sobre as funções de um estudo exploratório para Selltiz et al. (1974, p.60):

“Muitos estudos exploratórios têm como objetivo a formulação de um problema para

investigação mais exata ou para a criação de hipóteses. No entanto, um estudo exploratório

pode ter outra função: aumentar o conhecimento do pesquisador a respeito do fenômeno que se

deseja investigar em um estudo posterior, mais estruturado, ou da situação em que se pretende

realizar tal estudo; esclarecimento de conceitos; o estabelecimento de prioridades para futuras

pesquisas; a obtenção de informação sobre possibilidades práticas de realização de pesquisas

em situação de vida real; apresentação de um recenseamento de problemas considerados

urgentes por pessoas que trabalham em determinado campo das relações sociais”.

A pesquisa exploratória, considerando-se suas funções e sua descrição, casa perfeitamente

com o objetivo deste trabalho, onde procura-se uma maior familiarização com o assunto em

estudo.

Estudo de Caso

“O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de

poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa

praticamente impossível mediante os outros delineamentos considerados” (GIL, 1996, p.58).

O método do estudo de caso é de maior utilidade nas pesquisas exploratórias segundo Gil

(1996, p. 59). Como método o estudo de caso possui três características, são elas:

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“A primeira é que os dados podem ser obtidos a tal nível de profundidade que permitem

caracterizar e explicar detalhadamente os aspectos singulares do caso em estudo, bem como

apontar semelhanças e diferenças quando comparado com outros casos estudados. Dependendo

dos objetivos e do objeto em estudo, este método poderá demandar muito tempo. A segunda

característica é a atitude receptiva do pesquisador que deve ser caracterizada pela busca de

informações e gerações de hipóteses e não por conclusões e verificações. A terceira é a

capacidade de integração do pesquisador de reunir, numa interpretação unificada, inúmeros

aspectos do objeto pesquisado” (MATTAR, 1997, p. 85).

Segundo Gil (1996, p. 59) os estudos de caso apresentam como principais vantagens:

a) O estímulo a novas descobertas

b) A ênfase na totalidade

c) A simplicidade dos procedimentos

Apesar da grande flexibilidade do estudo de caso, é possível distinguir quatro fases no seu

delineamento, para Gil (1996, p. 121) são:

a) delimitação da unidade-caso;

b) coleta de dados;

c) análise e interpretação dos dados;

d) redação do relatório.

Neste trabalho optou-se por fazer um estudo de caso porque dentro do campo da pesquisa

exploratória é o método que melhor atende às necessidades dessa pesquisa, visto que permite

um aprofundado estudo da situação que se deseja conhecer, dando a devida atenção às suas

particularidades.

Seleção Do Caso

A escolha da ACIMAQ deveu-se a indicação de que haveria um trabalho de reestruturação do

centro de distribuição, já em andamento. A organização encaixava-se no perfil de uma

empresa que necessitava ter uma renovação nos seus processos de gestão, porque vindo de

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uma gestão no modelo familiar, procura profissionalizar-se cada vez mais, pois, participa de

um mercado muito disputado, no qual se deve sempre estar atento ao grau de competitividade.

Procedimentos de Coleta de Dados

Segundo Gil (1996, p. 122) a coleta de dados em um estudo de caso pode ser feita de várias

maneiras entre elas a observação, entrevista e análise de documentos. No caso desse trabalho

foi feita observação direta no local através de visita e conversa com a pessoa designada pela

empresa para acompanhar a visita.

Foi solicitado, também, à ACIMAQ uma entrevista, que melhor atenderia aos objetivos deste

trabalho, o roteiro original de entrevista encontra-se no “Anexo” deste trabalho. Transcreveu-

se a entrevista para a “Apresentação dos Resultados”, a transcrição não fez-se na integra para

que a leitura deste se torne mais agradável.

23

Apresentação dos Resultados

Dados Gerais Sobre o Processo de Reestruturação do CD

Descrição do Caso

A ACIMAQ equipamentos industriais e comerciais Ltda., trabalha no ramo de comércio

varejista, contando com uma linha de produtos de mais ou menos 3.000 itens. Fundada em

1988, por três sócios, com características de empresa familiar, o que conserva até o presente.

A inauguração da primeira loja da ACIMAQ foi na Av. Getúlio Vargas, em Campo Grande,

Cariacica - ES. Foram enfrentadas algumas dificuldades, optou-se por explorar inicialmente o

mercado do interior do estado, nas cidades de Colatina, Linhares, Cachoeiro de Itapemirim,

Guarapari e Venda Nova, até conseguir solidificar-se na capital do estado, a Grande Vitória.

Nesta época, foi estabelecida uma parceria que fortalece ainda mais a ACIMAQ junto ao

mercado consumidor, tornando a distribuidora exclusiva dos produtos Filizola.

Com o objetivo de estar mais próximo e atender melhor seus clientes, a ACIMAQ abre duas

filiais, uma no Centro de Vitória e outra em Colatina.

Em janeiro/96, é inaugurada sua sede própria no Centro de Campo Grande, com quatro

andares e 1498 metros quadrados, contando ainda com uma frota de veículos para pronta

entrega e assistência técnica. A ACIMAQ atua em todo Estado do Espírito Santo, Extremo sul

da Bahia, Leste de Minas e Norte Fluminense.

Criou-se no ano 1997 a ACIMAQ AUTOMAÇÃO, voltada à automação comercial, hoje líder

no mercado. A ACIMAQ atendendo ramos de Supermercados, Açougues, Padarias, Hotéis,

restaurantes, Hospitais e outros, em equipamento de produção e na área de vendas, sentiu

necessidade de conquistar um pedaço do mercado de produtos “sobre medida” ou

personalizados, e assim foi feita a aquisição de uma Indústria de balcões e instalações

comerciais, chamada Interloja, no ano de 2002.

24

Alguns dados sobre a posição da ACIMAQ no mercado:

Faturamento: R$ 25.504.000,00

Lucro anual: 5.4%

Número de Empregados: 159

Números de Filiais (Unidade de Negócios) UNMAT, UNVIX, UNJUC, UNCOL, UNATA,

UNINT, UNAUT e UNPEÇ.

Empresa: Gestão Familiar

Posição da Empresa no Setor: Liderança.

Faturamento médio anual do Setor : R$ 48.000.000,00

Lucro médio das empresas que atuam neste Setor : 8.0%.

Principais fornecedores: Filizola, Gelopar, Arneg, Springer Carrier, Siemsem, Croydon,

Ibbl, Tedesco, LG e etc. Com aproximadamente 3.000 itens.

Concorrentes: Equipar, Kit-Máquinas, Elétrica Suet, Big Máquinas, Glaumaq, Refrimar,

Refricol, Trimaq, FG Refrigeração, ES Refrigeração, Liq-Lâmpada e outras pontas em

materiais de construção.

Clientes corporativos: Sup. Carone, Extra Bom, Sup. Boa Praça, Sup. Sto Antônio, Sup.

Perim, Sup. São José, Carrefour, Sup. Champion, Horti-frutti , Yara, Hotel Ibis, Hotel

Passargada, Rest. Canto da Roça, Rest. Caniço, Rest. Partido Alto, Rest. Chico Bento, Churr.

Espeto de Prata, Rest. Miro, Pizzaria Pizzamore, etc.

A ACIMAQ sempre acreditou na qualificação de seus profissionais, fazendo com que

buscassem novos conhecimentos através de visitas técnicas, novos mercados, feiras no Brasil

com qualidade internacional e também em feiras no exterior. Também, treinamentos semanais

com membros dos fornecedores à equipe de vendas, ou aos Departamentos que necessitam de

treinamento.

Suas áreas estratégicas de negócios são:

- Equipamentos Comerciais: para padarias, açougues, supermercados, bares, agroindústria

familiar, entre outros. Comercializa aproximadamente 3.000 itens, entre fornos, assadeiras,

balanças, balcões frigoríficos, estufas, cortadores de frios e demais equipamentos correlatos.

25

- Climatização: Gestão especializada na venda e instalação de ar-condicionado central, split a

de janela multimarcas, ventiladores, exaustores e stormist.

- Informática: Abrange a gestão de completa linha de produtos de informática, desde PCs,

notebooks, câmeras digitais, entre outros.

- Interlojas: Indústria especializada na construção de móveis comerciais sob-medida, atuando

fortemente na industrialização de balcões, bancadas, vascas, vitrines secas e refrigeradas, e

demais móveis. Atua em plena parceria com arquitetos e decoradores.

- Automação Comercial: para soluções personalizadas e customizadas de automação

comercial para equipes de vendas, supermercados, restaurantes e padarias. Além de

comercializar produtos ligados à automação comercial como scanners, leitores e impressora

de código de barras, impressoras fiscais entre outros.

- Instalações Comerciais: Assessoramento e gestão comercial de ilhas e balcões refrigerados

e congelados da marca ARNEG, gôndolas para supermercados, padarias, farmácias e

correlatos das marcas ARIAN e MINAMI. Câmaras refrigeradas e congeladas ENGEFRIL e

ainda check outs ARIAN e MINAMI.

- Assistência Técnica: Gestão especializada na assistência técnica seja através de contratos ou

avulsos para toda a linha de máquinas e equipamentos comercializados pela ACIMAQ.

- Peças de reposição: Comercialização de peças de reposição para os mais diversos tipos de

máquinas equipamentos distribuídos pela ACIMAQ, entre rolamentos, resistências, buchas,

compressores, gás refrigerante e termostatos.

O centro distribuição (CD) do qual trata o caso localiza-se no município de Cariacica no

Estado do Espírito Santo. Presta serviço para todas as unidades da ACIMAQ. Todo o material

encontra-se armazenado em área constituída de um galpão industrial (fig. 1).

26

Figura 1

O galpão é dividido em duas partes onde funcionam as atividades industriais da ACIMAQ

(Interloja) e o CD. Delimitaremos geograficamente nosso estudo à área do galpão e

excepcionalmente a alguma relação importante destes com as filiais e matriz. Pode-se

considerar, em resumo, que este trabalho está delimitado ao estudo de caso do centro de

distribuição da ACIMAQ em Cariacica – Espírito Santo, nos seus processos internos e

externos, layout e estrutura.

Vale salientar que apesar da delimitação necessária para correto desenvolvimento do trabalho,

em nada impede que as conclusões sejam usadas por analogia para outras empresas de porte e

situação semelhante. Afinal qualquer estudo ganha muito em termos qualitativos com sua

extensão para outras situações, sua maior aplicabilidade.

Definição de Centro de Distribuição – CD e de Processo de Reestruturação

A empresa define CD de forma empírica, não se servindo de auxílio da teoria que versa a

respeito. Pode-se notar que enfatiza a necessidade do CD funcionar bem como forma de

atender de eficientemente e eficazmente aos pedidos dos clientes.

Não demonstrou ter uma definição clara do que vem a ser uma reestruturação, mas encara

com necessária para melhoria de seus processos logísticos.

27

Benefícios que o Processo de Reestruturação Pode Trazer para a Empresa

Os benefícios esperados são menor custo de armazenagem, menor custo de pessoal, olhando a

questão custo/beneficio. Também cita qualidade de vida melhor para os trabalhadores da

empresa, com a redução de fadiga desnecessária.

Programas na Área de Logística Desenvolvidos pela Organização

Os programas na área de logística desenvolvidos pela empresa são basicamente na área do

CD, como o desenvolvimento do sistema de NSA (numero de série ACIMAQ ) no qual todo o

produto que entra no CD recebe um número, e este número traz em código de barra, toda a

sua “vida”. Também foi realizada uma programação de dia e hora para as entregas por rota,

controle de produção dos motoristas, do pessoal do depósito e criada uma plataforma de

recebimento e entrega.

Programa de Reestruturação do CD

O CD da empresa vem sofrendo melhorias contínuas desde sua implantação. Em alguns

momentos com uma planificação mais definida, mas na maioria das vezes sem um projeto. As

melhorias geralmente são impulsionadas pelas necessidades imediatas.

Impacto que a Consideração dos Conceitos de Logística Trouxe para a Empresa

Motivou para que as mudanças necessárias fossem feitas. Apesar do desconforto inerente a

todo processo de mudança, percebeu-se a necessidade de modernizar-se, reestruturar-se para

se obter todas as vantagens possíveis.

28

Planejamento e Implantação do Programa de Reestruturação do CD

A idéia de se implantar um programa estruturado partiu, além das necessidades surgidas do

dia a dia, do contato dos trabalhadores da ACIMAQ com cursos e treinamentos, como o MBA

em Logística Empresarial da FGV.

A empresa sentia-se estagnada, pois não crescia, também foi levada em consideração a fadiga,

pois a diretoria estava com todo o seu tempo tomado para resolver erro e insatisfação vindo de

problemas relacionados com logística.

Os recursos considerados para a reestruturação foram:

mão de obra: mais ajudantes;

Materiais: porta pallett´s, mais um caminhão e dois agregados;

Equipamentos: duas empilhadeiras.

A empresa afirma, ainda, que os recursos foram todos próprios. Apesar da participação de

toda a diretoria, foi escolhido o diretor executivo como responsável pelo processo, com

participação do diretor técnico. O critério de escolha baseou-se na formação acadêmica, uma

vez que o diretor executivo estava em processo de conclusão do MBA em Logística

Empresarial da FGV.

Na reestruturação, principalmente, a diretoria foi envolvida juntamente com o pessoal do

próprio CD, mas trata-se de um trabalho que precisa-se de todos, principalmente da área de

vendas, pois os pedidos e as promessas de entregas tem que estar perfeitos, senão a culpa pela

insatisfação recai sobre o CD.

Foram relatados que as principais resistências e problemas foram do pessoal antigo na

empresa, no próprio depto. de armazenagem. Outro problema foi a perda de continuidade na

execução das tarefas pré-programadas em reuniões.

Não houve contratação de consultoria até o momento. A ACIMAQ optou por resolver

primeiro os problemas mais básicos para depois partir para as soluções mais elaboradas, que

talvez necessitem de consultoria.

29

A obtenção do “know how” foi realizada através de cursos, estudo de “cases” e projetos

apresentados, que resultassem em melhoras nos processos se tais projetos fossem

implantados.

A primeira fase do projeto demorou aproximadamente dois anos para ser implantada (a partir

de 2004).

Consistiu em:

Material:

- paletização, como todo o depósito estava cheio de produtos, teve-se que comprar 20 metros

de cada vez de porta pallett´s, dessa forma não criou-se muito impacto para o depósito, com

isso conseguiu-se colocá-los na posição sem que houvesse impacto financeiro negativo.

- Empilhadeira, comprou-se duas;

- Caminhão, adquiriu-se mais um.

Sistema de computação:

- Implantação inacabada, mas já em utilização.

Pessoal:

- Contratação de pessoal, para melhor estruturar o organograma do CD. Dando delimitação e

responsabilidade às pessoas, antes todos tomavam conta de tudo, e só existia um supervisor

que era responsável pelo depósito, hoje ainda se tem o mesmo cargo, mas, mais pessoas são

responsáveis pela suas tarefas dentro do CD.

A empresa a empresa decidiu implantar o CD, o qual estudamos o processo de reestruturação,

pois possuía sete depósitos no Estado os quais geravam um custo fixo mensal de R$ 9.400,00

(nove mil e quatrocentos reais). Cada uma das quatro lojas tinha o seu depósito individual,

sendo que dois eram alugados. Havia ainda outros três depósitos alugados que centralizavam

o recebimento dos produtos.

Após a criação do CD e aprimoramento do seu processo logístico no Estado, a empresa

centralizou seus armazéns por região geográfica. As vantagens, em relação à armazenagem

dessa forma, advêm da redução direta de custos logísticos, em função da quantidade de

instalações. As principais vantagens da armazenagem própria são o controle, a flexibilidade e

o custo, além de outras vantagens intangíveis.

30

A consolidação de cargas, também, é uma vantagem econômica intrínseca da armazenagem

dos produtos da ACIMAQ. O depósito pode receber e consolidar produtos de várias fábricas

para o envio ao ponto de venda. A vantagem está na redução da frota de veículos e eliminação

de congestionamento nas áreas de recebimento de mercadorias das lojas.

Com um custo de aluguel de depósitos em torno de R$ 9.400,00 (nove mil e quatrocentos

reais), não foi difícil fazer um projeto de viabilidade para a aquisição e construção de um CD.

Outro fator forte, que levou a construção do CD foi a demora na entrega, pois, os caminhões

demoravam a parte da manhã toda para carregar o carro, visto que tinha que percorrer vários

depósitos, ate sair para as entregas, além das chances de erro nos carregamentos serem

imensas. Esses custos não entraram, já que para cada depósito havia um encarregado e um

carregador, sem contar a desorganização e as avarias vindas da desorganização.

Esquema de como era a armazenagem e distribuição na ACIMAQ antes do CD:

Figura 2

Fazendo a junção do conhecimento pratico e o teórico, houve uma modernização simples no

armazenamento e distribuição da ACIMAQ, tudo dentro dos valores compatíveis para uma

pequena empresa, ao raciocinar foi possível financiar pelo BANDES o terreno e a construção

Clientes

Loja Colatina Loja Campo Grande

Loja Ilha do Príncipe

Loja Jucutuquara

Depósito Depósito Depósito Depósito

Armazém A Armazém B Armazém C

Fornecedores (cerca de 500)

31

do CD, após isso, todos os depósitos alugados tiveram contratos rescindidos, levando a

principio toda mercadoria para o CD.

Esquema de como está o sistema de armazenagem distribuição da ACIMAQ:

Figura 3

A principio o CD atendeu as expectativas da ACIMAQ, entretanto, o novo espaço trouxe uma

série de problemas que levaram à necessidade de uma reestruturação. Toda mercadoria foi

levada para o novo CD, mas, mesmo assim faltava espaço, existiam R$ 2.500.000,00 (dois

milhões e quinhentos mil reais) de produtos estocados, levando a necessidade de paletizar,

com o agravante de que inexistia espaço físico para remover as mercadorias já estocadas (fig.

4 e 5).

Clientes

Fornecedores (cerca de 500)

Centro de Distribuição

- CD

Loja Colatina

Loja Campo Grande

Loja Ilha do Príncipe

Loja Jucutuquara

32

Figura 4

Figura 5

33

Os objetivos principais da reestruturação eram paletizar, terminar todas as fases do programa

(software), melhorar o carregamento e recebimento. E passar o conceito para a pessoa

responsável que iria assumir o CD.

O planejamento do espaço foi feito por critérios empíricos, com base na experiência dos

administradores. O layout sofreu com isso, pois baseou-se em princípios antigos, o que tenta-

se superar até hoje.

As principais barreiras encontradas foram de resistências culturais dos trabalhadores do

próprio CD. Houve também dificuldades nas transferências dos produtos para o sistema

paletizado, visto que o CD já estava todo ocupado.

As áreas mais beneficiadas foram a de Recursos humanos, financeiro e depto. de vendas. As

soluções adotadas foram todas desenvolvidas na casa. As de cunho tecnológico, pela área

específica da ACIMAQ. Como resultado de todo esse processo a empresa esperava uma

melhor dinâmica na distribuição e armazenagem.

O monitoramento dos resultados é feito sem o uso de indicadores criados para tal. Na sua

maior parte através de observação. Entretanto, pode-se perceber que houve um aumento de

produtividade na ordem de quase três vezes.

Ferramentas de Informática e Tecnológicas

Durante o processo, tanto a informática quanto a tecnologia foram usadas como apoio, tendo

um papel secundário. Como citado anteriormente, foi criado um sistema informatizado de

NSA (número de série ACIMAQ) no qual todo o produto que entra recebe um número, e este

numero traz em código de barra, toda a vida desde procedência, tamanho, lote, etc. e dá a

condição que na hora da venda o operador selecione sempre o que entrou primeiro, dando

assim a condição do primeiro a entrar ser o primeiro a sair. Também há uma programação de

dia e hora para as entregas por rota, controle de produção dos motoristas, e do pessoal do

Depósito.

34

A empresa demonstrou que não tem a intenção de usar, pelo menos no momento um sistema

WMS. As necessidades de sistemas de informática são supridas pela própria casa. Existe a

intenção de no futuro usar-se etiquetas inteligentes para o NSA.

Custo/Benefício

A relação entre custo/benefício não é feita de forma estruturada, a empresa avalia os

benefícios através das impressões que obtém junto aos usuários do CD. Mas os resultados na

área de armazenamento são notórios, principalmente na organização, no aumento do espaço

de armazenamento e na produtividade (fig 6).

Figura 6

A medição dos benefícios como percentual de economias, redução de falhas, economias de

tempo e aumento de lucratividade também não está sendo feita ainda de maneira formal, mas

há a intenção de se fazer estas medidas no futuro. O que foi apurado, no que toca benefícios,

foi apurado intuitivamente, e parece refletir o sucesso do programa.

35

Conclusões

Qual a Motivação para Reestruturação do Centro de Distribuição – CD?

Tanto a implantação do CD quanto a iniciativa de reestruturação partiram de necessidades

inadiáveis. Percebe-se que a organização não procurou se municiar de conhecimentos técnicos

quando decidiu implantá-lo. Entretanto, quando percebeu, através do contato com os

conhecimentos acumulados no estudo da moderna logística, que poderia aproveitar melhor

seu espaço e funcionalidades, tratou de preparar-se com mais embasamento técnico e

científico.

A organização buscava uma série de objetivos que foi apontada como motivação e que estão

alinhados com o que prescreve a teoria a respeito como, por exemplo:

- Menor custo de armazenagem;

- Menor custo de pessoal;

- Redução de fadiga desnecessária;

- Atender eficientemente e eficazmente aos pedidos dos clientes;

- Aumento de faturamento.

Entretanto, pode-se notar que até hoje não se tem definição clara e técnica do que representa

o CD, o que pode dificultar quando necessita-se definir as funções, traçar objetivos, metas e

projetos de melhoria do sistema de armazenagem e distribuição e posicioná-lo dentro cadeia

de suprimento da empresa .

Como Foi, Está Sendo ou Será o Trabalho de Planejamento e Implementação da Reestruturação do CD?

Não houve um projeto, propriamente dito, com rigor científico. Foi designado um

coordenador do processo de reestruturação, o diretor executivo, o que é muito importante para

o sucesso dos trabalhos. Utilizando conhecimentos adquiridos na área de logística, definiu-se

a forma de atacar os principais problemas, mão de obra, equipamentos e montou-se um

36

planejamento sobre como trabalhar esses recursos. Houve também a contratação de pessoal,

para trabalhar diretamente com o CD.

A definição dos problemas não sofreu a análise técnica necessária, não se fez um estudo sobre

as flutuações da necessidade de estocagem a longo prazo, não se calculou volumes e áreas de

estocagem, não foi definida uma política de estoque de longo prazo, não foi feita uma planta

para verificar-se normas técnicas de segurança, qualidade, identificação e quantificação dos

fluxos de materiais.

A implementação foi feita através de um planejamento financeiro para aquisição do material e

equipamentos necessários:

- Mais um caminhão;

- Duas empilhadeiras;

- Porta pallets e pallets.

Vale ressaltar que todo o trabalho de verticalização do Centro de Distribuição, foi efetuado

com esse em funcionamento. Para que o trabalho não impactasse negativamente as operações,

foi realizado em etapas, com montagem de uma pequena parte da estrutura e a transferência

dos materiais de cada vez, o que fez com que o processo gastasse mais tempo do que

normalmente se gasta.

Qual o Estágio em Que a Reestruturação Está, e por Quais Estágios Passou Para Chegar ao Atual?

No planejamento inicial não houve uma divisão por etapas. Foram adquiridos todos os

materiais necessários, estruturas porta pallets, pallets, etc. Os equipamentos também foram

adquiridos, foi providenciada a compra de mais um caminhão e duas empilhadeiras. Quanto à

mão de obra, hoje o CD da ACIMAQ tem um efetivo 20% maior. O sistema informatizado de

controle do estoque não está concluído, mas opera satisfatoriamente, necessitando de alguns

ajustes.

O ponto vital do processo de reestruturação é a paletização. Hoje o CD da ACIMAQ conta

com uma área paletizada de mais de 50%. Como já nos referimos anteriormente, é um

trabalho demorado, em virtude da plena operação que o CD se encontra.

37

Benefícios Alcançados com a Reestruturação

Não existem indicadores disponíveis para medição de resultado. Entretanto, grandes

benefícios foram alcançados:

- A área de armazenagem agora comporta cerca de 2,3 vezes mais produtos;

- A produtividade (avaliada empiricamente) aumentou cerca de 3 vezes;

- Os equipamentos proporcionaram menos fadiga nas operações;

- Houve um incremento de 70% nas vendas, sem que houvesse problemas significativos de

logística.

Considerações Finais

A ACIMAQ resolveu enfrentar os desafios, apresentados pelo crescimento, de frente.

Voltando seu olhar para a área de logística, deu um salto gigantesco. Construiu um Centro de

Distribuição – CD, que barateou e que muito simplificou suas operações. Embora tenha

tomado essa decisão corajosa mas imprescindível, não cercou-se de todos os cuidados que

deveria, incorrendo em alguns erros na implementação.

Quando o CD entrou em operação percebeu-se que tinha alguns problemas, o que não

impediu sua operação. Algum tempo depois, quando a necessidade a forçou a mudanças

estruturais no CD, a ACIMAQ está incorrendo no mesmo erro: Planejamento.

Podemos indicar como rumo para o futuro que ao se tomar uma decisão de mudar, não se

deve ater apenas aos problemas que afligem a organização no momento, deve-se pensar a

longo prazo também, para que essas mudanças reflitam a estratégia da empresa. Por isso o

planejamento é tão importante. Para elaborar um projeto que atenda definitivamente às

necessidades e desafios impostos pelo mercado, seria muito útil cercar-se de todo ferramental

disponível, seja tecnológico ou teórico. A ACIMAQ possui uma filosofia de gestão de pessoal

38

que possibilitou que o quadro possuísse capital intelectual a altura de tal tarefa. Então deve

usá-lo de forma intensiva.

Um ponto que deve ser estudado e discutido durante a elaboração do projeto é a relação

custo/benefício de buscar soluções no mercado. Pode ser mais barato e eficiente buscar

soluções já testadas, como por exemplo sistemas de Warehouse Mangement System – WMS,

que muito poderiam ajudar no controle do CD.

As ações tomadas pela ACIMAQ estão de acordo com o que prescreve a teoria, entretanto

estão em um nível ainda básico, caso decida-se por continuar o processo de reestruturação,

pode-se ser mais ousado, com a visão voltada para o futuro, no anexo 2 existem uma série de

medidas, que dependendo de cada caso, podem ser usadas otimizar um CD.

Outro ponto importante é que para que se controle todo o processo de reestruturação meçam-

se os resultados. Deve haver a definição de indicadores. Não se pode controlar o que não se

mede. Para que o projeto torne-se realidade há que se ter acompanhamento constante, deve-se

checar o que foi feito e agir preventivamente e corretivamente, evitando desvios indesejáveis.

De forma geral pode-se considerar que a ACIMAQ soube agir prontamente, evitando que

problemas da área de logística viessem a impactar seu crescimento. Consegue capacitar seus

empregados para enfrentar os desafios impostos pela competição, e está no rumo certo. Com

algumas correções técnicas nos seus projetos na área de Logística, continuará ocupando seu

lugar de liderança no segmento que atua, mantendo seus fantásticos níveis de crescimento.

39

Anexos

Anexo 1- Roteiro de Entrevista na ACIMAQ

1 - Dados gerais sobre o processo de reestruturação do CD

1.1 A empresa possui uma definição do que vem a ser um Centro de Distribuição - CD e do

que vem a ser um processo de reestruturação, qual é?

1.2 Quais os benefícios que o processo de reestruturação pode trazer para a empresa?

2- Tipos de Programas na Área de Logística Desenvolvidos pela organização

2.1 A empresa possui um programa de reestruturação do CD ou qualquer outro programa na

área de logística?

2.2 Defina o que é o programa.

2.3 Qual o impacto que a consideração dos conceitos de logística trouxe para a empresa?

3 - Planejamento e Implantação do Programa de Reestruturação do CD

3.1 De onde partiu a idéia de implantar o programa?

3.2 Por que implantar?

3.3 Quais os recursos foram considerados (mão de obra, materiais, equipamentos)?

3.4 De onde vieram os recursos para implantação?

3.5 Alguém foi designado para coordenar o programa, por quê?

3.6 Quais os departamentos/pessoas envolvidas?

3.7 Principais resistências e problemas encontrados nesta fase

3.8 Houve uma participação de consultoria? Em caso positivo, qual foi, como foi contratada,

quais as responsabilidades?

3.9 Se não houve, foi realizado um treinamento com envolvidos no projeto? Como esse know

how foi adquirido?

40

3.10 Quanto tempo foi gasto para implantação do programa?

3.11 Quais foram as etapas realizadas?

3.12 Descreva o programa.

3.13 Quais fatores que determinaram implantação do CD, no seu início?

3.14 O CD atendeu às espectativas?

3.15 Quais fatores que determinaram o programa de reestruturação do CD?

3.16 Quais os objetivos?

3.17 Quais as características se buscou ou se busca?

3.18 Como foi planejado o espaço?

3.19 O que se buscou com isso?

3.20 Como foi pensado o Layout?

3.21 Qual eram os objetivos?

3.22 Principais problemas e barreiras encontradas?

3.23 Quais as áreas mais beneficiadas com todo o programa?

3.24 Há quanto tempo implantou?

3.25 Desenvolveu ou comprou as soluções?

3.26 Se desenvolveu, como foi?

3.27 Se comprou, como foi?

3.25 Quais os resultados esperados?

3.26 É feito um monitoramento constante dos resultados, como?

3.27 Quais os resultados obtidos?

4 - Ferramentas de Informática e Tecnológicas

4.1 Qual o enfoque dado à informática e/ou tecnologia para o programa?

4.2 Quais são as funções da informática/tecnologia no programa?

4.3 Existe, ou existe a intenção de se usar, um Warehousing Management System – WMS?

4.4 Como é, ou será, seu funcionamento?

4.5 Foram usadas outras ferramentas tecnológicas, como por exemplo etiquetas inteligentes,

quais e como?

5 - Custo/beneficio

41

5.1 Qual a relação custo/benefícios estimados: valores estimados. ponto de retorno planejado.

ponto de retorno efetivo

5.2 Benefícios: percentual de economias, redução de falhas, economia de tempo, aumento de

lucratividade, etc.

6 - Dados do entrevistado

6.1 Cargo na empresa

6.2 Tempo na empresa

6.3 Formação/experiência

6.4 Nome

7 - Dados da empresa

7.1 Nome

Atividade, setor e tipo de negócios.

42

Anexo 2 - Medidas para Otimização do Armazém

Texto Extraído do Trabalho Acadêmico “Economia de Espaço no Armazém : Mudando

Módulos de Estocagem de André de S. A. Camargo Felipe G. C. do Amarante (1999, p.4)

“Algumas medidas devem ser tomadas para a otimização dos armazéns :

1. Se o produto não é adequado para a estocagem em pallets e é suficientemente rígido para

empilhar, utilizam-se acessórios especiais para movimentá-los (empilhadeira com garras).

Antes, é preciso certificar-se de que a embalagem do produto é capaz de suportar esses

acessórios.

2. A estocagem a granel em baias profundas torna mais efetiva a utilização do espaço no piso

sem investimento de capital, mas caso a utilização caia abaixo de 60% do usual, isto

significará que o espaço está sendo utilizado de forma ineficiente. Sendo assim, torna-se

necessária a reorganização em baias mais rasas.

3. Selecionar o tamanho do pallet correto. Por um aumento ou diminuição de sua dimensão

pode-se obter melhor utilização cúbica dos pallets.

43

4. Substituir pallets por slip sheets. A armazenagem com slip sheets não exige vão lateral

entre cargas para inserir garras, o que resulta em uma densidade de estocagem maior, além

disso possuem altura reduzida em relação aos pallets.

5. Utilizar estruturas desmontáveis para a estocagem de produtos a granel. Materiais

granulados são estocados em sacos dispostos sobre estruturas. Após a sua utilização estes

podem ser removidos para limpeza mas a estrutura permanece. Assim, através de estruturas

que podem ser desmontadas e empilhadas quando vazias pode-se economizar espaço.

6. Utilizar caixas dimensionadas segundo tamanho do produto, pois desta forma garantimos a

estocagem do produto de forma segura.

7. Utilizar estruturas do tipo cantilever para itens compridos, pois facilitam a movimentação

dos mesmos.

8. Utilizar armários com gavetas para peças pequenas. Os sistemas de gaveteiros utilizam

totalmente a profundidade da gaveta a ser puxada do gabinete, este módulo fornece estocagem

densa com acesso fácil e segurança.

44

9. Utilizar espaçamento variável na prateleiras. Nem todos os produtos são da mesma altura,

assim podemos obter a utilidade máxima de cada prateleira.

10. Comprar estanteiras com alturas de prateleiras facilmente ajustáveis. Desta forma, a

empresa estará apta a acomodar rapidamente mudanças no tamanho dos produtos.

11. Montar armários com gavetas sobre rodas para movimentar o estoque até a estação de

trabalho. Isto elimina a necessidade de áreas de estocagem reservadas separadamente ou em

processo para itens.

12. Utilizar caixas empilháveis plásticas para itens soltos. As caixas devem ser

dimensionadas com base no tamanho e quantidade dos itens.

13. Alturas variadas de vigas. Na maioria das empresas as alturas de cargas nos pallets

completos variam de item para item. Pallets incompletos possuem variações ainda maiores.

Assim, vigas colocadas com diferentes alturas nos boxes permitem um nível de estocagem

adicional em algumas seções da estrutura porta-pallets.

45

14. Pilhas duplas de pallets na estrutura. Pallets relativamente leves podem ser estocados em

duas alturas nos boxes, para obter maior densidade vertical.

15. Instalar vigas menores. Diminui-se com isso o espaço livre entre colunas, otimizando o

comprimento da estrutura.

16. Adicionar extensões nas colunas para utilizar a altura disponível. Esta prática é útil

quando se reutiliza estruturas de um edifício anterior ou de segunda mão. Porém, é necessária

uma verificação prévia da capacidade de carga da estrutura.

17. Empilhamento manual ao redor das colunas. Em alguns edifícios pode-se encontrar

colunas no local dos pallets. Normalmente estes espaços não são ocupados,. Para um bom

aproveitamento instale estantes ao redor da coluna, o que permitirá que o espaço seja

utilizado.

18. Utilizar vigas com largura tripla. Estocar mais pallets entre colunas ocupando menos

espaço, da mesma forma que pallets com duplo empilhamento.

19. Utilizar prateleiras nas estruturas porta-pallets. Algumas vezes é mais adequado o

empilhamento manual do material em prateleiras de estrutura porta-pallets ao invés da

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utilização de pallets. Isto é verdade para itens de movimentação lenta ou situações sazonais,

onde o inventário é acumulado durante grande parte do ano e reduzido a certas quantidades de

caixas num curto período de tempo.

20. Consolidar pallets parciais. Alguns itens podem ocupar somente uma fração do espaço

cúbico de um pallet, neste caso, colocar mais de um item em um pallet ou consolidar dois

pallets parciais do mesmo item em um único economizará espaço.

21. Utilizar espaço disponível sobre as operações de baixa altura. O espaço sobre as áreas de

recebimento, expedição e embalagem pode ser aproveitado para fins como escritório, vestiário

ou refeitório através da construção de um mezanino.

22. Utilizar áreas externas para pallets vazios.

23. Utilizar galpões ou armazéns estruturados / infláveis e transportáveis. Podem transformar

um estacionamento em um espaço de estocagem de materiais.

24. Utilizar estruturas do tipo Drive-In onde viável. Isto aumentará ainda mais a capacidade

de estocagem, porque o número de pallets em uma pilha vertical pode ser mais alto do que

aqueles empilhados um em cima do outro.

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25. Utilizar estruturas do tipo Push-Back, para obter maior número de faces de acesso.

Possibilita armazenar produtos diferentes em cada nível.

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26. Utilizar estruturas de dupla profundidade onde viável. Se os tamanhos dos lotes não são

suficientemente grandes para justificar a utilização do sistema Drive-In, este formato deve ser

considerado pois reduzirá o espaço dedicado aos corredores praticamente a metade em

comparação com as estruturas porta-pallets de estrutura única.

27. Utilizar estrutura porta-pallets dinâmicas para operar com FIFO (First In First Out). A

nível de projeto não há restrição quanto a limitação de profundidade de estocagem. Porém, a

prática demonstra que para uma grande profundidade é necessário um grande desnível para

garantir a movimentação, o que pode ser inviável.”

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28. Utilizar estruturas com estantes para pallets instáveis, produtos frágeis e de forma

irregular que não podem ser empilhados. Desta forma a estrutura fornece estabilidade para

permitir o empilhamento bruto até o limite permitido pelo edifício.

29. Utilizar espaço disponível sobre áreas de estocagem e estanteiras. Áreas de estocagem

com estantes ocupam somente cerca de dois metros a dois metros e meio da altura do edifício,

sendo que o resultante é inutilizado. Este espaço pode ser utilizado para:

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• erguer um mezanino e nele colocar seções de estantes;

• erguer um mezanino sobre toda a área de estanteiras e nele colocar outras operações;

• colocar seções distantes sobre múltiplos níveis.

30. Utilizar transporte contínuo sobre as áreas de trabalho para transportar material.

Fornecem um sistema flexível para transportar peças de formas irregulares que poderiam não

viajar bem em transportadoras de correia ou roletes.

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