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DANIEL ZANETTI GAINO REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS EM MÁQUI- NAS ATRAVÉS DE PLANEJAMENTO EM ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo Curso de Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrônica ORIENTADOR: Prof. Associado Diógenes Pereira Gonzaga São Carlos 2007

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DANIEL ZANETTI GAINO

REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS EM MÁQUI-NAS ATRAVÉS DE PLANEJAMENTO EM ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

à Escola de Engenharia de São Carlos, da

Universidade de São Paulo

Curso de Engenharia Elétrica com ênfase em

Eletrônica

ORIENTADOR: Prof. Associado Diógenes Pereira Gonzaga

São Carlos

2007

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RESUMO

Diante a competitividade do mercado global nas últimas décadas, o conceito de

manufatura enxuta foi incorporado no sistema de gestão de grande parte das indústrias.

Foram criadas ferramentas de atuação para as diversas formas de desperdícios. Dentro

dessas técnicas, observou-se a importância do planejamento da manutenção e

aplicabilidade de ferramentas, visto que falhas e quebras em máquinas afetam a

produtividade de forma direta.

A Manutenção Produtiva Total, usualmente chamada de TPM, do inglês Total

Productive Maintenance, pode ser um dos elementos de disseminação da cultura de

melhoria contínua, especialmente pelo efeito direto que exerce sobre a capacidade

produtiva, a produtividade, a qualidade, a pontualidade nas entregas, a segurança e a

motivação de toda a organização. Além disso, o TPM objetiva contar com a participação

de todos os funcionários da empresa.

Apesar da eficácia dessa prática da manutenção moderna, é impossível deixar de

destacar as práticas mais convencionais de manutenção, visto que a diversidade de

complexidade das avarias é muito alta. Entre essas práticas, estão as manutenções:

corretiva, preventiva e preditiva.

Além de desenvolver todas essas práticas, a Engenharia de Manutenção precisa

desempenhar ótimo papel em processos como: Gerenciamento de Peças de Reposição,

Desenvolvimento de Fornecedores, Compras, Controle de Custos, Gestão de Pessoas,

Aplicação e Desenvolvimento de Novas Tecnologias, Controle de Indicadores de

Desempenho e Gerenciamento da Informação.

Palavras Chave: Eficiência Global do Equipamento, Quebra, Falha, Manutenção

Produtiva Total.

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ABSTRACT

Before the competitiveness of the global market in the last decades, the concept of

lean manufacturing was incorporate in the system of administration of great part of the

industries. Tools of performance were created for the several forms of wastes. Inside of

these techniques, it was observed the importance of the planning of the maintenance and

applicability of tools, because fails and breaks in machines affect the productivity in a

direct way.

The Total Productive Maintenance, usually callel by TPM, it can be one of the

elements of spread of the culture of continuous improvement, especially for the direct

effect that it carries out about the productive capacity, the productivity, the quality, the

punctuality in the deliveries, the safety and the motivation of all the organization. Besides,

TPM aims at to count with all the employees' of the company participation.

In spite of the effectiveness of that practice of the modern maintenance, it is

impossible to leave of detaching the most conventional practices of maintenance, because

the diversity of complexity of the fails is very high. Among these practices, there are the

maintenances: corrective, preventive, predictive and detective.

Besides developing all those practices, the Engineering of Maintenance needs to

develop great part in processes as: Administration of Pieces of Replacement,

Development of Suppliers, Purchases, Control of Costs, Administration of People,

Application and Development of New Technologies, Control of Indicators of Acting and

Administration of the Information.

Key Words: Overall Equipment Effectiveness, Break, Fail, Total Productive Maintenance

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SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................ 1

ABSTRACT ............................................................................................................. 2

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... 5

LISTA DE SIGLAS .................................................................................................. 6

LISTA DE SIGLAS .................................................................................................. 6

1- INTRODUÇÃO ............................................................................................... 7

1.1- DESCRIÇÃO DO PROBLEMA ....................................................................... 7 1.2- OBJETIVO DO TRABALHO........................................................................... 8

2- LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO ............................................................. 9

2.1- FALHAS DE EQUIPAMENTOS....................................................................... 9 2.1.1- DEFINIÇÀO DE FALHA ..................................................................................... 9 2.1.2- CAUSAS DA FALHA ....................................................................................... 10 2.1.3- MODELO DE OCORRÊNCIA DAS FALHAS .......................................................... 10 2.1.4- ANÁLISE DAS FALHAS ................................................................................... 11

2.2- MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS............................................................ 13 2.2.1- INTRODUÇÃO .............................................................................................. 13 2.2.2- HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO ..................................................... 14

2.3- TIPOS DE MANUTENÇÃO.......................................................................... 15 2.3.1- MANUTENÇÃO CORRETIVA ............................................................................ 16 2.3.2- MANUTENÇÃO PREVENTIVA........................................................................... 16 2.3.3- MANUTENÇÃO PREDITIVA.............................................................................. 17 2.3.4- MELHORIA CONTÍNUA ................................................................................... 17

2.4- EFICIÊNCIA GLOBAL DO EQUIPAMENTO...................................................... 18 2.5- MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) .................................................... 19

2.5.1- Histórico do TPM ........................................................................................... 19 2.5.2- Características do TPM.................................................................................... 22 2.5.3- Resultados do TPM ........................................................................................ 23 2.5.4- Pilares do TPM.............................................................................................. 24

2.6- PERT / CPM (PROGRAM EVALUATION AND REVIEW TECHNIQUE / CRITICAL PATH METHOD)... 29 2.7- SAC DE MANUTENÇÃO ............................................................................ 32 2.8- GERENCIAMENTO DE PEÇAS DE REPOSIÇÃO .............................................. 32

3- METODOLOGIA E RESULTADOS .............................................................. 33

3.1- INDICADORES DE DESEMPENHO............................................................... 33 3.1.1- NÚMERO DE QUEBRAS E DOWNTIME............................................................... 33 3.1.2- VAZAMENTO DE ÓLEO HIDRÁULICO ................................................................ 34

3.2- PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES ............................................................. 35 3.3- GERENCIAMENTO DE PEÇAS DE REPOSIÇÃO .............................................. 37 3.4- TPM – MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL .................................................... 40

4- EVOLUÇÃO DOS INDICADORES............................................................... 50

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4.1- NÚMERO DE QUEBRAS............................................................................ 50 4.2- PERDA DE OEE POR MANUTENÇÃO ........................................................... 50

5- CONCLUSÃO............................................................................................... 52

6- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.................................................................. 53

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Modelos de Falha – Curva da Banheira. Fonte: [8]. .......................................... 11 Figura 2: Exemplo de lista de aspectos para análise das causas das falhas. Fonte: Adaptado de [8]. .............................................................................................................. 13 Figura 3: Evolução da Manutenção. Fonte: Adaptado de [6]............................................ 15 Figura 4: Fatores para determinação do OEE. Fonte: Adaptado de [9]............................ 19 Figura 5: As quatro gerações do TPM. Fonte: Adaptado de [8]........................................ 20 Figura 6: Histórico do TPM. Fonte: Adaptado de [5]. ....................................................... 21 Figura 7: Visão do TPM: perdas transformam-se em oportunidades de ganho. Fonte: Adaptado de [4]. .............................................................................................................. 23 Figura 8: Pilares do TPM. Fonte: Adaptado de [2]. .......................................................... 24 Figura 9: Etapas de implantação do pilar MA. Fonte: Adaptado de [5]. ............................ 25 Figura 10: Etapas de implantação do pilar MP. Fonte: Adaptado de [5]. .......................... 26 Figura 11: Etapas de implantação do pilar ET. Fonte: Adaptado de [5]............................ 27 Figura 12: Etapas de implantação do pilar CI. Fonte: Adaptado de [5]............................. 28 Figura 13: Etapas de implantação do pilar MQ. Fonte: Adaptado de [5]........................... 29 Figura 14: Ficha de Registro de Manutenção Corretiva. Fonte: Engenharia de Manutenção..................................................................................................................... 34 Figura 15: Planilha de Controle de Vazamento de Óleo (parcial). Fonte: Engenharia de Manutenção..................................................................................................................... 35 Figura 16: Diagrama de Gantt da Manutenção Planejada. Fonte: Engenharia de Manutenção..................................................................................................................... 37 Figura 17: Custo x Ocorrências (Válvulas). Fonte: Engenharia de Manutenção............... 37 Figura 18: Total Instalado x Reparos (Placas eletrônicas). Fonte: Engenharia de Manutenção..................................................................................................................... 38 Figura 19: Custo x Reparos (Placas Eletrônicas). Fonte: Engenharia de Manutenção..... 39 Figura 20: Fluxograma do processo de Melhoria Específica. Fonte: Engenharia de Manutenção..................................................................................................................... 41 Figura 21: Natureza das Falhas. Fonte: Engenharia de Manutenção............................... 42 Figura 22: Classificação das falhas (2006) - Análise percentual. Fonte: Histórico de O.S. de Manutenção da empresa em estudo. .......................................................................... 43 Figura 23: Perdas para cada Classificação de Falhas (2006). Fonte: Histórico de O.S. de Manutenção da empresa em estudo................................................................................ 44 Figura 24: Prioridade de eliminação de falhas crônicas. Fonte: Engenharia de Manutenção..................................................................................................................... 45 Figura 25: Relatório de Histórico de Falhas. Fonte: Engenharia de Manutenção. ............ 46 Figura 26: Gráfico de dispersão para uma ação implementada. Fonte: Engenharia de Manutenção..................................................................................................................... 48 Figura 27: Histórico de Falha após a implementação da melhoria. Fonte: Engenharia de Manutenção..................................................................................................................... 49 Figura 28: Número de Quebras (2007). Fonte: Engenharia de Manutenção. ................... 50 Figura 29: Perda OEE por Manutenção (2007). Fonte: Engenharia de Manutenção........ 51

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LISTA DE SIGLAS

TPM: Total Productive Maintenance, traduzido como Manutenção Produtiva Total.

OEE: Overall Equipment Effectiveness, traduzido como Eficiência Global do Equipamento.

5S’s: Seiri (organização), Seiton (arrumação), Seiso, (limpeza), Seiketsu (limpeza pessoal

ou padronização) e Shitsuke (disciplina).

MTBF: Mean Time Between Failures, traduzido como Tempo Médio entre Falhas.

MTTR: Mean Time to Repair, traduzido como Tempo Médio para Reparo.

Downtime: tempo de indisponibilidade do equipamento para um determinado período.

O.S.: Sigla para Ordem de Serviço. Formulário eletrônico de registro de ocorrência de

falha no equipamento.

Quebra: Toda falha com tempo superior a 20 minutos após a abertura da O.S.

Ajuste: Toda falha com tempo inferior a 20 minutos após a abertura da O.S.

PERT: Program Evaluation and Review Technique, traduzido como Técnica de Avaliação

e Revisão de Programa.

CPM: Critical Path Method, traduzido como Método do Caminho Crítico.

SAC: Sigla para Solicitação de Ação Corretiva. Método simplificado da 8D (8 Disciplinas),

a qual é amplamente utilizada pela Qualidade na empresa em estudo.

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1- INTRODUÇÃO

Historicamente a maioria das áreas uma empresa visualizavam a manutenção

como setor de conserto em máquinas, por mais que a origem do nome tenha o significado

de mantê-las em condições de funcionamento. Tal fato gerava, ou ainda gera, grande

descrédito das atividades de manutenção.

As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

área, causavam grande impacto na qualidade de serviços, cumprimento de prazos,

controle de custos e, obviamente, imagem do setor. Devido a isso, tínhamos equipes

desmotivadas por receberem inúmeras críticas sobre a execução de seus trabalhos.

Entretanto, a partir do fim da segunda guerra mundial as atividades de

manutenção começaram a ser tratadas de forma mais profissional. Apesar de os

americanos terem iniciado de forma lenta os estudos em manutenção, foram japoneses

os responsáveis por investir fortemente no estudo e desenvolvimento de técnicas na área

de Engenharia de Manutenção.

O TPM alinha e direciona as diferentes atividades já existentes na empresa para

um mesmo objetivo, otimizando a alocação de recursos para a “Eliminação / Redução das

Perdas”.

Para o TPM, as perdas transformam-se em oportunidades de ganhos. Desta

forma, cada pilar do TPM é uma ferramenta de combate às perdas. A grande dificuldade

está em selecionar e utilizar a ferramenta de maneira adequada, obtendo ganhos através

da eliminação de perdas.

1.1- DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

A empresa de implementação do trabalho produz peças de transmissões para

carros que são fornecidas para uma montadora de automóveis. Cada kit é composto por

oito tipos de engrenagens (1ª velocidade, 2ª velocidade, 3ª velocidade, 4ª velocidade, 5ª

velocidade, 5ª velocidade do carretel, ré e diferencial), três conjuntos sincronizadores

(1ª/2ª velocidade, 3ª/4ª velocidade e 5ª velocidade) e dois eixos (principal e carretel). O

processo de fabricação de cada peça do kit é dividido em três partes (Usinagem Verde,

Tratamento Térmico e Usinagem Acabamento). Em suma, as etapas de fabricação são

fracionadas em algumas operações, possuindo na planta uma máquina para cada

operação (175 máquinas no total).

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A projeção de crescimento no mercado de revendas de automóveis no país para o

ano de 2007, alavancou a demanda de kits de transmissões solicitadas pela GM. Assim

sendo, há a necessidade de aumentar a produção de 565.000 kits/ano para 600.000

kits/ano.

Devido ao aquecimento do mercado consumidor, alto número de quebras em

máquinas e indesejáveis perdas de O.E.E., observaram-se as necessidades de

elaboração de um projeto para eliminar perdas de produtividade e atender as

necessidades do cliente em prazos e quantidades acordadas em contrato.

A reestruturação do TPM e a modernização da mentalidade e das atividades da

manutenção serão essenciais para atingir o cenário descrito acima.

1.2- OBJETIVO DO TRABALHO

O objetivo desse projeto é redução do número de quebras em máquinas e

diminuição de perdas de O.E.E. (Overall Equipment Effectiveness - Índice Global de

Eficácia dos Equipamentos) em uma empresa que produz peças para transmissões de

automóveis carros através de planejamento em Engenharia de Manutenção.

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2- LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

Nesta seção serão abordados os principais conceitos envolvidos neste trabalho.

2.1- FALHAS DE EQUIPAMENTOS

2.1.1- DEFINIÇÀO DE FALHA

A falha de um equipamento é a situação na qual este se torna incapaz, total ou

parcialmente, de desempenhar uma ou mais funções para qual foi projetado e construído.

As interrupções da função do equipamento também podem ser definidas como

mau funcionamento ou avarias e classificadas conforme mostrado a seguir:

i) Avarias abruptas

� fatais : mais de três horas de duração

� de longa duração : mais de uma hora

� gerais: de cinco a dez minutos

� menores: menos de cinco minutos

ii) Avarias por deterioração: inicialmente não levam à parada, mas ao longo do

tempo comprometem a função do equipamento.

� por deterioração funcional

� por deterioração da qualidade

A classificação de avarias por deterioração equivale ao conceito de falha potencial

ou anomalia, no qual se considera que muitas das falhas não acontecem abruptamente.

Pelo contrário elas se desenvolvem ao longo do tempo e apresentam dois períodos

distintos: o período entre a condição normal até o primeiro sinal da falha e um segundo

período que vai do surgimento do primeiro sinal até a perda total ou parcial da função do

equipamento. Um exemplo desse conceito é o surgimento de uma trinca em um

equipamento qualquer que inicialmente não afete seu funcionamento, mas que irá se

propagar com o uso, levando a perda total ou parcial da função do referido equipamento.

O entendimento dos conceitos de avarias abruptas ou por deterioração e do

conceito de falha potencial ou anomalia é de grande importância no auxilio da definição

das ações para detecção, correção e prevenção das avarias. [8]

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2.1.2- CAUSAS DA FALHA

As causas das falhas são diversas e podem se apresentar isolada ou

simultaneamente. Essas causas podem ser agrupadas em três grandes categorias:

� Falta e resistência: proveniente de uma deficiência de projeto,

especificação inadequada do material, deficiência na fabricação ou

montagem;

� Uso inadequado: exposição do equipamento a esforços e condições de

uso acima da resistência especificada em projeto;

� Manutenção inadequada: inadequação ou ausência de ações de

manutenção para evitar a deterioração.

Resumindo, as falhas acontecem geralmente por fatores tais como: erros de

fabricação, de montagem, de operação ou de manutenção, lubrificação ou refrigeração

inadequada, sujeira, objetos estranhos, folgas, vazamentos, deformações, trincas,

condições ambientais desfavoráveis, vibração, oscilação de pressão, de temperatura e de

tensão, torque incorreto, oxidação, corrosão, obstrução de dutos e também por colisões.

[8]

2.1.3- MODELO DE OCORRÊNCIA DAS FALHAS

Pelos conceitos da Engenharia de Confiabilidade, as freqüências de ocorrência

das falhas em um equipamento podem ser classificadas em decrescente, constante ou

aleatória e crescente, e estão em geral associadas ao estágio do ciclo de vida do

equipamento.

As falhas de freqüência decrescente são associadas ao início da vida do

equipamento e normalmente são causadas por problemas de projeto, de fabricação e de

instalação ou erro na operação por falta de treinamento inicial. Esse período de vida do

equipamento em que as falhas são decrescentes e prematuras é denominado período de

mortalidade infantil ou vida inicial.

As falhas de freqüência constante ou aleatória são associadas ao que se costuma

denominar vida normal ou fase de estabilidade do equipamento. Em geral a freqüência

dessas falhas é menor quando comparada às falhas de freqüência crescente ou

decrescente e estão associadas à aplicação de esforços acidentais, erros de manutenção

e operação e que não tendem a variar à medida que o equipamento envelhece.

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As falhas de freqüência crescente são associadas ao período de instabilidade

inerente ao fim da vida útil do equipamento onde o mesmo entra em degeneração por

fadiga e desgaste. [8]

A Figura 1, costumeiramente denominada Curva da Banheira devido a sua forma,

mostra a combinação dos três períodos de freqüência das falhas.

2.1.4- ANÁLISE DAS FALHAS

Medidas como limpeza e inspeção dos equipamentos, conhecimento e obediência

das condições de uso previstas em projeto, recuperação das degenerações, correções

das deficiências provenientes do projeto ou fabricação e maior capacitação técnica dos

usuários e mantenedores são ações básicas para a eliminação das falhas e não podem

ser negligenciadas. Porém tão importante quanto as ações para eliminação das falhas

ocorridas, é o estudo detalhado de suas causas e a utilização dos resultados desse

estudo como uma ferramenta poderosa para evitar sua re-ocorrência.

Figura 1: Modelos de Falha – Curva da Banheira. Fonte: [8].

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O ato de reunir-se no local da falha para sua análise imediata é chamado pelos

japoneses de Princípio dos Três Gens que significam ir ao local da ocorrência (Genba),

observar o equipamento (Genbutsu) e o fenômeno (Genjitsu). Nessa reunião para análise

da causa raiz da falha, devem estar presentes a Manutenção, Engenharia, Produção e

quaisquer outras pessoas que possam contribuir para a análise. [8]

Para facilitar e sistematizar a investigação da causa raiz da falha, pode-se adotar

uma lista de verificação conforme mostrado na Figura 2.

Principais aspectos a serem observados na busca das causas fundamentais das falhas Aspectos Conteúdo da observação

Padronização da Manutenção

� Existem padrões de inspeção? A periodicidade das inspeções e seus critérios de julgamento (valores-padrão) estão definidos?

� Existem padrões de reforma dos equipamentos? A periodicidade das reformas está definida?

� Existem padrões de troca de peças? A periodicidade de troca e seus critérios de julgamento estão definidos?

� Existem procedimentos de inspeção, reforma e troca de peças (manuais de manutenção)?

� Existem meios para registrar os resultados reais das inspeções, reformas e troca de peças?

Cumprimento dos padrões de manutenção

� As inspeções, regulagens e troca de peças dos equipamentos estão sendo feitas com base nos padrões e de acordo com a periodicidade estabelecida?

� As inspeções, regulagens e troca de peças dos equipamentos estão sendo feitas com base nos procedimentos (manuais de manutenção)?

� Os resultados reais das inspeções, regulagens e troca de peças estão sendo registrados?

Condições de operação do equipamento

� Existem procedimentos padrão para operar os equipamentos (manuais de operação)?

� Os equipamentos estão sendo operados de acordo com os procedimentos padrão?

Ambiente de operação dos equipamentos

� O ambiente de operação do equipamento é favorável? � Observar o ambiente de operação dos equipamentos quanto a presença de

poeira, água, óleo, eletricidade estática e agentes corrosivos e quanto as condições desfavoráveis de temperatura, umidade e vibração.

Evidência das peças

danificadas

� As especificações dos equipamentos estão disponíveis? Verificar se existe erros de projeto e de fabricação de peças quanto a resistência dos materiais, tipos de materiais utilizados e dimensionamento. Introduzir melhorias.

� Houve erro de operação ou sobrecarga do equipamento, ultrapassando sua capacidade? Revisar os procedimentos padrão de operação. Respeitar a capacidade do equipamento e introduzir melhorias para atender a necessidade de produção quanto ao volume, velocidade e carga.

� Houve erro de manutenção durante a inspeção, regulagem e troca de peças dos equipamentos? Revisar padrões de manutenção.

Outros

� Houve erro na compra de peças de reposição (peças fora de especificação)? � As condições de manuseio e armazenamento das peças de reposição são

desfavoráveis? � Existem padrões de inspeção de recebimento de peças de reposição? � Houve erro durante a inspeção de recebimento das peças de reposição? � O conhecimento e habilidade do pessoal de manutenção e produção são

suficientes? � As condições de trabalho do pessoal de manutenção e produção são adequadas?

Verificar se o ambiente de trabalho contribui para erros de manutenção e

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operação. � Todas as ferramentas e instrumentos necessários à manutenção e à produção

estão disponíveis e calibrados? � Verificar a existência e as condições dos dispositivos de segurança dos

equipamentos.

Figura 2: Exemplo de lista de aspectos para análise das causas das falhas. Fonte:

Adaptado de [8].

Outra maneira simples, rápida e eficaz de se avaliar com profundidade a causa de

uma falha é o Método dos Cinco Porquês criado por Taiichi Ohno e que tem servido como

base para a prática e evolução do Sistema de Produção Toyota. Nesse método após a

ocorrência da falha, o pessoal de Manutenção em conjunto com Engenharia e com o

usuário do equipamento, inicia uma série de questionamentos sobre o porque da falha ter

ocorrido. Em geral até o quinto questionamento seqüencial efetuado pelo grupo, já se

pode identificar a causa raiz da falha. [8]

Uma vez analisadas as causas das falhas, seja pelos métodos aqui apresentados

ou por quaisquer outros tidos como mais adequados pelas empresas, para que realmente

as falhas sejam erradicadas deve-se estabelecer um plano que contenha contramedidas

para as causas das falhas, as justificativas para cada contramedida, os responsáveis e

áreas, além da data prevista e os recursos necessários para a sua implementação. A

essa metodologia dá-se o nome de Plano de Ação 5W2H onde o W e H provém dos

termos em inglês What, Why, Who, Where, When, How e How Much cujas traduções são

respectivamente O que, Por que, Quem, Onde, Quando, Como e Quanto Custa. Adaptado

de [8].

2.2- MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS

2.2.1- INTRODUÇÃO

As empresas de classe mundial são aquelas que buscam a excelência nos

serviços e produtos de sua competência. Para obter esta excelência, as empresas estão

sempre atrás de inovações e procuram estar sempre atualizadas na aplicação da

tecnologia no seu processo produtivo e, principalmente, na gestão do seu maior

patrimônio, que são seus colaboradores. Estas indústrias ainda buscam, nos

departamentos de manutenção, os resultados positivos de desempenho do seu sistema

produtivo para garantir ganhos em produtividade (redução da perda de O.E.E.),

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disponibilidade (redução de quebras em máquinas) e qualidade, simultaneamente a uma

redução de custos de manutenção. Desta forma, a engenharia de manutenção passa a

ser considerada como uma função estratégica que agrega valor ao produto. Adaptado de

[1].

2.2.2- HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO

A evolução da Manutenção pode ser representada e dividida em 3 gerações:

� A Primeira Geração A Primeira Geração abrange o período antes da Segunda Guerra Mundial, quando

a indústria era pouco mecanizada, os equipamentos eram simples e, na sua grande

maioria, superdimensionados.

Aliado a tudo isto, devido à conjuntura econômica da época, a questão da

produtividade não era prioritária. Consequentemente, não era necessária uma

manutenção sistematizada; apenas os serviços de limpeza, lubrificação e reparo após

quebra, ou seja, a manutenção era, fundamentalmente, corretiva. [6]

� A Segunda Geração Esta geração vai desde a Segunda Guerra Mundial até os anos 60. As pressões

do período da guerra aumentaram a demanda por todo tipo de produtos, ao mesmo

tempo em que o contingente de mão-de-obra industrial diminui sensivelmente. Como

conseqüência, neste período houve forte aumento de mecanização, bem como da

complexidade das instalações industriais.

Começa a evidenciar-se a necessidade de maior disponibilidade, bem como maior

confiabilidade, tudo isso na busca de maior produtividade; a indústria estava bastante

dependente do bom funcionamento das máquinas. Isto levou à idéia de que falhas dos

equipamentos poderiam e deviriam ser evitadas, o que resultou no conceito de

manutenção preventiva. [6]

� A Terceira Geração A partir da década de 70 acelerou-se o processo de mudança nas indústrias. A

paralisação da produção, que sempre diminui a capacidade de produção aumentou os

custos e afetou a qualidade dos produtos, era uma preocupação generalizada. Na

manufatura, os efeitos dos períodos de paralisação foram se agravando pela tendência de

utilizar sistemas “just-in-time”, onde estoques reduzidos para produção em andamento

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significavam que pequenas pausas na produção/entrega naquele momento poderiam

paralisar a fábrica.

O aumento da utilização da automação significa que falhas cada vez mais

freqüentes afetam a capacidade de manter padrões de qualidade estabelecidos. Isso se

aplica tanto aos padrões de serviços quanto à qualidade do produto.

Na Terceira Geração, reforçou-se o conceito de manutenção preditiva. Adaptado

de [6].

A Figura 3 representa um resumo da evolução da Manutenção.

Primeira Geração Segunda Geração Terceira Geração

Antes de 1940 1940 - 1970 Após 1970

AUMENTO DA EXPECTATIVA EM RELAÇÃO À MANUTENÇÃO

� Conserto após a falha. � Disponibilidade crescente

� Maior vida útil do

equipamento

� Maior disponibilidade e

confiabilidade

� Melhor custo-benefício

� Melhor qualidade dos

produtos

� Preservação do meio

ambiente

MUDANÇAS NAS TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO

� Conserto após Falha � Computadores grandes e

lentos

� Sistemas manuais de

planejamento e controle do

trabalho

� Monitoração por tempo

� Monitoração por condição

� Projetos voltados para

confiabilidade e

manutenibilidade

� Análise de Risco

� Computadores pequenos e

rápidos

� Softwares potentes

� Análise de modos de efeito

e falha (FMEA)

� Grupos de trabalhos

multidisciplinares

Figura 3: Evolução da Manutenção. Fonte: Adaptado de [6]

2.3- TIPOS DE MANUTENÇÃO

Page 17: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

16

2.3.1- MANUTENÇÃO CORRETIVA

É a atuação para a correção da falha ou do desempenho menor do que o

esperado. Ocasiona a paralisação do processo produtivo. Devido a isso, é bastante

onerosa no ponto de vista econômico, em virtude da quebra de produção e do lucro

cessante. Para as indústrias modernas, tal manutenção não é a mais adequada, pois não

possibilita segurança para o cumprimento de prazos num plano de produção. Ela pode ser

subdividida em:

- Manutenção corretiva não planejada: é a correção da falha de maneira aleatória. A

manutenção ocorre no fato já ocorrido ou no momento seguinte à identificação do defeito.

Implica na paralisação do processo, perdas de produção, perdas de qualidade e elevação

de custos indiretos de produção. A manutenção objetiva colocar o equipamento nas

condições de voltar a exercer sua função. [6]

- Manutenção corretiva planejada: é a correção do desempenho menor do que o

esperado ou da falha, por decisão gerencial. A manutenção é efetuada em um período

programado, com intervenção e acompanhamento do equipamento, desde que o defeito

não implique necessariamente na ocorrência de uma falha. Caso a decisão seja deixar o

equipamento funcionando até quebrar, recomenda-se compartilhar com outros defeitos já

relatados e tomar ação preventiva e naturalmente econômica. O planejamento é

fundamental e deve considerar fatores diversos para o não comprometimento do processo

produtivo. [6].

2.3.2- MANUTENÇÃO PREVENTIVA

A Manutenção Preventiva é implementada através de inspeções periódicas no

equipamento, antes que o mesmo sofra uma avaria. O objetivo desta periodicidade da

manutenção preventiva é proporcionar um planejamento da manutenção, prolongando a

vida útil do equipamento.

A manutenção preventiva transforma a manutenção reativa (manutenção corretiva)

em manutenção pro ativa. Esta mudança ocasiona redução nos custos de manutenção e

ganho de eficiência dos equipamentos, uma vez que estes tendem a parar somente em

momentos programados, evitando paradas inesperadas. Adaptado de [1]

Page 18: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

17

As vantagens do uso da manutenção preventiva são a diminuição da probabilidade

da falha e o aumento do ciclo de vida do equipamento. A desvantagem é que

frequentemente deve-se parar o equipamento, para realizar manutenção. Fonte [12]

2.3.3- MANUTENÇÃO PREDITIVA

A manutenção preditiva consiste no monitoramento das condições de operação do

equipamento para detectar sinais de desgaste que possam preceder falhas. O objetivo do

programa de manutenção preditiva é realizar um acompanhamento e mapeamento do

desgaste dos equipamentos, intervindo antes que o mesmo falhe.

A manutenção preditiva muito provavelmente teve sua origem quando um

mecânico utilizou a audição para pronunciar que o ruído proveniente do equipamento era

anormal. Nos dias atuais, existem muitas tecnologias para monitorar os equipamentos e

predizer a falha. Entretanto são necessários o conhecimento e a experiência das pessoas

para utilização correta de todas as ferramentas tecnológicas. [1]

Algumas formas de manutenção preditiva são:

� Análise de vibração (detecção de folgas e desbalanceamentos em partes dos

equipamentos);

� Termografia (detecção de anomalias térmicas em partes dos equipamentos);

� Ferrografia (verificação do nível de contaminação do óleo).

2.3.4- MELHORIA CONTÍNUA

A “melhoria contínua” implica na realização de melhorias nos produtos, processos,

ou serviços com os objetivos de reduzir tempo de produção, melhorar a funcionalidade do

local de trabalho, melhorar o atendimento a clientes, ou desempenho de um produto.

Para que ocorram mudanças frequentemente e o local de trabalho se torne mais

dinâmico é necessário que a melhoria contínua foque na melhoria interna das

capacidades e aptidões das pessoas. Deve-se considerar de que maneira elas vão causar

algum impacto nos clientes e como ele ajudará a empresa a diferenciar-se da

concorrência. [1]

As melhores formas de praticar a melhoria contínua são o benchmarking e a

política de premiações por melhorias no processo.

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18

O benchmarking utiliza como padrão de referência melhorias realizadas em outras

empresas e que tiveram bons resultados. Adaptado de [1]

A política de premiações por melhorias no processo estimula os operadores,

manuntentores e outros colaboradores a identificar oportunidades de melhorias em

precessos e atuar na implementação de soluções, visto que estes que estão em contato

diariamente com o equipamento. Sendo assim, torna-se muito mais fácil para eles

saberem o que há de anomalia no equipamento.

2.4- EFICIÊNCIA GLOBAL DO EQUIPAMENTO

Overall Equipmente Efectivess é a eficácia global do equipamento. A eficácia de

uma máquina ou o desempenho realizado depende do tempo de produção, velocidade e

qualidade. Estes três elementos definem o Overall Equipment Effectiveness (OEE). O

segredo está na identificação precisa do tempo em falha, de gargalos, de perdas de

velocidade, de anormalidades e produtos fora de especificações.

Medindo e registrando o indicador OEE, a equipe de produção diariamente terá

um feedback do desempenho atual e é capaz de tomar ações adequadas. Mesmo um

pequeno incremento do OEE pode resultar num aumento significante da produtividade.

Então medir a eficácia do equipamento de maneira estruturada é muito importante. [7]

As perdas abordadas pelo título do projeto, afetam diretamente a eficiência dos

equipamentos ou dos sistemas de produção por meio de três fatores principais que são a

Disponibilidade do Equipamento, a Performance Operacional e a Qualidade dos produtos.

Conforme mostrado na Figura 4, a multiplicação desses três fatores na forma

percentual determina o índice de Eficiência Global do Equipamento (OEE).

Page 20: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

19

Figura 4: Fatores para determinação do OEE. Fonte: Adaptado de [9]

2.5- MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)

2.5.1- Histórico do TPM

Com o final da Segunda Guerra mundial, as empresas japonesas obrigadas pela

necessidade urgente e por metas governamentais agressivas de reconstrução do país,

tornaram-se fiéis seguidoras das técnicas americanas de gestão e de produção. A partir

de 1950 deixaram de utilizar somente a política de Manutenção Corretiva de Emergência

e deram início a implementação dos conceitos de Manutenção Preventiva baseada no

tempo, aos quais se agregaram posteriormente os conceitos de Manutenção do Sistema

de Produção, de Manutenção Corretiva de Melhorias, de Prevenção da Manutenção e de

Manutenção Produtiva que buscavam a maximização da capacidade produtiva dos

equipamentos [8].

Até 1970, a aplicação desses conceitos era basicamente uma atribuição do

departamento de Manutenção e não vinha atendendo de maneira efetiva aos objetivos de

ZERO Quebra e ZERO Defeito da indústria japonesa [8].

Em 1971, o envolvimento de todos os níveis da organização, o apoio da alta

gerência e as atividades de pequenos grupos de operadores originaram a Manutenção

Produtiva Total, mais conhecido como TPM (Total Productive Maintenance), aplicado pela

primeira vez pela empresa Nippon Denso Co. Ltd., um dos principais fornecedores

japoneses de componentes elétricos para a Toyota Car Company, sob a liderança do

Instituto Japonês de Engenharia de Planta (JIPE - Japanese Institute of Plant

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20

Engineering) na figura de Seiichi Nakajima. O JIPE foi o precursor do Instituto Japonês de

Manutenção de Plantas (JIPM - Japanese Institute of Plant Maintenance), o órgão máximo

de disseminação do TPM no mundo [8].

Na década de 80 iniciou-se a incorporação de técnicas de manutenção preditiva,

marcando assim o início da manutenção baseada na condição e não mais no tempo de

uso do equipamento.

Desde seu nascimento em 1971, o TPM segue uma evolução constante que pode

ser dividida em quatro gerações:

1ª Geração 1970

2ª Geração 1980

3ª Geração 1990

4ª Geração 2000

Est

raté

gia

Máxima eficiência dos equipamentos Produção e TPM Gestão e TPM

Foco

Equipamento Sistema de Produção Sistema geral da

companhia

Per

das

Perda por falha Seis principais perdas no equipamento: • Quebra ou falha • Preparação e ajuste • Operação em vazio e pequenas paradas • Velocidade reduzida • Defeitos no processo • Início de produção

Dezesseis perdas (equipamentos, fatores humanos e recursos na produção): • Quebra ou falha • Instalação e ajuste • Mudanças de dispositivos de controle e ferramentas • Início de produção • Pequenas paradas e inatividade • Velocidade reduzida • Defeitos e retrabalhos • Tempo ocioso • Falha na administração • Mobilidade pessoal • Organização da linha • Logística • Medições e ajustes • Falha e troca de matrizes • Ferramentas e gabaritos • Falha de energia e perda de tecnologia

Vinte perdas (processos, inventário, distribuição e compras)

Nota: Segundo IM&C International há empresas com até 32 perdas.

Figura 5: As quatro gerações do TPM. Fonte: Adaptado de [8].

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21

Figura 6: Histórico do TPM. Fonte: Adaptado de [5].

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22

2.5.2- Características do TPM

As principais metas do TPM são:

• Identifica e elimina as perdas e maximiza a utilização dos ativos garantindo a

geração de produtos de alta qualidade a custos competitivos;

• Reeduca as pessoas para a prevenção e a melhoria contínua, aumentando a

confiabilidade do equipamento e a capacidade dos processos, sem investimentos

adicionais;

• Atua também na cadeia de suprimentos, reduzindo o tempo de resposta e, assim,

satisfazendo os clientes e fortalecendo a posição da empresa no mercado.

Em outras palavras, pode-se dizer que o TPM otimiza a utilização dos ativos

industriais 4M+1T (Men, Machine, Material, Method, Time) através de:

• Eliminação de perdas;

• Restauração das condições de uso;

• Mudança de cultura e comportamento;

• Capacitação técnica;

• Maior eficiência administrativa;

• Busca dos 3 ZEROS (Quebras, Falhas e Acidentes/Riscos Ambientais);

• Facilita a manutenção dos equipamentos;

• Minimização das ineficiências em novos equipamentos, processos e produtos;

• Gera ambiente de trabalho saudável, limpo, organizado e seguro.

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23

Figura 7: Visão do TPM: perdas transformam-se em oportunidades de ganho. Fonte:

Adaptado de [4].

2.5.3- Resultados do TPM

Segundo IM&C International, os resultados esperados com a implementação do

TPM são:

• +50-100% no aumento da produtividade;

• +50% no OEE;

• +100% na motivação e participação;

• -40% nos defeitos de processo;

• -75% na reclamação dos clientes;

• -40% no custo de produção;

• -90% no número de quebras e falhas;

• -50% no material e inventário;

• ZERO Não Conformidade em Segurança, Higiene e Meio Ambiente.

Além disso, outros resultados não mensuráveis são obtidos com a implantação do

TPM:

• Novos hábitos nas pessoas alterando suas atitudes de retro-ativas para pró-ativas;

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• Autoconfiança em desenvolver atividades que buscam ZERO Quebra, ZERO

Defeito e ZERO Acidente;

• Satisfação no trabalho em local limpo, seguro e organizado;

• Capacidade de trabalho em equipe;

• Orgulho em receber visitantes que podem se tornar futuros clientes;

• Fácil comunicação para expor suas idéias ou dificuldades relativas às atividades;

• Familiarização com método de identificação do problema (fenômeno) e suas

causas.

2.5.4- Pilares do TPM

O TPM é constituído por 8 pilares:

Figura 8: Pilares do TPM. Fonte: Adaptado de [2].

A seguir uma breve descrição sobre cada pilar será feita.

MA – Manutenção autônoma:

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25

Este pilar objetiva capacitar o operador na realização da gestão autônoma de sua

máquina. Assim, há uma grande mudança na visão do operador sobre suas atividades e

responsabilidades.

O operador passa a ter domínio sobre os equipamentos, podendo tanto prever

sinais de defeitos e sinais de falhas, quanto tomar providências necessárias para evitar

que esses fatores embrionários se desenvolvam e se transformem em problemas graves

[5]. Enfim, o operador passa a ser o responsável por manter sob controle as condições

normais de operação do equipamento.

A nova concepção da função do operador pode ser resumida pela frase:

“Da minha máquina cuido eu!”.

A implantação da MA pode ser realizada em 7 etapas:

ETAPAS

1 Limpeza inicial

2 Eliminação das fontes de sujeira e locais de

difícil acesso

3 Padrão provisório

4 Inspeção geral

5 Inspeção autônoma

6 Sistematização da MA ETAPAS D

E IM

PLANTAÇÃO

M

ANUTENÇÃO

AUTÔ

NO

MA

7 Gerenciamento autônomo

Figura 9: Etapas de implantação do pilar MA. Fonte: Adaptado de [5].

ME – Melhoria específica:

Este pilar objetiva maximizar a eficiência do sistema produtivo através do

desenvolvimento de melhorias para eliminar as perdas em toda empresa. Para isso, cinco

atividades principais sintetizam a atuação deste pilar:

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26

• Conhecer as Grandes Perdas;

• Elaborar a Árvore de Perdas;

• Promover o domínio da metodologia para eliminação das Grandes Perdas

através de Grupos de Melhoria;

• Eliminar as perdas priorizando as de maior impacto financeiro e contabilizar as

melhorias implantadas;

• Fazer o registro de informação que irá abastecer o banco de registros para o

pilar Controle Inicial

MP – Manutenção Planejada:

Este pilar objetiva desenvolver uma Engenharia de Manutenção especializada a

fim de manter a confiabilidade do equipamento, sempre com o intuito de obter ZERO

Quebra com custos menores. Em outras palavras, objetiva aumentar a eficiência global do

equipamento (OEE) através do aumento da disponibilidade operacional – confiabilidade

(MTBF) e mantenabilidade (MTTR).

Uma visão macro da implantação da MP está a seguir:

ETAPAS

1 Avaliação do equipamento e levantamento

da situação atual

2 Restauração das deteriorações e melhorias

dos pontos deficientes

3 Estruturação do controle de informações e de

dados

4 Estruturação da Manutenção Periódica

(tempo)

5 Estruturação da Manutenção Preditiva

(condições)

ETAPAS D

E IM

PLANTAÇÃO

M

ANUTENÇÃO

PLANEJA

DA

6 Avaliação da Manutenção Planejada

Figura 10: Etapas de implantação do pilar MP. Fonte: Adaptado de [5].

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27

ET – Educação e Treinamento:

O principal objetivo deste pilar é o desenvolvimento de pessoal a fim de formar

equipes competentes capazes de atender as necessidades crescentes da empresa. Os

treinamentos, sempre que possível, deverão ser realizados no local de trabalho (on the

job) e o auto-desenvolvimento deve ser incentivado.

No TPM os supervisores, chefes e gerentes têm a responsabilidade de orientar

seu próprio time de trabalho, dedicando parte considerável de seus recursos para

desenvolver pessoal competente e motivado [2].

Desenvolver as capacidades das pessoas não apenas ajuda no resultado da

empresa, mas também aumenta o entusiasmo e o orgulho pelo trabalho realizado [5].

A implantação deste pilar pode ser realizada em 6 etapas:

ETAPAS

1 Política e diretrizes

2 Programa de desenvolvimento (manutenção

e operação)

3 Treinamento em habilidades de operação e

manutenção

4 Plano de desenvolvimento de habilidades

5 Programa de auto-desenvolvimento

ETAPAS D

E IM

PLANTAÇÃO

EDUCAÇÃO

E T

REIN

AM

ENTO

6 Avaliação e planejamento do futuro

Figura 11: Etapas de implantação do pilar ET. Fonte: Adaptado de [5].

CI – Controle Inicial:

Esta pilar (também conhecido como Gestão Antecipada) objetiva reduzir o

tempo de projeto, start up de equipamentos assim como reduzir o tempo de introdução de

produtos e processos.

Page 29: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

28

ETAPAS

1 Exame e análise do estado atual

2 Estabelecimento do sistema de Controle

Inicial

3 Depurar e educar nos novos sistemas ETAPAS DE

IMPLANTAÇÃO

CONTROLE INIC

IAL

4 Utilização total e fixação do novo

sistema

Figura 12: Etapas de implantação do pilar CI. Fonte: Adaptado de [5].

MQ – Manutenção da Qualidade:

Este pilar objetiva a realização sistemática de atividades nos equipamentos

para garantir as condições que não produzam defeitos de qualidade (ZERO Defeito).

Assim verificações periódicas das condições do equipamento são realizadas a fim de

verificar se os valores medidos estão dentro dos limites estabelecidos.

A análise de tendências é usada de forma a antecipar possíveis problemas.

ETAPAS

1 Preparar a matriz QA

2 Preparar a tabela de análise das condições

INPUTS – produção

3 Preparar quadro do problema

4 Avaliar a gravidade dos problemas (FMEA 1)

5 Usar a análise PM para descobrir as causas

dos problemas

6 Avaliar o efeito das ações propostas (FMEA 2)

7 Implantar as melhorias

8 Revisar as condições INPUTS – produção

ETAPAS D

E IM

PLANTAÇÃO

M

ANUTENÇÃO

DA Q

UALID

ADE

9 Definir os pontos de verificação

Page 30: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

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10 Preparar tabela de controle de componentes de qualidade e assegurar a qualidade através das

condições de controle

Figura 13: Etapas de implantação do pilar MQ. Fonte: Adaptado de [5].

SHE – Segurança, higiene e meio ambiente:

Este pilar tem como meta desenvolver uma área de trabalho saudável e limpa para

os colaboradores. As buscas contínuas pelo ZERO Acidente e o ZERO Impacto Ambiental

resumem os objetivos.

ADM – Áreas administrativas:

Este pilar parte do pressuposto de que o escritório é uma fábrica de

processamento de informações, uma vez que as informações são recolhidas,

processadas e fornecidas. Portanto, conforme a visão do TPM, as perdas devem ser

identificadas e eliminadas, tornando-se oportunidades de ganhos. As principais perdas

identificadas estão relacionadas à perda de tempo, perda de qualidade e perda de

material.

Portanto, a otimização dos processos administrativos, a redução das perdas

administrativas e o processamento de informações de maneira rápida, com qualidade e

confiabilidade correspondem aos objetivos deste pilar.

2.6- PERT / CPM (Program Evaluation and Review Technique / Critical Path

Method)

Estas técnicas foram independentemente desenvolvidas para o Planejamento e

Controle de Projetos em torno de 1950.

PERT e CPM utilizam principalmente os conceitos de Redes (grafos) para planejar

e visualizar a coordenação das atividades do projeto [10].

O diagrama de rede pode ser construído de duas formas:

1. As atividades são representadas pelos arcos enquanto que os nós separam as

atividades de suas atividades precedentes (AoA – Activity on Arrow).

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2. As atividades são representadas pelos nós e os nós representam as relações

de precedência (AoN – Activity on Node).

A segunda forma normalmente é mais simples de ser construída por ser mais

intuitiva.

O diagrama de rede deve ser realizado da seguinte forma:

1. Elaboração da lista de atividades;

2. Identificação das relações de precedência entre as atividades;

3. Definição do tempo de execução para cada atividade;

4. Construção do diagrama de rede considerando a lista de atividades e as

relações de precedência (a forma do diagrama deverá ser definida - AoA ou

AoN).

Construído o digrama de rede, pode-se encontrar o Caminho Crítico do projeto.

Note que a rede é composta por diferentes seqüências de atividades (ou caminhos) e o

caminho crítico é definido como sendo a seqüência de atividades de maior duração.

Observe que é possível ter mais de um caminho crítico, desde que eles possuam a

mesma duração.

Portanto, além de se identificar o caminho crítico do projeto, pode-se identificar

quais as atividades particularmente importantes.

As atividades sobre o caminho crítico são denominadas Atividades Críticas ou

Atividades Gargalos. Para estas ações, qualquer atraso implicará no atraso do projeto, ou

seja, a folga é igual a zero. Para as demais atividades, o atraso não implicará

necessariamente no prazo do projeto (pode-se calcular as folgas existentes para cada

atividade não pertencente ao caminho crítico).

Os gráficos de Gantt são a forma mais simples de mostrar o plano do projeto

global, porque eles têm um excelente impacto visual e são fáceis de entender.

Uma vez criado o digrama de rede, pode-se utilizar a técnica PERT. Esta técnica

teve sua origem em planejamento e controle de grandes programas de defesa da Marinha

americana. A técnica reconhece que as durações das atividades e os custos em

gerenciamento de projeto não são determinísticos (fixos) e que a teoria da probabilidade

pode ser aplicada para fazer estimativas [11].

Neste tipo de rede, a duração de cada atividade é estimada da seguinte forma:

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31

6

)Pr4( simistaDuraçãoPesovávelsDuraçãoMaimistaDuraçãoOti +×+=µ

A variância da distribuição pode ser calculada da seguinte forma:

2

2

6

−=

mistaDuraçãoOtisimistaDuraçãoPesσ

Ou seja, a técnica PERT considera um modelo de incertezas sobre a duração de

cada atividade. Desta forma, a duração de cada atividade é tratada como uma variável

randômica com alguma distribuição de probabilidade (normalmente uma distribuição

Beta).

A principal vantagem de se calcular a variância das durações das atividades está

na possibilidade de um caminho não crítico se tornar o caminho crítico quando

considerarmos não apenas a sua duração total, mas também a variância envolvida na

atividade.

Considerando que o Caminho Crítico Médio é o caminho através da rede que

deveria ser o Caminho Crítico se a duração de cada atividade fosse a duração média e

ainda que as atividades sobre o Caminho Crítico Médio são estatisticamente

independentes, pode-se calcular a média da distribuição de probabilidade da duração total

do projeto como:

∑=

=n

i

ip

1

µµ

onde, iµ é a duração média da atividade i sobre o Caminho Crítico Médio [10].

A variância da distribuição de probabilidade da duração total do projeto é dada por:

∑=

=n

i

ip

1

22 σσ

onde 2

iσ é a variância da atividade i sobre o Caminho Crítico Médio [10].

Assumindo que a forma da distribuição de probabilidade para a duração total do

projeto é igual à de uma distribuição normal, pode-se calcular a probabilidade de

completar o projeto em d unidades de tempo. Considerando T como a duração do projeto

Page 33: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

32

que possui distribuição normal com média ipµ e 2

pσ , o número de desvios-padrão pelo

que d excedeu ipµ é:

p

pdk

σ

µα

−=

Utilizando uma tabela dos valores da distribuição normal padrão (média = 0 e

variância = 1 – Anexo IV), a probabilidade de completar o projeto em d unidades de tempo

é:

)(1)()( αα kZPkZPdTP >−=≤=≤

2.7- SAC DE MANUTENÇÃO

Adaptou-se uma ferramenta já utilizada pela Qualidade para estruturar uma

sistemática de identificação e eliminação de problemas. A ferramenta adaptada é a SAC

(Solicitação de Ação Corretiva). Esta ferramenta é uma simplificação da 8D (8 Disciplinas)

a qual é utilizada pela metodologia Seis Sigmas. Enquanto a 8D é composta por 8

passos, a SAC é composta por 6 passos.

Tanto a 8D como a SAC são metodologias fundamentadas no conceito de

melhoria contínua (ciclo PDCA).

A adaptação buscou principalmente adicionar algumas análises direcionadas às

necessidades da manutenção (a utilização de 5W2H para a descrição do problema, por

exemplo).

2.8- GERENCIAMENTO DE PEÇAS DE REPOSIÇÃO

Muitas vezes, os armazéns ficam repletos de suprimentos de materiais e peças

desnecessárias e sem importância, ou as peças sobressalentes necessárias não chegam

a tempo, com efeitos negativos sobre as atividades de manutenção e produção. Em

muitos casos, se as peças sobressalentes estiverem disponíveis, é possível consertar

rapidamente a avaria. A falta dessas peças resulta em paralisações e perdas de

produção. Na maioria dos casos, as medidas adotadas contra as paralisações críticas

podem enfatizar de tal forma a análise das relações causais das avarias do equipamento

Page 34: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

33

a ponto de impedir que as investigações se aprofundem o suficiente para expor os

problemas do gerenciamento do estoque de sobressalentes.

O objetivo principal do estoque de peças sobressalentes é reduzir o tempo

necessário para o reparo das avarias do equipamento, especialmente as repentinas. [13]

3- METODOLOGIA E RESULTADOS

3.1- INDICADORES DE DESEMPENHO

É preciso ter um exato conhecimento de onde se está e aonde se quer chegar,

estabelecendo indicadores para que se possa medir o resultado do plano de ação e se

está compatível com as metas de curto e longo prazos.

Entretanto, a Unidade de Negócio em questão apresenta estrutura de fabricação

dividida em 26 células de produção e possui cerca de 200 operadores somados os três

turnos. Estes que geravam os indicadores de quebra e downtime da fábrica.

Estes dados produzidos pelo pessoal do chão de fábrica apresentavam

informações de baixa qualidade, dificultando assim o trabalho do planejamento das

atividades da manutenção.

O primeiro passo realizado para sanar o problema de qualidade dos indicadores

da empresa em questão, foi definir quais seriam os indicadores mais importantes para

auxiliar o pessoal de suporte do setor da manutenção.

Assim sendo, ficou definido que o setor iria utilizar somente 3 indicadores para

direcionar suas atividades. Sendo estes, número de quebras, downtime e vazamento de

óleo hidráulico.

Para estes indicadores foram mudados os métodos de coleta de dados, visto que

as informações geradas pelos métodos anteriores chegavam distorcidas.

3.1.1- NÚMERO DE QUEBRAS E DOWNTIME

A empresa utiliza um software de gerenciamento de manutenção chamado

Máximo. Apesar de este software apresentar excelentes características de

gerenciamento, as fontes das informações (operadores de máquina) que alimentavam o

banco de dados deste não apresentavam a qualificação desejada para desempenhar

essa função. Sendo assim, a engenharia de manutenção ao perceber a dificuldade para

Page 35: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

34

planejar atividades, resolveu implementar um novo método de aquisição das informações.

Tal idéia, surgiu através de Benchmarking realizado por alguns integrantes da equipe de

Manutenção, inclusive o autor, a uma empresa do setor de Auto Peças.

A fonte de informação para descrição das avarias passou a ser os técnicos de

manutenção. Estes, no método anterior, eram responsáveis somente para fechar a Ordem

de Serviço no sistema, porém não conseguiam realizar totalmente esta atividade devido

ao alto número de falhas em maquinas (falta de planejamento), a mão de obra escassa e

a lentidão do sistema.

Definido o novo método, o autor criou fichas-padrão de registro de Manutenção

Corretiva (Figura 14). Sendo assim, os técnicos receberam blocos contendo essas fichas,

onde descrevem fielmente as informações necessárias e depositam em uma caixa

apropriada na final do turno. Um encarregado fica responsável por lançar as informações

do Máximo.

Registro de Manutenção Corretiva

Nº da OS: Máquina:

Data: Manutentor:

Horário de Parada: Horário de Liberação:

Defeito apresentado:

Ação de Reparo:

Figura 14: Ficha de Registro de Manutenção Corretiva. Fonte: Engenharia de

Manutenção.

Deste modo, a descrição da quebra e o tempo de parada para reparo (MTTR)

apresentaram a qualidade desejada. Com isso, o planejamento das atividades trabalhará

somente com dados confiáveis.

3.1.2- VAZAMENTO DE ÓLEO HIDRÁULICO

Page 36: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

35

O excesso de vazamento de óleo em uma máquina pode ser considerado inicio

para agravamento de algum tipo de falha ou defeito. Além disso, é considerado

desperdício de dinheiro, contrariando os conceitos de manufatura enxuta.

Entretanto, a empresa terceirizada responsável pela reposição de óleo na fábrica

fornecia apenas o valor total de óleo reposto durante o decorrer de um dia. Assim sendo,

não era possível identificar quais máquinas apresentavam maior volume de vazamento.

O autor criou um sistema relacionando todas as máquinas da unidade e forneceu

para a empresa de reposição de óleo (Figura 15), exigindo o correto controle das

reposições.

Figura 15: Planilha de Controle de Vazamento de Óleo (parcial). Fonte: Engenharia de

Manutenção.

Deste modo, este indicador ajudou a nortear melhor as ações de correção de

vazamento em óleo.

3.2- PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES

Como citado anteriormente, os serviços de manutenção eram alvos de críticas e

descréditos, influenciando diretamente na auto-estima do time de manutentores. Estes

possuem grande qualificação técnica e experiência para reparo de máquinas, porém em

manutenções planejadas planejavam mal as atividades e gerenciavam muito mal o tempo.

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36

Através do conhecimento adquirido na revisão da literatura, treinamento oferecido

pela empresa e disciplina estudada na universidade, o autor adaptou técnicas de

Gerenciamento de Projetos em todas as atividades planejadas do setor.

A aplicação de ferramentas, tais como diagrama de Gantt e PERT-CPM, e o

auxilio da engenharia de manutenção no planejamento das atividades foram mudando

gradualmente o cenário de desconfiança por parte de outros setores da empresa.

A Figura 16 mostra o planejamento de uma manutenção planejada utilizando as

ferramentas citadas acima.

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37

Figura 16: Diagrama de Gantt da Manutenção Planejada. Fonte: Engenharia de

Manutenção

3.3- GERENCIAMENTO DE PEÇAS DE REPOSIÇÃO

A Manutenção também sofria muito com ausência de peças de reposição. Isto

causava grandes perdas de OEE e prejuízos para a empresa devido ao longo tempo de

máquina parada. Para amenizar estes danos, o autor recebeu a responsabilidade de

conduzir o Projeto de Controle de Peças de Reposição do setor de Manutenção da

fábrica.

A partir da revisão bibliográfica do livro de Takahashi e Osada, o escopo do

projeto foi traçado.

A estratégia utilizada foi primeiramente separar as peças por famílias, tais como:

motores, placas eletrônicas, sensores, rolamentos, válvulas, filtros, correias, etc. Em

seguida, um gráfico de dispersão foi traçado para identificar o consumo e o preço do

material. A seguir podemos comprovar a estratégia com a analise de válvulas.

50403020100

500

400

300

200

100

0

N1

Média

9,1

125,7

VALV.PNEUM.ISO 1 5/3 DUPLO SOLENOIDE DE 24V. CENTRO FECHADO(

VALV.SOLEN.ASCO N#8210D9-115V-TUB.3/4-72819N2-125

VALV.SOLEN.ASCO N#8210D9-115V-TUB.3/4-72819N2-125 (MODENA DM

VALVULA DE RETENCAO (LATAO ) 1/2 ( USADA NO CODIGO

VALVULA PNEUMATICA 5/2 VIAS SIMPLES SOLENOIDE 1/4 110V

VALVULA 5/2VIAS NORGRREN X4 2255 0G024 1/4 SIMPLES SOL. 24V

VALVULA ASCO DE 1/2" 24 VOLTS DC NA SCX 8210C34.

VALVULA ASCO DE 1/2" 24 VOLTS DC NA SCX 8210C34. (MODENA D

VALVULA CONTROLE FLUXO VCFA 1/4 NPT ERMETO

VALVULA DIR.4/2VIAS 4WE6D50/AG24Z4 REXROTH

VALV. SOL. 24 VOLTS.DIAM.1/2 NF ASCO 54DF 203 T.F.B 11,5

VALVULA DOSADORA DE OLEO AGUA E SABAO.

VALVULA ESF. LATAO FORJADO DE 1/2 POL MIPEL

VALVULA ESF.DE LATAO FORJADO DE 3/4 MIPEL

VALVULA ESFERICA LATAO FORJADO 1POL- MIPEL

VALVULA HIDR.RETENCAO DUPLA REXROTH Z2S6.

VALVULA MINI-ISO FESTO JMN2H-5/2-D02.

VALVULA PNEUMATICA DE RETENCAO PILOTADA FESTO HGL-1/4 COD.NO

VALVULA REGULADORA DE FLUXO COD.SPVFR-1/2 (HERION)

VALVULA REGULADORA DE FLUXO COD.SPVFR-1/4 (HERION)COD. FESTO

VALVULA REGULADORA DE FLUXO FESTO GRA-1/4-NORGREN T1000C2800

VALV.5/2VIAS DUPLO SOLENOIDE 110V. 60HZ 1/8 COD.V60A511A -A

VALVULA SCHRADER 5/2 VIAS MOD.A3457-KM-S-110V-NORGREN 263705

VALVULA SOLEN.ASCO 8210C87E P/AMONIA 110V DIAM.ROSCA 1/2" 6

VALVULA SOLENOIDE ASCO C8215 B73 NA R-1.1/2 24VCC. (MODENA

VALVULA SOLENOIDE 1/4 BSP3/2 VIAS COD.SOV-3/2-1/4-02400 (HER

VALVULA SOLENOIDE DE 3/2 VIAS 1/4 BOBINA 110/60 HZ.

VALVULA SOLENOIDE DIA.1/2 NF 110V.60HZ REF.SC8210C87E.

VALVULA SOLENOIDE FESTO MFH-5-1/8 NR.9982 24V.V60A513A A21

VALVULA SOLENOIDEISO1 COD.SPVD-ISO1-5/3 (HERION) 24 V.

VALV.DIR.CAB.FACEADOR 4WE6D51/OFAG24N REXROTH.

VALV.DIR.PNEUM.5/2VIAS-1/4NPT-DUPLO SOLENOIDE-110V.COD.5103-

VALV.LIMITADORA PRES NR-104 DBDH10K12/315 REXROTH

VALV.PNEUM. 3/2 1/8 SIMPLES SOLENOIDE V60A313A-A313C. 24VCC

VALV.PNEUM.ISO 1 5/2 DUPLO SOLENOIDE DE 24V.(JMFH-5/2 D-1-C)

VALV.PNEUM.ISO 1 5/2 SIMPLES SOLENOIDE 24V(MFH-5/2-D-1-C)(SX

VALV.PNEUM.ISO 1 5/3 DUPLO SOLENOIDE DE 24V. CENTRO FECHADO

DescriçãoVÁLVULAS

I

II

III

IV

Figura 17: Custo x Ocorrências (Válvulas). Fonte: Engenharia de Manutenção.

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38

O gráfico foi dividido em quadrantes para auxiliar identificar quais os principais

equipamentos que deverão ser requisitados para evitar parada de máquina. Os

equipamentos presentes no quadrante I e III indicam grande necessidade de possuir

peças de reposição (alto número de ocorrências). O quadrante II também merece

atenção. Apesar de apresentar baixa ocorrência, a possibilidade ocorrer falhas não pode

ser descartada e lead-time de entrega da peça deve ser alto.

Já para motores, placas eletrônicas e equipamentos de medição que são materiais

que podem ser reparados, a estratégia é um pouco diferenciada. O total de peças

instaladas na fabrica, a quantidade de reparos, a quantidade de peças de reposição em

estoque e o custo são considerados.

9876543210

60

50

40

30

20

10

0

Nº de Reparos

Tota

l Inst

alado

1,7

17

Fonte SITOP 40 (menor) Fonte SITOP 40

Fonte SITOP 20

Fonte SITOP 10Reguladora (Placa Spindle)

Reguladora 0DM13

Reguladora 0DM11

Reguladora 0DH23

Reguladora 0DH22

Reguladora 0DH21Reguladora 0DG23

Reguladora 0DG21

Reguladora 0DG11Reguladora 0AE11Reguladora 0AD11

Módulo de Potência 1x108AMódulo de Potência 1x8A

Módulo de Potência 1x15A

Módulo de Potência 1x50A

Módulo de Potência 2x50A

Módulo de Potência 1x(40/80)A

Módulo de Potência 2x15AMódulo de Potência 1x25A

Módulo de Potência 2x25A

Fonte 16/21W

Fonte 5/10W

Fonte 10/25W

Scatterplot of Total Instalado vs Nº de Reparos

I

IIIII

IV

Figura 18: Total Instalado x Reparos (Placas eletrônicas). Fonte: Engenharia de

Manutenção.

O gráfico foi dividido em quadrantes para auxiliar identificar quais os principais

equipamentos que deverão ser requisitados para evitar parada de máquina. Os

Page 40: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

39

equipamentos presentes no quadrante I indicam grande necessidade de possuir peças de

reposição (alto contingente e alto índice de reparos). O quadrante IV também merece

atenção. Apesar de apresentar poucos reparos, a possibilidade ocorrer falhas não pode

ser descartada, visto que há uma grande quantidade de máquinas que utilizam este tipo

de peça.

9876543210

20000

15000

10000

5000

0

Nº de Reparos

Cust

o (R$)

1,7

8800

Fonte SITOP 40 (menor)

Fonte SITOP 40

Fonte SITOP 20Fonte SITOP 10

Reguladora (Placa Spindle)

Reguladora 0DM13

Reguladora 0DM11

Reguladora 0DH23Reguladora 0DH22Reguladora 0DH21

Reguladora 0DG23

Reguladora 0DG21

Reguladora 0DG11

Reguladora 0AE11

Reguladora 0AD11

Módulo de Potência 1x108A

Módulo de Potência 1x8AMódulo de Potência 1x15A

Módulo de Potência 1x50A

Módulo de Potência 2x50A

Módulo de Potência 1x(40/80)A

Módulo de Potência 2x15AMódulo de Potência 1x25A

Módulo de Potência 2x25A

Fonte 16/21W

Fonte 5/10W

Fonte 10/25W

Scatterplot of Custo (R$) vs Nº de Reparos

I

II

IV

III

Figura 19: Custo x Reparos (Placas Eletrônicas). Fonte: Engenharia de Manutenção.

A partir da divisão em quadrantes acima, é possível observar que as peças

presentes no quadrante II apresentam custo abaixo da média e elevado número de

ocorrências de reparo. Apesar do custo elevado, é interessante analisar os equipamentos

do quadrante I.

Considerando as análises acima (Quantidade instalada, peças em estoque,

número de reparos, quantidade instalada x número de reparos, custo x número de

reparos, etc.) e o lead-time de reparo, é possível estipular os equipamentos necessários

para completar o estoque de peças de reposição, evitando constante paradas de

máquinas por falta de peças de reposição.

Page 41: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

40

3.4- TPM – MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL

O TPM na empresa em questão era aplicado somente o pilar de manutenção

autônoma. Utilizando os critérios maturidade da manutenção autônoma, a criticidade de

funcionamento da máquina e número de máquinas similares, a Engenharia de

Manutenção elegeu algumas máquinas para iniciar a implantação do pilar de Melhoria

Específica do TPM.

A descrição a seguir deixará mais clara a metodologia de implantação e exibirá um

exemplo de aplicação.

Diretrizes adotadas para a elaboração do pilar Melhoria Específica

Este pilar foi elaborado a partir das seguintes diretrizes:

• Concentração dos esforços voltados para as falhas crônicas;

• Busca de melhoria nos indicadores de manutenção no curto prazo;

• Intolerância à reincidência de falhas crônicas supostamente solucionadas (a

menos que a causa raiz da reincidência seja diferente da analisada na época

da implementação da melhoria);

• Utilização de ferramentas de análise de falha;

• Incentivar o trabalho conjunto entre Manutenção e Manufatura para a

resolução de problemas crônicos da fábrica;

• Utilizar os relatórios de análise como material de referência para a elaboração

de FMEA de Manutenção (objetivo futuro);

• Disponibilizar/arquivar informações das melhorias desenvolvidas;

• Multiplicação eficiente de melhorias realizadas entre máquinas similares e

outras unidades de negócio;

Baseado nessas diretrizes, o processo de Melhoria Específica foi realizado a partir

da elaboração do fluxograma do processo. A seguir temos a descrição de cada uma das

ferramentas utilizadas:

Fluxograma do Processo de Melhoria Específica

Page 42: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

41

Em seguida, elaborou-se o fluxograma do processo. A principal importância desta

ferramenta é estruturar o funcionamento do processo.

Figura 20: Fluxograma do processo de Melhoria Específica. Fonte: Engenharia de

Manutenção.

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42

Fluxograma: Identificar falha crônica

Primeiramente, identifica-se a máquina com maior potencial de falha crônica. Em

seguida, identifica-se o componente que apresentou maior número de falhas. Em cima

deste componente será realizado todo o trabalho de melhoria específica.

Passo 1: Identificação da máquina com maior potencial

Inicialmente uma análise preliminar é realizada com a finalidade de identificar as

máquinas com maior potencial de possuir falhas crônicas de manutenção. Para isso,

utilizou-se um gráfico de dispersão (3D) entre Downtime X Nº de Quebras X Nº de

Máquinas Similares.

Paradas crônicas de curta duração

Paradas crônicas de longa duração

Paradas esporádicas de longa duração

Paradas esporádicas de curta duração

Downtime

Nº Quebras

Nº Máq. Similares

Natureza das Falhas

Paradas crônicas de curta duração

Paradas crônicas de longa duração

Paradas esporádicas de longa duração

Paradas esporádicas de curta duração

Downtime

Nº Quebras

Nº Máq. Similares

Downtime

Nº Quebras

Nº Máq. Similares

Natureza das Falhas

Figura 21: Natureza das Falhas. Fonte: Engenharia de Manutenção.

Natureza das Falhas:

Analisando a natureza das falhas na empresa em estudo, puderam-se classificar

as falhas em quatro categorias conforme o quadrante da sua localização.

Paradas crônicas de longa duração: Paradas de longa duração (alto Downtime)

com alto número de ocorrência (alto Nº de Quebras). Corresponde às falhas mais

prejudiciais para a manufatura.

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43

Paradas crônicas de curta duração: Paradas de curta duração (baixo Downtime)

com alto número de ocorrência (alto Nº de Quebras).

Paradas esporádicas de longa duração: Normalmente, estas paradas estão

associadas à falha de algum componente crítico para a máquina. Muitas vezes esta

demora se deve ao tempo de reparo do componente em fornecedores externos.

Normalmente, são componentes específicos que não são viáveis de se ter em estoque,

devido o alto custo e a baixa rotatividade (a menos que se trate de uma máquina crítica

que justifique a opção).

Paradas esporádicas de curta duração: são as paradas de curta duração (baixo

Downtime) e baixa ocorrência (baixo Nº de Quebras). Corresponde ao menor percentual

das perdas.

Classificação das Falhas - 2006

Paradas esporádicas de curta duração

58%Paradas esporádicas

de longa duração3%

Paradas crônicas de longa duração

20%

Paradas crônicas de curta duração

19%

Figura 22: Classificação das falhas (2006) - Análise percentual. Fonte: Histórico de O.S.

de Manutenção da empresa em estudo.

Segundo a análise, 39% das falhas são classificadas como crônicas. Porém, ao se

analisar as perdas geradas (Downtime) para cada tipo de falha, percebe-se que a grande

parcela de perda está nas falhas crônicas (68+12=80%).

Page 45: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

44

Perdas para cada Classificação de Falhas - 2006

Paradas esporádicas de longa duração

11%

Paradas crônicas de curta duração

12%Paradas crônicas de longa duração

68%

Paradas esporádicas de curta duração

9%

Figura 23: Perdas para cada Classificação de Falhas (2006). Fonte: Histórico de O.S. de

Manutenção da empresa em estudo.

A princípio, um trabalho focado nas falhas crônicas teria um potencial máximo de

redução de Downtime de aproximadamente 80%. Sabe-se que não se atuará em 100%

das falhas crônicas. Entretanto, ao desdobrar a solução encontrada para outras

máquinas, certamente haverá uma redução no número de ocorrências de falhas de outras

máquinas classificadas como outra natureza de falha (principalmente nas máquinas

próximas aos limites de classificação).

Note que o gráfico de dispersão Downtime X Nº de Quebras (2D) já é suficiente

para se identificar potenciais falhas crônicas. Porém, fez-se uso do Nº de Máquinas

Similares com o intuito de obter um rápido resultado no curto prazo. Portanto, a

implementação deste processo possuirá três etapas distintas:

• Primeira Etapa: as ações de melhorias serão priorizadas pela oportunidade de

multiplicação para outras máquinas similares (Prioridade A – Figura 24). Será

uma etapa em que a eficiência de multiplicação das melhorias desenvolvidas

será de extrema importância. Pode-se dizer que será uma etapa na qual “se

pensará menos e fará mais”.

Page 46: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

45

• Segunda Etapa: uma vez solucionada as falhas crônicas com grande

oportunidade de multiplicação, os esforços deverão focar as falhas crônicas

com baixa oportunidade de multiplicação (Prioridade B – Figura 24). Será a

uma fase na qual “se pensará mais e fará menos”.

• Terceira Etapa: solucionada as falhas crônicas, as ações de melhorias serão

priorizadas pela produtividade, qualidade ou custo. Isto dependerá de qual

indicador será o terceiro eixo (por exemplo: OEE, Scrap por manutenção ou

Custo de manutenção, respectivamente). Note que outra possibilidade seria

utilizar somente um gráfico de dispersão Downtime X Nº de Quebras, o que

implicaria na continuidade de resolução das falhas crônicas. Porém, acredita-

se que a sistemática estaria subutilizada uma vez que a mesma poderia servir

de trampolim para a obtenção de outros níveis de maturidade dos outros

requisitos do TPM.

Downtime

Nº Quebras

Nº Máq. Similares

Prioridade de Eliminação

Prioridade B

Prioridade A Prioridade C

Prioridade D

Downtime

Nº Quebras

Nº Máq. Similares

Prioridade de Eliminação

Prioridade B

Prioridade A Prioridade C

Prioridade D

Figura 24: Prioridade de eliminação de falhas crônicas. Fonte: Engenharia de

Manutenção.

Note que pela sistemática proposta, as prioridades C e D não serão focos do

trabalho. No entanto, sugere-se que para as máquinas localizadas no volume Prioridade

C uma análise de viabilidade de se manter peças sobressalentes deverá ser realizada.

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46

Passo 2: Identificação da falha crônica

Na segunda etapa, identifica-se o local ou componente que apresenta maior

incidência de falhas. Para isto, um gráfico de Pareto é utilizado com base no histórico das

Ordens de Serviços dos últimos seis meses. Definiu-se este período devido o cenário

dinâmico da fábrica: para um período superior a este, muitas vezes a falha crônica mais

prejudicial não é mais encontrada e, que um período menor, dificilmente evidenciará uma

falha crônica.

Figura 25: Relatório de Histórico de Falhas. Fonte: Engenharia de Manutenção.

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47

Uma vez identificado o componente/local de maior ocorrência de falhas, deverão

ser definidas as ações que as eliminem.

Para a empresa em estudo, julgou-se oportuno realizar análises distintas

considerando o tipo da falha, os quais podem ser falhas “Mecânicas” ou “Eletrônicas”.

Uma vez identificada a falha crônica, uma SAC de Manutenção é aberta para

eliminá-la.

Fluxograma: Obter materiais e mão-de-obra

Nesta etapa todos os insumos necessários (materiais e mão-de-obra) para a

realização das ações propostas na SAC de Manutenção são providenciados.

Fluxograma: Implementar melhoria

Nesta etapa as ações propostas são implementadas conforme proposto na SAC

de Manutenção.

Na maioria dos casos, torna-se necessário programar em conjunto com a

Manufatura uma parada programada.

Fluxograma: Validar Eficácia

Todas as ações deverão possuir um indicador ou um método para se avaliar a

eficácia da ação proposta. Na maioria dos casos um acompanhamento de reincidência da

falha durante um determinado período de tempo aliada a algumas inspeções de

acompanhamento são suficientes para validar a ação.

Normalmente, utiliza-se o número de reincidências e o gráfico de dispersão

Downtime X Nº de Quebras como indicadores de desempenho (mas isto não é uma

regra).

Fluxograma: Multiplicar Melhoria

Uma vez comprovada a eficácia da ação, esta deverá ser implementada nas

demais máquinas similares. Portanto, é de fundamental importância registrar todas as

dificuldades encontradas assim como os aprendizados obtidos. Estas informações

Page 49: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

48

deverão originar os relatórios de Lições Aprendidas e, dependo do caso, gerar Lições

Ponto-a-Ponto para que o aprendizado seja multiplicado.

Uma vez concluída a etapa de multiplicação, pode-se considerar que a SAC de

Manutenção foi concluída. A partir deste momento, deve-se realizar o acompanhamento

dos indicadores de desempenho definidos para a ação.

Metas Estabelecidas

Para o processo de Melhoria Específica as seguintes metas foram estabelecidas:

1. Quebra ZERO para as falhas contempladas pelas SAC de Manutenção,

mensurado através da Análise de Reincidência – Eficácia.

2. Aproximação das máquinas mais distantes no gráfico Downtime x Nº de

Quebras em direção à origem (os limites dos quadrantes deverão ser

reavaliados anualmente) – Eficiência.

De modo geral, as melhorias esperadas nos indicadores após a implementação

das ações propostas foram alcançadas, porém, as perdas na execução da melhoria

poderiam ser reduzidas.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

0 5 10 15 20 25 30

Downtime [h]

Nº de Q

uebra

s [unid

.] ANTES

DEPOIS

Figura 26: Gráfico de dispersão para uma ação implementada. Fonte: Engenharia de

Manutenção.

Page 50: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

49

Considerando um período de quatro meses antes e quatro meses após a

implementação da melhoria, nota-se uma diminuição tanto no Número de Quebras (43%)

quanto no Downtime (81%). Isto evidencia que o local onde a melhoria foi realizada

realmente correspondia ao ponto crônico de falhas da máquina. Em outras palavras, se o

local escolhido não fosse o mais crítico, não iria resultar numa melhoria tão alta nestes

indicadores.

O Histórico de Falhas após a implementação da melhoria é apresentado a seguir:

Figura 27: Histórico de Falha após a implementação da melhoria. Fonte: Engenharia de

Manutenção.

Page 51: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

50

4- EVOLUÇÃO DOS INDICADORES

A seguir poderá ser verificado o comportamento dos indicadores analisados

durante o ano de 2007 (até outubro) após a implantação de novas técnicas e

ferramentas ao longo desse ano.

4.1- NÚMERO DE QUEBRAS

A figura a seguir mostra a evolução do indicador número de quebras. É

possível verificar que este indicador apresentou redução durante a maior parte do

ano, exceto em agosto. Neste mês, o volume de produção foi muito elevado devido a

demanda do cliente.

Nº QUEBRAS - GERAL

0

50

100

150

200

250

300

Janeiro

Fevereiro

Març

oAbril

Maio

JunhoJulh

o

Agosto

Setem

bro

Outubro

Novembro

Dezembro

YTD

Figura 28: Número de Quebras (2007). Fonte: Engenharia de Manutenção.

4.2- PERDA DE OEE POR MANUTENÇÃO

A figura a seguir mostra a evolução do indicador Perda de OEE por

Manutenção. É possível verificar que este indicador apresentou redução em

Page 52: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

51

comparação aos anos anteriores. Este indicador é gerado através da média durante o

ano.

Perda OEE por Manutenção

0

2

4

6

8

10

12

2004 2005 2006 2007

(%)

Figura 29: Perda OEE por Manutenção (2007). Fonte: Engenharia de Manutenção.

Page 53: REDUÇÃO DE PERDAS DE O.E.E. E NÚMERO DE QUEBRAS … · descrédito das atividades de manutenção. As ausências de planejamento para as atividades e de pesquisas e estudos na

52

5- CONCLUSÃO

Com o decorrer da execução das atividades planejadas pela Engenharia de

Manutenção notou-se o que era esperado, ou seja, a melhoria dos índices dos

indicadores de desempenho do setor. Ademais, é muito importante ressaltar a

credibilidade adquirida durante esse ano de trabalho. Todavia, a qualidade do serviço

e do planejamento tem muito que melhorar ainda para atingir a almejada Quebra

ZERO.

Entretanto, apesar de o passo inicial ter sido dado com sucesso, há inúmeras

oportunidades de melhoria para o setor. A mudança de cultura, o estudo e aplicação

de ferramentas e técnicas, nunca antes utilizadas, são tarefas que exigem um

período de médio a longo prazo para colher bons resultados. Não é possível mudar o

cenário bruscamente em pouco tempo.

Sendo assim, a constatação que o auxílio de novos métodos trazem

resultados favoráveis, serve de estímulo para todo o time da Manutenção sempre

analisar e/ou implementar novas técnicas, continuando assim a melhoria contínua do

da imagem do setor.

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6- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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[6] KARDEC, A.; NASCIF, J. Manutenção: função estratégica. 2ª Edição – Rio de

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[8] MORAES, P. H. A. MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL: estudo de caso em uma

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[10] NOGUEIRA, F. Notas de Aula (acessado em 08/06/07)

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[11] SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 2ª

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1993.