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O REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL Um documento Introdução, que apresenta uma reflexão sobre creches e pré-escolas no Brasil, situando e fundamentando concepções de criança, de educação, de instituição e do profissional, que foram utilizadas para definir os objetivos gerais da educação infantil e orientaram a organização dos documentos de eixos de trabalho que estão agrupados em dois volumes relacionados aos seguintes âmbitos de experiência: Formação Pessoal e Social e Conhecimento de Mundo.

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O REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO

INFANTIL

Um documento Introdução, que apresenta uma reflexão sobre creches e pré-escolas no Brasil, situando e fundamentando concepções de criança, de educação, de instituição e do profissional, que foram utilizadas para definir os objetivos gerais da educação infantil e orientaram a organização dos documentos de eixos de trabalho que estão agrupados em dois volumes relacionados aos seguintes âmbitos de experiência: Formação Pessoal e Social e Conhecimento de Mundo.

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Um volume relativo ao âmbito de experiência Formação Pessoal e Social que contém o eixo de trabalho que favorece, prioritariamente, os processos de construção da Identidade e Autonomia das crianças. • Um volume relativo ao âmbito de experiência Conhecimento de Mundo que contém seis documentos referentes aos eixos de trabalho orientados para a construção das diferentes linguagens pelas crianças e para as relações que estabelecem com os objetos de conhecimento: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática

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MOVIMENTO

A diversidade de práticas pedagógicas que caracterizam o universo da educação infantil reflete diferentes concepções quanto ao sentido e funções atribuídas ao movimento no cotidiano das creches, pré-escolas e instituições afins.

É muito comum que, visando garantir uma atmosfera de ordem e de harmonia, algumas práticas educativas procurem simplesmente suprimir o movimento, impondo às crianças de diferentes idades rígidas restrições posturais. Isso se traduz, por exemplo, na imposição de longos momentos de espera — em fila ou sentada — em que a criança deve ficar quieta, sem se mover; ou na realização de atividades mais sistematizadas, como de desenho, escrita ou leitura, em que qualquer deslocamento, gesto ou mudança de posição pode ser visto como desordem ou indisciplina. Até junto aos bebês essa prática pode se fazer presente, quando, por exemplo, são mantidos no berço ou em espaços cujas limitações os impedem de expressar-se ou explorar seus recursos motores.

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Pode-se dizer que no início do desenvolvimento predomina a dimensão subjetiva da motricidade, que encontra sua eficácia e sentido principalmente na interação com o meio social, junto às pessoas com quem a criança interage diretamente. É somente aos poucos que se desenvolve a dimensão objetiva do movimento, que corresponde às competências instrumentais para agir sobre o espaço e meio físico.

O bebê que se mexe descontroladamente ou que faz caretas provocadas por desconfortos terá na mãe e nos adultos responsáveis por seu cuidado e educação parceiros fundamentais para a descoberta dos significados desses movimentos. Aos poucos, esses adultos saberão que determinado torcer de corpo significa que o bebê está, por exemplo, com cólica, ou que determinado choro pode ser de fome. Assim, a primeira função do ato motor está ligada à expressão, permitindo que desejos, estados íntimos e necessidades se manifestem.

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Os jogos, as brincadeiras, a dança e as práticas esportivas revelam, por seu lado, a cultura corporal de cada grupo social, constituindo-se em atividades privilegiadas nas quais o movimento é aprendido e significado.

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A criança e o movimento

O primeiro ano de vida Dimensão subjetiva do movimento Interação com o adulto Sustentação Vira, rola, senta, etc. Arrasta-se, engatinha. Limites, unidade, consciência corporal; Preensão, coordenação sensório-motora (sua ação sobre

objetos). É curioso lembrar que a aceitação da importância da

corporeidade para o bebê é relativamente recente, pois até bem pouco tempo prescrevia-se que ele fosse conservado numa espécie de estado de ―crisálida‖ durante vários meses

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Até 3 anos

Locomove-se sem finalidade específica; Andar cada vez mais estável; Gesto funcional (colher para comer, lápis para escrever); Ainda pode utilizar estes objetos para brincar; Imitam, dão tchau, apontam; No plano da consciência corporal, nessa idade a criança

começa a reconhecer a imagem de seu corpo, o que ocorre principalmente por meio das interações sociais que estabelece e das brincadeiras que faz diante do espelho. Nessas situações, ela aprende a reconhecer as características físicas que integram a sua pessoa, o que é fundamental para a construção de sua identidade

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Crianças de quatro a seis anos

Sofisticação de gestos de ajuste a objetos específicos, como recortar, colar, encaixar pequenas peças, etc.

Tendência lúdica da motricidade (enquanto estão recortando, brincam de aviãozinho, etc).

Começa a planejar suas ações (pensa antes de agir); Narra o que vai fazer. Maior controle do movimento. As brincadeiras que compõem o repertório infantil e que

variam conforme a cultura regional apresentam-se como oportunidades privilegiadas para desenvolver habilidades no plano motor, como empinar pipas, jogar bolinhas de gude, atirar com estilingue, pular amarelinha etc.

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MÚSICA

Expressa e comunica sensações, sentimentos e pensamentos;

Presença cultural; Ensino aprendizagem de hábitos, atitudes e

comportamentos. Bandinhas. Vivência e reflexão. Produção, apreciação e reflexão. Melodias dos bebês (objeto de estudo). Bater palmas, pés, marcha acompanhando música. Exploração do som e de suas qualidades (altura, duração,

intensidade e timbre). Cantam enquanto brincam... Diferentes gêneros, improvisação, etc.

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ARTES VISUAIS

Fruição é um conceito bastante importante para a aprendizagem em Artes Visuais. Refere-se à reflexão, conhecimento, emoção, sensação e ao prazer advindo da ação que a criança realiza ao se apropriar dos sentidos e emoções gerados no contato com as produções artísticas.

No processo de aprendizagem em Artes Visuais a criança traça um percurso de criação e construção individual que envolve escolhas, experiências pessoais, aprendizagens, relação com a natureza, motivação interna e/ou externa.

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Operar acerca dos símbolos. Rabiscos, garatujas. Imagens de sol, figuras humanas,

animais, vegetação e carros, entre outros, são freqüentes nos desenhos das crianças.

Combinações de elementos gráficos. Desenho: tudo o que sabe sobre o

mundo. Recria, imita a realidade.

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LINGUAGEM ORAL E ESCRITA

Formação do sujeito, interação, orientação da ação e construção do conhecimento.

Aprender a língua (significação sociocultural). Prontidão. Cópias de letras. Rodas de conversa (monólogo do professor). Língua oral: ideias, pensamentos e emoções. Diálogo Letramento. Desenvolvimento Realidade Interações

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NATUREZA E SOCIEDADE

Fenômenos naturais e sociais. Datas comemorativas (esteriótipos sem

profundidade). Tempo e espaço Realidade Conceitos superficiais Consciência de mundo Interações Representações e noções de mundo. O faz-de-conta (reflexão do mundo). Identificação de atributos nos seres. Lógica nas interpretações.

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As crianças devem, desde pequenas, ser instigadas a observar fenômenos, relatar acontecimentos, formular hipóteses, prever resultados para experimentos, conhecer diferentes contextos históricos e sociais, tentar localizá-los no espaço e no tempo. Podem também trocar idéias e informações, debatê-las, confrontá-las, distingui-las e representálas, aprendendo, aos poucos, como se produz um conhecimento novo ou por que as idéias mudam ou permanecem. Contudo, o professor precisa ter claro que esses domínios e conhecimentos não se consolidam nesta etapa educacional. São construídos, gradativamente, na medida em que as crianças desenvolvem atitudes de curiosidade, de crítica, de refutação e de reformulação de explicações para a pluralidade e diversidade de fenômenos e acontecimentos do mundo social e natural.

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MATEMÁTICA

Conhecimentos como parte integrante da realidade.

Repetição, memorização e associação

Do concreto ao abstrato Atividades pré-numéricas Jogos e aprendizagem de noções

matemáticas Ludicidade

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Historicamente, a Matemática tem se caracterizado como uma atividade de resolução de problemas de diferentes tipos. A instituição de educação infantil poderá constituir-se em contexto favorável para propiciar a exploração de situações-problema.

Essas situações-problema devem ser criteriosamente planejadas, a fim de que estejam contextualizadas, remetendo a conhecimentos prévios das crianças, possibilitando a ampliação de repertórios de estratégias no que se refere à resolução de operações, notação numérica, formas de representação e comunicação etc., e mostrando-se como uma necessidade que justifique a busca de novas informações

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As noções matemáticas (contagem, relações quantitativas e espaciais etc.) são construídas pelas crianças a partir das experiências proporcionadas pelas interações com o meio, pelo intercâmbio com outras pessoas que possuem interesses, conhecimentos e necessidades que podem ser compartilhados.

Reconhecer a potencialidade e a adequação de uma dada situação para a aprendizagem, tecer comentários, formular perguntas, suscitar desafios, incentivar a verbalização pela criança etc., são atitudes indispensáveis do adulto. Representam vias a partir das quais as crianças elaboram o conhecimento em geral e o conhecimento matemático em particular.

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Diversas ações intervêm na construção dos conhecimentos matemáticos, como recitar a seu modo a seqüência numérica, fazer comparações entre quantidades e entre notações numéricas e localizar-se espacialmente. Essas ações ocorrem fundamentalmente no convívio social e no contato das crianças com histórias, contos, músicas, jogos, brincadeiras etc.

As respostas de crianças pequenas a perguntas de adultos que contenham a palavra ―quantos?‖ podem ser aleatoriamente ―três‖, ―cinco‖, para se referir a uma suposta quantidade. O mesmo ocorre às perguntas que contenham ―quando?‖. Nesse caso, respostas como ―terça-feira‖ para indicar um dia qualquer ou ―amanhã‖ no lugar de ―ontem‖ são frequentes.

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Da mesma forma, uma criança pequena pode perguntar ―quanto eu custo?‖ ao subir na balança, no lugar de ―quanto eu peso?‖. Esses são exemplos de respostas e perguntas não muito precisas, mas que já revelam algum discernimento sobre o sentido de tempo e quantidade. São indicadores da permanente busca das crianças em construir significados, em aprender e compreender o mundo.

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À medida que crescem, as crianças conquistam maior autonomia e conseguem levar adiante, por um tempo maior, ações que tenham uma finalidade, entre elas atividades e jogos. As crianças conseguem formular questões mais elaboradas, aprendem a trabalhar diante de um problema, desenvolvem estratégias, criam ou mudam regra de jogos, revisam o que fizeram e discutem entre pares as diferentes propostas.