QUÍMICA -...

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  • Nome:

    Escola:

    1a SRIEENSINO MDIOVolume 2

    QUMICACincias da Natureza

    CADERNO DO PROFESSOR

  • MATERIAL DE APOIO AOCURRCULO DO ESTADO DE SO PAULO

    CADERNO DO PROFESSOR

    QUMICAENSINO MDIO

    1a SRIEVOLUME 2

    Nova edio

    2014-2017

    GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO

    SECRETARIA DA EDUCAO

    So Paulo

  • Governo do Estado de So Paulo

    Governador

    Geraldo Alckmin

    Vice-Governador

    Guilherme Afif Domingos

    Secretrio da Educao

    Herman Voorwald

    Secretria-Adjunta

    Cleide Bauab Eid Bochixio

    Chefe de Gabinete

    Fernando Padula Novaes

    Subsecretria de Articulao Regional

    Rosania Morales Morroni

    Coordenadora da Escola de Formao e Aperfeioamento dos Professores EFAP

    Silvia Andrade da Cunha Galletta

    Coordenadora de Gesto da Educao Bsica

    Maria Elizabete da Costa

    Coordenadora de Gesto de Recursos Humanos

    Cleide Bauab Eid Bochixio

    Coordenadora de Informao, Monitoramento e Avaliao

    Educacional

    Ione Cristina Ribeiro de Assuno

    Coordenadora de Infraestrutura e Servios Escolares

    Dione Whitehurst Di Pietro

    Coordenadora de Oramento e Finanas

    Claudia Chiaroni Afuso

    Presidente da Fundao para o Desenvolvimento da Educao FDE

    Barjas Negri

  • Senhoras e senhores docentes,

    A Secretaria da Educao do Estado de So Paulo sente-se honrada em t-los como colabo-

    radores nesta nova edio do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e anlises que

    permitiram consolidar a articulao do currculo proposto com aquele em ao nas salas de aula

    de todo o Estado de So Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com

    os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analtico e crtico da abor-

    dagem dos materiais de apoio ao currculo. Essa ao, efetivada por meio do programa Educao

    Compromisso de So Paulo, de fundamental importncia para a Pasta, que despende, neste

    programa, seus maiores esforos ao intensificar aes de avaliao e monitoramento da utilizao

    dos diferentes materiais de apoio implementao do currculo e ao empregar o Caderno nas aes

    de formao de professores e gestores da rede de ensino. Alm disso, firma seu dever com a busca

    por uma educao paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso

    do material do So Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.

    Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa So Paulo Faz Escola, apresenta orien-

    taes didtico-pedaggicas e traz como base o contedo do Currculo Oficial do Estado de So

    Paulo, que pode ser utilizado como complemento Matriz Curricular. Observem que as atividades

    ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessrias,

    dependendo do seu planejamento e da adequao da proposta de ensino deste material realidade

    da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposio de apoi-los no planejamento de suas

    aulas para que explorem em seus alunos as competncias e habilidades necessrias que comportam

    a construo do saber e a apropriao dos contedos das disciplinas, alm de permitir uma avalia-

    o constante, por parte dos docentes, das prticas metodolgicas em sala de aula, objetivando a

    diversificao do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedaggico.

    Revigoram-se assim os esforos desta Secretaria no sentido de apoi-los e mobiliz-los em seu

    trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofcio de ensinar

    e elevar nossos discentes categoria de protagonistas de sua histria.

    Contamos com nosso Magistrio para a efetiva, contnua e renovada implementao do currculo.

    Bom trabalho!

    Herman Voorwald

    Secretrio da Educao do Estado de So Paulo

  • Os materiais de apoio implementao

    do Currculo do Estado de So Paulo

    so oferecidos a gestores, professores e alunos

    da rede estadual de ensino desde 2008, quando

    foram originalmente editados os Cadernos

    do Professor. Desde ento, novos materiais

    foram publicados, entre os quais os Cadernos

    do Aluno, elaborados pela primeira vez

    em 2009.

    Na nova edio 2014-2017, os Cadernos do

    Professor e do Aluno foram reestruturados para

    atender s sugestes e demandas dos professo-

    res da rede estadual de ensino paulista, de modo

    a ampliar as conexes entre as orientaes ofe-

    recidas aos docentes e o conjunto de atividades

    propostas aos estudantes. Agora organizados

    em dois volumes semestrais para cada srie/

    ano do Ensino Fundamental Anos Finais e

    srie do Ensino Mdio, esses materiais foram re-

    vistos de modo a ampliar a autonomia docente

    no planejamento do trabalho com os contedos

    e habilidades propostos no Currculo Oficial

    de So Paulo e contribuir ainda mais com as

    aes em sala de aula, oferecendo novas orien-

    taes para o desenvolvimento das Situaes de

    Aprendizagem.

    Para tanto, as diversas equipes curricula-

    res da Coordenadoria de Gesto da Educao

    Bsica (CGEB) da Secretaria da Educao do

    Estado de So Paulo reorganizaram os Cader-

    nos do Professor, tendo em vista as seguintes

    finalidades:

    incorporar todas as atividades presentes

    nos Cadernos do Aluno, considerando

    tambm os textos e imagens, sempre que

    possvel na mesma ordem;

    orientar possibilidades de extrapolao

    dos contedos oferecidos nos Cadernos do

    Aluno, inclusive com sugesto de novas ati-

    vidades;

    apresentar as respostas ou expectativas

    de aprendizagem para cada atividade pre-

    sente nos Cadernos do Aluno gabarito

    que, nas demais edies, esteve disponvel

    somente na internet.

    Esse processo de compatibilizao buscou

    respeitar as caractersticas e especificidades de

    cada disciplina, a fim de preservar a identidade

    de cada rea do saber e o movimento metodo-

    lgico proposto. Assim, alm de reproduzir as

    atividades conforme aparecem nos Cadernos

    do Aluno, algumas disciplinas optaram por des-

    crever a atividade e apresentar orientaes mais

    detalhadas para sua aplicao, como tambm in-

    cluir o cone ou o nome da seo no Caderno do

    Professor (uma estratgia editorial para facilitar

    a identificao da orientao de cada atividade).

    A incorporao das respostas tambm res-

    peitou a natureza de cada disciplina. Por isso,

    elas podem tanto ser apresentadas diretamente

    aps as atividades reproduzidas nos Cadernos

    do Professor quanto ao final dos Cadernos, no

    Gabarito. Quando includas junto das ativida-

    des, elas aparecem destacadas.

    A NOVA EDIO

  • Leitura e anlise

    Lio de casa

    Pesquisa em grupo

    Pesquisa de campo

    Aprendendo a aprender

    Roteiro de experimentao

    Pesquisa individual

    Apreciao

    Voc aprendeu?

    O que penso sobre arte?

    Ao expressiva

    !?

    Situated learning

    Homework

    Learn to learn

    Alm dessas alteraes, os Cadernos do

    Professor e do Aluno tambm foram anali-

    sados pelas equipes curriculares da CGEB

    com o objetivo de atualizar dados, exemplos,

    situaes e imagens em todas as disciplinas,

    possibilitando que os contedos do Currculo

    continuem a ser abordados de maneira prxi-

    ma ao cotidiano dos alunos e s necessidades

    de aprendizagem colocadas pelo mundo con-

    temporneo.

    Para saber mais

    Para comeo de conversa

    Sees e cones

  • SUMRIOOrientao sobre os contedos do volume 7

    Situaes de Aprendizagem 9

    Situao de Aprendizagem 1 A linguagem qumica e a construo histrica da tabela peridica 9

    Situao de Aprendizagem 2 Processos de obteno do ferro e do cobre: interpretao das reaes qumicas 18

    Situao de Aprendizagem 3 Como prever as quantidades ideais de reagentes e produtos envolvidos numa transformao qumica? 28

    Situao de Aprendizagem 4 Metais e o sistema produtivo 41

    Situao de Aprendizagem 5 Quantidade de matria e sua unidade (mol) 52

    Situao de Aprendizagem 6 Previso das quantidades de reagentes e de produtos nas transformaes qumicas 62

    Situao de Aprendizagem 7 Energia liberada ou absorvida nas transformaes qumicas 73

    Situao de Aprendizagem 8 Impactos sociais e ambientais decorrentes da extrao de matrias-primas e da produo de ferro, cobre e outros metais 78

    Propostas de Situao de Recuperao 88

    Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreenso do tema 90

    Consideraes finais 92

    Quadro de contedos do Ensino Mdio 94

  • ORIENTAO SOBRE OS CONTEDOS DO VOLUMEOs metais, suas formas de obteno e seus

    usos ocupam lugar de destaque no conte-

    do proposto para o volume. Sero estudados

    tambm novos aspectos das transformaes

    qumicas, da constituio da matria e a re-

    presentao simblica prpria da Qumica, am-

    pliando, assim, os conhecimentos j adquiridos

    pelos alunos at o momento.

    Inicialmente, sero retomadas e ampliadas as

    ideias sobre a constituio da matria propos-

    tas por Dalton e discutidas no final do volume

    anterior, formando uma slida base conceitual

    e simblica que permitir o uso da linguagem qu-

    mica de forma mais precisa, bem como a com-

    preenso de outros conceitos relacionados

    produo dos metais. Em um segundo momento,

    verificaremos como as transformaes qumicas

    que ocorrem na produo de ferro e cobre cons-

    tituem tanto um pano de fundo para o ensino do

    tpico balanceamento de equaes qumicas

    quanto um objeto de conhecimento fundamental,

    por sua relevncia para a sobrevivncia e o desen-

    volvimento da humanidade. As relaes propor-

    cionais existentes entre quantidades de reagentes e

    produtos sero tratadas no contexto da produo

    de ferro e cobre e em outras transformaes qu-

    micas em termos de massas, partculas e energia.

    Sero discutidas tambm as aplicaes tecnol-

    gicas dos metais, de interesse social, para que os

    alunos desenvolvam determinadas competncias.

    O estudo das transformaes qumicas, tema

    central da 1a srie do Ensino Mdio, ser aprofun-

    dado com a introduo do conceito de quantida-

    de de matria e sua unidade o mol. A aplicao

    desse conceito na anlise das relaes propor-

    cionais envolvidas nas transformaes qumicas

    auxilia a realizao de previses das quantidades

    de reagentes e produtos. Esse tipo de estudo das

    transformaes qumicas (estequiometria) mos-

    tra-se relevante sobretudo no sistema produtivo,

    pois prever quantidades e minimizar desperd-

    cios essencial. Assim, o estudo da obteno de

    metais pode ser ampliado ao se discutir a este-

    quiometria envolvida nesse processo. A produ-

    o de cobre e de ferro ser retomada; espera-se

    que os alunos compreendam que existem quan-

    tidades ideais de matrias-primas envolvidas nes-

    ses processos e que elas podem ser conhecidas

    pelo estudo da estequiometria das transforma-

    es qumicas.

    Alm disso, prope-se estudar os impactos

    socioambientais da extrao de minrios, da

    produo e do descarte de metais. Alguns des-

    ses impactos, analisados inicialmente na produ-

    o de ferro e cobre, so comuns obteno de

    outros metais e sero abordados por meio

    de pesquisas realizadas pelos alunos.

    As competncias priorizadas neste volume,

    tambm fundamentadas na matriz de compe-

    tncias do Exame Nacional do Ensino Mdio

    (Enem), de forma resumida, so:

    compreender e utilizar: a linguagem sim-

    blica prpria da Qumica na representa-

    7

    Qumica 1a srie Volume 2

  • o das transformaes qumicas envolvidas

    na produo de ferro e cobre e em outros

    processos; a linguagem matemtica empre-

    gada no estudo da Qumica, relacionando

    devidamente as grandezas e as suas unida-

    des de medida;

    construir explicaes coerentes com os co-

    nhecimentos cientficos j adquiridos que de-

    monstrem a compreenso da constituio da

    matria e da produo de metais com base nas

    ideias de Dalton;

    construir e aplicar conceitos, como quanti-

    dade de matria e massa molar, na anlise

    quantitativa das transformaes qumicas

    para explicar as propores existentes en-

    tre reagentes e produtos e fazer previses;

    selecionar, organizar e interpretar dados e

    informaes sobre a extrao de minrios,

    a produo e o descarte de metais e outras

    transformaes qumicas que auxiliem na

    tomada de decises de forma mais conscien-

    te e na reviso dos padres de consumo pau-

    tada em princpios cientficos;

    construir uma viso mais abrangente de

    problemas referentes produo e ao con-

    sumo de metais e outros materiais, utili-

    zando informaes de diversas reas do

    conhecimento, como caractersticas geo-

    grficas e socioeconmicas das regies

    produtoras, distribuio dos recursos mi-

    nerais e de outras matrias-primas, custo

    de produo, diferentes formas de comer-

    cializao e impactos ambientais relacio-

    nados extrao, produo, ao uso e

    ao descarte dos metais; desenvolver argu-

    mentao sobre essas questes, utilizando

    tambm esse conjunto de conhecimentos

    interdisciplinares;

    propor interveno na sociedade (casa, esco-

    la, comunidade local, pas etc.) que promo-

    va, ao mesmo tempo, melhoria na qualidade

    de vida de todos e mudanas de atitudes que

    resultem em menores impactos ambientais.

    Desenvolver esses conjuntos de conte-

    dos e competncias exigir muito empenho

    do professor na realizao das atividades aqui

    propostas. O caminho ser menos rduo se o

    aluno sentir-se motivado a participar das au-

    las. Isso pode ser obtido valorizando-se essa

    participao, propondo questes instigadoras,

    priorizando os contextos e temas de estudo

    tanto quanto os conceitos cientficos, demons-

    trando interesse nos saberes prvios dos alu-

    nos e considerando-os na conduo das aulas,

    diversificando as estratgias de ensino. Podem-

    -se utilizar para isso, por exemplo, pesquisas e

    demonstraes sobre o uso dos metais no co-

    tidiano e no sistema produtivo; experimentos

    investigativos; anlises e construo de grfi-

    cos, tabelas, esquemas e figuras que facilitem

    a compreenso dos conhecimentos discutidos

    nas aulas.

    Para avaliar a aprendizagem, importante

    contemplar os aspectos conceituais das aulas e,

    especialmente, as habilidades e competncias a

    ser desenvolvidas e as atitudes dos alunos dian-

    te de questes reais e complexas.

    8

  • SITUAES DE APRENDIZAGEMSITUAO DE APRENDIZAGEM 1

    A LINGUAGEM QUMICA E A CONSTRUO HISTRICA DA TABELA PERIDICA

    Atividade 1 Representao das substncias qumicas: uso de smbolos e frmulas

    Algumas das ideias trabalhadas anterior-

    mente podem ser retomadas consultando-

    -se o texto do modelo atmico de Dalton

    sobre a constituio da matria (volume 1).

    Recorde que Dalton representava os tomos

    por smbolos e figuras. Como essas formas

    Nesta Situao de Aprendizagem, os alu-

    nos tomaro contato com a linguagem sim-

    blica da Qumica por meio de smbolos e

    frmulas. Alm disso, sabero como alguns

    cientistas propuseram a organizao dos ele-

    mentos qumicos e, principalmente, qual foi

    a contribuio de Mendeleev para a chama-

    da Lei Peridica e para o que se conhece hoje

    como tabela peridica dos elementos qumicos.

    Contedos e temas: linguagem qumica (smbolos e frmulas) e tabela peridica.

    Competncias e habilidades: ler smbolos qumicos e compreender o significado dessa simbologia em termos de partculas (tomos).

    Sugesto de estratgias de ensino: simulao de um jogo para organizar elementos qumicos de acordo com suas propriedades e produo de texto sobre a construo histrica da tabela peridica.

    Sugesto de recursos: cartes para simular a organizao da tabela peridica.

    Sugesto de avaliao: participao nas atividades; leitura e avaliao dos textos produzidos.

    Embora cause certa estranheza iniciar o

    estudo do tema Metais: constituio, obten-

    o e usos tratando da linguagem qumica

    (smbolos e frmulas) e da tabela peridica,

    deve-se considerar que o domnio desses con-

    tedos, mesmo em nvel introdutrio, pos-

    sibilitar a compreenso dos processos de

    produo de metais e outros materiais, um

    dos objetivos fundamentais deste volume.

    de representao so pouco prticas, diver-

    sos cientistas sugeriram outras formas, como

    Berzelius, que props usar a primeira letra em

    maiscula do nome do elemento em latim,

    representao utilizada at hoje.

    Exerccios em sala de aula

    1. Faa um resumo das ideias de Dalton sobre constituio da matria e elemento qumico.

    9

    Qumica 1a srie Volume 2

  • O aluno vai elaborar um texto prprio. As principais ideias

    que podem ser apresentadas esto relacionadas a seguir:

    partculas que a constituem;

    -

    Lembre aos alunos que consideraremos

    que as partculas constituintes das substn-

    cias apresentam um nmero definido de to-

    mos. Esse conhecimento permitiu que se

    comeasse a representar as partculas das

    substncias por meio de frmulas. As subs-

    tncias so representadas pelos smbolos dos

    diferentes elementos qumicos que as com-

    pem; cada elemento acompanhado de um

    nmero que indica quantos tomos desse ele-

    mento formam a partcula dessa substncia.

    Assim, sugere-se que algumas frmulas apre-

    sentadas anteriormente comecem a ser inter-

    pretadas, como:

    Ferepresenta o elemento ferrorepresenta a substncia ferrorepresenta uma partcula de ferro, formada por um tomo do elemento ferro

    O2representa a substncia oxigniorepresenta uma partcula de gs oxignio, formada por dois tomos do elemento oxignio

    3 O2 representa trs partculas de gs oxignio, cada uma formada por dois tomos do elemento oxignio

    HClrepresenta a substncia cloreto de hidrognio

    NaOHrepresenta a substncia hidrxido de sdio

    Ca(OH)2

    2. Escreva o que representa cada uma das frmulas a seguir, que correspondem s

    substncias HCl (cloreto de hidrognio),

    NaOH (hidrxido de sdio), Ca(OH)2

    (hidrxido de clcio), Mg (magnsio) e

    Zn (zinco).

    10

  • A linguagem simblica da Qumica vem sen-

    do utilizada desde o volume 1. Neste momen-

    to, ela adquire um significado mais amplo, pois

    passa a representar a composio qualitativa e

    quantitativa em termos de nmero de tomos

    de cada elemento nas diferentes substncias de

    que fazem parte. No se deve exigir que os alu-

    nos saibam por que cada substncia tem essa

    representao, ou seja, por que a gua repre-

    sentada por H2O, e no HO, por exemplo.

    No momento, basta que compreendam

    que as substncias so representadas por

    frmulas e que essa linguagem universal,

    ou seja, quando depararem com esse tipo de

    representao, saibam qual substncia est

    sendo representada.

    Para desenvolver os conceitos de substncia

    simples e composta e avaliar a aprendizagem

    da representao simblica das substncias

    e dos elementos qumicos, voc pode propor

    questes como as apresentadas a seguir.

    3. Substncia simples aquela formada por tomos de um nico elemento e substncia

    composta aquela formada por tomos de

    mais de um elemento. Das substncias ante-

    riores, indique quais so substncias simples

    e quais so substncias compostas.

    -

    2.

    Mg

    Znrepresenta o elemento zincorepresenta a substncia zinco

    4. Quantos tomos de cada elemento formam as partculas das seguintes substncias:

    H2O2 (perxido de hidrognio, conhecido

    comumente como gua oxigenada); C2H6O

    (lcool etlico ou etanol); CaCO3 (carbona-

    to de clcio); Ca(HCO3)2 (hidrogenocarbo-

    nato de clcio ou bicarbonato de clcio); e

    SO2 (dixido de enxofre)?

    2O2

    2 6

    3

    3 2 -

    SO2

    Agora proponha aos alunos:

    1. Procure em livros de Qumica ou em pginas da internet as frmulas

    das seguintes substncias e interpre-

    te-as em termos de tomos constituintes:

    a) sulfato de chumbo II;PbSO4

    -

    mos de oxignio.

    b) cido sulfrico;

    2SO4

    11

    Qumica 1a srie Volume 2

  • -

    mos de oxignio.

    c) nitrato de sdio;

    3 -

    d) cloreto de clcio;

    2

    e) oznio.O3

    oxignio.

    Atividade 2 Classificao peridica dos elementos: uma atividade didtica com abordagem histrica

    Nesta atividade, pretende-se que os alunos

    tentem agrupar os elementos qumicos consi-

    derando algumas de suas propriedades, uma

    estratgia que pode ser interessante para que

    compreendam como foi possvel organizar a

    tabela peridica.

    Antes de apresentar a classificao peri-

    dica dos elementos, sugere-se que voc mos-

    tre aos alunos como a tabela peridica foi

    idealizada por Mendeleev. Para isso, pode-

    -se confeccionar um carto para cada ele-

    mento da tabela apresentada na prxima

    pgina, reproduzindo nele as informaes

    listadas no box a seguir. O uso dos cartes

    facilitar a prxima etapa da atividade, que

    consiste no agrupamento dos elementos

    qumicos segundo os critrios que voc ver

    mais adiante.

    Exerccio em sala de aula

    1. Na prxima pgina so apresentadas as se-guintes informaes sobre vrios elemen-

    tos qumicos:

    nome do elemento;

    smbolo do elemento;

    massa atmica (MA);

    temperatura de fuso da substncia simples a 1 atm (TF);

    temperatura de ebulio da substncia simples a 1 atm (TE);

    frmula da substncia simples;

    frmula da substncia formada com o elemento hidrognio;

    frmula da substncia formada com o elemento oxignio.

    12

  • Elemento Sdio Ltio Potssio

    Smbolo Na Li K

    MA 23 u 7 u 39 u

    TF (1 atm) 97,8 oC 180,5 oC 63,6 oC

    TE (1 atm) 882,9 oC 1 347 oC 774 oC

    Subst. simples Na Li K

    Subst. com hidrognio NaH LiH KH

    Subst. com oxignio Na2O Li2O K2O

    Elemento Magnsio Clcio Carbono

    Smbolo Mg Ca C

    MA 24 u 40 u 12 u

    TF (1 atm) 648,8 oC 839 oC 3 367 oC

    TE (1 atm) 2 970 oC 1 484 oC 4 827 oC

    Subst. simples Mg Ca C

    Subst. com hidrognio MgH2 CaH2 CH4

    Subst. com oxignio MgO CaO CO2

    Elemento Silcio Flor Cloro

    Smbolo Si F Cl

    MA 28 u 19 u 35 u

    TF (1 atm) 1 410 oC 219,6 oC 100 oC

    TE (1 atm) 2 355 oC 188 oC 34,6 oC

    Subst. simples Si F2 Cl2

    Subst. com hidrognio SiH4 HF HCl

    Subst. com oxignio SiO2 OF2 Cl2O

    Tabela 1.

    13

    Qumica 1a srie Volume 2

  • Procure organizar os elementos em dife-

    rentes conjuntos, conforme as sugestes a

    seguir.

    a) Agrupe-os de acordo com as semelhan-as entre as temperaturas de fuso e

    as de ebulio, justificando os critrios

    para esses agrupamentos:

    temperatura de fuso da substncia

    simples;

    -

    -

    temperatura de ebulio da substncia

    simples.

    b) Agrupe-os de acordo com as semelhan-as entre as frmulas das substncias

    citadas, justificando os critrios para

    esses agrupamentos:

    substncias simples (a 1 atm de presso);

    substncias formadas com o elemento

    hidrognio;

    2 2; Gru-

    4 4

    2 2 4 4.

    -

    terminado elemento daquelas que iniciam pelo elemen-

    -

    pamento.

    substncias formadas com o elemento

    oxignio.

    -

    -

    mos do elemento oxignio; podem separar as substncias

    -

    c) Analisando as propriedades e os com-postos formados, procure organizar os

    elementos em quatro grupos, explican-

    do quais critrios foram utilizados para

    essa organizao.

    Espera-se que os alunos separem os elementos em quatro

    mais dificuldade em classificar o cloro no grupo dos halo-

    -

    2

    2

    -

    14

  • Nessa atividade, os alunos podem fazer

    livremente as associaes dos elementos desde

    que consigam justificar o motivo dos agrupa-

    mentos. A inteno que eles possam traba-

    lhar criativamente e tenham uma ideia de como

    os cientistas poderiam classificar os elementos

    de acordo com suas propriedades e compostos

    formados.

    Figura 1.Extrada de: PETRIANOV, I. V.; TRIFONOV, D. N. A lei grandiosa. Traduo de Maria Helena Fortunato. Moscou: Mir, 1987. p. 15.

    A tabela de Mendeleev

    Muitos cientistas se preocuparam em criar

    uma classificao para os elementos qumi-

    cos a fim de melhor estud-los. Um deles foi

    Mendeleev.

    Veja a seguir a tabela de Mendeleev con-

    forme ele a organizou.

    Esclarecimentos sobre os pontos de inter-

    rogao que aparecem na tabela: (a) quando

    eles aparecem junto aos smbolos dos elemen-

    tos ou junto aos valores de massa atmica,

    Mendeleev tinha dvida sobre os valores das

    massas atmicas; (b) quando eles aparecem

    antes do sinal de igualdade, Mendeleev acredi-

    tava que deveria haver um elemento com essa

    massa que ainda no havia sido descoberto.

    Podem-se destacar dois fatores que contri-

    buram para que Mendeleev propusesse sua

    organizao dos elementos qumicos, atual-

    mente conhecida como tabela peridica:

    15

    Qumica 1a srie Volume 2

  • na poca, eram conhecidos muitos elemen-

    tos qumicos (mais de 60);

    as propriedades das substncias simples

    formadas por esses elementos eram bas-

    tante conhecidas.

    Esses conhecimentos possibilitaram a

    Mendeleev verificar a periodicidade das pro-

    priedades, permitindo a proposio de uma

    organizao em ordem crescente de massas

    atmicas para a maioria dos elementos, inver-

    tendo a ordem de alguns em virtude da seme-

    lhana nas propriedades. Ao deixar espaos

    vazios em sua tabela, ele previu a existncia de

    elementos qumicos at ento no descober-

    tos e descreveu as propriedades que esses ele-

    mentos deveriam possuir.

    Ao mostrar a tabela de Mendeleev aos alu-

    nos, incentive a discusso a respeito da lingua-

    gem universal da Qumica, pois mesmo que

    no compreendam o ttulo da tabela, escrito em

    alfabeto cirlico, eles ainda podem reconhecer os

    elementos qumicos que a integram, pois seus

    smbolos so derivados de seus nomes em latim.

    A tabela peridica atual

    Veja a seguir a tabela peridica atual.

    Atente para as seguintes informaes:

    smbolo do elemento;

    nome do elemento;

    massa atmica do elemento.

    C

    laud

    io R

    ipin

    skas

    /R2

    Edi

    tori

    al

    Figura 2.

    16

  • A tabela peridica atual apresentada com o

    intuito de permitir aos alunos conhec-la e uti-

    liz-la para consultar valores de massa atmica.

    Cabe lembrar que, nessa tabela, a ordem dos ele-

    mentos diferente da proposta por Mendeleev,

    pois sua organizao se d em ordem crescen-

    te de nmero atmico, e as massas no so mais

    calculadas tendo o hidrognio como padro, e

    sim o carbono 12. Neste momento, essas infor-

    maes no so adequadas para os alunos por-

    que o modelo atmico que conhecem ainda o

    de Dalton, ou seja, eles ainda no sabem o que

    so prtons, nutrons e eltrons, contedo que s

    ser abordado na 2a srie do Ensino Mdio, bem

    como a retomada da tabela peridica com a sua

    organizao atual.

    interessante que os alunos conheam

    tambm trabalhos de outros cientistas que

    propuseram formas de organizao dos ele-

    mentos qumicos, colaborando para o pro-

    cesso de elaborao da tabela peridica atual.

    Para isso, podem realizar uma pesquisa, fina-

    lizando esta Situao de Aprendizagem.

    Seguindo as orientaes de seu pro-

    fessor, pesquise mais detalhes

    da histria da tabela peridica ou

    da classificao dos elementos qumicos. Essas

    informaes podem ser encontradas em livros

    didticos do Ensino Mdio e em diversas pgi-

    nas da internet. Destaque as principais informa-

    es pesquisadas e apresente-as para a turma.

    sobre o que pesquisaram. Os pontos pesquisados podem ser:

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    vou em conta a existncia de elementos que ainda no haviam

    Grade de avaliao da Situao de Aprendizagem 1

    Na atividade 1, espera-se que os alunos

    compreendam a utilizao da linguagem sim-

    blica da Qumica, com a qual vm se fami-

    liarizando desde o volume 1, e se habituem a

    utiliz-la na construo de suas explicaes e

    argumentaes cientficas. Alm disso, espera-

    -se que consigam relacionar as frmulas das

    substncias sua constituio em relao

    aos tomos dos elementos qumicos que as

    compem, transitando com fluncia entre os

    nveis simblico e microscpico.

    Na atividade 2, eles podem associar livre-

    mente os elementos com base em alguns crit-

    rios, que podem ser:

    estado fsico temperatura ambiente;

    temperaturas de fuso e de ebulio positi-

    vas e negativas;

    17

    Qumica 1a srie Volume 2

  • temperaturas de fuso e de ebulio altas,

    mdias e baixas (talvez colocando alguns

    intervalos de valores);

    em relao aos compostos formados com

    oxignio, possvel agrup-los de acordo

    com o tipo de frmula geral (X2O, OX2,

    XO, XO2);

    em relao aos compostos formados com

    hidrognio, possvel agrup-los de acor-

    do com o tipo de frmula geral (HX, XH,

    XH2, XH4).

    possvel que, ao agrupar os compos-

    tos formados com hidrognio, cuja frmula

    geral seja HX ou XH, bem como os forma-

    dos com oxignio, cuja frmula geral seja

    X2O ou OX2, os alunos no os classifiquem

    em grupos distintos, pois a ordem em que

    os elementos so escritos nas frmulas pode

    no ser um critrio para agrup-los sepa-

    radamente. No item c, pode-se sugerir que

    os alunos verifiquem no s os compostos

    formados, mas tambm as temperaturas de

    fuso e de ebulio para tentar decidir se h

    mais proximidade entre o cloro e o flor ou

    entre o cloro e o grupo dos alcalinos.

    Nessa atividade tambm procura-se mos-

    trar que a tabela peridica fruto da cons-

    truo coletiva de diversos cientistas que

    contriburam, ao longo dos sculos XIX e

    XX, para a descoberta dos elementos qumi-

    cos, a determinao de suas propriedades e

    sua organizao e, por fim, o formato de tabe-

    la que conhecemos atualmente. Por meio do

    agrupamento de alguns elementos qumicos

    em funo de suas propriedades, foi possvel

    vivenciar um dos princpios que nortearam

    a construo das primeiras tabelas peridi-

    cas. A abordagem histrica da organizao

    dos elementos qumicos possibilita identifi-

    car que, alm das propriedades, a ordenao

    em funo das massas atmicas um critrio

    para a construo dessas tabelas.

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 2 PROCESSOS DE OBTENO DO FERRO E DO COBRE:

    INTERPRETAO DAS REAES QUMICAS

    Nesta Situao de Aprendizagem, sero

    discutidos os processos de obteno do fer-

    ro e do cobre a partir dos processos de trans-

    formao de minrio em metal. Este ser o

    contexto para a compreenso das reaes

    de combusto completa e incompleta e para

    o entendimento de como ocorrem as trans-

    formaes qumicas em termos de mode-

    los microscpicos, ou seja, do rearranjo dos

    tomos constituintes dos reagentes (Dalton)

    quando novas substncias so formadas.

    O balanceamento das equaes qumicas

    introduzido para representar as transforma-

    es qumicas, a conservao dos tomos e a

    proporo entre as partculas de reagentes e

    de produtos.

    18

  • Atividade 1 Produo do ferro e do cobre

    Inicialmente, pode-se perguntar aos alunos

    quais objetos conhecidos por eles so fabrica-

    dos com ferro, ao ou cobre. Com base nisso,

    veja o que eles sabem a respeito dos proces-

    sos de produo do ferro e do cobre. Algumas

    questes podem facilitar esse questionamento:

    Como obtido o ferro? Como possvel trans-

    formar um minrio em um metal? As mesmas

    questes valem para o cobre.

    Neste primeiro momento, os alunos vo

    conhecer o processo e as matrias-primas para a

    produo de ferro e de cobre. Depois, vo repre-

    Produo do ao e do cobre

    Muitos metais so obtidos por meio de trans-

    formaes qumicas dos minerais que os con-

    tm, como o caso do ferro (Fe), que pode ser

    extrado do Fe2O3 (xido de ferro III), principal

    componente do minrio hematita. Para que essa

    transformao qumica ocorra, necessrio o for-

    necimento de energia. Nas siderrgicas, essa ener-

    gia proveniente da queima do carvo (C). Essa

    transformao realizada em grandes fornos os

    altos-fornos. A queima do carvo, alm de liberar

    energia trmica que provoca aumento de tempe-

    ratura at aproximadamente 1 500 oC, fundindo o

    minrio, tambm produz o reagente monxido de

    carbono (CO), que vai interagir com o minrio e

    Contedos e temas: processos siderrgicos; produo de ferro e de cobre; combusto completa e incompleta; balanceamento de equaes qumicas.

    Competncias e habilidades: utilizar a linguagem simblica para representar transformaes qu-micas; utilizar a ideia de conservao de tomos para balancear as equaes qumicas; interpretar equaes qumicas balanceadas reconhecendo as propores entre as espcies qumicas envolvidas.

    Sugesto de estratgias de ensino: exposio dialogada; dramatizao.

    Sugesto de recursos: texto; massa de modelar.

    Sugesto de avaliao: resoluo de questes e participao nas atividades.

    sent-los em equaes qumicas balanceadas.

    Solicite a um aluno que faa a leitura do texto

    a seguir e escreva na lousa as ideias principais.

    No recomendvel, neste momento, dis-

    cutir a diferena entre as espcies qumicas

    Fe2+ e Fe3+ ou Cu+ e Cu2+, constituintes dos

    minrios apresentados no texto. Como o

    modelo atmico adotado neste momento

    o proposto por Dalton, no seria poss-

    vel explicar a existncia das cargas eltricas

    nos tomos de ferro e de cobre. Assim, bas-

    ta que eles saibam que existem duas esp-

    cies de ferro (II e III) e de cobre (I e II) e

    que a diferena entre elas ser explicada na

    srie seguinte.

    19

    Qumica 1a srie Volume 2

  • formar o ferro. Este sai lquido do alto-forno e

    chamado de ferro-gusa ou ferro de primeira

    fuso.

    As matrias-primas utilizadas para a pro-

    duo do ao so o minrio de ferro, o car-

    vo e o calcrio (CaCO3). Este ltimo reage

    com impurezas do minrio, como a slica

    (SiO2), formando a escria (CaSiO3), que

    pode ser usada como matria-prima para a

    fabricao de cimento.

    O ferro-gusa levado para a aciaria ainda

    em estado lquido, para ser transformado em

    ao mediante a retirada de impurezas e a adi-

    o de outras substncias.

    O ao utilizado na produo de mate-

    riais siderrgicos empregados pela indstria de

    transformao, como chapas grossas e finas,

    bobinas, vergalhes, arames, barras etc.

    Alm do ferro, um metal muito utilizado na

    indstria o cobre, para a produo de fios, cabos

    eltricos e ligas metlicas, como o lato e o bronze.

    A calcosita (composta principalmente de

    Cu2S) e a calcopirita (composta principal-

    mente de CuFeS2) so minrios utilizados na

    produo do cobre metlico. Ao utilizar-se a

    calcopirita (CuFeS2), as transformaes qumi-

    cas envolvem a produo de sulfeto de cobre I

    (Cu2S), que aquecido na presena de oxig-

    nio, produzindo o cobre metlico.

    O processo trabalhoso, pois envolve a

    separao do CuFeS2 do minrio, a reao com

    o gs oxignio (O2) para obter o Cu2S, a reti-

    rada das impurezas como ferro, resduos de

    enxofre e metais preciosos e o aquecimento

    em presena de oxignio para a obteno do

    cobre metlico (Cu), ainda impuro. Para obter

    o cobre purssimo, exigido pela indstria el-

    trica, torna-se necessria uma refinao, feita

    pela eletrlise do produto obtido. Aps esse

    longo ciclo produtivo, o cobre puro pode ser

    utilizado pelas indstrias.

    Vocabulrio

    Aciaria: usina ou parte de uma siderrgica

    destinada produo do ao.

    Elaborado por Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza e Luciane Hiromi Akahoshi

    especialmente para o So Paulo faz escola.

    alimentao minrio de ferrocarvocalcrio

    sada de gases

    entrada principal de ar

    passagem de ar

    sadade ferro

    sada de escria

    1 500 C

    Figura 3. Esquema de operao de um alto-forno.Fonte: GEPEQ (Grupo de Ensino e Pesquisa em Educao Qumica). Interaes e transformaes I: elaborando conceitos sobre transformaes qumicas. GEPEQ/IQUSP. 9. ed. revista e ampliada. So Paulo: Editora da Universidade de So Paulo, 2005. p. 151.

    C

    laud

    io R

    ipin

    skas

    /R2

    Cri

    ae

    s

    20

  • importante ressaltar quais so os

    recursos utilizados na produo desses

    metais e que o minrio um dos reagen-

    tes do processo siderrgico, que passa por

    transformaes qumicas para que o metal

    seja obtido. A frase O metal extrado do

    minrio no significa que o metal saia do

    interior do minrio pelo aquecimento (con-

    cepo que pode ser manifestada por algum

    aluno).

    Chama-se de minrio o mineral do qual

    se pode obter, de forma economicamente vi-

    vel, algum material. Por exemplo, embora o

    elemento ferro esteja presente em diversos

    minerais, sua obteno economicamente

    vivel (lucrativa) apenas a partir da hematita

    e da magnetita. Assim, os minerais de ferro

    hematita e magnetita so considerados min-

    rios de ferro.

    Para explorar o texto, podem ser propostas

    questes como as apresentadas a seguir.

    Questes para anlise do texto

    1. Descreva cada situao apresentada a se-guir, referente transformao do minrio

    de ferro em ao, indicando como ela ocorre

    e qual a sua finalidade:

    a) queima do carvo;-

    b) utilizao do calcrio;

    3

    2

    3

    c) minrio de ferro + energia + produto obtido da queima do carvo;

    d) produo de chapas de ao.

    -

    2. Identifique semelhanas e diferenas entre a produo do ferro e a do cobre.

    -

    -

    -

    -

    Essa questo possibilita aos alunos

    ampliar a compreenso dos processos estuda-

    dos. Para sua resoluo, voc pode orient-los

    a identificar quais so os reagentes e produtos

    em cada processo.

    21

    Qumica 1a srie Volume 2

  • Atividade 2 Combusto completa e incompleta e balanceamento de equaes qumicas

    Na atividade anterior, os alunos pude-

    ram conhecer as matrias-primas necessrias

    produo de ferro e obter uma noo geral

    das etapas envolvidas no processo. possvel

    ampliar o entendimento das transformaes

    qumicas que ocorrem na siderurgia com base

    na discusso sobre a combusto do carvo,

    um processo importante por gerar o monxi-

    do de carbono, que vai reagir com o minrio, e

    por fornecer energia, necessria transforma-

    o do minrio em metal.

    Essa atividade tem como objetivo desen-

    volver o conceito de combusto (completa e

    incompleta) e as representaes desse proces-

    so sob a forma de equaes qumicas. Assim,

    o processo de combusto ser o contexto

    de estudo do balanceamento das equaes

    qumicas.

    Voc pode retomar o conceito de com-

    busto tratado no volume anterior uma

    transformao qumica que envolve a inte-

    rao de material combustvel com um com-

    burente (quase sempre o oxignio), em que

    h liberao de energia trmica (transforma-

    o exotrmica) para ento ampliar esse

    conceito. Quando h excesso de oxignio em

    relao ao combustvel, tende-se a formar

    maior quantidade do gs dixido de carbono

    (CO2); por outro lado, quando o combustvel

    sofre combusto com pouco oxignio, tende-

    -se a formar maior quantidade do gs mon-

    xido de carbono (CO) ou fuligem (C). No

    primeiro caso, em que h formao de di-

    xido de carbono (CO2), diz-se que a combus-

    to completa. No segundo caso, em que h

    formao de monxido de carbono (CO) ou

    fuligem (C), diz-se que a combusto incom-

    pleta. Destaque que uma combusto nunca

    totalmente completa ou incompleta, pois,

    geralmente, h formao dos trs produtos

    em diferentes propores, dependendo da

    quantidade de oxignio disponvel. impor-

    tante observar tambm que essas classifica-

    es das combustes s se aplicam queima

    de combustveis que apresentam carbono em

    sua composio.

    Com base no conhecimento da combus-

    to e da composio das substncias, expo-

    nha a representao da equao qumica

    segundo a concepo de Dalton: nas trans-

    formaes qumicas ocorrem recombinaes

    de tomos, ou seja, eles se reorganizam de

    maneira diferente de como estavam organi-

    zados antes da transformao. Os exerccios

    a seguir permitem estudar esses processos de

    transformaes das substncias e a forma

    de represent-las por meio de equaes qu-

    micas balanceadas.

    Exerccios em sala de aula

    1. Na queima do carvo, representado por C, ocorre a interao com o gs oxig-

    nio (O2). Represente essa transformao

    quando h:

    22

  • a) excesso de gs oxignio (combusto completa);

    2

    2 2

    b) falta de gs oxignio (combusto in-completa).

    2

    Ao iniciar a explicao da representao,

    informe que o carvo, formado por tomos do

    elemento carbono, representado por C. Este

    reage com o gs oxignio (O2) e ocorre a pro-

    duo do gs dixido de carbono, representa-

    do por CO2.

    Pode ser proposta a seguinte leitura da

    equao: uma partcula de C interage com

    uma partcula de O2, formando uma partcula

    de CO2. A proporo entre as substncias C e

    O2 para formar o CO2 de uma partcula de C

    para uma partcula de O2.

    Na combusto incompleta do carvo, ocorre a

    formao do monxido de carbono (CO); a pro-

    poro entre o nmero de partculas de C e de O2

    diferente da que se tem na combusto completa.

    Considerando-se que o nmero de tomos

    de cada elemento deve ser o mesmo nos dois

    membros da equao, ressalte que, na forma-

    o de CO, a proporo de um tomo de C

    para um tomo de O. Como na partcula O2 h

    dois tomos de O, para no sobrar oxignio so

    necessrios dois tomos de C para uma part-

    cula de O2, formando duas partculas de CO.

    Isso pode ser mais bem compreendido com

    a seguinte dramatizao:

    um aluno convidado para representar um

    tomo de C e outros dois para representar

    a partcula de O2;

    para formar o CO, so necessrios um

    tomo de C e um de O; assim, sobrar um

    aluno (O);

    necessrio chamar mais um aluno (C)

    para, com o tomo de oxignio que est

    isolado, formar o produto da reao (CO).

    Comente que os nmeros que aparecem

    antes das frmulas representam a proporo

    de partculas das substncias para que ocor-

    ra a recombinao dos tomos que formaro

    os produtos. recomendvel realizar a leitura

    dessa equao: duas partculas de C interagem

    com uma partcula de O2, ocorrendo a forma-

    o de duas partculas de CO.

    2. Qual era a concepo de Dalton sobre as transformaes qumicas? Os tomos so

    os mesmos aps a transformao ou se mo-

    dificam? Responda utilizando a representa-

    o da combusto completa do carvo.

    -

    23

    Qumica 1a srie Volume 2

  • 3. A concepo de Dalton sobre as trans-formaes qumicas pode ser aplicada na

    combusto incompleta. Ser que todos os

    tomos se reorganizam para formar novas

    substncias? Como representar a equao

    de acordo com as ideias de Dalton?

    -

    2

    2

    4. Muitos combustveis so formados pelo elemento carbono (C) e pelo elemento hi-

    drognio (H), como a gasolina (mistura de

    substncias na qual o C8H18 o principal

    componente). Outros combustveis possuem

    oxignio (O) em sua composio, como o

    caso do etanol (C2H6O), tambm chamado de

    lcool combustvel. A combusto do etanol

    pode ser representada da seguinte maneira:

    Combusto completa:

    C2H6O(g) + O2(g) CO2(g) + H2O(g) +

    + energia

    Combusto incompleta:

    C2H6O(g) + O2(g) CO(g) + H2O(g) +

    + energia

    a) Reescreva essas equaes de acordo com as ideias de Dalton, ou seja, balanceadas.

    2 6 2 2 2

    2 6 2 2

    b) Indique as semelhanas e as diferenas entre as duas equaes.

    -

    oxignio consumido na combusto de uma partcula de

    2 na combusto completa e duas

    Voc pode fazer com os alunos o balancea-

    mento da equao, passo a passo, utilizando

    as ideias de Dalton:

    se h dois tomos de carbono nos reagen-

    tes, ento sero formadas duas partculas

    de CO2 nos produtos:

    C2H6O(g) + O2(g) 2 CO2(g) + H2O(g) + energia

    como existem seis tomos de hidrognio

    nos reagentes, ento sero formadas trs

    partculas de H2O nos produtos:

    C2H6O(g) + O2(g) 2 CO2(g) + 3 H2O(g) + energia

    como a formao de 2 CO2 e 3 H2O envol-

    ve sete tomos de oxignio, sero necess-

    rias trs partculas de O2, j que o etanol

    contm um tomo de oxignio:

    C2H6O(g) + 3 O2(g) 2 CO2(g) + 3 H2O(g) + energia

    24

  • A equao, dessa maneira, est balancea-

    da, pois o nmero de tomos de cada elemen-

    to nos reagentes e nos produtos o mesmo.

    Se a combusto for incompleta, os produ-

    tos formados sero CO e H2O, e pode-se pro-

    por o mesmo raciocnio anterior.

    Se h dois tomos de carbono e seis to-

    mos de hidrognio nos reagentes, ento

    sero formadas duas partculas de CO e

    trs partculas de H2O nos produtos:

    C2H6O(g) + O2(g) 2 CO(g) + 3 H2O(g) + energia

    Como nos produtos existem agora cinco

    tomos de oxignio, so necessrias duas

    partculas de O2, j que o etanol contm

    um tomo de oxignio:

    C2H6O(g) + 2 O2(g) 2 CO(g) + 3 H2O(g) + energia

    Uma maneira de avaliar o entendimen-

    to da combusto incompleta pode ser a apli-

    cao de atividades como as apresentadas a

    seguir.

    1. Se os motores de automveis no estiverem bem regulados, po-

    der ocorrer a combusto incom-

    pleta da gasolina (formada principalmente

    por C8H18). Essa combusto poluir o ar

    atmosfrico com:

    a) gs carbnico (CO2).

    b) gs hidrognio (H2).

    c) gs monxido de carbono (CO).

    d) gs oxignio (O2).

    e) vapor-dgua (H2O).

    2. Das representaes de transformaes a se-guir, escolha aquela que no representa uma

    reao qumica corretamente. Justifique.

    a) Ca(s) + 2 H2O(l) Ca(OH)2(aq) + H2(g).

    b) SO3(g) + H2O(l) H2SO4(aq).

    c) Fe(s) + 2 HCl(aq) FeCl2(aq) + H2(g).

    d) 2 HgO(s) 2 Hg(l) + O2(g).

    e) CaO(s) + CO2(g) CO(g).-

    3. Um aluno fez o esquema a seguir para re-presentar a mistura dos gases nitrognio

    (N2) e cloro (Cl2) nas condies ambientais.

    Indique qual foi o erro do aluno.

    N Cl C

    laud

    io R

    ipin

    skas

    /R2

    Cri

    ae

    s

    Figura 4.

    25

    Qumica 1a srie Volume 2

  • 2 -

    Atividade 3 Transformaes qumicas no processo de obteno do ferro e do cobre

    Nesta atividade, as transformaes qumi-

    cas que ocorrem na metalurgia do ferro e do

    cobre sero estudadas mais detalhadamente

    e representadas na forma de equaes qumi-

    cas balanceadas.

    Prope-se que se d continuidade ao

    estudo do balanceamento das equaes qu-

    micas, j iniciado na atividade anterior, ago-

    ra abordando as interaes entre minrio de

    ferro e monxido de carbono e entre min-

    rio de cobre e oxignio.

    Nas indstrias siderrgicas, o monxido de

    carbono (CO) formado na combusto incom-

    pleta do carvo que reagir com o minrio de

    ferro para promover a transformao do min-

    rio em ferro-gusa. No caso da produo do

    cobre a partir do minrio, interessante apresen-

    tar as equaes qumicas j balanceadas e ques-

    tionar os alunos sobre a conservao de tomos.

    Exerccios em sala de aula

    1. Represente as transformaes a seguir, de-vidamente balanceadas:

    a) nas indstrias siderrgicas, o gs mo-nxido de carbono (CO), formado na

    combusto incompleta do carvo, rea-

    gir com o xido de ferro III (Fe2O3) ex-

    trado do minrio de ferro e ter como

    produtos o ferro lquido (Fe) e o gs

    dixido de carbono (CO2);

    2O3 2

    b) a remoo das impurezas do minrio de ferro realizada pela adio de calcrio

    (CaCO3), cuja interao com SiO2 leva

    formao de escria (CaSiO3) e de di-

    xido de carbono (CO2).

    SiO2 3 3 2

    2. Observe as equaes qumicas da produ-o do cobre a partir do minrio e indique

    se h conservao de tomos nessas trans-

    formaes:

    a) interao do minrio de cobre (CuFeS2) com gs oxignio (O2), ocorrendo a for-

    mao de sulfeto de cobre I (Cu2S), xi-

    do de ferro III (Fe2O3) e gs dixido de

    enxofre (SO2):

    4 CuFeS2(s) + 9 O2(g) 2 Cu2S(s) +

    + 2 Fe2O3(s) + 6 SO2(g)

    b) aquecimento do sulfeto de cobre I (Cu2S), em presena de oxignio (O2), com for-

    mao de gs dixido de enxofre (SO2) e

    de cobre metlico (Cu):

    Cu2S(s) + O2(g) 2 Cu(l) + SO2(g)

    26

  • Na questo 1, item a, a partir da equao no

    balanceada Fe2O3(s) + CO(g) Fe(l) + CO2(g)

    oriente os alunos no balanceamento, utilizan-

    do as ideias de Dalton:

    se h dois tomos de ferro nos reagentes,

    ento sero formadas duas partculas de

    ferro nos produtos:

    Fe2O3(s) + CO(g) 2 Fe(l) + CO2(g)

    como existem quatro tomos de oxignio

    nos reagentes, sero formadas duas part-

    culas de CO2 nos produtos:

    Fe2O3(s) + CO(g) 2 Fe(l) + 2 CO2(g)

    agora existem dois tomos de C nos pro-

    dutos, sendo necessrias ento duas part-

    culas de CO nos reagentes:

    Fe2O3(s) + 2 CO(g) 2 Fe(l) + 2 CO2(g)

    como existem cinco tomos de oxignio

    nos reagentes e quatro nos produtos, pos-

    svel formar mais uma partcula de CO2

    utilizando mais uma partcula de CO. Ao

    final, foram utilizadas trs partculas de

    CO e produzidas trs partculas de CO2:

    Fe2O3(s) + 3 CO(g) 2 Fe(l) + 3 CO2(g)

    Um recurso facilitador para visuali-

    zar a recombinao de tomos a utiliza-

    o de bolinhas feitas com massa de modelar

    de diversas cores: cada elemento qumico deve

    ser representado por uma cor.

    A seguir, uma sugesto de pesquisa sobre

    os metais brasileiros.

    Faa uma pesquisa sobre dois

    dos principais metais produzidos

    no Brasil, os nomes dos minrios

    dos quais so obtidos e a utilizao desses

    metais pela sociedade.

    -

    -

    -

    Questes como as apresentadas a seguir

    podem ajudar a avaliar a aprendizagem.

    Na decomposio trmica do perclorato de

    amnio (NH4ClO4), formam-se quatro pro-

    dutos: um deles a gua e os outros trs so

    substncias simples formadas por dois to-

    mos iguais, duas das quais so componentes

    naturais do ar atmosfrico. Escreva a equao

    balanceada que representa essa decomposio.

    Espera-se que os alunos interpretem que,

    como o reagente composto por tomos de

    nitrognio, hidrognio, cloro e oxignio, os

    possveis produtos formados na decomposi-

    o do perclorato de amnio (NH4ClO4), alm

    da gua, so os gases formados por molculas

    constitudas por dois tomos iguais, nitrog-

    27

    Qumica 1a srie Volume 2

  • nio (N2) e oxignio (O2) componentes do ar ,

    alm de outro gs, o gs cloro (Cl2). Portanto, a

    equao corretamente balanceada :

    2 NH4ClO4(s) + energia trmica 4 H2O(l) ++ N2(g) + 2 O2(g) + Cl2(g)

    As representaes no balanceadas a seguir

    mostram as duas primeiras etapas de pro-

    duo do metal zinco a partir do minrio

    conhecido como blenda (composto princi-

    palmente por ZnS):

    I. Aquecimento do minrio com oxignio (O2) do ar, resultando em xido de zinco

    (ZnO) e dixido de enxofre (SO2):

    ZnS(s) + O2(g) ZnO(s) + SO2(g)

    II. Tratamento com carvo, a alta tempera-tura, do xido de zinco, resultando na for-

    mao de monxido de carbono:

    ZnO(s) + C(s) Zn(l) + CO(g)

    Represente, por meio de equaes qumicas

    balanceadas, cada uma das etapas citadas.

    Com essa questo, os alunos passam a

    conhecer e podem representar as transfor-

    maes que envolvem a produo de outro

    metal, o zinco, muito utilizado tambm em

    materiais diversos do cotidiano e no sistema

    produtivo. Se enfrentarem dificuldades no

    balanceamento de equaes, pode-se utilizar

    massa de modelar para facilitar a compreen-

    so. As equaes corretamente balanceadas

    que devem ser apresentadas so:

    I. 2 ZnS(s) + 3 O2(g) 2 ZnO(s) + 2 SO2(g)

    II. ZnO(s) + C(s) Zn(l) + CO(g)

    Grade de avaliao da Situao de Aprendizagem 2

    Ao final da Situao de Aprendizagem 2,

    espera-se que os alunos interpretem uma trans-

    formao qumica como um rearranjo de to-

    mos e saibam equacion-la, alm de interpretar

    e representar equaes de combustes comple-

    tas e incompletas.

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 3COMO PREVER AS QUANTIDADES IDEAIS

    DE REAGENTES E PRODUTOS ENVOLVIDOS NUMA TRANSFORMAO QUMICA?

    Nas prximas atividades, espera-se

    que os alunos possam reconhecer as rela-

    es proporcionais existentes entre as

    quantidades de reagentes e de produtos

    envolvidos em transformaes qumicas,

    em termos de massas, partculas e energia.

    Espera-se tambm que possam aplicar essas

    relaes de proporcionalidade na resolu-

    o de problemas tericos e prticos de

    Qumica.

    28

  • Para desenvolver essas competncias, pode-

    -se retomar o processo de produo do cobre,

    abordado na Situao de Aprendizagem 2.

    Partindo desse contexto de estudo, mas sem

    restringir-se a ele, discuta com os alunos a

    interpretao das equaes qumicas em ter-

    mos de quantidades de partculas de reagen-

    tes e de produtos envolvidos.

    As massas moleculares das substncias e

    seus coeficientes estequiomtricos expressos

    nas equaes qumicas balanceadas forne-

    Cu2S(s) + O2(g) + energia 2 Cu(l) + SO2(g)

    1 partcula de sulfeto de cobre I

    1 partcula de gs oxignio

    2 partculas de cobre

    1 partcula de dixido de enxofre

    a Processo de aquecimento de um minrio na presena do oxignio ou de corrente de ar. b Tambm chamada de calcocita.

    Contedos e temas: transformaes qumicas; produo de cobre e ferro; proporo em nmero de partculas, massa e energia nas transformaes qumicas.

    Competncias e habilidades: representar transformaes qumicas por meio de equaes qumicas; interpretar equaes qumicas em termos de quantidades de partculas, massa e energia; realizar clculos de massas moleculares; identificar, representar e aplicar as propores em nmero de par-tculas, massa e energia na resoluo de problemas qumicos.

    Sugesto de estratgias de ensino: aula expositiva dialogada; registros dos tpicos principais; reso-luo de exerccios e problemas.

    Sugesto de recursos: exerccios propostos.

    Sugesto de avaliao: participao na aula e resoluo dos exerccios e problemas propostos.

    cero as propores em massa das substn-

    cias em uma transformao qumica. Essas

    massas so expressas em unidades de mas-

    sa atmica. Dessa maneira, possibilita-se a

    aplicao dessas mesmas propores em ter-

    mos de massas mensurveis (grama, quilo-

    grama etc.). Com isso, possvel estabelecer

    uma ponte entre os modelos de constituio

    da matria (nvel microscpico), a linguagem

    simblica da qumica e as quantidades em

    massas mensurveis de reagentes e produtos

    (nvel macroscpico).

    Atividade 1 Quantidade de partculas envolvidas em uma transformao qumica

    Como foi visto, o cobre pode ser produzido

    pela ustulaoa da calcositab, minrio de cobre

    constitudo basicamente por sulfeto de cobre I

    (Cu2S). A equao qumica que representa

    esse processo pode ser escrita e interpretada

    da seguinte forma:

    29

    Qumica 1a srie Volume 2

  • Aps a apresentao da equao qumica da

    ustulao da calcosita e sua interpretao em

    mbito microscpico, com destaque para a ideia

    de conservao dos tomos, podem-se propor

    algumas questes, a fim de possibilitar a explo-

    rao das relaes de proporcionalidade entre

    as partculas envolvidas nessa transformao.

    Exerccios em sala de aula

    1. Quantas partculas de gs oxignio (O2) so necessrias para interagir com duas

    partculas de sulfeto de cobre I (Cu2S)?

    2

    2

    2. Quantas partculas de cobre (Cu) podem ser formadas a partir de duas partculas de

    sulfeto de cobre I?

    2

    3. Que quantidade de partculas de reagentes deve ser usada na produo de 684 partcu-

    las de cobre?

    2

    1 partcula de O2

    4. Que quantidade de partculas de cobre e de dixido de enxofre pode ser produzida

    a partir de cinco partculas de Cu2S e dez

    partculas de O2? Explique sua resposta.

    2 2

    restando cinco partculas de O2 -

    2S que

    2

    2

    de O2 2

    partculas de SO2.

    Neste momento, importante chamar

    a ateno dos alunos para o fato de que na

    representao das transformaes qumicas

    utilizam-se pequenas quantidades de part-

    culas, mas na prtica no possvel isolar

    quantidades to pequenas de reagentes ou de

    produtos e observar as interaes entre elas.

    Entretanto, as propores entre as quantida-

    des envolvidas em uma transformao qumi-

    ca permanecem as mesmas, quer se pense em

    pequenas quantidades de partculas, quer se

    trabalhe com nmeros muito grandes, como

    ser abordado com mais detalhes na Situao

    de Aprendizagem 5.

    Alm da produo do cobre, as relaes em

    termos de quantidades de partculas podem ser

    exploradas em outras transformaes qumicas.

    recomendvel evitar, neste momento, equa-

    es qumicas com coeficientes estequiomtri-

    cos muito grandes e de difcil balanceamento.

    Algumas transformaes qumicas discutidas

    anteriormente em mbito macroscpico podem

    ser retomadas para que sejam reinterpretadas,

    agora em mbito microscpico, como no exem-

    30

  • plo anterior, da ustulao da calcosita. Algumas

    sugestes so dadas a seguir.

    5. Faa o balanceamento das equaes qu-micas a seguir e interprete-as citando as

    quantidades de partculas envolvidas:

    a) hidratao da cal viva: CaO(s) + H2O(l) Ca(OH)2(aq).

    2 2 -

    2

    2

    b) queima de gs natural: CH4(g) + O2(g) CO2(g) + H2O(g).

    -

    4 2 2 2

    4 2 -

    2 -

    2

    Para explorar as relaes de proporcionali-

    dade nessas transformaes qumicas, podem

    ser elaboradas questes similares quelas pro-

    postas na anlise da produo de cobre ou

    outras, conforme as necessidades e possibilida-

    des de cada turma.

    1. Considere a equao qumica que representa a combusto do gs me-

    tano (CH4), principal componente

    do gs natural:

    CH4(g) + 2 O2(g) CO2(g) + 2 H2O(g).

    a) Na combusto de 15 partculas de me-tano so consumidas quantas partculas

    de gs oxignio (O2)?

    -

    4 sero consumidas 30 partculas de O2.

    b) Os produtos da combusto de certa quantidade de metano foram coletados,

    resfriados e, assim, separados, obtendo-

    -se uma pequena quantidade de gua no

    estado lquido. Sabe-se que essa quan-

    tidade continha 6 1022 partculas de

    gua. Quantas partculas de metano de-

    vem ter sido queimadas nesse caso?

    -

    22 par-

    22 partculas de meta-

    Atividade 2 Massas atmicas e massas moleculares

    possvel tambm interpretar as equaes

    qumicas em termos de massa, considerando que

    cada elemento qumico tem uma massa atmica

    determinada e que as massas das partculas que

    formam as substncias so dadas pelo somat-

    rio das massas dos tomos que as compem.

    O conceito de massa atmica foi apresentado

    anteriormente, quando as ideias de John Dalton

    sobre a constituio da matria foram discutidas.

    Naquele contexto, a massa dos tomos dos dife-

    rentes elementos qumicos era estipulada ado-

    tando-se como padro o tomo de hidrognio.

    31

    Qumica 1a srie Volume 2

  • u35,5100

    37).24,235.(75,8MA =

    +=

    As massas atmicas atuais so dadas em

    funo do istopo do carbono de nmero de

    massac 12. Cada unidade de massa atmica (u)

    equivale a 1/12 da massa de um tomo de car-

    bono de nmero de massa 12 (1/12 de 12C). Em

    outras palavras, cada tomo de carbono equi-

    vale a 12 unidades de massa atmica.

    Assim como o tomo de carbono, a gran-

    de maioria dos elementos qumicos formada

    por diferentes istopos. Dessa forma, a massa

    atmica de um elemento qumico corresponde

    a uma mdia ponderada das diferentes espcies

    isotpicas existentes.

    O elemento cloro, por exemplo, aparece na

    natureza como 35Cl (75,8%) e 37Cl (24,2%). A

    massa atmica do cloro pode ser calculada da

    seguinte forma:

    Neste volume 2, entretanto, o conceito de

    massa atmica apresentado no precisa ser tra-

    tado nesse nvel de detalhamento, pois estamos

    trabalhando com as ideias de Dalton. Assim,

    basta que os alunos saibam que:

    cada elemento qumico apresenta um valor

    de massa especfico;

    impossvel determinar a massa de qual-

    quer tomo em balanas, pois so partcu-

    las muito pequenas;

    c Soma das quantidades de prtons e nutrons presentes no ncleo de um tomo.

    no se adota mais o hidrognio como

    padro de massa atmica (ao qual era atri-

    budo o valor 1 u), mas o tomo de carbono

    (ao qual se atribui o valor de massa 12 u).

    Em outras palavras, 1 u equivale a 1/12 da

    massa de um tomo de C.

    A discusso a respeito das massas de is-

    topos pode ser realizada nas prximas sries,

    se necessrio, quando os modelos atmicos

    conhecidos pelos alunos apresentaro prtons,

    eltrons e nutrons e possibilitaro a compre-

    enso do conceito.

    importante mencionar que as massas

    atmicas calculadas por Dalton a partir da

    quantidade proporcional que se combinava

    com 1 g de hidrognio foram revistas e que

    os valores conhecidos atualmente so bem

    mais precisos do que aqueles do incio do

    sculo XIX.

    Aps discutir esses tpicos, podem-se colo-

    car as seguintes questes para os alunos.

    Exerccios em sala de aula

    1. Qual a massa de uma partcula de gua, sabendo-se que cada tomo de hidrognio

    tem massa atmica 1 u e que os tomos de

    oxignio tm massa 16 u?

    32

  • Massa molecular = 18 u

    Massa molecular (H2O) = 2 1 + 16 = 18 u

    Figura 5. Massa molecular da gua.

    2. Qual a massa de uma partcula de gs oxi-gnio (O2)? E de uma partcula de gs hi-

    drognio (H2)?

    2: 2

    2: 2

    importante dar tempo para que os alu-

    nos pensem e respondam s questes e pedir-

    -lhes que expliquem suas respostas. provvel

    que alguns alunos lembrem-se da frmula da

    gua e proponham que as massas dos tomos

    que a compem sejam somadas para obter

    a massa da molcula de gua. Questione-os

    da mesma forma, usando outras substncias

    conhecidas por eles, como oxignio, calcrio

    ou gs carbnico. necessrio fornecer os

    dados de massa para que eles respondam s

    questes. Finalize este momento organizan-

    do o raciocnio desenvolvido e definindo o

    conceito de massa molecular (MM): massa de

    uma partcula de uma substncia expressa em

    unidades de massa atmica (u).

    importante lembrar mas no necess-

    rio aprofundar que muitas substncias no

    so formadas por molculas (conjuntos de to-

    mos unidos por ligaes qumicas), mas por

    estruturas tridimensionais nas quais os to-

    mos ou ons esto ligados uns aos outros por

    ligaes qumicas em quantidade indefinida,

    formando uma rede, como o caso dos sais,

    metais e xidos metlicos. O conceito de mas-

    sa molecular tambm se aplica a esses casos.

    Massa molecular a massa de uma molcula

    ou outra partcula de uma substncia expressa

    em unidades de massa atmica (u). Para evitar

    conflitos e erros conceituais, recomendvel

    utilizar o termo mais genrico partcula em vez

    de molcula, pois o primeiro pode ser aplicado

    a molculas, ons, tomos ou qualquer outra

    espcie qumica.

    Neste momento, o uso de figuras, como

    a Figura 5 apresentada a seguir, pode auxi-

    liar na compreenso de que a massa molecu-

    lar expressa a soma das massas atmicas dos

    tomos que compem a menor partcula de

    uma substncia, representada por sua frmu-

    la qumica. Enfatize novamente que, por se

    tratar da massa de uma nica molcula, esse

    valor deve ser expresso em unidades de massa

    atmica (u) e no pode ser medido em balan-

    as. No recomendado discutir a geometria

    da molcula de gua ou as ligaes qumicas

    entre oxignio e hidrognio neste momento,

    visto que os alunos ainda no tm os conhe-

    cimentos necessrios para compreender essas

    noes. Se eles questionarem a geometria da

    molcula ou as ligaes entre os tomos, voc

    pode informar que esses assuntos sero trata-

    dos apenas na srie seguinte.

    C

    laud

    io R

    ipin

    skas

    /R2

    Cri

    ae

    s

    33

    Qumica 1a srie Volume 2

  • 3. Escolha trs substncias entre as que so apre-sentadas a seguir e calcule a massa de uma

    partcula de cada uma delas (consulte a tabela

    peridica para isso): xido de clcio (CaO),

    hidrxido de clcio (Ca(OH)2), dixido de

    carbono (CO2), sulfeto de cobre I (Cu2S), xi-

    do de ferro III (Fe2O3) e metano (CH4).

    2

    2

    2S: 2

    2O3: 2

    4

    Um dos objetivos desta Situao de

    Aprendizagem que os alunos consigam

    obter propores em massas mensurveis

    com base nas propores em massas at-

    micas das substncias envolvidas em uma

    transformao qumica. Um passo impor-

    tante nesse sentido consiste em exercitar a

    capacidade de expressar as relaes de mas-

    sas atmicas entre as substncias envolvi-

    das em uma transformao qumica. Assim,

    pode-se propor a interpretao da equao

    qumica da decomposio da gua em ter-

    mos de massas atmicas.

    4. Represente a equao qumica balanceada da decomposio da gua em gs hidrog-

    nio e gs oxignio e complete a tabela a

    seguir:

    Equao qumica 2 2 O2

    Nmero de partculas 2 partculas 1 partcula de

    Massa de uma partcula2

    2 1 O2

    Massas das partculas envolvidas nessa reao 2

    24 u 1 O2

    preciso fornecer o tempo necessrio

    para a realizao da tarefa e acompanhar o

    seu desenvolvimento, resolvendo as dvidas

    dos alunos individualmente.

    Antes de passar para a atividade seguinte,

    outros casos simples podem ser trabalhados da

    mesma forma. Voc pode abordar, por exem-

    plo, a combusto completa do carbono ou a

    calcinao do calcrio.

    Atividade 3 Previses das massas de reagentes e produtos

    As massas das partculas envolvidas em

    uma transformao qumica, expressas

    em unidades de massa atmica, podem ser

    relacionadas s massas mensurveis dessas

    substncias em qualquer unidade de massa,

    mantendo-se a proporcionalidade entre elas.

    A Tabela 3 a seguir ilustra essa ideia.

    +

    Tabela 2.

    34

  • Equao qumica 2 H2O(l) 2 H2(g) + O2(g)

    Nmero de partculas 2 partculas de gua produzem2 partculas de gs hidrognio e

    1 partcula de gs oxignio

    Massa das partculas 36 u produzem 4 u e 32 u

    Exemplos de massas mensurveis que guardam a mesma proporo

    36 g produzem 4 g e 32 g

    9,0 kg produzem 1,0 kg e 8,0 kg

    2,7 g produzem 0,3 g e 2,4 g

    massa de gua

    massa de hidrognio

    36 u

    4 u

    36 g

    4 g

    2,7 g

    0,3 g

    9

    1

    9,0 kg

    1,0 kg= = = = =

    O objetivo da anlise dessa tabela mostrar

    que, independentemente da unidade de massa

    utilizada (u, g, kg ou outras), as relaes em

    massa em uma dada transformao qumi-

    ca so constantes. Alm disso, pode-se reto-

    mar a Lei de Conservao de Massa, proposta

    inicialmente por Lavoisier, e mostrar que os

    dados apresentados na tabela esto de acor-

    do com a constatao experimental de que nas

    transformaes qumicas a massa do sistema

    permanece a mesma. No caso da decomposi-

    o da gua, evidencie que a proporo entre

    a massa de gua decomposta e a massa de

    hidrognio formada a mesma, seja em unida-

    des de massa atmica, seja em gramas, seja em

    quilogramas.

    Dessa forma, possvel obter uma propor-

    o em unidade de massa atmica para qual-

    quer transformao qumica, desde que se

    conheam sua equao qumica balanceada e

    as massas moleculares dos reagentes e produ-

    tos envolvidos. Essa proporo em unidade de

    massa atmica de uma transformao qumica

    pode ser usada para prever massas mensur-

    veis dos reagentes e produtos.

    Vejamos os seguintes problemas referentes

    decomposio da gua e produo do ferro.

    Exerccios em sala de aula

    1. A partir das informaes da tabela ante-rior, sobre a decomposio da gua, que

    massas de gs oxignio e de gs hidro-

    gnio podem ser produzidas, aproxima-

    damente, na decomposio de 100 g de

    gua?

    Tabela 3.

    35

    Qumica 1a srie Volume 2

  • x

    g100

    u4

    u36

    massa de oxignio

    massa de

    g 11xu36

    u4.g100x

    -

    2. Que massa de ferro pode ser obtida a par-tir de 1 280 kg de xido de ferro III (Fe2O3),

    tendo carvo (C) e oxignio (O2) suficientes

    para consumir todo esse minrio de ferro?

    Considere que essa transformao pode ser

    representada pela seguinte equao qumica:

    2 Fe2O3(s) + 6 C(s) + 3 O2(g) 4 Fe(l) +

    + 6 CO2(g).

    Dados massas atmicas: Fe = 56,0 u; O =

    16,0 u; C = 12,0 u.

    -

    2O3

    2O3 + + 3 O2 + 22 160 u 4 320 u 224 u

    x

    x

    1 0u 224u 320

    odemassa

    odexidodemassa

    6u 320

    u224. 1 0x x

    -

    As questes anteriores ilustram como o

    domnio da linguagem qumica e dos modelos

    tericos sobre a constituio da matria pode

    ser til na resoluo de problemas prticos,

    como prever as quantidades possveis de pro-

    dutos nas transformaes qumicas.

    Podem ser propostas questes desse tipo a

    partir de outros contextos do sistema produtivo.

    Retome, por exemplo, a questo da produo de

    cobre ou da queima de combustveis. Ento, os

    alunos devero mobilizar seus conhecimentos

    sobre transformaes qumicas, balanceamento

    de equaes qumicas, clculo de massas mole-

    culares e raciocnio proporcional, a fim de pre-

    ver quantidades de reagentes necessrias para

    conseguir certa quantidade de produto ou mes-

    x

    g100

    u32

    u36

    massa de oxignio

    massa de

    gxu36

    u 32.g100x

    ser estabelecida:

    2O3 -

    36

  • mo prever a quantidade de produtos obtidos de

    determinada quantidade de reagente.

    1. A combusto de magnsio (Mg), um slido de cor prateada, uma

    reao qumica muito utilizada em

    demonstraes durante aulas de Qumica

    por ser acompanhada de intensa emisso

    de luz branca. O nico produto formado

    nessa reao qumica o xido de magn-

    sio (MgO), um slido branco. A respeito

    dessa reao, pede-se:

    a) represente a equao qumica balancea-da dessa transformao qumica;

    2

    b) calcule as massas moleculares dos rea-gentes e produtos (considere as seguintes

    massas atmicas: Mg = 24 u; O = 16 u);

    2

    c) calcule a massa de xido de magnsio que pode ser obtida a partir da combus-

    to de 96 g de magnsio.

    2

    160 gxu

    .x

    x

    g

    Atividade 4 Previses das quantidades de energia envolvida nas transformaes qumicas

    O aspecto energtico tambm pode ser

    abordado ao se discutirem as transformaes

    qumicas e suas formas de representao. Isso

    especialmente relevante quando tratamos

    de processos que liberam energia como as

    combustes e transformaes que absorvem

    energia como o cozimento de alimentos.

    Nesses casos, podem-se representar os valo-

    res de energia como um dos termos da equa-

    o qumica; entretanto, deve-se deixar claro

    que a energia apresentada na equao, do

    lado dos reagentes (processos endotrmicos)

    ou do lado dos produtos (processos exotrmi-

    cos), no um material, ou seja, no reagen-

    te nem produto.

    Pode-se explorar a relao proporcional

    existente entre as quantidades de reagentes e

    produtos e a energia consumida ou liberada

    em uma transformao qumica. Os alunos

    devero compreender apenas as relaes entre

    massas mensurveis (g, kg, mg, t etc.) e ener-

    gia. A relao entre quantidade de partculas

    e energia no deve ser discutida neste momen-

    to, pois eles ainda no estudaram a grandeza

    quantidade de matria e sua unidade (mol),

    o que acontecer posteriormente.

    37

    Qumica 1a srie Volume 2

  • C(s) + O2(g) CO2(g) + energia

    Podemos assim calcular as massas mole-

    culares das substncias presentes nesta

    equao e apresentar a proporo em massa

    mostrada a seguir.

    Esses valores de massa e energia podem ser representados pelas seguintes razes:

    kcal81,6g1

    g12.kcal6,8x

    g12x

    g1kcal6,8

    Cdemassaenergia

    C(s) + O (g)2 CO (g)2 + energia

    12 g 32 g 44 g12 . 6,8 = 81,6 kcal

    1 g 6,8 kcal

    Cabe retomar e ter como ponto de parti-

    da o conceito de poder calorfico de combus-

    tveis, tratado no volume anterior. Relembre

    o fato de que, quanto maior a massa de certo

    combustvel queimado na presena de oxig-

    nio suficiente, maior ser a energia liberada

    nesse processo. Tome cuidado, entretanto,

    para deixar claro que os poderes calorfi-

    cos so valores mdios, j que os combus-

    tveis em geral so misturas de diversas

    substncias.

    Veja o exemplo da combusto completa do

    carvo, que tem poder calorfico de aproxima-

    damente 6 800 kcal kg1, ou seja, 6,8 kcal g1.

    Se considerarmos o carvo constitudo sobre-

    tudo de carbono, podemos representar sua

    combusto pela equao qumica:

    Exerccios em sala de aula

    1. D um exemplo de como a energia e as massas de reagentes e produtos esto rela-

    cionadas em uma transformao qumica.

    Voc pode usar esquemas, equaes e tex-

    tos para demonstrar essa relao.

    -

    e produtos e a quantidade de energia envolvida na rea-

    discutidas no volume anterior e apresentem respostas

    como:

    4

    4

    38

  • -

    4 2 2 2

    4

    4

    2. Considere a equao qumica que repre-senta a combusto do etanol:

    C2H6O(g) + 3 O2(g) 2 CO2(g) + 3 H2O(g).

    Dado a combusto de 1 g de etanol libera

    aproximadamente 27 kJ.

    a) Consulte a tabela peridica e calcule as massas moleculares dos reagentes e pro-

    dutos envolvidos nessa transformao

    qumica.

    2 6

    O2

    2

    2

    b) Calcule a massa de etanol que consu-mida quando, em sua combusto, for-

    mam-se 88 g de CO2.

    2 nessa

    2 6 2 2 2

    2 ocorre quando se queimam

    46 g de etanol.

    c) Que quantidade de energia pode ser li-berada quando h formao de 88 g de

    CO2 na queima de etanol?

    2

    -

    1. Que massa de cobre pode ser ob-tida a partir de 15,9 kg de sulfeto

    de cobre I (Cu2S), tendo oxignio

    suficiente para essa reao?

    Dados massas atmicas:

    Cu = 63,5 u; S = 32,0 u; O = 16,0 u.

    Equao qumica no balanceada:

    Cu2S(s) + O2(g) Cu(l) + SO2(g).

    -

    2 2

    2

    massas moleculares das substncias envolvidas no problema

    2

    2

    -

    -

    2

    2S so con-

    xu

    2

    .

    x

    2S podem ser produzidos

    39

    Qumica 1a srie Volume 2

  • 2. Complete as lacunas na tabela a seguir, sa-bendo que so necessrias 2,90 kcal para

    decompor 1,00 g de calcrio.

    Dados massas atmicas:

    Ca = 40,0 u; C = 12,0 u; O = 16,0 u.

    completar a tabela como a seguir:

    CaCO3(s) + energia CaO(s) + CO2(g)

    100 u u u

    g kcal 56,0 g g

    1,00 g 2,90 kcal g g

    100

    Podem-se propor aos alunos outras ques-

    tes com clculos semelhantes, por exemplo:

    Qual a massa mnima de carbonato de cl-

    cio (CaCO3) necessria para obter 112 t de

    cal viva (CaO) por decomposio, saben-

    do que nesse processo forma-se tambm gs

    carbnico?

    Para responder, os alunos devem desenvol-

    ver um raciocnio semelhante ao da primeira

    questo da seo Lio de casa:

    CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g)

    Massa molecular (CaCO3) = 40 + 12 + + 3 16 = 100 u

    Massa molecular (CaO) = 40 + 16 = 56 u

    CaCO3 det 020u 56t 112 . u 100

    xt112

    x

    u56

    u100

    CaOdemassa

    CaCO3demassa

    Assim, so necessrias 200 t de CaCO3 para

    produzir 112 t de CaO.

    Grade de avaliao da Situao de Aprendizagem 3

    As relaes entre as quantidades de rea-

    gentes, produtos e energia envolvidas em uma

    transformao qumica podem ser ampliadas

    para outras transformaes qumicas que no

    as abordadas neste Caderno. recomendvel

    evitar fenmenos muito complexos, difceis

    de representar ou que no tenham relevncia

    social, cientfica ou tecnolgica. O tempo de

    aula limitado e os alunos devem aproveit-

    -lo da melhor maneira, discutindo fenme-

    nos que tenham relevncia em sua formao

    geral.

    Tabela 4.

    40

  • SITUAO DE APRENDIZAGEM 4METAIS E O SISTEMA PRODUTIVO

    Nesta Situao de Aprendizagem, a com-

    preenso do tema metais ser ampliada com

    a discusso de aspectos relacionados sua pro-

    duo e seus usos.

    A discusso, at ento focada no cobre e no

    ferro, passa a abranger outros metais presen-

    tes no cotidiano, como alumnio, zinco, ouro,

    prata, chumbo etc. No final desta Situao de

    Aprendizagem, o tema metais ser discutido

    em um contexto mais amplo, isto , o dos mate-

    riais reciclveis. Essa contextualizao do tema

    fundamental para consolidar sua impor-

    tncia, no apenas no campo das Cincias da

    Natureza, mas tambm no da Geografia, da

    Histria, da Economia e da Sociologia, mos-

    trando assim que os conhecimentos qumi-

    cos adquiridos at ento, junto dos saberes de

    outras reas do conhecimento, so necessrios

    para compor uma viso mais ampla da realida-

    de em que vivemos.

    So propostas trs atividades para a realiza-

    o desta Situao de Aprendizagem:

    na primeira atividade, analisaremos os

    diversos usos de metais no cotidiano e a

    relao entre seus usos e suas propriedades

    fsicas e qumicas;

    na segunda atividade, discutiremos os

    aspectos geogrficos, sociais e econmicos

    relacionados produo de ferro, ressal-

    tando aspectos do sistema produtivo que

    podem ser aplicados em outros contextos;

    a terceira atividade, a ser realizada em gru-

    po e fora do horrio de aula, procura abor-

    dar a importncia das empresas de sucata

    e ferro-velho no processo de reciclagem

    de metais e outros materiais reciclveis.

    importante lembrar que esta ativida-

    de deve ser solicitada j na primeira aula

    desta Situao de Aprendizagem, para que

    os alunos tenham o prazo de uma semana

    para realiz-la.

    Com essas atividades, espera-se que os alu-

    nos possam construir uma viso mais abran-

    gente sobre a produo e os usos dos metais e,

    assim, desenvolver competncias que lhes pos-

    sibilitem julgar seus padres de consumo de

    forma mais consciente e embasada em conheci-

    mentos cientficos e interdisciplinares.

    Contedos e temas: relao entre propriedades e aplicaes de metais e ligas metlicas; influncia dos aspectos geogrficos, socioeconmicos e tecnolgicos na produo de ferro-gusa e ao; reciclagem de metais e outros materiais.

    Competncias e habilidades: relacionar as propriedades dos materiais metlicos a suas aplicaes tecnolgicas; identificar a influncia dos aspectos geogrficos, socioeconmicos e tecnolgicos no sistema produtivo; reconhecer a importncia socioeconmica da reciclagem de materiais diversos.

    41

    Qumica 1a srie Volume 2

  • De que feita uma lmpada?

    A lmpada eltrica incandescente um dos

    objetos mais comuns na maioria das residncias

    brasileiras. Inventada por Thomas Alva Edison,

    em 1879, esse pequeno aparato tecnolgico

    sofreu algumas mudanas at chegar forma e

    composio como a conhecemos hoje.

    Inicialmente, a luz era produzida quando a cor-

    rente eltrica passava por um basto de carvo, em

    vez do filamento de tungstnio que se usa atual-

    mente, tornando-o incandescente. Mas esse sistema

    tinha pouca durabilidade (algumas horas apenas).

    Esse problema levou Edison a pesquisar outros

    materiais que pudessem substituir o carvo. Nessa

    busca foram testados diversos metais e ligas met-

    licas at se chegar ao filamento de tungstnio (W).

    Esse metal possui condutibilidade eltrica

    moderada (aproximadamente 340 vezes menor

    do que a da prata, que considerada um exce-

    lente condutor eltrico); por isso, oferece resistn-

    cia passagem da corrente eltrica, gerando calor

    a ponto de se tornar incandescente e emitir luz.

    Apresenta tambm elevada temperatura de fuso

    (3 410 oC), resistindo a altas temperaturas sem

    sofrer fuso. Essa ltima propriedade especial-

    mente importante, visto que o filamento da lm-

    pada pode alcanar impressionantes 3000 oC

    durante seu funcionamento.

    Poucos metais resistiriam sem fundir a to

    elevada temperatura.

    Alm do tungstnio, outros metais so

    empregados na confeco de uma lmpada el-

    trica incandescente:

    Atividade 1 Metais no cotidiano

    Esta atividade visa sensibilizar e conscien-

    tizar os alunos sobre a grande utilizao de

    Tungstnio

    Ferro e nquel

    Cobre

    Zinco

    Chumbo, estanhoe antimnio

    Sugesto de estratgias de ensino: atividades coletivas de investigao; visita a um ferro-velho; aula expositiva dialogada.

    Sugesto de recursos: tabela com dados da produo de ferro no mundo (atividade 2).

    Sugesto de avaliao: participao na aula e relatrios.

    metais e ligas metlicas no cotidiano. A ativi-

    dade pode ser iniciada com uma discusso a

    respeito do uso de metais na produo de uma

    lmpada comum incandescente.

    Figura 6.

    C

    laud

    io R

    ipin

    skas

    /R2

    Cri

    ae

    s

    42

  • Haste de ferro (Fe) e nquel (Ni): essa liga

    metlica apresenta elevada resistncia mec-

    nica (no entorta facilmente) e suporta altas

    temperaturas sem fundir (aproximadamente

    1500 oC), sendo um material ideal para sus-

    tentar o filamento da lmpada.

    Fios de cobre (Cu): metal com boa conduti-

    bilidade eltrica e alta temperatura de fuso.

    Rosca de zinco (Zn): metal malevel (fcil de

    moldar), que suporta temperaturas modera-

    das sem fundir (420 oC) e possui boa condu-

    tibilidade eltrica.

    Ponto de contato de chumbo (Pb), estanho (Sn)

    e antimnio (Sb): essa liga metlica til para

    fazer soldagem porque seus componentes apre-

    sentam temperaturas de fuso relativamente

    baixas (327 oC, 232 oC e 631 oC, respectiva-

    mente). Consequentemente, a prpria liga

    tambm tem baixa temperatura de fuso. O

    antimnio misturado ao chumbo e ao estanho

    para que a liga suporte temperaturas um pouco

    maiores sem fundir e tenha maior dureza.

    Os metais, quando submetidos a tempera-

    turas elevadas, podem facilmente sofrer oxi-

    dao se estiverem em contato com o oxignio

    do ar. Por esse motivo, o interior das lmpa-

    das preenchido com gases inertes (que difi-

    cilmente reagem com outros materiais), como

    nitrognio (N2), criptnio (Kr) e, principal-

    mente, argnio (Ar).

    Elaborado por Fabio Luiz de Souza especialmente para o So Paulo faz escola.

    Exerccios em sala de aula

    1. Comente a importncia do conhecimento das propriedades dos metais para a constru-

    o de uma lmpada eltrica incandescente.

    D exemplos que ilustrem seus argumentos.

    O aluno vai elaborar seu prprio texto. importante que

    -

    -

    rosca metlica -

    -

    -

    filamento

    de tungstnio -

    de resistir a temperatura de mais de 3 000 o

    2. Zinco, ferro e nquel so metais de mais fcil obteno do que o tungstnio. Seria

    possvel substituir o filamento de tungst-

    nio da lmpada eltrica por um desses me-

    tais? Explique sua resposta.

    -

    o

    3. Complete a tabela a seguir com trs exem-plos de objetos metlicos (ou que conte-

    nham metais) presentes em sua casa ou na

    escola. Cite os metais que constituem esses

    43

    Qumica 1a srie Volume 2

  • Para finalizar a atividade, alguns alunos

    podem apresentar os objetos que analisaram

    e as relaes estabelecidas entre as proprieda-

    des e os usos dos materiais metlicos.

    Atividade 2 Produo de ferro no mundo: do minrio ao ao

    Nesta atividade discutiremos as relaes entre

    reserva e extrao de minrio de ferro, a produ-

    o de ferro-gusa e ao e os aspectos tecnolgi-

    cos, geogrficos e socioeconmicos de cada pas.

    O ferro o metal produzido em maior

    quantidade no mundo. Por sua dureza, malea-

    bilidade e elevada temperatura de fuso, alm

    de outras propriedades, ele tambm o metal

    mais utilizado pela humanidade h mais de

    6 mil anos. De armas a utenslios domsticos

    e vergalhes para a construo civil, o ferro