Quarto Escuro

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QUARTO ESCURO Era noite, minha mente com muito esforço mantinha o eu em torno de minha psique. Chovia muito embora não me molhasse, ventava muito embora nada se mexesse porem a única coisa que insistia em se mover era a parede do meu quarto. Era como se fosse uma cortina gigante e flexível que levemente escorria sobre o meu rosto. A minha noção de espaço aos poucos se esvaindo, me mostrava o quanto os meus sentidos eram equivocados, levava com sigo minha noção de tempo embora ele ainda existisse. Ao tentar mover-me é que me dei conta de que estava preso a toda aquela situação sem significado. O meu corpo ali presente movediço, instável, não apresentava estrutura firme, não ao menos que eu pudesse sentir. E eis que surge uma silhueta de tom escuro e transparente em meu quarto, caminhando em minha direção, não havia nada que pudera fazer, o meu corpo ali paralisado transmitia a minha vulnerabilidade e o quão frágil podemos ser. Respirei fundo e voltei para o meu quarto, meu verdadeiro quarto. O que para muitos poderia ter sido um episodio de extremo medo ou algo fantasmagórico e demoníaco, para mim não passou de um momento lindo, onde pude me lembrar que humanos são sempre humanos, Seja no medo em seu peito, na paz de espirito encontrada ou em uma paralisia do sono em sua cama.

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QUARTO ESCURO

Era noite, minha mente com muito esforço mantinha o eu em torno de minha psique. Chovia muito embora não me molhasse, ventava muito embora nada se mexesse porem a única coisa que insistia em se mover era a parede do meu quarto. Era como se fosse uma cortina gigante e flexível que levemente escorria sobre o meu rosto. A minha noção de espaço aos poucos se esvaindo, me mostrava o quanto os meus sentidos eram equivocados, levava com sigo minha noção de tempo embora ele ainda existisse. Ao tentar mover-me é que me dei conta de que estava preso a toda aquela situação sem significado. O meu corpo ali presente movediço, instável, não apresentava estrutura firme, não ao menos que eu pudesse sentir. E eis que surge uma silhueta de tom escuro e transparente em meu quarto, caminhando em minha direção, não havia nada que pudera fazer, o meu corpo ali paralisado transmitia a minha vulnerabilidade e o quão frágil podemos ser. Respirei fundo e voltei para o meu quarto, meu verdadeiro quarto.

O que para muitos poderia ter sido um episodio de extremo medo ou algo fantasmagórico e demoníaco, para mim não passou de um momento lindo, onde pude me lembrar que humanos são sempre humanos, Seja no medo em seu peito, na paz de espirito encontrada ou em uma paralisia do sono em sua cama.