Qualidade Total Metro Do Porto

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    METMED 3

    QUALIDADE TOTAL

    no

    METRO DO PORTO

    Baptista da Costa

    Casablanca, Novembro de 1995

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    A QUALIDADE TOTAL

    no

    METRO DO PORTO

    Ponto prvioFoi-nos solicitada a apresentao de uma comunicao sobre a qualidade total no Metrodo Porto para apresentar na reunio de Casablanca do Metmed 3. Esta solicitao, apoucos dias desta reunio, no deu o tempo suficiente para preparar uma apresentaocom a qualidade que entendemos conveniente em reunies como esta. As tarefas emcurso no Metro do Porto, neste perodo, tambm no libertaram o tempo mnimonecessrio e suficiente para esta tarefa.

    Contudo, porque a experincia do Metro do Porto enquanto processo ainda em curso deadjudicao pode aportar, de experincia, foi decidido fazer esta comunicao.

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    Introduo

    A razo para a criao do Metro do Porto, S.A. tem a ver com a constatao de queexistem necessidades no satisfeitas ou no completamente satisfeitas nas deslocao depessoas na rea Metropolitana do Porto. Ento, oferecer um sistema de transporte com

    qualidade (capaz de satisfazer estas necessidades) uma funo intrnseca do Metro doPorto; podemos mesmo dizer que se trata no s da funo social da empresa, mas o seuobjecto e sua razo de ser.

    Para que a qualidade intervenha em todo o ciclo de vida do sistema de transporte deMetro Ligeiro, desde a concepo, e envolva todas as pessoas, foi necessrio criar umacultura de empresa que no s o permite como o incentiva.

    QUALIDADE TOTAL

    a

    CULTURA DO METRO DO PORTO

    que permitir fornecer um servio que satisfaaas necessidades e expectativas dos clientes

    Esta cultura de empresa de modo a mobilizar todas as pessoas adoptando mtodos deresoluo de problemas que envolvem sistematicamente grupos pluridisciplinare

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    ORGANIZAR A PARTICIPAO DE TODOS

    A participao de todos uma necessidade econmica e

    uma necessidade social cada vez maior

    1 - O LANAMENTO DO CONCURSO

    Para a realizao deste empreendimento foi lanado um concurso pblico internacionalno ambito da Unio Europeia, concurso tipo chave na mo.

    Pretende-se com este concurso tipo chave na mo, que o consrcio vencedor realize oprojecto, a construo e fornea os equipamento para o total da rede posta a concurso,por forma a dar coerncia ao conjunto.

    Foi decidido incluir tambm no mesmo concurso o eventual financiamento parcial e aoperao do sistema por um curto perodo de tempo que se estima de cerca de 5 anos.

    A introduo da experincia mnima de operao, neste concurso, como factor deexcluso, define o esprito do Metro do Porto quanto finalidade do empreendimento.

    Trata-se de um sistema para ser operado, ou seja, para satisfazer necessidades dos

    clientes finais. No se pretende uma obra em que os especialistas destas tecnologiastenham a palavra final, mas sim uma obra em que a adequao ao uso sejadeterminante.

    As fases do concursoEste concurso foi dividido em trs fases, sendo a primeira de prqualificao qual seapresentaram sete consrcios que incluam os mais importantes construtores dematerial, tais como ABB, Siemens, Ansaldo, Gec-Alsthom, Bombardier, Matra, AEG eBreda.

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    A esta primeira fase, quase concluda, segue-se a fase de apresentao de propostas detecnologia e preo, que permitir seleccionar, de entre os candidatos pr-qualificados,os dois com quem o Metro do Porto vai realizar a ltima fase (de negociao) com vistaa adjudicar a um deles a execuo da obra e a colocao do sistema em funcionamento.

    2 - A CONCEPO DO SISTEMA

    nesta segunda fase, em que nos encontramos, que surgem as principais inovaes doMetro do Porto, a fase em que teremos de definir, com o rigor possvel, as funes quepretendemos ver realizadas e como sero avaliadas.

    Nesta fase fica evidenciada a inexistncia das ferramentas tradicionais para opreenchimento de um caderno de encargos tradicional, uma vez que temos fixadosquase que exclusivamente os pressupostos polticos da localizao das linhas e dasestaes.

    Mais, durante a fase de pr-qualificao, intencionalmente no foi feita qualquerseleco de tecnologias, pelo que o caderno de encargos ter de admitir desde assolues tradicionais at solues como o SIPEM ou o VAL.

    As ISO 9000O Metro do Porto deve desenvolver o seu sistema da qualidade visando as suasnecessidades, os seus objectivos e os seus servios especficos.J no programa de concurso foram feitas referncias expressas s ISO 9000, uma vezque tm como principais objectivos:

    1. Realizar e manter a qualidade dos servios a fim de satisfazer continuamente anecessidade expressa ou implcita do cliente;

    2. Proporcionar confiana sua prpria direco de que a qualidade desejada atingida e mantida ;

    3. Proporcionar confiana ao cliente de que a qualidade desejada ou ser atingidapelo servio prestado.

    A ISO 9000 difere de muitas outras normas da qualidade existentes, porque no requeraces especificas para que os requisitos sejam satisfeitos. Muitas normas definem comdetalhe o nmero e o tipo de inspeco das matrias primas que entram, comodocumentar uma inspeco em processo ou final, ou o que necessrio numa inspecoe num ensaio. Esta norma no se preocupa com essa abordagem.

    Por essa razo, a ISO 9000 estimula cada empresa a determinar a melhor forma deatender s pretenses e aos requisitos da norma. Isto possibilita flexibilizar eparticularizar o sistema operacional do Metro do Porto.

    A concepo do Sistema Metro do PortoA concepo de um produto como um sistema de metro ligeiro sempre uma tarefamuito difcil. As dificuldades so significativas no s pela complexidade do produtomas tambm porque o numero de organizaes envolvidas muito grande.

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    Sistemajuridico

    Sistemapoltico

    SistemaTcnico

    SistemaSocial

    SistemaEconmico

    SistemaGesto

    CONSIDERAR TODA A ENVOLVENTE E AS SUAS INTERACES

    As fases do processo de concepoPor outro lado, o aumento crescente da concorrncia e da inovao exerce uma pressoconstante no ciclo de vida dos produtos, diminuindo drasticamente, quer o tempo deconcepo e desenvolvimento, quer o tempo de aparecimento de novos produtosconcorrentes com caractersticas adicionais. Este ambiente competitivo vem tornar a

    concepo numa actividade crtica para o sucesso da rede a implementar.

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    Assim, o processo de concepo visto como uma srie de actividades:

    ACTIVIDADES NO PROCESSO DE CONCEPO

    Identificao das necessidades do utilizador

    Expresso funcional das necessidades

    Projecto conceptual

    Calculo e definio de parametros

    Verificao do projecto

    Desenhos de pormenor e especificao de fabrico

    Verificao dos desenhos

    Instrues finais de fabrico

    Algumas destas actividades tm caractersticas que as tornam de mais difcil controlo. Oprojecto conceptual, j que envolve aces de criatividade, praticamente impossvelde ser controlado. Mas mesmo aqui, alguma abordagem sistemtica pode ser institudano sentido de conseguir, dentro das solues possveis, no s uma soluo, mas amelhor soluo.

    Efectivamente o desenvolvimento do projecto do Metro do Porto no ser inteiramenteoriginal, pois incorporar os conhecimentos adquiridos, quer pela cincia e tecnologia,quer do comportamento em servio de outros sistemas j em funcionamento.

    Por outro lado, a concepo o processo de transformar os requisitos do Metro do Portoem especificaes de fabrico. Deste modo, o projecto pode ser visto como umaabordagem sistemtica: INPUT (caderno de encargos funcional, normas aplicveis,

    cdigos de boa prtica, etc.); actividades de projecto (calculo, reviso dos dados,produo de documentos, transmitir informao, etc.) e OUTPUT (desenhos,especificaes, requisitos, mtodos de fabrico, etc.)

    medida que o projecto avana da concepo para o desenho e especificaes, menor a possibilidade de modificaes, aumentando significativamente o seu custo. Quantomais cedo forem detectados os erros e deficincias, menores constrangimentos existem,mais fcil a sua resoluo. O potencial de economia est associado s decises maisadequadas nas fases iniciais do projecto.

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    ECONOMIA POTENCIAL

    Pr-projecto Projecto Desenvolvimento Fabricao

    Reduo de custos potencial

    Custo

    Tempo

    Custo das alteraes

    A experincia de outros permite concluir que as decises tomadas na fase de projectoafectam significativamente o custo global de um empreendimento (desenvolvimento,construo e em servio de um sistema durante o seu ciclo de vida).

    3 - ADEQUAO AO USO

    A qualidade tem vindo a ser definida como adequao ao uso. Cada consumidor definequalidade em relao a si prprio, pelo que s o consumidor a pode definir.

    Geralmente a qualidade mais difcil de definir para um servio; contudo, tambmpodem ser definidas as seguinte dimenses da qualidade:

    - Qualidade do projecto- Qualidade da conformidade- Disponibilidade- Ps venda

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    Adequao ao uso

    Qualidade do projecto

    Qualidade da conformidade

    Disponibilidade

    Ps venda

    Qualidade do estudo de mercado

    Qualidade da concepo

    Qualidade da especificao

    Tecnologia

    Mo de obra

    Gesto

    Reabilitao

    Mantenabilidade

    Suporte logisticoRapidez

    Competencia

    Integridade

    A qualidade do projecto do Metro do Porto tem que ser determinada antes de serimplementado.

    A qualidade do projecto determinado pelos estudos de mercado, concepo doprojecto e especificaes.

    Os estudos de mercado determinam as necessidades dos clientes. Porque h diferentesforma de descobrir estas necessidades, h que desenvolver uma concepo particular

    que no Metro do Porto compreendeu vrios estudos de diferentes entidades, tais como area Metropolitana, com o Estudo Estratgico de Transportes, a Sociedade deTransportes Colectivos do Porto, com um Estudo da Mobilidade, para alm de estudosespecficos desenvolvidos pelo Metro do Porto e seus consultores, como o Estudo daProcura, entre outros.

    Haver ainda a incluir outra variveis, como por exemplo o facto de que os clientesnecessitam de um transporte barato e energeticamente eficiente - uma necessidade quepode ser encontrada por um largo numero de diferentes veculos, correspondendo cadaum deles a uma diferente concepo.

    Qualidade da conformidade quer dizer produzir de encontro com as especificaes.

    Quando um produto est de acordo com as especificaes, ele considerado pelasoperaes como um produto de qualidade, mesmo se a qualidade do projecto baixa.

    Outro aspecto da qualidade envolve a aptido: disponibilidade; reabilitao emantenabilidade. Cada um destes termos tem uma dimenso temporal. A adio dofactor tempo para uma definio de qualidade necessria, para reflectir a aptido aouso continuado por parte do cliente.

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    A disponibilidade define a continuidade do servio ao cliente.

    A reabilitao refere o lapso de tempo durante o qual equipamento pode ser usado,antes de avariar.

    Mantenabilidade refere-se restaurao em servio aps avaria. As avarias so umamaada. Assim um alto grau de mantenabilidade indispensvel para que o serviopossa ser reposto rapidamente.

    A ultima dimenso da qualidade o servio ps-venda, que representa a garantia ereparao ou substituio de equipamento ou parte dele aps ter sido fornecido. OMetro do Porto e os seus clientes esperam que os problemas sejam corrigidosrapidamente, de uma forma satisfatria e com um elevado nvel de honestidade ecortesia.

    As funes do Metro do Porto - METODOLOGIACom recurso tcnica de brainstorming , o Metro do Porto identificou os princpios

    bsicos que deveriam ser considerados na concepo, projecto, execuo efuncionamento da rede.

    Este conjunto de onze princpios responde no s s necessidades do Metro de Porto edos seus clientes potenciais, mas tambm consequncia da participao das entidadesde alguma forma ligadas ao projecto, para alm de lideres de opinio.

    OS PRICIPIOS DO METRO DO PORTO

    P1 - Melhoria das condies de mobilidade e acessibilidade

    P2 - Fomento da complementaridade com outros meios de transporte

    P3 - Melhoria da qualidade de transporte

    P4 - Melhoria da segurana do transporte

    P5 - Melhoria das condies urbansticas

    P6 - Melhoria das condies ambientais

    P7 - Melhoria das condies economico-sociais

    P8 - Optimizao dos investimentos

    P9 - Minimizao dos custos de explorao e manuteno da estrutura de transportes

    P10- Utilizao de solues de fcil adaptao a condies futuras

    P11- Utilizao de solues adequadas e de fcil concretizao

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    Este conjunto de onze princpios so desenvolvidos por forma a serem explicitados edos quais dou e exemplo do P2:

    P2 - Fomento da Complementaridade Com Outros Modos de Transporte

    E1 - optimizao do sistema atravs de interfaces com outros modos de transporteE1.1 - Transporte individual / MetroE1.2 - STCP / MetroE1.3 - Caminho de Ferro / MetroE1.4 - Operadores privados de TC / MetroE1.5 - Txis / Metro

    E2 - articulao com o estacionamento do TI dentro dos centro urbanosE2.1 - polticas de estacionamentoE2.2 - parques de estacionamento

    E2.3 - parquimetros

    E3 - harmonizao da rede com operadores de TC, pblicos e privadosE3.1 - TI ( alterao da rede viria)E3.2 - STCPE3.3 - Caminhos de ferroE3.4 - Operadores privados de TCE3.5 - Txis

    E4 - Dar condies de prioridade ao TCE4.1 - delimitao de canal prprio para o MetroE4.2 - prioridade ao Metro em condies de partilha de canalE4.3 - corredores de BUS

    E5 - harmonizao do sistema de bilheticaE5.1 - integrao bilheticaE5.2 - gama de bilhetes/passesE5.3 - sistema de vendaE5.4 - sistema de validaoE5.5 - sistema de fiscalizaoE5.6 - sistema de repartio de receitasE5.7 - sistema de informao

    Esta metodologia permite "no esquecer" pressupostos bsicos para a descrio dasfunes que os projectistas dos concorrentes devem considerar para a formalizao deuma proposta de soluo.

    Estes dois passos acima descritos servem de base ao texto que, esse sim, ser parteintegrante da segunda fase do concurso e dar uma descrio, sem qualquerformalizao, da rede a implementar.

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    Este caderno de encargos integrar ainda uma descrio predominantemente funcionaldas condies tcnicas especificas de cada uma das especialidades envolvidas. Comoexemplo transcrevo, em anexo, uma parte relativa ao Sistema de Telecomunicaes.

    Fica assim evidenciada a metodologia que est a ser usada no Metro do Porto, se bemque por meio de um exemplo ainda incompleto, do que tender a ser o caderno de

    encargos funcional para a rede de Metro Ligeiro na rea Metropolitana do Porto.

    4 - PROJECTO PARA O CUSTO DO CICLO DE VIDA

    A acelerao do ciclo de desenvolvimento dos produtos, que a inovao tecnolgica e aconcorrncia acarretam, tem uma consequncia muito importante para o ambiente emque o Metro do Porto tem de gerir a sua actividade: Os produtos tm ciclos de vida cadavez mais curtos, nos quais tm que operar de uma forma mais eficaz e fivel.

    O conceito de custo do ciclo de vida evoluiu no fim da dcada de 70 para DLTCC(design to life cycle cost) com base na ideia de que um custo no pode ser medido

    apenas como um investimento, j que os custos de utilizao e manuteno podem sermais elevados que os custos de aquisio.

    O custo do ciclo de vida representado convencionalmente em funo de MTBF (meantime between failure)

    CUSTO

    MTBF

    custo operacional

    custo de aquisio

    custo total

    CATEGORIAS DE CUSTOS

    Contudo, esta representao no inclui os efeitos de melhorias continuas nos produtos,que permitem desempenhos melhores a custos mais baixos; alis, a posio competitiva

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    est cada vez mais dependente de conseguir simultaneamente melhorar a qualidade ebaixar os custos.

    medida que o projecto e o desenvolvimento avanam, maiores limitaes so geradas introduo de alteraes.

    OBJECTIVO DOS PROJECTISTAS

    CONCILIAR:

    NECESSIDADES E EXPECTATIVAS DO METRO DO PORTO

    PROBLEMAS DE CONSTRUO E FABRICAO

    CUSTO DO CICLO DE VIDA

    A eficcias conseguida nestas fases decisiva para reduzir os problemas nas fases seguintes

    O potencial de reduo de custos diminui medida que se progride no ciclo de vida.

    Para gerir o ciclo de vida como um todo, necessitamos de planear e controlar todas asactividades envolvidas. Por um lado, necessitamos de garantir que todas as actividadestcnicas decorrem de uma forma controlada (de acordo com procedimentos

    estabelecidos) e que a informao gerada e distribuda a quem dela necessita; poroutro lado, necessitamos de controlar os custos relacionados com cada actividade.

    Se o primeiro objectivo coincide com os requisitos de garantia da qualidade, o segundorequer conhecimentos de vrias disciplinas (contabilidade, gesto, planeamento,finanas, manuteno, fiabilidade, economia,...)

    O custo do ciclo de vida constitui um ponto de equilbrio entre o presente e o futuro(pelo menos, necessitamos de adicionar custos presentes e futuros); a disponibilidade deinformao sobre as fases do ciclo de vida do produto aumentar a exactido daestimativa.

    As experincias recentes no projecto de transportes ferrovirios urbanos num conceitode DTLCC comeam a dar os primeiros resultados positivos, como o caso da GVM deAmesterdam, onde so obtidos custos de 10 a 20% mais baixos, por km, do que emoutras redes equivalentes na Holanda.

    As experincias nesta actividade, para implementar o DTLCC, tm encontrado comomaior obstculo o desconhecimento dos fabricantes de material circulante, econsequente falta de informao, quanto aos problemas de operao e de manutenodos seus clientes.

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    No caso do Metro do Porto admitimos a possibilidade de ultrapassar esta dificuldade,uma vez que em cada consrcio h empresas de operao e manuteno de sistemasferrovirios urbanos.

    5 - SISTEMA DA QUALIDADE NO EMPREENDIMENTO

    Para que o desenvolvimento do empreendimento decorra de uma forma controlada hque incluir, no caderno da segunda fase (encargos funcional), a obrigatoriedade de vir aser implementado um Sistema de Gesto da Qualidade e da Segurana.

    Os consrcios apresentaro os elementos que demonstrem a sua capacidade pararealizarem o empreendimento empregando tcnicas de gesto da qualidade e dasegurana baseados em requisitos de normas, especificaes e regulamentaoaplicveis, nomeadamente a normas NP EN ISO 9000.

    Aos dois consrcios que passaro fase de negociao (terceira fase do concurso) ser

    exigido um documento descrevendo detalhadamente o Sistema de Gesto da Qualidade,quer do consrcio, quer do empreendimento.

    Apresentaro ainda uma Memria Descritiva do Sistema de Gesto da Qualidade doempreendimento, que incluir a estrutura do plano de qualidade e dos planos deinspeco e ensaios, e bem assim os registos de qualidade a constituir e manter.

    Estes aspectos devero ser documentados atravs do Manual de Qualidade da empresa.Ser ainda exigida uma descrio detalhada do Sistema de Gesto da Segurana queplaneiam implementar no empreendimento e, bem assim, como mtodo deacompanhamento desse sistema.

    6 - LIMITES S TECNOLOGIAS

    Os investimentos em tecnologia tornaram-se cada vez mais dispendiosos enquanto,paralelamente, duram cada vez menos tempo; mas o lanamento deste empreendimentono levou em considerao qualquer estratgia tecnolgica particular, quer quanto seleco de tecnologia, quer quanto ao envolvimento de parceiros locais.

    Contudo, haver limites quanto s tecnologias a instalar que decorrem do pressupostode que o sistema deve ser "orientado para o cliente".

    De facto, a escolha da tecnologia no neutra no que respeita sociedade econsiderando o nvel de analfabetismo existente; em especial nas faixas etrias maiselevadas deve-se ter especial prudncia quanto adopo de tecnologias que exijamelevado grau de abstraco e interactividade.

    A utilizao de sistemas interactivos comporta duas caractersticas: precisocompreender as mensagens afixadas, geralmente sob a forma escrita, e necessrioreagir rapidamente a essas mensagens.

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    A dificuldade de acesso rede tender a crescer, por exemplo, com bilhetes contactless, com exigncia de acessos demasiado rpidos ou com outros dispositivosimpessoais.

    Uma grande parte dos clientes aceitar a evoluo tecnolgica sem problemasparticulares, mas arriscamo-nos a criar "excludos" pela sua cultura ou perfil

    profissional.

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    ANEXO

    SISTEMA de TELECOMUNICAES

    A explorao de um sistema de metro ligeiro necessita de ser apoiada em Sistemas de

    Telecomunicaes diversificados, funcionando de forma integrada com a possibilidade

    de serem operados de forma centralizada, a partir de um Centro de Controlo ou descen-

    tralizada, a nvel das estaes.

    Este sistema ser composto de:

    Sistema para a explorao;

    - Sistema telefnico (explorao) - para comunicaes telefnicas relacionadas

    com a conduo e operao dos veculos;

    - Sistema de transmisso de dados necessrio para suporte a Sistemas auxiliares

    de Explorao

    Sistemas de apoio aos servios de gesto;

    - Sistemas telefnico (convencional), para realizao de comunicaes telefnicas

    de carcter administrativo, de servios de apoio, etc.

    - Sistema de transmisso de dados para fins de gesto comercial, de planeamento,

    etc.

    - Terminais de fax para rpida divulgao de comunicaes escritas;

    Sistema de difuso de informaes aos clientes e auxiliares de explorao:

    - informaes horrias - sistema de sincronismo horrio;

    - sistemas de teleindicao;

    - sistema de sonorizao

    Sistema de videovigilncia

    Estes sistemas tm em comum, em cada local em que so instalados, um sistema

    de alimentao e um sistema de superviso.

    Todos estes sistemas, instalados nas paragens/estaes devem ser operados e

    supervisionados de forma centralizada, a partir do Centro de Controlo, alm de,

    quando necessrio, serem operados nas paragens/estaes.

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    Sistema de transmisso

    Constituir o elo de ligao entre os diversos locais e sistemas e ter um suporte

    fsico de transmissoque dever ter em conta, no s factores econmicos, mas

    tambm os objectivos a cumprir pelo sistema de transmisso, especialmente

    quanto capacidade de transmisso e imunidade a interferncias

    electromagnticas.

    Sistema de comunicaes entre o comboio e o exterior

    Sistema de rdio solo-comboio baseado numa rede de transmisso, via rdio,

    formada por estaes fixas que cobrem toda a rea da rede ferroviria, que

    difundem as comunicaes para as composies, de forma selectiva; o que

    implica a capacidade de reconhecimento de posio de cada composio na rede,

    para optimizar o plano de frequncias/canais, para alm de garantir segurana nas

    comunicaes.

    Deve ainda ser prevista a possibilidade de comunicao dos clientes com o

    exterior, recorrendo a telefones mveis com acesso rede de "telemvel".

    Caractersticas gerais/funes de cada sistema

    Sistema de transmisso

    Interfaces diversificados e adequados aos diferentes tipos de informao a

    suportar (voz, dados, imagem);

    Capacidade de transmisso suficiente para suporte de todas as utilizaes actuais e

    previstas;

    - elevada fiabilidade de funcionamento;

    - ter a possibilidade de comutar canais entre feixes multiplexados, ou inserir/tirar

    canais destes feixes, a fim de se adaptar com facilidade a diferentes topologias de

    rede e optimizar os meios necessrios;

    - transmisso digital;

    Suportes fsicos

    - dever ser usada a fibra ptica para a realizao das interligaes de longa

    distncia;

    - podero ser usados cabos metlicos para a ligao dos equipamentos nas para-

    gens/estaes, assim como para a ligao de equipamentos na via estao mais

    prxima;

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    - devem garantir a redundncia, o que pode ser conseguido atravs de suportes

    fsicos duplicados e separados, colocados em lados distintos da via, para se

    prevenir a afectao simultnea de ambos. Em alternativa, poder-se- considerar

    transmisso em micro-ondas, para no se duplicarem cabos em troos em que o

    estabelecimento de infraestruturas seja difcil ou mais dispendioso.

    A diversidade espacial de transmisso dever ser acompanhada de:

    - Duplicao, pelo menos, dos interfaces de ligao dos equipamentos de

    transmisso aos suportes fsicos de transmisso;

    - Dotar os equipamentos de transmisso de capacidade de "superviso de

    condies de funcionamento" (por exemplo, anlise de taxas de erros de

    transmisso), que lhes permita comutar/escolher entre suportes a usar.

    Para o Sistema de Superviso de funcionamento dos diversos sistemas, incluindo

    o de Transmisso, necessrio considerar a duplicao ou a existncia de meios

    alternativos de transmisso, para se assegurar a comunicao de anomalias de

    funcionamento por meios independentes dos afectos ao Sistema de Transmisso.

    Sistemas telefnicos

    - Sistema telefnico (explorao) com elevada disponibilidade de acesso

    (possibilidade de interveno), possibilidade de conferncia entre vrios

    intervenientes e elevada segurana ( duplicao de elementos vitais ou

    alternativas em caso de falha);

    - Sistema telefnico (convencional) deve permitir o acesso rede pblica de

    telecomunicaes;

    - admite-se uma nica rede telefnica para explorao e gesto.

    Terminais de fax

    - necessrios para confirmao de ordens ou divulgao de comunicaes escritas

    Sistema de sincronismo horrio

    - a finalidade a de fornecer informaes horrias comuns (sncronas) a toda a

    rede, atravs de relgio "padro" para outros sistemas;

    - cada central horria deve poder funcionar autonomamente, para ultrapassar

    interrupes de transmisso;

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    Sistema de teleindicao

    - a afixao de informao aos clientes, fundamentalmente relativas circulao

    de composies, ser feita em painis informativos configurveis, implementados

    em tecnologias diferentes, tais como: electromecnica, led's ou cristais lquidos.

    Para potenciar a utilizao destes, deve ainda ser considerado o uso de monitores

    de televiso (vdeo Wall) que permitam uma melhor qualidade de apresentao

    quando comparado com as outras solues, para alm de serem mais adequados

    para a divulgao de publicidade. Neste caso, h que garantir que no h grandes

    variaes de luminosidade ou o recurso a filtros.

    A escolha da tecnologia ser feita em funo dos locais de instalao e do tipo de

    utilizao/apresentao pretendida.

    - pode funcionar a partir da base de dados;

    - actualizvel por operador ou sistema que "acompanhe" a deslocao dos

    comboios ao longo da linha;

    - as bases de dados referentes a cada paragem/estao devem residir na prpria

    paragem/estao;

    - dimenses ....;

    Sistema de sonorizao

    - anncio com origem, quer na paragem/estao, quer no centro de controlo;

    - pode ser coordenada com teleindicao;

    - deve ser dada especial ateno qualidade do som, considerando o local de

    instalao (interior ou exterior) e as condies acsticas da rea a cobrir, com

    vista reproduo de voz e msica.

    Sistema de videovigilncia

    - possibilidade de serem gravadas imagens;

    - as imagens devem ser digitalizadas antes de serem transmitidas, para evitar

    meios prprios de transmisso;

    - possibilidade de ter uma imagem de cada estao, em simultneo, no centro de

    controlo;

    - possibilidade de seleccionar, em cada paragem/estao, o local ou locais de onde

    obter imagens em cada momento;

    - ligao polcia pblica, proteco civil e bombeiros;

    - localizao e quantidade de cmaras...;

  • 7/25/2019 Qualidade Total Metro Do Porto

    20/20

    Devem ser consideradas cmaras a cores com, aproximadamente, 290 000 pixels

    por imagem (qualidade mdia) e monitores a cores de 17" (dimenses superiores

    implicam perda de definio de imagem).

    Deve ser prevista a possibilidade de transmisso a terceiros, de imagens recebidas

    na Sala de Controlo (bombeiros e policia), em ocasies pontuais. Esta ligao

    deve ser feita com linha dedicada, para obteno de imagem em tempo real.

    Sistema de transmisso de dados

    - pode ser autnomo (garantindo alternativa de redundncia), ou ser

    implementado atravs de interfaces prprios do sistema de transmisso;

    Sistema de superviso

    - deve ter suporte autnomo, em termos de suporte de transmisso, relativamente

    ao sistema de transmisses;

    - capacidade para enviar "comandos", a partir do servio de manuteno

    (reconfigurar equipamentos);

    - visor grfico;

    - base de dados;

    Sistema de alimentao

    - um nico sistema de alimentao, 100% redundante, que garanta a alimentao a

    todo o tipo de equipamento;

    - gerador...;

    - tempo de autonomia...;

    - UPS e carregador de bateria.