QUALIDADE DO LEITE DE BÚFALA (Bubalus bubalis … · 1 Universidade Federal ... / Kivya Dias de...
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Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias
Programa de Pós-Graduação em Produção Animal
QUALIDADE DO LEITE DE BÚFALA (Bubalus bubalis)
SUPLEMENTADA COM SELÊNIO
KIVYA DIAS DE ANDRADE
MACAÍBA / RN - BRASIL
Março / 2015
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Dissertação apresentada à Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),
por meio do programa de pós graduação em
produção animal, como parte das exigências
para a obtenção do título de Mestre em
Produção Animal.
Orientador: Profº Dr. Adriano Henrique do Nascimento Rangel
KIVYA DIAS DE ANDRADE
QUALIDADE DO LEITE DE BÚFALA (Bubalus bubalis)
SUPLEMENTADA COM SELÊNIO
MACAÍBA / RN - BRASIL
Março / 2015
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Andrade, Kivya Dias de.
Qualidade do leite de búfala (Bubalus bubalis) suplementada com selênio
/ Kivya Dias de Andrade. – Macaíba, RN, 2015.
60 f.
Orientador (a): Prof. Dr. Adriano Henrique do Nascimento Rangel.
Dissertação (Mestrado em Produção Animal). Universidade Federal do Rio Grande
do Norte. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba.
Programa de Pós-Graduação em Produção Animal.
1. Células Somáticas - Dissertação. 2. Bubalinocultura - Dissertação. 3. Nutrição - Dissertação. 4. Produção de Leite - Dissertação. I. Rangel, Adriano Henrique do
Nascimento. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba. IV. Título. RN/UFRN/BSPRH CDU: 636.082
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da Publicação na Fonte.
Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba
Biblioteca Setorial Professor Rodolfo Helinski
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Dissertação apresentada à Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),
por meio do programa de pós graduação em
produção animal, como parte das exigências
para a obtenção do título de Mestre em
Produção Animal.
KIVYA DIAS DE ANDRADE
QUALIDADE DO LEITE DE BÚFALA (Bubalus bubalis)
SUPLEMENTADA COM SELÊNIO
APROVADA EM: 16/03/2015
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________
Prof. Dr. Adriano Henrique do Nascimento Rangel
Professor Associado da UFRN
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Orientador
______________________________________________________
Prof. PhD. Aurino Alves Simplício
Professor Visitante da UFRN
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(Membro interno)
______________________________________________________
Prof. Dr. Dorgival Moraes de Lima Júnior
Professor Adjunto da UFAL
Universidade Federal de Alagoas
(Membro externo)
5
Aos meus pais, irmão e a Patrício que
sempre torceram por mim e estiveram
ao meu lado dando todo o suporte
necessário para a realização dos meus
sonhos.
DEDICO
6
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me fortalecer e saber ter paciência para superar todas as
dificuldades.
Aos meus pais e irmão, Adelino, Liliane e Ricardo, por sempre estarem presente
em todos os momentos da minha vida, pelos conselhos, incentivos, amor e carinho.
Ao meu namorado Patrício, por entender a minha ausência, e está comigo
sempre, me ajudando a trilhar o caminho.
A minha avó, Bela, por ser a pessoa que é e em quem me espelho.
Aos meus tios, por todo apoio dado.
Aos meus amigos, por todos os momentos de risos e descontração que me
ajudaram a passar mais facilmente pelos momentos mais conturbados, e por entenderam
quando não podia me encontrar com vocês.
Aos Programa de Pós-Graduação em Produção Animal da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte pela oportunidade de realização deste mestrado.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela
concessão da bolsa de estudos.
Ao senhor Veloso e seus funcionários da empresa Tapuio Ltda, por terem aberto
as portas para que este trabalho pudesse ser realizado, e também a toda disponibilidade,
colaboração e atenção que tiveram comigo.
Ao meu orientador, Adriano Rangel, pela oportunidade e ter acreditado no meu
potencial.
A toda equipe do Laboleite pela ajuda na elaboração deste trabalho, em especial
a Thalita e Emmanuelle, pelo companheirismo e amizade.
A todo o grupo do Laboratório de Nutrição Animal da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, pelo auxilio na elaboração das análises dos alimentos.
Aos professores Luciano Patto, Gelson Difante, Emerson Aguiar, Nívea
Felisberto e aos demais professores da Pós-Graduação pelos ensinamentos e conselhos
oferecidos em toda essa caminhada.
Aos meus amigos da Pós por estarem sempre presentes, colaborando para que
esta fase fosse concluída da melhor forma possível.
Agradeço a todos que de forma direta ou indiretamente, torceram por mim e me
deram força durante todo esse processo e terem ajudado na realização desse trabalho.
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QUALIDADE DO LEITE DE BÚFALA (Bubalus bubalis) SUPLEMENTADA COM SELÊNIO
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da dieta com selênio sobre a
composição físico-químico e da contagem de células somáticas do leite de búfalas, e
verificar o resíduo de selênio no leite e do queijo tipo Minas Frescal. Para a análise da
composição físico-químico e da CCS foram utilizados 2264 dados do leite de búfalas da
raça Murrah, pertencentes a empresa Tapuio Ltda, localizada na região agreste do
estado do Rio Grande do Norte, no período de 2010 a 2014. Para verificar a quantidade
do resíduo de selênio presente no leite bubalino e no queijo minas frescal, foram
utilizadas 100 búfalas Murrah divididas em 5 tratamentos. Os tratamentos foram
formados de acordo com os níveis de produção dos animais, onde a quantidade do
concentrado fornecido variou dentro de cada lote, onde receberam 0,08 ppm/Se/kg de
concentrado. Coletou-se 300 mL de leite do tanque e de cada lote, assim como 300 gr de
queijo Minas Frescal, no período de Agosto à Novembro de 2014, sendo a coleta dos
tratamentos realizada apenas no mês de Novembro. As amostras foram enviadas para o
Instituto de Tecnologia de Pernambuco para a análise de resíduo de selênio. O efeito das
estações foi contrastado de duas formas, a saber: Primavera, Verão, Outono e Inverno
ou época Seca e época Chuvosa. As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se
os procedimentos disponíveis no pacote computacional SAS® (SAS, 2002). O nível de
selênio fornecido aos animais neste estudo, não foi expressivo a ponto de detecção do
seu resíduo no leite e no queijo Minas Frescal. No entanto, influenciou na redução da
CCS. As características do leite não sofreram influência do uso do selênio apenas das
estações do ano.
Palavras chaves: contagem de células somáticas, bubalinocultura, nutrição, produção
de leite.
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QUALITY OF BUFFALO (Bubalus bubalis) MILK
SUPPLEMENTED WITH SELENIUM
ABSTRACT
This study aimed to evaluate the effect of diet with selenium on the physico-
chemical composition and somatic cell count of buffalo milk, and check the selenium
waste in milk and minas kind fresh cheese. For the analysis of physical-chemical
composition and SCC were used 2264 buffalo milk data from the Murrah, belonging to
Tapuio Ltda, located in the agreste region of the state of Rio Grande do Norte, in the
period 2010 to 2014. To check the amount of selenium residue in buffalo milk and fresh
cheese mines were used 100 Murrah buffaloes divided into 5 lots. The batches were
formed according to the production levels of animals, wherein the amount of
concentrate fed varied within each lot, which received 0.08 ppm / Se / kg of concentrate.
Was collected from 300 ml of tank milk from and each lot, as well as 300 gr minas
cheese, from August to November 2014, with the collection of lots held only in the
month of November. The samples were sent to the Pernambuco Tecnology Institute for
selenium residue analysis. The effect of the seasons was contrasted in two ways,
namely: Spring, Summer, Autumn and Winter season or drought and rainy season. The
analyzes statistics were performed using the procedures available in the software SAS®
(SAS, 2002). Selenium level provided to the animals in this study was not significant to
the point of detection of their residue in milk and the cheeses. However, it influences
the reduction of the CCS. The milk characteristics were not affected by selenium use
only the seasons.
Keywords: somatic cell count, the bufallo, nutrition, milk production.
9
SUMÁRIO
PG
RESUMO__________________________________________________________ 6
ABSTRAT_________________________________________________________ 7
1.0. INTRODUÇÃO_____________________________________________________ 9
2.0. REVISÃO DE LITERATURA_________________________________________ 11
2.1. BUBALINOCULTURA LEITEIRA_____________________________________ 11
2.2. PROPRIEDADES E COMPOSIÇÃO DO LEITE__________________________ 12
2.3. SELÊNIO__________________________________________________________ 15
2.4. FONTES DE SELÊNIO______________________________________________ 17
2.5. SELÊNIO NOS ALIMENTOS_________________________________________ 19
2.6. SELÊNIO E SAÚDE DA GLÂNDULA MAMÁRIA_______________________ 22
2.7. INCORPORAÇÃO DE SELÊNIO NO LEITE_____________________________ 24
3.0. MATERIAL E MÉTODOS____________________________________________ 26
3.1. DESCRIÇÃO DA PROPRIEDADE_____________________________________ 26
3.2. MANEJO ALIMENTAR DOS ANIMAIS________________________________ 26
3.3. MANEJO DOS ANIMAIS NA ORDENHA_______________________________ 26
3.4. COLETA DE AMOSTRAS E ANÁLISE DO LEITE_______________________ 27
3.5. COLETA DE AMOSTRAS DA DIETA__________________________________ 29
3.6. ANÁLISES ESTATÍSTICAS__________________________________________ 31
4.0. RESULTADOS E DISCUSSÃO________________________________________ 33
4.1. MÉDIAS DE PRODUÇÃO E CCS DO LEITE____________________________ 33
4.2. CCS E COMPOSIÇÃO DO LEITE VERSUS SELÊNIO ____________________ 34
4.3. CCS E COMPOSIÇÃO DO LEITE SOBRE A ESTAÇÃO E ÉPOCA DO
ANO______________________________________________________________ 38
4.4. RESÍDUO DO SELÊNIO NO LEITE E DO QUEIJO MINAS FRESCAL_______ 41
5.0. CONCLUSÃO______________________________________________________ 43
6.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS____________________________________ 44
7.0 ANEXOS__________________________________________________________ 59
10
1. INTRODUÇÃO
A produção de bubalinos, não é amplamente conhecida pelas suas exigências
nutricionais e de manejo da promoção da saúde e, assim como os índices zootécnicos,
em especial da qualidade do leite, esses aspectos são importantes parâmetros para o
avanço e difusão do segmento, tendo em vista que ainda se trabalha com informações
advindas dos sistemas de produção usados para bovinos (SOARES et al., 2013).
O leite de búfala apresenta algumas peculiaridades em comparação ao leite de
vaca, destacando-se a gordura, proteína, sabor adocicado e a coloração branca opaca,
decorrente da baixa concentração de pigmentos carotenoides. As micelas de caseína do
leite de búfala são maiores que aquelas encontradas no leite de vaca, o que permite que
a coalhada feita com o leite bubalino retenha menos água do que a produzida com o
leite de vaca (OLIVEIRA, 2014; PIGNATA et al., 2014). A composição do leite
bubalino é bastante característico e distinto da observada no leite bovino propiciando
alto valor nutritivo e favorecendo maior rendimento industrial. (PATIÑO et al., 2011a).
Portanto, deve-se dar especial atenção a ocorrência de mastite a qual pode depreciar o
valor nutritivo do leite e diminuir o rendimento na produção dos seus derivados.
Com isso, os parâmetros de qualidade são cada vez mais usados para
identificação e registro de falhas nas práticas de manejo, servindo como referência na
valorização da matéria-prima (DÜRR, 2004; AKERS et al., 2011; RANGEL et al.,
2013). A contagem de células somáticas (CCS) é a expressão direta da severidade do
processo inflamatório sendo o parâmetro usual para se avaliar a saúde do úbere com
relação à qualidade do leite, e para o monitoramento em programa de controle de
mastite (AMARAL et al., 2004; AMARAL et al., 2005; MORONI et al.,2006). Os
valores médios para a CCS no leite de búfalas são variáveis, sendo 200 mil/ cels/ mL
usado como o valor limite para a identificação da mastite subclínica (TRIPALDI et al.,
2010; SOLLECITO et al., 2011).
A adequada nutrição de minerais e vitaminas pode ser usada como estratégia
para otimizar os mecanismos de defesa da glândula mamária contra a invasão de
patógenos causadores de mastite (WEISS; WYATT, 2002).
O selênio é um micro mineral essencial e o seu uso na produção animal pode
propiciar efeitos positivos sobre a produção, tanto na saúde e bem-estar animal, como
na eficiência dos processos e produtos. O conhecimento dos níveis e do modo de ação
da inclusão do selênio nas dietas evita o seu uso em níveis tóxicos e seus efeitos
11
deletério. Por seu potencial antioxidante, ocorre a ação efetiva sobre a diminuição da
CCS no leite, melhoria na ativação do sistema imune e diminuição da retenção de
placenta, tendo impactos econômicos significativos (LIMA E DOMINGUES, 2007).
Este mineral também melhora a resposta imunológica e contribui para o aumento da
resistência às infecções mamárias (CORTINHAS, 2009).
A concentração de selênio nos alimentos pode apresentar grande variação,
dependendo dos teores presentes no solo. Os alimentos constituem-se na fonte primária
de selênio para o homem e em função de sua importância, é necessário conhecer a
composição nutritiva dos alimentos, de forma a garantir o consumo adequado desse
elemento por parte da população. Contudo, as mais completas tabelas de composição
química de alimentos editadas no Brasil não contêm dados sobre teores de selênio
(KIRA E MAIHARA, 2005; IBGE, 2009; UNICAMP, 2011).
A importância do selênio na dieta humana é bem estabelecida, uma vez que ele é
um elemento essencial e sua determinação tem fundamental valor, este mineral fortalece
o sistema imune, atuando como agente antidepressivo e de proteção contra o câncer. No
entanto, entende-se que os benefícios do aumento do consumo desse mineral por meio
de derivados lácteos enriquecidos estão por ser conhecidos (STAGSTED et al., 2005;
KIRA E MAIHARA, 2005).
Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito da dieta com selênio sobre a
composição físico-químico e na contagem de células somáticas do leite de búfalas, bem
como possível verificar o resíduo do selênio no leite e no queijo tipo Minas Frescal.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. BUBALINOCULTURA LEITEIRA
No Brasil, a produção de leite de búfala e seus derivados recentemente vêm
ganhando importância, mesmo sem existir, ainda legislação federal específica que
regularize o padrão de identidade e qualidade do leite e seus derivados. (GREGORY et
al., 2014). A produção de leite de búfala e produtos lácteos têm crescido cada vez mais
para atrair os consumidores que procuram qualidade nutricional e funcional
diferenciada, além de características e sabor especiais (ARAÚJO et al., 2012).
Devido à superioridade econômica que pode apresentar em relação a outros
ruminantes domésticos, a exploração de búfalos vem se difundindo mundialmente,
principalmente no que diz respeito à rusticidade e adaptação às várias condições
climáticas e diferentes regimes de manejo (NETTO et al., 2011).
As características do leite de búfala apresentam acentuadas diferenças nos seus
constituintes em relação ao leite de vaca que se manifestam desde o colostro. Tais
peculiaridades permitem fácil identificação sob o ponto de vista físico-químico e
organoléptico, como exemplo apresenta sabor ligeiramente adocicado, e mais branco do
que o leite bovino, em virtude da ausência quase que total de caroteno (provitamina A)
em sua gordura (CARVALHO e HÜNH, 1979; HÜNH e FERREIRO, 1980;
BENEVIDES, 1998; MESQUITA et al., 2002; TONHATI et al., 2005).
Leite e derivados também podem fornecer boas quantidades de mineral, dependendo
da espécie animal e do conteúdo de gordura, sendo que o leite bovino e aqueles com
maior quantidade de gordura apresentam as menores concentrações (COMINETTI e
COZZOLINO, 2009).
É na composição do leite de búfala que reside a maior vantagem desse produto por
apresentar teores mais elevados de alguns componentes como proteína, gordura e
minerais quando comparado ao de vaca, sendo mais concentrado e superando
consideravelmente o de vaca. (NADER FILHO et al., 1984; MACEDO et al., 2001;
FAO, 2015).
13
2.2. PROPRIEDADES E COMPOSIÇÃO DO LEITE
O leite é o produto da secreção mamária composto por gordura, proteína, açúcares,
minerais e vitaminas, além de água. Apresenta elevada importância na alimentação
humana, sendo considerado produto de alto valor biológico, devido à sua equilibrada
composição em nutrientes.
A maior vantagem do leite bubalino, em relação ao leite de outras espécies (Tabela
01), é a qualidade nutricional, por apresentar teores de proteínas, gorduras e minerais
que superam os do leite da vaca. Para a indústria de lácteos seu aproveitamento é
superior, chegando comparativamente a sobrepujar o rendimento do leite bovino em
mais de 40,00% (TEIXEIRA et al., 2005; ANDRADE et al., 2011).
A presença de maiores quantidades de componentes de atividade biológica no leite
de búfala, como imunoglobulinas, lactoferrinas, lisozimas, lactoperoxidases, assim
como de bactérias bifidogênicas que fazem com que o leite seja mais aconselhado em
relação ao de vaca, comtribui para a imunidade da glândula mamária e para a obtenção
de produtos lácteos de boa qualidade, para a indústria e para o consumo humano
(KIARELLY et al., 2005). O leite apresenta elevados teores de gordura, lactose,
Tabela 01. Características físicas e composição centesimal do leite de búfala e de vaca
(média ± desvio padrão).
Variável LB LV CV ¹
pH 6,72a ± 0,06 6,69a ± 0,02 1,03
Acidez (°D) 15a ± 1,41 15ª ± 1,31 3,12
Densidade a 15 °C (g/mL) 1,029a ± 0,01 1,028b ± 0,02 0,42
Gordura ¹ 4,26a ± 0,71 4,05b ± 0,04 1,52
Proteína ¹ 3,05a ± 0,21 2,92b ± 0,04 1,67
Lactose ¹ 4,27a ± 0,26 4,14b ± 0,05 1,70
Umidade ¹ 86,53b ± 0,23 87,82ª ± 0,02 0,22
ESD ¹ 8,21a ± 0,41 7,97b ± 0,11 1,74
ST ¹ 12,47a ± 0,29 12,02b ± 0,12 1,41
Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, diferem entre si a 5% de probabilidade pelo Teste F
(P<0,05);
LB = leite de búfala; LV = leite de vaca; CV = Coeficiente de variação; ESD = Extrato seco
desengordurado; ST = Sólidos totais.
¹ - valores dados em %.
Fonte: Pignata et al., 2014
14
proteínas, Ca, Fe, P e das vitaminas A, C e B6. Também, baixos teores de vitamina E,
riboflavina e colesterol. (ABD EL-SALAM e EL-SHIBINY, 2011;. ARAUJO et al,
2012; MEDHAMMAR et al, 2012; ABD EL-SALAM e EL-SHIBINY, 2013).
Os constituintes do leite de búfala merecem destaque quando comparados com o
leite bovino, principalmente em suas vantagens no fabrico de derivados lácteos. O
aproveitamento industrial, do leite bubalino se destaca por propiciar produtos lácteos de
boa qualidade devido as maiores concentrações em sólidos totais que o leite bovino.
Também o rendimento é superior ao desta espécie, cerca de 40,00% a 50,00%, no
processamento de queijo, manteiga, leite em pó, dentre outros derivados (DUBEY et al.,
1997; PATEL e MISTRY, 1997; DUARTE, 2001; TEIXEIRA et al., 2005; AMARAL e
ESCRIVÃO, 2005). Ressalta-se que, entre os derivados oriundos do leite de búfala,
destaca-se a produção do queijo tipo muçarela. Na Tabela 02 pode-se conferir o
rendimento industrial do leite de búfala e de vaca.
Tabela 02. Rendimento industrial de leite de búfalo e de vaca.
Derivado Volume de leite/quilo de produto Rendimento%
Búfala/Vaca Búfala Vaca
Iogurte 1,20 2,00 40
Queijo CPATU 4,56 6,00 – 8,00 35
Mozzarella 5,50 8,00 – 10,00 39
Provolone 7,43 8,00 – 10,00 20
Queijo Marajó 6,00 10,00 – 12,00 41
Doce de leite 2,56 3,50 29
Fonte: Adaptado de Silva et al., 2003.
Parâmetros de qualidade são cada vez mais usados para detecção de falhas no uso de
práticas de manejo, servindo como referência na valorização da matéria-prima. Em
geral, os mais usados pela maioria dos programas de qualidade industrial do leite são os
teores de gordura, proteína e sólidos totais e a contagem de células somáticas (DÜRR,
2004).
Fatores ambientais podem modificar a composição do leite de búfala desses animais
de modo considerável, alterando principalmente as características físico-químicas em
proporções maiores do que se observa no leite de vaca (CAMPANILE et al., 2007;
GALVÃO JÚNIOR et al., 2010; BEZERRA JÚNIOR et al., 2014).
15
A búfala apresenta maior capacidade de alterar a composição percentual de gordura
e proteína do leite em relação ao volume. Nos rebanhos em que a ordenhada é feita duas
vezes ao dia, com suplementação alimentar logo após cada ordenha, há diminuição da
relação forragem: concentrado da alimentação total ingerida, favorecendo a produção de
leite com maior percentual de gordura em relação às fêmeas ordenhadas e
suplementadas somente uma vez ao dia (BASTIANETTO et al., 2005).
Os valores de gorduras, proteínas, lactose e sólidos totais, são de grande importância
alimentar e nutricional. A ausência do β-caroteno na composição química do leite de
búfala é uma de suas características mais marcantes, conferindo-lhe coloração branca. É
importante ressaltar que a ausência dessa substância, não é considerada um problema
nutricional, apesar dele ser o precursor da vitamina A. O leite de búfala é mais
concentrado do que o de vaca, apresentando menos água e mais matéria seca.
A gordura é o constituinte do leite que apresenta maior valor econômico, sendo
usada na produção de derivados. Contribui para o sabor característico do leite e seus
derivados, e melhora a textura. Sob o ponto de vista nutricional, os lipídeos apresentam
níveis apreciáveis de ácidos graxos essenciais ao organismo (NADER FILHO et al.,
1984; MACEDO et al., 2001; MEDHAMMAR et al., 2012). Em búfala o teor se
mantém sempre acima de 5,50%, sendo esta uma característica particular da espécie,
independente das condições ambientais. No Brasil os teores variam entre 5,50% e
10,40%, com valores médios próximos a 6,00% (FERNANDES et al., 2011; COSTA
FILHO et al., 2015), enquanto, na Índia, os valores variam de 6,60% a 8,40%
(BOVERA et al., 2001). Em geral, o teor de gordura no leite de búfala e de vaca, tende
a crescer com o transcorrer da lactação. Os glóbulos de gordura do leite de búfala são
maiores do que os do leite de vaca, com maior densidade e temperatura de fusão mais
elevadas, variando de 32 oC a 43,5 oC (AMARAL et al., 2005c).
Outro aspecto que diferencia o leite de búfala do de vaca é a concentração total
de colesterol, sendo no primeiro menor, 275 mg versus 330 mg por 100 gr de gordura,
apesar de ser 1,5 a 1,9 vezes mais calórico. Em relação ao teor de minerais o leite de
búfala é mais rico em Ca e Mg, porém mais pobre em Na, K, e Cl em relação ao leite de
vaca (De FRANCISCIS e Di PALO, 1994; AMARAL et al., 2005c).
Os valores médios de proteína no leite de búfala, variam entre 3,80% e 4,50%
(SOARES et al., 2013). A porção proteica do leite de búfala é constituída por 77,00% a
79,00% de caseína e de 21,00% a 23,00% de soro proteínas. A caseína está presente
principalmente na forma de micelas com as frações αs1, αs2, β, k, constituindo
16
respectivamente 4,00%, 6,30%, 35,00% e 4,00% do total de caseína (AMARAL et al.,
2005c).
Os búfalos apresentam problemas sanitários semelhantes aos bovinos, entre eles
a mastite (SOLLECITO et al., 2011). Essa configura-se no processo de inflamação da
glândula mamária, acompanhado pela redução de secreção do leite (PEREIRA et al.,
2001) e pelo comprometimento da qualidade do leite produzido (RIBEIRO et al., 2003).
Sendo a contagem de células somáticas (CCS) uma ferramenta muito importante no
diagnóstico da mastite. Segundo Lopes et al. (2009) alta contagem de células somáticas
podem indicar infecção intramamária na búfala, tendo como consequência principal a
redução nos componentes do leite.
A CCS, varia amplamente entre bovinos e bubalinos indicando uma possível
diferença entre essas espécies, principalmente nos valores fisiológicos e limiar
patológico. Dessa forma, maior CCS em búfala que em vaca pode não ser indicativo de
mastite. COSTA FILHO et al. (2015) recomendam a confecção de legislação específica
para a qualidade higiênico-sanitária do leite e produtos lácteos de búfala. Evidencia-se
que são poucos os trabalhos de CCS em leite de búfala no Brasil, e em particular na
região Nordeste quase nada existe sobre esse parâmetro de avaliação da sanidade da
glândula mamária (MEDEIROS, et al. 2011).
2.3. SELÊNIO
Os minerais estão constantemente sendo excretados por meio do corpo do
animal. Assim, é necessária a constante suplementação dos nutrientes perdidos. Os
minerais são requeridos por muitas enzimas e outros sistemas metabólicos do animal.
Elementos minerais “perdidos” são reciclados e outros são excretados via urina, fezes e
pele. Em virtude dessas perdas endógenas, o animal requer suplementação relativamente
constante dos minerais para sua manutenção. Também, são requeridos minerais para
crescimento, produção e reprodução (KEARL, 1982).
O selênio (Se) é um micronutriente essencial presente nos tecidos do corpo, seu
papel no metabolismo está associado à síntese de aminoácidos e proteínas, que
funcionam como eficientes antioxidantes (MOREIRA et al., 2001). É parte integrante
da enzima glutationa peroxidase (GSH-Px) que atua como antioxidante convertendo
peróxido de hidrogênio em água (NRC, 2001). Além disto, tem papel importante na
saúde animal e humana, funciona como um reforço no sistema imune, atuando como
17
agente antidepressivo e de proteção contra o câncer (STAGSTED et al., 2005). Este
micro mineral apresenta uma margem muito estreita entre os níveis de exigência e
toxidez. Teores na dieta menores que 0,1mg kg-1 MS são considerados deficientes e
acima de 2mg kg-1 MS podem ser tóxicos. Contudo, em ruminantes, a atividade
microbiana do rúmen influencia a forma com que o Se chega ao intestino delgado para
absorção, diminuindo o risco de intoxicação (FISHER et al., 1980; MAUS et al., 1980;
CRISTALDI et al., 2005).
O interesse inicial pelo selênio na produção animal foi relacionado às suas
propriedades tóxicas. Entretanto, nos últimos anos tem sido reconhecido que a sua
deficiência é um problema muito mais grave que a sua toxicidade (AMMERMAN;
GOODRICH, 1983). Inicialmente as pesquisas comprovaram que a deficiência de
selênio provocava nos ruminantes a distrofia muscular nutricional, conhecida como a
doença do músculo branco e problemas reprodutivos, como retenção de placenta
(CONRAD et al., 1981). Nos últimos anos, na tentativa de reduzir a incidência da
mastite e de diminuir o uso de agentes antimicrobianos em explorações bovinas
leiteiras, numerosos esforços foram feitos para estimular a capacidade imunológica da
glândula mamária incrementando os mecanismos de defesa naturais dos organismos
(SALMAN et al., 2009). Diante disso, a estudos apontam para redução na incidência da
mastite quando do uso de selênio, suportada pela correlação negativa entre a contagem
celular somática (CCS) e o estado dos animais suplementados (HOGAN et al., 1993,
PASCHOAL et al., 2003, KRUZE et al., 2007, SÁNCHEZ et al., 2007, SALMAN et
al., 2009, CORTINAS et al. 2010). Apenas alguns estudos têm tentado investigar os
mecanismos pelos quais o Se atua. Em nossa compreensão ainda existem muitas lacunas
das suas interações com a resposta imune da glândula mamária (SALMAN et al., 2009).
O primeiro estudo feito sobre o efeito do Se e a vitamina E na incidência de
mastite clínica foi reportado nos Estados Unidos por Smith et al. (1984) que
encontraram diminuição de 37,00% na incidência da mastite em vacas recebendo 740
UI de vitamina E por dia, durante o período seco. Injeção de selênio, 21 dias antes do
parto, não teve efeito significativo sobre a incidência de mastite. No entanto, vacas
suplementadas com selênio e vitamina E tiveram diminuição dos sintomas clínicos de
mastite comparadas com aquelas que não receberam nenhuma suplementação.
A vitamina E e o selênio suplementar podem reduzir a incidência de alguns tipos
de mastites (SMITH et al., 1984). Erskine et al. (1987) registraram relação negativa
entre a atividade da glutatione peroxidase no sangue e a porcentagem de quartos
18
infectados com os principias patógenos em 32 rebanhos. Os autores concluíram que o
selênio pode estar envolvido na resistência da glândula mamária à infecção com
Streptococcus agalactiae e Staphylococcus aureus. Entretanto, em rebanhos que tem
controle da mastite contagiosa, os dados são limitados quanto ao uso da associação
entre a vitamina E e selênio na profilaxia da mastite.
Um problema de fundamental importância, diz respeito à influência do selênio e
da vitamina E na incidência de mastite, processo inflamatório que resulta em grandes
perdas para a pecuária leiteira (LANGONI, 2000).
Singh et al. (2008) descreveram o aumento em diferentes fatores do sistema
imunológico inato da vaca que ocorre após o incremento fatores antioxidantes durante a
involução da glândula mamária.
Aseltine (1991) ressaltou a importância da suplementação do selênio e vitamina
E na prevenção da mastite em fêmeas bovinas. O autor recomenda nível de vitamina E
de 500 UI a 1000 UI e três a seis mg por dia de selênio para vacas secas e em lactação,
respectivamente. Apesar dos custos da suplementação, o autor afirmou que, devido à
redução da mastite, há retorno de 10 para um no capital investido, tornando o
procedimento altamente recomendável.
A maioria dos estudos recentes confirma que os níveis de Se mais elevados do
que os que são recomendados podem maximizar os mecanismos de defesa naturais,
especialmente a resposta imune humoral (McKENZIE et al., 1998, RAYMAN, 2000,
ALVARADO et al., 2006, SALMAN et al., 2009). Trabalhos recentes usando altas
doses suplementares de Se de ambas as fontes, orgânica e inorgânica, descreveram
benefícios potenciais em termos de resistência a doenças e produção de imunoglobulina
(Ig) (PAVALATA et al., 2004, GUYOT et al., 2007, SALMAN et al., 2009).
2.4. FONTES DE SELÊNIO
Focos de deficiência de Se têm sido identificados em várias regiões do mundo,
assim como no Brasil (MORAES et al., 1999), tornando indispensável a suplementação
de selênio aos animais. Entretanto, a fonte de Se a ser suplementada apresenta
diferenças se esta for orgânica ou inorgânica. Essas diferenças estão relacionadas ao
diferente metabolismo inicial das duas formas do elemento.
A forma do selênio inorgânico depende de seu estado de oxidação, podendo ser:
selenito, selenato ou seleneto (GOWDY, 2004), já o Se na forma orgânica existe como
19
análogo de aminoácidos sulfurados, principalmente selenometionina (SeMet) e
selenocisteína (SeCis). Como o Se está na mesma coluna da tabela periódica que o
enxofre, os dois elementos têm muitas características em comum. Isso torna o Se um
elemento químico único em seu metabolismo, se comparado a outros elementos como o
zinco, cobre e cobalto (BURK et al., 2003). Assim, como análogo dos aminoácidos
sulfurados, a forma orgânica de Se está presente como um produto direto da
incorporação de Se em proteínas em substituição ao enxofre, o que difere das
metaloproteínas ou quelatos, nos quais ocorre simplesmente a complexão com os
grupos funcionais das proteínas (SUZUKI, 2005).
O selênio orgânico é absorvido na forma de selenometionina (selenoproteína)
sendo ativamente transportado por meio das membranas intestinais e acumulando-se no
fígado e nos músculos. Já o selênio inorgânico é pouco retido nos tecidos devido a sua
forma de absorção, gerando maior quantidade de resíduos para o meio (UPTON JR.,
2003).
Com base em análises dos conteúdos séricos Lucci et al (1984) descreveram que
os rebanhos leiteiros do estado de São Paulo, em geral, apresentam níveis baixos de
Selênio em seus organismos. Porcentagens elevadas de retenção de placenta também
seriam possíveis indicadores de deficiência do mineral, sendo admitido como valor
normal, incidência em até 10,00% das vacas parturientes (SEGERSON et al., 1981).
Assim sendo, as formas de suplementar selênio merecem especial atenção,
principalmente quando as doses necessárias são diminutas, cerca de 1 mg de Selênio por
dia, em 10 kg de matéria seca (0,1 ppm), conforme o National Research Council (2001).
Possívelmente o primeiro estudo brasileiro, no sentido de suplementar bovino com
selênio, foi o realizado por Zanetti et al (1982), e usaram balas ruminais. O emprego de
selênio em suspensão, injetado por via intramuscular (50 mg de Selênio 21 dias antes do
parto), foi processo de escolha em trabalhos como os de Julien et al (1976) e Trinder et
al (1969). Essa forma é muito onerosa apesar do selênio injetado por via intramuscular é
bem retido no organismo, ao passo que 40,00% a 66,00% do selênio administrado
oralmente é perdido nas fezes (COUSINS E CAIRNEY, 1961; BUTLER E
PETERSON, 1961; PRESTON E MOXON, 1972). Outro aspecto a ser considerado é de
que o selênio de fonte alimentar seria melhor aproveitado que o Selênio mineral, como
atestam trabalhos efetuados com suínos (KU et al., 1973), e aves (SCOTT E
THOMPSON, 1971). Esse elemento está presente em baixa concentração no organismo
animal. Pode ser achado na forma solúvel, que é rapidamente absorvido pela mucosa
20
intestinal. Nos vegetais podem ser encontradas maiores quantidades de selênio,
principalmente nos grãos, se produzidos em áreas com elevado teor natural de selênio
no solo (ANDRIGUETTO et al., 1983).
A remoção do Se presente no solo é feita pelos vegetais e por micro-organismos,
os quais podem depositá-lo nos tecidos e ou convertê-lo a algum metabólito, como o
dimetilselenito. Essa mobilização pode ser influenciada pelo pH e pela umidade do solo
(COMBS JÙNIOR, 2001). Em função destes fatores, a concentração de Se nos vegetais,
no organismo animal e em seus produtos pode variar e esta variação está relacionada ao
tipo e ao teor de Se dietético.
Trabalhos realizados com Selênio orgânico demonstraram que essa fonte
aumenta a concentração do mineral no leite em até cinco vezes, quando comparado com
Selênio inorgânico, melhorando a qualidade do leite e prolongando seu período de uso,
uma vez que esse mineral também pode apresentar as mesmas propriedades
antioxidantes da vitamina E (HARRIS et al., 2005).
Existem três fontes primárias disponíveis do mineral, sendo que sua
concentração depende do teor de água dessas fontes. A fonte mais concentrada de
selenito de sódio (Na2SeO4) contém 41,80% de Se, e a fonte mais próxima (Na2SeO4.
5 H2O) contém 30,00% Se. A adição de 307 mg de selenito de sódio 30,00% propicia
0,1 ppm de Se para cada tonelada de ração (HARRIS et al., 2005).
2.5. SELÊNIO NOS ALIMENTOS
Em função da importância do selênio, é necessário conhecer a composição
nutritiva dos alimentos, de forma a garantir um consumo adequado desse elemento por
parte da população. Contudo, as mais completas tabelas de composição química de
alimentos editadas no Brasil não contêm dados sobre teores de selênio (KIRA E
MAIHARA, 2005; IBGE, 2009; UNICAMP, 2011).
A concentração de Se nas plantas forrageiras e grãos é dependente da sua
concentração no solo, a qual pode variar pontualmente. Dentro de uma propriedade
podem existir áreas com níveis normais de Se no solo, seguido de áreas adjacentes com
deficiência do elemento. Isso pode afetar a ingestão total de Se pelos animais em pastejo
(STEVENS et al., 1985).
A quantidade de selênio em alimentos é muito variável entre diferentes regiões e
países. Sua concentração nos solos é responsável por um ciclo que afeta tanto animais
21
que consomem as pastagens quanto alimentos vegetais, nos quais a quantidade do
mineral é inteiramente dependente do solo. A quantidade de proteínas também
influencia a concentração de selênio no alimento, uma vez que o mineral pode se
incorporar a estas no lugar do enxofre. O processamento, principalmente térmico, pode
reduzir a quantidade de selênio devido à volatilização (COMINETTI e COZZOLINO,
2009).
Em muitas regiões do mundo, o nível de Se no solo geralmente reflete a sua
condição na população. Solos com teores menores de 0,05 μg g-1 de Se propiciam
dietas com concentrações menores de 0,01 μg g-1, e em geral provocam deficiência
neste elemento. Por outro lado, solos com teores maiores de 5 μg g-1 contribuem com
dietas que promovem a intoxicação por esse elemento (COZZOLINO, S. M. F., 2005).
Em geral, pode-se afirmar que plantas crescendo em solos com baixo pH, com
altos teores de argila ou adubadas com produtos à base de sulfato, têm baixos teores de
Se (SHAMBERGER, 1983; FOSTER E SUMAR, 1995; KABATA-PENDIAS, 1998).
Em contrapartida, plantas com maior massa radicular e raízes mais profundas, assim
como plantas de crescimento mais lento e de maior teor protéico, tendem a possuir
conteúdo mais alto de Se (SHAMBERGER, 1983; HARTFIEL e SCHULTE, 1988). O
farelo de soja pode apresentar teores de Se que variam de 0,20 e 0,40mg Se kg/MS.
Enquanto, o milho moído e o farelo de arroz podem conter níveis que variam de 0,01 a
0,05mg Se kg/MS. A silagem de milho, por sua vez, apresenta teores de Se menores, em
comparação a gramíneas forrageiras (SCHÄFER e WOLLGIEN, 1986; GIERUS et al.,
2002).
Embora tenha-se observado grande variação no teor de Se em volumosos e
concentrados, a concentração em plantas e grãos é baixa. A ingestão de Se por meio do
conteúdo natural do alimento nas plantas e, posteriormente, como componentes em
dietas é insuficiente para cobrir a exigência nutricional do elemento para bovinos
leiteiros em quaisquer das fases de crescimento. A suplementação com misturas
minerais contendo Se é, portanto, indispensável (GIERUS, 2007).
Nas plantas, o Se parece não exercer nenhuma função fisiológica (TERRY et al.,
2000) e é incorporado aleatoriamente no tecido vegetal em ambas as formas: orgânica e
inorgânica. Algumas plantas apresentam mais de 50,00% do Se na forma orgânica. Em
milho, trigo e soja crescendo em solos ricos em Se, a SeMet pode representar mais de
80,00% do Se total presente no tecido vegetal (YANG et al., 1997; GUO e WU, 1998).
22
Nos alimentos, a biodisponibilidade de Se depende de sua forma química.
Geralmente, formas orgânicas do elemento são mais biodisponíveis e menos tóxicas que
suas formas inorgânicas: selenitos e selenatos. Alimentos com alto teor de proteínas
representam uma rica fonte de Se (SMRKOLI, et al., 2005).
Salman et al. (2009), descrevem que o Se pode ser aumentado para 0,6 mg kg-1
de matéria seca, para reforçar os benefícios desse micro mineral, permanecendo, ainda
assim, muito abaixo dos níveis tóxicos.
Os suplementos minerais também possuem Se tanto na forma inorgânica como
orgânica. A forma inorgânica mais comum usada em misturas minerais é o selenito de
sódio. As formas orgânicas, por sua vez, estão disponíveis como leveduras enriquecidas,
que crescem sobre um substrato contendo pouco enxofre e muito Se. Dessa forma, o Se
encontrado é basicamente a SeMet, porém com diversas outras formas ainda
desconhecidas (UDEN et al., 2004).
Selenito e selenato podem ser reduzidos a Se elementar (Se0) pelos micro-
organismos ruminais como um meio de detoxificação (KIM et al., 1997). Os micro-
organismos podem também incorporar Se na proteína microbiana (HIDIROGLOU e
LESSARD, 1976; KIM et al., 1997). Desse modo, o Se na ração, presente na forma
inorgânica, pode ser absorvido no intestino delgado na forma orgânica. A composição
da dieta pode influenciar a forma de Se que chega ao intestino delgado. A relação
volumoso/concentrado, parece ter influência por afetar a composição da população
microbiana ruminal (KOENIG et al., 1997; GIERUS et al., 2002). Contudo, tem sido
pouco documentado, como as formas de Se que chegam ao intestino delgado são
afetadas pela forma e pela quantidade de Se suplementada, assim como pelo ambiente
ruminal (GIERUS, 2007).
Lacetera et al. (1996) verificaram aumentos significativos na produção de leite,
de 24,5 kg para 27,7 kg dia-1, 12 semanas pós-parto, em vacas suplementadas com 5mg
100kg-1 de peso vivo de selenito de sódio. Efeito positivo da suplementação com Se na
produção de leite também foi verificado por Fisher et al. (1980). No entanto, a
suplementação com Se nem sempre resulta em aumento da produção animal (WEISS et
al., 1990; GIERUS et al., 2002). Gierus et al. (2002) verificaram que a suplementação
de vacas de leite com selenito de sódio influenciou o teor de Se no leite e plasma. Mas
não houve incremento na produção de leite, e nem alteração em sua composição. A
atividade da glutationa peroxidase não aumentou significativamente além da dose de Se
23
considerada adequada para bovinos leiteiros, representada pelo segundo nível de
suplementação neste experimento, que foi de 0,20 mg Se kg-1 MS (GfE, 2001).
A selenoproteína funcional mais comumente usada para estudar a resposta à
suplementação de Se em animais é a glutationa peroxidase (ZACHARA, 1992;
ARTHUR e BECKET, 1994). Esta enzima está envolvida no sistema antioxidante do
organismo, que neutraliza a produção excessiva de peróxidos e radicais livres,
responsáveis pelo estresse oxidativo (MILLER et al., 1993; BRZEZINSKA-
SLEBODZINSKA et al., 1994; NOCKELS, 1996). No período periparturiente, menor
frequência das infecções intrauterinas e na glândula mamária têm sido relacionadas com
a suplementação de Se e vitamina E. Na lactação, a maior incidência de alta contagem
de células somáticas tem sido relacionada com a deficiência de Se (JUKOLA et al.,
1996; PASCHOAL et al., 2003).
A fortificação de alimentos com selênio pode ser benéfica em regiões com solos
pobres. Algumas estratégias já foram usadas em diversos países, como a fertilização dos
solos com o mineral. Essa forma de enriquecimento é considerada eficaz em aumentar a
ingestão alimentar de selênio, uma vez que o nível do elemento adicionado pode ser
controlado. Outra maneira de incrementar o conteúdo de selênio nos alimentos consiste
em fornecer suplementos aos animais, por meio da aplicação do mineral nas pastagens
ou pela adição de compostos inorgânicos ao sal; da administração farmacológica direta
ou na forma de pílulas de liberação intestinal lenta (COMINETTI e COZZOLINO,
2009).
2.6. SELÊNIO E SAÚDE DA GLÂNDULA MAMÁRIA
A saúde da glândula mamária está diretamente relacionada com a quantidade e
qualidade do leite produzido. No Brasil em função da alta prevalência de mastite nos
rebanhos, podem ocorrer perdas na produção de cerca de 15,00%. Esses prejuízos
atingem diretamente o produtor e a indústria de laticínios pela redução no rendimento
na fabricação de derivados, na diminuição da qualidade e da vida de prateleira dos
produtos (SANTOS e FONSECA, 2006).
A glândula mamária apresenta a linha de defesa celular para manter seu meio
livre de patógenos. Estas células variam qualitativamente e quantitativamente ao longo
da vida da búfala, e a eficiência de seus mecanismos de combate aos patógenos é
24
dependente de outros fatores inerentes ao estresse e ao manejo dos animais (GALIERO
e MORENA, 2000; RAHMAN et al., 1997).
O Se tem grande importância no sistema antioxidante por ser um componente
estrutural da GSH-Px. O uso de fontes orgânicas deste mineral pode ser de grande
interesse na proteção da glândula mamária devido aos diferentes mecanismos de
absorção e provável maior biodisponibilidade (CORTINHAS, 2009).
A adequada nutrição de minerais e vitaminas pode ser usada como estratégia
para otimizar os mecanismos de defesa da glândula mamária contra a invasão de
patógenos causadores de mastite (WEISS; WYATT, 2002). A deficiência dietética de
vitamina E e Se aumenta a susceptibilidade da glândula mamária a infecções e pode ser
avaliada pelo efeito desses nutrientes sobre os mecanismos de resistência e proteção das
membranas celulares contra a degradação oxidativa (SMITH et al., 1984). A
concentração de Se no sangue tem sido usada como medida de status de Se, pois
aumento na concentração de Se no sangue tem sido correlacionada com redução na CCS
e na incidência de mastite e aumento na função dos neutrófilos (CEBRA et al., 2003).
Acúmulo de peróxido de hidrogênio no neutrófilo geralmente compromete a
morte intracelular de patógenos (SMITH; HOGAN; WEISS, 1997). Claramente, a
velocidade com que os neutrófilos são mobilizados após a invasão do patógeno e a
eficiência em destruí-los dentro da célula são eventos importantes para a proteção da
glândula mamária a infecções (CRAVEN; WILLIAMS, 1985). O Se desempenha papel
essencial nestes eventos, e sua deficiência alimentar induz distúrbio na função dos
neutrófilos e aumento da incidência de infecção intramamária em vacas leiteiras
(HOGAN; WEISS; SMITH, 1993).
O desbalanço no sistema antioxidante pode ocasionar danos ao tecido mamário.
Quando a bactéria penetra no canal do teto, ocorre influxo de glóbulos brancos para
destruir os patógenos. Peróxidos são produzidos para auxiliar na destruição de
patógenos, no entanto, se em concentração elevada, podem causar perdas na produção
de leite, e em casos mais severos, a perda permanente do quarto mamário (LAUZON et
al., 2006).
O fornecimento de Zn, Cu e Se tem sido associado à redução na CCS e ao
aumento na capacidade antioxidante da enzima de superóxido dismutase (CuZnSOD),
ceruloplasmina (CP) e GSH-Px (WEISS; WYATT, 2002; WEISS, 2005), assim como a
alta concentração de Se no plasma sanguíneo foi associada a diminuição na incidência
de mastite clínica e baixa CCS no tanque (WEISS et al., 1990). De acordo com Vieiro et
25
al. (2010) a suplementação com Se não influencia as demais características físico-
químicas e nem CCS do leite.
O envolvimento do nutriente no sistema imune não garante que a sua
suplementação na dieta aumentará a imunidade e reduzir o número de casos de mastite.
As vacas necessitam consumir quantidades adequadas de minerais e vitaminas para
manter seu status antioxidante em nível ótimo (WEISS; WYATT, 2002). Assim torna-
se de fundamental importância o estudo das fontes de microminerais complexados, os
quais têm sido descritos por sua maior biodisponibilidade em relação às fontes iônicas
(CORTINHAS, 2009).
Erskine et al. (1987) relataram correlação negativa entre a porcentagem de
quartos infectados com patógenos e a atividade da GSH-Px no sangue. Já Ropstad,
Overnes e Refsdal (1987) observaram que rebanhos noruegueses com alto status de Se
tiveram maior frequência de tratamentos para mastite clínica e alta CCS no leite que
vacas com menor teor de Se. Ceballos-Marquez et al. (2010) avaliaram a relação entre a
concentração de Se no leite e a CCS e o risco de novas infecções intramamárias no
periparto. Foram usadas 15 vacas de cada um dos 18 rebanhos canadenses avaliados. A
probabilidade de ocorrência de novas infecções intramamárias por Streptococcus spp. e
outros patógenos gram-positivos no período seco aumentou com o acréscimo na
concentração de Se também no leite. Os autores sugeriram que o aumento de CCS no
leite pode aumentar a concentração de Se no leite devido ao influxo de neutrófilos, que
têm alta atividade da GSH-Px, para os quartos do úbere infectados. Alta concentração
de Se no sangue é desejável, mas alta CCS no leite não. Aumento da concentração de Se
no leite é interessante, pois indica maior teor de proteína láctea selenizada, mas desde
que a CCS seja baixa, pois se for alta pode estar associada a mastite.
As respostas à mastite resultam no influxo de células somáticas para o processo
de fagocitose e neutralização de partículas imunogênicas, ocasionando aumento na
produção de radicais livres que lesionam o tecido epitelial mamário, podendo resultar na
redução de produção de leite (LIPPOLIS et al., 2006).
2.7. INCORPORAÇÃO DE SELÊNIO NO LEITE
A suplementação de micro minerais na dieta de vacas pode aumentar o valor
nutricional do leite e de seus derivados. Maiores concentrações de diversos nutrientes
no leite, principalmente minerais como cálcio, ferro, iodo e selênio, podem ser benéficas
26
à saúde de recém-nascidos, crianças, imunosuprimidos e outros consumidores
(CONRAD; MOXON, 1979; KNOWLES et al., 1999).
Segundo Cominetti e Cozzolino (2009), o leite e seus derivados também podem
fornecer boas quantidades do mineral, dependendo da espécie animal e do conteúdo de
gordura, sendo que o leite de vaca e aqueles com maior quantidade de gordura
apresentam as menores concentrações.
No leite, a concentração máxima de Se permitida para evitar problemas à saúde
humana é de 0,14ppm (FDA, 2003). O aumento da concentração de Se no leite após a
suplementação deste mineral na dieta foi evidenciado (CONRAD e MOXON, 1979;
MAUS et al., 1980; ORTMAN e PEHRSON, 1999; GIVENS et al., 2004). Estes autores
constatavam maiores concentrações de Se no leite dos animais suplementados com Se
orgânico, o que foi atribuído à maior absorção intestinal.
A quantidade de Se orgânico necessária para produzir leite e derivados
enriquecidos com Se pode ser 20 a 40 vezes maior que o necessário para prevenir
deficiência de Se em rebanhos (WALKER et al, 2010). Considerando os dados
relatados de concentração de Se no leite em vários países (TINGGI; PATTERSON;
REILLY, 2001), seria necessário consumir aproximadamente 0,8 L de leite em Israel;
1,7 nos Estados Unidos (Dakota do Sul); 2,0 no Canadá; 2,4 na Alemanha; 3,5 na
Austrália e 3,7 na Inglaterra. Assumindo o consumo anual per capita de 276 L de leite
nos Estados Unidos (FAO, 2011), a quantidade estimada de Se obtível via leite seria
44,00% da exigência nutricional diária de Se.
Ceballos et al. (2009) avaliaram 42 trabalhos publicados entre 1970 e 2008 e
registraram que a suplementação dietética de Se resultou em aumento de 12,6 µg de Se
L-1 de leite. A localização geográfica, a fonte, a dose e a interação entre a fonte e a dose
de se explicaram 71,00% da variação entre os estudos. Vacas suplementadas com
levedura selenizada tiveram concentração de Se no leite, 75 dias após o início da
suplementação, maior que animais suplementados com fontes inorgânicas de Se, sendo
o valor ao redor de 29 µg L-1.
A relação entre a ingestão de Se e sua concentração no leite e no músculo foi
significativa e positiva, mas não afetada pela fonte de Se. A excreção de Se no leite foi
maior nas vacas em início de lactação do que em vacas em final de lactação, 20,00% a
28,00% e 10,00% a 14,00%. Esta diferença, de cerca de duas vezes, indica que a
ingestão de Se por si só é inadequada como medida indireta da excreção de Se no leite
(CEBALLOS et al, 2009).
27
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. DESCRIÇÃO DA PROPRIEDADE
O experimento foi conduzido na Tapuio Agropecuária Ltda., localizada no
Município de Taipu, a 50 km de Natal, situada na região Agreste do estado do Rio
Grande do Norte. O clima, pela classificação de Köppen é caracterizada por um clima
As, ou seja, quente, com duas estações bem definidas: verão (chuvoso) e inverno (seco),
com a época seca de agosto a janeiro e a chuvosa de fevereiro a julho, a precipitação
pluviométrica média é de 855 mm ao ano, a temperatura média de 25,3 °C e a umidade
relativa média de 79,0% (IDEMA, 2013).
3.2. MANEJO ALIMENTAR DOS ANIMAIS
Os animais foram manejados em pastejo sob lotação rotativa tipo Voisin, as
pastagens predominantes eram Brachiaria brizantha e Panicum maximum cv. Massai.
Na época seca, além do fornecimento de concentrado a base de milho, farelo de soja e
óleo de soja, recebiam cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) corrigida com 1% de
ureia + sulfato de amônia (9:1), em cochos localizados dentro dos piquetes. A
suplementação com selênio orgânico Sel-plex® foi realizado, pela adição de 0,08
ppm/kg/Se ao concentrado. O tipo de Se utilizado (Sel-plex®) é um produto
biosintetizado por leveduras que contém selênio na mesma forma encontrada na
natureza, a qual inclui os selenoaminoácidos e compostos relacionados, que são ideais
para a absorção e metabolismo do mineral.
3.3. MANEJO DOS ANIMAIS NA ORDENHA
O ambiente de pré-ordenha consistia em um curral de espera coberto com sombrite,
piso de paralelepípedo e bebedouro. As búfalas eram ordenhadas mecanicamente às 5h
e 15h, com adoção de todos os procedimentos de boas práticas de ordenha, como o uso
de pré e pós dipping. O equipamento de ordenha duplo 20, tipo fila indiana, com linha
baixa em circuito fechado. As ordenhas foram realizadas sem a presença dos bezerros.
Durante a ordenha as búfalas recebiam o concentrado. A formação dos tratamentos
foi feita de acordo com a duração de lactação dos animais e a quantidade de
28
concentrado disponibilizado variava em relação a produção de leite das búfalas, Gráfico
01.
Gráfico 01. Suplementação de acordo com a produção de leite.
3.4. COLETA DE AMOSTRAS E ANÁLISE DO LEITE
Os dados usados para a análise de gordura, proteína e contagem de células somáticas
(CCS) foram provenientes de planilhas de controle zootécnico da própria unidade
produtiva com registros diários de informações individuais referentes às búfalas no
período de abril de 2010 a junho de 2014. Foram usados o total de 2264 observações de
análise de leite ao longo de toda lactação de búfalas da raça Murrah.
As amostras de leite, foram coletadas mensalmente, direto do medidor acoplado
a ordenhadeira, com amostras compostas da ordenha da manhã e da tarde, e
acondicionada em frascos plásticos de 40 mL com Bronopol® (2-bromo2nitropropano-
1,3diol). As amostras foram homogeneizadas para completa dissolução do conservante,
identificados e acondicionados em caixa isotérmica com gelo para manutenção da
temperatura abaixo 5 ºC. Posteriormente enviadas ao laboratório do Programa de
Gerenciamento de Rebanhos Leiteiros do Nordeste – PROGENE, credenciado junto à
Rede Brasileira de Qualidade do Leite (RBQL), que integra o Programa Nacional de
Melhoria da Qualidade do Leite (PNQL) na Universidade Federal Rural de Pernambuco
29
(UFRPE). Para a determinação dos teores de gordura (%) e proteína (%), as análises
foram feitas por absorção infravermelha no equipamento Bentley 2000® (Bentley
Instruments Inc., Chasca MN, EUA) e a CCS por citometria de fluxo por meio do
equipamento Somacount 300® (Bentley Instruments Inc., Chasca MN, EUA).
O experimento para determinação do resíduo de selênio (Se) foi conduzido
durante a época seca, agosto à novembro, sendo coletado amostras do leite de tanque e
de queijo tipo Minas Frescal e para a amostragem do leite por produção, foi
selecionando, dentro de cada lote, 20 animais de forma aleatória no mês de novembro
no ano de 2014.
As amostras de leite de cada animal, foram coletadas em novembro, direto do
medidor, logo após o termino da ordenha vespertina, em frascos plásticos de 40 mL. Os
frascos eram devidamente identificados e acondicionados em caixa isotérmica com gelo
para manutenção da temperatura abaixo 5 ºC, foi realizada uma amostra homogênea de
cada lote em frascos plásticos de 300 mL.
A coleta do leite do tanque e do queijo Minas Frescal, foi realizado no período
de agosto a novembro de 2014, aonde o queijo coletado era feito com o mesmo leite
retirado do tanque. O leite do tanque era transferido para frascos padronizados de 300
mL, devidamente identificados, os queijos fornecidos pela propriedade foram
embalados a vácuo, e apresentavam a pesagem de 300 gr/ cada. Assim como o leite
coletado de cada lote, as amostras foram congeladas a 0 °C.
As amostras do leite de tanque, por tratamento e do queijo foram enviadas ao
Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP) em Recife - PE, para a realização das
análises de resíduo de Selênio. Usando um espectrômetro de emissão óptica em plasma
indutivamente acoplado (ICP-OES), marca Thermo Scientific, modelo ICAP 6300 CID.
empregando detecção simultânea, com vista axial e radial, com policromador
termicamente estabilizado, gerador de rádio frequência de estado sólido de alta
capacidade, equipado com nebulizador concêntrico. Seguindo a metodologia realizada
pela American Public Health Association et al. (1999).
30
3.5. COLETA DE AMOSTRAS DA DIETA
Para se conhecer a qualidade da forragem consumida, a coleta foi realizada nas
primeiras terças feiras do mês, no período de agosto a novembro de 2014, usando o
método de pastejo simulado, tendo o corte efetuado na mesma altura de pastejo, devido
à seletividade dos animais. Em piquetes que possuíam uma área média de 0,8 ha, foram
coletadas quatro amostras simples no local no momento do pastejo, obtendo-se uma
amostra composta devidamente homogeneizada. Não foram consideradas as forrageiras
perto de estrada ou cochos de sal mineral. A amostragem do concentrado realizou-se, no
mesmo dia que foi feita a coleta da pastagem, com o auxílio de um calador. Em seguida,
estas amostras foram enviadas ao laboratório de nutrição animal da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Utilizou-se a metodologia descrita por Silva e Queiroz (2002) para determinação
do conteúdo de matéria seca, matéria mineral, proteína bruta, extrato etéreo e lignina
dos alimentos e do concentrado. Para determinação dos teores de fibra em detergente
neutro e fibra em detergente ácido, utilizou-se a metodologia descrita por Van Soest et
al. (1991). Os teores de compostos nitrogenados insolúveis em detergente neutro e em
detergente ácido foram obtidos nos resíduos da FDN e FDA, mediante o procedimento
de micro Kejdahl (Tabelas 1 e 2).
Tabela 01. Proporções e composição química do concentrado ofertado aos animais.
Ingrediente Proporções (%)
Farelo de soja 50,59
Milho triturado 36,55
Óleo de soja 4,95
Ureia 1,00
Mistura mineral 6,91
Composição química %
Agosto1 Setembro1 Outubro1 Novembro1
Matéria Seca 91,65 91,68 91,38 91,49
Matéria Mineral 9,72 7,29 9,60 9,31
Matéria Orgânica 90,28 92,71 90,40 90,69
Proteína Bruta 23,42 22,17 28,73 25,72
31
Extrato Etéreo 8,65 6,63 8,34 8,10
FDN 41,18 35,16 29,46 30,76
FDA 6,04 13,72 7,91 6,48
Hemicelulose 35,14 21,44 21,55 24,28
Carboidratos Totais 58,21 63,91 53,33 56,87
CNF 17,03 28,75 23,87 26,11
Lignina 1,95 3,26 2,04 0,92
Celulose 4,09 10,46 6,70 5,56
PIDN 0,46 0,70 0,91 0,24
PIDA 0,07 0,53 0,16 0,03
NDT 75,54 74,35 62,81 80,32
ED (Mcal/Kg) 3,33 3,28 2,77 3,54
FDN - Fibra em Detergente Neutro; FDA - Fibra em Detergente Ácido; CNF - Carboidratos Não Fibrosos; PIDN - Proteína
Insolúvel em Detergente Neutro; PIDA - Proteína Insolúvel em Detergente Ácido; NDT - Nutrientes Digestíveis Totais; ED -
Energia Digestível.
1 – Triplicatas de amostras de concentrado que foram coletadas mensalmente.
32
3.6. ANÁLISES ESTATÍSTICAS
Para análise dos dados dos níveis de selênio (Se), da contagem de células somáticas
(CCS), gordura, proteína e escore de células somáticas (ECS), para cada tratamento foi
considerada os diferentes níveis do mineral (Gráfico 01).
A partir dos dados de parição foram calculados os dias em leite (DEL) a partir da
média do desvio de variância e distribuídos em quatro classes, sendo a primeira classe
até 280 dias de lactação (< 280) a segunda classe entre 281 e 305 (281 < x < 305) a
terceira classe entre 306 e 350 (306 < x < 350) dias de lactação e a quarta acima de 351
dias (>351).
Tabela 02. Composição química da Panicum maximum cv. Massai.
Parâmetros Agostoa Setembrob Outubrob Novembroc
Matéria seca 32,22 ± 5,39 51,52 ± 1,86 38,98 ± 5,61 49,64 ± 1,70
Matéria mineral 7,60 ± 0,71 7,32 ± 1,40 7,80 ± 0,72 7,17 ± 0,72
Matéria orgânica 92,40 ± 0,71 92,67 ± 1,40 92,67 ± 1,23 92,83 ± 0,55
Proteína bruta 5,04 ± 0,85 3,33 ± 0,79 4,17 ± 0,90 4,44 ± 0,78
Extrato etéreo 1,35 ± 0,12 1,42 ± 0,19 1,88 ± 0,07 1,89 ± 0,45
FDN 75,69 ± 1,90 81,39 ± 1,90 78,85 ± 1,09 75,08 ± 0,34
FDA 43,43 ± 0,80 49,51 ± 1,52 47,08 ± 1,74 45,94 ± 1,27
Hemicelulose 32,25 ± 1,24 31,31 ± 1,96 30,19 ± 3,13 29,14 ± 0,92
Carboidratos totais 84,25 ± 4,06 86,62 ± 1,40 86,62 ± 1,85 86,50 ± 0,22
CNF 10,38 ± 1,70 5,99 ± 1,03 8,38 ± 1,15 11,42 ± 0,57
Lignina 8,04 ± 0,56 12,47 ± 1,55 17,18 ± 1,99 10,16 ± 0,61
Celulose 35,38 ± 0,66 37,04 ± 1,27 33,16 ± 4,92 35,77 ± 0,65
PIDN 0,28 ± 0,05 0,22 ± 0,03 0,33 ± 0,04 0,32 ± 0,08
PIDA 0,06 ± 0,01 0,11 ± 0,01 0,07 ± 0,02 0,09 ± 0,00
NDT 50,58 ± 3,98 39,81 ± 3,55 36,98 ± 2,57 46,56 ± 0,97
ED (Mcal/Kg/MS) 2,23 ± 0,17 1,60 ± 0,36 1,57 ± 0,16 2,05 ± 0,04
FDN - Fibra em Detergente Neutro; FDA - Fibra em Detergente Ácido; CNF - Carboidratos Não Fibrosos; PIDN - Proteína
Insolúvel em Detergente Neutro; PIDA - Proteína Insolúvel em Detergente Ácido; NDT - Nutrientes Digestíveis Totais; ED -
Energia Digestível.
a – Média das quadruplicatas de amostras realizadas mensalmente; b – Média das quintuplicatas de amostras realizadas
mensalmente; c – Duplicatas de amostras realizadas mensalmente.
33
O efeito das estações foi contrastado de duas formas, a saber: Primavera (21 de
setembro a 20 de dezembro), Verão (21 de dezembro a 20 de março), Outono (21 de
março a 20 de junho) e Inverno (21 de junho a 20 de setembro) ou época Seca (agosto a
janeiro) e época Chuvosa (fevereiro a julho).
Os valores obtidos para CCS foram transformados em Escore de Células Somáticas
(ECS) usando a Equação 1: ECS = log2 (CCS / 100.000) + 3. Este procedimento tem o
intuito de contornar o fato da CCS não apresentar distribuição normal. Foram feitos os
seguintes procedimentos: análise descritiva, análise de variância e análise de correlação
usando o programa Statistical Analysis System – SAS (2002) e as médias foram
comparadas pelo teste de Tukey a 5,0% de probabilidade.
34
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. MÉDIAS DE PRODUÇÃO E CCS DO LEITE
Os resultados encontrados na Tabela 01 mostram a média geral da composição
físico-química, da contagem de células somáticas (CCS) e do escore de células
somáticas (ECS) do leite de búfalas. Ainda não se tem o padrão de qualidade para o
leite de búfala, porém, a literatura apresenta baixas contagens quando comparado ao
leite de vaca. Cerón-Muñoz et al. (2002), em São Paulo, ao avaliarem a CCS de 1.630
búfalas da raça Murrah, obtiveram média de 79 mil/células/mL, enquanto que Jorge et
al. (2005) obteve média para a CCS de 63,38 mil/células/mL, valores estes abaixo do
encontrado no presente estudo, 92,88 mil/cel/mL.
Tabela 01 – Médias ajustadas da composição e da qualidade higiênico-sanitária do leite
de búfala.
Característica N Média ±DP CV Min Max
Composição química do leite
Gordura (%) 2264 5,92 ± 1,61 27,23 1,61 10,16
Proteína (%) 2264 4,22 ± 0,43 10,22 3,09 5,35
Qualidade higiênico-sanitária do leite
CCS1 (mil/cel/mL) 2264 92,88 ± 178,37 192,05 0,10 990,00
ECS2 (log cel/mL) 2264 1,47 ± 1,82 124,12 0 6,31
1 – Contagem de Células Somáticas; 2 – Escore de Células Somáticas; Número de informações (N),
Média, Desvio padrão (DP), Coeficiente de variação (CV), Valor mínimo (Min), Valor máximo (Max).
São poucos os trabalhos de CCS em leite de búfalas realizados no Brasil e, na região
Nordeste, quase nada se sabe sobre esse parâmetro de avaliação da sanidade da glândula
mamária. Muitas vezes se usa os parâmetros de CCS para bovinos que podem não ser
adequados para monitoramento de mastite em rebanhos bubalinos (MEDEIROS, et al.
2011). Dessa forma, maiores CCS em búfalas que em vacas podem não ser indicativos
de mastite (COSTA FILHO et al., 2015). Daí, entende-se a importância de preparar
legislação especifica para a qualidade higiênico-sanitária do leite e produtos lácteos de
búfalas.
Em búfalas, na região do Lácio na Itália, Tripaldi et al (2010), recomendam o valor
de 200 mil/cel/ mL como limite para a identificação precoce do animal afetado pela
35
mastite subclínica. Enquanto, no Brasil, Medeiros et al., (2011) descreveu valores acima
de 280 mil/cel/mL são um indicativo de infecção da glândula mamária. No entanto,
esses autores registraram que o exame microbiológico do leite é o melhor método para
diagnóstico da mastite subclínica em búfala. Neste estudo, avaliou-se 2264 dados de
composição química e qualidade higiênico-sanitária do leite de búfalas, onde foi
encontrada a média de 92,88 mil/cel/mL, valor a baixo do limite de indicativo de
infecção, citado pelos autores acima. A partir da quantidade de dados analisados neste
experimento é possível realizar um padrão para a qualidade higiênico-sanitária do leite
de búfalas.
O escore de células somáticas facilita a interpretação dos resultados, Neste
experimento foi observado média de 1,47 (log/ cel/mL). Em estudo realizado por
Barreto et al., (2010) encontraram correlação linear significativa (p<0,05) e negativa
entre a variável escore ECS e a produção de leite (- 0,32). Essa resposta pode ser
explicada pelo princípio da diluição, pois a CCS excretada na glândula mamária é
diluída em função da quantidade de leite produzida, dessa forma à medida que aumenta
a produção diminui a porcentagem de células somáticas no leite.
Lima et al., (2014) trabalhando com o mesmo rebanho avaliado neste estudo
encontraram a média de gordura de 5,57% e 4,22% para a proteína. Valores estes
semelhantes aos encontrados no presente estudo (5,92% e 4,22%), respectivamente. De
acordo com Fernandes et al. (2011), em estudos realizados no Estado de Minas Gerais,
o nível de gordura no leite de búfala varia entre 5,5 e 10,4% e a proteína, segundo
Texeira et al., (2005) entre 3,6 e 5,26%.
4.2. CCS E COMPOSIÇÃO DO LEITE VERSUS SELÊNIO
A Tabela 2 mostra as médias das lactações, em cada tratamento, onde para a
gordura, o tratamento 1, nas lactações abaixo de 280 e entre 281 e 305 dias, se
diferenciou dos tratamentos 4 e 5, o tratamento 5 é semelhante ao tratamento 4, que não
se diferenciou significativamente dos tratamentos 2 e 3. Nas lactações entre 306 e 350, o
tratamento 1 se diferenciou dos 3, 4 e 5, onde o tratamento 5 apresentou diferença
apenas nos tratamentos 1 e 2, onde o tratamento 2 não se diferenciou dos tratamentos 3
e 4. Nas lactações acima de 351 dias, o tratamento 1 não se diferenciou do segundo,
onde os tratamentos 2, 3, 4 e 5 foram semelhantes significativamente.
36
Na proteína, os animais que estavam em lactações < 280 dias, o tratamento 1 não
apresentou diferença significativa do segundo, que se diferenciou apenas do quinto
tratamento. Nas lactações entre 281 e 305 dias, o único tratamento que se diferenciou
dos demais foi o tratamento 1. Enquanto que nas lactações entre 306 e 350 e > 351, o
primeiro tratamento foi semelhante aos tratamentos 2 e 3 que não se diferenciaram dos
tratamentos 4 e 5.
Com relação a contagem de células somáticas, nas lactações até 350 dias, o
tratamento 1 se diferenciou dos tratamentos 4 e 5, que não se diferenciaram dos
tratamentos 2 e 3. Já nos animais com lactações > 351 dias o tratamento 1 apresentou
diferença apenas no tratamento 5, que por sua vez não se diferenciou dos tratamentos 2,
3 e 4.
O tratamento 1 apresentou os maiores valores nos constituintes avaliados em todas
as quatro classes de lactações, e o tratamento 5 os teores mais baixos. Ou seja, quanto
maior o fornecimento do Se, menor é a taxa de CCS, independente dos dias de
lactações. O que pode significar que o uso do selênio orgânico influenciou na redução
dos valores desses constituintes.
Resultados bastante satisfatórios foram obtidos quando se estudou o efeito da
suplementação de Se (0,3 ppm Se/dia) e vitamina E (1000 UI/dia) em novilhas. Houve
diminuição nos casos de mastite clínica e diminuição da CCS, quando comparadas com
aquelas não suplementadas (SMITH et al., 1985).
Zanetti et al. (1998) concluíram que a suplementação oral com 5 mg de Se, no
último mês de gestação, aumenta o nível sérico do mineral nas vacas leiteiras, reduzindo
a incidência de mastite subclínica. Os bezerros filhos de vacas suplementadas
apresentaram níveis séricos de 66,00% de Se superiores aos de bezerros filhos de vacas
não suplementadas. Resultado similar não foi encontrado por Costa et al. (1997), onde
não houve diferença significativa entre o tratamento com Se (0,1 mg/kg MS) e o
controle, sem suplementação, na incidência de mastite, mastite subclínica e infecções
intramamárias.
O escore de células somáticas, o tratamento 1 foi semelhante ao tratamento 2 nas
lactações avaliadas, exceto nas lactações entre 281 e 305 que também não se diferenciou
do tratamento 3. Nas lactações < 280, o tratamento 2 possui diferença dos tratamentos 4
e 5. O tratamento 2 apenas se diferenciou do tratamento 5 nas lactações de 281 até as
que estão acima de 351 dias. Os tratamentos 2, 3, 4 e 5 não se diferenciaram
37
significativamente nas lactações entre 306 e 350. No entanto, ainda não se tem estudos
sobre a influência do selênio no ECS.
Vieiro et al. (2010) em estudo usando 32 vacas da raça Jersey, a suplementação com
Se não influenciou as demais características físico-químicas e CCS do leite. Juniper et
al. (2006) estudando diferentes fontes e concentrações de Se na dieta, não encontraram
diferenças significativas nos porcentuais de gordura, proteína, lactose, ureia e produção
de leite. Weiss e Hogan (2005) e Heard et al. (2007) verificaram diferenças na
composição e produção leiteira de vacas suplementadas ou não com Se.
Os resultados das suplementações de minerais orgânicos sobre a produção e
composição de leite descritos na literatura são bastante variáveis. Alguns autores
relatam os efeitos da suplementação com micro minerais orgânicos sobre a produção de
leite e componentes do leite sem alteração na composição (BALLANTINE et al., 2002;
GRIFFITHS et al., 2007; KINAL, KORNIEWICZ, JAROZ et al., 2007; SICILIANO-
JONES et al., 2008). Enquanto que Nocek et al. (2006) encontraram efeito do
fornecimento de fontes de minerais orgânicos sobre a produção e composição do leite.
Segundo Cortinhas et al. (2009) o fornecimento de Se orgânico em vacas leiteiras
não apresentou efeito sobre a produção e composição de leite, no entanto promoveu
redução tanto na contagem de células somáticas quanto na incidência de mastite
subclínica. Paschoal et al (2006) não encontraram efeito da suplementação de Se sobre a
CCS ou resposta imunológica, e creditam que esta ausência de efeito está relacionada ao
baixo nível de Se (2,5mg Se/dia), pois os mesmos autores em 2003, ao usarem a dose de
5 mg de Se/dia obtiveram redução da CCS.
Tabela 02 – Comparativo das médias das lactações, em cada tratamento, para a
composição e da qualidade higiênico-sanitária do leite de búfalas.
< 280 dias de lactação
Características
Composição
Química
Qualidade
higiênico-sanitária
Tratamentos N Gordura Proteína CCS1 ECS2
(%) (%) (mil/cel/mL) (log cel/ml)
1 350 6,67 a 4,38 a 138,26 a 2,19 a
2 97 6,13 ab 4,22 ab 102,72 ab 1,60 ab
3 180 5,91 ab 4,11 bc 69,37 ab 1,23 bc
4 112 5,40 bc 4,07 bc 54,40 b 0,88 c
38
5 38 4,98 c 3,98 c 37,61 b 0,79 c
281 e 305 dias de lactação
Características
Composição
Química
Qualidade
higiênico-sanitária
Tratamentos N Gordura Proteína CCS1 ECS2
(%) (%) (mil/cel/mL) (log cel/ml)
1 249 6,63 a 4,50 a 141,90 a 2,10 a
2 89 6,06 ab 4,11 b 101,54 ab 1,49 ab
3 131 5,81 ab 4,16 b 89,00 ab 1,43 abc
4 75 5,31 bc 4,17 b 43,71 b 0,99 bc
5 38 4,94 c 4,03 b 29,19 b 0,67 c
306 e 350 dias de lactação
Características
Composição
Química
Qualidade
higiênico-sanitária
Tratamentos N Gordura Proteína CCS1 ECS2
(%) (%) (mil/cel/mL) (log cel/ml)
1 302 6,74 a 4,37 a 147,63 a 2,07 a
2 86 6,37 ab 4,16 ab 83,77 ab 1,31 ab
3 137 5,57 bc 4,14 ab 78,95 ab 1,22 b
4 102 5,55 bc 4,11 b 66,14 b 0,98 b
5 40 5,42 c 4,01 b 61,07 b 0,94 b
39
4.3. CCS E COMPOSIÇÃO DO LEITE SOBRE A ESTAÇÃO E ÉPOCA DO
ANO
Observando a média das variáveis de CCS, ECS, gordura e proteína relacionadas à
estação do ano, Tabela 03, nota-se que as estações do ano influenciaram as
características significativamente.
O fato dos animais serem suplementadas durante o período seco com cana de açúcar
corrigida com ureia e, durante todo o ano, ter acesso a concentrado, pode interferir com
o efeito da estação do ano, uma vez que o concentrado fornecido foi o mesmo para
todos os animais durante os meses de análise. A modificação na composição do leite
pode ser atribuída à variação na qualidade das forrageiras.
> 351 dias de lactação
Características
Composição
química
Qualidade
higiênico-sanitária
Tratamentos N Gordura Proteína CCS1 ECS2
(%) (%) (mil/cel/mL) (log cel/ml)
1 305 6,97 a 4,49 a 136,96 a 1,97 a
2 75 6,22 ab 4,42 ab 111,99 ab 1,75 ab
3 99 5,73 b 4,28 ab 65,76 ab 1,11 bc
4 31 5,55 b 4,06 b 51,95 ab 0,98 bc
5 99 5,45 b 4,05 b 42,76 b 0,76 c
1 – Contagem de Células Somáticas; 2 – Escore de Células Somáticas; Médias na mesma coluna acompanhadas de mesma letra não diferenciam entre si ao nível de 5% de significância pelo teste de
Tukey (p<0.05).
Tabela 03 – Média da contagem de células somáticas (CCS), escore de células
somáticas (ECS), gordura e proteína em relação a estação do ano.
Tratamento Estação
Verão Outono Inverno Primavera
N 363 765 591 545
Composição química do leite
Gordura (%) 5,99 ªb 5,84 b 5,78 b 6,13 a
Proteína (%) 4,38 a 4,19 bc 4,16 c 4,24 b
40
A CCS apresentou-se reduzida durante todas as estações do ano. Entretanto, no verão
apresentou maiores médias (P<0,05) para esse parâmetro, enquanto que no outono os
menores valores, contrariando o esperado, tendo em vista que é neste mês onde se
concentra o maior volume de chuvas na região. O excesso de umidade cria condições
favoráveis para maior infecção e prevalência de mastite nos rebanhos. Amaral et al.
(2004) revisaram a influência da estação do ano e sua relação com a CCS e verificaram
maiores valores no verão, período caracterizado por alta umidade e temperatura
ambiente.
Singh e Ludri (2001) e Araújo et al (2012) verificaram que a estação do ano teve um
efeito significativo sobre as médias de CCS, sendo menor no inverno e na estação
quente e seca, e mais alta na estação quente e úmida, apresentando respectivamente os
seguintes valores: 76, 108, e 135 mil/cel/mL.
Amaral et al. (2005) relatam que o efeito estacional não deve ser considerado como
causa principal da variação da CCS, sendo que, na verdade, o que ocorre é resultante do
incremento da contaminação bacteriana dos tetos durante períodos em que as condições
de crescimento microbiano são mais favoráveis e circunstâncias em que fatores
contaminantes não são evitados por boas práticas de manejo. Tendo em vista, que
búfalas são menos susceptíveis à mastite que as vacas, por apresentarem os ductus
papilaris mais musculosos, com maior quantidade de fibras nervosas e vasos
sanguíneos, funcionando como barreira mais eficiente contra as infecções (LAU, 1994),
tipo de células e grau de atividade celular intramamária (DELLA LIBERA et al., 2004;
KAPRONEZAI et al.,2005).
O teor de gordura do leite de búfalas apresentou valor mais elevado na primavera
com média de 6,13% e mais baixa no inverno com 5,78%. Discordando de Costa Filho
et al. (2015) ao usarem 70 búfalas Murrah, na mesma propriedade estudada neste
estudo, que descreveu os maiores valores de gordura no verão (6,00%) e mais baixas no
outono (5,40%).
Qualidade higiênico- sanitária do leite
CCS1 (mil/cel/mL) 164,53 a 45,88 c 92,54 b 111,50 b
ECS2 (log cel/ml) 2,27 a 0,95 c 1,49 b 1,63 b
1 – Contagem de Células Somáticas; 2 – Escore de Células Somáticas;
Médias na mesma coluna acompanhadas de mesma letra não diferenciam entre si ao nível de 5% de
significância pelo teste de Tukey (p<0.05);
41
No verão, a proteína apresentou maior média (4,38%), e no inverno mais baixa com
média de 4,16%. Corroborando com o trabalho realizado por Costa Filho et al. (2015)
ao encontrarem no verão a média de 4,28% e no inverno 4,03%.
Para Amaral et al. (2005), grande parte das alterações na composição do leite, entre
as estações, são derivadas dos diferentes estádios de lactação em que os animais se
encontram, devido à sazonalidade reprodutiva da espécie bubalina.
O fato das búfalas serem suplementadas durante o período seco com cana de açúcar
corrigida com ureia e, durante todo o ano, ser ofertado concentrado às búfalas leiteiras,
pode interferir no efeito da estação do ano, uma vez que a composição do leite varia de
acordo com diversos fatores, em especial a composição da dieta (AMARAL et al., 2004;
BASTIANETTO, 2005; LOPES, 2009).
Evidencia-se, ainda, que o elevado porcentual de gordura e proteína do leite de
búfala o confere alto valor nutritivo (MACEDO et al., 2001; CAMPANILLE et al.,
2007).
A maior concentração de gordura e proteína no leite de búfalas durante a época seca,
Tabela 04, pode ser atribuída a concentração desses componentes na glândula mamária
devido a menor produção de leite dos animais durante a época seca do ano.
Provavelmente, o efeito da suplementação com cana de açúcar e ureia, além do
concentrado, não foram suficientes para atender toda a exigência das búfalas, que
reduziram o volume de leite no transcorrer do período de agosto a janeiro. Este
resultado concorda com o encontrado por Araújo et al. (2011), ao descrever média de
gordura de 5,70% na época seca. Enquanto Andrade et al. (2011) não observaram
diferenças nos teores de gordura entre as épocas seca e chuvosa.
De acordo com Simões et al., (2014) no estado do Pará, as estações seca e chuvosa
influenciaram a composição do leite de búfala, onde no período seco apresentaram
maior concentração de gordura (6,74%) e menor de proteína (3,92%).
Tabela 04 – Média da gordura e proteína, contagem de células somáticas (CCS), escore
de células somáticas (ECS), em relação a época do ano.
Tratamento Época
Seca Chuvosa
Composição química do leite
Gordura (%) 6,05 a 5,79 b
Proteína (%) 4,24 a 4,20 b
42
Baruselli e Carvalho (2002) documentam que as búfalas são poliéstricas estacionais
de dias curtos, com os estros concentrados no outono e inverno. Assim, variações na
composição do leite de búfalas durante o ano podem acontecer devido o comportamento
reprodutivo sazonal. Todavia, no presente estudo, conduzido em local bem próximo à
linha do Equador, estes efeitos foram, provavelmente, influenciados pelas épocas seca e
chuvosa que levam a alterações, na disponibilidade e qualidade das forragens em no
bem estar dos animais, já que a variação na quantidade de horas de luz por dia, durante
todo o ano é muito pequena (RIBEIRO NETO et al., 2006; ZICARELLI, 2010). Ainda,
Oliveira et al., (2014), descrevem que búfalas da raça Murrah, são adaptadas às
condições climáticas do agreste do Rio Grande do Norte, não sofrendo efeitos negativos
sobre a produção de leite.
A CCS variou (P<0,05) em função da época do ano, apresentando-se mais elevada na
seca. Singh e Ludri (2001) e Araújo et al. (2012) também verificaram que a estação do
ano teve efeito significativo sobre as médias de CCS no leite de búfalas.
Apresenta-se com grande importância estabelecer conceitos e valores médios da
CCS no leite bubalino. A CCS varia amplamente entre vaca e búfala indicando
diferença entre duas categorias, principalmente nos valores fisiológicos e limiar
patológico. Dessa forma, maiores CCS em búfalas podem não ser indicativos de
mastite. Daí, entende-se ser urgente, a preparação de legislação específica sobre a
qualidade higiênico-sanitária para o leite e produtos lácteos de búfalas (LIMA et al.,
2014; COSTA FILHO et al., 2015).
4.4. RESÍDUO DO SELÊNIO ORGANICO NO LEITE E DO QUEIJO
MINAS FRESCAL
O Leite e derivados também podem fornecer boas quantidades do mineral,
dependendo da espécie animal e do conteúdo de gordura, sendo que o leite de vaca e
Qualidade higiênico-sanitária do leite
CCS1 (mil/cel/mL) 120,85 a 65,16 b
ECS2 (log cel/ml) 1,78 a 1,16 b
1 – Contagem de Células Somáticas; 2 – Escore de Células Somáticas;
Médias na mesma coluna acompanhadas de mesma letra não diferenciam entre si ao nível de 5% de
significância pelo teste de Tukey (p<0.05).
43
outros com maior quantidade de gordura apresentam as menores concentrações
(COMINETTI e COZZOLINO, 2009).
Para se considerar a presença de resíduos de minerais no leite e no queijo Minas
Frescal era necessário obter um valor maior do que 0,01, o que não pode ser observado
nas análises feitas.
Em trabalho realizado por Kira e Maihara (2005) para saber a quantidade de selênio
presente em leite, queijos e achocolatados, os valores de Se mais elevados foram
encontrados na amostra de queijo de búfala (16,1 µg/100g peso úmido). Apesar da
importância do selênio para a alimentação humana, não é frequente encontrar na
literatura a descrição de seus teores em no Brasil. A Sociedade Americana de Nutrição
Parental e Enteral sugere o aumento na ingestão recomendada de Se de 20 a 60 µg/dia
para 61 a 100 µg/ dia para adultos (VANEK et al., 2012).
A concentração de selênio no leite de vaca varia de 10 a 25 µg L-1 (CONRAD;
MOXON, 1979; LEAN et al., 1990; VAN DAEL et al., 1991), sendo dependente do
consumo diário (GRACE; KNOWLES; LEE, 1997). Melo (2014) avaliando vinte e
oito vacas da raça Holandesa com dieta isenta de Se por 60 dias, registraram a presença
deste elemento químico no leite antes do início da suplementação com 0,89 µg L-1 no
Selemax e 2,28 µg L-1 no Selenito. Teores de Se abaixo de 5,5 µg L-1 no leite é
indicativo de deficiência nutricional deste micromineral e acima de 10,3 µg L-1
(SURAI, 2006b). Ceballos-Marquez et al. (2010) relatam que o aumento da CCS pode
aumentar a concentração de Se no leite. Isto acontece devido ao influxo de neutrófilos
com alta atividade de GSH-Px para a glândula mamária infectada. No entanto, no
presente estudo essa resposta não foi observada.
44
5. CONCLUSÃO
O selênio, não foi efetivo para fornecer a detecção do seu resíduo no leite e no
queijo Minas Frescal. No entanto, influenciou na redução da CCS de forma
significativa. Tendo maior redução à medida que se aumentava a quantidade de selênio
fornecido. As características do leite não sofreram influência do uso do selênio apenas
das estações do ano.
45
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7. ANEXOS
Figura 01. Curral de Espera com sombrite
Figura 02. Equipamento de ordenha duplo 20, tipo fila indiana, com linha baixa em circuito fechado
61
Figura 03. Coleta da pastagem Panicum maximum cv. Massai no momento do pastejo
dos animais.