Quadro Geral Literatura Portuguesa

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Para o estudo da História da Literatura Portuguesa

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Literatura Reviso geral

Literatura Reviso geral

Introduo

Neste ano estudaremos o Pr-Modernismo e o Modernismo. Antes, porm, faremos uma rpida recapitulao do que vimos nos dois primeiros anos.

Quadro geral dos estilos de pocaPortugal

PortugalBrasil

PerodoCaractersticasPerodoCaractersticas

Trovadorismo 1189(98) 1434Lirismo amoroso, Teocentrismo.----

Humanismo 1434 1527Incio do antropocentrismo.----

Literatura Informativa sobre o Brasil e Literatura Jesutica ----1500 1601Crnicas, relatos de viagem ao Brasil.

Classicismo 1527 1580Antropocentrismo.----

Barroco 1580 1756Dualismo, religiosidade.1601 1768Dualismo, religiosidade.

Arcadismo 1756 1825Ideais iluministas, simplicidade*.1758 1836Ideais iluministas, simplicidade*.

Romantismo1825 1865Fuga da Realidade, Idealismo1836 1881Fuga da Realidade, Idealismo.

Realismo/

Naturalismo/1865 1890Cienticifismo, Objetividade, Determinismo.1881 1893Cienticifismo, Objetividade, Determinismo.

Parnasianismo1865 1890Impessoalidade, tcnica.1881 1893Impessoalidade, tcnica.

Simbolismo1890 1915Espiritualismo, Subjetividade.1893 1902Espiritualismo, Subjetividade.

Pr Modernismo----1902 1922Manifestos

Modernismo Desde 1915Reelaborao do conceito de arteDesde 1922Antropofagia

TROVADORISMO

O Trovadorismo representa o incio da atividade literria em Lngua Portuguesa. A Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirs, o primeiro registro de composio literria portuguesa.

Nessa poca, foram produzidas cantigas (de amor, de amigo, e de escrnio ou maldizer) e novelas de cavalaria.

Principais caractersticas

Predominncia da arte potica (trovadores).

Presena do ambiente campestre.

Lirismo amoroso.

Remisso a aspectos da vida na corte, onde se encontravam os nobres.

Presena constante do aspecto religioso.

Teocentrismo (Deus como centro do universo).

Lamentos de amores impossveis ou perdidos.

Refres (repeties de determinados versos).

Atos hericos dos cavaleiros (novelas de cavalaria).

Cantiga de amigo (D.Dinis)-Ai flores, ai flores do verde pinho,

se sabedes novas do meu amigo

Ai,Deus e u ?

Ai flores, ai flores do verde ramo

Se sabedes novas do meu amado?

Ai, Deus, e u ?

Se sabedes novas do meu amigo,

Aquel que mentiu do que ps comigo?

Ai, Deus, e u ?

Se sabedes novas do meu amado,

Aquel que mentiu do que mi jurado?

Ai, Deus e u ?

- Vs me preguntades plo vossamigo?

E eu bem vos digo que sane vivo:

Ai, Deus, a u ?

- Vs me preguntades plo vossamado?

E eu bem vos digo que vive sano:

Ai, Deus, a u ?

E eu bem vos digo que sane vivo,

*E ser voscanto prazo sado:

Ai, Deus, e u ?

E eu bem vos digo que vive sano,

E ser voscanto prazer passado:

Ai Deus, e u ?

Ai, Deus, onde ele est?

Ps: combinou

*e estar convosco quando terminar o prazo do servio militar.

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1- Que caractersticas do Trovadorismo voc encontra nesta cantiga?

________________________________________________________________________________________________HUMANISMO

O Humanismo basicamente um perodo de transio entre a Idade Mdia e a Idade Moderna, entre o teocentrismo e o antropocentrismo ( homem como centro do universo). a poca dos grandes descobrimentos martimos e do aparecimento da burguesia com nova classe social.

Principais caractersticas

Surgimento do teatro, com Gil Vicente.

A poesia separa-se da msica, embora coexistam as cantigas.

Maior interesse pelo ser humano e questionamento de suas atitudes.

Presena de um esprito mais crtico.

Importncia da historiografia (arte de registrar acontecimentos histricos atravs da escrita).

Valorizao dos escritos que encerravam ensinamentos (prosa doutrinria).

Principais autores e obras

Gil Vicente: Trilogia das barcas; Fara de Ins Pereira; Auto da visitao ou Monlogo do vaqueiro, etc. Ferno Lopes: Crnica dEl-rei D. Pedro e outras. Gomes Eanes Azurara: Crnica da tomada de Celta, etc.Farsa de Ins Pereira (trechos) Gil Vicente

Canta Ins:

Quien com veros pena y muere

Qu har cuando no vos viere?

(Falado):

Renego deste lavrar

E do primeiro que o usou!

Ao diabo que o eu dou,

Que to mau de aturar!

Oh Jesus! Que enfadamento

E que raiva e que tormento,

Que cegueira e que canseira!

Eu hei-de buscar maneira

Dalgum outro avivamento.

Vem a Me, da igreja, e, no na achando lavrando, diz:

Me: Logo eu adivinhei,

L na missa onde eu estava,

A tarefa que lhe eu dei.

Acaba esse travesseiro!

Hui! Nasceu-te algum unheiro?

Ou cuidas que dia santo?

Ins:Praza a Deus que algum quebranto

Me tire do cativeiro!

..........................................................................................

Me: Olhade l o mau pesar!

Como queres tu casar

Com fama de preguiosa?

Ins:Mas eu, me, sou aguosa,

E vs da-vos devagar.

Me:Ora espera, assim vejamos!

Ins:Quem j visse esse prazer!

Me:Cal-te, que poder ser,

Que ante Pscoa vm os Ramos.

No te apresses tu, Ins.

Maior o ano que o ms.

Quando te no precatares,

Viro maridos a pares

E filhos de trs em trs.

Aguosa : prestimosa__________________________________________________________________________________________________

2- Que tipo de comportamento humano esse trecho questiona? Justifique.

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CLASSICISMO

Tendo suas sementes no Humanismo, o Classicismo representou uma reao aos valores da Idade Mdia. O homem passa a ser o principal centro de interesse, e o saber humano emanado da cultura greco-latina valorizado e ressuscitado. Encantado com os sucessos exploratrios e materiais, o homem volta-se mais para os acontecimentos terrenos, deixando de lado o conceito divinizante anterior. O que importa descobrir e conquistar o mundo e no buscar o caminho para o cu (entre as descobertas, inclui-se a do Brasil).

Foi um sculo de muita agitao no campo da cultura, da poltica e da religio. A Igreja Catlica encontra-se em crise em funo das ideias protestantes da Reforma.

Principais caractersticas Culto da beleza e da perfeio formal.

Paganismo, com utilizao da mitologia greco-latina.

Clareza e objetividade.

Correo gramatical e uso da ordem inversa.

Racionalismo ( sentimentos e emoes controlados pela razo).

Valorizao da pica ( feitos dos heris contados em verso).

Universalidade ( a obra deveria valer para todos e no estar voltada a problemas pessoais do autor).

Imitao dos clssicos greco-latinos, considerados como modelo de perfeio.

Personificao ( elementos como Amor, Sorte, Vida e outros, dependendo do contedo do texto, aparecem com letra maiscula, pois so tomados como conceitos universais).

Rigor na mtrica e na rima.

Principais autores e obras

Lus Vaz de Cames: Rimas (obra lrica); Os Lusadas (poema pico); El-reu Seleuco, Auto de Filodemo e Anfitries (teatro). S de Miranda: escreveu poesia clssica e trovas, sobretudo. Teatro: Os estrangeiros e outras. Bernadim Ribeiro: Menina e moa.Busque amor novas artes, novo engenho

(Lus Vaz de Cames)

Busque Amor novas artes, novo engenho

Para matar-me, e em novas esquivanas;

Que no pode tirar-me as esperanas

Que tal me tirar o que eu no tenho.

Olhai de que esperanas me mantenho!

Vede que perigosas seguranas!

Que no temo contrastes nem mudana.

Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto no pode haver desgosto

Onde esperana falta, l me esconde

Amor um mal, que mata e no se v;

Que dias h que na alma me tem posto

Um no sei qu, que nasce no sei onde

Vem no sei como, e di no sei por qu.

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3- Que caractersticas do Classicismo apresenta esse soneto?

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LITERATURA INFORMATIVA SOBRE O BRASIL E LITERATURA JESUTICA

At aqui resumimos a literatura portuguesa, pois, como voc sabe, o Brasil s entrou na histria a partir de 1500.

A literatura Informativa abarca tudo o que cronistas e viajantes registraram sobre o Brasil no sculo XVI, logo aps sua descoberta pelos portugueses. dessa poca a certido de nascimento do Brasil: a carta, de Pero Vaz de Caminha, escrivo da esquadra de Cabral, relatando ao rei D. Manuel tudo o que aconteceu e o que viu.

A Literatura Jesutica, tendo como principal representante Jos de Anchieta, a literatura de catequese, pois, atravs da poesia e do teatro, passavam-se aos ndios valores e crenas do homem branco europeu.

Carta (trecho) Pero Vaz de Caminha

E eu creio que se Vossa Alteza aqui mandar que mais devagar ande entre eles, que todos sero tornados ao desejo de Vossa Alteza. E, para isso, se algum vier, no deixe de vir logo clrigo para batizar, porque, ento, j tero mais conhecimentos de nossa f, pelos dois degredados que aqui ficam entre eles, os quais, ambos, tambm comungaram hoje. Entre todos estes que hoje vieram no veio mais que uma mulher moa, a qual serve sempre missa e a que deram um pano com que se cobrisse e puseram-lho ao redor de si; mas, sentar-se no fazia memria de o entender muito, para se cobrir. Assim, Senhor, a inocncia desta gente tal que a de Ado no seria maior quanto a vergonha. Ora veja Vossa Majestade que, quem em tal inocncia vive, ensinando-lhes o que para sua salvao pertence, se se converter ou no. Acabado isto, fomos, ento, perante eles, beijar a cruz e despedimo-nos. E viemos comer. Creio, Senhor, que com estes dois degredados que aqui ficam, ficam mais dois grumetes, que esta noite se saram desta nau, no esquife, para terra, fugidos, os quais no vieram mais. E cremos que ficaro aqui, porque de manh, prazendo a Deus, fazemos daqui nossa partida. Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos, at outra ponta que contra o norte vem, de que ns deste porto houvemos vista, ser tamanha que haver nela bem 20 ou 25 lguas de costa. Traz, ao longo do mar, em algumas partes, grandes barreiras, algumas vermelhas, algumas brancas; e a terra por cima toda plana e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta toda praia rasa, muito plana e bem formosa. Pelo serto, pareceu-nos do mar muito grande, porque a estender a vista no podamos ver seno terra e arvoredos, parecendo-nos terra muito longa. Nela, at agora, no pudemos saber que haja ouro nem prata, nem nenhuma coisa de metal, nem ferro; nem as vimos.

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4- Que observaes Caminha faz:

a)- com relao ao aspecto religioso dos ndios?

b)- com relao aos costumes?

c)- com relao terra do Brasil?

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BARROCO

O Barroco a literatura do conflito e dos extremos, isto em funo das diferentes vises de mundo advindas da Idade Mdia (teocentrismo) e da Idade Moderna (antropocentrimo). A Igreja Catlica, preocupada com as ideias da Reforma Protestante, inicia a Contra reforma.

A prpria corrupo da Igreja Catlica, com a ambio desmedida de seus representantes, e os grandes avanos verificados no campo conhecimento humano levaram o homem a valorizar-se mais e concluir que tinha autonomia , questionando o discurso da Igreja: que Deus era aquele que determinava a existncia de escravos e senhores, ricos e pobres, explorados e exploradores? Que Deus era aquele que cobrava impostos e absolvia em troco de um pedao de terra ? Que Deus era aquele que condenava o prazer e s sabia castigar?

Se, por um lado, essa mudana de atitude levou a progressos, pois o homem percebeu que deveria agir, lutar por si mesmo, e no ficar esperando as coisas carem do cu, por outro, levou a uma incerteza quanto realidade, pois ficou uma grande dvida no ar: Deve-se, afinal, viver em funo do terreno ou do divino? E se eu viver em funo do terreno e a Igreja tiver razo? E se eu viver em funo do divino, privando-me para isso de alguns prazeres, e realmente no existir o pecado?

Toda essa situao levar a atitudes contraditrias e questionadoras, que se revelaro na arte da poca.

Principais caractersticas

Sentimento de insegurana, evidenciado pela presena de muitos questionamentos e contradies.

Presena de antteses , figura que,por jogar com ideias opostas,configura o estado de esprito reinante no momento.

Presena de paradoxos, j que o prprio mundo e a existncia humana se apresentavam como algo contraditrio e absurdo.

Pessimismo, em funo da ausncia de um meio-termo para unir o cu e a terra.

Preocupao com a morte: medo de ir para o inferno ou de descobrir, depois de morrer, que o pecado no existia.

Jogos de palavras, trocadilhos, sobretudo na poesia (cultismo).

Busca da essncia das coisas, atravs de sua anlise(conceptismo), predominante na prosa.

Linguagem rebuscada.

Ordem inversa na construo das frases.

Tentativa de conciliar matria e esprito.

Presena de motivos religiosos.

Principais autores e obras

Portugal

Padre Antnio Vieira : Sermes. Padre Manuel Bernardes; A nova floresta.Brasil

Bento Teixeira: Prosopopia.

Gregrio de Matos ( o Boca do Inferno): poesias lricas, sacras e satricas. Padre Antnio Vieira: Sermo de Santo Antnio ou Sermo aos peixes. Manuel Botelho de Oliveira: Msica de Parnaso.A Cristo Cristo crucificado (Gregrio de Matos)Meu Deus, que estais pendente de um madeiro,

Em cuja lei protesto de viver,

Em cuja santa lei hei de morrer

Animoso, constante, firme e inteiro:

Neste lance, por ser o derradeiro,

Pois vejo a minha vida anoitecer

, meu Jesus, a hora de se ver

A brandura de um Pai, manso Cordeiro.

Mui grande vosso amor e o meu delito;

Porm pode ter fim todo o pecar

E no o vosso amor, que infinito.

Esta razo me obriga a confiar,

Que, por mais que pequei, neste conflito

Espero em vosso amor de me salvar.

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5- Como se desenvolve a relao pecado/perdo no soneto?

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ARCADISMO OU NEOCLASSICISMO

Arcdia era, na mitologia, um monte grego onde se reuniam pastores.

O arcadismo comea, em Portugal, com a fundao da Arcdia Lusitana e, no Brasil , com a publicao de obras, de Cludio Manuel da Costa.

A doutrina iluminista guia o pensamento no sculo XVIII, o sculo das Luzes: exaltao da razo, nico meio de se chegar verdade; da liberdade individual, econmica e da igualdade perante a lei.

Com a supremacia da razo, Deus aparece representando a Suprema Inteligncia, dando-se a conhecer atravs da natureza, cujas leis regiam tudo o que existe (teoria mecanicista), sem necessidade de oraes e outras cerimnias religiosas. Contrariando os princpios da Idade Mdia, prega-se a igualdade entre os homens, cada um com liberdade de lutar para obter o que deseja. Na verdade, uma reao aos abusos do clero e da nobreza.

Principais caractersticas

Preocupao com a forma.

Presena da mitologia greco-latina.

Simplicidade, substituindo o luxo da vida nas cidades.

Temas pastoris e campestres (os poetas se comportam como pastores ).

A arte como imitao da natureza (acompanhando a teoria mecanicista).

Predomnio da poesia

Racionalismo.

Volta ao estilo clssico.

Objetividade.

Excesso de adjetivos

Paixes controladas, j que a razo deveria prevalecer.

Fuga do ambiente urbano (fugere urbem ), busca da natureza (locus amenus ), culto ao homem simples (aurea mediocritas).

Personificao.

Uso de pseudnimo pelos poetas.Principais autores e obrasPortugal

Manuel Maria du Bocage: Rimas.Brasil

Toms Antnio Gonzaga: Liras (contm Marlia de Dirceu); Cartas chilenas. Cludio Manuel da Costa : Obras poticas. Silva Alvarenga : Glaura. Baslio da Gama : O Uruguai. Santa Rita Duro : Camamuru.Soneto (Cludio Manuel da Costa)

Brandas ribeiras, quando estou contente

De ver-nos outra vez, se isso verdade!

Quando me alegra ouvir a suavidade,

Com que Flis entoa a voz cadente.

Os rebanhos, o gado, o campo, a gente

Tudo me est causando novidade:

Oh como certo, que a cruel saudade

Faz tudo, do que foi, mui diferente!

Recebei (eu vos peo) um desgraado,

Que andou at agora por incerto giro

Correndo sempre atrs do seu cuidado!

Este pranto, estes ais, com que respiro,

Podendo comover o vosso agrado,

Faam digno de vs o meu suspiro.

Flis: noiva de Demofonte, filha de Teseu. No dia do casamento Demofonte no apareceu e Flis enforcou-se, transformando-se numa amendoeira.

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6- Faa um levantamento das caractersticas rcades presentes no soneto.

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ROMANTISMO

Assistimos, na poca do Renascimento (Classicismo, Barroco e Arcadismo), ao predomnio da razo sobre a emoo. Na esttica romntica, haver a libertao dos sentimentos, a valorizao do eu, o imprio da emoo.

A ascenso da burguesia e o progresso da Revoluo Industrial acarretam a corrida atrs do dinheiro, fazendo com que a individualidade e a essncia humana fiquem em segundo plano. Dessa forma, para o romntico, a realidade presente passa a configurar uma perda de valores, a degradao da sociedade e a anulao do indivduo.

Detectamos trs diferentes tendncias no Romantismo, que dividem os artsticas em geraes:

- 1. Gerao : nacionalista. Destacam-se no Brasil: Gonalves Dias, Jos de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo.

- 2. Gerao : byroniana ou do mal do sculo. Destacam-se no Brasil lvares de Azevedo, Fagundes Varela, Casimiro de Abreu e outros.

- 3. Gerao : social. Seu principal representante na poesia foi Castro Alves.

Principais caractersticas

Liberdade de expresso. Usa da imaginao.

Na Europa, reaparecem os motivos medievais.

Volta ao passado, com valorizao da terra, de seus heris, da natureza, ou da infncia.

Subjetivismo, com valorizao do eu.

Fuga da realidade, evaso, escapismo. Da o romntico ser considerado um sonhador.

Natureza como reflexo do estado de esprito do artista.

Averso ao purismo e formalismo clssico e neoclssico. Conseqentemente, o contedo passa a ter mais importncia que a forma.

Viso da morte como soluo para os problemas humanos.

Amores impossveis, musas inatingveis, sonhos irrealizveis.

Valorizao do ndio, no Brasil.

Em alguns casos, revalorizao do mstico e do religioso.

Esprito revolucionrio , almejando reformas na estrutura da sociedade.

Principais autores e obras

Portugal

Almeida Garret: Cames (poesia); Viagens na minha terra (prosa); Frei Lus de Sousa (teatro).

Alexandre Herculano: A cruz mutilada(poesia); Eurico, o presbtero, O bobo (prosa).

Camilo Castelo Branco : Amor de perdio; A queda de um anjo.

Brasil

Gonalves de Magalhes: Suspiros poticos e saudades.

Gonalves Dias: Primeiros cantos; Os timbiras.

Joaquim Manuel de Macedo: A Moreninha; A luneta mgica.

Manuel Antnio de Almeida : Memria de um sargento de milcias.

Jos de Alencar: Iracema; O guarani (indianistas); O gacho (regionalista); Senhora, Diva, Cinco minutos (sociais e urbanos); As minas de prata, A guerra dos mascates(histricos).

Bernardo Guimares: A escrava Isaura; O seminarista.

Alfredo dEscragnole Taunay: Inocncia.

Franklin Tvora : O cabeleira. lvares de Azevedo: Lira dos vinte anos; A noite na taverna.

Castro Alves: Os escravos; Espumas flutuantes. Fagundes Varela: Vozes da Amrica; O estandarte auriverde.

Martins Pena: O juiz de paz na roa (teatro).Lembrana de morrer ( lvares de Azevedo)

Quando em meu peito rebentar-se a fibra,

Que o esprito enlaa dor vivente,

No derramem por mim nenhuma lgrima

Em plpebra demente.

.....................................................................................Eu deixo a vida como deixa o tdio

Do deserto, o poente caminhoneiro

- Como as horas de um longo pesadelo

Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minhalma errante,

Onde fogo insensato a consumia;

S levo uma saudade desses tempos

Que amorosa iluso embelecia.

.....................................................................................Descansem o meu leito solitrio

Na floresta dos homens esquecida.

sombra de uma cruz, e escrevam nela;

- Foi poeta sonhou e amou a vida.

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1. Que viso o poeta tem da vida? Justifique.

2. Como a morte se apresenta para ele? Justifique.

REALISMO/NATURALISMO

Com o avano do capitalismo, comearam a surgir diferenas sociais gritantes, entre as quais sobressai o aparecimento do proletariado.

Se a maior parte dos romnticos se limitou a lastimar a condio humana nessa sociedade que se encaminhava cada vez mais para a explorao do homem pelo homem, o realista vai dissecaresse mesmo quadro, pondo mostra a chaga da corrupo social, sobretudo em duas instituies: a famlia a Igreja.

O progresso das cincias produzir no homem um esprito de anlise, de predomnio da razo sobre a emoo. esse tipo de trabalho que encontramos nos romances dessa poca, com exceo de Machado de Assis, a quem importava mais o comportamento, a psicologia das personagens.

O que caracteriza o Realismo a contemporaneidade da obra, pois diferentemente dos romnticos em geral, importava a realidade presente e no a idealizada.

O Naturalismo foi uma corrente mais voltada ao cientificismo; o homem colocado na condio de animal sujeito influncia do meio social e passvel de ser estudado cientificamente.

Principais caractersticas

Crtica ao homem e sociedade.

nsia de explicar tudo cientificamente.

Surgimento do romance social, psicolgico e de tese.

Narrao de fatos partindo da observao.

Presena da sexualidade nas obras.

Objetivismo.

Ao contrrio dos romnticos, autor e obra procuram ser contemporneos, isto , no se pode partir da experimentao com algo distante de ns.

Determinismo com relao atitude das personagens (nem tudo depende de sua vontade; pode haver imposio do meio, da hereditariedade, etc.).

O homem e os outros elementos da natureza so vistos como sujeitos s mesmas leis da evoluo.

Racionalismo.

Linguagem simples e abundncia de descries, para que o leitor possa ter a imagem o mais prximo possvel.

O homem encarado como produto da raa, do meio e do ambiente.

As personagens so, em geral, seres que encontramos no mundo real; aparece a linguagem de baixo calo, os vcios humanos, etc.

Apresentao da realidade sem preocupaes morais.

Preferncia por enredos que envolvam ambientes sociais em desequilbrio.

Principais autores e obras

Portugal

Ea de Queirs: O crime do padre Amaro; O primo Baslio; O mandarim. Antero de Quental: Odes modernas.Brasil

Machado de Assis: Memrias pstumas de Brs Cubas, Quincas Borba; Dom Casmurro; Iai Garcia; A mo e a luva. Alusio Azevedo: O cortio; O mulato; Casa de penso.

Raul Pompia: O Ateneu.O cortio ( Alusio Azevedo)

proporo que alguns locatrios abandonavam a estalagem, muitos pretendentes surgiram disputando os cmodos desalugados (...) o nmero dos hspedes crescia, os casulos subdividiam-se em cubculos do tamanho de sepulturas, e as mulheres iam despejando crianas com uma regularidade de gado procriador. Uma famlia (...) veio ocupar a casa que Dona Isabel esvaziou poucos dias depois do casamento de Pombinha.

Agora, na mesma rua, germinava outro cortio ali perto, o Cabea-de-Gato. Figurava como seu dono um portugus que tambm tinha venda, mas o legtimo proprietrio era um abastado conselheiro, homem de gravata lavada, a quem no convinha, por decoro social, aparecer em semelhante gnero de especulaes. E Joo Romo, estalando de raiva, viu que aquela nova repblica da misria prometia ir adiante e ameaava fazer-lhe sua, perigosa concorrncia. Ps-se logo em campo, disposto luta, e comeou a perseguir o rival por todos os modos, peitando os fiscais e guardas municipais, para que o no deixassem respirar um instante com multas e exigncias vexatrias; enquanto pela sorrelfa plantava no esprito dos seus inquilinos um verdadeiro dio de partido, que os incompatibilizava com a gente do Cabea-de-Gato. Aquele que no estivesse disposto a isso ia direitinho para a rua, que ali se no admitiam meias medidas a tal respeito! Ah! Ou bem peixe ou bem carne! Nada de embrulho!(...) Um vendedor de peixe, que caiu na asneira de falar a um cabea-de-gato a respeito de uma briga entre Machona e sua filha, a das Dores, foi encontrado quase morto perto do cemitrio de So Joo Batista. Alexandre, esse ento no cochilava com os adversrios: nas suas partes policiais figurava sempre o nome de um deles pelo menos, mas entre os prprios policiais havia adeptos de um e de outro partido; o urbano que entrava na venda do Joo Romo tinha escrpulo de tomar qualquer coisa ao balco da outra venda. Em meio do ptio do Cabea-de-Gato arvorava-se uma bandeira amarela; os carapicus responderam logo levantando um pavilho vermelho. E as duas cores olhavam-se no ar como um desafio de guerra.

A batalha era inevitvel. Questo de tempo

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8- Faa um levantamento das caractersticas realistas/naturalistas presentes nesse trecho.

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PARNASIANISMO

O Parnasianismo foi uma corrente potica contempornea ao Realismo.

Principais caractersticas

Lema arte pela arte. A arte deveria constituir um fim em si mesma, e no ser reflexo dos sentimentos do artista ou representar preocupaes com problemas sociais.

Retorno ao Classicismo, s que dando mais importncia descrio que anlise.

Rigidez formal.

Objetividade.

Preferncia pelos sonetos, s que ao verso alexandrino (doze slabas) e no ao decasslabo (dez slabas) como os clssicos.

Poesia mais preocupada com a tcnica, com a forma.

Impessoalidade.

Purismo.

Vocabulrio erudito.

Exotismo.

Principais autores e obras

Alberto de Oliveira: Meridionais; Versos e rimas. Olavo Bilac: Via Lctea;Panplias; Saras de fogo.

Raimundo Correa: Primeiros sonhos; Aleluias; Sinfonias.

Vicente de Carvalho: Relicrio; Ardentias.Profisso de f (Olavo Bilac)

..........................................................................................

Invejo o ourives quando escrevo:

Imito o amor

Com que ele, em ouro, o alto-relevo

Faz de uma flor.

..........................................................................................

Por isso, corre, por servir-me,

Sobre o papel

A pena, como uma prata firme

Corre o cinzel.

..........................................................................................

Torce, aprimora, alteia, lima

A frase; e, enfim,

No verso de ouro engasta a rima,

Como um rubim.

Quero que a estrofe cristalina,

Dobrada ao jeito

Do ourives, saia da oficina

Sem um defeito

..........................................................................................

9- Podemos dizer que o poeta apresenta sua frmula para construir a poesia. Justifique.

____________________________________________________________________________SIMBOLISMOO Simbolismo representa uma volta ao subjetivismo romntico, mas de um modo mais profundo, buscando captar os fenmenos da mente, independente da lgica das palavras.

Principais caractersticas

Predomnio da emoo.

O objeto deve estar subentendido, no dito claramente da o smbolo.

Musicalidade (atravs de aliteraes, assonncias e outras figuras de estilo).

Cores.

Presena de motivos religiosos; a poesia representaria uma espcie de ritual.

Sonho e imaginao.

Espiritualismo.

Subjetividade.

Culto da forma com influncias parnasianas.

Principais autores e obras

Cruz e Sousa: Missal; Broqueis. Alphonsus de Guimaraens: Cmara ardente; Dano Mstica; Kiriale.

Antfona (Cruz e Sousa) Formas alvas, brancas, Formas claras

De luares, de neves, de neblinas!...

Formas vagas, fluidas, cristalinas...

Incensos dos turbulos das aras...

Formas de Amor, constelarmente puras,

De Virgens e de Santas vaporosas...

Brilhos errantes, mdidas frescuras

E dolncias de lrios e de rosas...

Indefinveis msicas supremas,

Harmonias da Cor e do Perfume...

Horas de Ocaso, trmulas, extremas,

Rquiem do Sol que da Luz resume...

10 - Que caractersticas simbolistas voc encontra nessa passagem?

Respostas

1- R: O sofrimento por amor, a presena de Deus, refro, linguagem (galego-portugus).

2 - R: A educao da mulher. (Observe a ltima parte do texto)

3- R: Perfeio formal (mtrica e rimas); ordem inversa, racionalismo; personificao (Amor).

4-

a) R: Os ndios eram muito inocentes e, por isso, fceis de converter, desde que se trabalhasse neste sentido.

b) R: Tanto eram despojados de maldade que a moa indgena no se preocupou em usar o pano que deram para cobrir-se

c) R: A terra parecia grande, com muita vegetao e muitas guas.

5- R: O eu-potico se senta pecador e, no final da vida, deseja redimir-se, acreditando que a clemncia divina seja maior que seus pecados.

6- R: Natureza harmnica; fugere urbem; rigor formal; presena da mitologia greco-latina; simplicidade.

7-

a) R: A vida seria um fardo pesado (Eu deixo a vida como deixa o tdio...), doloroso.

b) R: Como um meio de libertao. Ver segunda estrofe transcrita.

8- R: Objetivismo; ser humano equiparado animal; crtica ao homem e sociedade; descrio detalhada.

9- R: Como o parnasianismo pretendia a perfeio formal, a arte semelhante a uma jia, o poema uma espcie de receita.

10 - R: Musicalidade; cores; ritual; apresentao indireta do objeto; culto da forma; subjetividade; espiritualismo.

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