Q. Alimentos Proteinas Reações

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Química de Alimentos Química de Alimentos Prof. Dr. Ricardo Stefani Propriedades físicas e reações de proteínas

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Química de AlimentosQuímica de Alimentos

Prof. Dr. Ricardo Stefani

Propriedades físicas e reações de proteínas

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Solubilidade e disponibilidadeSolubilidade e disponibilidade

– Os aminoácidos básicos são mais polares Estão presentes em grande quantidade nas albuminas e

globulinas– Proteínas do trigo são insolúveis em água– Todas as proteínas ficam disponíveis na forma de

aminoácidos

– Proteína do ovo Uma das melhores proteínas Valor biológico de 100 Utilizada como padrão de análise, Protein Efficiency

Ratio (PER). “egg white” (clara)

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Desnaturação

O processo de desnaturação– Mudança na estrutura da proteína. Não afeta as ligações

peptídicas– Agentes causadores

Calor pH Sais Efeitos de superfície

– Usualmente irreversível

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Desnaturação

– A desnaturação por calor é desejável Proteínas da clara do ovo são desnaturadas por calor ou

interações superficiais quando formam espuma Proteínas da carne são desnaturadas entre 57 e 75C,

causando efeitos na textura, cor e sabor– A desnaturação pode levar à floculação de proteínas

globulares e à formação de gel

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Desnaturação

DEFINIÇÃO: mudança na estrutura da proteína que não causa mudança na sequencia de aminoácidos

– A faixa de temperatura em que a coagulação e desnaturação da maioria das proteínas ocorre está entre 55 e 75C

– A caseína e as gelatinas são tão estáveis que não desnatura a esta temperatura

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Desnaturação

– A estabilidade excepcional da caseína– Torna possível ferver, esterelizar, concentrar e desidratar o

leite sem destruir as suas características.– Causas da estabilidade da caseína:

Baixa concentração de cistina e cisteína Baixo conteudo de aminoácidos que contém enxofre.

Isso leva a uma baixa taxa da reação de desnaturação. Restrições quanto à formação de estruturas terciárias

dobradas Alto conteúdo de prolina e hidroxiprolina, que são

altamente resistentes ao calor

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Desnaturação

– A estabilidade excepcional da caseína– Torna possível ferver, esterelizar, concentrar e desidratar o

leite sem destruir as suas características.– Causas da estabilidade da caseína:

Baixa concentração de cistina e cisteína Baixo conteudo de aminoácidos que contém enxofre.

Isso leva a uma baixa taxa da reação das . Restrições quanto à formação de estruturas terciárias

dobradas Alto conteúdo de prolina e hidroxiprolina, que são

altamente resistentes ao calor

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Influência do calor em proteínas

– A suscetibilidade aos danos provocados pelo calor depende da estrutura da proteína

– A presença de carboidratos aumenta a susceptibilidade das proteínas ao calor

Há quatro categorias de mudanças nas proteínas relacionadas ao calor

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Influência do calor nas proteínas

(1) Alteração na estrutura terciária– Requer aquecimento brando– Sem efeito nutricional– Influencia as propriedades físicas

Ex. Solubilidade– Se a proteína for uma enzima pode haver perda da

reatividade (inativação)– Grande importância na indústria de alimentos

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Influência do calor nas proteínas

– Proteínas globulares terão mudanças: Solubilidade Viscosidade Reatividade química

– As proteínas fibrilares perderão: Elasticidade Flexibilidade Tamanho das fibras

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Influência do calor nas proteínas

– A desnaturação das proteínas afetam as características dos alimentos Enzimas são desativadas A albumina do ovo se torna insolúvel em água (mas

torna-se melhor para o consumo) MUitas destas mudanças não alteram o valor nutricional

dos alimentos.

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Influência do calor nas proteínas

(2) Ciclo de reações de Maillard– Causa danos às proteínas– Muda a funcionalidade das proteínas

– Ocorre entre uma grupo ∈-amino da lisina e um carboidrato– Resultado:

A solubilidade da proteína muda A produção das meloidinas causa mudança de cor e sabor

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Influência do calor nas proteínas

– A perda do valor nutricional dos alimento é um preço a se pagar pela reação de Maillard. Entretanto, a mesma é imprescinvel no desenvolvimento de cor e sabor dos alimentos.

– A reação ocorre durante: Armazenamento Aquecimento

– A velocidade da reação é baixa em temperatura ambiente

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Influência do calor nas proteínas

– A reação de Maillard é essencial para obtermos o que chamamos de cheiro e sabor de pão “feito na hora” A lisina é o aminoácido que inicia a reação de Maillard

na proteína do trigo. O processo é limitado pela quantidade de trigo presente

na receita

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Influência do calor nas proteínas

Table: PER (protein efficiency ratio) of Bread and Toast

0.32Dark Toast

0.45Medium Toast

0.64Light Toast

0.90Crumb (higher baking temperature)

1.47Crumb

0.42Crust

1.02Whole bread

2.50Casein (control)

PERBread in Diet

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Influência do calor nas proteínas

– Aquecimento de massas em alta tempertura por pouco tempo. Ex. Esquenté d´onté de pizzas Lisina, e também cistina, tirosina e treonina são

totalmente perdidas da crosta. A perda interna pode ir de 7,1 a 20% do total de lisina Há uma perda considerável no valor nutricional da

massa

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Influência do calor nas proteínas

– Em atividade da água em torno de 0,4 a 0,7 e pH entre 8-10 a velocidade do escurecimento é máxima

– A velocidade da reação diminui consideravelmente se a atividade da água for aumentada Assim o leite é muito resistente a esse tipo de reação,

mas o leite em pó pode sofre-la. Isso é indesejável. Controle da reação:

Abaixamento do pH Diminuição/aumento de aw Dimuniução da temperatura. A 180C a velocidade é

moderada/alta. Acima de 220C começa degradação por redox.

Utilizar açucares não redutores

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Influência do calor nas proteínas

(3) Aquecimento severo– A lisina e a cistina são sensíveis a esse tipo de

aquecimento.– Cistina é muito sensível e já é convertida em sulfitos na

temperatura de 115 graus

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Influência do calor nas proteínas

(4) Dano por aquecimento na superf´cie de alimentos tostados– O tostamento resulta da racemização de resíduos de

aminoácios nas proteínas– No caso de aquecimento por longo tempo, há a

decomposição dos aminoácidos– Temperaturas de 180 – 300C

Ocorre em café torado, carne, alguns biscoitos– Essa reação é responsável pelo desenvolvimento de cores

e aromas característicos

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Fotooxidação de proteínas

Reações fotoquímicas– Cadeias em aminoácidos sensíveis à luz

sulfoidril imidazol Fenoxiindol tioéteres

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Mecanismo radicalar – Fatores que influenciam a reação

A natureza do substrato Concentração de oxigênio Aminoácisos alifáticos absorvem pouca luz, mas podem

sofrer a reação se a radiação for intensa o suficiente.

Fotooxidação de proteínas

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– Quanto mais curto o comprimento de onda, maior o dano A glicina não é danifica em comprimentos de onda

maiores que 2265 Å– A intensidade do dano está relacionado com

Comprimento de onda Dose de radiação Condições de reação Estrutura do aminoácido

– Aromático > sulforados > alifáticos– Clorofila e riboflavina são fotosensibilizadores

Fotooxidação de proteínas

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Influência de condições alcalinas

Proteínas são muitos exposta a pH elevado– Exposição de proteínas a pH muito elevado causa

mudanças estruturais– Vantagens

Aumento da solubilidade Destruição de toxinas Melhora no sabor/textura

– Desvantagens Particularmente a altas temperaturas

Racemização Cross-links

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Racemização– Obsrvado em proteínas que sorem tratmento alcalino– A reação ocorre via remoção de um H α-methine

Intermediário carbânion O carbânion reage com o proton Há a possibilidade de formação de 50% da forma L ou D do aminoácido

– A velocidade da reação é proporcional à concentração da base acima de pH 8.0

– Abaixo de pH 8.0 a velocidade decai e é dependente da estrutura do aminoácido, não correndo abaixo de pH 7,0

Influência de condições alcalinas

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– Em meio ácido, o aquecimento pode levar à racemização, via um intermediário iminol

Efeitos biológicos– A proteína fica mais difícil de ser digerida– Por ex. A caseína fica muito mais resistente à hidrólise

enzimática

Influência de condições alcalinas

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Aquecimento – Efeitos indesejáveis

Formação de acrilamidas Aminas heterocíclicas mutagênicas

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Acrilamidas

Formada a partir da reação da asparigina e cisteína com carboidratos em T > 100 graus

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Acrilamidas

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Aminas heterocíclicas

No fim de 1970 ficou provado que a crosta crocante de churrascos poderiam provocar mutações em células

Descobriu-se que os compostos eram heterocíclicos produzidos pela degradação de proteínas e subprodutos da reação de Maillard

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Aminas heterocíclicas

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Aminas heterocíclicas