PUC-RJ (Perfil Temp Mar Bacia de Campos)
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7 Metodologia da Pesquisa
7.1. Descrio
Este trabalho objetiva comparar o desempenho hidrulico e termodinmico
de um sistema de produo com um poo de petrleo, aplicando o conceito de
completao seca, com outro fazendo uso da completao submarina, escoando
para uma UEP, sem a utilizao de mtodos de elevao artificial.
Para definio da geometria do poo de grande afastamento, foi adotado o
limite tcnico para o afastamento de poos direcionais, conforme apontado em
estudos desenvolvidos por L. A. Rocha & R. Andrade [11], onde foram
consideradas as condies litolgicas normalmente encontradas na Bacia de
Campos.
Para melhor refletir as condies de produo de petrleo em guas
profundas no Brasil, decidiu-se adotar um conjunto de parmetros que fosse
representativo de um poo-tipo dos campos de Albacora e Marlim (Bacia de
Campos, RJ).
Inicialmente buscou-se a identificao da configurao que apresentava o
melhor compromisso entre vazo e temperatura do leo na superfcie, num
sistema empregando poos de grande afastamento com completao seca. Em
seguida, promoveu-se a comparao com um sistema com completao
submarina, conservando-se a mesma distncia horizontal entre a zona produtora e
a UEP, empregando dutos com isolamento compatvel com a necessidade da
aplicao.
Numa segunda etapa foi avaliada, para a completao submarina, o
aumento da distncia horizontal entre a zona produtora e a UEP, ainda
empregando dutos com isolamento, de forma que a temperatura de chegada do
leo na superfcie ficasse acima da temperatura de ocorrncia de cristalizao da
parafina.
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Metodologia da Pesquisa 83
Os passos descritos acima foram repetidos variando-se o volume de gua
produzido, de forma a melhor visualizar o comportamento dos dois sistemas
(completao seca e submarina) ao longo da vida produtiva do reservatrio.
As anlises foram realizadas com o auxlio do simulador de fluxo
multifsico MARLIM.
As etapas do processo de anlise descritas acima, foram repetidas para as
condies encontradas em laminas de gua de 850 m, 1550m e 2300 m. A seleo
destas profundidades para elaborao dos cenrios do presente estudo, deveu-se
ao fato de terem sido utilizadas nos estudos desenvolvidos por L. A. Rocha & R.
Andrade [11], que serviram como base para a definio da geometria dos poos de
grande afastamento, usados como ponto de partida na estruturao dos sistemas de
completao seca, avaliados.
Os resultados permitiram obter algumas concluses ralativas ao mtodo
mais adequado para o desenvolvimento de reservatrios localizados nas
profundidades estudadas, nos trs nveis de lmina de gua citados.
7.2. Cenrio de Aplicao
O estudo foi conduzido tendo como base trs cenrios, sendo dois com um
reservatrio tpico da Bacia de Campos, situado a 3000 m de profundidade, em
lminas de gua de 850 m e 1550m, e leo com densidade de 21,3 graus API.
Para o terceiro cenrio, em lmina de gua de 2300 m, a profundidade do
reservatrio foi ligeiramente aumentada para 3200 m, de forma a permitir uma
geometria vivel, para um poo de grande afastamento nessa profundidade de
gua.
Nas premissas adotadas, no havia gs livre no reservatrio, j que a
presso do mesmo foi mantida constante, cerca de 30 kgf/cm2 acima da presso de
saturao do leo, atravs da injeo de gua no reservatrio.
O perfil de temperadura usado nas simulaes foi determinado adotando-
se temperaturas mdias de 86oC, 74oC e 65oC, para formaes produtoras em
regies de profundidade de gua de 850m, 1550m e 2300m, respectivamente, nas
condies de reservatrio mencionadas anteriormente.
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Metodologia da Pesquisa 84
Para perfil de temperadura da gua do mar, foi considerado o grfico da
Figura 33, que representativo das temperaturas mdias encontradas na Bacia de
Campos.
Figura 33- Perfil de temperatura da gua do mar na Bacia de Campos
7.2.1. Caractersticas da Arquitetura do Sistema
Como a prtica indica que no existe uma diferena expressiva entre os
resultados provenientes de uma simulao onde a geometria do sistema
reproduzida fielmente e os resultados obtidos com uma geometria simplificada,
optou-se por seguir as regras prticas no projeto das geometrias estudadas.
A Tabela 4 sintetiza as principais caractersticas dos poos de grande
afastamento, modelados. Maiores detalhes do sistema esto descritos no captulo
9, onde so discutidos as simulaes e seus resultados.
0 400 800 1200 1600 2000Profundidade (m)
0
5
10
15
20
25
30
Tem
pera
tura
(Gra
us C
)
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Metodologia da Pesquisa 85
Comprimento Total (m) Poo LDA (m) Seo gulo c/ a
Horiz. (graus) Medido Vertical
Afastamento (m)
Riser 90 850 850 0
Poo c/ Col. 90 1530 1530 0
Poo c/ Col. 8,4 1530 3000 9960 1.1 850
Poo c/ Col. 0 11940 3000 10300
Riser 90 1550 1550 0
Poo c/ Col. 90 2250 2250 0
Poo c/ Col. 8,4 9203 3000 6912 1.2 1550
Poo c/ Col. 0 9591 3000 7300
Riser 90 2300 2300 0
Poo c/ Col. 90 2890 2890 0
Poo c/ Col. 8,4 7840 3200 4940 1.3 2300
Poo c/ Col. 0 8200 3200 5300
Tabela 4- Geometria dos sistemas de produo com completao seca
Poos Direcionais
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0 500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
6000
6500
7000
7500
8000
8500
9000
9500
1000
0
1050
0
1100
0
Afastamento (m)
Prof
undi
dade
(m)
850 m LDA1550 m LDA2300 m LDA
Figura 34- Perfil dos poos de grande afastamento (ERW)
Da mesma forma que no caso anterior, as principais caractersticas dos
sistemas modelados usando completao submarina, foram reunidas na Tabela 5,
ficando seus detalhes para serem discutidos no capitulo 9.
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Metodologia da Pesquisa 86
Comprimento Total (m) Poo LDA (m) Seo gulo c/ a
Horiz. (graus) Medido Vertical
Afastamento (m)
Riser 90 850 850 0
Flowline 0 10012~17900 850 9162~17050
Poo c/ Col. 90 11828~19716 2666 9162~17050
Poo c/ Col. 45 12301~20189 3000 9496~17384
2.1 850
Poo c/ Col. 0 13105~20993 3000 10300~18189
Riser 90 1550 1550 0
Flowline 0 7712~16600 1550 6162~15050
Poo c/ Col. 90 8828~17716 2666 6162~15050
Poo c/ Col. 45 9301~18189 3000 6496~15384
2.2 1550
Poo c/ Col. 0 10105~18993 3000 7300~16189
Riser 90 2300 2300 0
Flowline 0 6461~12870 2300 4161~10000
Poo c/ Col. 90 7026~13435 2865 4161~10570
Poo c/ Col. 45 7501~13910 3200 4496~10905
2.3 2300
Poo c/ Col. 0 8305~14714 3200 5300~11710
Tabela 5- Geometria dos sistemas de produo com completao submarina
Poos Horizontais
0500
100015002000250030003500
0 500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
6000
6500
7000
7500
8000
8500
9000
9500
1000
010
500
1100
0
Afastamento (m)
Prof
undi
dade
(m)
850 m LDA1550 m LDA2300 m LDA
Figura 35- Perfil dos poos horizontais (completao submarina)
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Metodologia da Pesquisa 87
7.2.2. Caractersticas do Fluido Produzido
Objetivando a obteno de resultados representativos das condies
encontradas em campos localizados em guas profundas no Brasil, foram
selecionados valores para os atributos que caracterizam o fluido produzido,
correspondentes s condies mdias encontradas na Bacia de Campos.
Alguns parmetros foram submetidos a variaes, tentando respeitar os
limites inferiores e superiores normalmente encontrados, com a finalidade de
avaliar o reflexo dos mesmos, no clculo de vazo e temperatura dos fluidos
produzidos.
Para a temperatura de incio de aparecimento de cristais de parafina
(TIAC), foi adotado o valor mdio de 20 C.
A Tabela 6 mostra as principais caractersticas dos atributos e suas
respectivas variaes.
Atributos Valores Adotados
BSW 0 % (Incio) e 90 % (Final)
RGO 100 m3/m3 (constante)
Densidade da gua 1,04
Densidade do gs 0,72
Densidade do leo API 21,3
TIAC (parafina) 20 oC
Tabela 6 - Caractersticas dos fluidos produzidos.
7.2.3. Caractersticas do Reservatrio
Como no item anterior, alguns parmetros do reservatrio foram
submetidos a variaes, com a finalidade de avaliar o reflexo dos mesmos, no
clculo de vazo e temperatura dos fluidos produzidos.
A Tabela 7 mostra as principais caractersticas dos principais atributos do
reservatrio e suas respectivas variaes. Convm observar que a temperatura do
reservatrio tende a ser mais baixa quanto maior for a lmina de gua.
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Metodologia da Pesquisa 88
Atributos Valores Adotados
ndice de produtividade (IP) 70 (m3/d)/(kgf/cm2)
Presso de saturao 300 kgf/cm2 (man.)
Presso esttica 330 kgf/cm2 (man.)
Densidade do gs 0,72
Densidade do leo API 21,3
Temperatura (zona prod.) 86oC (850m) / 74oC (1550m) / 65oC (2300m)
Tabela 7 - Caractersticas do reservatrio
Cabe lembrar que o ndice de produtividade (IP) caracteriza a capacidade de
produo do poo. Devido variao lenta da presso do reservatrio com o
tempo, em virtude da injeo de gua no reservatrio, pode-se dizer que, para um
determinado perodo de tempo e para presses dinmicas no fundo do poo
maiores do que a presso de saturao, o ndice de produtividade constante.
7.3. Desenvolvimento das Simulaes
As simulaes foram baseadas em um sistema com surgncia natural, onde
basicamente trs configuraes so analisadas, nas profundidades de gua de 850
m, 1550 m e 2300 m.
A Figura 36 ilustra a seqncia das simulaes realizadas para a
profundidade de 850 m, de forma semelhante foi aplicada nos dois outros cenrios
(1550 m e 2300 m).
Partindo-se de um arranjo empregando completao seca, utilizando um
poo com o mximo afastamento operacionalmente vivel, foi avaliada a vazo e
a temperatura de chegada do leo na plataforma. Para este mesmo afastamento
foram verificados os mesmos parmetros, com a utilizao de completao
molhada (ANM (1)).
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Metodologia da Pesquisa 89
Figura 36- Arranjo esquemtico do sistema de produo utilizado nas simulaes
Objetivando a determinao da maior distncia praticvel, sem que
ocorresse a formao de cristais de parafina, o poo produtor com rvore-de-natal
molhada foi deslocado (ANM (2)), aumentando-se a distncia entre o mesmo e
a plataforma, at que o fluido produzido atingisse a temperatura limite de 20oC, ao
longo do perfil de produo. Nestas condies, foi verificada a vazo obtida. Nos
casos estudados, a temperatura limite dava-se ao nvel da plataforma de produo.
Algumas variaes de dimetro foram aplicadas na coluna de produo dos
poos, bem como nos dutos, a fim de identificar a configurao que oferecia o
melhor comportamento, ou seja, menor perda de carga e menor perda de
temperatura do fluido produzido.
Para a configurao com completao seca em lmina de gua de 850 m,
foram realizadas simulaes visando identificao das contribuies geradas na
variao de temperatura do fludo, pela troca de calor com o meio ambiente, atrito
na tubulao e expanso do gs dissolvido (efeito Joule-Thomson).
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