Psicologia de Alto Rendimento
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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM TREINAMENTO
ESPORTIVO.
GHEYSA BITTENCOURT GUAREZI
A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO PSICOLÓGICO COM ATLETAS DE
ALTO NIVEL
CRICIUMA, NOVEMBRO 2008
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GHEYSA BITTENCOURT GUAREZI
A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO PSICOLÓGICO COM ATLETAS DE
ALTO NÍVEL
Monografia apresentada à Diretoria de Pós-graduação da Universidade do Extremo SulCatarinense- UNESC, para a obtenção do títulode especialista em Treinamento Esportivo.
Orientadora: Profª. Daniela da Silva Nunes
CRICIUMA, NOVEMBRO 2008
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DEDICATÓRIA
A Deus, a meu esposo, a meus pais, meu
irmão, meus avós, meus amigos.
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“Quem quer que esteja fisicamente bem
preparado pode fazer coisas incríveis com
seu corpo. Mas quem junta a um corpo em
forma uma cabeça bem cuidada é capaz de
feitos excepcionais”.(Alexander Popov,
melhor nadador da Olimpíada de 1996).
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RESUMO
O referido trabalho consiste em apresentar a importância do trabalho psicológicocom atletas de alto nível, demonstrando a contribuição do mesmo, e os fatores queinfluenciam para o treinamento psicológico com essas atletas, com isso descreversobre a psicologia esportiva e a prática sistemática de habilidades mentais epsicológicas, relacionando os princípios e fatores do treinamento psicológico,apontando os tipos de treinamento, e alguns exemplos de como trabalhar opsicológico das atletas de alto nível. Em decorrência destes fatores estudados,conseguirmos chegar ao consenso do qual importante é trabalhar o psicológico juntamente com o físico das atletas de alto nível.
Palavras-chave: Psicologia Esportiva. Trabalho Psicológico. Fatores do treinamentopsicológicos. Atletas.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................7
2 PSICOLOGIA...........................................................................................................9
2.1 Psicologia do Esporte.......................................................................................10
2.2 O Treinamento de Habilidades Psicológicas ..................................................12
2.3 Princípios do Treinamento Psicológicos ........................................................13
2.3.1 Iniciativa própria ...............................................................................................14
2.3.2 Compreensão...................................................................................................14
2.3.3 Confiança .........................................................................................................15
2.3.4 Individualidade .................................................................................................15
2.3.5 Disciplina..........................................................................................................15
2.3.6 Método .............................................................................................................16
2.3.7 Economia .........................................................................................................16
2.3.8 Integração ........................................................................................................16
2.3.9 Aconselhamento...............................................................................................16
2.3.10 Sucesso..........................................................................................................17
2.3.11 Transferência .................................................................................................17
2.4 Fatores psicológicos.........................................................................................182.4.1 Motivação.........................................................................................................19
2.4.2 Ativação...........................................................................................................20
2.4.2.1 Ativação no Esporte .....................................................................................21
2.4.2.2 Técnicas de Ativação ....................................................................................21
2.4.3 Estresse ...........................................................................................................22
2.4.3.1 Fases e Sintomas do Estress........................................................................23
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2.4.3.2 Estress em Atletas.........................................................................................23
2.4.4 Ansiedade ........................................................................................................24
2.4.4.1 A Ansiedade no Esporte................................................................................25
2.4.5 Emoção ............................................................................................................26
2.4.6 Influência de pais, técnicos e torcida................................................................27
2.5 Tipos de Treinamento Psicológicos.....................................................................29
2.5.1 Mentalização ....................................................................................................29
2.5.2 Concentração...................................................................................................31
2.5.3 Personalidade ..................................................................................................32
2.5.4 Imaginação.......................................................................................................34
2.5.5 Treinamento mental..........................................................................................35
2.5.6 Regulação da ativação.....................................................................................38
2.5.7 Auto confiança..................................................................................................39
2.5.8 Exercício de bem estar psicológico..................................................................40
2.6 A Psicologia do Esporte: Como é vista ...............................................................41
4. CONCLUSÃO .......................................................................................................43
REFERÊNCIAS.........................................................................................................45
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1 INTRODUÇÃO
Engana-se quem pensa que um atleta só precisa de bom preparo físico e
uma técnica apropriada para alcançar os resultados desejados. Os aspectos
psicológicos são fundamentais para o desempenho esportivo, pois aqueles que
sabem manejar suas emoções estarão a frente em qualquer competição.
Trabalhar pensamentos disfuncionais, a concentração, a autoconfiança, a
motivação, e a capacidade de se manter calmo, entre outros, ajuda o atleta a
otimizar seu rendimento em treinos e competições.
O atleta assim como qualquer pessoa também pode estar passando por
momentos difíceis em sua vida pessoal, como lesões, problemas com a família, com
companheiros de equipe, com finanças, entre outros. Para atuar nessas
circunstâncias, o profissional mais indicado é o psicólogo do esporte. O trabalho do
psicólogo com atletas de alto nível pode ser feito no grupo todo ou atendimento
individual.
Em decorrência da autora do trabalho passar parte da vida envolvida
jogando voleibol e passando por dificuldades no psicológico dentro da quadra, em
momentos de decisão, não só a autora, mas o time todo, que resolveu fazer este
trabalho referente a importância do trabalho psicológico com atletas.
O tipo de pesquisa usado neste projeto é bibliográfica, segundo o autor
Mezzaroba; Monteiro, (2004), a modalidade teórica de pesquisa pressupõe que você
irá trabalhar com um arsenal bibliográfico suficiente e de excelente qualidade para
se aproximar dos problemas. Sustentando a abordagem de seu objeto. Obviamente
que pesquisa bibliográfica compreende uma gama de materiais disponíveis; podem
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ser livros de qualquer tipo, compilações, artigos em revistas especializadas, material
bibliográfico encontrado nos meios eletrônicos como a Internet, o CD-ROM, e assim
por diante.
Apontando como tema: A Contribuição do Treinamento Psicológico com
Atletas de Alto Nível.
Como problema: Quais os fatores que influenciam para o treinamento
psicológico com atletas de alto nível?
Tendo como objetivo geral: Analisar os fatores do treinamento psicológico com
atletas de alto nível (uma revisão bibliográfica).
E como objetivo específico: Descrever sobre a psicologia esportiva e a prática
sistemática de habilidades mentais e psicológicas; Relacionar os princípios e fatores
do treinamento psicológico; Apontar os tipos de treinamento psicológico no
treinamento.
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2 PSICOLOGIA
A psicologia é a ciência do comportamento. Usando a abordagem, os
métodos e valores da ciência, os psicólogos formulam questões e desvendam
princípios sobre o comportamento das pessoas. O tema próprio da psicologia
cientifica é o comportamento observável dos indivíduos.(EDWARDS, 1995).
De acordo com Edwards “a principal finalidade da psicologia é descobrir
as leis que relacionam o comportamento com as situações, condições e outras
condutas”.(1995 p.13).
A psicologia procura entender, predizer e controlar, como todas as
disciplinas que usam métodos científicos. As metas de todas as disciplinas que
empregam métodos científicos são ditadas pelos desejos dos cientistas.(EDWARDS,
1995, p.13).
“A principal diferença entre a psicologia cientifica e outras disciplinas
cientificas é a escolha do assunto. Os psicólogos estão primordialmente
interessados em observar e compreender o comportamento”.(EDWARDS, 1995, p
14).
Em linhas gerais a Psicologia é uma ciência que tem como prioridadecompreender as emoções, a forma de pensar e o comportamento do serhumano. Embora existam diversas áreas e linhas de atuação, a Psicologia
busca o conhecimento e o desenvolvimento humano individualmente ou emgrupo.(CALBUCCI, 2006).
Dentre as diversas áreas trabalhadas pela psicologia, está a psicologia do
esporte a qual auxilia atletas amadores ou profissionais a aproveitarem melhor seu
potencial, e a buscar saúde mental e qualidade de vida.
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2.1. Psicologia do esporte
Psicologia do esporte é uma ciência que estuda o comportamento
humano antes, durante e depois de uma atividade esportiva ou de lazer,
(MARCONI,2008).
De acordo com Do Valle( 2008), Em competições de alto rendimento,
como nas Olimpíadas, sempre é possível presenciar vitórias tidas como certas que
escapam ao alcance de atletas extremamente preparados. Dentre algumas
explicações que podem ser dadas, certamente uma das mais apontadas é a da falta
de preparação psicológica dos atletas e equipes. dificuldade em lidar com as
pressões para obter resultados cada vez mais expressivos pode ser a principal
responsável por uma performance fraca. E, nesta hora, o papel do profissional de
psicologia que se especializa no “treinamento” das emoções de esportistas é
fundamental.
Há algum tempo têm sido desenvolvidos conhecimentos (prático e teórico)
em Psicologia do Esporte no Brasil. Trata-se de uma área de conhecimento com um
grande crescimento e considerada muito importante e como sub-área da Psicologia,
acarretando na necessidade de construção, e, sobretudo divulgação dos
conhecimentos específicos da atuação profissional.(MARKUNAS, 2003, p. 33).
Falando de modo um pouco mais simples, Psicologia do Esporte é o
estudo científico de pessoas e seus comportamentos em contextos esportivos e as
aplicações práticas de tal conhecimento. Os psicólogos do esporte identificam
princípios e diretrizes que os profissionais podem usar para ajudar adultos a
participarem e se beneficiarem de atividades esportivas.(WEINBERG E GOULD,
2001).
A maioria das pessoas estuda psicologia do esporte tendo em mente dois
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objetivos (A) tentando entender como os fatores psicológicos afetam o desempenho
físico de um indivíduo e (B) entender como a participação em esportes e exercícios
afeta o desenvolvimento psicológico, a saúde e o bem estar de uma pessoa.
.(WEINBERG E GOULD, 2001).
Psicólogos do esporte e do exercício procuram entender e ajudar atletas
de elite, crianças, indivíduos físico e mentalmente incapacitado, idoso e praticantes
em geral a alcançarem um desempenho máximo, satisfação pessoal e
desenvolvimento por meio de participação.(WEINBERG E GOULD, 2001).
De acordo com Samulski (2002, p. 3), “a psicologia do esporte representa
uma das disciplinas da Ciência do Esporte e constitui um campo da Psicologia
Aplicada”.
A Psicologia do Esporte segundo a Federação Européia de Associações dePsicologia do Esporte – Fepsac , refere-se aos fundamentos psicológicos,processos e conseqüências da regulação psicológica das atividadesrelacionadas ao esporte, de uma ou mais pessoas praticantes do mesmos.
A Psicologia do esporte e do exercício é o estudo cientifico de pessoas eseus comportamentos no contexto do esporte e dos exercícios físicos e aaplicação desses conhecimentos.(SAMULSKI, 2002, p.3).
A Psicologia do Esporte não deve ser interpretada somente como uma
matéria especial da Psicologia Aplicada. O esporte e as ações esportivas têm suas
regras próprias, suas estruturas e seus princípios, tendo a necessidade da psicologia
do esporte utilizar seus métodos, psicofisiológicos, para ser aplicado nas situações
esportivas especificas.(SAMULSKI, 2002).
A Psicologia do Esporte apresenta diversas possibilidades que variam
muito de modalidade para modalidade, de atleta para atleta e de situação para
situação, cada circunstância reflete em um tipo de atuação por parte do profissional.
Muitos vinculam as práticas da Psicologia do Esporte apenas a situações extremas,
como um atleta em depressão profunda, ou com qualquer outro problema
psicológico crítico, esquecendo que esse tipo de trabalho pode ser feito para a
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melhoria da performance do atleta em quadra.(OPPERMANN, 2008).
Uma destas possibilidades é o Treinamento de Habilidades Psicológicas
(THP), que tem por objetivo trabalhar a mente para estar em sintonia com o corpo
para executar as praticas corporais da melhor forma possível.
2.2 O Treinamento de Habilidades Psicológicas
Treinamento de Habilidades Psicológicas (THP) refere-se a prática
sistemática de habilidades mentais ou psicológicas. Técnicos e atletas sabem que as
habilidades físicas devem ser praticadas sempre e repetidas por milhares e milhares
de vezes. Tal como as habilidades físicas, habilidades psicológicas como manter e
focalizar a concentração, regular os níveis de ativação, aumentar a confiança e
manter a motivação precisam ser sistematicamente treinadas.(WEINBERG E
GOULD, 2001).
Conforme Samulski (2002, p. 9), “o objetivo e a meta do treinamento
psicológico é a modificação dos processos e estados psíquicos(percepção,
pensamento, motivação), ou seja, as bases psíquicas da regulação do movimento.
Essa modificação será alcançada com a ajuda de procedimentos psicológicos”.
Os objetivos principais podem ser alcançados com medidas psicológicas
de treinamento: 1) A melhoria planejada e sistemática das capacidades e
habilidades psíquicas individuais do rendimento; 2) A estabilização e otimização do
comportamento na competição; 3) A aceleração e otimização de processos de
recuperação e regeneração psicológica; 4) A otimização dos processos de
comunicação social.
E reforça que no treinamento psicológico, deveriam ser considerados os
seguintes princípios éticos: 1) A participação no treinamento psicológico deve
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acontecer por interesses próprio e sem pressão externa; 2) Antes de aplicar o
treinamento psicológico, deve-se informar os atletas sobre seus objetivos, métodos,
indicações e efeitos; 3) Os métodos aplicados no treinamento psicológicos devem
ser cientificamente aprovados; 4) O treinamento psicológico deve contribuir para o
desenvolvimento da personalidade e desenvolver saúde, bem-estar,
autodeterminação e responsabilidade social.
É importante destacar que o tempo de trabalho é o que determina o
tempo da atuação, para situações de curto-prazo são utilizadas técnicas intensivas
voltadas para o principal aspecto que influência no desempenho do atleta, já para
situações de médio-prazo o treinamento pode enfocar uma série de aspectos, com o
acompanhamento de resultados e desenvolvimento de plano de metas realistas, por
fim, nos de longo-prazo as técnicas podem ser mais bem elaboradas e colocadas
em momentos ideais, enfatizando além do desempenho, a qualidade de vida
emocional do atleta.(OPPERMANN, 2008).
Além do THP o atleta pode contar com acompanhamento psicológico
quando relacionados a superação de medos e inseguranças, desenvolvimento de
autoconfiança, estabelecimento de relação competitividade x qualidade de vida e
outras atuações, de acordo com sua necessidade.(OPPERMANN, 2008).
Para um melhor entendimento sobre os benefícios que a psicologia podeproporcionar ao treinamento, há necessidade de compreender primeiramente os
princípios do treinamento psicológico e de como podem ser trabalhados,
vislumbrando resultados mais precisos.
2.3 Princípios do treinamento psicológico
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Os princípios do treinamento, abaixo relacionados, são considerados o
fundamento para uma correta aplicação do treinamento psicológico. Para os autores,
Junior, (1998) e Samulski (2002), são princípios do treinamento psicológico:
2.3.1 Iniciativa própria
Os próprios atletas devem tomar a iniciativa de participar de um programa
de treinamento psicológico. O treinamento psicológico não deve ser imposto por
terceiros, sejam eles treinadores, psicólogos do esporte ou qualquer outra pessoa. A
própria vontade ou iniciativa de participar de um programa de treinamento
psicológico prepara o caminho que leva ao desenvolvimento do potencial individual
do atleta. Somente a decisão própria possibilita o surgimento da confiança no
método e na pessoa responsável pela condução dos exercícios.
2.3.2 Compreensão
Um atleta que tenha se decidido por algum dos diferentes métodos de
treinamento psicológico deverá, primeiramente, fazer um exercício geral do método
para melhor compreende-lo. Só se deve dar inicio ao treinamento quando a técnicae a estrutura básica dos exercícios forem compreendidas. Para isso, recomenda-se
que se observem não somente as instruções para os exercícios, mas também a
forma pela qual o exercício alcança seu efeito, o local onde eles deverão ser
realizados, o tempo de duração dos exercícios e a repetição. Quem entende o
sentido e o objetivo de um exercício pode criar uma necessária relação pessoal e
individual para com a aplicação prática do treinamento.
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2.3.3 Confiança
A compreensão de um exercício leva à confiança da sua utilidade e
prática. Dúvida e insegurança predispõem o treinamento psicológico ao fracasso, ao
mesmo tempo em que a confiança no sentido e objetivo dos exercícios constitui a
base para o sucesso. A confiança intuitiva gera uma maior concentração de forças
na busca de um objetivo.
2.3.4 Individualidade
Um método de treinamento psicológico deveria estar adaptado às
necessidades pessoais dos atletas ou das atletas. Nenhum exercício é, em si, bom
ou ruim. Ele deve ser adequado à personalidade e posicionamento pessoais e à
condição atual dos atletas. Os métodos de treinamento devem, portanto, ser
concebidos de forma individual.
2.3.5 Disciplina
O treinamento está submetido a um sistema organizado. Isso é validotanto para o treinamento físico, quanto para o treinamento psicológico. Se o objetivo
do treinamento psicológico for levar ao sucesso, este deve, então, ser aplicado e
conduzido a longo prazo, para assim se tornar um hábito. A disciplina representa
uma espécie de fundamento do treinamento psicológico, incluindo aspectos como
regularidade, continuidade e conseqüência.
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2.3.6 Método
O método de ação de uma forma especifica de treinamento psicológico
baseia-se no seu exercício até o domínio seguro da técnica em questão. Somente
com o surgimento dos primeiros efeitos dos exercícios é que se dá inicio à fase de
utilização da técnica em competição.
2.3.7 Economia
O princípio da economia preconiza a crença de quanto menos melhor, ou
o tanto quanto for o necessário. O efeito de economia é tanto maior, quanto melhor
quando um exercício ou técnica for dominado, pois, com isso, o dispêndio de tempo
é menor até que o efeito desejado seja alcançado.
2.3.8 Integração
O treinamento psicológico e o treinamento físico deveriam andar de mãos
dadas. Isso significa desenvolver-se até a formação de uma unidade. Psicologia
demais se transforma em exercícios “secos demais”; treinamento físico em excessosem embasamento mental se torna nada mais que trabalho braçal sem sentido. Os
programas de treinamento dos atletas devem levar em conta esses dois aspectos e
integrá-los às formas de treinamento de maneira bem distribuída.
2.3.9 Aconselhamento
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O objetivo do treinamento psicológico é fazer com que os atletas possam
utilizar sozinhos os métodos e técnicas escolhidas. É vantagem, no entanto, durante
a escolha e adaptação individual, ser orientado por uma pessoa com formação em
psicologia do esporte. Esse profissional também estaria à disposição dos atletas, em
caso de necessidade. A pré-condição mais importante para a qualidade do trabalho
conjunto é, no entanto, a confiança mútua entre ambas as partes: atleta e orientador.
2.3.10 Sucesso
O uso bem sucedido do treinamento psicológico pode se manifestar tanto
na estabilização do estado mental do atleta, como também na melhoria do
rendimento esportivo. Entretanto, o bom condicionamento físico é sempre uma
condição básica para o sucesso. O treinamento psicológico sozinho é insuficiente.
Não se deve esquecer de que a utilização de um programa de treinamento
psicológico não é garantia de sucesso.
2.3.11 Transferência
A maioria dos métodos de treinamento citada pode ser transferida paraaspectos da vida alheios ao esporte. Eles auxiliam também na superação de outras
situações difíceis, tais como, exames, entrevistas de apresentação ou reuniões
importantes. Assim como no esporte, tais métodos valem também para a vida. Em
cada um de nós está um grande potencial, que deve ser explorado. Por meio do uso
sistemático do treinamento psicológico, cada um pode aprender a desenvolver e
aplicar o seu próprio potencial.
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Depois de tudo isso, é importante verificar nos atletas os fatores
psicológicos que podem interferir ou ajudar na sua performance.
2.4 Fatores psicológicos
Os principais objetivos do treinamento psicológico podem ser entendidos
como: desenvolvimento das capacidades psíquicas do rendimento, criação de um
bom estado emocional durante os treinos e as competições e, finalmente,
desenvolver uma boa qualidade de vida dos atletas, técnicos e outras pessoas
envolvidas no esporte.(SAMULSKI, 2002)
O treinamento psicológico precisa ser considerado como um elemento
indispensável do treinamento diário do atleta e também do técnico. Antes de aplicar
um treinamento psicológico, é necessário um diagnóstico preciso das condições
psíquicas iniciais do atleta por um profissional bem qualificado nos diferentes
métodos aplicados.(SAMULSKI, 2002).
Os atletas, assim como as pessoas em seu dia-a-dia devem sempre
buscar a vitória. Temos que acreditar sempre! Cabe lembrar aqui uma antiga fala
grega: “Nem sempre o mais forte mais longe o disco lança, mas sim aquele que
acredita”.(RIBEIRO, 2003, p. 41).Para Samulski.(2002 p. 13) O treinamento psicológico deveria ser
aplicado aos atletas, técnicos, dirigentes, árbitros, pais de atletas, jornalistas
esportivos e outras pessoas vinculadas ao meio do esporte competitivo, para que
todos possam ter o melhor aproveitamento das atividades que desenvolvem.
Alguns tipos de fatores psicológicos são:
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2.4.1 Motivação
Uma possibilidade de aplicação das técnicas de preparação psicológica
para o aperfeiçoamento do desportista, é a área de motivação, fator considerado
como de importância fundamental para o sucesso, não somente no esporte como,
de forma geral, na vida.(JUNIOR, 1998, p.18).
De acordo com Cratty (1984), o termo motivação denota os fatores e
processos que levam as pessoas a uma ação ou à inércia em diversas situações. De
modo mais específico, o estudo dos motivos implica no exame das razões pelas
quais se escolhe fazer algo ou executar algumas tarefas com maior empenho do que
outras ou, ainda, persistir numa atividade por longo período de tempo.
A motivação é caracterizada como um processo ativo, intencional, e
dirigido a uma meta, o qual depende de interação de fatores pessoais (intrínsecos) e
ambientais (extrínsecos). Segundo esse modelo, a motivação apresenta uma
determinante energética (nível de ativação) e uma determinante de direção do
comportamento (intenções, interesses, motivos e metas). Segundo essa visão, a
motivação para a prática esportiva depende da interação entre a personalidade
(expectativas, motivos, necessidades, interesses) e fatores do meio ambiente como
facilidades, tarefas atraentes, desafios e influências sociais.(SAMULSKI, 2002).De acordo com autor citado acima, “no decorrer da vida de uma pessoa, a
importância dos fatores pessoais e situacionais acima mencionados podem mudar,
dependendo das necessidades, interesses e oportunidades atuais”.
A motivação é o combustível para o atleta. Por isso, não pode prescindir
dela. É através desse elemento que o atleta vai conseguir empenhar-se, dedicar-se
e até superar obstáculos dentro do meio esportivo.(MARQUES, 2003, p. 99).
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O atleta deve estar em plena consciência de que sua vida será muitodesgastante, pois para conquistar seus ideais e sonhos, tem de se dedicarmuito, além de abrir mão de várias coisas, como o convívio familiar, festas,brincadeiras com amigos. As rotinas de treinamentos e competições
desgastam muito o esportista. Tendo ainda a cobrança de bons resultados,por parte do próprio atleta como dos pais e técnicos.(MARQUES, 2003, p.100).
Os pais e treinadores exercem uma função importante na formação de
um jogador, desde o momento que os incentivam, fornecendo-lhes o combustível
que precisam para se dedicar cada vez mais nos treinos e nos campeonatos /
competições. Mas essa motivação tem de vir de dentro pra fora, e não ao contrário,
pois se o processo for inverso, o custo será muito alto, e o resultado será o grande
desgaste do atleta em pouco tempo.(MARQUES, 2003).
2.4.2 Ativação
Ativação é uma mistura de atividades fisiológicas e psicológicas em uma
pessoa e refere-se às dimensões de intensidade de motivação em um determinado
momento. Indivíduos altamente ativados são mentais e fisicamente excitáveis; eles
têm os batimentos cardíacos, respiração, e sudorese aumentada. A ativação não
está automaticamente associada a eventos agradáveis ou desagradáveis. Você
pode ficar altamente ativo ao saber que ganhou 10 milhões de dólares. Você pode
ficar proporcionalmente agitado ao saber da morte de uma pessoa
querida.(WEINBERG E GOULD, 2001).
Quando os indivíduos estão claramente ativados, demonstram diferençasindividuais altamente específicas ao se medir seus sistemas fisiológicos emusculares. Alguns retesam toda a musculatura, enquanto outros o fazemem determinados grupos musculares.(CRATTY, 1984, p.52).
No esporte, é muito importante que o atleta esteja preparado para todos
os momentos de competição, até mesmo em treinamento, para isso é necessário
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compreender como trabalhar com ele e o que fazer para que o mesmo possa estar
adaptado a todos os ambientes esportivos.
2.4.2.1 Ativação no Esporte
A ativação pode-se manifestar tanto a nível fisiológico, cognitivo ou motor.
É bem provável que estas formas de manifestações estejam presentes ao mesmo
tempo, mas uma das formas é provável que predomine sobre as demais. No
momento de pré-competição, o atleta no vestiário pode perceber a ativação
fisiológica, através da freqüência cardíaca ou do suor nas mãos.(JUNIOR,
SAMULSKI, 1998).
Quando se aborda o contexto esportivo, parece ser mais adequado situar
este extremo inferior na condição de vigília do atleta, em calma total, com ausência
total da excitação para se obter melhores resultados.
Uma das principais preocupações dos técnicos é como “acender” o atleta
ou o time para as competições. A maior parte das discussões entre eles diz respeito
às maneiras de ativar o atleta de modo a dar o máximo de si. O objetivo é dar
condições ao atleta que possibilitarão a sua melhor atuação, sem estimulá-lo a um
grau tal que possa prejudicar seu desempenho. Muitos consideram a ativação comouma escala de medida que indica os graus de prontidão para o desempenho, indo
do sono mais profundo a um estado altamente excitado.(Cratty 1984).
2.4.2.2 Técnicas de Ativação
Algumas das técnicas de ativação para Junior e Samulski.(1998 p.67)
utilizada pelos desportistas, principalmente em atletas de elite, são as seguintes:
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Biofeedback: É a técnica que ensina às pessoas usarem os
recurso naturais do aprendizado de modo intencional, valendo-se de sinais
fisiológicos captados por monitores eletrônicos.
Técnica Becker: É uma técnica somático-sugestiva que, através de uma
vivência intensa de respiração, oportuniza modificações nos níveis de relaxamento e
nos estados de humor do praticante.
Visualização: É um tipo de treinamento mental que oportuniza ao
praticante o aperfeiçoamento do movimento, através de uma imaginação do mesmo,
sem sua realização simultânea. É a habilidade para usar todos os sentidos para criar
ou recriar uma experiência na mente.
2.4.3 Estresse
De uma forma geral o estresse é produto da interação do homem com o
seu meio ambiente físico e sociocultural. Existem fatores pessoais (processos
psíquicos e somáticos) e ambientais (ambiente físico e social) que interagem no
processo do aparecimento e gerenciamento do estresse.(SAMULSKI, 2002, p.157).
Muitas pessoas acreditam que o estresse se tornou um dos principais
problemas de saúde dos tempos modernos. Respostas fisiológicas do tipo: “lute oucorra”, que eram necessárias para a sobrevivência dos povos primitivos, podem não
ser saudáveis em sociedades altamente complexas.(SHARKEY, 1998, p. 44).
O estresse ocorre quando há um desequilíbrio substancial entre as
demandas físicas e psicológicas impostas a um indivíduo e sua capacidade de
resposta, e sob condições em que a falha em satisfazer tais demandas tem
conseqüências importantes.(WEINBERG E GOULD, 2001).
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2.4.3.1 Fases e sintomas do Estresse
O primeiro pesquisador a utilizar o termo estresse foi Selye (1976),
referindo-se a um grupo de sintomas que incluíam falta de apetite, hipertensão
arterial, desânimo e fadiga; e definiu-o como sendo um conjunto de reações
desenvolvidas pelo organismo quando submetido a uma situação que exige um
esforço para que se consiga a adaptação. O autor identificou as três fases em que o
processo de estresse subdivide-se:
Fase de alerta: é a primeira reação de estresse, e desenvolve-se quando as
pessoas percebem uma ameaça a seu organismo e preparam-se para agir, lutar ou
fugir.
Fase de resistência: nesta fase ocorre a tentativa do restabelecimento do equilíbrio
interno com a utilização da energia que seria empregada em outras funções vitais do
organismo. É decorrente de estressores de longa duração ou com intensidade
demasiada para a resistência da pessoa. Alguns dos sintomas percebidos são:
insônia, falhas de memória, desgaste do organismo, irritabilidade excessiva.
Fase de Exaustão: é a ultima fase do estresse, quando toda a energia que o
individuo possui já foi utilizada durante a fase de resistência provocando a entrada
de um estado de exaustão física e psicológica. Nesta fase reaparecem algunssintomas da fase de alerta em conjunto com outros mais graves como: ulcera,
enfarto, depressão, problemas dermatológicos graves, apatia, fadiga crônica,
insônia, isolamento, diminuição do interesse sexual, ambigüidade de
sentimentos.(BURITI, 2001).
2.4.3.2 Estresse em atletas
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Um dos principais objetivos dos atletas que buscam desenvolver seu
desempenho é alcançar um nível em que consiga atingir seu potencial máximo.
Entretanto, existem inúmeros fatores que podem interferir em seu desempenho, que
são denominados estressores. O ambiente competitivo apresenta inúmeros fatores
estressantes para o atleta.(RUBIO, 2000).
O exercício físico é comumente utilizado como instrumento no controle do
estresse, isto, quando é aeróbio, quando contém movimentos rítmicos e
coordenados e quando evita paradigmas competitivos; entretanto, quando sua
prática está ligada à competição ou quando é praticado em excesso ou de forma
inadequada, pode representar um poderoso estressor.(BURITI, 2001, p.126).
O atleta possui algumas habilidades psicológicas que são alcançadas
através da própria prática esportiva, entre as habilidades estão a auto-estima
positiva e a capacidade de enfrentamento de ansiedade.(BURITI, 2001).
2.4.4 Ansiedade
A ansiedade é estar com a cabeça onde o corpo não está; É estar
preocupado com um problema antes de ele acontecer; É como o próprio nome diz:
estar pré-ocupado querendo antecipar a ocupação. O grande problema é que o
trabalho que o espera ou determinada ocupação com a qual você tem de se
envolver no dia seguinte não está ali naquele momento, então só atrapalha ficar
pensando nisso. O mínimo que você pode fazer para a sua cabeça, para a sua
saúde, é envolver-se com o problema quando chegar o momento de resolvê-
lo.(RIBEIRO, 2003).
Observa-se que em muitos estudos e pesquisas na área da Psicologia do
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Esporte os termos ansiedade e estresse têm sido considerados quase sempre sem
uma distinção, ou seja, são considerados sinônimos. A ansiedade é considerada
uma emoção típica do fenômeno estresse “entendem emoções como um processo
em que os aspectos cognitivos, motivacionais, volitivos neurofisiológicos
interagem”.(WEINBERG E GOULD, 2001, p. 303).
A ansiedade é um fator comum na vida do ser humano, se faz presente
em várias situações, principalmente nos momentos em que a pessoa não tem
confiança ou controle da situação.(MARQUES, 2003, p. 86).
A ansiedade está quase sempre presente na vida do atleta devido a grandepressão que o mesmo é exposto. Essa pressão vem devido a enormecobrança de bons resultados, tanto pelo técnico quanto pelos pais, e assimvai se manifestar de forma maléfica para o atleta, criando um momentodesagradável e não proveitoso. Além disso, a ansiedade se refere a umsentimento de insegurança causado pelo temor de algum perigo ouameaça, onde na verdade a ansiedade deveria ocorrer de uma formasaudável e positiva.(MARQUES, 2003, p. 86).
Deve-se levar em consideração de como é importante a psicologia do
esporte estar atenda aos aspectos que levam o atleta a sentir a cobrança na prática
da sua modalidade esportiva. Quantos atletas desistiram do esporte devido ao
excesso de cobrança e pressão, sem que os fatores causadores desse abandono
fossem identificados? Identificando esses fatores, podemos mudar a concepção de
competição do atleta, para que ele possa novamente praticar com satisfação e
tranqüilidade o seu esporte preferido.(MARQUES, 2003).
2.4.4.1 A ansiedade no Esporte
Uma competição a vista é motivo de ansiedade independendo da
importância da prova, se é uma grande final, ou um simples amistoso, e este fator
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pode ser determinante no seu desempenho. O comportamento ansioso é expresso
de diferentes formas em cada pessoa, mas no dia anterior à competição e nos
momentos que a precedem estes comportamentos podem determinar o bom ou mau
desempenho.(OPPERMANN, 2008).
É fácil notar que algo não está normal, difícil é manter isso sob controle,
por exemplo: pensar incessantemente na competição, gerando aquele frio na
barriga, ou preocupar-se com a hidratação e beber líquidos seguidamente.
(OPPERMANN, 2008).
O fato é que, embora muitas vezes não pareça, isso traz prejuízos de
grande escala para o atleta, seja naquele frio na barriga (uma crise de ordem bio-
psíquica, que aumenta os batimentos cardíacos e altera funções básicas do corpo
como o suor excessivo e outras coisas mais); como na hiper hidratação (que gera
desconforto no sono, por interrompê-la para que se possa expelir o excesso de
líquidos ingeridos, e durante a prova, a mesma necessidade do corpo pode ser
expressa tanto pela urina, como pelo vômito, ou pelo simples mal-
estar).(OPPERMANN, 2008).
2.4.5 Emoção
Emoções devem ser entendidas como um sistema complexo de inter-
relações entre o sistema psíquico (processos cognitivos), o sistema fisiológico (nível
de ativação) e o sistema social (relações sociais).(SAMULSKI 2002, p. 134),
Para entender as funções fundamentais das emoções no esporte
precisamos analisar as ações esportivas dentro de um contexto situacional,
interação entre pessoa, tarefa e meio ambiente.(SAMULSKI, 2002, p.135).
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As emoções exercem duas funções básicas: a função de organizar,orientar e controlar as ações (ex: os atletas orientados ao fracassoplanificam suas ações de forma diferente que os orientados ao êxito) e a
função energética e de ativação (ex: um esportista alegre participa maisativamente no treinamento do que um desmotivado).(SAMULSKI, 2002,p.135).
É a emoção que vai servir de referência ao nosso cérebro, para que ele
ordene a forma de agir diante dos acontecimentos, e não os acontecimentos em si
que impõem essa ordem.(RIBEIRO, 2003, p. 42).
O ser humano é movido a emoções, isso significa dizer que se adotar
uma atitude mental positiva, provavelmente terá cinqüenta por cento de chances de
alcançar o resultado tão esperado.(RIBEIRO, 2003).
A emoção tem de ser duramente trabalhada por muito tempo. Não adianta
dizer: “Eu Vou vencer”, o desenvolvimento do corpo emocional virá por meio de um
esforço continuo e depois de muito trabalho e não apenas no dizer de algumas
frases ou palavras.(RIBEIRO, 2003, p. 43).
Felizmente as pessoas estão começando a se voltar para o poder da
emoção e não apenas para o poder da sua inteligência, e assim começam a
desenvolver-se espiritualmente, melhoram mentalmente, ou seja, cuidam da saúde
em todos os aspectos, melhorando também com isso a sua saúde e qualidade de
vida.(RIBEIRO, 2003).
2.4.6 Influência de Pais, Técnico e Torcida.
Nos últimos tempos esta cada vez mais evidente a importância dos
vínculos afetivos nas relações entre as pessoas envolvidas no contexto esportivo,
quer sejam atletas entre si, técnicos e profissionais ligados a eles, sua família e
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amigos e mesmo a torcida, ou seja, quanto mais intenso mais favorável estará ao
sucesso. Trata-se de relações que muitas vezes negligenciadas abrem espaço para
tantos problemas e dificuldades na obtenção de resultados e na qualidade de vida
dos envolvidos.(MARKUNAS, 2008).
Sabemos que o atleta, o técnico, a torcida, o arbitro, os dirigentes, enfim
todas aquelas pessoas que estão envolvidas com o esporte em geral ou atividade
física, estão vulneráveis a qualquer tipo de ação que possa interferir em suas
relações interpessoais.(MACHADO, 1997, p. 59).
A torcida é repleta de sonhos, alegrias, tristezas, empolgações para com
seus ídolos e clubes, no entanto deve-se ter consciência de sua influência na vida
de uma atleta, pois em alguns momentos pode fazer com que o atleta se sinta o
melhor de todos, da mesma forma que pode transformar no pior atleta, necessitando
de muita cautela.(MARQUES, 2003).
O Técnico é um dos principais alicerces do esporte, se não o principal. É
ele o grande gênio que, através de suas fórmulas e técnicas, consegue transformar
adolescentes em atletas e pessoas de caráter. Ele influência na educação dos
jovens desportistas, uma vez que é uma referência, além é claro dos pais. Por isso,
é necessário verificar quais os pontos em que o atleta acredita ser necessária a
ajuda da Psicologia do esporte em sua relação com o treinador.(MARQUES, 2003).Os pais devem ser primeiramente pais, logicamente quando os pais tem
compreensão de sua função na estrutura esportiva de seu ou sua filho(a), podem
contribuir veementemente na sua formação esportiva.(MARQUES, 2003).
Os pais têm um papel extremamente fundamental no bem-estar do filho
atleta. O jovem poderá ter ou não prazer no esporte conforme o apoio recebido dos
pais. O que ocorre é que muitas vezes os pais se tornam exaltados torcedores que,
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ao invés de incentivar o seu filho, acabam prejudicando-o. Algumas vezes propõem
táticas que fazem com que a cabeça do filho/atleta “entre em parafuso”, pois eles
acabam ficando sem saber quem ouvir, o técnico ou os pais.(MARQUES, 2003).
Com isso a necessidade de que as pessoas envolvidas com o esporte
tenham conhecimento de como agir frente a estas situações, e para isso há
necessidade de conhecer os tipos de treinamento psicológicos que podem ser
utilizados pelos técnicos, pais e outros envolvidos nesta prática.
2.5 Tipos de Treinamento Psicológicos
2.5.1 Mentalização
Segundo Weinberg e Gould.(2001, p. 307), por meio de mentalizações
você pode recriar experiências positivas anteriores ou retratar novos eventos para
preparar-se mentalmente para o desempenho.
Se você visualizar mentalmente um cenário, ele deixará de ser estranhopara você. Se você visualizar uma partida de voleibol, então você pode sepreparar melhor quando ela ocorrer. A visualização mental permite ao jogador se familiarizar com uma competição antes de ela realmenteacontecer. Isto dá uma sensação de controle, autoconfiança e alivia o
stress.(BRANDÃO, 2008).
A mentalização é uma forma de criar ou recriar experiência na mente; de
simulação, que envolve recuperar da memória pedaços de informações lá
armazenadas sobre todos os tipos de experiências e moldá-las em imagens
significativas. A mentalização pode ser usada para diversas coisas, inclusive para a
redução da ansiedade, estabelecimento de confiança, aumento da concentração,
recuperação de lesões e prática de habilidades e estratégias específicas.(WEINBER
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E GOULD, 2001).
É importante lembrar que a mentalização não toma o lugar do exercício
físico. Basicamente, a mentalização precisa ser adicionada à sua prática física
normal. Entretanto a prática mental auxilia na melhora do desempenho mais do que
qualquer outra prática. Portanto, a mentalização deve ser vista como uma forma de
treinar a mente em conjunto com treinamento físico, não como um substituto dos
exercícios físicos.(WEINBERGE GOULD, 2001).
Para quebrar o elo dessa cadeia de pensamentos negativos que funcionamcomo armadilha para auto-estima deve-se levar em consideraçãoprogramações mentais bem positivas, atentas às vacilações emocionais ea intromissão de pensamentos negativos, mentalizando a capacidade derealização do que se deseja alcançar.(RIBEIRO, 2003, p. 40).
Ela pode ser usada antes e depois de treinos, com duração de
aproximadamente 10 minutos, focalizando a atenção no que será trabalhado no
treino (antes) e fazendo uma re-memorização das habilidades trabalhadas, para criar
imagens mais claras e detalhadas (depois). Também deve ser aplicada antes e
durante as competições, revendo as diferentes estratégias, refrescar sua memória
com relação às ações motoras que serão realizadas (antes), fortalecer a fotocópia e
a memória muscular das habilidades bem-sucedidas e avaliar e corrigir possíveis
pontos negativos (depois). Também, pode-se mentalizar durante intervalos,
principalmente em esportes com descansos, como tênis, ou nos intervalo entre os
tempos de jogo, como no futebol, no basquete, entre outros. Finalmente, pode ser
usada na recuperação de lesões.(ABES, 2008).
O piloto Ayrton Senna era mestre em visualizar as corridas. Logo que
chegava em um autódromo, a primeira coisa que fazia era caminhar por toda a pista.
Depois, quando ia para o hotel, visualizava cada metro da pista, a forma de guiar, os
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pontos de ultrapassagem, freadas, etc. Na hora da prova, ele barbarizava, ou seja,
utilizava deste conhecimento e mentalização para o seu sucesso.(BRANDÃO, 2008).
2.5.2 Concentração
Concentração é um estado de conscientização importante para todo o
atleta que deseja dar o melhor de si. É um estado em que a atenção é direcionada
apenas para um objeto e todos os outros pensamentos, desejos, objetivos são
excluídos.(JUNIOR E SAMULSKI, 1998, p. 104).
Concentração é um estado no qual se está acordado, mas de uma
maneira relaxada, um estado que não é mantido através da força de vontade, mas
uma capacidade de deslocar a sua atenção para o fator definido a ser
trabalhado.(JUNIOR E SAMULSKI, 1998, p. 104).
A concentração em ambientes esportivos e de atividades física geralmenteenvolve focalizar nos sinais relevantes do ambiente, mantendo o focodurante todo o tempo e estando consciente das mudanças na situação. Osatletas que descrevem seus melhores desempenhos inevitavelmentemencionam que estão completamente absorvidos no presente, focalizadosna tarefa e realmente conscientes de seus próprios corpos e do ambienteexterno. As pesquisas também demonstram que um componente-chave dodesempenho ideal é a capacidade da pessoa de focalizar a atenção e ficartotalmente absorvida no jogo. Os atletas experientes usam vários sinais deatenção, captando esses sinais mais rapidamente que os iniciantes, paraajudá-los a realizarem suas habilidades mais rápidas eefetivamente.(WEINBERG E GOULD, 2001, p. 372).
Praticar técnicas e exercícios simples tanto dentro quanto fora da quadra
ajudará a melhorar as habilidades de concentração dos atletas. Estes incluem
atividades como usar simulações, empregar palavras-sinal, usar pensamento não-
critico, desenvolver planos de competição e estabelecer rotinas. Certamente, se os
atletas conseguissem centrar-se no jogo, desenvolveriam bem mais as suas
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potencialidades.(WEINBERG E GOULD, 2001).
A concentração é um dos fatores mais importantes, se não o mais
importante, para o bom desempenho do atleta, e é o que mais sofre a influência de
outros aspectos, como ansiedade, motivação, agressividade, pais, torcida. Qualquer
fator que consiga manifestar-se negativamente no atleta prejudica-lhe a
concentração. É também o fator que os atletas adolescentes consideram o mais
importante de ser trabalhado pela Psicologia do Esporte.(MARQUES, 2003).
Um exercício que pode ser utilizado no treinamento da concentração é:
Sente-se em uma cadeira que tenha um encosto reto, coloque os dois pés no chão e
coloque as mãos relaxadas sobre o colo. Feche os olhos, inspire profundamente e
devagar expire, comece a se relaxar iniciando pela cabeça. Quando você se sentir
completamente relaxado, preste atenção na sua respiração e conte cada período da
respiração (inspiração e expiração = um período) sem perder o ritmo. Quando você
contar dez períodos, começar no período um novamente. Caso ocorra um erro na
contagem, ou por engano você contar além de dez períodos, pare, pense e tente
regressar ao pensamento que passou pela cabeça nesse instante. Então comece
novamente no período um. 8 minutos são o suficiente para esse exercício.(JUNIOR
E SAMULSKI, 1998, p. 107).
2.5.3 Personalidade
Personalidade refere-se às características ou à mistura de características que
tornam um indivíduo único. Ela é composta de três níveis separados, porém
relacionados: um núcleo psicológico, o nível mais básico e estável da personalidade;
respostas típicas, ou as formas como cada pessoa aprende a ajustar-se ao
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ambiente; e comportamentos relacionados ao desempenho de papéis, ou como uma
pessoa age com base em como ela percebe a situação. O comportamento
relacionado ao desempenho de papeis é o aspecto mais variável da personalidade.
É importante entender personalidade para melhorar a efetividade do ensino e do
treinamento daqueles com os quais interagimos. .(WEINBERG E GOULD, 2001).
Para medir personalidade, os traços psicológicos (o estilo típico de comportamento
de um indivíduo) e os estados psicológicos (os efeitos da situação sobre o
comportamento) devem ser avaliados em uma abordagem internacional. Embora
escalas gerais de personalidade forneçam alguma informação útil sobre estados e
traços de personalidade, existem medidas especificas de situação (p.ex., para o
esporte) podem prever comportamentos com mais segurança.(WEINBERG E
GOULD, 2001).
O estado psicológico do atleta é fator determinante para o seu máximorendimento, pois toda ação mecânica relaciona-se diretamente ao estado
emocional do indivíduo. Essa relação entre movimento e estado emocionaldeve ser considerada para a otimização dos processos do treino desportivo.Assim, o sucesso no desporto dependerá não apenas da preparação dosaspectos físicos (força, velocidade, resistência, flexibilidade, coordenação),mas também dos aspectos mentais (concentração, auto-estima, motivação,ansiedade). (AUGUSTINI, 2008).
As influências dos aspectos físicos e mentais não se dão separadamente,
mas simultaneamente, pois consideramos que as reações do organismo não
ocorrem exclusivamente de maneira psicológica ou fisiológica, mas em decorrência
conjunta dessas duas partes, ou seja, psicofisiologicamente. (AUGUSTINI, 2008).
No esporte de alto rendimento, a preparação física, técnica e tática dos
atletas das diversas modalidades encontram-se num nível de desenvolvimento
equivalente. O que fará a diferença entre o vencedor e o perdedor é o estado
emocional do atleta ou de toda a equipe diante das situações do confronto
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competitivo. Portanto, o estado psicológico ótimo é necessário para se poder
reverter o treinamento para um desempenho vitorioso. (AUGUSTINI, 2008)
2.5.4 Imaginação
Para Samulski (2002, p. 253), um atleta pode reconstruir, através da
imaginação, experiências positivas do passado ou visualizar eventos futuros com o
fim de preparar-se mentalmente para uma boa performance durante o jogo.
A imaginação é o processo de comunicação entre a emoção, percepção e
mudança corporal. Importante causa tanto da saúde quanto da doença, a
imaginação é a maior e mais antiga fonte de cura e aperfeiçoamento do rendimento
e da performance.(COZAC, 2008).
Os exercícios de visualização e as demais técnicas viso-motoras
representam as principais formas de atuação e intervenção psicológica no
esporte.(COZAC, 2008).
Através da imaginação é possível vivenciar uma situação sem estar
presente no ambiente em que ela se desenrola. Este ensaio de vivência produz um
relato bastante fiel sobre as emoções e pensamentos envolvidos no ato em questão.
Este tipo de exercício mental já é considerado um treinamento esportivo em váriospaíses do mundo. O ser humano, ao longo da história, desenvolveu sua fé, valores,
princípios e autoconhecimento através dos magos e gurus. Ressalvo, apenas, que
vivemos uma nova Era e, com ela, novas tendências e necessidades evidenciam a
necessidade de se revolucionar o método e a intervenção.(COZAC, 2008).
O ser humano pode direcionar o caminho que pretende trilhar através de
sua postura imaginativa. Pode optar pela saúde ou doença. A mente assume um
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caráter determinista e final no processo evolutivo de nossa espécie. No esporte, a
motivação, concentração, controle de ansiedade e gerenciamento do estresse
representam apenas a ponta do iceberg mental que deve ser cuidado.(COZAC
2008).
2.5.5 Treinamento mental
Treinamento mental é “a imaginação de forma planejada, repetida e
consciente de habilidades motoras, técnicas esportivas e estratégias táticas”.
Entende-se por treinamento mental a repetição da imagem do movimento correto
que deseja executar, a fim de treinar a mente para executar o exercício
correto.(SAMULSKI 2002).
O Treinamento Mental é a utilização da força, poder e energia mental de
uma forma sistematizada e organizada, com o intuito de se obter um alto rendimento
esportivo. É constituído por diferentes tipos de técnicas, como: de respiração e
relaxamento, atividades com imagens (visualizações), frases afirmativas ou auto-
sugestões, vivências integrativas e hipnose. (RIZZO, 2008).
A mente é um fator muito importante em tudo o que realizamos, porém
nem sempre temos informações e conhecimentos de como utilizá-la somente paraatividades positivas, de tê-la como uma grande aliada, para atingirmos os nossos
objetivos. (RIZZO, 2008).
O treinamento mental no esporte está estabelecido dentro da perspectivado desenvolvimento do potencial atlético e existencial dos participantes,visando a um rendimento máximo. Este rendimento máximo não ocorre poracaso, ele é fruto de um trabalho global e eficiente que envolve otreinamento em seus aspectos externos (parte física, técnica/tática) einterno (mental/psicológico). (RIZZO, 2008).
O treinamento mental no esporte pode ser desenvolvido em atletas de
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diversos níveis de atuação, tanto para o atleta iniciante, quanto para o atleta de alto
nível. Todos se beneficiam com esta eficiente ferramenta, que os auxilia a entrar em
contato com as suas melhores qualidades e habilidades mentais, que eles já
possuem dentro de si, mas talvez não utilizavam. Com mais determinação, coragem,
confiança, serenidade etc., os atletas poderão aprimorar e melhorar ainda mais o
seu rendimento, a sua performance. E assim estarão evoluindo, tanto no esporte
quanto na vida pessoal.(RIZZO, 2008).
A igualdade no desempenho entre os atletas de alto rendimento sugere
que o controle mental, o poder de concentração e as técnicas de relaxamento têm
determinado os grandes vencedores. Por esse e por outros motivos a psicologia
desportiva tem sido bastante valorizada, principalmente pelo fato dos indivíduos já
não mais associarem o treinamento mental à “loucura”.(OLIVEIRA, 2008).
Para que o leitor possa ter um melhor entendimento do que é e como
trabalhar o treinamento mental, utilizou-se este espaço para citar um exercício
proposto por Junior e Samulski.(1998, p.117), como segue:
Escolha um local onde não será incomodado. Sente-se em uma cadeira,
coloque os pés paralelos ao chão e as mãos relaxadas sobre o colo. Feche os olhos
e relaxe o corpo começando pela cabeça até as pontas dos pés.
Agora imagine-se no local onde você possa trabalhar parte do seurendimento esportivo que você deseja melhorar. Imagine exatamente o ambiente a
sua volta. Onde você se encontra? Dentro ou fora? Se dentro, que tamanho tem o
ginásio e que tipo de iluminação predomina? Você pode ouvir o zunido do
ventilador? Alguém o observa? Se você se encontra do lado de fora, como está a
estação do ano, o tempo, que horas são? Que tipo de cor se sobressai? Que tipo de
roupa as pessoas ao seu redor usam? Como elas cheiram? O que você pode ouvir?
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Utilize todos os seus sentidos a fim de imaginar a cena o mais exato possível.
De repente, observe como você entra nessa cena e comece a se preparar
para o treinamento. Se você tem algum aparelho esportivo nas mãos observe como
você o segura. Como você se prepara agora para o treinamento. Observe-se
exatamente.
Agora comece com o treinamento. Preste atenção especialmente em
fatores relevantes e que você deseja melhorar na sua modalidade esportiva.
Observe a si mesmo, como é que você executa um movimento perfeito. Como é
introduzido esse movimento, como você mantém o equilíbrio, como você mantém a
cabeça e os braços, qual importância tem as pernas e o quadril. Conscientize-se do
máximo de detalhes possível.
Volte novamente ao inicio, concentre-se um momento e visualize, como
você executa a mesma seqüência importante de movimentos, distinga tantos
detalhes quanto possíveis. Então pare um momento, inspire fundo e visualize o
cenário novamente, enquanto você expira lentamente.
Mude a sua posição, agora como espectador, a fim de que você possa
observar você próprio de outro local, de um outro ângulo talvez, ou de uma distancia
pequena ou grande.
De um novo local, observe-se novamente, como você executa para o mesmomovimento. Preste bastante atenção no que for bem executado. Não tente arrancar
com violência um quadro claro de consciência, mas deixe que este quadro se torne
nítido sozinho. Se parte dessa observação for mal definida, não tem problema. Caso
você veja um quadro nítido, concentre-se no que chamar sua atenção deste novo
ponto de vista. Se a seqüência de exercicios for pequena, deixe-a correr algumas
vezes pelos seus olhos. Então volte novamente para a sala onde você se encontra.
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Com os olhos fechados inspire fundo novamente e relaxa durante a expiração, antes
de você iniciar novamente a visualização.
Desta vez concentre sua total atenção em sua mão. Você vai averiguar,
de repente, como sua própria pessoa é colocada em cena e sentir, como um
movimento será realizado. Você sente o sol ou a névoa no rosto? Você sente o
contato de roupas sobre a sua pele? Qual parte do corpo você sente que está
especialmente carregada de energia? Olhe a sua volta: o que você vê, qual objeto,
qual cor chama a sua atenção? Você pode ouvir algo, você pode cheirar algo?
Agora comece com o movimento novo e concentre-se no que você sente
quando o movimento é executado com perfeição. Torne consciente, como você se
sente bem. Caso a seqüência de movimentos seja curta, repita-a algumas vezes.
Relaxe novamente e concentre-se na visualização de um aspecto do
movimento. Pode ser relacionado a uma técnica que no passado causou-lhe
dificuldades, ou em parte do corpo que você até o presente momento não deu muita
atenção. Preste atenção como a técnica traz sucesso, como a parte do corpo
funciona perfeitamente, como você executa com facilidade a seqüência de exercicios
durante a visualização. Alegre-se com a fluência do movimento integrado, quando
você vivenciar mais uma vez a evolução do movimento.
Antes de você terminar com esse exercício, transfira-se para dentro doseu próprio corpo, a fim de tornar bem consciente todas as sensações. É importante
a sensação/percepção da execução mental do movimento sem esforço e
fluentemente.
2.5.6 Regulação da Ativação
O primeiro passo que o atleta pode dar em direção ao controle de níveis
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de ativação é ter consciência das situações no esporte competitivo que lhe causam
ansiedade e como o atleta responde a tais eventos. Para isso, eles podem ser
instruídos a rememorarem seus melhores e piores desempenhos, e recordarem seus
sentimentos nessas ocasiões. Além disso, também é útil usar um diário para
monitorizar seus sentimentos durante treinos e competições.(WEINBERG E GOULD,
2001).
As técnicas de preparação psicológicas há muito tempo são utilizadas
como um instrumento para acalmar os atletas nervosos ou preocupados. Relaxar a
um atleta nervoso, entretanto, nem sempre garante que ele atuará bem na
competição. Oxendine (1970 apud JUNIOR E SAMULSKI, 1998) refere que este
nível ideal depende do tipo de tarefa realizada pelo desportista. Para tarefas simples
de força-potência, é necessário um alto grau de ativação o que para as de precisão
seria prejudicial. Como se pode ver, é necessário que o atleta possa empregar uma
técnica adequada a seu caso especifico para auto-regular seu nível de ativação. Um
atleta poderá necessitar produzir sua ativação, outro necessitará mantê-la e um
terceiro terá que incrementa-la. Uma das condições básicas para que o atleta possa
apresentar um rendimento máximo na competição é que ele consiga controle do seu
nível de ativação.(JUNIOR E SAMULSKI, 1998).
2.5.7 Autoconfiança
A autoconfiança tem sido definida como a crença de que você pode
realizar com muito sucesso um comportamento que muitas vezes desejou. Altos
níveis de autoconfiança podem intensificar as emoções positivas do atleta, aumentar
a concentração, estabelecer metas mais desafiadoras, aumentar o esforço e
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desenvolver estratégias competitivas efetivas. As estratégias para aumentar a
autoconfiança incluem agir com confiança, pensar com confiança, usar
mentalização, estar em boas condições físicas e preparar-se mentalmente e
fisicamente para os desempenhos que virão, para poder executar o exercício com
confiança e da maneira mais eficaz.(WEINBERG E GOULD, 2001).
A autoconfiança é questão importante tanto para amadores quanto para
profissionais. Estes, principalmente, têm demonstrado maior senso de confiança em
seu talento e habilidade. Mas isso pode não se aplicar a todos os aspectos de um
esporte. Em outras palavras, mesmo em nível profissional, pode muito bem haver
algum aspecto do jogo em que o atleta não estará totalmente confiante.(GARRAT,
2000).
A autoconfiança é um dos componentes imprescindíveis para uma boa
performance esportiva. Como relatado por Loehr (1982, 1989) atletas com um nível
de autoconfiança elevado, tendem a jogar de forma mais relaxada, tranqüila, a sentir
menos a pressão nos momentos importantes e decisivos de um jogo e a resolver
melhor os problemas esportivos. (BRANDÃO E JUNIOR).
2.5.8 Exercício de Bem Estar Psicológico
De acordo com Weinberg e Gould, (2001), diversas pessoas sofrem
problemas devido à depressão e à ansiedade, e o exercício físico está relacionado a
reduções nesses estados emocionais negativos. Os efeitos tanto agudos quanto
crônicos do exercício foram estudados, e reduções na ansiedade e na depressão
são maximizadas com exercícios regular de intensidade moderada, ou seja, 20 a 30
minutos de duração, de natureza aeróbia e agradável. Entretanto, é importante
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observar que a relação entre exercício e bem-estar psicológico é de natureza mais
correlacional do que causal. Foi demonstrado que a pratica regular de exercícios
está relacionado a mudanças em estados de humor, tais como diminuições na fadiga
e na raiva e aumentos no vigor, no estado de alerta e na energia. Essas mudanças
positivas são maximizadas com exercícios de baixa intensidade, que podem ser de
natureza aeróbia e anaeróbia.
Temos de estar ligados na vigilância do pensamento. Não podemos
esquecer que somos o que pensamos. Se você se pensa vitorioso, você se faz
vitorioso. Se, por outro lado, você se pensa derrotado, já se faz derrotado. Há que
adotar, sempre, uma atitude mental positiva para ser sempre positivo.(RIBEIRO,
2003, p. 39).
2.6 A Psicologia no Esporte: Como é Vista
Atualmente, a psicologia do esporte está mais popular do que nunca.
Entretanto, é um erro pensar que ela se desenvolveu apenas recentemente. A
psicologia do esporte remonta à virada do século XX (Wiggins, 1984, apud
WEINBERG, GOULD, 2001, p. 32).
Acredita-se que a psicologia esportiva é uma área que tem muito acrescer, a aprender e a contribuir, devido a importância que vêm adquirindo no meio
esportivo. Embora tenham aumentado os debates e estudos sobre ela, pouco ou
quase nada se escreveu sobre como o atleta a percebe e quais os fatores
envolvidos e que ele considera os mais importantes a serem trabalhados.
(MARQUES, 2003, p. 39).
A Psicologia do Esporte vem conquistando cada vez mais o seu espaço
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no meio esportivo, e os clubes já solicitam seu trabalho. Apesar disso, ela muitas
vezes é interpretada de forma errônea, chegando-se a ponto de a caracterizarem
como uma área mística. (MARQUES, 2003, p. 29).
A importância da psicologia esportiva fica evidente a partir do momento
em que não há ainda muitas pessoas trabalhando nesta área, de que os
profissionais que trabalham nesta área estão a cada dia mostrando resultados
surpreendentes quando relacionado a performance. O que há necessidade é de
profissionais com conhecimento específico, que trabalhem muitas das informações
citadas neste trabalho, desde os primeiros anos de vida até a sua formação de
adulto.
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4. CONCLUSÃO
Por meio deste trabalho pode se concluir que o trabalho psicológico com
atletas tem sido a cada dia mais valorizado no âmbito esportivo.
A psicologia do Esporte que ainda não é muito conhecida pode crescer
quando menos esperarmos, pois verificamos o quanto indispensável ela é para o
ótimo desempenho de atletas de alto nível.
O treinamento psicológico é um trabalho feito pelo profissional da área da
psicologia esportiva, que tem como objetivo desenvolver a mente do atleta para a
sua melhor performance na competição, ou até mesmo na sua vida pessoal tendo
uma qualidade de vida mental adequada. Com o treinamento psicológico o atleta de
alto rendimento pode chegar em uma competição sem estresse, causador de muitas
“derrotas” na vida esportiva, sem medo do fracasso, substituindo-os pela auto-
estima, confiança, motivação.
Devido à conturbação do dia-a-dia, o atleta deve estar bem preparado
psicologicamente, e para isso o trabalho psicológico oferece diversas maneiras de
ajudar o atleta, não só o atleta, mas também toda a equipe técnica, demonstrando
para os mesmos alguns aspectos psicológicos necessários, tais como a
compreensão, a confiança, o sucesso, dentre outros.
O referido trabalho também demonstrou diversos fatores psicológicos que
podem ajudar ou não o atleta na sua vida esportiva, sendo que ele, tendo a
consciência e deixando o profissional ajuda-lo, terá sempre a melhor opção para
conseguir bons resultados, alguns trabalhos feitos com os atletas para trabalhar o
seu psicológico é o próprio treinamento mental, ou também a visualização, que tem
como objetivo influenciar o atleta a parar e pensar na sua forma de jogar e de como
encarar um desafio, fazendo com que o mesmo consiga através de técnicas mentais
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imaginar como ele quer que seja a sua atuação na competição, ou como foi a sua
atuação, tentando através dessa técnica corrigir o erro efetuado ou evitar que o erro
possa a ser cometido, trazendo assim para o atleta mais confiança na hora do jogo.
Diante disso, podemos observar que com o trabalho psicológico, muitos
fatores poderão ser resolvidos, tais como ajudar o atleta a superar suas dificuldades,
que até então não eram reconhecidas.
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