Psicologa Social I - desde o...
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21/08/2016
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Psicologa Social I
Questões Preliminares
A transição do feudalismo para o capitalismo
Foi lenta e gradual - desde o os primeiros sinais de derrocada do
feudalismo nos séculos XIV e XV até o triunfo definitivo do capitalismo no final
do século XVIII.
Idade Moderna(séc. XV ao XVIII)
Ênfase no homem, na ciência e na razão
Renascimento
Período marcado por muitas inovações: o surgimento da bússola, da pólvora, do papel, gravura e imprensa
Nova classe social: burguesia
Ciência se desenvolve
O mundo passa a girar em torno do homem o que leva a um novo modelo de Estado
Separa-se a ciência da religião
Racionalismo
Razão é o centro, tudo passa a ter uma explicação científica.
A física e a química se separam da filosofia
Iluminismo
Valorização das ideias - mudanças graduais no pensamento religiosos, científico, social e político que ocorreram na França no século XVIII
Eliminação de ideias obsoletas, obscurantismo, que impediam o progresso do homem
Comprometido com as investigações abertas -não reprimida por dogmas ou pelas autoridades
Enciclopédia: documento mais representativo do iluminismo. Diderot e d’Alembert (editores); Voltaire, Condillac, Holbach, Grimm, Rousseau (figuras destacadas do movimento)
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A ciência moderna funda-se na busca de um método capaz de resolver uma nova questão metodológica: a da relação entre o homem que conhece, que é o sujeito e o objeto de
conhecimento, que é exterior e independente desse sujeito, mas que deve ser conhecido e
dominado por ele.
Quadro Comparativo
Mundo feudal
Comunidade
Troca por produtos excedentes (simples)
Valor de uso por valor de uso
Homem pleno
Religião é o princípio organizativo
Sobrevive em espaços que não são regidos por meio do capital
Mundo capitalista
Sociedade
Trocas mais complexas
Fetiche da mercadoria (não é só o uso que define o valor)
Papéis diversos, status
Estado/direito é o princípio organizativo
Ideia do amor romântico
Progresso: ideia de melhor
A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA INDEPENDENTEUma visão panorâmica e crítica
História das idéias # História da ciência
Séc. XIX inicio dos primeiros projetos dePsicologia como ciência independente:
Discípulos e espaços conquistados nauniversidade (ensino e pesquisa)
Instituições (produção e transmissão deconhecimentos psicológicos)
Nova ciência:
Objeto próprio
Métodos adequados ao estudo deste objeto
Ciência independente de outras áreas dosaber
Situação da psicologia científica (curiosa):
Lugar à parte entre as ciências (faculdades/inst. de pesquisas)
Competência reconhecida (CRPs)
Não conseguiu se desenvolver de forma independente
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PRECONDIÇÕES SOCIOCULTURAIS PARA O
APARECIMENTO DA PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA DO SÉCULO XIX
A experiência da subjetividade privatizada (E.S.P.)
O interesse em conhecer cientificamente o “psicológico”
Experiência da subjetividade privatizada (só se desenvolve numa sociedade com determinadas características)
Experiência da crise dessa subjetividade
Recorrer ao “foro íntimo”: tomar e ser responsável por decisões
Consequências: reflexão moral e sentido da tragédia
Primórdios da cultura: poucos elementos podiam gozar de liberdade para se reconhecerem como seres moralmente autônomos
Hoje: somos capazes de iniciativas, dotados de sentimentos e de desejos próprios
Imagem ilusória
Tarefa da Psicologia: revelar essa ilusão
Sistema mercantil e individualização
Sistema mercantil: carga de conflitos e transformações que aprofunda e universaliza as E.S.P.
Produção para a troca
Produtos devem ser levados ao mercado
Mercado de trabalho
Significado da economia mercantil para aindividualização
Trabalhador livre
Liberdade negativa
Sociedade fica atomizada
Ideologia Liberal Iluminista e Romantismo
Século XVIII e XIX - formas de pensamentoque refletem a E.S.P. numa sociedade mercantilem pleno desenvolvimento.
Ideologia liberal (Revolução Francesa)
Homens são iguais em capacidades e devem seriguais em direitos, sendo assim, todos devem serlivres.
Solidariedade
Impossibilidade da fraternidade
Romantismo (início do séc. XIX)
Exaltação das Artes e filosofia
Reconhece-se a diferença entre os indivíduos
Liberdade = liberdade de ser diferente
Apesar de todos serem diferentes e únicos, épossível buscar uma comunicação entre estesseres diferentes
Nas artes, religião e patriotismo asdiferenças se anulam.
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A crise da subjetividade privatizada ou a decepção necessária
Projetos de psicologia científica
E.S.P.
Crise dessa experiência
Fazer ciência é sempre ir além dasaparências
Desconfie delas
Não são compreendidas facilmente
Subjetividade privatizada entra em crise:
Liberdade e diferença são ilusões
Interesses particulares entram em conflitos
Liberdade para cada um desenvolver o seunegócio: crises, lutas e guerras
Surgimento dos sindicatos e partidos
Estado e administração pública não ficaraminertes
Crescimento da grande indústria (produçãopadronizada e mecanizada - consumo de massa)
“Cada um é único e diferente dos demais?”
Psicologia
Necessidade que emerge no contexto dasexistências individuais
Estado tem a necessidade de lidar melhorcom os sujeitos individuais: práticas deprevisão e controle
Existe um sujeito individual e há a esperançade que é possível padronizá-lo
OS PROJETOS DE PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA
INDEPENDENTE
O projeto de Wundt (1832-1920)
Pioneiro na formulação de um projeto de Psicologiaindependente, criador de instituições de ensino e pesquisade Psicologia
Ciência intermediária (natureza e da cultura)
Psicologia fisiológica experimental à psicologia social
Objeto da Psicologia é a experiência imediata dos sujeitos,mas pretende ir além da descrição desta experiênciasubjetiva
Metodologia: método experimental e método comparativoda antropologia (análise dos fenômenos culturais)
Duas Psicologias: psicologia fisiológica experimental epsicologia social ou “dos povos”
O projeto de Titchener (1867-1927)
Objeto da Psicologia: experiência dependente de um sujeito (puro organismo – sistema nervoso)
Paralelismo psicofísico: atos mentais ocorrem lado a lado a processos psicofisiológicos
Usa exclusivamente os métodos das ciências naturais: observação (auto-observação ou instrospecção) e experimentação
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A Psicologia funcional (EUA)Oposição à psicologia titcheana
Estudos psicológicos = ciências naturais
Representado por J. Dewey (1859-1952), J. Angel (1869-1949) e H. A. Carr (1873-1954)
Psicologia = ciência biológica interessada em estudar os processos, operações e atos psíquicos (mentais) como formas de interação adaptativa
Partem dos pressupostos da biologia evolutiva
Objeto = são os processos e operações mentais
Métodos:
Não confiam totalmente na auto-observação
Não aprovam a introspecção
Observação dos comportamentos adaptativos
O comportamentalismo (início do séc. XX)
Oposição à Psicologia de Titchener
Relativa oposição ao funcionalismo
EUA
J. B. Watson (1878-1958)
Objeto: não é a mente, mas o comportamento e suas interações com o ambiente
Método: observação e experimentação, mas sempre envolvendo comportamentos publicamente observáveis e evitando a auto-observação
Tudo aquilo que faz parte da experiência subjetiva individualizada deixa de ter lugar na ciência, seja porque não tem importância, seja porque não é acessível aos métodos objetivos da ciência
Sujeito do comportamento - não é um sujeito que sente, pensa, decide, deseja e é responsável por seus atos: é apenas um organismo
Projetos da Psicologia científica, que sem negar a experiência
subjetiva, procuram compreendê-la e explicá-la
A Psicologia da gestalt
Alemanha
Começo do século XX
M. Wetheimer (1880-1943); K. Koffka (1886-1941) eW. Kohler (1887-1967)
Partiam da experiência imediata e adotavam, comoprocedimento para captação da experiência tal comose dava no sujeito, o método fenomenológico
Método fenomenológico = descrição ingênua dosfenômenos tais como aparecem na consciência
Todos os fenômenos da percepção eram vividos pelo sujeito sob a forma de estruturas (relações entre partes que faziam com que a forma resultante fosse mais que a mera soma das suas partes)
Projeto de psicologia científica: reconhecimento da experiência imediata e a preocupação de relacionar esta experiência com a natureza física e biológica e com o mundo dos valores culturais
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O comportamentalismo diferenciado: o behaviorismo radical de Skinner
B. F. Skinner (1904-1990)
Se afasta de Watson
Adota de forma rigorosa os métodos experimentais
Importante quando se põe a falar da subjetividade e que deve-se investigar em que condições a vida privatizada se desenvolve
A Psicologia cognitivista de Piaget e a psicanálise freudiana
J. Piaget (1896-1980) / S. Freud (1856-1939)
Os une a perspectiva de estudar a gênese do sujeito,levando em consideração sua experiência imediata, masnão se restringindo a esta experiência na busca decompreensões e explicações mais profundas (do serbiológico ao ser moral)
Piaget # Freud
Piaget: estuda o desenvolvimento das funções cognitivas eda moralidade pelo “método clínico”
Freud clínica psicanalítica (histeria). Inconsciente: objetoda psicanálise
Questões importantes:
1- Todas as teorias pretendem o mesmo?
2- Todas as teorias são epistemologicamente iguais?
3- Qual é a teoria verdadeira?
4- Por que as teorias mudam e há crises teóricas?
5- Existe alguma relação entre a teoria, a crise e a crítica?