Psicanalise na literatura

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sicanálise na Literatur Acadêmicas: Denise, Gabriela e Simone Profº Paulo Konzen

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Psicanálise na Literatura

Acadêmicas: Denise, Gabriela e SimoneProfº Paulo Konzen

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• Psicanálise• A psicanálise é um método criado pelo médico e

neurológico austríaco Sigmund Freud (1856-1939) que tem como objetivo a investigação e o tratamento das doenças mentais. Tem por base a análise dos conflitos sexuais inconscientes que originados durante a infância.

• A doutrina psicanalítica defende que os impulsos instintivos que são reprimidos pela consciência permanecem no subconsciente e afetam o sujeito. E importante ter em conta que o inconsciente não é observável pelo paciente: compete ao psicanalista tornar acessíveis esses conflitos inconscientes através da interpretação dos sonhos, dos atos falhados e da associação livre.

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Psicanálise na EducaçãoSegundo Catherine Millot, quando

o pedagogo imagina estar se dirigindo ao Eu da criança, o que está atingindo, sem sabê-lo, é seu inconsciente.

O que há propriamente eficaz na influência exercida por uma pessoa em outra pertence ao registro dos respectivos inconscientes. • Inconsciente

• Da criança

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Numa relação pedagógica, o inconsciente do educador demonstra possuir um peso muito maior que todas as suas intenções conscientes.

Diante disso o que resta ao educador é preparar-se para o inaudito, para eventuais situações que possam aparecer na relação pedagógica.

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Bettelheim na literatura

Conforme Bettelheim explica que a maior dificuldade que temos é de encontrar um significado em nossas vidas. Para termos a aquisição de uma compreensão segura do que o significado da própria vida pode ou deveria ser é o que constitui a maturidade psicológica. Portanto esta realização é o resultado final de um longo desenvolvimento: a cada idade buscamos e devemos ser capazes de achar alguma quantidade módica de significado congruente com o “quanto” a nossa mente e compreensão já se desenvolveram.

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Literatura Infantil

Hoje e como no passado, a tarefa mais difícil e mais importante na criação de uma criança é ajudá-la a encontrar significado na vida. Para não ficarmos a mercê dos acasos da vida, devemos desenvolver nossos recursos interiores de modo que nossas emoções, imaginações e intelecto se ajudem e se enriquecem mutuamente. Nossos sentimentos positivos nos dão força para desenvolver nossa racionalidade; só a esperança no futuro pode sustentar-nos nas adversidades que encontramos inevitavelmente. Portanto nada é mais importante que o impacto dos pais e outros que cuidam da criança; em segundo lugar vêm nossa herança cultural, quando transmitida de pais para filhos de maneira correta. Quando as crianças são novas, é a literatura que canaliza melhor este tipo de informação.

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Todos os problemas e ansiedades infantis, como a necessidade do amor, do medo do desamparo, da rejeição da morte são colocados nos contos em lugares fora do tempo e espaço, mais muitos reais para as crianças. A solução geralmente encontrada na história é quase sempre levada a um final feliz, indica a forma de se contrair um relacionamento satisfatório com as pessoas em redor. Para dominar os problemas psicológicos do crescimento (sentido de obrigação moral), a criança necessita entender o que está se passando dentro do seu inconsciente. Ela pode atingir essa compreensão, e com isto a habilidade de lidar com as coisas, não através da compreensão racional da natureza e conteúdo do seu inconsciente, mas familiarizando-se com eles através de devaneios prolongados , ruminando, reorganizando e fantasiando sobre elementos adequados da história com respostas a pressões inconscientes. Com isto a criança adéqua o conteúdo inconsciente às fantasias consciente, o que capacita a lidar com este conteúdo.

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ContosDe Fadas

É aqui que os contos de fadas têm um valor inigualável, conquanto ofereçam novas dimensões à imaginação da criança que ela não poderia por si só descobrir verdadeiramente. Ajuda mais importante: a forma e estrutura dos contos de fadas sugerem imagens à criança com as quais ela pode estruturar seus devaneios e com eles dar melhor direção à sua vida.Através dos contos de fadas adentramos magicamente a penumbra misteriosa do nosso inconsciente, condição básica para se conhecer o significado profundo de nossa vida. Como a criança em cada momento de sua vida está exposta à sociedade em que vive, certamente aprenderá a enfrentar as condições que lhes são próprias, desde que seus recursos interiores o permitam.

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• Essencialmente, os contos de fadas são obras maravilhosas capazes de envolver o ser humano em seus enredos e instigar suas mentes. Melhor dizendo, são narrativas que, tendo ou não a presença de fadas, apresentam em seu núcleo a questão da realização essencial do herói ou heroína, geralmente ligada a alguns ritos de passagem de uma idade para outra ou de um estado civil para outro. Daí por que guardam marcas simbólicas da puberdade e do início da atividade sexual. Há sempre provas a serem vencidas para que o herói alcance sua realização pessoal ou existencial; essa realização tanto pode de se revelar no encontro do verdadeiro eu, como na conquista da pessoa amada. Podem-se citar como exemplos: A Bela Adormecida, A Bela e a Fera, Rapunzel, Cinderela, A Pequena Sereia, entre outros.

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Esta é exatamente a mensagem que os contos de fadas transmitem à criança de forma múltipla: que uma luta contra dificuldades graves na vida é inevitável, é parte intrínseca da existência humana –mas que se a pessoa não se intimida mas se defronta de modo firme com opressões inesperadas e muitas vezes injustas, ela dominará todos os obstáculos e, ao fim, emergirá vitoriosa. As crianças necessitam de uma imagem simbólica para saber quem é o bem ou o mal na história, nisto os contos de fadas contribui bastante.

ContosDe Fadas

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Para a criança e para o adolescente, os contos de fadas exprimem verdades sobre a humanidade e sobre a própria pessoa, pois até mesmo dentro do homem mais sábio existe uma criança. Não fossem assim tão verdadeiros ao simbolizar o caminho do desenvolvimento pessoal, apresentando as situações críticas de escolhas que cada indivíduo enfrenta, não despertariam nem sequer o interesse das crianças que encontram neles, além de diversão, um aprendizado apropriado a sua segurança.

Dentro dos mais Sábios Existe uma Criança!

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“ERA UMA VEZ uma criança que adorava ouvir histórias... ela nada mais esperava que viver cada momento, mas a cada passo dado neste seu mundo de sonhos e fantasias, pouco a pouco, sem o perceber, ia encontrando um sentido para a vida...”(Paulo Urban, Revista Planeta, junho/2001)

Contos de Fadas

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• A psicanálise foi criada para capacitar o homem a aceitar a natureza problemática da vida sem ser derrotado por ela, ou levado ao escapismo. As figuras nos contos de fadas não são ambivalentes – não são boas e más ao mesmo tempo, como são na realidade.

• O conto de fada não poderia ter seu impacto psicológico sobre a criança se não fosse primeiro e antes de tudo uma obra de arte.

• Os contos de fada mostram os conflitos de cada ser humano, a maneira de sobrepujá-los e como recuperar a harmonia existencial. Numa terapia, a psicanálise utiliza-se da luta entre o bem e o mal presentes nestes contos para uma análise mais decisiva da personalidade, permitindo, assim, que se trabalhe com sentimentos inconscientes capazes de revelar a verdadeira personalidade.

Conto de Fadas comoArte!

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A Fantasia

Existente em todo conto de fada, a fantasia, justamente pelo inverossímil que apresenta, provoca uma reviravolta no mundo psíquico do homem que, ao ser estimulado, empenha-se na tentativa de compreendê-la. Senão, como explicar na história da Chapeuzinho Vermelho, o fato de a Vovó permanecer viva na barriga do lobo até ser salva pelo Lenhador, ou que João encontre no céu o castelo do Gigante após ter subido num pé de feijão ou, ainda, que a Bela Adormecida durma enfeitiçada um sono de cem anos?

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Da mesma forma que as obras de arte possuem aspectos que estão além do alcance do raciocínio, uma vez que provocam emoções capazes de comover os que se colocam diante delas, o conto de fada também é por ele mesmo sua melhor explicação. De acordo com Urban (2001, p. 16): “O significado desses contos está guardado na totalidade de seu conjunto, perpassado pelos fios invisíveis de sua trama narrativa”. Na presença de tais mistérios, muitas são as formas de interpretá-los e todas são válidas, uma vez que adicionam lucidez à sua compreensão.

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Entretanto, os contos de fada enfatizam para as crianças que se elas tiverem bons pensamentos ou desejos positivos elas terão ótimas recompensas. O fracasso e as desilusões nos contos de fada não direcionam a criança a ter desejos de vingança, ao contrário, mesmo tendo todos os motivos para desejar coisas ruins para àqueles que a fazem mal, ela somente deve desejar o bem, como mostra os exemplos de Cinderela, que ao invés de castigar as irmãs pelas maldades que lhe fizeram deseja que elas compareçam ao seu baile ou, até mesmo, a Branca de Neve que apesar de tudo não guardou raiva nem mágoa contra a Rainha Malvada.

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CONCLUSÃO

O lidar com a fantasia nos contos de fada é um recurso fundamental no processo do desenvolvimento humano. Por meio dos contos de fada adentra-se magicamente à penumbra misteriosa do inconsciente, condição básica para se conhecer o significado profundo da vida, resgatando e ensinando as forças de superação do ser humano.“Esta é exatamente a mensagem que os contos de fada transmitem à criança de forma múltipla: que uma luta contra dificuldades graves na vida é inevitável [...] mas se a pessoa não se intimida, mas se defronta de modo firme com as opressões inesperadas e muitas vezes injustas, ela dominará todos os obstáculos e, ao fim, emergirá vitoriosa.” (Bruno Bettelheim, 1980, p. 14)

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Finalmente, constata-se que o discurso inconsciente nos contos de fada permite que a força criadora, a sabedoria profunda e o conteúdo arquétipo existentes neles, ajudando as crianças e os adolescentes a encontrarem o caminho para a realização de seus poderes criativos latentes e que nunca percam a esperança. Sendo assim, os contos de fada afirmam à criança e ao adolescente que eles, às vezes, podem vencer o gigante. Conforme Bettelheim (1980, p.36) afirma: “Estas são as poderosas esperanças que nos tornam homens.”“E quanto àquela criança que adorava ouvir histórias? O mais importante que resta disso tudo é que nunca esqueçamos a lição... crianças, jovens ou adultos, no mundo das fadas todos seguimos encantados e ... FELIZES PARA SEMPRE!” (Paulo Urban, 1989)

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Referências:

Psicanálise na Literatura

GIGGLIO, Zula Garcia. Contos Maravilhosos: Expressão do Desenvolvimento Humano. Campinas: NEP/UNICAMP, 1991.

URBAN, Paulo. Revista Planeta. Nº 345/junho,2001.

BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise nos Contos de Fadas. Trad. Arlene Caetano. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.