Protocolo 01
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PROTOCOLO Nº 1
CULTURA DE CÉLULAS E TECIDOS
CURSO: Biologia Marinha e Biotecnologia ANO: 3º
PROTOCOLO Clonagem in vitro de couve-flor
ANO LECTIVO: 2007/2008 SEMESTRE: 6º
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1. Introdução
A micropropagação de plantas consiste na regeneração de plantas completas a partir
de pequenos fragmentos de tecido (conhecidos como “explantes”) colocados em meios
nutritivos esterilizados. Os explantes utilizados podem ter origens muito variadas, permitindo
distinguir-se vários tipos dentre os quais se destacam os meristemas apicais. As plantas
produzidas a partir de meristemas apicais são réplicas idênticas (clones) da planta mãe com a
particularidade de serem geneticamente estáveis.
A couve-flor é uma planta pertencente à espécie Brassica oleraceae ou seja a mesma
família que as couves. É uma planta anual, que se reproduz por semente e que é muito
utilizada a nível de ensino de técnicas de cultura in vitro devido à sua disponibilidade, robustez
e rápido crescimento. Após 10 dias em cultura já se pode observar crescimento e as
“plantinhas” ficam completas e prontas a ser transplantadas em cerca de 12 semanas. Estas
técnicas são utilizadas comercialmente na produção de clones de couve-flor destinados a
produção de sementes.
A formulação dos meios de cultura in vitro varia com a espécie de planta que se está a
tentar crescer. Usualmente estes meios contêm:
� Todos os minerais e vitaminas necessários ao crescimento e diferenciação;
� Fontes de carbono ou energia pois muitas vezes a fotossíntese encontra-se
reduzida;
� Reguladores do crescimento que permitem a divisão e diferenciação das células;
� Agar para solidificar o meio.
Neste caso vamos utilizar o meio de Murashige e Skoog (1962) suplementado com
vitaminas, sacarose e kinetina e solidificado com agar.
Protocolo Nº 01 – Clonagem in vitro de couve-flor
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2. Protocolo Experimental
2.1. Objectivos
Clonagem de couve-flor utilizando técnicas de cultura in vitro em condições assépticas
utilizando meios de cultura com reguladores do crescimento.
2.2. Material e Reagentes Necessários:
Para cada um dos grupos de trabalho:
Couve-flor (parte branca) fresca
Placas de Petri limpas, pinças e bisturis
100 ml de uma solução a 20% de lixívia com detergente (Domestos por exemplo)
300 ml de água destilada esterilizada
4 copos de vidro esterilizados e tapados com folha de alumínio
Copo com 100 ml de etanol
Frascos de cultura com meio de crescimento MS contendo kinetina
Placas de Petri em vidro esterilizadas
Algodão e etanol para desinfecção da câmara de fluxo laminar
Material não fornecido:
Bata, luvas, marcadores de acetato
2.3. Procedimento:
1. Ligar a luz UV da câmara de fluxo laminar durante 15 minutos.
2. Lavar a couve-flor (parte branca) em água corrente.
3. Utilizando uma placa de Petri como suporte e um bisturi, cortar um fragmento de
couve-flor do tamanho aproximado de uma cereja.
4. Dividir o fragmento em 3 pedaços de tamanho mais ou menos idêntico.
5. Colocar os fragmentos (explantes) no copo com a solução de lixívia e detergente
durante 10 minutos. Este procedimento esteriliza a superfície dos tecidos. A partir deste
Protocolo Nº 01 – Clonagem in vitro de couve-flor
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ponto é fundamental trabalhar em condições de esterilidade de modo a evitar
contaminações, ou seja todos os procedimentos serão realizados na câmara de fluxo
laminar.
6. Desligar a luz UV da câmara de fluxo laminar e desinfectar toda a superfície com
etanol a 70%. Desembrulhar a pinça e bisturi esterilizados e colocá-los no copo com
álcool.
7. Lavar os explants através da passagem sucessiva por 3 vezes em água destilada e
esterilizada. Isto tem como objectivo remover a lixívia e detergente utilizados na
desinfecção, se a lixívia não for devidamente removida os explants não crescerão.
Utilizar sempre pinças esterilizadas (mergulhar em álcool, passar à chama, deixar
arrefecer) entre cada mudança de copo.
8. O explant pode ser deixado no último copo com água destilada e esterilizada, desde
que tapado com folha de alumínio esterilizada ou com a tampa de uma placa de Petri
esterilizada.
9. Utilizando como suporte uma placa de Petri, e pinças e bisturis esterilizados, cortar
os tecidos superficiais (cerca de 1mm de espessura) pois provavelmente estarão
danificados.
10. Abrir um dos boiões com meio de cultura e colocar os 3 fragmentos de explant
preparados anteriormente no agar em posições equidistantes.
11. Colocar os frascos em câmara de crescimento com iluminação apropriada.
12. Aproximadamente 10 dias depois observar os frascos: o crescimento já deve ser
visível assim como as possíveis contaminações. Se não ocorrer nenhum crescimento
possivelmente a lixívia não foi devidamente removida da superfície do explante.
13. Observar regularmente as culturas e remover imediatamente quaisquer recipientes
onde ocorram contaminações. Os rebentos estarão formados dentro de 6-8 semanas.
Quando atingirem 1-2 cm podem ser colocados em meio de enraizamento (idêntico ao
utilizado mas sem kinetina). Os rebentos deverão formar raízes em 2-3 semanas, após
o que as plantinhas devem ser lavadas e colocadas em vasos com composto
esterilizado e cobertas com plástico por vários dias para não desidratarem.
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2.5. Meios de Cultura
2.5.1. Meio de crescimento de couve-flor
Formulação para meio M&S (sigma M0404) ………………... 4,4 g
Sacarose…………………………………………………………20 g
Agar ……………………………………………………………...5 g
Solução stock de “kinetin”………………………………..……2,5 ml
Água destilada até 1000 ml
Aquecer até dissolver o agar completamente após o que se pode então dividir o
meio pelos recipientes de cultura.
Autoclavar os recipientes a 121 °C durante 15 minutos.
2.5.2. Solução stock de “kinetin”
Pesar 0,1 g por 100 ml de água destilada. A dissolução em água é auxiliada pela
adição de algumas gotas de uma solução de hidróxido de sódio concentrada. A
solução stock deve ser armazenada a 4ºC.