PROPOSTA DE PROTOCOLO PARA …repositorio.pgsskroton.com.br/bitstream/123456789/1121/1...O idoso...

12
Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, SP - CEP 13278-181 [email protected] [email protected] Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Trabalho realizado com o incentivo e fomento da Anhanguera Educacional Adriana Atanazio Mendes Professor Orientador: Ms. Ronald Nascimento Gonçalves Professora Colaboradora: Esp. Marilda Carvalho Arantes Curso: Enfermagem FAC. ANHANGUERA DE TAUBATÉ PROPOSTA DE PROTOCOLO PARA ORIENTAÇÃO A PREVENÇÃO DA OSTEOPOROSE ANUÁRIO DA PRODUÇÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DISCENTE Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 RESUMO A osteoporose é uma doença crônica multifatorial que afeta os idosos e está relacionada ao envelhecimento, atingindo na maioria das vezes as mulheres, devido às alterações hormonais advindas com a menopausa. A patologia consiste na perda de massa óssea, deixando os ossos frágeis, portanto mais propensos a fraturas. A prevenção ainda é o melhor método para se evitar a doença, e deverá estar presente ao longo da vida com início já na infância, através de orientações de educação em saúde, e estas deverão ser utilizadas permanentemente mediante a: hábitos alimentares, a introdução de cálcio na dieta e esta orientada além da prática regular de exercícios físicos. Com o aumento na expectativa de vida populacional, faz-se necessário a adoção de medidas preventivas buscando a minimização de casos diagnosticados. Mediante tais informações, suscitou o interesse na criação de um protocolo para ser utilizado no Município de Taubaté, buscando medidas profiláticas e de orientações no combate à osteoporose, buscando desta maneira a qualidade de vida, na idade adulta e na velhice. Palavras-Chave: osteoporose; prevenção; educação; enfermagem. ANUIC_n15_miolo.pdf 47 13/04/2011 09:14:49

Transcript of PROPOSTA DE PROTOCOLO PARA …repositorio.pgsskroton.com.br/bitstream/123456789/1121/1...O idoso...

Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, SP - CEP 13278-181 [email protected] [email protected] Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE

Trabalho realizado com o incentivo e fomento da Anhanguera Educacional

Adriana Atanazio Mendes

Professor Orientador: Ms. Ronald Nascimento Gonçalves

Professora Colaboradora: Esp. Marilda Carvalho Arantes

Curso: Enfermagem

FAC. ANHANGUERA DE TAUBATÉ

PROPOSTA DE PROTOCOLO PARA ORIENTAÇÃO A PREVENÇÃO DA OSTEOPOROSE

ANUÁRIO DA PRODUÇÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DISCENTE

Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009

RESUMO

A osteoporose é uma doença crônica multifatorial que afeta os idosos e está relacionada ao envelhecimento, atingindo na maioria das vezes as mulheres, devido às alterações hormonais advindas com a menopausa. A patologia consiste na perda de massa óssea, deixando os ossos frágeis, portanto mais propensos a fraturas. A prevenção ainda é o melhor método para se evitar a doença, e deverá estar presente ao longo da vida com início já na infância, através de orientações de educação em saúde, e estas deverão ser utilizadas permanentemente mediante a: hábitos alimentares, a introdução de cálcio na dieta e esta orientada além da prática regular de exercícios físicos. Com o aumento na expectativa de vida populacional, faz-se necessário a adoção de medidas preventivas buscando a minimização de casos diagnosticados. Mediante tais informações, suscitou o interesse na criação de um protocolo para ser utilizado no Município de Taubaté, buscando medidas profiláticas e de orientações no combate à osteoporose, buscando desta maneira a qualidade de vida, na idade adulta e na velhice.

Palavras-Chave: osteoporose; prevenção; educação; enfermagem.

47 Publicação: 3 de fevereiro de 2011

ANUIC_n15_miolo.pdf 47 13/04/2011 09:14:49

48 Proposta de protocolo para orientação a prevenção da osteoporose

1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento da população e o aumento na expectativa de vida vem crescendo ao

longo dos anos, é um fenômeno do processo da vida, ele é marcado por alterações

biopsicossociais específicas, associadas à passagem do tempo (DELIBERATO, 2002).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2002), a população idosa

no Brasil poderá ultrapassar os trinta milhões de pessoas nos próximos vinte anos. Para

Fox (2007), uma importante alteração, relacionada ao envelhecimento do sistema

esquelético é a perda da densidade mineral óssea (DMO) que ocasiona a osteoporose. O

mais temido evento: é a fratura óssea pós-queda, contribuindo para a incapacidade

funcional ou desabilidade, conceituada pela dificuldade ou dependência do idoso em

realizar as atividades da vida diária (AVD’s) (BONARDI; SOUZA; MORAES, 2007). A

desabilidade é de grande impacto sócio-econômico já que traz prejuízos, não apenas pela

incapacitação dos pacientes, mas também pelo tratamento prolongado das fraturas

decorrentes dela (LERNER et al., 2000). Durante os anos 2005 e 2008, houve um

crescimento de oito por cento no número de internações hospitalares na rede do Sistema

Único de Saúde (SUS) em decorrência de fratura de fêmur em idosos por osteoporose

(BRASIL, 2009). A osteoporose é reconhecida como importante questão em saúde pública

mundial. Afeta o indivíduo idoso, considerada a população de maior risco, para

desenvolver a doença (RUSSO, 2001). É mais freqüente nas mulheres, e atualmente vem

crescendo cada vez mais nos homens (RIBEIRO et al., 2003).

Os pacientes identificados precocemente, com risco de desenvolver a

osteoporose, são de grande importância clínica. Diversos fatores de risco foram

identificados nos últimos anos (PAIVA et al., 2003), em particular a falta de cálcio, da

redução do estrógeno na menopausa, da inatividade física, bem como o consumo

excessivo de cafeína, bebida alcoólica e o tabagismo (CARVALHO; FONSECA;

PEDROSA, 2004).

Conforme o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO 2009),

educar a população, para o conhecimento dos fatores de risco, mediante campanhas de

esclarecimento sobre a osteoporose e incentivar a adoção de um estilo de vida saudável

interferindo nos fatores extrínsecos é uma contribuição na prevenção da osteoporose. A

reversão da osteoporose já instalada não é possível no momento, mas a intervenção clínica

precoce poderá prevenir a doença na maioria dos indivíduos, e a intervenção tardia

poderá minimizar a progressão do quadro osteoporótico já existente (GUARNIERO;

OLIVEIRA, 2004).

Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 47-48

ANUIC_n15_miolo.pdf 48 13/04/2011 09:14:49

Adriana Atanazio Mendes 49

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Tecido ósseo

O esqueleto adulto é formado por dois tipos de osso: o cortical (compacto) e o trabecular

(esponjoso). O osso cortical é denso, representando oitenta por cento do tecido ósseo total,

constitui as corticais dos ossos longos também encontrados na camada externa de todos os

ossos. Predomina no esqueleto apendicular (periférico), e a sua função primária é a

sustentação e a proteção do esqueleto. O osso trabecular ocupa vinte por cento do tecido

ósseo total, preenchendo uma superfície maior, está presente nos ossos do esqueleto axial

e nas epífises dos ossos longos, ocupando o espaço interno entre as corticais dos ossos. É

constituído por uma rede de barras ósseas horizontais e verticais chamada de trabéculas e

que estão dispostas como uma colméia (SZEJNFELD, 2000).

O osso é um tecido ativo onde ocorre um processo contínuo de formação e

remodelagem (BEDANI; ROSI, 2005). Esse processo se dá por células de diferentes

origens, que se organizam elaborando a substituição do osso antigo por um recém

formado. Os osteoclastos, que absorvem o osso antigo e os osteoblastos, que preenchem a

lacuna escavada com uma matriz protéica e após esse processo ocorre a mineração

(RANZ, 2008). A absorção e formação óssea estão em permanente equilíbrio garantindo

uma remodelagem óssea adequada (OLIVEIRA; JEOVANIO, 2008). Quando ocorre o

desequilíbrio da remodelagem óssea, a matriz e os minerais ósseos são perdidos devido

ao excesso da reabsorção óssea em relação à formação e a junção de multifatores, gera

como resultado a diminuição da DMO predispondo o indivíduo à osteoporose (RANZ et

al., 2008; CADORE; BRETANO; KRUEL, 2005).

A calcitonina, hormônio sintetizado pela glândula tireóide atua para impedir a

reabsorção óssea. A produção desse hormônio diminui, com o envelhecimento,

colaborando para o problema de reabsorção óssea. O hormônio paratireóideo, sintetizado

pelas glândulas paratireóides, atua elevando a reabsorção óssea. Com o envelhecimento

ocorre um aumento na produção desse hormônio (ROACH, 2009).

Nas mulheres, o estrogênio inibe a reabsorção óssea e ajuda o corpo a absorver o

cálcio um mineral essencial, para o fortalecimento ósseo. O idoso absorve o cálcio com

menos eficiência que adulto jovem. A perda óssea aumenta nos primeiros anos pós-

menopausa quando a diminuição de estrogênio tem maior impacto, resultando na

reabsorção óssea (ROACH, 2009).

Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 47-49

ANUIC_n15_miolo.pdf 49 13/04/2011 09:14:49

50 Proposta de protocolo para orientação a prevenção da osteoporose

O tabagismo influencia no aumento da atividade osteoclástica produzida pelo

cigarro, enquanto a cafeína interfere na absorção intestinal do cálcio e na sua excreção

urinária (FRAZÃO; NAVEIRA, 2007).

As alterações do esqueleto humano e a sua relação com a perda exagerada de sua

massa óssea são conhecidas desde a época hipocrática da medicina conduzindo aos

encurvamentos e fraturas do esqueleto axial e apendicular. O grande impulso científico no

estudo da perda da massa óssea aconteceu, quando Fuller Albright, “o pai da

osteoporose”, relacionou a perda da massa óssea com insuficiência ovariana em mulheres

na pós menopausa, caracterizando a osteoporose (osteo = osso, porose = poroso) como osso

emagrecido pela perda de seu conteúdo mineral e protéico (CONSSERMELLI et al., 2002).

2.2. Osteoporose

É a redução da massa óssea com distorções na micro arquitetura óssea causando

fragilidade óssea e aumentando o risco para a ocorrência de fraturas (CAMPOS et al.,

2003).

No século XIX, o termo osteoporose foi utilizado pela primeira vez na França e

na Alemanha para descrever os achados histológicos de um osso de pertencente a um ser

humano idoso, caracterizando sua porosidade (SZEJNFELD, 2000). Em 1994 foi

conceituada como doença pela Organização Mundial de Saúde, pelo fato, de ocasionar

alterações metabólicas afetando os ossos (CUNHA et al., 2007).

É uma doença multifatorial, que apresenta fatores intrínsecos sobre os quais não

podemos intervir e os extrínsecos os quais, podemos fazer intervenções (INTO, 2009). A

perda da DMO aumenta com a idade. A causa dessa diminuição da massa óssea é o

declínio de formação óssea nas células, resultado da deficiência dos osteoblastos. A

mulher é mais suscetível à osteoporose, e perde mais rapidamente a DMO do que o

homem (PAIVA, 2003). A mulher que apresenta menstruação irregular, sem a ocorrência

de gravidez, pode estar desenvolvendo insuficiência ovariana prematura. Esta

insuficiência acontece, quando os ovários deixam de secretar os hormônios, as mulheres

deixam de menstruar e apresentam maior perda óssea ao longo do tempo (INTO, 2009).

Fatores genéticos atuam nas variações da massa óssea dos grupos éticos e raciais. Os

indivíduos de raça branca e asiática possuem maior predisposição para o

desenvolvimento da osteoporose, devido ao menor pico de massa óssea em relação à raça

negra (PAIVA, 2003). Concentrações farmacológicas elevadas de glicocorticóides

conduzem á inibição da formação óssea, com a diferenciação e ativação dos osteoblastos, e

podendo conduzir a estimulação dos osteoclastos (RANZ, 2008).

Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 47-50

ANUIC_n15_miolo.pdf 50 13/04/2011 09:14:49

Adriana Atanazio Mendes 51

Os sintomas da osteoporose podem variar de indivíduo para indivíduo. Quando

os sinais e sintomas aparecem, a doença já está instalada e num grau avançado,

ampliando com isso a possibilidade de fraturas. Os sinais e sintomas da osteoporose são:

dor aguda na região lombar, perda de peso, tolerância diminuída para a execução de

exercício simples, diminuição da altura, dores sem localização definida, tanto nas pernas

quanto nos braços, fraturas do quadril, punho e vértebras e a globosidade da região

cervical torácica (CUNHA et al., 2007). Dentre os sintomas expostos os mais referidos

pelos idosos foram: “dor no corpo, cansaço e fraqueza” (CARVALHO; FONSECA;

PEDROSA, 2004).

A classificação etiológica da osteoporose é: osteoporose primária, sendo o

acometimento do tecido conjuntivo, marcado por ossos frágeis, que fraturam com

facilidade; pós-menopausa, ocasionada pela ausência de estrogênio, hormônio feminino

que auxilia na absorção do cálcio; senil, ocorre devido à deficiência da vitamina D,

afetando os idosos com mais de setenta anos; idiopática, que acomete principalmente o

sexo masculino e se apresenta no início da puberdade. Sua causa é desconhecida, sendo

identificada pela deficiência de cálcio; a osteoporose secundária, desenvolvida por

patologias, distúrbios hormonais envolvendo as glândulas tireóide e paratireóide, mas

também pela administração excessiva de drogas (CAMPOS et al., 2003; KISHI; BASTOS,

2007).

A identificação precoce do grupo de risco para osteoporose é de grande

importância clínica (PAIVA et al., 2003). Em razão dos seus efeitos, causarem invalidez

em decorrência das deformidades e incapacidade geradas nos indivíduos afetados e, pelo

tempo investido no tratamento de fraturas, gerando com isso, demandas financeiras

elevadas (CARVALHO; FONSECA; PEDROSA, 2004). Em 2008, o Ministério da saúde

(MS) gastou trinta e nove milhões em medicamentos a para osteoporose (BRASIL, 2009).

Para o diagnóstico da osteoporose estão incluídos: a anamnese, o exame físico e a

medida da DMO por meio de diversos métodos radiológicos e os marcadores bioquímicos

(JUNQUEIRA; FONSECA; ALDRIGHI, 2001).

A densitometria é considerada a técnica mais indicada para a medida da massa

óssea, em função da sua precisão, duração, e segurança. Avaliando a densidade dos ossos

de acordo com o equipamento utilizado (INTO, 2009). Quando o resultado da

densitometria apresenta valores de DMO acima de 2,5 desvios- padrão (T-score) abaixo do

pico de massa óssea e a presença de fratura por fragilidade óssea confirmam a presença

da osteoporose (RUSSO, 2001). O grau de formação e reabsorção óssea pode ser dosado na

urina, no sangue, e também a perda de cálcio pela urina (INTO, 2009).

Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 47-51

ANUIC_n15_miolo.pdf 51 13/04/2011 09:14:49

52 Proposta de protocolo para orientação a prevenção da osteoporose

O tratamento inicial da osteoporose deve ser realizado, por meio da ingestão de

cálcio e vitamina D e da utilização de drogas que estimulem a formação óssea ou

diminuam a reabsorção óssea (CAMPOS et al., 2003). Pesquisas realizadas na França, com

mulheres idosas, e que ingeriam uma dieta rica em cálcio e vitamina D num período de

dezoito meses, comprovaram uma redução de trinta por cento na incidência de fraturas

não vertebrais e, em particular as de colo do fêmur. Numa outra pesquisa mulheres e

homens em idade avançada receberam diferentes aportes de cálcio. O resultado foi um

decréscimo significativo no número de fraturas de colo do fêmur para aquele grupo em

que o fornecimento diário de cálcio foi maior (INTO, 2009).

A osteoporose relacionada ao envelhecimento, apresenta-se intimamente ligada a

expectativa de vida populacional (CAMPOS et al., 2003) tornando assim de grande

importância, a adoção de medidas preventivas já que os tratamentos disponíveis podem

conservar a massa óssea, mas não conseguem restaurar o osso osteoporótico até a

normalidade (HASHIMOTO; NUNES, 2005). Figurando a doença como um problema de

saúde mundial. Estima-se que a partir dos cinqüenta anos, trinta por cento das mulheres e

treze por cento dos homens passam vir a sofrer algum tipo de fratura. Esta incidência irá

quadruplicar nos próximos cinqüenta anos em decorrência do aumento na população de

idosos (CAMPOS et al., 2003).

Um programa de educação em osteoporose, sem dúvida aumenta o nível de

conhecimento, atenção e cuidados com a saúde óssea sendo, portanto um dos meios para

vencer os desafios impostos aos idosos, devido ao processo de envelhecimento,

proporcionando-lhes o aprendizado de novos conhecimentos e oportunidades

(CARVALHO; FONSECA; PEDROSA, 2004).

3. OBJETIVO

Geral: Prevenção da osteoporose mediante educação em saúde.

Específicos: a elaboração de um manual prático para a prevenção e orientação a respeito

da osteoporose, para ser utilizado pela população em geral.

Instituição de um dia no calendário Municipal para combate e prevenção da

osteoporose.

Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 47-52

ANUIC_n15_miolo.pdf 52 13/04/2011 09:14:49

Adriana Atanazio Mendes 53

4. METODOLOGIA

A presente pesquisa, de caráter descritivo e explorativo com uma abordagem qualitativa,

com intervenções de promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos. Sendo de

caráter qualitativo porque aborda assuntos referentes à mudanças de hábitos e de

comportamento, mirando a melhoria na qualidade de vida (CARVALHO; FONSECA;

PEDROSA, 2004) da população com maiores fatores de risco em adquirir a osteoporose.

Sendo intervencionista, devido ao manual conter orientações sobre a alimentação

adequada, a ingesta do cálcio e da vitamina D, recomendações sobre atividade física e a

reposição de estrógeno e de progesterona para mulheres pós-menopausa, para tentar

combater a doença e minimizar os agravos decorrentes da mesma. Sendo de caráter

descritivo por oportunizar o histórico da doença. Enquanto exploratória a pesquisa

fornece conhecimento sobre a evolução da doença, onde o conhecimento científico está

assentado no resultado da pesquisa.

A pesquisa foi realizada a partir de revisão de literatura através de levantamento

de artigos científicos nas bases de dados SciELO; com 17 artigos científicos, jornal online;

com reportagem, dados do IBGE, com 1 dado; INTO, com artigo científico. O

embasamento científico foi mediante livros, com 07 assuntos voltados à pesquisa.

Para a criação do manual, foram obtidas orientações sobre a Sistematização da

Assistência da Enfermagem (SAE), e informações mediante revisão literária, que

contemplam o conceito, as causas, os fatores de risco, a incidência, a prevenção e a adoção

de medidas profiláticas. De posse dos dados obtidos com a revisão literária, em artigos

científicos no período de 2000 a 2009, o manual foi elaborado numa linguagem clara e

objetiva abordando, o que é a doença, conseqüências e maneiras de se prevenir. Ao

termino da elaboração do manual será apresentado, por meio da coordenação de

enfermagem da Faculdade Anhanguera de Taubaté ao Departamento de Saúde do

Município, visando à adoção do mesmo pela rede pública de saúde, além da busca pela

instituição do dia Municipal de Orientação e prevenção da Osteoporose (Anexo I).

A atuação no dia de orientação e prevenção da osteoporose será realizada em

lugares de grande fluxo de pessoas tais como: praças, shopping, núcleos de Programa de

Saúde da Família e nas unidades básicas de saúde do Município. Ainda propomos um

espaço na Semana de Iniciação Científica e nos eventos comunitários promovidos pela

Faculdade Anhanguera de Taubaté, para que ocorra a continuidade do trabalho.

No manual deverão estar contidas orientações básicas sobre a prevenção da

doença, tais como: alimentação, atividade física e acompanhamento médico.

Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 47-53

ANUIC_n15_miolo.pdf 53 13/04/2011 09:14:49

54 Proposta de protocolo para orientação a prevenção da osteoporose

5. DESENVOLVIMENTO

Para a realização desta pesquisa foram utilizou-se os seguintes passos:

• 1° passo: definição do objeto da pesquisa.

• 2° passo: a escolha de um tema que pudesse colaborar para a minimização da incidência da doença nos indivíduos, através de um trabalho de prevenção primária, mediante a orientação e a educação em saúde.

• 3° passo: Coleta de dados para a elaboração do manual, por meio de consulta bibliográfica, revistas, artigos, livros e internet, anexo I.

• 4° passo: desenvolvimento e apresentação do protocolo.

6. RESULTADOS

Após a realização da pesquisa, considera-se um aumento na incidência e prevalência da

osteoporose juntamente com os custos relativos ao tratamento e a hospitalização.

A população idosa é a mais susceptível para adquirir a doença, porém as

mulheres pós-menopausa apresentam alta incidência da patologia, a osteoporose está

relacionada ao crescimento da expectativa de vida.

A identificação precoce dos indivíduos com fatores de risco para desenvolver a

osteoporose, e a promoção de medidas preventivas, contribui para a diminuição da sua

incidência, evitando que, o individuo, apresente alteração na qualidade de vida.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa focou a necessidade da prevenção da patologia em questão buscando

minimizar alguns transtornos no individuo idoso, tendo como objetivo num outro

momento, a sua continuidade buscando desta maneira o desenvolvimento do manual

para orientação, além da instituição do dia municipal de combate e prevenção da

osteoporose.

REFERÊNCIAS

BRASIL, A. População envelhece e aumenta número de internações no sus por fraturas no fêmur. Folha On-line, São Paulo, 4 abr. Disponível em: <http://www.folha.uol.com.br>. Acesso em: 16 abr. 2009.

BEDANI, R.; ROSSI, E.A. O consumo de cálcio e a osteoporose. Semina: Ciências Biologicas e da Saúde, Londrina, n. 1, jan./jun. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 12 set. 2009.

Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 47-54

ANUIC_n15_miolo.pdf 54 13/04/2011 09:14:49

Adriana Atanazio Mendes 55

BORNADI, G.; SOUZA, V.B.A.; MORAES, J.F.D. Incapacidade funcional e idosa: um desafio para os profissionais de saúde. Scientia Medica, Porto Alegre, n. 3, jul./set. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 12 set. 2009.

CADORE, E.L.; BRENTANO, M.A.; KRUEL, L.F.M. Efeitos da atividade física na densidade mineral óssea e na remodelação do tecido ósseo. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói, n.6, nov./dez. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 28 set. 2009.

CAMPOS, L.M.A. et al. Osteoporose na infância e na adolescência. Jornal da Pediatria, Rio de Janeiro, n.6, nov./dez. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 12 set 2008.

CARVALHO, C.M.R.G.; FONSECA, C.C.C.; PEDROSA. J.I.I. Educação para a saúde em osteoporose com idosos de um programa universitário; repercussões. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, n. 3, maio/jun. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 12 set. 2008.

CARNEIRO, R.A. Osteoporose primária. In: COSSERMELLI, W. Terapêutica em reumatologia. São Paulo: Lemos, 2000. cap. 116.

CUNHA, C.E.W. et al. Os exercícios resistidos e a osteoporose em idosos. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, n. 1, jan./fev. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 19 set. 2009.

DELIBERATO, P.C.P. Fisioterapia preventiva: Fundamentos e aplicações. São Paulo: Manole, 2002. 362p.

DOMINGUES, M.R.; ARAÚJO, C.L.P.; GIGANTE, D.P. Conhecimento e percepção sobre exercício físico em uma população adulta urbana do sul do Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, n. 1, jan./fev. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 19 set. 2009.

FRAZÃO, P.; NAVEIRA, M. Fatores relacionados à baixa densidade óssea em mulheres brancas. Revista de Saúde Pública, Rio de Janeiro, n. 05, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 19 set. 2009.

FOX, S.I. Fisiologia humana. 7.ed. São Paulo: Manole, 2007. 726p.

GARNIERO, R.; OLIVEIRA, L.G. Osteoporose: atualização no diagnóstico e princípios básicos para o tratamento. Revista Brasileira de Ortopedia, São Paulo, n. 9, set. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 19 set. 2009.

HASHIMOTO, L.A.; NUNES, E.F.P. A. Osteoporose nas unidades básicas de saúde: Conhecimento e práticas preventivas na visão das coordenadoras no município de Cianorte. Paraná. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, n. 1. dez. 2005. Disponível em: < http://www.scielo.br>. Acesso em: 2 maio 2008.

IBGE. Contagem da população. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2009.

INTO. Osteoporose. Disponível em: <http://www.into.saude.gov.br>. Acesso em: 19 fev. 2009.

JUNQUEIRA, P.A.; FONSECA, A.M.; ALDRIGHI, J.M. Espessamento do endométrio no climatério: como investigar. Revista da Associação Médica Brasileira, Rio de Janeiro, n. 01., maio 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 2 maio 2009.

KISHI, L.M.; BASTOS, M.F. Prevalência de osteoporose e osteopenia em pacientes atendidos em um serviço de densitrometria óssea no município de Guarulhos. ConScientiae Saúde, São Paulo, n. 2, jun. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 23 maio 2009.

LERNER, B.R. et al. O cálcio consumido por adolescente de escolas públicas de Osasco, São Paulo. Revista de Nutrição, Campinas, n. 01, jan/apr. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 22 maio 2009.

OLIVEIRA, S.A.C.; JEOVANIO, A.L. O papel do enfermeiro na orientação preventiva da osteoporose em mulheres na pós – menopausa. Augustus, Rio de Janeiro, n.25, ago. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 22 maio 2009.

Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 47-55

ANUIC_n15_miolo.pdf 55 13/04/2011 09:14:49

56 Proposta de protocolo para orientação a prevenção da osteoporose

PAIVA, L.C. et al. Osteoporose em mulheres na pós-menopausa e associação com fatores clínicos e reprodutivos. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, n.7, ago. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 2 maio 2008.

RANZ, H.P. et al. Farmacologia. 6.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 829 p.

REBELATO, J.R.; MORELLI, J.G.S. Fisioterapia geriátrica: a prática da assistência ao idoso. 2.ed. São Paulo: Manole, 2007. 455p.

ROCH, S.O. Enfermagem na saúde do idoso. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 349 p.

RIBEIRO, A.F.C. et al. A osteoporose e os distúrbios endócrinos da glândula tireóide e das gônadas. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia e Metabólica, São Paulo, n. 3, jun. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 18 jun. 2009.

RUSSO, L.A. Osteoporose Pós – Menopausa: opções terapêuticas. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia e Metabólica, São Paulo, n.4, ago. 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 3 maio 2009.

SZEJNFELD, V.L. Osteoporose: diagnóstico e tratamento em reumatologia. São Paulo: Savier, 2000. 1287 p.

Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 47-56

ANUIC_n15_miolo.pdf 56 13/04/2011 09:14:49

Adriana Atanazio Mendes 57

ANEXO I

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

O MANUAL

Data do atendimento ___/___/___

I - Identificação

Nome__________________________________________________________

Data de nascimento ___/___/___ Idade ______ Cor da pele ____________

Escolaridade_____________________ Estado civil______________________

Profissão________________________ Ocupação atual___________________

Naturalidade______________________ Religião________________________

Cidade___________________________ Bairro_________________________

Telefone______________________ E-mail_____________________________

II - Antecedentes Pessoais

Tabagista? ( ) sim ( ) não. Etilista? ( ) sim ( ) não.

Pratica exercício físico? ( ) sim ( ) não

Qual?________________________FREQUÊNCIA_______________________

Sua menstruação é regular? ( ) sim ( ) não. Menopausa? ( ) sim ( ) não

Quanto tempo? ____________________________________

Alteração hormonal? ( ) sim ( ) não

Faz uso de hormônio? ( ) sim ( ) não. Qual?__________________________

Há quanto tempo_________________________________________________

Faz uso de corticóide? ( ) sim ( ) não. Qual?__________________________

Há quanto tempo? ________________________________________________

Faz uso de medicamento? ( ) sim ( ) não. Qual?_______________________

Há quanto tempo? ________________________________________________

Você sabe o que é osteoporose? ( ) sim ( ) não.

Você sabe quais os fatores de riscos? ( ) sim ( ) não.

Você faz alguma medida para prevenção da osteoporose? ( ) sim ( ) não.

Quais?__________________________________________________________

Você já teve fratura? ( ) sim ( ) não. Qual?___________________________

III - Nutricionais

Peso há um ano ___________ Peso no momento__________

Altura ____________IMC _____________

Diagnóstico nutricional: Desnutrida ( ). Eutrófica ( ). Obesa ( )

Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 47-57

ANUIC_n15_miolo.pdf 57 13/04/2011 09:14:49

58 Proposta de protocolo para orientação a prevenção da osteoporose

Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 15, Ano 2009 • p. 47-58

Número de refeições / dia ( ) 3 vezes ( ) 4 a 5 vezes ( ) acima de 5 vezes

Quais os alimentos que você come normalmente nas suas refeições e quais quantidades? ___________________________________________________

Você tem alguma alergia alimentar? ( ) sim ( ) não.

Qual alimento?___________________________________________________

Consome leite? ( ) sim ( ) não Quantas vezes ao dia?__________________

Consome derivados do leite? ( ) sim ( ) não. Quantas vezes ao dia?_______

Consome café? ( ) sim ( ) não. Quantas vezes ao dia?________________

IV - Antecedente Familiares

Osteoporose? ( ) sim ( ) não. Parentesco____________________________

Osteopienia? ( ) sim ( ) não. Parentesco_____________________________

Hipertireoidismo? ( ) sim ( ) não. Parentesco_________________________

Fraturas? ( ) sim ( ) não. Parentesco________________________________

V – Sobre a osteoporose

Você sabe o que é osteoporose? ( ) sim ( ) não.

Você sabe o que causa a osteoporose? ( ) sim ( ) não.

Você sabe como prevenir a osteoporose? ( ) sim ( ) não.

Quem orientou você? médico ( ) enfermeiro( ) fisioterapeuta ( ) outros ( ).

Recomendações

Uma dieta contendo quantidades suficientes de cálcio é necessária para o tratamento e a prevenção da osteoporose. O organismo absorve trinta por cento do cálcio ingerido, portanto sua ingestão tem que ser calculada.

Alimentos ricos em cálcio: leite e seus derivados; vegetais como, brócolis, couve e outras folhas verdes; salmão, sardinha enlatada (com espinha); tofu.

Quando a dieta não suprir as necessidades diárias de cálcio, uma suplementação deve ser discutida com o médico. Para a absorção adequada do cálcio é necessária uma quantidade suficiente de vitamina D, alimentos que fornecem esta vitamina: leite e produtos lácteos enriquecidos com vitamina D; óleo de fígado de peixe diverso, sardinha, atum e salmão (REBELATO; MORELLI, 2007).

A exposição aos raios solares ultravioleta é necessária para a síntese da vitamina D a partir do seu precursor 17-deidrocolesterol, presente na gordura e na pele. A exposição solar deve ser diretamente na pele para garantir a sua eficácia (CAMPOIS et al., 2003). O tempo suficiente para a exposição solar é de vinte a trinta por dia, entre 6h e 11h. Apenas vinte cinco por cento do corpo precisa estar exposto à ação dos raios solares (INTO, 2009).

Exercício físico

É qualquer atividade planejada, estruturada e repetitiva com a finalidade da manutenção e da melhoria da aptidão física (DOMINGUES; ARAÚJO; GIGANTE, 2004). Exercício que suporta peso (mesmo o peso corporal) tais como caminhada e exercício aeróbico, são essenciais para a pessoa com osteoporose. Mulheres pós-menopausa podem tomar estrógeno e progesterona para reduzir a perda acelerada de massa óssea, seguindo sempre uma orientação médica. (REBELATO; MORELLI, 2007).

Evitar o excesso de tabaco e álcool também é recomendado (INTO, 2009).

ANUIC_n15_miolo.pdf 58 13/04/2011 09:14:49