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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DCIE NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD PROPOSTA DE ENSINO DE GEOGRAFIA MEDIADA PELAS TICs: USO DE IMAGEM NO G+ Gustavo de França Borges Discente do Curso de Geografia/UESC, [email protected] Larissa Guimarães Santos Discente do Curso de Geografia/UESC, [email protected] Leila dos Anjos Santos Discente do Curso de Geografia/UESC, [email protected] RESUMO Este artigo apresenta uma proposta de ensino mediada pelas tecnologias educacionais para ser utilizada com os alunos do ensino de geografia no 6º ano, do Ensino Fundamental II. Considerando que os jovens se conectam nas redes sociais cada vez mais cedo e com frequência, cabe inserir metodologias criativas, baseada nos conteúdos curriculares, de forma significativa e contextualizada. O objetivo desta pesquisa é apresentar a possibilidade de elaborar planos de aulas utilizando a rede social Google+, a fim de potencializar ações pedagógicas, bem como facilitar o processo de ensino-aprendizagem. Baseia-se em pesquisa bibliográfica e experiências escolares, a partir de livros didáticos, observando como elaborar uma proposta sobre análise da paisagem no G+. Evidencia-se que o desenvolvimento da proposta esquematizado por etapas e bem fundamentados pode se tornar uma estratégia quando é conciliada aprendizagem ao prazer e satisfação do aluno ao utilizar as redes sociais, assim sendo o uso de imagem no G+ é apenas um dos caminhos eficazes para utilizar as redes sociais a favor da educação. Palavras-chave: Ensino de Geografia; Google+; Rede Social. 1. INTRODUÇÃO A utilização de redes sociais por jovens pode ser considerada um vício ou um meio de visibilidade. Um vício porque o fácil acesso a internet pelos celulares, computadores, tabletes e smartphones deixam os jovens conectados

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PROPOSTA DE ENSINO DE GEOGRAFIA MEDIADA PELAS TICs: USO DE IMAGEM NO G+

Gustavo de França Borges

Discente do Curso de Geografia/UESC, [email protected]

Larissa Guimarães Santos Discente do Curso de Geografia/UESC,

[email protected]

Leila dos Anjos Santos Discente do Curso de Geografia/UESC,

[email protected]

RESUMO

Este artigo apresenta uma proposta de ensino mediada pelas tecnologias

educacionais para ser utilizada com os alunos do ensino de geografia no 6º ano, do

Ensino Fundamental II. Considerando que os jovens se conectam nas redes sociais

cada vez mais cedo e com frequência, cabe inserir metodologias criativas, baseada

nos conteúdos curriculares, de forma significativa e contextualizada. O objetivo desta

pesquisa é apresentar a possibilidade de elaborar planos de aulas utilizando a rede

social Google+, a fim de potencializar ações pedagógicas, bem como facilitar o

processo de ensino-aprendizagem. Baseia-se em pesquisa bibliográfica e experiências

escolares, a partir de livros didáticos, observando como elaborar uma proposta sobre

análise da paisagem no G+. Evidencia-se que o desenvolvimento da proposta

esquematizado por etapas e bem fundamentados pode se tornar uma estratégia

quando é conciliada aprendizagem ao prazer e satisfação do aluno ao utilizar as redes

sociais, assim sendo o uso de imagem no G+ é apenas um dos caminhos eficazes

para utilizar as redes sociais a favor da educação.

Palavras-chave: Ensino de Geografia; Google+; Rede Social.

1. INTRODUÇÃO

A utilização de redes sociais por jovens pode ser considerada um vício

ou um meio de visibilidade. Um vício porque o fácil acesso a internet pelos

celulares, computadores, tabletes e smartphones deixam os jovens conectados

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por mais tempo, o que pode os afastar do convívio social com a família e os

amigos, deixando muitas vezes os estudos de lado. Por outro lado, essas redes

podem, de acordo com Genciaukas (2013), confirmar e expandir horizontes a

partir do momento que os sites permitem começar relacionamentos, reativar

antigas amizades, expor opiniões e compartilhar informações de interesse

geral.

Sem dúvidas, o ciberespaço encanta todos os internautas e os permite

ser o que realmente são ou o que o gostariam de ser. E por conta deste

encantamento, o tempo que o individuo passa no mundo virtual não é o mesmo

do tempo real. Essa informação é extremamente relevante quando se pensa no

âmbito educacional, uma vez que mesmo presentes nas salas de aula, os

alunos estão conectados no mundo virtual, que para eles é o real. Por conta

disso, as metodologias tradicionais ou pouco recicladas não prendem a

atenção destes alunos que apresentam um comportamento interativo e

instantâneo.

Quando se trata do ensino da geografia a situação não é diferente,

mesmo utilizando temas que estão relacionados ao cotidiano do aluno é

necessário utilizar metodologias inovadoras, senão as problemáticas irão

permanecer. Leitura dinâmica, fichamentos, estudo dirigido, atividades práticas

no final da unidade, entre outros não são suficientes para envolver os alunos

que são cidadãos do mundo virtual.

Nesse sentido, o presente artigo apresenta uma proposta de ensino de

geografia mediada pelo uso das tecnologias de informação e comunicação

através do uso da imagem no Google+, para alunos do 6º ano, visando

explorar os recursos das redes sociais e realizar um trabalho integrado de

aprendizagem a partir da realidade dos alunos.

Cabe ressaltar que o Google+ é uma rede social lançada em 2011 para

integrar os serviços sociais do Google. Essa rede inclui grupos de amigos

(círculos), sugestões de conteúdos (sparks), chat por vídeo (hangouts), chat

em grupo (huddles), jogos, criação de eventos e comunidades que são ótimos

instrumentos para serem utilizados nas aulas.

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Diante disso, tendo em vista que os jovens se conectam nas redes

sociais cada vez mais cedo e com frequência, cabe inserir metodologias

criativas, baseada nos conteúdos curriculares, de forma significativa e

contextualizada. Em suma, este artigo serve para impulsionar a elaboração de

planos de aulas utilizando a rede social Google+, a fim de potencializar ações

pedagógicas, bem como facilitar o processo de ensino-aprendizagem.

2. REVISÃO DE LITERATURA

A história da escrita revela que a mídia impressa surgiu no século XV, e

a evolução das mídias perpassou pela televisão e o vídeo, pela

videoconferência, chegando na internet/web onde todos esses meios de

comunicação, direta ou indiretamente, podem ser explorados. Nesse contexto,

surgiram as tecnologias intelectuais, as quais favoreceram novas formas de

acesso à informação, como: navegação hipertextual, caça de informações por

meio de motores de procura, agentes de software, exploração contextual por

mapas dinâmicos de dados, novos estilos de raciocínio e conhecimento, etc.

Esse avanço trouxe grandes contribuições para a sociedade do

conhecimento, a qual busca valorizar o capital intelectual priorizando as

potencialidades que o homem conseguiu adquirir por intermédio da educação.

A era pós-industrial ficou conhecida como a sociedade do conhecimento e a

educação para o pessoal, uma vez que o momento histórico impulsionou o

aumento da comunicação entre os povos através da difusão de novas

tecnologias, intervindo na facilitação do acesso a informação.

Tecnicamente, as tecnologias intelectuais, principalmente as memórias

dinâmicas, são objetivadas em documentos numéricos (digitais) ou em

softwares disponíveis em rede (ou de fácil reprodução e transferência), onde

podem ser partilhadas entre um grande número de indivíduos, incrementando,

assim, o potencial de inteligência coletiva dos grupos humanos (LEVY, 1999).

Essa inovação redimensionou as formas de comunicação a um ambiente

chamado de ciberespaço, lugar este onde o saber não pode mais ser

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concebido como algo abstrato ou transcendente, uma vez que está se tornando

cada vez mais evidente uma comunicação direta, interativa, via correio digital,

fórum eletrônico, redes sociais, ou outras formas de comunicação por mundos

virtuais (KLEIS, 2001).

Esse processo é facilitado pelo conhecido World Wide Web, o qual se

propagou entre os usuários da Internet para e tornou-se, em poucos anos, um

dos principais eixos de desenvolvimento do ciberespaço. Pelos links que ela

lança para o resto da rede, pelos cruzamentos ou as bifurcações que propõe,

constitui-se também numa seleção organizadora, um agente estruturante, uma

filtragem desse ambiente. Na web, tudo está no mesmo plano e tudo está

diferenciado. Suas páginas expressam as ideias, os desejos, os saberes, as

ofertas de transação de pessoas e grupos.

Diante desta riqueza de símbolos, ícones, novas linguagens, novas

formas de relacionamento, etc., o indivíduo se sente atraído e sua atenção se

volta para fazer parte deste ambiente virtual, assim, o desafio da escola é

transformar essa realidade a favor da educação a partir das informações

fornecidas pelas tecnologias (FERREIRA; AMORIM, 2008). Dessa maneira, a

educação é desafiada com todos esses aparatos tecnológicos, devendo buscar

a melhor maneira de aproveitar esses novos mecanismos para melhorar as

formas de aprendizagens dos alunos, gerando no indivíduo o prazer em estar

aprendendo, já que as TICs fazem parte do dia a dia do homem moderno.

Nessa perspectiva, Masetto (2000, p. 152), entende por tecnologias de

informação e comunicação (TICs):

[...] o uso da informática, do computador, da internet, do CD-ROM,

da hipermídia, da multimídia, de ferramentas para educação a

distância – como chats, grupos ou listas de discussão, correio

eletrônico etc. – e de outros recursos de linguagens digitais de

que atualmente dispomos e que podem colaborar

significativamente para tornar o processo de educação mais eficiente

e mais eficaz.

Conforme o tempo passa, novas tendências surgem no contexto

educacional e por consequência emergem também novas necessidades e

recursos para serem utilizados na educação. Assim, utilizar as novas

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tecnologias de comunicação permite e facilita novas formas de interação entre

pessoas, e aderir essas formas de interação e comunicação em ambientes

virtuais com finalidades educacionais resulta numa nova experiência com o

tempo e com o espaço que precisa ser levada em consideração por uma

pedagogia inovadora. Uma nova temporalidade, multissíncrona, e um novo

espaço, puramente comunicacional, relacional, não-físico, virtual - o chamado

ciberespaço - oferecem potencialidades e limitações que devem ser

compreendidas, analisadas, avaliadas e levadas em conta quando da

formulação de programas e projetos educacionais em rede.

Há vários benefícios para utilizar este ambiente online, como a quebra

de barreira geográfica, estrutura não linear (pelo uso do hipertexto),

disponibilização de materiais didáticos e de multimídia, entre outros, onde nota-

se que o ciberespaço é o ambiente rico de aprendizagem, onde todos os

alunos têm acesso a um computador e informação online. Cada aluno pode

seguir um caminho individual, mais adequado às suas próprias necessidades.

O aprendizado ocorre através de uma interação contínua e dinâmica entre

alunos, educadores, pais e a comunidade em geral.

Neste contexto, o professor deve entender que o ato educativo faz parte

da construção do conhecimento, o qual deve evidenciar a realidade dos alunos

através de trocas de experiências e novas formas de participação. Assim, o

professor deve partir de um modelo de aprendizagem construtivista que vise

facilitar o processo ensino-aprendizagem, e estar atento as mudanças que

ocorrem além dos muros da escola, buscando desfrutar da realidade mais

próxima do aluno e ampliando os conteúdos à medida que a aprendizagem é

efetivada. Para tanto, o aluno e o professor podem ter acesso às mesmas

ferramentas da informação, a diferença está na forma como o aluno explora

essa informação para obter o conhecimento e a maneira com que o professor a

utiliza para ministrar suas aulas.

Sem dúvidas, o aluno precisa interagir com a tecnologia de forma

inteligente, por meio de textos, sons, imagens, animações, vídeos, programas

do computador, desenvolvendo a habilidade de representar ideias com

responsabilidade e respeito à privacidade dos dados e do ambiente de trabalho

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dos colegas. Assim, o professor pode inserir nos planejamentos de aula

estratégias para que os alunos desenvolvam a criatividade, compreendam as

leis de direitos autorais, tenham cuidado com hardware e software e usem

linguagem e conteúdo apropriado na rede e na forma que se comunicam

(MORGAN, 2008). Além disso, é de grande relevância, a construção de

modelos educacionais voltados para capacitar e conduzir o aluno a elaborar a

sua própria forma de conhecimento, a fim de atribuir ao educando o papel de

intervir na informação obtida, transformando-a em conhecimento (FERREIRA;

AMORIM, 2008).

Nessa perspectiva, as tecnologias educacionais surgem como grandes

potencialidades no sentido de minimizar os obstáculos existentes entre os

principais atuantes no processo educativo (aluno e professor), de forma que os

blogs, redes sociais e demais páginas pessoais transformaram-se em criações

estimulantes para as aulas, bem como criativas e relevantes, podendo-se obter

resultados bastante satisfatórios no que se refere a aprendizagem (Bordeaux

et al., 1998; Pugalee e Robinson, 1998).

Sobre as Tecnologias de Informação e Comunicação no ensino de

Geografia Stürmer (2011) afirma que apesar da insuficiência dos recursos

pedagógicos, os quais servem para auxiliar a ministração das aulas pelos

professores, os laboratórios de informática se apresentam como um recurso

favorável ao professor de Geografia, pois o computador é uma alternativa para

tentar fechar a lacuna causada pela insuficiência de recursos didáticos e para

auxiliar na constante renovação que o ensino de Geografia exige do docente,

sempre com a intermediação das novas tecnologias que se apresentam no

espaço geográfico. Nesse sentido, as TICs podem mudar a maneira como o

docente ensina geografia, uma vez que no âmbito escolar se caracterizam por

possuir uma forma bastante ampla de auxiliar no uso didático. Vesentini (1996,

p.3) complementa quando diz que,

o mundo mudou e o ensino da Geografia procura acompanhar essas

mudanças, pois o papel da Geografia no sistema escolar nada mais é

do que explicar o mundo em que vivemos, ajudando o aluno a

compreender a realidade espacial na qual vive e da qual é parte

integrante.

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Dessa forma, utilizar as TICs para ajudar o aluno a compreender sua

realidade é um grande passo para que o mesmo possa entender a totalidade

do espaço geográfico de forma criativa e prazerosa. Assim, segundo Pechi

(2011) nos dias atuais, as redes sociais, representada pelas TICs, estão cada

dia mais passando a fazer parte da vida dos jovens. Dessa maneira, muito

além de diversão e entretenimento, as redes podem se tornar uma poderosa

ferramenta para os docentes realizarem seu trabalho em sala de aula de forma

mais criativa e dinâmica se forem utilizadas de modo correto e coerente com as

necessidades educacionais. Nesse sentido, “fazer mediações de grupos de

estudo, disponibilizar conteúdos extras para os alunos, promover discussões e

compartilhar bons exemplos, elaborar um calendário de eventos, organizar chat

para tirar dúvidas”, são meios inteligentes de fazer o bom uso das redes

sociais.

Por sua vez, o Google+ é uma rede social conectada a internet que pode

ser usada a favor da educação. Considerada um canal de comunicação, o G+

possibilita ao aluno opinar sobre a publicação de determinadas ideias,

compartilhar artigos interessantes com relação ao assunto tratado durante as

aulas, além de contribuir com o professor de forma a conceder uma

comunicação direta com seu aluno. É a rede social integrada a todos os

serviços das buscas, além disso, os serviços que o Google oferece tentam

colocar ordem na web e apresentar vantagens, como a possibilidade de

compartilhar conteúdo com grupo específico de pessoas.

Tendo como público alvo os alunos de geografia do 6º ano, nota-se que

as tecnologias da informação e comunicação, bem como o uso das redes

sociais são indispensáveis para a vida dos alunos, as quais muitas vezes

chegam a atrapalhar o andamento normal das aulas. Diante disso, elaborar

planos de aulas dinâmicos utilizando a rede social Google+ é uma

possibilidade de envolver os alunos a participarem de forma mais efetiva nas

aulas, resultando na potencialização das ações pedagógicas e a facilidade do

processo de ensino-aprendizagem.

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Considerando que os benefícios dessa prática, quebram as barreiras do

espaço físico da sala de aula, onde o aluno não se limita apenas ao tempo de

aula, tendo a comodidade de acesso ao conteúdo de qualquer lugar que tenha

disponibilidade a internet assim, ampliando seu conhecimento uma vez que,

terá a oportunidade de ampliar sua pesquisa abordando temas novos

contribuindo para uma maior aproximação e comunicação entre aluno e

professor.

3. METODOLOGIA

Para atingir os objetivos foi necessário fazer um levantamento de dados

secundários por meio de pesquisas documentais e bibliográficas, no qual

buscou abordar a importância que as tecnologias de informação e

comunicação (TIC’s) agregam na sociedade atual.

Quanto ao conceito geográfico da paisagem apoiou-se na definição de

SANTOS (1997) que considera esta como “suscetível a mudanças irregulares

ao longo do tempo, a paisagem é um conjunto de formas heterogêneas, de

idades diferentes, pedaços de tempos históricos representativos das diversas

maneiras de produzir as coisas, de construir o espaço”.

Foram utilizados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) onde,

citam os objetivos que norteiam os educadores de Geografia, para que sejam

alcançados pelos alunos no ensino fundamental. Entre os quais, se destacam

fazer leituras de imagens, de dados e de documentos de diferentes fontes de

informação, de modo que interprete, analise e relacione informações sobre o

território e os lugares e as diferentes paisagens.

Para auxiliar na criação da proposta de ensino foram utilizadas,

experiências escolares, a partir de livros didáticos do 6º ano, do Ensino

Fundamental II, observando como os conteúdos estão sendo abordados, para

que sejam utilizados de forma mais coerente, possibilitando elaborar uma

proposta sobre análise da paisagem no G+ assim, tornando a aula mais

diversificada e atrativa.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Assuntos utilizados nos livros didáticos de geografia do 6º ano.

O livro didático desempenha um papel importante na prática docente

uma vez que, este se torna, na grande maioria das vezes, o único material

didático que o professor e aluno dispõem para discutir os assuntos científicos

em sala de aula cabendo utiliza-lo de forma criativa independente de sua

eficiência, Lajolo (1996, apud SCHÄFFER, 2003, p.136) nos diz que,

o caso é que não há livro que seja à prova de professor: o pior livro

pode ficar bom na sala de um bom professor e o melhor livro desanda

na sala de um mau professor. Pois o melhor livro repita-se mais uma

vez, é apenas um livro, instrumento auxiliar da aprendizagem.

De acordo com o conteúdo programático do 6° ano, é possível perceber

que os principais eixos temáticos abordados nos livros didáticos são os

seguintes: O espaço geográfico e suas representações; Conhecendo o planeta

terra; Litosfera, atmosfera e hidrosfera; Biosfera e sustentabilidade. Para tanto,

cada editora trabalha com uma linha diferente de abordagem em cada

conteúdo disponível nos livros didáticos. Os livros didáticos analisados foram

os seguintes: Projeto Teláris Geografia: o espaço natural e a ação humana da

editora ática e Geografia: espaço e vivencia da editora saraiva.

O objeto de estudo da Geografia é apresentado aos alunos no 6° ano, o

espaço geográfico, agregado a conceitos de paisagem, lugar e território,

tópicos fundamentais para a compreensão dos fenômenos espaciais. Segundo

Santos (1997) o espaço deve ser considerado com um conjunto indissociável

de que participam, de um lado, certo arranjo de objetos geográficos, objetos

naturais e objetos sociais, e, de outro, a vida que os preenche e os anima, seja

a sociedade em movimento. O conteúdo da sociedade não é independente, da

forma (os objetos geográficos), e cada forma encerra uma fração do conteúdo.

O espaço, por conseguinte, é isto: um conjunto de formas contendo cada qual

frações da sociedade em movimento.

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O conteúdo do livro didático é organizado por texto principal, quando um

conceito e definição são apresentados, integrado com questionamentos para

que o aluno interprete imagens, gráficos e mapas para que possam identificar e

descrever as diferentes formas e composição da paisagem relacionando, a

interferência do homem na organização e construção das paisagens.

4.2 Dificuldades no ensino de geografia no 6º ano.

Sem dúvidas, as diversas disciplinas educacionais apresentam, direta

ou indiretamente, algumas dificuldades no ato de ensinar ou de aprender. Em

relação ao ensino, percebe-se que muitos professores encontram-se

desmotivados ou enfadados com sua profissão, o que os faz repetir uma

educação tradicional que hoje não cabe à realidade do aluno. Diante disso,

percebe-se que tratar o livro didático como instrumento exclusivo faz a

educação caminhar para o fracasso, visto que o aluno desta geração tem um

maior contato com as tecnologias do que seus professores.

Por outro lado, o aluno desta geração não entende que o docente utiliza

metodologias que antes pareciam dar certo, e por isso há a reprodução. Dessa

maneira, o aluno apresenta-se inquieto nas aulas deixando, muitas vezes, os

professores irritados e as únicas coisas que atraem a atenção desses alunos é

mandar mensagens para os colegas ou acessar as redes sociais.

Diante dessa situação que ocorre diariamente nas unidades escolares,

é importante identificar quais são os assuntos que apresentam mais

dificuldades no ensino de geografia do 6º ano. A saber, os assuntos mais

trabalhos neste ano são: 1. O espaço geográfico e suas representações; 2.

Conhecendo o planeta terra; 3. Litosfera, atmosfera e hidrosfera; 4. Biosfera e

sustentabilidade, dentro desses assuntos sabe-se que o primeiro apresenta

uma maior complexidade, pois lida com conceitos básicos da geografia que

podem ser vistos como abstratos pelos alunos, se for utilizado um método

tradicional no ensino-aprendizagem e só baseado no livro didático.

Assim, percebendo que o comportamento dos alunos nas aulas de

geografia não é diferente nas outras disciplinas, percebe-se que é necessário

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reunir elementos capazes para ressignificar o trabalho dessa disciplina em sala

de aula. De preferência, utilizando um recurso atual e atrativo para os mesmos,

as redes sociais.

4.3 Materiais pedagógicos no ensino de geografia no 6º ano mediada pelas

TICs.

Antes de elaborar uma proposta é importante o docente pensar em

quais são os recursos didáticos que sempre utilizou na sala de aula como

ferramenta de trabalho. Em seguida, observar se há diferença no uso de novas

ferramentas propostas para a aprendizagem. Sem dúvidas, os blogs, os

microblogs, redes sociais, Google maps, simuladores educacionais online e

softwares educacionais dão outra roupagem aos antigos planos de aula.

Diante disso, a elaboração de materiais didáticos pedagógicos para os

alunos no ensino de geografia do 6º ano não está distante da realidade. Mediar

a aprendizagem pelas tecnologias da informação e comunicação colocam o

docente como um guia para construção do conhecimento diante das fontes

como o Google+, facebook, ferramentas de gravação: Jing ou Camstudio

(gravar a tela do computador); Audacity (gravar e editar áudios e programas de

rádio) e Windows Movie Maker ou Jashaka (editar e montar vídeos), ambientes

virtuais de aprendizagem (Hot Potatoes – versão gratuita e completa, com

aplicativo que permite realizar exercícios do tipo resposta curta, múltipla

seleção, preencher espaços, ligação de pares e inclusive palavras-cruzadas),

sem contar nos softwares da área da geografia e os portais: “Portal Dia a Dia

Educação”, “WebEduc”, “Portal do Professor”, “TV Escola”, entre outros que

são portais colaborativos de conteúdos para professores e alunos afim de

enriquecer a prática pedagógica.

Dessa forma foi elaborado um modelo proposta é para exemplificar de

que forma os professores podem complementar os estudos para os alunos,

lembrando que essas sugestões não precisam ser utilizadas na íntegra e não

são limitantes, uma vez que existem diversas possibilidades e a elaboração de

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materiais depende da criatividade de cada professor e da realidade vivenciada

na sala de aula.

PROPOSTA DE ENSINO DE GEOGRAFIA MEDIADA PELAS TICS: USO DE

IMAGEM NO G+

Tema:

Análise da Paisagem

Conteúdo abordado em aulas anteriores:

- Conceitos básicos de geografia:

Lugar, paisagem, espaço, território, região.

- Geografia Urbana:

Equipamentos urbanos e serviços.

- Geografia da População:

Densidade demográfica;

Etnias.

Público Atendido:

Alunos de geografia do 6º ano, 5ª série.

Objetivo:

Entender as transformações do espaço geográfico do seu bairro.

Metodologia e Desenvolvimento:

1º Momento

- Pensamento radiante sobre os conceitos básicos de geografia;

2º Momento

- Descrição dos equipamentos urbanos e serviços disponíveis em seus bairros;

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3º Momento

- Tentar identificar quem são os vizinhos e quantos são;

- Relacionar a quantidade da população com a paisagem atual do bairro.

4º Momento

- Ir para o labin;

- Para que serve o g+;

- Como usar o google +.

5º Momento

- Postar no G+ uma foto do seu bairro (procurar no google) e descrever a

paisagem do seu bairro – pontos positivos e negativos.

6º Momento

- Dividir os alunos pelos bairros que moram;

- Propor uma pesquisa de campo onde eles tirarão fotos do seu bairro e

entrevistarão cinco famílias (5 casas) utilizando como base as seguintes

perguntas:

1.O que você acha do bairro?

2.Quais foram as transformações ocorridas nos últimos 10 anos?

3.Você sabe porque o seu bairro tem esse nome?

4.O que você acha que pode melhorar no bairro?

5.A quantidade de pessoas no bairro é visto como um ponto positivo ou

negativo na história do seu bairro?

7º Momento

- Tabular dados, selecionar fotos e fazer uma postagem no g+ com as

considerações da pesquisa.

- Cada grupo fará um comentário dos outros grupos avaliando o quanto a

paisagem foi modificada a partir dos fatores abordados nas considerações

Instrumentos e recursos:

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- Laboratório de informática com internet;

- Quadro branco;

- Piloto;

- Data-show;

- Máquina fotográfica;

Avaliação:

A avaliação será de caráter processual, levando em consideração o

envolvimento e interesse dos educandos nas atividades propostas.

- Identificar as dificuldades dos alunos e permitir reformulações dos mesmos;

- Observar o desenvolvimento dos alunos;

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As tecnologias de informação e comunicação invadiram o mundo moderno

e passaram a fazer parte da vida do indivíduo, de maneira que se tornaram

indispensáveis no dia a dia do homem. Por conseguinte, as redes é um sistema

de comunicação que ganhou o mundo e se tornou um espaço de integração,

articulação e conexão entre inúmeras pessoas por meio do ciberespaço. Diante

dessa realidade, o uso das redes sociais como uma ferramenta a favor da

educação, se tornou uma forma criativa de trazer o conhecimento para dentro

da sala de aula.

Sendo assim o artigo trouxe uma proposta pedagógica mediada pelas

TICS, e desenvolvida em consonância com a rede social google+, com a

finalidade de envolver o aluno nas atividades propostas pelo professor em sala

de aula, bem como chamar a sua a atenção para o assunto retratado e

procurar ajuda-lo a desenvolver um conhecimento antes não aprendido. Nesse

sentido, cabe ao professor como um mediador da transmissão do

conhecimento estar atento as melhores formas de inserir as tecnologias da

informação e comunicação nas suas aulas, buscando assim desfrutar do

melhor que elas oferecem para o bom aproveitamento da aprendizagem no

discente.

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Cabe ressaltar que os métodos tradicionais de ensino acabam se tornando

enfadonhos e cansativos para os alunos, dessa maneira as práticas

pedagógicas devem sempre está em constante renovação. Nessa perspectiva

as TIC’s aparecem no contexto educacional como grandes potencialidades e

mediadoras do conhecimento.

6. REFERÊNCIAS

FERREIRA, K; AMORIM, S. O Processo de ensino aprendizagem apoiado pelas TIC’S: Repensando práticas educacionais. Disponível em:

http://www.ketiuce.com.br/TDAE/Artigo_TDAE_Ketiuce2.pdf. Acesso em: 25 de Julho de 2013. GENCIAUSKAS, S. D. Blogs, sites de relacionamento e vídeo são ferramentas

utilizadas para notoriedade e auto-promoção. In: MUNHOS, H. Redes sociais dão

visibilidade aos jovens. Disponível em: < http://www.metodista.br/cidadania/numero-

69/redes-sociais-dao-visibilidade-aos-jovens/>. Acesso: 24 jul 2013.

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SCHAFFER, N. O. O livro didático e o desempenho pedagógico: Anotações de apoio à escolha do livro texto. In: CASTROGIOVANNI, A. C. (org.). Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. - 4. ed. - Porto Alegre/RS: Editora da UFRGS/ Associação

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – DCIE NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD

VESENTINI, J. W. O Ensino de Geografia no Final do Século XX. Editora Ática,

1996.

7. REFERÊNCIAS CONSULTADAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:

geografia / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

KENSKI, V. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. São paulo, 2ª

edição, 2007.