PROPOSTA DE ALTERAÇÃO CURRICULAR PARA O CURSO DE … · O Colegiado do Curso de Serviço Social...
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PROPOSTA DE ALTERAÇÃO CURRICULAR PARA O CURSO DE
SERVIÇO SOCIAL - 1999
1. INTRODUÇÃO
O Colegiado do Curso de Serviço Social da Faculdade de
História, Direito e Serviço Social, da UNESP, Câmpus de Franca, vem
desde 19941, exercitando inúmeras atividades avaliativas do projeto
curricular, que a partir de então, vigora. Mais recentemente, a partir de
1996 foram realizadas reuniões sistemáticas e conjuntas de professores,
alunos e supervisores com a intenção de avaliar o Curso e repensar o
projeto pedagógico face aos rumos da profissão no país. Esse processo de
reflexão e análise aconteceu através de uma série de eventos, seminários,
encontros e reuniões realizados desde 1996 até o corrente mês de maio de
1999.
Nesse processo é importante destacar o Seminário de
Estudos sobre a Revisão Curricular, realizado de 10 a 12 de fevereiro de
1998, num total de 18 horas de trabalho, no qual o Colegiado optou, num
primeiro momento, em votação, pela proposta de Alteração Curricular,
prevendo, algumas mudanças para o ano de 1999 enquanto o Ministério de
Educação, Cultura e Desportos – MEC – não oficializasse as Diretrizes
Gerais para o Curso de Serviço Social, aprovadas em assembléia da
Associação Brasileira de Ensino em Serviço Social – ABESS – em
1Data da última revisão curricular do curso em questão
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE HISTÓRIA, DIREITO E SERVIÇO SOCIAL –FHDSS
CÂMPUS DE FRANCA
2
09/11/1996, e enviadas ao referido ministério em março de 1997, onde
consta o parecer da Comissão de Especialistas da respectiva área de ensino.
Com a aprovação das referidas diretrizes pelo MEC no ano
de 1998, o Colegiado julgou o momento histórico adequado às mudanças
mais profundas no currículo do curso e optou pela Reestruturação
Curricular. Com o objetivo de prepará-la, foi realizado o II Encontro dos
Professores do Curso, de 9 a 11 de fevereiro de 1999. Seguido de vários
outros encontros, permitiu a formulação da presente proposta com a
participação de todo o Colegiado.
A proposta baseou-se na Resolução UNESP 45, de
10/07/1995, que dispõe sobre a estrutura curricular de Cursos de
Graduação e prevê, no § 1º do Artigo 1º a possibilidade de
REESTRUTURAÇÃO CURRICULAR, definindo-a como:
“processo que visa à modificação substantiva na estrutura
curricular vigente e que decorre de verificação da
defasagem ou da inadequação da estrutura atual às
exigências da realidade ou de novas determinações legais
referentes ao currículo mínimo”.
O cumprimento desse artigo remete à apresentação de
quesitos que constam do Art. 2º, da mesma resolução, que se constituem
no Roteiro que segue:
I - OBJETIVOS DO CURSO E DO CURRÍCULO
O curso de Serviço Social visa a formação e qualificação
de assistentes sociais críticos e competentes por meio do ensino, pesquisa e
extensão, de modo a contribuir para a formulação de políticas sociais
públicas, com a organização e mobilização da sociedade civil, tendo em
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vista o desenvolvimento da cidadania e do processo de democratização da
sociedade brasileira2.
O novo currículo buscará: imprimir uma direção à
formação profissional pautando-se pela ética como princípio formativo;
oferecer rigor teórico, metodológico, histórico no trato da realidade social
e do Serviço Social que possibilite o entendimento dos desafios com os
quais o profissional se depara no mundo da produção e reprodução da vida;
superar a fragmentação dos conteúdos na organização curricular de modo a
propiciar uma visão de totalidade em que ensino, pesquisa e extensão,
estágio e supervisão sejam indissociáveis.
II – PERFIL DO BACHAREL EM SERVIÇO SOCIAL
Profissional que atua nas expressões da questão social,
formulando e implementando propostas para o seu enfrentamento, por meio
de políticas sociais públicas, empresariais, de organizações da sociedade
civil e movimentos sociais.
Profissional dotado de formação intelectual e cultural
generalista crítica, competente em sua área de desempenho, com
capacidade de inserção criativa e propositiva, no conjunto das relações
sociais e no mercado de trabalho.
Profissional comprometido com os valores e princípios
norteadores do Código de Ética do Assistente Social.
2 Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento, Planejamento Estratégico Participativo da Faculdade de Serviço Social da UFJF, Juiz de Fora, 05/12/96 in documento “Política de Prática Acadêmica”. UFJF/96.
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III – RESULTADO DA AVALIAÇÃO DO CURSO E DO CURRÍCULO
VIGENTE
a) Situação atual da profissão
O Serviço Social foi implantado como profissão de nível
superior em 1936, com a primeira Escola de Serviço Social no Brasil em
São Paulo, o que significa ter atingido mais de sessenta anos em seu
percurso acadêmico/profissional. Conta hoje com setenta e duas unidades
de ensino distribuídas em todo o território nacional.
Nesse período firmou seu espaço no mercado de trabalho,
principalmente ocupando postos nos organismos estatais e ainda, em
entidades empresariais e filantrópicas. Atua, sistematicamente, na
formulação e implementação das políticas sociais públicas e privadas e na
viabilização dos serviços sociais que delas decorrem.
Os profissionais graduados nos centros de formação tem
recebido conhecimentos e treinamento de habilidades para atuarem junto às
inúmeras manifestações das questões sociais em diferentes áreas: saúde
pública e privada; previdência social; educação e qualificação do
trabalhador; assistência à família, infância e adolescência; projetos de
habitação popular; movimentos sociais; assistência social; participação nos
sistemas escolares, judiciários, penais; gestão de benefícios e serviços
sociais empresariais; consultorias, assessorias e avaliação a projetos de
alcance comunitário, entre outros.
Para zelar pela qualidade da formação profissional,
estimular a pesquisa, atualizar os conteúdos disciplinares e consolidar uma
política de formação profissional foi criada, em 1946, a ABESS -
Associação Brasileira de Ensino em Serviço Social, 10 anos após a
instalação do primeiro Curso de Serviço Social no Brasil. Em 1987, ganha
suporte acadêmico/científico com a criação do CEDEPSS - Centro de
Documentação em Políticas Sociais e Serviço Social que, em 1998,
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fundiram-se na Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço
Social – ABEPSS.
Em eventos programados sistematicamente, a referida
Associação vem debatendo as questões pertinentes à profissão, tanto na
esfera formativa quanto nas decorrências do mercado de trabalho. Apoia
suas discussões no Código de Ética Profissional do Assistente Social
(Resolução do Conselho Federal de Serviço Social nº 273 de 13 de março
de 1993).
A profissão foi regulamentada pelo Decreto nº 994 de
15/05/1962, lei federal nº 3252 de 27 de agosto de 1957, que cria os
Conselhos Federal (CFAS) e Regional de Assistentes Sociais (CRAS, em
São Paulo 9ª Região), a quem cabe a fiscalização do exercício profissional
e aos quais os assistentes sociais devem estar registrados para o exercício
legal da profissão.
Ao longo de sua trajetória histórica, a profissão sofreu
reformulação pela lei Federal nº 8662 de 07 de junho de 1993 (lei vigente)
que altera as denominações: Conselho Federal e Regional de Assistentes
Sociais para respectivamente Conselho Federal (CFESS) e Conselho
Regional de Serviço Social (CRESS), respaldando-se no Código de Ética3.
A formação profissional deve viabilizar uma capacitação
teórico-metodológica e ético-política, como requisito fundamental para o
exercício de atividades técnico-operativas, com vistas à: apreensão crítica
dos processos sociais numa perspectiva de totalidade; análise do
movimento histórico da sociedade brasileira, apreendendo as
particularidades do desenvolvimento do capitalismo no país; compreensão
do significado social da profissão e de seu desenvolvimento sócio-histórico,
3 Em complementação às informações acima: Primeiro Código de Ética, 1947; Segundo Código de Ética, 1965; Terceiro Código de Ética, 1975; Quarto Código de Ética, 1986-Resolução CFAS 196/86 de 9-5-86; Quinto Código de Ética 1993-Resolução CFESS 273/93 de 13-3-93. E ainda, em 1982 foi regulamentada a Lei 6494 que dispõe sobre Estágio de estudantes de nível superior. No mesmo ano o Conselho Federal de Educação aprova o ante-projeto de reforma curricular do Curso de Serviço Social apresentado pela ABESS, conforme parecer nº412/82. Este parecer estabeleceu novo currículo mínimo para a profissão. (Informações obtidas no Conselho Regional de Serviço Social-CRESS 9ª Região – Escritório Regional de Ribeirão Preto).
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nos cenários internacional e nacional, desvelando as possibilidades de ação
contidas na realidade; identificação das demandas presentes na sociedade,
visando formular respostas profissionais para o enfrentamento da questão
social, considerando as novas articulações entre o público e o privado, o
nacional, o regional e o local.
b) Características sócio-culturais da Região de Franca
É sede da 14ª Região Administrativa do Estado de São
Paulo, compondo com 23 municípios ou regiões de governo conforme
dados do SEADE (1993). Localiza-se à nordeste da capital do mesmo
estado (onde se situa a Reitoria da UNESP) numa distância de 400 km,
aproximadamente. Faz limites com a 6ª Região Administrativa, com sede
em Ribeirão Preto, e está próxima a Minas Gerais cerca de 20 km, na rota
de passagem à Serra da Canastra, naquele estado.
Essa situação geográfica guarda características histórico-
culturais marcantes desde os tempos coloniais até o presente, pois
configurou-se como polo significativo do tempo das bandeiras, quando foi
entreposto de mercadorias, principalmente de sal, metais e pedras
preciosas. Essa atividade deixou até hoje suas heranças, pois aqui se
expandiu a atividade de ourivesaria e comércio de ouro e pedras, que ainda
se constitui como forte atividade econômica regional.
Desde então, esta região vem desenvolvendo diferentes e
conseqüentes formas econômicas de produção de trabalho. As mais
conhecidas e com fortes marcas na história local foram a cafeicultura, a
pecuária, a agroindústria canavieira e a indústria calçadista que tem sua
lógica explicada, justificada e sustentada pelo movimento de acumulação de
capital na região, que chegou ao ápice nos anos 70 quando Franca tornou-
se polo de geração de empregos e de conseqüentes atrativos para
populações migrantes, de várias partes do país.
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Desde 1995 ressente-se de deslocamento de postos de
trabalho da indústria calçadista (alguns para região nordestinas e outros
para países asiáticos), conforme os ditames da globalização econômica ora
em curso, com seus efeitos e suas expressões políticas nos níveis nacionais,
regionais e locais.
Ainda que guardadas as proporções locais, Franca
constitui-se em exemplo vivo de questões sociais geradas pelas
transformações no mundo do trabalho; o significativo índice de
desemprego, no Estado de São Paulo (1998) chega a aproximadamente
19%, leva à expansão do mercado informal e ao aproveitamento da mão-
de-obra feminina e infanto-juvenil em atividades domésticas terceirizadas e
mal remuneradas, também geradas pela indústria calçadista. De outro lado,
aumentam as demandas na assistência jurídico-social e policial devido aos
problemas de desestruturação e violência familiar.
A população rural que havia acorrido ao espaço urbano,
neste permanece em precárias condições de saúde, educação e habitação.
Esses problemas levam a soluções que vão desde ações assistenciais,
historicamente propostas por grupos, entidades civis e religiosas, até a
propostas mais abrangentes e participativas decorrentes da ação de
conselhos locais e grupos mais progressistas de governo.
As contingências histórico-culturais e sócio-econômicas do
país, solicitaram à Franca, como extensão da região de Ribeirão Preto,
respostas às questões que vinham se configurando na região. Tornam-se
significativas as iniciativas de grupos voltados à educação de jovens,
principalmente de cunho confessional. Atualmente, configura-se em polo de
ensino superior recebendo, diariamente, centenas de estudantes dos
municípios vizinhos num raio de até 150 km, aproximadamente. Mantém
três centros de ensino superior: Estadual (UNESP - História, Direito e
Serviço Social); Municipal (Direito, Economia e Administração) e Privado
(UNIFRAN - Direito, Ciências Sociais, Pedagogia, Arquitetura e
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Urbanismo e, recentemente, profissões na área de Saúde - Nutrição,
Enfermagem, entre outros cursos).
A condição deste curso de Serviço Social - UNESP,
constitui-se em situação especial, pois trata-se do único curso de natureza
pública do Estado de São Paulo que compõe, com mais 22 unidades de
ensino, o universo de centros de formação dos profissionais no território
paulista. Constitui-se ainda um dos 8 cursos de natureza pública estadual
no Brasil que conta com 72 unidades de ensino de Serviço Social, das quais
57% são de natureza privada.
Em documento recente sobre a Caracterização da Área de
Serviço Social elaborado pela Comissão de Especialização de Ensino de
Serviço Social do MEC, aparecem elementos de análise contemplando a
Região Sudeste, onde se localiza o curso da UNESP, os quais serão
apresentados em seguida.
Os dados aqui apresentados referem-se à região Sudeste,
conforme registros do MEC/SESU - 1994, que incluem os estados do
Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.
Conforme tabelas apresentadas no Caderno ABESS n. 7,
p.82, de novembro de 1997, a situação - nacional das unidades de ensino de
Serviço Social é a seguinte:
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Tabela 1 (Quadro 1)
Cursos de graduação em Serviço Social, por região e dependência
administrativa. Brasil - 1994
Dependência Administrativa
Região
Total Públicas Privadas
Abs. % Abs. % Abs. %
Norte 3 4,2 2 8,0 1 2,0
Nordeste 13 18,0 10 4,0 3 6,3
Centro-Oeste 4 5,5 2 8,0 2 4,2
Sul 16 22,3 3 12,0 13 28,0
Sudeste 36 50,0 8 32,0 28 59,0
Total 72 100,0 25 100,0 47 100,0 Fonte: MEC/SESU. Catálogo Geral das Instituições de Ensino. Dados Globais das IES, 1994.
Na relação numérica da Tabela 1 (Quadro 1) o curso da
UNESP compõe com o universo de 50% das Unidades de Ensino (UEs) de
Serviço Social em relação às demais regiões do país. Esse agrupamento em
espaço geográfico relativamente circunscrito à propícia possibilidade de
trocas e intercâmbios nos debates sobre a formação profissional, mesmo
porque, nesse mesmo espaço encontram-se quatro (4) dos oito (8) centros
de pós-graduação da profissão. Também oferece diferentes alternativas de
cursos que, dada sua maioria de natureza privada, apresentam diferentes
possibilidades de formação e inserção profissional nessa região.
Cabem aqui, avanços nos estudos sobre as necessidades
sociais regionais, que ainda estão em curso aos debates da categoria.
Outra tabela – 2 (Quadro 2), indica a relação concluintes
do 2º grau e candidatos ingressos no Curso de Serviço Social, em 1994,
conforme dados MEC/SESU.
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Tabela 2 (Quadro 2)
Concluintes do 2º grau, oferta de vagas em Serviço Social, inscritos e
aprovados no vestibular e total de ingressos nos Cursos de Serviço
Social. Número total de cursos. Brasil, 1994.
Região
Concluintes
de 2º grau
Vagas em
Serviço
Social
Inscritos
no
Vestibular
Aprovados
Total de
Ingressos:
Serviço
Social
Nº de
Cursos
Norte 45.075 270 2.845 482 270 3
Nordeste 172.370 1.365 7.126 2.050 1.170 13
Centro-oeste 54.683 280 1.012 315 286 4
Sul 121.438 1.046 1.347 1011 781 16
Sudeste 355.273 3.444 6.521 3.203 2.251 36
Total 748.273 6.405 18.851 7.061 4.758 72
Fonte: MEC/SESU/COSIN/DAIN/SANAI. Dados Globais do Curso de Serviço Social,1994. Catálogo Geral das Instituições de Ensino Superior, 1994.
Conforme a tabela apresentada, na região Sudeste estão as
cifras mais significativas na relação da demanda potencial, inscritos e
aprovados no vestibular e total de ingressos. Tais dados permanecem em
índices altos, seguidos dos apresentados pela região Nordeste para a qual o
Sudeste perde em número de inscritos no vestibular.
Voltando ao Curso de Serviço Social da UNESP/Franca,
seu índice de procura no penúltimo concurso vestibular para 19984 atingiu
a relação de 8 para 1 no período diurno e de 7 para 1 no noturno; em 1999
atingiu 4,74 para 1 no período diurno e de 10,51 para 1 no período
noturno.
As oitenta vagas oferecidas em ambos os turnos foram
preenchidas com a lista da 1ª chamada de aprovados. O total de alunos do
Curso de Serviço Social, em 1999, assim se expressa:
4 Jornal da UNESP – n.120, dez./1997
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- Diurno - 128
- Noturno - 178
- Total - 306
Há ainda 19 alunos matriculados como ouvintes e
especiais.
Constitui-se proposta do Curso a realização de uma
pesquisa sobre os índices de evasão, desempenho do aluno e colocação no
mercado de trabalho (a última pesquisa realizada foi em 1992), tendo em
vista o funcionamento do novo currículo.
c) Gerência Curricular
O Curso de Serviço Social da FHDSS–UNESP/Franca,
desde sua implantação até 1997 foi ministrado por 22 professores em
média, filiados ao Departamento de Serviço Social. Atualmente (1998),
após reestruturação departamental na Unidade, 15 professores compõem o
Corpo Docente os quais ministram 29 disciplinas e 2 atividades curriculares
obrigatórias: Estágio Supervisionado e T.C.C. - Trabalho de Conclusão de
Curso; 8 doutores estão credenciados no Programa de Pós-Graduação
(mestrado e doutorado) onde ministram aulas e orientam dissertações/teses
concomitantemente à Graduação. O Corpo Docente do Curso de Serviço
Social da UNESP conta com: 12 Doutores, 3 Mestres, todos Assistentes
Sociais; 2 Auxiliares de Ensino, 1 Mestre e 3 doutores do Departamento de
Estudos Sociais Básicos e Educação; 1 Doutor do Departamento de Direito
Público e 1 professor do Departamento de História, todos titulados em
outras áreas das ciências sociais. Assim, o Curso de Serviço Social conta
atualmente com 21 professores. Essa qualificação coloca o curso de
Serviço Social da UNESP no índice A conforme “Padrões de Qualidade”
MEC - 19975 ”.
5 Cadernos ABESS n.7, 1997, p.93.
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O acompanhamento administrativo das atividades docentes
tais como: contratação, licenças, férias, concursos, afastamentos, formação
de comissão de trabalho, distribuição de aulas entre outras, cabe à Chefia
do Departamento de Serviço Social e ao Conselho Departamental que se
reúne mensalmente para deliberações. Nessa instância são planejados e
deliberados também: as atividades pertinentes à pesquisa, cursos de
especialização e extensão universitária; projetos de extensão e pesquisa;
eventos, atividades culturais e eventos profissionais; entrosamento e
intercâmbio com as entidades sociais e outros órgãos do município e
região, entre outras atividades.
As atividades relacionadas ao cotidiano acadêmico e o
acompanhamento do Projeto Pedagógico são atribuições do Conselho de
Curso que tem cronograma de reuniões mensais. Os assuntos de pauta
visam encaminhar solicitações de alunos e professores quanto: ao bom
andamento do curso; à preparação de eventos juntamente com o
Departamento; à criação de condições materiais favoráveis ao trabalho
pedagógico; ao desenvolvimento e aproveitamento dos alunos; à questões
que permitem afastamento e trabalhos domiciliares, entre outros.
Nestes últimos três anos enfatizou-se a relação
Departamento e Coordenação de Curso visando a avaliação do Projeto
Pedagógico e as propostas de alteração curricular. Nesse sentido foram
realizadas Reuniões Gerais, Seminários de Estudos, Semanas do Assistente
Social e do Serviço Social, inúmeros contatos pessoais para entrosamento e
atribuição de responsabilidades.
A Coordenação do Curso de Serviço Social tem tido
profícua participação discente, tanto através de seus representantes de
série, eleitos por seus pares, como em comissões de trabalho além de
observar trato afável e profissional entre seus membros discentes e
docentes.
A relação da Coordenação do Curso de Serviço Social com
seu apoio administrativo tem sido ágil no encaminhamentos das questões
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tanto internas ao câmpus de Franca, quanto nos trâmites junto aos
diferentes setores da Reitoria.
Atualmente, as relações funcionais e orgânicas que
perpassam o Curso de Serviço Social vem sofrendo pressões acentuadas
por conta de uma demanda por aposentadorias de cerca de um terço de seu
corpo docente. De outro lado, há sobrecarga de trabalho pois os
professores são, em muitos casos, credenciados no Curso de Pós-
Graduação em Serviço Social, iniciado em 1992. Ministram cursos,
orientam mestrandos e doutorandos, já em cifra limite conforme os ditames
da CAPES e do CNPq.
A sobrecarga de trabalho e a diversidade de níveis de
representação em todos os espaços acadêmico/administrativos geram
situações de desgaste e dificultam momentos de maior reflexão. A
produção acadêmica científica tende a permanecer insuficiente, uma vez
que ainda há necessidade de deslocamento do câmpus para ampliação e
aprofundamento de consultas e pesquisas.
d) Processo avaliativo do projeto pedagógico
A reestruturação curricular supõe a organização do curso
por núcleos de fundamentação conforme indicado pelas diretrizes gerais da
ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social) e
incorporadas nas características especiais da UNESP. Este fato constitui-se
em grande desafio uma vez que apresenta como pressuposto uma outra
lógica na organização de ensino. Tais desafios referem-se não somente às
preocupações de ordem operacional, como principalmente à
indissolubilidade que se pretende entre ensino/pesquisa/extensão; à
superação das formas burocratizadas da articulação e formulação de
conteúdos programáticos; à importância e necessidade de avançar nas
investigações científicas e produção do conhecimento sobre a realidade
concreta do trabalho profissional, e outros. Ressalta-se ainda, com ênfase,
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à necessidade de atualização e capacitação continuada do docente com
vistas à implementação do projeto pedagógico num contínuo processo
avaliativo de sua dimensão informativa e formativa. Cabe ao Conselho de
Curso da Graduação criar os mecanismos de avaliação permanente tanto no
nível discente quanto docente.
e) Recursos físicos-materiais
As condições materiais de trabalho acadêmico-
administrativo são regulares e se sustentam pelo enorme interesse de
muitos professores e alguns funcionários em não prejudicar a qualidade dos
mesmos.
É de conhecimento de todos a situação de controle
econômico-financeiro que vem sendo imposta ao ensino superior público,
no Estado de São Paulo. Os limites orçamentários para as Universidades
tornam o cotidiano difícil pois questões que seriam de trato rotineiro
passam a se constituir em “lutas” internas, deslocando esforços para
garantir as condições sempre mínimas necessárias, não permitindo projetos
mais avançados ou atualizados para o desenvolvimento do Projeto
Pedagógico.
Os recursos didático-pedagógicos são restritos e as
propostas de atividades curriculares são limitadas pela falta de verbas
destinadas aos cursos de graduação; a distância do câmpus encarece a
promoção de eventos e, mesmo no nível local, há restrições quanto aos
custos operacionais.
IV – JUSTIFICATIVA DA REESTRUTURAÇÃO
1. Os processos de avaliação desenvolvidos nas décadas
de 80/90 já apontavam para a necessidade de mudanças mais profundas na
Proposta Pedagógica do Curso de Serviço Social da UNESP/Franca. A
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partir de 1993, a UNESP envolveu-se, de modo mais efetivo, com o que foi
considerado o “Ano da Avaliação”. No Curso de Serviço Social esse
processo interno da Universidade veio ao encontro do esforço que vinha
sendo desenvolvido pelo Conselho de Curso, no sentido de fazer uma
revisão de seu currículo em termos de alteração dos conteúdos,
metodologias, distribuição de cargas horárias, etc. Das reflexões e
propostas daquela época resultaram alterações nos seguintes aspectos:
- nos conteúdos programáticos;
- na maior integração das disciplinas;
- na adequação às exigências da UNESP, em termos de
relação de trabalho em horas/aula;
- na sistemática de realização dos estágios
supervisionados;
- nas relações professor/aluno/supervisor;
- na alteração da média de aprovação de alunos;
- na integração e adequação dos trabalhos e estudos às
linhas de pesquisas dos Trabalhos de Conclusão de
Curso - TCC - e Iniciação Científica.
Contudo, ao longo das diversas avaliações ocorridas, as
alterações propostas e incorporadas, apesar de apresentarem significativos
avanços, mostraram-se parciais e pontuais, não atingindo as necessidades
mais complexas, apontadas pelos segmentos envolvidos na formação
profissional: professores, alunos e supervisores.
2. O Conselho de Curso de Graduação em Serviço Social
da UNESP (CCGSS), com intensiva atuação, envolveu os segmentos
acadêmicos (alunos, supervisores e professores) concentrando esforços na
elaboração de uma proposta que fosse adequada à nossa realidade.
Esse processo avaliativo culminou com a realização de dois
Seminários: nos dias 10/11 e 12 de fevereiro de 1998 e 08/09/10 e 11 de
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fevereiro de 1999. Neles, as sugestões da ABESS e os documentos
avaliativos originados dos trabalhos coordenados pelo CCGSS nos anos
anteriores, serviram de subsídios para a reflexão.
O Seminário partiu da seguinte indagação: “Que projeto
pedagógico é necessário para formar profissionais com competência
teórico/metodológica para responder às demandas sociais contemporâneas
e redimensionar seu espaço ocupacional” ?
Já a formulação dessa indagação, bem como a sua resposta,
supõe a compreensão do Serviço Social como um processo que se modifica
com a variação das condições das relações sociais dentro de um dado
modelo de desenvolvimento econômico/social. Logo, torna-se necessário
contextualizar a profissão e a formação profissional no seu significado
histórico frente às interpelações postas pelas transformações da Sociedade.
3. Repensar a atuação do profissional do Serviço Social,
portanto, pressupõe considerar:
3.1 As transformações dos processos de produção e
reprodução da vida social. Processos esses determinantes da reestruturação
no mundo do trabalho, da reforma do Estado e das novas exigências de
enfrentamento da questão social. Tais transformações remetem ao repensar
das relações público/privado, alterando substantivamente as respostas
profissionais;
3.2 A formação do Assistente social diante das referidas
transformações e seus desdobramentos postula um novo perfil profissional
conforme um Projeto Pedagógico crítico que apresente ao profissional, não
somente alternativas coerentes às novas demandas, como também
possibilite inventividade realista para engendrar novos espaços
ocupacionais.
3.3 A crítica ao atual Projeto Pedagógico pode ser
sintetizada nos seguintes itens:
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crítica à dicotomização teoria/prática que rebate nas
relações entre professores, aluno-supervisor,
desencadeando práticas e disciplinas repetitivas,
anacronismo dos campos de estágios, distanciamento
dos conteúdos das disciplinas face às transformações da
realidade social;
fragmentação do estudo da realidade na sua forma
rigidamente compartimentalizada;
superposição dos conteúdos das disciplinas;
distanciamento dos professores da realidade social e do
processo de formação dos alunos.
4. O Projeto Pedagógico em vigência não apresenta
condições para superar as críticas evidenciadas. É necessário chegar à
proposta de um novo modelo mais flexível e integrado que contemple a
interdisciplinaridade e uma referência coerente à práxis que se busca.
O Colegiado, entendendo a importância desse momento
histórico enquanto protagonista da construção de um novo Projeto
Pedagógico, optou, pela Reestruturação Curricular uma vez efetivada a
aprovação das Diretrizes Básicas pelo MEC em 1998. Optou, igualmente,
pelo regime de matrícula por disciplina por considerá-lo mais flexível e
coerente aos objetivos do novo Projeto.
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V – PROPOSTA DE REESTRUTURAÇÃO CURRICULAR
5.1 – Princípios
No desenho de nova proposta curricular que venha se
aproximar das Diretrizes Curriculares apresentadas ao MEC pela ABESS,
em março de 1997, procurou-se garantir:
- a flexibilização de conteúdos e práticas pedagógicas
que permitam a permanente discussão de questões
emergentes e garantam atualização de conteúdos, em
debates interdisciplinares e abertos à participação de
segmentos importantes da realidade social;
- a integração de conteúdos dos principais núcleos de
estudos previstos: Vida Social, Formação Sócio-
Histórica da Sociedade Brasileira e Trabalho
Profissional, distribuídos em tempos e espaços
curriculares suficientes, para possibilitar o
planejamento de atividades dinâmicas e participativas;
- a observância às normas acadêmicas da UNESP
para os Cursos de Graduação que prevêem um total de
20 horas/aula semanais distribuídas, em princípio, em
5 dias letivos o que determina 4 horas/aula diárias.
No entanto, diante das avaliações realizadas, já
referidas, a distribuição total do curso que prevê 80
horas/aula nos seus quatro anos, sofreu pequenas
alterações quanto ao seu agrupamento na seriação
ideal, com a intenção de liberar espaços no curso para
participação nos núcleos de pesquisa e elaboração do
T.C.C.
- a manutenção das condições contratuais docentes
que prevêem o exercício de 8 horas/aula semanais
19
mínimas. No entanto, diante do exposto no item 1,
percebe-se que as condições de trabalho docente estão,
no momento, sofrendo alterações significativas diante
da saída de professores em condições de
aposentadoria, o que remete à estudos de natureza
administrativo-acadêmica.
5.2 – Definição da área de formação
A formação em Serviço Social define-se como bacharelado,
englobando de forma indissociável, as dimensões de pesquisa, docência e
prática político-profissional, o que responde às exigências das
competências e habilidades profissionais. 5.3 – Estrutura geral do curso – integralização curricular
A estrutura do curso define-se e dinamiza-se por uma
lógica curricular que supera a fragmentação do processo de
ensino/aprendizagem e permite uma intensa convivência acadêmica entre
professores, alunos, supervisores e sociedade. Essa lógica objetiva-se em
três núcleos de fundamentação constitutivos da formação: Núcleo de
Fundamentos Teórico-Metodológicos da Vida Social; Núcleo de
Fundamentos da Formação Sócio-Histórica da Sociedade Brasileira e
Núcleo de Fundamentos do Trabalho Profissional.
O primeiro núcleo compreende o conjunto de fundamentos
teórico-metodológicos e ético-políticos para explicar e decifrar o ser social
e a vida em sociedade. O segundo remete à compreensão da sociedade
brasileira resguardando as características históricas particulares que
presidem a sua formação e desenvolvimento urbano e rural em suas
diversidades regionais e locais. O terceiro abrange todos elementos
constitutivos do Serviço Social como uma especialização do trabalho: sua
trajetória histórica, teórica, metodológica e técnica, os componentes éticos
20
que envolvem o exercício profissional, a pesquisa, o planejamento, a
administração em Serviço Social e o estágio supervisionado.
Cada núcleo agrega um conjunto de conhecimentos e
atividades pedagógicas que se especifica em matérias que, por sua vez,
desdobram-se em disciplinas, seminários temáticos, oficinas/laboratórios,
atividades complementares e outros componentes curriculares.
5.3.1 – Núcleo de Fundamentos Teórico-Metodológicos da Vida Social
Este núcleo inclui os conteúdos de epistemologia,
metodologia e ciências humanas a partir dos quais se constituem os
fundamentos da vida social, enquanto elementos relevantes para a análise a
ser empreendida com vistas à práxis do Serviço Social.
Sob o ponto de vista assinalado acima, deve-se considerar
que o Serviço Social constitui-se a partir de um eixo fundante, a questão
social, na perspectiva adotada nesta análise6. Aqui podem ser concebidas
duas vertentes para o entendimento do conceito: (1) de um lado a questão
social como manifestação da própria lógica do capitalismo, apontando para
sua superação e, por outro lado, (2) essa mesma questão social
constituindo uma disfunção momentânea que o capitalismo pode superar,
permitindo à “mão invisível” realizar novos patamares de equilíbrio entre o
mercado e a generalização do bem-estar.
É claro que a adoção de cada uma dessas vertentes implica
em concepções radicalmente diferentes da profissão e de sua tarefa. É claro
também que o requisito da pluralidade implica em convivermos, cada um de
nós, com a visão oposta à que adotarmos. Entretanto, até para que a tarefa
pedagógica seja efetivamente cumprida, esta convivência de perspectivas
opostas tem que se dar na e pela afirmação franca de cada uma delas, num
debate que permita aos estudantes adquirirem subsídios para um
6 ABESS/CEDEPS. Diretrizes para o Curso de Serviço Social (com base no aprovado em Assembléia Geral Extraordinária de 8 de novembro de 1996) Cadernos ABESS, n.7. SP.: Cortez, 1997, p.66.
21
posicionamento autônomo. Respeitada essa diretriz de pluralidade, a equipe
de professores adotou, por maioria, a primeira abordagem, como
orientação geral do núcleo. A partir desses elementos foi elaborada a
definição dos objetivos do núcleo, como se segue.
Objetivos do Núcleo
O Serviço Social, como área de conhecimento, busca
trabalhar com a problemática da vida social, enquanto contexto de
desenvolvimento integral do homem. Nesse sentido, faz-se necessário que
se resgate o surgimento do homem como ser social, de forma crítica, já que
é esse o conceito que se apresenta do ponto de vista em que trabalhamos.
Este resgate se torna possível através da filosofia e das ciências humanas:
sociologia, antropologia e psicologia.
A contextualização da vida do homem moderno passa por
uma visão crítica de seu cotidiano, de forma a superar os processos
aparentes, buscando aprofundamentos históricos, sociais, econômicos,
culturais, etc.
Assim coloca-se como objetivo à compreensão do homem
como ser social em sua totalidade, abrangendo os aspectos econômico,
sociológico, psicológico e político, dentre outros.
Estrutura Curricular
Considerando os aspectos anteriores, foi elaborada a
estrutura curricular, que apresentamos:
Quadro 3
Quadro das Matérias do Núcleo 1 e Disciplinas em que se desdobram Matérias Disciplinas C.H.Semanal C.H.Anual Crédito
s
Sociologia Fi losofia Psicologia Antropologia
Sociologia I Sociologia II Fi losofia I Fi losofia II Psicologia do Desenvolvimento Psicologia e Grupos Sociais I Psicologia e Grupos Sociais II Antropologia
1ºano – 2h/a 2ºano – 2h/a 1ºano – 2h/a 2ºano – 2h/a 1ºano/1ºsem.2h/a 2ºano – 2h/a 3ºano – 2h/a 1ºano – 2h/a
60 h/a 60 h/a 60 h/a 60 h/a 30 h/a 60 h/a 60 h/a 60 h/a
4 4 4 4 2 4 4 4
TOTAL 450 H/A 30
22
5.3.2 – Núcleo de Fundamentos da Formação Sócio-Histórica da
Sociedade Brasileira
Este núcleo compõe-se dos conteúdos referentes à
constituição econômica, social, política e cultural da sociedade brasileira
em suas dimensões urbano-industrial e agrária. Trata-se de fundamentar a
análise da especificidade do Brasil, enquanto sociedade capitalista, com os
elementos de exclusão que constituem o fator da pertinência do Serviço
Social como prática investigativa e interventiva em seu contexto. Para
tanto faz-se necessário incluir os seguintes aspectos, como eixos para a
organização do núcleo:
1) o capitalismo, enquanto forma histórica definida de
organização social e sua contextualização presente;
2) o Estado brasileiro, seus determinantes estruturais, seu
desenvolvimento e os aspectos conjunturais que o afetam;
3) o Serviço Social, seja no âmbito do capitalismo em
geral, seja no quadro brasileiro, nas contradições e tensões que o
caracteriza enquanto práxis.
São referenciais indispensáveis para análise dos pontos
acima (1) a questão das classes sociais e (2) dentro dela o movimento das
classes subalternas.
Objetivos do Núcleo
Propiciar ao aluno:
- conhecimento da formação sócio-econômica brasileira em suas
particularidades urbano-industrial e agrária;
- a apreensão dos movimentos que levaram à consolidação de
determinados padrões de desenvolvimento capitalista no país;
- a compreensão dos impactos deste padrão de desenvolvimento, e sua
inserção no capitalismo internacional, sobre a sociedade brasileira,
na configuração das questões sociais.
23
Matérias
O núcleo de Fundamentos da Formação Sócio-Histórica da
Sociedade Brasileira define-se em três matérias:
- Formação Sócio-Histórica do Brasil que se desdobra na disciplina
Formação Sócio Econômica do Brasil;
- Política Social que se desdobra nas disciplinas: Legislação e Serviço
Social, Política Social, Política Social do Brasil;
- Economia
Quadro 4
Quadro das Matérias do Núcleo II e disciplinas em que se desdobram Matérias Disciplinas C.H.Semanal C.H.Anual Créditos
Formação Sócio His tórica do Brasil Pol ítica Social Economia
Formação Sócio-Econômica do Brasil Polí tica Social Polí tica Social do Brasil Serviço Social e Legislação Social I Serviço Social e Legislação Social II Economia I Economia II
1ºano/2ºsem– 2h/a 2ºano - 2h/a 3ºano - 2h/a 3ºano - 2h/a 4ºano - 2h/a 1ºano - 2h/a 2ºano - 2h/a
30 h/a7
60 h/a 60 h/a 60 h/a 60 h/a
60 h/a 60 h/a
2
4 4 4 4
4 4
TOTAL 390 h/a 26
5.3.3 – Núcleo de Fundamentos do Trabalho Profissional
O núcleo de Fundamentos do Trabalho Profissional
abrange os elementos constitutivos do Serviço Social como uma
especialização do trabalho, assinalando em seus conteúdos as seguintes
temáticas geradoras: a trajetória histórica, teórica, metodológica e técnica
da profissão; os componentes éticos que perpassam o exercício
profissional; o caráter investigativo que embasa sua ação; e as exigências
de aprendizado através de estágios supervisionados, como base para a
ação.
7 Conteúdos da disciplina Formação Sócio-Econômica do Brasil serão contemplados complementarmente, pelas disciplinas Fundamentos Teórico-Metodológicos do Serviço Social e Trabalho Profissional, ambas do Núcleo III.
24
Portanto, este núcleo se apresenta como eixo da formação
do Assistente Social devendo a ele ser garantida maior carga horária na
distribuição geral das atividades, conforme recomendação das Diretrizes
Curriculares apontadas pelo MEC-SESU em fevereiro de 1999. O grupo de
professores responsáveis por estas disciplinas neste Curso, sugerem que, se
possível, seja mantido o total de horas-aula que já vem sendo destinado aos
seus conteúdos, atualmente no conjunto dos quatro anos do curso.
Propõem porém, nova distribuição, da mesma carga, pelos referidos anos
do Curso.
A partir das referências indicadas pelas Diretrizes
Curriculares – MEC/SESU/1999, os conteúdos apontados no elenco das
dezessete matérias previstas foram agrupadas, neste Curso, em 19
disciplinas, como segue:
Quadro 5
Quadro das Matérias do Núcleo III e disciplinas em que se desdobram: Matéria Disciplina Período C.H.Seman C.H.Anual
Fundamentos Histó- ricos, Teóricos e Me todológicos do Servi ço Social –FHTMSS
Fundamentos Teórico-Metodológicos do Serviço Social – FTMSS – I, II, III, IV
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano
4 h/a 4 h/a 4 h/a 4 h/a
120 120 120 120
Trabalho Profissional - Elementos Cons- t itutivos – TP – I, II, III
1º ano ------
3º ano 4º ano
4 h/a ----- 2 h/a 2 h/a
120 ---- 60 60
Projetos de Investigação e Prática PIP – I, II, III
--- 2º ano 3º ano 4º ano
--- 2 h/a 2 h/a 4 h/a
--- 60 60
120 Serviço Social: Organização e Gestão Social do Trabalho Profi ssional SSOGSTP – I e II
--- ---
3º ano 4º ano
--- ---
2 h/a 2 h/a
--- --- 60 60
Iniciação Cientí fica Pesquisa em Serviço Social Investigação em Serviço Social Estat ística
1ºano/2ºsem 2º ano 3º ano
2ºano/1ºsem
2 h/a 2 h/a 2 h/a 2 h/a
30 60 60 30
Processo de Trabalho do Serviço Social
Serviço Social e Realidade Regional 4º ano 4 h/a 120 Ét ica Profi ssional
Ética Profissional – EP – I Ética Profissional – EP – II
2º ano 3º ano
2 h/a 2 h/a
60 60
TOTAL 52 h/a 1.500
25
A proposta de Seqüência dos conteúdos a serem
ministrados, deverá garantir os seguintes temas-geradores para
encadeamento da lógica curricular que responda a elementos históricos,
conjunturais e instrumentais da profissão. Assim, propõe-se, para os quatro
anos, previstos como tempo mínimo para sua duração:
1º ano – Gênese do Serviço Social: construção da
conjuntura situada em fins do século XIX e início do século XX,
constituição e desenvolvimento da profissão no capitalismo monopolista
mundial, entendimento da questão social e suas manifestações nessa época,
principais personagens e caracterização dos espaços institucionais na
Europa, nos Estados Unidos, na América Latina e no Brasil.
2º ano – Principais Matrizes na institucionalização da
Profissão – as correntes filosóficas e sua expressão na profissão; os
conteúdos doutrinários, os aportes aos modelos político-econômicos e as
propostas de ação na esfera social nos promórdios do século XX.
3º ano – A Construção Teórico-Metodológica do
Serviço Social no processo de legitimação, afirmação e inserção da
Profissão na divisão sócio-técnica do trabalho: influências ideológicas,
análise de experiências e políticas, construção do conhecimento
profissional; categorias teóricas básicas, análise dos procedimentos,
estratégias e instrumentos de ação profissional.
4º ano – O Debate Contemporâneo e as propostas de
superação: a questão social em suas múltiplas manifestações e as propostas
políticas para seu enfrentamento; a afirmação da Assistência Social como
campo político; o Perfil Profissional em reconstrução, as demandas do
mercado de trabalho e as propostas de sustentação da profissão.
26
Uma vez considerada esta Seqüência orientadora, deverão
ser distribuídos os conteúdos a serem integrados pelas disciplinas do
Núcleo de Área Profissional conforme proposta básica a ser iniciada no
ano de 2000 e devidamente avaliada durante os quatro anos de sua
implantação. Os conteúdos serão apresentados em módulos básicos os
quais serão apresentados nas disciplinas específicas detalhados em ementas,
unidades e bibliografias básicas. Assim, agrupando-se as sugestões do
Colegiado do Curso de Serviço Social – UNESP/Franca, apresentamos a
distribuição dos conteúdos por matéria e por ano.
Objetivos do Núcleo:
Garantir o caráter interventivo e investigativo da formação
profissional do assistente social, pressupondo uma capacitação crítico-
analítica da realidade possibilitando a construção de seus objetos de
conhecimento e ação, em suas particularidades sócio-institucionais para
elaboração criativa de estratégias de intervenção comprometidas com as
proposições ético-políticas do projeto profissional.
O Núcleo de Fundamentos do Trabalho Profissional define-se em três
Matérias
1ª Matéria: Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do
Serviço Social
Análise da trajetória teórico-prática do Serviço Social no
contexto da história da realidade social e as influências das matrizes do
pensamento social. O trabalho profissional no processo de produção social
em relação às refrações das questões sociais nos diferentes contextos
históricos. Essa matéria define-se pelas disciplinas: Serviço Social e
Realidade Regional – SSRR e Fundamentos Teórico-Metodológicos do
Serviço Social – FTMSS.
27
2º Matéria: Processo de Trabalho do Serviço Social:
O trabalho como elemento fundante do ser social.
Especificidade do trabalho na sociedade e a inserção do Serviço Social
como especialização do trabalho coletivo. O trabalho profissional face às
mudanças no padrão de acumulação capitalista e regulação social. Os
elementos constitutivos do processo de trabalho do assistente social
considerando: a análise dos fenômenos e das Políticas Sociais; o estudo da
dinâmica institucional; os elementos teórico-metodológicos, ético-políticos
e técnico-operativos do Serviço Social na formulação de projetos de
investigação e de intervenção profissional; propostos pelos profissionais às
demandas postas ao Serviço Social nos espaços ocupacionais da profissão,
nas esferas pública e privada e as respostas profissionais a estas -
demandas. O assistente social como trabalhador e o produto do seu
trabalho. Supervisão do processo de trabalho e o Estágio Supervisionado.
Essa matéria desdobra-se nas disciplinas: Trabalho
Profissional: Elementos Constitutivos – TP, Projetos de Investigação e
Prática – PIP, Serviço Social: Organização e Gestão Social do Trabalho
Profissional – SSOGSTP e Pesquisa em Serviço Social.
3º Matéria – Ética Profissional
Os fundamentos ontológicos sociais da dimensão ético-
moral da vida social e seus rebatimentos na ética profissional. O processo
de construção de um projeto profissional, o significado de seus valores e as
implicações ético-políticas de seu trabalho. O debate teórico-filosófico
sobre as questões éticas contemporâneas. Os códigos de Ética Profissional
na história do Serviço Social brasileiro. A disciplina dessa matéria é Ética
Profissional.
Quadro 6
Disciplinas C. H. Semanal Fundamentos Teórico-Metodológicos do Serviço Social – FTMSS
Projetos de Investigação e Prática – PIP
Trabalho Profissional – TP
16
08
08
28
Ét ica Profi ssional – EP
Serviço Social: Organização e Gestão Social do Trabalho Profi ssional – SSOGSTP
Serviço Social e Realidade Regional – SSRR
Iniciação Cient ífica
Pesquisa em Serviço Social
Investigação em Serviço Social
Estatíst ica
04
04
04
02
02
02
02
Total de Carga Horária Semanal 52
Configuração dos principais componentes curriculares:
- Disciplinas: Constituem-se como particularidades das áreas de
conhecimento que enfatizam determinados conteúdos
priorizando um conjunto de estudos e atividades
correspondentes a determinada temática, desenvolvida em um
período com carga horária prefixada.
- Seminários Temáticos: momentos de especificidade e
aprofundamento de temáticas relevantes em diferentes
enfoques, visando ao detalhamento de abordagens voltadas para
a problematização e ao estímulo da criatividade.
- Oficinas Laboratórios: espaços de vivência que permitem o
tratamento operativo de temáticas, instrumentos e técnicas, posturas
e atitudes utilizando-se de diferentes formas de linguagem.
Entende-se que:
- Constituem-se em atividade extra-curricular, atividade extra-classe, livre
e independente de carga horária;
- Estarão presentes no 1º, 2º e 3º anos, são restritivas aos alunos de cada
série e por série cursada;
- São destinadas ao corpo discente do Curso de Serviço Social regido
pela Estrutura Curricular publicada na Resolução UNESP-29, de 31-03-
2000;
- Deverão ser acrescentadas no histórico-escolar do aluno como atividade
extra-curricular e não hora-aula, para aquele que comparecer a 70% das
atividades planejadas;
29
- O planejamento das oficinas, em forma de atividade deverá ser realizado
no início de cada semestre letivo, sob a responsabilidade do Conselho de
Curso de Graduação e corpo discente de cada ano;
As oficinas devem ser pensadas como espaços específicos de
cultura, aprendizado, exercício, desenvolvimento de habilidades
técnicas e instrumentais de intervenção e/ou de conhecimento na
realidade social que permitam ao aluno ganhar visão sobre a prática
profissional do assistente social e os campos de ação do Serviço
Social.
- Atividades Complementares: constituídas por atividades de
pesquisa, extensão, iniciação científica, visitas monitoradas,
monitoria, participação em encontros, seminários, congressos e
demais eventos científicos profissionais com apresentação de
trabalhos.
30
Quadro 7 Correspondência entre as Matérias do novo currículo e as
Disciplinas em que se desdobram:
Matéria Disciplina Período C.H. Anual Créditos
Fundamentos Teórico-Metodológicos do Serviço Social – FTMSS – I, II, III, IV
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano
120 120 120 120
8 8 8 8
Fundamentos Histó- ricos, Teóricos e Me todológicos do Servi ço Social –FHTMSS
Serviço Social e Realidade Regional 4º ano 120 8
Trabalho Profissional - Elementos Cons- t itutivos – TP – I, II, III
1º ano ------
3º ano 4º ano
120 ---- 60 60
8 --- 4 4
Projetos de Investigação e Prática PIP – I, II, III
--- 2º ano 3º ano 4º ano
--- 60 60
120
--- 4 4 8
Serviço Social: Organização e Gestão Social do Trabalho Profi ssional SSOGSTP – I e II
--- ---
3º ano 4º ano
--- --- 60 60
--- --- 4 4
Processo de Trabalho do Serviço Social
Iniciação Cientí fica Pesquisa em Serviço Social Investigação Social Estat ística
1ºano/2ºsem 2º ano 3º ano
2ºano/1ºsem
30 60 60 30
2 4 4 2
Ét ica Profi ssional
Ética Profissional – EP – I Ética Profissional – EP – II
2º ano 3º ano
60 60
4 4
Formação Sócio-His tórica e Econômica do Brasil
Formação Sócio-Econômica do Brasi l
1ªano/2ºsem
30
2
Pol ítica Social Polít ica Social Polít ica Social do Brasil Serviço Social e Legislação Social I Serviço Social e Legislação Social II
2ª ano 3ª ano 3ª ano 4ª ano
60 60 60 60
4 4 4 4
Economia Economia I Economia II
1ª ano 2ª ano
60 60
4 4
Sociologia Fi losofia Psicologia Antropologia
Sociologia I Sociologia II Filosofia I Filosofia II Psicologia do Desenvolvimento Psicologia e Grupos Sociais I Psicologia e Grupos Sociais II Antropologia
1ª ano 2ª ano 1ª ano 2ª ano
1ºano/1ºsem 2ª ano 3ª ano 1ª ano
60 60 60 60 30 60 60 60
4 4 4 4 2 4 4 4
TOTAL 2.340 156
5.4 – Seriação Ideal (quadro 8)
31
1º ano
FTMSS I TP I Filosofia I Iniciação Científica (2ºsem) Antropologia
Economia I Sociologia I Form. Sóc-Econ. do Brasil-(1ºsem) Psic. do Desenv.- (2ºsem)
2º ano
FTMSS II Ética Profissional I Política Social Economia II Filosofia II
Sociologia II Psicologia e Grupos Sociais I Estatística (1ºsem) Pesquisa em Serviço Social Projetos de Investigação e Prática I
3º ano
SS:O..e Gest.S do Trab.Prof. I Ética Profissional II Investigação em SS Trabalho Profissional II FTMSS III
Projetos de Investigação e Prática II Política Social do Brasil Psicologia e Grupos Sociais II Serviço Social e Legislação Social I
4º ano
Trabalho Profissional III SS:Org.e Gest. S.do Tr.Prof.II FTMSS IV Projeto de Investigação e P. III
Serviço Social e Legislação Social II Serviço Social e Realidade Regional Tópicos Especiais (Optativa)
As únicas disciplinas que supõem pré-requisitos são
aquelas que se referem à 1ª Matéria do Núcleo III, Fundamentos
Históricos, Teóricos e Metodológicos do Serviço Social. Assim, para que o
aluno possa se matricular na disciplina Fundamentos Teórico-
Metodológicos do Serviço Social II é pré-requisito ter cursado FTMSS I
sucessivamente até FTMSS IV.
A mesma exigência será feita em relação à disciplina
Trabalho Profissional I que é pré-requisito para TP II que, por sua vez, é
pré-requisito para TP III.
Para cumprir o estágio de formação profissional são pré-
requisito as disciplinas: Fundamentos Teórico-Metodológicos do Serviço
Social I, Trabalho Profissional I e Iniciação Científica.
Todas as demais disciplinas do currículo não terão pré-
requisitos.
5.5 – Estágio Supervisionado e Trabalho de Conclusão de Curso
32
Dada a organicidade e complexidade das dimensões da
formação profissional em Serviço Social, o estágio supervisionado e o
trabalho de conclusão de curso devem ser desenvolvidos durante o
processo de formação, a partir do desdobramento das matérias e seus
componentes curriculares, concomitantemente ao período escolar.
O estágio supervisionado é uma atividade curricular
obrigatória que se configura a partir da inserção do aluno no espaço sócio-
institucional objetivando capacitá-lo para o exercício profissional. É
realizado concomitante ao ensino teórico e pressupõe supervisão
sistemática. Esta supervisão será feita pelo professor – supervisor
acadêmico e pelo profissional assistente social – supervisor de campo,
através da reflexão, acompanhamento e sistematização, com base em planos
de estágio elaborados em conjunto pelas unidades de ensino e unidade
campo de estágio. A carga horária mínima de estágio supervisionado será
de 495 horas, distribuídas durante o curso conforme estabelecer o
Regimento Interno do Setor de Estágio.
O estágio supervisionado tomará como referência a lei
8662/1993, o Código de Ética Profissional/1993 e o Regimento Interno de
Estágio8.
O Trabalho de Conclusão de Curso é uma exigência
curricular para obtenção do diploma do curso de graduação em Serviço
Social e corresponde a 300h/a – 20 créditos. Deve ser entendido como um
momento de síntese e expressão da totalidade da formação profissional. É o
trabalho no qual o aluno sintetiza o conhecimento resultante de um
processo investigativo originário de indagação teórica, preferencialmente
8 O Regimento Interno de Estágio encontra-se em reformulação, levando-se em conta a Reestruturação Curricular. Igualmente, estamos montando uma proposta de uma política de prática acadêmica que vise a integração entre ensino, pesquisa e extensão, articulados aos núcleos de pesquisa ou grupos acadêmicos e as disciplinas que compõem os Núcleos Fundamentos Teórico.-Metodológicos da Vida Social e Fundamentos do Trabalho Profissional. A metodologia da supervisão acadêmica (chamada de supervisão presencial na Regulamentação do art. 57 da LDB) encontra-se inserida na política de prática acadêmica.
33
gerada a partir da prática de estágio. Este processo realiza-se dentro de
padrões e exigências metodológicas e acadêmico-científicas. Portanto o
TCC constitui-se numa monografia científica elaborada sob orientação de
um professor e avaliada por banca examinadora.
O Curso de Serviço Social tem, no currículo em
implantação, a duração mínima de oito semestres, numa carga horária
mínima total de 2.7009 horas/aula, correspondentes a 180 créditos,
distribuídos entre 34 disciplinas (não incluindo os tópicos especiais) cuja
duração é de 120, 60 e 30 horas/aula anuais (respectivamente 8, 4 e 2
créditos) e um Trabalho de Conclusão de Curso correspondente a 20
créditos.
A presente proposta de reestruturação curricular busca
garantir:
- a manutenção de espaços para práticas pedagógicas integrativas e
interdisciplinares;
- a intenção de recriar uma cultura acadêmica, ainda que sob condições
adversas, que responda efetivamente aos objetivos enunciados, embora
nem sempre vivenciados, no Ensino Superior: ensino, pesquisa e
extensão;
- a intenção de caracterizar o Curso de Serviço Social da FHDSS-
UNESP/Franca, cada vez mais como o único curso público do Estado
de São Paulo, recuperando e estabelecendo seu papel regional, enquanto
centro de debates sobre questões que envolvem a profissão e as políticas
públicas a ela relacionadas, no projeto de país.
9 O currículo mínimo de 2700 horas atende à 40 semanas e 200 dias letivos. A carga horária máxima possível numa grade de 4 horas/dia para um currículo pleno atinge, no nosso caso, 2800 horas num total de 186 créditos, para um período mínimo de 4 anos de curso. Atentamos que é possível uma maior carga horária dependendo das opções do aluno por um maior número de disciplinas, obviamente cursadas num período maior que 8 semestres.
34
VI – CORPO DOCENTE DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
Quadro 9
DOCENTE DISCIPLINA C.H. TITULAÇÃO REG.TR.
Depto. de Serviço Social Cirlene Ap. Hilário da Silva Claudia Maria Daher Cosac Israild Giacometi Chinali José Walter Canôas Lil ia Christina de O. Martins Maria Ângela R. A. Andrade Maria das Graças de Gouvêa Maria Rachel Tolosa Jorge Mário José Filho Miriam Ferrei ra Mart ins Raquel Santos Sant’Ana Ubaldo Silveira Victalina Maria P. Di Gianni
Proj . de Invst. e Prát. III (PIP) SS: Org. Gestão STP I e II Polí t. Social e Polí tica Social do Brasi l Trabalho Profissional I Fund. TMSS IV Fund. TMSS I SS e Realidade Regional Trabalho Profissional II e III Fund. TMSS II Iniciação Cientí fica Pesquisa em Serviço Social Investigação em Serviço Social Fund. TMSS III Ética Profissional I e II Proj . de Invst. e Prát. I e II (PIP)
120 120 120 120 120 120 120 120 120 30 30 60
120 120 120
MESTRE DOUTOR DOUTOR DOUTOR DOUTOR DOUTOR DOUTOR DOUTOR DOUTOR MESTRE
MESTRE DOUTOR MESTRE
RDIDP RDIDP RDIDP RDIDP RDIDP RDIDP RDIDP RDIDP RDIDP RDIDP
RDIDP RDIDP RDIDP
Depto. de Direito Público Ana Maria Ramos Estevão
SS e Legisl. Social I e II
120
DOUTOR
RDIDP
Depto. Estudos Sociais Básicos de Educação Almir Mantovani Ana Crist ina Nassif Soares Dulce Maria P. Guimarães Fernando Kolleritz Luiz Alfredo Chinali Narciso João Rodrigues Júnior
Estatíst ica Psicologia do Desenvolvimento Psicologia e Grupos Sociais I Psicologia e Grupos Sociais II Antropologia Filosofia I e II Sociologia I e II Economia I e II
30 30 60 60 60
120 120 120
Aux. de Ensino MESTRE
DOUTOR DOUTOR DOUTOR
Aux. de Ensino
RTP RDIDP
RDIDP RDIDP RDIDP RDIDP
Depto. de História Alice Marques
Formação Sóc.-Econ. do Brasi l
30
DOUTOR
RDIDP
Todos os professores doutores estão credenciados no Pós-
Graduação, acumulando aulas, bancas e orientações de dissertações/teses.
Todos os professores do Curso de Serviço Social orientam TCC e fazem
parte das bancas examinadoras dos mesmos. Lembramos ainda que todos os
professores do Departamento de Serviço Social são Supervisores
Acadêmicos.
VII – TÓPICOS ESPECIAIS (DISCIPLINAS OPTATIVAS)
35
O elenco dos Tópicos Especiais (disciplinas optativas) será
ampliado nos anos seguintes, possibilitando a atualização do currículo às
mudanças da sociedade, permitindo que os alunos tenham maior
oportunidade de escolha.
A partir do ano 2000 serão oferecidos no mínimo 3
Tópicos Especiais.
Aos alunos matriculados no currículo velho serão
oferecidas as disciplinas nele constantes, sendo-lhes assegurado as
disciplinas necessárias para sua formação nos prazos legais.
O novo currículo será implementado de modo seqüencial
progressivo, a contar do ano 2000, numa seqüência normal mínima de oito
semestres. No ano 2004 completar-se-á o primeiro ciclo de formandos do
novo currículo.
7.1 – Elenco dos Tópicos Especiais (disciplinas optativas)
- Supervisão em Serviço Social
- Classes e Movimentos Sociais
- A Questão Agrária e o Serviço Social
- Serviço Social e Relações de Gênero
- Serviço Social, cooperativas e programas de geração de renda
- Serviço Social e Poder Local
- O Assistente Social como Analista Social
- Consultoria e Assessoria em Serviço Social
- Serviço Social e Planejamento Estratégico Participativo
- Serviço Social e Interdisciplinaridade
- Serviço Social: Cotidiano e Crítica
- Serviço Social e a Crise da Sociedade do Trabalho
- O Instrumental Técnico-Operativo do Assistente Social
- Serviço Social e Direitos Humanos
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- Serviço Social e Cidadania
- Serviço Social e Educação Popular
Quadro Comparativo das Matérias dos Currículos – Quadro 10
Currículo Atual Currículo Novo
Área Básica 1 – Fi losofia 1 – Sociologia 3 – Psicologia 4 – Economia 5 – Antropologia 6 – Direi to e Legislação Social 7 – Estatíst ica 8 – Formação Social e Econômica do Brasi l 9 – Iniciação Cientí fica Área Profissional 10 – Administração em Serviço Social 11 – Desenvolvimento de Comunidade 12 – Ética Profissional em Serviço Social 13 – História do Serviço Social 14 – Metodologia do Serviço Social 15 – Pesquisa em Serviço Social 16 – Planejamento em Serviço Social 17 – Polí tica Social 18 – Seminário da Prática 19 – Teoria do Serviço Social
Núcleo de Fundamentos Teórico-Metodológicos da Vida Social (Núcleo I) Antropologia Filosofia Psicologia Sociologia
Fundamentos da Formação Sócio-Histórica da Sociedade Brasileira (Núcleo II) 1 – Formação Sócio-Econômica do Brasi l 2 – Polít ica Social 3 – Economia Núcleo de Fundamentos do Trabalho Profissio- nal (Núcleo III) 1 - Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodoló-
gicos do Serviço Social 2 – Processos de Trabalho do Serviço Social 3 – Ética Profissional
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BIBLIOGRAFIA
BALZAN, N.C. e SOBRINHO, J.D. (org.). Avaliação Institucional:
Teorias e Experiências. São Paulo: Cortez, 1999.
BICUDO, M.A. Circuitos PROGRAD. 1995,1996,1997.
BRZEZINSKI, I. (org.). L.D.B. interpretada: diversos olhares se
entrecruzam . São Paulo: Cortez, 1997.
BUARQUE, Cristóvam. A aventura da Universidade. São Paulo: Paz e
Terra/UNESP,1994.
CHAUÍ, Marilena. A Universidade Operacional. Cadernos MAIS. Folha de
São Paulo: 09/05/99, p3.
IAMAMOTO, Marilda Villela. Política de Prática Acadêmica. UFJF: Juiz
de Fora, 1997.
LEWY, A. (org.). Avaliação de Currículo. São Paulo: EPU,1997.
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São Paulo: Cortez, 1994.
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Avaliação e Reformulação do Currículo. São Paulo: Cortez,1995.
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Dunya, 1997.
CADERNOS ABESS nº 7. São Paulo: Cortez, 1996.
CADERNOS ABESS nº 8. São Paulo: Cortez, 1998.
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APRESENTAÇÃO
O Conselho de Curso de Graduação e o Conselho Departamental do Curso de Serviço Social – Faculdade de História, Direito e Serviço Social - Universidade Estadual Paulista, câmpus de Franca, tem a grata satisfação de apresentar à comunidade acadêmica e ao público em geral, o Projeto Pedagógico do Curso de Serviço Social – ano 2000, em conformidade com as diretrizes gerais oficializadas pela ABESS – Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social, pelo CEDEPSS – Centro de Documentação em Políticas Sociais e Serviço Social (hoje fundidas na Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social – ABEPSS), e aprovadas pela Resolução UNESP nº 29, de 31-03-2000.
Visando a formação profissional, o Projeto Pedagógico objetiva a capacitação teórico-metodológica e ético-política dos assistentes sociais como requisitos fundamentais ao exercício de atividades técnico-operativas para atuar junto às diversidades e complexidades das questões sociais.
O processo de reestruturação curricular, iniciado em 1996, supõe a organização do curso por núcleos de fundamentação que foram incorporados às características especiais da UNESP e das contingências históricas, culturais, sociais e econômicas da 14ª Região Administrativa do Estado de São Paulo, Franca.
O Curso de Serviço Social da FHDSS – UNESP/Franca, apresenta situação especial pois se trata do único curso de natureza pública do Estado de São Paulo e um dos oito, da unidade federativa, de natureza pública estadual.
O Colegiado do Curso de Serviço Social desta Unidade Universitária deseja que a construção deste Projeto Pedagógico se constitua em subsídio para efetivação de objetivos que possam valorizar o ensino, a pesquisa e a extensão por sua qualidade e excelência acadêmica.
Registramos nossos agradecimentos a todos que participaram da arquitetura deste Projeto, em especial às Professoras Doutoras Maria Rachel Tolosa Jorge, Maria das Graças de Gouvêa e Ana Maria Ramos Estevão, Coordenadoras do Conselho de Curso da Graduação em Serviço Social à época.
Profª. Drª. Claudia Maria Daher Cosac
Presidente do Conselho de Curso de Graduação em Serviço Social (out/2000)