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Alargamento Caminhável Saúde Bandeira Azul GAECO Governo do Estado indica apoio ao engordamento da faixa de areia Mudanças em área central darão preferência ao pedestre e ao convívio social Hospital Ruth Cardoso, PA da Barra e UPA Nações serão terceirizados para OS Três praias inscritas na fase piloto do programa de certificação ambiental Depois de Balneário, chegou a vez de Camboriú e pelo mesmo motivo R$ 5,00 Balneário Camboriú • Ano 26 • Edição 1332 www.pagina3.com.br JUN/2017 Projetos para o futuro BALNEáRIO ESTá SENDO REMODELADA PARA CONTINUAR ECONOMICAMENTE PUJANTE, PORéM MAIS HUMANIZADA

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Alargamento Caminhável SaúdeBandeira Azul GAECOGoverno do Estado indica apoio ao engordamento da faixa de areia

Mudanças em área central darão preferência ao pedestre e ao convívio social

Hospital Ruth Cardoso, PA da Barra e UPA Nações serão terceirizados para OS

Três praias inscritas na fase piloto do programa de certificação ambiental

Depois de Balneário, chegou a vez de Camboriú e pelo mesmo motivo

R$ 5,00

Balneário Camboriú • Ano 26 • Edição 1332 • www.pagina3.com.brJUN/2017

Projetos para o futuroBalneário está sendo remodelada para continuar economicamente pujante, porém mais humanizada

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2Balneário Camboriú, junho de 2017

editorial o que você vai ler nessa edição

a quantas anda o projeto de engordamento da faixa de areia

planejamento desenvolve mudanças para área central da cidade

Galeria da atlântica terá que ser refeita antes do verão

Violência de todo tipo contra idosos é preocupante

polícia continua investigações para encontrar mandante do crime

Alargamento

Especial Cidade Caminhável

obra mal feita

a.b.r.a.ç.o.

Sérgio Renato

A praga da corrupçãoO Estatuto da Cidade estabeleceu que os planos diretores ema-nam do povo, é a população que decide através da livre mani-festação todos os aspectos que interessam à sociedade.No papel o Estatuto é uma lei à frente do seu tempo e na prática acaba desfigurado por interesses não coletivos e pela corrup-ção que corroi o futuro do Brasil.Entender que a gestão democrática da terra é um direito co-letivo já é difícil para uma sociedade acostumada ao patrimo-nialismo, mas admitir que esta mesma terra não tem função particular e sim social é mais difícil ainda.Entra em jogo o jeitinho, a vírgula na lei e a propina. Isso acon-tece em duas etapas: nas câmaras de vereadores ou depois dos planos diretores aprovados, nos conselhos das cidades.Vereadores na maioria não estão preocupados com planeja-mento urbano, seus olhos não enxergam além do bairro ou do grupo que o elegeu.Por isto, fazem emendas aos planos diretores e, em muitos casos, recebem propina adequada ao lucro proporcionado ao dono da terra.Dizem, sem que até o momento tenham sido apresentadas provas contundentes, que no ano passado uma emenda ao Pla-no Diretor de Balneário Camboriú valia R$ 500 mil.Outra maneira de deformar planos diretores ocorre nos conse-lhos de cidadãos, quando previstos nos planos diretores.Eles analisam situações especiais, não previstas nos planos di-retores e isso na prática significa autoridade para mudar qual-quer regra.Por exemplo, fazer diversos edifícios onde isso é proibido, pro-porcionando extraordinários lucros ao dono da terra, ao cons-trutor etc.Todos esses exemplos acontecem cotidianamente e as popula-ções só tomam conhecimento quando o Ministério Público de-cide agir, usando um instrumento infalível, o monitoramento telefônico, através de equipes como o Grupo de Atuação Espe-cial de Combate ao Crime Organizado (GAECO).A corrupção na política é tão grave que o Gaeco de Itajaí, na sua área de atuação, desmantelou grupos acusados de criminosos em três das principais cidades: Itajaí, Camboriú e Balneário Camboriú.A sociedade não é vigilante, se conforma com esse estado de coisas, não reage e em muitos casos volta a eleger os mesmos patifes.E com isso se torna vítima de si mesma.

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- 7- três praias estão inscritas na fase piloto do Bandeira azul. - 8 - Gaeco: depois de Balneário, chegou a vez de camboriú.- 11- compra de vagas em creches particulares trará economia.- 12- mortandade de animais marinhos na região.- 14- alésio, o bruxo das plantas, deu uma aula em Bc.- 15- hospital ruth, pa e upa serão terceirizados.- 16- Viagem ao japão, não é barato, mas vale a pena.- 18- entrevista com a monja coen, que palestrou em Balneário.- 21- aos 25 anos, chaplin restaurante continua uma lenda- 31- centro de eventos começa a mudar a história da cidade.

Artigos assinados e colunas não refletem necessariamente a opinião do jornal.

| e x p e d i e n t e

- COLUNISTAS -

Rubens Spernau (6), Waldemar Cezar Neto (9), Daniele Sisnandes (13), Marisa Zanoni (14), Jamil Albuquerque (17), Jonas Ramos (22), Enéas Athanázio (23), Marlise Schneider Cezar (26), Caroline Cezar (27), Fabiana Loos (28), Fabiane Diniz (29), Augusto César Diegoli (31)

Balneário Camboriú, 24 de Junho de 2017Ano 26, no 1332Diretor de redação / Jornalista responsável: Waldemar Cezar Neto CNPJ: 04.097.083/0001-30Redação: Rua 2448, 360, Centro, Balneário Camboriú, SC. Fone: 47 3367-3333e-mail: [email protected] | site: www.pagina3.com.brO Página3 Impresso ficará nas bancas nos próximos 30 dias

Capa: Fab Diniz

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O alargamento da faixa de areia da praia central é um projeto an-tigo, defendido por muitos prefeitos que passaram pela cidade, mas até agora longe de sair do papel. Isso se justifica pelo custo: a estimativa atual é de um investimento de aproximadamente R$ 200 milhões. Em meados de junho, o prefeito Fabrício Olivei-ra apresentou o projeto ao governador Raimundo Colombo, que sinalizou positivamente uma possível ajuda financeira, o que dá uma um novo fôlego à iniciativa.

O projeto de alargamento é claro em um ponto: a importância ex-trapola a questão turística ou estética e tem relação direta com o futuro econômico de Balneário Camboriú.

Imagens de satélite constatam o processo erosivo ao longo dos últimos anos na Barra Sul. Sem contar os diversos eventos regis-trados nos últimos anos como ressacas, enchentes e alta de maré.

Isso não é bom para a economia, já que as notícias se espalham rápido. Balneário é referência no mercado imobiliário e o setor da construção (que mais emprega na cidade), tende a sofrer graves consequências caso esses eventos continuem atingindo a praia. Ao ver a apresentação, o próprio governador entendeu a impor-tância da obra não só para a cidade, mas para toda Santa Cata-rina.

Mesmo com tais justificativas, é ousada a decisão de executar a obra. O empreendimento é de grande porte e terá reflexos no fu-turo, mas vai trazer forte impacto momentâneo, afinal serão qua-se 3 milhões de m3 de sedimentos despejados na praia, de acordo com o Estudo de Impacto Ambiental realizado para a prefeitura em 2014, pela Prosul e Acquaplan.

• Como seráEm 2011, uma jazida foi identificada pela empresa Coastal Planning & Engineering, a 15 km de distância da praia. Uma draga fará o serviço em horário comercial. Ela vai dragar, armazenar o sedimento na cisterna e se aproximar da praia, onde se conectará a tubos e bombeará o material para a faixa de areia.E não será só o aterro hidráulico. O projeto prevê ainda toda a reurbanização da Aveni-da Atlântica e uma estrutura de proteção da costa, em um total de 25 metros. Já a faixa de areia, hoje com 25 metros, seria ampliada para 55 metros.

• Em que pé estáNeste momento a Fundação do Meio Ambiente está avaliando a viabilidade do empreendimento. A Fatma informou à reportagem que forneceu em fevereiro um prazo de 300 dias para o município apresentar complementações solicitadas.Caso ambientalmente viável emite a Licença Ambiental Prévia. Após, a prefeitura tem que apresentar os projetos em nível executivo e o detalhamento dos progra-mas ambientais, momento em que se emite a Licença Ambiental de Instalação, estágio que pode-se iniciar as obras.

Os oceanógrafos Fernando Diehl e João Thadeu de Menezes, do grupo Acquaplan, que coordenaram o Estudo de Impacto Ambiental do projeto do alarga-mento da Praia Central, comentam que a obra “deverá alterar os processos morfodinamicos dominantes da praia (ondas, correntes e transporte de sedimentos) durante um tempo”.

Neste período irá ocorrer a “reacomodação do sedi-mento”, até haver a completa reconstrução do perfil de equilíbrio praial. Ele pode levar de 6 a 12 meses e tenderá a deixar a praia como está hoje se o sedimento

utilizado pera o engordamento for compatível, isso é, tiver as mesmas características do sedimento origi-nal da praia. Caso isso não aconteça, o perfil da praia pode ser alterado de forma permanente, inclusive com alteração da formação das ondas, e também, na declividade (inclinação) da praia.

O estudo indica que com o tempo a vida marinha ten-de a se restabelecer e que o impacto à atividade pes-queira será mínimo.

Um parêntese quanto ao desequilíbrio ambiental da

praia deve ser aberto. Até hoje não se tem um entendi-mento completo sobre os processos observados atual-mente na enseada, o que seria muito importante para o sucesso da obra, já que ela pode oportunizar condi-ções de proliferação de organismos.

“Quanto maior for o conhecimento técnico e científico sobre estes ambientes, maior serão as possibilidades dos impactos ambientais potenciais, serem evitados e/ou mitigados”, destacam os oceanógrafos Fernando Diehl e João Thadeu de Menezes.

Os reflexos na dinâmica da orla

Reprodução

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ruas arborizadas, calçadas padronizadas e com acessibilidade, além de espaços urbanos que valorizem a interação entre pessoas. parece teoria, mas esses são alguns dos conceitos do projeto Cidade Caminhável.

No começo deste mês o Página 3 Online recebeu um recado preocupado de um leitor que preferiu não se identificar. Ele questionava a execução de uma obra na Rua 902 que aparentava ser conse-quência de um erro de projeto, porque avançava sobre a rua.

A reportagem procurou a prefeitura e descobriu que o trecho estava trazendo características de um grande projeto que começou a ser desenvol-vido em março e que deve mudar o conceito de uma das regiões mais movimentadas da cidade.

A responsabilidade de concepção ficou a cargo de dois servidores de carreira, com mais de 25 anos cada de prefeitura: o arquiteto Sérgio Baggio e a socióloga Rosana Sebold.

O arquiteto explicou que o urbanismo caminhá-vel é baseado no conceito da caminhabilidade, ou walkability, e que começou a ser discutido ampla-mente na conferência Walk 21, em Melbourne, no ano de 2006.Quatro anos depois, 25 países subscreveram essa metodologia para começar a aplicá-la, por isso ela ainda é pouco difundida no país e pode, a princí-pio, causar estranheza. Isso porque não estamos acostumados a algumas das interferências que são propostas, pois desaprendemos a conviver por medo da criminalidade e achamos que os carros têm preferência na ocupação dos espaços públicos.

No urbanismo caminhável o conceito dos pas-seios respeita de verdade os pedestres, sem supri-mir a vegetação. O objetivo é criar recantos, espa-ços de descanso e interação, além de calçadas que se adaptem aos cenários urbanos, avançando, em caso de necessidade, sobre áreas que antes eram reservadas ao estacionamento de automóveis, evitando assim que o pedestre tenha que recorrer à rua para caminhar.“Hoje em dia as cidades ficaram violentas e o ser humano começou a se retrair para dentro de suas casas, shoppings... e os espaços urbanos ficaram meio que voltados para outras coisas, não o con-vívio humano”, comentou o arquiteto.

O arquiteto explica que a meto-dologia indica a escolha de um determinado perímetro, em vez de diluir o conceito pela cidade. Dessa forma será mais fácil para concentrar investimentos, ava-liar o impacto e necessidades de possíveis ajustes. O perímetro piloto em Balneário Camboriú compreende 18 ruas, num total de 175 mil m2, entre Avenida Brasil, Rua 1500, 3ª Ave-nida, Rua 902 e Avenida Central. Nessa região, a arborização das ruas criou situações impraticá-veis para o pedestre, com raízes tomando conta dos estreitos passeios, além de descaso ar-quitetônico de algumas cons-truções que criaram obstáculos para o transeunte.A área é de intensa movimen-

tação. Para se ter uma ideia, só nos finais de semana circulam pela região da Igreja Santa Inês e camelódromo cerca de 15 mil pessoas. O ir e vir é constante, inclusive nos dias de semana, por causa da intensa atividade comercial das redondezas.No perímetro piloto foram con-tabilizadas 626 vagas de auto-móveis e 145 de motos. Parece muito, mas completamente es-gotada, considerando a falta de rotatividade e a concentração de empreendimentos. Com todas as intervenções ime-diatas, a prefeitura estima per-der 32 vagas de estacionamento. “É em torno de 5%, porém vamos criar uma nova dinâmica para o pedestre, será convidativo fazer o percurso a pé”, reforçou.

O projeto

O perímetro piloto

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Divulgação

Por Daniele Sisnandes

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Sérgio Baggio explica que a me-todologia do urbanismo cami-nhável é desenvolvida em nível internacional. Nela há nove cri-térios de avaliação da caminha-bilidade que devem ser avaliados

in loco. A pontuação vai de 0 a 5. Para ter uma referência do má-ximo de qualidade, a secretaria de Planejamento definiu como 5 o trecho do calçadão ao lado do edifício Dalcelis, na Rua 1200.

“Fizemos todo o levantamento, avaliando rua a rua. Tem que caminhar, avaliar, sentar, fazer uma análise crítica e aí vamos apontando as medidas necessá-rias para melhorar a pontuação daquela rua, dentro daqueles nove critérios. Cada rua tem a sua pontuação e as medidas que possam melhorar a pontuação para chegar o mais próximo a 5, que é o parâmetro limitador”, explicou Baggio.

Os critérios 1- Uso do solo lindeiro / 2- Ani-mação, oportunidade para re-lações sociais / 3- Largura da calçada / 4- Condições do piso/existência de obstáculos / 5- Pro-teção de intempéries / 6- Mobili-ário urbano / 7- Poluição / 8- Sen-sação de insegurança pessoal / 9 - Proteção do tráfego local.

A metodologia do urbanismo caminhável indica ações imedia-tas, de médio e longo prazo. Depois da avaliação das ruas, o poder público vai traçar ações para melhorar a pontuação e aí entra a parceria dos moradores para ajudar a identificar e exe-cutar as mudanças dentro das novas normas. Os pontos amarelos são as ações imediatas, em sua maioria, árvo-res bloqueando a passagem ou espaços abandonados, com acú-mulo de vegetação, por exemplo.

Conforme o arquiteto Sérgio Baggio, um desses pontos era o local da foto que motivou essa reportagem, na Rua 902. “Privilegiamos manter a vegeta-ção, ali não houve perda de vaga, mas em outras situações, para privilegiar a vegetação e fazer um projeto qualificando o entor-no, vamos perder umas vagas de estacionamento”, adiantou.Outros locais de destaque já identificados serão os pontos de ônibus - que deverão receber melhorias de concepção, além

de pontos de conflitos de grau elevados no trânsito (geralmen-te esquinas), que serão avalia-dos em parceria com o setor responsável.

As rampas são um problema à parte. O Planejamento identifi-cou no perímetro (os pontos em azul) necessidade de interven-ção em praticamente todas as esquinas. Conforme Baggio, isso acontece porque em nenhum dos pontos havia rampas dentro das normas de acessibilidade vi-gentes no país.

A metodologia

Ações agora e no futuro

Em desenvolvimento

Quando a reportagem teve acesso ao material em desenvolvimento, a equipe da secretaria de planejamento começava a trabalhar na concepção das melhorias. já havia alguns croquis, mas tudo em fase de estudo. o próximo passo é fazer os projetos específicos de intervenção. É um trabalho minucioso, pois está considerando área por área e olhando além do passeio. “É a questão da urbanicidade, da qualidade ambiental, da me-lhoria da segurança, porque vai ter que melhorar a iluminação”, complementou Baggio.

E o arquiteto continua. “Não é apenas executar

passeios de acordo com a norma

técnica, não. O Cidade Caminhável

é um projeto que vai além, analisa

o entorno, as atividades que

se desenvolvem, comerciais e

de serviço para qualificar a região”.

O objetivo maior é a humaniza-ção. Em áreas onde o passeio é muito estreito e há potencial de uso, como na frente do Colégio Energia (croqui), a prefeitura de-senha a implantação de peque-nos espaços de uso coletivo, que podem vir a ser pequenas praças ou até academias ao ar livre.

“Melhorar a questão das pessoas se sentirem atraídas a caminha-rem por aquelas ruas, interagi-rem com outros naquele espaço. Meio que voltar ao ser humano

quando ele usava mais o espaço público. Hoje ele usa para se lo-comover de A a B, ou a pé, ou de bicicleta, ou de carro. O objetivo é chegar no trabalho, ou no sho-pping ou ir para casa e a ideia é que você comece a resgatar a in-teração social que existia na rua, de as pessoas conviverem, se encontrarem, conversarem nas esquinas”, sublinha o arquiteto.

Na Rua 900 - um dos principais acessos de pedestres ao camelô e igreja - o município estuda me-lhorar a qualidade dos equipa-mentos públicos, com passeios mais largos e padronizados, criando assim uma melhor flui-dez ao caminhante.

OrientaçãoAo que parece, além de indicar melhorias e executar mudanças, a prefeitura terá que trabalhar também a conscientização.

O estudo inicial revelou muito descaso com o espaço urbano: falta de lixeiras ou instalações no meio do caminho, inexistên-cia de calçadas e abandono de áreas que poderiam ser com-partilhadas.

Nos fundos da igreja, uma cal-çada estava tomada por mato, impossibilitando a passagem e contribuindo para a inseguran-ça. Muitas situações como estas foram identificadas e receberão sugestões de melhorias.

Baggio e Rosana também iden-tificaram em frente à igreja a falta de uso dos paraciclos, enquanto diversas bicicletas estavam cadeada junto à cerca. Outro exemplo de falta de escla-recimento e que pode ser rever-tido com informações.

especial: cidade caminháVel

Fotos Daniele Sisnandes

O arquiteto Sérgio e a socióloga Rosana, projetando o urbanismo caminhável.

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Qual é o plano para a execução?

Olhando para frente

O perímetro piloto tem sérios problemas de acessibilidade. Deficiências históricas, que nun-ca receberam a devida atenção. Mesmo sendo de conhecimento de todos e causadores de dificul-dades e até insegurança, superar esses problemas não será uma tarefa simples, porque exigirá divisão das responsabilidades.O arquiteto Sérgio Baggio acre-dita que dentro de três meses os projetos para o piloto estejam definidos. Só depois disso será possível estimar investimentos por parte do poder público, mas Baggio lembra que as interven-ções não são de grande porte e não quer dizer que vão refazer tudo, são detalhes que farão com que a região mude de cara.Ele disse que como há muitas

calçadas em mau estado, o mu-nicípio aproveitaria para indicar aos proprietários a adequação ao passeio dentro das normas NBR e ABNT. Não há projetos mira-bolantes. As calçadas seguirão o padrão já estabelecido, para exe-cução em concreto e com piso podotátil.O setor de aprovação de projetos da secretaria de Planejamento também trabalhará afinado, condicionando a liberação de atividades mediante regulariza-ção do passeio. “Isso não estava acontecendo, por isso os novos projetos já te-rão o passeio adequado. A fisca-lização de obras vai estar atenta e vai intimar os responsáveis que estiverem em desacordo”, explicou.

O secretário de Planejamento, Edson Kratz, de-fende que o tema é muito importante para a ci-dade e vai requalificar uma região, mas também trazer um novo olhar sobre o espaço urbano.O perímetro piloto é só o começo. O Planejamen-to já estuda um segundo perímetro, que compre-enderia 12 ruas: da confluência da 3ª Avenida, Avenida do Estado e Central chegando até o perí-metro piloto. Essa segunda área teria 125 mil m2, o que resultaria em um total de 300 mil m2 de área avaliada.“Ali a gente detecta problemas que vamos encon-trar em toda a cidade. Passeios, árvores que es-tão sobre passeio de largura reduzida. Queremos aumentar a quantidade de árvores, poderíamos em parceria com o Fumtran reduzir em algumas ruas a quantidade de veículos e criar peatonais (onde o pedestre tem preferência), ampliar pas-seios com qualidade urbana diferenciada, com vegetação, áreas de convívio, são projetos que vão evoluindo”, defende o arquiteto.Baggio acredita que depois da fase piloto inicia-da, o conceito possa se irradiar pela cidade. “É um projeto de médio e longo prazo, o objetivo fi-nal é qualificar o município inteiro, mas isso você não faz em um ano, dois anos…”, conclui.

A cidade de Jun-diaí, no interior paulista, foi a primeira no país a abraçar o urbanis-mo caminhável. Lá o município vem desenvolvendo o projeto desde 2015. Um dos destaques são os parklets, mini praças com mobiliário urbano criando estações de descanso e interação.

colunistaRubens Spernau

Neste mês completei 35 anos de graduação em engenharia. Nossa turma era composta de 31 formandos, e destes, 20 constituíram uma associação com personalidade jurídica, contribuição financeira e reu-niões a cada ano, sempre pró-ximo a data da formatura.Essa frequência permanente transformou a amizade aca-dêmica em uma verdadeira família, reunindo e unindo familiares, fazendo brotar uma união que transcende em muito as expectativas de cada um de nós.Para a data comemorativa deste ano, elegemos, entre vá-rios destinos propostos, Punta Cana, na República Domini-cana. Meu voto foi por outro destino, já que havia estado em Punta Cana em 2012. Lo-cal agradável, clima quente e praias lindas, hotéis com estrutura invejável, portanto uma boa escolha para nossa confraternização.Recordo que quando da mi-nha primeira ida, em 2012, ao me identificar como brasilei-ro, a receptividade e simpatia eram associados ao cantor Mi-chel Teló e ao Neymar, símbo-los de alegria e encantamento. A música do Michel era um verdadeiro hino de alegria, cantado por turistas das mais diversas nacionalidades, em-bora não fosse muito agradá-vel aos meus ouvidos.Malas prontas, camisetas alu-sivas à data vestidas, partimos num grupo de 29 pessoas rumo ao destino escolhido.

Ao chegarmos e nos identifi-carmos como grupo de enge-nheiros brasileiros, uma pa-lavra passou a ser constante: Odebrecht. Os noticiários de tv e rádio, a conversa no co-mercio, os motoristas de táxi… Na semana em que estivemos na República Dominicana, lá houve o julgamento de 14 pes-soas, das quais 10 foram con-denadas à prisão temporária por envolvimento em corrup-ção associada a empresa brasi-leira, cerca de U$ 100 milhões em propina.Recordo que em 2011 numa viagem técnica que fiz ao Pa-namá, para visitação das obras do novo canal e a edifícios construídos com sistema es-trutural similar ao nosso, sen-tia orgulho e satisfação ao ser perguntado se era engenheiro da Odebrecht. De símbolo de competência e capacidade téc-nica, a nossa maior empreiteira passou a ser modelo de corrup-ção, destruindo os seus hipoté-ticos valores, e, por analogia, a imagem do nosso país. Nossa maior exportadora de propina.Nossa confraternização foi, como sempre, maravilhosa. Confesso que pela primeira vez senti as consequências dos escândalos que nos colocam como “o país da corrupção”. Triste sensação, pagaremos todos, e por muito tempo, pela prática de políticos e empresá-rios que fizeram do nosso país um balcão de negócios escu-sos. Confesso que pela primei-ra vez senti vergonha de ser brasileiro.

VERGONHA DE SER BRASILEIRO

([email protected])

especial: cidade caminháVel

Daniele Sisnandes

Divulgação

Fotos Reprodução

Passeios cheios de impecilhos vão deixar de existir

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Nos últimos anos a cidade vem sendo manchete nacional pela má qualidade de sua praia cen-tral e trabalhar para conquistar um certificado como o Bandeira Azul mostrará que o destino tem muito mais a oferecer. Um dos pré-requisitos do programa é a parti-cipação apenas de praias urbanas ou com uso intenso. Isso em outras palavras diz que apesar de ser frequentado, há cuidado no local com o meio ambiente. Até o fechamento desta reportagem tinham cer-tificados ativos apenas cinco praias em todo o Brasil, sendo duas em Santa Catarina: Lagoa do Peri (capital) e Praia Grande de Caravelas (Go-vernador Celso Ramos).A coordenadora nacional do programa, Leana Bernardi, concorda que o número de praias cer-tificada é baixo para uma costa tão grande. “Os motivos principais são a falta de saneamen-to, que torna muitas de nossas praias impró-prias e também a grande quantidade de ocupa-ções irregulares. Praticamente todas as praias brasileiras têm invasões e construções irregula-res”, destacou.Ela acredita que dificuldades em comprovar a balneabilidade e a regularidade das ocupações ao longo da praia sejam os pontos mais desafia-dores dos municípios.

Caminho longoPara ter uma bandeira azulada hasteada na orla, o município terá que vencer 34 critérios,

divididos em quatro eixos: educação ambiental, qualidade da água e banho, segurança e gestão ambiental. A prefeitura tem o prazo de dois anos para se enquadrar. Parece muito, mas a lista de providências é longa e forrada de especificações.O investimento no programa em si é baixo, custa R$ 3 mil na fase piloto e depois o mesmo valor para a fase de certificação. No entanto, o secretário do Meio Ambiente, Ike Gevaerd, lem-bra que existe toda uma adequação de política pública e infraestrutura. Os critérios sobre qualidade ambiental são bem rigorosos. Enquanto a Fundação do Meio Am-biente (FATMA) considera própria a água que apresentar até 800 Escherichia coli por 100 mili-litros, o padrão do Bandeira Azul aceita até 200. Considerando as análises da última temporada, as águas das praias inscritas então dentro do padrão, exceto por um ponto crítico: a Lagoa de Taquaras, que indica poluição por esgoto.Segundo o secretário, ingressar no programa vai de encontro ao que o prefeito Fabrício Olivei-ra vem defendendo desde seu plano de governo, com o eixo Balneário de Águas Limpas e deve acelerar processos de saneamento como da La-goa.Para Ike, será um desafio integrar os atores lo-cais no comprometimento com a causa. Isso in-clui moradores, comunidade local e pescadores e vai exigir algumas mudanças de posturas e possíveis resistências. Desenvolver um progra-ma eficiente de comunicação e educação am-

biental também estão entre as preocupações.No final de maio o secretário esteve em Salva-dor, na Ponta de Nossa Senhora de Guadalupe, praia certificada e exemplo de preservação. Lá foram empregadas equipamentos alternativos e adaptados de integração à natureza, como pre-coniza o programa. Os banheiros ecológicos e guaritas de guarda-vidas, por exemplo, servirão de inspiração para cá.O município colocou em atuação um grupo de trabalho para atender aos critérios exigidos. No dia 14 de julho, vai apresentar o programa à co-munidade na Câmara de Vereadores.

Em busca da Bandeira Azul

no final da última temporada, o página 3 ouviu de muitas fontes os mesmos pedidos: o modelo de turismo precisa mudar, a começar pelos investimentos. pois o município já está dando os primeiros passos para isso, com a inscrição de três praias no programa de certificação ambiental Bandeira azul: taquaras, estaleiro e estaleirinho.

Bandeira Azul é um selo de caráter

socioambiental criado na França

em 1985 pela Foundation for

Environment Education (FEE).

No Brasil ele é gerido pela

ONG Instituto Ambientes em Rede, sediado

em SC.

Adriana Carvalho, coordenadora da Fundação Baía Viva, Ike Gevaerd e Leana Bernardi, coordenadora nacional do programa Bandeira Azul

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Sérgio Renato - Presos os executores

O decorrer natural em situações semelhan-tes é os criminosos, depois de presos, extor-quirem os mandantes para obter vantagens financeiras e negociarem com a própria polí-cia visando a segurança dos familiares.Dos cinco envolvidos na execução do crime quatro estão presos e um foragido. São cri-minosos habituais, mas apenas um deles ha-via cometido homicídio anteriormente.O delegado da Divisão de Investigação Cri-minal (DIC) de Itajaí, Weidson da Silva, apre-sentou detalhes das investigações em entre-vista coletiva à imprensa no último dia 20.Segundo o delegado a ideia dos criminosos era executar o engenheiro uma semana an-tes, em meados de fevereiro, quando foram até a casa da vítima na Praia Brava. Eles de-

sistiram devido à presença de vizinhos que estranharam a movimentação.No dia 22 dois deles retornaram à residência, chamaram Sérgio Renato à frente da casa e o mataram. Foram disparados alguns tiros, mas a polícia só recuperou dois projéteis e nenhuma cápsula. Um único tiro, de 9mm, atingiu o engenheiro no tórax e o matou. As armas desapareceram.A DIC chegou até os executores a partir de filmagens de segurança. Identificada a mo-tocicleta que transportou os dois assassinos, chegou a todos os envolvidos na pesquisa so-bre o ambiente e os hábitos da vítima.Os dois executores confessaram e disseram que foram contratados por um estranho que queria cobrar uma dívida de R$ 9 mil refe-

rente à casa em que Sérgio morava.Ninguém acreditou na versão. O engenheiro era proprietário dessa casa há muitos anos e segundo amigos e familiares não tinha dívi-das de qualquer espécie.A desconfiança recai sobre pessoas envol-vidas com irregularidades na aprovação de projetos de construção na prefeitura de Bal-neário Camboriú.Sérgio Renato chefiou o setor de análise de projetos até dezembro de 2016 e quando foi morto investigava por conta própria a falsifi-cação da sua assinatura em documentos do setor.Um extenso relatório, com 26 páginas de textos e fotos, além de um filme, foi liberado pela DIC e pode ser lido no Página 3 Online.

identificar os mandantes é Questão de tempopoliciais e advogados criminalistas escutados pelo página 3 fo-ram unânimes em acreditar que os executores do assassinato do engenheiro sérgio renato silva (foto menor), agora presos, aca-barão revelando quem os contratou.

Corrupção no Plano Diretor: depois de Balneário cheGou a Vez de camBoriúDepois de varejar residências e escritórios de vereadores em Balneário Camboriú no come-ço de maio o Grupo de Atua-ção Especial de Combate às Organizações Criminosas (Ga-eco) voltou suas atenções para Camboriú, prendendo sete pessoas na última quinta-feira (22) e por acusação semelhan-te, corrupção nos parâmetros de ocupação e uso do solo.Embora a lei diga que cabe à população decidir seus planos diretores através de audiências públicas, vereadores, outros servidores públicos e empre-sários buscam acertos para se beneficiarem mutuamente, uns recebendo propinas e ou-tros valorizando seus imóveis com o aumento dos gabaritos de construção.

O processo em Balneário Cam-boriú está na fase de defesa dos acusados e a justiça deverá de-cidir dentro de alguns dias se afasta ou não do cargo os vere-adores Elizeu Pereira, Roberto Souza Jr. e Asinil Medeiros. No caso de Camboriú foram presas temporariamente diver-sas pessoas. São elas os ex-vere-adores Carlos Alexandre Mar-tins (Xande) e Marcio Aquiles da Silva (Márcio Kido); o vere-ador Antonio Paulo da Silva Neto (Piteco); o ex-prefeito de Ilhota Daniel Christian Bosi; os empresários Gelson Laffitte e Gilson Laffitte Neto (da lote-adora de mesmo nome); e o ex--secretário da Fazenda Sérgio Luiz Venâncio.Também foi autorizada pela justiça busca e apreensão no

gabinete da vereadora Márcia Regina Oliveira Freitag; na casa e empresas da família da ex-prefeita Luzia Coppi Ma-thias e em diversos endereços de outras pessoas e empresas.

Há comprovação nos autos, através de telefonemas gra-vados com autorização da justiça que, às vésperas da votação do Plano Diretor, ve-readores e loteadores manti-

veram contatos frequentes.

A ação do Gaeco não implica em culpa dos envolvidos. Eles terão oportunidade de se defender e provar ou não inocência.

O promotor Jean Michel Forest (no centro) em coletiva realizada na quinta-feira (22)

Alexandra Gonzalez

Arquivo Pessoal

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Neto

Os delegados Weidson da Silva e Ângelo Fragelli em entrevista coletiva à imprensa

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Balneário Camboriú, junho de 2017 9

Sempre que o assunto é aten-dimento à saúde pública apa-recem alguns desavisados comentando que a cidade não deveria investir em Centro de Eventos ou iniciativas seme-lhantes e sim em hospitais, médicos etc.

. . .Desavisados porque falta a es-sas pessoas a compreensão que uma cidade pode ter mil hospi-tais, mas se não tiver ativida-des econômicas que produzam riquezas esses hospitais esta-rão fechados em pouco tempo.

. . .Hospitais não geram riquezas, geram despesas. Recebemos repasses de R$ 1 milhão por mês para custear o hospital Ruth Cardoso e gastamos R$ 4 milhões. A diferença eu e os demais moradores pagamos.

. . .Prefeituras não fabricam di-nheiro, toda sua arrecadação advém dos impostos, taxas, royalties e repasses estaduais e federais atrelados na maio-ria das vezes ao tamanho da população e ao dinamismo da economia.

. . .Como não temos e nem te-remos indústrias, Balneário Camboriú continuará depen-dendo 100% do turismo. É o turismo na essência que ali-menta o comércio, a constru-ção civil e motiva pessoas de melhor poder aquisitivo a mo-rarem aqui.

. . .Por isso Balneário Camboriú precisa investir em coisas que para outras cidades seriam supérfluas. Precisamos de canteiros de flores, de show de fogos de final de ano, de praia com faixa de areia adequada ao movimento e... Centro de Eventos.

. . .Contrariamente ao que a maio-ria pensa o nosso orçamento não é folgado. Desde os gover-nos Rubens Spernau a baixa capacidade de investimento (em torno de 8%) é problema.

. . .Edson Piriquito queimou di-nheiro que não existe no or-

çamento, foi “fabricado” atra-vés de adicionais construtivos pagos pela construção civil e empréstimos bancários. Pre-feito irresponsável, baseado nesse dinheiro efêmero, in-chou a máquina, sobrecarre-gando durante as próximas décadas o custo fixo da cidade.

. . .De quebra os principais in-vestimentos no seu governo, com destaque para sistema viário, passarela da Barra e sa-neamento básico não deram o resultado esperado e/ou estão envoltos em suspeitas de cor-rupção.

. . .Vou fazer uma comparação en-tre cidades para minhas nove leitoras: Balneário Camboriú é vice líder estadual em Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). E Calmon, município pobre vizinho a Caçador e Por-to União, o penúltimo colocado em IDH.

. . .Em Calmon o orçamento total da prefeitura por habitante é

apenas R$ 5.061,00. E em Bal-neário Camboriú este mesmo orçamento por habitante fica em R$ 5.437,00.

. . .Conta surpreendente e real. Nossa prefeitura pode gastar apenas um real a mais por dia com cada habitante do que a prefeitura de Calmon com seus moradores.

. . .O que muda é o poder da nossa população de injetar dinheiro na cidade vendendo produtos e serviços aos visitantes.

. . .E como temos esse poder de produzir riqueza, grande par-te não usa saúde e educação públicas. Paga e não usa, se usasse a prefeitura estaria em sérias dificuldades.

. . .Ninguém vai a Calmon para fazer turismo, milhões querem vir a Balneário para passear ou fazer negócios.

. . .

Porém, esse encanto acaba, basta continuarmos criando favelas em terrenos invadidos e atraindo gente que acha me-lhor colocar todo o dinheiro na saúde em vez de investir na qualificação da cidade.

. . .Somos um povo que progride através do trabalho, não de as-sistência social. Nossa popula-ção ocupada é 47%, contra 17,1% em Camboriú, por exemplo.

. . .E por trabalharmos tanto não concordamos, como pude ver nas redes sociais nos últimos dias, que o orçamento da cida-de seja desviado de objetivos que fortaleçam nosso progres-so.

. . .Assistencialismo tipo pagar hospital público para todas as cidades vizinhas não cabe no nosso figurino de cidade. Quem mora em Itapema ou Camboriú que vá cobrar saúde pública do seu prefeito.

colunistaWaldemar Cezar Neto([email protected])

“Só quem ganha dinheiro no inverno é farmácia e dono de boteco”CATINGA, POPULAR GUARDADOR DE CARROS NA BARRA SUL, EM MOMENTO INSPIRADO NESTA SEMANA.

O orçamento per capita da prefeitura da modesta cidade de Calmon é apenas um real menor por dia do que o de Balneário Camboriú.

30 anos de praia

Frase do mês

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Balneário Camboriú, junho de 2017 10

A•B•R•A•Ç•OServiço de proteção ao idoso em situação de risco

eXemplos...O coordenador do Abraço destacou alguns exemplos do que o programa acompanha diariamente.ABUSO FINANCEIRO – “Tem uma idosa que mora na avenida Atlântica, com boa aposentado-ria, que o filho está pegando e dando outro destino que não é o de cuidar da mãe. Então vai um anjo do Abraço e o motorista, que é capacitado, no local para ouvir e inteirar-se da situação, do am-biente em que o idoso vive, se ele está bem. É aplicado um ques-tionário padrão para registrar a visita. Se for preciso, chamamos a família aqui na secretaria, para ouvir o que tem a dizer. Depois é feito um relatório que vai para a promotoria de justiça”.ABANDONO – “Atendemos uma idosa de 72 anos em situação extrema de abandono. Ela tem sete filhos e nenhum com ela. Morava sozinha, não conseguia fazer sua própria alimentação, era um vizinho ou outro que ajudava. Estava com a perna machucada. Era uma acumu-ladora, não dava para andar dentro da casa, tinha coisas do chão até o teto, nem dava para

ver as paredes, inclusive lixo. Ela sofre de esquizofrenia e resistiu muito para sair de lá. Acionamos o Samu e o médico conseguiu convencê-la para ir ao hospital. Chamamos os filhos e depois encaminhamos para promotoria de justiça. Eles terão que cuidar dela, conforme determina o Es-tatuto do Idoso. Foi uma situação muito complicada que comoveu toda a equipe”.ABANDONO COM DEPENDÊNCIA – “A Inclusão Social comunicou que um senhor de 67 anos estava morando na rua. É dependente de bebida alcoólica. Foi nosso primeiro caso de internação no Lar. Encontramos os dois filhos dele, eles assinaram um termo de responsabilidade. A famí-lia estava há 10 anos tentando reintegrá-lo, não conseguiu. Ne-nhum dos filhos podia acolher na sua casa, mas alugaram um quartinho e ele está lá até hoje na Barra. Voltamos duas vezes lá e verificamos que o quarto era insalubre, não tinha cama, nem geladeira, mas o filho tinha pago comida e bebida para o pai. Então acionamos novamente os filhos. Eles disseram que ele não quer se ajudar, que só quer be-

ber. Comunicamos que o caso seria encaminhado à promoto-ria. Então eles decidiram hos-pitalizar o pai de novo. Quando sair do hospital, continuaremos acompanhando. Os filhos que-rem colocar no asilo, mas não tem vaga. São 40 vagas e temos 36 na fila esperando”.AMEAÇA – “Uma senhora que mora na Vila Real ligou de ma-drugada ameaçando se matar. A equipe se deslocou. Ela tem depressão e vive sozinha. Os fi-lhos ajudam, mas não moram com ela. Ela tinha tomado duas cartelas de remédio e estava em convulsão. O Samu atendeu imediatamente e levou para o hospital. Hoje ela faz acompa-nhamento psicológico conosco aqui na secretaria do Idoso”.AGRESSÃO FÍSICA – “A polícia civil nos comunicou que tinha um casal de idosos sofrendo abuso físico da filha, que batia neles. Fomos lá conversar com o ca-sal e a filha estava junto e ela confessou que batia neles. Con-versamos muito, orientamos, fizemos o relatório que foi para o Ministério Público junto com o BO”.

Marlise S. Cezar

O coordenador Paulo, Maristela, Anderson, a secretária da Pessoa Idosa Christina Barichello, Ivanir e Caroline

Em menos de 50 dias de funcionamen-to o programa Abraço da secretaria da Pessoa Idosa já realizou mais de 100 atendimentos. O programa nasceu para proteger o idoso em situação de risco, vulnerabilidade ou qualquer tipo de vio-lência física ou moral.As denúncias surgem de todos os lados, a demanda é forte e crescente. São paren-tes, vizinhos, os próprios idosos, o Minis-tério Público, a Polícia e o Disque 100, que é o número de proteção ao idoso. A situ-ação é complicada e surpreendeu toda equipe que trabalha no programa.O coordenador do Abraço, Paulo Cesar Senk Junior, 28, já trabalhava no setor de Proteção ao Idoso desde o início do ano. A demanda crescente tem tudo a ver com os números: de acordo com o Censo

vivem em Balneário mais de 30 mil ido-sos, ou seja, 30% da população local.“As denúncias aumentaram muito e o prefeito pediu um programa que englo-basse todas essas situações e que aco-lhesse o idoso, não só ouvindo e acon-selhando, mas trazendo ele para perto ou levando a equipe até ele”, detalhou Paulo.Para casos de extrema urgência, de ido-sos que moram na rua, por exemplo, foi firmado um convênio com o Lar dos Idosos, na Sexta Avenida, através do Ministério Público, na pessoa do promo-tor Rosan da Rocha. Ali tem um quarto, que foi reformado, tem duas vagas para abrigar temporariamente idosos que so-freram agressão física ou estão em situ-ação de abandono.

Os Anjos do ABRAÇOAlém de Paulo, que faz a coordenação do Abraço, a equipe tem mais seis integrantes: Caroline Baccin Testa (psicólo-ga), Acássia Amorim Rodrigues (assistente social), Maris-tela Rocha (consultora jurídica), Ivanir Maciel (pedagoga), Anderson Tiago Gonçalves Ribeiro e Ricardo Silva Santos (motoristas).

Caroline Baccin Testa, psicóloga – “Um dos grandes ganhos do programa Abraço é essa sensibilização pra sociedade, porque infelizmente as pessoas ainda atribuem a violência a agressão física. Não vêem essas negligencias como aban-dono, a violência financeira, emocional como uma agres-são também e que é tão nociva quanto a física. Às vezes muito mais. Essa conscientização de que existe sim essas violências e que a sociedade não pode se calar diante delas, e que existe uma equipe preparada para receber essa de-manda e estar dando esse suporte tanto para familia quan-to para o idoso, eu acho que é uma das nossas principais conquistas”.

Ivanir Maciel, pedagoga – “Temos encontrado de tudo, até auto negligência e a gente pensa que o bairro é que tem mais ocorrências. É o contrário, é o centro, é nos aparta-mentos onde eles estão lá fechados, onde eles estão lá so-zinhos, muitas vezes depressivos. Fomos atender uma senhora ali em um prédio na avenida Central, é um edifí-cio que tem muitos idosos...não se imagina o que se tem lá dentro. Até pediram ajuda pra nós aqui, porque são 240 apartamentos. Quase um bairro”.

Maristela Rocha, consultora jurídica – “O Abraço é uma experiência incrível, atendemos muitas coisas que jamais imaginei que existissem em Balneário, principalmente no centro. Principalmente a violência financeira, que é uma coisa que acontece dentro da própria família. Filhos, netos que normalmente praticam essa violência”.

O atendimento do Abraço é 24h, via plantão telefônico (3363-3020) ou presencial, de segunda a sexta-feira das 13h às 19h, na Secretaria da Pessoa Idosa, Rua 1822 n° 614, entre a Terceira e a Quarta Avenida.

Abuso financeiro, campeãoAs situações mais freqüentes e alarmantes – segue o coordenador – são os de abuso financeiro, praticado em todos os níveis sociais. “Geralmente o abuso é praticado por alguém da família, que faz um empréstimo consignado no benefício do idoso. A equipe aconselha, orienta e em casos mais extremos comunica o Ministério Público para abrir um processo”, disse Paulo.Além do abuso financeiro, nestes quase 50 dias foram atendidos casos de abandono, negligencia, auto negligência, maus tratos, violência física e moral. “O atendimento na secretaria inicia às 13h, mas a gente trabalha 24 horas, porque ocorrências não tem hora para acontecer”, disse Paulo.

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11Balneário Camboriú, junho de 2017

Reparar galeria mal feita da atlântica poderá tumultuar a vida da cidade

O asfalto está afundando em uma das pistas da Atlântica e totalmente deteriorado na Rua 3900 onde a galeria se desvia para descarregar a água da chuva no rio Camboriú.Esta galeria foi feita com grandes peças retangu-lares (aduelas) e o encaixe entre elas não foi cor-reto, permitindo a infiltração e a perda da areia fina, o que desestabiliza o solo e consequente-mente danifica o asfalto.Além do encaixe entre as aduelas estar tecnica-mente errado uma manta especial (Bidim) que deveria encobrir essas juntas foi mal dimensio-nada.O engenheiro da prefeitura Djandro Goulart que participou do levantamento do problema disse ser evidente que a obra não teve adequada fisca-lização técnica.Disse também que “o problema é muito grave, vai sair caro, demorar e gerar transtorno”. Detalhou que ocorre fuga de material por todos os lados das junções, o que possivelmente inviabilize a solução menos traumática para a população que seria arrumar a galeria por dentro.Essa opção não está descartada, técnicos espe-

cializados estão sendo consultados para verificar a viabilidade.Na Rua 3900 a origem do problema é visível até para leigos, os buracos no asfalto estão espaçados um metro uns dos outros, a mesma medida das aduelas usadas na obra.É o tipo de reparo que pode mexer com toda a cidade como mexeu na ocasião em que a galeria foi (mal) feita. O trânsito teria que ser desviado por um binário entre a Atlântica, avenida Brasil ou Terceira Avenida e Beira Rio.Não há data precisa para iniciar o trabalho, mas tem que ser logo por causa da proximidade da temporada de verão.O prefeito Fabrício Oliveira disse que a Procura-doria e a Controladoria do município serão acio-nadas para, se for o caso, apurar responsabilida-des e buscar indenizações.A obra, custeada pela Emasa, foi feita por uma empresa que já encerrou as atividades e fiscaliza-da por outra que ainda está no mercado e sobre a qual deverá recair, se for o caso, a responsabi-lidade.

Custo de vagas terceirizadas nas creches deve ser menor que na rede

A prefeitura, com parceria da Associação de Micro e Peque-nas Empresas e Empreende-dores Individuais (AMPE), fez uma pesquisa e encontrou na rede particular 436 vagas para crianças entre 0 e 3 anos - a faixa etária do Fila Única e que tem uma demanda reprimida de mais de 1,2 mil crianças.Segundo a secretária de Edu-cação, Denize Leite, incluindo material e uniforme, as vagas custarão para o município R$ 1.250,00. Hoje uma criança custa na rede entre R$ 2 e R$ 2,2 mil. A economia estará em não exigir recursos para cons-trução de novas unidades e na questão financeira, pois não será necessário contratar mais servidores.O edital para a licitação da compra de vagas vai contar com todas as especificações, mas Denize destaca a neces-sidade de o colégio estar com todas as autorizações exigidas pelo Conselho da Educação. Eles também não poderão co-brar taxas das famílias.Já quanto à distribuição das va-gas, Denize explicou que será

respeitada a ordem de inscri-ção no Fila Única. Não haverá novas matrículas. Para o Fila Única não existe diferenciação quanto à classe social, pois a creche é um direito de todos.

Denize destaca no entanto, que a prioridade será sempre a vaga pública. Se na região de domicílio se esgotar as vagas públicas, aí sim a prefeitura vai ocupar as particulares. Por isso, uma mesma família pode, por exemplo, ter um filho em uma pública e o outro na pri-vada.

Além dessas 436 vagas, serão criadas 20 novas vagas no ber-çário do NEI Anjo da Guarda e 10 vagas no NEI Meu Pri-meiro Passo. Já foram criadas 44 vagas no NEI Vovô Alécio e existem outros projetos em an-damento.

“A compra de vagas em escolas particulares, por meio de con-corrência pública, vai resultar em um marco legal referente às Políticas Públicas da Primei-ra Infância em nossa cidade” ressaltou o prefeito, Fabrício Oliveira.

a prefeitura de Balneário anunciou no início des-te mês a compra de vagas para crianças na rede particular. para o município o investimento terá melhor custo-benefício do que criar vagas dentro da própria rede.

a prefeitura de Balneário camboriú deverá realizar uma grande intervenção na avenida atlântica, entre as ruas 3900 e proximidades da praça tamandaré, para corrigir os erros de engenharia da galeria pluvial construída em 2012/2013.

Celso Peixoto

Secretaria de Obras PMBCw Waldemar Cezar Neto

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12Balneário Camboriú, junho de 2017

Triste realidade Rodrigo Ramos Marques, do Grupo de Proteção Ambien-tal da Guarda Municipal, acompanha de perto essa re-alidade, principalmente na região da Interpraias. “Infelizmente alguns pes-cadores colocam as redes feiticeiras de três panos, nos costões à noite para burlar a fiscalização e de manhã bem cedo tiram. O animal fica preso, precisa subir para res-pirar, mas como a rede fica submersa a noite toda, ele não consegue. No outro dia o mar devolve ele para a areia morto. É muito triste”, descreveu.Já que muitos pescadores não tem a cultura da preservação, sabem que estão ilegais, Ro-drigo acha que a única saída será intensificar a fiscaliza-ção e alertar que esse crime pode acabar em prisão. O caminho também não é simples. A Guarda Ambien-tal trabalha com uma guar-nição para desmatamentos, invasões, pesca ilegal, maus tratos, recolhimento de ani-mais e como a embarcação da secretaria do Meio Am-biente está em conserto, não

tem fiscalização na água. “Quando é preciso entrar na água, emprestamos um barco de pescador, como aconteceu mês passado em Taquaras. Hoje dependemos dos pescadores para tirar uma rede, para tudo”, con-tou. E estes pescadores ‘co-bram’ mais ação da Guarda. “Tem que cobrar é dos políti-

cos”, emendou Rodrigo.

Nesta região os animais mais atingidos são tartaru-gas, toninhas (espécie de gol-finho), botos e vários tipos de aves. Todos são recolhidos e repassados ao projeto de Monitoramento de Praias no sul e sudeste, coordenado pela Univali.

não há números exatos, mas estima-se que mais de seis milhões de toneladas de lixo marinho são descartadas nos oceanos e mares todos os anos. em cada quilômetro quadrado de oceano tem mais de 13 mil plásticos boiando e os animais confundem esse lixo com alimento. além disso, muitos sucumbem nas redes feiticeiras, que são ilegais, mas ainda muito usadas por pescadores. “os pescadores contam que são muitos animais morrem presos às redes feiticeiras. os que conseguem escapar das redes não escapam do lixo que comem. temos relato de tartaruga com mais de 70 pedaços de plástico no estômago (necropsiado pelo capitão charles moore junto ao projeto tamar quando esteve no Brasil em 2015)”, disse a coordenadora do instituto ecocidadão, luciana andréa, que freqüentemente presencia animais marinhos mortos na areia.

Em agosto o projeto de Monitora-mento de Praias da Bacia de Santos completará dois anos e nesse perío-do resgatou mais de 26 mil animais marinhos, nas regiões litorâneas de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Duas espécies ameaçadas de extin-ção, Tartaruga Verde e Toninha, es-tão entre as mais registradas.Dos três estados da Fase 1, Santa Catarina tem a maior área monito-rada, 217.638km e o maior número de registros: 11.607 animais: 55% são aves (catalogadas 62 espécies, a mais comum é a Bobo-Pequeno, 3.772 animais); 38% são tartarugas (8.415 animais); 7% são mamíferos com 22 espécies catalogadas, a mais comum é a Toninha ou Franciscana com 915 animais registrados.Na região da Interpraias, o progra-ma de monitoramento resgatou nes-tes quase dois anos 93 animais, dos quais 55 eram tartarugas.O biólogo, pesquisador e coordena-dor geral do projeto de Monitora-mento, André Silva Barreto verificou que os animais morrem porque fo-ram pegos em rede de pesca, legal ou

ilegal, ou porque estão doentes e na maioria das vezes com muito lixo no estômago.“Falta no Brasil uma gestão ambien-tal marinha integrada. Este projeto está nos trazendo muitas informa-ções, já temos um banco de dados só que isso está acontecendo porque foi uma exigência do Ibama para a Petrobrás. É preciso envolver todos os fatores (e os órgãos responsáveis) que colaboram para esta mortanda-de”, disse André.Na sua opinião, é preciso puxar pela consciência da população e investir em propostas para o poder público partindo da comunidade, além de planejar políticas públicas. “A pesca não é uma arte muito se-letiva. O pescador está colocando a rede para tirar o sustento, mas ele tem que buscar alternativas, fazer uma gestão pesqueira. Tenho espe-rança porque vejo muitas ações de educação ambiental que funcionam e acredito que estamos formando uma nova geração que pensa dife-rente sobre as questões ambientais”, declarou o coordenador do projeto.

Mais de 11 mil resgates no litoral catarinense

Crime ambiental

Golfinho encalhou na praia central de Balneário no dia 20 de abril. Durante mais de 20 horas foi mo-nitorado ali mesmo. Com indícios de recuperação, foi solto. Mas não conseguiu passar a arrebentação. Foi transportado para a Unidade de Estabilização de Animais Ma-rinhos, em Penha, para avaliação e tratamento (a unidade foi inau-gurada em abril). Mas durante o percurso, entrou em choque e mor-reu. Na Unidade de Estabilização, a equipe do PMP-BS fez a necrópsia e encontrou muitas lesões na pele, in-flamação no interior do globo ocu-lar, marcas lineares e profundas na pele das nadadeiras (lesões caracte-rísticas de objetos finos como fios de nylon utilizado em redes e linhas de pesca) e marcas de dentes perto dos ferimentos, sugerindo que houve algum tipo de interação com outros golfinhos tentando desvencilhar o colega preso nas redes.

Animais marinhos morrem nas redes de pescas clandestinas

Ao avistar um animal marinho debilitado ou morto na praia, entre em contato por meio do 0800 642 3341.

Fotos Divulgação

O guarda ambiental Rodrigo conversa com pescadores

Tartaruga morta no Estaleirinho Golfinho morto no Estaleiro

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13Balneário Camboriú, junho de 2017

Consultor e mestre em estudos ambientais, Gil Koeddermann acaba de voltar do Japão e da Chi-na, sua quinta missão técnica pelo mundo em bus-ca de soluções construtivas e de sustentabilidade.Como ele mesmo se descreve, Gil é um incansável estudioso de tecnologias sustentáveis. Todos os anos ele participa com recursos próprios de uma missão formada por arquitetos brasileiros.Eles já verificaram soluções nos Estados Unidos, Dubai, Abu Dhabi e até Masdar City, a cidade mais sustentável do mundo, e que está sendo edificada nos Emirados Árabes Unidos.Desta vez o foco foi o Japão (onde conheceram Tó-quio, Hiroshima e Quioto), mas Gil fez um comple-mento e visitou antes Xangai, a maior cidade da China.

XangaiEm 2015 Xangai chegou a ser considerada a cida-de mais poluída do mundo, quando teve até ativi-dades ao ar livre proibidas. Como a cidade é um conglomerado financeiro, o governo percebeu que aquilo prejudicaria a economia e resolveu tomar uma posição.“O que mais eles têm lá é alimento para vegetação. Quem se alimenta de gás carbônico? As árvores, então eles fizeram umas plantações de árvores, inacreditáveis”, contou Gil. Ele explica que elas já vêm grandes e mesmo onde não há espaço, planta--se em jardins suspensos.

JapãoConforme Gil, segundo a ONU, a verticalização é o modelo mais sustentável porque se concentra ser-viços em um só lugar. Para o consultor, o melhor exemplo disso é Tóquio. Mesmo com uma popula-ção de 37 milhões de pessoas, a cidade funciona e há poucos carros circulando. O transporte público é ótimo e existe uma lei que só permite o licencia-mento se a pessoa comprovar que tem uma vaga em casa e uma no local de trabalho.Gil encontrou uma cidade limpa, não por causa

dos serviços de limpeza - que incluem até aspira-dores nas escadas de acesso ao metrô (ele filmou!), mas porque não se suja.

O próprio embaixador do Brasil, André Pena, re-cebeu a missão e apresentou um pouco da cultura japonesa, que impressionou muitos os participan-tes. Ele falou que não há violência e que existe a cultura do don’t touch, por isso se você perder algo ou deixar suas compras em um lugar enquanto vai ao banco, ninguém mexe.

“O respeito ao ser humano é inacreditável. Você vê muitas pessoas trabalhando com 70, 80 anos. Trabalhar é uma honra no Japão”, sublinhou. Ele contou que isso é tão forte, que o desemprego é um dos principais fatores que levam ao alto índice de suicídios.

Em Hiroshima Na cidade de Hiroshima, o que chamou atenção, além da reconstrução após a bomba nuclear, foram as três usinas de desintegração de resíduos. Elas funcionam 24 horas e são totalmente automatiza-das. Os caminhões descarregam os resíduos já se-lecionados, que não têm como ser reaproveitados.

Das 600 toneladas de resíduos recebidos por dia, sobra apenas 40 após o processo. Esse material é altamente tóxico, por isso ele passa por um banho químico e é usado para fazer aterro no oceano e aumentar o território. O próprio sistema gera energia para se sustentar e o excedente é enviado à rede para ser distribuído entre a população.

Para Balneário Gil trouxe na bagagem muitos ví-deos e a experiência que pretende partilhar com o secretário de Planejamento Edson Kratz.

Ele lembra que iniciativas locais existem - como a H.Pio, que terá o primeiro edifício certificado em breve, porém falta incentivo para os empresários e até moradores. “Em Buenos Aires, por exemplo, se você mantém um jardim, tem desconto no IPTU. O empreendedor não pode ficar só pagando tem que ter sua contrapartida”, opinou.

Seis mesesNo dia a dia da reportagem tenho notado dificuldades no acesso à infor-mação em nossa cidade. A começar pelo Poder Executivo. Já se passa-ram seis meses e até hoje recebemos negativas de agentes públicos quando entramos em contato. Alguns nem chegam a atender os repórteres, nem querem saber do que se trata, nos orientam a solicitar na assessoria de imprensa.

O governo atual tem tratado de forma burocratizada a comunicação com a imprensa e principalmente com a sociedade. As cobranças não são de cunho pessoal, quem cobra é a população.

O jornalista precisa fazer uma solicitação, para que a assessoria libere aquela pessoa a conceder entrevista. Estamos falando de 2017 e de pessoas super capacitadas com condições de responder! A impressão que fica é que sobra zelo e falta confiança.

Também falta iniciativa. As únicas duas vezes que recebi telefonema de alguém da assessoria da prefeitura foi para apontar erros em textos no Página 3 Online, nunca recebi para uma sugestão. Eu, por outro lado, sei que também falhei. Deixei de avisar sobre erros de informação, de grafia, fotos erradas, demora para a liberação de dados.

Não nos avisam quando algo vai acontecer, ficamos sabendo depois quan-do as fotos já estão na rede e é possível ver que alguns repórteres foram sim avisados com antecedência. E se alguma fonte solta algo “sem permissão”, há repreensão!

Gostaria de entender o motivo, já que o Página 3 foi 100% aberto a todos os candidatos nas últimas eleições e tratou com isonomia os assessores, é bom frisar. Há 10 anos sou repórter no Página 3 e vi muita (!) gente passar pela Dinamarca e com certeza esse tem sido o período mais dificultoso. Sim, o governo é outro e as pessoas são novas no que fazem, mas a notícia tem pressa, o leitor (eleitor) também.

Seria interessante diminuir a distância e abrir mais a guarda (reuni-ões coletivas a cada três meses não bastam). Buscar novas formas de se comunicar, novas ferramentas. Nós do lado de cá sabemos o que pode ser melhorado, mas será que um dia vão querer ouvir? Ou melhor, vão aceitar?

Agentes públicos, sejam cargos de confiança ou não, não deveriam se apropriar da máquina pública. Em Balneário temos uma polícia que, se questionada, exclui jornalistas do canal de informações. Sem contar que a Polícia Militar não relata tudo o que acontece e deixa a população des-preparada para a realidade. Os cargos não dão autoridade de agir assim. Da mesma forma que os canais públicos de comunicação não são das pes-soas, são do povo, não são canais de divulgação política.

Esses provincianismos não são bons para a sociedade, não são bons para a democracia e interferem na liberdade de imprensa. Não é novidade, mas os tempos são outros, as pessoas estão atentas!

Não há só críticas. A máquina está aí, funcionando e forrada de material para emplacar na mídia. Sobra assunto e sobra espaço nos noticiários, falta é que os repórteres possam fazer o seu trabalho na mais santa paz. Vamos em frente, com esperança.

colunistaDaniele Sisnandes ([email protected])Os exemplos de

sustentabilidade do mundo oriental

A arborização no Centro de Xangai impressiona, assim como os grandes jardins floridos e vasos suspensos

Gil e ao fundo a Shanghai Tower, com 634mFotos Gil Koedderman

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14Balneário Camboriú, junho de 2017

As questões iniciais fazem parte da experiência provo-cativa da visita ao Museu do Amanhã no Rio de Janeiro. Ir ao museu é como fazer tera-pia – ao sair, a sessão conti-nua e você se permite refletir com e além do que viu e sen-tiu. Nas narrativas simbólicas e objetivas do museu há um pressuposto básico: estamos intimamente conectados. Como parte indivisível do universo, afetamos e somos afetados de inúmeras for-mas. Para buscar responder o presente: onde estamos – re-corro a dúvida, pois estamos envoltos por incertezas, de-sequilíbrios ambientais, so-ciais e existenciais. Não raro, vivemos paradoxalmente: li-berdade x escravidão; justiça x vingança; desejo x apatia; conexão x solidão. É tempo, resgatando Orwel (2009), de “duplipensamento” e de “verdade móvel” – a verdade não é mais um julgamento objetivo acerca da realidade, ela é provada pelo consenso de milhões e guiada por in-teresses. Somos capazes de abrigar simultaneamente duas cren-ças contraditórias e acredi-tar em ambas. Construímos armas para assegurar a paz; investimos em policiamento armado para ter segurança; preconceito, machismo, mi-soginia, xenofobia, LGBTfo-bia, para nos proteger do ou-tro – diferente. É sem dúvida, tempo de crise econômica, ética e ambiental. Sobretudo, porque vivemos uma nova era geológica Antropoceno (CRUTZEN,1995), em que o homem começa a destruir suas próprias condições de existência no Planeta. Era de individualidade extrema, de nacionalismos, moralismos, de ascensão do conservado-rismo que toma o poder no mundo. Para onde vamos? Talvez ao tomarmos consciência des-

ta realidade (onde estamos), poderíamos pensar que o homem está se desumani-zando, rompendo os laços mínimos de civilidade, ou seja, está basicamente se tor-nando autodestrutível. Contudo, quando olhamos para o sorriso das crianças, para a fé inabalável de muitos pais, educadores e o exemplo de tantos que resistiram e continuam a resistir na espe-rança de um mundo susten-tável, de paz e solidariedade, tornamos a acreditar na de-cência humana. Assim, volto ao Museu e desvendo cami-nhos que conduzem interati-va e amorosamente a um re-encontro com quem somos: “ pertencemos a família, gru-pos e comunidades que nos identificamos. Sensações, emoções, gostos, crenças, linguagens e costumes for-mam um imenso caleidos-cópio da riqueza cultural e dos povos. Somos humanos porque formulamos e com-partilhamos ideias capazes de transformar a realidade que vivemos. ” É ainda no museu que inver-to a lógica das perguntas e da linearidade do tempo, pois ao final, volto ao começo – de onde viemos? Como uma ex-plosão cósmica, me vejo mais claramente – carbono, hidro-gênio, oxigênio, fósforo, cál-cio, me vejo planta, animal, rios, florestas, me vejo parte indivisível do universo. Nesta conexão e buscando respostas ao questionamen-to: como queremos ir? Em uma parede leio: “Nossas ações, por menores que pare-çam, são capazes de mudar o mundo. Cada um de nós faz o seu amanhã. E juntos fize-mos os nossos – os amanhãs que queremos”. Comecemos hoje os nossos amanhãs! Para isso, é necessário voltar a “oca e ao churinga” (espaço do museu) e recuperar a ca-pacidade de amar, de criar e viver em harmonia com to-das as formas de existência do mundo.

de onde viemos? Quem somos? onde estamos? para onde vamos? como queremos ir?“

Nascido e vivendo na Lagoa da Conceição, em Florianópo-lis, até hoje, Alésio é também é um semeador: já participou da montagem de “umas 150” far-mácias vivas pelo Estado, in-clusive em postos de saúde; fez capacitações para residentes de medicina; leva jardins me-dicinais e a ideia de conhecer a natureza como aliada para centenas de pessoas.

Em Canasvieiras tem um pro-jeto que é modelo pro Estado, com uma horta bem desenha-da, coleção de frutas exóticas, campo de compostagem, re-aproveitamento da água da chuva e laboratório para mani-pular, lá fazem diversos produ-tos. Citou também a pastoral da saúde, funcionando há 24 anos ao lado de um shopping, que dá mais movimento que muita farmácia.

Junto com Viviane Corazza, farmacêutica que há quase uma década é parceira de tra-balho, já fizeram mais de 200 palestras na região, incluindo uma na Secretaria do Idoso em Balneário Camboriú no iní-cio de junho, trazendo muitas espécies e dicas práticas.

“A saúde é uma prática diária:

como estamos respirando, olhando a vida, nos alimentan-do? As plantas ajudam muito, desde aprender a ingerir, até tomar banho de natureza, fi-car descalço na terra, respirar lá fora, fazer essa conexão... a maioria das doenças vem por esse afastamento”, fala Vivia-ne, contando por que tomou o caminho das plantas na carrei-ra de farmacêutica. Para iniciar a fala alertaram que o tratamento com plan-tas deve ser muito cuidadoso: sempre deve-se conhecer o nome popular, o nome cien-tífico, para que se usa, como se usa e as contra indicações. Planta não tem nada de ino-fensivo, e é muito importante ter prudência, porque na in-teração com medicamentos pode potencializar ou anular o efeito de outro remédio. Tam-bém é bom adotar dose defini-da e tratamento sistemático, e isso se faz muitas vezes, atra-vés das farmácias de manipu-lação, que usa a concentração exata. O “certo”, diz Alésio, seria fa-zer uma abordagem individu-al bem completa. “O médico não consegue fazer isso em 5 minutos, mas pra ajudar real-

mente aquela pessoa, precisa querer saber como ela tá, o cor-po físico, o corpo espiritual, o que está comendo, como está se sentindo, se tá feliz ou não tá feliz, como tá a energia vital dela, e até saber se tá ficando ou não tá ficando (risos)... ficar é bom pra saúde.”Nesse clima descontraído citou mais de 20 plantas e brincou com o público, que também trazia curiosidades e informa-ções que vinham de encontro com o estudo: “Tudo que eu aprendi é com a comunidade simples... a verdade tá toda sol-ta por aí...”, afirmou Alésio.Alésio e Viviane tem um blog chamado Farmácia da Nature-za (www.farmaciadanatureza.com.br), onde compartilham indicações, curiosidades, dicas fitocosméticas (Viviane tem uma linha completa de cosmé-ticos naturais), e até receitas desenvolvidas pela esposa de Alésio, Cléa Bregue, que é gas-trônoma e chef funcional.

Alésio, o ‘bruxo’ das

plantas

alésio dos passos, conhecido como “Bruxo”, é ambientalista, cultivador de plantas medicinais, estudante interessado e um professor generoso.

Caroline Cezar

Caro

line C

ezar

colunistaMarisa Zanoni Fernandes ([email protected])

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15Balneário Camboriú, junho de 2017

Hospital Ruth Cardoso, PA da Barra e UPA do Nações serão terceirizados para OSApós examinar relatórios dos cinco primeiros meses deste ano e escutar recomendações de especialistas o prefeito Fa-bricio Oliveira decidiu licitar para uma Organização Social (OS) a administração do Hos-pital Municipal Ruth Cardoso, do Pronto Atendimento da Barra e da futura Unidade de Pronto Atendimento do Bairro das Nações.

Hoje a cidade tem um modelo bizarro de administração des-

ses equipamentos de saúde: médicos contratados, funcio-nários temporários e gestores nomeados em cargos de con-fiança.

Os resultados sob ponto de vis-ta econômico são desastrosos, a despesa só no Ruth Cardoso ultrapassou R$ 4 milhões por mês e a estimativa é que che-gue a R$ 5 milhões no segundo semestre.

Embora apenas 40% dos pa-cientes sejam de Balneário

Camboriú, a cidade paga 75% dos custos, porque os muni-cípios vizinhos e o governo do Estado se recusam a discutir um maior reembolso dessas despesas, a chamada repactu-ação.

Também há pressão jurídica para que a prefeitura acabe com os contratos temporários, o que levaria a um concurso público, efetivação dos aprova-dos por décadas e mais incha-ço da máquina pública.

A terceirização dos serviços de saúde pública de-pende da qualidade da Organização Social que vença a licitação.

A cidade já teve uma amarga experiência ao ter-ceirizar o Hospital Municipal Ruth Cardoso para a Cruz Vermelha em 2012.

Não existem garantias, a não ser aquelas previs-tas nos editais de seleção e licitação.

Redução de custos Existe a convicção no governo municipal que a terceirização proporcionará economia próxima a 30%.

A contratação dos médicos através de OS sairia por 30% menos; os medicamentos e outros ma-teriais podem custar um terço menos quando não é o poder público quem compra.

* Nos cinco primeiros meses deste ano atendeu em média de 8.400 pacientes por mês, cerca de mil a mais que em igual período no ano anterior.

* A quantidade de partos pas-sou de 219 por mês em 2016 para 260 por mês neste ano, um aumento de 15%.

* 40% dos pacientes dizem que

moram em Balneário Cambo-riú.

* Os outros 60% são de diversas cidades, principalmente Cam-boriú (40%) e Itapema (15%).

* Não é exigida comprovação de residência, por isto existe a suspeita de que parte dos que dizem moram em Balneário não residem aqui.

* Balneário Camboriú paga 75% das despesas.

* Os aparelhos de diagnóstico por imagem (tomografia, ul-trassonografia e raios-X) pre-cisam de substituição.

* O hospital está no limite da capacidade física e financeira.

Relatórios dos atendimentos realizados no Ruth Cardoso mostram que a maioria dos pacientes que procuram aque-le hospital poderiam ser aten-didos em unidades menos complexas, como postos de saúde ou unidades de pronto atendimento. São esses os que mais esperam para ser atendidos e, natural-mente, os que mais reclamam.O critério nos hospitais em

geral não é ordem de chegada e sim a necessidade, a corrida pela vida.Dessa forma os pacientes com fita vermelha recebem aten-dimento imediato; laranja em 10 minutos; amarelo em meia hora; verde em duas horas e azul em quatro horas.Essa rotina de procurar o ende-reço “errado”, parte do hábito popular de ter o hospital como referência em atendimento.

Por sua vez as ambulâncias do SAMU e Bombeiros seguem o protocolo que determina sem-pre levar o paciente ao pronto atendimento mais próximo, no caso PA da Barra ou Ruth Car-doso.

A administração do Ruth Car-doso não soube informar a quantidade de casos que vão ao hospital sem necessidade conduzidos por ambulâncias.

Com apenas cinco meses no cargo o prefeito Fabricio Oli-veira descobriu como foi frus-trante a rotina do seu anteces-sor Edson Piriquito que passou cinco anos pedindo ao Estado, sem sucesso, mais recursos para o Hospital Municipal Ruth Cardoso.A diferença é que o prefeito atual decidiu não esperar até a situação se tornar insusten-tável. “Não vamos mais custear sozi-nhos; os pacientes de especia-lidades terão que comprovar

que são moradores de Balneá-rio Camboriú” acentuou o pre-feito na última segunda-feira (19).O Ruth Cardoso não é habi-litado para muitos dos servi-ços que presta ou prestava, os hospitais de referência nesses casos ficam em outras cidades, a exemplo do Marieta em Itajaí que é o principal centro médico da região.Ao atender fora das suas habi-litações o Ruth Cardoso deixa de receber os repasses do SUS e seu prejuízo aumenta.

terceirização depende da qualidade da os

fabrício percebeu que não adianta conversar com prefeitos e com o estado

fatos sobre o ruth

65% dos pacientes que vão ao hospital poderiam ir a um posto de saúde

Aldemar Bola Pereira

Corredores lotados no Ruth Cardoso, domingo à noite(18), registrado pelo vereador Bola

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O povo é extremamente or-ganizado, nada atrasa. Trem, ônibus, metrô tudo no horário marcado e todos os transpor-

tes muito limpos. Impressiona Tóquio, a ca-pital que tem a esquina mais movimentada do mundo. Em Shibuia no horário de pico atravessam cada vez que abre o sinal 2500 a 3000 pessoas. Ninguém atravessa a rua se o sinal não estiver verde, mesmo se não vem carro. Na maioria das sinaleiras além da luz verde tem um aviso sonoro. Facilita para pessoas com deficiência visual e para quem está desatento. Em Tóquio tem um parque que é chamado de santuário dos cervos. Eles andam em bandos neste par-que e roubam literalmente de sua mão se você tem algo comestível. Visitamos um jardim enorme onde as tulipas são planta-das em vasos e dispostas pelo jardim mara-vilhoso. Os centros comerciais, shoppings são todos enormes. O centro eletrônico é impressionante. Mas há também os 1,99 que lá são 300 Jens, tudo por R$ 3,00.As ruas com cobertura são ótimas, mais ou menos nossos camelôs, só que você pode ficar o dia todo, tomar café e almo-çar. O comércio de rua fecha às 18 horas impreterivelmente. O mercado público é enorme e lá é fei-to o leilão dos atuns, mas só tem aces-so quem é comprador. Vimos espécies marinhas que nem imaginávamos que existissem.Visitamos Kioto, linda cidade onde ca-minhamos pela trilha do pensador, ro-deada por cerejeiras. E mais templos budistas.De trem bala, sempre fazendo reserva antecipada, fomos a Hiroshima. Foi a

cidade que mais me impressionou. Há 72 anos foi bombardeada com bomba atômica que explodiu bem acima do solo e ao descer queimou tudo que havia. Conhecemos esta história e o mais tris-te que não havia mais motivo para isto. Pura demonstração de força. A cidade totalmente reconstruída, ajardinada; apenas o Domo foi conservado em ru-ínas. Construíram um belíssimo me-morial onde constam homenagens de diversos países.Atravessamos para uma ilha de catama-rã. O portal típico em todas os lugares onde tem um templo estava no meio da água. Antes de sairmos ele estava no seco. Variação da maré. Osaka outra cidade linda onde se encon-tra um Aquário Gigante, no qual se entra e fica a um palmo de distância de ani-mais marinhos, peixes, separado apenas pelo vidro. Andamos em uma roda gi-gante e do alto se avista toda cidade.Para encerrar a viagem visitamos o monte Fuji. Indescritível subimos até a quarta estação, as outras ainda estavam fechadas devido a neve acumulada. No Japão tudo é previsto com exatidão. Horários de trem, metrô e ônibus até a previsão do tempo, avisaram o horário do inicio e o término da chuva.Esplendoroso mesmo são os jardins japo-neses e as cerejeiras em flor, daí ver famí-lias fazerem piquenique nos parques, era uma cena muito normal.Um conselho para quem quiser visitar o Japão. Informe-se com antecedência, pois as exigências para o visto são muitas e só vale para 90 dias, mais vale muito a pena. Sigrides Olsson é professora aposentada e reside em Balneário Camboriú.

Quando meu filho fabrício ligou e disse mãe vamos viajar? para onde, perguntei. japão, ele disse. levei um susto e respondi, ‘você é louco’’! mas agora posso afirmar: foi uma loucura maravilhosa. uma cultura completamente diferen-te da que estamos acostumados e nos é conhecida. foram 18 dias de visitas. templos Budistas tem em número como aqui tem templos cristãos, cada um com suas característi-cas. é impressionante a reverência que eles têm por Buda.

Por Sigrides Olsson

Castelo de OsakaEm Hashiko, Sigrides e o filho Fabrício

Hiroshima

Palácio Imperial Buda

Tóquio noturnaCerejeiras em flor

TERRA DO SOL NASCENTE

Fotos Fabrício Olsson

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Balneário Camboriú, junho de 2017 17colunistaJamil Albuquerque ([email protected])

Estou temporariamente morando em Portugal. Mais uma vez estou aqui na Europa durante um desastre. Só que desta vez foi um desastre natural. Da outra vez, foi um atentado terro-rista. Hoje, quinta feira (22) e ainda não se dominou o fogo, que começou sábado à tarde (17). As chamas ainda estão fora de controle. São 30 aldeias (pequenas cidades) em chamas ainda. 46 pessoas carbonizadas dentro dos carros na estrada. Triste fim. O total de mortos passa de 60. Segundo relatos, formaram verdadeiros tufões de fogo. É uma estrada nacional. As pessoas estavam na estrada e não dava mais para ir para frente nem para trás. Porque as pessoas foram desmaiando dentro dos car-ros por causa da fumaça e vinham carros atrás. Tragédia.

Fenômeno naturalAqui na Europa acontece um fenômeno natural chamado tem-pestade seca. Aqui em Portugal em especial elas acontecem com mais regularidade. O dia está claro e forma-se uma nuvem densa, começa dar raios e não chove. Há indícios iniciais que foi um raio oriundo de uma tempestade seca. A região não estava em alerta vermelho. O alerta máximo, que é o vermelho, era em outra região. Os bombeiros estavam olhando para outro lado segundo se fala por aqui na imprensa. Por isso a demora na re-ação. A grande polêmica política atual é que, a população ficou cada um por si. Os erros políticos foram inúmeros.

Porque se condena os políticos por um desastre natural? Porque aqui o sol tem 30% a mais de luminosidade que na Amé-rica do Sul. Isto significa que o risco de incêndio é eminente. É quase como um vidro entre o sol e o mato seco. As chances de fogo são altas. E realmente o sol é escaldante. E olha que eu moro há 20 anos em Ribeirão Preto, que é um pedaço de deser-to encravado em São Paulo. Sou habituado ao calor. Segundo a imprensa, era possível prever alguns movimentos de evacua-ção. À parte disso que, nos anos 70, foi se optando por florestas altamente combustíveis. Como assim? As decisões de plantar eucaliptos e pinheiros eliotes. Um carvalho, não queima tão rá-pido e nem é tão inflamável. Ou seja, decisões políticas sempre repercutem no futuro. Às vezes de forma péssima.

Líderes públicos O atual presidente da República tem se mostrado altamente presente. Aqui tem o tal do presidencialismo parlamentar. Meio complicado. Quando o presidente é presente, tem a tal guerra de vaidade. Tem uma máxima que diz, tudo que tem duas ca-beças é um monstro. Às vezes passam a impressão que estão batendo cabeça. E enquanto isso, a grande bola de fogo contí-nua a arder.

E Você?Como vens analisando as suas decisões no presente que podem repercutir no futuro?

Não é barato, mas vale a penaPor Fabrício Olsson

O custo para fazer férias no Japão é alto. Podemos compa-rar o Japão inteiro como sen-do Paris, Londres ou Roma. Achamos  mais barato  fazer férias na  Alemanha do que  no Japão.  Para que o leitor tenha uma ideia usaremos os preços em dólares, pois a relação para o Real é mais chata, ainda mais com o câmbio que agora está alto. Para facilitar USD 1 = Y 100.

Viagem/HospedagemComeçamos pela passagem de avião, USD 1200. O quarto de hotel para duas pessoas (cama de casal standart), USD 110. Preço que pagamos em Tokyo por noite e em Osaka, quarto de apenas 14m2 e um lado da cama colado na parede.Ficamos na grande maioria do tempo em apartamentos Airbnb, viajamos entre quatro pessoas (a mãe, eu e um casal de amigos meus, a Carol e o

Gil), pagamos USD 150 por um apartamento em Kyoto por dia (preço para quatro pessoas). Em Hiroshima é mais barato, foi USD 100 por noite, mesmo preço de Osaka e Tokyo. Inclu-sive a opção de hospedagem pelo Airbnb é que possibilitou a viagem ao  Japão, pois pagar USD 110 (no mínimo) por quar-to de hotel  ficaria caro.Pas-seiosCompramos um passe de trem especial para turistas válido por 14 dias: USD 414 por pessoa. Dá acesso ilimitado a quase todos os trens do Japão, inclusive os trens bala (shinkansen), mas vale a pena fazer uma simula-ção para ver se vale a pena mes-mo. O transporte não é barato, varia de cidade para cidade, mas é mais caro do que esta-mos acostumados. Em Tóquio, principalmente, é calculado por distância, então quanto mais anda, mais se paga. O metrô

tem tarifa mínima de USD 1,6 (andar umas três a quatro es-tações). Estávamos hospeda-dos na região de Asakusa, para podermos ir para Shinjuku ou Chibuya (travessia de pedes-tre famosa) pagávamos cerca de USD 6,00 a 7,00 dependen-do das conexões e da empresa dona da linha (30 minutos de metrô). Em Tóquio é um pouco confuso de andar, pois há duas empresas de metrô e uma de trem, então o melhor é comprar um cartão e depositar dinheiro lá! Taxi nem pensar em pegar... Estávamos em um dia com chuvisco e malas para carregar. Para ir até a estação (uns 10min de carro) custaria USD 40!

AtraçõesUma grande parte dos templos e parques cobram entrada do público em geral. Nada muito caro, mas varia de USD 1 a 4.Aquário de Kaiyukan em Osaka (muito legal). Entrada do aquário + roda gigante: USD 30.Roppongi Hills em Toquio: Mirante em cima de um prédio de 52 andares (o prédio já fica em cima de uma parte mais elevada, a mãe demorou um pouco para se acostumar com a altura) + exposição da Marvel: USD 18

Tóquio

Fabrício Olsson é natural de Balneário Camboriú, 38 anos, mora em São Paulo, trabalha na gestão de ativos de shopping cen-ters, já viajou para Índia, Islandia, China, Israel, etc..

Se come bem no Japão. E não só sushi e sashimi.Sempre que falamos em carne para a maioria do Japão estamos nos referindo à barriga do por-co (bacon sem ser defumado). Óbvio que tem as outras partes (lombinho, etc) mas daí o pre-ço já era outro e os restaurante mais caros/sofisticados.Uma comida muito consumida é o macarrão, na forma de Lamén (ou Ramen). O macarrão vem em cumbuca individual com um caldo (aí que está o sabor do pra-to), tipo sopa mesmo, com algum legume, ovo cozido e pode vir até com uma fatia de carne. O custo desse prato (delicioso) varia de USD 8 a 12, dependendo dos op-cionais que se coloca (ovo, carne, legumes, cebolinha verde).Um prato de acompanhamento muito comum é o guioza, ge-ralmente feito na chapa, uma porção de cinco unidades custa

em média USD 5. Então se você pedir um lamén e um porção de guioza, se come muito bem (ge-ralmente ainda deixa no prato) e gasta-se uns USD 15. Tem também o arroz frito com pato, preço semelhante ao lamen USD 8, era o prato preferido da mãe.Guloseimas de padarias que são fantásticas! Um salgado (tipo o nosso croissant recheado) custa uns USD 3 a 4. Os doces (tipo so-nho) tem preço semelhante.Café era caro (óbvio, todo im-portado), expresso saía USD 2 a 3, uma xícara de café com leite USD 4 a 5. Então tomar um de-

licioso café com bolo à tarde saía uns USD 10.O preço de uma garrafinha de água era USD 1, chá (muito con-sumido) USD1,2 a 1,5.Fui a um restaurante de sushi com 120 anos de tradição. Para comer 12 sushis paguei USD 36, mas foram os melhores que comi na minha vida! Inclusive um deles era o atum toro (mais gorduroso e delicioso).Agora falando de carne mesmo (carne tipo wagyu, famoso bife de kobe). Queríamos ter ido, mas os restaurantes são concorridos e sem reserva é impossível. O preço começava em USD 75.

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Balneário Camboriú, junho de 2017 18

É a primeira vez em BC?Eu vim uma vez, há muitos anos, para uma escola de yoga, fiz uma palestra e fui embora, nem conheci Balneário, vi o mar do apartamento, de manhã cedo comi pinhão frito, uma delícia...é a memória que tenho de Camboriú.

Você é uma monja urbana.Sim, moro em São Paulo.

Como é essa prática? Viver em centros urbanos, palestrar em centros urbanos, shoppings...Pois então. A primeira vez que fiz meditação em um shop-ping foi em Nagoya, no Japão; era um evento, levaram ima-gens dos templos, uma exposição de arte sacra. E havia um canto para que as pessoas tivessem alguns minutos de práti-ca meditativa; eram vários monges e monjas, nos revezáva-mos, e cada grupo podia ficar cinco minutos. Tinha uma fila imensa... Achei aquilo fascinante, porque a gente descobre que pode meditar em qualquer lugar. Claro que nós precisa-mos ter condições específicas se quisermos uma prática me-ditativa mais profunda, mas para ter uma iniciação… Porque tem que ser sua vida, onde você está que você medita, se eu só vou meditar quando estiver na montanha, num templo, em determinadas circunstâncias, é muito restritivo, só para algumas pessoas, enquanto que a capacidade meditativa é para todos nós. Em qualquer lugar você pode acessar a um olhar que é mais profundo para a realidade.

Mas você precisa passar por uma limpeza, um treino, ou algum processo, para adotar essa prática de maneira mais eficiente. Ou não?É, primeiro as pessoas precisam QUERER conhecer alguma coisa, ou podemos dizer, conhecer a si mesmo. É a mente co-nhecendo a própria mente. Algumas pessoas chegam a ter interesse por práticas meditativas por sofrimentos, dificul-

dades, outras por curiosidade, alegria, questionamentos, o que é a vida, o que é a morte, existe deus, o que é deus, são perguntas que todos nós, qualquer um de nós, tem ao longo da vida… o que acontece é que escutamos ‘não falem disso, não pensem nisso, vamos brincar, vamos fazer outra coisa, um joguinho, deixa isso pra lá…’ E o que a gente estimula é: “QUESTIONE-SE”. Esse questionamento é humano, é da nossa natureza, nós precisamos saber, nós queremos saber, e a prática meditativa é um caminho para acessar essa sabe-doria. Eu acredito que deveria ser feita em todas as escolas, para crianças desde a pré-escola, em níveis diferentes, um pouquinho, mas eu acho que é uma capacidade humana que precisa ser restaurada, reconhecida… e não apenas em luga-res fechados, ela é aberta a todo ser humano, e pode ser feita em qualquer lugar. Em São Paulo tem um prédio enorme que se chama Copan, tem pessoas que se sentam lá em cima e fazem meditação uma vez na semana. E tem uma aluna minha que toda sexta-feira tem um grupo de meditação que cada semana senta numa praça no meio de São Paulo, no meio da confusão, do barulho… muitos vão de bicicleta, que já tem essa ideia de usar meios de transporte menos poluen-tes, sentam no chão, fazem uma roda e meditam.

Isso é bom para divulgar, “contaminar” a sociedade, mas efetivamente funciona?Claro que isso não é tudo, a gente precisa ter uma experi-ência mais profunda em meditação, acessar alguma coisa mais profunda para poder transmitir isso, o que acontece nos retiros... e os retiros devem ser em lugares nem muito claros, nem muito escuros, nem muito quentes nem muito frios, que tenham o mínimo de estímulos para que você pos-sa adentrar no mais íntimo do seu íntimo. Mas depois disso, em qualquer lugar. Podem estar tocando música, pulando, dançando, se você quiser acessar esse estado, você sabe o ca-

minho. Eu não chamaria de purificação, chamaria de dimi-nuir o excesso de estímulos.

Será que por isso é tão difícil de meditar, é um hábito difí-cil de manter, apesar de se falar muito bem dos benefícios da meditação? É devido à quantidade de estímulos que recebemos no dia a dia?É, nós estamos constantemente sendo estimulados, quando você fala “vou parar esses estímulos” você pensa, e agora o que eu faço? Teve uma moça que me disse ontem quando estávamos descendo, “não tem música no elevador”... mas não precisa né. Você pode ficar em silêncio e é gostoso ficar em silêncio, você não precisa ficar estimulando a mente o tempo todo, ela é estimulada o tempo todo, ela é incessante e luminosa. E nós criamos uma fantasia a respeito do que é meditação, como se fosse uma coisa que ‘eu vou ficar fora da realidade’, e não é isso, é você ficar completamente dentro, ficar mergulhada, eu me torno o lugar onde estou, eu SOU essa realidade na qual estou vivendo, eu me misturo com, eu me torno uma pessoa comum, eu não me separo, eu não sou “um ser que medita”, eu sou um ser humano tão mesquinho, tão ínfimo, tão tolo como qualquer ser humano, e posso tam-bém acessar níveis de plena consciência como qualquer ser humano, mas vão ser escolhas minhas. E para essas escolhas eu preciso de outros estímulos. Estímulos neurais. E esses estímulos tem que ser constantes...por que as pessoas vão à igreja, pelo menos uma vez por semana? Para manter o estí-mulo neural acontecendo. Por que a meditação também tem que ser feita em grupo e não sozinho? Porque você precisa do estímulo neural da convivência. Porque você precisa dos ensinamentos? Porque são estímulos neurais, você pode ter o evangelho, a bíblia, os sutras budistas, a cabalah, inúmeras possibilidades, esses textos sagrados são estímulos neurais para você entrar num outro nível de consciência, e se você pára de estimular, desaparece.

Cláudia Dias Baptista de Sousa, ou simplesmente Monja Coen, como é conhecida, é zen budista, e dos 70 anos que completa nesse 30 de junho, 34 foram meditando e ensinando.

Com inúmeras passagens de uma vida intensa - profissão estres-sante, uso de drogas, tentativa de suicídio, prisão, e depois, anos de monastérios e retiros espirituais, Monja parece que aprendeu a lidar com suas experiências e hoje compartilha de maneira “vi-ral” -ela é uma comunicadora de massa- ensinamentos com base no equilíbrio, respeito, auto-observação e olhar compassivo. Sua dica prática é: respiração consciente.

No início do mês, Monja Coen esteve em Balneário Camboriú a convite do BC Shopping para uma concorrida palestra gratuita, e minutos antes conversou com o Página3.

“A gente quer estar na unidade”

Cláudia Dias Baptista de Sousaentrevistazen budista

(monja coen)

Por Caroline Cezar & Luciana Altmann

Guilherme Meneguelli

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Balneário Camboriú, junho de 2017 19

Você precisa da frequência, da repetição…Sim, por exemplo, os muçulmanos, eles fazem questão de fazer cinco preces por dia, porque você esquece do sagrado. Você esquece do princípio pelo qual está regendo sua vida, en-tão cinco vezes por dia vou fazer reverência pra me lembrar, mas tem uma coisa, se ela ficar mecânica não adianta mais. Meditação mesma coisa, se eu fizer por obrigação ou meca-nicamente, ela perdeu o valor. Eu tenho que estar presente e prestando atenção no que estou fazendo. A oração a mesma coisa, eu acho muito interessante, que a gente possa rezar essa oração inteiramente na oração, todos os mantras, todas as preces, tudo aquilo que é repetitivo, é feito pra te dar presença, se mecanizou, virou bobagem. Eu conheci um professor, um monge, que de tempos em tempos mudava a caixinha de lixo da sala dele, as coisas a sua volta, para ter consciência do que está fazendo, não apenas repetir mecanicamente.

Sobre a ideia equivocada da meditação, as pessoas acham que vão adquirir poderes especiais, deixar de ter emo-ções...Aliás, se a pessoa vem e me diz, “ah, fiz uma meditação e Buda apareceu pra mim’, eu digo ‘ai que medo’. Porque é uma fantasia mental, se ele está fora de você, aparecendo para você, você está divagando, não está tendo um encontro ver-dadeiro… Existe até essa palavra no budismo, ‘se encontrou Buda, mate Buda’, porque se você encontrou ele em algum lugar que não é em você, que não é a percepção de que cada partícula, cada molécula é o sagrado manifesto, perigo...você está dividindo, é a divisão, eu e o outro. E a divisão é o que a gente chama de diabo. A gente quer estar na unidade.

Puxando esse gancho da divisão, como você vê essa situa-ção no país, esquerda, direita, ódio para todo lado…É a polaridade, mas não temos mais meio de campo. Cadê o meio de campo? Acabou, só tem defesa e ataque. Mas aí a bola não chega, ninguém faz gol, o que está faltando no Bra-sil é encontrar esse equilíbrio, esse eixo...mas às vezes é atra-vés do desequilíbrio que se encontra o equilíbrio… E estamos numa coisa muito feia né, se você concorda comigo você é meu amigo, se não corto-lhe a cabeça…

Mas essa situação não reflete só a política, e sim a socie-dade de forma geral não é? Por exemplo, no evento do empoderamento do bem do shopping, teve um monte de elogios e um monte de reclamações, de quem queria ver a monja e não conseguiu lugar…Coitadinhos, eles queriam ver… ou seja, shopping tem que fa-zer um local maior (risos). Uma vez eu fui fazer uma palestra em Brasília, que tinha tanta gente que tiveram que montar uma tenda com um telão, ou seja, se você pode, você atende mais pessoas. Sempre que tem uma reclamação nós temos que ouvi-la. A gente não gosta de crítica, a gente gosta de elo-gio, mas na hora que vem a crítica é importante ouvir, por que estão criticando? Será que isso é meu? Posso melhorar? Às vezes não pode, às vezes quem critica tem um olhar defei-tuoso pra realidade, mas sempre é bom procurar ouvir, tal-vez algo que que não tínhamos percebido, as condições que podem melhorar.

Popularidade em alta, você é uma comunicadora de massa do amor.É que vocês não estão sabendo que eu estou bombando na in-ternet, vocês já viram o canal Mova? É muito impressionante isso.... Começou com minha neta, que quis ter o bebê em casa, e foi ter no meu templo, que é um pouco maior. E o marido dela,

o pai da criança, faz vídeos com uns amigos, tem essa empresa chamada Mova. E como o bebê nasceu em casa, ele ficou um mês lá com o bebezinho, e começou a ouvir minhas palestras. Pediu para gravar, e fez uma coisa linda, porque eles são artis-tas né, e são jovens, e falam de jovem pra jovem… Então saio na rua, a juventude vem me trazer coisas, comentários, me re-conhecem… Eu tenho 70 anos, não faria esses vídeos, mas eles fizeram, porque são profissionais, colocam coisas curtinhas, sabem que o menos é mais, e alcançaram a juventude pra levar essa linguagem que todos entendem, que é a linguagem do co-ração. Aí quando vou fazer a palestra, lota.

Sobre o nascimento do bebê, minha mãe comentou que leu uma entrevista em que você comentou sobre esse aconteci-mento e que sentiu muito medo… ela ficou super impressio-nada, que ‘monja também tem medo’.Nossa, que aflição, aquela cabecinha vindo e voltando, e boqui-nha dela ficando meio roxa, eu falava, manda esse bebê sair por aí de uma vez… rezei tudo que eu sabia (risos). Existe coisas na vida que são assim, eu posso in-terferir, eu não posso mexer no bebê nascendo porque eu nunca vi… e a parteira diz, você não pode mexer no bebê enquanto a cabeça não sair, não pode puxar. E eu não posso fazer nada, eu rezo. A oração nos dá impressão de estar participando e facili-tando alguma coisa; e aí tem a fé né...eu acredito que isso ajude. A enfermeira disse que ia me levar nos próximos partos, para rezar junto.

Mas trouxe essa questão porque as pessoas costumam colocar o monge, o professor, ou alguma referência que elas tem, em algum lugar muito distante, difícil de alcançar… E onde não se sente nada, medo, raiva, dor… É como se nunca estivéssemos prontos “para ser como o monge” enquanto tivermos essas emoções.E não é. Sentir nós sentimos tudo, o que se faz com o que sen-te é a diferença. Ninguém pode negar sentimentos, emoções, elas existem e são da nossa natureza. O que faço com elas, é que muda. Se eu vejo uma coisa terrível, fico indignada...mas qual a ação que faço? Se eu puder interferir, interfiro, não sou apenas observador da realidade, sou atuante, transformo mi-nha realidade com uma ação, uma presença, um gesto… Eu gosto muito do professor Mario Sérgio Cortella, ele diz que quando entra no avião pergunta pro piloto se ele tem medo… se o piloto disser que não tem medo ele não entra, porque só aquele que tem medo vai prestar atenção nos detalhes, vai verificar todo equipamento. Preciso saber se tudo está funcio-nando. O medo é importante, com ele vem o cuidado, porque pode não dar certo, pode dar errado, dar um problema. Será que esse bebê sai ou não sai, será que preciso chamar um táxi, será que preciso fazer algo? Não, porque quem conhece disse que está tudo bem, então vamos rezar, e confiar na pessoa que tem a experiência.

Dica prática para lidar com as emoções?Respiração consciente. Postura correta, alinhamento da colu-na vertebral, alinhamento da cervical, e consciência respira-tória. Isso faz a transformação, é a chave de ouro, respiração. Qualquer emoção, qualquer coisa que vem com você, a respi-ração muda, e se você está consciente disso você realinha, res-pirando conscientemente, para poder tomar a decisão correta. Não só pra ficar alinhadinho, é para fazer alguma coisa depois.

Eu estava conversando com meu filho, que tem 25 anos, e perguntei se ele estava feliz, e a resposta dele me deixou surpresa. Ele me disse: ‘como assim felicidade, como vou estar feliz vivendo nesse sistema opressor, nesse mundo de desigualdades sociais, não tem como ser feliz nesse mundo’. Aquilo me deu uma tristeza (risos), meu filho não é feliz. E sim, a gente vê tudo isso que está acontecendo, mas como lidar?

A gente tem que fazer alguma coisa a respeito. Se eu só vejo e não faço nada, eu vou ficar re-almente muito triste. Tenho que me envolver num trabalho que acho que está fazendo alguma modificação, se eu ficar só em casa dizendo que nada presta, isso é infelicidade total. Se não está bem, o que eu faço? Que ação eu tomo? Eles foram fazer um filme, vou me ligar a pessoas que estão fazendo algum traba-lho voluntário, vou escrever, vou conversar, reunir meus amigos, vou me manifestar nas ruas, mas sempre sem violência. Nós sentimos o que está a nossa vol-ta. A gente fala que o ideal do bo-dsatvana, que é o ser iluminado, não é que ele atravessa e vai pro lado da sabedoria e da paz e fica de boa com o mundo enquanto o mundo está se acabando. A proposta é: eu nunca fico desse lado, eu vou buscar as pessoas e

levá-las pras lá, e não paro até que a última pessoa tenha atra-vessado, até que todos sejam felizes, enquanto todos não esti-verem não tenho felicidade plena...

Somos um.Sim, então seu filho está dizendo que ele é um bodsatvana, que ele tem a sensibilidade para a realidade do mundo, ele não se isola. Não é que ele é infeliz, ele tem um questionamento so-cial, ele precisa ter uma ação social, que lhe dê tranquilidade de estar fazendo alguma coisa… Ele é a mudança, a pessoa tem que perceber isso, nós somos a transformação que nós quere-mos no mundo, temos que assumir isso, vestir isso... não está bom? Vai ficar melhor porque eu estou presente. Eu aprecio cada instante da minha vida porque estou sendo a transfor-mação que eu quero, e nao achando que os outros vão fazer. Não tem outros, tem nós. Tem muita dor, muito sofrimento, mas tem muita coisa bonita. E ninguém está dando visibili-dade ao bem, você liga a televisão, olha pra banca de jornal, só terror, e as pessoas boas onde estão? Esse é o empoderamento do bem, tem que deixar o bem visível, senão nós vamos achar que não há esperança.

que está faltando

no Brasil é encontrar esse

equilíbrio, esse eixo...mas

às vezes é através do desequilíbrio que se

encontra o equilíbrio…

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Balneário Camboriú, junho de 2017 20

O poke traz uma base, que pode ser arroz gohan ou um mix de folhas, proteína superfresca (camarão, atum ou salmão), uma fruta (abacate ou manga), molho e um chips de crocância. Há ainda elementos para co-bertura como cebola roxa, alga cortada e amendoim.O Poke Jack, instalado em uma Kombi customizada na entrada da Praia dos Amores há quatro meses, foi um dos primeiros do país. O idealizador, Beto Moser, conta que queria aliar uma opção de gastronomia te-mática à sua paixão por carros antigos e por sushi. “A minha pergunta era sempre qual será a reinvenção do sushi, qual será o próximo passo?”, questionava-se.No Brasil o poke chegou há cerca de um ano e meio através de Felipe Scarpa (sobrinho de Chico Scarpa). Ele trouxe a novidade após período no Havaí e se tor-nou o embaixador do poke, vendendo potinhos em um tuk tuk em São Paulo.Já para o Poke Jack o local escolhido foi a frente da Liquor House, que vende boa variedade de bebidas, criando um ponto de encontro para o happy hour.“É um prato nutritivo, mas totalmente informal. Prá-tico para comer em pé enquanto se toma uma cerveja com os amigos ou fácil de colocar na mochila e levar para casa após o treino na academia”, destaca Beto.

O publicitário, que é gerente comercial do Didge, já ti-nha ajudado a desenvolver a parte mercadológica dos trucks do grupo e aliou essa experiência com informa-ções coletadas com amigos da Califórnia (EUA), onde o poke dominou as ruas.Ele explica que em quase dois anos de pesquisa de-senvolveu combinações e abrasileirou algumas op-ções para agradar o paladar, já que o poke original é basicamente atum fresco, abacate e pimenta. Aqui ele incluiu opções como o camarão e adicionais como cre-am cheese e salmão grelhado.Cada porção tem 500g por R$ 29,90 (com apenas 250 calorias) e ele desenvolveu uma versão turbinada com três proteínas e duas frutas por R$ 45.Como o poke é uma novidade, Moser faz questão de dar dicas aos clientes para comer de uma forma a aproveitar todos os sabores sem deixar nada para trás. Ele diz que essa proximidade de poder oferecer opções de personalização é um diferencial de outros trucks.O Poke Jack traz cinco sugestões, entretanto tem a possibilidade de o cliente montar o poke conforme seu gosto pessoal. Além dos potinhos tem o musubi, que custa R$ 15, é um “primo do temaki, bem popular no Havaí também.

• PROdUTOS SELECiOnAdOSJá que o poke trabalha com produtos muito frescos, as compras são diárias. Beto cita a parceria da peixaria Quinta do Mar, que ajuda a escolher os peixes e for-nece tudo limpo e semi porcionado, o que diminui a necessidade de manuseio. Os camarões são comprados diretamente dos barcos dos pescadores artesanais da Barra. Beto desenvol-veu ainda um freezer especial que deixa os alimentos em uma temperatura de -15ºC, fresco, sem congelar.

• RECEPTiVidAdEA novidade tem conquistado o público, principal-mente as mulheres. Já são quase 7,5 mil seguidores no Instagram e contando. Moser diz que se surpreendeu com a receptividade e com a mídia espontânea dos clientes fotografarem os pokes e ajudarem a divulgar nas redes sociais.Com a resposta positiva, mais uma Kombi está em desenvolvimento. O plano é atender em breve o Cen-tro de Itajaí ao meio dia, tendo em vista o crescimento do interesse pela alimentação saudável, e à noite, em eventos itinerantes como feiras, festas de 15 anos e for-maturas.

prato típico do havaí, o poke está conquistando fãs na região e motivos não faltam.considerado um sushi desconstruído, ele é servido em um potinho, prático, sem firulas e cheio de sabor.

Conheça o poke PRAtO DO HAvAí QUE fAz SUCESSO NA REgiãO

O Poke Jack fica na Rua Fernan-do Azevedo, número 97, Praia dos Amores, rua ao lado do Posto Brava. Atende de terça a sábado, das 19h à meia-noite e alguns domingos. Mais em www.instagram.com/pokejack

Fotos Divulgação

Guto Garcia, o sushiman João Brunetti e o idealizador, Beto Moser

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Balneário Camboriú, junho de 2017 21

Risoto de frutos do marUm dos pratos mais pedidos no Chaplin é o Risoto de Frutos do Mar. A pedido, a chefe Gabriela Moro com-partilha a receita com os leitores. IngredientesCamarão 100g; cubos de peixe 100g; lula em anéis 100g; mariscos 100g; arroz arbóreo 350g; extrato de tomates 1 colher; parmesão ralado 80g; manteiga uma colher; tomates cereja 12 unidades; salsa meio maço; caldo de legumes 250ml e sal quanto

baste. Preparo1) Em uma panela fritar os camarão, os

cubos de peixe, os anéis de lula e o marisco.2) Depois de tudo bem frito colocar o extrato e fritar mais um pouco, sempre mexendo.3) Adicionar o arroz e conti-nuar mexendo.4) Acrescentar o caldo aos poucos até que o arroz fique no ponto (ao dente).5) Então colocar o queijo mexendo bem para que fi-que cremoso.6) Depois de bem mistu-rado o queijo, acrescente a manteiga, mexa mais um pouco para dar brilho ao grão.7) Servir imediatamente pois o arroz continuará co-zinhando e assim pode pas-sar do ponto.

Aos 25 anos o Chaplin Restaurante continua uma lenda da praia

Esse pequeno trecho da ave-nida reúne alguns dos restau-rantes mais frequentados da cidade, o Chaplin, o Chaplin Bar (que fica do outro lado da rua), Mundo Selvagem e Mc Donald s.Considerado “excelente” e “muito bom” por quase 90% dos frequentadores que o ava-liaram no guia TripAdvisor, o Chaplin serve pratos da culiná-ria internacional, com toques caprichados do litoral catari-nense.O Chaplin foi fundado por Juli-nho Moro e sua ex-esposa Sila. Ele confessa que não tinha ex-periência no ramo, veio para Balneário incentivado por seu primo, o ex-vice-prefeito Cláu-dio Dalvesco, que já trabalhava com comida.Depois de um tempo a casa se transformou em ponto de encontro de empresários e amigos, criando o que faz a di-ferença entre o sucesso e o fra-casso para qualquer empresa na praia: público local.As mesas do Chaplin são tes-temunhas de parte da história de Balneário Camboriú. Ali casamentos surgiram e outros foram desfeitos; amigos briga-ram para nunca mais se falar e amizades sólidas floresceram.Boa parte das decisões da ci-dade foram regadas com o chope inigualável e os uísques com Coca Cola da turma que considera beber uma arte a ser exercida lentamente. “É uma maratona, não uma corrida de

cem metros” como definiu um experiente habituê.

Foi no Chaplin que comi o melhor filé à poivre da minha vida e com a honra de ter sido preparado pelo próprio dono, o Julinho.

Também foi no Chaplin que

junto com o hoje secretário do Meio Ambiente, Ike Gevaerd, afoguei a mágoa depois de ter meu carro, sem seguro, rouba-do -e nunca mais encontrado. Ike, que encomendava suas refeições ao restaurante, foi sá-bio naquela noite: “quer ir para casa chorar ou no Chaplin to-

mar uma”, indagou.Escolhida a segunda opção mais uma vez o Julinho, com-padecido, nos serviu uma gar-rafa que estava guardando para consumo próprio. Esse tipo de solidariedade a gente nunca esquece.Hoje o Chaplin Restaurante está na segunda geração, a chefe Gabriela Moro, toma as decisões do dia a dia e consulta o pai quando necessário.Assim como todo o setor de hotelaria e alimentação, a fa-mília Moro deposita confiança na inauguração do Centro de Eventos, para espantar de vez a baixa temporada.“Já foi pior, quando começa-mos aqui era uma tristeza o movimento de maio era 10% do da temporada” finalizou Julinho.

Às vésperas de completar 25 anos em setembro o chaplin restaurante é um marco da cidade porque serve comida boa, bebida boa e está localizado num ponto de passagem constante de moradores e turistas: a avenida atlântica em frente à ilha.

colunistaWaldemar Cezar Neto ([email protected])

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Gabriela Moro com o pai Julinho Moro

Waldemar Cezar Neto

Divulgação

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Balneário Camboriú, junho de 2017 22

Mala DIRETA• Stop Beer, bufê livre de sushi, que fica ao lado da Univali na Quinta

Avenida é um dos preferidos da galera de casa. Destaque para os pratos quentes e a variedade de delícias da comida japonesa. Vale conferir.

• Feriado prolongado superou as expectativas dos comerciantes da cidade. Muita gente aproveitou o veranico em pleno mês de junho com temperaturas próximas dos 30º. Os restaurantes que vinham amargando um grande prejuízo em função da crise e das chuvas, respiraram um pouco mais aliviados. Um garçom relatou que faturou no feriado o mesmo que havia ganho nos últimos 30 dias. Torcer pra julho dar uns dias bons e a galera vir com tudo. Alívio geral.

• A mudança da limpeza da cidade da EMASA pra Ambiental já começa a ser sentida pelos moradores, como no caso da Rua 910 entre Terceira e Quarta avenida que raramente era limpa, agora nos últimos 30 dias já foi capinada duas vezes. O pessoal da Ambiental tem a expertise do negócio. O negócio da EMASA é colocar água nas torneiras e tratar o esgoto. Cada um na sua.

• Se você ainda não provou a pizza brasileira ou carbonara da Pizza Bis não sabe o que está perdendo. São verdadeiras maravilhas. A Pizza Bis é disparado uma das melhores pizzarias que eu já frequentei. Aliás, diga-se de passagem, não é à toa que é um sucesso. Bom demais.

• Minha ex-vizinha D. Ruth Iório, uma paulistana quatrocentão que escolheu nossa cidade pra viver há muitos anos, esteve presente no café da tarde que a bem casada serviu pras amigas em comemoração ao seu aniversário. Ela apesar de estar com 90 anos de idade ainda lê sem óculos, gosta de jogar com as amigas e se mantém informada de tudo que se passa no país. Pelo espírito e pela disposição de viver, ainda nos dará o prazer da companhia por muitos anos. Assim esperamos.

• Na década de 80 a Citur Rodofeira era a locomotiva da cidade na atração de eventos de grande porte. A rede hoteleira e o comércio em geral se beneficiava com a vinda de milhares de pessoas atraídas pelas grandes feiras das mais diversas áreas. Leio agora que a procura pelo Centro de Eventos que deve ficar pronto em breve já é grande. Não podemos perder esse bonde e, acima de tudo, temos que estar preparados para administrar com profissionalismo o novo espaço, que pode em tese, tirar a cidade do marasmo da baixa temporada. Uma administração séria e competente é a garantia do sucesso dessa nova matriz turística.

• As eleições na França com a vitória esmagadora de Macron redesenha a paisagem política daquele país e representa um golpe para os partidos tradicionais. A experiência dos franceses em apostar no novo e dar uma banana pra velhas figuras políticas bem que poderia inspirar os brasileiros a iniciar a busca por um nome novo e, com moral e competência pra colocar o país nos trilhos novamente. Pra pensar.

• ESSE ANO FAÇA CERTO. DIGA NÃO A CORRUPÇÃO. FAÇA A SUA PARTE.

colunistaJ. Junior([email protected])

Escritórios em: Balneário Camboriú, SC • Itapoá, SC • Paranaguá, PR • Porto Alegre, RS

Belas na PassarelaA Passarela da Barra foi a ‘passarela’ do concurso Miss Balneário Camboriú no dia 15 de junho, organizado pela Agência Donaire. A eleita Mariana Feijó, 20, estudante de Direito, representará a cida-de no Miss SC, no dia 8 de julho, em Itajaí.

A Miss Balneário Camboriú, Mariana Feijó, ladeada pela segunda sucessora, Lau-ra Adams Stoffels (E) e pela primeira sucessora Andressa de Souza Gimenes (D).

Fotos Diego Suffredini

As candidatas em traje de banho: Bruna Beatriz Veit, Laura Adams Stoffels, Mariana Pereira Feijó, Andressa de Souza Gimenes, Melissa Schoenau da Silva e Ana Paula Altmann Pina

Toda a malha viária depois de alguns dias de chuvas apresenta falhas decorrentes da infiltração de água. Na nossa cidade não é

diferente e por todo lado se encontra buracos na pista de rolamento, cau-

sando transtornos e prejuízos aos motoristas, além é claro, do risco de acidentes. Como logo após as

chuvas não é possível de se atender a demanda, por meio das chama-das operações tapa buraco, o ideal é que se eleja os principais pontos por onde circulam mais veículos e naqueles locais dar uma priorida-de, como no caso de rótulas e nas travessias elevadas. Providência

rápida e que evitaria uma série de críticas à administração e danos ao

patrimônio dos contribuintes.

PONTOS CHAVES

A agonia que vive o governo do pre-sidente Michel Temer está levando o país a travar investimentos e a

piorar ainda mais o cenário econô-mico do Brasil. Quando todo mundo achou que as coisas iam começar a tomar rumo, aparecem os irmãos

Batista e jogam gasolina na foguei-ra. Agora é a denúnica da PGR que

assombra o governo, além é claro dos pedidos de impeachment que brotam as dúzias no Congresso. Seria bom que os principais líderes políticos do país se reunissem e de uma vez por todas decidissem se o homem fica e faz as reformas tão importantes

pro país, ou se impicham ele e a vida segue com algum nome de consenso nacional até as eleições de 2018. Do jeito que tá é que não dá pra ficar. O povo e o país não aguentam mais.

CAI NÃO CAI

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Balneário Camboriú, junho de 2017 23

O COLEGA DESAPARECIDOMeu amigo Natan Zilef, mais conhecido como Be-duíno, era uma enciclopédia de histórias, muitas delas vividas e outras - acredito eu - criadas por sua portentosa imaginação. Entre tantas, lembro--me de que aludia a um colega de internato que havia perdido de vista e do qual jamais tivera notícias. Embora continuasse ligado à turminha da mocidade, visitando todos eles quando podia e estabelecendo entre os que viviam em lugares diferentes uma espécie de elo, nunca obteve qual-quer informação sobre aquele colega em particu-lar. Tinha a respeito dele as melhores lembranças do rapaz com quem convivera por vários anos nos domínios estreitos de um internato de padres à moda antiga, com regras e disciplina rígidas. Sempre bem arrumado, contrariando o desleixo da maioria, ainda que usando roupas modestas porque era de família simples, mantinha uma postura discreta, de poucas palavras e gestos co-medidos, talvez anunciando o homem sereno que viria a ser e que Natan não pôde observar em face de seu sumiço nos caminhos da vida. Foi sempre aluno aplicado e leitor voraz. Mesmo recebendo aos domingos a mesma “mesada” curta que os de-mais, era o único da turminha que nunca ficava sem dinheiro e ainda se lembrava de comprar uma carteira de cigarros que escondia nas profundas dos bolsos para oferecer um deles a algum colega desesperado por umas baforadas. Isso, note-se,

mesmo sendo o único do grupo que não fumava! Mas os anos passaram e ele não dava sinais de vida. Natan indagava por aqui e por ali, onde an-dava, inclusive de parentes e moradores da cidade natal do antigo colega e nunca obtinha respostas positivas. Ninguém sabia de seu destino; parecia ter evaporado. Onde estava? Que profissão segui-ra? A que atividade se entregava? Perguntas que inquietavam o Beduíno, sempre ligado aos de-mais, cujas vidas acompanhava à distância e em visitas espaçadas, que nunca obtinham respostas.Anos e anos fluíram para o poço sem fundo do tempo. Certa noite de muito calor, Natan se en-contrava a serviço na Capital, hospedado num ve-lho e conhecido hotel. Viu-se, de repente, solitário naquele saguão imenso, onde muitos solitários se espalhavam pelas poltronas. Mais por hábito que interesse, apanhou um jornal local e correu os olhos pelo noticiário. Num cantinho de página, assim meio escondido, encontrou uma nota a res-peito de um faquir que permaneceria muitos dias sem comer e beber, exposto ao público num local próximo. À falta de outra coisa e para andar um pouco, decidiu visitar o corajoso artista da fome. Entrou devagar na sala mal iluminada em cujo centro estava um caixão transparente no inte-rior do qual o faquir se estendia, quase nu, sobre uma felpuda cama de pregos. A barba e os cabelos

crescidos, as faces macilentas e as tábu-as das costelas salientes denunciavam jejum prolonga-do. Natan foi se aproximando, atiçando a ob-servação, penali-zado daquele ser que se via forçado a fazer aquilo para sobreviver. Fitando as faces encovadas do faquir, pareceu-lhe uma fisionomia familiar e, forçando a memória, não tardou a identificar o antigo colega desaparecido. Ali estava, afi-nal, a resposta às suas indagações! O faquir, por seu lado, o observava com aqueles olhos brilhantes e saltados dos famin-tos, dando mostras de que também o reconhecera, e até esboçou um sorriso e um gesto de boa acolhida. Atordoa-do, Natan permaneceu ali, estático, por mais algum tempo e depois se retirou em silêncio.Com a alma pesada, voltou ao hotel ima-ginando os tropeços, as dificuldades e as derrotas que levaram àquela situa-ção um colega que parecia tão bem do-tado para os embates da vida.

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Balneário Camboriú, junho de 2017 24

A programação que vai come-morar os 53 anos de Balneário Camboriú está quase pronta. O secretário de Turismo Miro Teixeira, que preside a comis-são das festividades, adiantou que será um mês intenso, cheio de atrações, e destacou a ree-dição da Festa do Bonsucesso que vai acontecer durante três dias (28, 29 e 30), na Praça do Pescador na Barra. “Não vai mais ser um arraiá, festa juni-na, vai ser uma festa da inte-gração, com a participação das escolas, clubes de serviço, asso-ciações de bairros. A princípio serão 21 barracas, mas pode aumentar esse número até lá”, colocou Miro.

Outra novidade é a 1ª Virada Esportiva&Cultural, uma pro-gramação com 53 horas de du-

ração em vários pontos, como molhe da Barra Sul, praça Ta-mandaré, Praia Central, nos dias 21 e 22. “Serão apresenta-ções culturais e competições esportivas espalhadas pela ci-dade”, disse.As comemorações iniciam dia 1º de julho e terminam no dia 30. O 8º Balneário Saboroso, festival gastronômico, organi-zado pelo Convention Bureau, é uma atração importante no calendário oficial do turismo. Inicia dia 6 com 35 restauran-tes que oferecerão menu com preço único. O dia do aniversário (20) come-ça com o tradicional corte do bolo de 53 metros na Rua 3100, segue com uma tarde de apre-sentações culturais na praça Tamandaré, o casamento co-

letivo no Ariribá às 16h e dois shows à noite, na praia Central. O secretário também destacou o 19º Os Amigos se Encontram, antigo Stammtisch, na aveni-da beira mar, das 11h às 17h., no dia 15. Este ano com uma no-vidade: para se inscrever cada grupo doou uma cesta básica, que será entregue para famí-lias cadastradas na secretaria da Inclusão Social. “A quanti-dade de cestas impressionou”, observou Miro.

Sem custos“Mas o melhor de tudo é que toda essa programação ire-mos realizar sem custo ou com muito pouco recurso público”, disse o secretário. Para isso, a prefeitura abriu um edital de credenciamento (publicado

dia 20 de junho), para custear as festas que precisam de pal-co, som, iluminação, banheiros químicos etc. Entre elas, Os Amigos se Encontram, o Corte do Bolo e a Festa do Bom Su-cesso.

“Este edital é uma forma de va-lorizar as empresas e também realizar os eventos municipais com uma confecção diferente a cada ano”, acredita Miro. O edital estará aceitando inscrições até 10 de julho (no site www.secturbc.com.br). Informações: 3367-8122

O secretário de Turismo Miro Tei-xeira espera o sinal verde do prefeito Fabrício Oliveira para encaminhar ao Legislativo uma mudança na lei que criou o Fundo Municipal de Turismo (Fumtur), para dar vida ao Desenvol-vimento Econômico que hoje figura somente no nome da pasta que co-manda. “Queremos alterar essa lei ampliando esse fundo para turismo e desenvol-vimento econômico e buscar fontes de receitas para aplicar especifica-mente em esenvolvimento”, justifi-cou o secretário.Nos últimos anos esse desenvolvi-mento econômico só constou do nome, não tem estrutura nenhuma, nem funcionário, apenas um diretor que também não tem o que fazer, porque o setor não existe na prática.“Criado esse fundo, teremos recursos e retornamos o Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico, an-

tigo Condes, que já existe por lei, mas parou de atuar porque não há recur-sos. Exemplo disso é uma pesquisa que queremos fazer para prospecção de novas matrizes econômicas, que custaria hoje R$ 68 mil. Não faço por-que não tenho receita e não posso pe-gar do Fumtur”, esclareceu.O secretário usou o exemplo da pa-ranaense Maringá, onde o Fundo de Desenvolvimento Econômico é 2% do orçamento municipal. “Não tenho essa pretensão aqui, se for 1% já está bom, porque isso dá R$ 8 milhões, é mais do que o orçamento que temos hoje para o turismo”, disse.

BC CriativoO BC Criativo sairá da alçada da Fundação Cultural para a secretaria de Turismo e Desenvolvimento Eco-nômico. O prefeito precisa decretar essa alteração decidida em consenso pelos secretários da Cultura, Turismo

e direção do BC Criativo. “O nome já diz tudo, é desenvolvimento, econo-mia”, comentou Miro.

Cidade EmpreendedoraA função do Desenvolvimento Eco-nômico é fazer levantamento, pla-nejamento, estudos, números de estabelecimentos comerciais, em-pregabilidade, geração de empregos, pontos comerciais, uma empresa quer investir na cidade, abrir uma farmácia, mas antes precisa saber quantas já tem e assim por diante. “O primeiro passo já damos, colocar Balneário Camboriú no projeto Cida-de Empreendedora do Sebrae. Meu sonho é tornar Balneário uma cidade inteligente, nosso segundo projeto, mas para ser uma smartcity, como é São Paulo, Rio e Curitiba, precisa primeiro ser uma cidade empreende-dora. Acho que estamos no caminho certo”, finalizou.

festa dos 53 anos de Balneário movimenta julho

Desenvolvimento Econômico vai deixar de existir apenas no nome

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Divulgação PMBC

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A Cineramabc terá endereço fixo25Balneário Camboriú, junho de 2017

como seráA Arthouse será dividida em diferentes estru-turas em um mesmo espaço: salão para até 400 pessoas, cinema para 40 pessoas sentadas, co-working, produção com estúdio de filmagem e fotografia, além de sala de finalização para edi-ção de imagem, gravação de som e mixagem.A ideia, segundo Gevaerd, é disponibilizar o espaço para quem quiser adotar a estrutura. A Galeria 33 de Joinville, é um dos primeiros no-mes confirmados para ocupar a Arthouse. “Vamos apresentar programação mensal de ci-nema com lançamentos do circuito nacional e

projeção de clássicos, apresentar peças de tea-tro, espetáculos de dança, música e outras ar-tes. Formação através de oficinas e palestras”, antecipa Gevaerd.Algumas poltronas do Gemini serão ofertadas como recompensa no projeto de financiamento coletivo, lançado para ajudar a custear o projeto no site Catarse. É possível colaborar com cotas a partir de R$ 25. Apesar da crise, o idealizador acredita que o interesse pode aumentar assim que o equipamento começar a funcionar. Veja a agenda e como contribuir em http://arthousebc.com.

Os frutos que a Cineramabc Filmes e o festival internacio-nal de cinema trazem a Balneá-rio são intangíveis. Da primeira edição do festival, em 2011 até agora, muita coisa aconteceu e o resultado mais recente dessa influência criativa é a chegada de um novo equipamento: a Ci-neramabc Arthouse. A inspiração veio da deman-da natural. O idealizador do projeto, André Gevaerd, sentia que além do festival de cinema, precisava-se um espaço que funcionasse o ano inteiro. Ele aproveitou os festivais pelo mundo, como Cannes, Milão e Miami, para tomar nota do que vinha sendo feito de novo e o que funcionaria em Balneário Camboriú.As buscas pelo local ideal co-meçaram em 2016. André vasculhou a cidade toda e quando estava pensando em executar o projeto em outro município, encontrou o gal-

pão no número 581.

“Acho que visitei quase todas as ruas, lojas, casas, galpões da cidade, fiz um processo que na profissão de produção de loca-ção (especialista em encontrar locações para filmagens) se chama “pente fino”, contou André.

Aquela região da Rua São Paulo não é muito habitada, tem vários galpões e pequenas indústrias, um cenário que a primeira vista não seria atrati-vo para receber a casa. Mas foi justamente essa característica que atraiu Gevaerd.

“A região poderia se tornar um verdadeiro pólo para uma nova cara para a cidade a exemplo do que aconteceu com Wynwood District em Miami e Red Light District em Berlim. É possível ali que a ca-deia artística e cultural possa dar uma nova cara ao local e valorizar também aquela re-gião”, defende. 

trabalho árduoA implantação da Arthouse foi desafiadora desde o princípio.O arquiteto Murilo César Lucena Vieira, sócio da A3UM Arquitetos, explicou que a estrutura pre-servará características originais do galpão, como as vigas metálicas aparentes da arquibancada e grandes tesouras de concreto da cobertura. O requinte dos detalhes fará o contraste. Como uma conexão com o cinema, a Arthouse terá as poltronas da extinta sala de cinema Gemini, que funcionou na Avenida Paulista entre 1975 e 2010. As poltronas foram trazidas e restauradas. Aqui elas terão apoio de luminárias e madeiras maci-

ças que compunham as antigas salas de cinemas, aliando, segundo o arquiteto, “o design retrô das peças ao brutalismo do galpão industrial”.A sala de cinema contará com tratamento acús-tico para evitar ruídos e vibrações do ambiente externo e para controlar a reverberação do áu-dio dos filmes apresentados.“O sistema de iluminação também será dife-renciado, com fitas de LED dimerizáveis por meio das aberturas dos perfil metálicos, crian-do um efeito luminoso único”, detalhou Murilo.

Rua 1500, nº 1020Fone: (47) 3363.2369

Balneário Camboriú[email protected]

A Cineramabc terá endereço fixo

rua são paulo, 581. esse será o endereço de um novo ponto da arte na cidade. a cinera-mabc arthouse, que começa as atividades em julho, servirá como um grande polo de produção e compartilhamento de cultura.D

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Balneário Camboriú, junho de 2017 26colunistaMarlise Schneider Cezar([email protected])

Valores Sucumbidos

Eles estão fazendo 2. E nós?

O que dizer depois desse julgamento de uma eleição recheada de propinas, caixa 2, roubalheiras (com valores as-sustadores), provas cabais, ingredientes suficientes para ‘apear’ essa gente...mas tudo solenemente ignorado. Afinal, jus-tiça eleitoral serve pra quê? Não funcio-na e ainda protege corruptos que deve-riam ser o exemplo para seus súditos?! Ah pára com isso né!

Será mesmo?*Ainda não tenho certeza se ouvi bem, mas noticiaram que um preso engoliu 10 celulares?*Que usaram um pombo-correio para levar drogas pra dentro da cadeia?*Que um preso engoliu um fone de ouvido?*Que uma quadrilha está usando dro-ne dentro da cadeia?Não, não, deve ser obra de ficção.

Já que estamos fechando o ‘mês do meio ambiente’ quero expor aqui duas situações diferentes, mas igualmente preocupantes, detectadas pelo pessoal do Instituto Eco Cidadão na ação ‘Jun-tos para Preservar’, realizada no dia 11 em Taquarinhas (D) e na Barra do Rio (acima).

*Taquarinhas, uma das praias mais lindas, tem muito lixo escondido, fo-ram quase 183 quilos de plástico, linhas e redes de pesca, recolhidos em uma manhã. Quem deixa essas porcarias ali são em maioria pescadores amadores, irresponsáveis e egoístas, porque vão lá

fazer o que gostam e deixam a sujeira pra ‘alguém’ limpar.

*Barra do Rio, região com lindo visual e que se tornará cada vez mais freqüen-tada quando os projetos em andamen-to se tornarão realidade. A Barra é onde toda a história da praia começou e a ideia é valorizar aquele bairro como ele merece, torná-lo uma referência histó-rica, cultural, mas quando isso aconte-cer não pode sujar aquele cenário com lixo, como mostram as fotos. Aquela população que mora ali precisa entrar ‘na linha’. Fazia menos de um mês que a turma do Edson Kratz havia passado,

roçando, limpando e aí os caras vão lá e sujam tudo de novo? Pára com isso!

***Como disse a Luciana Andréa, co-ordenadora do Eco Cidadão: “Não dá pra ir lá, só limpar, limpar, a gente vai virar catador de lixo e não vai resolver o problema, o que precisa é programas específicos de ataque ao problema”.

Muito cedo de manhã, tipo 6h a caminho da aca-demia, vejo as equipes de limpeza nas ruas. Nes-tes dias de frio ‘prematuro’ fico me perguntando, é mesmo necessário estas pessoas varrer calçadas e ruas abaixo de neblina? Por falar nisso, será que as pessoas estão vendo a diferença de limpeza na cidade? Não é só na beira mar não, na Brasil, na Central, na Terceira, nas transversais, nos equipamentos públicos, etc...fa-zia tempo que não se via a cidade tão limpa.

Eles estão fazendo. E nós? Fotos Divulgação

Reprodução

“O maior juiz de seus atos deve ser você mesmo e não

a sociedade”.(dalai lama)

Marlise Schneider Cezar

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Balneário Camboriú, junho de 2017 27colunistaCaroline Cezar([email protected])

Recomenda-se para nervosos, agitados, dispersos, tensos, insones, eufóricos: ir pra natureza. Com a res-salva que “ir” pode indicar um deslocamento externo -já que hoje vive-se muito em centros urbanos-, mas é muito mais um acordar interno, um re conhecimento, de que somos tão natureza quanto a imensidão que nos rodeia. Reconhecer-se no mar, nos ventos, nas pedras; reconhecer-se nos animais, nas nuvens e esta-ções. Nas plantas e fases lunares. Reconhecer-se gota e oceano, universo, água, fogo, ar e terra. Reconhecer--se, -grande desafio-, em seres da mesma espécie, que parecem tão diferentes e “de outra classe”, raça, casta, crença.

Quando estamos por demais intoxicados, os ambien-tes naturais propiciam um atalho para esse reconhe-cimento. É mais difícil alinhar quando há muitas distrações, e é nesse modelo que está montada nossa sociedade: distraia-se. Compre. Seja ‘feliz’, a qualquer preço.

Nessa desconexão parece muito complicado traba-lhar, criar filhos, descansar, sustentar-se, e até mesmo, desempenhar as funções mais básicas como dormir, ir ao banheiro e saber o que comer. Quem dirá escutar os sinais do corpo, associar emoções com manifestações externas, entender que frequência é determinante para o que nos acontece, ouvir o que fala, falar ape-nas o necessário, ver e não julgar. Responsabilizar-se. Relacionar-se.

Há dicas práticas e simples para adotar nessa estação

de recolhimento, que pode ser um bom tempo de ba-lanço, avaliação e processamento de quanto você tem se reconhecido com um ser natural.

RESPIRE - É a primeira e a última coisa que faze-mos na vida, mas fazemos tanto que deixamos no modo automático e na capacidade mínima. Respirar consciente é simplesmente prestar atenção no ar que entra e no ar que sai, e se você focar só nisso já está me-ditando (esqueça a áurea holística que essa prática ga-nhou, meditar pode ser bem técnico). Quando vierem pensamentos, olhe para eles, mas não embarque, volte a pensar que no ar que entra e no ar que sai. Poucos minutos são suficientes para “voltar a si”. Com o treino você pode aumentar os tempos de inspirar e exalar, e o número de respirações.

ACORDE OS SENTIDOS - Parece tão básico, mas como fomos muito bem treinados para a distração, não exploramos nossas capacidades divinas de sentir. O exercício é simples: escolha um sentido, a audição por exemplo, e mergulhe no que ouve…. primeiro os sons mais próximos, depois mais longe, e até os sons inter-nos, dos órgãos, da própria respiração. Fique só ou-vindo, não julgue, não interprete. Depois faça com os outros sentidos, e passe a fazer com frequência, assim você vai ampliando as capacidades e principalmente a atenção e presença. É treino, pergunte a quem vive disso profissionalmente (degustadores por exemplo).

ABRA ESPAÇO - A mudança de estação é um marco bem significativo de transição, então olhe para

o seu redor, por partes, e perceba o que é ne-cessário tirar, limpar, por em ordem e movi-mento. O que você não usa mais? O que está parado? Se você não quer dar, empreste: isso vale para livros, eletrodomésticos, roupas, sa-patos, instrumentos… às vezes a gente nem percebe que aquilo não tem mais nada a ver, mas por hábito continua mantendo. Livre-se. Só assim o novo chega, abrindo espaço. RENOVE - Depois de abrir espaço, veja o que surge. Vontade de mudar os móveis de lugar? Pintar uma parede? Costurar uma almofada? Não precisa ir às compras, transforme algo que você tem em outra coisa, isso dá uma musculatura incrível: jogo de cin-tura, improviso, satisfação, contentamento, criativi-dade.CUIDE-SE - O inverno chama pra dentro. Os dias começam mais tarde, as noites mais cedo. Tente ali-nhar sua rotina com o movimento do sol. Acorde sua respiração e seus sentidos. Dê atenção às articulações, lembrando que você pode todos os dias de manhã, fazer movimentos circulares nesses locais de encon-tro, que nos dão tanta mobilidade e quando parados, armazenam toxinas: punhos, cotovelos, ombros, qua-dris, joelhos, tornozelos… Inclua frutas e verduras la-ranjas, amarelas e marrons na dieta, bastante sopas e chás, bebidas quentes, raízes. Arrume seu ninho. Desligue os eletrônicos pelo menos meia hora antes de dormir, recolha-se mais cedo e reflita sobre o que é hora de deixar, o que já não mais pertence ou satisfaz.

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Classic rock, hard rock, metal e um pouco de blues para todos os gostos. Segurança, localização per-to do mar, poucas filas, boa visibilidade dos pal-cos, banheiros limpos, área vip, área de imprensa, múltiplas barracas com venda de produtos como camisetas, cds, discos de vinil, acessórios, roupas e merchandising, casa de câmbio, supermercado, camping, enfim, essas são algumas das caracte-rísticas e atrações do Sweden Rock Festival, reali-zado anualmente, desde 1992, na Suécia. Inicialmente, o festival recebeu outros nomes e ocorreu em outras cidades suecas. Em 1999 foi, definitivamente, intitulado como Sweden Rock Festival e, desde então, é realizado em Sölvesborg. São quatro dias de festival, com cinco palcos si-multâneos e mais de 80 bandas. Nesse ano, o fes-tival ocorreu nos dias 7, 8, 9 e 10 de junho e, para manter a ordem e a qualidade do evento, em cada dia o limite de público fica estabelecido em no má-ximo 33 mil pessoas. Nessa edição, entre as bandas que estiveram por

lá, podemos destacar Aerosmith, Scorpions, In Flames, Running Wild, Venom, Saxon, The Dead Daisies, Rival Sons, Ratt, Doro Pesch and Warlock, Kix, Iced Earth, Black Star Riders, Metal Church, Helix, Dare, Great King Rat, Grave Digger, Elec-tric Boys, Primal Fear, Treat, Picture, Artch, Alter Bridge, Steel Panther, Apocalyptica, Edguy, Mus-tasch, Gotthard, Candlemass, Hardline, Lucifer s Friends, Grand Magus e Sweden Rock Symphony Orchestra.Mesmo sendo início de verão europeu, é preciso ir ao festival com roupas para quatro estações pois durante o dia é relativamente quente, mas sempre sopra um vento marinho que faz a temperatura diminuir bastante com o cair da noite. E também há pancadas de chuva. No quesito alimentação, há uma grande variedade de comidas, para todos os gostos, inclusive para veganos e celíacos, afinal, a organização não esquece de nada. E para aman-tes de café, como eu, sempre há um carrinho de café disponível em algum canto do festival, ótimo

para esquentar o corpo quando o frio aparece. Senão, podemos esco-lher entre vinho, cerveja e água. Além de outros tipos de drinks na área vip e de imprensa. Poderia contar muito mais sobre o festival e sobre as inúmeras histórias que aconte-ceram por lá, falar da sensação incrível que é assistir shows tão perto das bandas e de maneira tão confortável e segura, além da boa recepção e da alegria dos suecos durante todo o festival que preza pelo es-pírito de amizade, liberdade, confraternização, paz e amor. Então, para resumir o quanto amo esse festival, só tenho a dizer: Até 2018, Sweden Rock Festival!

mais um ano, mais uma viagem e mais uma edição do sweden rock festival para colocar na conta de bons momen-tos vividos. esse foi o oitavo ano conse-cutivo que viajei para a suécia a fim de curtir o festival de música que conside-ro o melhor entre tantos outros, mundo afora, tanto pelo estilo musical, quanto pela organização do festival.

SwedenRock Festival 2017

colunista • Fabiana Langaro Loos ([email protected])

28Balneário Camboriú, junho de 2017

festival stage, o palco principal do sweden rock festival. Fabi

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Balneário Camboriú, junho de 2017 29colunistaFabiane Diniz ([email protected])

A ‘nova’ geração das redes sociais

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A nova safra de usuários das redes sociais têm mais de 60 anos, uma geração até então não adepta às tecnologias de publicações da internet.

Falo redes sociais mas essa tur-ma está mesmo é no Facebook. Enquanto os mais jovens gos-tam de Snapchat, Instagram. Alguns gatos pingados ficam pelo Twitter. Ainda tem os You-tubers, o pessoal dos vídeos e os Twitchers, os jogadores em tempo real.

O mapa das redes sociais mos-tra um crescente uso do Fa-cebook por pessoas com mais idade, e acredito que esse fato esteja diretamente ligado a fa-cilidade de uso; tanto para criar uma postagem como também por ter um dispositivo amigá-vel, com fácil localização de co-nhecidos, parentes, amigos.

Uma das coisas mais engraça-das que pessoas de mais idade trazem para as redes sociais é sem dúvida o despojamen-to. Eles não tem vergonha de nada, já estão com a vida resol-vida. São pessoas resolvidas.

Ou isso, ou não têm a menor ideia do alcance da rede social.

Dia desses publiquei um vi-deo com chamadas do Pági-na 3 online e nos comentários apareceu minha vó, a senhora minha vó tem 85 anos e está comentando no Facebook do meu trabalho, morri de vergo-nha, ela não.

Meu pai uma vez, fui obrigada a bloquear, vejam só o nível da vergonha, meu próprio pai. Em toda postagem que eu fazia, lá vinha ele me escumbalhar, com piadocas típicas de tio do churrasco, “é pavê ou pácomê?”. Assim não dá, hoje já somos no-vamente amigos de face.

E até consigo imaginar que esse deve ser um dos motivos para adolescentes e jovens não frequentarem o mesmo lugar, parece que está definido, o Fa-cebook é o lugar dos coroas. Ninguém gosta muito de publi-car aquela selfie da conquista e ter uma tia distante, um pri-mo bem boboca comentando: “como você cresceu, está lindo, linda, nossa..”. Pois!

É interessante esse distanciamento, e bem normal. Me lembra a minha irmã, que pedia pro meu pai deixar ela a algumas ruas do Baturité. Nin-guém queria che-gar com o pai na frente da balada. Aparentemente.

As coisas continu-am as mesmas, os mais coroas não estão nem aí, bo-tam a cara no sol mesmo, enquanto os jovenzinhos são mais envergonha-dos, estão pisando em ovos.

Pode parecer bes-teira mas esse fluxo de movi-mento é estudado para ajudar a planejar vendas, impulsionar projetos e trabalhar com públi-co direcionado nos comércios.

Dica: foquem nas “stories”, criem stories dos seus progres-sos no trabalho! Abraços.

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Balneário Camboriú, junho de 2017 30AGORA Balneário

garagem robotizada está funcionando no centro de Balneário camboriú

Está funcionando desde o dia 12, na Rua 1300, 177, a primeira unidade Robox de estaciona-mentos robotizados que o en-genheiro Auri Pavoni idealizou e pretende franquear em todo o país.Pavoni foi secretário de Plane-jamento de Balneário Cambo-riú em duas ocasiões e a expe-riência na função lhe mostrou a dificuldade de criar vagas de estacionamento onde o poten-cial imobiliário dos terrenos é elevado, como costuma ocor-rer em áreas comerciais/resi-denciais das grandes cidades.Ele também percebeu que a solução poderia ser aproveitar o que chama de “terrenos mi-cados”, as pequenas áreas que

sobram entre edifícios e que não têm maior valor comercial já que é impossível construir prédios sobre elas.Outro desafio era encontrar uma forma de empilhar au-tomóveis sem a rampa tradi-cional que consumiria grande parte da área.A solução foi um sistema robo-tizado que eleva o veículo até o pavimento desejado e o coloca na vaga de maneira automáti-ca, sem intervenção humana.Num terreno de apenas 302 m2, foram obedecidos os recu-os previstos no Plano Diretor e em 232 m2 de laje por pavi-mento foi possível acomodar 66 vagas. Numa operação tér-

rea haveria apenas seis vagas livres.O sistema foi desenvolvido lo-calmente, com a participação de diversos engenheiros.Se faltar energia o Robox opera com gerador próprio. Ele tam-bém está preparado para abas-tecer veículos elétricos.A operação na vaga mais dis-tante, portanto a mais lenta, demora 1,7 minuto entre o pa-gamento no caixa e a entrega do carro ao motorista.Um sistema de segurança trava a operação se dentro do veículo houver pessoas ou animais.Não há necessidade de opera-dor, mas a empresa manterá um funcionário gerenciando e atuando na caixa.A Robox desenvolverá fran-quias e venderá sistemas para prédios residenciais e comer-ciais.Pavoni disse ao Página 3 na quinta-feira (22) que o sistema está funcionando dentro do es-perado. Ele acredita que leva um tempo para as pessoas se acos-tumarem porque no início “in-timida um pouco” já que é uma nova maneira de estacionar os veículos. Com o tempo, acredita ele, haverá a fidelização.A empresa está recebendo consultas de diversas cidades o que deixou o empreendedor “animado”. Ele destacou que o sistema apesar de novo está funcionando sem problemas.

* APENAS PARA RESTAURANTES PARTICIPANTES.

feira da Rua 200 será remodeladaEste mês o prefeito Fabrício Oliveira publicou um decre-to com novas regras para as feiras de rua. Uma das principais mudanças foi de-terminar que a Fundação Cultural seja a responsável pela política geral das feiras. Atualmente o município tra-balha no orçamento de uma estrutura para a feira da Rua 200. O projeto prevê barra-cas removíveis padronizadas e uma estrutura com água e luz. As bancas ficariam sobre o passeio, não mais obstruindo a rua. A ideia é que a feira conti-nue só nas quartas e sábados, como já acontece.

Ainda não há definição quanto ao custeio dos investimentos, a

prefeitura não descarta a pos-sibilidade de parceria público--privada, tudo dependerá do valor orçado e da disponibili-dade de caixa.

O presidente da FCBC, George Varela, explica que a utilização desse espaço será em caráter temporário até o município re-alizar a praça prevista na con-tinuação da quadra do teatro.

Prótese de mão em 3Ds

Uma empresa sediada em Bal-neário Camboriú virou notícia ao fornecer uma prótese de mão impressa em 3D. A Wish-box Technologies, que fica na Praia dos Amores, recebeu um orçamento do jovem paulista Fábio Bilarva, 29, e encarou o projeto como a oportunidade de mudar a vida de alguém.

Desde então, a empresa cata-rinense aperfeiçoa o projeto. “Pelas informações que temos, uma prótese semelhante pode custar cerca de R$ 40 mil. Com a impressão 3D conseguimos entregar uma solução funcio-nal com o valor de aproxima-damente R$ 700”, conta o dire-tor Tiago Marin. Agora a empresa estuda am-pliar o projeto para atender ou-tras pessoas e busca apoio de empresas ou especialistas da área da saúde. Quem tiver interesse de colaborar pode entrar em contato pelo telefone: (47) 2125-7773.

Waldemar Cezar Neto

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Divulgação

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Balneário Camboriú, junho de 2017 31

centro de eVentos começa a mudar a história da cidade

Esse é um dos maiores con-gressos profissionais do país, atraindo cerca de oito mil pes-soas. É realizado de quatro em quatro anos e a próxima edição será em 2020.Balneário foi escolhida em eleição direta dos contabilistas com mais de 60% dos votos.É sabido no mercado que cen-tros de convenções estreantes têm potencial de sucesso ime-diato exatamente por se cons-

tituírem em novidade.

Além disso, Balneário Cam-boriú é um destino desejado, conhecido internacionalmen-te, estruturado para receber visitantes e com um Centro de Eventos que estará entre os melhores e maiores do país.

O secretário estadual de tu-rismo, Leonel Pavan, comen-tou que a inauguração deverá acontecer no final deste ano.

Está sendo desenvolvido um projeto de viabilidade econô-mica para licitar a exploração do Centro de Eventos pela ini-ciativa privada.

O trabalho para desenvolver essa “nova economia” para Bal-neário Camboriú é forte. Além de Pavan, com o poder de fogo da secretaria estadual de tu-rismo, existe o empenho do prefeito Fabrício Oliveira e do Convention Bureau.

O 7º Congresso de Odontologia do Mercosul (Odontomerco), que vai acontecer de 16 a 20 de maio do próximo ano, poderá ser realizado em Balneário Camboriú, que está concorrendo com Foz do Iguaçu, Curitiba e Florianópolis, para se-diar o evento.

No dia 16 de junho, o prefeito Fabrício Oliveira re-cebeu Júlio Cesar Sá Ferreira, presidente da Aca-demia Internacional de Odontologia Integral no

Brasil, que anunciou a vinda de uma comissão internacional a Balneário em julho, para vistoriar os locais e a estrutura para receber os mil profis-sionais inscritos no congresso.

Animado, o prefeito disse que irá empenhar-se com determinação para habilitar a cidade e re-ceber este congresso. “O turismo de eventos vai mexer e incrementar a nossa economia, trazendo mais recursos e gerando mais empregos”, disse.

Empregos no celularQuem está em busca de em-prego tem uma nova ferra-menta para consultar as opor-tunidades em diferentes áreas. O Ministério do Trabalho aca-ba de lançar o Sine Fácil, um aplicativo para celular e tablet que facilita a procura por uma vaga. Pelo app, o trabalhador e o empregador poderão ver cur-rículos, agendar entrevistas e consultar outros serviços. O Sine Fácil é gratuito e está dis-ponível apenas para Android. O Ministério do Trabalho in-forma que em breve também estará para o iOS.

desoneração da folhaOs setores industriais que usam mão de obra intensiva estão fortemente ameaçados com o fim da desoneração da folha de pagamento prevista para 1º de julho. Os segmen-tos do vestuário, calçadista, têxtil e tecnologia estão entre os mais ameaçados. O fim da desoneração da folha impac-tará profunda e negativamen-te o desempenho das 40 mil empresas de 56 subsetores e as demissões serão inevitáveis. Somente no setor de tecnolo-gia, a expectativa é da extinção de 80 mil postos de trabalho nos próximos três anos. O pre-sidente da Associação Brasilei-ra da Indústria Têxtil lembra que o empreendedor no Brasil enfrenta grande insegurança jurídica e não possui liberdade para planejar seus negócios.

LógicaNo Japão, só é permitida a com-pra do carro caso o motorista prove que tem onde estacionar o veículo. Faz sentido. Hoje, muito comum é o cidadão ter vaga na garagem e dois carros. O outro fica na rua. No Japão, porém, o transporte coletivo é de excelência.

Orçamento apertadoOito em cada dez consumido-

res que moram sozinhos não se planejam financeiramente, revela pesquisa do SPC Brasil e da CNDL (confederação de lojistas). Morar sozinho contri-buiu para que 34% dos entre-vistados extrapolassem o orça-mento alguns meses. Quando falta dinheiro, 22% pedem em-prestado a familiares.

Porto de imbitubaAs dificuldades operacionais no complexo portuário de Ita-jaí acabaram beneficiando o Porto de Imbituba, no sul do Estado. Pela primeira vez, ali atracou o gigantesco navio Maersk Labrea, com 300m de comprimento e capacidade para 8,7 mil TEUs. Foi o maior navio de carga a operar no sul catarinense.

Sistema PrisionalUma das razões para as defici-ências encontradas no sistema prisional de Santa Catarina está na inadimplência da Se-cretaria de Justiça e Cidadania em relação ao pagamento dos fornecedores e prestadores de serviços. O último levanta-mento revela que os débitos são superiores a R$ 200 mi-lhões.

investimentos A Havan vai abrir filial em Por-to Belo, que também atenderá a cidade de Bombinhas. O em-preendimento deve gerar cerca de 200 empregos. O objetivo é inaugurar a loja ainda este ano. A região tem despertado o in-teresse dos investidores.

investimentos 2O grupo paranaense Tacla, que comanda o Itajaí Shopping, está na fase final do projeto de um Outlet Premium em Porto Belo. O empreendimento de-verá abrir portas até a primeira semana de dezembro, de olho nos grande número de turistas que chegam com a temporada de verão.

colunista Augusto Cesar Diegoli ([email protected])

Mais um

o centro de eventos de Balneário camboriú só será concluído no final do ano, mas já mostrou seu poder de fogo para mudar a economia da cidade ao agendar seu primeiro grande evento, o 21º congresso Brasi-leiro de contabilidade (cBc).

Aprovação do Uber impactou mercadoNeste mês a Câmara de Balneário aprovou o projeto de lei de autoria do vereador Omar To-malih regularizando os sistemas de transporte tipo Uber. A legislação torna a competição mais leal com o tradicio-nal sistema dos táxis, pois cria várias regras e exigências de documentos e taxas para regu-larização.

Também limita o serviço a carros emplaca-dos em Balneário, o que gerou protestos entre

usuários e motoristas do Uber, mas os parlamen-tares afirmam que a me-dida protege a economia da cidade.

Desde que as discussões sobre o sistema de trans-

porte individual começaram na cidade, os ta-xistas correram atrás do prejuízo. A categoria acumulava reclamações sobre preços, cobran-ças de valores fechados e até mau atendimen-to. Em pouco tempo eles mudaram a forma de atender e lançaram um aplicativo, o Táxi BC.

Fotos Divulgação

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Balneário Camboriú, junho de 2017 32

Você sabia que dos quase 13 mil políticos eleitos em todo o Brasil, pelo menos quase 10 mil estão envolvidos com algum tipo de crime

econômico?Procure saber o que estão fazendo o prefeito,

o vereador, os senadores e deputados federais e estaduais que você elegeu e cobre

deles posturas contra a corrupção.Não podemos mais ser coniventes com

práticas corruptas que nos roubam a dignidade todos os dias.

Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina. Médico filiado é Sindicato unido.

Nossa dignidadevale mais!

nas redes tem até dicasSe por aqui a pesca sobre pranchão ainda é exclusividade de poucos, nas redes sociais, os adeptos vão aparecendo cada vez mais, não só no Brasil, mas no exterior também. A modalidade é identificada como ‘stand-up pesca’ ou ‘sup fishing’.Os praticantes usam pranchas de surf ou pranchões de stand up, de fibra ou infláveis, maio-res de 3m. Já existem pranchões adaptados com suporte de vara, caixa de tralha acoplada, encosto para remada ou arremesso, mas em qualquer uma é possível improvisar, como faz Nilton de Jesus, que lançou ‘a moda’ em Balneário Camboriú.

Nilton de Jesus, 69, bombeiro aposentado, morador do Bair-ro das Nações, sempre gostou de pescar. Mar adentro gostava de pescar camarão, de rede, e já passou alguns sufocos. É um colecionador de troféus de bo-cha, que joga todos os dias, no Pontal Norte. Também curte pedalar, há poucos dias foi de bike até Blumenau. Tem paixão por esportes e já começa o dia na academia e de quando em vez, uma sinuca pra distrair.Há quase cinco decidiu praticar stand up. “Comprei uma pran-cha para brincar no verão. Um dia minha filha Patrícia sugeriu tarrafear sobre o pranchão. Fui surpreendido, mas prometi pen-sar no assunto”, contou Nilton. Chegou em casa, tirou as tarra-fas (feitas por ele) que estavam guardadas e decidiu experi-mentar.“Gostei e hoje não pesco mais de barco, faço um 2 em 1, unin-do lazer e prática esportiva. É muito bom, me adaptei e pes-co de tarrafa quase todo o dia”, disse.

Segredo? nenhum, ele ga-rante. “O primeiro passo é saber an-dar de pranchão. O segundo é ter um bom equilíbrio, para ficar de pé todo esse tempo (às vezes 3 horas ou mais). É preci-so ainda uma certa habilidade para acomodar a caixa de tra-lhas e o balde para depositar os peixes. Feito isso, é só lançar a tarrafa”, brinca Nilton. Ele diz mesmo fazendo tudo isso, já le-vou vários tombos. “Faz parte”.

Peixe sempre temA pesca sobre a prancha é na Barra Sul, um local tranquilo e onde sempre dá peixe. “Gosto de pescar na boca da barra, é mais limpo e sempre tiro para-ti, robalo, agora tem tainha. Se-paro alguns e o resto distribuo para a vizinhança”, descreveu o pescador sobre prancha. Ele disse que é preciso ‘cuidar’ onde pesca, porque Camboriú ainda não tem tratamento de es-goto. Aconselha os governantes a se preocupar com a poluição do canal do Marambaia. “Aquilo sim é uma vergonha”, emendou.

PupilosAo longo dos anos, Nilton (D) já ganhou dois seguidores: Laér-cio Elisiário dos Santos (E), 45, funcionário público e pescador em Balneário Camboriú e outro que mora em Barra Velha que ‘aprendeu só de olhar’ e decidiu colocar em prática lá onde mora. “Sempre via ele tarrafeando, decidi conversar com ele, pra-ticamente me inspirei nele para

fazer a mesma coisa”, afir-mou Laércio. No dia da entrevista ele fez questão de exibir o peixe espada que tirou. Ele diz que não é difícil, exige controle sobre o pranchão, mas o melhor de tudo é “juntar o con-tato com a natureza, o exercício físico e ainda levar um peixe para casa”, destacou Laércio.

Pranchão de stand up com tarrafa?esta cena já acontece há quase cinco anos, mas continua chamando atenção de quem passa pela Barra sul. aquele homem está tarrafeando sobre um pranchão de stand up?

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Arquivo Pessoal

esporte com lazer

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Balneário Camboriú, junho de 2017 33

Balneário precisa investir em escolinhas

O caminho do sucesso é demorado. é preciso estimular

Bocão diante da nova academia que inaugura nos próximos dias

“Balneário camboriú tem uma historia muito ligada ao maior jogador de todos os tempos, que é o Guga Kuerten, mas o tênis que sempre existiu por aqui é o social”.A declaração é do ex-jogador e hoje professor de tênis, Marcus Vinicius Barbosa (Bocão), 45, catarinense de Brusque, que começou a freqüentar quadras ainda criança, incentivado pe-los pais.

“Com 12 anos saí de Brusque, fui morar na cidade gaúcha de Novo Hamburgo, porque meu pai queria que eu treinasse com o Larri Passos. Três anos depois meu pai decidiu trazer o Larri para Santa Catarina,

mais precisamente Balneário Camboriú. Só tinha uma qua-dra particular, do Sérgio Mar-garida, onde eu treinava com o Larri. Ali começou a história do tênis em Balneário Camboriú”, detalhou Bocão.

Em clubesEm 1988 o Automóvel Clube construiu duas quadras de saibro, na gestão do advoga-do Afonso Buerger (Poletti). Na época eram as melhores do Estado. Mas somente para uso dos associados. Uma dé-cada depois – em 29 de março de 1998, o Automóvel Clube e o Clube dos Amigos (que ficava na Vila Real) se uniram e dali nasceu o Clube Social Esporti-vo União Ariribá que ano que

vem completa 20 anos. Ele fun-ciona no Ariribá, onde sempre esteve o Automóvel Clube.

Lá continuam as duas qua-dras de tênis, onde no início dos anos 90, treinou o mais fa-moso tenista brasileiro, Guga Kuerten. O jovem tenista era treinado por Larri Passos no Ariribá, até que ele construiu sua primeira quadra em 1994.

Na AABB, no Bairro das Na-ções tem mais quatro quadras de tênis, mas também usadas

para treinos e circuitos dos te-nistas associados.

Bons resultadosBocão foi o primeiro jogador de Santa Catarina que Larri treinou e que teve resultados. Aos 14 anos venceu o Campe-onato Brasileiro Juvenil, em seguida vieram outros títulos nacionais na categoria Sub-21. Em 1988 foi semifinalista juve-nil de Wimbledon. Ele treinou com Larri até os 17 anos.

A taxa de aderência, perma-nência de um adulto no tênis é de 40%. Para crianças aumenta esse índice. “60% das crianças permanecem mais de um ano, aí começa a jogar torneios, en-tra no mundo real do tênis. Es-tou lutando há quatro anos, até 2015 foram 60 crianças, mas esse número não aumentou muito”, disse Bocão.

Ele decidiu procurar novas metodologias de ensino para professores, porque o cami-nho do sucesso é demorado.

Os pais querem resultados imediatos.

“Hoje converso com os pais,

a primeira coisa que ‘vendo’ para eles é que o tênis ou ou-tro esporte significa uma vida

saudável e se ela permanecer no competitivo, conseguimos outros incentivos, como bol-sas de estudo para os Estados Unidos. Já mandei 20 adoles-centes e hoje isso chama mui-ta atenção dos pais”, contou o professor.

Atualmente ele prepara seis jogadores de 14 a 17 anos para jogar e estudar nos EUA ano que vem. Eles estão estudando inglês dentro da academia, fa-zem ensino médio à distância (com escolas da Flórida).

“Acredito muito nas crianças, são 2500 estudando em esco-las particulares, mais os pro-jetos sociais, ali está o futuro para que o tênis em Balneário Camboriú cresça e se torne competitivo”, finalizou.

novidadeEm julho a MVB funcionará em novo endereço, na Rua Bi-guaçu, 15 esquina com a Mar-ginal Oeste. Ali serão naugu-radas três quadras de tênis e duas de paddle e uma acade-mia de ginástica.

Depois uma parada inespera-da de três anos para cirurgias e tratamento de uma lesão no punho. Ali ele encerrou sua promissora carreira de tenista profissional.

Massificar, popularizarA paixão pelo tênis ganhou novos planos. Em 1996 nasceu a MVB Tênis que atua na área esportiva e em 2013, a empresa começou a funcionar na Via Gastronômica (antigo Clube dos Amigos), abrindo espaço para escolinhas, formação de tenistas, competições, uma tentativa de estimular a prática do tênis competitivo em Balne-ário.“Montei uma escolinha para crianças. Ano passado fizemos um projeto social com escolas da Vila Real. É preciso massifi-car a prática para desenvolver o tênis competitivo”, orientou.Ele está tentando aproximar o tênis das escolas, sejam elas públicas ou particulares. “Não estamos falando de um esporte muito popular. Com os títulos que o Guga conquis-tou, o tênis cresceu, mas será muito difícil ter outro Guga. Antes disso, precisamos popu-larizar, massificar. Hoje tenho 40 crianças na academia. Em andamento um projeto com o colégio Anglo, um professor nosso vai lá e está ensinan-do 20 alunos. Temos mais de duas mil crianças de 4 a 10 anos matriculadas em nossas

escolas particulares. Gostaria de alcançar 10% delas para o tênis. A nossa maior luta hoje e conseguir entrar nos colégios”, resumiu Bocão.

ParceriasCom a experiência que tem, ele acredita que só tem um jeito de incrementar o tênis competi-tivo: formando escolinhas. “Se não tivermos uma escolinha forte, fatalmente ficaremos sempre ‘dependentes’ daqueles que vem de fora, vem morar aqui e querem jogar’, disse Bo-cão.Ano passado a MVB tinha par-ceria com a Fundação Muni-cipal de Esportes, crianças de escolas públicas não pagavam nada. A FMEBC pagava os professores e a MVB oferecia o espaço e o material necessá-rio. Também havia um projeto para cadeirantes. A parceria não foi renovada neste gover-no. “Tenho esperança de reno-var”, disse Bocão. Consultado, o superintendente da FMEBC, Alessandro Kueh-nen disse que o assunto ainda está em estudo, é um esporte caro, mas que é possível futu-ramente firmar a parceria no-vamente.Segundo Bocão a mensalidade varia de R$ 150 a R$ 290, mate-rial a academia possui e de res-to, é preciso um tênis, shorts e camiseta. “Não é um absurdo, tem modalidade muito mais caras”, enfatizou.

Divulgação/MVB

T ê n i s

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34Balneário Camboriú, junho de 2017

editais jurídicos

PAVONI CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA, CNPJ: 04.546.643/0001-96, torna público que requereu à Fundação do Meio Ambiente (FATMA) a Licença Ambiental Prévia com dispensa de ins-talação para execução das obras do edifício multifamiliar denominado CONDOMÍNIO RESIDENCIAL MOUNTREOUX, localizada na Rua 3604, nº s/n – CEP: 88.300000, no município de Balneário Camboriú. Foi determinado Relatório Ambiental Prévio.

Rua Felipe Schmidt, 485, Centro, 88010-001 Florianópolis – SC Fone: +55 48 3216 1700Email: [email protected]: www.fatma.sc.gov.br

PEDIDO DE LICENÇA AMBIENTAL LICENÇA AMBIENTAL PRÉVIA COM DISPENSA

DE INSTALAÇÃO LAP/LAI

EMBRAED ONE EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS SPE LTDA., CNPJ: 26.715.944/0001-39, torna público que reque-reu à Fundação do Meio Ambiente (FATMA), a Licença Am-biental Prévia com dispensa de Licença Ambiental de Instalação para execução das obras do edifício multifamiliar denominado AURORA BEACHFRONT, localizado na Avenida Atlântica, s/n - CEP: 88.330-000, no município de Balneário Camboriú - SC. Foi determinado Relatório Ambiental Prévio.

Rua Felipe Schmidt, 485, Centro, 88010-001 Florianópolis – SC Fone: +55 48 3216 1700Email: [email protected]: www.fatma.sc.gov.br

PEDIDO DE LICENÇA AMBIENTAL LICENÇA AMBIENTAL PRÉVIA – LAP

LICENÇA AMBIENTAL DE INSTALAÇÃO - LAI

Construtora e Incorporadora Nações Ltda ME, torna público que requereu à Fundação do Meio Ambiente (FATMA) a Licença LAO Corretiva para o Edifício Nações, mediante protocolo do processo URB/20710/CFI, localizado à Rua Iraque, 50, bairro das Nações, Bal-neário Camboriú.

Foi determinado Estudo de Conformidade Ambiental.

Rua Felipe Schmidt, 485, Centro, 88010-001 Florianópolis – SC Fone: +55 48 3216 1700Email: [email protected]: www.fatma.sc.gov.br

PEDIDO DE LICENÇA AMBIENTALLAO Corretiva

ESTADO DE SANTA CATARINA / PODER JUDICIÁRIO. Comarca - Balneário Camboriú / 3ª Vara Cível - 100% Digital. Avenida das Flores, S/Nº, Bairro dos Estados - CEP 88339-900, Fone: (47) 3261-1845, Balneário. Camboriú-SC - E-mail: [email protected]. Juíza de Direito: Dayse Herget de Oliveira Mari-nho. Escrivão: Ana Paula Dellagiustina da Silva. EDITAL DE INTIMAÇÃO DA PENHORA – EXECUÇÃO - COM PRAZO DE 20 DIAS. Execução de Sentença n. 0001944-33.2010.8.24.0005/01. Exequente: Condomínio Edifício Residencial Dona Matilde / Executado: Luis Gustavo de Almeida e outro / Intimando(a)(s): Admi-nistradora Jangada Ltda, Rod. Antonio Heil, s/n, Mont Serrat - CEP 88350-000. Fone (047)67-1990, Brusque-SC, CNPJ 82.751.256/0001-03. Bem penhorado: BENS: Apartamento nº 54, com área total de 98,510 m², Edifício Residencial Dona. Matilde, fração ideal: 14,38 m² do terreno com 884,00 m², localizado a Rua 3604, nº 130, Balneário. Camboriú-SC, matriculado sob o nº 08631, Livro 2, Fls. 1, do 2º Ofício de Registro de Imóveis de Balneário Camboriú-SC. Pelo presente, a(s) pessoa(s) acima identificada(s), atualmente em local incerto ou não sabido, FICA(M) CIENTE(S) de que neste Juízo de Direito tramitam os autos do processo epigrafado e INTIMADA(S) da penhora e avaliação efetivadas, bem como para oferecer IMPUGNAÇÃO À EXECUÇÃO DE SENTENÇA, querendo, em 15 (quinze) dias úteis, contados do primeiro dia útil seguinte ao transcurso do prazo deste edital. OBSERVAÇÃO: Recaindo a penhora em bens imóveis, fica igualmente realizada a intimação do cônjuge do executado. E para que chegue ao conhecimento de todos, partes e terceiros, foi expedido o presente edital, o qual será afixado no local de costume e publicado 1 vez(es), com intervalo de 0 dias, na forma da lei. Balneário Camboriú (SC), 22 de maio de 2017. Código de Normas da Corregedoria-Geral da Justiça - Art. 212. DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE. Lei n. 11.419/2006, art. 1º, § 2º, III, “a”.

ESTADO DE SANTA CATARINA / PODER JUDICIÁRIO. Comar-ca – Balneário Camboriú / 1ª Vara Cível. Avenida das Flores, S/Nº, Bairro dos Estados – CEP 88339-900, Fone: (47) 3261-1717, Balneá-rio Camboriú-SC – E-mail: [email protected]. Juiz Substituto: Guilherme Mazzucco Portela. Chefe de Cartório: Caro-line Pedrini Kemer. EDITAL DE INTIMAÇÃO – COM PRAZO DE 20 DIAS. Execução de Sentença n. 0006162-12.2007.8.24.0005/01. Exequente: Laura da Silva Di Cor-rado / Executado: Paulo Roberto Rozini. Intimando(a)(s): PAULO ROBERTO ROZINI, brasileiro, Casado, Mecânico, RG 1.043.894, CPF 390.106.869-49, pai José Rozi-ni, mãe Vera Motta Rozini, natu-ral de Blumenau-SC. Objetivo: A intimação do executado acerca da penhora que recaiu sobre 1/12 (um doze avos) do lote nº 261 do Lotea-mento Jardim América, com área de 253,08m², localizado na Rua Libéria, 615, Bairro das Nações, Balneário Camboriú, matricula-do sob nº 99.121 no 1º Ofício de Re-gistro de Imóveis desta comarca. Avaliado em Valor total do bem R$ 480.000,00 (quatrocentos e oiten-ta mil reais), 1/12 avos correspon-de a R$ 40.000,00 (quarenta mil reais). Prazo Fixado: 15 dias. Pelo presente, a pessoa acima identifi-cada, atualmente em local incerto ou não sabido FICA CIENTE de que neste Juízo de Direito trami-tam os autos do processo epigra-fado e INTIMADA para atender ao objetivo supramencionado, no lapso de tempo fixado, contato do primeiro dia útil seguinte ao transcurso do prazo deste edital. E para que chegue ao conheci-mento de todos, partes e terceiros, foi expedido o presente edital, o qual será afixado no local de cos-tume e publicado 1vez(es), com intervalo de 0 dias, na forma da lei. Balneário Camboriú (SC), 06 de junho de 2017.

ESTADO DE SANTA CATARINA / PODER JUDICIÁRIO. Comarca - Itajaí / Vara Regional de Direito Bancário - 100% Digital. EDITAL DE CITAÇÃO - RITO ORDINÁRIO - COM PRAZO DE 30 DIAS. Reintegração / Manuten-ção de Posse n. 0000096-76.2010.8.24.0048. Autor: Banco Finasa S/A /Réu: Adilson Adelson Celista /Citando(a)(s): Adilson Adelson Celista, Rua José Maria Celista, 100, Gravatá - CEP 88385-000, Penha-SC, CPF 031.023.749-13, RG 4.312.483, nascido em 03/08/1981, brasileiro(a), natural de Itajaí-SC, Pes-cador, pai Adelson Celista, mãe Zulma de Carvalho André Pelo presente, a(s) pessoa(s) acima identificada(s), atualmente em local incerto ou não sabido, FICA(M) CIENTE(S) de que neste Juízo de Direito tramitam os autos do pro-cesso epigrafado e CITADA(S) para responder à ação, querendo, em 30 dias úteis, contados do primeiro dia útil seguinte ao transcurso do prazo deste edital. ADVERTÊNCIA: Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações formuladas pelo autor (art. 344 do CPC). E para que chegue ao conhecimento de todos, partes e terceiros, foi ex-pedido o presente edital, o qual será afixado no local de costume e publicado 1 vez(es), com intervalo de 0 dias, na forma da lei. Itajaí (SC), 31 de maio de 2017. Rodrigo Schutz.

Balneário camboriú está sob criminalidade endêmica

O Atlas da Violência 2017, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fó-rum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), com dados de 2015, divulgado este mês, mos-tra Balneário Camboriú sob criminalidade endêmica.

São consideradas sob crimina-

lidade endêmica as cidades ou regiões onde a taxa de homi-cídios por 100.000 habitantes seja igual ou superior a 10.

O Atlas trabalha com dois in-dicadores: o número de ho-micídios e a quantidade de mortes violentas por causas indeterminadas que, alertam os pesquisadores, pode ocultar

o verdadeiro nível de agressão letal por terceiros (homicídios).

Apesar de essas estatísticas se-rem importantes, é necessário analisar a criminalidade além das mortes e dos limites geo-gráficos. Isso porque a crimi-nalidade costuma migrar para cidades vizinhas assim que ações de segurança são toma-

das, criando um efeito sanfona e demandando ações intermu-nicipais.

O vice-prefeito Carlos Hum-berto Metzner Silva, que quase perdeu a vida em um roubo violento, comentou que “o que mais tira o sono das pessoas é o medo de ser assaltado”.

Hoje Balneário convive com

assaltos diariamente, um problema sério e que é difícil de ser mensurado, já que al-gumas informações são ma-quiadas pela Polícia Militar. O órgão divulga, na maioria das vezes, só as ocorrências onde os criminosos são capturados. Isso cria uma falsa sensação de segurança e deixa a população despreparada.

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Balneário Camboriú, junho de 2017 35

Notícias mais lidas no mês de junho1 - Milícia no 12º BPM

Movimentou a cidade desde o fim de maio a prisão de policiais militares acusados de integrarem uma milícia, sequestrarem e torturarem pelo me-nos um criminoso. O assunto dividiu opiniões, uma pequena manifestação pública chegou a ser realizada e o go-verno teve de intervir para amenizar os ânimos entre os órgãos de seguran-ça. Os PMs foram indiciados, mas fo-ram soltos no começo de junho.

2 - Gaeco flagrou o vereadorO Página 3 teve acesso aos documen-tos da Operação 30 Graus e divulgou transcrições de áudios compromete-dores entre o vereador Asinil Medeiros e um interlocutor não identificado, possivelmente um dos donos do ter-reno que seria beneficiado com a al-teração na legislação. No diálogo, eles aparentemente negociam propina.

3 - Monja Coen em BCA vinda da Monja Coen Roshi a Bal-neário também foi um dos assuntos mais comentados no Página 3 Online. Leia nesta edição uma entrevista ex-clusiva, na página 18.

4 - Sérgio Renato A Polícia Civil de Itajaí prendeu qua-tro, dos cinco envolvidos na morte do engenheiro Sérgio Renato Silva. Eles disseram que o crime teria sido enco-mendado para quitar uma dívida, mas a polícia não acreditou e seguirá inves-tigando até descobrir o mandante do crime. Os criminosos teriam recebido R$ 9 mil para a execução e deixaram muitos rastros, principalmente nas re-des sociais.

5 - Concurso da SaúdeA prefeitura abriu inscrições para con-curso público para a Saúde. O objetivo é completar deficiências estruturais

com cargos de técnicos de enferma-gem e médicos especialistas. Os salá-rios chegam a R$ 10 mil.

6 - Carbonizadas na BR-101Outra notícia muito clicada no mês foi sobre um acidente na BR-101, em Ita-pema, antes do túnel do Morro do Boi, que terminou em tragédia no dia 31 de maio. Segundo o SAMU, duas pessoas morreram carbonizadas. Estava cho-vendo e um dos carros rodou na pista após aquaplanar, outro veículo colidiu e uma carreta bateu nos dois. Motoris-tas tentaram ajudar com extintores, sem sucesso.

7 - itajaí em emergência financeiraA prefeitura de Itajaí decretou situa-ção de emergência financeira. O pre-feito Volnei Morastoni determinou o bloqueio de até 20% do orçamento pre-visto para o exercício de 2017 e 2018, restringiu novas contratações; cortou cursos, horas extras e novas licitações. Todas as pastas deverão enviar relató-rios mensais e cumprir metas.

8 - Uber é aprovadoOs vereadores aprovaram projeto de lei que regulamenta serviços de trans-porte de passageiros tipo Uber, levan-do os taxistas a buscarem inovações para preservarem seu espaço no mer-cado. Mais na página 31.

9 - Filme com Jackson AntunesBalneário foi cenário neste mês para a gravação do curta-metragem Asfixia, que terá como protagonista Jackson Antunes. As gravações aconteceram na Barra e no Estaleiro e movimenta-ram a praia. Os atores frequentaram restaurantes da região e foram sim-páticos com o público, o que gerou elo-gios de moradores e empresários. O projeto tem o patrocínio da LIC.

10 - Relatório TCEA reportagem encontrou erros gros-seiros no relatório do Tribunal de Contas do Estado que apontava su-postas irregularidades com paga-mentos de adicionais construtivos à prefeitura de Balneário Camboriú. Vários agentes públicos da antiga ad-ministração foram imputados inde-vidamente. O TCE não se manifestou.

Colunas Mais Lida1 - Dedo na Moleira2 - Puxando Rede3 - Sônia Tetto4 - Viagens & Turismo5 - Cineramabc

as notícias mais lidas do www.pagina3.com.br

Fotos Reprodução

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Balneário Camboriú, junho de 2017 36

De acordo com a lei nº 4591/64, as ilustrações contidas neste material possuem caráter ilustrativo e de sugestão. Divulgação de pré-lançamento. Etapa de vendas será iniciada somente após liberação do registro de incorporação definitivo.

Central de Atendimento: Avenida Normando Tedesco, 1333, Sala 01 • Barra Sul • Balneário Camboriú • Santa Catarina

Fone: +55 47 3267-0100 • +55 47 3267-0200 • [email protected]

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