Projeto Weiditz: restauração, preservação e divulgação de uma ...

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ISAMARA LARA DE CARVALHO PROJETO WEIDITZ: restauração, preservação e divulgação de uma coletânea de gravuras do Renascimento alemão Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estácio de Sá como pré-requisito para a obtenção do título de Especialista em Gestão e Conservação de Bens Culturais Orientadora: Maria Aparecida de Vries Mársico Rio de Janeiro 2009

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ISAMARA LARA DE CARVALHO

PROJETO WEIDITZ: restauração, preservação e

divulgação de uma coletânea de gravuras do Renascimento alemão

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estácio de Sá como pré-requisito para a obtenção do título de Especialista em Gestão e Conservação de Bens Culturais

Orientadora: Maria Aparecida de Vries Mársico

Rio de Janeiro 2009

AGRADECIMENTOS

À Fundação Biblioteca Nacional, pela oportunidade de realizar esta

especialização, e através da qual tive o privilégio de entrar em contato com a

obra de Hans Weiditz.

À Tatiana Ribeiro Christo, chefe do Laboratório de Restauração da

FBN, pelo apoio durante a realização do curso e do projeto.

À Cida Mársico, pela valiosa e gentil orientação deste projeto.

A todos os professores, colegas de curso e de trabalho que, de várias

formas, me ajudaram com sua parcela de conhecimento e incentivo.

Est aliquid, bene qui meminit, sed sape temaci

Accidit ingenio, quad meminisse dolet.

PETRARCA, F. DIÁLOGO VIII – De Memoria. In: De Remediis utriusque Fortunae.

“Um magistrado de Augsburgo, qualificado na arte da memória, e uma digna mulher, personificando a Verdadeira Sabedoria, convidam para uma comparação entre o laborioso trabalho de lembrar uma multiplicidade de

coisas e a sede pela Verdadeira Sabedoria. Os escudos circulares que cercam o orador reproduzem as imagens mnemônicas que aparecem nos

manuais contemporâneos de A Arte da Memória.”i

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – Estado da obra: encadernação do séc. XX...........................................36

FIGURA 2 – Encadernação inadequada: margens guilhotinadas e falta de espaço de abertura causando estresse nas margens das gravuras, o que provocou rompimento do papel já fragilizado.................................................................................................36 FIGURA 3 – Primeira página da obra: ex-libris, carimbo, anotações e os vários danos causados por intervenções anteriores........................................................................37 FIGURA 4 – Gravuras 2 e 3: fitas adesivas, remendos, enxertos, furos de insetos; no canto inferior direito, indícios de uma separação manual de camadas do papel; no pé da pág. 2, o carimbo da Real Biblioteca.....................................................................37 FIGURA 5 – Gravuras 6 e 7: danos semelhantes aos anteriores..............................38 FIGURA 6 – Fita adesiva e fortes manchas de acidez da cola do adesivo; tentativa de reparo de rasgo de folha inteira.............................................................................38 FIGURA 7 – Sobre a imagem da direita e na margem direita, vestígios de papel aplicado sobre a folha como veladura........................................................................39 FIGURA 8 – Gravuras que se supõe de outros artistas, como Schaufellein. As margens inferiores estão cobertas por remendos e mais curtas................................39 FIGURA 9 – Gravura cujo tema é a maternidade. Suporte bastante fragilizado: elevada acidez, papel quebradiço, fita adesiva, enxertos, remendos, furos e excrementos de insetos..............................................................................................40 FIGURA 10 – Última imagem: além dos danos recorrentes, o carimbo da Real Biblioteca sofreu corte................................................................................................41

Sumário

RESUMO e PALAVRAS-CHAVE ....................................................................................................6

ABSTRACT and KEY WORDS ................................................................................................................7

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................8

1.2 História da obra....................................................................................................................................8

1.3 O exemplar da Biblioteca Nacional ....................................................................................................10

1.4 Os gravadores.....................................................................................................................................11

2 JUSTIFICATIVA ...............................................................................................................................13

3 OBJETIVO GERAL............................................................................................................................15

4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................................................16

5 METODOLOGIA DE TRABALHO .......................................................................................................17

5.2 Etapas .................................................................................................................................................17

5.2.1 Restauração.................................................................................................................................17

5.2.2 Pesquisa, identificação, catalogação e descrição .......................................................................20

5.2.3 Digitalização ................................................................................................................................21

5.2.4 Recuperação da informação faltante..........................................................................................22

5.2.5 Microfilmagem............................................................................................................................23

5.2.6 Produção de fac-símile................................................................................................................25

5.2.7 Exposição.....................................................................................................................................26

5.2.8 Encadernação, acondicionamento e guarda...............................................................................27

5.2.9 Publicação na Internet ................................................................................................................28

6 CRONOGRAMA ..............................................................................................................................30

7 ORÇAMENTO .................................................................................................................................31

8 ESTADO DE CONSERVAÇÃO DA OBRA – ILUSTRAÇÕES.....................................................................35

REFERÊNCIAS....................................................................................................................................42

APÊNDICE – FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO ...............................................................................44

Sistema.................................................................................................................................................45

Matriz lógica.........................................................................................................................................46

Estrutura analítica ................................................................................................................................47

Fluxograma...........................................................................................................................................48

RESUMO

Este projeto tem como objetivo a divulgação da obra do artista alemão Hans Weiditz,

cujo maior e mais conhecido trabalho é o conjunto de xilogravuras realizadas para

ilustrar uma obra de Petrarca, De Remediis utriusque Fortunae. Uma das edições

desse trabalho é o exemplar único da Biblioteca Nacional, que se encontra fora de

consulta devido ao mau estado de conservação. Para isso, é necessário restaurar,

microfilmar e digitalizar o exemplar. A partir do arquivo digital, pretende-se

disponibilizar a obra na rede mundial (Internet), divulgando-a em nível nacional (sítio

da Biblioteca Nacional Digital) e internacional (sítio da Biblioteca Digital Mundial).

Além disso, a realização de uma exposição e a reprodução da obra em fac-símile

que será distribuído no Brasil e no exterior constituirão formas de divulgação e

incentivo à pesquisa sobre a obra do artista.

PALAVRAS-CHAVE

Conservação-Restauração. Preservação. Hans Weiditz. Petrarca. Renascimento

alemão.

ABSTRACT

This Project aims to divulge the production of the German artist Hans Weiditz, whose

major and most known work is the set of woodcuts done in order to illustrate a work

of Petrarca, De Remediis utriusque Fortunae. One of the editions of this work is the

unique copy of the National Library of Brazil, which is out of consultation due to its

bad state of conservation. With this purpose, it is necessary to restore, microfilm and

digitize it. From the digital archive, it is intended to turn available the work on the

World Wide Web (Internet), divulging it both at the national (Digital National Library of

Brazil site) and the international level (Digital World Library site). In addition, the

making of an exhibition and the reproduction of the work in fac-simile, which will be

distributed in Brazil and abroad, will constitute means of making known and an

incentive to researches on the production of the artist.

KEY WORDS

Conservation. Preservation. Hans Weiditz. Petrarca. German Renaissance.

1 INTRODUÇÃO

1.1 Um bloco de 17,5 por 21 centímetros, com cerca de quatro centímetros de

espessura, envolto por uma capa dura em papel marmorizado, já muito desgastado.

Como muitas das obras que formaram a coleção da Real Bibliotheca, esta pequena

joia ressente-se de seu lastimável estado de conservação: remendos, rasgos,

buracos, perdas e centenas de pedaços de fita adesiva em praticamente todas as

folhas. Conta também com elevada acidez, amarelecimento extremo e uma

encadernação moderna, que reduziu a obra em alguns centímetros. Pode-se

observar, no entanto, que se trata de uma rica coleção de gravuras do renascimento

alemão. Não há, na obra, dados a respeito de seu título, autoria e data de

publicação. Entretanto, sua ficha exibe dados de autoria, título e época que, ao que

tudo indica, tiveram como base algumas informações sobre a história da gravura em

Pierre GUSMAN1. Consta também a publicação da obra no século XVI e que seu

tema seria baseado numa obra do italiano Petrarca . A partir desses dados, deu-se

início à busca de sua confirmação na obra citada (Gusman, 1916) e na rede mundial

(internet), num primeiro momento. A busca resultou numa série de informações que

colocaram em dúvida a primeira referência, em razão da existência de várias

edições da obra, e mesmo a autoria das imagens, tendo-se revelado a fatura de

outros gravadores e até de outro mentor intelectual, o que revelou a necessidade de

uma ampla pesquisa sobre a obra.

1.2 História da obra

A origem primeira da obra é “De Remediis Utriusque Fortunae”, de Francesco

Petrarca, famoso humanista italiano do século XIV. A obra em latim foi terminada em

1360, da qual sobrevivem cerca de 250 manuscritos e poucas edições impressas. O

título significa, grosso modo, “os altos e baixos da vida”, ou “remédios para os

trancos e barrancos”, ou “dos remédios aos destinos adversos”. Seus 254 diálogos

originais dividem-se em dois volumes, nos quais o autor distribuiu 122 diálogos para

1 GUSMAN, P. La Gravure sur Bois…, 1916.

o “bom destino” e 132 diálogos para as adversidades. Baseado nos autores

clássicos (Cícero e Platão), Petrarca nos ensina como pensamentos e ações podem

gerar felicidade ou desilusão. Segundo Diegues2, “De Remediis fala de prazer e

esperança, dor e medo, expondo seus argumentos à Razão. Nele, Petrarca assume

a postura de uma sabedoria desolada, onde o Cristianismo aparece como um

moralismo individualista sem vida, que culmina num egocentrismo”. Constituía-se,

portanto, num manual de filosofia prática ou num “livro de autoajuda” que

permaneceu popular por muitos anos e que, apesar de seis séculos, ainda é

bastante atual. A Biblioteca Nacional possui um exemplar da obra em espanhol, De

los Remedios contra Prospera e Adversa Fortuna, publicado em Sevilha no ano de

1533. Pertenceu ao colecionador Didacus Barboza Machado e fez parte da Real

Bibliotheca. Cabe destacar que esta obra teve poucas edições impressas, sendo

esta tradução espanhola, provavelmente, muito rara.

Com o Renascimento, ressurge o interesse pelos autores da Antiguidade, fonte de

Petrarca. Assim, em 1532, “De Remediis Utriusque Fortunae” ganha uma versão

ilustrada na Alemanha, na cidade de Augsburgo, publicada por Heinrich Steiner com

o nome de “Artzney bayder Glück”. O trabalho de ilustração foi realizado entre os

anos de 1520 e 1531: o conjunto completo possui 260 xilogravuras realizadas pelo

assim chamado Mestre de Petrarca, hoje conhecido pelo nome de Hans Weiditz.

Contudo, ele não seria o verdadeiro autor intelectual das ilustrações, mas Sebastian

Brant (1458-1521)3, que teria iniciado o projeto e elaborado as especificações

visuais para cada gravura do livro.

O livro de ilustrações de Brant / Weiditz tornou-se, de certa forma, tão popular que

continuou sendo reeditado até 1620. São conhecidas também as edições de 1539,

1551, 1559 e 1572. Em época mais recente (década de 1990), uma reedição em

inglês de 46 imagens e diálogos selecionados foi lançada pela Foolscap Press, para

colecionadores.

2 DIEGUES, 2006.

3 www.library.jhu.edu/about/news/exhibits/petrarch.pdf

1.3 O exemplar da Biblioteca Nacional

Obra única no acervo e, até o momento, sem par em território brasileiro. Quanto ao

aspecto físico, faltam-lhe o caderno inicial e os finais – portanto, não há registro

impresso de seu título, autoria e data de publicação. Na ficha catalográfica da

Divisão de Iconografia, a obra consta como de autoria de Vicente Steinmayer4, com

o título de “Recueil de Steinmayer a partir dos desenhos de Hans Weiditz

(coleção de 318 gravuras)”, que parece provir de uma citação em La Gravure sur

Bois, de Pierre GUSMAN5, ou de “Essai typographique et bibliographique sur

l´histoire de la gravure sur bois” de César VECELLIO6, onde se encontra a referência

ao título da obra em francês.

Encontram-se aí, portanto, características diferentes: um novo nome, um número

maior de gravuras e uma descontinuidade gráfica que ocorre a certa altura. A

sequência de gravuras tem a mesma medida desde a primeira até a 257ª (9,7 x 15,3

cm), quantidade que se aproxima do número de gravuras produzidas para a edição

original (260 imagens); a seguir, as medidas passam para 13,9 x 15,2 cm, com

algumas exceções. Além do tamanho, variam também o texto e os temas das

imagens. A estrutura de texto, em latim impresso em itálico e em alemão impresso

em gótico, se estende apenas até a gravura nº 206. Da 207a à 242a, desaparece o

texto em latim, e da 243a em diante não há mais texto. A temática, que devido ao

próprio tema originário da obra, é bastante ampla – as vicissitudes da vida – passa a

incluir figuras religiosas e personalidades da Antiguidade, como Cícero, e histórias

ou lendas como a de Rômulo e Remo. Portanto, é esse conjunto de características

que faz da obra não somente uma obra ilustrada de Petrarca, mas também uma

coletânea de gravuras. Contudo, ao contrário do que poderia se supor, as gravuras

não são todas de um mesmo autor. Embora a maioria seja atribuída a Hans Weiditz,

há indícios de trabalhos de outros gravadores como Burgkmair e Schauffelein, o que

pode ser inferido pela diferença de estilo e destreza na fatura de algumas delas.

4 Foram encontradas também as seguintes formas: “Vincent Stenmeyer”

4 e “Vincent Steinmeyer”

4, esta mais

comum nas referências e que será adotada neste trabalho. 5 GUSMAN, 1916.

6 VECELLIO, 1863.

1.4 Os gravadores

Hans Weiditz (c.1500 -1536) foi um desenhista e gravador alemão nascido em

Estrasburgo, mas radicado em Augsburgo, onde trabalhou para vários livreiros.

Segundo Benezit7, seu estilo assemelha-se ao de Burgkmair, seu mestre, e é

considerado um dos melhores ilustradores alemães. A lista de suas obras é

considerável, particularmente as xilos sobre a obra de Petrarca. Certo número de

suas gravuras avulsas foram por muito tempo atribuídas a Dürer, Burgkmair e

Cranach – o que coloca Weiditz no nível do famoso gravador alemão ou de outros

de sua escola. Isso se deveu, provavelmente, ao fato de suas obras não serem

assinadas, a não ser algumas em que figuram as iniciais H.W., como na gravura 231

(folha 116 verso) do exemplar da Biblioteca Nacional. Pelo conjunto de ilustrações

que fez para a obra “De Remediis Utriusque Fortunae”, passou a ser conhecido

como “O Mestre de Petrarca”. Isso porque mesmo Steinmeyer desconhecia o nome

de Weiditz, mas reconhecia seu talento no prefácio para a coletânea de 1620: “Esta

obra contém um grande número de belíssimas gravuras desenhadas por um

excelente mestre, muito renomado e de um talento tal que se lhe pode comparar a

Albert Dürer, sem contudo dizer que seja dele; mas que importa, a obra louva o

autor!” 8 Gusmán concorda e ainda acrescenta que:

“muitas das composições de Weiditz são superiores às de Dürer, e, malgrado seu formato

reduzido, aparecem magistrais, plenas de vida, de observação, de equilíbrio perfeito. Suas

obras se ligam, pela qualidade e senso artístico, ao ‘Virgílio’ de Brant, publicado em

Estrasburgo em 1502. O alsaciano Hans Weiditz, que Brant contribuiu para formar, sem dúvida,

é ignorado por Rembrandt; ele é o mais brilhante ilustrador do século XVI das margens do

Reno, e seu nome deve ser reconhecido como principal na história da gravura.”

Ainda segundo Gusman, Hans Burgkmair (1473-1551) foi um dos artistas mais

interessantes da escola de Augsburgo. Desenhista e gravador, forma-se

particularmente com as obras italianas de Veneza. Foi professor de Weiditz, com

quem também trabalhou em colaboração em várias obras - pode-se citar a “Ste.

Face”. Seus estilos são bastante parecidos, tanto que muitos trabalhos antes

7 BENEZIT, 1999. 8 GUSMAN, 1916, p. 142 (tradução nossa).

atribuídos a Burgkmair são na verdade de Weiditz. O autor chega a dizer que o

desenho do aluno supera o de seu mestre: “As composições de Weiditz acusam

uma sobriedade nos detalhes, uma justa visão dos volumes e dos planos, um senso

de perspectiva perfeito que poucos alemães possuíam neste grau, mas que os

alsacianos conheciam9”. Sobre o mestre, diz: “A fatura de Burgkmair é ampla, larga

e grosseira, mas seu estilo atualmente pouco agradaria“.

Hans Schauffelein (c. 1480 – c. 1540), outro gravador cujo trabalho se insere na

coletânea, se aproxima do estilo de Weiditz e também de Dürer. Trabalhou com

Burgkmair e entre suas obras mais notáveis estão pequenas pranchas sobre os

Evangelistas.

9 GUSMAN, 1916, p. 142

2 JUSTIFICATIVA

A Divisão de Iconografia da Biblioteca Nacional tem sob sua guarda um conjunto de

xilogravuras que contém a mais importante obra do artista quinhentista alemão Hans

Weiditz , realizadas para ilustrar uma das grandes obras do famoso humanista

italiano Francesco Petrarca . Esse exemplar constitui-se numa coletânea impressa

em frente e verso, acompanhada de breve texto em latim e alemão, estruturada e

encadernada em formato de livro oblongo. Pode ser considerada uma obra de

importância capital para a História da Gravura, pois é uma das primeiras publicações

não teológicas e não científicas inteiramente ilustradas. Esse conjunto de ilustrações

da obra de Petrarca, De Remediis Utriusque Fortunae, fez desta uma das mais

conhecidas e divulgadas obras do grande poeta e humanista por cerca de duzentos

anos, constituindo-se em obra de grande valor artístico, histórico, moral e filosófico.

Além disso, não seria demais dizer que o artista, apesar de pouco conhecido dentro

da História da Arte (ao menos em nosso país), pode ser alçado ao nível do mais

famoso gravador alemão, Albrecht Dürer. Tal comparação remonta ao século XVII,

quando o trabalho de Weiditz foi redescoberto por Vincent Steinmeyer, editor de

livros e conhecedor do trabalho dos gravadores alemães, conforme relata Pierre

Gusman em La Gravure sur Bois10. Apesar desse reconhecimento, o artista

permaneceu relativamente pouco estudado dentro da História da Arte, haja vista a

pouca referência na bibliografia geral.

Lamentavelmente, as condições pelas quais passou o exemplar ao longo de sua

trajetória deixaram-lhe marcas profundas, retirando-o do acesso do público e, por

conseqüência, impedindo a realização de pesquisas sobre ela. Fato atestado

através de seu ex-libris e dos carimbos da Real Biblioteca, o exemplar passou pelas

mãos de Guglielmo Dugood no século XVIII e de Dom João VI entre os séculos XVIII

e XIX, já com a configuração atual (falta de cadernos e/ou folhas iniciais e finais,

guardas e capa). O manuseio extremo de que foi alvo também se faz notar pelas

marcas de dedos, gordura e sujidades diversas aderidas a suas folhas, bem como

pela numeração manual feita a tinta ferrogálica, que corroeu o papel, ou mesmo a

10 GUSMAN, 1916, p. 142.

lápis, de maneira grosseira. Isso contribuiu, inegavelmente, para a sua deterioração,

que prosseguiu com o ataque de insetos e, mais tarde, com as tentativas de

recuperação realizadas já no período de incorporação da obra ao acervo da

Biblioteca Nacional. Tais tentativas incluíram a reencadernação, com a

guilhotinagem das folhas em sua margem esquerda e talvez também na superior, os

remendos feitos com papel ácido e principalmente com fita adesiva em grande

quantidade e, a supor pelos vestígios encontrados, veladuras mal sucedidas. Esses

procedimentos, embora motivados pela boa vontade e pela consciência de se tratar

de uma obra de grande valor, acabaram por danificá-la ainda mais, comprometendo

sua apreciação, manuseio e conservação.

3 OBJETIVO GERAL

Divulgar a obra do artista alemão Hans Weiditz, cujo maior e mais conhecido

trabalho é o conjunto de xilogravuras realizadas para ilustrar a obra de Petrarca.

Uma das edições desse trabalho é o exemplar único da Biblioteca Nacional, que se

encontra fora de consulta devido ao mau estado de conservação. Para isso, é

necessário restaurar, microfilmar e digitalizar o exemplar. A partir do arquivo digital,

pretende-se disponibilizar a obra na rede mundial (Internet), divulgando-a em nível

nacional (sítio da Biblioteca Nacional Digital) quanto internacional (sítio da Biblioteca

Digital Mundial). Além disso, a realização de uma exposição itinerante e a

reprodução da obra em fac-símile, que será distribuído no Brasil, deverão constituir

formas de divulgação e incentivo à pesquisa da obra do artista.

4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Recuperar o suporte da obra: restaurar, reencadernar e acondicionar.

2. Preservar a informação: microfilmar e digitalizar.

3. Identificar, catalogar e descrever a obra (atualização bibliográfica).

4. Recuperar a informação faltante através de acordo de cooperação com

uma instituição estrangeira detentora de exemplar completo.

5. Permitir o acesso à obra e divulgá-la: disponibilizar o arquivo digital na

rede: portais da Biblioteca Nacional Digital e da World Digital Library /

Biblioteca Digital Mundial.

6. Criar e distribuir uma edição fac-símile completa.

7. Montar uma exposição sobre a obra, o artista e seu contexto e o trabalho

de restauração do exemplar, incluindo a distribuição de folder de

divulgação da exposição e do projeto finalizado.

5 METODOLOGIA DE TRABALHO

5.1 O trabalho será realizado em nove etapas. Para as etapas de identificação,

recuperação do suporte e captura das imagens, serão utilizados os modernos

equipamentos dos laboratórios de restauração, fotografia e digitalização da

Fundação Biblioteca Nacional. Já para as etapas de produção do fac-símile e da

exposição, uma empresa gráfica e outra especializada em criação e montagem de

exposições serão contratadas.

A sequência de etapas é listada abaixo e detalhada a seguir.

1. Restauração

2. Pesquisa, identificação, catalogação e descrição

3. Digitalização

4. Recuperação da informação faltante

5. Microfilmagem

6. Produção de fac-símile

7. Exposição

8. Encadernação, acondicionamento e guarda

9. Publicação na rede mundial

5.2 Etapas

5.2.1 Restauração

A) Documentação fotográfica inicial e durante o pro cesso de

tratamento. O registro do estado inicial da obra, bem como durante o

tratamento, é importante para comparação de resultados e garantia da

originalidade da obra.

B) Fichamento. Fichas de identificação, diagnóstico e tratamento (1ª)

encadernação (2ª), se houver, e relação de cadernos (3ª). O

preenchimento das fichas garante o registro das informações sobre a

originalidade e características da obra, seu estado de conservação

detalhado e os dados técnicos de tratamento.

C) Numeração das folhas. As folhas são numeradas a partir da primeira

folha impressa, em seu anverso, próximo à margem esquerda e

inferior, a lápis 6B (grafite macio para não marcar); tal procedimento

garante a ordenação e facilita o trabalho de restauração, digitalização e

microfilmagem.

D) Desmonte da encadernação . Remove-se a cola do lombo aplicando-

se umidade e separam-se os cadernos, cortando a costura.

E) Higienização. A sujidade superficial (poeira) deve ser removida

mecanicamente antes do banho de limpeza, de forma suave, com

trincha e pó de borracha.

F) Remoção de intervenções anteriores: fita adesiva . As fitas adesivas

(filme de acetato) devem ser removidas por meio de calor ou solventes.

G) Banho de limpeza . Após os testes de solubilidade das tintas (de

resultado negativo), banham-se as folhas em água deionizada para

remoção de acidez por via aquosa.

H) Remoção de intervenções anteriores: remendos de papéis

colados. Durante o primeiro banho de limpeza, pode ser feita a

remoção dos remendos após a solubilização da cola.

I) Banho de desacidificação/alcalinização . A adição de hidróxido de

cálcio à água deionizada tem por objetivo remover a acidez restante

nas fibras do papel e também deixar uma reserva alcalina sobre elas,

prolongando a vida do papel.

J) Remoção química de manchas de adesivo. As manchas causadas

pela acidez da cola presente na fita adesiva só pode ser removida por

meio de um solvente escolhido após a realização de testes.

K) Clareamento com luz artificial . Caso seja necessário, este

procedimento pode ser utilizado com o fim de dar maior legibilidade à

imagem. Devido à acidez, muitas folhas estão bastante escurecidas,

prejudicando a apreciação da obra.

L) Novo banho de desacidificação/alcalinização . Após o procedimento

anterior, é necessário repetir esses banhos.

M) Remendos e união de fragmentos. Devido à acidez, muitos

fragmentos se soltaram e devem ser recompostos com material

resistente, transparente e reversível: papel japonês (4g/m²) e

metilcelulose.

N) União de folhas. Após a determinação das dimensões que serão

aplicadas à folha, o fólio será recomposto para a formação do caderno;

aplica-se papel japonês 6g/m².

O) Preparo de vários tons de polpa . A recomposição das áreas de

perda de suporte será feita com uma polpa de fibras de celulose

tingidas. Os tons devem se aproximar dos tons do suporte, que podem

ser variados.

P) Reintegração mecânica dos fólios via MOP (Máquin a Obturadora

de Papel). A polpa preparada será utilizada numa máquina que, por

meio de água e sucção, preenche as áreas faltantes do papel com a

solução de fibras de celulose.

Q) Recorte. Os fólios serão recortados no limite de suas bordas,

ganhando sua forma final.

R) Obturação manual das lacunas faltantes . Em regiões de falha e

também nas regiões mais delicadas (áreas de imagem), a polpa será

aplicada manualmente para melhor acabamento.

S) Revisão final . Nesta etapa cada folha é reexaminada e pode voltar

para correção de eventuais falhas.

5.2.2 Pesquisa, identificação, catalogação e descri ção

A) Problema : a atribuição de autoria e a correta descrição bibliográfica e

bibliológica da obra, ou seja, descobrir qual é o real autor ou autores da obra,

além de sua edição, suas dimensões e características originais.

B) Hipótese: após análise de dados de várias edições da obra, a hipótese

mais provável é a de que a edição pertencente à Biblioteca Nacional seja a de

1620, coletânea editada e publicada por Vincent Steinmeyer na cidade de

Frankfurt am Main sob o título “Newe Kunstliche, Wohlgerissene, und in

Holtzgeschnittene Figuren”.

C) Objetivos específicos: identificar a obra: autor(es) do trabalho artístico;

autor intelectual; editor; autor do texto original; tradutor do latim para o

alemão; dados de publicação (local e data); dimensões, tipo de costura e

encadernação originais.

D) Metodologia de pesquisa:

• Pesquisa em sítios da internet: sítios de busca, sítios das

bibliotecas nacionais do mundo, sítios de outras bibliotecas com

catálogos on-line, sítios de leilões etc.

• Pesquisa bibliográfica: obras publicadas a respeito do tema, obras

sobre história da gravura e da arte em geral.

• Entrevista pessoal ou via e-mail com bibliotecários da instituição

(FBN) e de outras instituições detentoras de exemplares ou edições

da obra.

5.2.3 Digitalização

A) Preparo da obra e do equipamento de captura . Verifica-se a possível presença

de corpos estranhos (poeira etc.). São ajustadas as fontes de iluminação, fotometria,

fundo e enquadramento do objeto. O equipamento utilizado poderá ser o Scanner

Back Power Phase.ou Hasselblad Back Imacon.

B) Captura digital da imagem . Faz-se uma pré-visualização da imagem,

enquadramento, ajuste de foco através de software proprietário (Capture One 4.0) e

configuração do equipamento através do software de captura, ou seja, ajuste de

resolução alta (300 dpi), canais, sensibilidade à luz etc. Posiciona-se a escala de

cinzas para a obtenção dos tons e meios-tons do original em relação aos padrões do

software Photoshop. Registro dos dados do objeto digital no formulário de captura

(identificação do setor de origem, data de captura, localização do original e outros

dados técnicos)

C) Controle de qualidade . Realizar cópia de segurança tanto em servidor como em

computador de controle de qualidade. Cada centímetro quadrado do objeto criado

deve ser analisado, acompanhado dos originais, verificar o atendimento das normas

de controle de qualidade digital.

D) Organização e registro de metadados . Aos dados gerados na captura do objeto

(informações da obra e dados técnicos de captura), serão acrescentados os dados

de quantidade, tamanho e memória utilizada (em megabytes ou gigabytes), criando-

se um formulário digital informativo.

E) Armazenamento e back up . O armazenamento do objeto digital criado é feito em

servidor, em computador pessoal (HD ou hard disc / disco rígido) e em mídia de

back up (DVD ou digital video disc), e também impressos.

F) Publicação na rede . O HD e o(s) DVD(s) que contêm o objeto digital serão

encaminhados à Coordenadoria de Informação Bibliográfica – responsável pela

Biblioteca Nacional Digital – que lançará os metadados na base de dados e

compactará os objetos digitais, o que permitirá sua disponibilização na rede mundial

através do sítio da BN Digital.

G) Arquivamento . A etapa final do objeto digital é o arquivamento do(s) HD(s) e do

DVD(s) na sala-cofre da Coordenadoria de Microrreprodução.

5.2.4 Recuperação da informação faltante

Conforme evidenciado no diagnóstico, a obra está incompleta, faltando o caderno

inicial e folhas de pelo menos dois cadernos finais. Além disso, algumas gravuras

estão danificadas e sofreram perdas. Dessa forma, torna-se fundamental fazer

contato com detentores de exemplares completos da obra para que se possa

acrescentar as partes que faltam como alternativa de completude da obra, o que

pode ser viabilizado através da assinatura de um acordo de cooperação para

realização do projeto.

Sabe-se que há alguns exemplares da mesma edição pelo mundo e, através de uma

pesquisa preliminar na Internet, foram localizadas várias edições da obra ilustrada

de Petrarca na Biblioteca do Museu Britânico, que constitui a principal opção de

contato.

Os dados da obra encontrada são (tradução nossa)11:

“ Título: Newe Kunstliche, Wohlgerissene, und in Holtzgeschnittene Figuren

Artista: Hans Weiditz (c.1490 - c.1536)

Localização: British Museum / Museu Britânico

Data: Século XVI

Técnica: xilogravura

Doação:

Número de revisões: 37 (1906)

Descrição: 'Newe Kunstliche, Wohlgerissene, und in Holtzgeschnittene Figuren', ed. Vincent

Steinmeyer (Frankfurt am Main,1620). Volume de reimpressões de xilogravuras do século

XVI, principalmente por Weiditz, com um prefácio do editor.”

11

http://www.artfund.org/artwork/40/newe-kunstliche-wohlgerissene-und-in-holtzgeschnittene-figuren

5.2.5 Microfilmagem 12

A) Preparo, confecção de espelhos e sinaléticas bi bliográficas. O preparo

envolve atividades prévias como verificar a sequência das páginas, se há faltas ou

falhas e anotar todas as informações necessárias para a leitura e pesquisa no filme.

Os espelhos são as informações da obra (data, número de páginas, observações

referentes ao original). As sinaléticas bibliográficas informam tanto as imperfeições

que existem nos originais microfilmados, como também outros dados considerados

importantes e que foram anotados durante o preparo. Elas são microfilmadas logo

após o letreiro total, constituindo a última fase do preparo. A coleção é, então,

encaminhada ao Laboratório de Microfilmagem juntamente com seus espelhos finais

e sinaléticas.

B) Ajustes do equipamento, iluminação e grau de red ução. Após o

posicionamento do rolo na microfilmadora, ajustam-se luz e grau de redução,

procurando-se a densidade de iluminação ideal. A redução será determinada pela

distância entre o campo fotográfico e a unidade filmadora, que se movimentará ao

longo da coluna que a sustenta, de acordo com as dimensões, estado físico e

legibilidade do documento. O conjunto de lâmpadas é externo e diretamente

direcionado para o documento que se encontra sobre a mesa da microfilmadora e

colocado dentro do campo fotográfico.

C) Operação do equipamento de microfilmagem (proces samento) . Os

equipamentos que executam esse trabalho são denominados “processadoras”. As

unidades processadoras de microfilme possuem normalmente alto grau de

automação, exigindo o mínimo de conhecimentos técnico–fotográficos por parte do

operador, que estará apto a manejá-las após rápido treinamento.

D) Processamento do microfilme negativo matriz. O processamento automático

engloba as fases de revelação, interrupção, fixação, lavagem e secagem do filme.

Os filmes devem ser processados em máquina próprias, com observação rigorosa

das especificações técnicas dos fabricantes, de modo a se obter bom resultado e

12

Descrição baseada em apostila da FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, 2008.

microfilmes sem resíduos de fixador (hipossulfato), atentando se para a pressão da

água, a saturação dos produtos químicos, mediante a quantidade de rolos

revelados.

E) Revisão do microfilme negativo matriz. Ao terminar o processamento do filme

negativo, este deve ser revisado em bancada de inspeção com o uso de lupa e

nunca se utilizando aparelho de leitura. A revisão deve ser feita minuciosamente,

verificando-se definição, enquadramento, densidade e falhas ocorridas na

microfilmagem do original e na seqüência das placas e sinaléticas, checando

seqüência numérica e paginação.

F) Controle de qualidade. Existem alguns padrões e normas que devem ser

seguidas na produção de microfilmes de boa qualidade. Devemos nos assegurar de

que o microfilme apresenta uma ótima qualidade de imagem, tanto para verificação

visual, quanto para reprodução; e devem-se reunir condições para uma longa

permanência arquivística. A inspeção ótica consiste em um exame cuidadoso do

filme, visando determinar se a microfilmagem foi feita adequadamente. A resolução é

a propriedade que tem um sistema de microfilme em reproduzir pequenos detalhes,

com absoluta fidelidade. É expresso em número de linhas por milímetro quadrado,

que se possa distinguir numa imagem. A densidade é o método utilizado em

microfilmagem para expressar e medir a exposição.

G) Duplicação da matriz : geração de cópia DDP e positivo. Após a revisão do filme,

este será usado como filme matriz para duplicação. A duplicação de um negativo

matriz pode ser em filme positivo (por inversão da polaridade) destinado à leitura, e

em DDP ( Direct Duplicating Print – negativo de 2º geração) destinado a gerar

cópias em papel, filme e digitalização.

H) Arquivamento da cópia de segurança e destinação da cópia de consulta . Os

filmes rebobinados em carretéis vazados de plástico devem ser envolvidos em cintas

de papel alcalino, onde serão anotados os dados do conteúdo do microfilme. Os

carretéis devem ser colocados em caixas próprias de cartolina também alcalina, em

cujo dorso e laterais anotam-se os dados de identificação do rolo. Estas caixas

devem ser colocadas em gavetas de arquivos de aço de fabricação especial, em

ambiente refrigerado (temperatura em torno de 21º C e umidade relativa do ar em

torno de 50%). O filme negativo matriz deve ser arquivado, sempre, em prédio

separado dos originais e não deve ser utilizado em aparelho de leitura, servindo

apenas para futuras duplicações de DDP. O filme DDP será utilizado para obterem-

se cópias em filme, papel e digitalização. As cópias em papel, através de leitores-

copiadores ou ampliações fotográficas. O filme positivo será arquivado em um salão

próximo aos aparelhos de leitura e para a consulta dos pesquisadores.

5.2.6 Produção de fac-símile

Para esta etapa do projeto, será contratada uma editora especializada em fac-

símiles, embora a própria FBN produza esse tipo de publicação, mas em edição

mais simples. Devido à qualidade e importância da obra, pretende-se uma edição

mais luxuosa. De maneira geral, a reprodução de uma obra rara requer as seguintes

etapas:

A) Fase de pré-produção ou preparação: elaboração de pesquisa sobre a obra, a

ser feita por pesquisador pós-graduado; será uma pesquisa mais profunda que a

realizada no início do projeto, pois embasará um estudo mais elaborado com vistas a

servir de instrumento de leitura e interpretação da obra de Petrarca / Weiditz; tal

estudo constituirá um volume complementar ao volume fac-similar.

B) Fase de produção ou execução: redação de textos para apresentação, prefácio

e estudo crítico da obra; revisão gramatical; produção fotográfica ou digitalização (no

caso, já terá sido realizada); tratamento de imagens; preparo de lâminas;

diagramação, provas e impressão. Cabe lembrar que a reprodução contará com a

complementação das folhas faltantes a partir da cessão das reproduções (arquivo

digital) do exemplar completo da instituição colaboradora.

C) Fase de divulgação ou comercialização. Produção e distribuição de convites;

Distribuição para bibliotecas. Será entregue um exemplar para cada biblioteca

especializada em artes e humanidades em território brasileiro, bem como para

outras bibliotecas nacionais como a de Portugal e da Alemanha, que não possuem

nenhuma das edições da obra original.

A produção de um fac-símile da obra justifica-se, em primeiro lugar, por sua

importância e, em segundo lugar, por estar o exemplar incompleto. Com a

reprodução da obra, teremos não apenas a obra completa, mas também a

instrumentação necessária para o pleno entendimento de seu conteúdo, de forma

mais viável que a consulta aos originais.

5.2.7 Exposição

A criação e montagem da exposição ficará a cargo de empresa especializada a ser

contratada pela Fundação sob a orientação de um curador, de um especialista no

tema (historiador da arte) e dos técnicos (conservadores-restauradores) da

Fundação Biblioteca Nacional. A definição dos originais a serem expostos

dependerá de avaliação da viabilidade em função das condições do suporte, o que

ocorrerá após a restauração. Será organizada em módulos temáticos, que

contemplarão:

a) o artista e sua obra (textos e reproduções de imagens);

b) o Renascimento alemão e o desenvolvimento da arte da gravura em madeira;

c) artistas contemporâneos: Dürer e sua escola (Burgkmair, Schaufellein et alli);

d) Petrarca e a obra De Remediis utriusque Fortunae: origens, filosofia e

repercussão;

e) o trabalho de ilustração da obra por Hans Weiditz e suas várias edições: H.

Steiner, Steinmeyer.

Para isso, serão realizadas pesquisas em fontes primárias, como a coleção de

gravuras originais do acervo da Biblioteca Nacional e outras. A pesquisa em fontes

secundárias envolverá a bibliografia na área de história da arte e da gravura, sítios

na internet, catálogos de bibliotecas no Brasil e no exterior, bem como consulta a

historiadores e críticos de arte.

O local da exposição deverá ser o Espaço Eliseu Visconti, área destinada aos

eventos da Fundação Biblioteca Nacional, como lançamentos de livros e exposições.

É um espaço que reúne condições apropriadas para a exibição de originais, com

controle de temperatura, umidade e iluminação, além da presença de seguranças e

câmeras (CFTV).

A exposição será inaugurada com o término do projeto e contará com um coquetel a

ser organizado por empresa contratada pelo Setor de Eventos da FBN. Na ocasião,

será lançada a edição fac-símile da obra de Weiditz e a inclusão da obra no sítio da

Biblioteca Nacional Digital. A duração da exposição será de 30 dias.

5.2.8 Encadernação, acondicionamento e guarda

Finda a exposição, as gravuras serão reordenadas, encadernadas e acondicionadas

para guarda na Divisão de Iconografia. Será aplicado o modelo de encadernação em

capa flexível de pergaminho (plena), adotado nas obras raras da Biblioteca Nacional.

Este modelo tem como vantagens suas características de leveza, simplicidade de

construção, boa abertura e durabilidade, além de não ser utilizada cola em sua

estrutura nem na fixação ao bloco. A obra será acondicionada em uma caixa rígida,

tipo portifólio, confeccionada sob medida. O volume será guardado, provavelmente,

na sala-cofre da Divisão de Iconografia da Biblioteca Nacional, sob condições

controladas de temperatura, luz e umidade. O acesso à obra original e seu

conseqüente manuseio serão restritos a pesquisadores e ocasiões especiais. Esse

conjunto de medidas faz parte das diretrizes de preservação da Fundação Biblioteca

Nacional, visando garantir a preservação dessa obra rara do século XVI.

5.2.9 Publicação na Internet

Conforme detalhado na subseção 5.2.3.6 (Publicação na rede), o HD e o(s) DVD(s)

que contêm o objeto digital serão encaminhados à Coordenadoria de Informação

Bibliográfica, que é responsável pela Biblioteca Nacional Digital, que lançará os

metadados na base de dados e compactará os objetos digitais, o que permitirá sua

disponibilização na rede mundial através do sítio da BN Digital.

Após essa primeira etapa, será feita a apresentação ao comitê de seleção da World

Digital Library, ou Biblioteca Digital Mundial, do objeto digital como produto da

cooperação entre Brasil, Alemanha e Inglaterra (no caso de ser o Museu Britânico o

cedente da reprodução da informação faltante), como representação da produção

artística alemã. No entanto, a obra em questão pode ser considerada multinacional e

multitemporal, pois a ilustração realizada na Alemanha no século XVI é originária de

um expoente da produção literária italiana do séc. XIV que, por sua vez, bebeu nas

fontes greco-romanas. Além de sua origem, esta obra cruzou fronteiras e foi não só

traduzida para outros idiomas mas também viajou de Portugal, onde pertencia à

Real Biblioteca, para o Brasil, onde ficou definitivamente como legado da

colonização. Dessa forma, a coletânea de Weiditz é digna de pertencer à memória

do mundo e merece ser amplamente divulgada. Por isso, os meios ideais são a

Biblioteca Nacional Digital, a Biblioteca Digital Mundial e o Programa Memória do

Mundo da UNESCO.

A Biblioteca Digital Mundial, lançada em 2009 (criada e mantida através da

colaboração de diversos países, órgãos, empresas e fundações privadas), tem como

missão disponibilizar na Internet,

“(...) gratuitamente e em formato multilíngue, importantes fontes provenientes de países e culturas de todo o mundo.

Os principais objetivos da Biblioteca Digital Mundial são:

• Promover a compreensão internacional e intercultural; • Expandir o volume e a variedade de conteúdo cultural na Internet; • Fornecer recursos para educadores, acadêmicos e o público em geral; • Desenvolver capacidades em instituições parceiras, a fim de reduzir a lacuna digital

dentro dos e entre os países.“

O Programa Memória do Mundo é um projeto da UNESCO iniciado em 1992 com o

objetivo de identificar e preservar documentos e arquivos de grande valor histórico, a

exemplo da Coleção Teresa Cristina Maria, pertencente à Fundação Biblioteca

Nacional.

6 CRONOGRAMA

ATIVIDADES/MESES MÊS 1

MÊS 2

MÊS 3

MÊS 4

MÊS 5

MÊS 6

MÊS 7

MÊS 8

MÊS 9

MÊS 10

MÊS 11

MÊS 12

1 RESTAURAÇÃO X X X X X

2 PESQUISA E CATALOGAÇÃO X X X

3 DIGITALIZAÇÃO X

4 RECUPERAÇÃO DA INFORM. FALTANTE X X X

5 MICROFILMAGEM X

6 PRODUÇÃO DE FAC-SÍMILE X X X

7 EXPOSIÇÃO X

8 ENCADERN., ACONDIC. E GUARDA X

9 PUBLICAÇÃO NA INTERNET X

7 ORÇAMENTO

1. MATERIAL DE CONSUMO PARA TRATAMENTOS DE CONSERVAÇÃO -RESTAURAÇÃO

VALOR DE REFERÊNCIA R$ ITEM

MATERIAL

UNIDADE

QUANT.

Unitário Total 1 Álcool 96° Litro 2 5,00 10,00 2 Borrifador de Plástico Unidade 2 3,00 6,00 3 CMC - carboximetilcelulose 500 g 1 40,00 40,00

4 Coluna de Deionizador Unidade 1 150,00 150,00 5 Couro Alumado Pele 1 100,00 100,00 6 Escova Juba Unidade 1 6,00 6,00 7 Extensão Elétrica 110 volts Unidade 1 15,00 15,00 8 Filmoplast P90 e P Rolo 1 50,00 50,00 9 Filtro Ultra-violeta (filme) metro 2 50,00 100,00

10 Filtro de espuma para deionizador Unidade 5 15,00 75,00

11 Flanela Unidade 1 3,00 30,00 12 Lápis 6B Caixa 1 8,00 8,00 13 Lâmpada fluorescente tubular 20 W Unidade 6 15,00 90,00

14 Lata de talco virgem Lata 1 5,00 5,00 15 Linha de linho n° 16 Rolo 1 50,00 50,00 16 Linha de linho n° 20 Rolo 1 30,00 30,00

17 Luva de látex p/ procedimentos

P/M/G Caixa 3 15,00 45,00 18 Máscara de poeira cod. 850 Unidade 10 3,00 30,00

19 Máscara para vapores orgânicos com

filtros duplos Moldex Unidade 1 180,00 180,00

20

Óculos de Segurança modelo topsec - ref. ET-30 / C incolor - ultra duro

Unidade

1

25,00

25,00

21 Papel feito a mão Folha 5 20,00 100,00 22 Papel japonês 4 gramas Rolo 50m 1 1402,00 1402,00 23 Papel Tengujo 6 gramas Folha 20 12,00 240,00 24 Papel Mata Borrão Folha 50 3,00 150,00 25 Perfex pacote 1 5,00 5,00 26 Pergaminho Unidade 1 100,00 100,00

27 Tela Monil (Nylon) ref 48HD Metro 5 50,00 250,00 28 Tesoura de Aço Mundial - tam M Unidade 1 90,00 90,00 29 Trincha Tigre ref. 186 de 2" Unidade 1 10,00 10,00 30 Trincha Tigre ref. 186 de 2" ½ Unidade 1 10,00 10,00

Total 3402,00

2. MATERIAL DE CONSUMO PARA MICROFILMAGEM E DIGITALIZA ÇÃO VALOR DE

REFERÊNCIA R$ ITEM

MATERIAL

Unidade

Quant.

Unitário Total 1 Microfilme matriz sais de prata 35 mm 100 pés rolo 2 90,00 180,00

2 Microfilme positivo sais de prata 35 mm – 1000

pés rolo 2 500,00 1000,00 3 Revelador Prostar Plus Kodak galão 2 40,00 80,00 4 Fixador Prostar Plus Kodak galão 2 40,00 80,00 5 DVD para back up unid. 2 5,00 10,00

6 HD para armazenagem de dados unid. 1 250,00 250,00

Total 1600,00

3. PRODUÇÃO DO FAC-SÍMILE E EXPOSIÇÃO

VALOR DE REFERÊNCIA Descrição das

etapas/fases Unidade Valor Unitário

R$

Total da linha

Revisor texto Revisão 2.000,00 2.000,00 Fotógrafo das imagens documentárias estáticas

Fotografia 5.000,00 5.000,00

Projeto - Exposição Projeto da exposição, convite, banner

20.000,00 20.000,00

Projeto - Fac-símile / Convite / Folder

Projeto 20.000,00 20.000,00

Coquetel Abertura da Exposição 5.000,00 5.000,00 Gráfica e impressora: convites, folders e banners

Impressão de convites, folders e banners

3.300,00 3.300,00

Gráfica e impressora: fac-símile 1.000 exemplares

Projeto gráfico, provas gráficas e impressão

30.000,00 30.000,00

Correios Convites e correspondência

600,00 600,00

Total 85.900,00

CONTRAPARTIDA – Recursos próprios

4. MATERIAL PERMANENTE: MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS QUE SERÃO UTILIZADOS NO PROJETO

VALOR DE REFERÊNCIA R$

ITEM

ESPECIFICAÇÃO

QUANT.

unitário total 01 Aspirador de pó industrial 02 1.700,00 3400,00

02 Balança Digital de Precisão 01 1.600,00 1.600,00

03 Capela de Exaustão 01 3.500,00 3.500,00

04 Deionizador 03 1.200,00 3.600,00

05 Espessímetro digital 01 1.200,00 1.200,00

06 Fax com secretária

eletrônica (para atendimento remoto)

01 800,00 800,00

07 Máquina de Obturação de Papel (MOP) pequena 01 4.500,00 4.500,00

08 Máquina de Obturação de Papel (MOP) média 01 6.500,00 6.500,00

09 Máquina de Obturação de Papel (MOP) grande 01 15.000,00 15.000,00

10 Mesa de Higienização (2 lugares) 01 4.500,00 4.500,00

11 Mesa de Luz 06 2.500,00 15.000,00 12 Mesa de sucção 01 4.500,00 4.500,00

13 Mesa de umidificação (moisture dome machine) 01 17.000,00 17.000,00

14 Microscópio Estereoscópio

Binocular, Modelo SZ 4045 ILK, com Monitor Colorido 14 polegadas

01 37.5000,00 37.000,00

15 Peagâmetro 01 2.000,00 2.000,00

16 Placa Aquecedora 01 3.300,00 3.300,00

17 Seladora de Poliéster

(polyester sealing machine) de ultra-som

01 26.000,00 26.000,00

18 Seladora de Poliéster a calor 01 5.000,00 5.000,00

19 Software: Windows XP Pro / Office XP Pro 04 2.000,00 8.000,00

20 Computador servidor 01 10.000,00 10.000,00

21 Digitalizador de imagem Power Phase 01 225.145,00 225.145,00

22 Impressora plotter HP Designjet 5500 01 71.700,00 71.700,00

Total parcial 459.245,00

5. MATERIAL DE CONSUMO: CEDIDO PELA BN PARA USO NO PROJETO

VALOR DE REFERÊNCIA

R$

ITEM

ESPECIFICAÇÃO

QUANT unitário total Cartucho para impressão jato de tinta 1 80,00 80,00 Papel A4 (resma) 1 20,00 20,00 Materiais de escritório diversos - 20,00 20,00

Total 120,00

6. PESSOAL (do quadro de funcionários) VALOR DE REFERÊNCIA R$

ITEM

ESPECIFICAÇÃO

QUANT

Salário mensal

Total mensal

Total 12 meses

01 Coordenador 01 4.000,00 4.000,00 48.000,00 02 Técnico de área

especial 06 3.000,00 18.000,00 216.000,00

03 Colaborador principal 03 3.000,00 9.000,00 108.000,00 Total 372.000,00

7. RESUMO GERAL

ATIVIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES CUSTO POR ATIVIDADE R$

1 MATERIAL DE CONSERVAÇÃO-RESTAURAÇÃO 3.402,00

2 MATERIAL DE MICROFILMAGEM 1.600,00

3 PRODUÇÃO DE FAC-SÍMILE E EXPOSIÇÃO 85.900,00

VALOR TOTAL DE MATERIAL E SERVIÇOS 90.902,00

4 MATERIAL PERMANENTE 459.245,00

5 MATERIAL DE CONSUMO 120,00

6 PESSOAL (do quadro de funcionários) 372.000,00

VALOR TOTAL DA CONTRAPARTIDA :(R$) 831.365,00

VALOR TOTAL DO PROJETO 922.267,00

8 ESTADO DE CONSERVAÇÃO DA OBRA – ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – Estado de conservação da obra: encadernação do séc. XX.

FIGURA 2 – Encadernação inadequada: margens guilhotinadas e falta de espaço de abertura causando estresse nas margens das gravuras, o que provocou rompimento do papel já

fragilizado.

FIGURA 3 – primeira página da obra: ex-libris, carimbo, anotações e os vários danos causados por intervenções anteriores.

FIGURA 4 – Gravuras 2 e 3: fitas adesivas, remendos, enxertos, furos de insetos; no canto inferior direito, indícios de uma separação manual de camadas do papel; no pé da pág. 2, o carimbo da Real Biblioteca.

FIGURA 5 – Gravuras 6 e 7: danos semelhantes aos anteriores.

FIGURA 6 – fita adesiva e fortes manchas de acidez da cola do adesivo; tentativa de reparo de rasgo de folha inteira.

FIGURA 7 – Sobre a imagem da direita e na margem direita, vestígios de papel aplicado sobre a folha como veladura.

FIGURA 8 – Gravuras que se supõe de outros artistas, como Schaufellein. As margens inferiores estão cobertas por remendos e mais curtas.

FIGURA 9 – Gravura cujo tema é a maternidade. Suporte bastante fragilizado: elevada acidez, papel quebradiço, fita adesiva, enxertos, remendos, furos e excrementos de insetos.

FIGURA 10 – última imagem: além dos danos recorrentes, o carimbo da Real Biblioteca sofreu corte.

REFERÊNCIAS ART FUND, THE. Newe Kunstliche, Wohlgerissene, und in Holtzgeschni ttene

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Disponível em: http://archive.org/stream/catalogueofearly02brituoft/ Acesso em: 2

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DIDOT, Ambroise Firmin, 1790-1876. Essai typographique et bibliographique sur

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ROM.

GUSMAN, Pierre. La Gravure sur Bois et d´epargne sur metal du XIVº au XXº

siecle. Paris: R.Roger e F. Chernoviz, 1916.

LITTON, Gaston. O Livro e sua História . Ed. brasileira, revista e adaptada, trad. de

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MICHEL, Paul. Transformation und Augmentation bei Petrarca und se inem

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PETRARCA, Francesco. De los Remedios contra Prospera e Adversa Fortuna .

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RUMELIN, Christian. Une illustration particulière dans Pétrarque, “Von der

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SHERIDAN LIBRARIES, THE. From Narrative to Image: Petrarch’s Book of

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Sistema de Bibliotecas e

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VECELLIO, Cesare. Essai typographique et bibliographique sur l´histoi re de la

gravure sur bois . Paris: Didot, 1863. Disponível em:

http://www.archive.org/details/essaityprographi00didouoft Acesso em 11 jun. 2009.

VOLLMER, Hans; ULRICH, Thieme. Allgemeines Lexikon der bildenden Kunstler

des xx. Jahrhunderts. Leipzig: E. A. Seemann, 1953.

APÊNDICE – FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO

SISTEMA

MATRIZ LÓGICA

ESTRUTURA ANALÍTICA

FLUXOGRAMA

SISTEMA

MATRIZ LÓGICA

ESTRUTURA ANALÍTICA

FLUXOGRAMA

Crédito do texto da pág. 3 (tradução nossa): i SHERIDAN LIBRARIES, THE. From Narrative to Image: Petrarch’s Book of Fortune in the Imagination of a German Humanist. Disponível em: www.library.jhu.edu/about/news/exhibits/petrarch.pdf Acesso em 16 maio 2009.