PROJETO SAPO VERDE: O USO DA INFORMÁTICA … · METODOLOGIA DE APOIO AO ENSINO DE BIOLOGIA...
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ANELUCY DE ANDRADE
PROJETO SAPO VERDE: O USO DA INFORMÁTICA COMO METODOLOGIA DE APOIO AO ENSINO DE BIOLOGIA
Canoas, 2009
ANELUCY DE ANDRADE
PROJETO SAPO VERDE: O USO DA INFORMÁTICA COMO METODOLOGIA DE APOIO AO ENSINO DE BIOLOGIA
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito à Gradução em Ciências Biológicas – Licenciatura na obtenção do grau de licenciado em Ciências Biológicas, sob orientação do Prof. Ms. Giovani André Piva.
Canoas, 2009
TERMO DE APROVAÇÃO
ANELUCY DE ANDRADE
PROJETO SAPO VERDE: O USO DA INFORMÁTICA COMO METODOLOGIA DE APOIO AO ENSINO DE BIOLOGIA
Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito à Gradução em Ciências Biológicas – Licenciatura na obtenção do grau de licenciado em Ciências Biológicas,
sob orientação do Prof. Ms. Giovani André Piva.
_____________________________________________________ Prof. Ms. Giovani André Piva
Unilasalle
Canoas, 2009
Dedico este trabalho às pessoas que
fizeram com que eu me percebesse
professora e me motivaram a buscar novas
alternativas para o ensino: os alunos.
AGRADECIMENTOS
Foram tantas as pessoas que participaram deste projeto de alguma maneira,
desde o surgimento da idéia em 2006 até o presente relato, seja pelas palavras de
incentivo, pelo trabalhar junto no projeto ou pela paciência em ensinar esta docente
em início de carreira (já que, no quesito uso da informática na educação, eu também
era o que se pode chamar de “imigrante digital”), que não posso deixar de citá-las,
como forma de deixar registrado o quanto elas foram importantes neste processo de
alguma maneira.
Então, a todos vocês, Agnes, Márcia, Vanessa, Bruno, Adriana, Guilherme,
Maria Alice (o registro de seu nome aqui é pouco diante do tanto que você fez),
Éder, Rosalva, Sílvia e alunos da turma 204 do EAJA/UNILASALLE, o meu “Muito
obrigada”!
Por fim, existe alguém a quem não posso deixar de agradecer pelo apoio
incondicional, que foi muito além da compreensão pelas minhas ausências neste
período... Mãe, sem você eu sequer existiria para poder relatar esta experiência tão
gratificante e de inúmeras descobertas. E, veja você, aqui estou eu: uma professora,
e com muito orgulho!
A principal meta da educação é criar
homens que sejam capazes de fazer
coisas novas, não simplesmente repetir o
que outras gerações já fizeram. Homens
que sejam criadores, inventores,
descobridores. A segunda meta da
educação é formar mentes que estejam em
condições de criticar, verificar e não aceitar
tudo que a elas se propõe. (JEAN PIAGET)
RESUMO
Com o intuito de contribuir no processo de ensino e aprendizagem na área de Biologia e ao mesmo tempo estimular os alunos na busca do conhecimento, o Projeto Sapo Verde tem prioridades na inclusão digital em turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), juntamente com o uso de um site criado com o objetivo de incentivar o desenvolvimento da pesquisa, que é a chave da ciência como forma de aplicação. Buscou-se, ainda, verificar como a informática pode ser utilizada em favor do processo de ensino e aprendizagem, e qual a resposta apresentada pelo grupo de alunos. Para tanto, foram ministradas sete aulas em laboratório de informática, onde, através de estudos dirigidos, com o auxílio de webquests, os alunos trabalharam alguns dos conteúdos programáticos da disciplina de Biologia. O site também contou com um blog, como ambiente de criação, edição e publicação on-line, para partilha de idéias dos alunos e como forma de registrar respostas de algumas atividades propostas. A produção textual divulgada no site implicou no empenho direto dos alunos, não apenas com a pesquisa, mas também com a responsabilidade que estes tiveram em tornar público todo o aprendizado adquirido neste processo. De forma geral, os alunos mostraram-se mais motivados com as aulas realizadas no laboratório de informática e mais autônomos, tornando-se agentes de seu próprio processo de ensino e aprendizagem. Palavras-chave: Biologia, inclusão digital, pesquisa, EJA.
RESUMEN
Con la intención de contribuir en lo curso de educación y aprendizaje en el área de la biología y al mismo tiempo de estimular los estudiantes en la búsqueda del conocimiento, el Proyecto Sapo Verde tiene prioridades en la inclusión digital en grupos de la Educación de Jóvenes y de Adultos (EJA), junto con el uso de un sitio creado con el objetivo para estimular el desarrollo de la investigación, que es la llave de la ciencia como formulario de aplicación. Fué buscado, todavía, verificar como la informática puede utilizarse para el proceso de la educación y de aprendizaje, y cual la respuesta presentó para el grupo de estudiantes. Para de tal manera, siete lecciones en laboratorio de informática habían sido dadas, donde, con estudios dirigidos, con la ayuda de webquests, los estudiantes habían trabajado algunos de los contenidos del programa de la disciplina de Biología. El sitio también contó con un blog, como ambiente de creación, de edición y de publicación online, para compartir las ideas de los estudiantes y como forma de tener un registro de respuestas de algunas actividades que habían sido propuestas. La producción literal divulgada en el sitio implicado en la persistencia directa de los estudiantes, no sólo con la investigación, pero también con la responsabilidad que éstos habían tenido
para hacer público todo lo que fue adquirido en este proceso. De forma general, los estudiantes habían revelado más motivado con las lecciones llevadas en el laboratorio de informática y más independiente, a convertirse en agentes de su propio proceso de educación y aprendizaje. Palabras-llave: Biología, inclusión digital, investigación, EJA.
SUMÁRIO
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS................................................................................10
2 TICs: TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ..........................12
3 A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA .......................................................................15
4 INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ........................................................................17
5 A PRÁTICA EDUCATIVA DE JOVENS E ADULTOS .........................................21
6 INTEGRANDO AS TECNOLOGIAS AO PROCESSO EDUCACIONAL ..............24
6.1 Webquest .........................................................................................................24
6.2 Blog ..................................................................................................................26
7 METODOLOGIA ..................................................................................................28
7.1 Público alvo ......................................................................................................28
7.2 Investigação de resultados .............................................................................30
7.3 Criação do site..................................................................................................30
7.4 Criação das webquests....................................................................................31
7.5 Criação do blog ................................................................................................33
7.6 Pesquisa e obtenção de imagens e vídeos....................................................33
8 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................35
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................43
REFERÊNCIAS .......................................................................................................45
APÊNDICE A – Plano de trabalho............................................................................50
APÊNDICE B – Planos de aula ................................................................................52
APÊNDICE C – Questionário investigativo nº 1 .......................................................55
APÊNDICE D – Questionário investigativo nº 2 .......................................................56
APÊNDICE E – Turma 204 ......................................................................................57
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Atualmente, embora exista uma grande tendência ao uso do computador na
educação, em geral tem sido utilizada uma abordagem que usa esta ferramenta, na
maior parte das vezes, exclusivamente como uma máquina de ensinar, não
representando grande avanço aos métodos tradicionais e convencionais de ensino
(CHARCZUK et al, 2002). Grings e Vieira (apud CHARCZUK et al, 2002) enfatizam
que os benefícios da utilização de novas tecnologias no ensino se darão a partir de
ambientes em que interações se constituam de uma forma cooperativa e construtiva,
entendendo a aprendizagem como um processo de exploração e descoberta, e
sendo dado ao aluno, neste processo, o papel ativo de construtor de sua própria
aprendizagem.
E, conforme ratifica Peres (2006, p. 189), a utilização das Tecnologias da
Informação e Comunicação (TICs) potencializa o sucesso pedagógico quando
utilizadas como ferramentas mediadoras e promotoras do processo de ensino e
aprendizagem, sendo que weblogs, ou apenas blogs como são conhecidos, e
webquests, são ferramentas alternativas na mediação dos métodos educativos, por
facilitarem a interdisciplinaridade, num ambiente (o virtual) que é por natureza aberto
e colaborativo.
Para tanto, o professor não poderá ser apenas um transmissor ortodoxo do
conhecimento, pois se precisa considerar os recursos da computação e a posição
autodidata cada vez mais assumida pelos alunos (NETO apud CHARCZUK et al,
2002). Conforme cita Perrenoud:
A autonomia e a responsabilidade de um profissional dependem de uma grande capacidade de refletir em e sobre sua ação. Essa capacidade está no âmago do desenvolvimento permanente, em função da experiência de competências e dos saberes profissionais. (apud MORAES & PICOLLI, 2006, p. 98)
11
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
(PCNEM), cabe ao professor ter a competência de optar pela estratégia mais
adequada para explorar dado assunto, visando sempre qual competência quer que
seja desenvolvida em seus alunos para aquele instante. (2006, p. 13).
Segundo Gadotti (2003, p. 16), o aluno precisa construir e reconstruir
conhecimento a partir do que faz e, para isso, o professor também precisa ser
curioso, buscar sentido para o que faz e apontar novas direções para o que fazer
dos seus alunos. Assim, ele deixará de ser um “lecionador” para ser um organizador
de conhecimento e de aprendizagem.
O uso pedagógico e, mais especificamente, educacional, de qualquer meio técnico de comunicação envolve não apenas uma reflexão sobre as concepções de educação que fundamentam as práticas e as políticas pedagógicas, mas, sobretudo, a consideração das concepções e representações sobre o meio em questão, sua função social e suas características técnicas e estéticas. (BELLONI, 2003, p. 289)
A proposta de inclusão digital propicia, segundo projeto desenvolvido pela
Universidade Federal da Bahia (UFBA/FACED) em parceria com os municípios de
Irecê e Salvador, mesmo Estado, não apenas a inserção de estudantes e
professores no mundo digitalizado como também significa uma imersão nesses
espaços, buscando dinamizar saberes a serem produzidos através do currículo
escolar. O digital no percurso de formação escolar-acadêmica pode, ainda de acordo
com a pesquisa, intensificar a qualidade dos processos educativos, promover as
relações estabelecidas no espaço escolar e ampliar novas produções de
conhecimento para a formação de alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Diante de toda a complexidade do cenário globalizado e tecnologicamente
avançado atualmente vivenciado, os professores precisam empreender esforços
para não só se inteirarem das formas de uso dessas ferramentas tecnológicas, mas
também de identificar, nas potencialidades desses recursos, quais as implicações
que elas trarão à sua postura profissional, ao seu trabalho docente e ao seu papel
como educador. Percebe-se, portanto, que, ao contrário do que muitos possam
pensar, a presença do professor não diminui em importância em função da
tecnologia (COELHO & HAGUENAUER, 2004).
2 TICs: TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
A formação docente precisa ser repensada em função das novas relações que emergem de recentes paradigmas da cultura tecnológica. (SCHLEMMER, 2006, p. 40)
Cada vez, conforme afirma Amanda Polato1, parece impossível imaginar a vida
sem as TICs. Entre os professores, a disseminação de computadores, Internet,
celulares entre outras “engenhocas” da modernidade provocam reações variadas,
desde a expectativa pela possibilidade de usar estes recursos em sala de aula, até
mesmo uma sensação de impotência por parte dos professores por não saber como
usá-los ou ter menor conhecimento sobre este uso em relação aos alunos.
Muitos professores, conforme cita Schlemmer (2006, p. 34), viveram a infância
e a adolescência em um mundo analógico, oposto ao mundo digital, e estudaram em
uma escola analógica. A tecnologia com que estes professores tinham contato à
época eram toca-discos, toca-fitas, e calculadoras sequer entravam em sala de aula.
Máquina fotográfica, máquina de escrever, um televisor, não eram comuns em todas
as residências. A autora traduz bem o perfil que muitos têm por conta disso: são da
geração do “não mexe que estraga”, e isso talvez tenha seus reflexos agora,
quando, a curiosidade de muitos em conhecer o novo, sentar num computador,
acessar a Internet e se abrir para uma nova metodologia que use a informática em
favor do ensino, é suprimida.
Assim, temos de um lado os “imigrantes digitais”, os professores acima
referidos, e os “nativos digitais”, os alunos de hoje, que, conforme cita Perrenoud
(2000), “[...] já nascem numa cultura em que se clica”.
1 Revista Nova Escola, ano XXIV, n. 223, jun./jul.09, p. 50-58.
13
O uso da tecnologia no ensino é algo relativamente novo, o que justifica que
certos conflitos existam em relação a ele, afinal, a informática e a Internet criaram
um paradigma pedagógico no qual docentes e alunos enfrentam novos desafios
para melhorar a qualidade do processo educativo. Cada vez mais se consolida a
prática de utilização de softwares adequados e voltados para a área educacional,
caracterizando significativa contribuição da informática ao ensino dos conteúdos de
várias disciplinas presentes no currículo escolar. Visto que a escola não pode
subtrair-se desta realidade, é indefensável excluir deste contexto as novas
tecnologias, pois, em uma situação de formação contínua, pode haver melhoras
significativas nas operações mentais e de aprendizagem dos alunos (GARCÍA &
ORTEGA, 2007, 562).
Fora isso, utilizar as tecnologias básicas de redação e informação, como
computadores, na produção de textos adequados para relatar experiências, formular
dúvidas ou apresentar conclusões, sistematizando dados relevantes para a
compreensão de uma situação-problema, são algumas das competências apontadas
pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e passíveis de serem contempladas
com a execução do presente projeto (BRASIL, 2006, pp. 36-40). Além disso, o
conhecimento e o uso de recursos disponíveis na informática tendem a retirar o
aluno da passividade e a colocá-lo diante de situações problematizadoras,
permitindo a este ser o principal ator na construção de seus conhecimentos.
A partir dessa idéia é que surge o Projeto Sapo Verde, que visa o uso da
informática como metodologia de apoio no ensino de Biologia, buscando avaliar
como isso pode auxiliar no processo de ensino e aprendizagem na referida
disciplina, especificamente, na Educação de Jovens e Adultos (EJA), através do uso
de blogs e webquests em um site informativo e interativo.
Aprender Biologia permite ampliar o entendimento sobre o mundo vivo, e,
especialmente, contribui para que seja percebida a singularidade da vida humana
relativamente aos demais seres vivos, em função de sua incomparável capacidade
de intervenção no meio em que vive (BRASIL, 2006, p. 34). Tratar de conceitos
relacionados aos mais variados conteúdos e dinamizar as aulas de Biologia,
principalmente no que tange aos seus conteúdos mais abstratos, através dos
recursos que a informática pode proporcionar, possivelmente acarretará resultados
mais significativos, atraindo o interesse dos alunos e permitindo o desenvolvimento
de autonomia e comprometimento com a pesquisa.
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O projeto tem, então, por objetivos: aplicar o recurso Informática no
reconhecimento de temas biológicos; ensinar a utilizar ferramentas de pesquisa da
Web de forma crítica, propiciando familiaridade com o mundo digital; promover a
iniciação tecnológica de estudantes da EJA; e expandir os horizontes de informação
e cultura dos estudantes da EJA a partir dos instrumentos de pesquisa e divulgação
no mundo digital.
3 A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA
A pesquisa é passo fundamental da autonomia que todo ser em crescimento contínuo de suas capacidades cognitivas deve dar para atingir a mais plena satisfação pessoal de seu desenvolvimento. Os educadores devem tornar-se sujeitos de suas propostas, afim de que enquanto formadores possam se aproximar cada vez mais do ponto de equilíbrio que existe entre uma metodologia diferenciada e a lógica da qual dependem os alunos para serem autores do seu próprio pensamento crítico, acrescentando-lhes perspicácia na busca dos conhecimentos necessários a unidade epistemológica de saberes que pretendem tornar-se. (MORAES & PICCOLI apud REIS, 2008, p. 10)
Para Belloni (apud CHARCZUK et al, 2002) é função da educação formar
cidadãos livres e autônomos, sujeitos do processo educacional: professores e
estudantes identificados com seu novo papel de pesquisadores num mundo cada
vez mais informacional e informatizado. Para ele, o fundamento de uma nova
pedagogia tem de ser a pesquisa, como mecanismo central do processo de
construção do conhecimento do qual professores e alunos participem criativamente,
redefinindo radicalmente os papéis e as relações entre eles e potencializando de
modo inédito a construção coletiva do conhecimento. Assim, conforme Ramal (1999,
p. 12) à medida que o saber é construído, ocorre a partilha dos conteúdos e das
experiências, e isso legitima o conhecimento, pois o expõe a críticas, a divergências
e, é claro, enriquece a pesquisa de todos.
De acordo com Belloni (apud CHARCZUK et al, 2002) e Perrenoud (2000), o
professor deve ser um usuário ativo, crítico e mediador entre os meios tecnológicos
e os alunos. Desta maneira, ele estará presente no processo de construção e
elaboração de uma forma de atuação para com os seus educandos, e necessita
para isso internalizar as novas ferramentas no seu trabalho.
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O papel do professor também é discutido por Lèvy (apud CHARCZUK et al,
2002), o qual afirma que a aprendizagem coletiva é o novo papel dos professores e
sua competência deve deslocar-se no sentido de incentivar a aprendizagem e o
pensamento, centrando sua atividade no acompanhamento e na gestão das
aprendizagens: o incitamento à troca dos saberes, a mediação relacional e
simbólica, a pilotagem personalizada dos percursos de aprendizagem. Conforme
menciona Moraes:
A utilização da pesquisa em sala de aula implica em transformar os encontros entre os sujeitos em oportunidades de diálogo. Isto possibilitará a construção e reconstrução de conhecimento, através do permanente questionamento dos conhecimentos que os componentes do grupo já possuem. (apud MORAES & PICCOLI, 2006, p. 99)
Considerando-se que, no mundo futuro, o indivíduo precisará, mais do que
saber coisas, saber aprender, dominar os processos pelos quais vier a se aproximar
do conhecimento e da informação – pois viveremos num mundo em que será
necessário acessar a uma multiplicidade de informações, e aprender
permanentemente será fundamental, a primeira das várias possibilidades que a
tecnologia oferece à escola se relaciona justamente ao desenvolvimento do gosto
pela pesquisa e pelo saber (RAMAL, 1999, p. 3).
4 INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
Uno de los rasgos que, indudablemente, va a caracterizar a las sociedades del S. XXI, es la incorporación plena de las TIC tanto al campo profesional como al personal. El ámbito educativo no sólo no puede subtraerse a esta realidad, sino que tiene ante sí el reto de hacer frente a las desigualdades sociales que se manifestam en el acesso a la utilización de estas tecnologías y la alfabetización digital, hasta el punto de que “uno de los indicadores de calidad de la educación en los países desarrollados tecnológicamente debe ser la forma en que la escuela aborda y reduce la creciente brecha digital, o división social entre quienes saben y no saben utilizar las nuevas tecnologías para mejorar sus relaciones sociales e laborales. (BAUTISTA apud GARCÍA & ORTEGA, 2007, p. 562)
As culturas dos povos são continuamente moldadas pelo uso das tecnologias.
A televisão, por exemplo, modificou o hábito das famílias e continua até hoje
influenciando o comportamento da sociedade. O mesmo fenômeno está
acontecendo com a introdução das novas tecnologias interativas na sociedade,
sendo que as ferramentas tecnológicas estão se espalhando explosivamente na
educação, principalmente na área da ciência. Chegou-se até mesmo a um ponto
onde alguns autores mostram que há uma tendência de colocar a tecnologia e o
computador como salvadores da educação e dos estudantes, livrando-os de aulas
chatas, dos pensamentos provincianos e da falta de motivação nas aulas
tradicionais (FERREIRA, 1998, p. 781).
Mas qual a relação entre o professor e o aluno com esta onda tecnológica que
entra no sistema educacional? Como deve ser a interação entre alunos e estes
recursos? O material disponibilizado na Internet é confiável? Os alunos têm
autonomia e senso crítico para utilizá-la? O uso da tecnologia no ensino determina o
processo de aprendizagem ou o processo de aprendizagem deverá determinar o uso
da tecnologia no ensino? Ela promove melhoria no ensino ou aumenta o acesso à
educação? Estas são algumas das questões apontadas por Ferreira (1998, p. 780) e
18
Ramal (1999, p. 2) e cujas respostas estes e tantos outros autores buscam dar. Mas
trata-se também de questionamentos os quais professores que pretendam fazer uso
da informática como metodologia de ensino devem se fazer para então poder utilizá-
la de forma efetiva na educação.
Para Cysneiros (apud GUELPELI et al, 2005, p. 139), de um modo geral, o uso
da informática na educação vem se ampliando com o correr dos anos,
principalmente com a inclusão de Novas Tecnologias de Informação e Comunicação
(NTICs) nos processos de ensino e aprendizagem. Assim, quando o computador é
usado em atividades envolvendo o professor e o aluno, tais como na utilização de
um editor de texto, no uso de um software educacional, na preparação de uma
planilha de cálculo ou para acessar a Internet numa pesquisa escolar, nestes casos
está havendo o uso da tecnologia da informática na educação. Alguns trabalhos
demonstram que programas interativos podem trazer melhorias consideráveis para o
processo de ensino e aprendizagem, tanto nas aulas teóricas como nas
experimentais (FERREIRA, 1998, p. 781).
Segundo Guelpeli e Rodrigues (GUELPELI et al, 2005, p. 139), as NTICs
trazem novas perspectivas para o mundo educacional, pois permitem superar as
fronteiras geográficas, possibilitando assim o compartilhamento de experiências em
comum, sem restrições de espaço e tempo, e a integração social, levando em conta
que professores que atuam em localidades de difícil acesso em nosso país podem
fazer uso das NTICs para melhorar a integração entre culturas e classes sociais
diferentes, dando um passo importante para o desenvolvimento da informática
educativa no Brasil.
O professor é, aliás, um dos elos mais importantes neste processo. Para
Moretti (apud FERREIRA, 1998, p. 781), “[...] o computador só funciona quando
melhoramos o professor”. Para Ramal (1999, p. 20), se não houver uma preparação
consistente do educador para lidar com esses meios, muitas vezes tais atividades
terão pouca validade pedagógica. A utilização da informática e da Internet na escola
pode então correr o risco de se fechar em si mesma, isto é, no uso do computador
pelo computador apenas. Para Wild:
A tecnologia é uma experiência mediada entre o professor em formação e sua imagem de si mesmo, sua percepção da auto-estima, e particularmente com vistas ao seu potencial como professor. Nesse contexto, a experiência do uso da tecnologia está intrinsecamente ligada
19
com a visão que o professor em formação tem de seu papel, de sua missão, e de seu próprio “estar no mundo”. (apud RAMAL 1999, p. 23)
Ladislau Dowbor (apud GADOTTI, 2000, p. 7), após descrever as facilidades
que as novas tecnologias oferecem ao professor, se pergunta: “O que eu tenho a ver
com tudo isso, se na minha escola não tem nem biblioteca e com o meu salário eu
não posso comprar um computador?” Ele mesmo responde que será preciso
trabalhar em dois tempos: o tempo do passado e o tempo do futuro. Fazer tudo hoje
para superar as condições do atraso e, ao mesmo tempo, criar as condições para
aproveitar amanhã as possibilidades das novas tecnologias. Mais do que apenas um
direito, para Gadotti (2000, p. 7) “[...] o acesso à informação é um direito
fundamental, um direito primário, o primeiro de todos os direitos, pois sem ele não se
tem acesso aos outros direitos”. E as novas tecnologias criaram novos espaços do
conhecimento, onde se tem informação disponível na rede de computadores
interligados, através da Internet.
Para Ramal (1999, p. 5), a Internet é um excelente instrumento para viabilizar
um conceito amplo de educação, “[...] associando os conteúdos da escola com a
realidade extra-muros”. A conexão da sala de aula à rede da informação e da
comunicação faz com que o universo de conhecimentos se amplie, pois, ao
“navegar”2 no ciberespaço, o aluno tem acesso a um sem-número de informações,
com a vantagem de elas serem provenientes de diferentes culturas, indicadoras de
diferentes visões de mundo e de significações diversas. Para a autora, o computador
em conexão com a Internet, ao contrário do que ocorria com as inovações
tecnológicas anteriores (como os retro projetores), não é apenas um modo de tornar
a aula mais atraente, de motivar o aluno para aprender e de tornar a informação
mais interessante. A Internet traz nela o próprio conteúdo, o próprio saber. Com isso,
ela e a máquina, tidas por muitos como os maiores perigos para a desumanização
da sala de aula, acabarão funcionando ao contrário, e possibilitarão a alunos e
professores que “naveguem” juntos, através da troca de experiências, dos fóruns de
debate, do fascínio pelo conhecimento que isto pode acarretar, da aprendizagem
cooperativa e do enriquecimento cultural, que poderão então ser práticas cotidianas
no contexto escolar, favorecendo a relação professor-aluno e, por que não, aluno-
aluno, e o crescimento pessoal de ambos.
2 Nota do autor: navegar, neste contexto, significa ter acesso aos vários sites disponíveis na Web.
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As novas tecnologias podem e devem ser utilizadas no sentido de uma nova
escola, onde o professor não é o detentor do saber, mas sim um orientador do
estudo, com intuito de superar a visão que se tem do aluno como meramente um
receptor passivo (RAMAL, 1999, p. 16).
É necessária, portanto, uma nova concepção da sala de aula, que passa a ser daquele espaço de escuta e recepção, onde o ideal era que ninguém conversasse, para um ambiente de cooperação e construção, em que, embora existam individualidades, ninguém fique isolado e todos partilhem o conhecimento. E isso é possível com o uso de um espaço multimídia, onde o aluno passa a ser agente de seu processo de ensino e aprendizagem, e o professor, um interlocutor desse método. (RAMAL, 1999, p. 17)
Costa et al (2003, pp. 9-10), em seu trabalho com jovens e adultos, constatou
que o uso do computador em suas aulas ao longo de um semestre modificou as
relações em sala de aula, onde educando e educador trabalharam juntos, com muito
mais proximidade, o que facilitou o desenvolvimento dos alunos, além de aumentar o
interesse destes pelo curso ofertado, mantendo a freqüência regular e evitando a
evasão escolar, que costuma ser alta.
Diante do exposto, percebe-se ser imprescindível a utilização das novas
tecnologias na escola, pois assim, através delas, o acesso ao conhecimento é
ofertado a todos que nelas estiverem inseridos (BRASILEIRO, 2002, p. 10). Todavia,
não é qualquer escola que poderá formar pessoas para atuar numa sociedade
comandada pelo desenvolvimento tecnológico (SILVA, 2002). Não é o saber
instrumental e técnico, por exemplo, que irá garantir a inserção do educando adulto
na cultura digital promovida pelas NTICs, mas sim um saber que consiga romper
com a dicotomia teoria x prática. Possibilitar o acesso do educando trabalhador às
NTICs torna-se uma necessidade urgente, e a escola, como instituição responsável
pela formação técnico cientifica do cidadão precisa inserir em seu currículo os
elementos da cultura digital.
Mas também urge salientar a idéia de Alves (2001, p. 9) ratificada por Bautista
(apud GARCÍA & ORTEGA, 2007, p. 562) e que iniciou este capítulo. Torna-se
preocupante a cada vez mais acelerada e profunda inserção das NTICs no cotidiano
das práticas sociais, pois isto pode possibilitar uma ruptura que diria respeito à
distinção entre os que sabem e os que não sabem trabalhar com as novas
tecnologias. Isso afeta em muito a EJA, visto serem cada vez maiores as demandas
por trabalhadores que já possuam conhecimento em informática.
5 A PRÁTICA EDUCATIVA DE JOVENS E ADULTOS
Durante os anos de 1996 e 1997, houve um intenso movimento de jovens e
adultos no Brasil, que, segundo Soares (apud CARDOZO et al, 2005, p. 4), muita
gente desconhece. À época ocorreu a V Conferência Internacional de Educação de
Adultos, em Hamburgo, na Alemanha, em que houve uma agenda de preparação
com a participação de vários segmentos envolvidos na EJA sendo traçados como
princípios, dentre outros, o acesso às modernas tecnologias de comunicação
existentes para a melhoria da atuação dos educadores e articulação (não apenas
instrumental) com a formação profissional.
Para Belloni (apud MARTINS, 2005, p. 83), a educação se vê frente a um
desafio: contribuir para assegurar que todas as pessoas se tornem usuários criativos
e críticos destas novas ferramentas, sem provocar uma exclusão, afinal a formação
do cidadão crítico é um imperativo para o desenvolvimento da sociedade, além de
ser um direito inalienável (ANDRADE, 2007, p. 3). Conforme cita Caetano (2006, p.
5), do ponto de vista do impacto social, a introdução das NTICs no cotidiano dos
indivíduos tanto pode proporcionar maior acesso à informação e interação entre
grupos remotos como exigir melhor formação profissional para lidar com essas
novas ferramentas (por conta da introdução das tecnologias à rotina de trabalho).
Assim, as NTICs contribuem para mudanças no perfil do trabalhador e provocam
exigências do mercado de trabalho em relação à formação dos profissionais. E,
segue o autor, embora a modernidade e a tecnologia estejam cada vez mais
presentes na sociedade, o processo de formação e as oportunidades de acesso à
informação e às NTICs não são iguais a todos os cidadãos, o que corrobora a idéia
de uma exclusão digital.
22
Educar em uma sociedade da informação significa muito mais que treinar as pessoas para o uso das tecnologias de informação e comunicação: trata-se de investir na criação de competências suficientemente amplas que lhes permitam ter uma atuação efetiva na produção de bens e serviços, tomarem decisões fundamentadas no conhecimento, operar com fluência os novos meios e ferramentas em seu trabalho, bem como aplicar criativamente as novas mídias, seja em usos simples e rotineiros, seja em aplicações mais sofisticadas. Trata-se também de formar os indivíduos para “aprender a aprender”, de modo a serem capazes de lidar positivamente com a contínua e acelerada transformação da base tecnológica. Significa capacitar as pessoas para a tomada de decisões e para escolha informada acerca de todos os aspectos na vida em sociedade que as afetam. (TADAO apud CAETANO, 2006, p. 7)
Brasileiro (2002, p. 9), em seu trabalho sobre inclusão digital em turmas de
EJA, chegou à conclusão de que este público sente-se à margem do processo de
informatização da sociedade através de depoimentos como “A gente está sendo
excluído da evolução”, “Isso eu sinto não só porque não temos na escola, mas
porque não temos em lugar nenhum” e “A gente já até discutiu sobre isso. Mais uma
vez estamos sendo excluídos”. E isso implica em exclusão social, num contexto (da
EJA) em que o aluno e o meio social devem estar absolutamente articulados
(ANDRADE, 2007, p. 3).
Perrenoud (2000) cita que “[...] as crianças já nascem numa cultura em que se
clica”. Trata-se muito sobre o cidadão do futuro, crianças e adolescentes inclusos
numa geração digital (SILVA, 2002). Mas e o cidadão do presente? Jovens e adultos
muitas vezes são excluídos das discussões e ações que se referem às NTICs. Isso
para um público que já teve pouco acesso à cultura letrada... Seria justo negar-lhes
o acesso à cultura digital também?
Tendo em vista que muitos alunos da EJA não têm acesso às novas
tecnologias nas instituições escolares e que, de acordo com Brasileiro (2002, p. 1) e
Barone (2004, p. 18), não se percebe um movimento das escolas visando incluí-los
na sociedade da informação, propõe-se a utilização do computador, parte da
realidade do mundo do trabalho, na sala de aula, como instrumento facilitador e
motivador da aprendizagem, concomitante à inserção do aluno na tecnologia digital,
como proposto por Boro (2002, p. 105) e Benício (2002).
Nos depoimentos dos alunos participantes do trabalho desenvolvido por
Brasileiro (2002, p. 9) ficou nítido o desejo da incorporação material das novas
tecnologias, especialmente do computador, na escola, o que representa para muitos
a porta de entrada para o mundo moderno. Pesquisas sobre os motivos que levam
23
esses jovens e adultos à escola apontam, predominantemente, para as suas
expectativas de conseguir um emprego melhor (BORO, 2002, p. 108), incluindo,
ainda, vontade de um maior entendimento sobre as coisas, de expressar-se mais
claramente, de “ser gente”, de não depender sempre dos outros.
Sol (2004), em sua pesquisa de mestrado, apontou para significativos
progressos nos enunciados produzidos por esses alunos quando estimulados a
expressar-se junto aos ambientes informatizados.
6 INTEGRANDO AS TECNOLOGIAS AO PROCESSO EDUCACIONAL
Partindo-se do pressuposto de que apenas o uso da tecnologia não resolverá
os problemas educacionais (AGUIAR, 2006), mas, se utilizada adequadamente,
poderá colaborar no processo e no desenvolvimento educacional, e sabendo-se que
isto exige uma forte dose de atenção e mudança de postura do professor, buscou-se
propor uma opção metodológica ao processo de ensino e aprendizagem, onde o
professor possa inovar e modificar a forma de ensinar e aprender.
As características dos sistemas utilizados, e abaixo descritos, são a
interatividade, a integração e a não-linearidade (AGUIAR, 2006). A primeira por
possibilitar o controle e a interdependência do aluno/usuário na seleção das
informações e no ritmo do trabalho; integração de diferentes meios, o que atende
aos diversos estilos e preferências de aprendizagem; e a última possibilita que o
aluno/usuário “se movimente” através do site e suas ferramentas, itens a serem
abordados na Metodologia, fazendo associação de conceitos e descobrindo
interconexões necessárias para compreensão do conteúdo estudado.
6.1 Webquest
“[...] modelo extremamente simples e rico para dimensionar usos
educacionais da Web, com fundamento em aprendizagem cooperativa e processos
investigativos na construção do saber”. Essa é a definição encontrada no site do
Projeto Webquest – Escola do Futuro – USP. Proposta por Bernie Dodge, professor
estadual da Califórnia (EUA) em 1995, como define Barros (2005), “[...] webquest é
25
uma metodologia que direciona o trabalho de pesquisa utilizando os recursos da
Internet.” Trata-se de uma atividade investigativa feita pelo professor para ser
solucionada pelos alunos em grupos. Hoje já conta com mais de dez mil páginas na
Web, com propostas de educadores de diversas partes do mundo conforme dados
contidos no site supracitado.
Seus recursos, também chamados de fontes, podem ser livros, vídeos,
pessoas a entrevistar, mas normalmente são sites ou páginas da Web. Podem ser
curtas, com duração de uma a três aulas, ou longas, com duração de uma semana a
um mês para ser explorada pelos alunos também em sala de aula. Pela proposta de
Dodge, a webquest é constituída de sete seções, chamadas “elementos
estruturantes”, definidas a seguir de acordo com apontamentos de Barros (2005, p.
5) e do Ministério da Educação e Cultura (MEC):
a) Introdução – determina a atividade. Deve ser atraente e instigante;
b) Tarefa – é a definição do que o aluno terá de executar para completar a
atividade proposta na introdução. Quanto mais as tarefas
corresponderem aos objetivos que se deseja alcançar em relação às
descobertas e aprendizagens dos alunos, mais estes se verão
colaboradores e participantes na construção do conhecimento;
c) Processo – tudo o que se espera e será avaliado no trabalho com
webquest deve estar evidenciado neste item;
d) Recursos – apresenta as fontes de informações necessárias para que a
tarefa possa ser cumprida - sites, livros, vídeos etc;
e) Avaliação – um dos pontos mais importantes do trabalho colaborativo.
Segundo Dodge deve-se trabalhar com tabelas, fichas ou um
questionário a ser respondido pelos alunos, bem como algumas formas
de análise das interações e descobertas realizadas;
f) Conclusão – forma de apresentar um resumo das aprendizagens, bem
como, os pontos que poderão ser retomados em outros momentos;
g) Créditos – para informar as fontes de onde são retiradas as informações
para montar a webquest; nomes de quem a confeccionou e
agradecimentos.
Segundo dados do MEC, as webquests promovem uma aprendizagem
cooperativa e estão baseadas na convicção de que aprendemos mais e melhor com
os outros do que sozinhos; garante o acesso à informação autêntica e atualizada;
26
permite ao educador modernizar os modos de fazer educação; incentiva a
criatividade dos professores e dos alunos; favorece as habilidades do conhecer (o
aprender a aprender). Nesse processo, tanto alunos como professores são atores e
aprendizes, desenvolvendo a autonomia, através da prática interdisciplinar, onde a
intuição, imaginação e prazer são possibilidades construídas pelos desafios.
Professores e alunos levantam hipóteses, organizam, selecionam informações;
buscam desenvolver novas formas de comunicação e expressão nas diversas áreas
do conhecimento; refletem, imaginam e exercitam a cidadania através de atitudes
solidárias e autônomas; enfim, mostram o que querem, o que sabem e o que podem
fazer – são autores e atores que criam e inovam nos procedimentos e metodologias
utilizadas, descobertas e recriadas (BARROS, 2005, p. 9).
6.2 Blog
Um weblog, ou simplesmente blog, como é vulgarmente conhecido, é um
ambiente de criação, edição e publicação on-line que não exige conhecimentos
técnicos especializados e agrega uma série de ferramentas, quase todas gratuitas,
de auxílio à publicação. Na sua forma primária, um blog é caracterizado por ser
criado por uma única pessoa constituindo um espaço individual, de relatos de
opinião. Os edublogs, blogs utilizados com propósitos educacionais, transportam o
desenvolvimento de conceitos para o plano social (PERES, 2006, p. 189).
Os blogs usados em projetos educacionais podem promover entre os
participantes o exercício da expressão criadora, escrita, artística, hipertextual, e o
exercício do diálogo, da autoria e da co-autoria. Além disso, abrem espaço para a
consolidação de novos papéis para alunos e professores no processo de ensino e
aprendizagem, com uma atuação menos diretiva e mais participativa de todos. “[...]
Uma parceria numa metodologia em que todos ensinam e aprendem” (FREIRE apud
GUTIERREZ, 2003, p. 96).
De acordo com a experiência relatada por PERES (2006, p. 196), a utilização
de um edublog em uma de suas turmas promoveu a aquisição e o desenvolvimento
de competências múltiplas que extrapolaram o limiar do objeto de estudo, tais como:
competência de registrar o aprendido; de contextualizar ao criarem novos tópicos no
27
blog; de relacionar conceitos com suas próprias experiências e idéias dos colegas;
de concluir frente a pontos de vista divergentes; de debater, comentar e discutir; de
criar, publicar e partilhar dados; de comunicar; de auto-organização; de trabalhar em
equipe, colaborando no blog; de pesquisar e selecionar informação da Internet e de
utilizar as ferramentas que a Web oferece.
7 METODOLOGIA
Quando o aprendiz é desafiado a questionar, quando ele se perturba e necessita pensar para expressar suas dúvidas, quando lhe é permitido formular questões que tenham significação para ele, emergindo de sua história de vida, de seus interesses, seus valores e condições pessoais, passa a desenvolver a competência para formular e equacionar problemas. Quem consegue formular com clareza um problema, a ser resolvido, começa a aprender a definir as direções de sua atividade. (FAGUNDES et al apud SCHLEMMER, 2001)
O Projeto Sapo Verde consistiu primeiramente na criação de um site
informativo e interativo, acessado através do endereço eletrônico
http://www.mundosapoverde.vai.la, que servisse como contato, inicial para muitos,
com a tecnologia, onde foram disponibilizados materiais, como notícias, vídeos, links
entre outros, relacionados a alguns dos conteúdos abordados ao longo do primeiro
semestre letivo da disciplina de Biologia. No site foram incluídas também duas
webquests, trabalhadas por oito períodos (quatro aulas), e um blog, utilizado em
praticamente todas as aulas que envolveram a execução do projeto, para que estes
temas fossem abordados, os exercícios resolvidos e as respostas dos mesmos
publicadas.
Visou-se não apenas a apropriação do conhecimento referente ao conteúdo,
mas também o desenvolver de um posicionamento crítico destes alunos, não
somente em relação ao objeto proposto, mas também em relação à pesquisa e às
fontes disponíveis na Internet para que este posicionamento pudesse ser formado.
7.1 Público alvo
29
O projeto foi desenvolvido com alunos do programa Ensinando e Aprendendo
com Jovens e Adultos (EAJA), do Centro Universitário La Salle (UNILASALLE),
localizado no município de Canoas, que oferece acesso aos Ensinos Fundamental e
Médio. O trabalho foi desenvolvido de 16/03/2009 a 23/07/2009, período de vigência
do estágio curricular obrigatório IV.
Foram ministradas sete aulas em laboratório de informática da instituição de
ensino, tendo como recursos data-show, microcomputadores, Internet além dos
softwares regularmente encontrados no mercado e necessários à confecção do site/
blog/ webquest e também para edição do material a ser produzido e publicado pelos
alunos.
A avaliação foi feita mediante pesquisa qualitativa, bem como por observação
sistemática da apropriação do conhecimento pelos alunos e o desenvolver de sua
autonomia e análise crítica frente às situações-problema que lhes foram
apresentadas.
A presente proposta, baseada na metodologia de Projetos de Aprendizagem
Baseados em Problemas, citado por Schlemmer (2001), compreendeu, por parte do
professor:
a) definição de problema (s) a ser (em) investigado (s) pelos alunos e
critérios de julgamento sobre relevância em relação a determinado
contexto;
b) criação e desenvolvimento de um planejamento do projeto de forma
cooperativa que compreendeu: levantar hipóteses; buscar/ localizar/
selecionar/ recolher informações; definir/ escolher/ criar procedimentos
para testar a relevância das informações escolhidas em relação aos
problemas e às questões formuladas; organizar e comunicar o
conhecimento construído através de apresentações sistemáticas (no
caso, a publicação on-line).
Uma vez que o material fica disponibilizado na Internet, com acesso, portanto,
mundial, o projeto levou em conta, também, a preocupação de que esta experiência
possa ser não apenas acessada, mas reproduzida em outros ambientes escolares,
atingindo seu objetivo.
30
7.2 Investigação de resultados
Foram aplicados dois questionários investigativos, um após a primeira etapa do
projeto (atividades que envolveram as webquests) e um na última aula do semestre
letivo, a fim de verificar qual o impacto, para o aluno, do uso da informática nas aulas
de biologia (apêndices C e D), fazendo-se, com isso, uma pesquisa qualitativa.
7.3 Criação do site
O site (Figura 1) foi criado utilizando-se os seguintes programas: NVU, um
software livre, utilizado para criação de site; Adobe Photoshop e Adobe Illustrator,
softwares pagos, utilizados para edição e composição de imagens; Adobe Flash
Player, software pago, utilizado para edição de filmes.
Figura 1 – Layout da página inicial do site.
Fonte: Autoria própria, 2009.
31
Para criá-lo foi utilizado um procedimento comum na publicidade, chamado
briefing, um elemento chave para o planejamento de todas as etapas do trabalho, de
acordo com suas necessidades. O briefing se constituiu num conjunto de
informações passadas em uma reunião com uma webdesigner, para o
desenvolvimento do trabalho. Nele, foram levados em consideração o nome, o
objetivo e o público alvo do projeto, e seguidas as instruções e obrigatoriedades por
parte do mesmo, apresentação do layout escolhido e publicação/hospedagem do
site na Internet.
7.4 Criação das webquests
Foram utillizadas duas webquests neste projeto, uma já disponível na Internet,
sobre Divisão Celular (Figura 2), e outra, sobre Transporte através da Membrana
Plasmática (Figura 3.), por mim confeccionada.
Figura 2 – Layout da página inicial da webquest sobre divisão celular. Fonte: Autoria própria, 2009.
32
Figura 3 – Layout da página inicial da webquest sobre membrana plasmática. Fonte: Autoria própria, 2009.
Ambas foram criadas na estrutura de um site, através do Google Page Creator
(Figura 4), bastando que o usuário tenha uma conta de e-mail cadastrada no Google
e efetuando-se o login (acesso à conta) na mesma.
Figura 4 – Google Page Creator: Interface de acesso. Fonte: Autoria própria, 2009.
Foram então criados os links de acesso às páginas que representam as etapas
presentes em uma webquest, como, por exemplo, “Introdução” e “Tarefa”.
33
Na figura 5 pode-se ver a interface da ferramenta de edição de site Google
Page Creator, onde cada item representa uma página com link que liga todas as
páginas entre si, formando então o site.
Figura 5 - Interface da ferramenta de edição de site Google Page Creator. Fonte: Autoria própria, 2009.
7.5 Criação do blog
Para a criação do blog, foi acessado o endereço https://www.blogger.com/start,
onde, tendo-se uma conta de e-mail cadastrada no Google ou no Yahoo!, e
efetuando-se o login, qualquer usuário da World Wide Web (WWW) pode criar um
blog, bastando seguir os passos que vão sendo indicados, como escolha de nome e
layout.
O usuário poderá então gerenciar o blog, incluindo post (mensagem), imagens,
vídeos, gifs entre outros arquivos, trocar o layout, cor da fonte entre tantas outras
possibilidades.
7.6 Pesquisa e obtenção de imagens e vídeos
Os vídeos educacionais utilizados nas webquests foram obtidos através de
pesquisa no You Tube (http://www.youtube.com), com uso de palavras-chave
relacionadas aos conteúdos trabalhados.
34
Quase todas as imagens utilizadas são resultado de pesquisa no site de busca
Google (http://www.google.com), sendo que, tanto as imagens quanto os vídeos
utilizados, com fins ilustrativos e/ou educacionais são, em sua maioria, de domínio
público, e, em não sendo assim, os devidos créditos foram registrados.
8 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os alunos e alunas da EJA trazem consigo uma visão de mundo influenciada por seus traços culturais de origem e por sua vivência social, familiar e profissional. Podemos dizer que eles trazem uma noção de mundo mais relacionada ao ver e ao fazer, uma visão de mundo apoiada numa adesão espontânea e imediata às coisas que vê. Ao escolher o caminho da escola, a interrogação passa a acompanhar o ver desse aluno, deixando-o preparado para o olhar. Aberto à aprendizagem, eles vêm para a sala de aula com um olhar que é, por um lado, um olhar receptivo, sensível, e, por outro, é um olhar ativo: olhar curioso, explorador, olhar que investiga, olhar que pensa. (BRASIL, 2006, p. 5, grifo do autor)
Tal qual como cita BRASIL (2006, p. 4) a visão de mundo de uma pessoa que
retoma os estudos depois de adulta, após um tempo afastada da escola, ou mesmo
daquela que inicia sua trajetória escolar nessa fase da vida, é bastante peculiar.
Protagonistas de histórias reais e ricos em experiências vividas, os alunos jovens e
adultos configuram tipos humanos diversos. São homens e mulheres que chegam à
escola com crenças e valores já constituídos. Além disso, eles apresentam
motivações diferentes para procurarem uma escola nessa fase de suas vidas, que
está muito além da obtenção de um diploma apenas. “[...] Os jovens e adultos
buscam na escola, sem dúvida, mas do que conteúdos prontos para serem
reproduzidos. Eles querem se sentir sujeitos ativos, participativos e crescer cultural,
social e economicamente” (BRASIL, 2006, p. 11).
Dos homens e mulheres, jovens, adultos ou idosos que buscaram retomar os
estudos no EAJA, metade informou ter buscado com isso uma chance de encontrar
um emprego melhor e o gosto pelo saber. A maior parte destes alunos estava
afastada dos estudos há mais de trinta anos, e os motivos incluíam precisar
trabalhar e ajudar no orçamento da casa, por terem se casado muito cedo, as
36
mulheres por terem que ficar em casa cuidando dos filhos ou porque seus pais não
acreditavam que o estudo era importante.
Alguns dos alunos vieram de um processo de idas e vindas, de ingressos e
desistências, o que é comum de se perceber no EAJA. Lecionando há 2 anos com
este público, na mesma instituição, se percebeu que o índice de evasão é bastante
alto. Conforme BRASIL (2006, p. 6), ir à escola, para um jovem ou adulto, é antes de
tudo um desafio, um projeto de vida. Entre os motivos de desistência observados
estão o medo por não compreenderem toda a gama de conteúdos que estão tendo;
de tantas disciplinas ao mesmo tempo; ou porque a imagem que trazem, ou pela
escola que já freqüentaram ou pela escola que os filhos e/ou netos freqüentam, é
diferente da que eles agora se deparam. Esta última situação pôde-se perceber com
a execução do projeto. Uma boa parcela dos estudantes acreditava que matéria no
caderno, muita matéria, era fundamental. Alguns alunos simplesmente não
imaginavam que o computador e o acesso à Internet pudessem contribuir com seus
estudos. Alguns logo foram motivados, outros ficaram deslumbrados com o “mundo
de possibilidades” oferecido pela Internet; alguns foram sendo “conquistados” e
outros não gostaram da proposta. Para estes últimos, aulas expositivas, com pontos
copiados do quadro-negro e lição de casa eram fundamentais, e cobravam que lhes
fossem dadas tarefas para realizar em casa, não se dando conta de que estas já
estavam sendo realizadas através dos exercícios on-line propostos. Cabe salientar
que o material referente ao conteúdo explorado no site foi impresso e disponibilizado
aos alunos. Importante registrar também que não foi observada nenhuma
desistência dos estudos por conta do uso da informática no ensino de biologia, mas
percebeu-se que dois alunos não faziam questão de comparecer à aula, quando
sabiam que esta seria realizada no laboratório de informática.
BRASIL (2006, p. 8), afirmou que “[...] alunos mais velhos, especialmente,
seriam os mais resistentes a uma nova concepção de ensino”. Bem, os alunos mais
jovens da turma acharam que aula expositiva e matéria no caderno representam o
melhor método, e justamente os adultos de mais idade, foram os mais interessados
e os que melhor responderam à proposta. Uma senhora, por exemplo, no auge de
seus 80 anos, ficou maravilhada por poder localizar no Google Earth a rua em que
mora, pesquisar sobre as flores que tanto lhe interessam e poder, através de
pesquisa no Google, responder às questões que eram propostas. Coisas comuns
37
para quem, assim como eu, já apresenta certo domínio da Internet, mas que para ela
representou uma possibilidade, uma conquista.
Dos 19 alunos envolvidos no projeto, 13 já haviam utilizado computadores (vide
Quadro 2), porém, destes, apenas 5 tinham domínio sobre a ferramenta, e os
demais nunca haviam utilizado um computador. Foi pedido que fossem formadas,
então, duplas, sempre havendo um dos integrantes que soubesse fazer uso da
máquina. Mas o intuito e o cuidado sempre foram de que ambos utilizassem o
computador, afinal, o objetivo era também a inclusão digital, e disso dependia a
realização das atividades propostas, por todos os alunos. O que foi interessante
nisso, é que, ao pedir que formassem duplas, alguns alunos resolveram que, mesmo
não tendo domínio ou sequer tendo feito uso de um computador, gostariam de ficar
sozinhos em alguma máquina, solicitando ajuda do professor e de outros colegas,
para assim aprenderem a lidar com o equipamento.
Quadro 1 – número de horas-aula usado para cada conteúdo trabalhado
Conteúdos trabalhados Horas-aula
Transporte através da Membrana Plasmática (Webquest, com
fontes de pesquisa – sites - fornecidas pelo professor)
5
Divisão celular (Webquest, com fontes de pesquisa – sites -
fornecidas pelo professor)
3
Evolução (tema proposto e pesquisa livre) 4
Fonte: autoria própria, 2009.
O segundo conteúdo, o da divisão celular, é relativamente mais complexo do
que o primeiro. O fato de os alunos terem um rendimento e assimilação mais rápida
no segundo e não no primeiro tópico abordado nas aulas (vide Quadro 1) que
envolveram o laboratório de informática, pode-se dever ao fato de terem se
apropriado do conhecimento que diz respeito ao uso da ferramenta, ou seja, do
manuseio do computador e da “navegação” através do site e seus links. No caso das
webquests, foram fornecidos links, sites em que os alunos pudessem procurar as
informações pertinentes, ou seja, tratou-se de um estudo dirigido, com fontes
confiáveis pré-selecionadas pelo professor. O conteúdo referente à Evolução teve
uma tarefa diferenciada no modo como os alunos deveriam buscar solucionar a
situação que lhes era exposta, uma vez que estes deveriam buscar tais fontes.
38
Percebeu-se que há facilidade de dispersão, como apontado por Moran (1997).
Para ele, ensinar utilizando a Internet exige uma forte dose de atenção pelo
professor, pois, diante de todas as possibilidades de busca, a própria navegação se
torna mais sedutora do que o necessário trabalho de interpretação. Alguns alunos se
perderam no emaranhado de possibilidades de navegação, e acabaram não
procurando o que estava combinado, deixando-se arrastar por interesses pessoais,
o que implicou no comprometimento desses alunos com a pesquisa e,
consequentemente, no processo de ensino e aprendizagem. Isso é ratificado na
resposta de um aluno adolescente: “Às vezes, muitas vezes, dá vontade de terminar
logo, para poder acessar outras coisas”.
Outra parte da turma fazia a pesquisa referente ao tema proposto, porém
perdia muito tempo com informações pouco significativas para a resolução da
situação-problema apresentada, ou não se aprofundava no assunto, dando
respostas superficiais, pouco elaboradas. Foram três os exercícios desta natureza,
um para cada tema trabalhado. Apenas na terceira tarefa, que apresentava maior
complexidade em relação às anteriores, essa dificuldade foi superada por
praticamente todos, que adquiriram a habilidade de selecionar, comparar, sintetizar e
contextualizar os dados mais relevantes para que a proposta fosse atendida.
Cabe registrar outra situação percebida em relação ao desenvolvimento de
competências. Os alunos aprenderam como se faz a pesquisa, porém muitos
usavam um “Qual desses aqui (links) eu entro professora?” Eram tantas conexões
possíveis, que eles acabavam tendo dificuldade em escolher o que era realmente
significativo e fazer as relações necessárias para responder a problemática em
questão. Aos poucos, foram desenvolvendo uma autonomia maior no quesito
pesquisa e solução da situação-problema, embora alguns tenham mantido o hábito
do “Vê se é isso mesmo, professora!” antes de postarem algo no blog, onde eles
deveriam fazer o registro do resultado de suas pesquisas.
Conforme já citava Moran (1997), “[...] é mais atraente navegar, descobrir
coisas novas do que analisá-las, compará-las, separando o que é essencial”. Os
alunos às vezes ficavam na primeira página que abriam. Outros buscavam as mais
bonitas, tanto que alguns responderam que o uso da informática foi bom pelo tanto
de figuras que eles puderam encontrar. Visualizar algumas das coisas tão abstratas
39
que fazem parte do conteúdo de biologia era um dos objetivos e foi realmente
importante para eles, porém não podia ser o meio de escolha da fonte de pesquisa3.
Algo que exigiu bastante empenho neste trabalho foi estar atento aos
diferentes “ritmos” de cada aluno, às suas formas pessoais de navegação. Enquanto
uns já haviam concluído à tarefa, vários outros a estavam executando, com maior ou
menor grau de dificuldade, geralmente por falta de domínio da ferramenta de
pesquisa, do como e onde pesquisar, e alguns pelo manuseio da ferramenta. Isso
também poderia implicar em dispersão daqueles que logo cumpriam a tarefa.
Conforme Moran (1997) a lentidão de uns pode indicar não apenas uma dificuldade
maior, mas também a possibilidade de um maior aprofundamento nas informações
contidas nos sites e que eles devem organizar para atender ao que é proposto.
Realmente, alguns, mesmo tendo o domínio da ferramenta, fizeram uma pesquisa
mais detalhada, e usaram de mais tempo para responder aos questionamentos.
Porém, pelo menos metade do grupo teve dificuldades por conta de não terem o
hábito de usarem computadores.
Quadro 2 – Respostas dadas pelos alunos referentes a algumas questões do
questionário investigativo nº 1 (apêndice C)
Respostas (nº de alunos)
Questões SIM NÃO
Você já havia utilizado um computador? 13 6
Você tem computador em casa? 7 12
Você já havia acessado a Internet? 13 6
Você tem acesso à Internet fora do EAJA? 13 6
Fonte: autoria própria, 2009.
Analisando as informações contidas no Quadro 2, se percebe que vários
alunos informaram já ter usado um computador e ter acesso à Internet, porém
apenas sete possuem computador em casa. Em respostas discursivas, estes últimos
informaram não ter o hábito de usar o computador em casa. Quando questionados
se passaram a utilizá-lo após as aulas no laboratório de informática, todos
informaram que sim, seja para acessar o site criado para o projeto, seja para
3 Nota do autor: por fonte de pesquisa, entenda-se os sites que os alunos deveriam buscar, acessar e
analisar para responder às questões propostas.
40
pesquisa referente a outras disciplinas. Alguns relatos incluem “Despertou minha
curiosidade. Tenho computador em casa, mas pouco usava. Agora não consigo
passar um dia sem utilizar”, ou “Claro que acessei nosso site. Ontem mesmo minha
filha tinha um trabalho do mesmo conteúdo que a gente teve, e já entramos lá”. Ao
longo do semestre, vários alunos fizeram relato de terem indicado o site para
sobrinhos, filhos e/ou netos como fonte de consulta para os conteúdos trabalhados.
Alunos que não possuem acesso à Internet informaram que, se o tivessem, fariam
consulta ao site criado, como meio de estudo.
Na aula em que foi passado um vídeo, como forma de iniciar o conteúdo sobre
evolução, e que ocorreu também no laboratório de informática, embora o intuito
fosse apenas que o vídeo fosse passado, foi resolvido deixar que os alunos
acessassem por cerca de quarenta minutos a Internet de forma livre, ou seja, sem
que qualquer tema fosse proposto, com intuito de verificar qual comportamento
diante deste mundo de possibilidades que a navegação em sites oferece eles teriam.
No dia, compareceram dezessete alunos. Destes, alguns acessaram sites de
história, outros de geografia, outros de biologia, outros de química, enfim, usaram
este acesso para consultar curiosidades que viram nesta ou em outras disciplinas. A
maioria consultou sites com vídeos ou com testes que pudessem ser feitos. Isto
demonstrou que estes alunos se tornaram estudiosos autônomos e responsáveis
pelo próprio crescimento, capazes de buscar a informação por si mesmos, formar
seus próprios conceitos e opiniões. Apenas dois alunos não se enquadraram na
situação descrita.
Através dos questionários, pôde-se perceber também que os alunos têm
interesse em procurar cursos de informática, informando que o mercado de trabalho,
objetivo de muitos que retomaram os estudos, oferece mais chances àqueles que
tem conhecimento em informática. Possuir um certificado escolar ou
profissionalizante não implica em garantia de trabalho. Pode ser interessante pensar
sobre as habilidades que a escola pode ajudar a desenvolver e que contribuam para
uma atuação mais eficiente nesse universo diversificado e competitivo que é o do
trabalho (BRASIL, 2006, p. 21). A escola não deve tomar para si a responsabilidade
da preparação do trabalhador, mas também não pode deixar tudo por conta do
aluno, uma vez que esta é uma responsabilidade social, atribuída à escola também.
A própria instituição lassalista, que tem por objetivo formar para o trabalho, passará
a oferecer tal curso para estes alunos, de forma gratuita, bem como lhes é ofertado
41
os cursos de Ensino Fundamental e Médio. Isto lhes foi informado no final do mês de
maio e poucos foram os alunos que não se inscreveram. Motivos? Uma aluna, e
dona de casa, informou que aos sábados o esposo trabalha, e não poderia deixar de
estar em casa preparando o almoço para ir ao curso, mesmo que quisesse muito
fazê-lo. Isto pode indicar um pouco do reflexo do que fez tantos deixarem de estudar
em outro momento.
Em geral, o uso do computador aumentou a motivação e o interesse dos
alunos pelas aulas e pela pesquisa, motivação esta ligada à curiosidade pelas novas
possibilidades que a Internet representa. Além disso, os conteúdos que chegaram
aos alunos pela Internet se tornaram mais interessantes e atraentes, conforme as
respostas destes mesmos, do que quando apresentados em livros ou apostilas,
material já tão conhecido pelos alunos; para eles, aprender tendo acesso à rede
mundial fez com que “vissem as coisas como elas são”.
Houve uma primeira etapa de deslumbramento, de curiosidade, de fascínio
diante disso. Depois, conforme havia identificado Moran (1997) em seu trabalho,
veio a etapa de domínio da tecnologia, de escolha das preferências. Os alunos
foram se sentindo mais seguros e adquirindo mais intimidade com o computador a
cada retorno ao laboratório de informática, o que lhes causou motivação. Mais tarde,
os alunos passaram a identificar e apontar os problemas, as dificuldades de
conexão, de “navegação”, e alguns deixaram clara a impaciência que sentiam por
não terem uma resposta já pronta. Mas uma das possibilidades em se trabalhar com
a Internet é justamente desenvolver a intuição, porque, conforme Moran:
(...)as informações vão sendo descobertas por acerto e erro, por conexões “escondidas”. As conexões não são lineares, vão “linkando-se” por hipertextos, textos interconectados, mas ocultos, com inúmeras possibilidades diferentes de navegação. (1997)
As dificuldades apresentadas foram trabalhadas individualmente, ou em
pequenos grupos, fato que, segundo Costa et al (2003, p. 09), evita o
comprometimento com julgamentos coletivos que levam a sentimentos de
humilhação e rejeição. Há com isso, o respeito ao ritmo e a forma de organização
mental de cada indivíduo, o que também garante que o aluno seja o sujeito de sua
própria aprendizagem.
42
Outro resultado, segundo Moran (1997) comum à maior parte dos projetos que
envolvem o uso da Internet, confirma a riqueza de interações que surgem, os
contatos virtuais, as amizades, as trocas constantes com outros colegas, tanto por
parte de professores como dos alunos. Alguns alunos criaram contas de e-mail para
manter contato com os demais alunos que já possuíam uma conta. Outros passaram
a integrar-se em redes sociais como Orkut e Windows Live Messenger (msn).
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na turma em que foi aplicado o projeto, havia alunos com diferentes traços de
vida, origens, idades, vivências profissionais, ritmos de aprendizagem, e estrutura de
pensamento completamente variada, o que foi um desafio com resultados
importantes e gratificantes.
Foram alunos que têm entre 18 e 80 anos de idade. São donas de casa,
aposentados, profissionais autônomos e pessoas tentando ingressar no mercado de
trabalho. Cada um com seus sonhos e em busca de muito mais do que um diploma
que informe que agora eles fazem parte da cultura letrada. Tendo em vista a
carência de metodologias de ensino voltadas a este público, optou-se por utilizar-se
de um tema, a informática na educação, que, de acordo com a bibliografia
consultada, também carece de trabalhos ao seu respeito, para tentar quebrar
paradigmas no ensino, contribuindo para o trabalho de outros profissionais na área
da educação, mas principalmente como forma de realização pessoal, por um desejo
de fazer parte do grupo de professores que não se acomodam diante do novo, que
também sabe a importância de que nunca se perca o “aprender a aprender”, algo
que deve ser constante, e que se buscou possibilitar que fosse um hábito adquirido
pelos alunos também.
Deve-se perceber que a nossa realidade educacional encontra-se diante de
uma decisão: aceitar e absorver corretamente a proposta tecnológica ou continuar
utilizando a tecnologia de modo irrelevante. Seja qual for a escolha, faz-se
necessário ter em mente que a tecnologia existente não pode ser excluída do
ambiente educacional, tendo em vista que sua utilidade já está comprovada em
todos os ramos da sociedade, e que ela pode ser utilizada como nova proposta
44
pedagógica por possibilitar aulas mais dinâmicas, empolgantes e estimulantes
(FERNANDES, 2006, p. 25).
Mas vale salientar que só o uso das tecnologias como ferramentas não será
suficiente para dar boa continuidade ao processo de ensino e aprendizagem, afinal,
informação, a qual os alunos tiveram amplo acesso no desenvolver do projeto, não é
conhecimento. Ou seja, o acesso a ela não produz um estudante bem educado
(FERREIRA, 1998, p. 785; SCHLEMMER, 2001; AGUIAR, 2006). A organização das
aulas em torno da Internet é recomendável, mas só terá validade com a
determinação clara dos objetivos do ensino por parte dos professores. Portanto, o
que importa neste processo é a abordagem pedagógica que o professor pode
imprimir e não a tecnologia em si (FERREIRA, 1998, p. 785; BORO, 2002, p. 112).
É consensual a urgência de mudanças nas práticas avaliativas, mas não há fórmulas mágicas. Um dos requisitos necessários é a necessidade de conhecer metodologias e propostas diferentes das tradicionais, pois a ressignificação das práticas avaliativas requer o compromisso do mediador pedagógico (professor) com uma determinada concepção de educação e não simplesmente a modernização de técnicas e/ou instrumentos avaliativos. (CALIXTO et al, 2005, p. 6)
Por conta disso, o Projeto Sapo Verde visou integrar o humano e o tecnológico,
dentro de uma visão pedagógica nova, criativa e aberta (MORAN, 1997), em que
ensinar com a Internet possa significar uma mudança nos paradigmas do ensino e
não apenas um paliativo ou uma jogada de marketing, conforme citou Moran (1997),
para dizer que o nosso ensino é moderno.
Nessa perspectiva, bem como esperado por Marinho (2008, p. 497) em seu
trabalho sobre iniciação em tecnologias digitais, através deste projeto buscou-se
preparar os estudantes para enfrentar desafios, oferecendo condições para o
desenvolvimento de sua capacidade de crítica e criatividade, esperando-se que os
alunos sejam levados a agir de maneira cooperativa na solução de problemas, afinal
essas são habilidades exigidas pela sociedade e cujo desenvolvimento deve buscar-
se na escola.
REFERÊNCIAS AGUIAR, Raymunda Viana. Desenvolvimento, implementação e avaliação de Ambiente Virtual de Aprendizagem em um curso profissionalizante de Enfermagem. 2006. 212 f. Dissertação (doutorado) – Universidade de São Paulo, Curso de Pós-Graduação em Enfermagem. ALFABETIZAÇÃO digital e a Educação de Jovens e Adultos – EJA. Salvador: Universidade Federal da Bahia, [2005?]. Disponível em: <http://www.leg.ufba.br/twiki/pub/GEC/ExtensaoMec/ANEXO2.ProjetoEJA.doc.doc>. Acesso em ago. 2008. ALVES, Evandro. Construções textuais de alunos jovens e adultos na interseção com tecnologias de escrita informatizada: possibilidades de inclusão. Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2001. Disponível em: <http://www.anped.org.br/reunioes/24/t1859513218876.doc>. Acesso em set. 2008. ANDRADE, Márcia Regina. Educação de Jovens e Adultos: construindo estratégias superando desafios. In: CEREJA – Centro de Referência em Educação de Jovens e Adultos, 2007. Disponível em: <http://www.cereja.org.br/arquivos_upload/marcia_regina_andrade_ej_construindo.pdf>. Acesso em set. 2008. AVILA, Rodolfo E. et al. El uso de las nuevas tecnologías de información y comunicación (NTIC) para la enseñanza/ aprendizaje de Biología Celular, Histología y Embriología. In: Informedica 2002: 2º Congreso Virtual Iberoamericano de Informática Médica, 2002, Córdoba. BARONE, Rosa Elisa Mirra. Politicas publicas para educação de jovens e adultos: as articulações entre educação e trabalho. In: Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, 8, 2004, Coimbra. Anais... Coimbra, CES, 2004. p.1-19. BARROS, Gílian Cristina. WebQuest: Metodologia que ultrapassa os limites do ciberespaço. 2005. BELLONI, Maria Luiza. A televisão como ferramenta pedagógica na formação de professores. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.29, n.2, p. 287-301, jul./dez. 2003.
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50
APÊNDICE A – Plano de trabalho
Conteúdo: citologia – transporte através da membrana plasmática e divisão celular;
evolução.
Objetivo: exprimir-se textual e/ou oralmente com correção e clareza, usando a
terminologia correta; utilizar diferentes formas de obter informações, selecionando
aquelas pertinentes ao conteúdo abordado, sistematizando aquelas relevantes para
a compreensão da situação-problema; formular hipóteses e prever resultados,
utilizando elementos da Biologia; elaborar estratégias de enfrentamento das
questões, selecionando metodologias científicas adequadas; ler, interpretar, criticar e
apresentar, de forma organizada, o conhecimento biológico apreendido, através de
textos, desenhos, esquemas, gráficos, tabelas, maquetes etc; expressar dúvidas,
idéias e conclusões acerca dos fenômenos biológicos; relacionar os diversos
conteúdos conceituais de Biologia (lógica interna) na compreensão de fenômenos;
estabelecer relações entre parte e todo de um fenômeno ou processo biológico;
utilizar noções e conceitos da Biologia em novas situações de aprendizado
(existencial ou escolar); relacionar o conhecimento das diversas disciplinas para o
entendimento de fatos ou processos biológicos (lógica externa); reconhecer o ser
humano como agente e paciente de transformações intencionais por ele produzidas
no seu ambiente; julgar ações de intervenção, identificando aquelas que visam à
preservação e à implementação da saúde individual, coletiva e do ambiente;
identificar as relações entre o conhecimento científico e o desenvolvimento
tecnológico, considerando a preservação da vida, as condições de vida e as
concepções de desenvolvimento sustentável; adquirir uma atitude de permanente
aprendizado.
Metodologia: aulas em laboratório de informática, com realização de estudos
dirigidos (webquests), interação em blogs, pesquisas on-line (textos e/ou fontes
fornecidas pelo professor ou de pesquisa livre) - atividades propostas em um site
criado pelo professor; realização de debates realizados em sala de aula; produção
textual dos alunos (trabalhos realizados em grupo ou individualmente), a qual será
publicada no site disponibilizado a toda comunidade escolar.
51
Recursos: laboratório de informática.
Avaliação: participação e posicionamento coerente dos alunos frente à atividade
proposta; autonomia; comprometimento com a pesquisa; resolução de exercícios
propostos.
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APÊNDICE B – Planos de aula
PLANOS DE AULA Nº 3 e 4
Escola: UNILASALLE/ EAJA
Estagiário: Anelucy de Andrade
Turma: GE – Etapa IV
Data: 30/03/2009 e 06/04/2009
Duração: 4h
Conteúdo: célula: estrutura e funcionamento – citoplasma e suas organelas
(continuação); membrana plasmática e sua permeabilidade seletiva.
Habilidades: abstrair o que é uma célula, como esta pode ser formada e entender
como se dá o transporte através da membrana plasmática.
Metodologia: aula expositivo-dialogada e interativa, com uso de ambientes virtuais
de aprendizagem.
Recursos: data show, laboratório de informática.
Avaliação: participação em aula/ resolução das atividades propostas.
53
PLANO DE AULA Nº 5 e 6
Escola: UNILASALLE/ EAJA
Estagiário: Anelucy de Andrade
Turma: GE – Etapa IV
Data: 13/04/2009 e 20/04/2009
Duração: 4h
Conteúdo: célula: estrutura e funcionamento – núcleo celular (cromatina,
cromossomos e genes); divisão celular.
Habilidades: compreender que o núcleo é o centro de comando da célula; identificar
estrutura e função dos cromossomos bem como sua relação com hereditariedade.
Metodologia: aula expositivo-dialogada e interativa, com uso de ambientes virtuais
de aprendizagem.
Recursos: data-show, laboratório de informática, webquest, material impresso.
Avaliação: participação em aula/ realização das atividades propostas.
da turma e colaboração na atividade de vídeo.
54
PLANO DE AULA Nº 13 e 14
Escola: UNILASALLE/ EAJA
Estagiário: Anelucy de Andrade
Turma: GE – Etapa IV
Data: 08/06/2009 e 15/06/2009
Duração: 4h
Conteúdo: conquista do ambiente terrestre.
Habilidades: compreensão das teorias, bem como das evidências evolutivas, na
conquista do ambiente terrestre, aprendendo mais sobre as mudanças ocorridas
com as espécies que estiveram em ascensão neste período, além de entender os
mecanismos evolutivos que contribuíram neste processo e a variabilidade genética
das populações através da seleção natural.
Metodologia: aula interativa em laboratório de informática.
Recursos: webquest.
Avaliação: participação da turma na atividade e resolução dos exercícios propostos
na webquest.
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APÊNDICE C – Questionário investigativo nº 1
1. Em relação às aulas de Biologia, você acha que o uso do computador
contribuiu para o seu aprendizado na disciplina? Em que sentido?
2. Você possui computador em casa?
3. Tinha o hábito de utilizá-lo antes das aulas no Laboratório de Informática?
4. Passou a utilizá-lo após nossas aulas?
5. Você já havia usado um computador?
6. Você já havia acessado a Internet?
7. Você possui acesso à Internet fora do LaSalle?
8. Buscou acessar o site utilizado nas aulas?
9. Se você não tem acesso a Internet: caso tivesse, faria consulta ao site
utilizado como meio de estudos?
10. Ter usado um computador em suas aulas representou o que para você? Por
exemplo: teve interesse em procurar um curso de informática, em acessar a
Internet, em digitar trabalhos, ficou mais motivado etc.
11. Você tem interesse em ter novas aulas de Biologia no Laboratório de
Informática?
12. Gostaria que o método fosse adotado por outras disciplinas?
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APÊNDICE D - Questionário investigativo nº 2
1. Qual sua idade?
2. Já havia feito uso de um computador?
3. Já havia usado computador em outra disciplina?
4. Para você, foi mais fácil assimilar o conteúdo de Biologia com o uso da
Internet? Por quê?
5. Você vai fazer o curso de informática oferecido pelo EAJA? O que motivou
você a se inscrever no referido curso?
6. Você estava afastado dos estudos há quanto tempo, quando decidiu procurar
o EAJA? O que lhe fez interromper os estudos na época?
7. O que lhe motivou a voltar a estudar (por exemplo: mercado de trabalho, o
gosto pelo saber, só para obter o diploma etc.)?
8. Para você, as aulas no laboratório de informática contribuíram, atrapalharam
ou foram indiferentes no seu aprendizado referente ao conteúdo de Biologia?
9. O que a escola representa para você?
10. Deixe um recado! Preferencialmente, relacionado às nossas aulas de Biologia
com o auxílio da Internet.