Projeto Pedagógico de Curso -...

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1 Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR Projeto Pedagógico de Curso Técnico em Agronegócio a Distância - Modalidade Subsequente Brasília, 2014.

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    Servio Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR

    Projeto Pedaggico de Curso

    Tcnico em Agronegcio a Distncia

    - Modalidade Subsequente

    Braslia, 2014.

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    SUMRIO

    1APRESENTAO.............................................................................................................................4

    2DADOSDAINSTITUIO.............................................................................................................5

    2.1MissodoSENAR..................................................................................................................................5

    2.2PrincpiosdoSENAR...........................................................................................................................6

    2.3PrincipaisProdutoseServios.......................................................................................................7

    2.4InfraestruturaelocalizaodasAdministraesRegionaisdoSENAR.........................17

    2.5ResponsabilidadeSocial..................................................................................................................19

    2.6JustificativadeimplantaodocursotcnicoemAgronegciodenvelmdioadistncia.......................................................................................................................................................24

    3REFERENCIAISTERICO-METODOLGICOS.....................................................................26

    3.1FundamentosTericos....................................................................................................................26

    3.1.1ModelodeEaD.............................................................................................................................................27

    3.1.3Andragogia....................................................................................................................................................29

    3.1.4FormaoporCompetncias.................................................................................................................30

    3.1.5MetodologiaAtivaePrticaProfissional.........................................................................................32

    3.2ModeloeMetodologiadeAtuao...............................................................................................33

    3.2.1ProduodoCursoTcnicoemAgronegcioaDistncia.........................................................36

    3.3AgentesdoProcessodeEnsinoeAprendizagem...................................................................36

    4DADOSGERAISDOCURSO.......................................................................................................38

    4.1EstruturaCurricular.........................................................................................................................38

    5OBJETIVOS....................................................................................................................................39

    5.1ObjetivoGeral.....................................................................................................................................39

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    5.2ObjetivosEspecficos........................................................................................................................39

    6REQUISITOSDEACESSOEPBLICO-ALVO........................................................................40

    7PERFILPROFISSIONAL.............................................................................................................41

    7.1PerfilProfissionaldoTcnicoemAgronegcio......................................................................41

    8ORGANIZAOCURRICULAR.................................................................................................46

    8.1MatrizCurricular...............................................................................................................................51

    8.2FluxoCurriculardoCursoTcnicoemAgronegcio.............................................................53

    8.3ItinerrioFormativo.........................................................................................................................54

    8.4IntegralizaodaCargaHorria...................................................................................................55

    8.5AtividadesComplementares..........................................................................................................55

    8.6EstgioSupervisionado...................................................................................................................55

    9APROVEITAMENTODEESTUDOS.........................................................................................56

    10SISTEMADEAVALIAODOAPROVEITAMENTOESCOLAR.....................................58

    10.1AvaliaodaAprendizagem........................................................................................................59

    10.2RecuperaodaAprendizagem.................................................................................................60

    11INFRAESTRUTURA..................................................................................................................62

    12PESSOALACADMICO,ADMINISTRATIVOEDEAPOIO..............................................64

    13DIPLOMA....................................................................................................................................65

    14REFERNCIAS............................................................................................................................66

    ANEXO1-PROJETODASUNIDADECURRICULARES..........................................................71

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    1 APRESENTAO

    Este documento apresenta o Projeto Pedaggico do Curso Tcnico de Nvel Mdio em Agronegcio, que ser ofertado na modalidade de educao a distncia pelo Servio Nacional de Aprendizagem Rural SENAR, instituio reconhecida pelo desenvolvimento de atividades educacionais, voltadas s singularidades do campo.

    Iniciaremos expondo os dados institucionais do SENAR, tais como sua finalidade, concepo, misso, histrico, campo de atuao e plano de ampliao, com a justificativa para oferta de curso tcnico de nvel mdio, na modalidade de educao a distncia. Na sequncia, enfatizam-se as caractersticas do projeto pedaggico, quanto base conceitual, fundada em princpios pedaggicos norteadores da organizao do trabalho educativo, tratados nos referenciais tericos.

    Dando prosseguimento, entraremos na estrutura do projeto em si; observadas as articulaes coerentes, tais como justificativa, perfil do egresso e o mercado; imprimindo uma unidade, expressa nos objetivos geral e especficos, na organizao e desenvolvimento curricular, na maneira de conduzir o processo metodolgico que orientar as atividades de ensino e aprendizagem.

    Por fim, as formas de administrao e organizao do sistema educativo, o regimento interno, composio e gesto de pessoal, docentes, tcnicos e administrao, os recursos fsicos para desenvolvimento das atividades, instalaes e equipamentos.

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    2 DADOS DA INSTITUIO

    O Servio Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR uma entidade com

    personalidade jurdica de direito privado, sem fins lucrativos, considerado um servio

    social autnomo vinculado ao sistema sindical, criado pela Lei n 8.315, de 23 de

    dezembro de 1991, e regulamentado pelo Decreto n 566, de 10 de junho de 1992,

    administrar e executar em todo o territrio nacional o ensino da Formao

    Profissional Rural (FPR) e a Promoo Social (PS) do trabalhador rural.

    O SENAR, por fora da Lei n 8.315 e do Decreto n 566, organizado e

    administrado pela Confederao da Agricultura e Pecuria do Brasil - CNA e dirigido

    por um Conselho Deliberativo tripartite, integrado por representantes do governo, da

    classe patronal e da classe trabalhadora rural. O SENAR titular de contribuies

    compulsrias, recepcionadas pelo art. 240 da Constituio Federal - CF, oriundas

    tanto da comercializao de produtos agrossilvipastoris quanto sobre a folha de

    pagamento de empresas rurais e agroindstrias. Apesar de no integrar a

    administrao pblica direta e indireta, presta contas ao TCU, por fora do inciso V,

    do Art. 5 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992.

    2.1 Misso do SENAR

    Promoo Social (PS) das pessoas do meio rural, contribuindo para a melhoria da

    qualidade de vida e para o

    o trabalhador rural e oferecer atividades de promoo social no meio rural, o SENAR

    contribui efetivamente para o aumento de renda, a integrao e ascenso social das

    pessoas a partir dos princpios de sustentabilidade, produtividade e cidadania,

    colaborando tambm para o desenvolvimento socioeconmico do Pas.

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    2.2 Princpios do SENAR

    O SENAR tem como princpios:

    I. Organizar, administrar, executar e supervisionar, em todo o territrio

    nacional, o ensino da Formao Profissional Rural e da Promoo Social das

    pessoas do meio rural.

    II. Com base nos princpios da livre iniciativa, da economia de mercado e

    das urgncias sociais, aprimorar as estratgias educativas e difundir metodologias

    para ofertar aes adequadas de Formao Profissional Rural e Promoo Social ao

    seu pblico.

    III. Assessorar os governos federal e estadual em assuntos relacionados

    com a formao de profissionais rurais e atividades assemelhadas.

    IV. Expandir parcerias e consolidar alianas pblicas e privadas com o

    objetivo de cumprir a misso institucional.

    V. Estimular a pesquisa e garantir o acesso inovao rural.

    VI. Fortalecer e modernizar o sistema sindical rural.

    VII. Aperfeioar os mecanismos de planejamento, monitoramento e

    avaliao de desempenho institucional.

    VIII. Promover a cidadania, a qualidade de vida e a incluso social das

    pessoas do meio rural.

    Nos seus 22 anos de existncia, o SENAR j beneficiou mais de 60 milhes

    de produtores e trabalhadores rurais. Possui, atualmente, mais de 23 mil alunos

    matriculados em 99 salas de incluso digital em 25 UF e 4 unidade mveis; mais de

    157 mil alunos de todas as regies do pas em 17 curso de Ensino a Distncia e

    mais de 4,5 mil dirigentes e colaboradores de sindicatos j foram capacitados pelo

    programa Sindicato Forte.

    O SENAR est presente em praticamente todos os municpios brasileiros.

    Graas a sua capilaridade, sua capacidade de articulao institucional e a sua

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    interlocuo permanente com o setor produtivo e com o setor acadmico tem

    realizado um trabalho diferenciado e permanente, contribuindo significativamente

    para diminuir as enormes diferenas regionais e sociais deste pas.

    Todas as aes de promoo social, capacitaes e cursos do SENAR so

    oferecidos, de forma gratuita, a pessoas do meio rural associadas, direta ou

    indiretamente, aos processos produtivos agrossilvipastoris.

    2.3 Principais Produtos e Servios

    O SENAR desenvolve e dissemina metodologia educacional prpria para a

    realizao da FPR e da PS em todo o Brasil, nos ambientes reais do trabalho rural

    em todas as dimenses (agroindstrias, laticnios, usinas, pastagens, viveiros,

    currais, plantaes, etc).

    Essa metodologia baseada em princpios pedaggicos e andraggicos,

    referentes educao de adultos, que primam por estratgias que conjugam teoria e

    prtica, a experincia do educando e a atuao do educador, possibilitando ainda

    que o participante contextualize e aplique, de forma efetiva e eficaz, as suas

    competncias tanto nos exerccios laborais quanto na vida em sociedade.

    Atento s diversas metodologias e estratgias educativas em expanso, o

    SENAR tambm desenvolve e implementa em todo o pas ferramentas atualizadas,

    como a Educao a Distncia (EaD), a Pedagogia da Alternncia e a Formao por

    Competncias, dentre outras.

    As aes profissionalizantes desenvolvidas pelo SENAR preparam o produtor

    e o trabalhador rural para o mercado de trabalho. O objetivo fazer com que o

    participante compreenda e saiba interagir com o processo de produo e a cadeia

    produtiva, sendo capaz de solucionar possveis problemas de forma criativa e

    eficiente.

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    O SENAR trabalha hoje em 48 reas de atividades e programas de promoo

    social e oferece tambm centenas de cursos em mais de 173 profisses do meio

    rural e programas especiais de formao profissional rural.

    O quadro abaixo demonstra as 8 (oito) linhas de ao para a FPR em 163

    ocupaes e as 7 (sete) reas de atuao da PS em mais de 154 atividades:

    A formao profissional rural um processo educativo, sistematizado que se

    integra aos diferentes nveis e modalidades da educao e s dimenses do

    trabalho, da cincia e da tecnologia, objetivando o desenvolvimento de

    conhecimentos, habilidades e atitudes para a vida produtiva e social. Est associada

    informao e orientao profissional, centrada em ocupaes reconhecidas no

    mercado de trabalho rural para a definio das ofertas educativas a serem

    adequadas ao nvel tecnolgico dessas ocupaes.

    A FPR assume identidade e caractersticas prprias, objetivos

    profissionalizantes e contedos ocupacionais centrados no processo de trabalho,

    resultando em ganhos e aumento da produtividade para o produtor e trabalhador

    rural.

    Figura 1 - Linhas de Ao da FPR e reas da PS do SENAR

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    A promoo social do SENAR, com enfoque educativo, possibilita ao

    trabalhador, produtor rural e suas famlias a aquisio de conhecimentos,

    desenvolvimento de habilidades pessoais e sociais e mudanas de atitudes que

    favorecem melhor qualidade de vida e participao na comunidade.

    A PS tem como princpio primordial melhorar a qualidade de vida e

    proporcionar possveis ganhos sociais e econmicos, por meio de oferta que

    contemple contemple contedos relativos sade, educao, cultura, esporte e

    lazer, segurana no trabalho e preservao e conservao do meio ambiente.

    Alm dos cursos regulares de Formao Inicial e Continuada - FIC - o

    SENAR desenvolve vrios programas nacionais de capacitao e suas vertentes de

    FPR e PS, cabendo destacar os abaixo descritos:

    Figure 2 - Programas Nacionais do SENAR

    Empreendedor Rural:

    Objetiva estimular o empreendedorismo relacionado ao agronegcio;

    transformar o produtor em empreendedor para administrar sua propriedade com

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    eficincia; calcular os custos de seus processos produtivos. Foram atendidos de

    2003 a 2012 78.421 produtores.

    Negcio Certo Rural:

    Objetiva capacitar pequenos produtores rurais e suas famlias com o objetivo

    de criar oportunidades e implementar ferramentas simples de gesto que tornem

    vivel a pequena propriedade rural. Em 2012 foram capacitados 11.165 alunos, em

    25 unidades da federao.

    Com Licena vou Luta:

    Capacitar mulheres em gesto, transformando a participao feminina em

    fator decisivo para o sucesso da empresa rural. Foram atendidas 1.975 mulheres,

    em 2012.

    Incluso Digital Rural: Levar conhecimento sobre informtica s pessoas do campo. Atualmente,

    este programa est sendo aplicado em 114 salas fixas e 90 telecentros, em 25

    Unidades da Federao. 19.451 pessoas capacitadas, em 2012.

    SENAR Rondon: Nos moldes do antigo Projeto Rondon, visa levar professores e alunos

    universitrios a comunidades rurais para prestar servios de apoio profissional e

    social. 534 professores e alunos j participaram do Programa.

    Escola Viva:

    Objetiva melhorar o desempenho dos estudantes do ensino fundamental e do

    ensino mdio, integrando educao escolar com promoo social e qualificao

    profissional. Programa em fase de implantao.

    Trabalho Decente - Educao Postural no Campo: Proporcionar aos produtores e trabalhadores rurais melhores condies de

    trabalho, melhor qualidade de vida em relao postura, ao conforto, sade e

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    segurana durante as suas atividades dirias no campo, por meio de material

    informativo impresso.

    Trabalho Decente - EPI, Trabalhador Protegido:

    O programa conscientiza os empregadores e trabalhadores rurais quanto

    importncia do uso correto dos Equipamentos de Proteo Individual EPI. No

    desempenho de suas atividades, homens e mulheres do campo ficam expostos a

    diversas situaes de risco: acidentes com veculos motorizados, ferramentas e

    objetos cortantes, nvel de rudo excessivo, raios ultravioletas, exposio a gases

    txicos e substncias qumicas, picadas de animais peonhentos, choques eltricos,

    raios, incndios e doenas respiratrias, artrite e zoonoses.

    Apoena: Apoena si -guarani). nessa

    perspectiva que o programa empreende aes pedaggicas voltar a fomentar

    ambientes de acessibilidade fsica e atitudinal no processo ensino aprendizagem. Os

    princpios orientadores para a incluso na FPR so igualdade e respeito dignidade.

    mais que sua limitao, mas sua capacidade, habilidade e competncia para exercer

    uma profisso e ser sujeito ativo na vida em comunidade.

    tero Vida: O programa tem como objetivo gerar a oportunidade de educao, preveno

    e diagnstico do cncer do colo do tero em mulheres rurais que vivem em

    comunidades carentes. 185.746 atendimentos, 32.868 exames de Papanicolau

    realizados, em 2010 e 2011.

    Ciranda da Cultura: Promover aes de lazer e cultura nas comunidades rurais. Mais de 200

    exposies de filmes com 54.300 expectadores, em 2010.

    Qualificao em Suinocultura:

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    Projeto em parceria com a Associao Brasileira de Criadores de Sunos -

    ABCS e a Confederao da Agricultura e Pecuria do Brasil - CNA, que visa

    aumentar o consumo da carne suna. Este programa abrange todo o setor da

    suinocultura - produo, industrializao e comercializao. Cabe ao SENAR

    executar a capacitao dos produtores e trabalhadores de granjas, por meio de:

    manuteno da granja (mdulo obrigatrio), reproduo, maternidade, creche,

    recria/terminao e fbrica de rao.

    Capacitao Tecnolgica de Instrutores: Objetiva criar capacidade tcnica, metodolgica e crtica na formao de

    instrutores para o campo. Abrange as reas de piscicultura; silvicultura; heveicultura;

    ovinocaprinocultura; pecuria leiteira; agricultura de baixo carbono; agricultura de

    preciso; pecuria de corte e floricultura.

    Formao de Empreendedores: A finalidade deste Programa capacitar trabalhadores e produtores rurais

    inseridos em determinadas cadeias produtivas de acordo com as caractersticas da

    localidade/propriedade. Seus objetivos especficos so:

    Capacitar recursos humanos envolvidos na fase de produo da cadeia

    produtiva

    desenvolver competncias tcnicas

    melhorar a gesto da propriedade

    monitorar e avaliar resultados

    promover o fortalecimento de parcerias

    promover atividades de promoo social, de acordo com as necessidades

    locais; e

    cursos de longa durao

    O SENAR vem atuando como um parceiro e um aliado de primeira instncia

    do Governo Federal no que diz respeito ao apoio s polticas pblicas federais para

    a educao profissionalizante, principalmente no que se refere a:

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    PRONATEC:

    Programa de Acesso ao Ensino Tcnico e Emprego que tem como objetivo

    expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos tcnicos e profissionais de

    nvel mdio e de cursos de Formao Inicial e Continuada FIC com carga horria

    mnima de 160h.

    Pblico Beneficiado:

    estudantes do ensino mdio da rede pblica, inclusive da Educao de

    Jovens e Adultos - EJA;

    trabalhadores; e

    beneficirios dos programas federais de transferncia de renda.

    EAD SENAR: O portal EAD SENAR uma iniciativa do SENAR e tem o intuito de contribuir

    com a formao e a profissionalizao das pessoas do meio rural e

    consequentemente aumentar a rentabilidade dos seus negcios e garantir a

    sustentabilidade do meio ambiente.

    Nesse portal, as pessoas do meio rural de todo o territrio nacional tm

    acesso gratuito a 15 cursos na modalidade a distncia, via internet, com aulas

    prticas e acesso a material didtico.

    PLANO ABC:

    Plano Setorial de Mitigao e de Adaptao s Mudanas Climticas para a

    Consolidao de uma Economia de Baixa Emisso de Carbono na Agricultura -

    Plano ABC um dos planos setoriais elaborados de acordo com o artigo 3 do

    Decreto n 7.390/2010 e tem por finalidade a organizao e o planejamento das

    aes a serem realizadas para a adoo das tecnologias de produo sustentveis,

    selecionadas com o objetivo de responder aos compromissos de reduo de

    emisso de gases de efeito estufa - GEE no setor agropecurio, assumidos pelo

    Brasil. Para fazer frente a este desafio foi firmado uma parceria entre

    MAPA/EMBRAPA/SENAR,

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    O MAPA conduz o projeto cujo objetivo buscar a promoo do uso

    sustentvel da terra e a melhoria da gesto florestal no Bioma Cerrado. Sua atuao

    corresponde gesto e ao manejo das reas antropizadas de cerrado por meio de

    fomento produo sustentvel em reas j convertidas para uso agropecurio,

    com base nas 06 tecnologias do Plano ABC: Recuperao de Pastagens Degradas;

    integrao Lavoura-Pecuria-

    Sistema Plantio Direto (SPD); Fixao Biolgica de Nitrognio (FBN); Florestas

    Plantadas; Tratamento de Dejetos Animais.

    O SENAR foi indicado pelo MAPA para ser o executor do projeto, pelo

    reconhecimento das atribuies, capilaridade, competncia tcnica e operacional

    para realizar as atividades propostas. Ficar responsvel pela disseminao das

    diretrizes e tcnicas que visam mitigao da emisso de gases de efeito estufa.

    Os Nmeros da Formao Profissional Rural - FPR

    Dentro das linhas de ao da FPR, reas ocupacionais pertinentes aos

    setores da economia existentes no meio rural, foram desenvolvidas pelo SENAR em

    2013:

    Quadro 1 - Nmero de Turmas, Participantes e Carga Horria das Aes de FPR do SENAR por Linha de Ao 2013

    LINHAS DE AO DA FPR TURMAS PARTICIPANTES

    CARGA

    HORRIA N % N % TOTAL MDIA

    Atividade de apoio agrossilvipastoris 17.943 40,2 256.182 40,5 484.111 27,0 Pecuria 9.100 20,4 126.647 20,0 321.653 35,3 Agricultura 6.647 14,9 107.455 17,0 182.117 27,4 Agroindstria 4.892 11,0 62.661 9,9 137.392 28,1 Atividades relativas prestao de servios 4.583 10,3 58.786 9,3 156.003 34,0 Aqicultura 872 2,0 12.698 2,0 28.307 32,5 Silvicultura 559 1,3 7.033 1,1 12.223 21,9 Extrativismo 68 0,2 1.009 0,2 2.152 31,6

    TOTAL 44.664 100,0 632.471 100,0 1.323.957 29,6

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    A execuo da formao profissional rural no ano de 2013 manteve a

    tendncia observada nos anos anteriores. Suas programaes classificam-se em

    funo do nvel, abrangncia e intensidade com que os contedos so

    Aprendizagem rural, Qualificao, Aperfeioamento, Atualizao e Especializao.

    Quadro 2 - Nmero de Turmas, Participantes e Carga Horria das Aes de FPR do SENAR por Natureza de Programao 2013

    NATUREZAS DA PROGRAMAO TURMAS PARTICIPANTES

    CARGA

    HORRIA N % N % N MDIA

    Aperfeioamento 41.229 92,3 576.012 91,1 1.134.861 27,5 Qualificao 2.181 4,9 33.801 5,3 140.461 64,4 Especializao 644 1,4 6.103 1,0 24.696 38,3 Atualizao 560 1,3 15.527 2,5 4.844 8,7 Aprendizagem rural 50 0,1 1.028 0,2 19.095 381,9

    TOTAL 44.664 100,0 632.471 100,0 1.323.957 29,6

    O aperfeioamento, natureza de programao destinada aos trabalhadores

    que j exercem atividades, manteve a frequncia majoritria entre os tipos ofertados

    92,3% do total de turmas realizadas em 2013, beneficiando cerca de 576 mil

    trabalhadores rurais por meio de aes que tiveram durao mdia de

    aproximadamente 28 horas.

    Promoo Social (PS): A Promoo Social - PS um processo educativo, no-formal, participativo e

    sistematizado, que visa ao desenvolvimento de aptides pessoais e sociais do

    trabalhador rural e de sua famlia, numa perspectiva de maior qualidade de vida,

    conscincia crtica e participao na vida da comunidade.

    A ideia criar condies para que as famlias possam ter seus prprios

    negcios e gerenciar melhor as suas casas, evitando o desperdcio e aprendendo a

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    reciclar, sempre com segurana e respeito ao meio ambiente. O SENAR oferece

    cursos de sade reprodutiva; preveno de acidentes; alfabetizao de jovens e

    adultos; saneamento bsico no meio rural; produo artesanal de alimentos;

    educao ambiental; associativismo; cooperativismo; artesanato em argila; cestaria

    e tranados; pintura em tecidos e artesanato em tecidos. Essas atividades resultam

    na elevao da autoestima e descoberta de aptides pessoais e sociais que ajudam

    a ampliar a renda familiar e melhorar a qualidade de vida.

    Dentro reas relacionadas promoo social, foram desenvolvidas pelo

    SENAR em 2013:

    Quadro 3 - Nmero de Turmas, Participantes e Carga Horria das Aes de Promoo Social do SENAR por rea de Atividade - 2013

    REA DE ATIVIDADE TURMAS PARTICIPANTES

    CARGA

    HORRIA N % N % TOTAL MDIA

    Artesanato 6.497 38,2 82.696 27,7 244.468 37,6 Alimentao e nutrio 6.113 35,9 85.662 28,7 140.459 23,0 Sade 2.287 13,4 53.130 17,8 36.050 15,8 Educao 1.322 7,8 25.969 8,7 28.035 21,2 Organizao comunitria 424 2,5 20.448 6,8 9.447 22,3 Cultura, esporte e lazer 356 2,1 30.682 10,3 5.024 14,1 Apoio s comunidades rurais 18 0,1 387 0,1 408 22,7

    TOTAL 17.017 100,0 298.973 100,0 463.891 27,3

    Diferentemente da formao profissional rural, a promoo social no

    aes tipicamente profissionalizantes.

    as

    utilizadas para alcanar objetivos predeterminados. No ano de 2013 o SENAR

    obteve os seguintes resultados:

    Quadro 4 - Nmero de Turmas, Participantes e Carga Horria das Aes de Promoo Social do SENAR por Tipo de Programao 2013

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    TIPOS DE PROGRAMAO TURMAS PARTICIPANTES

    CARGA

    HORRIA N % N % TOTAL MDIA

    Curso 12.278 72,2 199.610 66,8 341.643 27,8 Treinamento 3.895 22,9 54.033 18,1 116.863 30,0 Encontro 512 3,0 34.453 11,5 2.256 4,4 Seminrio 314 1,8 9.824 3,3 2.879 9,2 Dia especial 13 0,1 973 0,3 118 9,1 Torneio 4 0,0 57 0,0 116 29,0 Congresso 1 0,0 22 0,0 16 16,0

    TOTAL 17.017 100,0 298.973 100,0 463.891 27,3

    Juntos, em 2013, os Cursos e Treinamentos de PS representaram

    aproximadamente 95% do total de turmas e 85% do total de participantes.

    Em 2013, as atividades em capacitao inicial e continuada atingiram a um

    pblico de mais de 3 milhes de pessoas em cursos e atividades presenciais e a

    distncia, conforme mostra o quadro abaixo:

    Quadro 5 - Nmero de Turmas, Participantes e Carga Horria das Aes Executadas pelo SENAR por Atividade 2013

    AO / ATIVIDADE TURMAS PARTICIPANTES CARGA HORRIA

    TOTAL TOTAL MDIA TOTAL MDIA

    Formao Profissional Rural 44.664 632.472 14 1.323.957 29,6

    Promoo Social 17.017 298.973 18 463.891 27,3

    Programas Especiais 66.771 2.075.643 71 4.759.514 71,3

    Pronatec - matrculas SISTEC 2.478 37.165 15 - -

    Ensino Distncia - matrculas - 54.156 - - -

    Outros, inclusive Pronatec Extemporneas - 91.320 - - -

    TOTAL 128.452 3.098.408 24 6.547.362 51,0

    2.4 Infraestrutura e localizao das Administraes Regionais do SENAR

    O SENAR composto por uma Administrao Central, com sede em Braslia,

    e por 27 Administraes Regionais, sediadas em cada UF e no Distrito Federal.

  • 18

    A Administrao Central assegura suporte administrativo, metodolgico e

    jurdico, alm de ser a unidade responsvel pela interface com os rgos federais,

    instituies nacionais e internacionais ligadas educao e ao trabalho, irradiando

    experincias exitosas para as Administraes Regionais, que oferecem ao pblico

    do SENAR em todo o pas aes de formao profissional rural (FPR) e atividades

    de promoo social (PS), a partir das quais so desenvolvidas competncias

    profissionais, contribuindo para o avano socioeconmico dos cidados do campo.

    Cada Administrao Regional do SENAR disponibiliza ao seu pblico uma

    oferta educativa variada, especfica e definida no Planejamento Anual de Trabalho

    (PAT), desenvolvido a partir das necessidades identificadas da FPR e PS.

    Para viabilizar a execuo dos eventos associados a FPR e a PS, as

    Administraes Regionais estabelecem parcerias com entidades; sindicatos rurais;

    associaes de produtores; entidades de classe organizadas; Institutos Federais de

    Educao, Cincia e Tecnologia; rgos de assistncia tcnica e outros que as

    auxiliem a alcanar a clientela de modo abrangente e efetivo no maior nmero

    possvel de municpios do pas. Essas entidades, por seu poder de atuao como

    lideranas locais e junto a seus associados, em geral, atingem a capilaridade

    almejada pela instituio, contribuindo para o levantamento das necessidades locais

    de capacitao profissional, promoo social, mobilizao e composio das turmas.

  • 19

    Figura 3 - Estrutura e Capacidade de Atendimento do SENAR

    2.5 Responsabilidade Social

    Os programas de responsabilidade social do SENAR esto inseridos em uma

    de suas vertentes de trabalho: a promoo social. Na programao das atividades

    da PS so sempre observados os aspectos educativo, preventivo, de

    complementaridade com as aes da formao profissional rural, ganho econmico

    e ganho sociocultural.

    As Administraes Regionais tambm desenvolvem e promovem cursos,

    treinamentos, seminrios, etc., que contribuem com aes e atividades regulares da

    Responsabilidade Social do SENAR. Podemos citar como exemplo o Rio Grande do

    Sul com o Programa Alfa, reconhecido com o TOP CIDADANIA ABRH 2009 e

    Prmio OSWALDO CHECCIA ABRH Nacional 2010 - Categoria Sustentabilidade e

    Responsabilidade Social e o TOP DE MARKETING ADVB 2011. So 210 horas de

    2.500 sindicatos rurais. Mais de 6.000 instrutores em campo. Em 20 anos, 60 milhes de produtores

    e trabalhadores rurais foram atendidos. 23 mil alunos matriculados em 99

    salas de incluso digital em 25 Estados e 4 unidade mveis.

    157 mil alunos de todas as regies do pas em 17 curso de ensino a distncia.

    4,5 mil dirigentes e colaboradores de sindicatos j foram capacitados pelo programa Sindicato Forte.

  • 20

    alfabetizao, complementadas por dois cursos regulares para adultos do campo

    com baixa escolaridade, oferecendo a oportunidade de aprender a ler e escrever.

    H tambm o Programa Agrinho, aplicado por 13 administraes regionais,

    voltado para alunos e professores da educao infantil e do ensino fundamental das

    escolas da rede pblica, desenvolvendo aes que propiciem o despertar da

    conscincia de cidadania, alm do acesso a informaes relativas sade e

    preservao do meio ambiente, com vistas melhoria da qualidade de vida por meio

    da educao. Em 2013, foram atendidas 56.492 turmas e mais de 1.477.406

    pessoas foram beneficiadas.

    Em 2013 o SENAR formou mais de 17.000 turmas nos programas da

    promoo social, atendendo 298.973 pessoas em suas 7 reas de atividade:

    artesanato, alimentao e nutrio, sade, educao, organizao comunitria,

    cultura, esporte e lazer e apoio s comunidades rurais. Por meio de seus Programas

    Especiais (PE), inseridos tanto na vertente da PS quanto da FPR, o SENAR

    desenvolveu vrias aes que beneficiaram cerca de 2 milhes de trabalhadores,

    produtores e seus familiares, distribudos nas localidades de reas rurais em todo o

    pas.

    Na primeira metade do sculo passado, a populao brasileira se concentrava

    fortemente no campo, onde residia mais de 80% das pessoas. O desenvolvimento

    industrial e urbano do pas, a partir da segunda metade do sculo XX, induziu um

    rpido processo de xodo rural, invertendo a concentrao populacional do campo

    para as cidades. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

    Estatstica (IBGE), do total de 55 milhes de domiclios existentes no pas, 84,7%

    esto em zonas urbanas. Esses domiclios renem 83,3% da populao brasileira.

    Um dos motivos mais importantes para a migrao rural-urbana a carncia

    da oferta de servios bsicos no campo, muito especialmente de educao de

    qualidade e contextualizada. E a conscincia crescente de que a educao a base

  • 21

    para a melhoria da qualidade de vida tem levado as famlias do campo para a cidade

    em busca de melhores oportunidade educacionais para seus filhos.

    Este processo de transferncia do meio rural para o meio urbano gera duas

    consequncias correlacionadas. A escassez de mo de obra rural e, ipso factu,

    aumenta a demanda por tecnologias poupadoras de mo de obra. Em ambos os

    casos, o resultado uma forte presso para o crescimento da produtividade do

    trabalho rural, o que s pode ser conseguido com melhorias contnuas no patamar

    educacional da populao da cadeia do agronegcio.

    Assim, atualmente indiscutvel e consensual a necessidade da sociedade

    brasileira, governo e iniciativa privada, envidar todos os esforos para ampliar a

    oferta de programas de educao voltados para o atendimento da cadeia produtiva

    do agronegcio, tanto no meio rural como urbano. Dessa maneira possvel

    viabilizar com eficcia a continuidade do crescimento da produo agrosilvopastoril e

    agroindustrial, setores com o maior potencial de crescimento do pas e

    indispensveis para a continuidade do desenvolvimento dos demais setores da

    economia.

    Como se percebe, o agronegcio brasileiro no apenas o carro-chefe atual

    da economia brasileira, mas

    potencial de crescimento inigualvel em qualquer outra parte do mundo. O

    agronegcio brasileiro responde por cerca de 22% do Produto Interno Bruto - PIB -

    do Brasil, alm de ser responsvel por mais de 40% das exportaes totais e gerar

    37% dos empregos totais do pas

    Ademais tecnologias avanadas j so realidade na agricultura e na pecuria

    do Brasil, constituindo-se no maior fator de produtividade. No obstante, a populao

    rural decrescente e o setor carece de mo de obra qualificada e especializada em

    vrias reas.

  • 22

    Mas apesar da importncia econmica do setor, a oferta educacional ainda

    muito insuficiente e altamente concentrada. O fenmeno da maior produtividade

    rural, que alia equipamentos sofisticados, alta tecnologia e inovao, exige

    profissionais cada vez mais qualificados. Se a populao vinculada cadeia do

    agronegcio no tiver a oportunidade de ampliar seu patamar de educao com

    qualidade, ter dificuldade de disputar os postos de trabalho do futuro e, o que

    mais grave, poder comprometer a dinmica e sustentabilidade do agronegcio

    nacional.

    Muitos jovens do campo que saem em busca de educao no meio urbano

    no retornam, comprometendo, dentre outros aspectos, a sucesso familiar e a

    operao futura de pequenas e mdias propriedades. O pas j vive um apago da

    mo de obra do campo, principalmente no que se refere formao profissional de

    qualidade. Portanto, a manuteno da populao rural no seu meio pressupe a

    ampliao da oferta de servios educacionais em todos os nveis, especialmente nos

    nveis tcnico e tecnolgico, que melhor se adequam ao perfil da populao rural.

    Nosso pas tem se destacado como uma das grandes economias do mundo e

    a agropecuria , sem dvida, uma importante frente do desenvolvimento nacional,

    por isso, preparar jovens e adultos com uma slida e ampla formao tcnica o

    grande desafio da educao profissional e tecnolgica brasileira, pois contribuir

    decisivamente para este crescimento.

    O ltimo Censo Agropecurio do IBGE - Instituto Brasileiro de

    Geografia e Estatsticas (2006) apontou, no entanto, um quadro educacional crtico e

    deficiente do setor rural no Brasil. Segundo o Censo 2006, de um total de 5,2

    milhes de produtores rurais:

    Mais de 1,2 milho no sabem ler nem escrever;

    Apenas 436 mil (8,43%) possuem ensino fundamental completo;

    310 mil possuem ensino mdio completo (6%), destes cerca de 70 mil

    possuem ensino tcnico na rea (tcnico agrcola; 1,35%);

  • 23

    146 mil possuem ensino superior (2,81%), sendo apenas 23 mil (0,45%)

    na rea das Cincias Agrrias e da Terra (agrnomos, engenheiros agrnomos,

    mdico veterinrio, zootecnista e engenheiro florestal);

    Dentre a populao jovem, apenas 17% completa o ensino mdio;

    Apenas 3,4% dos jovens do campo esto matriculados no ensino

    superior.

    A figura a seguir ilustra esta situao, referente ao universo de produtores

    rurais do Brasil com mais detalhes.

    Verifica-se a partir desse cenrio que a educao no campo um grande

    desafio para o pas, tendo em vista a histrica ausncia do Estado quanto sua

    responsabilidade de oferecer educao de qualidade a todos os brasileiros,

    independentemente de sua localizao e de sua posio social e cultural. A

    populao rural a mais prejudicada por esta situao, facilmente comprovvel

    pelas estatsticas que revelam os baixssimos nveis de escolaridade e de

    profissionalizao dos cidados rurais.

    Figura 4 - Nvel de Instruo dos Proprietrios de Estabelecimentos Rurais do Brasil - 2006

  • 24

    2.6 Justificativa de implantao do curso tcnico em Agronegcio de nvel mdio a distncia

    O sistema CNA/SENAR/ICNA trabalha, h mais de 20 anos, no oferecimento

    de educao no nvel de qualificao profissional. Mais de 60 milho de pessoas j

    foram beneficiadas com os cursos de formao inicial e continuada liderados pelo

    SENAR. No obstante, dadas as carncias educacionais no campo, tanto de

    trabalhadores quanto de proprietrios rurais e suas famlias, indispensvel que se

    avance muito mais em duas direes. A primeira, na ampliao do nvel de

    educao ofertado populao rural e cadeia do agronegcio, com a oferta

    sistemtica da educao profissional tcnica de nvel mdio e da educao

    profissional tecnolgica de graduao e ps-graduao.

    A segunda, ampliar a escala de atendimento educacional da populao rural,

    majoritariamente marginalizada do sistema de educao formal e informal. A

    carncia de infraestrutura fsica escolar no meio rural e nos pequenos municpios

    uma realidade insofismvel que exclui da educao profissionalizante boa parte dos

    residentes no campo.

    Porm, hoje j se dispe de tecnologias, metodologias e experincias

    pedaggicas capazes de propiciar acesso amplo populao do meio rural

    educao profissionalizante. Trata-se da educao distncia, ou EaD, que faz

    amplo uso das tecnologias da informao para levar o conhecimento de forma mais

    democrtica e com menor dependncia de estruturas fsicas de grande porte. A EaD

    traz consigo um grande potencial de atendimento a uma parcela muito maior da

    populao, com custos menores e perspectivas de melhorias qualitativas do ensino.

    O SENAR, devido a sua capilaridade no meio rural e ampla experincia com

    formao profissional, resolveu expandir o alcance da rede de educao profissional

    por meio da EaD a fim de levar ensino de qualidade para as os municpios de base

    agropecuria e localidades rurais mais afastadas, utilizando-se dos benefcios e

    vantagens de alcances da educao a distncia, alm de disseminar esta

  • 25

    modalidade na cultura educacional da populao do meio rural. E neste momento

    que o SENAR junta-se Rede e-Tec Brasil e intensifica as aes que visam superar

    as dificuldades educacionais do campo e aumentar a oferta de oportunidades de

    estudos para os que nele residem.

    A Rede e-Tec Brasil uma ao do Ministrio da Educao - MEC instituda

    pelo decreto n 7.589, de 2001, e faz parte do Programa Nacional de Acesso ao

    Ensino Tcnico e Emprego - PRONATEC, cuja principal finalidade promover de

    maneira democrtica o acesso Educao Profissional e Tecnolgica (EPT),

    beneficiando-se da amplitude de disseminao e transferncia de conhecimentos da

    Educao a Distncia (EaD).

    O Curso Tcnico em Agronegcio, objeto do presente projeto pedaggico,

    pretende atender a demanda de formao profissional para a proviso de recursos

    de mo-de-obra qualificada disponveis ao agronegcio, o qual sofre srios dficits

    de qualidade educacional. Dessa maneira, possvel ofertar ao meio rural um nvel

    mais elevado de educao, abarcando uma parcela muito maior dessa populao,

    atravs do uso da EaD como ferramenta de ensino.

    A formao de tcnicos em agronegcio impulsionar a qualificao e

    profissionalizao da fora de trabalho do campo, alm de gerar no meio rural

    ganhos com incluso produtiva e social, gerao de renda, fixao da juventude e

    preservao da sucesso familiar. Juntos, esses fatores representam esforos que

    potencializam o desenvolvimento do produtor rural e consequentemente do

    agronegcio brasileiro.

    Este o primeiro curso tcnico de nvel mdio, na modalidade a distncia, a

    ser oferecido pelo Servio Nacional de Aprendizagem Rural atravs de polos de

    apoio presencial, espalhados por todo o Brasil, mediante parceria com suas

    Administraes Regionais.

  • 26

    3 REFERENCIAIS TERICO-METODOLGICOS

    3.1 Fundamentos Tericos

    A concepo do projeto pedaggico pautou-se em princpios basilares a uma

    ao educacional orientada formao integral do estudante do curso tcnico de

    nvel mdio a distncia em Agronegcio.

    Nesse sentido, so respeitados os valores scios culturais caractersticos da

    regio de abrangncia do curso, a cadeia produtiva e demandas locais do meio

    rural, bem como, os fundamentos cientfico-tecnolgicos necessrios ao exerccio

    profissional.

    Os princpios pedaggicos scioconstrutivistas so evidenciados na proposta

    de atividades de ensino, na qual teoria e prtica acontecem de forma indissocivel,

    considerando-se o contexto histrico e de conhecimentos dos alunos, estando ainda

    implcitos no desenho da prtica pedaggica e, portanto, modelam a estrutura

    curricular e avaliativa, determinando um processo educativo interdisciplinar, flexvel

    e integrador.

    No contexto da modalidade de educao a distncia, sero aplicados os

    preceitos dos estilos de aprendizagem, em que se respeita as diferenas individuais

    na construo dos saberes, mediado por tecnologias, pois assim possvel

    considerar as diversidades de disposio de contedo e propor atividades variadas

    que auxiliaro os alunos no processo de aprendizagem.

    O reconhecimento dos estilos de aprendizagem feito por meio de um

    questionrio desenvolvido por Alonso, Gallego e Honey (2002), a partir deste

    resultado o aluno identifica seu estilo e o professor mapeia os principais estilos da

    turma, podendo condicionar orientaes e atividades complementares especficas

    para o estilo de aprender de cada estudante. O mapeamento dos estilos de

    aprendizagem no deve ser feito com o intuito de rotular o aluno, mas auxiliar com

  • 27

    estratgias didticas eficientes que auxiliem seu desenvolvimento na ao

    educativa.

    3.1.1 Modelo de EaD

    A Educao a Distncia - EaD se consiste basicamente no processo de

    ensino-aprendizagem onde alunos e professores no esto no mesmo espao fsico

    e temporal, sendo definida como: (...) o aprendizado planejado que ocorre normalmente em um

    local diferente do local do ensino, exigindo tcnicas especiais de criao do curso e de instruo, comunicao por meio de vrias tecnologias e disposies organizacionais e administrativas especiais. (MOORE e KEARSLEY, 2011 p.2)

    A separao temporal, geogrfica e a necessidade de uma tecnologia para

    mediar o processo educativo a distncia so os aspectos mais considerados pelos

    autores, nesse sentindo, Moran (2002, p.1) resume o conceito de EaD como sendo

    o processo de ensino e aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores

    e alunos esto separados espacial e /ou temporalmente

    Alm disso, importante considerar que existem conceitos que definem um

    processo de ensino-aprendizagem a distncia com apenas um recurso, um exemplo

    disso o e-learning, que representa todos os processos de:

    [...] ensino em que os seus intervenientes (aluno/formando e professor/formador), mantendo-se distncia, recorrem Internet como meio de comunicao para disponibilizar contedos e gerar conhecimento e competncias. (Esteves 2012, p.6)

    Todavia, preciso considerar que muitas vezes estudar a distncia s pela

    Internet pode ser um fator que prejudique o desempenho do aluno no curso,

    principalmente no caso do curso tcnico em Agronegcio do SENAR, onde o pblico

    predominantemente residente de zona rural e muitos possuem dificuldades de

    acesso aos recursos necessrios, como Internet banda larga e computador. Nesse

  • 28

    caso, a mesclagem de tecnologias e modalidades de ensino torna-se um fator aliado

    para solucionar estes problemas.

    A metodologia que comtempla o uso destes recursos o b-learning ou

    blended learning, que em portugus significa educao mista ou educao semi-

    presencial, que

    5,p.5). Contudo, preciso

    destacar que as interaes a distncia no necessariamente devem ser apenas

    presencial e pelo computador, mas pode ser por uma combinao de tecnologias.

    As tecnologias representam um papel essenciais para a EaD, por meio destas que se torna possvel a interao entre professor e aluno, segundo Formiga

    A EaD est intrinsecamente ligada s TICs (Tecnologias da Informao

    e Comunicao), por se constituir setor altamente dinmico e prdigo em

    inovao(...) re es e alunos, a utilizao das TICs

    na EaD permite que o processo de ensino-aprendizagem ocorra de uma maneira

    inovadora, em vrios lugares e com diferentes tecnologias.

    A EaD totalmente dependente de tecnologias, que so consideradas vitais

    para o processo de ensino-aprendizagem nessa modalidade, e nesse sentido:

    Na EaD, a interao com o professor indireta e tem que ser mediatizada por uma combinao dos mais adequados suportes tcnicos de comunicao, o que torna esta modalidade de educao bem mais dependente da mediatizao que a educao convencional, de onde decorre a grande importncia dos meios tecnolgicos. (BELLONI, 2001, p. 54)

    De acordo Blanco e Silva (1993) a etimologia da palavra tecnologia possui

    origem grega, e advm das palavras techn, que significa arte, e logo significa

    estudar algo. O autor afirma que as tecnologias surgiram para facilitar as atividades

    cotidianas do ser humano, inclusive no processo de ensino-aprendizagem. Assim

    sendo, considerar o uso de tecnologia como algo novo no correto, j que:

  • 29

    (...) a relao do homem com a natureza sempre foi mediada pelas tecnologias, embora esta mediao seja mais marcante na sociedade contempornea, pois o impulso tecnolgico do sculo XX marca as instituies sociais e interfere em todos os setores da atividade humana. (BLANCO e SILVA, 1993, p.38)

    No que tange a EaD Moore e Kearsley (2007) definem tecnologia como sendo

    um veculo para comunicar mensagens, que so encaminhadas no formato de

    mdias. Com isso, ressalta-se que sem as tecnologias seria invivel a realizao de

    cursos a distncia, pois preciso um recurso de comunicao para mediar as

    comunicaes entre os agentes de um curso a distncia.

    No caso do curso tcnico de nvel mdio a distncia em Agronegcio procura-

    se utilizar as tecnologias de curso de maneira integrada, ou seja, em que uma no

    se sobreponha a outra, mas se complementem, por exemplo, as aes do material

    impresso so to importantes quanto s do AVA e das videoaulas.

    3.1.3 Andragogia

    O processo de ensino-aprendizagem de jovens e adultos ocorre de maneira

    distinta ao que ocorre com crianas e pr-adolescentes, pois as vivncias e

    realidades so fatores intrnsecos ao conhecimento deste pblico, alm das distintas

    razes para se voltar a estudar. A partir destas constataes sobre as

    peculiaridades no aprendizado de adultos, Malcolm Knowles (1984) definiu a

    concepo de Andragogia, que uma cincia cujo principio definir estratgias de

    ao educativa e mapear o aprendizado do aluno adulto.

    O adulto possui maior independncia para estudar sozinho e consegue

    compreender melhor o contedo quando associa teoria com a prtica, a partir disso

    importante contemplar os conhecimentos prvios dos alunos por meio de temas

    geradores, desenvolvido por Paulo Freire (1987), que so assuntos normalmente

    polmicos e/ou comuns do cotidiano e atravs destes o educador fomenta um

    debate que culmina na explanao de contedos que precisam ser abordados.

  • 30

    Na EaD o perfil do aluno adulto tambm possui caractersticas prprias, por

    exemplo, Moore e Kearsley (2011) apontam a ansiedade pelo aprendizado, ou seja,

    ele deseja resultados imediatos ao iniciar o curso. Esta ansiedade requer alguns

    cuidados, principalmente por parte da tutoria do curso, pois caso esta no seja bem

    administrada pode acarretar na evaso de boa parte dos alunos, j que podem

    pressupor que o curso no atende suas expectativas e necessidades.

    As causas para um aluno adulto buscar um curso a distncia segundo Moore

    e Kearsley (2011) atrelada a estes precisarem conciliar estudos com famlia,

    emprego e as obrigaes sociais, estes possuem razes especficas para realizar

    um curso a distncia e preciso que a metodologia pedaggica oua as

    expectativas destes educandos.

    3.1.4 Formao por Competncias

    Entende-se por competncia a forma de interpretar e resolver situaes

    diversas. Em outros termos, o conhecimento vincula-se ao mundo experiencial do

    indivduo, fundamenta-se em articulaes de pensamento internas, passveis de

    serem mobilizadas e exteriorizadas no cotidiano. Competncia pode ser definida

    como:

    A capacidade de um sujeito de mobilizar o todo ou parte de seus recursos cognitivos e afetivos para enfrentar uma famlia de situaes complexas. Isso exige a conceituao precisa desses recursos, das relaes que devem ser estabelecidas

    termos de competncia pensar a sinergia, a orquestrao de recursos cognitivos e afetivos diversos para enfrentar um conjunto de situaes que apresentam analogias de estrutura. (PERRENOUD 2001, p. 21)

    Competncias dizem respeito s possibilidades cognitivas referentes a

    realizaes, operaes e relaes humanas, embora voltadas para a amplitude das

    aes executadas pelas pessoas, dependendo do desempenho, uma competncia

    pode vincular-se, predominantemente, a realizaes intelectivas, atitudinais ou

  • 31

    operativas. O predomnio de uma dessas reas, porm, jamais exclui as outras - o

    ser humano age sempre integradamente, portanto, a pessoa aciona um conjunto de

    conhecimentos, atitudes, capacidades e aptides que a habilitam para a ao.

    A partir das definies de competncias preciso contextualizar a definio

    de competncias profissionais que so:

    [...] uma combinao de conhecimentos, de saber-fazer, de experincias e comportamentos que se exerce em um contexto preciso. Ela constatada quando de sua utilizao em situao profissional, a partir da qual passvel de validao. Compete ento empresa identific-la, avalia-la, valid-la e faz-la evoluir. (MEDEF 1998 apud ZARIFIAN 2001).

    As premissas para formao dos alunos do curso tcnico em Agronegcio

    so baseadas no desenvolvimento de competncias, habilidades e atitudes - CHA,

    que podem ser apontadas:

    Quadro 6 - Conhecimentos, Habilidades e Atitudes

    C H A

    Conhecimentos Habilidades Atitudes

    Escolaridade, conhecimentos

    tcnicos, cursos gerais e

    especializaes.

    Experincia e prtica do

    saber.

    Ter aes compatveis para

    atingir os objetivos, aplicando

    os conhecimentos e

    habilidades adquiridas e/ou a

    serem adquiridas.

    Saber Saber fazer Querer fazer

    Fonte: Urbaniviviuset all.,p.7, 2006.

    A formao baseada nestes princpios preocupa-se com vrios elementos

    didticos, tais como a nfase na abordagem terica das unidades curriculares, mas

    ao mesmo tempo relaciona estes conhecimentos s prticas necessrias para a

    formao profissional. entende-se que o desenvolvimento das

    competncias do estudando necessita de acompanhamento constante por parte da

  • 32

    equipe pedaggica et. al (2013, p.45), isso quer dizer, para se obter xito as

    aes pedaggicas precisam ser centradas no aluno.

    Nessa perspectiva, os alunos do curso a distncia Tcnico em Agronegcio

    tem a oportunidade de desenvolver competncias que lhes possibilitaro tomar

    atitudes de maneira diferenciada e inovadora no meio rural brasileiro. A estratgia

    metodolgica para maior sucesso neste tipo de formao projeta-se no mapeamento

    das competncias comportamentais-atitudinais, que so conhecimentos prticos

    necessrios para o profissional Tcnico em Agronegcio, e das competncias

    tcnica-cognitivas, que so os conhecimentos tericos essenciais. Alm disso,

    dimensionam-se as principais habilidades que o tcnico em Agronegcio precisa

    desenvolver.

    3.1.5 Metodologia Ativa e Prtica Profissional

    Realizar o mapeamento das competncias profissionais desejadas o incio

    para se implantar a estratgia metodolgica ativa que se baseia:

    [...] em formas de desenvolver o processo de aprender, utilizando experincias reais ou simuladas, visando s condies de solucionar, com sucesso, desafios advindos das atividades essenciais da prtica social, em diferentes contextos. (BERBEL, 2011, p.29)

    Neste sentido, as metodologias ativas esto diretamente relacionadas a

    estratgias didticas andraggicas, pois norteiam atividades tericas com as

    prticas durante o processo educativo. No contexto da formao profissional de um

    curso tcnico de nvel mdio considerar estes fatores pode ser determinante para o

    sucesso na carreira, j que o aluno adquire uma viso mais completa em relaes

    as aes necessrias da profisso.

    A problematizao de situaes, segundo Mitri et al. (2008) apud Berbel

    (2011), uma estratgia da metodologia ativa cujo objetivo motivar o discente a

    refletir sobre as situaes e obstculos propostos. Ademais, o aprendizado pela

  • 33

    problematizao e/ou da resoluo de problemas de sua rea, portanto, uma das

    possibilidades de envolvimento ativo dos alunos em seu prprio processo de

    formao

    O SENAR compreende que a prtica permeada pela problematizao de

    situaes fundamental no processo de ensino aprendizagem do curso Tcnico em

    Agronegcio, pois a partir destes momentos que o aluno consegue desenvolver

    competncias e habilidades para analisar criticamente adversidades profissionais

    que provavelmente encontrar durante a atuao.

    3.2 Modelo e Metodologia de Atuao

    Projetado para a modalidade a distncia, o curso Tcnico em Agronegcio do

    SENAR baseia-se na combinao de variados recursos e tecnologias de apoio ao

    processo de ensino-aprendizagem como forma de possibilitar o acesso ao

    conhecimento e a interao entre os diferentes participantes, principalmente alunos

    e tutores, que desenvolvero atividades em locais e tempos diferentes.

    Embora a maior parte da carga horria do curso seja realizada a distncia,

    por meio das diferentes tecnologias de informao e comunicao, por se tratar de

    uma ao educativa tcnica de nvel mdio, com o propsito de formao

    profissional para o mercado de trabalho, o curso Tcnico em Agronegcio prev

    20% de carga horria presencial que de 246h, no apenas para avaliaes

    presenciais, mas para o exerccio de atividades prticas profissionalizantes, no polo

    de apoio presencial ou em unidades demonstrativas de produo, sob a superviso

    do tutor presencial.

    Considerando o perfil do pblico, notadamente residente em zonas (reas)

    rurais com dificuldades de acesso a Internet de banda larga, do ponto de vista de

    transmisso e acesso ao conhecimento optou-se tambm por um modelo variado,

    que combina os benefcios de diferentes tecnologias, no apenas a Internet, mas

  • 34

    tambm o vdeo em CD/DVD e o material impresso, para facilitar o acesso do aluno

    e o seu aprendizado efetivo.

    Neste sentido, cumpre destacar a enorme familiaridade do pblico do curso

    com a televiso e o vdeo, de modo que este recurso (audio-visual) constituir-se-

    em base da metodologia de educao a distncia do curso Tcnico em Agronegcio.

    Embora tratado como tecnologia central, o aluno ter sua disposio, para acesso

    ao contedo, pesquisa e aprendizado, o apoio das tecnologias e mdias

    complementares, especialmente a Internet, atravs do Ambiente Virtual de

    Aprendizagem - AVA, e o material impresso.

    Caso tenha dificuldade de acesso a Internet em sua residncia, local de

    trabalho ou outro ambiente, o aluno poder ter acesso ao contedo e estudar com

    base nas demais tecnologias e mdias do curso que no dependem de conexo.

    Outro ponto fundamental da metodologia adotada a interao do aluno com o

    professor a distncia e demais agentes do processo de ensino e aprendizagem,

    incluindo os prprios colegas, atravs de ferramentas e recursos colaborativos

    disponibilizados principalmente atravs do AVA.

    Alm do professor a distncia, responsvel principal pela conduo de uma

    unidade curricular, o aluno ter o suporte especializado do tutor presencial no polo

    de apoio presencial, alm ainda da superviso e orientao do tutor durante as

    atividades prticas realizadas nos polos ou em propriedades rurais que serviro

    como unidades demonstrativas de produo.

    A interao e o esforo colaborativo entre os alunos de uma mesma turma

    sejam virtualmente atravs do AVA ou presencialmente no polo, outra importante

    ferramenta de apoio e auxlio ao aprendizado dos alunos, seja para tirar dvidas e

    realizar exerccios de aprendizagem, dentre outros benefcios.

    No obstante, outro pilar fundamental da metodologia a prtica profissional,

    atravs da qual os alunos tero a oportunidade de experimentar a aplicao prtica

  • 35

    do conhecimento terico por meio de exerccios de aprendizagem previamente

    planejados pelo professor a distncia envolvendo situaes reais de trabalho e que

    podero ser realizados no prprio polo ou diretamente em propriedades rurais e

    empresas do setor.

    Devido ao fato de grande parte do curso ser a distncia, o aluno precisa ter

    acesso a alguns recursos tecnolgicos que mediam este processo, para isso

    necessrio elencar pr-requisitos tanto a acesso a recursos tecnolgicos quanto a

    perfil de aprendizagem. Todavia, o intuito de se apresentar as habilidades e recursos

    necessrios para viabilizar a participao efetiva no limitar a abrangncia do

    curso, mas possibilitar que os alunos possam se organizar previamente para evitar

    possveis adversidades de acesso ao longo do curso.

    A partir disso, afere-se:

    Quadro 7 - Mdias e Tecnologias

    Mdia Tecnologia

    Textos Computador; Apostila Impressa.

    Imagens (animadas e/ou no) Computador; Apostila Impressa; TV.

    udio Computador; TV.

    Vdeos Computador; TV.

    Em relao s caractersticas desejadas para o perfil do aluno do curso a

    distncia Tcnico em Agronegcio :

    Autonomia para aprender;

    Domnio bsico dos recursos tecnolgicos utilizados;

    Interpretao de textos e normas bsicas de lngua portuguesa;

    Proatividade para buscar informaes;

    Capacidade de gerenciamento do tempo de estudo.

  • 36

    Alm destes, recomendado que o aluno dedique-se pelo menos 2 horas

    dirias de estudos ao curso, contudo, dependendo da organizao e ritmo de

    aprendizagem de cada um possvel levar mais ou menos tempo para conseguir

    realizar as atividades. Neste ponto que se evidencia o benefcio da flexibilidade de

    tempo na EaD, pois as horas de dedicao ao curso variam de acordo com a

    necessidade do aluno.

    3.2.1 Produo do Curso Tcnico em Agronegcio a Distncia

    O processo de elaborao do contedo do curso Tcnico em Agronegcio

    estruturado para pessoas que tiveram pouco ou nenhum contato com a modalidade

    a distncia, por isso, a estrutura de linguagem deve ser direta e com informaes

    claras, pois em EaD o material no pode gerar dvidas, j que o aluno precisa

    estudar sozinho e no conta com o apoio do professor na exposio do contedo.]

    Alm disso, os recursos do AVA devem ser diretos, intuitivos e de fcil

    acesso, para que o aluno no sinta dificuldade para realizar os estudos e atividades

    neste espao. Os recursos miditicos e tecnolgicos devem ser integrados, ou seja,

    nenhum meio pode se sobrepor ao outro, mas se completarem para facilitar o

    aprendizado do educando.

    3.3 Agentes do Processo de Ensino e Aprendizagem

    Os agentes que compem os processos de ensino e aprendizagem

    presenciais e a distncia do curso tcnico em Agronegcio so basicamente:

    Coordenador Regional da Rede e-Tec Brasil do SENAR responsvel pelo acompanhamento e desenvolvimento do curso.

    Coordenador pedaggico de Curso: responsvel pelas aes pedaggicas do curso.

  • 37

    Coordenadores de tutoria presencial: responsveis pela equipe de tutores presenciais de cada polo de apoio presencial.

    Coordenador de tutoria a distncia: responsvel pela equipe de tutores a distncia.

    Professores conteudistas: responsveis pela produo dos contedos das unidades curriculares

    Tutores a distncia: responsvel por acompanhar os alunos nas atividades a distncia.

    Tutor presencial: responsvel por acompanhar os alunos nas atividades presenciais.

    Monitor: auxilia o tutor e alunos durante o curso.

  • 38

    4 DADOS GERAIS DO CURSO

    Dados Gerais rea de Conhecimento (CNPq): Cincias Agrrias Eixo Tecnolgico (SETEC/MEC): Recursos Naturais Nome do Curso: Tcnico em Agronegcio Habilitao Tcnica: Tcnico em Agronegcio Nvel de Ensino: Ensino Mdio Forma de Oferta: Subsequente Modalidade de Ensino: A Distncia Carga Horria Total (em horas-aula): 1.230 horas-aula Durao do Curso: 4 semestres

    4.1 Estrutura Curricular

    Estrutura Curricular Ncleo de Formao Geral e Humana: 435 horas Ncleo de Formao Tcnico-Profissionalizante: 615 horas Ncleo de Formao Especializante: 135 horas Ncleo de Formao Orientada: 45 horas

  • 39

    5 OBJETIVOS

    5.1 Objetivo Geral

    Habilitar tcnico para aplicar os procedimentos de gesto e de

    comercializao do agronegcio, visando os diferentes segmentos e cadeias

    produtivas da agropecuria brasileira.

    5.2 Objetivos Especficos

    So objetivos especficos do curso Tcnico em Agronegcio:

    Reconhecer a realidade do meio rural e as peculiaridades das atividades

    produtivas do agronegcio brasileiro;

    Identificar as principais potencialidades, limitaes e desafios futuros do

    agronegcio e das principais cadeias produtivas da agropecuria brasileira;

    Analisar problemas em sistemas e processos de gesto e de produo

    agropecuria;

    Reconhecer os processos e sistemas agroindustriais e de melhoria da

    qualidade de produtos e servios agropecurios;

    Aplicar tcnicas de empreendedorismo com capacidade crtica, criativa e

    inovadora;

    Empregar tcnicas de organizao e distribuio eficiente do trabalho e

    dos recursos produtivos, visando racionalizao de processos, economia de

    custos e a maximizao dos resultados;

    Planejar a gesto eficaz dos custos de produo;

    Identificar alternativas de investimento em projetos para orientar tomadas

    de decises;

    Monitorar e avaliar pontos de controle de resultados;

  • 40

    Identificar oportunidades e acompanhar planos e estratgias de

    marketing, visando ampliao de mercados e/ou desenvolvimento de novos

    produtos e servios;

    Identificar deficincias de conhecimento da equipe para solicitar

    capacitaes e treinamentos;

    Aplicar tcnicas de comercializao para melhorias de processos;

    Respeitar as normativas legais ambientais, sade e de trabalho, bem

    como valores estticos e ticos;

    Aplicar tcnicas de gesto e de desenvolvimento de negcios rurais

    responsveis e sustentveis;

    Identificar as necessidades de melhorias no servio de assistncia tcnica

    e extenso rural para negcios e estabelecimentos rurais;

    Reconhecer e aplicar os princpios que norteiam o associativismo, o

    cooperativismo e o sistema sindical, preconizados pelos Sistemas Nacionais de

    Aprendizagem;

    Operar sistemas de informaes gerenciais de recursos humanos, fsicos

    e materiais, utilizando ferramentas da informtica bsica, como suporte operaes

    organizacionais.

    6 REQUISITOS DE ACESSO E PBLICO-ALVO

    O curso Tcnico em Agronegcio ser oferecido de maneira subsequente,

    admitindo, neste caso, o ingresso apenas de egressos do ensino mdio, conforme

    requisitos estabelecidos em normativas legais vigentes.

    No mbito da rede e-Tec Brasil no SENAR os alunos sero prioritariamente

    residentes em zona rural, beneficirios de programas de transferncia de renda do

    governo federal e que tenham concludo do Ensino Mdio na rede pblica.

  • 41

    Para ingresso, alm da concluso do ensino mdio, o candidato dever ser

    aprovado em processo seletivo de acordo com normas publicadas em edital

    especfico.

    Para matrcula, o candidato aprovado dever apresentar os seguintes

    documentos:

    Certido de nascimento ou de casamento (original e cpia);

    Cdula de identidade (original e cpia) e CPF;

    Documento que comprove a escolaridade mnima exigida ou certificado

    de concluso do ensino mdio e respectivo histrico escolar (original e cpia);

    Documento de regularidade com o servio militar para os candidatos do

    sexo masculino, com idade entre 18 e 45 anos (original e cpia);

    Comprovante de votao ltimo pleito eleitoral para maiores de 18 anos

    (original e cpia);

    Comprovante de residncia (cpia).

    O processo seletivo poder ser pelo SISUTEC - Sistema de Seleo

    Unificada da Educao Profissional e Tecnolgica, organizado pelo MEC, sendo a

    seleo feita por meio da nota do candidato no ENEM - Exame Nacional do Ensino

    Mdio, e/ou por processo seletivo realizado pelo SENAR, obedecendo a

    regulamento prprio divulgado atravs de edital especfico.

    7 PERFIL PROFISSIONAL

    7.1 Perfil Profissional do Tcnico em Agronegcio

    O Tcnico em Agronegcio formado pelo SENAR um profissional

    especializado na execuo de procedimentos de gesto do agronegcio que planeja

    e auxilia na organizao e controle das atividades de gesto do agronegcio.

    Executa operaes de produo, armazenamento, processamento e distribuio de

  • 42

    produtos agropecurios e derivados. Idealiza aes de marketing aplicadas ao

    agronegcio. Avalia custos de produo e aspectos econmicos para a

    comercializao e distribuio de produtos e servios agropecurios. Identifica linhas

    de crdito voltadas s melhorias da produtividade. Executa aes sociais e

    ambientais visando sustentabilidade dos negcios rurais. Sua atuao, no entanto,

    no se limita aos processos internos de uma propriedade, podendo trabalhar em

    empresas comerciais, estabelecimentos agroindustriais, servios de assistncia

    tcnica, extenso rural e pesquisa.

    Para aumentar a eficincia produtiva e maximizar os resultados, ele precisa

    desenvolver atividades voltadas s relaes comerciais da empresa com os demais

    segmentos da cadeia produtiva agropecuria, seja na compra de insumos, na

    comercializao e distribuio de seus produtos, buscando sempre novas

    oportunidades e melhores condies comerciais para a sua empresa.

    Com postura proativa e empreendedora, o Tcnico em Agronegcio busca

    novas oportunidades, seja uma nova tecnologia de produo, produto inovador e

    novos mercados, que permitam o aumento da produtividade ou melhoria da

    qualidade.

    Projeta receitas e despesas, avalia custos de produo e administra as

    finanas. Identifica projetos de investimento, bem como recursos, avalia o retorno

    dos investimentos, orientando sobre a melhor alternativa custo-benefcio entre

    diferentes opes de investimento.

    O Tcnico em Agronegcio tambm:

    Organiza estruturas de estocagem e transporte, pois dispe de noes de

    logstica e recursos de avaliao de qualidade que viabilizam essas aes.

  • 43

    Lidera, supervisiona e zela pela segurana, bem-estar e atendimento aos

    direitos de sua equipe de trabalho.

    Compreende a importncia da gesto para o desenvolvimento sustentvel do

    negcio rural e identifica os limites e as potencialidades da propriedade rural,

    preocupando-se sempre em buscar alternativas para preservar o meio

    ambiente, por meio da viso sistmica.

    Conhece os processos organizacionais de associaes, cooperativas e

    sindicatos, apontando os aspectos positivos que estas podem gerar para a

    produo.

    Reconhece o papel e a importncia da agricultura familiar no contexto

    nacional.

    Compreende as polticas pblicas voltadas para o meio rural, reconhecendo a

    importncia dessas para o desenvolvimento local.

    Possui capacidade de articulao, argumentao e negociao, atravs de

    expresso oral e escrita, sempre respeitando as variaes lingusticas

    caractersticas de cada regio.

    Este profissional reconhece a necessidade do trabalho em equipe e sabe

    como desenvolver atividades coletivas de maneira produtiva, observando os

    valores ticos e estticos.

    Desta forma, o Tcnico em Agronegcio do SENAR cumpre seu papel de

    agente de transformao, na medida em que atua como parceiro do produtor rural,

    por meio de tcnicas inovadoras e sustentveis, na conquista pela produtividade e

    lucratividade, com viso empreendedora para a melhoria da qualidade de vida do

    meio rural.

  • 44

    Os quadros abaixo sintetizam as principais competncias, habilidades e

    atitudes profissionais do Tcnico em Agronegcio formados pelo SENAR:

    Quadro 8 - Competncias tcnicas-cognitivas do Tcnico em Agronegcio do SENAR

    Competncias tcnicas-cognitivas

    Utiliza a lngua portuguesa de forma adequada no contexto da comunicao oral e

    escrita;

    Conhece a estrutura organizacional das associaes e cooperativas;

    Utiliza os conhecimentos da matemtica bsica, financeira e contbil nas atividades

    de comercializao, produo e gesto;

    Compreende os fundamentos e as principais teorias da Administrao;

    Conhece a legislao agropecuria e ambiental;

    Compreende, analisa e discute as relaes existentes entre a agropecuria, o

    agronegcio e o meio ambiente no contexto das polticas publicas e de outros espaos de

    construo social;

    Conhece as principais cadeias produtivas e outras atividades agropecurias e

    agroindustriais;

    Conhece a estrutura de projetos e os aspectos relacionados a planejamento, logstica,

    levantamento de recursos e avaliao;

    Compreende os processos de produo;

    Conhece os procedimentos relacionados a contabilidade, custos e finanas, linhas de

    crdito e marketing no contexto da comercializao

    Compreende o valor do planejamento e da gesto como atividades essenciais para o

    desenvolvimento sustentvel do negcio rural;

    Conhece os insumos necessrios s atividades agropecurias e ao agronegcio,

    tendo em vista o melhor desempenho no mercado nacional e internacional;

    Conhece as inovaes e tecnologias necessrias para maximizar os resultados da

    agropecuria e do agronegcio;

    Entende a importncia do diagnstico para identificar os limites e as potencialidades

    da propriedade;

    Reconhece os recursos e as possibilidades do turismo rural como alternativa de

  • 45

    atividade econmica;

    Compreende as funes da assistncia tcnica nas atividades do agronegcio

    Quadro 9 - Habilidades do Tcnico em Agronegcio do SENAR

    Habilidades

    Pesquisa, aprende, comunica e se relaciona adequadamente por meio do ambiente

    virtual de ensino-aprendizagem;

    Argumenta, discute e expressa com clareza ideias e opinies;

    Utiliza corretamente as regras gramaticais e semnticas na produo de textos

    escritos;

    Aplica o raciocnio lgico-matemtico nas diferentes atividades de gesto: clculo,

    anlise, informtica, dentre outros;

    Elabora planejamento considerando os processos de execuo, controle e avaliao;

    Busca alternativas de produo identificando oportunidades de negcio;

    Avalia mercados e analisa produtos a fim de propor estratgias inovadoras de

    comercializao;

    Identifica custos de produo para viabilizar novos investimentos;

    Aplica tcnicas modernas de produo animal e vegetal;

    Valoriza a liderana participativa e o trabalho em equipe;

    Cumpre a legislao agrria e ambiental;

    Preocupa-se com a sustentabilidade social e ambiental;

    Promove ideias e aes inovadoras na propriedade;

    Assiste o tcnico em agronegcio ou o produtor nas suas atividades de gesto da

    propriedade rural.

    Quadro 10 - Competncias comportamentais-atitudinais do Tcnico em Agronegcio do SENAR

    Competncias comportamentais-atitudinais

    Reconhece a importncia da preservao dos recursos naturais nas diferentes

    dimenses da ao humana: poltica, econmica, social, cultural e ambiental;

  • 46

    Incentiva o associativismo e o cooperativismo como oportunidades de desenvolvimento

    econmico e social;

    Reconhece o valor da prtica da leitura para a insero no mundo do trabalho;

    Incentiva a comunicao entre os indivduos visando integrao do grupo no

    ambiente social e laboral;

    Valoriza o trabalho em equipe;

    Enfrenta desafios e busca solucionar situaes-problema com criatividade e inovao;

    Apresenta postura empreendedora considerando os princpios da tica, do

    profissionalismo e da responsabilidade socioambiental;

    Incentiva as novas ideias visando constante atualizao tecnolgica e metodolgica

    frente s exigncias do mercado;

    Possui esprito investigativo e pensamento crtico frente realidade, sendo capaz de

    propor ideias e solues com criatividade e autonomia intelectual;

    Age de forma comprometida com o desenvolvimento sustentvel e com a salubridade

    no trabalho;

    Pauta sua atuao profissional em uma viso humanstica e crtica;

    Reconhece a importncia da assistncia tcnica nas atividades do agronegcio;

    8 ORGANIZAO CURRICULAR

    O currculo do Curso Tcnico em Agronegcio do SENAR foi projetado luz

    da legislao educacional vigente, especialmente quela que trata da educao

    profissional e tecnolgica, do ensino tcnico de nvel mdio e da educao a

    distncia, do Catlogo Nacional de Cursos Tcnicos da SETEC/MEC, da experincia

    de outras instituies de educao profissional e tecnolgica nacionais na rea das

    Cincias Agrrias, da viso de especialistas e profissionais do setor, do Projeto

    Pedaggico Institucional do SENAR e de outras normas e regulamentos internos.

    Parte do pressuposto de que o currculo deve refletir as necessidades e

    desafios impostos em dado momento pelo exerccio real e bem-sucedido da

    profisso, buscando proporcionar oportunidades para o desenvolvimento e a

    formao das competncias, no apenas os conhecimentos tcnicos tericos,

  • 47

    requeridos pela atuao profissional na rea.

    Apesar de refletir principalmente as necessidades e exigncias profissionais

    de dado momento, no deve se limitar s competncias profissionais requeridas no

    presente, mas, na medida do possvel, lanar seu olhar tambm sobre o futuro e

    avaliar o impacto das mudanas na cincia e tecnologia e no prprio mundo do

    trabalho sobre a necessidade de mudana e atualizao do currculo.

    Depreende-se, disso, que o currculo , portanto mutvel e deve ser

    continuamente atualizado de acordo com as mudanas cientficas, tecnolgicas e do

    mundo do trabalho.

    O currculo do curso Tcnico em Agronegcio foi concebido a partir das

    seguintes premissas bsicas:

    1. Primeiro, o currculo deve ser organizado de forma a privilegiar a sequncia

    lgica e concatenada dos contedos, possibilitando o aprendizado gradual e

    progressivo do aluno de acordo com o grau de complexidade dos

    conhecimentos. O currculo no , portanto, um agrupamento ou elenco de

    contedos ou unidades curriculares aleatrias, dispostas sem nenhum critrio

    ou logicidade. A organizao curricular deve, assim, privilegiar a

    progressividade do conhecimento e da formao profissional do aluno.

    2. Segundo, o prprio currculo constitui-se em um itinerrio formativo atravs do

    qual o aluno avana progressivamente sobre a aquisio ou desenvolvimento

    das competncias profissionais requeridas para uma determinada atividade

    profissional, podendo conter, ao longo de sua trajetria, no apenas uma

    etapa final de formao (etapa de terminalidade), mas etapas intermedirias,

    que representam sadas profissionais e podem proporcionar ao aluno, mesmo

    durante o curso, a oportunidade de exerccio profissional pertinente quela

    etapa formativa.

  • 48

    3. Terceiro, o currculo extrapola a rigidez da organizao das unidades

    curriculares dos conhecimentos tericos para a partir da sua interao e

    dilogo com o aluno valorizar suas experincias pessoais e profissionais,

    constituindo-se em um espao sistemtico de atividades significativas ao

    processo de formao humana.

    Nesta perspectiva, o currculo orienta-se por unidades curriculares e no por

    contedos ou unidades curriculares, visando o desenvolvimento de competncias

    profissionais.

    Em se tratando de comunidades rurais, o currculo serve para sistematizar os

    conhecimentos e as competncias relativas gesto, metodologia, uso das

    tecnologias especficas do setor agropecurio, alm do convvio social, buscando

    oportunizar a insero do aluno no mercado de trabalho.

    O currculo rene um conjunto de saberes e prticas que se integram para

    uma formao autnoma, responsvel e crtica. Desse modo, as unidades

    curriculares demais atividades so organizadas para permitir o aprofundamento e

    reflexo dos contedos que integram os conhecimentos especficos da rea,

    elegendo a experincia do estudante e a realidade do espao rural e do agronegcio

    como tema gerador que orientar a prtica dialgica dessa formao. Nessa

    perspectiva, constri-se uma transversalidade entre os contedos especficos da

    rea do agronegcio, da gesto e de outras cincias em uma escala local e global,

    verticalizando-se o processo de ensino e aprendizagem em uma perspectiva

    interdisciplinar.

    Cumpre destacar que a organizao curricular do curso Tcnico em

    Agronegcio foi projetada considerando as premissas da modalidade a distncia que

    mediada por Tecnologias da Informao e Comunicao TIC.

    Nesse sentido, o currculo do curso Tcnico em Agronegcio foi organizado

    em 4 (quatro) semestres, com contedos multidisciplinares de reas variadas como

  • 49

    Administrao, Economia e Agronomia, totalizando 1.230 (mil, duzentas e trinta)

    horas.

    Os contedos foram agrupados na forma de unidades curriculares,

    selecionados de acordo com a natureza da formao e organizados em ncleos,

    sendo:

    1. Ncleo de formao geral e humana;

    2. Ncleo de formao profissional ou tcnica;

    3. Ncleo de formao complementar ou especializante; e

    4. Ncleo de formao orientada ou regional.

    Ncleo de formao geral e humana: Objetivo: promover a formao em matrias bsicas, matrias gerais e a formao humana e comportamental do aluno.

    Unidades curriculares: Introduo Informtica; Portugus Instrumental;

    Matemtica Bsica e Financeira; Polticas Pblicas para o Agronegcio;

    Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo; Economia Rural e Contabilidade

    Rural.

    Os contedos ou unidade curricular do ncleo de formao tcnico-profissionalizante: Objetivo: promover a formao profissional do aluno na rea especfica do curso.

    Unidades curriculares: Introduo ao Agronegcio; Administrao Rural; Tcnicas de Produo Vegetal; Tcnicas de Produo Animal; Qualidade e Segurana

    Alimentar; Finanas Aplicadas ao Agronegcio; Gesto da Produo e Logstica

    Aplicada ao Agronegcio; Marketing Aplicado ao Agronegcio; Gesto de Pessoas,

    Empreendedorismo e Plano de Negcios e Gesto de Projetos.

    Os contedos ou unidade curricular do ncleo de formao complementar ou especializante:

    Objetivo: reunir temas atuais e emergentes de reconhecida relevncia para a

  • 50

    atuao do profissional, tendo o propsito de especializar e diferenciar a formao

    profissional do aluno do curso, alinhando-o com as tendncias, novidades e desafios

    da profisso.

    Unidades curriculares: Responsabilidade Social e Ambiental no Agronegcio;

    Inovao e Tecnologia Agropecuria; Assistncia Tcnica e Extenso Rural.

    O ncleo de formao orientada ou regional Objetivo: ampliar e enriquecer a formao profissional do aluno, propiciando a

    abordagem de temas transversais, interdisciplinares ou mesmo de interesse

    regional. cursada no ltimo semestre do curso e tem carga horria total de 45

    (quarenta e cinco) horas.

    A unidade curricular finaliza com a produo de um relatrio de concluso de curso

    referente a um tema especfico pr-definido, onde o aluno descreve em carter

    prtico as atividades desenvolvidas e lies aprendidas no curso e/ou no estgio

    supervisionado optativo.

    Unidades curriculares: Tpicos especiais.

    Alm das unidades curriculares que compem a matriz curricular, os alunos

    do curso Tcnico em Agronegcio podero, de forma opcional, realizar o estgio

    supervisionado optativo, com carga horria de 250 (duzentas e cinquenta) horas.

    O quadro abaixo apresenta, em resumo, a organizao curricular do curso

    Tcnico em Agronegcio:

    A tabela abaixo mostra a matriz curricular do curso, apresentando as

    unidades curriculares organizadas por semestre, ncleo de formao, carga horria

    e requisitos.

  • 51

    8.1 Matriz Curricular

    Quadro 11 - Matriz Curricular do Curso Tcnico em Agronegcio

    Semestre No. Unidade curricular CH Req. Ncleo

    1o. 1 Ambientao em Educao a Distncia 30 - FG

    1o. 2 Introduo Informtica 45 - FG

    1o. 3 Portugus Instrumental 45 - FG

    1o. 4 Matemtica Bsica e Financeira 60 - FG

    1o. 5 Introduo ao Agronegcio 60 - FT

    1o. 6 Administrao Rural 60 - FT

    1o. 7 Tcnicas de Produo Vegetal 75 - FT

    Total - 1o. Semestre 375 - -

    2o. 8 Economia Rural 45 - FG

    2o. 9 Contabilidade Rural 45 - FG

    2o. 10 Polticas Pblicas para o Agronegcio 30 - FG

    2o. 11 Legislao Agrria e Ambiental 45 - FG

    2o. 12 Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo 60 - FG

    2o. 13 Gesto de Custos 30 - FT

    2o. 14 Tcnicas de Produo Animal 75 - FT

    Total - 2o. Semestre 330 - -

    3o. 15 Gesto da Produo e Logstica para o Agronegcio 60 - FT

    3o. 16 Finanas Aplicadas ao Agronegcio 60 13 FT

    3o. 17 Gesto de Pessoas 45 - FT

    3o. 18 Marketing Aplicado ao Agronegcio 60 - FT

    3o. 19 Qualidade e Segurana Alimentar 30 - FT

    3o. 20 Responsabilidade Social e Ambiental no Agronegcio 45 - FG

    Total - 3o. Semestre 300 - -

    4o. 21 Empreendedorismo e Plano de Negcio 45 - FE

    4o. 22 Tecnologia e Inovao na Agropecuria 45 - FE

    4o. 23 Assistncia Tcnica e Extenso Rural 45 - FE

    4o. 24 Gesto de Projetos 45 - FT

    4o. 25 Tpicos Especiais 45 - FO

    Total - 4o. Semestre 225 - -

    Carga Horria Total dos Componentes Curriculares 1.230 - -

    Legenda:

  • 52

    FG Ncleo de Formao Geral e Humana:

    FT Ncleo de Formao Tcnico-Profissionalizante:

    FE Ncleo de Formao Especializante:

    FO Ncleo de Formao Orientada:

    O Anexo I apresenta o projeto das unidades curriculares componentes da

    matriz curricular do curso, contendo nome da unidade curricular, carga horria,

    objetivo geral, ementa e bibliografia.

  • 53

    1.

    Sem

    estr

    e

    2.

    Sem

    estr

    e

    3.

    Sem

    estr

    e

    4.

    Sem

    estr

    e

    Ambi

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    o

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    ao

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    CH

    45h

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    Agro

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    CH

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    CH

    75h

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    45h

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    5h

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    as

    para

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    Agro

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    45h

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    Coop

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    CH

    : 45h

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    CH

    : 45h

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    CH: 6

    0h

    Qua

    lidad

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    Segu

    ran

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    CH: 3

    0h

    Resp

    onsa

    bilid

    ade

    Soci

    al

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    bien

    tal

    no

    Agro

    neg

    cio

    CH: 4

    5h

    Empr