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  • 7/26/2019 Projeto Mercado da f

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    Introduo:

    O presente projeto se prope a buscar compreender as dinmicas de ummercado que no novo, mas que se intensificou nas ltimas dcadas,sobretudo com o advento do movimento neopentecostal no Brasil, o mercado

    da f e suas influncias na formao do lu!ar e do espao e nas suasimplicaes econ"micas e sociais# $orm vale ressaltar que tambm e%iste ummercado da i!reja cat&lica que vem !an'ando fora, o turismo da f e a vendade objetos sa!rados (este mais anti!o), que ser* tambm trabal'ado#

    +o de 'oje que a f utili-ada como forma de conse!uir lucro sobreos fiis, '* relatos na B.blia (livro sa!rado para os cristos) de /esus de +a-are%pulsando os vendil'es do templo (B.blia 0 livro do evan!el'o de /oo,cap.tulo 1, vers.culos 23 a 24) por fa-erem do templo casa de venda# 5lesvendiam principalmente pombas e ovel'as para sacrif.cio# +a idade mdia oestopim para a reforma protestante foi a venda de indul!ncias por parte daI!reja 6at&lica 0 eram ofertadas covas em um terreno 7santo7 onde os queseriam enterrados no passariam pelo pur!at&rio, mas iriam diretamente para o7para.so7, vendiam literalmente terrenos no cu# 6om as cr.ticas dosreformadores tal pr*tica foi abolida, mas foi retomada com uma nova roupa!empelos neopentecostais, onde afirmam que preciso ofertar para !arantirbnos de 8eus, numa relao onde 8eus obri!ado a retribuir sua oferta,em contraponto ao que as i!rejas 'ist&ricas ensinam, essa a c'amadateolo!ia da prosperidade, uma doutrina que afirma que a vontade de 8eus

    que os fiis ten'am prosperidade financeira, que aumenta 9 medida que estesfa-em doaes para as i!rejas dos pre!adores de tal teolo!ia, e se o adeptono for fiel no ser* benefici*rio de tal prosperidade#

    comerciali-ao da f moderna vai desde a indstria !r*fica, com apublicao de livros e peri&dicos teol&!icos, estes das mais diversasdenominaes evan!licas e mesmo da I6; (I!reja 6at&lica post&lica;omana), passa por produo de materiais denominacionais, como bro%es,a!endas, canetas, calend*rios e materiais usados nos cultos, tambm presentenas mais diversas correntes crists, at a venda de objetos un!idos < e=ou

    sacrali-ados, estes e%clusivamente nas i!rejas neopentecostais# lm doturismo reli!ioso, mais comum nas I6; e nas neopentecostais#

    O mercado fono!r*fico !ospel movimenta cifras consider*veis, tendoartistas nas maiores !ravadoras do Brasil e inclusive com propa!andaveiculada em m.dias de !rande visibilidade nacional, como a rede !lobo e a;ede ;ecord de >eleviso#

    ????????????????????????????????

    5ntenda0se por 7f7 a f crist ocidental< @no o ato de aplicar &leo consa!rado em al!um ou em al!um objeto#

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    O mercado evan!lico, se!undo reporta!em do jornal 5stado de Ainasem 12C empre!ava cerca de 1 mil'es de pessoas diretamente no pa.s,inclu.das as lojas de instrumentos musicais e vestu*rio# Indiretamente essenmero seria ainda maior# 5sse fen"meno acaba por !erar um importnciaconsider*vel na economia do pa.s, que se!undo a mesma reporta!emmovimentava uma cifra em torno de 23 bil'es de reais, e ainda apontado namatria como o respons*vel pela sobrevida da indstria fono!r*fica, j* que menos suscet.vel 9 pirataria e compartil'amento de *udio na internet#

    ;ede ;ecord de >eleviso outro caso do sucesso do mercado da f, uma emissora que pertence 9 I@;8 (I!reja @niversal do ;eino de 8eus), elesfa-em propa!andas de produtos da i!reja, transmitem os cultos (vale ressaltarque a I@;8 tem 'or*rio para transmitir seus cultos em outras emissorastambm), mais recentemente fa-em novelas e seriados para o pblico cristo,

    e uma das novelas rendeu at um filme nos cinemas que foi sucesso debil'eteria#

    Dale considerar, porm, que '* resistncia contra esse movimento decomerciali-ao da f, i!rejas 'ist&ricas e artistas, sobretudo de lin'areformada E, lutam contra o que eles c'amam de deturpao do evan!el'o etem preferido no se c'amar de evan!licos ou cantores !ospel, mas decristos reformados, por entenderem que o termo foi banali-ado e empre!ados9 uma l&!ica que afronta os princ.pios da moral e simplicidade crists# 5stesadmitem editoras, vendas de 68s, bro%es, camisas, a!endas, porm de modo

    mais racional e menos a!ressivo, tendo os lucros como consequncia, nocomo objetivo, esta basicamente a diferena entre os !randes artistas el.deres midi*ticos e os que buscam um cristianismo mais simples e pr&%imodos ensinamentos de /esus#

    5ste trabal'o se prope a discutir esses pontos citados acima, buscandocompreender de que forma esse mercado impacta na sociedade, e na relaodessas pessoas com o espao, e como os efeitos da p&s0modernidadecontribuem para as tendncias desse mercado#

    ????????????????????????????

    C f reformada um conjunto de crenas formuladas atravs da B.blia pelos reformados(/oo 6alvino, Aartin'o Futero, /o'n Gno%%, entre outros) no sc# HDI e adotadas desde entopor v*rios cristos, sobretudo pelas i!rejas 'ist&ricas#

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    Referencial terico

    $ara embasar a pesquisa os materiais foram escol'idos de modo a

    considerar a comple%idade do tema# 6omo o tema relativo 9 f crist serousados arti!os de te&lo!os, a B.blia e discusses de pesquisadores de *reasdo con'ecimento relacionadas 9 sociedade e ao espao, como e&!rafos eoutros cientistas sociais#

    $ara entender a relao entre os objetos e como as pessoas en%er!amesses objetos e se relacionam com eles Ailton Jantos tra- contribuies muitoimportantes, sua definio de espao define muito bem como os objetosnaturais se transformam pelas aes 'umanas# Os objetos !eo!r*ficos passama fa-er al!um sentido quando transformados f.sica (por meio da tcnica) ou

    simbolicamente, deve0se considerar portanto as relaes 'ist&ricas e atuaispara entender qual a relao de certos !rupos com um determinado territ&rio(como os judeus e os muulmanos com a 7terra santa7) ou objeto#

    7O espao formado por um conjunto indissoci*vel, solid*rio etambm contradit&rio, de sistemas de objetos e sistemas de aes,no considerados isoladamente, mas como o quadro nico no qual a'ist&ria se d*#7(J+>OJ, 1K, p# LM)

    Outra definio de espao que tambm importante para entender arelao entre espao e reli!io a de espao vivido, defendida por 6orra# O

    espao vivido a forma como a pessoa en%er!a o ambiente 9 sua volta,baseado na sua cultura, crena e at mesmo emoo# 6ada indiv.duo podeen%er!ar o espao de uma forma diferente, a depender das suas vivncias

    O espao vivido uma e%perincia cont.nua, e!ocntrica e social, umespao de movimento e um espao0tempo vivido que se refere aoafetivo, ao m*!ico, ao ima!in*rio# O espao vivido tambm umcampo de representaes simb&licas, rico em simbolismo que votradu-ir em sinais vis.veis no s& o projeto vital da sociedade,subsistir, prote!er0se, sobreviver, mas tambm as suas aspiraes,crenas, o mais .ntimo de sua cultura (6O;;N, 12, p# L1)#

    lio 6ampos A# de Oliveira (121) tra- tambm uma discussointeressante do espao sa!rado e profano, com enfoque no pentecostalismo, evem a corroborar com 6orra (at mesmo porque ele usa a obra de 6orrapara tal discusso)# 5le ressalta que '* diferena entre a relao com o espaoentre o pentecostalismo e a I6;, e poder.amos di-er que ainda '* diferenasentre ambas e as i!rejas protestantes 'ist&ricas (que no fa-em distino entresa!rado e profano)#

    ;elacionando essa afirmao de que o espao sa!rado o Pcentro do

    mundoQ com o entendimento de que o templo reli!ioso local damanifestao do sa!rado, pode0se concluir que os templos so, para

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    o 'omem reli!ioso, o Pcentro do mundoQ, o ponto de referncia quepossibilita sua orientao na 'omo!eneidade desordenada do espaoprofano# (OFID5I;, 121)