Projeto Gatos e lobos na Zona da Mata

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Quinta-feira, 26 de junho de 2014 3 Turismo Fotos: Fernando Lara Gatos e Lobos por Edlayne de Paula O conhecimento pode ser uma ferramenta muito impor- tante quando o assunto é pre- servação da biodiversidade. Pensando nisso é que uma fa- mília na Zona da Mata minei- ra instalou armadilhas fotográ- ficas em sua propriedade, para identificar a fauna e usar as in- formações como fonte de pes- quisa para a conservação am- biental. O projeto Gatos e Lobos é realizado há três anos na Fa- zenda Moinho Seco, em Sil- verânia (MG). A propriedade possui 230 hectares e a sede, construída em 1806, ainda mantém pinturas antigas e ati- vidades como a pecuária e a agricultura. Mas o principal te- souro encontra-se na mata de 60 ha, que mantém uma rica biodiversidade. A iniciativa nasceu com a proposta de um estudo multidisciplinar sobre felídeos e canídeos, mas logo se expandiu para incluir outras espécies de felinos encontra- dos na região. O documentarista de natu- reza Fernando Lara foi até lá para conhecer o projeto e au- xiliar os proprietários no regis- tro de fauna e flora selvagem. “Muitos fazendeiros preser- vam, mas poucos se preocu- pam em conhecer de verda- de o seu ecossistema. Quanto maior é o conhecimento ad- quirido, maiores são os resul- tados em projetos de preserva- ção”, destaca Fernando. Hugo Gatto, um dos res- ponsáveis pelo projeto, conta que cinco voluntários apaixo- nados por biologia têm se em- penhado nas pesquisas. “Já registramos espécies como ja- guatirica, tamanduá-mirim, onça-parda, lobo-guará, gato- do-mato, lontra, catetos, ma- cacos sauá, bugio e uma espé- cie ainda não reconhecida por estudiosos,” afirma Hugo. Entre as ações desenvolvi- das destacam-se os estudos de área de vida, uso de habi- tat, hábitos alimentares, distri- buição genética, estimativas de abundância, reprodução, do- enças, predação a animais do- mésticos, ameaças e status de conservação. “A troca com a comunidade é constante. Que- remos conhecer a natureza das relações entre os moradores locais e os predadores naturais de suas criações domésticas, como é o caso, por exemplo, do lobo-guará”, destaca Hugo. Os interessados em saber mais sobre o projeto podem entrar em contato pelo e-mail: hugol- [email protected]. Esta página é uma produ- ção da Fauna e Flora Docu- mentários, em parceria com o jornal Diário do Aço, O Giro, Art Publish, TV Cultura Vale do Aço, Aço Molas, Pop Pneus, Wanderley Auto Peças, Qualit Signs e Severus Car. Mais in- formações em www.rotasver- desbrasil.com.br. Proprietários da Fazenda Moinho Seco: informação como instrumento para preservação na Zona da Mata Preservar o remanescente da mata preserva também as fontes de água da Fazenda Moinho Seco Atividades de pecuária e agricultura ainda são mantidas, mas a reserva de Mata Atlântica é o maior tesouro dos proprietários Fazenda construída em 1806 mantém reserva de Mata Atlântica de 60 hectares A saíra-de-sete-cores é uma das espécies encontradas na área da fazenda

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Fernando Lara visitou fazenda onde proprietários utilizam a informações como instrumento para a preservação ambiental

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Quinta-feira, 26 de junho de 2014 3TurismoFotos: Fernando Lara

Gatos e Lobos por Edlayne de Paula

O conhecimento pode ser uma ferramenta muito impor-tante quando o assunto é pre-servação da biodiversidade. Pensando nisso é que uma fa-mília na Zona da Mata minei-ra instalou armadilhas fotográ-ficas em sua propriedade, para identificar a fauna e usar as in-formações como fonte de pes-quisa para a conservação am-biental.

O projeto Gatos e Lobos é realizado há três anos na Fa-zenda Moinho Seco, em Sil-verânia (MG). A propriedade possui 230 hectares e a sede, construída em 1806, ainda mantém pinturas antigas e ati-vidades como a pecuária e a agricultura. Mas o principal te-souro encontra-se na mata de 60 ha, que mantém uma rica biodiversidade. A iniciativa nasceu com a proposta de um estudo multidisciplinar sobre felídeos e canídeos, mas logo se expandiu para incluir outras espécies de felinos encontra-dos na região.

O documentarista de natu-reza Fernando Lara foi até lá para conhecer o projeto e au-xiliar os proprietários no regis-tro de fauna e flora selvagem. “Muitos fazendeiros preser-vam, mas poucos se preocu-pam em conhecer de verda-de o seu ecossistema. Quanto maior é o conhecimento ad-quirido, maiores são os resul-tados em projetos de preserva-ção”, destaca Fernando.

Hugo Gatto, um dos res-ponsáveis pelo projeto, conta que cinco voluntários apaixo-nados por biologia têm se em-penhado nas pesquisas. “Já registramos espécies como ja-guatirica, tamanduá-mirim,

onça-parda, lobo-guará, gato-do-mato, lontra, catetos, ma-cacos sauá, bugio e uma espé-cie ainda não reconhecida por estudiosos,” afirma Hugo.

Entre as ações desenvolvi-

das destacam-se os estudos de área de vida, uso de habi-tat, hábitos alimentares, distri-buição genética, estimativas de abundância, reprodução, do-enças, predação a animais do-

mésticos, ameaças e status de conservação. “A troca com a comunidade é constante. Que-remos conhecer a natureza das relações entre os moradores locais e os predadores naturais de suas criações domésticas, como é o caso, por exemplo, do lobo-guará”, destaca Hugo. Os interessados em saber mais sobre o projeto podem entrar em contato pelo e-mail: [email protected].

Esta página é uma produ-ção da Fauna e Flora Docu-mentários, em parceria com o jornal Diário do Aço, O Giro, Art Publish, TV Cultura Vale do Aço, Aço Molas, Pop Pneus, Wanderley Auto Peças, Qualit Signs e Severus Car. Mais in-formações em www.rotasver-desbrasil.com.br.

Proprietários da Fazenda Moinho Seco: informação como instrumento para preservação

na Zona da Mata

Preservar o remanescente da mata preserva também as fontes de água da Fazenda Moinho Seco

Atividades de pecuária e agricultura ainda são mantidas, mas a reserva de Mata Atlântica é o maior tesouro dos proprietários Fazenda construída em 1806 mantém reserva de Mata Atlântica de 60 hectares

A saíra-de-sete-cores é uma das espécies encontradas na área da fazenda