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PROJETO FLORESTA RIO DOURO INICIATIVA BNDES MATA ATLÂNTICA RELATÓRIO CONSOLIDADO DE ATIVIDADES PERÍODO: Janeiro de 2014 a Janeiro de 2017. Guilherme de Assis Rodrigues Coordenação Técnica CREA-RJ: 2011117383 Janeiro, 2017

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PROJETO FLORESTA RIO D’OURO – INICIATIVA BNDES MATA ATLÂNTICA

RELATÓRIO CONSOLIDADO DE ATIVIDADES

PERÍODO: Janeiro de 2014 a Janeiro de 2017.

Guilherme de Assis Rodrigues – Coordenação Técnica

CREA-RJ: 2011117383

Janeiro, 2017

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 3

2. SELEÇÃO E CONTRATAÇÃO DE PESSOAL .............................................................................. 3

3. RESTAURAÇÃO FLORESTAL – ÁREA 1 ................................................................................... 4

Manutenção da Área 1....................................................................................................................... 8

Considerações sobre a Área 1 ......................................................................................................... 10

Aspectos gerais sobre a restauração florestal na Área 1: ................................................................ 16

4. RESTAURAÇÃO FLORESTAL – ÁREA 2 .................................................................................. 16

Manutenção da Área 2..................................................................................................................... 19

Considerações sobre a Área 2 ......................................................................................................... 21

Aspectos gerais sobre a restauração florestal na Área 2: ................................................................ 24

5. RESTAURAÇÃO FLORESTAL – ÁREA 3 .................................................................................. 24

Manutenção da Área 3..................................................................................................................... 39

Considerações sobre a Área 3 ......................................................................................................... 41

Aspectos gerais sobre a restauração florestal na Área 3: ................................................................ 47

6. RESTAURAÇÃO FLORESTAL – ÁREA 5 .................................................................................. 47

Manutenção da Área 5..................................................................................................................... 52

Considerações sobre a Área 5 ......................................................................................................... 56

Aspectos gerais sobre a restauração florestal na Área 5: ................................................................ 59

7. RESTAURAÇÃO FLORESTAL – ÁREA 7 .................................................................................. 59

Manutenção da Área 7..................................................................................................................... 64

Considerações sobre a Área 7 ......................................................................................................... 64

Aspectos gerais sobre a restauração florestal na Área 7: ................................................................ 65

8. RESTAURAÇÃO FLORESTAL – SÍTIO SUBSTITUÍDO ......................................................... 65

Manutenção do Sítio Substituído .................................................................................................... 80

Considerações sobre o Sítio Substituído ......................................................................................... 82

Aspectos gerais sobre a restauração florestal no Sítio Substituído. ................................................ 83

9. CONSTRUÇÃO DA CERCA ......................................................................................................... 83

10. MONITORAMENTO DE CRESCIMENTO ................................................................................ 86

Resultados do monitoramento ......................................................................................................... 87

11. EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................................................................................ 91

12. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 97

13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 97

ANEXO 1. ........................................................................................................................................... 99

3

1. INTRODUÇÃO

Nas paisagens brasileiras encontram-se muitos ecossistemas intensamente

modificados pelo homem, a tal ponto que houve a perda de Resiliência, ou seja, o

desaparecimento da capacidade que os ecossistemas possuem de voltar à sua forma original.

Entretanto, conforme Brancalion et al. (2015), esses ambientes muito alterados não estão

condenados a permanecerem no estado atual de degradação, uma vez que, por intervenção

do homem em projetos de restauração florestal, as áreas antropizadas podem voltar a

constituir ecossistemas com elevada semelhança em relação ao ecossistema pré-distúrbio ou

aos remanescentes pouco alterados ainda existentes em dada região.

Dessa forma, a Entidade Ambientalista Onda Verde, tendo como instituição

financiadora o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),

desenvolveu o Projeto Florestas Rio D’ouro, cujo objetivo foi reflorestar com espécies

nativas da Mata Atlântica 130 hectares de áreas degradadas localizadas no interior da

Reserva Biológica do Tinguá, Unidade de Conservação gerida pelo Instituto Chico Mendes

de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Os 130 hectares degradados estão distribuídos em seis (6) áreas distintas e, de forma

a evidenciar as ações realizadas, bem como os ganhos ambientais da restauração, as ações de

restauração estão separadas por capítulos neste relatório. Vale destacar que, em virtude da

grande extensão de atuação, em todos os sítios foi realizado o Diagnóstico Ambiental de sua

condição (análise e classificação de solo e relevo, caracterização das espécies vegetais

dominantes, etc), o que permitiu a adoção da técnica silvicultural mais adequada, garantindo

a formação de uma comunidade florestal bem desenvolvida, aumentando a cobertura de

florestas da Reserva Biológica do Tinguá.

2. SELEÇÃO E CONTRATAÇÃO DE PESSOAL

Para realização do enriquecimento ecológico do Bioma Floresta Atlântica, a partir do

reflorestamento com espécies nativas por meio de atividades de campo, plantio de mudas e

manutenção de áreas reflorestadas localizadas na Reserva Biológica do Tinguá, houve a

necessidade de contratar 10 plantadores e 1 (um) técnico de campo. Após a dificuldade de

contratação de mão-de-obra para formação de equipe, partir do mês de agosto (2014) o

grupo se encontrou completo, fator essencial para o andamento desenvolvimento do projeto.

4

3. RESTAURAÇÃO FLORESTAL – ÁREA 1

A Área 1, ambiente de 17.3 hectares (ha), foi o primeiro sítio de atuação deste

projeto a receber as ações de restauração, iniciadas no primeiro semestre de 2014 (Figura 1).

O local, que é a Área de Preservação Permanente do Rio D’ouro, encontrava-se ausente de

cobertura florestal nativa em sua maior parte, e no restante, a comunidade da florestal era

monoespecífica, ou seja, dominada apenas por uma espécie arbórea denominada Cambará

(Gochnatia polymorpha). Devido às características ambientais do sítio, foi realizado o

Plantio total em Linhas Alternadas de Espécies Pioneiras e Não-Pioneiras, conforme

proposto por Kageyama & Gandra (2004), em que, parte-se do princípio de que a vegetação

pioneira propicia melhores condições ecológicas ao estabelecimento de plantas não

pioneiras, como formação de biomassa, sombreamento, habitat para fauna, melhoria das

condições edáficas, conservação da umidade e aumento da dinâmica de nutrientes (ZANINI

& GANADE, 2005; REIS, et al., 1999). Importante mencionar que o modelo utilizado gera

melhores resultados em termos de sobrevivência e de crescimento de mudas e,

consequentemente, na proteção de fatores edáficos, além de garantir a formação de uma

floresta de alta diversidade, similar a um ambiente florestal nativo (KAGEYAMA &

GANDARA, 2004; MARTINS, 2014).

Para o Preparo de Área foi realizada a roçada semimecanizada, retirando-se os

resíduos vegetais para um local úmido. Já a marcação das covas seguiu o espaçamento 2x2m

entre mudas para ambientes ausentes de cobertura florestal e de 3x3m para locais onde

Figura 1: Vista das áreas de reflorestamento, com destaque para a Área 1.

5

indivíduos florestais formando bosques primários, priorizando-se o arranjamento em

Quincôncio, ou seja, cada muda não-pioneira teve ao seu redor quatro mudas pioneiras

(Figura 2). Após a marcação, procedeu-se a abertura das mesmas, aplicando-se 150 g/cova

de Calcário Dolomítico para correção dos teores de Cálcio/Magnésio e elevação do pH, por

se tratar de solo ácido, bem como a adubação com 100 g/cova de Fosfato Natural,

indispensável ao desenvolvimento radicular das mudas. Vale ressaltar que a correção e

adubação ocorreu 1 mês antes do plantio das mudas, uma vez que esse é o prazo aproximado

da reatividade do Calcário no solo e em função da baixa mobilidade do nutriente Fósforo

impedir sua aplicação no momento do plantio. Além desses, realizou-se a adição de esterco

bovino para realização da adubação orgânica (1 Litro por cova), com a finalidade de

melhorar as características físicas do solo e proporcionar retenção de umidade para as

mudas.

Figura 2: Arranjamento em Quincôncio e disposição dos grupos ecológicos de espécies em

campo. P = Pioneiras; NP= Não-pioneiras. Fonte: Martins, 2014.

Após as práticas citadas deu-se início ao plantio de mudas adquiridas de produtores

oriundos das imediações da Reserva Biológica do Tinguá (ReBio do Tinguá), cujas espécies

estão discriminadas no Anexo I. Além do plantio, realizou-se a adubação nitrogenada com

150 g. de Ureia por cova no mesmo dia do plantio, em virtude da alta mobilidade de

Nitrogênio no solo, diminuindo assim perdas por lixiviação. Ressalta-se que a deficiência

desse elemento causa grandes prejuízos à restauração florestal, uma vez que gera pouco

crescimento das plantas devido à diminuta formação de proteínas e compostos de regulam o

crescimento, justificando sua aplicação (MARTINS, 2014). Outro composto aplicado no

momento do plantio foi o Hidrogel, que é responsável por manter a planta sempre hidratada,

pois retém a água que foi fornecida durante a irrigação. À medida que o substrato seca,

6

o hidrogel libera a água e, aos poucos, a distribui para a planta. A aplicação desse produto

é essencial em reflorestamentos, evitando a formação de mudas raquíticas, condição comum

em ambientes onde há falta de água por estiagem, por exemplo. Vale lembrar que o Hidrogel

é biodegradável e não compromete o meio ambiente por ter pH neutro, evitando a contaminação

do solo dos lençóis freáticos. Para realizar o preparo do Hidrogel em campo, 800 g do composto

foram homogeneizados em um galão de 200 L de água, quantidade suficiente para aplicação em

400 mudas. Após conclusão da restauração florestal neste ambiente, foi plantado um total de

34.600 mudas nativas da Mata Atlântica.

Abaixo, seguem as imagens das ações:

3 4

5 6

7

7 8

Figuras - 3 e 4: Roçada; 5: Marcação de covas; 6: Abertura de covas, correção e adubação de

solo; 7 e 8: Adubação de plantio.

9 10

11 12

Figuras 9 a 12: Plantio.

8

Manutenção da Área 1

As atividades de manutenção complementam toda a fase entre a implantação do

reflorestamento e a formação de uma fisionomia florestal (BRANCALION et al., 2015).

Além disso, plantios abandonados apresentam elevadas taxas de mortalidade, seja pela

deficiência nutricional, ataque de formigas cortadeiras ou ainda a infestação de espécies

invasoras. Assim, priorizou-se realizar a manutenção em todas as áreas de restauração deste

projeto. No caso da Área 1, um total de quatro manutenções foram realizadas, sendo a

primeira quatro meses após o término do reflorestamento, seguindo-se as demais com

intervalos de aproximadamente 5 meses.

As ações abrangeram roçadas de espécies invasoras, que se alastravam pela área;

replantio de mudas mortas com a utilização de hidrogel (espécies do Anexo 1); coroamento

de mudas para diminuir a competição de plantas invasoras pelos nutrientes aplicados nas

mudas; adubação de cobertura com Ureia (150 g./cova) e controle de formigas cortadeiras.

Além dessas ações, houve a limpeza geral para remoção de resíduos, uma vez que em havia

freqüente circulação de banhistas e religiosos, os quais, deixavam grande quantidade de lixo

ou despachos na área de atuação do projeto.

Nas ações de manutenção da Área 1, um total de 2.936 mudas foi replantado (8,4%),

evidenciando um valor abaixo do referencial de perda de 10% proposto por Rodrigues et. al.

(2009), indicando sucesso no processo de restauração florestal.

Abaixo, seguem as imagens das ações:

13 14

9

15 16

Figuras - 13: Resíduos na Área 1; 14: Remoção de lixo; 15: Coroamento de mudas; 16: Roçada.

17 18

19 20

Figuras - 17: Coroamento; 18: Adubação de Cobertura; 19: Lixo; 20: Atividade antrópica na

ReBio.

10

Considerações sobre a Área 1

Por meio do desenvolvimento deste projeto houve a formação de uma comunidade

florestal ciliar estruturada e organizada, capaz de manter suas funções ecológicas/

ecossistêmicas para as futuras gerações. Importante mencionar que as Matas Ciliares

formadas na Área 1 estão protegidas legalmente (Lei n° 12.651/12 Novo Código Florestal),

e possuem as seguintes funções ecológicas: Formação de corredor ecológico para fauna;

atuação na estabilização das margens do Rio D’ouro e atenuação a radiação solar,

favorecendo o equilíbrio térmico da água do rio (DIAS, 2015). Além desses benefícios, após

as ações de restauração em um determinado trecho altamente degradado, foi registrada a

formação de uma nascente perene, sendo esta uma das melhores respostas ambientais às

ações desenvolvidas.

Figura 21: Trecho do Rio D'ouro com sua Mata Ciliar recomposta.

Figura 22: Detalhe das águas translúcidas do Rio D'ouro, um dos poucos contribuintes da

Região Metropolitana do Rio de Janeiro ainda em elevados padrões de qualidade.

11

B

A

Figura 23: Respostas ambientais da restauração realizada.

A- Março de 2014. Vista de um trecho em elevado estado de degradação.

B- Janeiro de 2017. Afloramento da nascente no mesmo local e formação de

densa comunidade florestal.

12

Área 2

B

C

A

Figura 24: Desenvolvimento da

comunidade florestal:

A - Junho de 2015. Local em fase de

manutenção.

B- Janeiro de 2016.

Desenvolvimento florestal.

C- Janeiro de 2017.

Desenvolvimento florestal, com

destaque para o crescimento

secundário (aumento da espessura

dos troncos das plantas) e altura.

Em detalhe, o mesmo poste de

transmissão de energia.

13

C

B

A

Figura 25: Desenvolvimento

da comunidade florestal:

A - Agosto de 2015.

Preparo de área degradada.

Detalhe ao fundo de um

cupinzeiro e à direita, a

estrada.

B - Janeiro de 2017. Vista

do mesmo local, a partir

da estrada.

C- Janeiro de 2017. Vista

da comunidade

florestal formada. Ao

fundo, o mesmo

cupinzeiro de “A”.

14

Na imagem 26 pode-se perceber o avanço da formação florestal, com o surgimento

de distintos estratos florestais e a saída do sistema de espécies herbáceas exóticas, uma vez

que o solo já se encontra sombreado (ano de 2017). Como características do estado

avançado podem ser citadas: Formação do estrato herbáceo-arbustivo; regeneração natural

de espécies arbóreas; árvores com Circunferência à Altura do Peito (CAP) a partir de 40 cm

e indivíduos arbóreos com aproximadamente 8,0 metros.

A

B

Figura 26: Desenvolvimento da comunidade florestal:

A- 1° Janeiro de 2016. Floresta em desenvolvimento após 2 anos de plantio,

com a estrutura entorno de 5,0 metros de altura e DAP médio de 25 cm.

Presença de espécies herbáceas exóticas (capim gordura - Melinis

minutiflora).

B- Janeiro de 2017. Aumento do calibre e altura dos indivíduos plantados;

pleno desenvolvimento do sub-bosque; ausência de gramíneas invasoras e

aumento do sombreamento.

15

Figura 27: Desenvolvimento da

comunidade florestal em sequência de 3

anos:

A - Vista no primeiro semestre de 2015

da área em recuperação.

B - Janeiro de 2016. Desenvolvimento

das mudas plantadas.

C - Janeiro de 2017. Detalhe para o

avançado desenvolvimento de mudas e

redução do crescimento de gramíneas

invasoras.

C

A

B

16

Aspectos gerais sobre a restauração florestal na Área 1:

Resultados Alcançados: Restauração florestal evidente.

Indicador de Resultados: Registro fotográfico de atividades e acompanhamento em campo.

Dificuldades/ Ameaças: Atividades Antrópicas

Total de Mudas plantadas: 34.600

Total de Manutenções: 4

Replantio: 2.936 (8,4 %).

4. RESTAURAÇÃO FLORESTAL – ÁREA 2

Área 2 é um ambiente de 2,72 ha localizado em relevo de alta declividade, onde

havia o domínio de espécies invasoras como Capim-sapê (Imperata brasiliensis), Grama

batatais (Paspalum notatum) e Canela-de-veado (Miconia albicans), além da presença das

espécies arbóreas Cambará (Gochnatia polymorpha) e Camboatá (Cupania oblongifolia).

Figura 28: Vista das áreas de restauração, com destaque para a Área 2.

Para o preparo de área, ocorrido em janeiro de 2015, foi realizada a Roçada das

espécies invasoras, permitindo assim, a diminuição da competição com as mudas de espécies

nativas que serão plantadas, além de favorecer todas as atividades restauração. E com intuito

de evitar a propagação de fogo no ambiente limpo, todo material gerado foi deslocado para

uma área úmida delimitada por um aceiro; dessa forma, caso haja incêndios no material, o

mesmo não se propaga, ficando restrito à área de depósito. Após a realização da roçada, foi

17

realizada a demarcação das covas com espaçamento 3 x 3, uma vez que o local já possui

cobertura vegetacional, dispensando-se o uso de espaçamentos mais adensados e 4 x4 nas

áreas onde há comunidade florestal, porém, com a predominância de poucas espécies,

havendo a necessidade de enriquecimento com espécies pertencentes aos grupos ecológicos

Secundárias Tardias e Clímax (Anexo 1). Juntamente com a abertura das covas foi realizada

a correção dos teores de Cálcio e Magnésio do solo utilizando-se 150 g. de Calcário

Dolomítico por cova, uma vez que a soma de seus valores foi abaixo de 3 Cmolc / dm³ , de

acordo com a análise de solo (Tabela 1). Além disso, de acordo com a análise, o teor de Al+³

foi maior que 0,3 Cmolc / dm³, evidenciando solos de elevada acidez e passíveis de toxidez

às espécies nativas a serem plantadas.

Após as práticas citadas, deu-se início no mês de fevereiro de 2015 às etapas de

Adubaçao de Plantio e Plantio, onde, após reabertura das covas e coroamento, aplicou-se

um condicionador natural denominado Hidrogel, que retém a água da chuva e/ou irrigação,

realizando a liberação paulatinamente, garantindo a umidade do solo, logo, o suprindo de água

as mudas. Houve a adubação nitrogenada com 150 g. de Ureia por cova, uma vez que o

Nitrogênio é um elemento essencial ao desenvolvimento das plantas, sendo necessária sua

aplicação por meio da adubação.

Em razão das características da área, a técnica de restauração foi o Plantio total em

Linhas Alternadas de Espécies Pioneiras e Não-Pioneiras, onde foram plantadas 3.080

mudas, pertencentes às espécies descritas no Anexo 1.

Análise de solo

Profund. Na Ca Mg K H+Al Al S T V m n pHágua Corg P K

(cm) -------------------------------------- Cmolc / dm

3 ---------------------------------

----- ---------------- % --

-------- 1:2,5 % --- mg/L ---

0-10 0.094 1.2 0.7 0.17 15.4 4.2 2.16 17.56 12 66 1 4.0 4.34 13 66

10-20 0.035 0.7 0.5 0.12 15.9 6.0 1.35 17.25 8 81.63 0 3.9 1.40 12 45

Tabela 1: Resultado da Análise de solo da Área 2. Realizada no Laboratório de Análises de Solo, Planta e Resíduos -

Departamento de Solos – Instituto de Agronomia - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

18

29 30

Figura 29: Coleta de solo para análise; 30: Vista parcial da área de restauração.

31 32

33 34

19

Manutenção da Área 2

Conforme já descrito, é de grande importância realizar manutenções do

reflorestamento, o que garantirá a formação de uma fisionomia florestal (BRANCALION et

al., 2015). Na Área 2, um total de três manutenções foram realizadas, sendo a primeira

aproximadamente quatro meses após o término do reflorestamento, seguindo-se as demais

com intervalos de aproximadamente 5 meses.

As ações abrangeram roçadas de espécies invasoras, que se alastravam pela área;

replantio de mudas mortas com a utilização de hidrogel (espécies do Anexo 1); coroamento

35 36

Figura 31: Limpeza da área; 32, 33 e 34: Abertura de covas, adubação e correção de

acidez; 35: Expedição de mudas para o campo; 36: Chegada de mudas no campo.

37 38

Figura 37: Preparo de Hidrogel; 38: Plantio.

20

de mudas para diminuir a competição de plantas invasoras pelos nutrientes aplicados nas

mudas; adubação de cobertura com Ureia (150 g./cova) e controle de formigas cortadeiras.

Importante mencionar que, em virtude do severo aclive (superior a 45°) foi utilizado

o guincho para ascensão de materiais e, ao todo, foram replantados 150 indivíduos (4.9 %)

do total, valor abaixo do referencial de perda de 10% proposto por Rodrigues et. al. (2009),

indicando sucesso no processo de restauração florestal.

39 40

41 42

21

Considerações sobre a Área 2

Aproximadamente dois anos após as ações de restauração, pode-se perceber a

formação de uma floresta de alta diversidade, similar a um ambiente florestal nativo, com a

presença de três estrados, a saber: Herbáceo, sub-bosque (vegetação de baixa estatura) e

arbóreo.

Considerando ecossistemas florestais em estado de recuperação, houve a formação

no piso florestal de uma camada de serrapilheira, material orgânico resultante da

decomposição de resíduos de origem animal e, principalmente vegetal. Esse material é

decomposto e mineralizado, transformando-se em nutrientes para as plantas. Dessa forma,

forma-se um ciclo, denominado Ciclagem de Nutrientes. Na Área 2, esse ciclo fica

evidenciando, uma vez que uma densa camada de serrapilheira foi encontrada, o que

assegura a dinâmica florestal na área.

43 44

Figura 39 e 40: Uso de guincho para ascensão de insumos; 41: Adubação e correção do solo; 42:

Controle de formigas: 43 e 44: Replantio.

22

A

B

Figura 45: Desenvolvimento da

comunidade florestal:

A- Novembro de 2015. Área em

manutenção.

B- Janeiro de 2017. Pleno

desenvolvimento da

comunidade florestal, com

denso sub-bosque e formação

de Dossel (conjunto de copas

das árvores, formando uma

espécie de camada contínua

superior).

23

B

A

Figura 46: Desenvolvimento da comunidade florestal:

A- Janeiro de 2015. Área em início de preparo para reflorestamento. Detalhe

da operação de limpeza.

B- Janeiro de 2017. Pleno desenvolvimento da comunidade florestal, com

denso sub-bosque e formação de Dossel (conjunto de copas das árvores,

formando uma espécie de camada contínua superior).

24

Figura 47: Formação de densa camada de serrapilheira no piso florestal (Janeiro de 2017).

Aspectos gerais sobre a restauração florestal na Área 2:

Resultados Alcançados: Restauração florestal evidente.

Indicador de Resultados: Registro fotográfico de atividades e acompanhamento em campo.

Dificuldades/ Ameaças: Elevada declividade.

Total de Mudas plantadas: 3.080

Total de Manutenções: 3

Replantio: 150 indivíduos (4.9 % do total).

5. RESTAURAÇÃO FLORESTAL – ÁREA 3

A Área 3 é o maior sítio de restauração florestal deste projeto, uma vez que possui

uma área de aproximadamente 75 hectares. Em virtude do seu considerável tamanho, há

distintas formações de relevo, que vão desde baixadas alagáveis, planícies, formações de

encosta das mais variadas declividades, até topos de morros, registrando-se em todas,

afloramentos rochosos. Há pedoformas côncavas e convexas, ou seja, áreas que podem

convergir ou divergir águas de precipitação ou de escoamento superficial, e que, na ausência

de cobertura vegetal, ocasionam-se processos erosivos. Esse ambiente, que em boa parte de

sua abrangência é Área de Preservação Permanente do Rio Santo Antônio, encontrava-se em

severo estágio de degradação antes da realização deste projeto.

25

Figura 48: Vista das áreas de restauração, com destaque para a Área 3.

Em Abril de 2015 houve a roçada da área, que consistiu na realização de limpeza

semimecanizada (uso de roçadeiras) para remoção das espécies invasoras. De maneira

similar às Áreas 1 e 2, todo material proveniente da roçada foi encaminhado à um local

específico, evitando assim, a propagação de possíveis incêndios. Após a roçada houve o

combate às formigas cortadeiras (saúvas), uma vez que o local se encontra infestado e há

necessidade de diminuir o ataque, diminuindo a possibilidade a mortalidade de mudas. É

importante ressaltar que, o controle de formigas ocorrereu durante toda vigência do projeto

em todos os locais infestados, de modo a evitar possíveis ataques às mudasflorestais.

Após o combate às formigas, a etapa seguinte foi a marcação do espaçamento entre

covas com a ferramenta denominada Pé-de-galinha, que ora foi de 2 x 2 metros entre mudas

(em condições de pastagem degradada, com ausência de árvores, buscando-se rápido

recobrimento do solo) ora 3 x 3 m, quando havia alguma formação florestal já formada,

permitindo a diminuição do número de mudas por hectare plantada e 4 x4 nas áreas onde há

comunidade florestal, porém, com a predominância de poucas espécies, havendo a

necessidade de enriquecimento com espécies pertencentes aos grupos ecológicos

Secundárias Tardias e Clímax (Anexo 1). Após a marcação do local das covas, procedeu-se

a abertura das mesmas e realizou-se o coroamento, a correção da acidez com Calcário

Dolomítico e adubação com Fosfato Natural (quantidades iguais à Área 1), uma vez que a

Análise de Solo evidenciou a necessidade (Figura 49).

26

Após, iniciaram-se as etapas de Adubação de Plantio e Plantio. Primeiramente

realizou-se a adubação nitrogenada com 150 g. de Ureia por cova e aplicação de adubação

orgânica com esterco bovino (1 Litro por cova) com a mesma finalidade apresentada na

Área 2, além do uso do Hidrogel para retenção de água. Acerca do plantio, foram plantadas

em toda Área 3 150.000 mudas, seguindo a metodologia de Linhas Alternadas de Espécies

Pioneiras e Não-Pioneiras com arranjamento em Quincôncio, utilizando as espécies

contidas no Anexo 1.

Figura 49: Resultado da Análise de solo da Área 3. Realizada no Laboratório de Análises

de Solo, Planta e Resíduos - Departamento de Solos – Instituto de Agronomia -

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. LE= Lado esquerdo da estrada que corta a

área. LD= Lado direito da estrada.

50 51

27

52 53

Figura 50 e 51: Formigueiro e controle de formigas; 52 e 53: Coroamento e abertura de

covas.

54 55

56 57

28

Houve três circunstâncias de dificuldades ocorrentes na restauração da Área 3, onde

a primeira (1) foi a elevada presença de gado, entorno de 50 animais, eram soltos no interior

da área de reflorestamento por fazendeiros das proximidades para pastoreio, além da

constante presença de 6 (seis) equinos, cujos donos são desconhecidos. Tal prática aumentou

a mortalidade das mudas recentemente plantadas, uma vez que houve pisoteio sobre as

mudas. Além disso, os animais eram agentes transmissores de carrapato, o que causou

grande desconforto aos trabalhadores do projeto.

No intuito de retirar os animais, foi encaminhado um ofício de solicitação à Gestão

da Unidade de Conservação Reserva Biológica (REBIO) do Tinguá solicitando a remoção

dos animais. A solicitação foi atendida, uma vez que foram apreendidos pela Polícia Milita

Ambiental do Estado do Rio de Janeiro. A segunda ocasião foi a elevada presença antrópica

na área de reflorestamento.

2) Em junho de 2015 a equipe de restauração florestal encontrou um veículo

carbonizado na área de restauração. Todas as condições em que o veículo foi encontrado

foram preservadas pela equipe, não havendo quaisquer alterações no local. Prontamente a

Entidade Ambientalista Onda Verde solicitou junto à Gestão da REBIO do Tinguá a

remoção do automóvel, uma vez que é um material estranho ao ambiente florestal, além

promover riscos à saúde dos trabalhadores, já que os destroços possuem partes cortantes. Em

virtude da carbonização do veículo, um total de 30 mudas foram queimadas, o que gerou o

58 59

Figura 54: Correção de solo; 55: Preparo de Hidrogel; 56 e 57: Expedição de mudas; 58 e 59:

Plantio.

29

deslocamento da equipe de reflorestamento para restituir a área que previamente havia sido

restaurada.

60 61

Figuras 60 e 61: Pastoreio de animais.

62 63

64 65

Figuras 62: Pisoteio de muda; 63: Veículo incendiado; 54 e 65: Danos às mudas.

30

3) Em alguns pontos da Área 3 a estrada encontrava-se intransitável, havendo a

necessidade de reparos. Além disso, em alguns trechos de aclive, o acesso às áreas foi

dificultado, pois, o veículo patinava na lama, dificultando o acesso às áreas de trabalho.

66 67

Figuras 66: Estrada intransitável; 67, 68 e 69: Início dos reparos da via

68 69

31

No diagnóstico de campo da Área 3 foi constatado um trecho de aproximadamente

5,0 hectares apresentando severo estado de degradação, uma vez que há danos à paisagem,

que está inserida em ambiente de alta declividade (entorno de 45 ° ou superior em alguns

pontos) e faz parte da Microbacia do Rio Santo Antônio. O estado de degradação é oriundo

de desmatamento e uso inadequado do solo, ações realizadas antes da criação da REBIO do

Tinguá, que tiveram as seguintes consequências:

- Remoção da cobertura florestal nativa deixando os solos desprotegidos, ocasionando

severos processos erosivos, como ravinas. Neste processo, a água do escoamento superficial

escava o solo, removendo os horizontes superficiais;

- Remoção dos nutrientes existentes no topo do solo;

70 71

72 73

Figuras 70: Equipe realizando reparos na via;71: Vista do trecho após reparo; 72 e 73:

Veículo em trânsito.

32

- Presença, em alguns pontos, de espécies herbáceas ruderais (Capim-sapê (Imperata

brasiliensis), Grama batatais (Paspalum notatum) e Canela-de-veado (Miconia albicans);

- Indícios de compactação do solo, em virtude do impacto direto das gotas da chuva. Tal

processo impede a infiltração da água, favorecendo o escoamento superficial e carreamento

de sedimentos. Por conseqüência, os materiais carreados podem se depositar no leito do rio

Santo Antônio, degradando-o. Dessa forma, a restauração nesse ambiente se tornou a mais

importante de todo o projeto.

74 75

Figuras 74 e 75: Vista parcial do trecho em elevado estado de degradação.

Figuras 76 e 77: Vista parcial do trecho em elevado estado de degradação.

76

77

33

Dadas as características ambientais, primeiramente foi realizado o controle das

espécies ruderais que poderiam competir com as mudas plantadas de espécies arbóreas em

busca de luz, nutrientes e umidade, por meio da roçada semimecanizada. Nesta ação, para

impedir a intensificação dos processos erosivos, buscou-se apenas retirar o excesso da

cobertura vegetal, realizando a roçada na altura de 10 cm do solo, evitando-se retirar

totalmente os vegetais do piso da área. Vale ressaltar que a maior parte matéria orgânica

proveniente da roçada teve que ser removida da área de reflorestamento, depositada em

ambientes mais úmidos e cercadas por aceiros, medidas corriqueiras de prevenção de

possíveis incêndios florestais.

Levando-se em conta as consequências dos impactos ocorridos, bem como o grau de

degradação, foram desenvolvidas duas técnicas de recuperação:

78 79

Figuras 78 e 79: Roçada da área.

80 81

Figuras 80 e 81: Roçada e remoção de resíduos vegetais.

34

Técnica 1- Plantio Total por meio de Modelos Sucessionais em Linhas Alternadas de

Espécies Pioneiras e Não-Pioneiras, conforme proposto por Kageyama & Gandra (2004).

Para a marcação do espaçamento de 2 x 2 metros entre as mudas arbóreas, foi utilizado o

Pé-de-galinha, priorizando-se o arranjamento em Quincôncio, ou seja, cada muda não-

pioneira teve ao seu redor quatro mudas pioneiras. Após a marcação, procedeu-se a abertura

das mesmas, aplicando-se 150 g/cova de Calcário Dolomítico para correção dos teores de

Cálcio/Magnésio e elevação do pH, por se tratar de solo ácido, bem como a adubação com

100 g/cova de Fosfato Natural, indispensável ao desenvolvimento radicular das mudas. Vale

ressaltar que a correção e adubação ocorreu 1 mês antes do plantio das mudas, uma vez que

esse é o prazo aproximado da reatividade do Calcário no solo e em função da baixa

mobilidade do nutriente Fósforo impedir sua aplicação no momento do plantio.

Após as práticas citadas, deu-se início ao plantio de mudas adquiridas de produtores da

região de Tinguá, cujas espécies estão discriminadas no Anexo I. Além do plantio, realizou-

se a adubação nitrogenada com 150 g. de Ureia por cova. Além da adubação nitrogenada,

realizou-se a coleta de esterco bovino para realização da adubação orgânica (1 Litro por

cova), com a finalidade de melhorar as características físicas do solo e proporcionar retenção

82 83

Figuras 82: Abertura de covas; 83: Adubação e correção.

35

de umidade para as mudas. Outro composto aplicado no momento do plantio, para retenção

da água de chuva, foi o Hidrogel e, em virtude da severa declividade e altitude do local, houve

a necessidade de bombear a água de prepado do Hidrogel via motobomba.

86 87

88 89

90 91

Figuras 86 e 87: Chegada de mudas em campo; 88 e 89: Adubação e aplicação de esterco

bovino nas covas; 90 e 91: Bombeamento de água para preparo de Hidrogel.

36

Técnica 2- Com intuito de diminuir os processos erosivos, foram plantadas nas entrelinhas

das espécies arbóreas a espécie herbácea Feijão-de-Porco (Canavalia ensiformis (L.) DC) e

a subarbustiva Feijão-guandu (Cajanus cajans L. Millsp), que consistem em leguminosas,

cujo desenvolvimento ocorre em solos de baixa fertilidade protegendo-o desde o início do

seu ciclo, em razão do elevado incremento de suas folhas, sendo uma barreira natural à ação

do impacto das gotas de chuva, assim, impedindo a erosão hídrica. Dessa forma, os

principais efeitos positivos desta metodologia, de acordo com Sloneker & Moldanhauer

(1977); Cogo et al.(1984); Zhou et al (2002) e Castro et al.(2011), são:

- As raízes aumentam as taxas de infiltração no solo, a porosidade e os canais de sucção,

favorecendo a redução do escoamento superficial (run off);

- Redução a erosão pelo efeito splash, ou seja, as plantas interceptam as chuvas, reduzindo a

erosão laminar, evitando a erosão pelo efeito das gotas de chuva, que deixam de atingir

diretamente o solo;

- Ampliam a cobertura de solo e favorecem sua descompactação natural;

- Realização da adubação verde, por serem fixadoras de nitrogênio.

Importante que a viabilidade das espécies é apenas em ambientes de elevada radiação

solar. Dessa forma, em aproximadamente 3 anos, período no qual as espécies arbóreas

estarão em pleno desenvolvimento de copa, reduzindo assim, as taxas de iluminação na área

de plantio; eliminado os feijões da área de intervenção, de forma natural, quando não forem

mais necessários.

93 94

Figuras 93 e 94: Plantio.

37

O plantio dos feijões se deu da seguinte maneira: Nas entrelinhas das espécies

arbóreas foram plantadas uma linha de Feijão-de-porco e uma de Feijão-guandu. Cada linha

foi alocada a 0,5 metros da linha de plantio de espécies arbóreas, sendo o espaço entre as

linhas de feijão de 1 metro;

- O espaçamento de plantio dentro da linha de cultivo dos feijões foi de 0,5 m;

- Plantou-se de 3-4 feijões em covetas abertas com cavadeira fixa ou ferramenta similar.

Abaixo, seguem as imagens:

Figura 93: Equipe em campo preparando área para plantio dos feijões - I.*

Figura 94: Equipe em campo preparando área para plantio dos feijões - II.

*Em virtude do cuidado com as sementes dos feijões, bem como o desenvolvimento do trabalho, apenas os trabalhadores que

realizaram a ação de plantio dos feijões foi dispensado o uso de luvas. O restante da equipe manteve o uso do referido EPI

normalmente.

38

Figura 95: Detalhe dos feijões: À esq. sementes de Feijão-guandu. À dir. Feijão-de-porco.

Figura 96: Detalhe do plantio.

39

Figura 97: Plantio dos feijões.

Manutenção da Área 3

Após a conclusão das ações de plantio, foi iniciada a operação de manutenção, uma

vez que um dos fatores do sucesso de empreendimentos de restauração florestal é a adoção

de corretas técnicas manutenção do reflorestamento. Além disso, plantios abandonados

apresentam elevadas taxas de mortalidade, seja pela deficiência nutricional, ataque de

formigas cortadeiras ou ainda a infestação de espécies invasoras.

Foram realizadas ao todo três ações de manutenção, e abrangeram as ações de

roçadas de espécies invasoras, que se alastravam pela área; replantio de mudas mortas com a

utilização de hidrogel (espécies do Anexo 1); coroamento de mudas para diminuir a

competição de plantas invasoras pelos nutrientes aplicados nas mudas; adubação de

cobertura com Ureia (150 g./cova) e controle de formigas cortadeiras.

Nessa ação, um total de 14.300 mudas foi replantado (9,5%), evidenciando um valor

abaixo do referencial de perda de 10% proposto por Rodrigues et. al. (2009), indicando

sucesso no processo de restauração florestal.

Abaixo, seguem as imagens:

40

100 101

102 103

104 105

Figuras 100 e 101: Coroamento de mudas; 102, 103 e 104: Roçada; 105: Adubação de

cobertura.

41

Figuras 106, 107 e 108: Vistas parciais do ambiente após manutenção

Considerações sobre a Área 3

Aproximadamente após dois anos de restauração, houve completa restauração

florestal, inclusive nos trechos de maior degradação, havendo pleno desenvolvimento das

mudas e dispersão de frutos/ sementes, o que assegura a retomada da estabilização ecológica

do ambiente, a sucessão ecológica e perpetuação da comunidade florestal. Ademais, houve

a contenção dos severos processos erosivos por meio da formação da comunidade florestal,

o que favoreceu a infiltração da água no solo, diminuindo do escoamento superficial

(runoff), gerando grande redução da saída de material mineral particulado das encostas para

o leito do Rio Santo Antônio. Dessa forma, há manutenção da qualidade da água e

conservação de toda diversidade biológica do rio.

106 107

108

42

A

B

Figura 109: Vegetação mitigando processos erosivos:

A- Janeiro de 2016. Ambiente severamente degradado, com exposição de solo e ausência de

cobertura vegetacional.

B- Janeiro de 2017. Formação de comunidade vegetal com espécies arbóreas e leguminosas

herbáceas fixadoras de nitrogênio, promovendo cobertura de solo.

43

A

B

Figura 110: Revegetação:

A- Julho de 2015. Mudas recém-plantadas.

B- Janeiro de 2017. Formação de comunidade florestal.

44

B

A

Figura 111: Desenvolvimento da comunidade florestal:

A- Junho de 2015. Área sendo preparada para plantio.

B- Janeiro de 2017. Área com indivíduos florestais desenvolvidos.

45

B

C

A Figura 102: Desenvolvimento do reflorestamento:

A - Julho de 2015.

B - Janeiro de 2016

C - Janeiro de 2017.

46

Figura 113: Exemplos de dispersão no reflorestamento: “A” Lobeira

(Solanum lycocarpum), “B” Dedaleiro (Lafoensia pacari) produzindo

frutos e C” Urucum (Bixa Olerana).

A

B

C

47

Aspectos gerais sobre a restauração florestal na Área 3:

Resultados Alcançados: Restauração florestal evidente.

Indicador de Resultados: Registro fotográfico de atividades e acompanhamento em campo.

Dificuldades/ Ameaças: Atividades antrópicas, pastoreio de animais, estradas em péssimas

condições e elevada declividade.

Total de Mudas plantadas: 150.000

Total de Manutenções: 3

Replantio: 14.300 (9,5 % do total).

6. RESTAURAÇÃO FLORESTAL – ÁREA 5

A Área 5 é um ambiente de 13,83 ha onde antes das ações de restauração era um

campo degradado com a presença de espécies rupestres Capim-sapê (Imperata brasiliensis),

Grama batatais (Paspalum notatum) e Canela-de-veado (Miconia albicans), além da

ocorrência de grupos arbóreos da espécie Embaúba-branca e Cambará formando, pequenos

bosques.

Figura 114: Vista das áreas de restauração, com destaque para a Área 5.

48

Figura 115: Diagnóstico ambiental da Área 5 –I.

Figura 116: Diagnóstico ambiental da Área 5 –II.

49

Figura 117: Vista parcial do ambiente, com afloramento rochoso.

De acordo com as características do ambiente foi realizado o Plantio total em Linhas

Alternadas de Espécies Pioneiras e Não-Pioneiras, conforme proposto por Kageyama &

Gandra (2004) e realizado nas áreas anteriores, havendo o plantio de 23.108 mudas. Para o

Preparo de Área foi realizada a roçada semimecanizada do ambiente, retirando-se os

resíduos vegetais para um local úmido. Já a marcação das covas seguiu o espaçamento 2x2m

entre mudas para ambientes ausentes de cobertura florestal e de 3x3m para locais onde

indivíduos florestais formando bosques primários. Como forma de corrigir o solo da acidez

e fornecer Cálcio/ Magnésio foi adicionado, 30 dias antes do plantio, 150g./cova de Calcário

Dolomítico, além da realização da adubação com 150g./cova de Fosfato Natural. Já no

Plantio, realizou-se a adubação nitrogenada com 150g./cova de Ureia, além do uso do

condicionador hídrico. Vale lembrar que foi realizado o controle de formigas cortadeira com

isca formicida antes, durante e após o Plantio.

50

Figura 118: Roçada.

Figura 19: Remoção de resíduos.

51

120 121

122 123

124 125

Figuras 120 e 121: Antes e depois da remoção dos resíduos; 122: Limpeza da área; 123:

Coroamento; 124: Abertura e adubação; 125: Plantio.

52

É fundamental mencionar que no final do outono de 2016, chuvas intensas ocorreram

no local, sendo necessário reconstruir, por diversas vezes, a estrada que dá acesso ao

reflorestamento. Além disso, visando à plena continuidade das ações e atendimento ao

planejamento do projeto, foi necessário o uso do veículo tipo Pick Up Ranger (4 x 4) próprio

da Entidade Ambientalista Onda Verde, uma vez que o percurso tornou-se intransitável para

o caminhão deste projeto.

Manutenção da Área 5

Após a conclusão das ações de plantio, foi iniciada a operação de manutenção. Onde

foram realizadas ao todo duas ações de manutenção, abrangendo roçadas de espécies

invasoras, que se alastravam pela área; replantio de mudas mortas com a utilização de

126 127

128 129

Figuras 126 e 127: Reconstrução de estrada; 128 e 129: Ambiente de difícil acesso.

53

hidrogel (espécies do Anexo 1); coroamento de mudas para diminuir a competição de

plantas invasoras pelos nutrientes aplicados nas mudas; adubação de cobertura com Ureia

(150 g./cova) e controle de formigas cortadeiras. Nessa ação, um total de 2020 mudas foi

replantado (8,7 %), evidenciando um valor abaixo do referencial de perda de 10% proposto

por Rodrigues et. al. (2009), indicando sucesso no processo de restauração florestal.

Figura 130: Roçada da área - I.

Figura 131: Roçada da área - II.

54

Figura 132: Roçada da área - III.

Figura 133: Roçada da área - IV.

Figura 134: Vista parcial da área após limpeza.

55

Figura 135: Coroamento de mudas.

Figura 136: Adubação de cobertura – I.

Figura 137: Adubação de cobertura – II.

56

Figura 138: Controle de formigas cortadeiras (detalhe para o uso de porta-isca natural feito

de bambu).

Considerações sobre a Área 5

No mês de Janeiro de 2017, em razão das fortes temperaturas, a população que vive

nas cercanias da ReBio se dirige a um trecho do Rio Santo Antônio, localizado nas

proximidades da Área 5, o que favorece o despejo de resíduos sólidos, além da possibilidade

de ocorrência de incêndios florestais, em razão da instalação de fogueiras nas proximidades

do rio. Apesar de todos os cuidados preventivos tomados neste projeto, como instalação de

aceiros em áreas sujeitas a incêndios e remoção de resíduos da roçada para um local úmido,

no dia 21 de Janeiro, foi registrado um incêndio florestal em um trecho da Área 5.

De maneira a recuperar a área de forma rápida e eficiente, foi proposta a realização

da metodologia de restauração denominada Semeadura Direta, ou seja, a distribuição de

sementes na área afetada, visando ao estabelecimento de comunidade florestal. Essa é uma

técnica de grande interesse, uma vez que dispensa a produção e transporte de mudas, permite

um maior adensamento de plantas, favorecendo a ocupação e sombreamento mais rápido da

área degradada. Esta técnica é vantajosa também por permitir a formação de uma

comunidade florestal melhor adaptada às condições de degradação da área (BRANCALION,

2015).

Foram utilizadas sementes florestais de alto padrão de qualidade, ausentes de

dormência, de grupos ecológicos iniciais (Pioneiras e Secundárias Iniciais presentes no

Anexo 1), o que favorece o pleno desenvolvimento e rápido recobrimento do local. A

semeadura foi feita no local de plantio das mudas, uma vez que o solo se encontrava

corrigido e adubado.

57

Figura 139: Vista da área afetada pelo incêndio.

Figura 140: Mix de sementes.

Figura 141: Semeadura direta*.

58

* Devido ao cuidado com as sementes, bem como a ausência de riscos para o trabalhador, aos mesmos foi

dispensado o uso de luvas. O restante da equipe manteve o uso do referido EPI normalmente.

Figura 142: Detalhe da semeadura.

Conforme registrado pela equipe de campo, em apenas uma semana já foi possível

verificar o sucesso da técnica, uma vez que houve germinação nas áeras onde ocorreu a

semeadura. Dessa forma, espera-se que brevemente seja formada uma comunidade florestal

viável e permanente, o que trará melhorias ambientais e ecossistêmicas, conforme já relatado

neste relatório.

Figura 143: Germinação de plântula.

59

Aspectos gerais sobre a restauração florestal na Área 5:

Resultados Alcançados: Restauração florestal em processo de desenvolvimento.

Indicador de Resultados: Registro fotográfico de atividades e acompanhamento em campo.

Dificuldades/ Ameaças: Atividades antrópicas e estradas em péssimas condições.

Total de Mudas plantadas: 23.108

Total de Manutenções: 2

Replantio: 2020 (8,7% do total).

7. RESTAURAÇÃO FLORESTAL – ÁREA 7

A Área 7 foi a menor área de restauração, totalizando 0,76 ha. Apresenta relevo com

declividade moderada (<45°), formação florestal definida, porém, com o predomínio de

algumas espécies, como: Cambará (Gochnatia polymorpha), Negamina (Siparuna

guianensis), Cinco-chagas (Sparattosperma leucanthum) e Camboatá (Cupania

oblongifolia). Em virtude do estágio sucessional do ambiente ser caracterizado como Inicial

tendendo ao Médio, foi realizado o enriquecimento florestal, ou seja, o plantio de espécies

arbóreas consideradas raras, ameaçadas ou de significativo valor para a conservação,

apresentadas no Anexo 1.

Figura 144: Vista das áreas de restauração, com destaque para a Área 7.

60

Na ação de restauração, a roçada semimecanizada foi dispensada, dado o

recobrimento do solo por indivíduos do estrato herbáceo ou regenerantes das espécies

arbóreas supracitadas. Dessa forma, conservou-se a regeneração natural.

Como metodologia de enriquecimento realizou-se a marcação das covas em

espaçamento 4 x 4, com arranjamento em Quincôncio, abertura das covas e adubação com

150g. de Fosfato Natural, nutriente que permite o rápido desenvolvimento radicular das

mudas e 150g. de Ureia, adubo nitrogenado que garante o rápido crescimento das mudas,

além da aplicação do condicionador hidrológico (Hidrogel) para suprir as necessidades de

água das mudas.

Neste ambiente foi dispensado o uso de iscas formicidas, já que no diagnóstico

ambiental e durante todas as ações não foram encontradas evidências de formigas

cortadeiras. Tampouco foi necessário utilizar Calcário para correção do solo, uma vez que

não foi constatada elevada acidez no local. Abaixo seguem as imagens do enriquecimento

ecológico, onde foram plantadas 475 mudas.

Figura 145: Abertura de covas - I.

61

Figura 146: Abertura de covas - II.

Figura 147: Plantio – I.

Figura 148: Plantio – II.

62

Figura 149: Plantio - III.

Figura 150: Equipe em campo realizando plantio.

63

Figura 151: Adubação.

.

Figura 152: Muda de Palmito- juçara após plantio.

Figura 153: Vista parcial do ambiente ao término das ações.

64

Manutenção da Área 7

Em virtude do estágio avançado de regeneração da área, do pleno desenvolvimento

das mudas plantadas e para evitar pisoteio dos indivíduos da regeneração natural, a

manutenção nesse ambiente foi dispensada.

Considerações sobre a Área 7

Aproximadamente um ano após a realização do enriquecimento, pode-se notar o

pleno desenvolvimento da comunidade florestal em seus estratos herbáceo, subarbustivo e

arbustivo e arbóreo.

A

B

Figura 154: Desenvolvimento florestal:

A- 1° semestre de 2016. Vista parcial da área de restauração.

B- Janeiro de 2017. Pleno desenvolvimento da área, com destaque para a formação

do sub-bosque.

65

Aspectos gerais sobre a restauração florestal na Área 7:

Resultados Alcançados: Restauração florestal evidente.

Indicador de Resultados: Registro fotográfico de atividades e acompanhamento em campo.

Dificuldades/ Ameaças: Não se aplica.

Total de Mudas plantadas: 475

Total de Manutenções: Não se aplica.

Replantio: 20 indivíduos (2.3 % do total).

8. RESTAURAÇÃO FLORESTAL – SÍTIO SUBSTITUÍDO

As chuvas relatadas no tópico anterior tornaram intransponíveis os acessos às Áreas 4 e

6, que possuem 10,5 e 10,3 hectares, respectivamente, totalizando 20,8 ha. Para recuperar o

acesso aos ambientes, haveria a necessidade de aplicar grande esforço físico por parte dos

trabalhadores, além do tempo demasiado necessário de reparo, tendo como consequência o

atraso na conclusão do reflorestamento dos 130 hectares. Vale lembrar que equipe do projeto

possui sólida experiência na ação de reparação de estradas, conforme relatado neste e nos

relatórios semestrais, entretanto o efeito das chuvas foi tão intenso que inviabilizou a

restauração do acesso. Dessa forma, foi realizada a delimitação e caracterização ambiental

de um novo ambiente para desenvolvimento deste projeto, com área idêntica aos dois locais

prejudicados, ou seja, detém 20,8 hectares, denominado Sítio Substituído.

Figura 155: Vista dos ambientes de restauração. Em vermelho, as áreas onde o acesso se

tornou inviável.

4

6

1 2

3

5 7

66

Figura 156: Acessos intransponíveis por conta das chuvas – I.

Figura 157: Acessos intransponíveis por conta das chuvas – II.

O Sítio Substituído apresenta-se degradado, ausente de cobertura florestal em sua

maior parte, e quando apresenta bosques florestais, ocorre dominância monoespecífica, ou

seja, com a presença apenas da espécie arbórea Cambará, além de possuir locais de severos

processos erosivos, com perda das camadas superficiais, remoção de nutrientes, e fluxo de

massa de material mineral para as regiões mais baixas. O relevo é ora plano, ora suavemente

ondulado, com os trechos de erosão em declividade de 45°. Em vista do diagnóstico, torna-

se extremamente necessário realizar as ações neste ambiente, que possui estradas de boa

qualidade e é de fácil acesso.

67

Figura 158: Conformação final das áreas de Restauração Florestal, com destaque para a

área substituída.

Figura 159: Delimitação dos limites da área de Restauração Florestal – I.

1

5

7

3

2

68

Figura 160: Delimitação dos limites da área de Restauração Florestal – II.

De acordo com as características ambientais, foi realizado a partir de setembro

de 2016 a restauração florestal por meio do Plantio total em Linhas Alternadas de Espécies

Pioneiras e Não-Pioneiras. De forma análoga às áreas anteriores, para o Preparo de Área foi

realizada a roçada semimecanizada do ambiente, retirando-se os resíduos vegetais para um

local úmido. Já a marcação das covas seguiu o espaçamento 2x2m entre mudas para

ambientes ausentes de cobertura florestal e de 3x3m para locais onde indivíduos florestais

formando bosques primários. Como forma de corrigir a acidez do solo e fornecer Cálcio/

Magnésio foi adicionado, 30 dias antes do plantio, 150g./cova de Calcário Dolomítico, além

da realização da adubação com 150g./cova de Fosfato Natural. Já na fase de Plantio, onde

foi plantado um total de 31.024 mudas, realizou-se a adubação nitrogenada com 150g./cova

de Ureia, além do uso do condicionador hídrico. Foi realizado o controle de formigas

cortadeiras com isca formicida antes, durante e após o Plantio.

4

1

69

Figura 161: Limpeza de área – I.

Figura 10: Limpeza de área – II.

70

Figura 163: Limpeza de área – III.

Figura 164: Limpeza de área – IV.

71

Figura 165: Marcação e abertura de covas - I.

Figura 166: Marcação e abertura de covas - II.

72

Figura 167: Vista parcial da área com destaque para equipe em campo.

Figura 168: Vista parcial da área após marcação e abertura de covas.

73

Figura 169: Adubação e correção de solo – I.

Figura 170: Adubação e correção de solo - II.

74

Figura 171: Adubação e correção de solo – III.

Figura 172: Aplicação de esterco - I.

Figura 173: Aplicação de esterco - II.

75

Figura 174: Cova de plantio com insumos.

Figura 175: Mudas para plantio.

76

Figura 11: Transporte de mudas para área de plantio.

Figura 177: Seleção de mudas - I.

77

Figura 12: Seleção de mudas - II.

Figura 13: Preparo de hidrogel - I.

Figura 180: Preparo de hidrogel - II.

78

Figura 181: Plantio - I.

Figura 14: Plantio - II.

79

Figura 15: Plantio - III. (Pau-brasil).

Figura 184: Adubação nitrogenada - I.

80

Figura 185: Adubação nitrogenada - II.

Manutenção do Sítio Substituído

Aproximadamente dois meses após a conclusão das ações de plantio, foi iniciada a

operação de manutenção, onde foram realizadas as ações de roçadas de espécies invasoras;

replantio de mudas mortas com a utilização de hidrogel (espécies do Anexo 1); coroamento

de mudas para diminuir a competição de plantas invasoras pelos nutrientes aplicados nas

mudas; adubação de cobertura com Ureia (150 g./cova) e controle de formigas cortadeiras.

Nessa ação, um total de 2800 mudas foi replantado (9,0 %), evidenciando um valor abaixo

do referencial de perda de 10% proposto por Rodrigues et. al. (2009), indicando sucesso no

processo de restauração florestal.

Abaixo seguem as imagens:

81

Figura 186: Manutenção.

Figura 187: Detalhe do replantio + aplicação de hidrogel.

82

Figura 188: Adubação de cobertura nitrogenada - I.

Figura 189: Adubação de cobertura nitrogenada - II.

Considerações sobre o Sítio Substituído

Mesmo tendo-se realizado apenas uma manutenção, foi possível assegurar o

desenvolvimento florestal da área. Dessa maneira, haverá, juntamente com o

desenvolvimento florestal, ampliação da área de hábitat e de diversidade na ReBio do

Tinguá.

83

Aspectos gerais sobre a restauração florestal no Sítio Substituído.

Resultados Alcançados: Restauração florestal em desenvolvimento.

Indicador de Resultados: Registro fotográfico de atividades e acompanhamento em

campo.

Dificuldades/ Ameaças: Não se aplica.

Total de Mudas plantadas: 31.024

Total de Manutenções: 1.

Replantio: 2800 (9,0 % do total).

9. CONSTRUÇÃO DA CERCA

Visando ao impedimento da entrada de gado na área de reflorestamento, além de

buscar o isolamento do local, o que favorece o desenvolvimento do plantio, bem como da

regeneração natural, foi construída uma cerca. A mesma possui cinco arames, sendo quatro

farpados e o mais próximo do solo, liso, o que favorece o trânsito de animais silvestres sem

causar ferimentos. Além disso, a cerca foi construída com eucalipto tratado, o que aumenta

sua vida útil em aproximadamente 30 anos.

Foi priorizada a instalação em áreas passíveis de trânsito de animais. Na etapa seguinte

foi terminada a instalação nos ambientes mais remotos do projeto, além da realização de

manutenções na cerca já concluída, uma vez que um raio danificou alguns fios de arame,

necessitando o reparo.

Abaixo seguem as imagens da ação.

Figura 190: Cova para instalação da cerca.

84

Figura 16: Instalação da cerca - I.

Figura 17: Instalação da cerca - II.

85

Figura 193: Instalação da cerca - III.

Figura 18: Manutenção da cerca - I.

86

Figura 195: Manutenção da cerca - II.

Figura 196: Manutenção da cerca - III.

Aspectos gerais sobre a Construção/ Manutenção da cerca:

Resultados Alcançados: Objetivo concluído.

Indicador de Resultados: Registro fotográfico de atividades e acompanhamento em campo.

Dificuldades e ameaças: Não se aplica.

10. MONITORAMENTO DE CRESCIMENTO

No escopo do projeto de restauração florestal está descrita a realização do

monitoramento semestral de crescimento de mudas implantadas. Essa atividade é uma forma

de acompanhar o estabelecimento das mudas em campo, registrando seus crescimentos.

87

Além disso, segundo Brancalion et al.(2015) o monitoramento é a etapa mais importante de

todo o projeto de restauração florestal, pois permite analisar se a área degradada está sendo

conduzia a uma condição de ecossistema restaurado.

Para determinar o sucesso do projeto de reflorestamento, recorreu-se ao

monitoramento quantitativo por meio da instalação de 5 (cinco) parcelas permanentes de

mensuração, cada uma contendo aproximadamente 50 indivíduos. Foram mensuradas,

semestralmente, de janeiro de 2015 a janeiro de 2017, as variáveis Diâmetro de Colo (mm),

que consiste na medição do diâmetro da muda ao nível do solo, com auxílio de um

paquímetro digital; Altura Total, com o uso de uma trena e Diâmetro de Copa, onde são

medidas as copas das mudas na direção latitudinal e longitudinal. Em cada relatório redigido

foi apresentada uma tabela de campo com os valores coletados para construção de uma base

de dados, a qual foi transformada usando log 10, o que permitiu a avaliação do

monitoramento.

Resultados do monitoramento

Do total de indivíduos amostrados, 17 (6,8%) morreram ao longo do estudo. Este

valor está abaixo do referencial de perda de 10% proposto por Rodrigues et. al. (2009)

indicando sucesso no processo de restauração florestal.

Acerca das variáveis mensuradas, o incremento médio em Diâmetro de Colo foi de

aproximadamente 5.9 mm, a Altura Total de 66,5 cm e o Diâmetro de Copa de 2.420 cm².

Os indicadores ecológicos quantitativos da restauração evidenciam uma tendência ao

recobrimento total do solo pelas mudas plantadas, uma vez que a variável Diâmetro de Copa

foi a mais representativa (Figura 197). Vale lembrar que uma maior cobertura formada pelas

copas das plantas apresenta grande influência na contenção de processos erosivos, uma vez

que atua como barreira física às gotas de chuva, protegendo o solo da erosão. Outro fator é a

inibição da infestação de gramíneas invasoras, que têm seu grau de desenvolvimento

reduzido nos locais onde a sombra das mudas se projeta.

88

Figura 197: Resultado do monitoramento do projeto de Restauração Florestal, indicando a

dinâmica de cada fator, com destaque para Diâmetro de Copa. A borda do quadrado cinza da

figura representa os estados de um ambiente nativo ausente de fatores de degradação. Já a

linha verde (interna) representa o estado de cada variável na área em processo de

restauração.

De acordo com os dados obtidos, pode-se concluir que as ações de restauração

realizadas foram capazes de proporcionar melhorias ao ambiente, que há pouco mais de três

anos se encontrava em elevado estado de degradação, estando atualmente reabilitado.

Por meio de imagens comparativas é possível perceber a diferença entre o ambiente

na fase inicial do projeto e atualmente, onde houve, além do crescimento das mudas, nítido

desenvolvimento de espécies de regeneração natural e herbáceas nativas, às quais formaram

um sub-bosque denso na comunidade florestal, além da acumulação de serrapilheira.

Abaixo, seguem as imagens:

0%

20%

40%

60%

80%Diâmetro (mm)

Altura (cm)Diâmetro deCopa (cm ²)

89

B

A

Figura 198: Comparativo entre períodos de restauração.

A - registro feito em Janeiro de 2015. Detalhe para a ausência de sub-

bosque.

B - Julho de 2016. Destaque para o pleno desenvolvimento do sub-

bosque na área e formação de uma comunidade mais verde.

90

Aspectos gerais sobre o Monitoramento:

Resultados Alcançados: Objetivo alcançado.

Indicador de Resultados: Mensuração de mudas em campo e processamento de dados.

Dificuldades e ameaças: Não se aplica.

A

B

Figura 199: Vista parcial do interior da

mesma parcela:

A - registro feito em Janeiro de 2015, com

solo exposto.

B- Janeiro de 2017. Detalhe para a formação

de sub-bosque e recobrimento do solo com

camada densa de serrapilheira.

91

11. EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A Entidade Ambientalista Onda Verde, em parceria com o Instituto Chico Mendes de

Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizou duas atividades de Educação Ambiental

no aniversário da Reserva. Abaixo, segue a descrição de cada ação.

1) A primeira ocorreu no dia 23 de maio de 2015, quando a Reserva Biológica do

Tinguá completou 26 anos de criação, e em comemoração a data, foi realizada uma atividade

de educação ambiental e plantio de mudas nas imediações da área do Projeto Rio D’ouro,

em parceira com o Colégio Estadual Presidente Kennedy (único colégio estadual do Rio de

Janeiro que oferece o Curso Técnico em Meio Ambiente), o curso de Engenharia Ambiental

da UNESP e curso de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Sustentabilidade da UNISUAM.

A ação também contou com o objetivo de visitar a comunidade de moradores que

vivem no arredor da REBIO do Tinguá, na tentativa de informar acerca das ações de

restauração florestal que ocorre na área.

Ao todo, foram plantadas 180 mudas de espécies contidas no Anexo 1. Abaixo segue

a sequência de imagens:

Figura 200: Palestra em campo acerca das técnicas de restauração florestal realizadas na

ReBIO do Tinguá.

92

Figura 201: Participantes em campo.

Figura 202: Mudas antes de serem plantadas.

Figura 203: Plantio de muda por participante do evento.

93

Figura 204: Toda equipe do Projeto Floresta Rio D'ouro.

2) No dia 23 de maio de 2016 a Reserva Biológica do Tinguá/ICMBio completou 27

anos de criação, e em comemoração foi realizada uma atividade de educação ambiental e

plantio de mudas nas imediações da área do Projeto Rio D’ouro. O evento, chamado de

Aldeia Ambiental, está em sua quinta edição, foi realizado em parceira com a gestão da

REBIO do Tinguá, e contou com a participação de alunos do Ensino Fundamental I e II das

escolas do município de Petrópolis.

Ao todo, foram plantadas 200 mudas de espécies contidas no Anexo 1. Abaixo

seguem as imagens:

Figura 205: Preparação para a ação de plantio com os alunos - I.

94

Figura 19: Preparação para a ação de plantio com os alunos - II.

Figura 206: Preparação para a ação de plantio com os alunos - III.

Figura 207: Preparação para a ação de plantio com os alunos - IV.

95

Figura 20: Preparação para a ação de plantio com os alunos - V.

Figura 209: Plantio pelos alunos - I.

Figura 210: Plantio pelos alunos - II.

96

Figura 211: Plantio pelos alunos - III.

Figura 212: Equipe de reflorestamento auxiliando as ações.

Aspectos gerais sobre a Educação Ambiental:

Resultados Alcançados: Objetivo alcançado.

Dificuldades e ameaças: Não se aplica.

97

12. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em termos práticos, este projeto reflorestou um total de 130 hectares (1.300.000 m²)

com mudas nativas da Mata Atlântica e, os ganhos ambientais/ ecossistêmicos dessa ação

podem ser descritos como: Estoque de carbono em longo prazo, redução dos processos

erosivos, melhoria da qualidade e ampliação da oferta de água da Bacia dos rios D’ouro e

Santo Antônio, avanço de hábitat para a biodiversidade nativa e aumento da área da

comunidade florestal de uma das maiores Unidades de Conservação do estado do Rio de

Janeiro, a Reserva Biológica do Tinguá (ReBio do Tinguá). Vale ressaltar também os

substanciais ganhos sociais, uma vez que toda a mão-de-obra contratada reside nos arredores

da ReBio, o que favorece a economia local e proporciona valorização das ações tomadas.

13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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compartimentos geopedológicos. In: BONNET, A.; RESENDE, A. S.; CURCIO, G. R.

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RJ: Embrapa Agrobiologia; Colombo: Embrapa Florestas; Rio de Janeiro: Embrapa Solos,

2009. p. 27-152.

BONNET, A.; RESENDE de, A. R.; CURCIO, G. R. Sistemas de plantio e restauração

ambiental empregados no Comperj. In: _______. (Org.). Manual de espécies nativas para

o corredor ecológico do Comperj.Seropédica, RJ: Embrapa Agrobiologia; Colombo:

Embrapa Florestas; Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2009. p. 65-98

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florística do componente arbóreo da Floresta Atlântica submontana na região de Imbaú,

município de Silva Jardim, RJ. Acta Botanica Brasílica, v.20, n.3, p.727-740, 2006.

CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas brasileiras. Colombo, PR: Embrapa Florestas,

2003. v. 1.

CASTRO, N.E.A., SILVA, M.L.N., FREITAS, D.A.F., CARVALHO, G.J., MARQUES,

R.M., NETO, G.F.G. Plantas de cobertura no controle da erosão hídrica sob chuvas

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98

COGO, N. P.; MOLDENHAUER, W. C.; FOSTER, G. R. Soil loss reductions from

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MG. DEF/UFV, 12p. 2015.

_______. Espécies arbóreas brasileiras. Colombo, PR: Embrapa Florestas, 2006. v. 2.

_______. Espécies arbóreas brasileiras. Colombo, PR: Embrapa Florestas, 2008. v. 3.

_______. Espécies arbóreas brasileiras. Colombo, PR: Embrapa Florestas, 2010. v. 4.

FREIRE, L.R. Manual de calagem e adubação do Estado do Rio de Janeiro. Seropédica,

RJ. Editora: Universidade Rural, 430 p. 2012.

KAGEYAMA, P.Y.; GANDARA, F.B. Resultados do programa de restauração com

espécies arbóreas nativas do convênio ESALQ/USP e CESP. In: GALVÃO, A.P.M.

PORFÍRIO-DA-SILVA, V. (Eds.) Restauração Florestal: Fundamentos e estudos de caso.

Colombo, PR. EMBRAPA Florestas, p. 47-58. 2005.

KAGEYAMA, P.Y.; GANDARA, F.B. Recuperação de áreas ciliares. In: RODRIGUES,

R.R.; LEITÃO-FILHO, H.F. (Eds.) Matas Ciliares: Conservação e recuperação. São Paulo.

Edusp- Fapesp. P-236-276, 2004.

MARTINS, S.V. Recuperação de áreas degradadas. Editora Aprenda Fácil, 2014.

RODRIGUES R. R.; LIMA R. A. F.; GANDOLFI, S.; NAVE A. G. On the restoration of

high diversity forests: 30 years of experience in the Brazilian Atlantic Forest. Biological

conservation, Oxford,v. 142, p.1.242-1.251, 2009.

SLONEKER, L. L.; MOLDENHAUER, W. C. Measuring amounts of crop residue

remaining after tillage. J. Soil Water Cons., Ankeny, v. 32, n. 5, p. 231-236, sept./oct.

1977.

SOS MATA ATLÂNTICA & INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS

ESPACIAIS.Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, 2012. Disponível

em: <http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=2923>. Acesso em: 20 Jun.

2014.

ZANINI, L;GANADA, G. Restoration of Araucaria Florest: The role of perches, Pioneer

vegetaion, and soil fertility. Restorantion Ecology, V.13, n3, p. 507-514, 2005

99

ANEXO 1: Nome científico, família; nome comum, vulnerabilidade e grupo ecológico das

espécies florestais nativas da Mata Atlântica que foram plantadas nas atividades de Restauro

Ambiental na Reserva Biológica do Tinguá, Nova Iguaçu – RJ.

Nome científico Família

Nome

comum

Vulnerabili

dade

Grupo

Ecológico

PI

Síndrome de

dispersão

AN Pterocarpus rohii Vahl Fabaceae Aldrago Não

Ameaçado

Pterogyne nitens T. Fabaceae Amendoim

Bravo

Não

Ameaçada

PI AU/BA/AN/ZO

O

Anadenathera colubrina

(Vellozo) Var. Cebil (Griseb.)

Fabaceae Angico

vermelho

Não

Ameaçado

PF AU/BA

Psidium cattleianumSabine Myrtaceae Araça Não

Ameaçado

PI ZOO

Psidium longipetiolatum D.

Legrand

Myrtaceae Araça goiaba Não

Ameaçado

PI ZOO

Centrolobium robustum (Vell.)

Mart. exBenth

Fabaceae

Araribá Não

Ameaçada

NP AN

Schinus terebinthifolia Raddi Anacardiaceae Aroeira

vermelha

Não

Ameaçado

PI ZOO

Machaerium nictitans (Vell.)

Benth.

Fabaceae Bico de Pato Não

Ameaçado

NP AN

Melanoxylon braúna Schoott Fabaceae Brauna Preta Vulnerável

– Pop.

Pequena

NP AN

Myrciaria glazioviana Seeds Myrtaceae Cabeludinha Não

Ameaçado

NP ZOO

Myroxylom peruiferumL. F. Fabaceae Cabriúva Não

Ameaçado

NP AN

Spondias mombin L. Anacardiaceae Cajá Mirim Não

Ameaçado

NP BA/ZOO

CupaniavernalesCambess Sapindaceae Camboatá Não

Ameaçado

NP ZOO

Plinia edulis (Vell.) Sobral Myrtaceae Cambucá Vulnerável NP ZOO

Peltophorum dubium (Sprengel)

Taubert

Fabaceae Canafístula Não

Ameaçado

PI AN/BA/AU

Cryptocarya schersoniana Mez. Lauraceae Canela de

porco

Não

Ameaçado

NP ZOO

Bombacopsis glabra (Pasq.) A,

Robyns

Bombacaceae Castanheira Não

Ameaçado

PI AU/BA/ZOO

Copaifera langsdorffii (Bentham) Fabaceae Copaiba Não

Ameaçado

NP ZOO

Cecropia hololeuca Miguel;

Martius

Cecropiaceae Embaúba

Branca

Não

Ameaçado

PI ZOO

Psidium guajavaL. Myrtaceae Goiaba Não

Ameaçado

PI ZOO

Astronium fraxinifolium (Schott) Anacardiaceae Gonçalo

Alves

Vulnerável NP AN

Continua...

100

Eugenia brasiliensis Lam.

Myrtaceae

Grumixama

Amarela

Não

Ameaçado

NP ZOO

Eugenia brasiliensis Lam. Myrtaceae Grumixama

roxa

Não

Ameaçado

NP ZOO

Schizolobium parahyba (Vell.) S,

F. Blake

Fabaceae Guapuruvu Não

Ameaçado

PI AN/AU/BA

Pseudobombax

grandiflorum(Cav,) A, Robyns

Bombacaceae Imbiruçu Não

Ameaçado

PI AN

Joanesia princepsVell. Euphorbiaceae Cotieira Não

Ameaçado

PI AU/ZOO

Inga marginataWilld. Fabaceae Ingá Feijão Não

Ameaçado

PI ZOO/HID

Inga edulisMart. Fabaceae Ingá de

Metro

Não

Ameaçado

PI BA/ZOO/HID

Tabebuia crysotricha(Mart. ex

DC) Standl.

Bignoniaceae Ipê Amarelo Não

Ameaçado

NP AN

Tabebuia impetigiosa(Martiusex

A.P. de Candolle)

Bignoniaceae Ipê rosa Não

Ameaçado

NP AU

Tabebuia heptaphylla(Velozo)

Toledo

Bignoniaceae Ipê roxo Não

Ameaçado

PI AN

Tabebuia sp. Bignoniaceae Ipê tabaco Não

Ameaçado

PI AN

Hymenaea courbaril

Linnaeusvar.stilborcapa

Fabaceae Jatobá Não

Ameaçado

NP AU/BA/ZOO

Genipa americana L. Rubiaceae Jenipapo Não

Ameaçado

NP ZOO

Syagrus romanzoffiana(Cham.) Arecaceae Jerivá Não

Ameaçado

PI ZOO

Euterpe edulisMart Arecaceae Jussara Vulnerável NP ZOO/BA

Tabernaemontana catharinensis

A. DC.

Apocynaceae Leitera Não

Ameaçado

NP ZOO

Solanun lycocarpumA. St.-Hill Solanaceae Lobeira Não

Ameaçado

PI AU/BA/ZOO

Jaracatia spinosa(aubl.) A. DC Caricaceae Mamão

Jacatiá

Não

Ameaçado

PI AU/ZOO

Senna macranthera(Colladon)

Irwin; Barneby

Fabaceae Manduirana Não

Ameaçado

PI AU

Senna alata Fabaceae Maria preta Não

Ameaçado

PF AN

AcnistusarborescensL. Schlecht Solanaceae Marianeira Não

Ameaçado

PI ZOO

Mimosa bimucronata (De

Candole)

Fabaceae Maricá Não

Ameaçado

PF AU

Byrsonima basilobaA. Juss. Malpighiaceae Murici Café Não

Ameaçado

NP ZOO

Guazuma ulmifoliaLam. Sterculiaceae Mutambo Não

Ameaçado

PI ZOO

Enterolobium contortisiliquum Fabaceae Orelha de Não PF AU

Continua...

101

Grupo Ecológico: PI = Pioneiras; NP = Não pioneiras **Adaptada de: Resende et al. (2010);

Bonnet et al. (2009); Carvalho (2003, 2006, 2008, 2010); PF = Pioneiras Fixadoras de

Nitrogênio; ***Vulnerabilidade extraída de: Martinelli, G. & Moraes, M.A (2013).

(Vell.) Morong negro Ameaçado

Ceiba speciosa (A, St-Hil) Malvaceae Paineira Não

Ameaçado

PI NA

Mimosa artemisiana Heringer e

Paula

Fabaceae Pau Canjica Não

Ameaçado

PF NA

Senna multijuga L.C. Rich. Fabaceae Pau Cigarra Não

Ameaçado

PI AU

Gallesia integrifólia (Spreng.)

Harms

Phytolaccaceae Pau d'alho Não

Ameaçado

NP AN

Triplares americana L. Rubiaceae Pau formiga Não

Ameaçado

PI AU

Piptadenia gonoacanthara

(Martius)

Fabaceae Pau jacaré Não

Ameaçado

PI AN/BA/AU

Aspidosperma discolorDC. Apocynaceae Peroba de

Gomo

Não

Ameaçado

NP AN

Eugenia uniflora L. Myrtaceae Pitanga Não

Ameaçado

NP AU

Lecithis pisonisCambes Lecythidaceae Sapucaia Não

Ameaçado

PI BA

Oreo panaxfulvunMarchal Araliaceae Tamanqueira Não

Ameaçado

NP ZOO

Chloroleucon tortum (Mart.)

Pittier

Fabaceae Tartaré Não

Ameaçado

NP AN/BA

Trema micanthaL. Canabaceae Periquiteira Não

Ameaçado

PI AU/ZOO

Cytharexyllum myrianthum

Cham.

Verbenaceae Tucaneira Não

Ameaçado

PI ZOO

Bixa orellana L. Bixaceae Urucum Não

Ameaçado

PI AU