Projeto Elementos de Máquinas II(1)
-
Upload
alexandreburan -
Category
Documents
-
view
36 -
download
0
Transcript of Projeto Elementos de Máquinas II(1)
UIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – CAMPUS ITABIRA
ENGENHARIA MECÂNICA
Itabira
2013
Projeto Elementos de Máquinas II
Dimensionamento da lança, contra lança e carrinho de um Guindaste de
Torre285EC-B1 Litronic
UIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – CAMPUS ITABIRA
ENGENHARIA MECÂNICA
Itabira
2013
Discentes: Alexandre Batista Gomes – 25845
Cirilo Marcus Pinto da Silva – 19551
Felipe Batista Lopes – 19629
Fernanda Fontes Silva - 21046
Lucas Buosi Thomazini– 22360
Tamara Silva Louzada – 24957
Docente:
Eduardo Miguel da Silva
Disciplina: EME 802 – Elementos de Máquinas II
Curso: Engenharia Mecânica
Projeto Elementos de Máquinas II
Dimensionamento da lança, contra lança e carrinho de um Guindaste de Torre 285EC-B1
Litronic
UIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – CAMPUS ITABIRA
ENGENHARIA MECÂNICA
Itabira
2013
1. Introdução
Guindastes são máquinas usadas para erguer, movimentar e baixar materiais pesados.
Um guindaste é basicamente constituído de uma torre equipada com cabos e roldanas e é
amplamente utilizado na construção civil e na indústria de equipamentos pesados.
Na construção civil os guindastes são habitualmente estruturas temporárias fixadas ao
chão ou montadas num veículo especialmente concebido para isto. Enquanto que na indústria
de equipamentos pesados geralmente são utilizados guindastes suspensos em trilhos elevados
que movimentar cargas muito pesadas.
Os guindastes podem ser controlados por um operador na cabine, ou ainda por uma
pequena unidade de controle remoto que pode comunicar-se via rádio, infravermelho ou por
cabo. Quando se utiliza um guindaste com um operador na cabine do equipamento, os
trabalhadores no chão podem comunicar com o operador via sinais visuais com as mãos. Uma
equipe experiente pode facilmente posicionar cargas com grande precisão usando apenas estes
sinais.
No presente trabalho será apresentado um estudo sobre o dimensionamento de um
guindaste, especificando os cálculos referentes à lança, contra lança, peso, contrapeso e
carrinho de acionamento, sendo esses os elementos principais da estrutura de um guindaste de
operação em canteiro de obra. A geometria e o material foram obtidos em parte do manual de
instruções do próprio guindaste. Os cálculos foram realizados utilizando as normativas da
NBR8400 que fornece subsídios no dimensionamento e verificação de equipamentos de
levantamento de cargas.
A análise dos componentes estruturais será feita tratando os corpos como vigas. Nesse
caso, como uma viga apoiada em uma extremidade e a outra em balanço, ou seja, engastada
em uma extremidade e livre na outra. A resistência ao vento não será levada em consideração
no presente estudo, pois, para o dimensionamento desses elementos do guindaste, não há
necessidade de tal consideração.
2. Objetivos
Dimensionar a lança, a contra lança e o carrinho de um guindaste de torre 285EC-B1
Litronic da Liebherr.
UIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – CAMPUS ITABIRA
ENGENHARIA MECÂNICA
Itabira
2013
3. Métodos utilizados
Para realizar o dimensionamento, foram considerados três comprimentos de lança
(mínimo, intermediário e máximo) e sua respectiva capacidade máxima de levantamento de
carga. O dimensionamento foi realizado segundo a norma da NBR8400 (cálculo de
equipamento para levantamento e movimentação de cargas) e o manual do fabricante.
Também foi realizado um breve estudo a respeito dos elementos básicos do guindaste tais
como a torre, a base, o acionamento e o contrapeso. Na Figura 1, pode-se ver o contra-peso
de um lado e o local onde o carrinho se movimenta para levantar ou abaixar a carga.
Figura 1. Desenho esquemático de uma grua.
4. Memorial de Cálculo
Para dar início ao dimensionamento, foram definidas as principais características do
guindaste seguindo o manual do fabricante. Segue abaixo a tabela 1 que as enumera:
Tabela 1. Características do guindaste dimensionado.
Caso Comprimento da lança (m) Carga suspensa máxima suportada (kg)
1 24,4 12000
2 55 4300
3 75 2600
Outras características consideradas e comuns aos três casos adotados são:
Base fixa
Inclinação da lança de 0º
UIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – CAMPUS ITABIRA
ENGENHARIA MECÂNICA
Itabira
2013
Massa do carrinho de 910kg
Guindaste para canteiro de obras
Altura e a base da torre variam de acordo com a solicitação. A faixa da
variação da altura é entre 57,1 e 81,4 metros e da base é entre6 e 10 metros
Considerações “cinemáticas”: como o equipamento está sujeito ao movimento de
rotação e içamento de cargas tem que se considerar fatores como momento de inércia e
velocidade angular para analisar o comportamento estrutural do conjunto mecânico.
Força Centrifuga
Figura 2 – Esquema do movimento de giro da lança referente à torre.
Para calcular a força centrifuga da lança usa-se:
UIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – CAMPUS ITABIRA
ENGENHARIA MECÂNICA
Itabira
2013
Figura 3 – Esquema da lança e contra lança, com suas cargas.
Para calcular o momento de inércia da lança e da contra lança girando ao redor do eixo
(figura 2), aplicamos a expressão:
∑
Onde Mt é a massa da carga içada e do contra peso e o Li é a distância da carga e do
contra peso ao baricentro.
O momento de inércia irá variar de um caso para outro devidoà variação da carga de
içamento, do contra peso e da distância da carga e do contra peso ao baricentro. Para cada
caso haverá dois momentos de inércia, um gerado pela carga içada e outro pelo contra
peso.Segue abaixo uma tabela do momento de inérciapara cada caso:
Tabela 2. Momento de inércia para o caso 1.
Descrição Massa
(Mt) [kg]
Distância do baricentro da massa ao
eixo de giro (Li) [m]
Momento de
inercia(I) [kgm²]
Ponta da contra-
lança +motor
10300 11,8 1434172
Lastro da contra
lança
17613,447
19
5,51 2100340,169
Primeira parte da
contra-lança
2600 5,41 76097,06
Primeiro módulo
da lança
5300 10,6 595508
Módulo intermédio
da lança 2
2800 22,5 1417500
Ponta da lança 250 24,4 148840
It = 5772457,229
Tabela 3. Momento de inércia para o caso 2.
Descrição Massa
(Mt) [kg]
Distância do baricentro da massa ao
eixo de giro (Li) [m]
Momento de
inercia(I) [kgm²]
Ponta da contra-
lança +motor
10300 11,8 1434172
Lastro da contra
lança
17498,707
56
10,92 2086657,881
Primeira parte da
contra-lança
2600 5,41 76097,06
Primeiro módulo
da lança
5300 10,6 595508
Módulo intermédio
da lança 2
2800 22,5 1417500
UIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – CAMPUS ITABIRA
ENGENHARIA MECÂNICA
Itabira
2013
Ponta da lança 250 24,4 148840
It = 5758774,941
Tabela 4. Momento de inércia para o caso 3.
Descrição Massa(Mt
) [kg]
Distância do baricentro da massa ao
eixo de giro (Li) [m]
Momento de
inercia(I) [kgm²]
Ponta da contra-
lança +motor
10300 11,8 1434172
Lastro da contra
lança
16377,05
689
10,92 1952905,077
Primeira parte da
contra-lança
2600 5,41 76097,06
Primeiro módulo
da lança
5300 10,6 595508
Módulo intermédio
da lança 2
2800 22,5 1417500
Ponta da lança 250 24,4 148840
It = 5625022,137
A velocidade angular é determinada pela norma NBR8400 tendo o valor 0,9rpm =
0,09424rad/s e é igual para os três casos. Este valor é utilizado para calcular a velocidade
tangencial.
A velocidade tangencial é definhada pela fórmula abaixo:
V= ω
Onde ω é a velocidade angular e é o comprimento da lança. Segue abaixo os valores
da velocidade tangencial para cada caso:
Tabela 5. Velocidade tangencial para cada caso.
Caso Comprimento da lança (ri) [m] Velocidade tangencial [m/s]
1 24,4 2,299645822
2 55 5,183627878
3 75 7,068583471
A aceleração angular é calculada para cada caso, seguindo a fórmula abaixo:
α = a/r
Onde a é a aceleração linear e é determinada pela norma NBR8400 (pp17) com o valor
entre 0,1 e 0,6m/s. Será considerado 0,6m/s pois é um caso crítico. Já o r é o comprimento da
lança. Segue abaixo a aceleração angular calculada para cada caso:
UIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – CAMPUS ITABIRA
ENGENHARIA MECÂNICA
Itabira
2013
Tabela 6. Aceleração angular para cada caso.
Caso Comprimento de lança [m] Aceleração angular (rad/s²)
1 24,4 0,024590164
2 55 0,010909091
3 75 0,008
A aceleração tangencial também é calculada para cada caso, segundo a fórmula
abaixo:
Onde é aceleração angular e é o comprimento da lança. Os valores da aceleração
tangencial para cada caso estão enumerados na tabela abaixo:
Tabela 7. Aceleração tangencial para cada caso.
Caso Comprimento de lança [m] Aceleração tangencial [m/s²]
1 24,4 0,6
2 55 1,352459016
3 75 1,844262295
Condições para levantar e abaixar a carga: deve-se considerar o tempo para levantar e
abaixar a carga (carga submetida à aceleração e desaceleração). Este tempo é definido pela
seguinte fórmula:
Onde é velocidade linear e é a aceleração tangencial. Segue abaixo a tabela com o
para cada caso:
Tabela 8. Período de oscilação para cada caso.
Caso Tempo de aceleração ou desaceleração
horizontal [s]
Comprimento de
elevação [m]
Período de
oscilação
1 3,832743037 20 8,935044512
2 7,010644262 50 14,12754583
3 13,03632197 68 16,47540802
O período de oscilação foi calculado utilizando a seguinte fórmula:
T = 2π√
Onde L é o comprimento do cabo e g é a gravidade.
UIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – CAMPUS ITABIRA
ENGENHARIA MECÂNICA
Itabira
2013
Tabela 9. Força suspensa e força do carrinho para cada caso.
Equação Força [N]
Fcm1=M1*ψ*α*r1 (carga suspensa M1) 14400
Fcarp1=ψ*α*r1*mcar 658,8
Fcm2=M2*ψ*α*r2 (carga suspensa M2) 11631,14754
Fcarp2=ψ*α*r2*mcar 2434,42623
Fcm3=M3*ψ*α*r3 (carga suspensa M3) 9590,163934
Fcarp3=ψ*α*r3*mcar 3319,672131
Fcontrap= ml*α*rl*ψ 8795,28498
Onde Fcm é a força suspensa da carga M1, M1 é a carga a ser levantada, ψ é o fator de
amplificação dinâmica que é tabelado pela norma NBR 8400 (fig.19), α é a aceleração
angular, Fcarp é a força do carro, mcar é a massa do carrinho e Fcontrap é a força do
contrapeso.
Figura 4 - Disposição das forças HT devido ao travamento do carrinho na sua translação sobre a lança.
Tabela 10. Reação transversal para carga de serviço para cada caso.
Caso Reação transversal para cargas de serviço [N]
1 3189,525
2 1285,7
3 865,375
Para calcular a reação transversal usa-se a seguinte fórmula: Ht=[ ]
UIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – CAMPUS ITABIRA
ENGENHARIA MECÂNICA
Itabira
2013
onde é o coeficiente de reação transversal determinado pela analise do gráfico que consta na
norma NBR 8400(pp11 fig.03), esta analise leva em consideração o comprimento do carrinho
pela largura e Mi é a massa da carga.
Determinação dos Contrapesos:
Nos guindastes dotados de lança, contra lança, torre e chassi sobre rodas têm um
contrapeso na contra lança e dois contrapesos simétricos sobre o chassi, geralmente
constituídos de vigas de concreto formando uma “fogueira”. Um dos critérios usados para a
determinação desses contrapesos é definir se o mesmo coeficiente K de estabilidade para o
guindaste em carga e em vazio. O contrapeso pode ser calculado com a seguinte fórmula.
[ (
)
] (
)
Figura 5 - Exemplos do posicionamento das forças pelo a estrutura esta submetida quando entra em
rotação.
5. Conclusão
Com o auxilio de tabelas, normas e o manual de instruções do fabricante, pode-se
realizar todos os memoriais de cálculo e assim dimensionar corretamente a lança, contra lança
e carrinho de um guindaste de torre 285EC-B1 Litronic.
UIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – CAMPUS ITABIRA
ENGENHARIA MECÂNICA
Itabira
2013
6. Referências bibliográficas
NBR8400, Cálculo de equipamento para levantamento e movimentação de cargas.
ABNT 1984.
Manual Liebherr Guindaste de Torre, 285 EC-B12 Litronic.
Fonte: <www.liebherr.com.br/CC/pt-PT/products_br-cc.wfw/id-15288-0/tab-
9459_733> Acessado em 10/11/2013.
Grua Torre SGT 85. Sociedade Industrial de Máquinas, SA.
Fonte: <www.locagru.it/pdf/85.pdf> Acessado em 10/11/2013.