Projeto de Pesquisa (PPGMGA)
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAPós-Graduação em Métodos e Gestão em Avaliação – PPGMGA
ANÁLISE DA FRAGILIDADE DE INFORMAÇÕES FORNECIDAS PARA OCENSO ESCOLAR.
STHÉFANY [email protected]
http://lattes.cnpq.br/8730896573272940
ORIENTADORÁ DEFINIR
1) CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA
Conforme Pereira, Peixe e Staron (s.a) “a educação vem ocupando espaço e
busca caminhos que efetivem o anseio da população e dos profissionais da educação a
fim de ter uma escola democrática e de qualidade para todos.” Assim sendo, os métodos
de gestão e avaliação são artefatos de suma importância, pois servem para uma
reestruturação do sistema escolar.
Algumas literaturas que tratam dessa temática da avaliação apontam que os
meios atuais utilizados para realizar tais avaliações seguem uma única linha de
raciocínio, limitando assim possibilidades e ditando que apenas o conhecimento lógico é
o “correto”, contradizendo a teoria de Gardner, que aponta a existência de sete faces da
inteligência, denominadas inteligências múltiplas. Aparentemente, outras teorias não são
levadas em consideração no que diz respeito às avaliações externas como Prova Brasil,
ENEM, ENADE.
Nessa mesma linha, autores que não são favoráveis ao processo de avaliação
externa e interna questionam esses e outros artifícios como questionários aplicados
internamente para docentes, discentes e servidores, podem realmente medir a eficiência,
a eficácia e a efetividade, do processo de ensino aprendizagem e se chegam de fato
atingir seu objetivo. Se a busca das avaliações é focada nesses três “Es” citados
previamente, a ênfase da avaliação não deveria estar voltada apenas a resultados mas
também nos processos. No caso dos exames nacionais não é cumprida essa meta, pois
reduzem o processo educativo apenas ao que é mensurável.
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De acordo com Souza (s.a) outro problema decorrente é a utilização de critérios
puramente econômicos nas avaliações de eficiência. Posteriormente, a indagação que
permanece é qual o destino que esses exames e avaliações tomam? Supostamente
deveriam ser instrumentos de acompanhamento para futuramente permitir um avanço
educacional, percebendo onde há falhas e corrigindo-as, mas segundo Souza (s.a) essas
avaliações estão servindo apenas para controle do Estado. Para esse mesmo autor:
[...] aumento considerável de controle sobre as escolas, pelaintrodução de currículos e exames nacionais, e , simultaneamente,promoveram a criação de mecanismos como a publicação dos resultados,abrindo espaço para as realizações competitivas no sistema educativo.SOUZA, s.a.
São diversos fatores que apontam para uma fragilidade no processo de avaliação.
No entanto, o foco da pesquisa estará voltado para o processo de coleta de dados, pois
as avaliações devem ser baseadas no processo da informação (planejamento, coleta,
tratamento, analise e validação, utilização, disseminação e avaliação).
Napoleão Bonaparte (apud PELEGRINA, MOLLER e BASTOS, 2008) já dizia:
“um bom cadastro é aquele que tem o maior número de informações necessárias e o
menor número de informações desnecessárias”.
Segundo noticiário do Estadão de 07 de outubro de 2004, Ministério da
Educação (MEC) encontrou 102.823 alunos fantasmas no ensino básico, nos dados
informados por estados e municípios. Expressando que esse inchaço informado no
censo estaria atrelado à questão de repasse de verbas para as prefeituras.
O que parece latente no processo é uma fragilidade, uma deficiência na coleta de
dados, viabilizando a adulteração de dados no processo de lançamento de “alunos
fantasmas” ou “clonagem de alunos” (o aluno existe porém, é contado em duas escolas,
sendo via de regra uma escola fantasma, ou de fachada), essa ação lançada no sistema
computada faz com que o município apresente um número maior de alunos do que o
real existente e, vinculado ao repasse de recursos “trazendo mais dinheiro para o
município. Alguns outros itens terão de ser ponderados. Estaria o gestor mal
intencionado, teria ele esse olhar, de quanto mais alunos mais recursos? Ou a falta e/ou
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ausência de conhecimento do uso do sistema, e fragilidade do questionário permite
essas possibilidades de duplicidade de matrículas?
Em relação ao controle na coleta desses dados para um processo de fiscalização
fica ao encargo da União nas hipóteses de complementação federal. Os Conselhos
criados pela Lei n° 9424/96 inauguram um novo tipo de controle: o controle social. Não
excluem nem substituem os controles interno e externo. Desta forma os órgãos
executivos como o MEC não podem simplesmente se comportar como se o problema
fosse dos conselhos.
Além de efetivar esse processo de fiscalização, cogitar em ações para sanar essa
fragilidade e/ou deficiência no processo de coleta de dados se faz necessário e urgente.
Para isso, uma pesquisa detalhada e minuciosa para trazer essas informações é um
caminho que deve ser percorrido.
Neste contexto, o objetivo geral da pesquisa está em registrar problemas e
avanços que envolvem a fragilidade na utilização e nos registros administrativos de cada
aluno. Como objetivos específicos pretende-se entender o fluxo de coleta da inserção de
dados do censo escolar; identificar e demonstrar os efeitos colaterais dessa ação num
processo de gestão da educação; apresentar como as tecnologias de comunicação e
informação podem contribuir para evidenciar essa discrepância de cadastramento
escolar; pesquisar e comparar com outros estados formas de coletas de dados; identificar
softwares que e ou sistema s em tempos reais que poderiam ser utilizados para coleta de
dados; propor e redesenhar um sistema mais confiável de inserção de informações dos
dados escolares.
Portanto, visa-se desenvolver uma pesquisa de análise para identificar os
processos que são tidos como consistentes na ação cadastral do censo escolar
irregularidades por ocasião do levantamento cadastral.
Os procedimentos metodológicos para essa pesquisa incluem levantamento
bibliográfico e realização de entrevistas com órgãos responsáveis pela avaliação e pelo
acompanhamento dos dados fornecidos no Censo Escolar e, dos critérios identificados
pelo INEP para identificar as discrepâncias de matrículas em relação aos dados do censo
escolar.
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Consiste também na verificação total de dados, por meio da utilização de rotinas
computacionais capazes de identificar todas as inconsistências cadastrais, do banco de
dados matrículas. Perceber se o sistema de cadastramento do Censo Escolar mantém
uma gestão cadastral de verificação em tempo real, e como são identificadas as
inconsistências quando aparecem e as medidas corretivas no sistema.
2) JUSTIFICATIVA
Para obter um retrato da educação brasileira, todos os anos o Ministério da
Educação realiza o Censo Escolar, o levantamento é efetivado nas escolas públicas e
privadas de educação básica. E é efetivado por meio de um questionário do censo e deve
ser respondido até o dia 30 de abril.
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep)
expressa, que o Censo Escolar ganhou essa proporção e obteve a confiabilidade por
trabalhar com os dados estáticos de matrícula por aluno e veio assim permitir um
panorama que serve de instrumento de base para formulação de novas políticas
públicas. Esse mesmo viés de trabalhar com os dados sobre matrícula que constituem a
base para a distribuição de recursos, trouxe uma fragilidade na informação dos dados,
pois nesse ponto de inserção de informações vem se evidenciando as questões de
discrepâncias ao se vincular essas informações de matrículas a repasse de recursos
federais. Onde para muitos Gestores o censo passou a ser visto como uma simples
contagem de alunos com finalidade de repasses de recursos.
Os valores devidos a cada estado e seus municípios são definidos em função da
divisão do montante de recursos formado pelo fundo, no âmbito de cada unidade da
federação, pelo número de alunos atendidos nas redes estaduais e municipais de ensino.
Nesse contexto o trabalho de pesquisa busca relatar o processo de coleta de
dados identificando se existe ou não possibilidades reais de fragilidade e/ou deficiências
na coleta provida pelo Censo Escolar. E por consequência dessa leitura de fluxo de
coleta de informações, apresentar e demonstrar que é de fundamental importância, a
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consistência e confiabilidade dessas informações, para que se consiga alcançar proposta
da melhoria da educação e efetivar um real planejamento corretivo e concreto na ação
de melhoria da qualidade da educação, nos municípios e estados. Compreender o quanto
é prejudicial se ocorrem essas fragilidades e deficiências num processo que busca um
novo desempenho e mais eficiência ao sistema da educação.
3) CRONOGRAMA
4) RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se que através dessa pesquisa seja possível construir um sistema/software
eficaz para o processo de informação do censo escolar. Evitando o máximo possível a
fragilidade no que diz respeito à inserção de alunos fantasma ou outras adulterações de
dados. Além disso, busca-se apresentar também a inovação de métodos de avaliação.
Em suma, busca-se atender os objetivos, gerais e específicos comentados previamente
na problematização.
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REFERÊNCIAS
AGENCIA ESTADO. MEC encontra 100 mil alunos fantasmas no ensino básico.[s.l]2004. Disponível em: http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,eestatisticas-mec-encontra-100-mil-alunos-fantasmas-no-ensino-basico,20041007p8643. Acesso: 01 demaio de 2016.
PELEGRINA, M.A; MOLLER, L.F.C; BASTOS, L .C. Análise da ConsistênciaCadastral Aplicada à Tributação Imobiliária Urbana . Informática Pública ano 10 (2):79-86, 2008. Disponível em:http://www.ip.pbh.gov.br/ANO10_N2_PDF/analise_consistencia_cadastral.pdf. Acesso:05 de maio de 2016.
PEREIRA, B.T; PEIXE, B.C.S; STARON,L. Avaliar a eficiência e eficácia da gestãoescolar integral no processo ensino-aprendizagem: estudos de caso nas escolasestaduais da região de Campo Largo. Gestão de Políticas Públicas no Paraná. In:Capitulo I. Disponível em:http://www.escoladegoverno.pr.gov.br/arquivos/File/formulacao_e_gestao_de_politicas_publicas_no_parana/volume_I/capitulo_1_educacao/1_2.pdf. Acesso: 30 de abril de2016.
SILVA, I.F. O sistema nacional de avaliação: características, dispositivos legais eresultados. Est. Aval. Educ., São Paulo, v. 21, n. 47, p. 427-448, set./dez. 2010.Disponível em:http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/eae/arquivos/1602/1602.pdf. Acesso: 04 demaio de 2016.
SOUZA, L.G de. Avaliação de políticas educacionais: contextos e conceitos em buscada avaliação pública. [s.l] e [s.a] Disponível em:http://books.scielo.org/id/wd/pdf/lordelo-9788523209315-02.pdf. Acesso: 02 de maiode 2016.