PROJETO DE PESQUISA - Unisanta
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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
CURSO DE FARMÁCIA
MARCO ANTONIO LOBO
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE EXTRATO
E FRAÇÕES OBTIDOS A PARTIR DO RIZOMA DE
TYPHA DOMINGENSIS PERS (TYPHACEAE)
Santos – SP
Novembro - 2010
UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
CURSO DE FARMÁCIA
MARCO ANTONIO LOBO
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE EXTRATO
E FRAÇÕES OBTIDOS A PARTIR DO RIZOMA DE
TYPHA DOMINGENSIS PERS (TYPHACEAE)
Trabalho de conclusão de curso de Farmácia
apresentado como exigência parcial para
obtenção do título de bacharel em Farmácia à
Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade Santa Cecília, sob a orientação da
Profª Drª Luciana Lopes Guimarães Fernandes.
Santos – SP
Novembro – 2010
MARCO ANTONIO LOBO
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE EXTRATO
E FRAÇÕES OBTIDOS A PARTIR DO RIZOMA DE
TYPHA DOMINGENSIS PERS (TYPHACEAE)
Trabalho de conclusão do curso de Farmácia apresentado como exigência parcial para
obtenção do título de bacharel em farmácia à Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade Santa Cecília.
Data de Aprovação:
07/11/2010
Orientadora:
Profª. Drª. Luciana Lopes Guimarães Fernandes.
Banca Examinadora:
Prof. Dr. José Eduardo Pandini Cardoso Filho.
Profª. Drª. Fabiana Gaspar Gonzalez.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus, pois sem Ele, nada seria possível e não estaríamos aqui
reunidos, desfrutando, juntos, destes momentos que nos são tão importantes.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por estar sempre do meu lado mostrando o caminho e me dando
forca para que este trabalho fosse realizado.
Aos meus pais que se sempre se esforçaram e se sacrificaram por mim. Obrigado pelo
amor, carinho e educação que vocês me deram, tudo que sou devo a vocês.
A Profª Dra. Luciana Lopes Guimarães que me ajudou da melhor forma possível,
me incentivando a realizar este trabalho de iniciação cientifica e passando seus conhecimentos
para que concluísse este trabalho.
Ao Sandro e toda a equipe do laboratório de Biologia Marinha que me ajudou
intensamente preparando os todos os materiais, cedendo os laboratórios e equipamentos
utilizados na execução desse trabalho.
Ao Laboratório de Ecotoxicologia que gentilmente me emprestou o equipamento
utilizado.
A toda equipe do Laboratório de Química que me forneceu os materiais e
equipamentos utilizados no preparo e analise fitoquimica.
A Universidade Santa Cecília pelo espaço cedido.
Ao Profº Ms. Edson Spanghero Dalur pela cobrança e conhecimentos passados.
A todos os Professores do Curso de Farmácia que passaram seus conhecimentos,
não citarei nomes para não ser injusto, pois todos contribuíram direta ou indiretamente na
construção do profissional que serei.
Aos colegas de classe pela convivência e momentos de alegria.
Ao Profº Paulo de Salles Penteado Sampaio e Sr. Toninho do HUSC, pela força que
me deram cedendo o espaço, às vezes até em horários fora da jornada de trabalho.
E a minha namorada Mariana Garcia Gaeta, que me deu força pra terminar o
trabalho.
EPÍGRAFE
É errôneo servi-se de meios imorais para conseguir objetivos morais.
(Martin Luther King)
RESUMO
Typha domingensis Pers (Typhaceae), popularmente conhecido como Taboa, Tifa, é
um vegetal encontrado em pântanos, margens de lagos e brejos de regiões tropicais, sendo
utilizado como rica fonte de amido, material para vestuário, artesanato em geral, entre outros.
Dentre as principais propriedades medicinais já comprovadas, pode-se citar atividade
diurética, antidiarrêica e antiinflamatória, porém não há relatos de estudos sobre a possível
atividade antifúngica, o que tornou relevante a avaliação desta atividade para o extrato obtido
a partir de seus rizomas. O método de seleção do vegetal foi feito a partir da evidenciação da
presença de compostos polifenólicos nos rizomas da Typha domingensis Pers (TOMA, 2009).
Na obtenção das frações para a realização das análises fitoquímicas e microbiológicas, os
rizomas foram submetidos à maceração por sete dias, utilizando uma mistura de acetona: água
(7:3 v; v) como solvente. Após a extração, o extrato foi seco em rotaevaporador e submetido
ao fracionamento em solventes de diferentes polaridades (acetato de etila, água e n-butanol).
Análises fitoquímicas revelaram a presença de taninos e flavonóides na fração acetato de etila.
O potencial antifúngico para as três frações foi avaliado em Candida albicans, Candida
tropicalis, Candida parapsilosis e Candida glabrata pelo método de macrodiluição em caldo,
realizando uma série de quatro concentrações (1,25 mg, 2,5 mg, 5 mg e 10 mg). A única
fração que apresentou atividade inibitória foi a fração acetato de etila com a concentração
inibitória mínima de 10 mg, podendo relacionar tais dados com a presença de taninos e
flavonóides, uma vez que já foram descritos, referido potencial antifúngico. Assim, existe ou
há a necessidade da realização de estudos (in vivo) toxicológicos e farmacoeconômicos para
avaliar sua possível viabilidade.
Unitermos: Typha domingensis, Antifúngicos, Candida albicans.
ABSTRACT
Typha domingensis Pers (Typhaceae), popularly known as Bulrush, Cattail, is a plant
found in swamps, margins of lakes and swamps of tropical regions, being used as a rich
source of starch, material for clothing, crafts in general, among others. Among the proven
medicinal properties, one can cite diuretic activity, anti-diarrheal and anti-inflammatory, but
there are no reports of studies on the possible antifungal activity, which was relevant to assess
this activity for the extract obtained from its rhizomes. The method of plant selection was
made from the disclosure of the presence of polyphenolic compounds in the rhizomes of
Typha domingensis Pers (TOMA, 2009). To obtain the fractions to carry out the
phytochemical analysis and microbiological tests, the rhizomes were subjected to maceration
for seven days, using a mixture of acetone: water (7:3 v; v) as solvent. After extraction, the
extract was dried in a rotary evaporator and subjected to fractionation in solvents of different
polarities (ethyl acetate, water and n-butanol). Phytochemical analysis revealed the presence
of tannins and flavonoids in the ethyl acetate fraction. The antifungal activity for the three
fractions was evaluated in Candida albicans, Candida tropicalis, Candida parapsilosis and
Candida glabrata by the method of macrodilution in broth, making a series of four
concentrations (1.25 mg, 2.5 mg, 5 mg and 10 mg ). The only fraction that showed inhibitory
activity was the ethyl acetate fraction with a minimum inhibitory concentration of 10 mg and
can correlate these data with the presence of tannins and flavonoids, as have been described,
such potential antifungal agent. Thus there is or there is a need for studies (in vivo)
toxicological and pharmacoeconomics to assess their potential viability.
Keywords: Typha domingensis, Antifungal, Candida albicans.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Resultado dos testes de susceptibilidade....................................... 32
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Fotos da Typha domingensis Pers (tiradas no local da coleta)... 20
Figura 2 – Foto do rizoma da Tifa..................................................................... 25
Figura 3 – Amostra vegetal sendo submetida ao processo de secagem
em estufa................ 26
Figura 4 – Exsicata.............................................................................................. 26
Figura 5 – Placas de petri (meio Agar Sabouraud-Dextrose)......................... 33
Figura 6 – Teste preliminar para identificação de Flavonóides..................... 34
Figura 7 – Teste preliminar para identificação de Taninos............................ 35
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................. 13
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................. 15
1.1 Candida albicans e a Candidíase............................................................ 15
1.2 Tratamento antifúngico.......................................................................... 15
1.2.1 Anfotericina B................................................................................ 15
1.2.2 Flucitosina....................................................................................... 16
1.2.3 Azóis................................................................................................ 16
1.2.4 Equinocandinas.............................................................................. 17
1.2.5 Griseofulvina................................................................................... 18
1.2.6 Terbinafina..................................................................................... 18
1.2.7 Nistatina.......................................................................................... 19
1.2.8 Alilaminas....................................................................................... 19
1.3 Typha domingensis Pers.......................................................................... 19
1.4 Metabolismo vegetal secundário........................................................... 23
1.4.1 Compostos fenólicos....................................................................... 23
2. OBJETIVOS................................................................................................... 24
3. MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................... 25
3.1 Obtenção do extrato seco e suas frações......................................... 25
3.1.1 Coleta e identificação......................................................... 25
3.1.2 Preparo dos extratos e suas frações.................................. 26
3.2 Perfil Fitoquímico.............................................................................. 27
3.2.1 Flavonóides......................................................................... 27
3.2.1.1 Reações de Shinoda ou Cianidina...................... 28
3.2.1.2 Reação com Hidróxido de sódio......................... 28
3.2.1.3 Reação com Cloreto férrico................................ 28
3.2.1.4 Reação com Ácido sulfúrico concentrado......... 28
3.2.2 Taninos................................................................................ 29
3.2.2.1 Reação com Sais de chumbo (Acetato)............... 29
3.2.2.2 Reação com Sais de cobre (Acetato)................... 29
3.2.2.3 Reação com Sais de ferro.................................... 29
3.2.2.4 Reação com Acetato de chumbo......................... 29
3.3 Preparo das soluções-estoque para os testes de susceptibilidade
aos extratos vegetais......... 29
3.4 Cultivo de fungos e preparação do inóculo..................................... 30
3.5 Realização dos testes de susceptibilidade aos extratos vegetais.... 30
3.5.1 Diluição em caldo realizada em tubos (macrodiluição)... 30
3.5.2 Leitura e interpretação dos resultados.............................. 31
4. RESULTADOS................................................................................................ 32
4.1 Testes de susceptibilidade.................................................................. 32
4.2 Testes fitoquímicos............................................................................ 33
4.2.1 Flavonóides.......................................................................... 34
4.2.2 Taninos................................................................................. 35
5. DISCUSSÃO..................................................................................................... 36
6. CONCLUSÃO.................................................................................................. 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 39
INTRODUÇÃO
Há muitos agentes antifúngicos disponíveis para o tratamento de infecções fúngicas, e
estes estão disponíveis em várias formas farmacêuticas, quer para uso tópico ou sistêmico.
Os principais agentes pertencem ao grupo dos polienos tais como a Anfotericina B e
Nistatina, ou os azólicos, tais como o Itraconazol e Fluconazol. No entanto, devido à
necessidade de tratamento prolongado, alto custo, toxicidade e ação limitada das drogas
clássicas, novos produtos eficazes são elaborados para tratamento destas (ARENAS, 1993).
Nos últimos anos, tanto a gravidade quanto a incidência das infecções fúngicas em
seres humanos tiveram um aumento crescente, devido, na maior parte, aos avanços na
cirurgia, na oncologia e em cuidados intensivos, os quais foram acompanhados no aumento do
uso de fármacos antimicrobianos de amplo espectro, bem como resultado de um aumento no
número de pacientes com risco de adquirir infecções micóticas (ALVES et al., 1999).
A farmacoterapia das doenças fúngicas foi revolucionada pela introdução dos Azóis
orais relativamente atóxicos e das equinocandinas. A terapia de associação está sendo
reconsiderada, e novas formulações de fármacos antigos estão surgindo. Infelizmente, o
aparecimento de cepas resistentes aos antifúngicos Azóis e o aumento no número de pacientes
com riscos de adquirir infecções micóticas, criaram novos desafios (HUSSAIN et al., 1986).
Os fármacos antifúngicos atualmente disponíveis são classificados nas respectivas
categorias: fármacos sistêmicos (orais e parenterais) para infecções sistêmicas, fármacos orais
para infecções mucocutâneas e fármacos tópicos para infecções mucocutâneas.
Os fármacos antifúngicos sistêmicos para infecções sistêmicas são: A Anfotericina B,
a flucitosina (5-FC), a classe dos Azóis (Cetoconazol, Fluconazol, Miconazol...) e as
equinocandinas (caspofungina) (SIMÕES et al., 2004).
Os fármacos antifúngicos sistêmicos (orais) para infecções mucocutâneas são: A
Griseofulvina e a terbinafina.
Os fármacos tópicos para infecções mucocutâneas são: A Nistatina, Azóis tópicos
(Clotrimazol, Miconazol...) e as Alilaminas tópicas.
O uso de extrato de plantas com propriedades antimicrobianas tem grande significado
no tratamento terapêutico. Muitas plantas da flora brasileira são exploradas na medicina
popular devido a sua megadiversidade. A presença de compostos bioativos (ex: Flavonóides,
Taninos) estimula a busca pela descoberta de novos agentes antimicrobianos (ZUANAZZI &
MONTANHA, 2004). Com isso, o método de seleção do vegetal foi feito a partir da
evidenciação da presença de compostos polifenólicos nos rizomas da Typha domingensis Pers
(TOMA, 2009).
Typha domingensis Pers é uma espécie da família Typhaceae, ocorre em brejos das
regiões temperadas e tropicais do mundo inteiro. Dentre uma vasta sinonímia vulgar, tem-se:
taboa, tifa, bucha, Capim-de-Esteira (MAIA et al., 2005). Seu rizoma tem propriedades
medicinais, como adstringente e diurético. É usado na alimentação, sendo rico em amido
(NILRATNISAKORN et al., 2007).
Devido ao aumento da incidência de infecções fúngicas causadas por oportunistas
como a Candida albicans e relacionando com os problemas do tratamento com antifúngicos
existentes no mercado, este trabalho foi realizado a fim de se obter uma nova opção
terapêutica de origem fitoterápica contra o patógeno Candida albicans a partir dos rizomas da
Typha domingensis Pers, conhecida popularmente como Tifa e encontrada em regiões
alagadas na nossa região. Para a identificação dos possíveis metabolitos secundários que
constituem os rizomas de Typha domingensis Pers, realizou-se analises fitoquímicas com as
frações testadas no experimento.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 Candida albicans e a Candidíase
A Candida albicans é um fungo oportunista normalmente encontrado como parte da
flora do meio ambiente. As infecções por estes fungos são normalmente oportunistas, com
evolução rápida do processo infeccioso micótico, caracterizando imunodeficiência.
A candidíase é uma doença fúngica causada freqüentemente pelo fungo Candida
albicans. Assume particular importância clínica em infecções da boca e mucosa vaginal
benignas, e infecções sistêmicas malignas em pacientes imunodeprimidos, normalmente
pacientes oncológicos ou portadores da AIDS.
A candidíase oral e esofágica diagnosticada por infecções causadas por Candida na
região oro - traqueal tratada com agentes tópicos, infecção por rota exógena (inalação de
esporos) (ALBA et al., 1996).
Infecções mucocutâneas causadas por candida na região genital são caracterizadas por
candidíase vaginal ou vulvovaginal. Frequentemente dada por infecção de rota endógena, ou
seja, causada por agentes da própria microbiota (ANDREU et al., 2001).
A Tinea cruris, infecção intertriginosa, doença acometida pelo aparecimento de fungos
do gênero dermatófitos ou pela levedura Candida albicans, normalmente na região da virilha.
Outras doenças importantes são a onicomicose, a paroníquia, candidose interdigital,
estas, as infecções causadas por candida aos tecidos queratinosos (pêlo, pele, unha e anexos)
(SOARES & CURY, 2001).
1.2 Tratamento Antifúngico
1.2.1 Anfotericina B
O tratamento tradicional de micoses sistêmicas é a terapia com anfotericina B
Intravenosa, um macrolídio poliênico, inibidor da síntese de ergosterol da membrana celular
fúngica (GALLIS et al., 1990).
Tratamento antifúngico parenteral, de alta efetividade, boa escolha para pacientes
imunocomprometidos, entretanto, a administração de anfotericina B está associada a efeitos
adversos importantes com comprovada toxicidade renal, cardíaca e hepática.
1.2.2 Flucitosina
A flucitosina descoberta em 1957, ao acaso, inicialmente pesquisada como um
antineoplásico tornou-se evidente sua ação como um potente agente antifúngico. Análogo
hidrossolúvel da pirimidina, inibidor da síntese de DNA e RNA. Espectro muito mais estreito
que o da anfotericina B, utilizada em associação com a anfotericina B para diminuição de
reações tóxicas renais (BLOCK & BENNETT, 1972).
1.2.3 Azóis
Os azóis são antimicóticos, químicos, de largo espectro, atuando sobre leveduras e
bolores, apresentam um anel imidazol livre unido a outros anéis aromáticos por meio de uma
união N-C em posição 1. Os imidazóis foram descobertos em 1949, sendo que o nitrato de
imidazol foi utilizado experimentalmente pela primeira vez em 1967. Atualmente dispõe-se de
vários derivados do imidazol para uso sistêmico ou tópico no tratamento de diversas infecções
micóticas (REX et al., 1997).
Recentemente os triazólicos têm recebido maior destaque, sobretudo o fluconazol e o
itraconazol, ambos com largo espectro de ação e efeitos tóxicos bastante reduzidos. Pela sua
freqüente utilização, tem-se observado resistência entre os fungos, principalmente por
espécies de Candida (LACAZ & NEGRO, 1991; ARENAS, 1993; ALVES, et al., 1999).
O principal mecanismo de ação dos azólicos é a inibição da biossíntese do ergosterol,
que é importante para a integridade e a manutenção da função da membrana celular dos
fungos. Os imidazóis inibem a incorporação do acetato de ergosterol, inibindo a lanosterol
desmetilase, por interferência no citocromo P-450 da levedura, trazendo como conseqüência
alterações na fluidez e permeabilidade da membrana citoplasmática do fungo, prejudicando a
captação dos nutrientes, o que se traduz por inibição do crescimento fúngico, originando
alterações morfológicas que resultam em necrose celular (RICHARDSON & WARNOCK,
1993; ALVES et al., 1999).
A metabolização dos azóis é principalmente por via hepática, sendo os efeitos
colaterais mais comuns náuseas e vômitos quando utilizados por via sistêmica, além de
eritema, ardência, descamação, edema, prurido, urticária e formação de vesículas no uso
tópico (SANDE & MANDELL, 1987; ARENAS, 1993).
Os imidazóis apresentam menor grau de especificidade do que os triazóis, explicando
a sua maior incidência de interações medicamentosas e efeitos colaterais.
Os Azóis de uso tópico mais comum são o Miconazol e o Clotrimazol, não sendo
necessária a apresentação da prescrição médica para a obtenção e usualmente utilizados para
candidíase vulvovaginal. O Miconazol (Daktarin Gel oral) nos últimos anos tem sido a droga
de eleição no tratamento de candidoses orais, sendo este utilizado por via tópica. O
Clotrimazol é uma alternativa ao tratamento da candidíase oral de Nistatina, pois, confere um
sabor mais agradável (PAIVA et al., 2009).
Ambos os agentes na forma de creme, mostram-se úteis para infecções por
dermatófitos, incluindo tinha do corpo, tinha do pé e tinha inguinal. Baixa absorção,
resultando efeitos adversos diminuídos (LONGHINI et al., 2007).
Há também o Cetoconazol na forma de xampu, para tratamento da dermatite
seborréica e pitiríase versicolor.
1.2.4 Equinocandinas
As equinocandinas constituem a classe mais nova de agentes antifúngicos. Trata-se de
grandes peptídeos cíclicos ligados a um ácido graxo de cadeia longa. Derivados semi-
sintéticos da equinocandina B e apresentam um mecanismo de ação diferente dos outros
antifúngicos, porque agem na parede celular (e não na membrana celular do fungo), inibindo a
síntese de (1-3) glucano. Essa inibição resulta na ruptura da parede celular e morte do
fungo. Conseqüentemente, não existem efeitos na membrana celular do hospedeiro, e a
tolerância à droga é baixa (MANISCALCHI et al, 2004). As informações disponíveis
atualmente sugerem que as equinocandinas são mais bem caracterizadas pela atividade
concentração-dependente do que os demais agentes antifúngicos. A caspofungina foi a
primeira análoga equinocandina disponível para uso. Todas as espécies de candida com
importância clínica são sensíveis à caspofungina, incluindo as espécies resistentes ao
fluconazol. Há certa controvérsia sobre a sua eficácia na Candida parapsilosis. A droga é
solúvel em água e incompatível com soluções de glicose. Não existem estudos em crianças e
RN, mas estudos em adultos sugerem que ela é segura e que pode ser mais efetiva dos que os
azoles por sua ação fungicida (MOREIRA, 2005).
1.2.5 Griseofulvina
Os fármacos antifúngicos sistêmicos (orais) para infecções mucocutâneas são: A
griseofulvina e a terbinafina.
A griseofulvina é um fármaco fungistático muito insolúvel, derivado de uma espécie
de Penicillium. Sua única aplicação é observada no tratamento sistêmico da dermatofitose
(SOARES & CURY, 2001).
A griseofulvina ainda é considerada como um medicamento eficaz, seguro e barato,
tornando a droga de escolha para a micose do couro cabeludo, apesar dos vários efeitos
adversos que podem ocorrer (dor de cabeça, distúrbio gastrintestinal, boca seca, reações
alérgicas como urticária, eritema, etc.) e intolerância ao produto expresso por alguns
pacientes. Embora griseofulvina tenha sido eficaz, há relatos de recidivas, sendo necessária
sua substituição por outro agente antifúngico (MANISCALCHI et al, 2004).
O mecanismo de ação em nível celular ainda não é bem elucidado, porém há
confirmação que o fármaco deposita-se na pele recém-formada, onde se liga à ceratina,
protegendo a pele de nova infecção.
Há, porém, tendência de que a griseofulvina seja retirada do mercado, tal como já
ocorreu na Bélgica (LATEUR, 2000).
1.2.6 Terbinafina
A terbinafina é um antifúngico pertencente à classe das alilaminas, que possui
atividade fungistática e fungicida contra dermatófitos e algumas leveduras, o que, na rotina
clínica, redundaria em cura mais rápida e com redução nos índices de recidiva (VILLARS &
JONES, 1992). Age inibindo a enzima esqualeno oxidase, que sintetiza o ergosterol,
importante para a síntese da membrana celular em muitos fungos, não interfere com o
citocromo p-450 e, portanto, não tem efeitos tóxicos graves. Em contraste, a anfotericina B
liga-se ao ergosterol, formando poros, e deste modo, interferindo na permeabilidade da
membrana celular fúngica e permitindo o extravasamento de componentes celulares. Também
tem a capacidade de ligar-se ao colesterol das membranas humanas levando à sérios efeitos
tóxicos (HUSSAIN et al., 1986). A administração diária de um comprimido durante 12
semanas produz uma taxa de cura de até 90% na onicomicose.
1.2.7 Nistatina
Os fármacos tópicos para infecções mucocutâneas são: A nistatina, azóis tópicos
(clotrimazol, miconazol...) e as alilaminas tópicas.
A nistatina é um macrolídio poliênico muito semelhante à anfotericina B. Por ser
demasiadamente tóxica por via parenteral, é utilizada apenas topicamente para uso em
infecções causadas por candida. As indicações mais comuns incluem candidíase vaginal,
infecções intertriginosas e afta orofaríngea (ODDS, 1988). A Nistatina é a opção terapêutica
mais freqüente, utilizada em diversos lugares da América do Sul e América Central (como por
exemplo, Cuba, Brasil, Argentina, México) para tratamento da candidíase vaginal. Em muitos
casos, o paciente pratica a automedicação, o que significa que segue um desenvolvimento
inadequado do tratamento e isto leva, por sua vez, falhas terapêuticas. Existem poucos estudos
publicados sobre a sensibilidade in vitro à nistatina, de modo que as questões dos critérios de
resistência e sensibilidade não são claramente definidas (PAIVA et al., 2009). Segundo vários
autores, o aparecimento de resistência à nistatina in vitro é um evento que ocorre raramente,
mas não existe um critério definido de resistência (ANDREU et al., 2001). Isso quer dizer
que, apenas a correlação entre os resultados in vitro com aqueles obtidos in vivo irá revelar na
verdade, a resistência à droga.
1.2.8 Alilaminas
E por último as alilaminas tópicas, entre elas a terbinafina e a naftifina, são disponíveis
na forma de cremes tópicos eficazes na tinha inguinal e tinha de corpo. São umas das drogas
antifúngicas mais potencialmente ativas, em baixas concentrações contra dermatófitos
(GAZIM et al., 2008).
1.3 Typha domingensis Pers
Typha domingensis Pers (Figura 1) é uma espécie da família Typhaceae, ocorre em
brejos das regiões temperadas e tropicais do mundo inteiro. Dentre uma vasta sinonímia
vulgar, tem-se: taboa, tifa, bucha, capim-de-esteira (MAIA ET AL., 2005). Seu rizoma tem
propriedades medicinais, como adstringente e diurético. É usado na alimentação, sendo rico
em amido (NILRATNISAKORN et al., 2007).
Macrófitas desempenham um importante papel ecológico em ecossistemas,
promovendo a oxigenação da água, protegendo contra processos erosivos nas margens
(ESTEVES & CAMARGO, 1986), aumentando a heterogeneidade física e seqüestrando
sedimentos (COLLIER, 2002), atuando como bioindicadores (DEMIREZEN & AKSOY,
2006), e removendo alguns compostos químicos da água (NILRATNISAKORN et al., 2007).
Sob determinados tipos de distúrbios, algumas espécies de macrófitas pode tornar-se
dominante (FOLONI & PITELLI, 2005).
Figura 1.
(a) (b) (c)
Figura 1. Typha domingensis Pers TYPHACEAE
(a) Foto tirada da Tifa em seu local de coleta.
(b) Zoom da espiga.
(c) Parte onde se encontra o rizoma.
Typha é um gênero dentre onze espécies de plantas monocotiledôneas da família
monogenérica, Typhaceae. O gênero tem uma distribuição em grande parte do Hemisfério
Norte, mas é, essencialmente, cosmopolita, sendo encontrado em uma variedade de hábitat de
zonas úmidas. Estas plantas são conhecidas em Inglês Britânico como junco, bullrush ou
reedmace, e em Inglês Americano como taboa, punks, cattail ou Corndog grama.
A Taboa é alternada e na maior parte básica de um tronco simples e junta que
eventualmente carrega as flores. Os rizomas espalham horizontalmente abaixo da superfície
do terreno lamacento para iniciar novo crescimento vertical e a proliferação de taboas é uma
parte importante do processo de corpos d'água abertos a serem convertidos em pântanos com
vegetação e, eventualmente, terra seca (ESTEVES & CAMARGO, 1986).
Plantas Typha são monóicas, ou seja, apresentam órgãos sexuais dos dois sexos, e a
dispersão do pólen é feita pelo vento (Wind-pollinated), e portam flores unissexuais em
desenvolvimento denso, pontos complexos. A haste floral masculino se desenvolve na parte
superior da haste vertical, acima da espiga de flores femininas (MAIA et al., 2005).
As flores macho (estaminadas) são reduzidas a um par de estames e os cabelos secam
uma vez que o pólen se desprende, deixando um curto prazo, parte-tronco nu acima da
inflorescência feminina. O cluster denso de flores femininas forma uma espiga cilíndrica cerca
de 10 a até 40 cm de comprimento e 1 a 4 cm de largura. As sementes (cerca de 0,2
milímetros de comprimento), e ligadas a um fio de cabelo fino ou caule, que tem efeitos do
vento na dispersão. A taboa é freqüente, entre as plantas do pantanal, a primeira a colonizar
áreas recém-expostas à lama molhada (ROCHA et al., 2009).
A espécie mais difundida é a Typha latifolia, que se estende por todo o hemisfério,
com maior índice no hemisfério norte. A T. angustifolia é quase tão difundida, mas não se
estende até o norte, é introduzida e invasora na América do Norte. T. domingensis é uma
espécie mais sul-americana, enquanto T. laxmannii em pouca quantidade, sendo restrita à Ásia
e em partes do sul da Europa (COLLIER, 2002).
Plantas Typha crescem ao longo das margens dos lagos e nos pântanos,
freqüentemente em colônias densas, e é por vezes considerada uma erva daninha nos
pantanais gerenciados (FOLONI & PITELLI, 2005).
Na América do Norte, as Taboas nativas estão sendo cada vez mais suplantadas pela
Typha angustifólia e Typha glauca. A Taboa tem uma grande variedade de peças que são
comestíveis pelos humanos. O rizoma é uma fonte de alimento agradável, nutritivo e rico em
energia, geralmente colhido a partir do Outono até o início da Primavera. Além dos rizomas,
não se conhece muito sobre sua parte emergida, hastes laterais que são muito saborosas.
Como a haste floral está a desenvolver no início do verão, ela pode ser quebrada e comida
como o milho na espiga. Em meados do verão, quando as flores masculinas estão maduras, o
pólen pode ser coletado e usado como um complemento de farinha ou espessante. A Taboa,
recentemente, também foi sugerida como uma fonte de petróleo.
A Taboa tem sido utilizada para aumentar a micção, ou esmagada, usada para fazer
uma gelatinosa massa para feridas, furúnculos, feridas, queimaduras, cicatrizes, inflamações, e
pústulas da varíola.
As sementes de Typha são muito pequenas, embutidas em um pára-quedas, e de forma
muito eficaz na dispersão no vento. Os principais fatores de desintegração são utilizados por
alguns pássaros a linha de seus ninhos. O material felpudo também foi usado por nativos
americanos, como combustível para acender fogo (HELDRETH, 2008).
Tribos nativas americanas também utilizam a taboa na produção de mocassins (tipo de
calçado), fornecendo material de cama, fraldas, talco de bebê, e outros. Um nome indígena de
taboa significava "fruta para dormir". Hoje, algumas pessoas ainda usam a taboa até como
itens de material de vestuário e travesseiros.
Também tem sido utilizada para preencher coletes salva-vidas da mesma forma como
a Sumaúma (árvore de culto indígena).
Se estiver utilizando a taboa para enchimento de almofadas, sugere-se a utilização de
materiais de grande espessura, pois, pode provocar uma reação na pele semelhante à urticária.
A taboa pode ser usada como fonte de etanol, em vez de cereais. Elas têm a vantagem
de que elas não exigem muito, se for o caso, a manutenção (HELDRETH, 2008).
Um experimento informal mostrou que a Taboa é capaz de remover o arsênio, o que é
perigoso quando consumido por seres humanos, a partir de água potável. Esse sistema de
filtragem pode ser uma maneira de fornecer filtração de água com baixo custo para as nações
em desenvolvimento (GRAHAM, 2009).
Eu apoiaria um estudo sério de Taboa como fonte de energia potencial. Douglas Pratt é
citado na “Estrela de Washington” por recomendar várias vantagens para Taboa. “Desde que
crescem em zonas úmidas, a taboa não compete por terras que poderiam ser utilizadas para
cultivos e florestas, e a drenagem é desnecessária”. A taboa usa alguns poluentes como
nutrientes. Fazendas de Taboa perto de estações de tratamento de esgoto podem limpar
nitrogênio e fósforo da problemática dos efluentes. Diferentemente da energia nuclear e de
combustíveis fósseis, a taboa não adiciona calor e dióxido de carbono para a terra. As plantas
usam a energia do sol e dióxido de carbono da atmosfera para a produção de amidos e
açúcares através da fotossíntese. Este calor e o gás são devolvidos ao ciclo quando a taboa é
usada como combustível (NILRATNISAKORN, 2007).
1.4 Metabolismo vegetal secundário
O metabolismo secundário origina compostos que não possuem uma distribuição
universal, pois não são necessários para todas as plantas. Como conseqüência prática, esses
compostos podem ser utilizados em estudos taxonômicos (quimiosistemática).
Embora o metabolismo secundário nem sempre seja necessário para que uma planta
complete seu ciclo de vida, ele desempenha um papel importante na interação das plantas com
o meio ambiente. Um dos principais componentes do meio externo cuja interação é mediada
por compostos do metabolismo secundário são os fatores bióticos. Desse modo, produtos
secundários possuem um papel contra a herbivoria, ataque de patógenos, competição entre
plantas e atração de organismos benéficos como polinizadores, dispersores de semente e
microorganismos simbiontes. Contudo, produtos secundários também possuem ação protetora
em relação a estresses abióticos, como aqueles associados com mudanças de temperatura,
conteúdo de água, níveis de luz, exposição à UV e deficiência de nutrientes minerais.
A seguir iremos considerar um dos grandes grupos de compostos do metabolismo
secundário.
1.4.1 Compostos Fenólicos
Os fenólicos são um grupo de compostos presentes no nosso dia a dia, embora nem
sempre nos demos conta disso. Desse modo, muito do sabor, odor e coloração de diversos
vegetais que apreciamos são gerados por compostos fenólicos. Alguns desses compostos,
como o aldeído cinâmico da canela (Cinnamomum zeyllanicum) e a vanilina da baunilha
(Vanilla planifolia), são inclusive empregados na indústria de alimentos. Os compostos
fenólicos não são apenas atrativos para nós, mas também para outros animais, os quais são
atraídos para polinização ou dispersão de sementes. Além disso, esse grupo de compostos tem
como principal atividade biológica proteger as plantas contra os raios UV, insetos, fungos,
vírus e bactérias. Há inclusive certas espécies vegetais que desenvolveram compostos
fenólicos para inibir o crescimento de outras plantas competidoras (ação alelopática).
Além de sua importância na proteção das plantas contra fatores ambientais e bióticos
adversos, acredita-se que os compostos fenólicos tenham sido fundamentais para a própria
conquista do ambiente terrestre pelas plantas. Quimicamente dizendo, os chamados
compostos fenólicos são substâncias que possuem pelo menos um anel aromático no qual ao
menos um hidrogênio é substituído por um grupamento hidroxila (ZANON et al, 2006).
2. OBJETIVOS
No presente trabalho pretende-se avaliar o potencial antifúngico de fitoconstituintes
presentes em extratos e frações obtidos a partir do rizoma da Typha domingensis Pers
(espécies vegetais aquáticas presentes no litoral da Baixada Santista) em culturas de Candida
albicans, Candida glabrata, Candida parapsilosis e Candida tropicalis servindo como esteio
para o desenvolvimento de novas drogas no tratamento de doenças fúngicas, como a
candidíase.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
O presente projeto foi executado nos laboratórios da Universidade Santa Cecília.
3.1 Obtenção do extrato seco e suas frações
3.1.1 Coleta e identificação
Os rizomas de Typha domingensis Pers (Figura 2), foram coletados na cidade de
Guarujá-SP, na Rodovia SP-061 (km 9), identificados pela equipe de botânicos da
Universidade Santa Cecília, encaminhados ao Herbário da Universidade Santa Cecília
(HUSC) e submetidos ao processo de secagem em estufa à 45ºC por 7 dias consecutivos
(Figura 3). Foi realizada a exsicata da planta (Figura 4) e armazenada no HUSC sob o registro
de N° 6131.
Figura 2.
Foto do rizoma da Tifa
Figura 3.
Amostra vegetal sendo submetida ao processo de secagem em estufa
Figura 4.
Exsicata
3.1.2 Preparo dos extratos secos e suas frações
A amostra vegetal seca foi fragmentada por seccionamento sofrendo processo de
trituração, utilizando liquidificador e submetido à maceração com Hexano (proporção de 50g
de rizoma/300 ml de Hexano) para ser realizada a purificação, pelo método de maceração por
sete dias.
Em seguida, foi realizada a extração do extrato seco, utilizando acetona: água (7:3 v;
v), pelo método de maceração durante sete dias, utilizando-se a amostra vegetal que havia
sido submetida à maceração com hexano, na proporção de 50g da amostra/300 ml da solução
de acetona hidratada acima mencionada.
O extrato seco foi submetido à secagem em rotaevaporador, e em seguida realizou-se
partição líquido: líquido com solventes de polaridade crescente, obtendo-se assim frações
semi-purificadas. Esta metodologia proporciona um adequado clean up dos extratos polares
(Calixto & Yunes, 2001).
O extrato seco foi dissolvido em água (na proporção de 20g/150 ml), e colocado em
um funil de separação; foram adicionados 50 ml de acetato de etila ao funil de separação e
extraiu-se por três vezes. Em seguida, a fase aquosa foi particionada também com n-butanol
(3x50ml).
As frações Butanol, Acetato de etila e fração Aquosa, foram submetidas à secagem,
utilizando o rotaevaporador. Assim, obtivemos advindos dos seguintes solventes: três frações
(água, acetato de etila e n-butanol) (FARIA, 2009).
3.2 Perfil Fitoquímico
3.2.1 Flavonóides
Segundo Costa, previamente aos experimentos foi realizado um processo extrativo
utilizando-se 1,5g das frações, tratadas com 10 ml de éter de petróleo, agitando-se durante 10
minutos e aquecendo-se ocasionalmente em banho-maria.
Esperou-se a sedimentação do pó e retirou-se com uma pipeta de Pasteur o líquido.
Adicionou-se ao pó que ficou dentro do béquer, 10 ml de metanol e aqueceu-se em banho-
maria por 10 minutos, solubilizando periodicamente com o bastão de vidro. Foi filtrado o
material utilizando algodão, ainda quente. Evaporou-se o filtrado na chapa de aquecimento e
solubilizou-se o resíduo com 5 ml de etanol. Foram realizadas as reações de caracterização
(Shinoda, Hidróxido de sódio, Cloreto férrico e Ácido sulfúrico concentrado). Para controle
foi utilizado um tubo de ensaio ou lâmina de vidro apenas com a solução obtida no
procedimento extrativo acima, comparando-se assim com as soluções obtidas nas reações de
caracterização.
3.2.1.1 Reações de Shinoda ou Cianidina
Foram colocados 2 ml das frações em um tubo de ensaio, em seguida foram colocados
fragmentos de magnésio, e adicionadas 5 gotas de HCl concentrado cuidadosamente
(verificando a efervescência). O resultado é considerado positivo com a formação da
coloração com tonalidade (avermelhada, laranja rosa, vermelho) comparada com o tubo
controle (COSTA, 2000).
3.2.1.2 Reação com Hidróxido de Sódio
Foram colocados 2 ml das frações em um tubo de ensaio e adicionados 2 ml de
solução de hidróxido de sódio a 2%. O resultado é considerado positivo com a formação de
coloração amarela comparada ao tubo controle (COSTA, 2000).
3.2.1.3 Reação com cloreto férrico
Foram colocados 2 ml das frações em um tubo de ensaio e adicionadas 3 gotas da
solução de cloreto férrico a 4,5%. O resultado é considerado positivo com a formação da
coloração verde, amarela, verde-castanho ou violeta comparada ao tubo controle (COSTA,
2000).
3.2.1.4 Reação com ácido sulfúrico concentrado
Foram colocados 2 ml das frações em um tubo de ensaio e adicionadas algumas gotas
de ácido sulfúrico concentrado. O resultado é considerado positivo para flavonas e flavonóis
com a formação da coloração fortemente amarelada, as flavononas originam coloração que
podem variar de a laranja a vermelho, e as chalconas e auronas formam coloração que variam
do vermelho ao carmim (SIMÕES et al., 2004).
3.2.2 Taninos
3.2.2.1 Reação com sais de Chumbo (acetato)
Foram adicionadas algumas gotas de solução aquosa de acetato de chumbo a 10% p/v
em 2 ml das frações. Normalmente surge precipitado volumoso e denso (COSTA, 2000).
3.2.2.2 Reação com sais de cobre (acetato)
Foram adicionadas algumas gotas de solução aquosa de acetato de cobre a 3% p/v em
2 ml das frações. É considerado positivo o aparecimento de um precipitado de coloração azul-
esverdeada (COSTA, 2000).
3.2.2.3 Reação com sais de ferro
Foram acrescentados 5 ml de água destilada e algumas gotas da solução de cloreto
férrico 2% em 2 ml das frações. Nesta reação, os taninos hidrolisáveis produzem coloração
azul-violeta e os taninos condensados coloração esverdeada (COSTA, 2000).
3.2.2.4 Reação com acetato de chumbo
Foram adicionados 10 ml de ácido acético diluído a 10% e cerca de 5 ml de solução de
acetato de chumbo 10% em 5 ml das frações. A reação é considerada positiva para galho
taninos com a formação de um precipitado. Nestas circunstâncias, o ácido acético conserva os
catequina taninos dissolvidos e evita sua precipitação (COSTA, 2000).
3.3 Preparo das soluções-estoque para os testes de susceptibilidade aos
extratos vegetais
As frações (n-butanol, água e acetato de etila) foram re-suspensas em etanol 30%, de
modo a se obter uma concentração final de 100mg de extrato seco/ml, sendo então esta
solução denominada solução estoque.
3.4 Cultivo de fungos e preparação do inóculo
Culturas de Candida albicans, Candida globrata, Candida parapsilosis e Candida
tropicalis foram cultivadas em meio Sabouraud-Dextrose, em temperatura de 35°C, com ao
menos três repiques sucessivos de 24 horas previamente ao experimento.
Para a realização dos ensaios de determinação da concentração inibitória mínima, no
dia do experimento as leveduras foram contadas e a suspensão do inóculo foi ajustada para 2,5
x 103 céls/ml com meio Sabouraud-dextrose.
3.5 Realização dos testes de susceptibilidade aos extratos vegetais
Para realização dos testes de susceptibilidade aos extratos vegetais, foi utilizado o
método de macrodiluição em caldo, de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo NCCLS
(1997), descrito em detalhes por Colombo (1994).
3.5.1 Diluição em caldo realizada em tubos (macrodiluição)
A partir das soluções-estoque (extrato n-butanólico, extrato aquoso, extrato acetato de
etila e extrato hexânico), foram diluídas no meio TSB e distribuídas em tubos esterilizados, de
modo a obter-se 0,1 mL de 10 vezes as concentrações finais desejadas do extrato.
Para essa finalidade, a partir das soluções-estoque (100mg/ml), diluições sucessivas
foram realizadas para obter-se uma série de quatro concentrações variando de 100 a 12,5
mg/ml (10 vezes as concentrações finais desejadas do extrato).
No dia do experimento, a suspensão inicial do inóculo de cada microrganismo foi
preparada de acordo com a metodologia descrita no item 4. Terminada a preparação, 0,9 ml
do inóculo foi dispensada em cada tubo contendo 0,1ml do extrato de 10 vezes as
concentrações desejadas de extrato. Ao final do experimento o inóculo foi testado em 4 tubos
contendo as concentrações finais variando de 10 a 1,25 mg/ml de extrato.
Adicionalmente, para cada ensaio, foi preparado um tubo-controle positivo contendo
apenas o diluente do extrato e a solução meio-inóculo. Os tubos foram incubados a 35°C por
48 horas para Candida albicans, Candida glabrata, Candida parapsilosis e Candida
tropicalis. Decorrido o tempo de incubação, as leveduras foram lavadas em meio Sabouraud-
dextrose estéril, semeadas em meio semi-sólido (Agar Sabouraud-dextrose) e incubadas a
35°C.
3.5.2 Leitura e interpretação dos resultados
Após 24 horas de incubação para Candida albicans, Candida glabrata, Candida
parapsilosis, Candida tropicalis, a menor concentração capaz de inibir o crescimento do
microrganismo foi identificada como a Concentração mínima inibitória (CIM) do extrato para
este microrganismo.
Os experimentos foram realizados em triplicata e repetidos três vezes.
4. RESULTADOS
4.1 Testes de susceptibilidade
No presente trabalho observou-se atividade antifúngica da fração acetato de etila
(figura 5), obtida a partir do extrato dos rizomas da Typha domingensis Pers, em todas as
espécies testadas, com valores de CIM de 10 mg/ml das mesmas (Tabela 1).
Tabela 1.
Fração/Conc.
Espécie 10 mg 5 mg 2,5 mg 1,25 mg
C. albicans N N N N
C. parapsilosis N N N N
C. tropicalis N N N N
C. glabrata N N N N
N- Butanol
Fração/Conc.
Espécie 10 mg 5 mg 2,5 mg 1,25 mg
C. albicans P N N N
C. parapsilosis P N N N
C. tropicalis P N N N
C. glabrata P N N N
Acetato de Etila
Fração/Conc.
Espécie 10 mg 5 mg 2,5 mg 1,25 mg
C. albicans N N N N
C. parapsilosis N N N N
C. tropicalis N N N N
C. glabrata N N N N
Água
P: resultado positivo, ou seja, inibição do crescimento fúngico.
N: resultado negativo, ou seja, crescimento fúngico.
Figura 5.
(a) (b)
(c) (d)
Figura 5. Meio Agar Sabouraud-Dextrose
(a) Inibição da Candida albicans pela fração Acetato de Etila na concentração de 10
mg/ml.
(b) Placas controle.
(c) Resultado negativo, ou seja, crescimento fúngico (fração aquosa).
(d) Resultado negativo, ou seja, crescimento fúngico (fração n-butanol).
4.2 Testes fitoquímicos
Segundo Costa, as análises fitoquímicas revelaram a provável presença de Taninos e
Flavonóides na amostra através dos testes preliminares, dando o resultado positivo apenas
para a fração acetato de etila (figura 6 e figura 7).
4.2.1 Flavonóides
Figura 6.
(a) (b) (c) (d) (e)
(a) Solução em branco, somente para comparação (fração acetato de etila).
(b) Shinoda: resultado considerado positivo pela formação da coloração avermelhada.
(c) Hidróxido de sódio: resultado considerado positivo, coloração amarelada.
(d) Cloreto Férrico: resultado positivo, aparecimento da cor verde-castanho.
(e) Ácido sulfúrico: resultado considerado positivo para chalconas e auronas, pela
formação da coloração vermelho carmim.
4.2.2 Taninos
Figura 7.
(a) (b) (c) (d) (e)
(a) Solução em branco, somente para comparação (fração acetato de etila).
(b) Sais de Chumbo: resultado considerado positivo pela formação de um precipitado
volumoso e denso.
(c) Sais de Cobre: resultado positivo, formação da coloração azul-esverdeada.
(d) Sais de Ferro: resultado positivo para Taninos condensados pelo aparecimento da
coloração esverdeada.
(e) Acetato de Chumbo: resultado positivo para galho taninos, aparecimento de um
precipitado.
5. DISCUSSÃO
A utilização de substâncias antibióticas ou antimicrobianas representa talvez um dos
maiores avanços da farmacoterapia. Estas substâncias estão entre os fármacos mais utilizados
em ambulatórios e hospitais e têm reduzido drasticamente a incidência de muitas doenças
infecciosas (FRANCO et al., 2007; LOGUERCIO et al., 2005).
A observação de propriedades terapêuticas em determinadas espécies de plantas o que
estimula a busca por compostos com tal atividade, assim, levando ao desenvolvimento do
presente trabalho.
Somente a fração acetato de etila do extrato obtido a partir dos rizomas de T.
domingensis Pers apresentou atividade fungicida em Candida albicans, C. glabrata, C.
tropicalis e C. parapsilosis, não apresentando crescimento fúngico depois de adicionado o
extrato a uma concentração de 10mg/ml.
A provável presença de Taninos revelada pelos testes fitoquímicos, pode ser
relacionada à atividade antifúngica, pois, estudos revelam que os Taninos têm tal ação
(LOGUERCIO et al., 2005).
Os resultados mostraram que existe um potencial antifúngico, porém somente em
concentrações relativamente altas, levando ao aumento do custo da matéria-prima, aumento da
toxicidade e efeitos colaterais, com isso, seria necessário avaliar sua viabilidade.
As principais classes de metabólitos secundários com ação antifúngica e
antimicrobiana são os taninos, os flavonóides (principalmente os isoflavonóides), os terpenos
e alguns derivados fenólicos. A ação antimicrobiana dos flavonóides, provavelmente está
relacionada à capacidade de complexar proteínas extracelulares e solúveis, bem como
estruturas da parede celular. Flavonóides mais lipofílicos podem atuar provocando o
rompimento de membranas microbianas.
O mecanismo de ação antimicrobiana dos taninos explica-se por três hipóteses:
1) pressupõe-se que os taninos inibem enzimas bacterianas e fúngicas e/ou se
complexam com os substratos dessas enzimas;
2) inclui a ação dos taninos sobre as membranas celulares dos microrganismos,
modificando seu metabolismo, e;
3) fundamenta-se na complexação dos taninos com íons metálicos, diminuindo a
disponibilidade daqueles que são essenciais para o metabolismo microbiano (LOGUERCIO et
al., 2005).
Provavelmente, devido à habilidade de ligar-se às proteínas e outras macromoléculas,
os taninos também apresentam atividades tóxicas. Ayres e colaboradores verificaram que a
rápida mortalidade de insetos tratados com taninos condensados parece ser devido à atividade
tóxica destes compostos e não pela inibição da digestibilidade.
Elagitaninos dímeros são mais adstringentes que os monômeros. Deste modo, se a
toxicidade é devido a sua adstringência, alta toxicidade está intimamente associada ao maior
peso da molécula. Contudo, isto não ocorre sempre, por ex., a catequina apresenta maior
toxicidade que os taninos, embora esta tenha pouca afinidade por proteínas. Outro mecanismo
de toxicidade, que pode envolver os taninos, deve-se ao fato desses complexarem-se com
facilidade a íons metálicos (MONTEIRO et al; 2005).
Assim, é necessária a realização de estudos (in vivo) toxicológicos e
farmacoeconômicos para avaliar sua possível viabilidade.
6. CONCLUSÃO
A fração acetato de etila do extrato obtido a partir de rizomas de Typha domingensis
Pers apresentou um potencial antifúngico em culturas de Candida albicans, C. glabrata, C.
parapsilosis, C. tropicalis, porém apenas em alta concentração (10mg/ml), com isso, abrem-se
perspectivas para novos estudos mais aprofundados para a pesquisa de novas terapias
antifúngicas a partir de rizomas de Typha domingensis Pers.
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