PROJETO DE PATENTE INVÓLUCRO PLÁSTICO PARA...

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO MESTRADO EM ORTODONTIA ADRIANA DEL BIANCO PROJETO DE PATENTE INVÓLUCRO PLÁSTICO PARA ESTERILIZAÇÃO EM ORTODONTIA São Paulo 2012

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

MESTRADO EM ORTODONTIA

ADRIANA DEL BIANCO

PROJETO DE PATENTE

INVÓLUCRO PLÁSTICO PARA ESTERILIZAÇÃO EM ORTODONTIA

São Paulo

2012

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

MESTRADO EM ORTODONTIA

ADRIANA DEL BIANCO

PROJETO DE PATENTE

INVÓLUCRO PLÁSTICO PARA ESTERILIZAÇÃO EM ORTODONTIA

Dissertação apresentada em formato alternativo (Projeto de Patente) encaminhado ao Programa de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID. Orientador: Prof. Dr. Acácio Fuziy

São Paulo

2012

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Ficha elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID

D331p

Del Bianco, Adriana. Projeto de patente invólucro plástico para esterilização em ortodontia / Adriana Del Bianco --- São Paulo, 2012. 40 p.; anexos Bibliografia Dissertação (Mestrado) - Universidade Cidade de São Paulo. Orientador do Prof. Dr. Acácio Fuziy. 1. Biossegurança. 2. Esterilização. 3. Ortodontia I. Fuziy, Acácio. II. Titulo.

D4

Sorriso Sorriso é coisa que não se deve poupar, mesmo com dor, pois um sorriso pode ser uma luz no infinito para alguém que está perdido, para alguém que nunca teve um carinho, para quem nunca soube o que é sorrir, mesmo com dor... O sorriso é o vento levando a tempestade para longe...

Angela Marta Camargo Casemiro

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DEDICATÓRIA

Primeiramente a Deus, Que me deu alento e conforto em todos os momentos difíceis pelos quais passei ao longo deste caminho, permitindo que eu superasse todas as barreiras que poderiam ter impedido minha trajetória, Aos meus Pais Dino e Maria Célia, Cujo amor e abdicação permitiram que eu me desenvolvesse mesmo diante de todas as adversidades impostas pelo caminho, incentivando-me sempre a buscar algo a mais em tudo que faço, A minha irmã Andréa, Pelo exemplo de vida... Que me fez enxergar que por mais difíceis que forem os momentos, amanhã um novo sol brilhará e um novo caminho nos guiará, eternizando cada minuto de felicidade.

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Agradecimentos Especiais Ao Prof. Dr. Acácio Fuziy, meu orientador, por permitir a realização deste

trabalho por meio da disponibilidade do seu tempo, orientação e conhecimentos.

Pelo incentivo permanente à busca do conhecimento científico e aprimoramento,

servindo de modelo pelo exemplo de respeito com os pacientes e conduta

profissional . Terás meu carinho e respeito para sempre!

Ao Prof. Dr. Flavio Augusto Cotrim Ferreira, pelo apoio e compreensão a

mim destinados sempre que necessitei de ajuda ao longo da Especialização e

Mestrado, dividindo seus inúmeros conhecimentos como mestre e ao mesmo

tempo, demonstrando amizade e carinho em todos os momentos de descontração

partilhados por mim e meus colegas.

Ao ilustre Prof. Dr. Flavio Vellini Ferreira, coordenador do curso de

Mestrado em Ortodontia da Unicid e mentor de todo esse trabalho desenvolvido com

excelência ao longo de anos.

A toda a equipe de professores da Pós-Graduação em Ortodontia da Unicid :

Profª.Dra. Rívea Inês Ferreira, Profª.Dra. Karyina Martins do Valle-Corotti, Profª.

Dra. Ana Carla Raphaelli Nahás Scocate, Prof.Dr. Paulo Eduardo Guedes

Carvalho, Prof.Dr. Hélio Scavone Junior e Prof.Dr. Fernando César Torres, que

dedicaram parte do seu tempo e conhecimento com muita dedicação e paciência

para que eu pudesse me aperfeiçoar como profissional.

Ao Prof.Dr.Danilo Furquim Siqueira, que mesmo estando conosco por

pouco tempo, dividiu seu vasto conhecimento em Ortodontia, fazendo-se notar em

todos os momentos como professor, amigo e excelente colega de profissão.

A nossa fiel companheira de Clínica, Arlinda, presente em todos os

momentos, auxiliando-nos com os pacientes e ajudando sempre que possível, com

muita presteza e paciência. Durante todos esses anos de especialização e

Mestrado, “Dona Linda”, apelido carinhoso que recebeu, foi dito e ouvido por

professores e alunos e prontamente respondido por ela com muita dedicação. Deixo

a você, minha querida, meu muito obrigado!

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RESUMO

A partir da década de 70, com o aumento significativo de algumas doenças, com o

surgimento de novas profissões auxiliares e o desenvolvimento do trabalho em

equipe, a união de preceitos éticos associados à pesquisa abre a discussão sobre

os aspectos de proteção aos pesquisadores e demais profissionais ligados à área da

saúde, culminando na criação de novos conceitos de biossegurança. Na

Odontologia despertou-se a preocupação pelas medidas preventivas, visando

diminuir os riscos de infecção cruzada entre profissionais e pacientes. Dentre as

várias especialidades da Odontologia, a Ortodontia apresenta uma grande

rotatividade de pacientes por período de atendimento, sendo necessário investir no

controle e prevenção de doenças e eleger métodos mais rápidos e eficazes no dia a

dia clínico. Por esta razão, surge a necessidade de desenvolver uma embalagem

que possa atender adequadamente toda a demanda da esterilização de maneira

prática, eficiente e de custo acessível à Ortodontia.

Palavras chave: biossegurança, esterilização, ortodontia

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ABSTRACT

Since the 70´s the significant increase of some diseases, as well as the emergence

of new supportive occupations, the development of teamwork systems associated

with ethical concerns in research fields have been causing discussions concerning

the protection of researchers and other professionals related healthcare, culminating

in new concepts of biosecurity. Dentistry has brought to light concerns about

preventive measures in order to reduce the risk of cross contamination involving

patients and professionals. Considering the numerous practice areas of dentistry,

orthodontics has a large turnover of patients per treatment period, being necessary to

invest in control and disease prevention and choose more rapid and effective

methods in daily clinical practice. Therefore, the need arises to develop a system that

can adequately meet the entire demand of sterilization by means of a practical,

efficient and affordable application to orthodontics.

Keywords: biosecurity, sterilization, orthodontics

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................

2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................

2.1 BIOSSEGURANÇA...........................................................................................

2.1.1 Histórico.......................................................................................................

2.1.2 Biossegurança em Odontologia................................................................

3 PROPOSIÇÃO....................................................................................................

REFERÊNCIAS.......................................................................................................

ANEXO: Patente....................................................................................................

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1 INTRODUÇÃO

O surgimento de profissões auxiliares gerando o trabalho em equipe,

proporcionou ganhos qualitativos e quantitativos em todos os aspectos. Dentre eles,

a possibilidade de realizar serviços odontológicos de qualidade mantendo-se o

controle de infecção no consultório e obedecendo-se aos conceitos de

biossegurança, que tiveram seu início na década de 70, na Califórnia. Esse,

segundo Goldim, em 1997, foi considerado um marco histórico da ética aplicada à

pesquisa, pois pela primeira vez foram discutidos os aspectos de proteção aos

pesquisadores e demais profissionais envolvidos na área da saúde.

Na Odontologia, a partir de então, despertou-se o interesse pela

biossegurança durante os procedimentos realizados em clínica diária, visando evitar

as infecções cruzadas entre profissionais e pacientes. Esta preocupação pelo

controle seguro dos métodos de esterilização tem provocado o interesse pelas

pesquisas sobre a biossegurança.

Segundo Silva et al. (2011), o conceito de biossegurança na Odontologia,

nada mais é do que um conjunto de medidas que devem ser empregadas com o

intuito de proteger toda a equipe odontológica e seus pacientes dentro de um

ambiente clínico. Tais medidas são de caráter preventivo e objetivam o controle de

contaminação cruzada e redução dos riscos ocupacionais a que estão expostos

todos os membros componentes da equipe, desde o corpo clínico até os

funcionários da recepção e manutenção.

Segundo o Ministério da Saúde (1994), dentre as doenças de reconhecida

transmissão ocupacional na prática odontológica destacam-se a Hepatite B como a

de maior risco de contaminação; a Herpes como a de maior frequência, e a

Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), que apesar do menor risco

ocupacional, é a causadora de maior temor e mobilização na adoção das medidas

universais de biossegurança.

Nas décadas de 1970 e 1980, com o aumento significativo dos casos de

hepatite B e AIDS, associado à preocupação da existência de outras doenças

passíveis de transmissão por contágio como herpes simples e zoster, hepatite A,

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mononucleose infecciosa, caxumba, tuberculose, pneumonia entre outras,

despertou-se a consciência profissional com os cuidados inerentes à desinfecção,

esterilização e prevenção da infecção cruzada. Nesse contexto, a Ortodontia,

considerada erroneamente como uma especialidade de baixo risco dentro da

Odontologia, tem mostrado que os ortodontistas têm a segunda maior incidência de

hepatite B entre os profissionais da Odontologia de acordo com Starnbach e Bidlle

(1980) e Gandini et al. (1997).

A autoclave - calor úmido sob pressão - é considerada o método mais

eficaz de eleição para a esterilização em Ortodontia tanto para instrumentos

metálicos quanto para luvas, gaze, algodão e mesmo alguns plásticos, além de

apresentar a vantagem de um ciclo relativamente rápido. Para esterilização em

autoclave recomendam-se o acondicionamento dos instrumentais em embalagens

individuais que deverão garantir a esterilidade até o momento da abertura.

São recomendadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA) embalagens do tipo papel grau cirúrgico, papel crepado, tecido de algodão

cru (campo duplo), vidro, nylon ou caixas metálicas perfuradas, entretanto, muitos

desses materiais acabam aumentando os custos e o tempo operacional para a

realização dos ciclos de esterilização.

Visto que, a Ortodontia apresenta uma alta rotatividade de pacientes

atendidos por períodos, isso faz com que haja uma preocupação dos profissionais

da área em buscar meios alternativos de esterilização que sejam eficientes e de

baixo custo operacional. Assim sendo, o objetivo deste trabalho foi apresentar um

projeto de patente de um invólucro plástico de polipropileno para ser usado na

esterilização de instrumentais e alicates em Ortodontia.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 BIOSSEGURANÇA

2.1.1 Histórico

A preocupação com biossegurança vem desde Hipócrates (460-370 a.C),

pai da medicina, que com sua máxima: “Primum non nocere” (Antes de tudo não

prejudicar) já mencionava a responsabilidade do profissional de saúde em não

causar outras doenças ao paciente por ele tratado (GUIMARÃES JUNIOR, 2001).

Prosseguiu com Semmelweis, em 1843, que se preocupou com a morte

de muitas parturientes no hospital vienense onde trabalhava, descobrindo então, a

necessidade de lavagem das mãos antes do trato com as pacientes (GUIMARÃES

JUNIOR, 2001).

Lister, (1864, apud Kuriki, 1997), jovem cirurgião inglês, impressionado

com os trabalhos de Pasteur, desenvolveu métodos para impedir o acesso de

microrganismos aos ferimentos cirúrgicos, com a finalidade de evitar infecção

microbiana (sepsia) nos tecidos após cirurgia. Realizando a esterilização

escrupulosa dos instrumentos cirúrgicos, utilização de bandagens com antissépticos

(iodo) e conduzindo a cirurgia sob vaporização de desinfetante para impedir a

infecção pelo ar, conseguiu reduzir grandemente a sepsia cirúrgica.

Com o passar das décadas o termo “Biossegurança” adquiriu um

significado bastante amplo, exemplificado a seguir pelo conceito da Comissão

Interna de Biossegurança da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ):

“É o conjunto de saberes direcionado para ações de prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes as atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, as quais possam comprometer a saúde do homem, dos animais, das plantas e do ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos (FIOCRUZ, 2006).”

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Pode-se afirmar, a partir de então, que a biossegurança não se restringe

apenas aos cuidados com a transmissão de doenças contagiosas e infecção

cruzada em consultórios, hospitais e postos de saúde, mas também com a

prevenção da aspiração de gases produzidos por substâncias químicas, injúrias

causadas por produtos químicos e físicos, descarte do lixo, contaminação da água,

ergonomia dos consultórios e doenças profissionais, estudos de alimentos

geneticamente modificados, bioética e a legislação (GUIMARÃES JÚNIOR, 2001).

No Brasil, em fevereiro de 2002, foi criada pelo Ministério da Saúde, a

“Comissão de Biossegurança em Saúde” objetivando a implementação de ações

relacionadas à Biossegurança, buscando sempre o melhor entendimento entre o

Ministério da Saúde e as instituições que lidam com o tema (SERRUYA, 2006).

2.1.2 Biossegurança em Odontologia

O grande desafio da era moderna nos consultórios e clínicas tem sido

prevenir a infecção cruzada entre os cirurgiões-dentistas e pacientes. Estudos sobre

a contaminação microbiana de superfície vêm sendo realizados ao longo de várias

décadas, mostrando que avanços significativos no controle de infecção levaram a

uma redução do nível de contaminação microbiana.

Willians, Singh e Romberg, mostraram que, em uma comparação entre

um estudo realizado em 1998 e outro publicado em 1976 sob as mesmas condições

de pesquisa, houve melhorias na estrutura da clínica e equipamentos, bem como

nas práticas de controle de infecção, o que resultou em um menor nível de

contaminação bacteriana.

Para Cottone et al. (1991), o controle de infecção é uma filosofia de

trabalho e não uma receita ou fórmula a ser seguida, e que deve ser inserida dentro

de um critério de racionalização onde é necessário verificar a eficácia dos

equipamentos utilizados na esterilização, os agentes químicos escolhidos, o controle

e eficácia da esterilização, a qualidade da água, o armazenamento do material

esterilizado, o uso de EPI, o destino do lixo contaminado e a constante capacitação

dos profissionais envolvidos no processo.

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Perigosas infecções ligadas à prática odontológica não são um problema

recente. Cirurgiões-dentistas são expostos a uma ampla variedade de

microrganismos presentes no sangue e na saliva dos pacientes e de acordo com a

literatura, as principais enfermidades citadas são a hepatite B, tuberculose, herpes,

AIDS, hepatite C, sífilis, parotidite virótica (caxumba), rubéola, Influenza (gripe) e

varicela (catapora).

A transmissão do vírus da hepatite B é rara nos casos em que um

protocolo de controle de infecção é seguido, porém, a cada dia, enfrentam-se

mudanças frequentes nos protocolos de atendimento, juntamente com a evolução

dos produtos e equipamentos, obrigando os profissionais a se atualizarem e

transformar suas práticas diárias, restabelecendo normas de conduta e

procedimentos que garantam um tratamento sem riscos de contaminação.

McCarthy, Koval, John, MacDonald em 1999, mostraram que a maioria

dos cirurgiões- dentistas cumprem com uso das luvas, de máscaras, óculos de

proteção e imunização contra HBV por meio da vacina; entretanto, muitos não

utilizam uma série completa de procedimentos de controle de infecção

recomendados para minimizar o risco de infecção cruzada na prática odontológica.

Em função disso, Starnbach e Bidlle (1980) e Gandini et al. (1997)

afirmaram em seus trabalhos que a Ortodontia encontra-se em segundo lugar entre

as especialidades odontológicas em contaminação pelo vírus da hepatite B,

justamente por ser uma atividade relapsa no controle de infecção cruzada. Para

contrariar essa realidade se faz necessária a utilização de medidas básicas de

esterilização e desinfecção nos consultórios ortodônticos, evitando-se a

contaminação da equipe ortodôntica pelos pacientes e vice-versa ou também de um

paciente para outro.

De acordo com Woo et al. (1992), os ortodontistas observam

frequentemente sangue nas moldagens numa média de 3 vezes por semana, o que

ressalta ainda mais a necessidade da Ortodontia em preocupar-se com a

esterilização e a desinfecção de todos os materiais de uso diário, bem como criar

benefícios que possam auxiliar durante o processo esterilizador, promovendo

agilidade e segurança a profissionais e pacientes.

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Ainda segundo Gandini et al. (1997), por meio de levantamento

bibliográfico sobre os principais métodos de esterilização existentes e formas de

processar o instrumental sem reduzir a sua vida útil, concluiu-se que a autoclave e a

estufa são os que oferecem maiores vantagens dentro do consultório ortodôntico,

sendo que a autoclave comparativamente à estufa apresenta uma velocidade do

ciclo superior e custo inferior. Entretanto, esses métodos colocam o instrumental em

condições passíveis de corrosão.

Rutala, em 1999, definiu a esterilização como sendo o processo pelo qual

ocorre a eliminação de todas as formas de vida microbiana, isto é, esporos,

bactérias, fungos e protozoários em determinado meio, devido à aplicação de

agentes físicos ou químicos.

No entanto, Guandalini, Melo e Santos (1999) ressaltaram que durante a

esterilização em Odontologia deve-se priorizar a necessidade do preparo prévio

adequado do instrumental, incluindo nesse aspecto: a descontaminação, lavagem,

secagem e seu empacotamento. Segundo os autores, o tempo incorreto, a

interrupção do ciclo, a disposição incorreta das embalagens dentro da autoclave

impossibilita a circulação do ar quente, prejudicando o processo. A falta do controle

da temperatura e a sobrecarga de capacidade podem conduzir ao insucesso na

esterilização.

Ainda conforme os autores, as causas de insucesso na esterilização em

autoclave são: a sobrecarga de material, o volume excessivo de água ou água em

escassez, abertura do equipamento antes do esfriamento, o que favorece a

condensação de água, manutenção e limpeza inadequadas, embalagens não

indicadas para esterilização e queda de energia elétrica durante o ciclo.

A esterilização do vapor saturado sob pressão por meio de autoclaves é

hoje considerado o método de maior segurança, pois os microrganismos são

destruídos pela combinação de temperatura, pressão e umidade, promovendo a

termocoagulação e desnaturação das proteínas de sua genética celular. (PINTER;

GABRIELLONI, 2000)

Segundo os mesmos autores ainda em 2000, o vapor saturado sob

pressão dentro das câmaras das autoclaves circula por condução, penetrando

através de objetos porosos como os invólucros que envolvem os pacotes.

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De acordo com Buffara e Portela (2000), a autoclave é considerada o

método de eleição para esterilização em Ortodontia, sendo eficaz tanto para

instrumentos metálicos quanto para luvas, gaze, algodão e para alguns materiais

plásticos e, apresentam a vantagem de possuir um ciclo relativamente rápido. O

instrumental clínico deverá ser cuidadosamente lavado, seco e embalado de modo

que a embalagem utilizada proteja o instrumental, permitindo a esterilização e

proporcionando uma barreira efetiva contra os microrganismos.

A Association of Operating Room Nurses (AORN, 2000) recomenda que o

sistema de embalagem deve permitir a esterilização mantendo a esterilidade do

conteúdo até a abertura do pacote e possibilitar a entrega do conteúdo sem

contaminação.

As embalagens utilizadas devem apresentar algumas características

importantes, entre as quais, serem apropriadas ao artigo e método de esterilização,

prover integridade adequada de selagem, ser à prova de violação, prover barreira

adequada, permitir adequada remoção do ar, proteger o conteúdo do pacote de

danos físicos, resistir a rasgos e perfurações e ter uma relação custo/benefício

positiva (AORN, 2000).

Segundo JORGE e SANTOS em 2006, quando bem empacotados e

acondicionados, o invólucro mantém os instrumentos estéreis por trinta dias. No

entanto, o Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado de saúde de São

Paulo, recomenda a reesterilização do instrumental a cada sete dias, utilizando a

resolução hospitalar SS 374, pois não há uma legislação específica em Odontologia

para esse procedimento.

A obtenção de um produto final de qualidade ao fim de um processo

esterilizador, deverá ocorrer sob monitoramento de todas as suas etapas por meio

de indicadores químicos e biológicos.

Após a validação do processo de esterilização, há de se questionar até

quando estes pacotes, independentemente do tipo de embalagem utilizada,

permanecerão estéreis para uso. A literatura tem se mostrado controversa em

relação aos prazos de validade do método de esterilização em questão.

A Secretaria do Estado de Saúde de São Paulo, em 1994, recomenda o

prazo de sete dias de validade para os artigos esterilizados por meio de processo

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físico devido à dificuldade de algumas instituições em apresentar estudos

microbiológicos específicos.

Já segundo a AORN (2000), a validade é relativa, pois depende da

qualidade do material, da embalagem, da data de esterilização, bem como das

condições de estocagem, transporte e manuseio.

Para Padoveze (2000), a questão do tempo pelo qual os artigos

esterilizados podem permanecer estocados é um componente econômico de grande

importância, pois menores prazos implicam em maiores custos relacionados ao

consumo dos invólucros, fitas indicadoras do processo de esterilização, mão de

obra, embalagem e controle dos artigos, consumo do equipamento esterilizador e

desgaste do artigo processado, entre outros aspectos.

Considerando as diferenças entre um consultório odontológico e o

ambiente hospitalar, há necessidade de estudos para a reavaliação deste prazo,

pois repetidas esterilizações podem causar mudanças indesejáveis na propriedade

física dos instrumentos como corrosão, mudanças na têmpera e perda do corte,

além de desperdício de mão-de-obra e gastos indesejáveis.

Segundo Pinter e Gabrielloni (2000), as embalagens recomendadas para

esterilização por vapor saturado sob pressão podem ser tecido de algodão cru,

papel grau cirúrgico, papel Kraft, papel crepado, caixa metálica sem tampa ou então

com a tampa perfurada ou plástico 100% polipropileno.

Gerard Ozanne et al. (1993) utilizaram o polipropileno como material para

o invólucro em testes para a descontaminação de lixo laboratorial, porém não houve

nenhuma citação com relação à maneira que foi utilizado o polipropileno ou como

essa embalagem foi fechada. Apenas demonstrou-se que, após o ciclo da autoclave,

o conteúdo da embalagem foi adequadamente esterilizado.

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3 PROPOSIÇÃO

O presente trabalho, propôs-se a desenvolver um invólucro plástico de

polipropileno padronizado para esterilização em Ortodontia, com possibilidade de

emprego em autoclave, que mantenha o material estéril durante a distribuição e

estocagem até o momento de sua utilização, seguindo as normas de biossegurança,

otimizando todo processo do operador e reduzindo custos ao ortodontista.

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REFERÊNCIAS

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ANEXO

Patente

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RESUMO

“INVÓLUCRO PLÁSTICO PARA ESTERILIZAÇÃO DE INSTRUMENTAIS

ORTODÔNTICOS”. Patente tipo invenção para o empacotamento de 5

instrumentais ortodônticos a serem esterilizados em autoclave permitindo o

contato do material a ser esterilizado com o agente esterilizante e mantendo-o

livre de microrganismos durante a estocagem. O invólucro plástico é

confeccionado em plástico de polipropileno, suas dimensões medem

aproximadamente 16,5 cm X 17,5 cm, sendo transparente e descartável com 10

uma faixa adesiva de 0,7cm que proporciona o selamento hermético da

embalagem. Na parte inferior esquerda haverá uma impressão destinada a

proporcionar informações do tipo de instrumental esterilizado: material, data do

processo de esterilização, validade, número do lote e nome do operador que

realizou o preparo do instrumental para o ciclo esterilizador, seguindo as 15

normas de biossegurança do Ministério da Saúde.

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INVÓLUCRO PLÁSTICO PARA ESTERILIZAÇÃO DE INSTRUMENTAIS

ORTODÔNTICOS

A presente invenção refere-se a um invólucro plástico utilizado para a 5

esterilização de instrumentais odontológicos de maneira geral. O material

utilizado na sua fabricação é o polipropileno, um polímero que pode ser

modificado e adaptado de acordo com a sua utilização específica por meio de

técnicas de formulação ou compostagem, ou seja, trata-se de um copolímero

estatístico de polipropileno obtido pela adição de eteno ao propeno. O 10

polipropileno é uma resina de baixa densidade que oferece um bom equilíbrio

de propriedades térmicas, químicas e elétricas, acompanhadas de resistência

moderada. Suas propriedades térmicas são afetadas em vários graus de

temperatura, e, de acordo com o aumento dessa temperatura, sua constante

dielétrica permanece basicamente estável; entretanto, o poder dielétrico, ou 15

seja, a resistência aumenta, ao passo que é reduzida a resistividade

volumétrica.

Dentre as principais características do polipropileno podem ser citadas:

boa resistência química, baixa absorção de umidade, resistência, atoxidade,

baixo custo, leveza e antiaderência. 20

A Ortodontia necessita de um sistema de esterilização rápido, eficaz,

seguro e que ainda possa proporcionar um custo reduzido ao profissional, visto

que, diferentemente da área clínica como um todo, o CD ortodontista necessita

de um tempo de atendimento menor por paciente, o que aumenta o número de

pacientes atendidos por período de trabalho, consumo maior de instrumental 25

estéril e, por sua vez, um aumento considerável do número de ciclos de

esterilização, acarretando um custo maior durante esse processo.

Aumenta a cada dia a preocupação com o risco de transmissão de

HBV, HIV e outras doenças infecto-contagiosas entre pacientes e profissionais

da área da saúde. Assim sendo, dentre todos os processos de esterilização 30

propostos, a técnica mais utilizada tornou-se a esterilização pelo emprego do

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vapor d`água sob pressão, por meio das autoclaves. Na utilização da autoclave

como método esterilizador, são necessários invólucros ao redor do instrumental

ou material a ser esterilizado, possibilitando:

1) A correta e segura manipulação dos mesmos após a lavagem e

preparo; 5

2) Condução dos instrumentais para o interior da autoclave;

3) A manutenção e preservação dos instrumentais estéreis até o

momento de serem utilizados, desde que se respeite o tempo recomendado

para seu emprego seguro, segundo as normas de biossegurança;

4) A retirada da câmara da autoclave, distribuição ao local de 10

atendimento e acondicionamento do mesmo.

Inicialmente introduziu-se para o empacotamento de instrumentais o

papel Kraft que se consagrou como sendo o mais barato, entretanto,

apresentava como desvantagem a característica de opacidade do material. Na

sequência, foram introduzidos os materiais mais estéticos como o papel de 15

grau cirúrgico, tornando-se o mais empregado e indicado pela Anvisa. Esse

papel caracterizava-se por apresentar uma face transparente de polipropileno e

poliéster e outra face de papel opaco. Destaca-se como a desvantagem

principal desse material o seu custo elevado.

De acordo com as normas de biossegurança estabelecidas pelo 20

Ministério da Saúde, os invólucros devem ser identificados com o nome do

material, data de esterilização, validade, n°. do lote e nome de quem preparou

o material. O invólucro deve permitir o contato dos instrumentais com o agente

esterilizante, bem como mantê-lo livre de microrganismos durante a

estocagem. As características para seleção de um invólucro são: a 25

impermeabilidade a partículas microscópicas, resistência à ruptura e a

flexibilidade.

A invenção proposta tem como objetivos principais oferecer um

processo esterilizador de grande eficácia não somente durante todo o ciclo de

esterilização do equipamento como também durante a estocagem, fornecer 30

todas as informações sobre o material no próprio invólucro e garantir ao

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profissional um custo reduzido que permita o emprego desse material em maior

escala.

A invenção trata-se de um invólucro plástico de polipropileno medindo

aproximadamente 16,5cm X 17,5cm, sendo totalmente transparente e

descartável. Caracteriza-se pela presença de uma faixa adesiva de 0,7cm, 5

localizada a 1,0cm da margem direita do invólucro e que se estende da borda

superior à borda inferior da embalagem. A faixa adesiva garantirá o selamento

do invólucro pelo contato direto da extremidade direita da embalagem com a

faixa adesiva. Convencionalmente, o selamento das embalagens é realizada

empregando-se um equipamento denominado seladora que pelo aquecimento 10

do plástico de polipropileno promove a união das partes envolvidas. Assim

sendo, o invólucro proposto pelo presente projeto de patente irá proporcionar

agilidade e segurança no processo de empacotamento dos instrumentais,

resultando na redução dos custos operacionais dos profissionais e pacientes.

Essas medidas foram desenvolvidas, considerando-se a sua utilização na 15

Ortodontia, portanto, as dimensões da embalagem foram determinadas para o

acondicionamento de dois alicates ortodônticos de uma só vez em cada

invólucro, respeitando-se uma distância de 1,0cm entre um alicate e outro no

interior da embalagem, assim como entre os alicates e as bordas superior e

inferior da embalagem, promovendo, desta forma, a condição necessária para 20

a esterilização dos mesmos. Na parte inferior esquerda haverá uma impressão

na qual o profissional responsável indicará o tipo de material a ser esterilizado,

a data, a validade, número do lote, o nome do técnico que efetuou o preparo, o

empacotamento e a esterilização do referido material.

Nas superfícies superior e inferior da embalagem encontram-se 25

dispostos faixas de pinturas termoativas que indicarão se o invólucro foi

utilizado na autoclave.

As descrições que se seguem e as figuras associadas proporcionarão

as informações para a compreensão do modelo proposto:

1) A figura 1 apresenta, em perspectiva, o invólucro plástico de acordo 30

com a invenção;

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Como apresentado na figura 2, o invólucro plástico é confeccionado

industrialmente de plástico de polipropileno com gramatura de 80g/m2 e possui

a dimensão total de 16,5cm X 17,5cm, permitindo a utilização do espaço

interno útil de 16,5cm X 16,0cm aproximadamente. A embalagem caracteriza-

se ainda pela presença da faixa adesiva de 0,7cm que será sobreposta por 5

outra faixa de 1,0cm da extremidade direita da embalagem, que ao ser dobrada

e fixada sobre o adesivo proporcionará o seu perfeito selamento no momento

do lacre, dispensando o uso de seladora. A sobra de 0,3cm de plástico

facilitará a abertura do mesmo depois de finalizado o ciclo de esterilização, na

ocasião em que os instrumentais forem empregados. 10

Considerando-se o tipo de instrumental a ser autoclavado, as

dimensões dos invólucros poderão ser alteradas, propiciando o perfeito ciclo

esterilizador e a otimização do espaço interno da autoclave, durante a

realização dos ciclos com economia de energia elétrica.

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REINVINDICAÇÕES 5

1. “O invólucro plástico para esterilização de instrumentais em

Ortodontia” é compreendido por uma embalagem plástica

confeccionada de polipropileno (1), sendo totalmente transparente

e descartável com 16,5cm (2) por 17,5 cm (3) de dimensão, uma

faixa adesiva de 0,7cm (4) que promove o selamento da 10

embalagem seguida de uma borda não adesiva de 1,0cm (5) que

após sua sobreposição propicia a abertura da mesma no momento

da utilização dos instrumentais esterilizados. No verso inferior e

localizado no lado esquerdo da embalagem destaca-se a área

impressa (6) na qual serão identificadas todas as informações 15

necessárias sobre o material esterilizado e o operador do serviço,

obedecendo-se as normas de biossegurança do Ministério da

Saúde. O invólucro caracteriza-se por faixas de pintura termoativas

(7) localizadas nas superfícies superior e inferior e que indicarão se

a embalagem passou pelo processo de autoclavagem. 20

2. O invólucro plástico para esterilização de instrumentais em

Ortodontia (1), de acordo com a reivindicação 1, caracteriza-se

pela presença de uma faixa adesiva de 0,7cm (4) seguida por uma

outra faixa plástica não adesiva de 1,0cm (5) que sobreposta ao

adesivo promove o selamento e confere uma sobra plástica de 25

0,3cm para facilitar a abertura da embalagem.

3. O invólucro plástico para esterilização de instrumentais em

Ortodontia (1), de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracteriza-

se pela presença de uma área impressa (6) na extremidade inferior

esquerda da embalagem que, de acordo com as normas de 30

biossegurança estabelecidas pelo Ministério da Saúde, propiciarão

informações importantes sobre o conteúdo a ser esterilizado, bem

como sobre o operador que procedeu o serviço.

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4. O invólucro plástico para esterilização de instrumentais em 5

Ortodontia (1), de acordo com as reivindicações 1 a 3, caracteriza-

se pela presença de uma área impressa (6) em formato de um

quadro na extremidade inferior esquerda da embalagem no qual

serão dispostas as informações como: material a ser esterilizado

(8), lote (9), data da esterilização (10), validade do material 10

esterilizado (11) e operador responsável (12) pelo manuseio do

referido instrumental.

5. O invólucro plástico para esterilização de instrumentais em

Ortodontia (1), de acordo com a reivindicação 4, caracteriza-se

pelo fato de que as dimensões originais propostas inicialmente de 15

16,5cm (2) por 17,5cm (3) poderão eventualmente ser alteradas,

considerando-se o tipo de instrumental que será embalado, visto

que as dimensões iniciais propostas foram padronizadas para a

acomodação de dois alicates ortodônticos. Há ainda flexibilidade no

desenvolvimento de novas dimensões para empacotamento de kits 20

clínicos contendo pinça, sonda e espelho clínico ou de vários

outros tipos de kits ortodônticos, constituído de condutores de

elásticos, calcadores de banda e espátulas de cimentação.

6. O invólucro plástico para esterilização de instrumentais em

ortodontia (1) segundo a reivindicação 5, caracteriza-se pela 25

disponibilidade de apresentação em várias dimensões,

dependendo do tipo de material a ser esterilizado, bem como pelo

tipo de especialidade desenvolvida pelo profissional, visto que,

poderá ser utilizada tanto na Ortodontia quanto nas demais

especialidades exercidas no dia a dia da clínica odontológica. 30

7. O invólucro plástico para esterilização de instrumentais em

Ortodontia (1), de acordo com a reivindicação 6, caracteriza-se

pela versatilidade da embalagem dentro de todos os tipos de

especialidade odontológica, bem como durante o processo de

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esterilização, visto que a possível alteração das dimensões iniciais 5

propicia a economia do espaço utilizado dentro do autoclave e um

perfeito processo esterilizador.

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Figura 1

1

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Figura 2

2 3 11 7 4 5 12

6 8 10 7 4 5 9

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