UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO PROGRAMA DE...
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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
PROGRAMA DE MESTRADO EM ORTODONTIA
RACKEL HATICE MILHOMENS GUALBERTO ERDURAN
ANÁLISE DA PRECISÃO DE BRAQUETES AUTOLIGADOS
São Paulo
2014
RACKEL HATICE MILHOMENS GUALBERTO ERDURAN
ANÁLISE DA PRECISÃO DE BRAQUETES AUTOLIGADOS
Dissertação apresentada ao Programa
de Mestrado da Universidade Cidade
de São Paulo, como parte dos
requisitos para obtenção do título de
Mestre em Ortodontia.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Eduardo
Guedes Carvalho
São Paulo
2014
FICHA CATALOGRÁFICA
Ficha Elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID
E66a
Erduran, Rackel Hatice Milhomens Gualberto. Análise da precisão de braquetes autoligados. / Rackel Hatice Milhomens Gualberto Erduran. --- São Paulo, 2014. 116 p. Bibliografia Dissertação (Mestrado) – Universidade Cidade de São Paulo - Orientador: Prof. Dr. Paulo Eduardo Guedes Carvalho. 1. Ortodontia corretiva. 2. Braquetes ortodônticos. 3. Precisão da medição dimensional. 4. Torque. I. Carvalho, Paulo Eduardo Guedes, org. II. Título.
BLACK D4
RACKEL HATICE MILHOMENS GUALBERTO ERDURAN
ANÁLISE DA PRECISÃO DE BRAQUETES AUTOLIGADOS
Dissertação apresentada ao Programa
de Mestrado da Universidade Cidade
de São Paulo, como parte dos
requisitos para obtenção do título de
Mestre em Ortodontia.
Data da defesa: 17 de dezembro de 2013
Resultado:............................................................................................................
BANCA EXAMINADORA:
Prof. Dr. Paulo Eduardo Guedes Carvalho .........................................................
Universidade Cidade de São Paulo
Prof. Dr. Paulo Francisco César .........................................................
Universidade de São Paulo
Prof ª. Drª. Tarcila Triviño .........................................................
Universidade Cidade de São Paulo
DEDICATÓRIA
A DEUS, pela vida e com ela o saber, pelas dádivas recebidas, pela força interior para vencer os obstáculos e atingir os objetivos.
Aos meus amados pais, Nonato e Cristina, responsáveis pela formação do
meu caráter e que me ensinaram as primeiras lições sobre viver e amar a honestidade, a humildade, num ambiente fraternal. Poderia escrever um livro e não conseguiria dizer o quanto sou grata por tudo o que fizeram por mim. Vocês, que me viram nascer, crescer, dizer a primeira palavra, dar o primeiro passo e caminham comigo até hoje. Vocês que não foram apenas pais, mas amigos e companheiros, mesmo nas horas mais difíceis. Tantas foram às vezes que tomaram para vocês meus problemas, incentivando-me a prosseguir, que dedicaram cada gota de seu suor para um futuro incerto, mas sempre depositando esperança. Vocês, que não se deixam vencer pelo cansaço para me dar forças, que são meus verdadeiros amigos, que me guiam, me protegem. É por vocês que estou aqui, para dizer que tudo o que tenho e o que sou, devo a vocês e a Deus. Obrigada por tudo, obrigada pela mão que me ampara nos momentos difíceis, pelo apoio incondicional, pelo amor, carinho e dedicação, pelos exemplos e lições de vida dados. Enfim, talvez um muito obrigado não seja suficiente. Mas saibam que vos amo muito.
Ao meu amado marido, Muhammet Ali, pelo constante incentivo, carinho
e apoio neste caminho por mim trilhado, por compartilhar de minhas lágrimas e sorrisos. Muito obrigada por sofrer o meu sofrimento, chorar as minhas lágrimas, mas as enxugar com ternura, por silenciar quando reclamamava e sempre encontrar as palavras certas que eu precisava ouvir.
Aos meus irmãos, Arthur e Junior, a minha avó, Zelinda, que estiveram
sempre comşigo, me apoiando incondicionalmente a cada passo, sendo pacientes e dedicados, por terem compreendido e aceitado minhas ausências para que pudesse levar adiante a efetivação do meu ideal. Sei que, muitas vezes, deixei de estar presente para abraçá-los, mas fiquem certos de que sempre tinha o pensamento e o coração ligados em vocês.
Dedico este trabalho.
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Ao Prof. Dr. Flávio Vellini Ferreira, agradeço pela oportunidade de realizar este curso.
Ao Prof. Dr. Paulo Eduardo Guedes Carvalho, meu orientador, que com
paciência e sabedoria soube exigir, apoiar e orientar, tornando prazerosa a realização deste projeto.
Minha sincera gratidão e respeito.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos professores, Prof. Dr. Acácio Fuziy, Profª Drª Ana Carla
Raphaelli Nahás Scocate, Prof. Dr. André Luiz Ferreira Costa, Prof. Dr. Claudio Froes de Freitas, Prof. Dr. Fernando César Torres, Prof. Dr. Flávio Augusto Cotrim Ferreira, Prof. Dr. Hélio Scavone Júnior, Profª Drª Karyna Martins do Valle Corotti e Profª Drª Rívea Inês Ferreira Santos .
A Universidade Cidade de São Paulo pela oportunidade oferecida.
Agradeço a todos os pacientes da clínica pela parcela de contribuição no aprendizado e a todos os funcionários da instituição.
Aos colegas de Mestrado Ana Carolina Rangel de Carvalho, Erika Alves de Siqueira, Fernanda Silva Mattos, Gabriela Sobral de Figueiredo Melke, Marcelo Tavares Roque, Mércia Regina de Lima Dantas Wu, Sandra Golin e Wendel Minoro Muniz Shibasaki.
A TODAS as pessoas que de uma maneira ou de outra me ajudaram na realização deste trabalho.
ERDURAN, RHMG. Análise da precisão de braquetes autoligados. [Dissertação].
São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2013.
RESUMO
O presente estudo teve por objetivo avaliar a precisão no torque, paralelismo entre
as paredes internas e altura das canaletas de braquetes autoligados na dimensão
.022” de diferentes marcas comerciais. Verificou-se se estas características
encontram-se de acordo com os valores definidos pela respectiva prescrição, além
de comparar os valores encontrados entre as marcas pesquisadas. Foram
selecionados oitenta braquetes de incisivos centrais superiores de oito modelos
comerciais: Portia, In-Ovation R, BioQuick, SLI, Empower, Damon Q, Carriere e
Orthoclip SLB. As imagens ampliadas dos braquetes foram obtidas por meio de um
Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) e mensuradas pelo software AutoCAD
2011. Utilizou-se como referência os parâmetros de tolerância presentes na norma
ISO 27020. Os resultados demonstraram que somente os grupos de braquetes
Portia e In-Ovation R mostraram resultados compatíveis com a prescrição quanto ao
torque. Quanto ao paralelismo das paredes internas da canaleta, a maioria dos
modelos avaliados tiveram resultados em consonância com a prescrição da técnica,
exceto o grupo SLI . Na avaliação da altura da canaleta dos braquetes, somente os
braquetes BioQuick, Damon Q e In-Ovation R apresentaram-se em acordo com os
parâmetros de prescrição. Ao comparar os valores do torque, do paralelismo entre
as paredes internas e da altura das canaletas encontrados entre as oito marcas
comerciais analisadas, observou-se grande variabilidade de resultados quanto a
todas as variáveis analisadas.
Palavras chave: Ortodontia Corretiva; Ortodontia, Braquetes Ortodônticos; Precisão
da Medição Dimensional; Torque.
ERDURAN, RHMG. Accuracy analysis of self-ligating brackets. [Dissertation]. São
Paulo: University of São Paulo City; 2013.
ABSTRACT
The present study aimed to evaluate the accuracy in torque, parallelism between the
inner walls of the slots and height of slots of .022” self-ligating brackets of different
brands. It was intended to verify whether these characteristics are in accordance with
the values set by the respective prescription and to compare the values found among
the the searched brands. Eighty upper central incisors brackets of eight commercial
models were selected: Portia, In-Ovation R, BioQuick, SLI, Empower, Damon Q,
Carriere e Orthoclip SLB. Enlarged images of the brackets were obtained by a
Scanning Electron Microscope (SEM) and measured by AutoCAD 2011 software. We
used as reference the tolerance parameters present in the ISO 27020 standard. The
results showed that only the groups of brackets Portia and In-Ovation R showed
results consistent with a limitation on the torque. As for the parallel internal walls of
the slots, most of the models studied had results in line with the prescription of
vehicles, except the SLI group. In assessing the height of the slot of the brackets,
only BioQuick, Damon Q and In-Ovation R brackets presented in accordance with
the prescription parameters. By comparing the values of torque, the parallelism
between the inner walls and the height of the slots found between eight commercial
brands tested, there was great variability of results as all variables.
Keywords: Orthodontics Corrective; Orthodontics, Orthodontic Brackets;
Dimensional Measurement Accuracy; Torque.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Base de prova em alumínio .............................................................. 39
Figura 02: Estrutura de madeira com canaleta guia. ......................................... .. 40
Figura 03: Estrutura de madeira com papel milimetrado colado em sua superfície, com linhas paralelas e perpendiculares às bases de prova posicionadas para colagem. ................................................... 41
Figura 04: Estrutura de madeira com os segmentos de fio guia para colagem e posicionamento dos braquetes sobre a base de prova, padronizada pela estrutura de madeira. ........................................... 42
Figura 05: Braquetes posicionados na base de alumínio, colados com éster de cianoacrilato, prontos para obtenção das imagens com as faces mesiais voltadas para cima. ............................................................. 42
Figura 06: Microscópio Eletrônico de Varredura – MEV, modelo Quanta 600 FEG .................................................................................................. 43
Figura 07: Representação das linhas cervical, incisal e da base, com suas respectivas projeções; ângulos das paredes cervical e incisal e ilustrações dos pontos I1 e I2. .......................................................... 45
Figura 08: Demonstração da padronização do posicionamento dos braquetes sobre as bases de prova .................................................................. 56
Figura 09: Representação das linhas cervical, incisal e da base, com suas respectivas projeções; ângulos das paredes cervical e incisal e ilustrações dos pontos I1 e I2. ......................................................... 57
Figura 10: Ilustração da demarcação das linhas cervical, incisal, da base e suas projeções; Ângulos da parede cervical e incisal; Medidas da altura da canaleta nas regiões mais e vestibular (ponto I1) e mais profunda (ponto I2) nos oito modelos de brauquetes autoligados analisados ........................................................................................ 58
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS
Quadro 01: Relação dos modelos de braquetes, suas respectivas marcas comerciais.................................................................................... 37
Quadro 02: Relação dos modelos de braquetes, suas respectivas marcas comerciais.................................................................................... 55
Tabela 01: Variável torque: análise descritiva gerais dos dados de compa- ração entre os fabricantes (média, desvio padrão, mediana, valores gerais e relativos ao intervalo de confiança de 95%, valores mínimo e máximo)........................................................... 61
Gráfico 01: Representação gráfica do intervalo de confiança de 95% em relação aos parâmetros da prescrição para o torque.................. 62
Tabela 02: Variável paralelismo: análise descritiva gerais dos dados de comparação entre os fabricantes (média, desvio padrão, mediana, valores gerais e relativos ao intervalo de confiança de 95%, valores mínimo e máximo)............................................. 63
Gráfico 02: Representação gráfica do intervalo de confiança de 95% aos parâmetros da prescrição para o paralelismo.............................. 63
Tabela 03: Variável altura: análise descritiva gerais dos dados de compa- ração entre os fabricantes (média, desvio padrão, mediana, valores gerais e relativos ao intervalo de confiança de 95%, valores mínimo e máximo)........................................................... 64
Gráfico 03: Representação gráfica do intervalo de confiança de 95% aos parâmetros da prescrição para a altura ...................................... 65
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 1
2. REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 5
2.1 Braquetes autoligados......................................................................... 9
2.2 Precisão dos braquetes ortodônticos.................................................... 15
3.
4.
PROPOSIÇÃO............................................................................................
MATERIAL E MÉTODOS............................................................................
34
36
4.1 Material................................................................................................ 37
4.2 Métodos................................................................................................ 38
5. ARTIGO CIENTÍFICO................................................................................. 50
REFERÊNCIAS
ANEXO
1. INTRODUÇÃO
2
1. INTRODUÇÃO
A Ortodontia vem ao longo do tempo em busca de conhecimento e
aprimoramento dos procedimentos mecânicos, por meio de uma ciência meticulosa
e bem fundamentada, objetivando a correção das más formações dentárias e faciais,
com base no princípio científico da oclusão dentária normal (VILELLA, 2007).
A mecânica ortodôntica é composta por braquetes que transmitem força por
meio dos fios conectados aos mesmos, promovendo a movimentação da coroa e da
raiz dos dentes. Ao longo dos anos foram desenvolvidos diferentes formas de
aparelhos ortodônticos com diferentes filosofias. Desde a introdução dos ideais de
Andrews (1972), os sistemas de braquetes mais utilizados são os pré-ajustados,
oriundos de diversas prescrições, todas buscando incorporar as características de
fabricação de cada braquete a um posicionamento mais adequado do dente, por
estarem os torques e angulações inseridos em seu processo de construção.
Os aparelhos autoligados ganharam popularidade nas últimas décadas, mas
a história dos braquetes autoligados quase se sobrepõe à do sistema Edgewise,
iniciando com Russel, na década de 1930. Atualmente, quase todos os fabricantes
de braquetes ortodônticos desenvolveram sistemas com braquetes autoligados,
demonstrando que existe uma clara tendência a esse tipo de acessório se manter
em evidência nos próximos anos (BERGER, 2000; HARRADINE, 2008; SATHLER et
al., 2011).
Os braquetes autoligados possuem um dispositivo que faz com que o fio
ortodôntico fique contido por quatro superfícies no interior da canaleta, ao invés das
três presentes nos braquetes convencionais, o que elimina a necessidade de
ligaduras metálicas ou elastoméricas. Isto acarreta na ausência de degradação da
força de ativação dos elastômeros e na diminuição de atrito durante a movimentação
dentária. O pressuposto deste sistema é que o controle adicional dado pelo
fechamento do braquete provoca um assentamento total do fio dentro da canaleta,
propiciando melhor controle tridimensional na posição dos dentes, além de outras
vantagens reivindicadas por esse sistema de braquetes (BARBOSA, 2013;
BERGER, 2000; CHEN et al., 2010; HARRADINE, 2008; TREVISI, 2007).
A parte mais importante de um braquete é sua canaleta, onde ocorre o
encontro com o fio e se tem o efeito da força com consequente movimentação
dentária. Uma característica importante da canaleta é sua dimensão que, quando
alterada, pode afetar fatores de eficiência da mecânica ortodôntica, como a
resistência friccional e a aplicação de momentos de torque, podendo comprometer
os movimentos de primeira, segunda e terceira ordem (AZEVEDO, 2011; GOMES
FILHO, 2007; JONES, TAN, DAVIES, 2002; LEMOS, 2013; MATTAR, 2011;
MELING; ODEGAARD, SEQNER,1998; STREVA, 2005; ZANESCO, 2008).
Para um melhor aproveitamento dos aparelhos pré-ajustados mostra-se
necessário que os fabricantes produzam acessórios precisos, com qualidade de
acabamento e com a maior exatidão dimensional dos braquetes, principalmente na
canaleta. Deste modo, clinicamente, os ortodontistas minimizariam a necessidade de
dobras compensatórias realizadas nos fios ortodônticos (MELING; ODEGAARD;
SEQNER, 1998).
Pesquisadores como Streva (2005), Cornejo (2005), Bóbbo (2006), Gomes
Filho (2007), Zanesco (2008), Ramos (2009), Streva et al. (2011), Azevedo (2011),
Mattar (2011), Almeida (2011) e Lemos (2013) realizaram estudos referentes à
confiabilidade da precisão da canaleta dos braquetes convencionais pré-ajustados,
em diversas prescrições. Compararam diferentes marcas de braquetes, mostrando
que cada uma delas, com maior ou menor grau de significância estatística, estavam
4
em desacordo com os valores da prescrição, por eles pesquisados. Da mesma
forma, Meling, Odegaard e Segner (1998), Kusy e Whitley (1999), Fischer-Brandies
et al. (2000), Cash et al. (2004), Demling, Dittmer, Schwestka-Polly (2009), Assad-
Loss et al. (2010), Bhalla et al. (2010), Joch e Pichelmayer (2010), Major et al.
(2010) e Dolci et al. (2013) observaram em seus estudos falta de precisão em
relação as canaletas dos braquetes estudados.
Frente a essas considerações, esse trabalho integra uma linha de pesquisa
com objetivo de avaliar a precisão de braquetes autoligados de incisivos centrais
superiores, de diferentes marcas comerciais disponíveis no mercado, sejam elas
nacionais ou importadas. Isto faz com que a pesquisa torne-se relevante para o
controle de qualidade dos materiais e, consequentemente, para o sucesso dos
tratamentos clínicos.
5
2. REVISÃO DE LITERATURA
6
2. REVISÃO DE LITERATURA
A evolução dos braquetes ortodônticos tem sido marcada por uma busca
incessante em se posicionar os dentes nos planos sagital, transversal e axial. Em
1728, foram dados os primeiros passos para a construção dos aparelhos
ortodônticos, pelo francês Pierre Fauchard, empregando uma lâmina metálica, de
ouro ou prata, perfurada em suas extremidades, a qual se fixava aos dentes por um
fio de seda. Em 1757, Bourdet, aperfeiçoou esse procedimento aumentando o
comprimento desta lâmina metálica e o número de perfurações (VELLINI-FERREIRA
et al., 2013).
Angle (1928) foi o primeiro a organizar um sistema de ações que
possibilitassem um tratamento ortodôntico com respostas mais significativas. Seus
estudos originaram a técnica Edgewise (arco de canto). A denominação Edgewise
se deu à utilização de fios retangulares inseridos no interior dos braquetes que
apresentavam uma canaleta no centro no sentido horizontal do braquete. O fio
ortodôntico de secção retangular era amarrado em uma canaleta de dimensão .022”
x .028” com ligaduras de metal, o que proporcionava um mecanismo mais eficiente
de controle axial do dente. Nesta técnica, os ortodontistas deveriam incorporar
dobras nos fios retangulares nos três planos espaciais, para obtenção de uma
oclusão ideal. Tais dobras seriam uma forma de adaptação do arco retangular
ativado na canaleta do braquete (ANGLE, 1928; ANDREWS, 1972).
Holdaway, em 1952, indicou a inclusão de uma leve angulação nos braquetes
na Técnica Edgewise para um melhor posicionamento dos dentes, nos quais foram
propostas algumas modificações em relação aos conceitos básicos, com o intuito de
substituir as dobras de segunda ordem realizadas nos fios ortodônticos,
7
simplificando o manuseio dos arcos. Relatou que muitos ortodontistas discutiam as
angulações da técnica e também as dobras de terceira ordem, que eram
necessárias para uma correta finalização do caso. Concluiu que, apesar da grande
importância da angulação dos braquetes, muitos outros fatores deveriam ser
aprofundados para resolver os problemas com os quais os ortodontistas se
defrontavam como a preparação de ancoragem nos casos de extrações, no
fechamento de espaços, para que as raízes fossem finalizadas de forma a ficarem
paralelas entre si, e a posição ideal dos incisivos, mantendo uma boa inclinação
vestíbulo-lingual.
Andrews (1972) em seu artigo “As seis chaves para a oclusão normal” relatou
que fez um estudo de quatro anos (1960 a 1964) em 120 modelos de oclusão
normal de indivíduos que nunca haviam sido submetidos a tratamento ortodôntico,
de forma a avaliar a morfologia da face vestibular da coroa com uso de um gabarito
geométrico com círculos de vários diâmetros, posicionando contra o contorno
vestıbular do dente. Por meio deste estudo, o autor observou características que
contribuiriam para a harmonia oclusal dos dentes, como a angulação (sentido mésio-
distal) e a inclinação ou torque (vestíbulo-lingual) dos dentes previsíveis para cada
tipo dentário individual. E assim desenvolveu um sistema de braquetes ortodônticos
incorporando angulações e torques nos mesmos, chamada de Técnica Straight-Wire
(arco reto), que, teoricamente, não necessitaria de dobras nos fios ortodônticos.
O estudo de Meyer e Nelson (1978) teve como objetivo avaliar a aplicação
dos princípios biomecânicos, estabelecendo uma relação entre teoria e prática com
a utilização do aparelho pré-ajustado. Os autores discorreram que o torque em
Ortodontia seria uma força rotacional do dente no sentido vestibular ou lingual para
se obter um encaixe dos dentes superiores com os inferiores no final do tratamento
8
e que essa força de torque seria obtida pela interação do fio retangular nas
canaletas retangulares dos braquetes, produzindo forças iguais em sentidos opostos
causando rotação do braquete. Por isso o posicionamento final do dente, dependeria
da máxima expressão do braquete pré-ajustado, em interação com um fio retangular
de diâmetro igual ao da canaleta do braquete (full-size). Os autores afirmaram que
seria necessário o uso de fios full-size no final do tratamento para obter o torque
desejado, já que fios retangulares de menor calibre produziriam uma folga na
canaleta que alteraria o torque. Também afirmaram que a magnitude de variação de
torque feita pelo posicionamento errado do braquete no dente, no sentido vertical,
seria igual à variação de torque produzida pelo jogo existente entre a canaleta e o fio
retangular no momento do encaixe. Por este motivo os autores relataram a
importância dos braquetes pré-ajustados, sua interação com o fio retangular e que o
mesmo devesse preencher totalmente a canaleta, pois este conjunto seria o que
possibilitaria a obtenção do torque adequado ao final do tratamento. Relataram
ainda que os tratamentos realizados com braquetes pré-ajustados não deveriam ser
vistos clinicamente de forma fácil, quando comparados àqueles com os braquetes
Edgewise.
Andrews (1983) afirmou que os aparelhos pré-ajustados melhorariam a
finalização dos tratamentos, pois estes aparelhos, por terem sido inseridos em seu
processo de construção os torques e angulações, proporcionariam um menor tempo
de correção e consulta, facilitando o trabalho do ortodontista no que diz respeito à
confecção de dobras nos arcos. Quando descreveu a técnica dos braquetes pré-
ajustados enfatizou que, desde que a canaleta fosse colocada no centro da coroa
clínica e as bases dos braquetes apresentassem corretas inclinações, seria
proporcionado um torque adequado ao dente.
9
Considerando-se a evidente modernidade dos sistemas de braquetes
autoligados e a importância da precisão dos braquetes na Ortodontia moderna,
especialmente quando aplicados acessórios de técnicas pré-ajustadas, optou-se a
partir de então em dividir esta revisão da literatura entre estes dois tópicos:
braquetes autoligados e precisão dos braquetes ortodônticos.
2.1 Braquetes Autoligados
Os braquetes autoligados seriam aqueles que não requerem o uso de uma
ligadura elástica ou metálica, mas teriam um mecanismo embutido que poderia ser
aberto e fechado para prender o arco no interior da canaleta. Na maioria dos
modelos de braquetes autoligados, este mecanismo seria uma face de metal, aberta
e fechada com a ponta de um instrumento (HARRADINE, 2008).
Nos últimos anos, os braquetes autoligados têm despertado bastante
interesse, causando um forte impacto na Ortodontia, uma vez que, desde os
primeiros aparelhos ortodônticos, têm-se introduzido modificações objetivando
melhorar a liberação de forças e eficiência do operador. Nos dias atuais, um
atendimento clínico mais rápido, consultas em intervalo de tempo mais espaçosos e
tempo de tratamento diminuído seriam necessários, posto que desde o mais jovem
dos pacientes enfrentariam uma quantidade enorme de compromissos. Dentro
desta nova postura clínica e científica, poderiam ser incluídos os braquetes
autoligados com um dos avanços tecnológicos da Ortodontia moderna (BARBOSA,
2013).
Os aparelhos autoligados surgiram no início da década de 30, com o
dispositivo de Russel, aplicado por Jacob Stolzenberg. Este braquete consistia em
10
um parafuso horizontal e uma porca que fixava o arco, o que permitia graduar a
pressão sobre ele. Devido à dificuldade de sua fabricação, os mesmos não se
desenvolveram e caíram no esquecimento (BERGER, 2008; CLOSS et al., 2005).
Segundo Berger (2000), o mecanismo deste braquete revolucionário estava
contrastando com a abordagem tradicional de amarrar firmemente com ligaduras
cada braquete. E para os pacientes do Stolzenberg, que usaram os braquetes de
Russell, o tratamento foi consideravelmente mais confortável, com visitas mais
curtas ao consultório e tempo mais curtos de tratamento ortodôntico
(STOLZENBERG, 1935; STOLZENBERG, 1946).
Somente na década de 70, quando os processos manufaturáveis foram mais
elaborados, a complexidade mecânica e o refinamento da técnica dos braquetes
autoligados foram possíveis. Reapareceram por meio de Wildman et al., em 1972,
com o braquete Edgelock, comercializado pela Ormco, que apresentava uma tampa
vestibular deslizante, que se abria no sentido oclusal para inserção do arco, com
auxílio de um instrumento especial e para fechar usava-se a pressão digital,
transformando o braquete em um tubo, criando assim o sistema de braquetes
passivo. O Edgelock foi o primeiro braquete autoligado passivo e o primeiro a
desfrutar de qualquer tipo de sucesso comercial (BERGER, 2000; WILDMAN et al.,
1972).
Os fabricantes começaram a se interessar pelo tema e um novo impulso na
criação de novos produtos aconteceu. Em 1973, a Forestadent lançou os braquetes
Mobil-Lock, projetado por Franz Sander, que precisava de um instrumental
específico para abrir e fechar a canaleta, por meio da rotação da tampa vestibular
semicircular, possuindo um sistema passivo, assim como o Edgelock. Talvez devido
à introdução das ligaduras elásticas, nem um nem o outro ganharam mercado
11
(BERGER, 2000).
Em 1980, a Strite Industries lançou no mercado o Speed, com Hebert
Hanson, sendo este o primeiro braquete com êxito comercial (HANSON,1980). Na
sequência, vários braquetes autoligados foram lançados, aumentando ainda mais a
competitividade e oferta de modelos e alternativas para melhor desempenho do
profissional na condução do tratamento ortodôntico.
De acordo com o grau de pressão do sistema aplicado ao fio, os braquetes
autoligados poderiam ser classificados em dois tipos: 1) ativos, quando o sistema
pressionaria o fio dentro da canaleta e 2) passivos, quando o sistema permitiria
liberdade do fio na canaleta. Outra classificação, mais atual, dividiria os autoligados
de acordo com o tipo de sistema de fechamento da canaleta: braquetes autoligados
com parede ativa (spring clip) e os autoligados com parede passiva (passive slide)
(SATHLER et al., 2011).
Braquetes autoligados ativos possuiriam uma mola (spring clip) que
armazenaria energia quando pressionada contra o arco, o que garantiria um melhor
controle de rotação e de torque. In-Ovation (GAC International, Central Islip, NY),
Speed (Strite Industries, Cambridge, Ontario, Canada), e Time (Adenta,
Gilching/Munich, Germany) seriam exemplos deste tipo de braquete autoligado
(CHEN et al., 2010).
Os braquetes autoligados passivos teriam geralmente um clipe ou uma
estrutura de deslize rigida que poderia ser fechada e que não invade o lúmen da
canaleta, sendo assim, nenhuma força ativa é exercida no arco. Os braquetes
Damon (Ormco, Glendora, California) e SmartClip (3M Unitek, Monvoria, California)
seriam dois modelos populares de braquetes passivos, apesar da aparência do
SmartClip se assemelhar com a de um braquete convencional e não possuir uma
12
estrutura deslizante (CHEN et al., 2010). Porém, Rinchuse e Miles (2007) alegaram
que o termo "passivo" seria um tanto inapropriado, posto que, o braquete se
comportaria de forma passiva apenas quando os dentes estivessem idealmente
alinhados em três dimensões (angulação, torque e in/out) e um fio de menor calibre
que não tocasse nas paredes da canaleta.
Acreditou-se que as vantagens dos braquetes autoligados estariam
relacionadas a baixos níveis de atrito e consequente uso de forças leves. O menor
atrito produzido nos braquetes autoligados durante a movimentação ortodôntica,
quando comparados com os braquetes convencionais, teria sido demonstrado e
quantificado em diversos trabalhos científicos (CACCIAFESTA et al., 2003;
KRISHNAN; KALATHIL; ABRAHAM, 2009; LEAL, 2009; LOFTUS et al., 1999;
PACHECO et al., 2011; PIZZONI; RAVNHOLT; MELSEN, 1998; READ-WARD;
JONES; DAVIES, 1997; REICHENEDER et al., 2007; REICHENEDER et al., 2008;
SATHLER et al., 2011; TECCO et al., 2005; TECCO et al., 2007; VOUDOURIS,
1997; VOUDOURIS et al., 2010).
Outras vantagens reinvindicadas pelos fabricantes de braquetes autoligados
estariam relacionadas à:
Menor acúmulo de biofilme dental, de acordo com o estudo de
Pellegrini et al. (2009). Porém, Pejda et al. (2013) concluíram em sua
pesquisa que os diferentes tipos de braquetes não apresentaram
diferenças estatisticamente significativas em parâmetros periodontais
clínicos e concluiram que o modelo do braquete não aparentaria uma
forte influência nos parâmetros periodontais clínicos e em patógenos
periodontais no biofilme subgengival.
13
A habilidade de assegurar um completo e seguro encaixe do arco na
canaleta dos braquetes autoligáveis, concomitantemente ao uso de
arcos de alta tecnologia, faria do aumento dos intervalos entre as
consultas uma etapa possível (SATHLER et al., 2011). Segundo
Harradine (2003), um intervalo de oito a dez semanas seriam
geralmente apropriados.
Menor tempo de tratamento, no qual, segundo Harradine (2001), os
braquetes autoligados reduziriam em média 4 meses do tempo de
tratamento, diminuem em 24 segundos a colocação e a remoção do fio
por arcada e diminuiriam em média 4 visitas por tratamento. Sathler et
al. (2011) acreditaram que essa diminuição no tempo total do
tratamento ortodôntico se daria, provavelmente, à redução do atrito.
Porém, há trabalhos científicos que relataram que não houve uma
diferença significante do tempo de tratamento (MILES, 2007; PANDIS;
POLYCHRONOPOULOU; ELIADES, 2007; HAMILTON;
GROONEWARDENE; MURRAY, 2008; ONG et al., 2010; PANDIS,
POLYCHRONOPOULOU; ELIADES, 2010).
Menor tempo de cadeira com o paciente (SHIVAPUJA; BERGER,
1994; TURNBULL; BIRNIE, 2007; PADUANO et al., 2008).
Maior conforto ao paciente (TECCO et al., 2009; SATHLER et al.,
2011). Porém para Scott et al. (2008) não houveram diferenças
estatisticamente significantes nos níveis de desconforto percebidos
entre aparelhos de sistemas autoligados e convencionais.
Maior controle de torque, graças ao completo encaixe do arco no
interior da canaleta do braquete autoligado devido à quarta parede ou
14
ao dispositivo embutido, seja num braquete ativo ou passivo, o que
permitiria maior controle de rotação. Porém essa possível vantagem
não foi comprovada no trabalho realizado por Morina et al. (2008).
Menor reabsorção radicular. Apesar das empresas fabricantes
alegarem tal vantagem, não houveram diferenças estatisticamente
significantes na reabsorção radicular entre os sistemas de braquetes
convencionais e autoligados (BLAKE; WOODSIDE; PHAROAH, 1995;
PANDIS et al., 2008).
Segundo o Dr. Robert Keim (2005), editor da Journal of Clinical Orthodontics,
o futuro da Ortodontia se concentra em três áreas: imagens tridimensionais (3D)
substituindo a cefalometria bidimensional, braquetes autoligados e minimplantes
como ancoragem endóssea (dispositivo de ancoragem temporária). No entanto,
Keim (2005) advertiu que há necessidade de provas científicas sólidas antes de
aceitarmos as vantagens dos fabricantes sobre braquetes autoligados e que,
infelizmente, estariam faltando evidências para a maioria das afirmações atribuidas a
estes braquetes.
Segundo Noble et al. (2009) a nova geração de ortodontistas tenderia ao uso
do sistema de braquetes autoligados, no qual 63,04% dos residentes de Ortodontia
dos EUA planejaram utilizar este sistema em sua prática clínica associados à
ancoragem absoluta e imagens em 3D. O uso de braquetes autoligados aumentou
exponencialmente, quando mais de 42% dos dentistas norte-americanos
pesquisados relataram o uso de pelo menos um sistema em 2008, enquanto este
valor foi apenas de 8,7% em 2002 (FLEMING; JOHAL, 2010).
15
2.2 Precisão dos braquetes ortodônticos
Meling, Odegaard e Seqner (1998) relataram que os fabricantes de braquetes
não declararam qual o método que usaram na medição da altura da canaleta dos
mesmos (dimensão vertical) e que não colocariam as tolerâncias das dimensões das
canaletas em seus catálogos de produtos ou em suas etiquetas. Seria de interesse
dos ortodontistas ter o conhecimento sobre a exatidão das canaletas dos braquetes,
permitindo momentos de torque mais corretos. Também seria de interesse ter
conhecimento da eficiência dos vários métodos usados na produção de braquetes
ortodônticos. As técnicas modernas ortodônticas utilizariam com maior frequência
braquetes pré-torqueados. Debates teriam levantado o tema que trata do correto
ângulo do torque, e os ortodontistas têm discutido variações pequenas nas
canaletas dos braquetes, avaliando diferenças de poucos graus. Isto poderia estar
sendo corrigido apenas do ponto de vista teórico, isso se os fabricantes não
informassem corretamente e aferissem tais variações. Seria importante que os
fabricantes relatem informações adicionais acerca de seu produto para permitir que
os ortodontistas fizessem as correções dos desvios para valores ideais. Entretanto,
isto levantaria a importância da questão do controle de qualidade.
Kusy e Whitley (1999) avaliaram as dimensões dos arcos ortodônticos e das
canaletas dos braquetes, considerando o ângulo de contato crítico. Os autores
analisaram 24 braquetes, sendo onze de canaleta .018”, três .0185” e dez .022”, das
marcas A Company, American Orthodontics, Dentaurum, GAC, Ormco, RMO, TP
Orthodontics e 3M Unitek. Além disso, 26 tipos de fios de diversas espessuras, das
marcas American Orthodontics, Dentaurum, GAC, Ormco, RMO e 3M Unitek, foram
analisados. As canaletas foram medidas utilizando a óptica de um aparelho de
16
microdureza e as alturas dos braquetes, com compassos. Já os fios, foram medidos
com um micrômetro. As dimensões das canaletas dos braquetes em largura e altura
variaram, bem como as dimensões da base dos braquetes em direção ao topo
(aletas). Verificou-se que 15% de todas as canaletas apresentaram-se menores que
os valores nominais, 16% das canaletas .018” apresentaram-se maiores e até 8%
das canaletas .022” apresentaram-se maiores. Apesar das alturas não serem
informadas nos rótulos dos produtos, variariam em 50%, nessa pesquisa. Os fios,
em sua maioria, apresentaram espessuras menores que os valores nominais, mas
30% dos fios analisados apresentaram valores maiores. Os autores defenderam
uma padronização dos materiais, de modo que os fios de uma marca se ajustassem
aos braquetes de outra, e vice-versa. Para que essa padronização fosse possível, as
indústrias deveriam informar as tolerâncias dimensionais dos seus produtos.
Siatkowski (1999) avaliou a perda de controle de torque anterior devido às
variações nas dimensões dos arcos e das canaletas dos braquetes. Os fios de
secção retangular de dimensão menor que as canaletas poderiam influenciar na
inclinação vestíbulo-lingual final dos dentes. Um arco .017” x .025” em uma canaleta
.018” haveria 5º de folga entre o braquete e o fio. Isso seria devido ao ângulo crítico
de contato do fio na canaleta, onde o fio não apoiaria em todas as paredes da
canaleta e também devido ao arredondamento das arestas do fio. Quando, em
casos de extrações dentais, os dentes posteriores fossem movimentados para
anterior, os erros relacionados às dimensões das canaletas poderiam induzir à
inclinação dos dentes anteriores. Além disso, se os arcos fossem menores que os
tamanhos declarados nas embalagens, as consequências para o posicionamento
dos dentes poderiam ser alteradas.
Fischer-Brandies et al., em 2000, pesquisaram a transmissão do torque com a
17
aplicação de fios retangulares, com objetivo de determinar influência da dureza e da
dimensão do fio no aparelho pré-ajustado, bem como se as dimensões
arco/braquete estavam de acordo com as informações dos fabricantes. Os autores
avaliaram cinco marcas comerciais diferentes de fios de secção quadrangular de aço
inoxidável em três dimensões (.016" X .016", .016" X .022" e .017" X .025"), os
quais foram inseridos em braquetes Edgewise com canaleta .018". Torções
diferentes foram incorporados aos fios. Concluíram que as dimensões dos braquetes
apresentaram em média 0,8% acima e os fios subdimensionados entre 9,7% a
10,7% e com arestas irregulares, o que resultou em ausência da expressão de
torque na secção .016” x .016” em duas marcar independente do grau de torque
aplicado.
Roth (2002) relatou que os braquetes deveriam ser confeccionados por meio
de moldes ou moldagem por injeção para a obtenção da anatomia correta da base
do braquete. A base não poderia ser confeccionada pelo processo de fresagem,
embora a máquina de fresagem ainda fosse utilizada. O autor ainda considerou o
ângulo de deflexão entre o arco e a canaleta do braquete, o tempo em que os arcos
permaneceriam amarrados e o modo como os tecidos responderiam às forças
envolvidas. Por esses motivos, uma prescrição, evidenciando a sobrecorreção, foi
almejada e desenvolvida por Roth.
Mc Laughlin, Bennett e Trevisi (2002) relataram que o torque incorporado à
base do braquete foi uma característica muito importante da primeira e da segunda
geração de braquetes pré-ajustados porque não era possível alinhar o nível das
canaletas com os braquetes que apresentavam torque na canaleta. Não havia
tecnologia disponível que permitisse adequar as canaletas às posições corretas em
relação às superfícies vestibulares das coroas sem torque na base. Os sistemas
18
modernos de braquetes, incluindo o sistema M.B.T., foram desenvolvidos utilizando
a computação gráfica (CAD) e sistemas computadorizados (CAM). Essas
ferramentas proporcionaram maior flexibilidade ao desenho, não apenas para
colocar as canaletas corretamente nos braquetes, mas também para reforçar a
resistência e características como: a profundidade das canaletas e o perfil vestíbulo-
lingual. Nesses braquetes, primeiramente, o computador identificou o local exato das
canaletas em relação às distâncias de “in/out” e à posição de torque de cada dente.
Logo após a determinação dessa posição, o computador teve condições de preparar
as áreas de encaixe para aperfeiçoar todos os requisitos dos braquetes, cujo
acabamento pôde ser feito com o torque na base ou com uma combinação de torque
na base e torque na canaleta, sem diferença na posição das canaletas. Os autores
também comentaram que o torque não seria expresso com eficiência pelo sistema
de aparelhos pré-ajustados por duas razões mecânicas: a pequena área de contato
do arco retangular com a superfície da canaleta do braquete se comparada ao
volume de um dente e o costume de se utilizar arcos de aço ,019” X .025” na
canaleta .022” para haver deslizamento, o que proporcionaria uma folga de 10º,
dependendo da fabricação dos braquetes e dos arcos, bem como do nível de
“arredondamento” de suas arestas. Como resultado desta relativa ineficiência dos
braquetes pré-ajustados em liberar torque, a técnica M.B.T. preconizou a inserção de
torque adicional nos braquetes dos incisivos, molares e premolares inferiores e,
quanto aos caninos, houve a necessidade de ter-se à disposição, braquetes com
três opções de torque.
Kang et al. (2003) analisaram a relação entre o ângulo crítico de contato e o
torque em uma montagem de braquete ortodôntico e fio em 3 dimensões. Os
modelos matemáticos tridimensionais foram criados com parâmetros geométricos
19
braquete-fio, incluindo dois tamanhos de canaletas, três larguras de braquete e três
a quatro tamanhos de fio. A partir disto, foram derivadas e calculadas equações
matemáticas tridimensionais (3DMEs) para o ângulo de contato crítico e o torque
máximo que resultaria em ângulos críticos de contato de zero. Para avaliar os efeitos
dos parâmetros fio-braquete em ângulos de contatos críticos, foi realizada uma
análise de variância (ANOVA) ao nível de significância de 5%. Para todas as
combinações braquete-fio, o ângulo crítico de contato diminuiu à medida que a
largura do braquete, o ângulo de torque e o tamanho do fio aumentavam. Assim,
todos os parâmetros braquete-fio, exceto altura da canaleta, apresentaram um efeito
no ângulo crítico de contato. Os resultados do ângulo crítico de contato produzidos
pelas equações 3DMEs foram iguais àqueles produzidos pelo modelo 3D com
auxílio do computador (SolidWorks Corp, Concord, Mass), confirmando assim a
validade das equações derivadas. Além disso, foi investigado o efeito de uma
extremidade chanfrada em alguns fios. Segundo os autores, o torque seria fator
fundamental para terceira dimensão no controle vestibulolingual do tratamento
ortodôntico. Verificaram que a quantidade de torque a ser aplicado na canaleta do
braquete deverá ser maior que 7.24o para iniciar movimentação dentária, conforme
resultado da pesquisa.
Gioka e Eliades (2004) realizaram um estudo referente à variação do torque
nos aparelhos pré-ajustados. Para tanto, fizeram uma análise de variáveis
relacionadas às propriedades dos materiais como: variações entre o torque
informado pelos fabricantes e o torque real, irregularidades provenientes da
fabricação dos braquetes, a inabilidade do arco para preencher a canaleta do
braquete, diferenças na dureza das ligas dos fios e os métodos de ligação, que
influenciariam na liberação do torque e na folga arco/canaleta. Os autores
20
consideram que o tamanho das coroas dentárias e as diferenças morfológicas do
dente, nas diversas populações ou mesmo no próprio arco interferem na expressão
do torque. Por isto, tais variações deveriam ser consideradas em relação ao torque
nos aparelhos pré-ajustados, fato este que levaria ao questionamento de uma
prescrição fixa para todos os pacientes.
Kusy (2004) avaliou a influência da largura das canaletas e sua altura a fim de
verificar a efetividade da ação dos fios ortodônticos, o efeito da angulação do torque
e a medida da força friccional. O ângulo crítico de contato seria definido pelas
dimensões da base do fio, a altura e largura da canaleta, que pode diminuir ou
aumentar sua ação, de acordo com a variação dessas medidas.
Cash et al. (2004) questionaram se as canaletas dos braquetes teriam o
tamanho informado pelos fabricantes. Para tanto, analisaram as canaletas .022” de
cinco braquetes de incisivos centrais superiores esquerdos de onze sistemas de
braquetes disponíveis no mercado americano, selecionados ao acaso. As marcas
analisadas foram: 3M Unitek (Twin Torque Roth, Clarity MBT e Victory Series MBT),
Dentaurum (Discovery Roth e Elegance Plastic Roth), Forestadent (Mini Mono MBT),
TP (Nu-Edge Roth e Mxi Advant-Edge Roth), Ormco (Damon IISL Roth), Ortho
Organizer (Elite Mini Opti-MIM Roth e Elite Mini Opti-MIM MBT). As canaletas destes
braquetes foram medidas após calibração usando uma máquina de único-eixo que
permitiu uma leitura digital dos resultados. Quando uma canaleta de metal estava
presente à base do braquete estético (Clarity e Elegance Plastic) apenas a canaleta
de metal era mensurada. As medidas foram de difícil realização devido às arestas
arredondadas das canaletas, porém ao observar ao microscópio definiu-se a
intersecção da aresta para produzir maior precisão das medidas. A intensidade das
luzes do laboratório foi ajustada, já que alguns braquetes eram escuros e outros
21
muito brilhantes. Foram medidas a parte superior (topo) e a inferior (base) das
canaletas dos braquetes para verificar se as mesmas apresentavam paredes
paralelas, divergentes ou convergentes. A maioria das canaletas se apresentou com
dimensão maior do que os valores nominais. Três canaletas estavam próximas a um
patamar de 5% das dimensões informadas pelos fabricantes e tinham as paredes
paralelas: Twin Torque, Clarity MBT e Mini Mono. A canaleta do braquete Elegance
Plastic Roth tinha paredes paralelas, porém estava 12% acima do valor informado.
Quanto à geometria das canaletas, os braquetes Victory Series eram ligeiramente
divergentes (com o topo maior) e 6% maiores. A canaleta do Nu-Edge era divergente
e 14% maior. As paredes das canaletas dos braquetes Mxi Advant-Edge Roth,
Damon II SL e Elite Mini Opti-MIM Roth e Elite Mini Opti-MIM MBT eram todas
convergentes e o assoalho da canaleta do braquete Damon II SL era 17% maior. O
braquete Discovery também apresentou paredes convergentes e o assoalho da
canaleta era 24% maior. Esse braquete também teve uma diferença de 7% entre as
larguras do topo e da base da canaleta. Percebeu-se uma variação considerável no
acabamento entre os grupos de braquetes e uma menor variação dentro dos grupos.
Alguns braquetes, como por exemplo, o Mxi Advant-edge cerâmico eram
convergentes enquanto outros como o Damon II SL eram divergentes. A junção das
paredes com o assoalho da canaleta era arredondada no Mxi Advant-Edge, no qual
normalmente se espera um ângulo de 90º. No braquete Elite Mini Opti-MIM notou-se
um mau acabamento na extensão do metal. Os autores enfatizaram que a
fabricação inexata das dimensões das canaletas dos braquetes e o uso de arcos de
dimensões menores poderiam afetar o posicionamento dentário
tridimensionalmente. A solução seria a produção de acessórios ortodônticos com alto
grau de precisão para que clinicamente ocorresse o ajuste íntimo do fio à canaleta.
22
Os resultados deste estudo indicaram que a altura da canaleta de todos os
braquetes foram maiores comparadas com a norma do fabricante.
De acordo com Sernetz (2005), desde 1994, a DIN (Deutsches Institut für
Normung e.V.) tem um grupo alemão de trabalho chamado Orthodontic Products
trabalhando para o estabelecimento de normas padronizadas para produtos
ortodônticos. Nos EUA, um grupo de trabalho semelhante chamado Orthodontic
Materials foi fundado em 1996, na ADA (American Dental Association). Trabalhando
no nível ISO desde 1997, uma equipe internacional tem sido encarregada de unificar
os padrões já estabelecidos a nível nacional. As normas já publicadas para fios (DIN
13971, ADA Spec. 32), para os braquetes e tubos (DIN 13971-2, ADA Spec. 100) e
por elementos elastoméricos (DIN 13901) têm sido considerados, visto os problemas
que ocorrem com as normas ISO (ISO/CD 15841 e ISO/CD 15841-2) e DIN 13904-1.
Graças a métodos de ensaio claramente definidos, os produtos ortodônticos podem
ser testados e suas conformidades com as normas mínimas podem ser comparados.
De fato, as normas que tenham sido acordadas, ajudam tanto os fabricantes dos
produtos quanto seus usuários para melhorar a qualidade do produto e,
consequentemente, o sucesso do tratamento ortodôntico.
Cornejo (2005), em seu estudo, avaliou a precisão do torque existente em
braquetes de pré-molares na técnica MBT de seis marcas comerciais: Abzil, Morelli,
American Ortodontics, TP Ortodontics, 3M Unitek e Ortho Organizers. Foram feitas
imagens dos braquetes utilizando a microscopia óptica e, posteriormente, sobre
estas imagens foram obtidos pontos de referência e, com eles, traçadas algumas
linhas. Desta forma, foram obtidos os ângulos entre a parede e o assoalho da
canaleta dos braquetes. Com os dados das seis marcas avaliadas, concluiu que os
valores médios para os premolares superiores e inferiores pesquisados encontram-
23
se dentro do prescrito pela técnica MBT. Entretanto, a análise estatística dos
resultados demonstrou que a marca American Orthodontics mostrou-se discordante
da prescrição nos três grupos avaliados, a Morelli nos pré-molares inferiores e a TP
Orthodontics apenas nos primeiros pré-molares inferiores. As marcas 3M Unitek,
Abzil e Ortho Organizers estiveram estatisticamente de acordo com o prescrito na
técnica. No entanto, no teste de variância entre as marcas, a Morelli apresentou
diferenças significativas com as outras cinco marcas.
Streva (2005) também desenvolveu estudos referentes à avaliação do torque
dos braquetes verificando se as mesmas estavam de acordo com a prescrição da
técnica MBT. Contudo foram selecionados 20 braquetes de caninos superiores com -
7º de torque e 20 braquetes de caninos inferiores com -6º de torque de cada uma
das seguintes marcas comerciais: 3M Unitek, Abzil, American Orthodontics, TP
Orthodontics, Morelli e Ortho Organizers, com um total de 240 braquetes. O ângulo
do torque, estabelecido por pontos e linhas de referência, foi medido por um
operador com o auxílio de um microscópio óptico acoplado a um computador. Os
resultados mostraram que para os braquetes de caninos superiores, a marca Morelli
apresentou diferença estatisticamente significante do valor prescrito, além de um
elevado desvio-padrão. Para os braquetes de caninos inferiores, as marcas
American Orthodontics e Ortho Organizers apresentaram diferenças estatísticas,
embora com médias aceitáveis. Numa comparação entre as marcas, a Morelli
apresentou diferenças estatisticamente significantes em relação a todas as outras
marcas nos braquetes de caninos superiores, enquanto para nos caninos inferiores,
os braquetes da American Orthodontics apresentaram diferenças estatisticamente
significantes em relação aos da Morelli. Concluiu-se que existem variações na
precisão dos torques dos braquetes e, desta forma, verificou-se que deveriam ser
24
realizadas melhorias no segmento industrial e no controle de qualidade dos
braquetes visando a realização de tratamentos ortodônticos otimizados.
Em 2006, Bóbbo realizou uma pesquisa com seis marcas de braquetes de
incisivos, em aço inoxidável na técnica MBT. As imagens foram capturadas por
microscopia ótica, sobre as quais foram feitas as medidas comparando os valores
prescritos pela técnica. Os braquetes que foram objetos de estudo foram os incisivos
central e lateral superior, com prescrição de 17° e 10° respectivamente e incisivos
inferiores com valor de torque de -6°. Foram comparados os valores médios e os
devios-padrão entre as diferentes marcas comerciais e o autor concluiu que nos
incisivos centrais superiores a marca Morelli apresentou média com diferença
estatisticamente significante da prescrição em relação às demais marcas, com
execeção ao braquete da Abzil. Na análise das peças dos incisivos laterais
superiores os braquetes da American Orthodontics apresentaram diferenças em
relação à Abzil, Ortho Organizers e 3M Unitek, enquanto os da Morelli apresentaram
diferença estatisticamente significante quando comparada com as outras cinco
marcas comerciais. Nos incisivos inferiores a empresa Abzil apresentou diferença
quando comparado com a American Orthodontics e 3M Unitek, e a American
Orthodontics apresentou diferença estatistica quando comparada com a TP
Orthodontics.
Gomes Filho (2007) avaliou a precisão do torque de braquetes pré-ajustados
dos incisivos superiores e inferiores, prescritos pela terapia Bioprogressiva de
Ricketts, fazendo uma análise comparativa entre seis marcas comerciais presentes
no mercado brasileiro: Abzil e Morelli, nacionais; Dentaurum, Forestadent, GAC e
Rocky Mountain Orthodontics (RMO), importadas. O autor mensurou a precisão do
torque dos braquetes por meio dos ângulos da parede incisal (API) e da parede
25
cervical (APC), medidos na intersecção da linha base do braquete com as linhas
laterais internas, incisal e cervical respectivamente, das canaletas. Para tanto, fez
uso de um microscópio eletrônico de varredura (MEV) da marca Zeiss, modelo DSM
940A, instrumento este versátil e de uso rotineiro para análise microestrutural de
materiais sólidos, e para as analises das imagens utilizou o software AutoCAD 2000.
Este estudo levou o autor à conclusão de que existe notável divergência no torque
fabricado pelas diversas marcas em relação ao prescrito pela terapia Bioprogressiva.
Estas diferenças foram menores para os braquetes da marca RMO, no qual apenas
o ângulo APC dos incisivos centrais superiores e inferiores estiveram em desacordo
com a prescrição. Já as marcas Abzil e GAC mostraram-se divergentes da
prescrição de torque em todos os ângulos avaliados.
Com o objetivo de comparar as angulações e torques de braquetes de marcas
comerciais distintas, em relação à prescrição de Roth, e também em relação aos
valores preconizados pelo fabricante, Zanesco (2008) desenvolveu estudos
utilizando 150 braquetes metálicos de aço inoxidável de incisivos centrais
superiores, incisivos laterais superiores e caninos superiores de lados direito e
esquerdo. Empregou cinco marcas comerciais: Morelli, Abzil, Unitek, GAC e
Dentaurum. Para a mensuração do torque e angulação foi utilizado um equipamento
denominado Perfilômetro, ou Projetor de Perfil, de marca Starrett-Sigma modelo VB
300, acoplado a um equipamento para mensuração digital, denominado Quadra
Check 200, do Laboratório de Metrologia da Empresa Dental Morelli Ltda. Este
equipamento permite a projeção da imagem ampliada da peça em sua tela de vidro.
Com a utilização deste recurso, foi possível concluir, que as diferenças, tanto de
torque quanto de angulação, na comparação dos valores do autor, quanto na
prescrição dos fabricantes, são diferenças que se enquadram dentro do grau de
26
tolerância preconizada por um órgão regulador de peças ortodônticas alemãs,
denominada norma DIN. Sendo o campo de aplicação desta norma os elementos de
fixação, para a sustentação de arcos que são utilizados no tratamento de ortopedia
maxilar de pacientes, por intermédio de aparelhos fixos, definindo medidas, ensaios,
materiais e identificação dos elementos de fixação (braquetes e tubos). No
comparativo dos valores de torque obtidos pelo estudo do autor, com os valores dos
fabricantes, a Unitek demonstrou uma maior fidedignidade ao torque comparada às
demais marcas. No entanto, no que se refere à angulação a Unitek deixa a desejar
quando comparada as outras.
Em 2009, Demling et al. compararam a precisão das canaletas dos braquetes
de sistema lingual, utilizando três modelos de braquetes (7th Generation e STb,
Ormco, Glendora, CA, EUA; Incognito, TOP-Service/3 M Unitek, Monrovia, CA,
EUA). A análise das dimensões verticais das canaletas foi realizada através de
medidores de precisão laminares (Azurea, Belprahon, Suíça) com incrementos
unitários de 0,002 mm (,00008”). Os resultados demonstraram que a média das
dimensões das canaletas foram de 0,467 mm +/- 0,007 mm (.0184” +/- .0003”) para
os braquetes 7th Generation, para os braquetes STb teve-se a média de 0,466 mm
+/- 0,004 mm (.0183” +/- .0001”), já para os braquetes Incognito a média foi de 0,459
mm +/- 0,004 mm (.0181” +/- .0001”). As diferenças entre os sistemas foram
estatisticamente significativas (p < 0,05). Os autores concluiram que os sistemas de
braquetes linguais analisados apresentaram diferenças significativas na dimensão
das canaletas, o que clinicamente vai influenciar a expresão do torque.
Assad-Loss et al. (2010) avaliaram 45 braquetes metálicos de nove marcas
comerciais em microscópio óptico de medição universal com cinco vezes de
aumento. Com objetivo de avaliar as dimensões de altura e profundidade das
27
canaletas dos braquetes de diferentes ligas metálicas e processos de fabricação e
verificar se existem diferenças entre eles e a dimensão divulgada pelo fabricante.
Foram obtidas médias e desvios-padrão das alturas e profundidades das canaletas
dos braquetes de cada grupo. A diferença entre a média e a dimensão divulgada
pelo fabricante foi calculada e convertida em porcentagem. As dimensões das
canaletas apresentaram-se maiores do que a divulgada pelo fabricante, com uma
variação de 1,8% a 10,9% na altura e de 8,2% a 49% na profundidade. De maneira
geral, a dimensão real das canaletas dos braquetes metálicos testados é maior do
que a divulgada pelo fabricante. Ainda neste mesmo trabalho, os autores relataram
sobre o processo de confecção dos braquetes metálicos que são tradicionalmente
fabricados com técnicas de usinagem e fundição, originando braquetes angulados e
afiados mais rugosos e volumosos. Esse é um processo caro, pois 50 a 75% do
metal utilizado é desperdiçado. Entretanto, nos últimos anos um novo método,
menos dispendioso, tem sido adotado para confecção de braquetes ortodônticos
metálicos: a moldagem por injeção do metal. Por este processo, o pó de metal é
misturado a aglutinantes, lubrificantes e dispersantes, obtendo-se uma mistura
homogênea que é injetada em formas. Os braquetes são formados dentro da
geometria desejada, mas resultam de 17 a 22% maiores em suas dimensões, uma
vez que ainda sofrerão a contração após o processo de sinterização, quando o calor,
o solvente, ou ambos, serão responsáveis pela eliminação e remoção do aglutinante
da mistura.
Major et al. (2010) relataram uma nova maneira de medir as dimensões das
canaletas dos braquetes usando fotografias. Cinco pontos foram selecionados em
cada parede da canaleta e linhas foram traçadas de maneira a formar um trapézio.
Foram avaliados 30 braquetes autoligados de incisivo central superior direito, das
28
marcas Damon Q, In-Ovation-R e Speed. A altura da canaleta dos braquetes Speed
foram 2% menores quando comparados com a norma 0,559mm. A altura da canaleta
dos braquetes da In-Ovation foram os mais próximo da norma. Os braquetes Damon
Q possuem o formato mais retangular, com quase 90 graus nas paredes da
canaleta. A altura da canaleta foi 3% maior quando comparada com a norma
segundo os autores.
Bhalla et al. (2010) avaliaram em braquetes autoligados de incisivo central
superior de seis marcas comerciais se a altura da canaleta de .022” e se as paredes
das mesmas eram paralelas. Através da microscopia eletrônica, seis modelos de
braquetes autoligados de incisivo central superior de quatro fabricantes de
braquetes, que eram: 3M Unitek (SmartClip e Clarity SL ), Strite Industries (Speed),
Ormco (Damon MX) e Dentsply GAC (In-Ovation R e In-Ovation C) foram
fotografados com um microscópio eletrônico de varredura e as alturas das canaletas
dos braquetes foram avaliados e comparados com as dimensões fornecidas pelo
fabricante. Repetibilidade intra-operador e acurácia foram determinadas. Todos os
braquetes apresentaram a altura da canaleta significantemente superiores (p < 0.05)
ao estabelecido para .022”. Os braquetes da Speed foram 5.1 % maiores (.02311”),
porém os mais próximos da norma publicada. Os braquetes SmarClip foram 14.8%
maiores (.02526”) e na maioria dos braquetes a distância entre as paredes da
canaleta eram geralmente maiores quanto mais longe da base do braquete.
Concluíram que as medidas da altura da canaleta de braquetes autoligados de
incisivos superiores analisados foram maiores quando comparadas com a norma do
fabricante e que as paredes da canaleta são divergentes da base do braquete.
De acordo com a organização internacional de padronização (ISO –
www.iso.org) onde há uma padronização para braquetes e tubos para uso em
29
ortodontia ISO/FDIS 27020” (2010), o fabricante deverá deixar disponível no
catálogo, na embalagem ou em qualquer outro meio de acesso as seguintes
informações: uma declaração da composição do material e a média da dimensão de
cada peça, de acordo com as normas pré-estabelecidas pelo ISO. Nesta mesma
padronização fala sobre as dimensões da canaleta do braquete, dividindo suas
dimensões em profundidade, largura e altura.
Joch et al. (2010) através de seu estudo avaliaram as dimensões de
canaletas de braquetes e de arcos de aço de diferentes fabricantes e compararam
com a tolerância da norma DIN 13.971 e 13.971-2. Avaliaram também o torque
efetivo para comparar com os resultados de torque nominal. Dez braquetes de
incisivo central superior (.022”) de cinco marcas diferentes foram avaliados. A altura
da canaleta foi medida com lâminas de alumínio (leaf gauges). A altura e a largura
de 10 arcos de aço de .019” X .022” ou .020” X .025” foram medidas usando um
micrômetro. Todas as alturas dos braquetes estavam dentro dos limites da norma
DIN 13.971-2. A medida dos arcos ficaram acima e abaixo do limite da norma DIN
13.971. A menor perda de torque efetivo (4,5º) foi através da combinação do uso do
braquete Speed de .022” com o arco de .020” X .025”. A maior perda de torque foi
encontrada no braquete .022” da marca Damon com o arco .019” X .025”.
Concluíram que as dimensões do fabricante não são tão confiáveis e que para que
se tenha uma finalização perfeita, correções feitas pelo ortodontista são necessárias.
Streva et al. (2011) avaliaram o torque presente nos braquetes metálicos MBT
de 20 braquetes de caninos superiores com -7º de torque e 20 de caninos inferiores
com -6º de torque de cada uma das seguintes marcas comerciais: 3M Unitek, Abzil,
American Orthodontics, TP Orthodontics, Morelli e Ortho Organizers, totalizando 240
braquetes. Para os braquetes de caninos superiores, a marca Morelli apresentou
30
diferença estatisticamente significante do valor prescrito (-3,33º), além de um
elevado desvio-padrão (2,33º). Para os braquetes de caninos inferiores, as marcas
American Orthodontics (6,34º) e Ortho Organizers (6,25º) apresentaram diferenças
estatísticas, embora com médias aceitáveis. Numa comparação entre as marcas, a
Morelli apresentou diferenças estatisticamente significantes em relação a todas as
outras marcas nos braquetes de caninos superiores. Para os caninos inferiores, os
braquetes da American Orthodontics apresentaram diferenças estatisticamente
significantes em relação aos da Morelli. Concluíram que existe variação na precisão
dos torques dos braquetes, comprometendo a posição vestíbulo-lingual final dos
dentes.
Mattar, em 2011, avaliou se a precisão da altura da canaleta de 360 braquetes
de incisivos da prescrição Roth com .022” estava de acordo com os valores
prescritos pelos fabricantes e compararou os valores da altura real da canaleta
encontrado entre as seis marcas pesquisadas (Abzil, GAC, Morelli, Ormco, RMO e
3M Unitek). As imagens dos braquetes foram obtidas através de um microscópio
eletrônico de varredura (MEV) e mensuradas pelo software AutoCAD 2011. Os
resultados foram analisados estatisticamente ao nível de 5%. A tolerância
considerada satisfatória foi de 0,56mm a 0,60mm de acordo com a norma DIN
13.971-2. Quando comparado entre as marcas comerciais, os incisivos centrais
superiores formaram dois grupos principais (Morelli e Ormco), com tamanhos
estatisticamente superiores da altura da canaleta e outro grupo (Abzil, GAC, RMO e
3M Unitek) semelhantes entre si, porém de tamanhos menores. Em relação aos
braquetes dos incisivos laterais superiores, a ordem da altura da canaleta foi
decrescente da marca Ormco seguida pela Morelli e após as outras marcas Unitek,
Abzil, GAC e Rocky. Já os braquetes dos incisivos inferiores foram divididos em dois
31
grupos seguindo a ordem decrescente: Morelli, Ormco e Rocky, e após Abzil, Unitek
e GAC. A amostra toda apresentou a altura da canaleta menor quando comparada
com a prescrição e abaixo do valor da tolerância dada pela norma DIN.
Almeida (2011) avaliou a precisão no paralelismo das paredes das canaletas
dos braquetes dos incisivos superiores e inferiores, da técnica de Roth. Para tanto,
foram selecionados 20 braquetes de cada uma das seguites marcas comerciais
disponíveis no mercado: Abzil, GAC, Morelli, Ormco, Rocky e Unitek, totalizando 360
braquetes, sendo 120 de incisivos centrais superiores, 120 de incisivos laterais
superiores e os outros 120 de incisivos inferiores. No estudo, foi utilizado um
Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), e as imagens obtidas foram analisadas
através do software AutoCAD 2008. A precisão do paralelismo das paredes das
canaletas dos braquetes foi mensurada por meio de ângulos da parede incisal (API)
e da parede cervical (APC), medidos em relação à linha da base do braquete. Os
valores de APC e API encontrados foram subtraídos (APC – API), buscando-se
quantificar uma possível ausência do esperado paralelismo entre as paredes
internas das canaletas. Os testes estatísticos aplicados foram a análise de variância
ANOVA, teste de múltipla comparação Games-Howell e, para a comparação dos
valores de referência, foi usado o teste “t”. Concluiu-se que em relação aos
parâmetros de paralelismo perfeito, estiveram de acordo os braquetes de incisivos
centrais superiores das marcas GAC, Unitek, Ormco, Rocky e Abzil. Para os
braquetes de incisivos laterais superiores, as marcas GAC, Unitek, Rocky e Abzil e
nos braquetes de incisivos inferiores, as marcas GAC, Ormco, Rocky e Abzil. Quanto
à comparação entre as marcas comerciais dos braquetes, estas não mostraram
comportamento semelhante entre si, sendo que a marca GAC esteve entre os
resultados superiores para os três tipos de braquetes avaliados. Desta forma, a falta
32
de padrão e precisão nas diferentes marcas serve de alerta ao profissional que deve
estar preparado para corrigir as possíveis deficiências existentes nos acessórios
ortodônticos.
Azevedo (2011) avaliou a precisão do torque dos braquetes prescritos para
incisivos na técnica de Roth. Para tanto, foram selecionados 20 braquetes de cada
uma das seguintes marcas comerciais disponíveis no mercado: Abzil, GAC, Morelli,
Ormco, RMO e Unitek. Foram totalizados 360 braquetes, sendo 120 de incisivos
centrais superiores, 120 de incisivos laterais superiores e os outros 120 de incisivos
inferiores. Propôs-se a verificar se os valores de torque encontrados para diferentes
marcas comerciais estão de acordo com os valores prescritos pelo autor da técnica.
Também foram comparados entre si os valores médios e os desvios-padrão do
torque entre as seis marcas comerciais pesquisadas. As imagens ampliadas do perfil
dos braquetes foram obtidas por um operador com a utilização de um Microscópio
Eletrônico de Varredura e mensuradas pelo software AutoCAD 2008. O ângulo de
torque foi estabelecido por pontos e linhas de referências, onde se utilizou a média
entre os ângulos das paredes incisal (API) e cervical (APC), medidos em relação à
linha base do braquete. Os resultados foram avaliados descritivamente com
intervalos de confiança de 95% e então comparados pelo teste de Mann-Whitney
com correção de Bonferroni para múltiplas comparações, ao nível de significância de
5%. Os resultados indicaram que as marcas GAC e Ormco apresentaram-se em
acordo com a prescrição para os braquetes de incisivos superiores, centrais e
laterais; a marca Rocky Mountain esteve em concordância com a prescrição para
incisivos centrais superiores e incisivos inferiores; as demais marcas mostraram-se
adequadas à prescrição apenas para um tipo de braquete avaliado, a saber: Abzil
para incisivos laterais superiores, assim como Morelli e Unitek para incisivos
33
inferiores. Pôde-se concluir que houve grande diversidade de resultados tanto entre
as marcas avaliadas, como destas em relação à prescrição, indicando que a
precisão dos torques dos braquetes avaliados se mostrou questionável.
Lemos (2013) avaliou o torque, o paralelismo entre as paredes internas e a
altura das canaletas de braquetes estéticos da prescrição de Roth na dimensão
.022”x.028” de diferentes marcas comerciais. Foi verificado se estas características
encontravam-se de acordo com os valores prescritos pela técnica, além de comparar
os valores de precisão entre as marcas pesquisadas. Para tanto, foram selecionados
dez braquetes de incisivos centrais superiores de dez modelos e marcas comerciais:
3M Abzil, American Orthodontics Virage e Radiance, GAC, Rocky Mountain
Orthodontics Luxi e FLI Signature, 3M Unitek, Ormco, Ortho Organizers e TP
Orthodontics. As imagens ampliadas dos braquetes foram obtidas através de um
Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) e mensuradas pelo software AutoCAD
2011. Foram utilizados como referência os parâmetros de tolerância presentes na
norma alemã DIN 13971. Os resultados indicaram ampla concordância entre os
valores verificados nos corpos de prova e os indicados pela prescrição técnica,
denotando uma visão genérica de precisão satisfatória. Em relação à precisão do
torque, o único modelo braquete que se mostrou em desacordo com o padrão
proposto pela norma foi o Invu Ceramic da TP Orthodontics. Quanto à divergência, o
único modelo de braquete que apresentou resultados em discordância com o padrão
proposto pela norma foi o Luxi da Rocky Mountain Orthodontics. E na avaliação da
altura da canaleta dos braquetes, somente os modelos Luxi, da Rocky Mountaim
Orthodontics e o Resolve Ceramic, da GAC apresentaram-se em desacordo com os
parâmetros de prescrição.
34
3. PROPOSIÇÃO
35
3. PROPOSIÇÃO
O presente estudo se propõe a avaliar a precisão de braquetes autoligados de
incisivos centrais superiores, oriundos de diferentes marcas comerciais,
apresentando os seguintes objetivos:
1. Analisar o torque, o paralelismo entre as paredes internas e a altura das
canaletas dos braquetes autoligados de oito marcas comerciais existentes no
mercado nacional e internacional e verificar se estão de acordo com os
valores prescritos pela sua respectiva prescrição.
2. Comparar os valores do torque, do paralelismo entre as paredes internas e da
altura das canaletas encontrados entre as oito marcas comerciais analisadas.
36
4. MATERIAL E MÉTODOS
37
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Material
A amostra desse estudo foi composta por 80 braquetes autoligados prescrição
Roth ou Damon, sendo 10 de cada marca, todos para incisivos centrais superiores
(12º de torque) e com canaletas .022”, de oito marcas comerciais disponíveis no
mercado nacional e internacional (Quadro 1).
Esses materiais foram comprados de fabricantes ou distribuidores no Brasil
para a realização da pesquisa.
Quadro 1 – Relação dos modelos de braquetes, suas respectivas marcas
comerciais.
MODELO MARCA COMERCIAL
(FABRICANTE) ORIGEM
1. Portia Abzil EUA
2. Empower American Orthodontics EUA
3. In-Ovation R Dentisply GAC EUA
4. BioQuick Forestadent Alemanha
5. SLI Morelli Brasil
6. Damon Ormco EUA
7. Orthoclip SLB Orthometric Cingapura
8. Carriere Ortho Organizers EUA
4.1.1 Material de Pesquisa
Para o desenvolvimento da pesquisa, foram utilizados os seguintes materiais:
38
• 80 braquetes autoligados para incisivos centrais superiores, com canaletas .022”
e prescrição de torque de 12º (compatíveis com os sistemas Roth e Damon);
• 16 barras retangulares de alumínio, com ângulos retos precisos, na dimensão de
30 mm x 5 mm x15 mm;
• Éster de Cianoacrilato (Super Bonder Gel – Loctite);
• Estrutura de madeira na dimensão de 19 x 20 cm, com uma perfuração de 150 x
5 mm;
• Folha de papel milimetrado;
• Fio de aço inoxidável, de secção redonda, de dimensão .020”;
• Software autoCAD 2011 (32Bit), sobre plataforma com Windows7 Professional
Service Pack 2;
• Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) modelo Quanta 600 FEG, da
empresa holandesa FEI Company.
4.2 Métodos
As imagens que serviram como base, para os testes de avaliação da precisão
dos braquetes, foram obtidas no Laboratório de Caracterização Tecnológica - LCT,
pertencente à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - USP.
A separação e identificação dos grupos de braquetes foram realizadas por
uma segunda pessoa, que não participou da pesquisa, a qual acomodou os
braquetes em compartimentos com códigos distintos e não identificáveis pelo
operador. Estes códigos, só foram revelados ao pesquisador após serem montadas
as tabelas com as medidas experimentais obtidas. Assim o pesquisador não teve
39
condições de identificá-los durante o processo de colagem, nem mesmo durante a
captação e mensuração das imagens dos braquetes. Dessa forma, foram garantidas
as exigências do teste duplo cego, o que caracterizará a validade do experimento.
4.2.1 Confecção das bases de prova
Foram confeccionadas 16 bases de provas, visando padronizar e otimizar a
obtenção das imagens em microscopia eletrônica. Estas bases foram
confeccionadas a partir de barras de alumínio com 5 mm (largura) x 15 mm (altura),
que foram cortadas no comprimento de 30 mm. Estes segmentos de barra serviram
como base para esta avaliação (Figura 1).
Em cada base foram colados 5 braquetes em sua superfície lateral (5 mm x
30 mm), de forma que, quando o segmento de barra estivesse deitado, os braquetes
ficariam posicionados e as faces mesiais voltadas para cima.
Figura 1: Base de prova em alumínio
40
4.2.2 Posicionamento dos braquetes
Para que os braquetes ficassem com sua colagem uniformizada na posição
correta, houve o objetivo de deixar a canaleta do braquete em paralelismo com o
feixe de obtenção de imagem do microscópio, ou seja, a canaleta ficou posicionada
perpendicularmente ao longo eixo da base de prova na mesa do microscópio, com a
precisão e o paralelismo necessário para a captura da imagem. Para isso, foi
utilizada uma estrutura de madeira, com uma canaleta com 5 mm de largura, onde
as bases de prova foram posicionadas justas e bem adaptadas, facilitando o
processo de colagem (Figura 2). Sobre a superfície dessa estrutura de madeira, foi
colada uma folha de papel milimetrado, com linhas perpendiculares e paralelas à
canaleta, o que serviu como guia para o correto posicionamento perpendicular das
canaletas na colagem do braquetes sobre a superfície da base de prova (Figura 3).
Figura 2: Estrutura de madeira com canaleta guia
41
Figura 3: Estrutura de madeira com papel milimetrado colado em sua superfície, com linhas paralelas e perpendiculares às bases de prova posicionadas para colagem
Segmentos de fio de aço inoxidável, de secção redonda e dimensão .020”
foram utilizados para auxiliar na precisão e padronização da colagem dos braquetes
nas bases de prova. Servindo de guia dos braquetes no momento da colagem,
foram colocados segmentos menores deste fio, de um lado da canaleta sobre o
papel milimetrado, em posições determinadas, e no lado oposto seguindo o mesmo
alinhamento dos outros segmentos. Para, assim, manter um padrão de
posicionamento dos braquetes e facilitar a remoção dos corpos de prova ao final da
colagem, sem danificar a estrutura de madeira padronizada (Figuras 4).
Para a colagem dos braquetes, foi utilizado Éster de Cianoacrilato (Super
Bonder Gel – da marca Loctite), para o processo adequado de obtenção da imagem
no MEV (Figura 5).
42
Figura 4: Estrutura de madeira com os segmentos de fio guia para colagem e posici-
onamento dos braquetes sobre a base de prova, padronizado pela estrutu-
ra de madeira
Figura 5: Braquetes posicionados na base de alumínio, colados com éster de ciano-
acrilato, prontos para obtenção das imagens com as faces mesiais voltadas
para cima
4.2.3 Obtenção das imagens dos braquetes
As 16 bases de alumínio, cada uma contendo cinco braquetes posicionados e
colados, foram colocados na mesa de um MEV (Figura 6), no qual seu foco foi
43
ajustado em cada braquete, para que o perfil do mesmo seja o mais nítido possível,
com um aumento de 50 vezes em toda sua extensão.
Para os procedimentos realizados com o microscópio, foi necessário um
operador com experiência no uso do equipamento, acompanhado pelo ortodontista
responsável pela pesquisa, durante toda a coleta dos dados.
Figura 6: Microscópio Eletrônico de Varredura – MEV, modelo Quanta 600 FEG, da
empresa holandesa FEI Company
As imagens obtidas foram armazenadas no computador do microscópio e
posteriormente transferidas para um computador, as quais foram analisadas pelo
44
Software AutoCAD 2011 (32Bit), sobre Windows 7 Professional, com Service Pack 2,
processadas e mensuradas.
4.2.4 Demarcação das linhas, pontos e ângulos de referência
Alguns pontos e linhas foram utilizados para determinar, com exatidão, a
formação dos ângulos e distâncias lineares que representam o torque, o paralelismo
e a altura das canaletas dos braquetes. Para tanto, utilizou-se o software AutoCAD
2011 (32Bit), sobre a plataforma Windons 7 Professional, com Service Pack 2
(Figura 7). Assim as seguintes linhas e pontos de referência que foram usadas para
mensurar a precisão dos braquetes avaliados são:
Linha B (LB) – Representa a base do braquete, definida por uma linha tan-
gente a base do braquete.
Linha C (LC) – Esta linha representa a parede cervical da canaleta do bra-
quete, definida pela linha tangente à face interna cervical da canaleta
Linha I (LI) – Representada como a parede incisal da canaleta do braquete,
formada por uma linha tangente à face interna incisal da canaleta.
Linha tangente ao assoalho da canaleta e uma projeção desta à distância
de 0,10 mm para o interior da canaleta.
Linha paralela à linha tangente ao fundo da canaleta e tangente à
superfície vestibular externa da canaleta incisal do braquete, seguida de uma
outra projeção, paralela a esta, à distância de 0,10 mm para o interior da canaleta.
As duas paredes formadas pelas linhas C e I representam a canaleta que
recebeu o fio ortodôntico e, portanto, quando avaliadas em relação à linha B,
formaram o ângulo da parede cervical (APC) e o ângulo da parede incisal (API)
45
definindo a inclinação vestíbulo-lingual (torque) dos dentes, que foram formados
entre a parede cervical da canaleta e a linha da base (APC) e entre a parede incisal
da canaleta e a linha da base (API).
Ponto I1 e I2 – representados, respectivamente, pela intersecção da LI com
as projeções a distância de 0,10 mm para o interior da canaleta das linhas da
superfície vestibular externa e do assoalho da canaleta do braquete,
respectivamente.
Figura 7: Representação das linhas cervical, incisal e da base, com suas res-
pectivas projeções; ângulos das paredes cervical e incisal e ilustrações dos pontos
I1 e I2
46
4.2.5 Mensuração do torque (dimensão vestibulolingual)
Os ângulos formados pela intersecção da base do braquete (linha LB), com
as linhas das paredes cervical e incisal da canaleta (linhas LC e LI), normalmente
fornecem valores semelhantes entre si. Buscando-se neutralizar eventuais
diferenças de inclinação entre estas paredes em cada braquete avaliado, foi obtida a
média entre elas, representando assim a inclinação vestibulolingual real apresentado
por cada peça. Uma vez que os valores obtidos representavam a inclinação da
canaleta em relação a um plano tangente à coroa dentária, citada normalmente
como o torque comercial dos braquetes, estes foram diminuídos de 90o, visando-se
trabalhar com valores correspondentes aos comumente utilizados em Ortodontia.
A medição digitalizada dos ângulos APC e API, também foram realizadas pelo
software AutoCAD 2011 (32Bit), sobre Windows 7 Professional, com Service Pack 2,
sendo utilizadas precisão de até duas casas decimais. Depois, os valores
encontrados foram comparados aos parâmetros de torque prescrito de 12º.
4.2.6 Mensuração do paralelismo da canaleta (dimensão cérvico-incisal)
Ainda utilizando a medição digitalizada dos ângulos APC e API, estes valores
angulares encontrados foram subtraídos entre si (APC – API), buscando-se
quantificar uma possível ausência do esperado paralelismo existente entre as
paredes internas das canaletas. O valor padrão de 0° indicava paralelismo perfeito.
47
4.2.7 Mensuração da altura da canaleta do braquete (dimensão cérvico-incisal)
A mensuração da altura da canaleta foi realizada por meio de duas medidas.
A primeira na região mais próxima da superfície vestibular do braquete, a partir do
ponto I1, do qual obteve-se a menor distância entre o ponto I1 e a linha cervical. A
segunda foi medida próxima ao fundo da canaleta, a partir do ponto I2, na menor
distância entre este ponto e a linha cervical. Partindo do princípio que as paredes da
canaleta seriam paralelas, as duas medidas da altura da canaleta seriam iguais.
Porém, quando não houve paralelismo perfeito entre as paredes, obteu-se valores
diferentes entre as duas medidas. A medida de menor valor absoluto foi selecionada,
uma vez que considerou-se ser este o mais provável ponto de contato entre o
braquete e o fio, principalmente nas etapas mais precisas de finalização, com o uso
de fios retangulares mais espessos. Essas medidas também foram realizadas por
meio do software AutoCAD 2011 (32 Bit), sobre plataforma Windons 7 Professional
com Service Pack 2, sendo utilizada a precisão de até duas casas decimais. Depois,
os valores encontrados, foram comparados aos parâmetros da altura da canaleta
.022” (0,56mm) segundo a prescrição.
4.3 Análise Estatística
Com a intenção de se verificar a precisão dos braquetes quanto aos
parâmetros avaliados, foi feita análise descritiva dos dados e apresentadas em
tabelas, com medidas descritivas (mediana, média, desvio padrão, quantis, mínimo e
máximo). A avaliação estatística verificando se os fabricantes estão de acordo com a
48
norma de prescrição adotada se deu por meio da intersecção dos intervalos de
confiança de 95% em relação aos valores normativos, considerando-se as
tolerâncias da norma ISO 27020.
A comparação entre os diferentes grupos foi realizada para a variável altura
por meio do teste ANOVA, enquanto as variáveis torque e paralelismo foram
avaliadas pelo teste não paramétrico Kruskal-Wallis. Como em todos os casos houve
diferenças entre os grupos, bem como possíveis interações, foi aplicado um teste
post hoc (Teste de Tukey) para comparação múltipla dos grupos, com o intuito de se
identificar entre quais grupos poderiam ser verificadas diferenças estatisticamente
significativas. Os softwares estatísticos utilizados foram o SigmaPlot 12.0 e
STATISTICA 11.0. O nível de significância adotado nos testes foi de 5%.
Como parâmetros de tolerância das variáveis analisadas foram considerados
os valores da norma ISO 27020, que padroniza e normatiza os aparelhos
ortodônticos. A utilização dos valores e tolerâncias presentes nesta norma se deu ao
fato de ter sido a única referência encontrada que forneça parâmetros de tolerância
na fabricação de materiais ortodônticos e ortopédicos de precisão. Os valores
angulares, torque e paralelismo das paredes das canaletas, compreendem uma
tolerância de ± 1º em relação aos valores propostos pela prescrição, sendo esta a
máxima margem de erro de fabricação aceitável, segundo a norma ISO 27020. Em
relação à altura da canaleta foi considerada uma tolerância de ±0,01mm em relação
aos valores propostos pela prescrição, sendo esta a margem de erro de fabricação
aceitável, segundo a mesma norma ISO 27020.
49
4.4 Estimativa de erro de método
Foi realizada uma segunda mensuração em 30% dos braquetes amostrais,
seguindo o mesmo protocolo realizado na primeira medida original. Este segundo
tempo de medição, foi realizado após 30 dias da coleta inicial dos dados obtidos,
sendo estes, comparados aos dados obtidos no experimento original, para se avaliar
a confiabilidade dos resultados. Para a realização do teste de confiabilidade, quanto
ao erro sistemático foi utilizado o teste “t” pareado, seguido do cálculo de erro pro-
posto pelo método de Dahlberg para determinação do erro casual.
50
5. ARTIGO CIENTÍFICO
51
Análise da precisão de braquetes autoligados
Rackel Hatice Milhomens Gualberto Erdurana; Paulo Eduardo Guedes
Carvalhob
a Aluna do programa de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de
São Paulo (UNICID), São Paulo, Brasil.
b Professor Doutor Associado do programa de Mestrado em Ortodontia da
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo, Brasil.
Corresponding author:
Rackel Hatice Milhomens Gualberto Erduran
Avenida dos holandeses quadra 06 casa 01 – Calhau
65071-380 São Luis – Maranhão, Brasil
Telephone / Fax: +55 98 8898 -1004
E-mail: [email protected]
Declaration of Interests:
The authors report no commercial, proprietary, financial or associative interest in the
products or companies described in this article. There is no conflict of interest in
connection with the manuscript.
52
Análise da precisão de braquetes autoligados
RESUMO
O presente estudo teve por objetivo avaliar a concordância em relação aos valores
definidos pela respectiva prescrição quanto à precisão do torque, paralelismo das
paredes internas e altura das canaletas dos braquetes autoligados de oito marcas
comerciais nacionais e importadas, bem como, comparar se estas características
encontravam-se de acordo com os valores definidos pela respectiva prescrição,
além de comparar os valores encontrados entre as marcas pesquisadas. Foram
selecionados oitenta braquetes de incisivos centrais superiores .022”. As imagens
ampliadas dos braquetes foram obtidas por meio de um microscópio eletrônico de
varredura e mensuradas pelo software AutoCAD 2011. Utilizou-se como referência
os parâmetros de tolerância presentes na norma ISO 27020. Os resultados
demonstraram que somente os grupos de braquetes Portia e In-Ovation R
mostraram resultados compatíveis com a prescrição quanto ao torque. Quanto ao
paralelismo das paredes internas da canaleta, somente o grupo SLI não teve
resultados em consonância com a prescrição da técnica. Na avaliação da altura da
canaleta dos braquetes, somente os braquetes BioQuick, Damon Q e In-Ovation R,
apresentaram-se em acordo com os parâmetros de prescrição. Ao comparar os
valores do torque, do paralelismo entre as paredes internas e da altura das
canaletas encontrados entre as oito marcas comerciais analisadas, observou-se
grande variabilidade de resultados quanto a todas as variáveis analisadas.
Palavras chave: Ortodontia Corretiva; Ortodontia, Braquetes Ortodônticos; Precisão
da Medição Dimensional; Torque.
53
INTRODUÇÃO
A partir do estudo das seis chaves de oclusão [ANDREWS 1972] foi possível
se desenvolver o aparelho pré-ajustado, representante de um grande avanço na
Ortodontia. Os aparelhos pré-ajustados visam uma melhor finalização dos
tratamentos, por estarem os torques e angulações inseridos em seu processo de
construção, proporcionando um menor tempo de correção [ANDREASSON 1972;
ANDREWS 1976; CREEKMORE, 1979]. Roth [ROTH 1987], ao modificar os valores
iniciais propostos por Andrews, propôs sua prescrição de braquetes, que é
amplamente utilizada até os dias de hoje.
Os aparelhos autoligados ganharam popularidade nas últimas décadas, mas
a história dos braquetes autoligados quase se sobrepõe à do sistema Edgewise,
iniciando com Russel, na década de 1930. [BERGER, 2000; HARRADINE, 2008].
Atualmente, quase todos os fabricantes de braquetes ortodônticos desenvolveram
sistemas com braquetes autoligados, demonstrando que existe uma clara tendência
a esse tipo de acessório se manter em evidência nos próximos anos [BERGER,
2000; HARRADINE, 2008; SATHLER et al., 2011].
A precisão, fator inerente à regularidade e exatidão da execução, está ligada
com a confiabilidade de uma determinada medida [ROTH, 1987]. Há um
pressuposto da precisão das dimensões dos braquetes, assim como dos valores
inseridos nestes. No entanto, vários estudos têm demonstrado diferenças entre as
dimensões publicadas pelos fabricantes e as dimensões reais [KUSY; WHITLEY,
1999; FISCHER-BRANDIES, 2000; CASH et al., 2004]. A parte mais importante do
braquete é sua canaleta, onde ocorre o encontro com o fio e se tem o efeito da força
e consequente movimentação do dente. Uma característica importante da canaleta é
54
sua dimensão que, quando alterada, pode afetar fatores como eficiência da
mecânica ortodôntica de deslizamento, por comprometer a resistência friccional, e a
aplicação de momentos de torque, assim influenciando os movimentos de primeira,
segunda e terceira ordem [JONES, 2002; MELING; ODEGAARD, 1998].
Para que o uso do aparelho pré-ajustado seja mais eficaz e haja minimização
da necessidade de dobras compensatórias realizadas nos fios ortodônticos, faz-se
necessário que os fabricantes produzam acessórios precisos, com qualidade de
acabamento e com a maior exatidão dimensional dos braquetes, principalmente na
canaleta, tanto nos sistemas convencionais, como nos autoligados.
Diante destas considerações, esse trabalho teve o objetivo de avaliar a
precisão do torque, do paralelismo entre as paredes internas e a altura das
canaletas de braquetes autoligados de diferentes marcas comerciais, contribuindo
para o controle de qualidade dos materiais ortodônticos e, consequentemente, para
o sucesso dos tratamentos ortodônticos.
MATERIAL E MÉTODOS
A amostra desse estudo duplo-cego foi composta por 80 braquetes
autoligados, todos seguindo a prescrição para incisivos centrais superiores de
prescrições Roth ou Damon, com canaleta .022”, de oito marcas comerciais (Quadro
2).
55
Quadro 2 – Relação dos modelos de braquetes, suas respectivas marcas comerciais
MODELO MARCA COMERCIAL
(FABRICANTE) ORIGEM
1. BioQuick Forestadent Alemanha
2. Carriere Ortho Organizers EUA
3. Damon Q Ormco EUA
4. Empower American Orthodontics EUA
5. In-Ovation R Dentisply GAC EUA
6. Orthoclip SLB Orthometric Cingapura
7. Portia Abzil EUA
8. SLI Morelli Brasil
Foram confeccionadas bases de provas a partir de barras de alumínio
retangulares, visando padronizar e otimizar a obtenção das imagens em Microscopia
Eletrônica de Varredura (MEV). Em cada base foram colados 5 braquetes com éster
de cianoacrilato* em sua superfície lateral, de forma que, quando o segmento de
barra estivesse deitado, os braquetes ficariam posicionados com suas faces mesiais
voltadas para cima. Para deixar a canaleta do braquete em paralelismo com o feixe
de obtenção de imagem do microscópio, utilizou-se uma estrutura guia em madeira,
com uma canaleta onde as bases de prova foram posicionadas justas e bem
adaptadas, facilitando o processo de colagem. Sobre a superfície desta estrutura, foi
colada uma folha de papel milimetrado, com linhas perpendiculares e paralelas aos
corpos de prova, que serviu como guia para o correto posicionamento perpendicular
das canaletas dos braquetes com o auxílio de segmentos de fio de aço inoxidável
.019” x .025” (Figura 8).
* Super Bonder Gel, Loctite, Hartford, Estados Unidos
56
Figura 8: Demonstração da padronização do posicionamento dos braquetes sobre
as bases de prova
As imagens foram obtidas através de um MEV, modelo Quanta 600 FEG (FEI
Company) do Laboratório de Caracterização Tecnológica - LCT, pertencente à
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – USP, com um aumento de 50
vezes em toda sua extensão. Todas as 80 imagens, relativas às faces mesiais de
cada um dos braquetes passaram a ser analisadas pelo Software AutoCAD 2011,
onde foram processadas e mensuradas.
Foram utilizados linhas e pontos demarcados nas imagens para se determinar
com exatidão, a formação dos ângulos e medidas que representam o torque, o
paralelismo e a altura reais das canaletas dos braquetes autoligados.
Utilizou-se uma primeira linha tangente à base do braquete (LB), uma
segunda linha tangente à face interna incisal da canaleta (LI) e uma terceira linha
tangente a face interna cervical da canaleta (LC). Estas três linhas serviram para
mensuração do paralelismo e do torque. Para a análise da altura da canaleta,
traçou-se uma linha tangente ao assoalho desta, seguida por uma primeira projeção
de linha paralela, à distância de 0,10 mm para o interior da canaleta. Em seguida,
criou-se uma segunda linha paralela à linha tangente ao fundo da canaleta, sendo
esta tangente à superfície vestibular externa da canaleta incisal do braquete. A partir
desta segunda linha paralela, fez-se a projeção de uma terceira linha paralela, à
distância de 0,10 mm para o interior da canaleta em relação a linha tangente a
57
superfície vestibular externa.
Foram determinados os pontos I1 e I2 na intersecção da LI com as projeções
de linhas paralelas, ambas a distância de 0,10 mm para o interior da canaleta, a
partir das superfícies vestibular externa e do assoalho do braquete, respectivamente.
Determinados os pontos, fez-se a mensuração da menor distância entre estes e a
LC por meio de traçados de circunferências que utilizaram cada um dos pontos
como centro e extremo do raio a LC (Figura 09 e 10).
Figura 9: Representação das linhas cervical, incisal e da base, com suas respectivas
projeções; ângulos das paredes cervical e incisal e ilustrações dos pontos I1, I2, C1
e C2
58
Figura 10: Ilustração da demarcação da linha cervical, incisal e da base e suas projeções; ângulos da parede cervical e incisal; Medidas da altura da canaleta nas regiões mais vestibular (ponto I1) e mais profunda (ponto I2) nos oito modelos de
braquetes autoligados analisados
Para a mensuração do torque, foram avaliados os ângulos formados pela
intersecção da linha LB, com as linhas LC e LI (APC e API). Obtendo-se a média
entre eles (APC+API/2) pode-se definir o torque real apresentado por cada braquete.
Os valores obtidos foram diminuídos de 90o, visando-se trabalhar com valores
correspondentes aos comumente utilizados em Ortodontia. Estes foram comparados
aos parâmetros de torque estabelecidos pela respectiva prescrição (+12º),
aceitando-se uma tolerância de ± 1o de acordo com a norma ISO 27020, que
apresenta uma padronização e normatização para os aparelhos ortodônticos.
Na avaliação do paralelismo entre as paredes internas das canaletas, os
valores encontrados para os ângulos APC e API foram subtraídos entre si (APC –
API). O valor padrão de 0° indicou paralelismo perfeito. Entretanto, considerando a
59
mesma norma ISO 27020, aceitou-se tolerância para braquetes de até ± 1º.
A mensuração da altura da canaleta foi realizada através de duas medidas
(Figura 2). A primeira na região mais próxima da superfície vestibular do braquete, a
partir do ponto I1 na menor distância a linha cervical; e a segunda próxima ao fundo
da canaleta a partir do ponto I2 na menor distância a linha cervical. A medida de
menor grandeza foi selecionada, por representar o provável ponto de contato com o
arco ortodôntico. Em relação à altura da canaleta foi considerada como padrão 0,56
mm (.022”) com uma tolerância de ±0,01mm, também de acordo com a mesma
norma ISO 27020.
Com a intenção de se verificar se os fabricantes estavam de acordo com a
norma técnica das prescrições, com uso dos softwares estatísticos SigmaPlot 12.0 e
STATISTICA 11.0, realizou-se a análise estatística, que além da análise descritiva
dos dados (média, mediana, desvio padrão, quartis, mínimo e máximo), foi feita
análise dos intervalos de 95% de confiança para as médias e ao teste Qui-quadrado.
Foram consideradas sempre as tolerâncias de acordo com a norma ISO 27020. Em
cada uma das variáveis avaliadas (torque, paralelismo e altura da canaleta), a
comparação entre as marcas foi realizada pela Análise de Variância (ANOVA) de um
critério ou pelo teste não paramétrico Kruskal-Wallis e, depois de denotada diferença
significante, aplicou-se o Teste de Tukey, sempre com nível de significância de 5%.
Foi realizada, após 30 dias, uma segunda mensuração em 30% dos
braquetes amostrais para se avaliar a confiabilidade dos resultados e estimar o erro
do método.
60
RESULTADOS
O erro do método intra-examinador foi avaliado, utilizando-se o teste t
pareado (erro sistemático), método de Dahlberg (erro causal) e correlação entre as
duas medidas. Em todas as análises não foram verificados erros estatisticamente
significantes.
Os dados obtidos para as variáveis de torque, paralelismo das paredes da
canaleta e altura da canaleta foram submetidos ao teste de normalidade e
homogeneidade Shapiro-Wilk, tendo somente a variável dependente altura da
canaleta apresentado resultados compatíveis com a aplicação de testes paramétrico
na comparação entre os grupos, por meio da análise de variância (ANOVA). Para as
variáveis torque e paralelismo das paredes, os grupos foram comparados pelo teste
não paramétrico de Kruskal-Wallis.
Como em todos os casos foram encontradas diferenças entre os grupos no
teste de comparação intergrupos (ANOVA ou Kruskal-Wallis) foi aplicado um test
post hoc (Teste de Tukey) para comparação múltipla de grupos, com o intuito de se
identificar entre quais grupos podem ser verificadas diferenças estatisticamente
significantes.
Os valores obtidos relativos ao torque encontram-se na Tabela 1, na qual,
pode se verificar o comportamento de cada marca em relação à prescrição por meio
da existência ou não de intersecção entre do valor esperado de 12º ±1º (tolerância
adotada) e a amplitude de valores entre os dados máximo e mínimo do intervalo de
confiança de 95%. Os valores em desacordo com o torque de prescrição da técnica
foram apresentados em vermelho. Na comparação entre as marcas, letras
sobrescritas diferentes indicam a presença de diferença significativa entre os grupos
61
(p<0,05). O Gráfico 1 representa os intervalos de confiança de 95% apresentados
por cada marca em relação aos parâmetros da prescrição e a tolerância
considerada. Nos testes realizados, em relação à precisão do torque, os únicos
modelos de braquete que se mostraram de acordo com o padrão proposto pela
norma foram o Portia (Abzil) e o In-Ovation R (GAC).
No teste Kruskal-Wallis a diferença nos valores da mediana entre os grupos
foram superiores ao experado, havendo uma diferença estatística significativa
(P≤0,05).
Tabela 1: Variável torque (ref. = 12o ±1º): análise descritiva gerais dos dados de comparação
entre os fabricantes (média, desvio padrão, mediana, valores gerais e relativos ao intervalo
de confiança de 95%, valores mínimo e máximo). Os valores em desacordo com o torque de
prescrição da técnica foram apresentados em vermelho
GRUPO Média ± D.P. Mediana Confiança-95.000%
Confiança+95.000%
Mínimo Máximo
Orthometric 14,80 ± 2,02 ab 15,04 13,35 16,25 12,14 18,62
Forestadent 13,84 ± 0,37 abd 13,88 13,57 14,11 13,15 14,34
GAC 12,28 ± 0,58 cd 12,21 11,86 12,70 11,34 13,22
Morelli 14,85 ± 0,72 ab 15,05 14,33 15,37 13,43 15,69
Abzil 11,76 ± 0,48 c 11,68 11,42 12,11 11,06 12,67
AO 14,11 ± 0,57 ab 14,08 13,70 14,52 13,00 14,84
Ormco 13,47 ± 0,45 bcd 13,67 13,15 13,79 12,53 13,81
Ortho Organizers 13,92 ± 0,52 ab 13,75 13,54 14,29 13,26 14,64
62
Gráfico 1: Representação gráfica do intervalo de confiança de 95% em relação aos
parâmetros da prescrição para o torqu
Os resultados do teste Qui-quadrado referentes à variável torque
demonstraram que os braquetes SLI (Morelli), Carriere (Ortho Organizers) e
BioQuick (Forestadent) apresentaram 100% da sua amostra fora do padrão,
seguidos do grupo Empower (AO), Damon Q (Ormco) e Orthoclip SLB (Orthometric),
que tiveram 90, 80 e 70% da sua amostra fora do padrão. Os grupos In-Ovation R
(GAC) e Portia (Abzil) tiveram melhor resultados, com 90% e 100%,
respectivamente, dentro do padrão de torque.
Os valores obtidos relativos ao paralelismo das paredes internas da canaleta
encontram-se dispostos na Tabela 2, que segue a mesma estruturação de dados
apresentados para a variável torque na Tabela 1. Considerou-se em acordo com a
norma valores de intervalo de confiança entre +1º e -1º. A representação gráfica dos
intervalos de confiança de 95% em relação aos parâmetros de prescrição está no
Gráfico 2. Nos testes realizados quanto ao paralelismo das canaletas do braquetes,
o único modelo de braquete que apresentou resultados em discordância com o
padrão proposto pela norma foi o SLI (Morelli).
63
Tabela 2: Variável paralelismo (ref. = 0o ±1º): análise descritiva gerais dos dados de
comparação entre os fabricantes (média, mediana, valores gerais e relativos ao intervalo de
confiança de 95%, desvio padrão, valores mínimo e máximo). Os valores em desacordo com
o torque de prescrição da técnica foram apresentados em vermelho
GRUPO Média ± D.P. MedianaConfiança-95.000%
Confiança+95.000%
Mínimo Máximo
Orthometric -1,51 ± 2,92 ac -0,74 -3,60 0,58 -6,56 2,17
Forestadent 0,65 ± 0,74 ab 0,96 0,12 1,19 -0,87 1,31
GAC 0,46 ± 0,82 ab 0,50 -0,12 1,05 -0,70 1,68
Morelli 2,15 ± 1,22 b 1,94 1,28 3,03 0,33 4,18
Abzil 0,86 ± 0,83 ab 1,10 0,26 1,46 -0,63 1,98
AO 1,11 ± 0,98 ab 0,94 0,40 1,82 -0,23 2,38
Ormco -0,24 ± 0,91 ac -0.62 -0,90 0,41 -1,37 1,67
Ortho Organizers 0,87 ± 1,12 ab 1,08 0,07 1,67 -1,00 2,40
No teste Qui-quadrado, não foram apresentadas diferenças estatisticamente
significantes (P=0,137).
Gráfico 2: Representação gráfica do intervalo de confiança de 95% em relação aos
parâmetros da prescrição para o paralelismo
64
Os valores relativos à variável altura da canaleta encontram-se na Tabela 3,
também com a mesma estruturação das tabelas anteriores. Para esta variável a
tolerância aceita foi de 0,56 mm acrescidos de ±0,01 mm de acordo com a norma
ISO 27020. No Gráfico 3, verifica-se a representação gráfica dos intervalos de
confiança de 95% em relação aos parâmetros de prescrição da variável altura da
canaleta. Nos testes realizados, somente os braquetes BioQuick (Forestadent), In-
Ovation R (GAC), Damon Q (Ormco) e Carriere (Ortho Organizers) apresentaram a
média dentro do padrão proposto pela norma, sendo que este último apresentou-se
com valor limítrofe.
Tabela 3: Variável altura (ref. = 0,56mm ±0,01): análise descritiva gerais dos dados de
comparação entre os fabricantes (média, mediana, valores gerais e relativos ao intervalo de
confiança de 95%, desvio padrão, valores mínimo e máximo). Os valores em desacordo com
o torque de prescrição da técnica foram apresentados em vermelho
GRUPO Média ± D.P. MedianaConfiança-95.000%
Confiança +95.000%
Mínimo Máximo
Orthometric 0,5215 ± 0,0194 e 0,5240 0,5076 0,5354 0,4888 0,5421
Forestadent 0,5652 ± 0,0145 ac 0,5687 0,5548 0,5756 0,5308 0,5777
GAC 0,5602 ± 0,0140 cd 0,5627 0,5501 0,5702 0,5365 0,5822
Morelli 0,5845 ± 0,0131 ab 0,5823 0,5751 0,5939 0,5667 0,6164
Abzil 0,5883 ± 0,0124 b 0,5893 0,5794 0,5972 0,5662 0,6100
AO 0,5433 ± 0,084 d 0,5440 0,5373 0,5494 0,5309 0,5551
Ormco 0,5728 ± 0,0165 abc 0,5700 0,5610 0,5846 0,5532 0,6118
Ortho Organizers 0,5809 ± 0,0152 ab 0,5763 0,5700 0,5918 0,5542 0,6039
65
Gráfico 3: Representação gráfica do intervalo de confiança de 95% em relação aos
parâmetros da prescrição para a altura.
Os resultados do teste Qui-quadrado referentes à variável altura
demonstraram que os braquetes Orthoclip SLB (Orthometric), apresentaram 100%
da sua amostra fora do padrão, seguidos do grupo SLI (Morelli), Portia (Abzil) e
Carriere (Ortho Organizers) que tiveram 90% da sua amostra fora do padrão. O
grupo BioQuick (Forestadent), Damon Q (Ormco) e In-Ovation R (GAC) tiveram,
respectivamente, 40%, 50% e 60% da sua amostra dentro do padrão de altura.
DISCUSSÃO
De acordo com a organização internacional de padronização (ISO), no qual
há uma padronização para braquetes e tubos para uso em Ortodontia ISO 27020
(2010), o fabricante deverá deixar disponível no catálogo, na embalagem ou em
qualquer outro meio de acesso, as seguintes informações: uma declaração da
composição do material e a média da dimensão de cada peça, em acordo com as
normas pré-estabelecidas pelo ISO. Esta mesma padronização discorre sobre as
66
dimensões da canaleta do braquete, dividindo suas dimensões em profundidade,
largura e altura [INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARTIZATION, 2011].
Segundo Meling, Odegaard e Seqner (1998), os fabricantes de braquetes não
declaram qual o método que usam quando medem a altura da canaleta dos mesmos
(dimensão vertical) e que muitas vezes não colocam as tolerâncias das dimensões
das canaletas em seus catálogos de produtos ou em suas etiquetas. Seria de
interesse dos ortodontistas ter o conhecimento sobre a exatidão das canaletas dos
braquetes, permitindo um controle maior e momentos de torque mais corretos
[MELING; ODEGAARD; SEQNER, 1998; KUSY; WHITLEY, 1999; CASH et al.,
2004].
Também é de interesse ter conhecimento da eficiência dos vários métodos
usados na produção de braquetes ortodônticos, o que pode influir na precisão das
dimensões do braquete. Segundo Gioka e Eliades (2004), a moldagem poderia
expor os materiais à expansão e à compressão, enquanto a fresagem poderia
incorporar imperfeições e porosidades à superfície dos braquetes. Esses braquetes
seriam melhor confeccionados por meio da injeção-moldagem para a obtenção de
uma correta anatomia de sua base [ROTH, 2002]. Por este processo, os braquetes
são formados dentro da geometria desejada, mas resultam de 17 a 22% maior em
suas dimensões, uma vez que ainda sofrerão a contração após o processo de
sinterização, quando o calor, o solvente, ou ambos, serão responsáveis pela
eliminação e remoção do aglutinante da mistura, ficando no final com as dimensões
ideais [ASSAD-LOSS et al., 2010].
Alguns outros fatores que influenciam na precisão dos braquetes, além do
próprio processo de fabricação, seriam a profundidade das canaletas, pois estas
interferem na eficiência do torque; a espessura do fio; a distância entre as paredes
67
da canaleta (se estão dentro do prescrito) e o paralelismo entre as mesmas
[ANDREASSON, 1972; MEYER; NELSON, 1978].
Neste estudo analisaram-se as oito marcas de braquetes autoligados, sendo
uma marca nacional, Morelli, e sete importadas Abzil, American Orthodontics,
Forestadent, GAC, Ormco, Orthometric e Ortho Organizers. A escolha por braquetes
autoligados de aço inoxidável prescrições Roth e Damon partiu das premissas de
que os braquetes destas prescrições apresentam um uso intenso entre os
ortodontistas e a existência de poucos estudos voltados à qualidade da produção
dos mesmos no que se refere à fidedignidade de suas medidas. A escolha dos
braquetes autoligados se deu devido a estes, nos últimos anos, terem despertado
bastante interesse, causando um impacto na Ortodontia, pois segundo Noble et al.
(2009), a nova geração de ortodontistas tende ao uso do sistema de braquetes
autoligados, no qual 63,04% dos residentes de Ortodontia dos EUA planejam utilizar
este sistema em sua prática clínica. O uso de braquetes autoligados aumentou
exponencialmente, quando mais de 42% dos dentistas norte-americanos
pesquisados relataram o uso de pelo menos um sistema em 2008, enquanto este
valor foi apenas de 8,7% em 2002 [FLEMING; JOHAL, 2010].
A proposta do estudo foi avaliar o torque, o paralelismo entre as paredes
internas das canaletas, assim como a altura destas em braquetes autoligados de
incisivos centrais superiores prescrição de dimensão .022”, em várias marcas
comerciais por meio do uso de um MEV, com o objetivo principal de verificar se cada
marca estaria de acordo com os valores prescritos.
Com relação à metodologia utilizada, várias possibilidades foram analisadas,
até encontrar a que mais se adequasse aos objetivos desta avaliação. Como os
braquetes ortodônticos são peças delicadas, pequenas, de difícil manipulação e
68
padronização para o operador, teve-se uma preocupação muito grande em relação à
padronização das peças a serem examinadas. Em alguns estudos se confeccionou
um gabarito para posicionar os braquetes de modo padronizado [CASH et al., 2004;
ASSAD-LOSS et al., 2010; MAJOR et al., 2010; BHALLA et al., 2010; JOCH,
2010], assim como também foi preocupação deste experimento. Neste trabalho
ainda foi dado outro passo, ao colar os braquetes de uma forma padronizada em
uma superfície lisa do corpo de prova, possibilitando avaliar as distorções das bases
dos braquetes. Isto é, avaliou as imperfeições do braquetes no seu corpo e as
criadas no momento da colagem por imperfeições de sua base, eventualmente
confeccionada de forma pouco precisa, trazendo uma informação mais próxima da
realidade clínica. Com o cuidado de evitar um possível excesso de material de
colagem, optou-se pelo uso de Éster de Cianoacrilato em forma de gel (Super
Bonder Gel – Loctite).
Observou-se que alguns autores que estudaram materiais ortodônticos
desenvolveram dispositivos mecânicos para realizar suas pesquisas [FLORES et al.,
1994; MELING; ODEGAARD; SEQNER, 1998]. Outros utilizaram sistemas
computadorizados, como Fischer-Brandies et al. (2000), ou de computação gráfica
(CAD), como Kang et al. (2003). Contudo, os microscópios ópticos ou eletrônicos de
varredura estavam presentes na maioria das avaliações de materiais ortodônticos
[JONES et al., 2002; ZINELIS et al., 2004; CASH et al., 2004; ASSAD-LOSS et al.,
2010; MAJOR et al., 2010; BHALLA, 2010; JOCH et al., 2010]. Em vista disso,
para a mensuração das imagens dos braquetes para esta pesquisa, a precisão do
microscópio foi unida à tecnologia de digitalização e ampliação de imagens. Assim,
haveria precisão somada a uma visualização que atenderia à comunidade científica.
O MEV com um aumento de 50 vezes foi a forma de digitalização das imagens
69
escolhida por apresentar algumas vantagens em relação às avaliações realizadas
com a Microscopia Ótica (MO): a capacidade de obter imagens em profundidade e
desta forma, permitir a visualização de toda a face do braquete independente de seu
relevo, possibilitando avaliar o corpo do braquete em uma única imagem com boa
definição, ou seja, diminuindo a margem de erros na avaliação, pois a precisão e a
visualização estariam se complementando atendendo aos requisitos da comunidade
científica. Acredita-se que esta opção favoreceu a ausência de erro metodológico
significativo na avaliação da amostra.
Todas as preocupações com a padronização e precisão da metodologia foram
confirmadas pelos resultados do erro do método, quando em todas as análises não
foram verificados erros estatisticamente significantes, dando mais credibilidade ao
examinador.
De acordo com a literatura, a inclinação presente em um braquete pode ser
avaliada de duas formas: mensurando-se os ângulos formados entre as paredes
laterais da canaleta e a base do braquete [MEYER; NELSON, 1978], ou ainda pelo
ângulo formado entre o assoalho da canaleta e a base do braquete [KAPUR-
WADHWA, 2004; KUSY, 2004; STREVA et al., 2011]. No entanto, após considerar a
literatura, observou-se que a metodologia utilizada para avaliar a inclinação que
apresentou resultados mais confiáveis foram os que se basearam nas paredes
laterais da canaleta. Os trabalhos que utilizaram o assoalho da canaleta
apresentaram maior limitação de sua precisão, pois mesmo que o fio encoste-se ao
assoalho da mesma, não possibilitaria uma avaliação geométrica da ação do torque
[KANG et al, 2003; KAPUR-WADHWA, 2004]. Tal método de mensuração parece
ser de menor influência porque, no momento desta ação, o material que prende o fio
à canaleta, elástico ou amarrilho, forma uma ligação frágil e incompleta [GIOKA;
70
ELIADES, 2004; ODEGAARD; MELING; MELLING, 1994], e desta forma não
promove a ação mais completa do torque. Assim, esta pesquisa foi realizada
buscando avaliar o ângulo formado entre as paredes laterais da canaleta e a base
do braquete, por ser considerada a forma mais apropriada precisa e com maior
associação com os resultados clínicos.
A precisão do torque dos braquetes oriundos de várias marcas comerciais foi
avaliada por vários autores [Joch et al. (2010), Streva et al. (2011) e Major et al.
(2011)]. Neste estudo, somente os braquetes In-Ovation R (GAC) e Portia (Abzil)
estavam dentro do padrão de 12º, considerando-se a tolerância de ±1º em relação
ao intervalo de confiança de 95%. Todos os demais braquetes apresentaram torque
superior à norma, sendo que os braquetes SLI (Morelli) e Orthoclip SL (Orthometric)
apresentaram uma mediana superior a 15º. Pôde-se observar que houve grande
diversidade de resultados tanto entre as marcas avaliadas, como destas em relação
à prescrição, indicando que a precisão dos torques dos braquetes se mostrou
questionável.
Levando em consideração a importância da precisão na finalização do
tratamento ortodôntico, este estudo propôs avaliar o paralelismo entre as paredes
internas nos braquetes autoligados. O valor padrão de 0° indicaria um paralelismo
perfeito, considerando a norma ISO 27020, que aceita uma tolerância de até ±1º.
Para esta valiação, mediu-se o ângulo formado entre as paredes cervical e incisal da
canaleta. Esta tolerância de + 1° a -1° é questionável, visto que o valor de 2°
representa uma imprecisão relevante em se tratando de braquetes pré-ajustados, e
uma folga desta magnitude implica na necessidade de ajustes significativos dos
arcos para atingir os corretos posicionamentos dentários exigidos pelo tratamento
ortodôntico.
71
Assim como na literatura [Cash et al., 2004; Bhalla et al., 2010], neste
estudo podemos observar que as paredes das canaletas dos braquetes foram
divergentes na maior parte dos corpos de prova, com intensidade bastante variável.
O grupo de braquetes SLI (Morelli) foi o único em que paralelismo das paredes
internas das canaletas não esteve em acordo com o padrão, considerando o
intervalo de confiança. O grupo Damon (Ormco) mais se aproximou de um
paralelismo perfeito, uma vez que verificou-se interseção total entre os valores do
intervalo de confiança e os parâmetros normativos e de tolerância (ISO 27020) . Do
ponto de vista clínico, uma grande amplitude entre o valor máximo e o valor mínimo
do paralelismo desejado, pode promover, ao longo da terapia ortodôntica, uma
assimetria de posicionamento dos dentes. Este fato, associado a outros fatores
relativos à mecânica e ao paciente, poderia acarretar interferências oclusais, caso o
ortodontista não realize ajustes compensatórios nos fios.
A imagem da altura da canaleta quando aumentada de tamanho apresentaria
algumas imperfeições [CASH et al., 2004; ASSAD-LOSS et al., 2010; MAJOR et
al., 2010; BHALLA et al., 2010; JOCH et al., 2010; STREVA, 2011], portanto nesta
pesquisa a justificativa de desconsiderar 0,10mm do topo e da base da altura da
canaleta foi para diminuir a quantidade de arredondamentos e/ou imperfeições, mais
comuns nas extremidades das paredes. A medição ficou entre esses dois pontos e a
medida considerada foi a menor encontrada, para minimizar ainda mais a chance de
erro. Alguns artigos já relataram que as paredes das canaletas não seriam
perpendicurales, portanto a menor distância pode não ser a que está no topo da
superfície da canaleta ou mais próximo da base [CASH et al., 2004, BHALLA et al.,
2010]. Então a opção pela utilização da menor distância encontrada dentro de cada
corpo de prova se deve ao fato de ser este ponto aquele que entrará primeiramente
72
em contato com o fio ortodôntico, nas diversas fases e etapas da movimentação
ortodôntica.
Pesquisas para avaliar as dimensões de altura e profundidade da canaleta
dos braquetes, verificando se estavam em acordo com o divulgado pelos fabricantes
já foram realizadas [SEBANC et al., 1984; KUSY; WHITLEY, 1999; CASH et al.,
2004; DEMLING et al., 2009; ASSAD-LOSS et al., 2010; MAJOR et al., 2010;
BHALLA et al., 2010; JOCH et al., 2010]. Quando a amostra deste estudo foi
comparada com os valores preconizados para a canaleta .022”, seguindo a norma
ISO 27020 (0,56mm, tolerância de ± 0,01mm), somente os braquetes BioQuick
(Forestadent), In-Ovation R (GAC) e Damon Q (Ormco) estiveram dentro do padrão.
Os braquetes Orthoclip SL (Orthometric) e Empower (AO) apresentaram a distância
cérvico-incisal menores que o padrão de 0,55mm, considerando o intervalo de
confiança de 95%. Valores de altura da canaleta inferiores tendem a aumentar o
contato braquete e fio, o que eleva o coeficiente de atrito, entretanto também
potencializa a expressão do torque do fio retangular, uma vez que a folga entre fio e
braquete será menor que a esperada. Já as demais marcas apresentaram valores
do intervalo de confiança superiores a 0,57mm, o que proporciona raciocínio inverso
ao que visto para os grupos Orthometric e AO. Comportamento limite foi observado
pelo grupo dos braquetes Carriere, da Ortho Organizers, que apresentaram o limite
inferior do intervalo de confiança extamente em 0,57mm. Apesar de haver interseção
mínima entre estes resultados e os valores de referência e tolerância, pode-se
considerar que estes braquetes encontram-se fora da prescrição quanto a variável
altura, confirmado pelo teste Qui-Quadrado, que indicou que mais de 90% da
amostra mostrou resultados fora do padrão. Os resultados verificados na variável
altura da canaleta corroboram com a literatura científica [CASH et al., 2004;
73
DEMLING et al., 2009; ASSAD-LOSS et al., 2010; BHALLA et al., 2010 ; MAJOR
et al., 2010], demonstrando que as dimensões dos fabricantes não mostraram-se
plenamente precisas e em acordo com a prescrição. Neste estudo também pôde-se
observar, assim como no estudo de Bhalla et al. (2010), que em grande parte dos
braquetes as distâncias entre as paredes das canaletas foi maior que a prescrição,
fato que pode favorecer um baixo indice de atrito, em oposição a certa falta de
precisão na expressão do torque e inclinação.
Os resultados aqui alcançados, quanto à precisão da dimensão das
canaletas, do paralelismo das mesmas e do torque inserido ao braquete mostraram
dados heterogêneos entre as marcas avaliadas, por vezes em desacordo com a
prescrição da técnica. Por meio de microscopia eletrônica verificou-se o grande grau
de variabilidade de medidas, dentro de uma mesma marca e também entre marcas
diferentes. Apesar de serem poucos os trabalhos sobre precisão de acessórios
ortodônticos e mesmo utilizando braquetes diferentes, de marcas diferentes e
técnicas diferentes, estes poucos trabalhos também apresentaram heterogeneidade
e divergência em relação à prescrição, confirmando certa imprecisão nos acessórios
(CASH et al., 2004; DEMLING et al., 2009; ASSAD-LOSS et al., 2010; BHALLA et
al., 2010; JOCH et al., 2010; MAJOR et al., 2010; MAJOR et al., 2011; STREVA et
al., 2011).
Diante de todo o contexto apresentado, acredita-se que este estudo possa
alertar os ortodontistas em relação à precisão dos aparelhos ortodônticos, no qual a
individualização na finalização dos tratamentos na maioria das vezes será
necessária, inclusive em sistemas modernos como os autoligados. Além disso, saber
que imprecisões podem ocorrer, cabendo ao ortodontista identificar e compensar
essas variações da melhor maneira possível. Entretando, esta pesquisa mostra que
74
além desses cuidados a atenção deverá ser voltada também para a escolha do
aparelho em relação à fidedignidade de suas dimensões. Os fatores que influenciam
na confecção dos braquetes são vários, o ideal seria um controle mais rígido em
todas as etapas com aferições fieis e constantes. As fábricas por mais que sejam
automizadas ainda contam com pessoas em algumas etapas, portanto, calibrações
e aferições deveriam ser algo rotineiro, pois o erro pode ocorrer em qualquer etapa.
O ortodontista deverá estar sempre atendo às imperfeições, que na maioria das
vezes são imperceptíveis a olho nú, porém podem causar alguns efeitos
indesejáveis ou não previsíveis durante o tratamento ortodôntico. Pesquisas como
esta podem também proporcionar um estímulo para melhorias no segmento
industrial, principalmente conscientizá-los que a precisão dos aparelhos pré-
ajustados são extremamente importantes para um tratamento ortodôntico mais
rápido, minimizando dobras e efeitos indesejáveis para o sistema estomatognático e
facilitando o trabalho do ortodontista. Espera-se que mais pesquisas envolvendo
materiais ortodônticos sejam realizadas para que essa conscientização se acentue
tanto para os ortodontistas como para os fabricantes.
CONCLUSÃO
De acordo com a metodologia empregada e os resultados obtidos, pode-se
concluir que:
Somente o grupo de braquetes Portia (Abzil) e In-Ovation R avaliados mostra-
ram resultados compatíveis com a prescrição quanto à variável torque.
75
Quanto ao paralelismo das paredes internas da canaleta, a maioria dos mo-
delos avaliados tiveram resultados em consonância com a prescrição da téc-
nica, exceto o grupo SLI (Morelli).
Na avaliação da altura da canaleta dos braquetes, somente os BioQuick (Fo-
restadent), Damon Q (Ormco) e In-Ovation R (GAC), apresentaram-se em
acordo com os parâmetros de prescrição. Sendo que o Carriere (Ortho Orga-
nizers) esteve no limite extremo dentro da tolerância.
Ao comparar os valores do torque, do paralelismo entre as paredes internas e
da altura das canaletas encontrados entre as oito marcas comerciais
analisadas, observou-se que houve grande variabilidade de resultados quanto
a todas as variáveis analisadas.
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88
ANEXOS
89
ANEXO 1 – Relatório Estatístico dos Resultados
TORQUE Normality Test (Shapiro-Wilk) Failed (P < 0,050) Kruskal-Wallis One Way Analysis of Variance on Ranks Group N Missing Median 25% 75% Orthometric 10 0 15,040 12,865 16,288 Forestadent 10 0 13,885 13,547 14,150 GAC 10 0 12,210 11,873 12,750 Morelli 10 0 15,055 14,258 15,430 Abzil 10 0 11,680 11,425 12,155 AO 10 0 14,085 13,705 14,605 Ormco 10 0 13,670 13,328 13,722 Ortho Organizers 10 0 13,750 13,448 14,512 H = 49,843 with 7 degrees of freedom. (P = <0,001) The differences in the median values among the treatment groups are greater than would be expected by chance; there is a statistically significant difference (P = <0,001) To isolate the group or groups that differ from the others use a multiple comparison procedure. All Pairwise Multiple Comparison Procedures (Tukey Test): Comparison Diff of Ranks q P<0,05 Morelli vs Abzil 562,500 7,655 Yes Morelli vs GAC 501,500 6,825 Yes Morelli vs Ormco 280,000 3,810 No Morelli vs Forestadent 192,000 2,613 Do Not Test Morelli vs Ortho Organizers 186,000 2,531 Do Not Test Morelli vs AO 120,000 1,633 Do Not Test Morelli vs Orthometric 106,000 1,442 Do Not Test Orthometric vs Abzil 456,500 6,212 Yes Orthometric vs GAC 395,500 5,382 Yes Orthometric vs Ormco 174,000 2,368 Do Not Test Orthometric vs Forestadent 86,000 1,170 Do Not Test Orthometric vs Ortho Organiz 80,000 1,089 Do Not Test Orthometric vs AO 14,000 0,191 Do Not Test AO vs Abzil 442,500 6,022 Yes AO vs GAC 381,500 5,192 Yes AO vs Ormco 160,000 2,177 Do Not Test AO vs Forestadent 72,000 0,980 Do Not Test AO vs Ortho Organizers 66,000 0,898 Do Not Test Ortho Organizers vs Abzil 376,500 5,124 Yes Ortho Organizers vs GAC 315,500 4,293 Yes Ortho Organizers vs Ormco 94,000 1,279 Do Not Test
90 Ortho Organiz vs Forestadent 6,000 0,0816 Do Not Test Forestadent vs Abzil 370,500 5,042 Yes Forestadent vs GAC 309,500 4,212 No Forestadent vs Ormco 88,000 1,198 Do Not Test Ormco vs Abzil 282,500 3,844 No Ormco vs GAC 221,500 3,014 Do Not Test GAC vs Abzil 61,000 0,830 Do Not Test Note: The multiple comparisons on ranks do not include an adjustment for ties. A result of "Do Not Test" occurs for a comparison when no significant difference is found between the two rank sums that enclose that comparison. For example, if you had four rank sums sorted in order, and found no significant difference between rank sums 4 vs. 2, then you would not test 4 vs. 3 and 3 vs. 2, but still test 4 vs. 1 and 3 vs. 1 (4 vs. 3 and 3 vs. 2 are enclosed by 4 vs. 2: 4 3 2 1). Note that not testing the enclosed rank sums is a procedural rule, and a result of Do Not Test should be treated as if there is no significant difference between the rank sums, even though one may appear to exist.
Cell No.
Tukey HSD test; variable TORQUE (Tabela Mestrado (1))Homogenous Groups, alpha = ,05000
Error: Between MS = ,77013, df = 72,000 GRUPO TORQUE
Mean a b c d
5 Abzil 11.76600 **** 3 GAC 12.28400 **** ****7 Ormco 13.47400 **** **** ****2 Forestadent 13.84500 **** **** ****8 Ortho Organizers 13.92000 **** **** 6 AO 14.11500 **** **** 1 Orthometric 14.80300 **** **** 4 Morelli 14.85600 **** ****
Análise descritiva (Na Sequência: Média, N, Valor mínimo, Valor máximo, Desvio Padrão, 1º Quartil, Mediana e 3º Quartil).
Breakdown Table of Descriptive Statistics N=80(No missing data in dep. var. list)
GRUPO Mean N Minimum Maximum Std.Dev. Q25 Median Q75 Orthometric 14.80300 10 12.14000 18.62000 2.026930 12.99000 15.04000 16.27000 Forestadent 13.84500 10 13.15000 14.34000 0.373311 13.55000 13.88500 14.09000
GAC 12.28400 10 11.34000 13.22000 0.586102 11.91000 12.21000 12.67000 Morelli 14.85600 10 13.43000 15.69000 0.725139 14.30000 15.05500 15.37000 Abzil 11.76600 10 11.06000 12.67000 0.481091 11.44000 11.68000 12.14000 AO 14.11500 10 13.00000 14.84000 0.575698 13.74000 14.08500 14.53000
Ormco 13.47400 10 12.53000 13.81000 0.450535 13.52000 13.67000 13.70000 Ortho
Organizers 13.92000 10 13.26000 14.64000 0.527320 13.46000 13.75000 14.51000
All Grps 13.63287 80 11.06000 18.62000 1.335968 12.67000 13.70000 14.39000
91
Erro do método
Caso 1a. Medição 1a. Medição diferença dif ^2
1 13,54 13,58 0,04 0,0016
2 13,95 13,82 -0,13 0,0169
3 13,82 14,22 0,4 0,16
4 12,57 12,3 -0,27 0,0729
5 12,99 12,61 -0,38 0,1444
6 12,67 12,83 0,16 0,0256
7 14,13 15,15 1,02 1,0404
8 15,37 15,44 0,07 0,0049
9 15,61 15,52 -0,09 0,0081
10 13,6 13,14 -0,46 0,2116
11 13,7 14,03 0,33 0,1089
12 13,64 14,26 0,62 0,3844
13 12,49 13,98 1,49 2,2201
14 15,51 14,49 -1,02 1,0404
15 12,99 14,49 1,5 2,25
16 13,46 14,49 1,03 1,0609
17 13,7 13,62 -0,08 0,0064
18 14,64 14,16 -0,48 0,2304
19 11,38 11,56 0,18 0,0324
20 12,14 12,74 0,6 0,36
21 11,52 11,85 0,33 0,1089
22 13,6 13,09 -0,51 0,2601
23 14,13 14,49 0,36 0,1296
24 14,53 14,28 -0,25 0,0625
Erro casual
Dahlberg= 0,455096144
Erro sistemático
t pareado= 1,446346668
p= 0,161571106
Média 1a.med.= 13,57
dp 1a.med.= 1,119238872
Média 2a.med.= 13,75583333
dp 2a.med.= 1,057745415
92
Média diferença= 0,185833333
dp diferença= 0,629443624
Correlação r = 0,834264784
p= 4,0601E-07
Intervalo de confiança
GRUPO TORQUE TORQUE TORQUE
Mean Confidence -95.000%
Confidence +95.000%
Orthometric 14,80300 13,35302 16,25298
Forestadent 13,84500 13,57795 14,11205
GAC 12,28400 11,86473 12,70327
Morelli 14,85600 14,33727 15,37473
Abzil 11,76600 11,42185 12,11015
AO 14,11500 13,70317 14,52683
Ormco 13,47400 13,15171 13,79629
Ortho Organizers 13,92000 13,54278 14,29722
All Grps 13,63288 13,33557 13,93018
Teste qui-quadrado Análise por coluna
Subjects
1‐
Ortho‐
metric
2‐
Foresta‐
dent
3‐GAC 4‐
Morelli 5‐Abzil 6‐AO 7‐Ormco
8‐Ortho
Organi‐
zers
FORA 7.000 10.000 1.000 10.000 0 9.000 8.000 10.000 Counts
6.875 6.875 6.875 6.875 6.875 6.875 6.875 6.875 Expected Counts
12.727 18.182 1.818 18.182 0 16.364 14.545 18.182 Row %
70.000 100.000 10.000 100.000 0 90.000 80.000 100.000 Column %
93
8.750 12.500 1.250 12.500 0 11.250 10.000 12.500 Total %
DENTRO
FAIXA 3.000 0 9.000 0 10.000 1.000 2.000 0 Counts
3.125 3.125 3.125 3.125 3.125 3.125 3.125 3.125 Expected Counts
12.000 0 36.000 0 40.000 4.000 8.000 0 Row %
30.000 0 90.000 0 100.000 10.000 20.000 0 Column %
3.750 0 11.250 0 12.500 1.250 2.500 0 Total %
Análise por linha
Subjects
1‐
Orthometric
2‐
Forestadent
3‐
GAC
4‐
Morelli 5‐Abzil 6‐AO
7‐
Ormco
8‐Ortho Organi‐
zers
FORA 7.000 10.000 1.000 10.000 0 9.000 8.000 10.000 Counts
6.875 6.875 6.875 6.875 6.875 6.875 6.875 6.875
Expected
Counts
12.727 18.182 1.818 18.182 0
16.36
4 14.545 18.182 Row %
70.000 100.000
10.00
0 100.000 0
90.00
0 80.000 100.000 Column %
8.750 12.500 1.250 12.500 0
11.25
0 10.000 12.500 Total %
DENTRO
FAIXA 3.000 0 9.000 0 10.000 1.000 2.000 0 Counts
3.125 3.125 3.125 3.125 3.125 3.125 3.125 3.125
Expected
Counts
12.000 0
36.00
0 0 40.000 4.000 8.000 0 Row %
30.000 0
90.00
0 0
100.00
0
10.00
0 20.000 0 Column %
3.750 0
11.25
0 0 12.500 1.250 2.500 0 Total %
PARALELISMO Normality Test (Shapiro-Wilk) Failed (P < 0,050) Test execution ended by user request, ANOVA on Ranks begun Kruskal-Wallis One Way Analysis of Variance on Ranks Group N Missing Median 25% 75%
94 Orthometric 10 0 -0,745 -3,267 0,652 Forestadent 10 0 0,965 0,213 1,167 GAC 10 0 0,500 -0,270 1,272 Morelli 10 0 1,940 1,293 3,242 Abzil 10 0 1,105 0,193 1,610 AO 10 0 0,945 0,163 2,090 Ormco 10 0 -0,620 -0,870 0,467 Ortho Organizers 10 0 1,085 -0,208 1,722 H = 26,143 with 7 degrees of freedom. (P = <0,001) The differences in the median values among the treatment groups are greater than would be expected by chance; there is a statistically significant difference (P = <0,001) To isolate the group or groups that differ from the others use a multiple comparison procedure. All Pairwise Multiple Comparison Procedures (Tukey Test): Comparison Diff of Ranks q P<0,05 Morelli vs Orthometric 432,500 5,886 Yes Morelli vs Ormco 425,000 5,784 Yes Morelli vs GAC 276,500 3,763 No Morelli vs Forestadent 243,500 3,314 Do Not Test Morelli vs Ortho Organizers 197,000 2,681 Do Not Test Morelli vs Abzil 191,500 2,606 Do Not Test Morelli vs AO 158,000 2,150 Do Not Test AO vs Orthometric 274,500 3,735 No AO vs Ormco 267,000 3,633 Do Not Test AO vs GAC 118,500 1,613 Do Not Test AO vs Forestadent 85,500 1,164 Do Not Test AO vs Ortho Organizers 39,000 0,531 Do Not Test AO vs Abzil 33,500 0,456 Do Not Test Abzil vs Orthometric 241,000 3,280 Do Not Test Abzil vs Ormco 233,500 3,178 Do Not Test Abzil vs GAC 85,000 1,157 Do Not Test Abzil vs Forestadent 52,000 0,708 Do Not Test Abzil vs Ortho Organizers 5,500 0,0748 Do Not Test Ortho Organiz vs Orthometric 235,500 3,205 Do Not Test Ortho Organizers vs Ormco 228,000 3,103 Do Not Test Ortho Organizers vs GAC 79,500 1,082 Do Not Test Ortho Organiz vs Forestadent 46,500 0,633 Do Not Test Forestadent vs Orthometric 189,000 2,572 Do Not Test Forestadent vs Ormco 181,500 2,470 Do Not Test Forestadent vs GAC 33,000 0,449 Do Not Test GAC vs Orthometric 156,000 2,123 Do Not Test GAC vs Ormco 148,500 2,021 Do Not Test Ormco vs Orthometric 7,500 0,102 Do Not Test Note: The multiple comparisons on ranks do not include an adjustment for ties. A result of "Do Not Test" occurs for a comparison when no significant difference is found between the two rank sums that enclose that comparison. For example, if you had four rank
95
sums sorted in order, and found no significant difference between rank sums 4 vs. 2, then you would not test 4 vs. 3 and 3 vs. 2, but still test 4 vs. 1 and 3 vs. 1 (4 vs. 3 and 3 vs. 2 are enclosed by 4 vs. 2: 4 3 2 1). Note that not testing the enclosed rank sums is a procedural rule, and a result of Do Not Test should be treated as if there is no significant difference between the rank sums, even though one may appear to exist.
Cell No.
Tukey HSD test; variable PARALELISMO (Tabela Mestrado (1))
Homogenous Groups, alpha = ,05000 Error: Between MS = 1,8884, df = 72,000
GRUPO PARALELISMOMean
a b c
1 Orthometric -1.51200 **** ****7 Ormco -0.24600 **** ****3 GAC 0.46100 **** **** 2 Forestadent 0.65700 **** **** 5 Abzil 0.86600 **** **** 8 Ortho Organizers 0.87500 **** **** 6 AO 1.11400 **** **** 4 Morelli 2.15800 ****
Análise descritiva (Na Sequência: Média, N, Valor mínimo, Valor máximo, Desvio Padrão, 1º Quartil, Mediana e 3º Quartil).
Breakdown Table of Descriptive Statistics N=80(No missing data in dep. var. list)
GRUPO Mean N Minimum Maximum Std.Dev. Q25 Median Q75 Orthometric -1.51200 10 -6.56000 2.170000 2.928571 -2.23000 -0.745000 0.500000Forestadent 0.65700 10 -0.87000 1.310000 0.749371 0.44000 0.965000 1.140000
GAC 0.46100 10 -0.70000 1.680000 0.825812 -0.21000 0.500000 1.190000Morelli 2.15800 10 0.33000 4.180000 1.226692 1.54000 1.940000 3.190000Abzil 0.86600 10 -0.63000 1.980000 0.838149 0.32000 1.105000 1.600000AO 1.11400 10 -0.23000 2.380000 0.988862 0.29000 0.945000 2.070000
Ormco -0.24600 10 -1.37000 1.670000 0.918951 -0.87000 -0.620000 0.460000Ortho
Organizers 0.87500 10 -1.00000 2.400000 1.121480 -0.20000 1.085000 1.520000
All Grps 0.54663 80 -6.56000 4.180000 1.653940 -0.23000 0.720000 1.530000 Erro do método
Caso 1a. Medição 1a. Medição diferença dif ^2
1 1,08 1,75 0,67 0,4489
2 1,31 -0,4 -1,71 2,9241
3 1,05 0,63 -0,42 0,1764
4 -0,45 1,66 2,11 4,4521
5 0,55 0,22 -0,33 0,1089
6 1,19 0,65 -0,54 0,2916
96
7 2,01 3,73 1,72 2,9584
8 1,87 2,21 0,34 0,1156
9 3,19 5,08 1,89 3,5721
10 0,46 1,52 1,06 1,1236
11 -0,87 -0,07 0,8 0,64
12 -0,74 0,38 1,12 1,2544
13 1,11 -2,66 -3,77 14,2129
14 0,5 0,85 0,35 0,1225
15 -1,91 0,85 2,76 7,6176
16 0,39 0,85 0,46 0,2116
17 2,33 1,06 -1,27 1,6129
18 1,52 0,76 -0,76 0,5776
19 0,57 -0,12 -0,69 0,4761
20 1,6 0,87 -0,73 0,5329
21 1,06 2,35 1,29 1,6641
22 2,38 1,63 -0,75 0,5625
23 0,87 0,85 -0,02 0,0004
24 -0,22 -0,76 -0,54 0,2916
Erro casual
Dahlberg= 0,978400055
Erro sistemático
t pareado= 0,44088186
p= 0,663414894
Média 1a.med.= 0,86875
dp 1a.med.= 1,151967363
Média 2a.med.= 0,995416667
dp 2a.med.= 1,493807447
Média diferença= 0,126666667
dp diferença= 1,407491344
Correlação r = 0,458345431
p= 0,024288623
Intervalo de confiança
GRUPO PARALELISMO PARALELISMO PARALELISMO
Mean Confidence -95.000%
Confidence +95.000%
97
Orthometric -1,51200 -3,60697 0,582974
Forestadent 0,65700 0,12093 1,193068
GAC 0,46100 -0,12975 1,051750
Morelli 2,15800 1,28048 3,035523
Abzil 0,86600 0,26642 1,465575
AO 1,11400 0,40661 1,821390
Ormco -0,24600 -0,90338 0,411378
Ortho Organizers 0,87500 0,07274 1,677258
All Grps 0,54663 0,17856 0,914691
Teste qui-quadrado
Análise por coluna
Subjects
1-Ortho-metric
2-Forestadent 3-GAC
4-Morelli 5-Abzil 6-AO
7-Ormco
8-Ortho Organi-
zers
FORA 7.000 5.000 3.000 8.000 6.000 5.000 2.000 6.000 Counts
5.250 5.250 5.250 5.250 5.250 5.250 5.250 2.250 Expected Counts
16.667 11.905 7.143 19.048 14.286 11.905 4.762 14.286 Row %
70.000 50.000 30.000 80.000 60.000 50.000 20.000 60.000 Column %
8.750 6.250 3.750 10.000 7.500 6.250 2.500 7.500 Total %
DENTRO
FAIXA 3.000 5.000 7.000 2.000 4.000 5.000 8.000 4.000 Counts
4.750 4.750 4.750 4.750 4.750 4.750 4.750 4.750 Expected Counts
7.895 13.158 18.421 5.263 10.526 13.158 21.053 10.526 Row %
98
30.000 50.000 70.000 20.000 40.000 50.000 80.000 40.000 Column %
3.750 6.250 8.750 2.500 5.000 6.250 10.000 5.000 Total %
Chi-square= 11,028 with 7 de-grees of freedom. (P = 0,137)
The proportions of observations in different columns of the contingency table do not vary from row to row. The two characteristics that define the contingency table are not signifi-cantly related. (P = 0,137)
Power of performed test with alpha = 0,050: 0,660
ALTURA Normality Test (Shapiro-Wilk) Passed (P = 0,420) Equal Variance Test: Passed (P = 0,825) Group Name N Missing Mean Std Dev SEM Orthometric 10 0 52,154 1,941 0,614 Forestadent 10 0 56,523 1,457 0,461 GAC 10 0 56,023 1,407 0,445 Morelli 10 0 58,457 1,310 0,414 Abzil 10 0 58,836 1,246 0,394 AO 10 0 54,337 0,844 0,267 Ormco 10 0 57,285 1,655 0,523 Ortho Organizers 10 0 58,097 1,520 0,481 Source of Variation DF SS MS F P Between Groups 7 362,374 51,768 24,500 <0,001 Residual 72 152,134 2,113 Total 79 514,507 The differences in the mean values among the treatment groups are greater than would be expected by chance; there is a statistically significant difference (P = <0,001). Power of performed test with alpha = 0,050: 1,000 All Pairwise Multiple Comparison Procedures (Tukey Test): Comparisons for factor: GRUPO Comparison Diff of Means p q P P<0,050 Abzil vs. Orthometric 6,682 8 14,537 <0,001 Yes Abzil vs. AO 4,499 8 9,787 <0,001 Yes Abzil vs. GAC 2,813 8 6,120 0,001 Yes Abzil vs. Forestadent 2,313 8 5,032 0,015 Yes Abzil vs. Ormco 1,551 8 3,374 0,264 No Abzil vs. Ortho Organizers 0,739 8 1,608 0,946 Do Not Test Abzil vs. Morelli 0,379 8 0,825 0,999 Do Not Test Morelli vs. Orthometric 6,303 8 13,712 <0,001 Yes
99
Morelli vs. AO 4,120 8 8,963 <0,001 Yes Morelli vs. GAC 2,434 8 5,295 0,008 Yes Morelli vs. Forestadent 1,934 8 4,207 0,073 No Morelli vs. Ormco 1,172 8 2,550 0,620 Do Not Test Morelli vs. Ortho Organizers 0,360 8 0,783 0,999 Do Not Test Ortho Organi vs. Orthometric 5,943 8 12,929 <0,001 Yes Ortho Organizers vs. AO 3,760 8 8,180 <0,001 Yes Ortho Organizers vs. GAC 2,074 8 4,512 0,042 Yes Ortho Organi vs. Forestadent 1,574 8 3,424 0,247 Do Not Test Ortho Organizers vs. Ormco 0,812 8 1,766 0,914 Do Not Test Ormco vs. Orthometric 5,131 8 11,162 <0,001 Yes Ormco vs. AO 2,948 8 6,413 <0,001 Yes Ormco vs. GAC 1,262 8 2,745 0,528 No Ormco vs. Forestadent 0,762 8 1,658 0,937 Do Not Test Forestadent vs. Orthometric 4,369 8 9,505 <0,001 Yes Forestadent vs. AO 2,186 8 4,756 0,026 Yes Forestadent vs. GAC 0,500 8 1,088 0,994 Do Not Test GAC vs. Orthometric 3,869 8 8,417 <0,001 Yes GAC vs. AO 1,686 8 3,668 0,175 No AO vs. Orthometric 2,183 8 4,749 0,026 Yes A result of "Do Not Test" occurs for a comparison when no significant difference is found between two means that enclose that comparison. For example, if you had four means sorted in order, and found no difference between means 4 vs. 2, then you would not test 4 vs. 3 and 3 vs. 2, but still test 4 vs. 1 and 3 vs. 1 (4 vs. 3 and 3 vs. 2 are enclosed by 4 vs. 2: 4 3 2 1). Note that not testing the enclosed means is a procedural rule, and a result of Do Not Test should be treated as if there is no significant difference between the means, even though one may appear to exist.
Cell No.
Tukey HSD test; variable ALTURA (Tabela Mestrado (1)) Homogenous Groups, alpha = ,05000
Error: Between MS = 2,1130, df = 72,000 GRUPO ALTURA
Mean a B c d e
1 Orthometric 52.15400 ****6 AO 54.33700 **** 3 GAC 56.02300 **** **** 2 Forestadent 56.52300 **** **** 7 Ormco 57.28500 **** **** **** 8 Ortho Organizers 58.09700 **** **** 4 Morelli 58.45700 **** **** 5 Abzil 58.83600 ****
Análise descritiva (Na Sequência: Média, N, Valor mínimo, Valor máximo, Desvio Padrão, 1º Quartil, Mediana e 3º Quartil).
Breakdown Table of Descriptive Statistics (Tabela Mestrado (1)) N=80(No missing data in dep. var. list)
GRUPO Mean N Minimum Maximum Std.Dev. Q25 Median Q75 Orthometric 52.15400 10 48.88000 54.21000 1.941049 51.64000 52.40500 54.03000Forestadent 56.52300 10 53.08000 57.77000 1.456747 55.75000 56.87500 57.65000
100
Breakdown Table of Descriptive Statistics (Tabela Mestrado (1)) N=80(No missing data in dep. var. list)
GRUPO Mean N Minimum Maximum Std.Dev. Q25 Median Q75 GAC 56.02300 10 53.65000 58.22000 1.407441 55.24000 56.27000 56.99000
Morelli 58.45700 10 56.67000 61.64000 1.310039 57.74000 58.23500 58.89000Abzil 58.83600 10 56.62000 61.00000 1.246000 57.80000 58.93000 59.39000AO 54.33700 10 53.09000 55.51000 0.844275 53.63000 54.40000 55.22000
Ormco 57.28500 10 55.32000 61.18000 1.655189 56.13000 57.00000 57.78000Ortho
Organizers 58.09700 10 55.42000 60.39000 1.520490 57.26000 57.63000 58.92000
All Grps 56.46400 80 48.88000 61.64000 2.552009 54.97000 56.90000 58.00000Erro do método
Caso 1a. Medição 1a. Medição diferença dif ^2
1 57,69 58,28 0,59 0,3481
2 55,75 56,56 0,81 0,6561
3 53,08 57,42 4,34 18,8356
4 56,7 55,12 -1,58 2,4964
5 55,24 56,47 1,23 1,5129
6 53,65 53,6 -0,05 0,0025
7 58,89 55,22 -3,67 13,4689
8 58,27 56,35 -1,92 3,6864
9 58,62 58,3 -0,32 0,1024
10 56,12 56,6 0,48 0,2304
11 57,38 58,82 1,44 2,0736
12 57,78 57,67 -0,11 0,0121
13 51,69 52,05 0,36 0,1296
14 53,21 53,12 -0,09 0,0081
15 54,21 54,41 0,2 0,04
16 60,39 55,47 -4,92 24,2064
17 57,16 58,01 0,85 0,7225
18 58,77 58,43 -0,34 0,1156
19 60,14 59,89 -0,25 0,0625
20 58,98 60,09 1,11 1,2321
21 58,88 58,88 0 0
22 55,22 56,18 0,96 0,9216
23 55,51 55,64 0,13 0,0169
24 53,83 53,9 0,07 0,0049
Erro casual
Dahlberg= 1,215229745
Erro sistemático
t pareado= 0,079076462
p= 0,937655789
101
Média 1a.med.= 56,54833333
dp 1a.med.= 2,413749864
Média 2a.med.= 56,52
dp 2a.med.= 2,149760351
Média diferença= -0,028333333
dp diferença= 1,755319039
Correlação r = 0,709822327
p= 0,000102334
Intervalo de confiança
GRUPO ALTURA ALTURA ALTURA
Mean Confidence-95.000%
Confidence+95.000%
Orthometric 52,15400 50,76546 53,54254
Forestadent 56,52300 55,48091 57,56509
GAC 56,02300 55,01618 57,02982
Morelli 58,45700 57,51985 59,39415
Abzil 58,83600 57,94467 59,72733
AO 54,33700 53,73304 54,94096
Ormco 57,28500 56,10095 58,46905
Ortho Organizers 58,09700 57,00931 59,18469
All Grps 56,46400 55,89608 57,03192
Teste qui-quadrado
Análise por coluna
102
Subjects 1‐Orthometric 2‐Forestadent 3‐GAC 4‐Morelli 5‐Abzil 6‐AO 7‐Ormco 8‐Ortho Organizers
FORA 10.000 6.000 4.000 9.000 9.000 7.000 5.000 9.000 Counts
7.375 7.375 7.375 7.375 7.375 7.375 7.375 7.375 Expected Counts
16.949 10.169 6.780 15.254 15.254 11.864 8.475 15.254 Row %
100.000 60.000 40.000 90.000 90.000 70.000 50.000 90.000 Column %
12.500 7.500 5.000 11.250 11.250 8.750 6.250 11.250 Total %
DENTRO FAIXA 0 4.000 6.000 1.000 1.000 3.000 5.000 1.000 Counts
2.625 2.625 2.625 2.625 2.625 2.625 2.625 2.625 Expected Counts
0 19.048 28.571 4.762 4.762 14.286 23.810 4.762 Row %
0 40.000 60.000 10.000 10.000 30.000 50.000 10.000 Column %
0 5.000 7.500 1.250 1.250 3.750 6.250 1.250 Total %
Análise por linha
Subjects 1‐Orthometric 2‐Forestadent 3‐GAC 4‐Morelli 5‐Abzil 6‐AO 7‐Ormco 8‐Ortho Organizers
FORA 10.000 6.000 4.000 9.000 9000 7.000 5.000 9.000 Counts
7.375 7.375 7.375 7.375 7.375 7.375 7.375 7.375 Expected Counts
16.949 10.169 6.780 15.254 15.254 11.864 8.475 15.254 Row %
100.000 60.000 40.000 90.000 90000 70.000 50.000 90.000 Column %
12.500 7.500 5.000 11.250 11250 8.750 6.250 11.250 Total %
DENTRO FAIXA 0 4000 6.000 1000 1.000 3.000 5.000 1000 Counts
2.625 2.625 2.625 2.625 2.625 2.625 2.625 2.625 Expected Counts
0 19.048 28.571 4.762 4.762 14.286 23.810 4.762 Row %
0 40000 60.000 10000 10.000 30.000 50.000 10000 Column %
0 5000 7.500 1250 1.250 3.750 6.250 1250 Total %
Chi-square= 17,498 with 7 degrees of freedom. (P = 0,014)
The proportions of observations in different columns of the contingency table vary from row to row. The twrelated. (P = 0,014)
Power of performed test with alpha = 0,050: 0,888
GRUPO TORQUE (11 até 13) PARALELISMO (-1 até +1) ALTURA (0,55 até 0,57)
1-Orthometric FORA FORA FORA
1-Orthometric FORA FORA FORA
1-Orthometric FORA FORA FORA
1-Orthometric DENTRO FAIXA FORA FORA
1-Orthometric FORA FORA FORA
1-Orthometric FORA DENTRO FAIXA FORA
103
1-Orthometric FORA DENTRO FAIXA FORA
1-Orthometric DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA FORA
1-Orthometric FORA FORA FORA
1-Orthometric DENTRO FAIXA FORA FORA
2-Forestadent FORA FORA FORA
2-Forestadent FORA DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA
2-Forestadent FORA FORA DENTRO FAIXA
2-Forestadent FORA DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA
2-Forestadent FORA DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA
2-Forestadent FORA DENTRO FAIXA FORA
2-Forestadent FORA FORA FORA
2-Forestadent FORA FORA FORA
2-Forestadent FORA FORA FORA
2-Forestadent FORA DENTRO FAIXA FORA
3-GAC DENTRO FAIXA FORA FORA
3-GAC DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA FORA
3-GAC DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA
3-GAC DENTRO FAIXA FORA DENTRO FAIXA
3-GAC DENTRO FAIXA FORA DENTRO FAIXA
3-GAC FORA DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA
3-GAC DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA
3-GAC DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA
3-GAC DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA FORA
3-GAC DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA FORA
4-Morelli FORA FORA DENTRO FAIXA
4-Morelli FORA FORA FORA
4-Morelli FORA FORA FORA
4-Morelli FORA DENTRO FAIXA FORA
4-Morelli FORA FORA FORA
4-Morelli FORA FORA FORA
4-Morelli FORA FORA FORA
4-Morelli FORA FORA FORA
4-Morelli FORA FORA FORA
4-Morelli FORA DENTRO FAIXA FORA
5-Abzil DENTRO FAIXA FORA DENTRO FAIXA
5-Abzil DENTRO FAIXA FORA FORA
5-Abzil DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA FORA
5-Abzil DENTRO FAIXA FORA FORA
5-Abzil DENTRO FAIXA FORA FORA
5-Abzil DENTRO FAIXA FORA FORA
5-Abzil DENTRO FAIXA FORA FORA
5-Abzil DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA FORA
5-Abzil DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA FORA
5-Abzil DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA FORA
104
6-AO FORA FORA FORA
6-AO FORA DENTRO FAIXA FORA
6-AO DENTRO FAIXA FORA FORA
6-AO FORA DENTRO FAIXA FORA
6-AO FORA DENTRO FAIXA FORA
6-AO FORA FORA FORA
6-AO FORA DENTRO FAIXA FORA
6-AO FORA FORA DENTRO FAIXA
6-AO FORA FORA DENTRO FAIXA
6-AO FORA DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA
7-Ormco FORA FORA DENTRO FAIXA
7-Ormco FORA DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA
7-Ormco DENTRO FAIXA FORA DENTRO FAIXA
7-Ormco DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA
7-Ormco FORA DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA
7-Ormco FORA DENTRO FAIXA FORA
7-Ormco FORA DENTRO FAIXA FORA
7-Ormco FORA DENTRO FAIXA FORA
7-Ormco FORA DENTRO FAIXA FORA
7-Ormco FORA DENTRO FAIXA FORA
8-Ortho Organizers FORA DENTRO FAIXA DENTRO FAIXA
8-Ortho Organizers FORA FORA FORA
8-Ortho Organizers FORA FORA FORA
8-Ortho Organizers FORA FORA FORA
8-Ortho Organizers FORA DENTRO FAIXA FORA
8-Ortho Organizers FORA FORA FORA
8-Ortho Organizers FORA FORA FORA
8-Ortho Organizers FORA FORA FORA
8-Ortho Organizers FORA DENTRO FAIXA FORA
8-Ortho Organizers FORA DENTRO FAIXA FORA
105
ANEXO 2 – Norma ISO 27020