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SUMÁRIOSUMÁRIO ................................................................................................................ ............. 1 PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA NA ESCOLA ................................................... ............... 2
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ...................................................................... ................ 2 TEMA DE ESTUDO: Simetrias na Matemática e na Biologia ...................................... 2
1.ASPECTOS GERAIS SOBRE O ENSINO DE GEOMETRIA ................................... ................. 2 1.1. A geometria no ensino de matemática. .............................................. ................... 2
2. SIMETRIA ............................................................................................. ....................... 4 2.1. Introdução ....................................................................................................... ... 5 2.2. Breve Histórico da Simetria .............................................................. .................. 5 2.3. Definições de Simetria .......................................................... ............................. 7 2.4 A Simetria na Matemática ............................................................... ...................... 8 2. 5 Operações de Simetria ............................................................................. ............. 9
I. Reflexão ............................................................................................... ................ 9 II. Translação ...................................................................................... ................... 10 III. Rotação .......................................................................................... .................. 11 IV. Reflexão deslizante ................................................................................... ........ 12
2. 6 Classes de Simetria .................................................................................. ........... 12 I. Rosetas ........................................................................................ ....................... 13 II. Frisos ou padrões de faixas .......................................................................... ...... 13 III. Papéis de parede ......................................................................... .................... 14
3. A Simetria na Natureza e na Biologia .............................................. .......................... 14 3. 1 Introdução ...................................................................................................... .... 14 3.2 A Simetria na Biologia ........................................................................ .................. 15
I. Simetria Esférica ...................................................................... ......................... 15 II. Simetria Radial ................................................................................ .................. 16 III. Simetria Bilateral .................................................................................. ............ 17 IV. Outros Casos de Simetria ........................................................................... ...... 19
4. CONSIDERAÇÕES SOBRE A SIMETRIA NA MATEMÁTICA E NA BIOLOGIA ...................... 20 5. CURIOSIDADES ............................................................................ ............................. 21
I. Simetria nos mosaicos ................................................................................... ...... 21 II.Simetria na Arquitetura .............................................................. ......................... 22 III. Simetria nos Cristais ............................................................................... ........... 23 III. Simetria nas Arte ..................................................................................... ......... 23 IV. Simetrias em Artesanatos e Cerâmica ............................................................. . 24
6. SUGESTÕES DE ATIVIDADES ................................................................................ ..... 25 Atividade 1 ................................................................................................................. 25 Atividade 2: Trabalho em malha quadriculada ....................................... ..................... 25 ....................................................................................................................... ........... 25 Atividade 3: Trabalho no geoplano .............................................................................. 25 ....................................................................................................................... ........... 26 Atividade 4: Polígonos estrelados ............................................................ ................... 26 ....................................................................................................................... ........... 26 Atividade 5: Tangram redondo ............................................................................... ..... 26 ....................................................................................................................... ........... 26 Atividade 6: Dobraduras – Rosetas ............................................................ ................. 27 ....................................................................................................................... ........... 27
1
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA NA ESCOLA
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Judith Amélia Bellincanta
Área PDE: Matemática
NRE: Maringá
Professor Orientador IES: Valdeni Soliani Franco
IES vinculada: UEM
Escola de Implementação: Colégio Santa Maria Goretti
Público objeto de intervenção: Ensino Fundamental
TEMA DE ESTUDO: Simetrias na Matemática e na Biologia
TÍTULO: As Simetrias na Matemática e na Biologia: os conceitos são os mesmos?
1. ASPECTOS GERAIS SOBRE O ENSINO DE GEOMETRIA
1.1. A geometria no ensino de matemática.
Ao se percorrer a historia da humanidade constatamos que a geometria
está presente na vida do homem desde a idade a pedra. No entanto, pelos
registros ela surgiu no Egito, por volta de 3000 a.C, e era usada para
resolver problemas relacionados à vida, isto é, para dividir terras férteis,
construir casas, na observação de astros. As civilizações babilônicas,
hindu chinesa que datam deste mesmo período histórico também faziam
uso da geometria para resolver problemas do dia a dia.
Na Grécia antiga temos o desenvolvimento da geometria demonstrativa.
Os intelectuais da época tinham preocupação da exploração do espaço
abstrato, por meio dedutivo. Destacam-se neste período, Tales de Mileto,
Hipócrates, Pitágoras e principalmente Euclides, considerado até hoje o
2
maior geômetra do mundo. Ele inaugurou um método para explorar o
Universo, que seria reproduzido em outros campos da ciência. As
verdades da geometria. As demonstrações feitas por Euclides
permaneceram inabaláveis por mais de dois milênios. Somente no século
XIX após muitos matemáticos tentaram demonstrar seu quinto postulado,
usando os quatro anteriores sem sucesso é que surgem outras
geometrias, a geometria hiperbólica, a geometria elíptica, a geometria
projetiva, entre outras. Tais descobertas muito contribuíram para avanços
das ciências.
A geometria no ensino de matemática, durante muito tempo esteve
fundamentada na Geometria Euclidiana, sendo assim, privilegiava
demonstrações de teoremas e interpretação de propriedades das figuras
geométricas. Esses fatos deram à geometria uma configuração abstrata,
desligada da realidade, das outras ciências, de outras disciplinas do
currículo escolar e até mesmo das outras partes da matemática.
As mudanças começam a acontecer a partir da década de 60, devido à
influência do Movimento da Matemática Moderna que veio para dar uma
nova significação à matemática, esta priorizava a teoria de conjuntos, a
axiomatização, as estruturas algébricas e a lógica dando à geometria um
tratamento árido e inadequado. Contudo, outros fatores contribuíram
para que a geometria não mais fosse ensinada. Para Miguel (1986 p.
65,66):
[...] o conseqüente despreparo da grande maioria dos professores
que atuam nas escolas no que se refere ao ensino da Geometria; a
divulgação generalizada – da falsa afirmação de que a Geometria é
uma parte da matemática bastante abstrata e de difícil
aprendizagem por parte da criança; e finalmente, o
desconhecimento por parte dos professores da importância que o
ensino da Geometria cumpre na formação e desenvolvimento
cognitivo da criança e mesmo na concretização e compreensão de
tópicos não-geométricos.
3
As mudanças no ensino de geometria começaram no início dos anos 90
com novos direcionamentos dos currículos e com capacitações de
professores. Em virtude desses fatos, hoje se tem um novo olhar para a
geometria na escola, sabe-se de sua importância para o desenvolvimento
do raciocínio, da percepção, visualização espacial, reconhecimento de
formas, abstração de formas e a capacidade de representá-las através de
desenho ou da construção do que foi visualizado (OCHI, p. 10).
As pesquisas realizadas em Educação Matemática muito têm contribuído
para o novo direcionamento do ensino da geometria na educação básica.
Isto é reforçado pelos currículos vigentes que destacam sua importância
para a formação do aluno, à medida que é fundamental ao
desenvolvimento de habilidades e do pensar geométrico, favorece o
pensamento ligado as relações espaciais a e a capacidade de síntese.
Miguel (1986, p. 66), define geometria como “o estudo das propriedades
dos objetos e das transformações a que estes podem ser submetidos –
desde as transformações mais simples, que alteram apenas a posição de
um objeto, às mais complexas, que destroem a sua forma até
descaracterizá-lo por completo”.
Portanto, estando à geometria na natureza e nas formas espalhadas por
todas as partes, é necessário que a aprendizagem dela seja significativa,
para isso, se deve buscar o equilíbrio entre o intuitivo e o dedutivo, o
concreto e o abstrato, o experimental e o lógico. Miguel (apud MALBA
TAHAM, P.67), faz uma citação de Platão “a geometria existe em toda
parte. No disco do sol, na folha da tamareira, no arco iris, no diamante,
na estrela-do-mar, na teia de aranha, na flor de maracujá [...]”.
Pelo que foi exposto fica claro que a geometria merece destaque nos
currículos e na educação matemática em todos os níveis de ensino.
Neste projeto o enfoque é em simetria, fazendo relação entre os conceitos
na matemática e na biologia.
2. SIMETRIA
4
2.1. Introdução
A simetria está presente no cotidiano e na natureza. Seja nas asas de uma
borboleta ou numa simples folha de árvore. O sentido da simetria é a
idéia pela qual o homem tem tentado compreender e criar a ordem, a
beleza e a perfeição através dos tempos (WEYL, p. 17).
A palavra simetria é utilizada na linguagem coloquial com dois
significados, em um, simétrico indica algo bem-proporcionado ou bem-
balanceado, em outro, denota a concordância em que várias partes de
algo se integram em uma unidade.
2.2. Breve Histórico da Simetria
Desde os pré-egipícios o homem tem observado, analisado regularidades
presentes no seu cotidiano e na natureza aplicando-as nas construções de
templos, casas, esculturas e obras artísticas. O livro chinês I Ching (2205
a. C) é o primeiro que apresenta estudo sobre simetria do qual se tem
registro. Depois se vê referências às regularidades chamadas de Simetria
com Policleto, escultor grego do século V a.C., que em seu livro sobre
proporções a usa para definir a harmoniosa perfeição de esculturas,
Fídias (500-431 a.C), escultor grego que a entendeu como “a devida
disposição, o equilíbrio e a correspondência adequada das formas
parciais em qualquer totalidade formal”, Vitruvius (80 a. C), arquiteto
romano que a definia como “a harmonia apropriada que resulta dos
membros da própria obra e a correspondência modular que resulta das
partes separadas em relação à aparência de todo corpo”, esta definição
tanto se aplica a um edifício como ao corpo humano e à pintura, além de
outros da antiguidade. A arquitetura clássica dessa época tinha como
principio absoluto, a simetria de suas construções (ROHDE, 1982, p.46).
Depois vem um período em que a simetria é esquecida. Seu retorno
começa com Leonardo da Vinci (1452-1519), ele estudou grupos de
simetria cíclica (rotatória) plana, deixou esquemas de objetos simétricos
no Codex Madrid I, como rolamento de esferas, mas seus estudos
5
mostram a simetria de um prédio bilateral e em jogos das lúnulas1 (ver
ilustração abaixo), Dürer (1528) estabelece um conjunto de leis de
proporções para a figura humana, além de outros da antiguidade.
Shubnikov (1651) é o precursor dos espaços simétricos estudados pelos
grupos, Cordemoy (1736) afirma que “a simetria é a relação que o lado
direito tem com o esquerdo, as partes inferiores com as superiores, e as
da frente com as de trás” (ROHDE, p.49), Repton e Montesquieu, colocam
que “a simetria é necessária quando se apresenta uma multiplicidade de
objetos em um ponto de vista único, pois por ela nós formamos uma idéia
rápida do total” e mais, que a simetria “não é essencialmente visual: é
intelectual” (ROHDE, p. 49), Göethe (1749-1832), poeta alemão que
estudava minerais e plantas anotou a tendência da natureza à
espiralização, dando a esse fenômeno o nome de filotaxia2 quando
ocorria nos vegetais.
Hessel (1830) foi o primeiro a deduzir todos os tipos de simetria possíveis
nos cristais. Haeckel (1866), zoólogo e evolucionista classifica pela
primeira vez os animais quanto à sua simetria, ele usa as mesmas regras
usadas para os cristais. No século XX destacam-se os trabalhos de
Hombigche (1917 e1920), Broglie (1924), Speiser (1932), Corbusier
(1950) e Weyl (1952), seu estudo dá uma idéia da simetria como “a
invariância de uma transformação na configuração de elementos
submetida a um grupo de transformações automórficas”, um marco no
retorno ao ideal grego (ROHDE, p. 50).
1 Lúnula é uma figura geométrica limitada por dois arcos circulares, com concavidade no mesmo sentido, de raios distintos. As lúnulas foram objetos estudas por Hipocrates de Chios ( matemático grego que viveu no século V a. C.)
2 Filotaxia é o padrão de distribuição das folhas ao longo do caule das plantas.
6
Fig.2 ROHDE, G, M. Simetria
2.3. Definições de Simetria
Simetria é a propriedade pela qual um ente, objeto ou forma exibe
partes correspondentes (ou congruentes) quando submetida a uma
operação especifica. A simetria, portanto, é uma operação que
mantém uma forma invariante. (ROHDE, p. 13)
Simetria é todo movimento de um ente ou objeto, sem que este
altere sua forma ou tamanho. (BIEMBENGUT, SILVA, p. 39).
Simetria é uma característica que pode ser observada em algumas
formas geométricas, equações matemáticas ou outros objetos. O
seu conceito está relacionado com o de isometria e associadas às
operações reflexão, reflexão deslizante, rotação e translação.
Isometria é uma transformação que mantém as distancias entre
pontos. Ou seja, os segmentos da figura transformada são
geometricamente iguais aos da figura original, podendo variar a
direção e o sentido. Os ângulos mantêm também a sua amplitude.
Existem isometrias simples e isometrias compostas.
A simetria é aplicada em várias ações humanas: na geometria,
matemática, biologia, física, artes e também na literatura.
7
2.4 A Simetria na Matemática
No ensino da matemática as simetrias das figuras são estudadas para
proporcionar a conceituação de congruência e de semelhança procurando
desenvolver a capacidade de perceber se duas figuras têm ou não a
mesma forma e o mesmo tamanho independente da posição que elas
ocupem no espaço.
Para representar e estudar a simetria podem ser usadas fórmulas
matemáticas ou modelos geométricos. Uma figura também é considerada
simétrica, se ao rodá-la por um determinado ângulo, em torno de um
ponto, ela for sobreponível ponto por ponto (segundo os princípios da
geometria euclidiana). Finalmente se ao transladar uma figura em
determinada direção ela permanecer inalterada, a figura é simétrica.
A simétrica de uma imagem preservará comprimentos e ângulos, mas
nem sempre mantém a direção e sentido das várias partes da figura.
A utilização da natureza é uma boa estratégia metodológica a ser
aplicada na disciplina de matemática, pois, contribui para elucidar alguns
de seus conteúdos, como é o caso da geometria aproveitando formas
geométricas ali presentes. Esta permite evidenciar alguns parâmetros
matemáticos específicos, como por exemplo, as coordenadas polares, os
ângulos, o volume, os prismas os poliedros, entre outros, agindo de forma
que os alunos possam assimilar e compreender conceitos aparentemente
abstractos, de forma mais simples, aprazível e expressiva. Além disso, os
alunos podem apreciar as formas geométricas na natureza, fazendo
assim, comparações com os conceitos aprendidos e estimular a sua
própria imaginação.
Para o estudo das operações de simetria é necessário sabermos o que é:
8
- Módulo de simetria: É a menor das partes de um ente ou forma que, se
repetida ou operada, dá origem ao ente ou forma ao qual pertence.
- Motivo: É uma parte de um módulo. Na maioria das vezes não simétrica
intrinsecamente. Ele pode também ser um arranjo especial.
- Os elementos especiais que podem dar origem a um motivo em uma
forma são uma saliência, uma reentrância, uma mancha, uma estria, um
conjunto de faces. Nesse caso, podemos ter uma sucessão de módulos de
simetria formando um motivo.
2. 5 Operações de Simetria
A simetria é observada segundo os movimentos: Translação, Rotação,
Reflexão e Reflexão deslizante.
I. Reflexão
Reflexão é a simetria bilateral obtida colocando-se um objeto diante de
um espelho e considerando-se a forma e sua imagem. Ela também é
conhecida por simetria axial.
Na simetria de reflexão existe um eixo que poderá estar na figura ou fora
dela, e que servirá como um espelho refletindo a imagem da figura
desenhada. A figura poderá ter vários eixos de simetria.
A simetria bilateral é um conceito absolutamente preciso e estritamente
geométrico. (WEYL, p.16).
Um objeto, ente ou forma que possui simetria de reflexão tem um plano
imaginário que divide em duas partes idênticas de natureza espetacular
(enantiomorfas3) (ROHDE, p. 20). Esses eixos são encontrados na
arquitetura, na geometria plana, na biologia, no desenho geométrico etc.
9
Fig.2 Acervo próprio Fig.3 Acervo Próprio
Fig. 4 Acervo próprio Fig. 5 Acervo próprio
Fig.6 Acervo Próprio Fig.6 A Acervo próprio
II. Translação
Translação é um movimento tal que todos os pontos da figura percorrem
segmentos paralelos de mesmo comprimento.
Na simetria de translação a figura desliza sobre uma reta mantendo-se
inalterada. Ela tem dois elementos, o comprimento de translação, ou
período e a repetição da forma.
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A translação está presente na maioria das formas naturais e em algumas
artificiais. É a propriedade necessária para compor mosaicos. E nas
faixas de ornamentos é usada a translação inidimensional em sua
dimensão longitudinal.
Fig. 7 Acervo próprio
Fig. 8 Acervo próprio
III. RotaçãoRotação é um movimento onde todos os pontos de circunferências com
centro em O e todos esses arcos correspondem a uma medida de ângulo.
Ela é uma simetria simples também chamada de simetria cíclica ou
simetria rotatória.
Na simetria de rotação a figura toda gira em torno de um ponto que pode
estar na figura ou fora dela, e cada ponto da figura percorre um ângulo
com vértice nesse ponto.
11
A rotação tanto pode ser para a direita como para a esquerda (rotação
dextrógira ou levógira).
Fig.9 Acervo próprio Fig. 10 Acervo próprio
IV. Reflexão deslizanteÉ a operação combinada de simetria que congrega a reflexão com a
translação paralela ao plano de reflexão. Observe nas figuras a seguir que
há uma reflexão em torno de um eixo, em seguida uma translação
paralela a este eixo.
Fig.11 Acervo próprio
2. 6 Classes de Simetria
12
As combinações das possíveis operações sobre os motivos e os módulos produzem vários tipos de simetrias, ou ornamentos, que são classificados, conforme segue.
I. Rosetas
Rosetas são ornamentos limitados,
em que as únicas operações
permitidas são as rotações e
reflexões.
Fig.12 Acervo próprio
Fig.13 Acervo próprio Fig.14 Acervo próprio
II. Frisos ou padrões de faixas
São padrões com simetria de translação numa única direção. Nos frisos
podemos ter todas as outras operações. O importante é que a translação
ocorre em uma única direção.
13
Fig.15; 16 Acervo próprio
III. Papéis de parede
Padrão com simetria de translação em direções diferentes
(independentes). É a classe de simetria no plano mais geral, em que
podem ocorrer todas as operações de simetria.
Fig.17
www.prof2000.pt/users/j.pinto/textos/Frisos_pavimenta
coes.pdf
3. A Simetria na Natureza e na Biologia
3. 1 Introdução
A simetria na natureza é um fenômeno único e fascinante. Ela expressa o
equilíbrio e proporção, padrão e regularidade, harmonia e beleza, ordem
e perfeição. Está muito presente na natureza, nas formas vivas e
inanimadas.
14
O sentido de simetria é a idéia pela qual o homem tem tentado
compreender e criar a ordem, a beleza e a perfeição, através dos tempos
(WEYL, p.17).
A simetria das formas naturais espelha uma estrutura interna, um ritmo,
uma morfologia regular, ou a função de um determinado ser. (ROHDE, p.
13).
3.2 A Simetria na Biologia
A simetria das formas naturais espelha uma estruturação interna, um
ritmo, uma morfologia regular, ou a função de um determinado ser
(ROHDE, p.13).
A simetria é uma propriedade puramente visual, ela se revela de forma
intuitiva e passível de especulações intelectuais. Uma curiosidade sobre
isso é o fato dos morcegos perceberem a forma pela audição, as cascáveis
pela pele, certos peixes pela eletricidade e os cegos pelo tato, audição e
perspicácia. De todos esses exemplos, só os cegos podem abstrair a
simetria.
Na biologia a simetria está presente na Fauna, Flora ou em outros
elementos da natureza.
As operações de simetria encontradas na biologia são, a esférica, a radial,
a bilateral e suas variações, como, birradial, pentaradial e multiradial.
I. Simetria Esférica
A simetria esférica caracteriza-se em seres vivos, organismos e objetos
que apresentam uma forma esférica, com suas partes dispostas
concentricamente ao redor, ou irradiando do seu centro geométrico.
Então esse centro apresenta a propriedade: qualquer plano que passa por
ele divide-o em duas partes, ou metades espetaculares.
Todos os pontos que passam pelo centro são apolares ou homopolares,
isto é, em suas extremidades há estruturas idênticas. Esse tipo de
simetria é encontrado em animais primitivos, os protozoários, na esfera.
15
Assim, essa simetria é encontrada em bactérias e outros vegetais
inferiores. No caso, das bactérias podem mudar a forma geométrica, mas
a simetria se mantém.
Fig. 18 Acervo próprio Fig.19 Domínio público
II. Simetria Radial
A simetria radial é aquela em que um eixo passa através do animal, ou
vegetal, e as partes se repetem em volta desse eixo. Qualquer plano que
passar pelo eixo central dividirá o organismo em metades espetaculares.
Essa simetria é encontrada na maioria dos vegetais, ou nos elementos
destes, como as flores, folhas e também em certos animais primitivos,
como, a estrela-do-mar, ouriços do mar, medusas pilíferos, cnidários,
equinodermos etc.
Nos vegetais superiores, como, ervas, arbustos e árvores, existe um eixo
de simetria longitudinal raiz-caule. Citamos os exemplos dessa simetria,
os pinheiros, as coníferas, cogumelos e outras.
As flores apresentam sua simetria cíclica quanto à corola e verticilos em
actinomorfas e zigomorfas3.
Quando existem dois planos de simetria que divide o animal em duas
partes espetacular ela é chamada “Simetria Birradial”
3 Actinomorfa qualquer órgão, ou parte, de uma planta que tenha simetria radiada, possui vários planos de simetria; Zigomorfa simetria floral em que o órgão só admite um plano de simetria, isto é, simetria bilateral (Dicionário Aurélio online)
16
Fig. 20 Acervo próprio Fig.21 Acervo próprio
Fig.22 Acervo próprio Fig.23 Acervo próprio
Fig.24 Domínio público Fig.25 Acervo próprio
III. Simetria Bilateral
17
A simetria bilateral é aquela em que há apenas um
plano capaz de dividir o objeto em metades
simétricas.
É a simetria mais freqüente nos animais
superiores, nos mamíferos, répteis e aves. O
homem também está incluso nessa simetria.Fig.26 Acervo
próprio
Urucum
Fig.27 Acervo próprio Fig.28 Acervo próprio
Fig.29; 30 Acervo
próprio
Fig.31 Acervo próprio
18
Fig.32 Domínio público Fig.33 Domínio público
IV. Outros Casos de SimetriaFolhas
Inflorescência é a parte da planta onde
se localizam as flores. A planta
fanerógama possui flores dispostas de
maneira regular. Esses arranjos
possuem diversos tipos de simetria.
As espigas e os cachos têm simetria de
reflexão deslizante. As umbelas têm
simetria de rotação.
Nas folhas podemos encontrar dois
tipos de simetria, a de forma e a de
disposição. Elas podem ser bilateraisFig. 34 Acervo próprio
Fig.35 Acervo
próprio
Fig. 36 Acervo próprio Fig.37 Acervo
próprio
19
Fig.38 Acervo próprio Fig.39 Acervo próprio
Umbelas
Fig.40 Acervo próprio Fig.41 Acervo próprioFlor de Hortência Flor de cera
Fig. 42 Abacaxi Fig. 43 Rosa
4. CONSIDERAÇÕES SOBRE A SIMETRIA NA MATEMÁTICA E NA BIOLOGIA
20
Pelo estudo feito constata-se que as simetrias nas duas Ciências
apresentam semelhanças em alguns aspectos e divergem em outros.
A simetria de translação não tem correspondente na biologia. Ela está
presente em formas geométricas, em construções, pinturas, frisos,
papéis de parede, entre outros.
A simetria denominada de Reflexão na matemática, na biologia recebe
o nome de simetria Bilateral, porém os conceitos são semelhantes.
Quanto ao número de eixos, na matemática pode existir vários eixos de
simetria, na biologia ocorre um ou dois eixos de simetria.
A simetria Esférica está definida na biologia, mas também está
presente nas formas geométricas esféricas.
A simetria de Rotação definida na matemática difere da simetria
Radial definida na biologia no que se refere ao eixo. Na matemática o
eixo pode estar na figura ou fora dela, na biologia o eixo corta o animal
5. CURIOSIDADES
I. Simetria nos mosaicos
Mosaicos de Escher que apresentam simetria.
Fig.44 bp2.blogger.com/.../TRILHO+DA+VIDA_ESCHER.jpg
Fig.45 www.mcescher.com/Gallery/symmetry-
bmp/E69.jpg
Mosaico geométrico
21
Fig.46 Acervo próprio
II.Simetria na Arquitetura
A simetria utilizada na arquitetura, visa
atingir dois ideais. O primeiro é a
organização do espaço de uma maneira
funcional, o segundo é a estética.
A simetria visa buscar, o equilíbrio da
composição arquitetônica.
Fig. 47 Loja maçônicaImagem domínio público
Fig.48Catedral de Notre Damme - Imagem domínio
público
Fig.49 Torre Eiffel- Imagem domínio público
22
III. Simetria nos CristaisUm cristal é todo corpo que, ao passar do
estado líquido ou gasoso para o estado
sólido, devido às forças interatômicas,
adquiri uma ordenação estrutural de
elementos químicos e, por isso, manifesta
forma exterior poliédrica. As operações de
simetria encontradas nos cristais são a
simetria de translação, de reflexão e
rotação.Fig.50designinteligente.blo
gspot.com/2008_02_01_arc...
III. Simetria nas ArteObra de Leonardo da Vinci
Na arte, a simetria não tem o mesmo rigor que
na matemática, mas em obras de artes não pode
faltar o equilíbrio, pois é uma exigência
constante em todo ser humano.
A simetria num quadro e em escultura dá um
toque de dignidade, austeridade e classe. As
estatuas da Ilha de Páscoa, o Kouros grego, os
desenhos de Leonardo da Vinci, as xilogravuras
de Odetto Guersoni são exemplos de simetria em
obras de artes nas diversas épocas e estilos.Fig.53 Homem Vitrurius – Imagem Domínio público
23
Fig.54 gostodisto.blogs.sapo.pt/arquivo/M
oai.jpgEstátuas – Ilha de Páscoa
Fig.55Amadeo.blog.com/repository/1169420
/2634612.jpg
IV. Simetrias em Artesanatos e Cerâmica
Fig.56 Imagem Domínio públicoFig.57
antoniofnogueira.blogs.sapo.pt/.../2005_03.html
Fig.58 Acervo próprio Pulseira
macramê
Fig.59 IMENES. Geometria dos
mosaicos
24
6. SUGESTÕES DE ATIVIDADES
Atividade 1
Materiais: folha de sulfite,lápis, tesoura, lápis de cor e régua.
Procedimento:
- Dobre a folha de sulfite ao meio;
- Faça um desenho a partir dobra;
- Recorte o traçado e abra a folha;
- Destaque a linha que divide a folha de duas partes iguais;
- Pinte o desenho resultante como você preferir.
Atividade 2: Trabalho em malha quadriculada
Materiais: folhas de papel
quadriculado, lápis, régua, lápis
de cor.
Procedimento:
-Trace na folha uma linha
vertical ou horizontal que a
divida em duas partes iguais;
- produza um desenho à
esquerda da linha e depois o
reproduza à direita;
- Pinte como preferir.Fig.60 Acervo próprio
Atividade 3: Trabalho no geoplano
25
Materiais: Geoplano, elásticos.
Procedimento:
- No geoplano o professor pode
trabalhar todos os tipo de
simetrias.
- Outra opção para trabalhar é o
geoplano circular.Fig.61 Acervo próprio
Atividade 4: Polígonos estrelados
Materiais: papel sulfite, régua,
compasso, lápis, lápis de cor,
transferidor.
Procedimento: O procedimento é
determinado pelo professor de
acordo com o polígono estrelado
que será feito.
Fig.62 Acervo próprio
Atividade 5: Tangram redondo
Materiais: Cartolina simples de
cor clara, compasso, lápis, régua,
tesoura, lápis de cor.
Procedimento: - Construa na
cartolina um tangram, modelo
redondo;
- Pinte cada peça de cor diferente;
- recorte as peças;
- Usando a criatividade faça
construções que tenham simetria
26
de rotação.Fig.63 Acervo próprio
Atividade 6: Dobraduras – Rosetas
Materiais: papel dobradura, régua
tesoura, lápis.
Procedimento: O professor sugere
o modo de fazer as dobraduras.
Fig.64 Acervo próprio
7. REFERÊNCIAS
AMABIS, J. M.; MARTHO, R. Fundamentos da Biologia Moderna.
Volume único. São Paulo: Moderna, 1994.
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