projeto de graduação _parte 01
-
Upload
cleuber-da-silva-junior -
Category
Documents
-
view
223 -
download
1
description
Transcript of projeto de graduação _parte 01
2001/02 - 2009/02
Universidade Federal do
Espírito Santo
2001/02 - 2009/02
Cleuber da Silva Júnior
Orientado por Clara L. Mi-
randa e Marco Antonio C.
Romanelli.
Trabalho de Conclusão
de Curso produzido para
a disciplina Projeto de
Graduação II e apresenta-
do ao Departamento de Ar-
quitetura e Urbanismo do
Centro de Artes da UFES,
como requisito parcial
para graduação em arqui-
tetura e urbanismo por
esta Universidade.
Vitória, 2009...
2001/02 - 2009/02[na escala do toque]
Universidade Federal do Espírito Santo
2001/02 - 2009/02
[na escala do toque]
Cleuber da Silva Júnior
Orientado por Clara L. Miranda e Marco Antonio C. Romanelli.
Folha de Avaliação
Ata de Avaliação da Banca:
__________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________Tá Tu
do Erra
do!!!
_introdução / resumo
Numa segunda-feira, dia 25/03/2008, estava no meio de uma orientação com a professora Clara L. M. quando houve um “apagão” na UFES. Devia ser umas sete horas da noite. Confesso que foi emocionante ficar ouvindo a Clara falando naquela escuridão, em que só às vezes era possível ver sua silhueta, quan-do um carro passava pela Fernando Ferrari e a luz de seus faróis chegava até a sala do GPTA, no CEMUNI I, onde a Clara realiza pesquisa.
Como só não havia luz na UFES [Jardim da Penha continuava às claras], a Clara considerou: “Provavel-mente a capacidade de fornecer energia da Universidade não suporta a atual demanda. Aqui no GPTA tentamos pôr uma linha telefônica e não foi possível, porque a estrutura do Centro de Artes já não comporta mais uma linha”. [Puseram uma linha lá no ano passado, ou seja, estão “resolvendo” isso].Mas o fato é que não é muito difícil conceber essa situação. A UFES começou a ser implantada entre os anos de 1967 e 1970. Provavelmente consideravam expansões e anexos [o Projeto de Graduação de Mar-cello Duarte Vivácqua sobre a obra de Marcello Vivácqua mostra bem claramente as possibilidades de expansão dos CEMUNI’s], mas acredito que a “estrutura de energia” não foi pensada de forma que cada Centro tivesse um laboratório de informática anexo [com cerca de 30 computadores]; cada edifício, pelo menos um Laboratório ou Núcleo de Pesquisa [cada qual com seus 5 computadores ou mais]; e cada pro-fessor e aluno, seu laptop. Acho razoável que a estrutura pensada em 1970 não atenda às demandas atuais.
Agora, imagine isso na escala da cidade. É exatamente o que está acontecendo. O Livro de Mike Davis, Planeta Favela, nos apresenta, logo na introdução [confesso que não tive estômago ou cabeça para ler mais do que a introdução], a possibilidade de dois terços do planeta se tornarem favela [ou adquirirem características de favela].
Isto porque, segundo os dados apresentados pelo autor [todos colhidos de fontes internacionalmente re-conhecidas, como a ONU], as cidades que mais crescem no mundo são como a UFES: foram pensadas [as que foram pensadas, porque a maioria não foi] para suportar uma determinada demanda, que já não condiz com a realidade presente; quiçá com a futura. Cidades de países subdesenvolvidos são as que mais crescem em número populacional no mundo atualmente [e com perspectivas de continuidade de crescimento], mas não estão preparadas para este crescimento. E vêm no bojo deste crescimento demo-gráfico a falta de infra-estrutura [como na UFES], mas, também, a falta de empregos para toda essa gente, a falta de moradia, o aumento do desemprego, da indigência, da miserabilidade, do medo, do pre-conceito, da impossibilidade de convivência harmônica, da intolerância, da falta de sociabilidade e, às vezes, de humanidade.
Entendeu?É sobre isso este PG.
_introdução / resumo
_estrutura do trabalho
Parte 4 T.H.A.U._2
Parte 1
H. Q.
Parte 6
E AGORA, SEU ZÉ?
Parte 2O QUE SERÁ?
Parte 3T.H.A.U. _1
Parte 5
CRÔNICAS DO 507
Parte 1 + Parte 2=
Introdutórias
Parte 3 + Parte 4 + Parte 5=
Teóricas
Parte 6 + Parte 7=
Especulativas
H.Q
._N
ÃO
VER
ÁS
PAÍS
NEN
HU
M
MEFÍTICO.OFEDORVEMDOSCADÁVERES,DOLIXOEEXCREMENTOSQUESEAMONTOAM.
OSCAMINHÕES,ALEGREMENTEPINTADOSDEVERDEEAMARELO,DESPEJAMMORTOS,NOITEEDIA.
PARALÁDOSACAMPAMENTOS PAUPÉRRIMOS,ALÉMDOSCÍRCULOS OFICIAIS PERMITIDOSDE GOTHAM BEACH.
OSESGOTOSSEABREMAOARLIVRE.OLIXOFORMASETENTAESETECOLINASQUEONDULAM,HABITADASTO-DAS.
NÃODÁTEMPODECREMARTODOSOSCORPOS.EMPILHAMEESPERAM.
H.Q
.
ADELAIDEMETROUXEOPALETÓCINZA.NUNCATIVEMOSEMPREGADA.EISTOPORQUEGA-NHAMPOUQUÍS-SIMO.
SEACEITASSEMDINHEIRO,TUDOBEM.MAS,COMIDA?EOQUEDIZERDEÁGUA,ENTÃO?
PENSEIEMPUXARASSUNTO.SEDOR-MIUBEM,OUQUEDIAÉHOJE...
OQUEMEIMPOR-TA?OSCALENDÁ-RIOSDESSACASAPERMANECEMSEM-PRENOPRIMEIRODOANO...
O1ETERNO...
“DEQUEADIANTASABERQUEDIAÉHOJE?”,ELADIZIA;“ASHORAS,SIM,SÃOIMPORTANTES!”
“MELHORVIVERUMDIASÓ!......SEMFIM!OQUETIVERDEACONTECER,ÉDENTRODELE...”
AGORAMEDOUCONTA.NÃOERACOISADELA.MULHERQUIETA.EX-ESCRITURÁRIADEESTRADADEFERRO.NUNCAFALAVA...
ABARBEARIAESTÁABRINDO...DEVOES-TARATRASADO!ANTES,HAVIANESTEHALLLOJINHASMINÚSCULAS!BONITAS!...FECHARAM...ASVITRINESESTÃOFECHADAS,PREGADASPORFORA...
COCEIRANAMÃO...APERTOENOLUGARESTÁUMAPEQUENADEPRES-SÃO,COMOSETIVESSEAPERTA-DOUMABOLADEGUDE...SERÁPICADADEINSETO?ANDAAPARECEN-DOCADABICHO...
OÔNIBUSCHEGOU,ACOCEIRAVOLTOU.CRUZEIACATRACA,NÃOHAVIALUGARVAGO.NORMAL.CUM-PRIMENTEIASPES-SOAS;NOSCONHECE-MOS.TODOS.SOMOSPARTEDOU-5.71.NOSPERMITEMESTE,NENHUMOUTRO.
ACABODEDESCER,OUÇOOSESTAMPIDOS.
SECOS...
OCOS...
...TÃOCONHECIDOS.
ÉOQUEDIZEMASFICHAS DETRÁFEGO.APONTAMPORONDEANDAR,OSBAIRROSPERMI-TIDOS,PORQUALLADODACALÇADACIRCULAR,OSCAMINHOSAPERCORRER.
H.Q
.
JOGUEI-MERÁPIDONOCHÃO,COMOTO-DOSEMVOLTA.ESTENDIDOS.VIVEMOSCONDI-CIONADOS,NOSSOSINSTINTOSAGUÇA-DOS.QUANTASVEZESPORDIAMEATIROAOCHÃONESSACIDADE?
ACORDACÁPSULAMEPERMITEIDENTIFICÁ-LACOMOCATALÉPTICA.PROVOCAUMESTA-DOSEMELHANTEAODAMORTEPORDUASHORAS.QUANDOOATINGIDOACORDA,JÁESTÁENCERRADONOISOLAMENTO.
OSACERTOSDATAXA DE SEGURANÇAAGORASÃOFEITOSNOATO.ACABOUABUROCRACIA,PAPÉIS,RECIBOS,GUICHÊSDEBANCOS,FILASDEESPERA...
PARACADAHOMEMEMCIRCULAÇÃO,EXISTEPRATICAMENTEUMCIVILTARAOSEULADO.ELESANDAMGIRANDOACABEÇAPARATODOSOSLADOS,COMOROBÔS.NÃOSEICOMO,ENXERGAMTUDO.PORMENOSQUESEGOSTEDELES,ÉPRECISORECONHECER:EVITAMCATÁSTROFESNESTACIDADE.PIORSEMELES.CHEGAMOSAESTEPONTO:ACEITAROSCIVILTARESCOMONECESSÁRIOS;SUPORTÁ-LOS.ECHAMÁ-LOSDEVEZEMQUANDO.
H.Q
.
CHEGOÀPORTADACASA DOS VIDROS D’ÁGUADIÁRIAEPONTUALMENTEÀSDEZEQUARENTA.MEIAHORAPARASENTIRATRANQÜILIDADEQUEEXISTEALI.MASSAIOSEMPREABALADOCOMOIRREPARÁVEL.NÃOEMRELAÇÃOÀMINHAVIDA,MASAOPONTOAQUEASCOISASCHEGARAM.HOJE,TUDOFUNCIONAEMTORNODAUTILIDADE.ESTACASATALVEZTENHASIDOAÚLTIMAOBRASEMVALORPRÁTICOPARAAHUMANIDADE...
PURACONJETURA,ACASAÉMEMÓRIAPERDIDA.NINGUÉMAVISITA.EUNÃODEVIAESTARAQUI.
POROUTROLADO,PENSOQUESEPERDERESSALUCIDEZQUECOMEÇOAADQUIRIR,ESTAREIMORTO.SEASPESSOASQUISESSEM,HAVERIAUMASAÍ-DA.OSJORNAISJÁNÃODIZEMPALAVRA.MESMOQUEQUISESSEM,TUDOESTÁVIGIADO.AINDAQUENÃOESTIVESSE,AELESNADAINTERESSA.OSNOTICIÁRIOSSÃOINÓCUOS.NATV,SÓPASSAMNOVELAS,INAUGURAÇÕES,PLANOSDOGOVERNO,PROMESSASDEMINISTROS...
SAIODACASA,MERGULHONAPRAÇACORDECIMENTO,DOMINADAPORIMENSOSOUTDOORSCOLORIDOS.
DOPONTODEVISTAPRÁTICO,ACASADOS VIDROS ÉINÚTIL;EOQUEELAEXIBETAMBÉM.
COMOACREDITARNESTESMINISTROSCENTENÁ-RIOS?QUASEPERPÉTUOS,REMANESCENTESDAÉPOCA DA GRANDE LOCUPLETAÇÃO.
MASQUANDORECEBERAMAÚLTIMAAUTORIZAÇÃO,OSARQUIVOSMU-DARAM;FUNCIONÁRIOSFORAMTROCADOSEOSNOVOS,AVISADOS,NÃORECONHECIAMASAUTORIZAÇÕES.ERASIMPLESMENTEIMPOSSÍVEL!
OSMELHORESPOSTOSDOPAÍSESTAVAMNASMÃOSDOSMILITECNOS.BANCOS,MINISTÉRIOS,EMPRESASMULTI...OSOBRINHODEADELAIDETINHACONSEGUIDO!
NOFUNDONÃOGOSTODELE.USOSUASFACILIDADES.PENSOQUETENHODIREITOAELAS!
CHEGONOTRA-BALHO.DECLARONOGUICHÊNOMEEIDENTIDADE,MATRÍCULAECPF,ISS,REPARTIÇÃO.ALUZAMARELAACENDEU.ATRASODEMEIA-HORA.JÁESTOUATÉACOSTUMADO.
ESSAÉPOCA DA GRANDE
LOCUPLETAÇÃONUNCAEXISTIU!FOICALÚNIA!
CADÊASPROVAS?
SÃOMITOSPOPULARES.
OSENHORJÁVIUUMLOBISOMEM,POR
ACASO?
TIO?!
OQUEFAZAQUI,
RAPAZ?
ACABODESERPROMOVIDOA
CAPITÃOPELONOVO EXÉRCITO!
PASSOLÁPARACOMEMORAR.COMOSENHOREA
TIA!
QUERQUELEVE
FICHAS PARA ÁGUA?
SEMPREÉBOM,NÉ?
TEMORACIONA-MENTO...
RACIONA-MENTO,TIO?ACHAQUEÉPARATODO
MUNDO?
AFINAL,ELEDEVEAMIMEAADELAIDEOPOS-TO,ACARREIRA,TUDO!QUANTAROUPADESSEMENINOELANÃOLAVOU...
BOM,MASDEIXAEU
IRQUEJÁTÁNAMINHAHORA!
POSITIVO,TIO!ATÉDOMINGO,
ENTÃO.
QUANDOEUDAVAAULAS,OSALUNOSPERGUNTAVAMSOBRESTAISTEM-POS.ERAMALUNOSCONSIDERADOSINCÔMODOSETERMINAVAMEXPUL-SOSDOSCURSOS.ADIREÇÃOVIAASFITAS;QUERIAMSABERPORQUEASPERGUNTAS INTRAGÁVEISERAMFEITASSEMPRENASMINHASAULAS.
PORQUEOSESTUDANTESNÃOQUEREMMAISSABER?TUDONASMÃOSDOGOVERNO!JÁTIVEALUNOSQUEGASTARAMANOSPESQUISANDO. H
.Q.
H.Q
.ATÉHOJENÃOACHEIAUTILIDADEDESTASEÇÃO.GASTOUMTEMPOENOR-MESEMFAZERNADA.APE-NASTENTOESTABELECERUMTEMPOIGUALAODOSMEUSCOLEGAS.SINTO,FORTE,ASENSAÇÃODEDESPERDÍCIO.UMHOMEMNÃOPODEPASSARAVIDAOLHANDOPARAFOLHASCHEIASDENÚMEROS.
DESCI,ACREDITANDOQUEPODERIAENCON-TRÁ-LO.OUENCON-TRÁ-LA,QUEMSABE!?APESARDENÃOSABERCOMOÉSEUROSTO.DEPOIS,ERADIFÍCILSABERPARAONDETINHAIDO...TERIASIDO PR’AQUELALANCHONETE?
AURINARETORNATRANS-PARENTE,PURA,SEMCHEIRO,ESTERI-LIZADA.DIZEMQUEDÁPARABEBER.
ENTÃO,APROVEITOPARTEDOMEUTEMPOCONTEMPLANDOAVIZINHANÇA.OCENTROÉVELHO,OSPÁTIOSINTERNOSSÃOSUJOS,CINZA,REPLETOSDELIXO.VEJOUMVULTOINDISTINTO,NADACONCRETAMENTEDELINEADO.DEPOIS,SUMIU.IMAGINEIQUEPUDESSETERIDOLÁPARABAIXO.
NÃOCOLOU.NÃOPOSSUOPERMISSÃOPARAESSALANCHONETE;FREQÜENTOOUTRA.
SOBREAMESA,FITASLONGUÍSSIMASDEPAPELAMARELO.FILEI-RASDENÚMEROS;MEUTRABALHOÉCONFERIR.PAPÉISQUEVIERAMDOSCOMPUTADORES.SOMOSOBRIGADOSAREVISAR.NUNCANIN-GUÉMDESCOBRIUUMERRO,IMPERFEIÇÃO,FALHA...NADA!..
OSPOSTOS APRO-PRIADOSSÃODEUSOEX-CLUSIVO,PRIVATI-VO.
SANITÁRIOSLIMPOS,COMSABÃO,ARSECO.OSPOSTOS DÃOCONFORTO,VOCÊFORNECEAURINA.PARAFREQÜENTÁ-LOS,ÉNECESSÁRIOUMEXAMEMÉDICORIGOROSO,ANÁLISESDETALHADASDERINSEBEXIGA.
AURINAÉCO-MERCIALIZADA.COMAFALTAD’ÁGUA, APA-RELHOSRECO-LHEMOSMIJOSSAUDÁVEISNUMACAIXACENTRAL,ONDESEPROCEDEARECICLAGEM.
POS-SOUSARSEU
BANHEIRO?ESTOUAPERTADO!
PORQUENÃOUSAUM
APROPRIADO?
ESTAMOSLIMITADOSAUMDE-
TERMINADONÚMERODEPESSOASPORDIA.
SINTOMUITO!
PARTEDESSAÁGUAMIJADAÉESTOCADAEMRESERVAS EMERGENCIAISEPARTEÉUTILIZADAPARAABASTECEROSACAMPAMENTOS PAUPÉRRI-MOS,QUEFICAMLOGODEPOISDOSCÍRCULOS OFICIAIS PERMITIDOS.OPOVODOS ACAMPAMENTOSFOIIMPEDIDODEENTRARNODIAEMQUEUMPREFEITODECIDIU:“ACIDADEPRECISAPARAR!”
QUENADA,MENINA!ELES‘TÃOÉ
VENDENDOÁGUAPROCHILEPORUMPREÇOMUITOME-NORDOQUEOQUENÓS
PAGAMOS!
OMINIS-TRO DAS ÁGUAS
FALOUQUENOSSASRESERVASDÃOPRASEIS
MESES,EMCASODEPRECISÃO.
PRANÓS,OPREÇODOGALÃO
AUMENTAQUASETODODIA.ESEMRAZÃO,POR-QUEAÁGUAÉMIJADA
MESMO!
H.Q
.
H.Q
.
POROUTROLADO,NOSBAIRROS PRIVILEGIADOS,DIZEMQUEEXISTEATÉPISCINASCOBERTAS.ECHEIASCOMÁGUADEVERDADE,PELOQUEOUVIDIZER!OS QUE SE LOCUPLETARAMESTÃOHOJEEMSEUSTERRITÓRIOS ISOLADOS,VIVENDORICAECONFORTAVELMENTE.COMCARRONAGARAGEMEGRAMANOQUINTAL.DEVEESTARCHOVENDOPORLÁ.
HÁ MUITO TEMPO,OSCIENTISTASAVI-SARAM QUE IA FAL-TAR ÁGUA. MAS O ESQUEMAPERCEBEUA SITUAÇÃO, MANI-PULOUOSJORNAISEA TV. DESACREDITA-RAM OS CARAS. FOIQUANDO QUALQUERATO ERA CONSIDE-RADO“PARANÓIACIENTÍFICA”.
CIENTISTA MILI-TANTE, NAQUELAÉPOCA, EQUIVALIA ASER JUDEU NA ÉPO-CA DO NAZISMO.COISA MALDITA; TI-NHA QUE VIVER NASSOMBRAS. A MAIO-RIA FOI CASSADA.FOI AÍ QUE GANHOUFORÇAACLASSEDOSMILITECNOS, OUTECNOCRATAS DA NOVA GERAÇÃO.
TALVEZOSCIENTISTASCONSEGUISSEMEXPLICARESSENEGÓCIONAMINHAMÃO...ANDAAPARECENDOCADACOISA!EESSESALBINOSCOMPLETA-MENTECARECAS?ASPESSOASQUEANDAMPERDENDOASUNHAS?OSQUEFICARAMCEGOS?OUSEMDENTES?OUCOMOSOSSOSAMOLECIDOS?SERÁQUENINGUÉMMAISQUERSABEROPORQUÊ?
OSCIENTISTASCONSEGUIRAMDEMONSTRARQUEOSMILITECNOSSOFRIAMMETAMOR-FOSEDURANTESUAFORMAÇÃOACADÊ-MICA.NOINÍCIO,NINGUÉMACREDITOU.MASPROVARAMQUEAPARTEDOCÉREBROQUETRATADASME-MÓRIASEEMOÇÕESERASERIAMENTEAFE-TADA.ASEMOÇÕESFORAMELIMINADAS.
DETANTOMEXERCOMNÚMEROS,MÁQUINAS,CÁLCULOS,ESTRA-TÉGIAS,OSMILI-TECNOSPERDERAMCERTASFACULDADES.PARTESDOCORPO,QUANDONÃOUSADAS,SÃOPASSÍVEISDEATROFIAMENTO.DAÍOCARÁTEREXTREMA-MENTEPRÁTICODESSANOVA CIVILIZAÇÃO.SEÉQUESEPODECHAMARAISTODECIVILIZAÇÃO.
H.Q
.
H.Q
.
TODOSQUEREMAPENASSOBREVIVER.SEANALISARMOSAHISTÓRIA,VAMOSVERQUEONÍVELDEVIDADOPOVOBAIXOUAZERO.OPOVOPASSOUACOMERMENOS,ACOMERPIOR.NÃOCHEGAMOSACOMERRAÍZESPORQUEELASNÃOEXISTEMMAIS.ESGOTAMOSPRATICAMENTETUDO.DEPENDEMOSDASINDÚSTRIAS QUÍMICAS GOVERNAMENTAISOUDOQUEÉIMPORTADODASRESERVAS MULTINTERNACIONAIS.
ASCASASSUMIRAM,EDIFÍCIOSDOMINARAMTUDO,OSESPAÇOSFICARAMCARÍSSIMOS,DEVIDOÀINTENSA ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA.TUDOPRODUTODAGRANDE LOCUPLETAÇÃO,QUANDOOPAÍSFOIDIVIDIDO,RETALHADO,ENTREGUE,VENDIDO,EXPLORADO.NESTACIDADEMESMO,FOIIMPLANTADAADIVISÃO DE BAIRROS A PARTIR DE CLASSES, CATEGORIAS SOCIAIS, PROFISSÕES E HIERARQUIAS NO ESQUEMA.TENHOMEDODEPENSARNISSO.DEFALARCOMALGUÉMARESPEITO.
H.Q
.
H.Q
.
MASSOULÚCIDOOSUFICIENTEPARASABERQUEOCONTROLE TOTAL DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO,ALIADOÀINTENSA PROPAGANDA OFICIAL,AMORTECEUASMENTES.DETALMODOQUEESTAEMERGÊNCIAEMQUEVIVEMOSPASSOUASERCONSIDERADANORMAL.ANOSSAMEMÓRIAÉADMIRÁVEL,PORQUEESTEPASSADOÉRECENTE!
ENQUANTOISSO... ...TODOS
H.Q
.
H.Q
....EMGOTHAMBEACHOSDIAS...
MELHORENTRARMOS,FILHO!ESTACIDADEESTÁCHEIADERATOS
ÀNOITE!
NÃOSEPREOCUPE,PAI!
VEJA!OBATMAN
VIRÁPEGÁ-LOS!
H.Q
.
H.Q
.
ESSANÃO!ACHOQUEFUIPEGONUMABAT-CILADA!
H.Q
.
H.Q
.
HA! HA!HA!
BANG!!!
H.Q
.
H.Q
.
EAGORA???...
SERÁOFIMDOJOGOPARAOHOMEM-MORCEGO???
FIM.
H.Q
.
CAPADENATANAELLONGODEOLIVEIRACÍRCULODOLIVRO,SÃOPAULO,SP.1982.
H.Q._não verás país nenhum
NÃO VERÁS PAÍS NENHUMÉUMLIVRODEIGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃOPUBLICADOEM1982.NESTELIVRO,OAUTORPOSICIONAOPERSONAGEMPRINCIPALNUMASÃOPAULODEUM“FUTURONÃOTÃODISTANTEASSIM”.OPAÍSESTÁ“DIVIDIDO,RETALHADO”,“DOMINADOPORUMATECNOLOGIAPREDATÓRIAEPOLITICAMENTEOPRESSIVA”.HÁ“PEDAÇOS”DOPAÍSNASMÃOSDE“GOVERNOSMULTINTERNACIONAIS”.ASÃOPAULODOLIVROÉCAÓTICA,SUJA,ARTIFICIALIZADAAOEXTREMO[INCLUINDOAÍOQUESECOME]EENTRAEMCOLAPSOEXATAMENTENOMOMENTOEMQUETODOSOSPAULISTANOSRESOLVEMTIRARSEUSCARROSDAGARAGEMNOMESMODIA.ACIDADEPÁRA;SOMENTEÔNIBUS,CAMINHÕESDELIXOEVIATURASPOLICIAISCIRCULAM.INTERESSANTENOTARQUEAIDEOLOGIADESILUDIDADOAUTORAPONTAPARAVÁRIASPROBLEMÁTICASAINDAPRE-SENTESNOSDIASDEHOJE,COMOEXCLUSÃOSOCIAL,SEGREGAÇÃOTERRITORIALE,PRINCIPALMENTE,PROBLEMASAMBIENTAIS.NUMA “LÚCIDAANTECIPAÇÃO”,FALA, POREXEMPLO,QUE “IMPLANTARAMADIVISÃO DA CIDADE EM BAIRROS A PARTIR DE CLASSES, CATEGORIAS SOCIAIS, PROFISSÕES E HIERARQUIAS NO ESQUEMA”.ÉPORESTETOMPREMONITÓRIODOLIVROQUEESCOLHOCOMEÇARPORAQUI.MESMOSETRATANDODEUMAOBRAFICCIONAL,AINDAQUESEPASSEEMALGUMLUGARDOFUTURODESÃOPAULO,OLHODASJANELASDOÔNIBUS,ANDOPORAÍ,VEJOOSJORNAISDASEMISSORASDETELEVISÃO,ESOU“PERSEGUIDOPELOINCÔMODODEQUEAQUELEFUTURO”DEQUEFALAOAUTOR,JÁESTÁPORAÍ.PORTODAAPARTE.EMMAIOROUMENORGRAU,ÉVERDADE;MAISFÁCILDESEIDENTIFICAREMDETERMINADASSITUAÇÕESDOQUEEMOUTRAS,MAS,SEAINDANÃOCHEGOU,ÉALGOQUEJÁESTÁCHEGANDO,MOSTRANDOASCARAS.EABRINCADEIRA,SÉRIA,DEESCOLHERIMAGENSDEVITÓRIA[NOSSAGOTHAM BEACH]PARAILUSTRARESTECAPÍTULO,EAIDÉIADEINSERIRPERSONAGENSDEHISTÓRIAEMQUADRINHOSNOMEIODESSABAGUNÇA,VEMDAMINHANECESSIDADEDEREAFIRMARQUESÓDEPENDEDAGENTE.DEPENDEDAGENTEFAZERALGUMACOISAPARAREVERTEROUMINIMIZAROQUADROOUCONTINUARTRABALHANDOPARAQUEESSAPREVISÃOSECONFIRME.APROPAGANDADE20ANOSDOIBAMABRINCAVACOMOFATODEQUENIN-GUÉMCONSEGUIRIA,SOZINHO,DESPOLUIRTODOSOSRIOSDOPLANETA,MASCADAUMDENÓSPODERIA,POREXEM-PLO,FECHAROCHUVEIROENQUANTOSEENSABOA.QUANDOAGENTEPARARDECOLOCARMETASINATINGÍVEISECO-MEÇARAPENSARNASPEQUENASCOISASQUEAGENTEPODEFAZER,QUANDOAGENTEPARAR DE RESPONSABILIZAR OS OUTROS PELAS COISAS QUE A GENTE NÃO FAZ,TALVEZASCOISASCOMECEMAMUDAR.
O que será (À Flor da Terra)[Chico Buarque, 1976]
O que será que seráQue andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurrandoem versos e trovas
Que andam combinandono breu das tocas
Que anda nas cabeças, anda nas bocasQue andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto pelos botecosQue gritam nos mercados,
que com certezaEstá na natureza, será que será
O que não tem certeza nem nunca teráO que não tem conserto nem nunca terá
O que não tem tamanhoO que será que será
Que vive nas idéias desses amantesQue cantam os poetas mais delirantesQue juram os profetas embriagadosQue está na romaria dos mutiladosQue está na fantasia dos infelizes
Que está no dia-a-dia das meretrizesNo plano dos bandidos, dos desvalidos
Em todos os sentidos, será que seráO que não tem decência nem nunca teráO que não tem censura nem nunca terá
O que não faz sentidoO que será que será
Que todos os avisos não vão evitarPorque todos os risos vão desafiarPorque todos os sinos irão repicar
Porque todos os hinos irão consagrarE todos os meninos vão desembestarE todos os destinos irão se encontrar
E o mesmo Padre Eternoque nunca foi lá
Olhando aquele inferno, vai abençoarO que não tem governo nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca teráO que não tem juízo
OQUESERÁ?
O que não tem governo nem nunca teráO que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo
que andam acenden-do velas nos becos
que vive nas idéias desses amantes
que está no dia a dia das meretrizes
no plano dos bandidos
que juram os profetas
embriagados
e todos os meninosvão desembestar
porque todos os risosvão desafiar
que todos os avisosnão vão evitar
qual é o TEMA desse projeto???
o que será?
1. Projetos de ArquiteturaAqui entrariam o de Fabrício [Reis], sobre uma Escola de Arquitetura; o de Dudu [Eduardo Colla], sobre Estádio de Futebol; e o de Serginho [Sérgio Prucolli], sobre o Adalto Botelho [muito bom!]. Aqui, poderí-amos incluir trabalhos de Projeto de Patrimônio, como os do Tiago [Scaramussa] e o do André [Dona-dello], um nas ruínas da Ilha do Frade e o outro na antiga Estação Ferroviária de Mathilde.
2. Projetos UrbanosAqui entrariam o do Braz [Casagrande], com intervenções em um vazio urbano do Município de Serra; o de Moranguinho [André Luiz], sobre uma área no Centro de Vitória; o de John [João César de Melo], Se-máforo [Daniel Araújo] e Marcello Lindgren, todos tratando de Vila Velha, mas cada um sob uma pers-pectiva diferente. Ainda neste item, incluo, pela escala, os trabalhos de Thais Perini e Mariana Saleme, que trabalham com a questão do transporte coletivo – VLT e Transcol, respectivamente. Poderia entrar, ainda, o PG do Augusto [Alvarenga], “Como projetar cidades”.
3. Leituras sobre a cidade, ou O que a cidade pode nos dizerNeste tópico, entram todos os que tratam de cidade e subjetividade, percepção, relação entre arquitetu-ra e música, entre arte e arquitetura, pessoas e arquitetura, filmes e cidade, etc. Aqui entram bons tra-balhos, os quais não cheguei a ver, mas pude manusear os volumes na biblioteca, como o da Eliane [Lor-dello], cujo tema era justamente “Cidades e Subjetividades” [1991], e “Genis e Zepelins”, de Rogério Evangelista [1989], sobre o meretrício no Centro de Vitória. Um Projeto muito bacana, que trata das re-lações estabelecidas na cidade, é o da Clarinha [Pignaton]. Pensava em fazer um PG teórico que envol-vesse música, filmes e personagens urbanos.
_possíveis temas
4. “Arquitetura Social”Em que entrariam os trabalhos mais variados, desde o da Pati [Patrícia Guidini], que é um projeto resi-dencial para famílias de renda baixa, até o da Ivana [Marques], que é mais um devaneio sobre pessoas alijadas do processo formal de construção e vivência da cidade, passando ainda pelos PG’s de Gaia [Ga-briela Pereira], que intervém no Bairro de Alice Coutinho, em Cariacica, e de Lelê [Leandro Camatta], que desenvolve projetos para catadores de papel. Tem ainda o da Grazi [Graziela Drumond], sobre máquinas de guerra e aparelhos de captura, o da Suzane [Moulié], e o da Mari [Betarello], em Jesus de Nazaré.
5. Outros temasAlguns trabalhos que não consegui definir direito um tema específico, ou que o tema era complexo demais para entrar em apenas um dos quatro tópicos acima. Entre eles, os trabalhos de Eliane Santi, sobre os índios [2000]; o de André Victor, “Arquitetura de cabeça para baixo”; o do Théllius [Zamprogno], sobre processo criativo e discussões filosóficas mil; o do Lutero [Proscholdt], que é projeto, mas não é nem urbano nem só arquitetura, e é atual e futurista. Aqui, incluiria, ainda, o de Reinaldo [Rocha], também difícil de classificar, já que ele faz uns três estudos diferentes para cada uma das três escalas que ele re-solve abordar [imprevisível, como o título supõe], e o do Karlão [Karlos Rupf], que lembra o do Théllius em termos de discussão filosófica, e deve ter dado a ele um trabalho danado para transformar tudo aqui-lo que ele disse na apresentação em um volume que contenha apenas palavras e imagens...
o que será?_possíveis temas
Tudo isso, filtrado pela minha cabeça, me levou a pensar em apostar em oito temas, que não necessaria-mente têm a ver com os 5 temas já apresentados. São eles:
1_ Realizar pesquisa sobre a arquitetura das tribos africanas antes de os portugueses chegarem à África, e depois, já aqui no Brasil, nos quilombos [mais ou menos nos moldes do que fez a aluna Eliane Santi sobre os índios, em 2000]. A partir disso procuraria desenvolver um projeto para a sede da Associação de Capoeira e Cultura Afro-brasileira Malungos. Esse tema é recorrente em minha cabeça porque foram 6 anos de capoeira em Colatina; porque quando cheguei aqui na UFES o pessoal da Malungos, lá em Co-latina, cogitava a possibilidade de uma sede; porque tenho vontade de conhecer a arquitetura africana e quilombola;
2_ Pensei também em fazer um trabalho envolvendo meninos e meninas de rua, porque, ainda quando estava na capoeira, participei também do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua – MNMMR, chegando a participar, em 1998, do 5º Encontro Nacional de Meninos e Meninas de Rua, em Brasília. E, me deparando com a quantidade de crianças que vivem essa realidade aqui em Vitória, dormindo nos vãos da Terceira Ponte ou sob a proteção de Iemanjá, no Cais de Camburi, talvez eu pudesse enveredar por essa linha. É algo que me voltou à mente quando assisti aos PGs de Ivana Marques, sobre camelôs, o de Leandro sobre os catadores de papel, e ainda quando vi o da Mariella, sobre moradores de rua, e o da Clarinha, que tinha a alteridade como pano de fundo;
o que será?_possíveis temas
3_ Depois de assistir ao PG do Adílson [de Oliveira], eu pensei em uma possibilidade de dar continuidade ao projeto. O PG analisava a segregação espacial em Vitória, pegando como exemplos disso as realidades de São Pedro e a Ilha do Boi, dois extremos em termos de ocupação em relação a nível social e renda. O diagnóstico foi muito interessante, incluindo ainda entrevistas dos dois lados. Entretanto, fica no ar uma pergunta do tipo: e o que nós, enquanto arquitetos, podemos fazer para mudar isso?Será que o problema está no desenho urbano? Sabemos que o processo histórico de ocupação desses lugares foi fundamental para que isto acontecesse, mas, então, não há o que fazer? Deixa-se como está? Ou, pelo menos, precisamos saber como responder à pergunta: como fazer para que isso não se repita em outras cidades?;
4_ Depois de ver os PGs de Marcello Lindgren, João César de Melo e de Daniel Araújo, pensei também em fazer algo do tipo, mas ou em Vitória ou mesmo em Colatina. Estudar, a partir de uma escala macro, o que acontece na cidade e depois propor algumas coisas que fizessem a cidade progredir de uma ma-neira mais coerente e funcional mesmo [e bonita, se possível, como foram os PGs dos caras];
5_ É recorrente na minha cabeça a questão dos barracos que todo dia nascem em alguma encosta de morro. Como resolver o problema das habitações populares – habitações para quem realmente não pode pagar nada por elas – de uma outra forma? Como fazer isso mantendo as pessoas razoavelmente perto de seu local de trabalho, já que o transporte público é relativamente caro e a população mal servida pelo Sistema? O PG da Patrícia Guidini era sobre essa questão da habitação, e os de Thais Perini e Mariana Saleme são dos que trabalham com a questão do transporte coletivo – o primeiro, ferroviário [VLT]; o segundo, rodoviário [Transcol];
o que será?_possíveis temas
6_ Existia ainda a possibilidade de desenvolver um projeto mais ligado à “eco-arquitetura” – como a ar-quitetura de terra, por exemplo – utilizando os conceitos de permacultura e eco-construção. Tenho uma bagagem teórica do trabalho feito em Tecnologia 3 e da pesquisa com o Nelson, e da matéria de restauro. Falta ainda o lado prático. O Argeu Maioli desenvolveu um projeto interessante na Lagoa Mãe-Bá, assim como o Felipe Couto fez uma proposta bacana de Universidade seguindo esses princípios;
7_ Um PG interessante seria uma perspectiva de futuro no estilo ficção científica, tipo projetar Vitória no ano de 2719, quando já não haveria mais água potável em abundância, nem ar puro, nem vegetação, e os raios de sol entrariam com dificuldade na atmosfera. Foi mais ou menos como começou o PG1 de An-dré Victor [lembro bem dele desenhando módulos de habitação fora da Terra], mas que terminou sendo sobre o fazer arquitetônico como um todo. Acho que essa perspectiva não é tão fictícia assim, dados os alarmes feitos por organizações em todo o mundo, e o fato de que as políticas dos países continuam nes-sa direção.
8_ Na verdade, nem é uma proposta propriamente, mas uma coletânea das propostas que mais me agra-dam disso tudo o que eu falei. E é sobre o Projeto Pedagógico do Curso. Nele está escrito qual deve ser a competência do profissional de Arquitetura e Urbanismo, o que ele deve ser capaz de fazer. Ali tem muita coisa que eu aprendi minimamente, mas tem algumas coisas pelas quais passei batido, e conside-ro importantes. O projeto então seria uma retomada desses pontos.
o que será?_possíveis temas
[um
(pri
mei
ro)]
parê
nte
se:
(Como pano de fundo para o Trabalho, tentei utilizar outra inquietação que me motivou neste processo: a crença de que alguma coisa está “fora da ordem”. Vivemos o problema, por exemplo, de uma cidade que possui uma parte de seus habi-tantes ansiosos por teatros, cinemas, museus e afins, ao mesmo tempo que outros clamam por um mínimo de infra-estrutura, saneamento, urbanidade, escolas.“Mais ainda: infelizmente, há aqueles que se trancam em casa, entre cercas elétricas, e esperam a lei seca e do silên-cio incondicionalmente” (Clara L. Miranda). Ou seja, estamos assistindo, ainda, a um certo retrocesso das relações so-ciais.Como resolver isso? Pão e Circo?É fundamental, portanto, numa primeira fase, estudar isto. Estudar o passado, os antecedentes, os modelos propostos e os executados para resolver os problemas da cidade de tempos atrás. Tentar descobrir se deram certo ou não, os que foram implantados. Descobrir a crítica feita a eles, e o que poderia ser mudado, em caso de necessidade.Depois é estudar a realidade atual, as coisas que estão acon-tecendo, os rumos que parecem estar sendo tomados, as possibilidades. Tudo isso, na verdade, já foi feito, acredito, em maior ou menor grau, concordemos ou não com seus pa-receres. O que pretendo, principalmente por questões de tempo, é garimpar esses estudos já realizados, especialmen-te aqueles que apresentam idéias mais próximas das minhas, a fim de conseguir elaborar este corpo teórico. Tendo este corpo, dá para se ter uma idéia do que poderia ser feito para melhorar. E, dessa forma, como falei, este P.G. deve resultar em propostas que respondam a essas minhas inquietações. Propostas, protótipos, especulações, intervenções e projetos de várias coisas, cada um tentando resolver um determinado problema numa determinada escala).Vitória, 2008.
Vapor barato, um mero serviçal do narcotráficoFoi encontrado na ruína de uma escola em construçãoAqui tudo parece que era ainda construção e já é ruína
Tudo é menino, menina no olho da ruaO asfalto, a ponte, o viaduto ganindo pra lua
Nada continuaE o cano da pistola que as crianças mordem
Reflete todas as cores da paisagem da cidadeQue é muito mais bonita e muito mais intensa do que
no cartão postal
Alguma coisa está fora da ordemFora da nova ordem mundial [4x]
Escuras coxas, duras, tuas duas de acrobata mulataTua batata da perna, moderna,a trupe intrépida em que fluis
Te encontro em Sampa de onde mal se vê quem sobeou desce a rampa
Alguma coisa em nossa transa é quase luz forte demaisParece pôr tudo à prova, parece fogo, parece, parece paz,
parece paz...Pletora de alegria, um show de Jorge Benjor dentro de
nósÉ muito, é grande, é total
Alguma coisa está fora da ordemFora da nova ordem mundial [4x]
Meu canto esconde-se como um bando de Ianomâmisna floresta
Na minha testa caem, vêm colocar-se plumas de umvelho cocar
Estou de pé em cima d’um monte de imundo lixo baianoCuspo chicletes do ódio no esgoto exposto do LeblonMas retribuo a piscadela do garoto de frete do Trianon
Eu sei o que é bomEu não espero pelo dia
em que todos os homens concordemApenas sei de diversas harmonias bonitas
Possíveis sem juízo final
Alguma coisa está fora da ordemFora da nova ordem mundial [4x]