ProgramaUMA NOITE EM CASA DE AMÁLIA

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TEATRO POLITEAMA UM MUSICAL DE FILIPE LA FERIA AMÁLIA UMA NOITE EM CASA DE

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TEATRO POLITEAMA

UM MUSICAL DE FILIPE LA FERIA

AMÁLIA

UMA

NOITE

EM

CASA

DE

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Dezembro de 1968. Dezanove de Dezembro. Vinicius parte amanhã para Roma onde irá passar o Na-tal. Esta noite em casa de Amália há uma pequena festa de despedida.

Por entre a penumbra que está na sala começo a distinguir alguns rostos: a Amália, o Vinicius, a Natália Correia, o Oulman, o José Carlos Ary dos Santos... mas nem há tempo para saudações; é justamente o Ary dos Santos quem vai recitar...

DAVID MOURÃO-FERREIRA

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língua portuguesa, e ele até escreveu coisas lindas sobre o meu livro Amália. Uma Biografia (1987), o que muito me envaideceu.

Em 1963, eu estava a começar a desenhar para o Teatro na Casa da Comédia, dirigida pelo Dr. Fernando Amado, grande homem de teatro. O José Carlos Ary dos Santos aparecia muito por lá, num grupo capitaneado pela bonita Natália Correia, que arrastava sempre o seu cerrado séquito de adoradores, que logo acendia o isqueiro, mal ela, em gesto altivo, puxava da boquilha. Fiquei amigo dos dois. O Zé Carlos, se estava sozinho era maravilhoso, se pressentia público, era insuportável de exibicionismo, mas sempre muito bom poeta. Da Natália tudo se esperava. Tanto num intervalo de uma peça de Shakespeare, no Tivoli, dissertava sobre rosicrucianismo, como, as altas horas da noite, na boîte Galo, do Parque Mayer, cantava o Stormy Weather, com a perna levantada, na pe-numbra da pista de dança. Fui também muito amigo do Alain Oulman, mas não pela música, foi através dos Lisbon Players e do teatro que o conheci, e imaginei com ele espectáculos que a PIDE não deixou realizar.

O Alain era um bom conversador, mas falava pouco em público, sempre com o seu sorriso doce e irónico. Foi um dos maiores músicos que houve em Portugal no século XX, deu uma nova vida a tudo o que se cantava, e Amália dá disso testemunho.

Uma vez, em Novembro de 1989, estava eu com Amália em Saint-Étiènne, num grande Festival Internacional de Teatro, em que a Comuna teve um enorme su-cesso com A Pécora, de Natália Correia. Amália estava muito cansada e ficou à conversa comigo no hotel, falhámos o espectáculo de abertura do Festival, ambos nos guardámos para ver A Comuna, na noite seguinte. Na manhã desse dia do espectáculo, procurei encontrar o João Mota e o Carlos Paulo, e fomos todos almoçar.

Quando entrei no restaurante, a Natália, de boquilha em riste, veio direita a mim, e disse-me no seu tom mais repenicado: “Então você é que é o dragão que guarda a Amália Rodrigues?” Achei aquilo uma pergunta com ar de Cancionei-ro. Quem me dera que fosse Amália Rodrigues a guardar-me a mim.Dela, diria eu, com Álvaro de Campos:

“Nossa SenhoraDas coisas impossíveis que procuramos em vão,Dos sonhos que vêm ter connosco ao crepúsculo à janela,Dos propósitos que nos acariciamNos grandes terraços dos hotéis cosmopolitasAo som europeu das músicas e das vozes longe e perto,E que doem por sabermos que nunca as realizaremos…Vem e embala-nosVem e afaga-nos,Beija-nos silenciosamente na fronte,Tão silenciosamente na fronte que não saibamos que nos beijamSenão por uma diferença na almaE um vago soluço partindo melodiosamenteDo antiquíssimo de nósOnde tem raiz todas essas árvores de maravilhaCujos frutos são os sonhos que afagamos e amamosPorque os sabemos fora de relação com o que há na vida.”

VÍTOR PAVÃO DOS SANTOS

Uma Noite AntiquíssimaA grande sala setecentista da casa de Amália é para ser vivi-da de noite. Algumas vezes es-tive lá com a luz do sol a entrar a jorros, mas parecia-me aquilo coisa estranha, era como que uma profanação. Por isso Amá-lia, acautelando-se dos dias lon-gos, nunca marcava encontros ou entrevistas que não fosse para depois das dez e meia da noite. Tive a sorte de conhe-cer bem essa sala de gran-des painéis de azulejo azuis e brancos, de mil objectos com história, como aquele Menino Jesus com a sua cadeirinha, do Busto que é nome de disco, das teatrais cortinas de veludo nas janelas, dos macios sofás também de veludo, das muitas flores, das guitarras antigas es-palhadas junto ao fogão da sala, sobre o qual, uma Amália sempre triunfante, imutável, pintada por Eduardo Malta, presidia aos dias de uma Amália muito alegre com a última piada da hora, anedota de alentejanos pela certa, ou uma Amália triste, por vezes desalentada, com alguma coisa que lhe tinham dito e não lhe caíra bem, ou simplesmente porque essa era a sua natureza. “Não sou feliz, mas sou bem disposta. Você hoje está triste, vou-lhe contar uma história que se vai fartar de rir” – dizia-me com frequência. Mas fosse qual fosse o seu humor, lá estava o quadro de Eduardo Malta para chamar a atenção para o facto de Amália ser sempre triunfante. E a noite agitava-se com o vaivém das visitas, com pequenos incidentes diários, com as disputas de nadas.

Amália não tinha apenas um porte de grã-duquesa, mantinha em sua casa uma etiqueta muito estrita, qual etiqueta dos Habsburgos. Fosse um jantar de ceri-mónia, com o Anthony Quinn, que era de uma simpatia admirável, fosse com a Margueritte Yourcenar, que o implacável João Belchior Viegas desancou por ela o tomar por mordomo, fosse só com os amigos íntimos, como era o meu caso, observava-se cuidadosamente o lugar que cada um ocupava à mesa, como cada um era servido. Só em casos excepcionais, da mais perfeita intimi-dade, eu me sentava à direita de Amália, usurpando o lugar de Vicente, o irmão mais velho, que julgava ser seu esse privilégio, quando não havia visitas ilustres, e nunca me perdoava.

Não sou do tempo de Vinicius de Moraes se embebedar em casa de Amália, a minha frequência constante começou em 1982. O poeta brasileiro só o conhe-ci a embebedar-se em público, no Teatro Villaret, com bilhetes pagos, que não foi um espectáculo que me entusiasmasse. O Luís XIV jantava em público face aos seus súbditos, é verdade, mas sempre era de borla, e era o Roi Soleil e o ce-nário era Versailles. Amália admirou-se que ele lhe fizesse um poema tão fraqui-nho, de rima tão pobre, e só o cantou em público no Brasil, porque era sempre um prestígio. Mas conheci muito bem e desde há muitos anos, através do meu primo, o poeta Henrique Segurado, um grande poeta, David Mourão-Ferreira, seu confrade na Távola Redonda, e depois, vida fora, nunca mais nos perdemos de vista, tinha por ele uma grande admiração como poeta, considero a sua Primavera um dos grandes poemas para ser cantados que se escreveram em

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Se numa noite David Mourão Ferreira tivesse ido à casa de São Bento de Amália Rodrigues para lhe dar a notícia que o Fado era Património Imaterial da Humanidade, Amália teria aberto os seus olhos de espan-to e de certeza, soltaria uma sonora gargalhada e só depois, num tom arrastado e um pouco irónico, comentaria “Não me diga, David…”. Por certo, Ary dos Santos estaria presente e, espampanantemente, contes-taria que o Fado era operário perante a boquilha negra de Natália Correia que logo afir-maria que o Fado, mais que um património, era o corpo, a alma e a história de um Povo. Vinicius de Moraes, de copo de whisky na mão, diria que o Fado nas-ceu no Brasil o que seria tema para uma veemente discussão de poetas. Maluda, fumando ci-garro atrás de cigarro, pensa-ria numa tela azul e vermelha sobre o Fado e sobre Lisboa. Amália chamaria o guitarra e o viola, que talvez estivessem à conversa na varanda, e cantaria um fado de Alain Oulman que, timidamente, se sentaria ao piano para acompanhar a sua Diva. Ele que lhe fez as músicas mais belas e desvendou-lhe os mistérios da poesia. O Engº. César Seabra, o discreto marido de Amália, já estaria há muito tempo a dormir. O sonho dos poetas habitualmente causava-lhe um sono profundo. E na sala de costura, D. Ilda à conversa com Estrela, cortaria o tecido negro do próximo vestido que tinha de estar pronto para o próximo concerto de Amália, num país talvez além do arco-íris. Mas, ao ouvirem os pri-

meiros acordes da guitarra, a dedicada modis-ta e a fiel secre-tária, pé ante pé, iriam até à sala onde as palavras de Camões, o grande poeta de Amália, seriam naquela noite e para sempre, a voz eterna e ima-terial do Fado.

FILIPE LA FÉRIAFotografias | Abel Dias

AMÁLIAPatrimónio Imaterial da Humanidade

De manhã escureçoDe dia tardo

De tarde anoiteçoDe noite ardo

POÉTICA IVINICIUS DE MORAES

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UMA NOITEEM CASA DE

AMÁLIA

AMÁLIA VANESSAVINICIUS DE MORAES MARCOS DE GÓIS

NATÁLIA CORREIA PAULA FONSECAARY DOS SANTOS RICARDO CASTRO

DAVID MOURÃO FERREIRA NUNO GUERREIRO ALAIN OULMAN HUGO RENDAS

MALUDA CLÁUDIA SOARESMILITAR RUI ANDRADECASIMIRA ROSA AREIA

HUGO RIBEIRO PEDRO MARTINHO

DIRECÇÃO | TEXTO | ENCENAÇÃO | CENOGRAFIA | FIGURINOS

FILIPE LA FÉRIAASSISTENTE DE ENCENAÇÃO

LUÍS MOREIRADIRECÇÃO MUSICAL

MÁRIO RUIMÚSICOS

BRUNO COSTA | JOÃO NÚNCIO | PAULO NEVESDIRECÇÃO VOCAL

TIAGO ISIDRODIRECÇÃO DE FIGURINOS

LAURINDA FARMHOUSE

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AMÁLIA, VINICIUS, NATÁLIA, ARY, ALAIN, DAVID E MALUDA

HOMENS E MULHERES MAIORES QUE A VIDA

Após o colapso do Sonho Americano da década de 50, os anos 60 reve-lam a perda da inocência do Novo e do Velho Continente, numa atmosfe-ra marcada por uma glorificação da contestação juvenil que se revolta contra a sociedade, a política e a re-ligião num movimento de contracultu-ra. A ascensão e morte de Kennedy, a guerra do Vietname, a invasão da Checoslováquia pelas tropas soviéti-cas, o Concílio Ecuménico Vaticano II, a televisão, a influência pop na mú-sica e na pintura, o novo cinema de Hollywood e o Maio de 68 chegam a Portugal através de ecos censurados e distorcidos apenas entendidos por ínfimas elites culturais reunidas em longas noites como a de hoje: uma noite em casa de Amália.No final da década de 60, apesar de distante da política que a cansava, AMÁLIA RODRIGUES (1 de Julho de 1920 | 6 de Outubro de 1999) recebia em sua casa, intelectuais maioritariamente de oposição ao Estado Novo em lendárias tertú-lias que ficaram na história de Lisboa. Eram anos, após o início da colaboração com Alain Oulman em 1962 com o disco Asas Fechadas (Busto), nos quais Amá-lia confessa mudanças e rupturas numa progressiva sofisticação que revela uma mulher emancipada, contemporânea e de coração independente, com os múltiplos reflexos da imagem total do mito nacional.Nascida em 1920, Amália era em 1968, o rosto da sua própria renovação, im-primindo um fulgor novo ao fado, sintetizando o tradicional e o urbano, tornando seus os nossos poetas mais basilares como Luís de Camões e tornando de to-dos nós, os poetas que para ela escreveram: Pedro Homem de Mello, Alexandre O’Neill, José Régio, Manuel Alegre, Ary dos Santos e David Mourão-Ferreira. Aos 48 anos de idade, Amália tem um estatuto de excepção a nível mundial, rea-lizando longas viagens de digressão um pouco por todo o mundo, restringindo as suas aparições em Portugal a alguns espectáculos anuais como a Grande Noite do Fado, o Natal dos Hospitais e o Réveillon do Casino Estoril.Será numa destas estadas em Lisboa que recebe Vinicius de Moraes na sua casa da Rua de São Bento. VINICIUS DE MORAES (19 de Outubro de 1913 | 9 de Julho de 1980) foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compo-

sitor brasileiro. Poeta essencialmente lí-rico, também conhecido como poetinha, nome que lhe foi atribuído por Tom Jo-bim, notabilizou-se pelos seus sonetos, tendo publicado três livros: Antologia Poética, Procura-se Uma Rosa e Para Viver Um Grande Amor, a peça de te-atro Orfeu da Conceição que serviu de argumento ao filme Orfeu Negro do re-alizador francês Marcel Camus, além de centenas de letras de canções que se tornaram ícones da música popular bra-sileira como Chega de Saudade, Eu Sei que Vou Te Amar, Garota de Ipanema, Samba da Benção da banda sonora de Um Homem e Uma Mulher de Claude Le-louch e Saudades do Brasil em Portugal, cantada por Amália no disco que é tes-temunho desta noite no final de 1968.

O ano que marcou o fim da carreira diplomática de Vinicius de Moraes, aos 55 anos de idade. Após 26 anos de serviço, Vinicius foi reformado pelo Ato Insti-tucional 5, criado pela ditadura militar brasileira. No dia em que o acto era edi-tado, Vinicius encontrava-se em Portugal onde realizava um concerto com Chico Bu-arque e Nara Leão. Após este espetáculo, estudantes salazaristas estavam reunidos na porta do Teatro para protestar contra o poeta. Aconselhado a se retirar pelas traseiras do teatro, preferiu enfrentar os protestos e, parando diante dos manifes-tantes, começou a declamar Poética I (De manhã escureço/De dia tardo/De tarde anoiteço/De noite ardo). Então, um dos jo-vens tirou a capa do seu traje académico e a colocou no chão para que Vinicius pudes-se passar sobre ela — acto imitado pelos outros estudantes e que, em Portugal, é uma forma tradicional de homenagem aca-démica.Uma figura central das tertúlias que reuniam em Lisboa nomes centrais da cultura e da literatura portuguesas nas décadas de 1950 e 1960, NATÁLIA CORREIA (13 de Setembro de 1923 | 16 de Março de 1993) ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na sua escrita, desde a poesia ao romance, do teatro ao ensaio. Dotada de invulgar talento oratório e grande coragem combativa, tomou parte activa nos movimentos de oposição ao Estado Novo, tendo participado no Movimento de Unidade Democrática em 1945, no apoio às candidaturas para a Presidência da República do general Norton de Matos em 1949 e de Humberto Delgado em 1958 e na Comissão Eleitoral de Unidade Democrática de 1969. Foi condenada a três anos de prisão, com pena suspensa, pela publicação da Antologia da Po-esia Portuguesa Erótica e Satírica, considerada ofensiva dos costumes, (1966) e processada pela responsabilidade editorial das Novas Cartas Portuguesas de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta.Poetisa, dramaturga, romancista, ensaísta, tradutora, jornalista, guionista e editora, tornou-se conhecida na imprensa escrita e, sobretudo, na televisão, com o programa Mátria. Uma das mulheres mais belas de Lisboa, Natália fun-dou em 1971, o bar Botequim, onde durante as décadas de 1970 e 1980 se reuniu grande parte da intelectualidade portuguesa. A sua intervenção política pública levou-a ao Parlamento, para onde foi eleita em 1980 nas listas do Parti-do Popular Democrático, passando a independente. Foi autora de polémicas in-tervenções parlamentares, das quais ficou célebre, num debate sobre o aborto em 1982, a réplica satírica que fez a um deputado do CDS sobre a fertilidade do mesmo. Na madrugada de 16 de Março de 1993, morreu, subitamente, com um ataque cardíaco, em sua casa, depois de regressada do Botequim.Um dos seus maiores amigos foi JOSÉ CARLOS ARY DOS SANTOS (7 de Dezem-bro de 1937 | 18 de Janeiro de 1984), um dos mais talentosos poetas da sua geração que teve a sua estreia literária aos 26 anos com A Liturgia do Sangue, inaugurando uma carreira com livros de poemas como Adereços, endereços, In-

sofrimento in sofrimento, Fotos-grafias, um livro que foi apreendido pela PIDE em 1971, Resumo, As Portas que Abril Abriu, O Sangue das Palavras e em 1983, 20 Anos de Poesia.A convite de Alain Oulman escreve, em 1968, o poema Meu amor meu amor para ser interpreta-do por Amália. Seguiram-se temas como Amên-doa Amarga, Alfama, Rosa Vermelha, O Meu é Teu e O Meu Amigo está Longe. Ary dos Santos chega ao grande público através do Festival da Canção, especialmente com Desfolhada Portu-guesa interpretada por Simone de Oliveira, Toura-da por Fernando Tordo e Menina do Alto da Serra por Tonicha, contribuindo para a renovação da música ligeira portuguesa, através dos seus mais

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de 600 poemas, que considerava serem a sua maneira de falar com o povo porque ser poeta é escolher as palavras que o povo merece. Representativos do grau de popularidade que os poemas de Ary dos Santos atingiam junto do grande público são temas como Estrela da Tarde, Lisboa, Menina e Moça ou Os Putos interpretados por Carlos do Carmo, que edi-ta em 1977 Um Homem na Cidade, inteira-mente concebido com poemas de Ary dos Santos.A teatralidade patente na sua voz vibrante encontra-se registada em várias edições discográficas, onde se apresenta como de-clamador como Ary por si próprio de 1970 ou um ano depois, Cantigas de Amigos, jun-tamente com Natália Correia e Amália Ro-drigues, entre outros. Em Ary dos Santos existia também uma intensa militância polí-tica que o move pelo país, antes e depois da Revolução de 25 de Abril, apoiando pessoas e causas. Ary dos Santos inicia-se activamente na vida política em 1969. Nesta altura integra a campanha da Comissão Democrática Eleitoral e colabora com o Partido Comunista Português, militância que defende até à morte em 1984.Um combate ao fascismo partilhado com ALAIN OULMAN (15 de Junho de 1928 | 29 Março de 1990). Foi na Ericeira que se deu o encontro entre Alain e Amália. O compositor mostrou-lhe o poema Vagamundo de Luís de Macedo e este foi o primeiro de muitos dos poemas, resultado do intenso trabalho de pesquisa de Alain Oulman. O compositor procurava, na Biblioteca Nacional, os grandes poetas portugueses e, depois, musicava os seus poemas. O primeiro trabalho com Amália foi editado em 1962, integrando os poemas Asas Fecha-das, Cais de Outrora e Vagamundo de Luís Macedo; Maria Lisboa, Madrugada de Alfama, Abandono e Aves Agoirentas de David Mourão-Ferreira, todos com música de Alain Oulman. Outros álbuns se seguiram, revelando musicalmente novas composições para poetas como Pedro Homem de Mello, José Régio, Ale-xandre O’Neill ou Luís de Camões. A edição em 1965 de Amália canta Luís de Camões escandalizou alguns dos meios tradicionais do Fado, e essa abordagem à poesia de Camões foi inclusive tema de polémica nos jornais da época.O exílio político de Oulman aconteceu em 1966, na manhã de 18 de Fevereiro quando três agentes da Pide entraram na casa das Amoreiras e levaram-no algemado para a sede da polícia política e, mais tarde, para Caxias. Permane-ceu cinco semanas na prisão de Caxias, sofrendo longos interrogatórios e as torturas da estátua e do sono. Por pressão do Governo francês e do seu pai, acabou por ser libertado e expulso do país. Alain Oulman foi para Paris onde se estabeleceu definitivamente em 1968.O contacto entre Amália e Oulman, apesar da distância, manteve-se permanen-te. E, em 1970, foi editado Com que Voz, álbum vencedor do IX Prémio da Crítica Discográfica Italiana em 1971, e do Grande Prémio da Cidade de Paris e Gran-de Prémio do Disco em 1975. Desta feita surgem composições para poemas de Cecília Meireles, David Mourão-Ferreira, Manuel Alegre, Luís de Camões, António de Sousa, Alexandre O’Neill, Pedro Homem de Mello e Ary dos San-tos. Posteriormente Alain Oulman continuou a compor para Amália. Ao longo

da sua carreira, a fadista gravou vinte e duas composições suas em oito álbuns. Com o fim do salazarismo deixou de ser proibida a sua en-trada em Portugal e passou a dividir a sua vida entre Paris e Lisboa. Por falta de tempo, Alain Oulman adia por três vezes uma operação ao coração e acaba por falecer a 29 de Março de 1990.A sua importância no contexto da música portuguesa é descrita desta forma por David Mourão-Ferreira: “Deve-se a Alain Oulman, logo a partir de finais dos anos cinquenta, a pioneira missão de estabelecer um determina-do e fecundo enlace entre a poesia

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portuguesa de matriz “culta” e essa específica forma da música popular – o Fado – que até aí era objecto de um quase geral e sobranceiro menosprezo por parte da “intelligentzia nacional.” (Primavera: David Mourão-Ferreira, pp. 82).DAVID de Jesus MOURÃO-FERREIRA (24 de Fevereiro de 1927 | 16 de Junho de 1996) iniciou a sua colaboração na revista Seara Nova, publicando aí os seus primeiros poemas em 1945. Tendo como mestres Hernâni Cidade, Vitori-no Nemésio, Jacinto do Prado Coelho, Maria de Lurdes Belchior, entre outros, licencia-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1951, onde mais tarde foi professor a partir de 1957, tendo-se des-tacado como um dos grandes poetas contemporâneos do Século XX. No início da década de 50, recebe o prémio de poesia Delfim Guimarães pelo seu livro Tempestade de Verão e escreve os primeiros poemas para Amália Rodrigues. Na sua obra, são famosos alguns dos poemas que compôs para a voz da diva como Sombra, Maria Lisboa, Nome de Rua, Abandono (Fado Peniche) e sobretu-do Barco Negro que foi veículo para a internacionalização fulgurante da carreira de AmáliaEm 1959, publica Gaivotas em Terra que, no ano seguinte, será premiado pela Academia das Ciências de Lisboa com o prémio Ricardo Malheiros e servirá como argumento para Fado Corrido, o filme de Jorge Brum do Canto protagoni-zado por Amália em 1964. Entre 1963 e 1973, foi secretário-geral da Socieda-de Portuguesa de Autores. Depois do 25 de Abril, foi director do jornal A Capital e director-adjunto de O Dia. Desempenhou o cargo de Secretário de Estado da Cultura (entre 1976 e Janeiro de 1978, e novamente em 1979). Foi por ele assinado, em 1977, o despacho que criou a Companhia Nacional de Bailado. Foi autor de alguns programas de televisão como Hospital das Letras e Imagens da Poesia Europeia para a RTP. Em 1980 publica os livros Ode à Música e Entre a Sombra e o Corpo e recebe o Prémio da Crítica da Association International des Critiques Littéraires pela obra As Quatro Estações. Em 1984 passa a dirigir a revista Colóquio/Letras editada pela Fundação Calouste Gulbenkian e assume as funções de Presidente da Associação Portuguesa de Escritores até 1986. Entre a sua imensa bibliografia, destacam-se ainda: O Corpo Iluminado, A Arte de Amar, Jogo de Espelhos – Reflexos de um Auto-retrato e o romance Um Amor Feliz, que viria a obter o Prémio de Narrativa do Pen Clube, o Prémio D. Dinis da Fundação da Casa de Mateus, o Prémio de Ficção do Município de Lis-boa e o Grande Prémio de Romance da Associação Portuguesa de Escritores. Em 1981 é condecorado com o grau de Grande Oficial da Ordem de Santiago da Espada. Em 1996 recebe o Prémio de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores e a Grã-Cruz da Ordem de Santiago da Espada.Maria de Lurdes Ribeiro conhecida por MALUDA (15 de Novembro de 1934 | 10 de Fevereiro de 1999) obteve uma bolsa de estu-dos da Fundação Calouste Gulbenkian em 1963 e viajou para Portugal, onde trabalhou com o mestre Roberto de Araújo em Lisboa. Entre 1964 e 1967 viveu em Paris como bolseira da Gulbenkian. Aí trabalhou na Académie de la Grande Chaumière com os mestres Jean Aujame e Michel Rodde. Foi nessa altura que se interessou pelo retrato e por composições que fazem a síntese da paisa-gem urbana, com uma paleta de cores muito distintiva e uma utilização brilhante da luz, que conferem às suas obras uma identidade muito própria e inconfundível. Ami-ga e retratista de Amália Rodrigues, fez parte do seu círculo mais próximo par-ticipando nas inúmeras tertúlias que Amália promovia em sua casa. Em 1969 realizou a sua primeira exposição individual na galeria do Diário de Notícias. Em 1973 realizou uma grande exposição individual na Fundação Gulbenkian, que obteve grande sucesso, registando cerca de 15 mil visitantes e lhe deu noto-riedade junto do grande público. Entre os anos de 1976 e 1978 foi novamente bolseira da Fundação Gulbenkian, estudando em Londres e na Suíça. A partir de 1978 dedicou-se também à temática das janelas, procurando utilizá-las como metáfora da composição público-privado. Um ano depois, recebeu o Prémio de Pintura da Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa. Em 1998 foi agraciada pelo Presidente da República Jorge Sampaio, com a Ordem do Infante D. Henri-que, ao mesmo tempo que realizou a sua última exposição individual Os selos de Maluda patrocinada pelos CTT, vindo a falecer um ano depois.

JOÃO CARLOS MARTINS

OS FADOS E AS CANÇÕES DESTA NOITE

NAUFRÁGIO (Letra de Cecília Meireles e Música de Alain Oulman)HAVEMOS DE IR A VIANA(Letra de Pedro Homem de Mello e Música de Alain Oulman)SE TODOS FOSSEM IGUAIS A VOCÊ(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Tom Jobim)SAMBA EM PRELÚDIO(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Baden Powell)A FELICIDADE (Letra de Vinicius de Moraes e Música de Tom Jobim)FADO XUXU (Letra de Amadeu do Vale e Música de Frederico Valério)AMÊNDOA AMARGA (Letra de Ary dos Santos e Música de Alain Oulman)MADRUGADA DE ALFAMA(Letra de David Mourão Ferreira e Música de Alain Oulman)NOME DE RUA(Letra de David Mourão Ferreira e Música de Alain Oulman)MARIA LISBOA(Letra de David Mourão Ferreira e Música de Alain Oulman)EU SEI QUE VOU TE AMAR(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Tom Jobim)O QUE TINHA DE SER(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Tom Jobim)ARANJUEZ, MON AMOUR(Adaptação de Guy Bontempellie e Música de Joaquin Rodrigo)CANTO DE OSSANHA(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Baden Powell)MEU AMIGO ESTÁ LONGE(Letra de Ary dos Santos e Música de Alain Oulman)PARTINDO-SE. SENHOR, PARTEM TÃO TRISTES(Letra de João Roiz de Castelo Branco e Música de Alain Oulman)MENINA DOS OLHOS TRISTES(Letra de Reinaldo Ferreira e Música de José Afonso)FORMIGA BOSSA NOVA(Letra de Alexandre O’Neill e Música de Alain Oulman)GAIVOTA (Letra de Alexandre 0’Neill e Música de Alain Oulman)SAUDADES DO BRASIL EM PORTUGAL(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Homem Cristo)MÃE PRETA (Letra de Piratini (Antônio Amábile) e Música de Caco Velho (Mateus Nunes)EL LERELE(Letra de Genaro Monreal La Costa e Música de F. Muñoz Acosta)SUMMERTIME(Letra de DuBose Heyward e Ira Gershwin e Música de George Gershwin)ABANDONO | FADO PENICHE(Letra de David Mourão Ferreira e Música de Alain Oulman)PRA QUE CHORAR (Letra de Vinicius de Moraes e Música de Toquinho)SEI LÁ... A VIDA TEM SEMPRE RAZÃO(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Toquinho)EU NÃO EXISTO SEM VOCÊ(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Tom Jobim)MEDO (Letra de Reinaldo Ferreira e Música de Alain Oulman)SAMBA DA BÊNÇÃO(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Baden Powell)FADO MEU POVO (Letra e Música de Filipe La Féria)

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FILIPELAFÉRIA Iniciou a sua actividade teatral, em 1963, como actor, no Teatro Nacional, com Amélia Rey Colaço tendo ainda pertencido às compa-nhias do Teatro Estúdio de Lisboa, Teatro Experimental de Cascais e Teatro da Cornucópia. Foi direc-

tor, durante 16 anos, do Teatro da Casa da Comédia, onde encenou, entre outros, Faz Tudo, Faz Tudo, Faz Tudo!, A Paixão Segundo Pier Paolo Pasolini, A Marquesa de Sade, Eva Péron, Savanah Bay, A Bela Portuguesa, Electra ou a Queda das Máscaras, Noites de Anto, A Ilha do Oriente, revelando autores como Marguerite Yourcenar, Mishima, Marguerite Duras ou Mário Cláudio.

Em 1990 escreve e encena What Happened to Madalena Iglésias e aceita o convite como autor, encenador e cenógrafo de Passa por Mim no Rossio, no Teatro Nacional D. Maria II, encenando, posteriormente, no mesmo Teatro As Fúrias de Agustina Bessa--Luís.

Dirige, em Bruxelas, o espectáculo inaugural da Europália (1991), e em Sevilha, o Dia de Portugal na Expo Sevilha ’92. Estudou encenação em Londres como bolseiro da Funda-ção Calouste Gulbenkian e foi professor universitário durante mais de uma década, onde regeu a cadeira de «Arte e Imagem» na Universidade Independente. Foi premiado várias vezes pela Crítica, Casa da Imprensa, Secretaria de Estado da Cultura e vários órgãos de comunicação social como autor, encenador e cenógrafo. No décimo aniversário do 25 de Abril, a Associação Portuguesa de Críticos premeia-o como uma das personalida-des que mais se destacaram no Teatro. Foi condecorado Comendador com a Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República, Dr. Mário Soares e em 2006 recebe nova condecoração, a Grã-Cruz da Ordem do Infante, atribuída por outro Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, tendo ainda sido condecorado com a Medalha de Ouro da cidade de Lisboa. Ganhou os Globos de Ouro dos melhores espectáculos com Amália em 2000, My Fair Lady em 2003, Música no Coração em 2006 e West Side Story em 2009.

Entre os muitos musicais que já escreveu, adaptou e encenou como Passa por Mim no Rossio, Maldita Cocaína, Música no Coração, Amália, My Fair Lady, A Canção de Lisboa, West Side Story, Jesus Cristo Superstar, Um Violino no Telhado, Piaf, A Gaiola das Lou-cas, Annie e Fado | História de Um Povo, destacam-se, na área do teatro infantil, peças como A Menina do Mar de Sophia de Mello Breyner Andresen, Alice no País das Mara-vilhas de Lewis Carroll, A Estrela de Virgílio Ferreira e O Principezinho, o célebre livro de Antoine Saint-Exupéry. Em 2009, faz a adaptação para teatro do clássico do cinema O Feiticeiro de Oz e um ano depois, a adaptação da série televisiva O Sítio do Picapau Amarelo num espectáculo visto por milhares de crianças que regressaram ao Teatro Politeama para assistirem ao musical infanto-juvenil, Pinóquio, no mesmo ano em que faz a revisão da sua carreira em O Melhor de La Féria no Casino Estoril e revela Vanessa como actriz no papel de Judy Garland no musical O Fim do Arco-Íris e agora, a anfitriã em UMA NOITE EM CASA DE AMÁLIA, um texto original de Filipe La Féria.

VANESSA AMÁLIA

Nos últimos anos, o trabalho de Vanessa pode ser visto em várias participações televisivas nas galas dos Globos de Ouro, novelas como Saber Amar, Mis-tura Fina, Floribella, Celebridades, New Wave, programas como Família Su-perstar e Fátima, além de concursos como Chuva de Estrelas, Reis do Estú-dio, Academia de Estrelas e Cantigasde Maldizer.

Tem sido também uma presença assí-dua no Festival da Canção da RTP onde tem assegurado classificações entre os três primeiros lugares com temas como Além do sonho, O outro lado da vida e Alvorada.

Depois de uma passagem pelo teatro de revista em peças como É o fim da ma-cacada, Agarra que é honesto e Vai de email a pior. No campo dos musicais, foi protagonista de Fame que esteve em cena no Teatro Tivoli em Lisboa e no musical O MELHOR DE LA FÉRIA no Casino Estoril, onde foi cantora residente durante mais de dois anos. Vanessa revelou dotes invulgares como actriz e cantora, interpretando o papel de JUDY GARLAND em O FIM DO ARCO-ÍRIS de Peter Quilter com encenação de Filipe La Féria. Um papel que lhe valeu o galardão A Estatueta da Verdade atribu-ído pela Revista Eles & Elas, após um mediático dueto com Bryan Adams em When You’re Gonne no Rock in Rio.

MARCOS DE GÓIS VINICIUS DE MORAES

Licenciado em Artes Cénicas, o trabalhode Marcos de Góis tem abarcado os vá-rios palcos da representação desde o tea-tro à televisão, passando pelo cinema.

Nos palcos brasileiros, defendeu textos de Bertholt Brecht - A Excepção e a Regra,Henri Ibsen - O Inimigo do Povo, Calderón de la Barca - A Vida é Sonho ou A Hora da Estrela de Clarice Lispector, tendo uma participação especial no musical O Samba mandou-me chamar de Abelardo Figuei-redo. Um dos protagonistas na série ro-dada em Portugal, O Quinto Poder da TV Record, Marcos de Góis entrou ainda em filmes como Dias de Glória de Paulo Mo-

relli, Onde os Poetas Morrem Primeiro de Werner Schumann e Um Corpo caiu de Valdir Milani.

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PAULA FONSECA NATÁLIA CORREIA

Paula Fonseca teve a sua estreia como actriz em À Procura do Presente com encenação de Adolf Gutkin em 1987, como final do curso de Locutor/Actor no Instituto de Formação, Inves-tigação e Criação Teatral.Um ano depois, no Teatro Aberto, entra em A Rua com encenação de João Lourenço, uma colaboração que se prolonga em peças como Happy End e Romeu e Julieta em 1989 e Ópera dos Três Vinténs em 1993.Três anos antes, no Teatro Experimental de Cas-cais, é dirigida por Carlos Avillez em Leandro, Rei de Heliria e ao longo dos anos, o seu trabalho pôde ser visto em produções no Teatro da Co-muna como Top Girls com encenação de Fernan-da Lapa, Corações de Papel encenada por Maria Henrique e A Festa da Mimi por Carlos Aurélio. Em 1999, entra nos Encontros ACARTE, dirigida por Miguel Seabra em kFWFQ, uma produção do Teatro Meridional a partir de Italo Calvino.No Maria Matos, trabalha com Diogo Infante em Laramie (2006) e Cabaret (2008), após ter entrado no musical da autoria de Carlos Tê, Cabeças no Ar, que Adriano Luz encenou no São Luiz em 2005 contudo é com o encenador Fernando Gomes que Paula Fonseca, que faz parte da KLASSIKUS, mantém uma colaboração mais permanente, que nasce em A Marmita de Papin em 1989 até Um Cadáver…Atrás da Porta em 2010, passando por espectáculos como Klassikus Cabaret, O Papá não estava Lá, O Estranho Caso da Tia do Melro, A Tragédia, Viva o Casamento, A Vida Trágica de Carlota a filha da engomadeira ou A Divina Loucura, entre muitas outras produções, nomeadamente do Teatro Infantil de Lisboa como Pinóquio e Cinderella ambas em 1994 ou A Bela Muito Adormecida em 1996.Agora será Natália Correia, uma das convidadas para UMA NOI-TE EM CASA DE AMÁLIA, escrita e encenada por Filipe La Féria no Teatro Politeama.

RICARDO CASTRO ARY DOS SANTOS

Depois de frequentar o Curso da Escola Pro-fissional de Cascais, estreia-se como actor profissional, ao lado de João d’Ávila e Maria do Céu Guerra, na adaptação do filme de Et-tore Scola, Um Dia Inesquecível, encenada por Hélder Costa em 1997. Em 2001, faz parte do elenco de Amália, o musical escri-to e encenado por Filipe La Féria, represen-tando personagens como António Ferro, o grande nome político da cultura do Estado Novo. No mesmo ano, faz parte da novela da SIC, Ganância, mas é na TVI que entra nas mais populares séries e novelas da estação

como Super Pai, Anjo Selvagem, Baía das Mulheres, O Prédio do Vasco, Morangos com Açúcar IV e Flor do Mar, além das participações mais recentes em Noiva Precisa-se e Noite de Paz, esta uma produção para a RTP. Simultaneamente trabalha em teatro, mais precisamente nas revistas Lisboa regressa ao Parque e Vá para Fora…ou Vai Den-tro! de Mário Rainho no Teatro Maria Vitória e no ano passado, dirigido por Celso Cleto, sobe ao palco em Sabina Freire. Agora, convidado por La Féria, regressa ao Politeama para o papel de José Carlos Ary dos Santos.

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CLÁUDIA SOARES MALUDA

Estudou percussão no Conservatório Nacional de Lisboa. Gravou o genérico da telenovela “Sonhos Traídos”. Fez parte da Girls Band Bombocas, durante 3 anos. Participou no Festival da Eurovisão da Canção 2007, como coralista. Participou na Gala 7 Maravilhas, no musical Música no Coração, Jesus Cristo Superstar e West Side Story – Amor sem Barreiras de Filipe La Féria. Também com La Féria, trabalhou em Annie e O Feiticeiro de Oz no Teatro Rivoli, Um Violino no Telhado e O Sítio do Picapau Amarelo no Teatro

Politeama e O Melhor de La Féria no Casino Estoril.

RUI ANDRADE MILITAR

Participou em vários programas de televisão como «Ídolos» e «Nasci p’ra Música», além de ter ficado em 3º lugar nas duas últimas edi-ções do Festival RTP da Canção. Protagonizou o musical «José e o deslumbrante manto de mil cores» em cena no Coliseu do Porto e Teatro Gil Vicente em Coimbra. Com Filipe La Féria, participou em musicais como, «West Side Story | Amor Sem Barreiras», «Jesus Cristo Superstar», «O Principezinho», «Música no Coração», «Piaf» e «Um Violino no Telhado» no Teatro Politeama. Em televisão, entrou na série «Morangos com Açúcar», protagonizou o telefime «Até que a vida nos separe» e, recentemente, participou como convidado especial em «A Tua Cara Não Me É Estranha» além de fazer parte do elenco da novela «Doce Tentação» na TVI.

ROSA AREIA CASIMIRA

Com uma larga experiência de palco, estreou-se na Academia de Santo Amaro e participou como actriz, directora de cena e assis-tente de encenação de Henrique Santana. Em televisão, entrou na série «Médico de Família» na SIC e na novela «Cinzas» na RTP. De regresso ao teatro, integrou o elenco de «Rosa Tatuada», «Amá-lia», «My Fair Lady», «A Canção de Lisboa» e foi protagonista em «A Minha Tia e Eu», sempre com a encenação de La Féria. Duran-te a sua passagem pelo Teatro Rivoli, desenvolveu trabalhos de contra-regra e direcção de cena em peças como «Jesus Cristo

Superstar», «Música no Coração», «Um Violino no Telhado», «A Casa do Lago», «O Principezi-nho», «Alice no País das Maravilhas» e «O Feiticeiro de Oz». No Politeama, foi a Tia Benta em «O Sítio do Picapau Amarelo», tendo continuado o seu trabalho de contra-regra em peças como «Um Violino no Telhado», «A Flor do Cacto» e «Judy Garland | O Fim do Arco-Íris».

PEDRO MARTINHO HUGO RIBEIRO

Como ator profissional desde 1995, trabalhou com a Compa-nhia dos Satyros, La Fura dels Baus, Els Comediants, Companhia de Teatro Praga, Companhia do Chapitô, Companhia de Teatro O Bando, Companhia de Dança Teatro Senza Tempo/Barcelo-na, Associação Cultural Os Ditirambus, Companhia de Teatro A Vertigem/S. Paulo, Associação Cultural A Gaveta, Plano 6, Tea-tro Politeama, Ciclo do Porto - Radar 360º em autores como Tho-mas Bernard, Shakespeare, Mia Couto, Federico Garcia Lorca, Isabel Medina, Nuno Júdice, Cláudia Violante, Artaud, Strindberg,

Heiner Muller, Margarite Duras, G. Buchner, O. Pannizza, Anton Tchecov, Luís Mourão, An-drew L.Webber, Gonçalo M. Tavares, Maria Velho da Costa, John Steinbeck. Em televisão com participações em” A Lenda da Garça” para a RTP, nas séries «Os Jornalistas» e «Até Amanhã Camaradas» e as novelas «Podia acabar o mundo», «Laços de Sangue» e «Família Mata» na SIC e «Todo o Tempo do Mundo» e «Deixa-me Amar» para a TVI

HUGO RENDAS ALAIN OULMAN

Começou por fazer Teatro em Torres Ve-dras. Participou em concursos televisivos como «Selecção de Esperanças» e «Todos ao Palco», após o qual começou a traba-lhar com Filipe La Féria em grandes projec-tos como «40 anos da RTP», «Camaleão Virtual Rock», «Festival da Canção 97», «Paris Hotel» e «Campo Pequeno de Novo em Grande». No Teatro Politeama cola-borou em espectáculos de Filipe La Féria como «Maria Callas», «Rosa Tatuada» e «Música no Coração». No Musical «Jesus Cristo Superstar» interpretou Herodes e em «O Principezinho» o Aviador, sendo ga-lardoado com o prémio actor-revelação de 2007 por ambas as interpretações. De-pois da participação como o romântico Ri-cardo Del Carlo em «A Gaiola das Loucas», Hugo Rendas vestiu o fato do tímido Mo-tel, o alfaiate de «Um Violino no Telhado», papel que rendeu novo prémio de interpretação atribuído pelo Guia dos Teatros e em «A Flor do Cacto», desempenhou o papel de Igor. Mais recentemente, foi Mickey Deans, o último marido de Judy Garland em O Fim do Arco-Íris na versão que Filipe La Féria apre-sentou no Teatro Politeama.

NUNO GUERREIRO DAVID MOURÃO-FERREIRA

Em teatro participou em peças como «A Importância de Ser Amável», encenado por Fernando Heitor, «O Gato que Chove», encenado por Maria Emília Correia e na revista «Preço Único» no Parque Mayer. No Teatro Politeama participou, sob a direcção de Filipe La Féria, em «Maldita Cocaína», «Jasmim ou o Sonho do Cine-ma», «Amália», «My Fair Lady», «A Rainha do Ferro-Velho», «A Canção de Lisboa» e foi um memorável Tenente Schrank em «West Side Story | Amor Sem Barreiras». Participou também em televisão, nome-adamente nos telefilmes da SIC «Facas e Anjos» e «Monsanto». Em «A Flor do Cac-to», Nuno Guerreiro regressou ao Teatro Politeama para o papel do blasé César Ponti. Nos últimos tempos, dedicou-se mais à encenação, tendo sido assistente de La Féria em «A Casa do Lago» no Tea-tro Rivoli no Porto, em «Fado | História de Um Povo» e «O Melhor de La Féria» que esteve em cena durante vários meses no Salão Preto e Prata do Casino Estoril.

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