Programas da Asa Proporcionam Melhoria na Qualidade de Vida para a Família de Sr. Antônio e Dona...

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8• nº1292 Janeiro/2014 Araçuaí Programas da ASA Proporcionam Melhoria na Qualidade de Vida para a Família de Sr. Antônio e Dona Judite Envolvido de muito carinho e simplicidade, o Sr. Antônio Luiz dos Santos, da comunidade Lagoa dos Patos, Município de Araçuaí, conta que é filho adotivo e que sempre trabalhou no campo, e se orgulha muito por isso. Casado com Dona Judite Rodrigues de Souza e pai de 08 filhos, 03 mulheres (Vanuza, Antoniza e Mariana) e 05 homens (Lidiomar, Nilton Cláudio, Roberto, Leandro e Antônio Luiz). Todos frutos de uma união que já dura 42 anos. O casal conta suas dificuldades e vitórias para poder criar e educar os filhos, com a força do seu trabalho. “Antes eu morava em uma comunidade chamada Setúbal, município de Araçuaí e, aos 16 anos, mudei para essa comunidade que moro hoje. Aqui me dediquei nas lavouras de feijão, milho e mandioca, porém tinha ano que produzia e outro não. Então resolvi migrar para as lavouras de cana-de-açúcar. Isso durou 17 anos. Nesse tempo em que eu vivia na migração, era a Judite quem tomava conta de tudo, da casa, dos filhos e das lavouras que eu plantava na temporada que eu estava em casa. Saía e deixava tudo por conta dela”, relata Sr. Antônio. Dona Judite conta que não era fácil fazer tudo sozinha, pois tinha filho pequeno, e muitas vezes ela levava as crianças para as lavouras para poder plantar. “Os mais velhos cuidavam dos mais novos. Eu fazia uma cabana de lona e deixava-os lá enquanto cuidava da roça. Com o passar do tempo, eles foram crescendo e me ajudando no trabalho do campo”, conta dona Judite. O acesso à água O rio mais próximo ficava cerca de 05 km da casa de Sr. Antônio. Dona Judite conta que buscava água e lavava roupas semanalmente, percorrendo essa distância a pé. Havia represas na comunidade de Sr. Antônio, mas nem sempre a água durava o ano inteiro. Quando as chuvas eram fracas, a represa secava e a dificuldade de água aumentava. Sr. Antônio, Dona Judite e o neto Luan Henrique Plantação próximo a cisterna calçadão.

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Dona Judite e Sr Antônio contam como os programas da ASA foram importantes na vida da família deles.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8• nº1292

Janeiro/2014

Araçuaí

Programas da ASA Proporcionam Melhoria na Qualidade de Vida para a Família de

Sr. Antônio e Dona Judite

Envolvido de muito carinho e simplicidade, o Sr.

Antônio Luiz dos Santos, da comunidade Lagoa dos

Patos, Município de Araçuaí, conta que é filho adotivo

e que sempre trabalhou no campo, e se orgulha muito

por isso.

Casado com Dona Judite Rodrigues de Souza e pai de

08 filhos, 03 mulheres (Vanuza, Antoniza e Mariana) e

05 homens (Lidiomar, Nilton Cláudio, Roberto,

Leandro e Antônio Luiz). Todos frutos de uma união

que já dura 42 anos. O casal conta suas dificuldades e

vitórias para poder criar e educar os filhos, com a

força do seu trabalho.

“Antes eu morava em uma comunidade chamada Setúbal, município de Araçuaí e, aos 16 anos, mudei para essa comunidade que moro hoje. Aqui me dediquei nas lavouras de feijão, milho e mandioca, porém tinha ano que produzia e outro não. Então resolvi migrar para as lavouras de cana-de-açúcar. Isso durou 17 anos. Nesse tempo em que eu vivia na migração, era a Judite quem tomava conta de tudo, da casa, dos filhos e das lavouras que eu plantava na temporada que eu estava em casa. Saía e deixava tudo por conta dela”, relata Sr. Antônio.

Dona Judite conta que não era fácil fazer tudo sozinha, pois tinha filho pequeno, e muitas vezes ela levava as crianças para as lavouras para poder plantar.

“Os mais velhos cuidavam dos mais novos. Eu fazia uma cabana de lona e deixava-os lá

enquanto cuidava da roça. Com o passar do tempo, eles foram crescendo e me ajudando no

trabalho do campo”, conta dona Judite.

O acesso à água

O rio mais próximo ficava cerca de 05 km da casa de

Sr. Antônio. Dona Judite conta que buscava água e

lavava roupas semanalmente, percorrendo essa

distância a pé.

Havia represas na comunidade de Sr. Antônio, mas

nem sempre a água durava o ano inteiro. Quando as

chuvas eram fracas, a represa secava e a dificuldade

de água aumentava.

Sr. Antônio, Dona Judite e o neto Luan Henrique

Plantação próximo a cisterna calçadão.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Minas Gerais

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Em 2000, a energia elétrica chegou à casa de Sr.

Antônio. Ele conta que foi uma conquista muito

importante que aconteceu na vida de sua família e na

comunidade. Mas mudança melhor foi em 2004,

quando a família foi contemplada com uma cisterna

de 16 mil litros, do P1MC - Programa Um Milhão de

Cisternas, da ASA - Articulação no Semiárido

Brasileiro em parceria com o Centro de Agricultura

Alternativa Vicente Nica (CAV).

“Foi uma das melhores coisas que aconteceu pra mim

e pra minha família, pois tivemos a oportunidade de

beber água saudável e de qualidade na porta da nossa casa. A partir daí, as coisas só foram

melhorando. Continuei com as plantações de feijão e

milho e abandonei a migração das lavouras de cana-

de açúcar, para ajudar a Judite nos trabalhos, e assim

foi. Começamos fazer pequenas plantações para o

consumo de casa. Os filhos já grandes cada um

pegou seu rumo. Alguns foram trabalhar em outro

estado, outros casaram e ficaram só nós dois,” conta

Sr. Antônio.

Em 2013, a família de dona Judite e Sr. Antônio foi

contemplada com uma cisterna calçadão de 52 mil

Litros, da ASA em parceria com a Cáritas Diocesana

de Araçuaí.

A cisterna foi construída no quintal onde Sr Antônio já fazia algumas plantações, tudo feito em

um minucioso trabalho agroecológico. Milho, abóbora, pepino, maracujá, mandioca, maxixe e

tomate são encontrados no quintal de Sr Antônio além das mudas que ele ganhou no final do

projeto, que já estão bem crescidas, e em breve já estarão

dando bons frutos.

A produção é para o consumo da família. Sr. Antônio e Dona

Judite dizem que vendem muito pouco. Apenas quando sobra

muito mesmo, no mais ele dá para os vizinhos e para os amigos

que moram ali por perto.

Sr. Antônio e Dona Judite contam que a cisterna de 52 mil litros

já fez a diferença na vida deles.

“Agora poderemos fazer canteiros de diversas hortaliças, sem

correr o risco de não ter água para molhar”, conta dona Judite.

“Nunca pretendi sair daqui, apesar da dificuldade por falta de

água. Hoje em dia sei que ficou mais fácil. As cisternas trazem

muita alegria e satisfação para o agricultor e agricultora do

semiárido, finaliza” Sr. Antônio.

Realização Patrocínio

Plantação de milho e abacaxi

Dona Judite na plantação

Lugar sagrado onde Dona Juditeguarda fotos dos filhos e dos Netos