PROGRAMA E RESUMOS DOS TRABALHOS DA II JORNADA … 2... · no Sul do Brasil, criando um espaço...

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1 PROGRAMA E RESUMOS DOS TRABALHOS DA II JORNADA DO HISTEDBR "A PRODUÇÃO EM HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NA REGIÃO SUL DO BRASIL" Ponta Grossa, 8, 9, 10 de outubro de 2002 Curitiba, 11 de outubro de 2002 HISTEDBR - Região Sul 1992-2002 10 ANOS DE HISTÓRIA

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PROGRAMA E RESUMOS DOS TRABALHOS DA

II JORNADA DO HISTEDBR

"A PRODUÇÃO EM HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NA

REGIÃO SUL DO BRASIL"

Ponta Grossa, 8, 9, 10 de outubro de 2002

Curitiba, 11 de outubro de 2002

HISTEDBR - Região Sul 1992-2002

10 ANOS DE HISTÓRIA

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© by autores, 2002.

Revisão HISTEDBR

Capa HISTEDBR

Tiragem 300 exemplares

Catalogação na Publicação (CIP) elaborada por

Gildenir Carolino Santos – CRB-8ª/5447

Índice para catálogo sistemático

1. Educação - Brasil - História 370.981 2. Escolas públicas – Brasil – História 371.01 3. Historiografia 907.2 4. Documentos : Fontes de informação 025.54

Impresso no Brasil Setembro - 2002 ISBN: 85-86091-

© Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida por meios impressos ou eletrônicos, sem a devida

permissão escrita dos autores. Todos direitos reservados e protegidos por lei.

Jornada do HISTEDBR (2. : 2002 : Ponta Grossa, PR). J769C Caderno de resumos da II Jornada do HISTEDBR ; realizado de 8 a 11 de outubro de 2002 / organizadores: José Claudinei Lombardi, Demerval Saviani. -- Campinas, SP: HISTEDBR, 2002. Tema central: A produção em História da Educação na região sul do Brasil. ISBN: 85-86091- 1. Educação – Brasil - História. 2. Escolas públicas – Brasil - História. 3. Historiografia. 4. Fontes documentais. I. Lombardi, José Claudinei. II. Saviani, Dermeval. III. Título. 02-0169-BFE 20a CDD - 370.981

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Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” – HISTEDBR

II JORNADA DO HISTEDBR - Região Sul

"A PRODUÇÃO EM HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NA

REGIÃO SUL DO BRASIL"

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CCCC OMISSÃO OOOO RGANIZADORA

Coordenação Geral: Dermeval Saviani

Coordenador Executivo: José Claudinei Lombardi

Comissão Organizadora: Adriana de Regina de Jesus Santos Maria Julieta Weber Córdoba Alboni Marisa D. Pianovski Vieira Maria Isabel Moura Nascimento Ana Cláudia Urban Maria Elizabeth Blanck Miguel Aracely Mehl Gonçalves Marina H. Ribas Azilde L. Andreotti Maristela Iurk Batista Carmem Lúcia Valgas Neiva de Oliveira Moro Cirlei Francisca Gomes Carneiro Peri Mesquida Diogenes Nielsen Júnior Rogério Schnell Janaina de Paula do Espírito Santo Rosana Nadal de Arruda Moura Jorge Uilson Clark Rosilda Baron Martins José Claudinei Lombardi Sérgio Rogério de Azevedo Junqueira Leni Trentim Gasparin Silvana Maura Batista de Carvalho Luzia Borsato Cavagnari Tatiana Polliana P. de Lima Mara Regina Martins Jacomeli Teresa Jussara Luporini Maria Augusta Pereira Jorge Vera Lúcia Martiniak Comissão Científica: Gilberta Januzzi Maria Tereza P. Cartolano Gilberto Luis Alves Marli Auras Jamil Ibrahim Iskandar Newton P. Bryan José Luís Sanfelice Olinda Maria Noronha Luis Enrique Aguilar Pedro L . Goergen Maria Auxiliadora Schimidt Peri Mesquida Maria de Fátima Félix Rosar Raquel Gandini Maria Cecília M. de Oliveira Sandino Hoff Maria Elizabete S. P. Xavier Sonia Giubilei Maria Elizabeth Blanck Miguel Sérgio E. Montes Castanho Maria Luíza Santos Ribeiro Teresa Jussara Luporini Secretaria Geral e Executiva: Diogenes Nielsen Júnior - Secretário do HISTEDBR Rosana Nadal de Arruda Moura – Secretária UEPG Maria Isabel Moura Nascimento - Secretária Executiva da II Jornada do

HISTEDBR - Região Sul

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Coordenadores das Sessões de Comunicação Científica: Ana Carrilho Romero Grunennvaldt Maria Inês Hamann Peixoto Azilde L. Andreotti Mara Regina Martins Jacomeli Diogenes Nielsen Júnior Maria de Fatima Felix Rosar Elias Boaventura Maria Isabel Moura Nascimento Gilberto Luiz Alves Mauricéia Ananias Isaura Mônica Souza Zanardini Nilson Thomé Jorge Uilson Clark Roberto Antonio Deitos Luiz Bezerra Neto Tatiana Polliana P. de Lima Instituições Promotoras: Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP HISTEDBR – “História, Sociedade e Educação no Brasil” Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUC-PR

IIIInstituições RRRR epresentadas

FACIPAL Faculdades Integradas de Palmas FAFI-PR Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória FEBAVE Fundação Educacional Barriga Verde

ISCA Instituto Superior de Ciências Aplicadas - Limeira/SP PUC CAMPINAS Pontifícia Universidade Católica de Campinas

PUC -PR Pontifícia Universidade Católica do Paraná UDESC Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina

UEL Universidade Estadual de Londrina UEM Universidade Estadual de Maringá

UEMS Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEPA Universidade do Estado do Pará UEPG Universidade Estadual de Ponta Grossa

UERGS Universidade Estadual do Rio Grande do Sul UFBA Universidade Federal da Bahia

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UFMA Universidade Federal do Maranhão UFMS Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMT Universidade Federal de Mato Grosso UFPA Universidade Federal do Pará UFPR Universidade Federal do Paraná UFS Universidade Federal de Sergipe UFU Universidade Federal de Uberlândia

UNAMA Universidade da Amazônia UNC Universidade de Contestado

UNESP Universidade do Estado de São Paulo UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

UNICENTRO Universidade Estadual do Centro-Oeste - PR UNIMEP Universidade Metodista de Piracicaba

UNIOESTE Universidade Estadual do Oeste - PR UNIPAC Universidade Presidente Antônio Carlos - Barbacena/MG UNIRIO Universidade do Rio de Janeiro UNISAL Centro Universitário de Americana - SP

UNISINOS Universidade do Vale do Rio dos Sinos - RS UNIT Centro Universitário do Triângulo - MG USM Universidade São Marcos UTP Universidade Tuiuti do Paraná

Instituição de Apoio: Fundação Araucária de Apoio do Desenvolvimento Científico e

Tecnológico do Estado do Paraná

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S UMÁRIO

AAAA presentação 1

QQQQ uadro das atividades gerais da II JORNADA 5

PPPP rogramação da II Jornada do HISTEDBR – Região Sul 5

PPPP rogramação das comunicações científicas 7

RRRR esumos dos trabalhos

I - Fontes e História das Instituições Escolares 15

II – Fontes e História das Políticas Educacionais 66

III– Fontes e Historiografia Educacional Brasileira 110

ÍÍÍÍndice remissivo por nome de autor 141

ÍÍÍÍndice remissivo por título 146

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A PRESENTAÇÃO

A través deste Caderno de Resumos, o Grupo de Estudos e

Pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil" (HISTEDBR) está disponibilizando os trabalhos inscritos para a II JORNADA DO HISTEDBR - REGIÃO SUL, realizada entre os dias 8 a 11 de outubro de 2002. O evento tem por tema central: “A Produção em

História da Educação na Região Sul do Brasil” e marca os dez anos de organização de vários Grupos de Trabalho em História da Educação na Região Sul do Brasil e articulados ao HISTEDBR.

A organização dessa Jornada foi originalmente proposta

para comemorar uma década de produção acadêmica do HISTEDBR no Sul do Brasil, criando um espaço acadêmico para os debates teórico-metodológicos e para a apresentação da produção dos pesquisadores dessa região do país. Entretanto, apesar da ênfase original na produção científica regional, por solicitação de Grupos de Trabalho (GTs) localizados em outras regiões, o evento acabou sendo aberto para a divulgação dos trabalhos de pesquisadores em História da Educação também de outras regiões do Brasil.

A realização de eventos regionais e/ou temáticos foi

decidida em 2001, durante o Encontro de Coordenadores de GTs. e a Coordenação Nacional do grupo, realizada no V Seminário Nacional

do HISTEDBR e que foi centrado no debate das transformações do capitalismo, do mundo do trabalho e da educação. A realização do V

Seminário marcou os 15 (quinze) anos do Grupo e, sem dúvidas, constituiu-se num momento privilegiado para a discussão do tema central e para a realização de um balanço crítico das atividades e pesquisas do Grupo, notadamente levando em consideração o contexto nacional e as inúmeras dificuldades históricas e conjunturais para a realização de pesquisas sobre a educação.

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A s Jornadas foram decididas em vista da experiência bem

sucedida de vários colóquios do HISTEDBR da Região Nordeste, operacionalizados pelo Grupo de Trabalho sediado na Universidade Federal de Sergipe, e coordenado pela Profa. Marta Vieira Cruz. Confirmando o acerto da realização desses eventos, após o V

Seminário foi realizado o Colóquio “Sociedade, História e

Memória”, entre 13 a 15 de março de 2002, na Universidade Federal de Sergipe. Nesse evento foram tomadas as decisões básicas quanto à realização do VI Seminário Nacional do HISTEDBR e que serão oportunamente divulgadas.

B uscando operacionalizar a decisão do Encontro de

Coordenadores do HISTEDBR, foi realizada a I Jornada do HISTEDBR, em Salvador, no período de 09 a 12 de julho de 2002, tendo como tema: “História da Escola Pública no Brasil”. Nesse evento o grupo centrou as discussões sobre o tema central do evento, através de mesas redondas, debateu os trabalhos desenvolvidos ou em desenvolvimento inscritos para o evento e, finalmente, retomou os debates em torno da elaboração de um projeto nacional de pesquisa sobre a História da Educação Pública no Brasil.

O tema central foi debatido na conferência de abertura, “A

História da Escola Pública no Brasil”, proferida por Dermeval Saviani, Coordenador Geral do HISTEDBR, no dia 09 de julho de 2002. Em 10 de julho ocorreu a mesa redonda com o tema: “Política e Financiamento da Escola Pública no Brasil”, tendo por conferencistas: Felipe Serpa, Iracy Picanço e Dermeval Saviani. Em 11 de julho foi realizada outra mesa redonda para o debate da “Historiografia da Educação Pública no Brasil”, com a participação de José Claudinei Lombardi, Jacy Menezes e Luiz Henrique Dias Tavares.

P ara as sessões de Comunicação Científica foram inscritos

42 pesquisadores com 37 trabalhos, assim distribuídos: Instituições e Práticas Educacionais, com um total de 18 trabalhos; Idéias

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Pedagógicas e Pensamento Educacional, com 06 inscritos; Políticas Públicas em Educação, com 13 resultados de pesquisas.

P ara dar continuidade aos encontros regionais do

HISTEDBR, estamos realizando esta II Jornada do HISTEDBR -

Região Sul, com o tema “A Produção em História da Educação na

Região Sul do Brasil”, na Universidade de Ponta Grossa (UEPG) e, em Curitiba, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), no período de 08 a 11 de outubro de 2002. A Jornada está organizada com três mesas-redondas, no período matutino, e Comunicações Científicas no período vespertino.

E sta II Jornada do HISTEDBR Região Sul recebeu um

total de 130 trabalhos, assim distribuídos por temáticas de apresentação:

• Fontes e História das Instituições Escolares, com 54 trabalhos;

• Fontes e Historiografia Educacional Brasileira, com 32 trabalhos;

• Fontes e História das Políticas Educacionais, com 44 trabalhos.

C om a realização da II Jornada do HISTEDBR esperamos

que se consolide uma nova oportunidade para a apresentação da produção acumulada pelos Grupos de Pesquisa, que também se realize a análise crítica dessa mesma produção e, enfim, que se abram novas perspectivas para os membros do grupo organizado, em parcela significativa do território nacional. O evento propiciará, ademais, a continuidade do debate sobre o tema da História da Escola Pública no Brasil, bem como para avançar no processo de elaboração de um amplo projeto nacional de pesquisa sobre esse tema. Estamos, portanto, depositando esperanças que o HISTEDBR se configure efetivamente como um coletivo de pesquisa que tenha uma identidade metodológica e teórica definida.

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E m nome da Coordenação Nacional do HISTEDBR

agradeço a todos os que colaboraram com a viabilização desta II Jornada. Gostaria de registrar o valioso esforço de Teresa Jussara Luporini e de Maria Elizabeth Blanck Miguel, respectivamente coordenadoras dos Grupos de Trabalho de Ponta Grossa e Curitiba, bem como, através delas, cumprimentar a todos os membros desses grupos de pesquisa participantes.

A todos os participantes desejo as BOAS VINDAS e que

esta II Jornada, realizada logo no início da primavera, marque a busca por um novo salto qualitativo pelo HISTEDBR.

José C laudinei L om bardi Coordenador Executivo do HISTEDBR

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QQQQ UADRO DDDD E AAAA TIVIDADES GGGG ERAIS

DDDD A II JJJJORNADA DDDD O HHHH ISTEDBR DDDD A RRRR EGIÃO SSSS UL

Dia Terça- feira 08/10/2002

Quarta-feira 09/10/2002

Quinta -feira 10/10/2002

Sexta -feira 11/10/2002

Horário 8:30 ás

11:30 Hs Mesa-Redonda Mesa-Redonda Mesa-Redonda

14:00 16:30 Hs

Credencia-mento

Comunicação Científica

Comunicação Científica

Comunicação Científica

16:40 às 18:30 Hs

Encontro de Coordenadores do HISTEDBR

Encontro de Coordenadores do HISTEDBR

Encerramento da Jornada do HISTEDBR

19:00 Hs Abertura e Conferência Inaugural

Lançamento de livros

20:30 Hs Jantar de Confraternização

22:00 Hs Coquetel de Abertura

PROGRAMAÇÃO DA II JORNADA DO HISTEDBR - Região Sul Dia 08.10.2002 - UEPG - Ponta Grossa

19:00 Horas - Sessão de Abertura: Dermeval Saviani José Claudinei 20:00 Horas - Conferência de Abertura: Tema: "A Organização e Criação do GT Paraná" Conferencistas: Tereza J. Luporini Sandino Hoff Maria Elizabeth Blanck Miguel 22:00 Horas - Coquetel de Abertura

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Dia 09.10.2002 - UEPG - Ponta Grossa 09:00 Horas - 1.ª Mesa-redonda Tema: "Fontes e História das Instituições Escolares" Conferencistas: Dermeval Saviani

Maria Cristina Gomes Machado Flávia Obino Corrêa Werle Sérgio E. M. Castanho

Mediadora: Maria Elizabeth Banck Miguel 14:00 Horas - Sessão de Comunicações 16:40 Horas - Reunião dos Coordenadores do HISTEDBR

Dia 10.10.2002 - UEPG - Ponta Grossa

09:00 Horas - 2.ª Mesa-redonda Tema: "Fontes e História das Políticas Educacionais" Conferencistas: José Luis Sanfelice

Maria Elizabete Xavier Maria Luiza Ribeiro Tereza Jussara Luporini

Mediadora: Maria Cristina Gomes Machado 14:00 Horas - Sessão de Comunicações 16:40 Horas - Reunião dos Coordenadores do HISTEDBR

Dia 11.10.2002 - PUC-PR - Curitiba

09:00 Horas - 3.ª Mesa-redonda Tema: "Fontes e Historiografia Educacional Brasileira" Conferencistas: José Claudinei Lombardi

Maria Elizabeth Blanck Miguel Marli Auras

Mediadora: Tereza Jussara Luporini 14:00 Horas - Sessão de Comunicações 16:40 Horas – Encerramento da II Jornada 19:00 Horas - Lançamento de livros - Sessão de autógrafos 20:00 Horas - Jantar de Confraternização

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PPPP ROGRAMAÇÃO DDDD AS CCCC OMUNICAÇÕES CCCC IENTÍFICAS

LOCAL: UEPG - Ponta Grossa - Pr DATA: 09/10/2002 - Quarta-Feira HORÁRIO: 14,00 Horas

AUTOR Trabalho INSTITUI

ÇÃO

TEMÁTICA: Fontes e História das Instituições Escolares

Adriane Inês Burgardt Ontem E Hoje: Resgatando A História Da Escola UEPG Ana Carrilho Romero Grunennvaldt

Europa, Brasil E Sergipe: Desvendando As Trilhas Da Educação Física

UFS

Andréa Carla Kincheski Coelho e Renei Lucas Coelho

Resgate Da Memória E Identidade Dos Kaingangs Da Aldeia De Queimadas No Município De Ortigueira

UEPG

Antonio Carlos Frasson e Luiz Alberto Pilatti

Abordagem Histórica Da Faculdade Estadual De Filosofia, Ciências E Letras De Ponta Grossa : A Questão Do Poder.

UEPG

Ariclê Vechia O Ensino Secundário/Profissionalizante Em Curitiba: 1870-1889

UTP

Azilde L. Andreotti A Biblioteca Infantil Municipal De São Paulo: Projeto De Educação E Cultura Nos Anos 30.

UNICAMP

Berenice Consuelo de Almeida Pavão

Cinema E História Do Brasil UEPG

Carmelindo Rodrigues da Silva

Portugueses E Africanos: Brasil Século Xvii, Oportunidades Perdidas.

UNIMEP

Célia Regina de Souza e Silva

Ponta Grossa: Memória Histórica Da Faculdade Estadual De Filosofia, Ciências E Letras

UEPG

Cirlei Francisca Gomes Carneiro e Maria Augusta Pereira Jorge

O Processo Educacional Em Telêmaco Borba: Meio Século De História E Memória. 1946-2000.

UEPG

Cleusi Teresinha Bobato Stadler

Imbituva – Uma Cidade Dos Campos Gerais UEPG

Dayse Martins Hora O Serviço Educação De Saúde E Hygiene Escolar: A Relação Educação, Saúde E Pesquisa

UNIRIO

Décio Gatti Júnior e Lúcia Helena de M. Oliveira

Colégio Santa Teresa: Um Projeto Scalabriniano (1939-1942)

UFU

Edilson Carlos Kordel e Leonete Iansen Gusman

O Colégio Estadual Presidente Kennedy Ensino Fundamental E Médio Sob A Visão Dos Diretores – 1961/1999

UEPG

Elias Boaventura e Maria Teresa Sokolowski Queiroz

Análise Do Projeto De Universidade Metodista No Brasil Fase Inicial

UNIMEP

Elizabeth Johansen Capri e Rosângela Wosiack Zulian

A Escola Confessional Católica: A Implantação Dos Colégios Sant' Ana E Sagrada Família Em Ponta Grossa (1905-1943)

UEPG

Maristela Yurk Batista Escola Profissional Ferroviária Cel. Tibúrcio Cavalcanti- de Ponta Grossa: (1940-1973) Modelo de Educação Profissionalizante

UEPG

Geraldo Inácio Filho e Giseli Cristina do Vale Gatti

A Escola Estadual Uberlândia E Suas Representações Sociais (1929-1950)

UFU

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TEMÁTICA: Fontes e História das Políticas Educacionais

Alcione Divardim A Participação Da Mulher Na Política Em Ponta Grossa: 1950 – 1960

UEPG

Ana Cláudia Urban O Currículo De História Da Rede Municipal De Ponta Grossa

UEPG

Ana Lucia Tomaz Cardoso e Amélia Kimiko Noma

A Institucionalidade Da Nova Educação Profissional No Paraná

UEM

André Paulo Castanha O Ato Adicional: Um Diálogo Com A Historiografia UNIOESTE Aparecida Marcianinha Pinto A Formação De Professores No Paraná: O Curso Normal

Nível Médio À Distância UEM

Carlos Lucena e Maria de Lurdes Almeida e Silva Lucena

A Teoria Do Capital Humano: História, Metamorfoses E Influencia Na Formação Dos Trabalhadores.

UFU

Diogenes Nielsen Júnior Ensino Profissional E As Competências Para O Trabalho UNICAMP Elaine Rodrigues O Discurso Educacional: Seus Desdobramentos No Paraná

Da Década De 1980 UEM

Elcia Esnarriaga de Arruda Expansão Escolar Amplia Mercado Consumidor. UFMS Evelcy Monteiro Machado Politicas Para A Formação Do Pedagogo Na Ufpr: O Curso

De Pedagogia De 1939 A 1996. UTP

Fátima Maria Neves A Escolarização Como Instrumento De Civilização: A Modernidade Do Projeto Educacional Brasileiro Neves

UEM

Francis Mary Guimarães Nogueira e Liliam Faria Porto Borges

Programa De Correção De Fluxo Escolar E A Universalização Do Ensino Fundamental No Brasil

UNIOESTE

Guaraciaba Aparecida Tullio Locke E O Renascimento Do Jusnaturalismo UEM Rita Filomena Andrade Januário Bettini e Ruth Künzli

O Museu Histórico E Arquivo Municipal De Presidente Prudente: Propostas Pedagógicas De Intervenção. A Recuperação Do Acervo E Divulgação Do Museu E Arquivo À Comunidade

UNESP

TEMÁTICA: Fontes e Historiografia Educacional Brasileira

Adriana Regina de Jesus Santos e Teresa Jussara Luporini (orientadora

A Presença Da Mulher Londrinense No Ensino Fundamental (1ª A 4ª Série) Na Década De 1980

UEPG

Ana Paula Seco Livros De Viagens Como Fonte Para A História Da Educação: As Contribuições Dos Viajantes Britânicos

UNICAMP

Angelo Juliano Carneiro Luz Valores Humanos Na Educação: Possibilidades Para A Educação Física Escolar

UEPG

Anilde Tombolato Tavares da Silva

O Conhecimento Na Transformação Histórica Do Mundo Do Trabalho E As Tecnologias De Informação E De Comunicação:Implicações Para A Educação

UEL

Carla Villamaina Centeno Educação E Nacionalismo Na Fronteira De Mato Grosso Com O Paraguai: 1939-1947

UEMS

Celina Midori Murasse e Marli Maria Silva Quintanilha

A Formação Intelectual De Irineu Evangelista De Sousa UEM

Gilberto Luiz Alves A Obra Educacional Da Companhia De Jesus No Brasil, Segundo A Historiografia

UNC

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Ivana Veraldo O Comércio De Impressos Na Capitania De São Paulo (1797-1802): Uma Estratégia Civilizadora

UEM

Maria de Fatima Felix Rosar Programação Editorial Recente Da Área Da História Da Educação No Brasil: Perspectivas Historiográficas Plurais

UNICAMP

Mauricéia Ananias História E Historiografia Da Educação. Legislação Escolar (1834-1889): Primeiros Apontamentos.

UNICAMP

Paulo Edyr Bueno de Camargo

A Obra Teórico-Prática Do Educador Paulista João Toledo (Décadas De 1920 E 1930): Escola Nova Ou Escola Tradicional?

UFMS

LOCAL: UEPG - Ponta Grossa - Pr DATA: 10/10/2002 - Quinta-Feira HORÁRIO: 14,00 Horas

AUTOR Trabalho INSTITUI

ÇÃO

TEMÁTICA: Fontes e História das Instituições Escolares Décio Gatti Júnior e Lucinete Marlúcia Vitor Araújo

Escola Federal de Engenharia de Uberlândia (1961-1978)

Isabel Cristina Rossi Mattos Sud Mennucci E A “Crise Brasileira Da Educação” UNICAMP Jacira Silva de Oliveira Escola Estadual Becker E Silva – Uma Trajetória No Ensino

Em Ponta Grossa UEPG

Jorge Uilson Clark A Atuação Das Escolas Protestantes Durante O Período De Renovação Da Educação Brasileira.

UNICAMP

Joseania Miranda Freitas História Social Da Infância: A Construção De Um Grupo De Estudo E Mobilização

UFBA

Luciane Cangussu Kirchof Educação Formal Primeira Em Castro: O Cotidiano De Professores E Crianças Pequenas, 1970 – 2000.

UEPG

Luiz Bezerra Neto A Produção Da Escola Pública Rural Brasileira No Século Xx

ISCA / UNICAMP

Luzia Borsato Cavagnari O Diretor E A Constituição Das Equipes Pedagógicas Das Primeiras Escolas Normais Na Região Dos Campos Gerais/Paraná

UEPG

Maria Aparecida Carbonar História, Patrimônio E Memória UEPG Maria Cristina dos Santos Bezerra

A Transformação Da Escola Alemã Do Bairro Dos Pires – Limeira Em Escola Pública No Início Do Século Xx

ISCA / UNICAMP

Maria do Perpetuo Socorro Gomes de S. Avelino de França

José Veríssimo E O Colégio Americano: 1884 - 1890 UNAMA

Maria Isabel Moura Nascimento

Campos Gerais-Pr: A Instrução Na Primeira República UEPG

Maria José de Souza Martinelli

Formação Do Professor Na Escola Normal De Paulínia: A Teoria E Prática E O Desenvolvimento Da Profissionalidade

USM

Maria Regina Clivati Capelo Escola E Diversidade Cultural No Meio Rural De Londrina : A Construção Das Exclusões.

UEL

Marialva Ribas Kincheski Memória Histórica Do Colégio Estadual Polivante UEPG Nailda Marinho da Costa Imagens Da Escola Profissional Feminina No Distrito UNIRIO

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Bonato Federal Nezilda Leci Godoy Gonçalves

O Professor De Educação Física E A Necessidade De Maior Conhecimento Sobre A História Da Educação: Uma Abordagem Sobre A Obrigatoriedade Do Método Francês No Contexto Político Educacional De 1930 A 1946.

UEPG

Regina Aparecida Versoza Simão e Nicanor Palhares Sa

Memórias De Educadores Mato-Grossenses: Uma Primeira Abordagem.

UFMS

TEMÁTICA: Fontes e História das Políticas Educacionais Ireni Marilene Zago Figueiredo

A “Centralidade Da Educação Básica” E Os Projetos Financiados Pelo Banco Mundial No Brasil Na Década De 90: Uma Contribuição Para A Reforma Do Estado Brasileiro?

UNIOESTE

Isaura Mônica Souza Zanardini

A Reforma Da Gestão Escolar No Brasil Na Década De 1990: Uma Análise Das Premissas Da Eficiência Gerencial Na Gestão Da Educação Básica

UNICAMP

Jairo Cesa O Estado Nacional Moderno E O Magistério Público Elementar Catarinense Nos Anos De 1889-1930

UDESC / FEBAVE

Janaina S.S. Menezes Os (Des)Caminhos Do Financiamento Da Educação No Brasil: Um Olhar Sobre Sua História.

UFPA

João Batista Zanardini Os Parâmetros Curriculares Nacionais Para O Ensino Fundamental: A Relativização Dos Conteúdos De Matemática Na Política Educacional

UEM

João Jorge Correa Sindicatos Do Magistério E As Políticas Públicas Em Educação

UEPG

Lizia Helena Nagel Transformações Sociais E Comportamentos Educacionais. Um Exercício De Compreensão Da Auto-Consciência.

UEM

Lourdes Margareth Calvi e Maria Cristina Gomes Machado

Paulino De Souza: A Instrução Pública Como Elemento Moralizador

UEM

Manuel Brito Neto Tecnologia, Ciência, Trabalho E Educação. UNICAMP Mara Lucia Martins e Amélia Kimiko Noma

A Influência Das Idéias Neoliberais Na Educação Atual: Interlocução Com O Relatório Jacques Delors E Os Pcns.

UEM

Mara Regina Martins Jacomeli

Os Estudos Sociais E Os Temas Transversais: Uma Abordagem Histórica Das Políticas Educacionais Brasileiras E Suas Propostas Curriculares

UNICAMP

Márcia Marlene Stentzler Garcia de Lima

Programas Governamentais De Alfabetização De Adultos No Brasil: Contexto Histórico

FAFI-PR

Maria Julieta Weber Cordova Identidade Regional E Representação Social Na Perspectiva Do Consenso

UEPG

Michel Marcelino Rodrigues e Amélia Kimiko Noma

A Educação Profissional Institucionalizada Pelo Planfor UEM

Nilson Thomé A Escola Pública Na Região Do Contestado: Do Coronelismo Ao Advento Do Neocoronelismo

UNC

Rita Filomena Andrade Januário Bettini, Alexandre Ferreira Manzano,

Os Programas Governamentais De Informatica Na Educação – O Impacto No Ensino Médio Da Rede Pública De Ensino De Presidente Prudente Entre 1995 E 2001

UNESP

TEMÁTICA: Fontes e Historiografia Educacional Brasileira

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Celina Midori Murasse e Ademir Quintilio Lazarini

A Construção Do Estado E Da Educação Na Perspectiva De Zacarias De Góis E Vasconcelos.

UEM

Claudemir Galiani e Maria Cristina Gomes Machado

As Contribuições De John Dewey Em Vida E Educação UEM

Janaina de Paula do Espírito Santo

Imprensa E Educação Na Ponta Grossa Da Primeira República

UEPG

Leni Trentim Gasparini A Educação Da Mulher Nas Gêmeas Do Iguaçu Nos Anos 40 E 50

Magda Sarat História Da Educação De Crianças Brasileiras: A Perspectiva Do Estrangeiro Na Literatura De Viagem Do Século Xix

UNICENTRO /

UNIMEP Miriam Santos de Sousa e Lucelma Silva Braga

O Fundef E A Qualidade Do Ensino: Do Discurso À Realidade – O Caso Do Município De São Luís- Ma.

UFMA

Moacir Ávila de Matos Jr Aspectos Históricos Da Corporeidade: Caminhos Para Ação Pedagógica Em Educação Física

UEPG

Neiva de Oliveira Moro “Livro Preto”: Como Era Tratada A Disciplina E A Indisciplina Nas Escolas Da Região Dos Campos Gerais - A Sua Base Legal, Conteúdo E As Representações Sociais Que Produzem.

UEPG

Olga Maria dos Reis Ferro A Organização Do Trabalho Dos Profissionais Da Escola Pública De Ensino Fundamental Em Mato Grosso Do Sul No Entretempo De 1996 - 2000: O Gerencial E O Pedagógico

UFMS

Regina Tereza Cestari de Oliveira

Estado E Política Educacional Na Década De 80: Os Planos Oficiais Em Mato Grossso Do Sul

UFMS

LOCAL: PUCPR - Curitiba - Pr DATA: 11/10/2002 - Sexta-Feira HORÁRIO: 14,00 Horas

AUTOR Trabalho INSTITUI

ÇÃO

TEMÁTICA: Fontes e História das Instituições Escolares

Marielda Ferreira Pryjma A Análise Dos Programas Escolares Das Escolas Primárias Paranaenses No Período Vargas

PUCPR

Gisele Quadros Ladeira Chornobai

A organização do espaço e do tempo escolares na escola católica

UEPG

Olinda Maria Noronha Da Avaliação Escolar À Avaliação Pelo Mercado – Sentidos Históricos E Reflexões Para A Prática

UNISAL

Roberto Valdés Puentes Cultura Y Colonización En Brasil: Las Motivaciones Históricas De La Reforma De Los Portugueses (1549-1600)

UNIMEP

Rogério Schnell Análise Da História Educacional De Palmeira nos Séculos XIX E XX

UEPG

Rosana Nadal de Arruda Moura e Silvana Maura Batista de Carvalho

Trajetória De Professoras Normalistas Da Década De 50 Na Região Dos Campos Gerais- Pr: Um Recorte Histórico Através Da História Oral

UEPG

Rosimar Serena Siqueira O Público E O Privado Em Educação: O Caso Anísio UERGS/U

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Esquinsani Teixeira E A Igreja Católica No Rio Grande Do Sul NISINOS Samira Saad Pulchério Lancillotti

Organização Do Trabalho Didático: Tensão Presente Entre Educação Especial E Regular

UEMS

Sandra de Fátima Krüger Gusso

Educação E Evangelização, Principais Motivos Para O Surgimento Das Escolas Protestantes De Origem Étnica Alemãs Em Curitiba

PUCPR

Sonia Teresinha Ferreira Encontro De Raízes Nativas UEPG Sônia Valdete Aparecida Lima Cordeiro

Algumas Reflexões Em Torno De Educadores Das Escolas Estaduais De Carambeí – Pr: Memória E História. 1963-1996.

UEPG

Teresa José Adelina da Silva Neto e José Luís Sanfelice

História Da Educação Primária De Angola No Período Pré-Colonial (Séc. Xv) E Pós-Independência

UNICAMP

Thais Cristina Furlan e Maria Elisabeth Blanck Miguel- Orientadora

Formação De Professores: Aspectos Históricos E Filosóficos PUCPR

Tony Honorato “Um Skate No Pé, Uma Idéia Na Cabeça”: As Representações Sociais Do Saber Da Rua E Do Saber Escolar

UNIMEP

Valquiria Renk Educação De Imigrantes Alemães Em Curitiba PUCPR Vera Lucia Martiniak O Papel Dos Diretores Na Primeira Escola Normal Dos

Campos Gerais: Preservação Da Memória Histórica. UEPG

Vera Regina Beltrão Marques Como (Con)Formar Sujeitos Eugênicos? Escola E Disciplinamento Na São Paulo Dos Anos 1920

UFPR

Zita Ana Lago e Adriana Lovo

A Educação No Município De Palmas-Pr- Origens, Processos E Desenvolvimento Histórico Contextual E Pedagógico Da Educação Primária E Secundária

FACIPAL

TEMÁTICA: Fontes e História das Políticas Educacionais

Francis Mary Guimarães Nogueira

História Recente Das Políticas De Educação E Saúde No Estado Do Paraná

UNIOESTE

Jorge Fernando Hermida O Plano Nacional De Educação: Os Projetos Em Conflito E Seus Processos Legislativos

UFPR

Manoel Nelito Matheus Nascimento

Os Jovens Concluíntes Do Ensino Médio Público E Suas Expectativas Educacionais E Ocupacionais

PUC CAMPINAS

Maria Cecília Marins de Oliveira e Valter André J. Abegg

A Missão Do Profissional Da Saúde UFPR

Meire Terezinha Muller Soares

A Industrialização E Seu Impacto No Sistema Educacional De Municípios Agrários

UNICAMP

Naura Syria Carapeto Ferreira

A Supervisão Educacional No Estado Do Paraná: Trajetória Histórica De Educadores Em Busca De Compreensões

UTP

Rita de Cássia Gonçalves Carvalho

A Formação De Formadores Na Construção Do Projeto Político-Pedagógico Do Curso Normal: Cemep -Paulínia.

USM

Rita de Cássia Ribeiro Barbosa

Reforma Curricular Na “Era Da Globalização”: Uma Breve Reflexão Sobre Os Significados Do Discurso Oficial Da Inclusão Social

USM

Rita Filomena Andrade Januário Bettini e Daniela Gomes de Albuquerque

História E Memória: O Cotidiano Escolar Visto Através Da Imagem Fotográfica”

UNESP

Roberli do Rocio Marquezini A Formação Do Educador No Contexto Da Política

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Neoliberal Roberto Antonio Deitos História Recente Da Política Educacional Brasileira Para O

Ensino Médio E Profissional: O Proep E O Promed UNIOESTE

Rosângela Aparecida Mello Reflexões Sobre A Educação Física Escolar No Contexto Da Crise E Reestruturação Do Capital

UEM

Sheinah Eléine Wischral Simionato Correia e Maria Rosemary Coimbra Campos Sheen (Orientadora)

Álvaro Vieira Pinto E O Movimento De Reforma Universitária Na Década De 1960 No Brasil.

UEM

Wagner da Silva Teixeira Educação, Liberalismo E Cidadania Na Primeira República: Franca Entre 1889 E 1928

UNIPAC

TEMÁTICA: Fontes e Historiografia Educacional Brasileira

Analete Regina Schelbauer e Lourdes Margareth Calvi

Moacyr Primitivo E A Instrução Pública: Império E República

UEM

Inajá da Silva dos Remédios e Maria Elisabeth Blanck Miguel - orientadora

Coletânea De Relatórios Da Instrução Pública Na Província Do Paraná, No Período De 1854 A 1889.

PUCPR

Liane Maria Bertucci-Martins

Educação Contra O "Líquido Mortal". Operários No Início Do Século Xx

UFPR

Maria Cecília Marins de Oliveira e Valter André Jonathan Osvaldo Abbeg

A Educação Entre Alíneas E Incisos: O “Uso” Da Legislação Nas Produções Acadêmicas

UFPR

Regina Maria Zanatta A Gênese Do Homem Burguês E O Processo Da Sua Formação Educativa. Análise De Uma Sátira Do Século Xii.

UEM

Sheila Daniela Medeiros dos Santos

Luzes E Sombras: Ouvindo As Vozes Silenciadas E Audíveis Marcadas Pela Violência Na Escola

USM

Sílvia Müller Palma Inclusão Escolar E A Realidade De Alunos Surdos Nas Escolas Públicas De Paulínia

USM

Suze Gomes Scalcon A Pedagogia Histórico-Crítica Na Histórida Da Educação Brasileira

UNICAMP

Tatiana Polliana Pinto de Lima

Um Retorno As Origens:Uma Historiografia Acerca Da História E Da História Da Educação Do Partido Dos Trabalhadores

UNICAMP

Vania Kelen Belão A Avaliação Do Erro E Acerto Das Produções De Texto Em Uma 4ª Série Do Ensino Fundamental.

UNESP

Vera Lúcia Abrão Borges Francisco Campos: Renovador Da Escola Nova Ou Ideólogo Do Pensamento Autoritário?

UFU

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RRRR ESUMOS DDDD OS TTTT RABALHOS

Os autores são responsáveis pela correção gramatical e conteúdo dos

seus textos.

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15

F ontes e H istória das Instituições F ontes e H istória das Instituições F ontes e H istória das Instituições F ontes e H istória das Instituições

E scolaresE scolaresE scolaresE scolares

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Temática: Fontes e História das Instituições Escolares

E ssa temática abrange tanto escolas quanto outros espaços onde

acontece a prática educacional. São cinquenta e dois trabalhos

vinculados à pesquisa histórica. Principalmente das escolas públicas,

objetivo central do grupo de pesquisas HISTEDBR. Formação de

professores, Diversidades Cultural, Educação por instituições que

não as escolares estão também aqui representadas.

A zilde L . A ndreotti

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A ANÁLISE DOS PROGRAMAS ESCOLARES DAS ESCOLAS PRIMÁRIAS PARANAENSES NO PERÍODO

VARGAS

Marielda Ferreira Pryjma Pontifícia Universidade Católica do Paraná- PUCPR

E ste estudo apresenta reflexões e análises a respeito dos

programas escolares paranaenses existentes no período entre 1930 e 1945, no intuito de compreender a estrutura e a organização das escolas primárias. Esta pesquisa analisou diversas fontes, como diários oficiais, relatórios e jornais, procurando relaciona-las às discussões acerca das propostas pretendidas pelos educadores nesse período. As análises dos programas escolares existentes iniciaram o processo de compreensão sobre essa organização, possibilitando reconstruir parte do processo histórico ocorrido. A criação das Escolas para Trabalhadores Rurais, equivalentes ao ensino ministrado nas escolas primárias, desencadeou no processo de pesquisa, reflexões significativas e comparações sobre as características específicas dessa modalidade de ensino, já que foi possível perceber que as oportunidades de ensino dadas à população eram diferenciadas. A análise dessas escolas e sua trajetória na história, principalmente no que diz respeito à compreensão de suas propostas, expressam que, na sua ação prática, mostrou-se insuficiente para atender a realidade escolar.

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A ATUAÇÃO DAS ESCOLAS PROTESTANTES DURANTE O PERÍODO DE RENOVAÇÃO DA EDUCAÇÃO

BRASILEIRA Jorge Uilson Clark

Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP Universidade São Marcos-USM

E ste trabalho tem como objetivo analisar a atuação das

escolas metodistas no Brasil, especialmente no Estado de São Paulo, a partir de 1930. A maioria destas escolas, além da proposta de evangelização e da conversão dos não crentes aos seus princípios religiosos, trazia uma proposta pedagógica inovadora e de base liberal que se fundamentava nos ideais filosóficos e educacionais dos pensadores europeus e norte-americanos escolanovistas, como por exemplo, o caso de Horace Mann, John Dewey, William Heard Kilpatrick e Édouard Claparède, etc. Estes educadores tiveram influência direta no cenário educativo brasileiro e contaram com a simpatia da elite, que se identificava com o espírito capitalista e democrático norte-americano. A análise desse trabalho se baseia na atuação de três escolas identificadas com o perfil das escolas norte-americanas: o Colégio Piracicabano, Piracicaba, S.P; Instituto Americano de Lins, Lins, SP; Colégio Noroeste de Birigui, Birigui, S.P. Estas escolas atuavam dentro do período em que iniciava os debates a respeito da reforma escolar, propondo uma política educacional, cuja base e influência foi a Escola Nova, e que se refletiu num movimento mais amplo de renovação, não só no político-sócio-econômico, como também no educacional, iniciado a partir de 1910 e posteriormente intensificado. Este movimento contou com a participação da nata da intelectualidade, figuras expressivas que assentaram as bases do escolanovismo brasileiro, resultando no Movimento dos Pioneiros da Educação, em 1932, como foi o caso de Anísio Teiira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho e de outros. Anísio Teiira e outros transplantaram para o Brasil um modelo educacional cuja base filosófica foi o pragmatismo norte-americano, influência de quando estudavam nos Estados Unidos. Já

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Venâncio Filho, passou pelas fileiras da Escola Americana de São Paulo, que mais tarde tornou-se o College Mackenzie.

A BIBLIOTECA INFANTIL MUNICIPAL DE SÃO PAULO: PROJETO DE EDUCAÇÃO E CULTURA NOS ANOS 30.

Azilde L. Andreotti

Doutoranda da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp

O objetivo deste trabalho é colaborar para o entendimento

da concepção de educação e cultura para a criança e o jovem, produzido pelos poderes públicos na década de 30, em São Paulo e faz parte de um projeto de pesquisa em andamento sobre as propostas educativas da Biblioteca Infantil Municipal. Sem rupturas de base, a década de 30 é reconhecida como a década que consolidou o processo de modernização, com o desenvolvimento da indústria e a urbanização, com mudanças decorrentes do desenvolvimento da sociedade de classes e novas propostas na área da cultura e da educação. Em relação à educação, planos de inclusão das camadas populares nos cursos elementares e a expansão do ensino secundário voltado para os segmentos médios da população, somavam-se a propostas de cunho cultural. A Biblioteca Infantil Municipal de São Paulo, criada em abril de 1936 e integrando uma das proposições culturais do Departamento de Cultura, dirigido por Mário de Andrade, fez parte deste processo. Considerado um projeto audacioso na época, a Biblioteca propunha atividades em torno do livro para a criança letrada, que na década de 30 era maioria nas camadas médias. Hora do conto, um jornal, exposições de desenhos, excursões, jogos, cinema ‘sonoro’ etc. foram atividades oferecidas para atrair e estimular a permanência de crianças e jovens em seu espaço. Como projeto extra-escolar, a Biblioteca despertava o interesse da criança a partir de sua participação, da auto-educação, nos dizeres de sua diretora, cumprindo com as mais modernas concepções educativas e da Psicologia. A Biblioteca efetivava uma

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proposta educativa que atendia, principalmente, a demanda da crescente classe média, produto das mudanças na estrutura social brasileira na época. A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO DE PALMAS-PR- ORIGENS,

PROCESSOS E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO CONTEXTUAL E PEDAGÓGICO DA EDUCAÇÃO

PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA

Zita Ana Lago Adriana Lovo

Faculdades Integradas de Palmas

C om o projeto proposto pretende-se proceder uma revisão

histórico-contextual da Educação no Município de Palmas – Pr, desde suas origens remotas (séc. XVIII), na fase de colonização e povoamento do município, através da história oral, com remanescentes das famílias que aqui chegaram para colonizar os campos palmenses e de autoridades da época, além de buscas em documentos do período e mais recentes. Intenciona-se proceder resgate histórico e processual em seus aspectos sociais-culturais e pedagógicos, com vistas a registrar oficial e cientificamente uma História Educacional de relevância para o Município, a região sul-sudoeste e o próprio Estado do Paraná. Com a metodologia proposta, de cunho qualitativo- fenomenológico (Triviños, 1995, Martins e Bicudo, 1994), intenta-se desvelar esse fenômeno sócio-cultural e pedagógico, a partir do fluxo dos acontecimentos, cujas estruturas típicas possam ser apreendidas em seus múltiplos aspectos e decorrências para serem descritas, catalogadas, analisadas, registradas e publicadas. Os resultados obtidos serão devidamente publicados, conforme as condições e disposições da IES de Palmas, da PMP e do CPEA, órgãos financiadores do projeto de Pesquisa.

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A ESCOLA CONFESSIONAL CATÓLICA: A IMPLANTAÇÃO DOS COLÉGIOS SANT' ANA E SAGRADA

FAMÍLIA EM PONTA GROSSA (1905-1943)

Elizabeth Johansen Capri Rosângela Wosiack Zulian

Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

A instalação de duas congregações religiosas européias em

Ponta Grossa para a criação de escolas, ambas norteadas pelo mesmo espírito romanizador, tanto através do carisma de Arnaldo Jansesn quanto o de Zygmunt Felinski, configuram na cidade uma proposta de atuação da Igreja Católica no Brasil. Possuem em comum algumas características fundantes: como o ensino aos descendentes de imigrantes, a catequese, o transplante cultural da fé, a assistência pedagógica e social aos desvalidos, entre outras, com o intuito de um trabalho evangelizador, sintonizado com as novas propostas romanizadoras da Santa Sé. A reflexão está centrada nas categorias propostas por Bourdieu tais como especialistas,e a distribuição dos bens sagrados e, Berger e Thompson, através dos conceitos de universo simbólico e cultura enquanto produto da experiência humana.

A ESCOLA ESTADUAL UBERLÂNDIA E SUAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS (1929-1950)

Geraldo Inácio Filho

Giseli Cristina do Vale Gatti Universidade Federal de Uberlândia-UFU

T rata-se de investigação no campo da História das

Instituições Educacionais. A instituição em exame é a Escola

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Estadual de Uberlândia, sediada em Uberlândia, MG, de 1929 a 1950. Foram consultadas a bibliografia nacional e internacional sobre o assunto, os documentos do acervo da escola, bem como jornais de época, fotografias e documentos do acervo do arquivo público municipal. Além disso, foram muito importantes os depoimentos recolhidos junto à ex-alunos e ex-professores do colégio. As representações sociais construídas em torno da escola conferiram centralidade a essa instituição na cidade e região do Triângulo Mineiro. Apreendeu-se a dimensão conservadora e tradicional da escola, com a valorização da pátria e da disciplina como modeladoras dos espíritos, mediante a ação dos professores vocacionados para a missão educacional. Pôde-se perceber a distância do ideário vigente na escola em relação daquele preconizado pelo movimento escolanovista que influenciava as reformas educacionais do período compreendido entre 1929 e 1950.

A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO E DO TEMPO ESCOLARES NA ESCOLA CATÓLICA

Gisele Quadros Ladeira Chornobai

Universidade Estadual de Ponta Grossa

E ste trabalho tem como tema geral a Igreja Católica e a

educação feminina e a instituição do Curso Normal em uma escola católica na cidade de Ponta Grossa, no Paraná. Para a análise deste tema, privilegiou-se o estudo do primeiro estabelecimento de ensino católico fundado na cidade: o Colégio Sant’Ana das Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo, estabelecido em Ponta Grossa em 1905. Esta escola representou o projeto geral da Igreja para a educação da infância e da juventude (especialmente feminina), revelando uma concepção sobre a mulher que estava em sintonia com as diretrizes da Sé Romana. Busca-se construir o presente trabalho tendo por referencial teórico as discussões contemporâneas sobre

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gênero e educação e cultura escolar. Trabalhos sobre a história eclesiástica também estão sendo utilizados tendo em vista o entendimento do “universal” católico que se expressa em particularidades locais. Como fontes estão sendo utilizados: crônicas da congregação, documentos eclesiásticos, jornais, plantas dos edifícios escolares, fotografias e documentos preservados pela congregação. A opção pelo enfoque de uma determinada instituição pode ser uma das múltiplas abordagens metodológicas para o estudo de gênero. Em se tratando de uma instituição de educação, tal opção teórica acaba por se articular com o entendimento da noção de cultura escolar, o que possibilita a investigação de uma gama extremamente variada de temáticas como o currículo, a leitura, o tempo, as disciplinas, o espaço, entre outros. Assim justifica-se a escolha das temáticas deste trabalho. O espaço escolar deve sempre ser entendido como uma organização determinada que remete a uma concepção também determinada de educação. A PRODUÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA RURAL BRASILEIRA

NO SÉCULO XX

Luiz Bezerra Neto ISCA

Doutorando da Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP

O objetivo deste trabalho é discutir as propostas do

ruralismo pedagógico e sua busca de implantação de uma educação tipicamente rural para o homem do campo. Nele, pretendo discutir as propostas de fixação do homem no campo por meio da pedagogia, propostas essas, que não levavam em consideração as condições reais de existência do homem desse setor. Por isso, viam no processo de industrialização com a conseqüente migração do homem do campo para a cidade como uma artimanha do processo educacional até então praticado, entendendo que o professor, por ter uma formação urbana,

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transformava-se em um propagador das ideologias do homem citadino, sendo portanto, o culpado do processo migratório. Para tanto, utilizarei como fontes de pesquisa os discursos e práticas os representantes daquele período, destacando entre eles Noêmia Saraiva de Matos Cruz, Sud Menucci e Alberto Torres, dentre outros, procurando enfatizar as relações produtivas predominantes naquele momento.

A TRANSFORMAÇÃO DA ESCOLA ALEMÃ DO BAIRRO DOS PIRES – LIMEIRA EM ESCOLA PÚBLICA NO INÍCIO

DO SÉCULO XX Maria Cristina dos Santos Bezerra

ISCA Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP

O presente texto abordará o processo de transformação da

Escola Alemã do Bairro dos Pires/Limeira em Escola Pública, fato ocorrido nas primeiras décadas do século XX, em virtude de uma

série de medidas adotadas pelo governo brasileiro visando limitar a ação de grupos etnicamente organizados no país. É parte integrante

de pesquisa de mestrado que abordou o Bairro dos Pires e sua organização sócio-política-econômica, numa perspectiva histórico-

sociológica. Foram utilizadas fontes primárias e secundárias e a pesquisa documental foi complementada com a História Oral, que possibilitou a compreensão das relações sociais estabelecidas no

bairro cuja documentação não forneceu dados suficientes para seu entendimento. O processo de transformação da escola comunitária

em pública se deu com algumas complicações, entre elas, a derrubada do prédio original, sendo entregue para o poder público

somente o terreno, pois se este queria uma escola “brasileira” deveria construí-la.

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ABORDAGEM HISTÓRICA DA FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE PONTA GROSSA

: A QUESTÃO DO PODER

Antonio Carlos Frasson Luiz Alberto Pilatti

Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

O presente trabalho tem como objetivo compreender como

foi configurada a relação do poder no interior da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Ponta Grossa. Compreender o papel dos agentes sociais, particularmente aqueles ocupantes de uma posição preeminente, na construção dessa posição. Para a consecução deste objetivo foi utilizado o modelo elisiano de análise, em especial a obra “a sociedade de corte”. A hipótese que balizou o desenvolvimento do estudo é a de que a imagem dos dirigentes tal qual a do rei na corte se constroem com a exploração dos antagonismos existentes. Essa exploração permite a garantia do poder pela colocação em oposição de diferentes forças em concorrência para a transformação ou a conservação do poder. Em relação aos procedimentos técnicos adotados o estudo pode ser classificado como estudo de caso. Com os dados obtidos encontramos estreitas ligações do nascimento da faculdade com o balanço do poder. A configuração existente para a criação e implantação dessa faculdade foi determinante para os processo de controle do poder.

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ALGUMAS REFLEXÕES EM TORNO DE EDUCADORES DAS ESCOLAS ESTADUAIS DE CARAMBEÍ – PR:

MEMÓRIA E HISTÓRIA. 1963-1996

Sônia Valdete Aparecida Lima Cordeiro

Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

O tema, é resultado da monografia de conclusão do Curso de

Licenciatura em História, da UEPG. O sentido foi resgatar os patronesses das escolas públicas: Júlia Vanderlei, Carlos Ventura e Eurico Batista Rosas, de Carambeí, que na década de 60 passou da condição de colônia para a de Distrito de Castro. Utilizou-se as técnicas da fotografia (KOSSOY, 1985) para registrar as edificações escolares que marcaram na temporalidade histórica o ensino público estadual; e, por meio da entrevista oral gravada buscou-se dados pessoais e profissionais para consignar em “memória” (BRANDÃO, 1996), os patronesses de cada escola. Os conceitos memória e história contextualizou a origem, o desenvolvimento e a consolidação das três escolas estaduais. Assim, procurou-se evidenciar a função da escola rural e o perfil biográfico de professores como bens culturais e “lugares da memória”, com base no levantamento de fontes da educação dos Campos Gerais do Paraná (LUPORINI, 1998).

CAMPOS GERAIS-PR: A INSTRUÇÃO NA PRIMEIRA REPÚBLICA

Maria Isabel Moura Nascimento

Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

P onta Grossa durante o período de luta pela autonomia

administrativa da Província de São Paulo e, mais tarde, de Castro,

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estava sempre presente a “preocupação” com a instrução da população, e para tanto era necessário preparar profissionais para atender essa clientela. Durante todo império, as escolas eram escassas e os próprios moradores tinham que manter as que haviam. Esta realidade se estenderá mesmo após a independência, não só nos Campos Gerais, mas em todo o país. A partir do final do século XIX, sob constantes conflitos das províncias e incertezas, a classe que representaria os políticos no final do império e início da república, deixa registrado o pouco interesse do poder imperial com a instrução pública Abre-se em todo o país “instituições particulares, que encontram caminho aberto para desenvolver-se”. Os Campos Gerais entra na República com cidades de perfil urbano seu povo passando por sérias dificuldades quanto a instrução. “Todas as escolas existentes no Município eram particulares. O município público havia fracassado, e muita gente mandava seus filhos estudarem na Capital do Estado ou então em São Paulo.” Durante o processo final de império, 1870, e os primórdios da república, até 1914, a maioria dos países considerados desenvolvidos para a época aceleram o processo de expansão das antigas escolas primárias, ou de primeiras letras, com isso, o número de professores para atender essas escolas se multiplicou. Os países considerados periféricos procuraram acompanhar esse processo expandindo o sistema escolar nacional e também o sistema educacional público, abrindo escolas para a preparação de professores. O Estado teria a incumbência de supervisionar a instrução, e para isso, dentro da ideologia nacionalista, deveria oferecer um ensino público e gratuito que correspondesse à língua nacional. Porém, não foram dadas às condições e os recursos que permitiriam atender a expansão desejada, porque os professores eram leigos e mal preparados.

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ANÁLISE DA HISTÓRIA EDUCACIONAL DE PALMEIRA

NOS SÉCULOS XIX E XX

Rogério Schnell Mestrando em Educação

Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

O presente trabalho tem por tema o estudo da evolução da

história da educação da cidade de Palmeira-Pr em paralelo com a sua própria evolução histórica. Origina-se do tema de elaboração de dissertação em Educação, na linha de pesquisa de Educação, História e Memória. Tendo por análise o seguinte problema: qual a relação escola-comunidade tendo como ponto de referência a pluralidade cultural que identifica os alunos que a freqüentam? Desta forma levantou-se as seguintes hipóteses básicas: 1º analisar a criação e desenvolvimento do sistema educacional público e privado na cidade de Palmeira e 2º caracterizar a escola pública dentro das pluralidades culturais das diversas etnias, comunidades e da evolução histórica da cidade de Palmeira desde o século XIX até o XXI. O trabalho esta sendo desenvolvido a partir de pesquisas bibliográficas analisando-se obras de referência nacional e internacional que abordam a importância do pluralismo cultural e de como se pode valorizar este aspecto dentro das escolas. Da mesma forma através de pesquisas orais de entrevistas estruturadas e semi-estruturadas busca-se-á discorrer sobre a evolução histórica de Palmeira e de sua rede de ensino. O presente tema surgiu a partir de primeiras leituras de obras de BRANDÃO, CURY, FORQUIN, SAVIANI, SANTOMÉ e posteriormente aprofundou-se analise em outras obras. Partindo-se do princípio de que os alunos representam uma coletividade formada a partir de pluralidades que interagiram e interagem em sua vida social, faz-se necessário compreender e valorizar esta formação.

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ANÁLISE DO PROJETO DE UNIVERSIDADE METODISTA

NO BRASIL FASE INICIAL

Elias Boaventura Maria Teresa Sokolowski Queiroz

Universidade Metodista de Piracicaba- UNIMEP

C om esta pesquisa pretende-se analisar o projeto de

universidade, trazido na bagagem dos missionários metodistas norte-americanos que vieram trabalhar no Sudeste do Brasil no fim do século XIX e princípio do século XX, que ocupava espaço tão importante dentro do planejamento missionário quanto ao projeto de evangelização reservado às paróquias. A experiência começou em Juiz de Fora com o Projeto de Universidade Granbery dentro do modelo inglês de universidade do Espírito, que posteriormente migrou para o Rio, Belo Horizonte, Piracicaba, São Bernardo e Porto Alegre, com todas a unidades voltadas para a formação de uma elite dirigente que no futuro assumiria o poder do Estado e da Igreja. A preocupação básica dos autores consiste em examinar se a Instituição criada se manteve dentro do modelo inglês de universidade, as razões porque o projeto inicial não logrou êxito e se a rede metodista de instituições de ensino superior ainda guarda a marca do projeto inicial.

CINEMA E HISTÓRIA DO BRASIL

Berenice Consuelo de Almeida Pavão Colégio Estadual Prof. João Ricardo Von Borell Du Vernay

Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

O emprego do cinema no ensino data de 1910, desde então

sugestões oficiais são feitas no sentido do seu uso. Veja-se a

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Proposta de Currículo Básico Para a Escola Pública do Estado do Paraná (1990, p.85) que sugere a “utilização de várias ‘linguagens’ da História como: cinema...” ou os Parâmetros Curriculares Nacionais (1999, p.305) que sugere que se “desenvolva a capacidade de extrair informações de diversas fontes documentais [...] como textos iconográficos”. Este projeto teve o objetivo de utilizar o cinema como uma nova linguagem na elaboração do conhecimento histórico, para isso selecionaram-se filmes nacionais e organizou-se um cronograma de exibições para a efetivação do mesmo. Antes de cada exibição foram feitas discussões para posterior análise dos filmes e em seguida à projeção promoveram-se debates, finalmente realizava-se a avaliação dos resultados, através do preenchimento de ficha própria para análise de filme. Os resultados obtidos foram os mais variados: os alunos ficaram instigados a saber mais sobre o que assistiram, perguntavam, pediam novas sugestões, sugeriram novos títulos, trouxeram novidades sobre filmes que assistiram. Foram se tornando mais críticos em relação ao cinema e desenvolveram um novo olhar sobre o conhecimento histórico nele contido.

COLÉGIO SANTA TERESA: UM PROJETO

SCALABRINIANO (1939-1942)

Décio Gatti Júnior Universidade Federal de Uberlândia-UFU

Centro Universitário Do Triângulo Lúcia Helena de M. Oliveira

Universidade Federal de Uberlândia-UFU Universidade Estadual de Minas Gerais

T rata-se da comunicação dos resultados parciais de

investigação no âmbito da História da Educação, especificamente na área da História da Educação Superior. O objeto da investigação é o Colégio Santa Tereza, da cidade de Ituiutaba, em Minas Gerais.

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Colégio confessional, fundado em 1939, pela ordem das Irmãs Scalabrinas. O recorte temporal abrange o período compreendido entre os anos de 1939 e 1942. As fontes analisadas incluem, saber: imprensa periódica da época, iconografia, relatórios escolares, livros de matrícula, programas de estudos e a recuperação da memória, por meio da história oral, com entrevistas à antigos professores e alunos do colégio. Realizou-se uma primeira interpretação acerca identidade histórica do Colégio Santa Teresa, analisando-o em sua multidimensionalidade, interpretando suas implicações e transformações no contexto de então, em um momento marcado pela expansão de empreendimentos de ensino confessionais no interior do Estado de Minas Gerais. COMO (CON)FORMAR SUJEITOS EUGÊNICOS? ESCOLA

E DISCIPLINAMENTO NA SÃO PAULO DOS ANOS 1920

Vera Regina Beltrão Marques Universidade Federal do Paraná-UFPR

A escola era pensada pelos eugenistas como veículo de

“formação harmônica do corpo e do espírito”, uma vez que contemplava os educandos, simultaneamente, com a cultura das “faculdades físicas, intelectuais e morais, no sentido do melhoramento do indivíduo e da espécie”. Essa visão de escola modeladora, que não só aperfeiçoava o espírito como também conformava o corpo, fazia ver como imprescindível a presença de novos saberes a compor o universo da escola. Higiene e Eugenia seriam exemplares nesta tarefa. Percorrendo o discurso médico-eugênico, nos anos de 1920, naqueles fóruns nos quais a educação e a saúde da população paulistana constituíam-se como objeto de análise e delineamento de estratégias, procurou-se deslindar-lhe a trama, em cujas formulações vinham marcadas pelas falas quase unânimes que atestavam- “o typo brasileiro não existe, nem physica, nem intelectual, nem moralmente”(Almeida Junior, 1922:7). O

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estudo identificou as estratégias eugênicas, nas quais se viram envolvidos os escolares, apontando as práticas sexuais, travestidas em normatividade moral, como eixo articulador desses discursos, cuja teia disseminava-se na medicina, educação, psiquiatria e constituição das famílias.

CULTURA Y COLONIZACIÓN EN BRASIL: LAS MOTIVACIONES HISTÓRICAS DE LA REFORMA DE LOS

PORTUGUESES (1549-1600) Roberto Valdés Puentes

PPGE-UNIMEP – Doctorado en Educación

E l estudio de la instrumentalidad cultural de la educación

jesuita es un tema de suma importancia para entender el proceso de formación de la cultura brasileña. La cultura brasileña está impregnada de catolicismo, entre otras razones, gracias al esfuerzo de preservación de los padres de la Compañía de Jesús durante el siglo XVI. La realidad colonial contrastante, los forzaba continuamente a mudar su forma de ser. El presente trabajo se limita específicamente al análisis de las razones históricas que obligaron a la Compañía de Jesús a dividir, junto con la conversión del gentío, la reforma de las costumbres de los portugueses establecidos en Brasil durante el siglo XVI. El trabajo tiene sus bases teórico-metodológicas en la Historia Cultural y las fuentes fundamentales consultadas fueron la correspondencia de los jesuitas, las crónicas de viaje de la época y los Regimentos. Básicamente, fueron cuatro las razones que motivaron el trabajar de los jesuitas: la casi total ausencia en el clero secular y en los eclesiásticos de una preocupación mayor por ese tipo de servicio; las mudanzas de costumbre y de forma de religiosidad sufridas por los portugueses; la necesidad de dar continuidad al proceso de reforma de las costumbres y el combate a la herejía que ya había comenzado en Europa principalmente con el Concilio de Trento (1545-1563); y la

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otra, está relacionada con el proyecto evangelizador de los indios, dentro del cual el ejemplo de los portugueses jugaba un papel relevante.

DA AVALIAÇÃO ESCOLAR À AVALIAÇÃO PELO MERCADO – sentidos históricos e reflexões para a prática

Olinda Maria Noronha

Centro Universitário de Americana-UNISAL

H istoricamente observamos que a avaliação nasce com os

“colégios” por volta do século XVIII e gradativamente vai se tornando parte integrante do ensino moderno que se estrutura desde o século XIX, com o advento das propostas burguesas associadas à idéia de escolaridade obrigatória.Neste processo identificamos dois momentos da pedagogia burguesa: o primeiro deles refere-se à elaboração da “pedagogia de luta” para ascender ao poder e o outro está articulado ao período de consolidação do poder, ou da “pedagogia da vitória”. (Suchodolski,1976 :12-138) A “pedagogia de luta” está portanto relacionada ao chamado período revolucionário da burguesia em que esta nova classe questiona a antiga ordem feudal envolvendo nesta luta aqueles setores explorados pelas relações feudais, que se unem contra os diversos tipos de opressão dominantes até então. Este momento da pedagogia burguesa tinha como fundamento a idéia de liberdade, de igualdade, de justiça e de harmonia com a natureza, contestando, desta maneira, o ensino escolástico baseado num ensino formal e abstrato e destinado quase que com exclusividade às elites, com métodos baseados em relações autoritárias. A burguesia como classe revolucionária, se apresenta neste momento como a protagonista de uma sociedade democrática, revolucionária e universalista em oposição à ordem feudal com características de opressão e exclusão. A pedagogia burguesa expressou esse ideal universalista ao mesmo tempo em que introduziu princípios que passaram a difundir a crença no papel da

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educação como fator de mudança social.A partir do momento em que a burguesia vai se consolidando no poder observa-se que a “pedagogia de luta” vai gradativamente sendo substituída pela “pedagogia da vitória”.

EDUCAÇÃO DE IMIGRANTES ALEMÃES EM CURITIBA

Valquiria Renk Professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná-PUCPR

P esquisamos a educação dos imigrantes alemães católicos

de Curitiba, privilegiando o estudo do Colégio Bom Jesus, desde a sua fundação (1896) até a extinção das escolas étnicas no país (1938). A questão norteadora da pesquisa foi: como caracterizou-se a escola para a comunidade de imigrantes alemães e quais foram os fatores que fizeram a mesma abandonar um modelo que se espelhava no padrão de escolaridade elementar da Alemanha, para adotar um padrão com características da escola brasileira. Objetivamos analisar a trajetória histórica do Colégio Bom Jesus, demonstrando que, enquanto escola confessional e étnica fez parte de um projeto maior da Igreja Católica para a manutenção da fé e da identidade cultural alemã no Brasil. As fontes documentais foram: os jornais Diário da Tarde e o Der Kompass, e também a legislação educacional que nos possibilitaram analisar as mudanças de ênfase pedagógica e curricular nesta escola étnica, até constituir-se numa escola com características das escolas nacionais. Em 1938, a política de nacionalização do Governo Vargas extinguiu as escolas étnicas e a mesma adotou um modelo pedagógico conforme as escolas nacionais.

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EDUCAÇÃO E EVANGELIZAÇÃO, PRINCIPAIS MOTIVOS PARA O SURGIMENTO DAS ESCOLAS PROTESTANTES

DE ORIGEM ÉTNICA ALEMÃS EM CURITIBA

Sandra de Fátima Krüger Gusso Pontifícia Universidade Católica do Paraná-PUCPR

A pesquisa mostra a histórica do início e do

desenvolvimento da educação protestante de origem étnica na sociedade curitibana, no final do século XIX e início do XX. Foram selecionadas duas escolas particulares por apresentarem características peculiares: a Escola do Boqueirão e o Colégio Internacional. A inserção dessas escolas no contexto histórico da educação paranaense possibilitou a investigação das principais leis e decretos que regulamentavam o ensino da época, bem como a forma como as escolas selecionadas se posicionaram diante das exigências legais estabelecidas pelo Governo com relação ao movimento de nacionalização. Utilizou-se, como metodologia de pesquisa, o método histórico bibliográfico. Essas escolas se organizaram dentro de um contexto histórico favorável à expansão do ensino secular no estado paranaense. Destacaram-se na cidade de Curitiba, por apresentarem uma proposta pedagógica apropriada para os filhos de imigrantes. Tiveram suas atividades pedagógicas interrompidas por algum tempo, reabrindo anos mais tarde. O contexto histórico e cultural do Paraná, a imigração alemã e a implantação do protestantismo na sociedade curitibana, foram temas abordados neste trabalho.

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EDUCAÇÃO FORMAL PRIMEIRA EM CASTRO: O COTIDIANO DE PROFESSORES E CRIANÇAS PEQUENAS,

1970 – 2000

Luciane Cangussu Kirchof Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

O estudo no campo da história da educação “formal

primeira”, buscou pensar o espaço como “um enumerador do sentido, significado, história e de cultura escolar” (SOUZA, 2000). A preocupação com o espaço partiu da questão sobre os “lugares da memória” (NORA, 1993) da pré-escola, haja vista a educação ser um processo que permite às crianças colocaram-se em contato com o mundo das coisas, das emoções, das idéias, produzindo realidades concretas do “saber fazer” infantil ( CERTEAU, 1994) nos jardins de infância: Centro de Educação Infantil Ninho Sorriso, Jardim de Infância Emília Ericksen e Sociedade Educacional Professor Altair Mongruel. Para tanto, tomou-se “a própria criança como ponto de partida, buscando compreender cada uma das suas manifestações no conjunto de suas possibilidades, sem a prévia censura da lógica adulta” (GALVÃO, 1995). O cotidiano profissional do professor foi analisado através de depoimentos orais (CORRÊA, 1978) e os “lugares da memória” referente ao espaço pré-escolar por meio de fotografias (BARTHES, 1984), no sentido de reflexionar sobre a educação de jardim de infância, enquanto preparo da criança para a alfabetização.

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ENCONTRO DE RAÍZES NATIVAS

Sonia Teresinha Ferreira Colégio Estadual José Elias da Rocha- Ponta Grossa

Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

O resgate das raízes e o conhecimento dos processos

históricos que orientam o desenvolvimento da nossa região são instrumentos que fazem diferença quando procuramos entender as transformações sociais. Sendo assim como objeto de estudo se faz necessário reconstruir a memória, os sonhos, o modo de pensar e os valores de nossa sociedade através de formas diversificadas e atrativas que propiciem o conhecimento e a consciência do homem sobre si mesmo e o mundo que o rodeia. Incentivar a socialização entre a escola e a comunidade, resgatar a cultura do município e despertar a consciência do respeito às manifestações culturais da região através de uma prática consciente, que permita as diferentes leituras da linguagem utilizando a entrevista; que é um dos métodos da história oral não privilegiando apenas as aprendizagens teóricas mas, também, valorizando o “saber-fazer” daqueles que fazem parte da história, mas que nela permanecem ocultas. E assim, despertando um fascínio pelo tema apresentado e pesquisas realizadas, contagiando a comunidade escolar, familiares e demais interessados que se perceberam partes integrantes e valorizadas dentro desse contexto da pesquisa.

ESCOLA E DIVERSIDADE CULTURAL NO MEIO RURAL DE LONDRINA : A construção das exclusões.

Maria Regina Clivati Capelo

Universidade Estadual de Londrina-UEL

E ntender a dinâmica sociocultural que possibilitou a

estruturação do sistema escolar rural de Londrina (PR), no período

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entre 1930 e 1950, constituiu o objetivo mais preciso da pesquisa. Entre outras possíveis formas de análise, a escolha recaiu sobre a diversidade étnico-cultural que permitiu focalizar o lugar da escola rural no processo histórico de construção das exclusões. Optou-se pelo uso complementar de documentos e fontes orais que permitiram focalizar educação rural londrinense em toda a complexidade. No início de 1930, a ocupação capitalista do território por imigrantes de origem européia implicou o apagamento da diversidade étnica originária composta por índios, uns poucos negros e caboclos que habitavam o território. Do mesmo modo, alemães, eslavos, poloneses, japoneses e migrantes nacionais (mineiros e paulistas) compuseram um quadro social e escolar pluricultural que foi diluído após o advento das políticas nacionalistas. Permaneceram, no entanto, as marcas do etnocentrismo branco, ocidental e cristão que excluiu índios, negros e caboclos e, uma vez excluídos da escola, foram também usurpados do direito à memória e à história.

ESCOLA ESTADUAL BECKER E SILVA – UMA TRAJETÓRIA NO ENSINO EM PONTA GROSSA

Jacira Silva de Oliveira

Escola Estadual Becker e Silva GT- Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

E ste trabalho teve como finalidade o resgate da memória

histórica da Escola Estadual Professor Becker e Silva, no período de 1947 a 1997. A falta de documentação escrita fez com que descobríssemos um caminho difícil de ser percorrido, porém, rico na descoberta de fatos que não estavam registrados em documentos, mas sim na memória das pessoas, que vivenciaram momentos dos quais só eles puderam testemunhar. A mesma importância teve o conhecimento das origens do patrono da escola, Professor Juan Rodrigues Becker y Silva, que embora estrangeiro, escolheu o Brasil

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para morar e aqui dedicou toda a sua vida ao ensino. O resultado desse trabalho foi o interesse que despertou nos atuais professores, alunos e funcionários dos quais muitos são descendentes dos antigos componentes dessa história. Assim, era importante conhecer mais sobre a Escola e também sobre o bairro pois afinal, ele é o mais antigo da cidade e a Escola teve um papel preponderante no crescimento do mesmo.

ESCOLA FEDERAL DE ENGENHARIA DE UBERLÂNDIA (1961-1978)

Décio Gatti Júnior Universidade Federal de Uberlândia

Centro Universitário do Triângulo

Lucinete Marlúcia Vitor Araújo Centro Universitário do Triangulo

A História das Instituições Educativas tem sido feita por

historiadores, educadores e cientistas sociais. A nova historiografia tem buscado abordar temáticas que há algumas décadas pertenciam ao território da demografia, antropologia, lingüística etc. Buscando recuperar a tradição dos Annales de 1929, os historiadores buscam dialogar com áreas que interpretam atitudes e valores, resultando em etno-história que objetiva recuperar o sentido de determinadas práticas culturais, fazendo uma inquirição sobre o sentido das atitudes de determinados indivíduos, grupos ou comunidades, como é o caso de C.Ginzburg . O fazer histórico que investiga as atitudes ou as representações sociais está presente tanto na História como na Sociologia e Antropologia. Assim, o objetivo desse texto é discutir a relação entre História das Instituições Educativas; explicitar o conceito de Representações Sociais; apreender o contexto em que se dá o nascimento da Faculdade Federal de Engenharia de Uberlândia. O eixo que dá suporte para esta análise insere-se no campo da

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História Oral, de fontes iconográficas, e bibliografias relacionadas a História da Educação e a História da Instituições Educativas. ESCOLA PROFISSIONAL FERROVIÁRIA CEL. TIBÚRCIO

CAVALCANTI- DE PONTA GROSSA: (1940-1973) MODELO DE EDUCAÇÃO

PROFISSIONALIZANTE

Maristela Yurk Batista Universidade Estadual de Ponta Grossa

O objetivo norteador deste trabalho foi reconstruir a história

da primeira escola ferroviária da região sul do Brasil a partir da memória da trajetória daquela instituição. A Escola Profissional Cel. Tibúrcio Cavalcanti de Ponta Grossa, que nasceu sob a égide do Estado Novo (1937-45), fundada em 1940 num contexto de industrialização que se efetivou no país a partir da "Era Vargas" e, que teve amplas repercussões no plano do processo educativo do país, no qual se exaltou o binômio "educação/trabalho". Em 1965, por contingências do processo histórico-educacional, e por um amplo movimento interno, a escola ferroviária de Ponta Grossa foi transformada em "Ginásio Ferroviário Cel. Tibúrcio Cavalcanti", tendo permanecido com essa característica até 1972, quando deixou de funcionar como " Ginásio Ferroviário". O referencial teórico está centrado nas discussões sobre a relevância do ensino profissionalizante da época estudada sobre a especificidade do ensino profissional ferroviário em decorrência da importância do transporte ferroviário no período analisado. Na pesquisa foram utilizadas fontes escritas, orais e iconográficas. As fontes escritas são constituídas por jornais da época, revistas especializadas, com o Correio dos Ferroviários, documentos dos entrevistados e acervo preservado pela R.V.P.S.C. (Rede de Viação Paraná Santa Catarina), hoje sob a guarda da América Logística (ALL). As fontes orais são resultantes de entrevistas com ex-alunos, ex-professores, procurando-se avaliar

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os resultados da ação pedagógica e social da instituição por meio da representação que a escola teve na vida dos alunos e professores entrevistados e preservando-se a memória histórica da instituição e de uma forma de educação profissionalizante masculina, na especificidade do ensino ferroviário.

EUROPA, BRASIL E SERGIPE: Desvendando as Trilhas da Educação Física

Ana Carrilho Romero Grunennvaldt

Doutoranda da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP Universidade Federal de Sergipe– UFS

O trabalho de pesquisa que envolve a História da Educação

Física e Esportes em Sergipe evidencia ainda um processo incipiente de formação. O Núcleo de Pesquisa Sociedade e Educação da Universidade Federal de Sergipe tem dado a sua contribuição através do Projeto de Pesquisa Levantamento e Catalogação de Fontes Primárias e Secundárias da Educação do Estado de Sergipe, no qual este trabalho está vinculado. Este estudo que ainda se encontra em andamento, propõe realizar um resgate da História da Educação Física no Brasil e Sergipe (1888-1946) procurando desvelar os elementos que contribuíram na elaboração e opção por uma determinada intervenção pedagógica, a qual recebem contribuições estrangeiras de outros ambientes culturais e científicos. Neste sentido pretendo investigar a influência das idéias pedagógicos-culturais dos métodos ginásticos europeus e sua orientação sobre a sistematização da Educação Física no Brasil e Sergipe. As fontes levantadas serão: documentos e fontes primárias da Biblioteca Nacional, Arquivo Público de Sergipe, Bibliotecas e Arquivos das Instituições Educacionais, leis e decretos, correspondências, relatórios de diretores e professores, programas de ensino, memoriais, fotografias, desenhos, jornais, publicações, entrevistas e acervos particulares. O

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propósito é trilhar caminhos distintos buscando elementos que possam ampliar e elucidar a consolidação do ensino da Educação Física no Brasil.

FORMAÇÃO DE PROFESSORES: Aspectos históricos e filosóficos

Thais Cristina Furlan

Maria Elisabeth Blanck Miguel- Orientadora Pontifícia Universidade Católica do Paraná- PUCPR

A Pontifícia Universidade Católica do Paraná tal como as

demais universidades brasileiras têm como uma de suas preocupações, a formação de professores. Acreditando que este é o fio condutor da ação pedagógica, propõe que a Educação seja um dos fundamentos dos demais cursos na Instituição.Neste contexto teve-se como objetivo implementar a pesquisa associando-a à graduação, à pós – graduação, e entre os temas propostos para tal, encontra-se: “Formação de Professores- aspectos históricos e filosóficos”.O grupo de pesquisadores optou por estudar a formação do professor na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, a partir do momento de sua organização enquanto Faculdade até a implantação da Reforma Universitária, desencadeada pela lei 5540/68. Pretendeu-se identificar os elementos históricos e filosóficos que marcaram a formação do professor nos dois momentos: da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e já como Universidade Católica. Enfatizou-se também as informações obtidas no contexto econômico político e sócio-cultural que conformaram a instituição, no seu trajeto histórico.Durante a pesquisa identificou-se informações sobre os cursos de Pedagogia na Universidade Federal do Paraná e Pontifícia Universidade Católica do Paraná, cuja origem foi a mesma, isto é a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Curitiba.

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FORMAÇÃO DO PROFESSOR NA ESCOLA NORMAL DE

PAULÍNIA: A TEORIA E PRÁTICA E O DESENVOLVIMENTO DA PROFISSIONALIDADE

Maria José de Souza Martinelli

Universidade São Marcos – Paulínia

N este trabalho realizaremos a análise de duas categorias de

estudo, a relação teoria e prática e a profissionalidade na tentativa de refletir sobre o processo formativo profissional do professor na Escola Normal, em especial da escola de Paulínia- CEMEP – Centro Municipal de Ensino Profissionalizante “Osmar Passarelli Silveira”. Os objetivos deste artigo e de suas delimitações não permitem um relato pormenorizado do contexto formador do CEMEP, mas é um momento que possibilita refletir sobre esta instância educativa, uma vez nossos estudos revelam que os processos de mediação entre a educação escolar e as transformações concretas da sociedade são objetos a serem conquistados, mediante o trabalho dos professores formadores e dos especialistas da escola, no decorrer das ações cotidianas da Escola Normal. Vimos que historicamente a escola Normal tem desenvolvido sua orientação educativa fragmentada e desligada da relação teoria e prática, por conseguinte, a formação profissional não se caracteriza uma formação orgânica, continuada do professor em formação. Por isso, que a nossa primeira categoria de análise, dimensiona o saber fazer escolar de forma a organizar práticas pedagógicas numa perspectiva transformadora, visando desenvolver o processo educativo profissional (dos professores formadores e dos professores em formação) num movimento histórico, mediatizado por sujeitos históricos, sociais e culturais. Dando fundamento a esta categoria emerge uma segunda, a profissionalidade. Sem dúvida a escola formadora é um espaço de transmissão e construção de cultura e de saberes socialmente significativos.

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HISTÓRA DA EDUCAÇÃO PRIMÁRIA DE ANGOLA NO

PERÍODO PRÉ-COLONIAL (SÉC. XV) e PÓS-INDEPENDÊNCIA

Teresa José Adelina da Silva Neto

Doutoranda Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP José Luís Sanfelice (Orientador)

Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

A motivação de escrever a história da educação primária de

Angola, no período pré-colonial e pós-Independência, é desafiadora e motivadora. Teremos várias dificuldades, para uma descrição sistematizada da história, decorrentes da diversidade dos povos que habitam o território de Angola. Isso porque cada um desses povos tem sua própria cultura, língua e história de vida associadas a falta de documentação escrita sobre eles, cuja história tem sido transmitida, fundamentalmente, de forma oral. A busca das cronologias fundamentais sobre a formação dos povos, as guerras de ocupação territorial e resistência as ocupações coloniais européias, as migrações, o papel dos reis na condução de seus reinos e a vida desses povos, requer exaustas pesquisas para tornar possível a percepção da problemática da história da educação primária em Angola no período colonial (séc. XV) e pós-Independência. A necessidade de documentação da história da educação primária de Angola justificada pelo importante papel da educação primária, como fundamento de uma educação estruturada e sistemática, é acompanhada pela grande quantidade de dados não assimilados na história da educação em Angola, de fatos históricos não registrados na literatura visando métodos e amplos objetivos no processo de integralização da educação dos diferentes povos de Angola na formação de uma sociedade próspera.

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HISTÓRIA SOCIAL DA INFÂNCIA: A construção de um grupo de estudo e mobilização

Joseania Miranda Freitas

Universidade Federal da Bahia-UFBA

O interesse pelo estudo da História Social da Infância vem

sendo amadurecido a partir das discussões na disciplina de Tópicos Especiais em Educação, que oferecemos para o Curso de Pedagogia no primeiro semestre de 2001, quando foram estudados conteúdos específicos sobre a historicidade do conceito de infância e sobre o movimento social e político para a conquista dos seus direitos. Na oportunidade, acrescemos ao referencial teórico as teses e dissertações produzidas no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFBA. Por uma demanda das alunas que cursaram a disciplina e dos profissionais que com ela colaboraram, estamos retomando as discussões, participando da organização de um Grupo de Estudo e Mobilização sobre a Infância e Juventude em Situação de Risco, reunindo pesquisadores, professores, alunos da Graduação e Pós-Graduação, entidades de promoção e de defesa dos direitos da infância e grupos de ação comunitária com o objetivo de articularmos a produção teórica à prática social. Estamos na primeira etapa, catalogando dissertações e teses, fazendo contatos com as pessoas interessadas e já realizando algumas palestras e debates sobre as primeiras dissertações que tratam da institucionalização da infância.

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HISTÓRIA, PATRIMÔNIO E MEMÓRIA

Maria Aparecida Carbonar Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

R egatando a história de Ponta Grossa, refletimos sobre os

patrimônios enquanto instrumento de pesquisa. Selecionamos os bens edificados e naturais de nossa cidade além de sua importância histórica para a comunidade. O objetivo do trabalho é fornecer subsídios para o desenvolvimento de projetos de pesquisa, conhecimentos teóricos e saídas de campo. Nossos educandos poderão aprofundar o estudo sobre o assunto e também valorizar a história oral. Segundo Walter Benjamin, “nada do que um dia aconteceu pode ser considerado perdido para a história”, portanto, as pessoas mais velhas com seus causos e histórias, fazem parte desse contexto, pois a preservação dos patrimônios ajuda a resguardar nossa memória a qual poderá ser trabalhada de forma interdisciplinar dentro da escola permitindo o desenvolvimento da cidadania.

IMAGENS DA ESCOLA PROFISSIONAL FEMININA NO DISTRITO FEDERAL

Nailda Marinho da Costa Bonato

Professora Assistente da Universidade do Rio de Janeiro - Unirio Doutoranda da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp

O texto que ora apresento é parte da pesquisa de

doutoramento que vem sendo desenvolvida na área de História, Filosofia e Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Campinas — Unicamp, visando contribuir para o resgate da trajetória da educação escolar para o sexo feminino no Distrito Federal no período da Primeira República, tendo como fonte privilegiada a imagem fotográfica. Neste sentido,

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centramos nosso olhar nos registros imagéticos das escolas públicas de formação profissional para o sexo feminino, conforme identificadas na época. No período foram criadas as seguintes escolas: Instituto Profissional Feminino Orsina da Fonseca, a Escola Profissional Feminina Bento Ribeiro, a Escola Profissional Feminina Rivadávia Correa e a Escola Profissional Paulo de Frontin. Elas eram responsáveis pelo ensino profissional, comercial e doméstico, objetivando formar moças prendadas, para o lar e para o trabalho, em caso de necessidade. As questões colocadas pela pesquisa são: como as alunas eram retratadas no espaço escolar; quais os fatores motivadores do registro da imagem? Quais os personagens que se destacam nos cenários imagéticos? Quais os eventos e atividades cotidianas que mais foram registrados? Por quê?

IMBITUVA – UMA CIDADE DOS CAMPOS GERAIS

Cleusi Teresinha Bobato Stadler Escola Estadual Alcides Munhoz – Ensino Fundamental

GT-Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

O trabalho de pesquisa realizado teve por objetivo principal

resgatar a memória histórica da cidade de Imbituva, com destaque para as primeiras escolas. Tentou-se recuperar a história do povoado “Cupim” antes de se tornar a cidade de Imbituva, até a vinda dos primeiros imigrantes, os quais deram origem às primeiras escolas, bem como a política e economia da época, com o tropeirismo, a produção e comercialização da erva-mate e madeira. O período estudado foi de aproximadamente 1810 a 1950, data de fundação do Ginásio Municipal de Imbituva. A pesquisa foi desenvolvida utilizando-se como metodologia a análise de documentos (documentos originais e fotos), história oral (entrevistas e histórias de vida) e vasto material regional. Foram realizadas coleta de dados na Biblioteca Central da UEPG, Biblioteca Pública do Paraná,

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Biblioteca Municipal, arquivos de igrejas e escolas locais, bem como acervos particulares de moradores imbituvenses. Nestes locais, foram examinadas fontes manuscritas e fontes impressas (jornais, revistas), fotografias e depoimentos pessoais. A pesquisa proporcionou maiores possibilidades de ligação passado/presente, permitindo a reflexão sobre a identidade cultural da cidade (escolas, costumes, tradições), melhor conhecimento a respeito da cidade, bem como as perspectivas de permanência/mudança de suas estruturas. JOSÉ VERÍSSIMO E O COLÉGIO AMERICANO: 1884 - 1890

Maria do Perpetuo Socorro Gomes de S. Avelino de França

Universidade do Estado do Pará Universidade da Amazônia

Doutoranda da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

O presente estudo tem por objetivo reconstituir a história do

Colégio Americano, fundado e dirigido por José Veríssimo Dias de Matos, na capital da Província do Pará, na segunda metade do século XIX. Instruir e educar a mocidade paraense de acordo com os ensinamentos da pedagogia moderna era a sua finalidade. Trata-se de um dos mais importantes estabelecimentos de ensino primário e secundário, para onde as famílias ricas da sociedade paraense encaminhavam seus filhos para serem educados. A preocupação com o que ensinar, como ensinar e a avaliação do que havia sido trabalhado, marcava o dia a dia das atividades desenvolvidas. A memorização e á repetição cedeu lugar a adoção de procedimentos que permitissem aos alunos compreender o que estava sendo ensinado. A leitura comentada, a utilização de figuras ilustrativas, de mapas, de globos e materiais diversos foram amplamente empregados para tornar o aprendizado mais atrativo. A disciplina era muito rígida - os que a violassem sofriam severas penalidades. Tudo em nome da ordem. O Colégio foi pioneiro em adotar no programa

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de estudos do curso primário matérias como Corografia da Amazônia, Inglês ,Francês e a Educação Física e de ter buscado prover esse ensino de uma base científica.Poder-se-ia ainda considerar como pioneirismo a admissão de meninas nas classes de pensionistas e externos, pois quando se criavam escolas, uma das primeiras medidas era dividi-las por sexo. Apesar de ter representado um avanço para a época não ultrapassou os limites impostos pelas próprias condições históricas. Discursos oficiais, programas de estudos, estatutos e livros permitiram- nos reconstituir à sua história e analisar os processos educacionais postos em prática, na virada do século, por José Veríssimo na Província do Grão- Pará.

MEMÓRIA HISTÓRICA DO COLÉGIO ESTADUAL POLIVANTE

Marialva Ribas Kincheski

Universidade Estadual de Ponta Grossa -UEPG

É na busca de uma memória que a história deixa de ser fruto

dos historiadores e começa a criar uma identidade própria sendo uma conquista de todos os que dela participaram. O principal objetivo deste trabalho foi resgatar a memória histórica do Colégio Estadual Polivalente Ensino de 1º e 2º grau, na visão de seus Diretores, Equipe Técnico-Pedagógica, Funcionários, Alunos, Professores e Comunidade, procurando recuperar a memória coletiva escolar através das vivências da história oral e análise dos documentos escritos, fotos, entrevistas e visitas a arquivos. Realizou-se o levantamento bibliográfico a localização de documentos pessoais na fonte, análise dos dados coletados, leitura analítica da documentação e produção textual. A pesquisa se desenvolveu no decorrer do ano de 1998 e como resultado final pode-se conhecer a história do Colégio desde a sua fundação em 1977 até o ano de 1998. Neste período pode-se ter contato com um precioso material para estudo e reflexão. A receptividade dos entrevistados foi muito

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grande, dando vazão às suas lembranças, trazendo a tona a saudade, o desejo de ver a história de sua escola resgatada, assim como sua própria história. MEMÓRIAS DE EDUCADORES MATO-GROSSENSES: UMA

PRIMEIRA ABORDAGEM

Regina Aparecida Versoza Simão Nicanor Palhares Sa

Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT

O Grupo de trabalho da História da Educação da UFMT,

têm procurado aprimorar as técnicas da História Oral no sentido de buscar novas fontes de conhecimento e alternativas de exploração para melhor compreensão do passado educacional. O objeto de estudo constituiu-se em recuperar a memória de velhos educadores mato-grossenses no período de 1920 a 1950, com intuito de dar voz àqueles que participaram diretamente do processo.Através de pesquisa junto ao acervo, foi localizado um antigo projeto da universidade denominado Projeto Foto-fonográfico (N.D.H.I.R).- Núcleo de Documentação e Informação Histórica Regional da Universidade Federal de Mato Grosso, que foi elaborado durante o período de 1980 a 1983 e que havia armazenado diversos depoimentos orais, mas que ainda não tinham sido analisados e estavam disponíveis para consulta.Levantaram-se todas as informações disponíveis neste arquivo; verificou-se o número de entrevistas realizadas; procedeu-se a leitura das transcrições; definindo aquelas, onde os sujeitos tinham suas histórias de vida relacionadas à educação e estivessem numa faixa etária que se enquadrasse ao período de tempo que se pretendia estudar. Atualmente já foi feito contato com três pessoas que foram entrevistadas pelo projeto (N.D.H.I.R), e continuam vivas, Dª. Maria de Arruda Müller , no momento com 103 anos de idade e muito

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lúcida. Acredita-se que ela será importante testemunha sobre as mudanças do ensino individual para o seriado. Os próximos já contatados são o Dr. António Arruda e o Prof. Natalino Ferreira Mendes. Pretende-se com estas novas entrevistas além de recuperar as memórias desses eminentes educadores, também fazer novas leituras em relação às entrevistas realizadas há vinte anos atrás. Busca-se uma melhor compreensão da História da Educação mato-grossense utilizando a história oral como uma das técnicas a ser empregada no levantamento e análise dos dados, constituindo assim em importante acervo à memória e cultura do estado. O COLÉGIO ESTADUAL PRESIDENTE KENNEDY ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO SOB A VISÃO DOS DIRETORES

– 1961/1999

Edilson Carlos Kordel Leonete Iansen Gusman

Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

O presente trabalho pretendeu resgatar a história do Colégio

Estadual Presidente Kennedy, segundo a visão de seus diretores, desde sua fundação até 1999, com o objetivo de mantê-la viva na memória da comunidade. Através de suas memórias, os professores diretores trouxeram dados importantes sobre a construção, escolha do nome e importância da Escola, oficinas, alunos, professores, projetos, participação e entrosamento da comunidade educativa. Além disso, foram abordados as mudanças relevantes e os investimentos feitos, visando à adequação deste estabelecimento de ensino às necessidades atuais da Educação. É um trabalho baseado na história oral, fonte viva e inacabada de pesquisa, que apresenta grande flexibilidade, diversidade e riqueza de dados, na sua condução, completando as

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fontes escritas. Sabemos que a cidadania é um “bem social” que não pode ser imposto pela escola ou pela história. Mas é uma conquista social, para a qual a escola pode colaborar. Nessa intenção, buscamos resgatar a história do Colégio Estadual Presidente Kennedy, pois dela fazemos parte e, dessa forma, mantê-la viva na memória da comunidade educativa e, contribuirmos para a construção da história da educação brasileira. Os nossos principais entrevistados foram os diretores da referida instituição, os quais indicaram outras fontes orais e escritas a serem consultadas, para maior enriquecimento do mesmo. As entrevistas foram importantes, pois esclareceram tanto fatos ocorridos, como acrescentaram dados às informações documentais. Assim, a partir dos depoimentos, pudemos perceber diferentes visões sobre essa escola através de sua trajetória histórica.

O DIRETOR E A CONSTITUIÇÃO DAS EQUIPES PEDAGÓGICAS DAS PRIMEIRAS ESCOLAS NORMAIS NA

REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS/PARANÁ

Luzia Borsato Cavagnari Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

E ste estudo integra o Projeto “Levantamento e Catalogação

das Fontes Primárias e Secundárias da Educação Brasileira” na região dos Campos Gerais do Paraná. Sua relevância justifica-se pela necessidade que se tem de preservação da memória local e regional, bem como da sistematização e análise da trajetória histórica da direção e equipes pedagógicas das primeiras escolas normais públicas no Paraná, oportunizando o avanço teórico sobre a gestão educacional. A descrição e análise da gradativa separação das ações do diretor, a partir da função do inspetor e da assistência técnica, depois supervisão escolar, distinta da ação do diretor, constitui objeto desta investigação. Para tanto, tomou-se como referência a legislação federal e estadual que regulamentou as escolas de formação de

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professores, livros-ata, de avisos, portarias, termos de visita do Instituto Estadual de Educação “Professor César Prieto Martinez”, as narrativas de educadores, o estudo da bibliografia específica. Muito embora o estudo se limite ao período 1920-1971, os resultados permitem explicar em SAVIANI (1999), assim como na análise das fontes primárias, a falta de clareza sobre a ação do supervisor escolar desde a criação da assistência técnica, o que impede o avanço da área até a atualidade. Outra conclusão decorrente do estudo histórico, diz respeito à evolução da concepção de controle na gestão educacional. Da rigidez da fiscalização e controle administrativo e pedagógico, encaminha-se a partir dos anos oitenta, com o processo de gestão democrática e autonomia da escola ao controle coletivo (FERREIRA, 2001) considerado este último resultado das decisões coletivas firmadas no projeto pedagógico da escola. A diferença é que a existência do controle nas ações da equipe pedagógica precisa estar fundada no compromisso coletivo com o projeto pedagógico e no acompanhamento permanente pela formação em serviço.

O ENSINO SECUNDÁRIO/PROFISSIONALIZANTE EM CURITIBA: 1870-1889

Ariclê Vechia Programa de Pós-Graduação em Educação - UTP

C uritiba, a partir da década de 1870, era uma cidade que

crescia e se desenvolvia. Com o incremento da imigração, agilizava-se o comércio, abriam-se novas estradas, muitas terras deviam ser medidas e demarcadas, havia maior demanda por escolas. A sociedade curitibana estava a exigir a formação de pessoal qualificado para atender as áreas carentes. O estudo tem por objetivo analisar o ensino secundário profissionalizante, em Curitiba, de 1870 a 1889, tomando como categoria de análise, educação e trabalho e como fonte principal a imprensa periódica de Curitiba, no período,

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uma vez que, as fontes oficiais se mostraram insuficientes para consecução do objetivo. O estudo revela a existência de uma rede de ensino particular que buscava suprir a demanda da sociedade, ofertando além do ensino secundário propedêutico, o profissionalizante, nas áreas de: formação de pessoal para o magistério; para o comércio e para a demarcação de terras.

O PAPEL DOS DIRETORES NA PRIMEIRA ESCOLA NORMAL DOS CAMPOS GERAIS: PRESERVAÇÃO DA

MEMÓRIA HISTÓRICA

Vera Lucia Martiniak Teresa Jussara Luporini ( orientadora )

Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

O presente estudo constitui-se como parte de uma pesquisa

do curso de mestrado, da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Esta pesquisa tem por objetivo analisar a atuação dos diretores escolares na formação dos professores da Escola Normal, considerando que exerciam a autoridade administrativa bem como a pedagógica, orientando os seus pares na consecução das atividades docentes. O recorte histórico abrangerá o período de 1960 até o início da década de 80, devido a sua importância no cenário nacional. Os procedimentos metodológicos da pesquisa qualitativa serão utilizados com base na história oral e na análise das fontes primárias e secundárias. O interesse em investigar a atuação dos diretores escolares se dá pelo fato de que compete a este profissional o bom funcionamento da escola, bem como a articulação e harmonização dos interesses dos diferentes atores no interior da escola. Cabe ressaltar ainda, que tal investigação pretende contribuir para o resgate e preservação da memória pontagrossense.

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O PROCESSO EDUCACIONAL EM TELÊMACO BORBA: MEIO SÉCULO DE HISTÓRIA E MEMÓRIA. 1946-2000

Cirlei Francisca Gomes Carneiro (DEHIS),

Maria Augusta Pereira Jorge (DETUR) Universidade Estadual de Ponta Grossa -UEPG/PR

U ma reflexão sobre as múltiplas práticas construídas ao

longo da história da educação primária e secundária em Telêmaco Borba em escolas de nível particular, municipal e estadual preconizou resgatar em “memória” o ofício, pois “a história faz-se com documentos escritos, sem dúvida, quando estes existem, mas pode fazer-se, deve fazer-se sem documentos escritos quando não existem” (Le Goff, 1992): ou seja, o ensino que se revelou na escola por sua organização e transformações no processo educativo.O sentido de uma escola em Telêmaco Borba iniciou-se, enquanto esta localidade pertencia ao Município de Tibagi, a partir da presença do Grupo Klabin que adquiriu a Fazenda Monte Alegre1, no início da década de 30. Portanto, diz respeito a formação escolar, que se tornou necessária não só a pequenos grupos de crianças e jovens oriundos de famílias da elite dirigente das “Indústrias Klabin de Celulose do Paraná S/A”, mas, aos filhos do proletariado como, também, à maior parte da população telemacoborbense inserida em outras atividades sócio-econômicas.Ao abordar, portanto, segmentos diferenciados da população esta análise partiu da idéia de que “a multifuncionalidade dos sistemas educacionais se organiza em torno de uma função dominante, constituída em objetivo primordial da estrutura de poder” (Saviani, 1996), pois, se verificou que famílias estrangeiras se instalaram em Harmonia, uma agrovila da Fazenda Monte Alegre, e propiciaram o surgimento de uma escola com base na estrutura empresarial. Assim, com o objetivo de formação primária aos filhos da elite dirigente foi criado o Grupo Escolar “11 de Junho” a partir da década de 40, o qual se definiu por uma função

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social em torno da formação escolar do “saber” se organizando segundo os fins do sistema econômico do “poder” da Klabin, O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A NECESSIDADE

DE MAIOR CONHECIMENTO SOBRE A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: Uma abordagem sobre a obrigatoriedade do

Método Francês no contexto Político Educacional de 1930 a 1946

Nezilda Leci Godoy Gonçalves Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG

O presente estudo teve como objetivo analisar criticamente a

introdução e a evolução da Educação Física nas organizações escolares brasileira. As questões abordadas na pesquisa foram: as dificuldades da introdução e aceitação da Educação Física nos meios escolares e a necessidade da importação de sistemas e métodos estrangeiros. Os trabalhos de Inezil Penna Marinho e Jair Jordão Ramos serviram para a construção do marco teórico da pesquisa. A periodização proposta abarca o período compreendido entre 1932 e 1946. Em função dos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser considerada bibliográfica. Com o estudo constatou-se, que a Educação Física somente assou a fazer parte de alguns níveis de escolaridade a partir da Constituição de 1937. A obrigatoriedade do Método Francês, foi severamente criticada pelos membros da Associação Brasileira de Educação, pois seus objetivos eram completamente contraditórios ao ideário do Movimento da Escola Nova. Os objetivos do Método Francês estavam de acordo com a Pedagogia Tradicional, defendida pelos integrantes do movimento católico.

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O PÚBLICO E O PRIVADO EM EDUCAÇÃO: O CASO ANÍSIO TEIXEIRA E A IGREJA CATÓLICA NO RIO

GRANDE DO SUL

Rosimar Serena Siqueira Esquinsani Universidade Estadual do Rio Grande do Sul-UERGS

Universidade do Vale do Rio dos Sinos-UNISINOS

A pesquisa O público e o privado em educação: o caso

Anísio Teixeira e a Igreja Católica no Rio Grande do Sul, procura desvelar os discursos que conduziram o debate educacional brasileiro nos últimos anos da década de 1950, por ocasião das discussões para a elaboração da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a partir do episódio que ficou conhecido como o “caso Anísio Teixeira”. Esse foi protagonizado pelo arcebispo de Porto Alegre, dom Vicente Scherer, que se lançou em campanha contra as idéias do educador baiano, levantando a questão do público e o privado em termos educacionais e colocando o Rio Grande do Sul em uma posição de proeminência nas discussões nacionais. A vinculação do público com o estatal fazia com que a expansão da escola pública representasse a afirmação do poder do Estado no campo educacional e a restrição do poder da Igreja nesse domínio. O estudo demonstra que, ao centrar-se o debate na discussão de pessoas, como Anísio Teixeira, desviou-se o foco da questão de fundo, isto é, a responsabilidade sobre o financiamento do ensino. Era preciso polemizar, pois o que estava em jogo era o poder de “pressão” a fim de garantir espaços legais na futura LDB a dois projetos que entravam em disputa: o da educação particular e o projeto de garantia da escola pública.

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O SERVIÇO EDUCAÇÃO DE SAÚDE E HYGIENE ESCOLAR: A RELAÇÃO EDUCAÇÃO, SAÚDE E PESQUISA

Dayse Martins Hora

Universidade do Rio de Janeiro - Unirio

U m conjunto de medidas de reorganização administrativa,

na Diretoria de Instrução Pública do antigo Distrito Federal, integrou o projeto de renovação educacional. Dentre as iniciativas empreendidas, através do Decreto nº 3.763 (1932), foram criados os Serviços Técnicos, que tinham por objetivos a racionalização do trabalho administrativo e a implementação do projeto escolanovista. Tencionamos neste trabalho, apresentar alguns resultados da investigação que realizamos sobre um desses Serviços Técnicos – o Serviço Educação de Saúde e Hygiene Escolar – , na década de trinta. A pesquisa teve por formulação metodológica a proposta de Ginzgurg, na tentativa de construção de uma história tecelã. O pressuposto fundante é o de voltar-se, incessantemente, para a busca dos matizes que podem ser evidenciados a cada trama diferenciada, que se consegue destacar do tecido histórico. O exercício contínuo de cotejar dados e de resignificá-los faz possível novas interpretações, que podem revelar análises antes não observadas. Quanto aos procedimentos de investigação, optamos pela pesquisa bibliográfica aliada à análise de documentos oficiais – legislações educacionais do período e publicações da Diretoria de Instrução Pública do Distrito Federal do Rio de Janeiro – seguidos de verificação e confronto em jornais sobre assuntos correlatos publicados à época. Quanto à delimitação do estudo, optamos pelo recorte que abarca a década de trinta. Entretanto, sempre que possível e necessário, fomos buscar períodos anteriores e/ou posteriores, conforme as exigências de cada situação. Construímos nossa fundamentação teórica nas fontes primárias e secundárias sobre a Escola Nova, utilizando Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo e Lourenço Filho, correlacionando a literatura educacional do período com o contexto político, econômico e social do qual a educação é um recorte, mas que não pode ser

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isolado da sua totalidade. Os resultados alcançados indicam que a relação educação, saúde e pesquisa esteve muito mais presente do que a literatura específica vem destacando. O projeto da Escola Nova não somente priorizava a saúde escolar, como também, se pautava na racionalidade médica, pano de fundo das explicações biologizantes, freqüentes na formulação dos pioneiros da educação, que buscavam suporte científico para o discurso educacional, na pesquisa de cunho biomédico.

ONTEM E HOJE: Resgatando a história da escola

Adriane Inês Burgardt Escola Estadual Jesus Divino Operário

Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG

O registro de cada momento vivido por uma instituição,

forma a sua história. E muitos foram os momentos importantes ocorridos nos quarenta anos de dedicação à educação, proporcionando pela Escola Estadual Jesus Divino Operário, até o ano de 1998, quando se realizou a pesquisa. Todos sabemos que sendo a História dinâmica, faz-se necessário à participação de cada um de nós em contribuir para aprimorar um conhecimento atualizado mais próximo possível da realidade. Com este pensamento, percebemos a necessidade de aproveitarmos a grandeza de relatos que tínhamos na Escola, para cultivarmos sua memória. Resgatando a memória da Escola, procuramos também favorecer a formação de hábitos de pesquisa escrita e oral, aos alunos que participaram conosco no projeto, como forma de contribuir para a compreensão do processo de produção do conhecimento histórico. Tentou-se com esta pesquisa recuperar a história do cotidiano, sua riqueza e importância, pois a História Regional e Local, só tem sentido se partir de um estudo da relação entre o homem e o espaço que o rodeia. Desta forma, a pesquisa foi desenvolvida numa abordagem qualitativa,

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utilizando entrevistas, histórias de vida, busca em arquivos, análise documental e produção de textos individuais. Na investigação utilizaram-se fontes manuscritas do arquivo da escola, informações impressas e depoimentos pessoais de ex-diretores, ex-professores e ex-alunos. O projeto que originou esta produção foi: Projeto Qualidade no Ensino Público do Paraná – Vale Saber, que foi desenvolvido com alunos da 6ª série da Escola Estadual Jesus Divino Operário – Ensino Fundamental - Ponta Grossa.

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DIDÁTICO: tensão presente entre educação especial e regular

Samira Saad Pulchério Lancillotti

Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul-UEMS

A educação tem sido impactada recentemente pelo

movimento de Inclusão, no qual prevê-se a incorporação, pelo ensino regular, de alunos com deficiência, dentre outros portadores de necessidades educativas especiais. Esse propósito, que aparece claramente explicitado na LDB 9.394/96, remete à reflexão sobre suas decorrências para a prática escolar. Um aspecto que, necessita aprofundamento é o estudo de uma tensão que marca a dicotomia educação especial/regular: trata-se da organização do trabalho didático. A educação de pessoas com deficiência tem sido procedida a partir de uma pedagogia marcada pelo ensino individualizado, diferentemente da educação regular que se consolida a partir do ensino coletivo. O objetivo desse trabalho é apontar essa problemática, a partir de uma perspectiva histórica, indicar sua presença desde a emergência da escola moderna no século XVII recuperando o texto clássico de Comenius, a Didática Magna, e a historiografia da área.

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PONTA GROSSA: Memória Histórica Estadual de Filosofia, Ciências e Letras

Célia Regina de Souza e Silva

Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

A pesquisa discute o ensino superior no Brasil durante o

Império e a República, pautando-se nas ações políticas que culminaram na descentralização, que transferiu aos governos estaduais a iniciativa de instalação de faculdades. Esse processo viabilizou a criação da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Ponta Grossa na década de 40. Para desenvolver o trabalho optou-se pela pesquisa histórica tendo como fontes primárias relatórios, atas, jornais, fotografias, etc. Quanto aos autores que consubstanciaram o trabalho insere-se entre eles Helena Sampaio, Moacir Gadotti e Déa Fenelon. Obtidos os dados e analisados estes indicaram que a Instituição teve suas origens em ações individuais ligadas ao Partido Democrático Social em Ponta Grossa, o qual agremiava professores e outras categorias de profissionais liberais significando que a criação da Faculdade em 1949 resultou da articulação de interesses financeiros e acadêmicos.

PORTUGUESES E AFRICANOS: BRASIL SÉCULO XVII, oportunidades perdidas

Carmelindo Rodrigues da Silva

Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba-UNIMEP

O bjeto desta pesquisa é analisar a relação no trabalho entre

portugueses e africanos no Brasil do século XVII.O tráfico de escravos iniciado em 1442, ganhou maior intensidade no século XVI. Azurara na metade do século XV, já justificava esta

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escravização com uma proposta de “grandes ideais” evangelizadores: “estes negros não vinham da linhagem de mouros, mas de gentios, pelo qual seriam melhores de trazer ao caminho da salvação”. Obviamente, nesta proposta evangelizadora precisaria conter minimamente uma nova educação religiosa. O Brasil só se tornou viável economicamente a partir do momento que os negros africanos começaram a ser desembarcados para o trabalho escravo. O português como qualquer outro europeu não imigrou para os trópicos para realizar trabalhos braçais. Mesmo muitas atividades especializadas acabaram sendo realizadas pelo braço escravo. C. R. Boxer afirma que os portugueses estavam admirados com os africanos, especialmente os congoleses, que não conheciam a arte da escrita mas eram considerados os mais avançados da raça negra. “Estes bantos da idade do ferro eram indubitavelmente muito mais avançados do que os ameríndios da Idade da Pedra”. Stuart B. Schwartz, em “Segredos Internos”, acrescenta: Muitos negros provinham da África ocidental, de culturas em que trabalhos com ferro, gado e outras atividades úteis para a lavoura açucareira eram praticados. Esses conhecimentos e a familiaridade com a agricultura em longo prazo tornavam-nos mais valiosos para os portugueses... Os africanos sem dúvida não eram mais “predispostos” ao cativeiro do que índios, portugueses, ingleses ou qualquer outro povo arrancado de sua terra natal e submetido à vontade alheia, mas as semelhanças de sua herança cultural com as tradições européias valorizavam-nos aos olhos do europeu”.

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RESGATE DA MEMÓRIA E IDENTIDADE DOS KAINGANGS DA ALDEIA DE QUEIMADAS NO MUNICÍPIO

DE ORTIGUEIRA

Andréa Carla Kincheski Coelho Renei Lucas Coelho

Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

S abe-se que um povo sem memória é um povo sem raízes,

sem história. O presente trabalho buscou como objetivo resgatar a memória dos kaingangs da Aldeia de Queimadas fazendo um confronto do ontem com o hoje procurando compreender o porquê dos índios dessa comunidade deixaram de lado muitos dos seus princípios milenares, adquirindo costumes característicos do branco civilizado, resultando em um grupo descaracterizado que luta para resgatar sua história, sua língua e conservar sua identidade inclusive, educativa. Através de entrevistas, registros de casamento, óbitos e nascimentos, organizou-se o registro de parte da memória desse grupo. Coletou-se documentos, lendas e histórias kaingangs contadas pelos anciões da tribo, contribuindo para um estudo profundo do processo de aculturação do indígena Kaingang. Como resultado pode-se observar e analisar claramente a mentalidade da comunidade de Ortigueira frente ao índio, e em confronto, o olhar do índio para com o branco civilizado.

SUD MENNUCCI E A “CRISE BRASILEIRA DA EDUCAÇÃO”

Isabel Cristina Rossi Mattos

Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

A o analisar a educação é importante ter presente que ela se

constitue em uma mediação entre o homem e a sociedade. Isto é, se

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constitui no processo pelo qual a sociedade forma seus membros de acordo com os interesses que a permeia.Sud Mennucci relaciona a crise da educação com as descobertas científicas e a ascensão da indústria que naquele momento começaria a chegar no Brasil modificando o regime de trabalho. O projeto educacional do Brasil, na concepção de Mennucci estava preocupado apenas com a vida urbana, não levando em consideração a “vocação agrícola brasileira”, fato esse que quebra a harmonia entre a escola e o organismo social da nação” (Mennucci, 1930: pp. 16-17), gerando uma crise educacional, pela qual passava o país.

TRAJETÓRIA DE PROFESSORAS NORMALISTAS DA DÉCADA DE 50 NA REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS- Pr:

Um recorte histórico através da história oral

Rosana Nadal de Arruda Moura Silvana Maura Batista de Carvalho

Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

O artigo em questão relata a vivência de professoras

normalistas, formadas e atuantes em instituições de ensino da Região dos Campos Gerais, no estado do Paraná, no contexto histórico-educacional da década de 1950. Esse recorte temporal deve-se à relevância do momento no processo de industrialização e urbanização da sociedade brasileira, decorrentes das atividades econômicas, políticas e culturais e a exigência de expansão da educação escolar atinja a uma parcela cada vez maior da população. Nesse contexto, procura-se mostrar como se deu a formação docente em nível de ensino médio, de acordo com a legislação educacional vigente, a atuação docente em espaços sociais diferentes, ou seja, escolas da zona urbana e/ou rural, contemplando assim algumas faces da realidade educacional da época. Os diferentes olhares dentro de

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um mesmo contexto constituem a riqueza dos dados levantados, pois buscou-se na memória dessas docentes, através da história oral, aspectos de sua formação na Escola Normal, bem como, da iniciação e atuação desses sujeitos em suas trajetórias profissionais.

“UM SKATE NO PÉ, UMA IDÉIA NA CABEÇA”: As

representações sociais do saber da rua e do saber escolar

Tony Honorato núcleo de educação e história: processo civilizador

Universidade Metodista de Piracicaba-UNIMEP-PPGE

P esquisa sobre as representações sociais da prática do lazer -

Skate, dos educadores escolares e dos praticantes de Skateboard. O interesse por este estudo veio do fato de que esta prática social, dentre outras, “invadem” as escolas com caráter desrotinizador, representando a cultura extra - escolar. A relevância da identificação e interpretação dos sentidos destas representações, urgem a medida que entendemos as representações sociais como elementos fundantes para intervenção pedagógica do educador. Esta é uma pesquisa de natureza qualitativa - etnográfica, onde fazemos o uso da técnica da análise do discurso. A orientação teórica/metodológica são os princípios da sociologia configuracional (Elias, 1994) e os estudos em representação social de Jodelet, 1997 e Moscovici, 1981. As conclusões preliminares dão indícios que esta forma de lazer configura uma tribo que foi constituída pelas relações/experiências comportamentais pela longa curva de sua “pista” e que as suas tensões prazerosas podem se dar pelo autocontrole dos descontroles emocionais/motores controlados.

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F ontes e H istória das P olítiF ontes e H istória das P olítiF ontes e H istória das P olítiF ontes e H istória das P olíticas cas cas cas E ducacionaisE ducacionaisE ducacionaisE ducacionais

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Temática: Fontes e História das Políticas Educacionais

N esta Jornada do Histedbr, a temática “Fontes e História das

Políticas Educacionais” apresenta 45 comunicações científicas, que

expressam as pesquisas realizadas no âmbito da História da

Educação o esforço dos pesquisadores de reconstruir a história das

políticas educacionais brasileiras. A análise histórica dos processos

de produção das políticas educacionais nos contextos político e

sócio-econômico é importante para a compreensão da educação que

se transforma pelas imposições da sociedade, mas capaz de provocar

mudanças nesta mesma sociedade.

M aria Isabel M oura N ascim ento

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A “CENTRALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA” E OS PROJETOS FINANCIADOS PELO BANCO MUNDIAL NO

BRASIL NA DÉCADA DE 90: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A REFORMA DO ESTADO BRASILEIRO?

Ireni Marilene Zago Figueiredo

Universidade Estadual Do Oeste Do Paraná-Unioeste Universidade Estadual de Campinas -UNICAMP

A s reformas educacionais da sociedade brasileira, prescritas

pelos organismos multilaterais de financiamento, precisam ser observadas no contexto mais geral da Reforma do Estado. Portanto, este projeto tem como objetivo investigar se os projetos financiados para a Educação Básica nos anos 90, mediante as orientações do Banco Mundial, estariam contribuindo para implementação das reformas estruturais, administrativas e institucionais do Estado brasileiro, tendo como um dos elementos chave o discurso da “centralidade da Educação Básica”. O referencial teórico-metodológico para realização desta pesquisa estará mediado pela perspectiva histórica, considerando o movimento do real que é complexo e permeado por determinações que são explicitadas ou não a partir do processo do conhecimento. O recurso metodológico será o estudo de fontes primárias e secundárias, tendo como objetivo compreender as relações/mediações entre a os projetos financiados pelo BIRD e a reforma do Estado brasileiro.

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A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INSTITUCIONALIZADA PELO PLANFOR

Michel Marcelino Rodrigues

Amélia Kimiko Noma Universidade Estadual de Maringá - UEM

E ste trabalho analisa a política de educação profissional

implementada através do Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador (PLANFOR) a partir de 1996. Insere a discussão do objeto no contexto da globalização do capital, considerando que suas características fundamentais e peculiares devem ser analisadas no processo mais amplo e geral das relações econômicas e políticas em nível nacional e internacional. Enfatiza o vínculo com as políticas sociais neoliberais evidenciando que se trata de política compensatória e de ajustes voltados aos setores da população em desvantagem social. Analisa o referido Plano como política social através da qual a função reguladora do Estado é exercida e que tem relação com o processo de mediação política envolvendo conflitos de classes e de crises do processo de acumulação do capital. A ESCOLA PÚBLICA NA REGIÃO DO CONTESTADO: DO CORONELISMO AO ADVENTO DO NEOCORONELISMO

Nilson Thomé

Professor na Universidade do Contestado – Caçador (SC)-UNC Doutorando na Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

A “Região do Contestado”, localizada no Centro-Oeste de

Santa Catarina, conhecida por sediar a “Guerra do Contestado” (1913-1916), tem suas raízes históricas vinculadas à Província de São Paulo, até o desmembramento da Comarca de Curitiba, originando a Província do Paraná em 1853. Os paranaenses

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dominaram a maior parte da região até 1917, quando, por acordo, o Paraná e Santa Catarina repartiram o território.Em 1831, a Regência criou a Guarda Nacional e, para o “coronelato” desta corporação, no Sul, eram nomeados os fazendeiros de criação de gado mais poderosos. Surgiu, assim, o fenômeno do "coronelismo", ampliando o poder dos fazendeiros, senhores de latifúndios do sertão, que administravam suas terras, ditavam ordens, influenciavam a política nas vilas próximas e decidiam eleições regionais. O sistema ditatorial resultou do próprio ambiente e das condições daquele tempo: falta de autoridade legal, isolamento dos centros urbanos civilizados e ausência de policiamento. Depois da Proclamação da República, os mandatários do Paraná e de Santa Catarina passaram a expedir dezenas de cartas-patentes a fazendeiros de suas simpatias, como maneira de firmar domínio territorial nas terras contestadas pelos dois Estados. Estas concessões eram associadas ao favorecimento na transmissão de propriedades de terras, nem sempre para ocupação e desenvolvimento. Na História da Educação, encontramos muitas informações que nos possibilitam compreender o funcionamento do sistema educacional do período Imperial – principalmente nos seus últimos anos – e nos primeiros tempos da República Velha, registros estes que atestam a intimidade entre o poder político e a educação, esta atrelada àquele sob o jugo da dominação.

A ESCOLARIZAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE CIVILIZAÇÃO: A MODERNIDADE DO PROJETO

EDUCACIONAL BRASILEIRO

Fátima Maria Neves Universidade Estadual de Maringá- UEM

D urante o século XIX, período historicamente reconhecido

como o da Modernidade, a educação, a escola e a instrução pública foram entendidas e defendidas como instrumento civilizatório, como elemento de transformação e promoção social. Investigar como essa

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questão se tornou uma prioridade política, nos debates e discursos parlamentares, nos períodos que cercaram as discussões para a elaboração do Tratado Geral da Educação Nacional (1826), e o da aprovação do Projeto de Lei sobre as Escolas do Primeiro Gráo ou Pedagogia (1827), é o objeto deste estudo. As fontes para o desenvolvimento desta pesquisa foram os Anais do Parlamento Brasileiro - Câmara dos Deputados (1823-1827) . Esse estudo tem revelado que com o enfrentamento da ignorância da população, por meio da escolarização em massa, restringindo os objetivos pedagógicos à leitura, à escrita e às operações elementares da aritmética, poder-se-ia diminuir os vícios e prevenir os crimes, mas fundamentalmente, contribuir com o projeto centralizador de promoção e unificação nacional. A FORMAÇÃO DE FORMADORES NA CONSTRUÇÃO DO

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO NORMAL: Cemep-Paulínia

Rita de Cássia Gonçalves Carvalho

Universidade Sao Marcos – Campus Paulínia-SP.

A nálise das tentativas, dificuldades e conquistas dos

formadores na construção de um projeto político-pedagógico para o curso normal do Centro Municipal de E. profissionalizante de Paulínia, numa trajetória histórica das mudanças do sistema educacional brasileiro; refletindo sobre as políticas neoliberais que interferem na política educacional brasileira e sobre as tentativas de articulação de projetos pelos formadores, para enfrentar os mecanismos da lei e da política educacional.

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A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO PARANÁ: O curso normal nível médio à distância

Aparecida Marcianinha Pinto

Universidade Estadual de Maringá- UEM

O neoliberalismo, processo ideológico de construção

hegemônica que traduz a sociedade em termos de mercado. Neste ensaio mostramos a proposta educacional implementada pela Secretaria Estadual de Educação do Estado do Paraná sistematizada no Documento “O Plano ABC” e “PROEM – Programa de Expansão e Melhoria do Ensino Médio” e “Manual do Curso Normal Nível Médio à Distância”, de iniciativa privada, os quais consideramos embasados na ideologia neoliberal. A leitura das propostas, pesquisa de campo junto ao Núcleo Regional de Ensino e Colégios de Ensino Médio e pesquisa junto aos alunos do Curso Normal à Distância no Município de Cianorte, forneceram dados suficientes para a sistematização do relatório de pesquisa. Apresentamos a proposta da SEED-PR, traçamos um panorama das transformações que estão se processando, fazemos uma análise da mesma e entendemos que ocorreu um processo de desmonte do ensino profissional com a implementação do “Programa de expansão e melhoria do Ensino Médio” em 1997. Contatamos que a formação de professores para as séries iniciais foi desmantelada e agora ocorre de forma privatizada, o que vem confirmar o descompromisso do governo estadual atual com a educação. Conclui-se que, mesmo com o discurso de formar profissional qualificado, de valorização da profissão do magistério, o que tem ocorrido é o oposto.

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A FORMAÇÃO DO EDUCADOR NO CONTEXTO DA POLÍTICA NEOLIBERAL

Roberli do Rocio Marquezini

E ste trabalho apresenta as discussões que têm orientado o

debate acerca da influência da política neoliberal na formação dos profissionais da educação, recuperando a trajetória do movimento dos educadores na luta pela profissionalização do magistério, em oposição e resistência às arbitrárias e sucessivas investidas das políticas educacionais impostas pelos órgãos oficiais, que vêm ignorando os debates e sínteses formuladas no âmbito das agências formadoras. Motivo que levou a Anfope (Associação nacional pela Formação dos Profissionais da Educação) a mobilizar-se no sentido de deter iniciativas que traduzissem retrocesso nos rumos da construção de uma política global de formação do educador e de impedir a adoção da proposta neoliberal onde são retomados os superados esquemas emergenciais e as licenciaturas curtas que fragmentam, aligeiram e fragilizam a formação de professores comprometendo a sua qualificação pedagógica.

A INDUSTRIALIZAÇÃO E SEU IMPACTO NO SISTEMA EDUCACIONAL DE MUNICÍPIOS AGRÁRIOS

Meire Terezinha Muller Soares

Universidade São Marcos – Paulínia Mestranda em Educação pela FE da UNICAMP

O presente trabalho refere-se a um estudo em

desenvolvimento sobre o impacto que o processo de implantação de escolas e, posteriormente, de industrialização, acarreta não só à economia, à cultura e ao sistema ocupacional de municípios agrários,

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mas principalmente às relações sociais do entorno.Tomando como paradigma a cidade de Paulínia, que passou de agrária a industrial apenas seis anos após sua emancipação política, a análise da inter-relação entre as escolas, as indústrias e a sociedade é a especificidade de meu estudo. Embora o projeto que o norteia seja mais amplo este trabalho abordará o processo inicial de implantação do sistema escolar (início do século XX) até a chegada da refinaria da PETROBRÁS - década de 70, em plena crise mundial do petróleo, fazendo as necessárias pontes com fatos históricos e políticos (nacionais e locais) que considero significativos e imprescindíveis para localizar o meu objeto de estudo.No levantamento de fontes, privilegiei a busca em arquivos-mortos de instituições de ensino, acervos públicos e particulares, além do Museu Municipal de Paulínia.Paulínia é um município do nordeste paulista, localizado há 18 quilômetros de Campinas, município de quem foi Distrito até 1965, quando, por plebiscito popular, emancipa-se politicamente. O povoado surgiu, em fins do século XIX, ao redor de uma estação ferroviária e de uma capela, como muitos outros municípios do interior, mantendo, até a década de 70, um perfil agrário, com produção de café, algodão e cana (após a década de 40, para atender a produção de álcool etílico da Rhódia), além de produtos horti-fruti-granjeiros. Com a chegada da Petrobrás, em 1972, a industrialização se instala, com caráter acelerado e irrevogável. Entre janeiro e junho de 1969, no início das construções, a população local saltou de 6.000 para 12.000 habitantes.

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A INFLUÊNCIA DAS IDÉIAS NEOLIBERAIS NA EDUCAÇÃO ATUAL: Interlocução com relatório Jacques

Delors e os PCNs

Mara Lucia Martins Amélia Kimiko Noma

Universidade Estadual de Maringá-UEM

O bjetiva-se evidenciar a influência das idéias neoliberais na

educação atual a partir da análise de propostas educacionais contidas em duas fontes documentais oficiais: o Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional para o Século XXI, mais conhecido como Relatório Jacques Delors (1998), e os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental-PCNs (1997). A escolha desses documentos se deve ao fato de serem apresentados como relevantes para o fortalecimento da política de educação para todos e por terem sidos organizados a partir da Conferência Mundial de Educação para Todos, realizada em Jomtien, na Tailândia, em 1990. Parte-se do pressuposto de que a análise pretendida somente pode ser feita se adequadamente remetida à trama das relações e aos embates que se travam na sociedade e que fundamentam as políticas sociais deles decorrentes e que são exigidas para enfrentar os desafios que se põem na atualidade.Um período em que se testemunha a redescoberta da educação nas agendas de governos, empresários, organizações internacionais e demais entidades, que prescrevem o acesso e o aumento contínuo da escolaridade como requisito para a realização pessoal, o desenvolvimento eqüitativo, a adoção de novas tecnologias para a inclusão dos países em desenvolvimento na economia globalizada. O que implica em conceber as propostas educacionais neoliberais de eqüidade e melhoria de vida da população, que utilizam como uma das estratégias a redefinição da função social da educação e do pensamento educacional, uma inflexão da luta pela transformação das relações sociais capitalistas que produzem a desigualdade e a exclusão social. Significa afirmar que as idéias neoliberais que fundamentam políticas educacionais

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constituem-se em políticas compensatórias que não têm o poder de – e, freqüentemente, não se propõem a – alterar as relações estabelecidas na sociedade. Para dar conta do estudo proposto, busca-se resgatar a origem e os fundamentos do pensamento neoliberal, estabelecendo sua relação com o movimento da sociedade e explicitando que o chamado neoliberalismo parece retomar os valores do liberalismo clássico sob novos parâmetros.

A INSTITUCIONALIDADE DA NOVA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO PARANÁ

Ana Lucia Tomaz Cardoso

Amélia Kimiko Noma Universidade Estadual de Maringá-UEM

E ste trabalho objetiva contribuir para o debate sobre a atual

educação profissional institucionalizada no Estado do Paraná através do Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador (PLANFOR) e o Plano Estadual de Qualificação (PEQ). Aborda o objeto de estudo a partir da discussão da relação educação e trabalho no contexto da globalização do capital, que tem como cenário as transformações que estão ocorrendo na forma da produção e na organização política, em nível internacional e nacional. Busca dar significado histórico a esta série de mudanças de grande porte realizadas na educação brasileira visando adequações às novas demandas de qualificação profissional. Evidencia tratar-se de uma política que se insere no conjunto de políticas sociais nacionais e como tal, se constitui no processo de adequação da educação brasileira às relações sociais, políticas e econômicas da nova etapa do capitalismo mundial.

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A MISSÃO DO PROFISSIONAL DA SAÚDE

Maria Cecília Marins de Oliveira

Universidade Federal do Paraná-UFPR/UNIANDRADE) Valter André J. Abegg

Mestrando da Universidade Federal do Paraná-UFPR

A formação do profissional da saúde é tema que vem

preocupando os estudiosos da área, em vista dos objetivos governamentais, traçados em suas políticas de saúde. Nos anos de 1980, dois enfoques nortearam essas políticas, um de âmbito sanitário e outro na perspectiva do atendimento à família. Os estudiosos das áreas da medicina e da enfermagem procuraram concentrar seus esforços, para adequar o tipo de profissional a formar, aos objetivos traçados pelos governos. É em torno desse profissional da saúde que se concentraram nossas pesquisas, com base no processo de redefinição dos currículos dos cursos, para atender as novas exigências nacionais e as transformações que iam ocorrendo no sistema de saúde para atender, por sua vez, as necessidades da população. O repensar desse profissional com competência e bom desempenho foram situações que tiveram que ser superadas e transpostas mediante novos valores que se fizeram presentes nesses anos do final de século XX.

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A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA POLÍTICA EM PONTA GROSSA: 1950 – 1960

Alcione Divardim

Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

E ste trabalho tem por objetivo analisar a trajetória da

mulher na vida política brasileira e ponta-grossense. As conquistas da mulher no século XX, especialmente a partir da década de 50, podem ser compreendidas com sua participação no mercado de trabalho, e sobretudo pela construção de uma nova identidade feminina. Destacou-se nesse período, uma mulher de coragem e fidelidade aos seus princípios, conseguindo se eleger a primeira Vereadora de Ponta Grossa – Cândida Mendes Braz – carinhosamente, apelidada de Dona Candinha: desempenhou o seu cargo político em dois períodos legislativos de 1951 a 1955 e de 1955 a 1959 na cidade de Ponta Grossa. Através da análise das Atas dos Arquivos da Câmara Municipal buscou-se retratar as atividades políticas defendidas por Cândida Mendes Braz. As imagens, presentes no trabalho, retratam a mulher pública e engajada com seus princípios e ideais, lutando contra a discriminação imposta pela sociedade moldada em valores masculinos.

A REFORMA DA GESTÃO ESCOLAR NO BRASIL NA DÉCADA DE 1990: UMA ANÁLISE DAS PREMISSAS DA EFICIÊNCIA GERENCIAL NA GESTÃO DA EDUCAÇÃO

BÁSICA

Isaura Mônica Souza Zanardini Universidade Estadual de Cascavel-Unioeste

Doutoranda da Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP

E ste projeto de pesquisa está em andamento no Programa de

Pós-Graduação em Educação da UNICAMP em nível de doutorado,

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e se propõe a analisar historicamente a proposta de gestão escolar implementada na década de 90 em nível nacional, que tem por objetivo, consolidar a pretendida reforma da educação básica. Pretendemos investigar os elementos político-ideológicos presentes nas estratégias de reforma da gestão dos sistemas educacionais e unidades escolares, analisando sua articulação com a reforma do Estado Brasileiro e o processo de rearticulação do capital. Examinaremos alguns Programas implementados pelo MEC a respeito da educação básica e que atingem os sistemas estaduais e municipais de ensino. Dentre estes Programas analisaremos por exemplo, o FUNDEF, o Programa Dinheiro Direto na Escola, o Projeto Escola Jovem, os Parâmetros Curriculares Nacionais e as Diretrizes para o Ensino Médio. Através do desenvolvimento deste projeto de pesquisa pretendemos subsidiar a reflexão de docentes da educação básica e de pesquisadores das áreas de Política Educacional e História da Educação, quanto a reforma da gestão escolar que vem sendo implementada em nível nacional.

A SUPERVISÃO EDUCACIONAL NO ESTADO DO PARANÁ: TRAJETÓRIA HISTÓRICA DE EDUCADORES

EM BUSCA DE COMPREENSÕES

Naura Syria Carapeto Ferreira Universidade Tuiuti do Paraná-UTP

E ste trabalho, que resulta de uma investigação que tem

como objetivo historiar a supervisão da educação no Estado do Paraná, a partir de suas origens, transposições, relações e contradições, no processo histórico do contexto brasileiro, social, político e econômico. As influências das diversas correntes de pensamento que deram “suporte” ao desenvolvimento dessa “prática” ou “função” escolar são examinada à luz do “gerenciamento” do poder público a fim de garantir uma determinada “qualidade” nas escolas. Desta forma, desde o chamado período de educação

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tradicional, passando pela escola nova, tecnicismo e no atual contexto da globalização da economia e das reformas do Estado assiste-se os tanto no domínio das políticas públicas, como no da administração da educação, a um movimento de reconhecimento da escola como lugar privilegiado de coordenação e regulação dos sistemas de ensino que a torna espaço estratégico de mudanças. A supervisão educacional é responsabilizada, então, por estas mudanças e por uma qualidade que - independentemente de ser a que mais necessita hoje o homem e a mulher em sua formação integral para tomada de decisões dos seus destinos, dos destinos das instituições e dos destinos da nação - se delineia sob a ótica do individualismo, categoria básica do liberalismo e que se apresenta de forma cada vez mais acirrada na contemporaneidade desenvolvendo nos tempos hodiernos a violência e a desumanização, destruindo homens e mulheres, instituições e nações. A investigação histórica constituiu-se de fontes primárias e secundárias, análise documental bibliográfica.

A TEORIA DO CAPITAL HUMANO: HISTÓRIA, METAMORFOSES E INFLUENCIA NA FORMAÇÃO DOS

TRABALHADORES

Carlos Lucena Maria de Lurdes Almeida e Silva Lucena

Universidade Federal de Uberlândia- UFU

A formação dos trabalhadores está em debate nas últimas

décadas. O capitalismo monopolista, desencadeador de crises estruturais e respostas a essas crises, adota estratégias que afetam o mundo do trabalho. Em um processo histórico contraditório, a Teoria do Capital Humano está em debate. Compreendendo-a como um dos alicerces que perpetua o trabalho alienado, demonstramos que a mesma transcende os “Anos de Ouro” do capitalismo ganhando um novo impulso nos “Anos de Crise”: o instrumento para a construção

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do princípio do “estar-empregável”. Consolida-se o jeito de viver e trabalhar neoliberal, uma aposta radical no darwinismo social materializado na concorrência e na individualidade. As implicações desse fenômeno devem ser aprofundadas em um processo dialético que articula a crise do capitalismo e a história da educação dos trabalhadores. ÁLVARO VIEIRA PINTO E O MOVIMENTO DE REFORMA

UNIVERSITÁRIA NA DÉCADA DE 1960 NO BRASIL

Sheinah Eléine Wischral Simionato Correia Maria Rosemary Coimbra Campos Sheen (Orientadora)

Universidade Estadual de Maringá –UEM

E ste trabalho teve como objetivo proceder ao estudo do

pensamento do filósofo Álvaro Vieira Pinto acerca da universidade e do papel que esta instituição deveria desempenhar no Brasil na década de 1960. Tal estudo teve como base a realização de uma análise histórica da produção intelectual do autor, através da qual procuramos identificar as raízes histórico-filosóficas do seu pensamento e situá-lo nas diferentes orientações ideológicas que permearam o movimento pela Reforma Universitária no Brasil. Para o desenvolvimento da pesquisa foram utilizadas como fontes primárias, textos do próprio autor e de alguns contemporâneos; revistas e jornais da época e como fontes secundárias, textos de intérpretes de Vieira Pinto, textos de história da educação no Brasil e de história do Brasil. O filósofo Álvaro Vieira Pinto (1909-1987), importante intelectual brasileiro da década de 1960, foi um dos fundadores e integrante ativo do ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros), criado como órgão do Ministério da Educação e Cultura no ano de 1955. Vieira Pinto foi personagem muito atuante no movimento de Reforma Universitária apoiando a proposta radical, uma das três propostas de reforma que surgiram neste período, que defendia a alteração do caráter seletivo da universidade bem como do

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conteúdo de classe de suas práticas. A sua posição de apoio em relação à proposta radical de reforma universitária fica explícita em seu livro A questão da universidade (1962), publicado pela UNE (União Nacional dos Estudantes), onde Álvaro Vieira Pinto imprime sua opinião a respeito da universidade e da sua reforma. Para Vieira Pinto a universidade é um centro de poder ideológico, uma instância de reprodução dos padrões culturais e educacionais da classe dominante e, por este motivo é que a reforma da universidade não deve ser apenas pedagógica, mas principalmente de caráter político, ou seja, deve orientar-se para a redefinição de suas finalidades voltando-se mais para o atendimento das necessidades da classe trabalhadora do país. EDUCAÇÃO, LIBERALISMO E CIDADANIA NA PRIMEIRA

REPÚBLICA: FRANCA ENTRE 1889 E 1928

Wagner da Silva Teixeira UNIPAC - Barbacena/MG

N a Primeira República existiu um intenso debate

educacional, a mudança de regime abria para muitos a possibilidade de alteração da ordem social e política vigente e a educação seria o mecanismo fundamental dessas transformações. No entanto, passado o “entusiasmo”, percebeu-se que a classe dominante brasileira (ligada ao café) pouco interessada estava em mudanças profundas na sociedade. Esta pesquisa teve como objetivo compreender o desenvolvimento do sistema de ensino em Franca-SP, entre 1889 e 1928. As fontes utilizadas foram: Atas da Câmara Municipal e do Conselho Municipal de Instrução Pública e diversos jornais da cidade. A educação era dividida entre o município, o estado e a Igreja Católica, o primeiro era responsável pelas Escolas Isoladas, o segundo pelo Grupo Escolar e a última pelo Colégio de Lourdes e o Colégio Champagnat. Os diversos relatos sobre a situação das Escolas Isoladas revelam uma realidade de abandono e forte evasão

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escolar. O Grupo Escolar constituía-se como o símbolo maior da educação pública, enquanto os colégios católicos eram responsáveis pela educação da elite da cidade e da região. A maioria da população continuava excluída da escola ou nas precárias Escolas Isoladas. Este Resumo é parte da Dissertação de Mestrado defendida em 21 de Setembro de 2000 na UNESP/Campus de Franca sob orientação da Profa. Dra. Teresa M. Malatian EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E AS COMPETÊNCIAS PARA

O TRABALHO

Diogenes Nielsen Júnior Universidade Estadual de Campinas -UNICAMP

C onsiderando os fortes indícios de que o modelo da

competência, está orientando a reestruturação das organizações empresariais, influenciadas pelas novas técnicas de produção e utilização de avançados recursos científico-tecnológicos e considerando também, seu reflexo no sistema educacional através da reformulação dos currículos e do processo ensino-aprendizagem, principalmente na educação técnica profissional, esta pesquisa tem como objeto de estudo identificar no âmbito da teoria educacional, através de um resgate histórico, a noção de vinculação entre Escola e Competência para o Trabalho. A pesquisa estará limitada temporalmente no período de 1942 a 2000: quando a Reforma Capanema legaliza a Educação Profissional e a LDB 9394/96 juntamente com suas regulamentações legais, que se estendem até 2000, procuraram adequar a educação profissional aos avanços científicos e tecnológicos. No que diz respeito à implementação legal, a Constituição de 1937, pela primeira vez, tratou das “escolas vocacionais e pré-vocacionais”, como um “dever do Estado” para com as “classes menos favorecidas” (Art. 129). Essa obrigação deveria ser cumprida com “a colaboração das indústrias e dos sindicatos econômicos”, que

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deveriam “criar, escolas de aprendizes, destinadas aos filhos de seus operários”. Em decorrência, a partir de 1942, são baixadas, por Decretos-Lei, as “Leis Orgânicas da Educação Nacional", conhecidas como Reforma Capanema: Lei Orgânica do Ensino Secundário (Decreto-Lei n.º 4.244/42); Lei Orgânica do Ensino Industrial (Decreto-Lei n.º4.073/42); Lei Orgânica do Ensino Comercial (Decreto-Lei n.º 6.141/43); Lei Orgânica do Ensino Primário (Decreto-Lei n.º 8.529/46), Lei Orgânica do Ensino Normal (Decreto-Lei n.º 8.530/46); Lei Orgânica do Ensino Agrícola (Decreto-Lei n.º 9.613/46).A Educação Profissional no Brasil, desde seu surgimento no período Imperial da nossa história com as chamadas “escolas para desvalidos”, caracterizada por uma população marginal dispensada pela produção rural e não absorvida pelas atividades comerciais e industriais, vem passando por constantes atualizações para acompanhar o dinâmico desenvolvimento tecnológico, bem como na tentativa de suprir as necessidades de recursos humanos dos meios produtivos.

EXPANSÃO ESCOLAR AMPLIA MERCADO CONSUMIDOR.

Elcia Esnarriaga de Arruda

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul-UFMS

E sta pesquisa tem como objeto de estudo a expansão

escolar. Os serviços escolares têm sido ampliados em todos os níveis, modalidades e redes de ensino. Em pesquisas anteriores, Arruda (2001) e Arruda e Almeida (2001) demonstraram, respectivamente, o impacto da expansão escolar na geração de empregos diretos e apresentaram dados que demonstram como a ampliação do atendimento escolar pode contribuir para manter crianças, jovens e adultos ocupados. A presente pesquisa, ao definir o perfil de consumo de estudantes do ensino superior, oferece dados que permitem sustentar a hipótese de que a instituição escolar cria novas

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necessidades, e ao criá-las configura-se como um ramo, no setor de serviços, que garante empregos indiretos. Os dados foram coletados em documentos oficiais e por meio de entrevistas com estudantes do ensino superior. A análise dos dados é desenvolvida a partir de autores que, de forma radical, interpretam a ampliação do atendimento escolar como uma necessidade histórica determinada pela forma como o capitalismo se apresenta nos monopólios. “HISTÓRIA E MEMÓRIA: O cotidiano escolar visto através da

imagen fotográfica”

Rita Filomena Andrade Januário Bettini Daniela Gomes de Albuquerque

Universidade Estadual Paulista-Faculdade de Ciências e Tecnologia-Campus de Presidente Prudente

Grupo de trabalho presidente prudente.(histedbr)

E ste projeto de iniciação científica tem como objetivo

contextualizar historicamente o cotidiano de uma escola pública de Presidente Prudente. Privilegia-se neste trabalho a análise de fotografias que pertencem ao acervo fotográfico do museu municipal de Presidente Prudente, que possui um universo de aproximadamente nove mil fotos que estão sendo cadastradas em atividades do grupo “O Museu Histórico e Arquivo Municipal de Presidente Prudente: propostas de intervenção. A recuperação do acervo e divulgação do museu e arquivo à comunidade”, coordenado pela Profª. Drª. Rita Filomena Andrade Januário Bettini. Este grupo está vinculado ao projeto temático “Política Cultura no município de Presidente Prudente: o museu histórico e o seu papel educacional e turístico” (proc. Fapesp nº 00/02382-8) coordenado pela Prof. Dra. Ruth Künzli, grupo este o qual a aluna vem participando desde o ano de 2001. Para reconstituir o cotidiano desta instituição educacional optamos por fazer também uma análise criteriosa de seus registros escolares, bem como utilizar instrumentos teóricos referentes à

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história da educação, buscando com isto resgatar as representações iconográficas, possibilitando um resgate do imaginário social desta instituição.

HISTÓRIA RECENTE DA POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA PARA O ENSINO MÉDIO E PROFISSIONAL:

O PROEP E O PROMED

Roberto Antonio Deitos Universidade Estadual Do Oeste Do Paraná-UNIOESTE

E xaminamos a história recente da política educacional

brasileira para o ensino médio e profissional, redefinidos através dos Programas Educacionais implementados no país na década de 1990, evidenciando e demonstrando as adequações educacionais requeridas para atender as novas exigências sociais, produtivas, financeiras e ideológicas, que expressam novas formulações teóricas e estruturais para justificá-las e dissimulá-las, empreendidas através dos Programas Educacionais, particularmente daqueles que contam com financiamento externo com contrapartida, e fundamentadas em diretrizes nacionais, no plano nacional de educação, no contido na Lei número 9.394/96 e legislação educacional complementar, no Decreto 2208/97, nos Contratos de Empréstimos externos e nos Programas PROEP – Programa de Expansão da Educação Profissional e PROMED – Programa de Melhoria e Expansão do Ensino Médio – Projeto Escola Jovem, e nos documentos e relatórios ministeriais e dos organismos internacionais, tais como o BID e o Banco Mundial.

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HISTÓRIA RECENTE DAS POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO E SAÚDE NO ESTADO DO PARANÁ

Francis Mary Guimarães Nogueira

Universidade Estadual Do Oeste do Paraná - UNIOESTE

E ste trabalho apresenta os resultados parciais de pesquisa,

em andamento, em âmbito interinstitucional e interdisciplinar, voltada para a história recente das políticas de educação e saúde no Paraná. Nela são apresentados inúmeros argumentos e uma série de dados que vão comprovando e evidenciando as políticas sociais do governo estadual, expressas nas estratégias, traduzidas em ações constituintes nos diversos projetos e programas, os quais vão compondo e consolidando, os constructos teóricos do pensamento liberal. Constatamos que as reformas liberais se materializam de diferentes formas a saber: (a) na gestão compartilhada como uma nova forma de gestão pedagógica na escola; (b) no projeto correção de fluxo que promove a diminuição da distorção idade-série, como meta para a universalização do ensino fundamental; (c) na descentralização dos recursos, para a manutenção parcial das escolas, redefinindo as fontes de recursos; (d) encaminhando à Assembléia Legislativa o Projeto de Lei que define as regras da autonomia universitária e (e) na implementação de projetos seletivos e focalizados na área da saúde e reduzindo a assistência nos níveis mais complexos de atendimeto

IDENTIDADE REGIONAL E REPRESENTAÇÃO SOCIAL NA PERSPECTIVA DO CONSENSO

Maria Juleta Weber Cordova

Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

O texto trata da relação entre o ensino de história e a

construção de uma identidade paranaense, levando-se em conta a memória do patrimônio tombado. Ao vislumbrar o pano de fundo

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que contextualiza a sociologia da educação, apreende-se suas aproximações com o ensino de história que viabiliza a construção de fatos sociais, integradores de uma determinada identidade. O paranismo, ao buscar identificar-se pela busca a um ponto zero, revelou o caráter centralizador que uma dada construção identitária pode representar, bem como suas respectivas relações de poder e controle social. Assim, a manutenção de uma representação social perpassa pela própria integração identitária, comprometendo a formação dos processos sociais e a construção teórica de sua produção. Entende-se que as questões trabalhadas no contexto do paranismo acerca da identidade e das representações sociais, fundamentam-se cientificamente no paradigma do consenso, pelas adequações dos fatos sociais às produções históricas convenientemente apreendidas.

LOCKE E O RENASCIMENTO DO JUSNATURALISMO

Guaraciaba Aparecida Tullio Universidade Estadual de Maringá-UEM

A presente pesquisa está vinculada à linha de pesquisa

História e Historiografia do programa de Mestrado em Educação, na Universidade Estadual de Maringá. O objetivo que a justifica é a compreensão histórica do pensamento de John Locke (1632 – 1704). Mais especificamente interessa, no conjunto de sua obra, compreender a confluência da defesa e elaboração do jusnaturalismo enquanto uma teoria moral que traz suas marcas na filosofia política, na educação e na pedagogia propostas pelo autor com a produção material em curso de gestação no século XVII, na Inglaterra, sua terra natal. As mudanças na base produtiva solicitavam mudanças na forma de pensar os homens e a própria sociedade. Não se trata, portanto, de apenas descrever as suas idéias, mas, de compreendê-las como expressão de necessidades projetadas pelos homens num mundo marcado por intenso processo de transformação social. No

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conjunto das obras analisadas, a pesquisa inclui algumas das cartas que o autor escreveu sobre a educação do filho primogênito da classe revolucionária em ascensão à época. Entende-se que o estudo pode contribuir, significativamente, para a compreensão dos limites analíticos da defesa filosófica da educação na atualidade quando esta confunde liberalismo com democracia.

O ATO ADICIONAL: Um diálogo com a historiografia

André Paulo Castanha Universidade Estadual de Cascavel-UNIOESTE

A Historiografia da Educação Brasileira, referente ao

Período Imperial ao analisar o Ato Adicional, e as políticas educacionais geradas a partir de então, o definem como uma ação destruidora de qualquer projeto de educação nacional, principalmente no que se refere ao ensino elementar. Para eles, o fato de as Províncias legislarem sobre Instrução Pública, possibilitou a publicação de uma imensidão de leis, que em muitos casos se contradiziam. O grande número de leis produzidas pelas assembléias provinciais acabaram favorecendo aos interesses de indivíduos ou grupos, portanto contrários a construção de um Projeto Nacional de Instrução Pública. Meu objetivo neste trabalho é fazer um mapeamento destes discursos históricos, analisando, desde as obras clássicas, até as produções mais recentes. Este exercício é fundamental para verificar, quais os pressupostos que fundamentam os respectivos discursos, os contextos em que foram produzidos, e as fontes que dão sustentação. No meu entender, fazer uma análise historiográfica do fenômeno Ato Adicional, é um percurso necessário para compreender o papel da história na legitimação das políticas educacionais do Estado brasileiro.

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O CURRÍCULO DE HISTÓRIA DA REDE MUNICIPAL DE PONTA GROSSA

Ana Cláudia Urban

Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

O presente texto objetiva apresentar a proposta de pesquisa

que estamos desenvolvendo, que tem como proposta resgatar a trajetória do currículo de História das séries iniciais na Rede Municipal de Ponta Grossa. Tendo em vista que o processo de transição do ensino de Estudos Sociais para o ensino de História e Geografia ainda é motivo de dúvidas, o resgate do papel do currículo de História deve ser alvo de estudos e reflexões. No Paraná tais discussões ganham espaço quando, no início da década de 90, o Governo do Paraná edita o Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná que trouxe, entre outras mudanças para o ensino de 1o. Grau, o ensino de História e Geografia, substituindo o ensino de Estudos Sociais. Tais discussões tornam-se presentes na Rede Pública Municipal de Ponta Grossa a partir de 1994, quando da implantação do Currículo das Escolas Municipais. Entre outras alterações que ocorreram neste contexto, destacamos o ensino de História nas séries iniciais, que passa a ser uma significativa alteração frente à prática até então desenvolvida. Assim a proposta da pesquisa apresentada, possui duas preocupações centrais: a compreensão do currículo enquanto “fio condutor” do trabalho desenvolvido na escola, e de que maneira a fundamentação teórica e o encaminhamento metodológico de História propostos no currículo são capazes de subsidiar a prática docente nas séries iniciais. Frente à tantos desafios, acreditamos ser necessário que investiguemos o ensino de História no contexto das mudanças paradigmáticas da Educação, visto que, ao discutirmos esta área, nos reportamos à problemas de aprendizagem, à formação de professores, à enfoques metodológicos e teóricos.

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O DISCURSO EDUCACIONAL: Seus desdobramentos no PARANÁ DA Década de 1980

Elaine Rodrigues

Universidade Estadual de Maringá- UEM

T omamos como fonte de análise, o Jornal da Educação, uma

publicação da Secretaria de Estado da Educação. Um documento que elegemos por entendermos ser representativo das discussões que a SEED encaminhou junto à comunidade educacional Paranaense durante os anos de 1983 a 1987. Construímos nossos argumentos com o intuito de mostrar como a “comunicação”, enquanto ação realizada a partir da editoração deste tablóide, nos permitiu defender a hipótese de que o movimento, em prol da democracia, marcante no início da década de 1980, fora “patrocinado” pelo Estado, ressalta-se, ainda, que o Governador do Estado do Paraná e sua equipe foram eleitos por voto direto, acontecimento que não se registrava desde o ano de 1964. O Jornal nos coloca em contato com o discurso proferido acerca das situações que eram criadas, visando resultados que, segundo a secretaria de educação, levariam à democratização do ensino e, conseqüentemente, à formação de indivíduos críticos o suficiente para poderem lutar por seus direitos, favorecendo sobre maneira, o processo de transformação social. Essa intenção se colocava como objetivo a ser cumprido no momento em que o conteúdo discursivo veiculado pelo jornal chegasse até a escola. A “esperança” depositada na melhoria da comunicação entre os dirigentes educacionais e a comunidade escolar se sustentava na crença de que ela seria um dos grandes agentes no processo de democratização do país. Imbuídos pelo desejo de renovação da realidade política nacional, os novos dirigentes de Estado se dispuseram a atuar junto à sociedade civil como mediadores no processo de transição democrática.

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O ESTADO NACIONAL MODERNO E O MAGISTÉRIO PÚBLICO ELEMENTAR CATARINENSE NOS ANOS DE

1889-1930

Jairo Cesa Mestrando em Educação e Cultura da Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina – UDESC

Professor da Fundação Educacional Barriga Verde - FEBAVE, em Orleans.

D iante das crises institucionais, que nos últimos anos vêm

contribuindo com a precarização da instrução pública catarinense, mais especificamente quando tratamos da profissionalização do magistério, o presente trabalho tem por objetivo investigar a trajetória histórica desta profissão e a sua contribuição na construção da hegemonia social, baseada nos ideais positivistas daquela época. O magistério brasileiro surgiu e se intensificou inspirado pela modernização que assolava o velho mundo. O processo de reestruturação da instrução pública ocorreu a partir da segunda metade do século XIX, quando foi implantada no Rio de janeiro, capital do Império, a primeira escola normal, voltada para a formação de professores. Com o Ato Institucional de 1834, o governo imperial promoveu a transferência do ensino elementar para as Províncias. O ensino elementar em Santa Catarina foi prejudicado pela falta de recursos orçamentários destinados à subvenção da instrução. Embora, enfrentando dificuldades, era premissa dos governos provinciais, reduzir o elevado índice de analfabetismo que assolava a maioria da população. Desta forma, sancionou leis, visando regulamentar a instrução pública. Mas, os esforços empreendidos naquela época, não foram suficientes para modificar o quadro instrucional, que permaneceu inalterado até o final do século XIX. Neste sentido, o magistério que, enfrentava a falta de iniciativa do poder público, se distanciava de oportunizar aos professores melhores condições profissionais e financeiras. A esperança para reverter este quadro que afetava a estrutura educacional do Brasil e

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especialmente de Santa Catarina estava depositada na Proclamação da República. Sendo assim, para a classe política local, a mudança de regime e a estruturação da instrução pública, restabeleceria a credibilidade política e elevaria o Estado a uma situação privilegiada no contexto nacional. Diante do otimismo depositado sobre a instrução pública como medida capaz de impulsionar o progresso social e econômico do Estado encontra-se o problema desta pesquisa. Para dar conta de explica-lo, o estudo privilegia a compreensão da trajetória histórica do Estado nacional e a institucionalização do magistério elementar catarinense na primeira república. Com vistas á análise desta questão, foi necessário retomar as produções [3] em História da Educação catarinense, voltada para a instrução, à escola e a docência. Este estudo se caracteriza de natureza histórica documental, com base no tratamento de fontes oficiais.

O MUSEU HISTÓRICO E ARQUIVO MUNICIPAL DE PRESIDENTE PRUDENTE: PROPOSTAS PEDAGÓGICAS DE INTERVENÇÃO. A RECUPERAÇÃO DO ACERVO E

DIVULGAÇÃO DO MUSEU E ARQUIVO À COMUNIDADE

Rita Filomena Andrade Januário Bettini e Ruth Künzli Universidade Estadual paulista - faculdade de ciências e tecnologia –

campus de presidente prudente – grupo de trabalho presidente prudente (histedbr)

O Museu Histórico e Arquivo de Presidente Prudente foi

criado em 26/08/1975 através de uma Fundação de Direito Público, e vem, desde então, amealhando um acervo sobre a História de Presidente Prudente e região. A pesquisa teve início em meados de 2001, objetivando organizar conhecimentos históricos importantes sobre esta região e, em especial, a cidade de Presidente Prudente. Buscamos também reestruturar o acervo do Museu e Arquivo, de forma a devolver aos cidadãos prudentinos um espaço no qual estes poderão se reconhecer. Num primeiro momento foi realizada a

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catalogação do fundo fotográfico em fichas individuais, concluindo o registro de quase seis mil fotos das cerca de mais de oito mil que constituem o acervo. Para identificar parte deste acervo, foram realizados eventos que envolveram os membros do grupo da Terceira Idade que fazem parte do Projeto “UNESP Aberta à Terceira Idade”, os quais ainda são a Memória Viva, na medida em que esta é uma cidade nova, cuja fundação data do início do séc XX. Neste segundo ano estamos dando continuidade ao trabalho através organização definitiva do acervo fotográfico, da catalogação do restante das fotos, da transcrição e digitalização do acervo de fitas e, ainda, a digitalização das quase seis mil fotos com as respectivas fichas já catalogadas – trabalho este que será realizado segundo os moldes da seção de registro fotográfico do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Concomitantemente, alguns jovens pesquisadores desta equipe estão efetivando um trabalho científico temático das fotos que já foram catalogadas, a fim de investigar pela imagem impressa na foto, o período histórico e em especial qual o imaginário do fotógrafo contido nas fotografias pesquisadas. Fazem parte da pequisa além do já citados: Alexandre Ferreira Manzano, Daniela Gomes de Albuquerque, Fabio Ramos da Silva, Fabíola Adreila dos Santos Ribeiro, Fernando de Almeida Oliveira, Laiza Bianca Scorzoline, Natiele Silva Lamera, Patrícia de Lima Silva, Renata de Campos Garcia, Silvia Mari Inacio Ferreira O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO: OS PROJETOS EM CONFLITO E SEUS PROCESSOS LEGISLATIVOS

Jorge Fernando Hermida

Professor da Universidade Federal do Paraná. UFPR Doutor em Filosofia, História e Educação- UNICAMP

E ste tema faz parte de minha Tese de Doutorado, intitulada

“A reforma educacional no Brasil (1988-2001): processos legislativos, projetos em conflito e sujeitos históricos”, recentemente

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defendida na Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (2002). Dentre as principais políticas públicas aprovadas, temos o Plano Nacional de Educação (PNE) - Proposta do Poder Executivo para o Congresso Nacional que foi recentemente aprovado em fevereiro de 2001. Até chegar a sua aprovação final, a proposta oficial teve que debater-se no Parlamento com o projeto de PNE - Proposta da sociedade brasileira que, elaborada pela sociedade civil organizada junto aos sindicatos da educação, foi defendida por senadores e deputados de oposição. Assim sendo, este estudo pretende realizar uma analise política das duas propostas, que, ao ser divergentes, apresentam formulações opostas quanto aos princípios e diretrizes que as norteiam. E também ressaltar o papel que cumplem os movimentos sociais na defesa da democratização da educação brasileira.

OS (DES)CAMINHOS DO FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL: UM OLHAR SOBRE SUA

HISTÓRIA.

Janaina S.S. Menezes Universidade Federal do Pará-UFPA

E ste trabalho foi concebido no âmbito do Grupo de Estudo

em Gestão e Financiamento da Educação, vinculado ao Centro de Educação da Universidade Federal do Pará que tem, atualmente, sob sua responsabilidade a coordenação de duas pesquisas relacionadas ao financiamento da educação naquele Estado. O estudo aqui apresentado tem por objetivo delinear, de forma panorâmica, o perfil histórico do financiamento da educação pública do País. Por perceber que muitos dos ordenamentos direcionados àquele financiamento estão alicerçados em antigos (des)caminhos, busca, por meio de uma retrospectiva histórica, referências para o entendimento da atual configuração do financiamento da educação. Neste contexto, enfoca

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desde o modo como a educação estava inserida no sistema de tributação da Coroa até as ordenações constantes nas diferentes Cartas Constitucionais promulgadas (ou decretadas) no decorrer dos dois últimos séculos. A pesquisa, de cunho bibliográfico, lançou mão, especialmente, de leis, decretos e Constituições Federais inerentes ao período referenciado. O texto, a exemplo dos estudos do prof. Marcelino Pinto (2000), dividiu a história do financiamento da educação no Brasil, nos três períodos a seguir especificados. Esta segmentação, de objetivo didático, busca - ao realçar as grandes linhas que nortearam aquele financiamento - fornecer uma visão geral de um contexto permeado por múltiplas especificidades. O 1º período decorreu do ano em que os jesuítas chegaram ao País (1549) até sua expulsão (1759); nessa época foi delegada aos membros daquela ordem religiosa a exclusividade do magistério público, assinalando o total afastamento do Estado em relação ao financiamento da educação nacional. O 2º período, compreendido da expulsão dos jesuítas até o fim da República Velha foi caracterizado: a) pela busca de fontes autônomas de financiamento para a educação e, b) por deixar a educação por conta das dotações orçamentárias dos governos dos estados e das câmaras municipais. Já o 3º período, que se estende da homologação da Constituição Federal de 1934 até os dias de hoje, tem sido marcado pela busca da vinculação constitucional de um percentual mínimo de recursos tributários para a educação. A discussão referente a esse último período será conduzida até a legislação que antecede a Carta Constitucional de 1988.

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OS ESTUDOS SOCIAIS E OS TEMAS TRANSVERSAIS: UMA ABORDAGEM HISTÓRICA DAS POLÍTICAS

EDUCACIONAIS BRASILEIRAS E SUAS PROPOSTAS CURRICULARES

Mara Regina Martins Jacomeli

Professora do Centro Universitário Salesiano de São Paulo – Unidade de Americana/SP-UNISAL

Doutoranda pelo Grupo de Pesquisa Histedbr/Campinas-UNICAMP Integrante do GT Histedsal/Americana/SP

E ste trabalho apresenta considerações preliminares relativas

ao entendimento das políticas educacionais adotadas pelo Estado brasileiro, desde a década de 70 e que expressam a necessidade de reformulação do currículo escolar, principalmente do nível de ensino hoje chamado de Fundamental. No Brasil, com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, apareceu a indicação legal da necessidade de um currículo que servisse de orientação para a Educação Básica. Surgiu, portanto, a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que se “auto-intitula” um conjunto de proposições que responde à necessidade de referenciais a partir dos quais o sistema educacional do País se organize. Os Parâmetros Curriculares Nacionais também trazem a indicação de conteúdos a serem trabalhados por áreas de conhecimento, com uma abordagem “transversal” de questões sociais. São os chamados “Temas Transversais”: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural, Orientação Sexual e Trabalho e Consumo. As discussões em torno dos Temas Transversais partem do princípio de que a função principal da escola é a de formar o cidadão, o que não estaria ocorrendo. Essa incapacidade formativa tem como pressuposto que o currículo organizado pela antiga estruturação disciplinar é o responsável pelo fracasso escolar. A organização curricular assim estabelecida não dá conta de expressar uma realidade que é pluridimensional. É aí que entram, então, os Temas Transversais,

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como forma de criar mecanismos integradores das diversas disciplinas, ou mesmo, para superá-las. O que busco caracterizar em meu trabalho é que tal proposta deixa clara a tentativa de reorganização do discurso liberal, ou neoliberal, em educação. Tal discurso, que está de acordo com as políticas sociais, econômicas e culturais do presente momento histórico do capitalismo, propõe que o papel da escola é o de formar o “cidadão” para atuar numa sociedade democrática. Assim, os conteúdos da escola devem passar por um processo de adaptação e também expressar a vida cotidiana dos homens. Nesse sentido, a análise da legislação educacional é importantíssima para a História da Educação, na medida em que, através dela, entendemos como a educação escolar, em sua forma e conteúdo, foi/é criada e recriada pelo capital para se reproduzir e se justificar. As políticas educacionais nos diferentes momentos históricos evidenciam as várias transformações da sociedade capitalista e sua conseqüente necessidade de adequação. É assim que, no âmbito da escola, são propostas “novas” adequações curriculares. É o que podemos perceber com os chamados Estudos Sociais, apontados pela Lei 5.692/71 e, hoje, os PCNs e seus Temas Transversais, que surgiram a partir da promulgação da LDBEN/96. OS JOVENS CONCLUÍNTES DO ENSINO MÉDIO PÚBLICO

E SUAS EXPECTATIVAS EDUCACIONAIS E OCUPACIONAIS

Manoel Nelito Matheus Nascimento

Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC CAMPINAS

E ste texto apresenta o estudo realizado com os alunos

concluintes do Ensino Médio de uma Escola Pública, tendo como objetivo investigar suas expectativas, conflitos e alternativas, bem como verificar nas suas manifestações as conseqüências e desdobramentos das transformações que vêm acontecendo nas esferas econômica, social, política e cultural, principalmente no

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âmbito do mundo do trabalho. O estudo foi planejado como uma investigação dos desdobramentos na educação dos processos de ajustes do capitalismo, com uma abordagem centrada na relação dos alunos com a escola e com o mundo do trabalho, pretendendo obter dados que contribuam para a melhor compreensão da realidade que envolve os jovens egressos do Ensino Médio público. Em síntese, o estudo mostra que os alunos concluintes do Ensino Médio público saem da escola convictos de que não receberam uma formação apropriada para enfrentar os desafios postos pelo mundo atual, principalmente em relação ao mundo do trabalho e à educação de nível superior. Na maioria dos jovens pesquisados, se verifica um sentimento de impotência e frustração, devido às dificuldades econômicas que não lhes possibilitam dar continuidade imediata aos estudos no ensino superior privado; pela carência de conhecimentos que os deixam em desvantagens na concorrência dos disputados vestibulares para o ensino superior público; e as contradições de não poder fazer o curso superior público devido às dificuldades de conciliar o horário de trabalho com o de aulas, tendo em vista que a maioria dos cursos é diurno. Apesar do grande crescimento das matrículas, o Ensino Médio continua sendo o gargalo de contenção do acesso ao ensino superior público, mantendo o sistema de seleção dos escolhidos, através da fraca formação oferecida pela escola pública que impede o avanço nos estudos. Nesta fase de transição do ensino médio para o ensino superior, observa-se que a exclusão está acontecendo a partir das limitações econômicas, da fraca formação escolar adquirida e pela necessidade de conciliar trabalho e estudo, principalmente deslocando a freqüência às aulas para o período noturno. Assim, o processo de reprodução social, historicamente operado pela escola, permanece porém nos tempos atuais de forma dissimulada. Os jovens oriundos das classes baixas conseguem avançar nos níveis de ensino, com formação de qualidade baixa e pouca eficiência nos processos seletivos impostos pela sociedade.

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OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL: A RELATIVIZAÇÃO DOS

CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA NA POLÍTICA EDUCACIONAL

João Batista Zanardini

Universidade Estadual de Maringá- UEM

E ste projeto de pesquisa está em andamento no Programa de

Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá, em nível de Mestrado e se propõe a investigar a relação entre a implantação das políticas educacionais e seus resultados efetivos na proposição dos conteúdos da disciplina de matemática ministrados no ensino fundamental. A investigação se propõe a analisar a articulação entre as políticas educacionais fundamentadas no neoliberalismo e uma suposta fragmentação acompanhada de relativização e esvaziamento dos conteúdos de Matemática ministrados no Ensino Fundamental, o que estaria acarretando a redução de cientificidade dos programas escolares. Na tentativa de evidenciar esta “suposta” relativização, nos propomos a desenvolver uma análise entre a proposta curricular da disciplina de matemática implementada pelo MEC na década de noventa e as diretrizes curriculares em vigor nas décadas de 70 e 80. Pretendemos que o desenvolvimento deste projeto de pesquisa traga contribuições relevantes para a compreensão da história da educação e subsidie os educadores acerca da análise crítica sobre a proposta pedagógica implementada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais de caráter neoliberal.

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OS PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS DE INFORMATICA NA EDUCAÇÃO – O IMPACTO NO ENSINO MÉDIO DA

REDE PÚBLICA DE ENSINO DE PRESIDENTE PRUDENTE ENTRE 1995 E 2001

Rita Filomena Andrade Januário Bettini, Alexandre Ferreira Manzano

Universidade Estadual Paulista - faculdade de ciências e tecnologia – C– grupo de trabalho presidente prudente (histedbr).

A s transformações na sociedade neste final de século em

função do processo de globalização e pelo aumento do uso de tecnologias, afetaram as relações humanas em vários níveis, principalmente no mundo trabalho, com a aplicação da informática em instituições bancárias ou comerciais, e a robotização de linhas de produção. É preciso que a Educação garanta ao aluno condições reais de inserir-se no mercado de trabalho por meio de um ensino de qualidade, que utilize os meios mais atuais e eficientes de obtenção de conhecimento, principalmente pelo uso da Informática através do computador e de multimeios como a internet, a qual entra no ambiente escolar nestes últimos anos se mostrando como fonte de informação muito vasta. Muitas propostas governamentais que chegam a ser implementadas, tratam da implantação do computador na Rede de Ensino Público, como o PROINFO do MEC , o Programa “A Escola de Cara Nova na Era da Informática” e o Projeto Internet na Escola da SEE-SP. Analisando como estes projetos foram implementados na cidade de Presidente Prudente, entre de 1995 e 2000, pretendemos verificar o impacto causado pela implantação do computador nas escolas, desde as implicações administrativas, até a sua aplicação no ensino local

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PAULINO DE SOUZA: A INSTRUÇÃO PÚBLICA COMO ELEMENTO MORALIZADOR

Lourdes Margareth Calvi

Maria Cristina Gomes Machado Universidade Estadual de Maringá-UEM

E ste texto apresenta o discurso oficial em prol da instrução

pública para as classes populares contido no Relatório do Ministro do Império brasileiro Paulino José Soares de Souza de 1870 e o projeto de reforma para a instrução apresentado à Assembléia Geral em 6 de agosto desse mesmo ano. Nesse relatório, o Ministro colocava a instrução primária como o primeiro elemento de moralização da sociedade. No sentido de compreender o significado desta proposta considera-se fundamental a análise das transformações pelas quais passava o país nesse período. A década de 70 é caracterizada por um amplo debate acerca das reformas para a modernização da sociedade brasileira. Na luta que os homens travaram para a modernização e as reformas que se faziam necessárias para possibilitar o desenvolvimento do país, segundo as ordens capitalistas, traziam para o Parlamento, propostas de reformas também para a instrução pública. O debate sobre reformas na educação estava inserido na campanha universal em favor da organização dos Sistemas Nacionais de Ensino que aconteceu a partir de meados do século XIX, culminando na criação da escola pública primária, gratuita, laica e obrigatória.

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POLÍTICAS PARA A FORMAÇÃO DO PEDAGOGO NA UFPR: O curso de pedagogia de 1939 a 1996

Evelcy Monteiro Machado

Universidade Tuiuti do Paraná-UTI

O trabalho, numa abordagem sócio-histórica, analisa as

políticas para a formação do pedagogo expressas nas propostas curriculares do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Paraná, no período de 1939 a 1996. Fundamenta-se no pressuposto que a formação pedagógica ofertada pelo curso no período em estudo é centrada na educação formal, regular, em detrimento de outras demandas sócio-educacionais. Para desenvolver o estudo analisam-se propostas curriculares desde a criação do Curso de Pedagogia da UFPR em 1939 relacionadas à legislação educacional referente à formação do pedagogo e suas alterações no período. Procura-se assim estabelecer relações entre o Curso e as três regulamentações que o orientam no período, bem como evidenciar contradições referentes à incorporação de normas para organização e funcionamento dos cursos, a inovações nos processos metodológicos ou à abrangência e delimitação do enfoque social formador. O estudo evidencia o caráter conservador presente na construção do curso, que se transforma com a incorporação de novas políticas formadoras presentes no final do período em estudo, na década de noventa.

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PROGRAMA DE CORREÇÃO DE FLUXO ESCOLAR E A UNIVERSALIZAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO

BRASIL

Francis Mary Guimarães Nogueira Liliam Faria Porto Borges

Universidade Estadual Do Oeste - UNIOESTE

N o início deste novo século a historiografia da educação

brasileira, particularmente aquela que analisa a política educacional, se depara com um aparente paradoxo. De acordo com dados oficiais do MEC, em 2000 a taxa de escolarização líquida de crianças que estão cursando o ensino fundamental foi de 96,3%. Conseguimos universalizar o acesso e a permanência de toda população em idade escolar? Esses resultados “positivos” derivariam da prioridade exclusiva pelo ensino fundamental definidas nas políticas do MEC, nas políticas das Secretarias Estaduais de Educação e nos receituários do Banco Mundial ? Para enfrentar esse embaraçoso resultado divulgado pelo MEC, seria preciso destacar e analisar parte das alternativas pedagógicas encontradas pelo Banco Mundial, pelo MEC e pelas Secretarias de Estado de Educação que se legitimaram como políticas educacionais, mediante o respaldo de legislações nos anos 80 e 90. Uma das alternativas pedagógicas no âmbito do Ensino Fundamental, se expressa no Programa de Correção do Fluxo Escolar - Aceleração da Aprendizagem, implementado pelo MEC desde final dos anos 90. PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS DE ALFABETIZAÇÃO

DE ADULTOS NO BRASIL: Contexto histórico

Márcia Marlene Stentzler Garcia de Lima Mestranda em Educação pela UEPG

P or meio do presente trabalho, buscou-se realizar uma

retrospectiva histórica relativa às políticas governamentais

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direcionadas à alfabetização de adultos, que marcaram a educação brasileira a partir da década de 30 até o presente momento. Enfatizou-se os diversos Programas realizados no decorrer do período, bem como as concepções político-ideológicas imbricadas nos mesmos. A pesquisa sobre o tema é contemplada mediante a abordagem qualitativa, está em fase inicial de elaboração e faz parte do estudo realizado para dissertação do mestrado em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Para tal, utilizou-se de consulta bibliográfica, bem como registros sobre a experiência em alfabetização da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras, no tocante ao Programa Alfabetização Solidária. REFLEXÕES SOBRE A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO

CONTEXTO DA CRISE E REESTRUTURAÇÃO DO CAPITAL

Rosângela Aparecida Mello

Universidade Estadual de Maringá-UEM

E studo sobre a Educação física escolar no contexto da crise

e reestruturação capitalista contemporânea, analisando as suas perspectivas e validade nos marcos históricos atuais. Debate acirrado tanto no âmbito específico da educação física quanto naqueles que tratam da organização educacional em geral, justificando assim a consecução desta pesquisa. Analisa o objeto no quadro das múltiplas determinações societárias fundamentais em que o mesmo é produzido e se reproduz, de maneira que o particular e o universal sejam investigados a partir da concretude dinâmica e reciproca em que se realizam. Tal reflexão será realizada à luz da investigação de fontes primárias e secundárias sobre a questão. Objetiva contribuir nesse debate oferecendo argumentos sólidos que possibilitem uma tomada de posição para além da defesa de interesses profissionais imediatos, bem como daqueles que aceitam acriticamente os desígnios da ordem social vigente como algo natural e inexorável.

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REFORMA CURRICULAR NA “ERA DA GLOBALIZAÇÃO”:

Uma breve reflexão sobre os significados do discurso oficial da inclusão social

Rita de Cássia Ribeiro Barbosa Organização Paulistana Educacional e Cultural - UNIOPEC

O presente trabalho analisa os significados da reforma

curricular brasileira ocorrida na década de 1990. No ano de 1997, em um contexto marcado pela ofensiva neoconservadora perante a crise do modo capitalista de produção, o Ministério da Educação e do Desporto do Brasil apresentou a versão final dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino fundamental de 1ª a 4ª séries (1º e 2º ciclos) e, em 1998, foi apresentada a versão final dos PCNs para o ensino de 5ª a 8ª séries (3º e 4º ciclos). A reforma curricular foi considerada essencial para o desenvolvimento efetivo dos indivíduos e da sociedade, pois alegou-se que as áreas do conhecimento que compõem o currículo escolar ainda estariam preparando alunos para atuar em postos de trabalho tradicionais, cuja extinção seria iminente em função da revolução tecnológica. O declínio do modelo taylorista/fordista de produção teria evidenciado a ineficiência do sistema educacional, cuja inadequação seria, em grande parte, responsável pela exclusão social, já que não estaria respondendo à formação ideal para o moderno sistema produtivo. A expansão de um novo ciclo do modo capitalista de produção, conhecido como globalização, firmou-se como uma ruptura definitiva na história do mundo contemporâneo. Assim, proclamou-se que o acelerado desenvolvimento tecnológico possibilitou a transformação das relações entre capital e trabalho, exigindo, agora, um trabalhador mais qualificado, ou seja, participativo, multifuncional e polivalente. A educação, redentora, deveria formar sujeitos que pudessem se inserir na atual realidade econômica e que, ao mesmo tempo, valorizassem a atitude democrática perante uma

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sociedade plural, convivendo de forma tolerante, solidária e pacífica com as diferenças existentes entre os grupos sociais e os indivíduos.

SINDICATOS DO MAGISTÉRIO E AS POLÍTICAS PÚBLICAS EM EDUCAÇÃO

João Jorge Correa

Universidade Estadual de Ponta Grossa- UEPG

A naliso as relações entre o movimento sindical do

magistério e a sua importância histórica na discussão e formulação de políticas públicas para a educação. Objeto de Estudo: Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul – CPERS/Sindicato com sede central na cidade de Porto Alegre. Referencial Teórico-Metodológico: Os pressupostos teóricos estão alicerçados em uma visão crítica do sindicalismo com ênfase na perspectiva marxista-leninista de organização das classes trabalhadoras. Periodização: As ações empreendidas pelo CPERS/Sindicato nos anos oitenta e noventa. Fontes: Pesquisas realizadas sobre o movimento sindical do magistério, bibliografia pertinente ao referencial teórico, publicações internas e externas da entidade e os anais dos congressos realizados no período. Resultados Finais: Constata-se a plena capacidade das entidades sindicais do magistério de envolverem-se na discussão e proposição de políticas públicas educacionais, ainda que seja a expressão de uma parcela da categoria.

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TECNOLOGIA, CIÊNCIAS, TRABALHO e EDUCAÇÃO

Manuel Brito Neto

Doutorando na Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

O processo da produção e seu desenvolvimento no sistema

capitalista de produção conheceram novas características face à introdução acelerada dos meios de informática e como tal, a exploração do trabalho assalariado pelo capital, não se modificou na sua essência secular assumindo complexamente modalidades que à observação simples não possível nas atuais condições, de vislumbrar-se a natureza da exploração da mais-valia. Assim o trabalho extensivo caracterizado pelo alongamento da jornada de trabalho, como meio de exploração, foi lentamente substituído pelo trabalho intensivo, caracterizado pela redução da jornada de trabalho na proporção inversa representada pela repetição acelerada das operações laborais. Estas novas circunstâncias conduziram à necessidade de formar profissionais mais habilitados, e cujas competências sejam compatíveis com a divisão social do trabalho, na fábrica e do qual a compartimentação das atividades específicas se delimita na aquisição de novos conhecimentos tecnológicos. Com isso a educação foi submetida a novidades curriculares dotando-se a partir daí aos novos profissionais características adaptadas à nova realidade do capital.

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TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS E COMPORTAMENTOS EDUCACIONAIS. UM EXERCÍCIO DE COMPREENSÃO DA

AUTO-CONSCIÊNCIA

Lizia Helena Nagel Universidade Estadual de Maringá-UEM

O trabalho faz parte de um Programa de Pesquisa em

História da Educação que busca ler a educação da Antiguidade através de obras clássicas do teatro grego. Sófocles é o autor selecionado com a tragédia Antígona, uma vez que põe em confronto comportamentos que representam propostas políticas antagônicas: a de Antígona, pautada nos valores gentílicos, de caráter familiar, e a de Creonte, sustentada por valores civis, de caráter estatal. O interesse em entender concretamente, nos limites dessa peça, as lutas travadas pelos homens, na época da transição da sociedade arcaica para a sociedade clássica, reside no fato de que a compreensão dos embates sociais e/ ou da luta entre valores distintos, pode servir para revelar as possibilidades e impossibilidades da educação em períodos de mudança. Esse estudo, ainda, pode alargar reflexões sobre a oposição entre interesses particulares e cívicos, que colocariam os primeiros sob jurisdição do segundo.

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Temática: Fontes e Historiografia Educacional Brasileira

A História e a Historiografia da educação brasileira vêm sendo

objeto de muito interesse pior parte dos educadores, haja vista o

significativo número de trabalhos socializados nesta jornada de

discussões sobre a Escola Pública. Sua importância está relacionada

à necessidade de conhecer o papel histórico que realmente

desempenhou a educação no Brasil e nos remete para a compreensão

da educação como “parte” da sociedade e para a luta pela educação,

lutando juntos pela transformação da sociedade.

Paulinio José O rso

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A AVALIAÇÃO DO ERRO E ACERTO DAS PRODUÇÕES DE TEXTO EM UMA 4ª SÉRIE DO ENSINO

FUNDAMENTAL.

Vania Kelen Belão Universidade Estadual Paulista, FCT/UNESP.

Campus de Presidente Prudente Grupo de Trabalho de Presidente Prudente. (HISTEDBER).

A avaliação é uma das questões do processo ensino-

aprendizagem que tem merecido, atualmente, atenção especial de estudiosos da área, em decorrência das mudanças sistemáticas ocorridas nas últimas décadas tanto no plano organizacional, quanto na prática pedagógica escolar. Nesta pesquisa discutem-se aspectos referentes à teoria e à prática de avaliação das produções de textos, em relação ao erro e ao acerto, através de estudo bibliográfico e pesquisa de campo, incluindo observação e análise da prática avaliativa em sala de aula. Segundo autores como Hadji (2001), Hoffmann (1993, 1998), Luckesi (1996), uma avaliação mediadora e contínua dos textos produzidos pode proporcionar elementos para suprir as necessidades dos alunos visando melhorar o desempenho dos mesmos. A esse respeito, é analisada a relevância da prática avaliativa para a formação de bons produtores de textos, tendo como base teórica autores que discutem o conceito de texto e sua produção em sala de aula, pelos alunos. Este estudo visa identificar como a correção de textos produzidos pelos alunos tem sido realizada nas séries iniciais do Ensino Fundamental, com vistas a discutir sobre as possíveis formas de contribuição da correção de texto para o processo ensino-aprendizagem. A experiência vivenciada, por meio do contato com a sala de aula, proporcionou informações relevantes sobre a relação entre a correção e a avaliação das produções de textos dos alunos e a promoção de avanços em suas aprendizagens.

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A CONSTRUÇÃO DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO NA PERSPECTIVA DE ZACARIAS DE GÓIS E VASCONCELOS.

Celina Midori Murasse Ademir Quintilio Lazarini

Universidade Estadual de Maringá-Pr-UEM/ DFE

Investigação sobre a educação brasileira na segunda metade

do século XIX, pautado no pensamento de Zacarias de Góis e Vasconcelos (1815-1877), um dos principais articuladores do processo de construção e consolidação do Império do Brasil bem como das instituições que lhe dariam sustentação, incluindo-se aí as educacionais. Supõe-se que as suas idéias estão impregnadas das lutas, contradições e preocupações do seu tempo e, desta forma, permitem a recomposição do quadro histórico brasileiro no segundo Reinado. O referencial de análise utilizado busca apreender e compreender o objeto numa perspectiva histórica. Este estudo utilizará fontes documentais primárias e secundárias impressas de autores que abordam a temática no período de 1840 a 1889. Espera-se contribuir para ampliar e aprofundar o conhecimento em história e historiografia da educação brasileira no século XIX.

A EDUCAÇÃO DA MULHER NAS GÊMEAS DO IGUAÇU NOS ANOS 40 E 50

Leni Trentim Gaspari

Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória - FAFI.

O presente trabalho tem sua área de abrangência na história

da educação feminina nas cidades Gêmeas do Iguaçu, Porto União e União da Vitória, nos anos 40 e 50. Coloca-se como ponto de partida

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a educação da mulher na família e na escola promovendo uma reflexão sobre a condição feminina no seio familiar, escolar e na sociedade em que estava inserida, mediada pelas relações sociais. Neste sentido pretende-se que o trabalho tenha referência para uma reflexão de maior alcance subsidiando-se na compreensão da realidade educacional da época, indicando como a mulher articulou-se para romper alguns paradigmas estabelecidos. Esta pesquisa encontra-se em fase inicial tanto na busca do suporte teórico-metodológico, quanto na investigação de campo. Utilizaremos documentos dos arquivos educacionais, notariais e jornalísticos do município. Trabalharemos também com história oral com suporte da memória de mulheres para compreender o processo e a concepção da educação da época. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que se propõe por meio de um diálogo da História com a História da Educação e a Sociologia construir a história da educação das mulheres das Gêmeas do Iguaçu.

A EDUCAÇÃO ENTRE ALÍNEAS E INCISOS: O “USO” DA LEGISLAÇÃO NAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS

Maria Cecília Marins de Oliveira (UFPR/UNIANDRADE)

Valter André Jonathan Osvaldo Abbeg Mestrando-UFPR)

P rocurando pressupostos para o tratamento da legislação,

partimos da aplicação diferenciada da legislação na produção acadêmica, compreendendo os momentos que propiciaram essas diferenças. Inserimos este, por sua vez, no contexto da crítica historiográfica, por suas características peculiares de metodologia. T3entamos entender a evolução da metodologia da pesquisa, nas produções, para inferir qualitativamente no tratamento dado à legislação. Observamos, que o tratamento costumeiro aos dados legislativos implica apenas numa comparação, nada estimulante,

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entre o que é proposto e a realização – divisão esta já explorada na relação teoria-prática. A produção acadêmica demonstra que a legislação é utilizada para indicar e relacionar os projetos governamentais, as estruturas normativas da sociedade, as continuidades e rupturas nas políticas governamentais, as articulações dos projetos hegemônicos, se referindo indiretamente às práticas do cotidiano.

A FORMAÇÃO INTELECTUAL DE IRINEU EVANGELISTA

DE SOUSA Celina Midori Murasse

Marli Maria Silva Quintanilha Universidade Estadual de Maringá – UEM

T rata-se de um estudo sobre a educação brasileira no período

imperial (1822-1889) que se fundamenta no pensamento de Irineu Evangelista de Sousa (1813-1889), o visconde de Mauá. A sua importância reside na sua peculiar formação intelectual que destoava da recebida pela maioria dos brasileiros. Supõe-se que essa formação esteja vinculada às atividades práticas exercidas, tanto por ele como por sua família de descendentes de imigrantes europeus, para garantir a manutenção de suas vidas. Esta investigação resgata o pensamento do Visconde de Mauá numa perspectiva histórica, isto é, busca no contexto da época os elementos explicativos das suas convicções pessoais. Para tanto, examina as fontes primárias impressas de autoria de Mauá e secundárias impressas de autores que abordam a temática e o período delimitado para esta pesquisa. Espera-se, assim, contribuir para aprofundar e ampliar o conhecimento em história e historiografia da educação brasileira no século XIX.

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A GÊNESE DO HOMEM BURGUÊS E O PROCESSO DA SUA FORMAÇÃO EDUCATIVA. ANÁLISE DE UMA SÁTIRA DO

SÉCULO XII

Regina Maria Zanatta Universidade Estadual de Maringá-UEM

E ste estudo faz parte de um Programa de Pesquisa, na área

de História da Educação, que procura re/conhecer como os processos educativos se trans/formam. O objetivo desse trabalho é de evidenciar, na sátira burguesa (XII) Le Roman de Renart, a necessidade de uma formação educativa para os homens dos burgos. A análise histórica do período torna-se imprescindível para identificar e confrontar a constituição dos novos fundamentos educativos, revelados e explicitados pelo autor, na composição dos comportamentos e das ações dos burgueses. Conclui-se que os princípios educativos de tal figura se delineiam a partir mesmo da gênese da sua estruturação e que são omitidos pela maioria dos manuais de História da Educação.

A OBRA EDUCACIONAL DA COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL, SEGUNDO A HISTORIOGRAFIA

Gilberto Luiz Alves

Universidade do Contestado, Santa Catarina-SC -UNC

O objeto deste trabalho está centrado nas conclusões da

historiografia que analisa a obra educacional jesuítica no Brasil Colônia. O exame foi conduzido na perspectiva da ciência da história, segundo a acepção que lhe foi conferida por Marx. O objetivo perseguido foi o de mapear as tendências presentes no

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material historiográfico coligido. Provisoriamente, a conclusão é a de que as tendências em referência podem ser aglutinadas, pelo menos, em quatro grandes vertentes interpretativas da ação jesuítica que, se comparadas, chamam a atenção pela divergência das conclusões. São elas: 1) uma tendência apologética, constituída pelos escritos dos cronistas pertencentes à Companhia de Jesus; 2) a integrada pelas obas de combate à ordem jesuítica, produzidas, sobretudo, durante o período pombalino; 3) a referente a um conjunto de publicações, teórica e ideologicamente menos homogêneo, que recuperou paulatinamente a imagem da congregação, a partir do século XIX e, finalmente, 4) a composta por escritos expressivos da teologia da libertação, vigorosa na segunda metade do século XX, que clama contra os desvios da ação educacional e catequética dos jesuítas.

A OBRA TEÓRICO-PRÁTICA DO EDUCADOR PAULISTA JOÃO TOLEDO (DÉCADAS DE 1920 E 1930): ESCOLA

NOVA OU ESCOLA TRADICIONAL?

Paulo Edyr Bueno de Camargo Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS

E sse trabalho tem como objeto a análise divergente que dois

dos principais nomes da historiografia educacional brasileira, Fernando de Azevedo e Jorge Nagle, realizaram da obra do educador paulista João Toledo. João Toledo atuou e publicou suas obras nas décadas de 1920 e 1930, período que marcou a introdução e o amadurecimento no país do escolanovismo. Ele estava, por assim dizer, na “linha de frente” da implantação do ideário escolanovista, em contato com as condições materiais concretas das escolas do período. Somente o referencial teórico baseado na ciência da história, segundo nosso entender, possibilita a compreensão divergente que Fernando de Azevedo e Jorge Nagle tiveram da obra teórico-prática de João Toledo, considerando-o, respectivamente, como um representante da Escola Tradicional e da Escola Nova. A perspectiva

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da história como luta de classes considera que o pomo da discórdia é a concepção da “vocação” agrária do Brasil, expressa na proposta do ruralismo pedagógico, presente no pensamento conciliador de João Toledo, enquanto o escolanovismo, por outro lado, identificava o ruralismo como uma das causas do “atraso” da nossa sociedade.

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DA ESCOLA PÚBLICA DE ENSINO FUNDAMENTAL EM

MATO GROSSO DO SUL NO ENTRETEMPO DE 1996 - 2000: O GERENCIAL E O PEDAGÓGICO

Olga Maria dos Reis Ferro

Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS.

E ste texto analisa a materialização do Plano de

Desenvolvimento da Escola – PDE, na escola pública de Ensino Fundamental na Região de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, implantado em 1998, como produto do FUNDESCOLA/BIRD/MEC. O objetivo do PDE é reorganizar o trabalho gerencial e pedagógico, com o discurso de transformar a escola pública “burocrática” em escola eficaz. Tomou-se como categoria de análise o trabalho realizado pela escola pública e suas conexões com a organização universal do trabalho no âmbito do sistema produtivo na sociedade capitalista contemporânea, sob a perspectiva da ciência da história, tal como a discute Marx. Utilizou-se fonte documental primária das Instituições Oficiais em questão e obras clássicas. Algumas conclusões: O PDE envolve a participação coletiva (aglutinação de trabalhadores) de professores e dirigentes em torno do trabalho gerencial, mas não toca o pedagógico; a qualidade é vista segundo dados comparativos entre alunos matriculados e aprovados, observando a relação custo benefício.

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A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA NA HISTÓRIDA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Suze Gomes Scalcon

Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP

E ste trabalho tem como objeto de estudo a Pedagogia

Histórico-Crítica a qual é tomada a partir do início de sua formulação, no final da década de 70. Iniciando pelo surgimento de sua nomenclatura e passando por sua localização no movimento brasileiro dos educadores críticos, o estudo objetiva situar esta corrente pedagógica no bojo das discussões e propostas emergentes do período, levando-se em conta a contribuições de diversos educadores brasileiros, finalmente é discutido seu significado para a história da educação brasileira e suas contribuições para a prática educativa atual.

A PRESENÇA DA MULHER LONDRINENSE NO ENSINO FUNDAMENTAL (1ª A 4ª SÉRIE) NA DÉCADA DE 1980

Adriana Regina de Jesus Santos

Universidade Estadual de Londrina -UEL e Universidade Norte do Paraná-UNP

Teresa Jussara Luporini (orientadora) Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

A feminização do magistério leva a uma série de indagações

que neste trabalho, pretende-se que transcendam o sócio-político-

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econômico. A pretensão é levar a efeito uma análise que envolva categorias diferenciadas que transitam pela subjetividade privilegiando a dimensão existencial das protagonistas dessa história intimista. Levando em consideração essa abordagem, o enfoque principal desta investigação está no processo de feminização da mulher Londrinense no ensino fundamental (1ª a 4ª série) na década de 1980, tendo como ponto de partida a concepção do existir humano na busca de um sentido para a existência do ser, considerando o tempo histórico em sua abrangência e secularidade, o que torna possível às relações mulher-magistério-cultura-sociedade.Tendo em vista esses fatores, trabalhamos com a história oral, pois esta constitui importante fonte de dados, uma vez que, através dela, o pesquisador descobre a concepção que o indivíduo tem de seu papel e de seu status nos vários grupos de que é membro. A pesquisa encontra-se em andamento, porém, já é possível constatar através da fala das professoras que estas não somente reivindicaram, como lutaram para conquistar o seu espaço no magistério.

AS CONTRIBUIÇÕES DE JOHN DEWEY EM VIDA E EDUCAÇÃO

Claudemir Galiani

Maria Cristina Gomes Machado Universidade Estadual de Maringá-UEM

E ste texto discute dois ensaios de John Dewey (1859-1952),

“A criança e o programa escolar” (1902) e “Interesse e esforço” (1895). Estes foram publicados conjuntamente, no Brasil, sob o título de Vida e Educação. Para compreender o pensamento deste autor partir-se-á de duas questões principais que aparecem no conjunto de sua obra: a concepção de educação e de democracia. Toma-se como pressuposto que a consciência é expressão da forma como os homens se organizam a nível material e revela a sua posição com relação às

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mudanças sociais que se colocam. Dewey se posiciona frente às transformações sociais que estão ocorrendo no final do século XIX e início do século XX. A sociedade apresenta sinais de crises profundas e as contradições exigem uma tomada de decisão: a favor dos princípios burgueses ou da classe proletária. O autor buscou garantir a continuidade da sociedade capitalista tomando por meio a defesa da democracia. Para dar conta da concretização do ideal democrático o autor recorre à educação como um fenômeno de extrema importância para o desenvolvimento social. Tais afirmações são pontos de partida para a reflexão em torno do pensamento deste autor.

ASPECTOS HISTÓRICOS DA CORPOREIDADE:

CAMINHOS PARA AÇÃO PEDAGÓGICA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Moacir Ávila de Matos Jr Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

O presente texto discute as diferentes visões do corpo por

filósofos e educadores entre os séculos XVI e XX, tecendo análise sobre como essas concepções de corporeidade tem influenciado a prática pedagógica dos professores de Educação Física. As fontes desse estudo são oriundas de amplo referencial bibliográfico destacando vários autores e documentos emitidos pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná com orientações para a implementação pedagógica a ser desenvolvida pelos professores de Educação Física nas escolas públicas do Paraná; o Currículo Básico da Escola Publica do Paraná (1987); as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1971 e 1996; e os Parâmetros Curriculares Nacionais de 1997 e 1998 do MEC. Estabelece-se, assim, relações entre as inúmeras visões do corpo e as várias práticas desenvolvidas pelos professores de educação física em suas aulas, apontando novas possibilidades para ação pedagógica em Educação Física no século XXI.

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COLETÂNEA DE RELATÓRIOS DA INSTRUÇÃO PÚBLICA

NA PROVÍNCIA DO PARANÁ, NO PERÍODO DE 1854 A 1889.

Inajá da Silva dos Remédios - bolsista PIBIC/CNPQ

Curso de Pedagogia – CTCH - PUCPR Maria Elisabeth Blanck Miguel - orientadora

O estudo fundamentado em documentação ou legislação de

história da educação, bem como sua disponibilização sob a forma de publicação, pressupõe a crença de que tais fontes contêm a possibilidade de respostas às indagações que ainda hoje persistem e que podem estar contidas num passado ainda próximo.Os relatórios da educação paranaense no período imperial, quando interpretados à luz do contexto sócio-econômico, político e cultural do respectivo período, poderão ser instrumentos facilitadores da historiografia educacional, principalmente se forem cotejados com os quadros nacional e internacional.Cada vez mais, a recuperação de fontes e legislação vem sendo valorizada, enquanto preservação da memória e objeto de reflexão, facilitadores da compreensão do modo como determinados fatos históricos foram normatizados.A identificação, seleção, organização e publicação de relatórios da educação no Paraná, buscou integrar os indicadores da legislação educacional, reproduzindo os conteúdos destas fontes, em linguagem atualizada e registro dos arquivos onde encontram-se os documentos originais.

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EDUCAÇÃO CONTRA O "LÍQUIDO MORTAL". OPERÁRIOS NO INÍCIO DO SÉCULO XX

Liane Maria Bertucci-Martins

Universidade Federal do Paraná-UFPR

N o início do século XX, entre os temas ligados à saúde, o

problema do alcoolismo foi um dos que mais destaque mereceu da imprensa operária de São Paulo. Mais que um vício, o alcoolismo era percebido e combatido como uma doença, gerada por uma vida arruinada, nascida em um tecido social doente: o da sociedade capitalista. O uso de bebidas alcoólicas foi abordado através de textos "didáticos" que procuravam ensinar aos trabalhadores os malefícios de uma prática que arruinava a vida das pessoas. O alcoólatra era alguém oposto ao ideal de trabalhador consciente e revolucionário que os militantes procuravam forjar. Assim, a educação tornou-se arma fundamental, principalmente, entre os anarquistas. Nesse processo educativo, passível de ser resgatado através da imprensa, os terríveis resultados do uso de bebidas alcoólicas eram, muitas vezes, exemplificados por meio de demonstrações científicas criadas pela sociedade burguesa, o que, se representou o risco de "legitimar" e/ou "popularizar" conhecimentos fundamentais para a organização e funcionamento da ordem capitalista, foi componente da luta diária de operários contra a ordem vigente. Para realizar estudo dessa complexa problemática, utilizei, basicamente, jornais operários paulistas do início do Novecentos. As idéias de Edward P. Thompson informam a abordagem.

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EDUCAÇÃO E NACIONALISMO NA FRONTEIRA DE MATO GROSSO COM O PARAGUAI: 1939-1947

Carla Villamaina Centeno

Universidade Estadual de Mato Groso do Sul, UEMS Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do

Pantanal, UNIDERP

E sse trabalho tem por objeto a proposta educacional de José

de Melo e Silva, estudioso que se incluiu entre os intelectuais brasileiros que defendiam um projeto nacionalista para a educação. Formado em Direito, migrou para o sul de Mato Grosso, nos anos 1930, trabalhando como juiz de direito em Bela Vista e Ponta Porã. Escreveu duas obras acerca da região: Fronteiras Guaranis e Canaã do Oeste, publicadas em 1939 e 1947, respectivamente. Essas datas circunscrevem o período analisado, marcado por um rigoroso controle efetuado pelas políticas de nacionalização do Estado Novo. O referencial teórico utilizado é o da ciência da história, tal como a entende Marx. Sobre Silva devem ser ressaltadas algumas conclusões preliminares: 1) O seu domínio de ampla bibliografia de história, geografia, economia, política, sociologia e educação, referente ao Brasil; 2) O seu diálogo intenso com teóricos nacionalistas, evolucionistas e positivistas desse período; 3) a sua proposta de homogeneização da cultura na região da fronteira com o Paraguai; 4) a sua adesão à idéia liberal de que a educação seria o remédio para todos os males sociais.

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ESTADO E POLÍTICA EDUCACIONAL NA DÉCADA DE 80: OS PLANOS OFICIAIS EM MATO GROSSSO DO SUL

Regina Tereza Cestari de Oliveira,

DCH, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul-UFMS

A política educacional refere-se às medidas que o Estado

imprime à educação, de modo específico, às diretrizes governamentais expressas em decretos, leis, resoluções, planos, projetos e programas. O objeto de estudo deste trabalho é a política educacional empreendida pelos governos do estado de Mato Grosso do Sul, para o ensino fundamental e médio, no período compreendido entre 1980 e 1990. As categorias históricas que orientam a análise estão assim constituídas: Estado, política social, público e privado. A investigação baseia-se em documentos oficiais, destacando-se os I, II e III Planos Estaduais de Educação e os planos de ação para a área, elaborados no período. Os resultados apontam, entre as principais medidas sistematizadas: a universalização do ensino fundamental; a ampliação física da rede estadual de ensino; a coexistência da escola pública e escola particular; os mecanismos de repasse dos recursos públicos às instituições privadas, evidenciando fronteiras difusas entre o ensino público e o ensino privado. FRANCISCO CAMPOS: RENOVADOR DA ESCOLA NOVA

OU IDEÓLOGO DO PENSAMENTO AUTORITÁRIO?

Vera Lúcia Abrão Borges Universidade Federal de Uberlândia-UFU

F rancisco Campos, reformador da escolarização mineira nos

anos vinte e também apontado, nos anos trinta, como “um dos ideólogos do pensamento autoritário brasileiro”, torna-se um

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problema quando se atenta para o entendimento da forma como ele procurou disseminar a ideologia do caráter nacional da educação, no período de 1920 a 1945, em que se processa o desenvolvimento capitalista no país. O estudo fez-se a partir de fontes empíricas primárias (conferências, palestras, legislações de autoria do autor privilegiado, debates etc.) e secundárias, no intuito de entender as respostas dadas aos problemas postos em um período autoritário, que busca, em última instância, legitimar a gradativa centralização do Estado e efetivação do capitalismo brasileiro, cujo assento se dá em 1964. Enquanto um dos renovadores do ensino, nos anos vinte defendeu “novos” valores, ideais e práticas impregnados de traços “tradicionais”, os quais serviram para construir e legitimar a ideologia do pensamento autoritário brasileiro, nos anos posteriores. A teorização e a atuação política desse intelectual, que se coloca como moderno e liberal, fazem-no aparecer como um representante de uma categoria de pensamento, o autoritarismo.

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS BRASILEIRAS: A PERSPECTIVA DO ESTRANGEIRO NA LITERATURA DE

VIAGEM DO SÉCULO XIX

Magda Sarat

Universidade Estadual do Centro Oeste-PR-Unicentro Universidade Metodista de Piracicaba-Unimep

A educação das crianças numa sociedade é uma tarefa

destinada aos adultos, pois a infância é um período no qual as crianças têm poucas possibilidades de sobrevivência individual. Contudo, essa sobrevivência está não somente vinculada ao desenvolvimento orgânico e biológico, mas também à preservação da própria organização social a partir de uma preocupação em formá-las de acordo com modelos que atendam necessidades determinadas pelo seu meio cultural, social e histórico, realizando-se também a partir da

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educação. A história da educação das crianças brasileiras, seus comportamentos e o relacionamento estabelecido com os adultos vêm sendo pesquisados a partir de abordagens que enfatizam a Psicologia, a Sociologia, a Antropologia, o Direito e a História, entre outras áreas. Neste contexto, procurando compreender como se estabelecem as relações no universo conflituoso e contraditório que é a infância, o presente trabalho, que integra as reflexões que venho desenvolvendo num projeto de qualificação em andamento, discute a história da educação de crianças brasileiras a partir da percepção dos estrangeiros que estiveram no país e deixaram registros de suas impressões. Tais registros se constituem na chamada literatura de viagem e datam desde o século XVI, sendo utilizados como fonte documental que permite traçar um perfil do país em diferentes épocas. Há que se considerar os limites dessa fonte documental que vem sendo pesquisada em diferentes abordagens, pois se constitui de uma literatura abrangente que possibilita diversas leituras da sociedade brasileira sob vários aspectos e tem sido reconhecida, aceita e utilizada por inúmeros pesquisadores como fonte de seus trabalhos. Mesmo considerando as limitações de documentos produzidos por estrangeiros que trazem concepções e pré-concepções construídas em torno de uma experiência e uma cultura completamente divergentes do país que começa a ser colonizado, é inegável a contribuição desses registros como documentos.

HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA DA EDUCAÇÃO. LEGISLAÇÃO ESCOLAR (1834-1889): PRIMEIROS

APONTAMENTOS Mauricéia Ananias

Doutoranda da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

N este texto, utilizando-nos da legislação educacional

sancionada tanto pelos Presidentes da Província de São Paulo como pelos sucessivos mandatos da Assembléia Provincial entre os anos de 1834 a 1889, realizaremos os primeiros apontamentos justificando o

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uso dessa documentação como instrumentais para a realização da pesquisa sobre as origens da escola pública primária paulista em andamento. O pioneirismo dos trabalhos, que se utilizam dessa legislação como fonte primária, e a conseqüente falta de textos base que possam referendar esses estudos , nos remetem a necessidade de pensarmos sobre o uso desse material no campo da história da educação brasileira. Assim pretendemos realizar essa reflexão, a partir de uma primeira análise de algumas produções historiográficas sobre o tema, enfocando as diversas visões oriundas desses trabalhos que trataram a legislação educacional como fonte para história da educação. Nesta perspectiva intencionamos apontar alguns indicativos norteadores que nos auxiliem na utilização da legislação educacional tanto como fonte como também objeto da pesquisa. Resgatando HOBSBAWM (1998:22), ao defender que o problema para o historiador é a busca do “sentido do passado”, assumimos que o referencial que se propõe a construir esses referenciais, parte do entendimento da inserção dos documentos no contexto das transformações, principalmente a partir da década de 60, sofridas pela sociedade. Essa perspectiva deverá considerar a sociedade oitocentista, em suas particularidades regionais, contradições e realizações, na construção da escola pública contemporânea.

IMPRENSA E EDUCAÇÃO NA PONTA GROSSA DA PRIMEIRA REPÚBLICA

Janaina de Paula do Espírito Santo.

Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

O presente trabalho apresenta alguns dos resultados da pesquisa de conclusão de curso intitulada: O jornal e suas representações sobre o ensino – Diário dos Campos, 1913-1924; apresentada para conclusão do curso de Licenciatura em História, na Universidade Estadual de Ponta Grossa. A pesquisa objetivava

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resgatar a problemática educacional presente em artigos do jornal Diário dos Campos. Artigos com a temática educação eram freqüentes em jornais desde a época imperial, já que era através da imprensa que os inspetores de ensino publicavam seus relatórios. Além disso, a imprensa do início do século mantinha uma posição de abertura frente às colaborações dos leitores, o que traz um número considerável de artigos e colaborações sobre as questões de preocupação cotidiana como a educação.Entre estas colaborações, vários artigos se centram na situação e importância do ensino. Para a organização do trabalho, as reportagens foram copiadas e digitalizadas na íntegra, sendo depois divididas em grupos que tratavam de temas semelhantes. Uma das preocupações principais foi relacionar dialeticamente o texto e o contexto de sua produção, uma vez que as informações vinculadas na imprensa permitiriam uma melhor compreensão de qual a concepção era estabelecida pela sociedade desta época, enquanto norteadora de suas práticas no que concerne a questão educacional.

INCLUSÃO ESCOLAR E A REALIDADE DE ALUNOS SURDOS NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE PAULÍNIA

Sílvia Müller Palma

Universidade São Marcos – Campus Paulínia-USM Integrante do GT HISTEDBR – GT São Marcos – Paulínia

A Inclusão Escolar tem se caracterizado, nos últimos anos,

numa das principais preocupações de Educadores, Psicólogos, Psicopedagogos e demais profissionais ligados à área da Educação e da Psicologia Social. Diferentemente do conceito de Integração, o qual prioriza a adaptação do sujeito deficiente ao ambiente social, os postulados da Inclusão Total defendem a adaptação do ambiente para “receber” o indivíduo. Nesse sentido torna-se cada vez mais presente a necessidade de adequação dos recursos humanos, materiais e físicos dentro desse processo de Acessibilidade Universal, o qual

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atribuiu à Escola um papel preponderante, enquanto Instituição capaz de construir uma sociedade mais democrática., voltada ao desenvolvimento das potencialidades globais dos seres humanos. É dentro desse contexto que se justifica o ensino de sistemas de linguagens alternativas, em geral, bem como da linguagem de sinais, em particular. Portanto, pode-se considerar como uma das ferramentas fundamentais no processo de inclusão escolar, a aprendizagem da linguagem de sinais, difundida a toda comunidade escolar. Nesse sentido, é legitimo concluir que um melhor conhecimento acerca da problemática da deficiência por parte da sociedade mais ampla, torna mais democrática e participativa a vida das pessoas deficientes, através da criação de oportunidades e manutenção dos direitos individuais, próprios do processo de cidadania.Falar sobre educação de surdos não é assunto fácil. A educação para esse tipo especial de cidadão se desenvolveu em diferentes direções, sendo importante verificar os benefícios e os inconvenientes. A questão central é encontrar uma maneira de comunicação para o aluno surdo, pois estes possuem sua própria cultura, que deve ser reconhecida e respeitada pelos educadores e responsáveis pelo sistema educativo. “LIVRO PRETO”: COMO ERA TRATADA A DISCIPLINA E

A INDISCIPLINA NAS ESCOLAS DA REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS - A SUA BASE LEGAL, CONTEÚDO E

AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS QUE PRODUZEM.

Neiva de Oliveira Moro Universidade Estadual de Ponta Grossa- UEPG

N esta pesquisa, em desenvolvimento, acreditando que a

escola tem um papel fundamental na transmissão de valores, normas e regras que garantem a eqüidade nas relações interpessoais e organizacionais da sociedade, pretendemos abordar sucintamente,

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neste texto algumas questões relativas à disciplina e indisciplina que permeiam essas relações no processo de ensino-aprendizagem e que apareceram nas fontes coletadas, nas escolas pesquisadas. Procuramos detectar a existência de relações de poder na vida das escolas, por se constituírem estas como instituições sociais, e constatar qual a relação que nelas existe entre poder e aquisição do conhecimento.Pretendemos constatar como se processavam as relações entre professores e alunos, dos alunos entre si, nos diferentes momentos do processo de ensino aprendizagem: em sala de aula, no recreio, nos horários de entrada e de saída das aulas, em atividades esportivas ou recreativas, nas escolas públicas da Região dos Campos Gerais já catalogadas, pelo projeto de pesquisa Catalogação de Fontes Primárias e Secundárias da História da Educação Brasileira, na região dos Campos Gerais. Pretendemos registrar que recursos eram utilizados para garantir a disciplina na escola e como eram tratados os alunos indisciplinados ou que agrediam física e moralmente seus colegas, desrespeitavam os professores ou qualquer outro funcionário, bem como, depredavam os equipamentos, os prédios públicos, não cumpriam as regras e normas da escola.Vamos nos deter na análise dos “Livros de Penalidades e Sanções”, os chamados “Livros Pretos”, encontrados em várias escolas da região objetivando estabelecer as relações de poder implícitas no processo ensino-aprendizagem, bem como, as representações sociais que foram construídas a partir das interações que acontecem nas escolas.

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LIVROS DE VIAGENS COMO FONTE PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: AS CONTRIBUIÇÕES DOS VIAJANTES

BRITÂNICOS

Ana Paula Seco Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

A companhando as inovações quanto às técnicas de pesquisa,

o tratamento das fontes e a orientação metodológica temos a abertura do leque tradicional de fontes históricas, com a colocação de novas questões. Um tipo de fonte que vem sendo analisada e utilizada como fonte de informações sobre o Brasil são as obras de viajantes estrangeiros que passaram pelo nosso país. A tarefa desses viajantes de registrar não era tão simples e neutra. Num período em que exploração, ciência e arte encontram-se intimamente relacionadas os viajantes tinham que lidar com uma série de questões que iam além do estrito ofício para o qual estavam treinados ou do seu preparo e de seus conhecimentos (a distância, a patronagem, do financiamento, o problema do legitimar cientificamente o visto e experienciado durante a viagem). As narrativas - relatos de viagem propriamente ditos; registros de acontecimentos cronológicos; diários para fins científicos; reunião de notas e impressões; diários pessoais - se diferem na forma, nos objetivos, na especificidade de seu destinatário e no interesse pessoal do autor. A restrição a viajantes britânicos se fez por considerações a respeito do importante papel econômico, político e cultural dessa nação em suas relações econômicas, sociais e políticas com o Império português e posteriormente com o brasileiro. É possível vislumbrar vários caminhos para novos estudos, onde a literatura de viagem pode ser utilizada como instrumento de trabalho, e no nosso caso para o estudo da história da educação no Brasil de 1808 a 1889.

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LUZES E SOMBRAS: Ouvindo as vozes silenciadas e audíveis marcadas pela violência na escola

Sheila Daniela Medeiros dos Santos

Doutoranda Unicamp, Docente Universidade São Marcos – Campus Paulínia-USM

A o mergulhar na aventura desafiadora de observar/vivenciar

as tramas que se construíam na cotidianidade de uma realidade escolar - uma escola pública de primeiro grau (primeira a quarta série) situada entre duas favelas da periferia do município de Campinas -, pude perceber que diversas vozes emergiam para explicar a não-participação dos alunos nas atividades escolares. Tais vozes apresentavam explicações que iam desde a falta de motivação – passando pela imaturidade, por pressões de um universo cultural estranho ao da criança – até chegarem à resistência ao processo de dominação e reprodução da instituição escolar. No entanto, ao problematizar estas vozes a partir dos pressupostos teórico-metodológicos de Vygotsky e Bakhtin, pude perceber que por trás do emudecimento, da dispersão e do (aparente) não-envolvimento das crianças com o trabalho acadêmico, não havia falta de motivação, resistência ou conformismo, mas havia diferentes modos de linguagem (gestos, expressões, desenhos, o silêncio e a própria linguagem oral/escrita) que as crianças faziam uso para dramatizarem a violência física/simbólica que vivia no meio social/no meio familiar.Deste modo, com o intuito de estudar historicamente na república a significação das marcas da violência em diferentes modos de linguagem da criança.

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MOACYR PRIMITIVO E A INSTRUÇÃO PÚBLICA: IMPÉRIO E REPÚBLICA.

Analete Regina Schelbauer e Lourdes Margareth Calvi

Universidade Estadual de Maringá-UEM

A s últimas décadas do Império e as primeiras da República

no Brasil, são marcadas por um movimento intenso de debates e iniciativas no âmbito da instrução pública. Esse movimento, fruto da campanha universal em prol da difusão da educação popular que concretiza, em vários países a intervenção do Estado na educação, a criação da escola primária de ensino obrigatório para as classes populares e a organização dos Sistemas Nacionais de Ensino, é que objetivamos captar através dos escritos de Moacyr Primitivo sobre a instrução pública. Uma vez inserido nesse movimento, o Brasil participa intensamente desse debate através de congressos, exposições e dos inúmeros projetos de reforma da instrução pública apresentados nas Assembléias Legislativas das Províncias, na Câmara dos Deputados e no Congresso Nacional. A obra de Moacyr Primitivo, considerada clássica para a bibliografia da educação brasileira, é composta por 8 volumes publicados dentro da Série Brasiliana, de 1936 a 1942, dirigida por Fernando de Azevedo: A Instrução e o Império; A Instrução e as Províncias; A Instrução Pública no Estado de São Paulo e 9 volumes sobre A Instrução e a República, publicados pelo INEP, de 1941 a 1944. O número de livros publicados, associado ao fato da obra apresentar diversos documentos importantes para a compreensão da instrução pública no período, dentre eles, pareceres, projetos de reforma, leis, planos, sugestões e informações, faz com que a obra desse autor seja extremamente valiosa para os historiadores da educação brasileira. Este fato nos levou ao estudo da obra e do autor, com o objetivo de demonstrar os subsídios oferecidos por Primitivo Moacyr para a história da educação no Brasil. Para tanto, faremos uma breve exposição didática de sua obra. A idéia é mostrar o conteúdo e, sobretudo, a forma como o autor relata os acontecimentos

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relacionados à instrução pública no período citado e as fontes arroladas.

O COMÉRCIO DE IMPRESSOS NA CAPITANIA DE SÃO PAULO (1797-1802): UMA ESTRATÉGIA CIVILIZADORA E

EDUCATIVA

Ivana Veraldo Universidade Estadual de Maringá-UEM

A correspondência estabelecida entre o governador da

capitania de São Paulo, Antônio Manuel de M. C. e Mendonça, de 1797 a 1802, e o ministro D. Rodrigo S. Coutinho é reveladora da política colonial portuguesa. O comércio de impressos foi uma estratégia adotada para civilizar a colônia e transformar os costumes. Pretende-se extrair dessa correspondência informações sobre as razões do envio dos impressos e identificar vestígios sobre como eles foram acolhidos na capitania, seguindo o caminho trilhado por Norbert Elias (1897-1990), ao cunhar o conceito de “civilização”, de “sociedade de corte”, e refletir sobre a circulação dos modelos culturais. O envio dos impressos fazia parte da política colonial que visava civilizar costumes, inovar técnicas produtivas, fomentar e diversificar a produção agrícola da colônia, etc. A circulação desses impressos não representou uma ruptura na tradição religiosa e humanística da cultura colonial. As condições sócio-econômicas e as formas de sociabilidade radicadas na capitania não geraram condições propícias para que os impressos fossem consumidos, eles apenas reforçavam os laços sociais e de dependência que já estavam consolidados.

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O CONHECIMENTO NA TRANSFORMAÇÃO HISTÓRICA DO MUNDO DO TRABALHO E AS TECNOLOGIAS DE

INFORMAÇÃO E DE COMUNICAÇÃO: Implicações para a educação

Anilde Tombolato Tavares da Silva

Universidade Estadual de Londrina UEL

A presente pesquisa tem como preocupação a análise

histórica do desenvolvimento do mundo do trabalho e o poder transformador das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) dentro de uma reestruturação produtiva e da nova organização do trabalho e suas implicações para a educação e desta forma, refletir sobre o significado histórico do conhecimento e da informação no processo de transformação do trabalho e como a educação reproduz estes conceitos na qualificação do trabalhador. Nesse sentido, toma como referência o desenvolvimento tecnológico, que ao longo do século XX, foi desenvolvendo novas características ao trabalho, apontando para um trabalhador com habilidades que nada se assemelha às do passado, colocando na ordem do dia o conteúdo e a forma da prática educacional. A dimensão da democratização da sociedade foi deslocada da sua base fabril para sua base informacional e a cultura passou a ser uma superestrutura com implicações essenciais para o processo de reprodução econômica.Ou seja, a revolução radical nas formas como a humanidade desenvolve, organiza, comunica e utiliza o conhecimento implica necessariamente numa transformação da própria base da sociedade, inclusive no modo de produção.

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O FUNDEF E A QUALIDADE DO ENSINO: DO DISCURSO À REALIDADE – O CASO DO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS- MA.

Miriam Santos de Sousa Lucelma Silva Braga

Universidade Federal do Maranhão-UFMA

E ste trabalho analisa as implicações da política de

financiamento da educação pública adotada no Brasil a partir da implementação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério na rede municipal de ensino de São Luís-Ma, destacando-se o atendimento à demanda de ensino fundamental, educação infantil, educação de jovens e adultos e educação especial – as condições físicas dos estabelecimentos, a valorização do magistério e a gestão democrática da educação. Utiliza-se como fonte básica os dados do Censo Escolar relativo a evolução de matrículas nos níveis e modalidades de ensino contemplados na pesquisa, bem como os dados da SEMED referente ao comportamento das receitas do FUNDEF. Constatou-se o distanciamento entre o discurso proclamado pela Prefeitura de São Luís -preocupada em reaver os recursos perdidos a partir do aumento do número de matrículas - e a realidade das escolas públicas da capital, que não alcançaram a presumida qualidade na educação.

PROGRAMAÇÃO EDITORIAL RECENTE DA ÁREA DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL: Perspectivas

historiográficas

Maria de Fatima Felix Rosar Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP

A construção sistemática da historiografia educacional

constitui uma das condições necessárias para o desenvolvimento das

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pesquisas na área da História da Educação, portanto, este trabalho compreende uma proposta preliminar de investigação sobre a historiografia relativa a essa área, que vem sendo amplamente divulgada pelas editoras nacionais especializadas em temas da educação, de modo que se possa contribuir para que sejam explicitadas as razões da dicotomia entre os paradigmas epistemológicos distintos e que se opõem no campo da história e da história da educação. Partindo-se da hipótese de que essas oposições entre a vertente histórico-crítica e a vertente antropológica-etnográfica, podem estar se diluindo ou se acentuando, desde meados dos anos 80, buscar-se-á identificar as tendências que se fortaleceram no âmbito da programação editorial das editoras selecionadas na primeira amostragem contida neste texto.Trabalhos similares foram realizados por diversos pesquisadores, entre outros, Warde (1984, 1990), Gamboa(1987), Buffa (1990), Louro (1990), Lopes(1990), Nunes (1990,1996), Lombardi (1993), Sanfelice (1998). A partir dos resultados acumulados pelas pesquisas citadas, pretende-se ampliar esses inventários analíticos, retomando as categorias de análise que se destacam nas perspectivas das macro-análises e dos micro-estudos, no período de 1985 a 2005, para identificar as opções epistemológicas que têm sido explicitadas, quanto à seleção e tratamento dos objetos e das fontes e quanto às teorias e aos métodos utilizados como instrumental para a produção da historiografia da história da educação no Brasil, no período das duas últimas décadas.

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UM RETORNO AS ORIGENS: UMA HISTORIOGRAFIA ACERCA DA HISTÓRIA E DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

DO PARTIDO DOS TRABALHADORES

Tatiana Polliana Pinto de Lima Mestranda da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

H istória e Historiografia, dois conceitos que aparentemente

podem demonstrar oposição. Contudo, são dois pólos de um mesmo campo. Paralelamente, se opõem e se complementam. Um não pode existir sem o outro. Desta feita, a partir do conceito de história e de historiografia, defendido por José Roberto do Amaral Lapa , é que pretendemos realizar uma avaliação da produção histórica, considerada já “tradicional”, acerca do Partido dos Trabalhadores. Assim, nos propomos a realizar um ensaio historiográfico sobre a história e a educação do e no Partido dos Trabalhadores (PT), ressaltando como história o conhecimento produzido e não os fatos em si. Não é pretensão nossa esgotar, neste trabalho, uma temática de tal envergadura, que requereria anos de debates e discussões teórico-metodológicas. Mas sim, abarcar as principais publicações em nível nacional, consideradas essenciais, para que qualquer pesquisa sobre este tema, o Partido dos Trabalhadores, possa ser realizada. Considerando que o mesmo, o PT, foi oficialmente fundado em 1980, o período a ser contemplado aí se inicia. Entretanto, podemos realizar o corte temporal entre os anos de 1987 e 1991, já que estão entre esses anos as principais produções a serem aqui discutidas e que servirão de base para a nossa historiografia. A partir destas podemos aferir que lacunas existem, deixadas pelas publicações abarcadas. Desta feita, se olharmos para a temática educação, percebemos que as novas orientações e concepções no tocante a esta última, por sua vez, inseridas em um contexto de transformações internas no partido, não são alvos de maiores atenções. Devemos, por último ressaltar que, as lacunas existentes não diminuem a importância dos trabalhos considerados. Ao contrário, as colunas em branco ou parcialmente preenchidas

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somente nos estimulam a aprofundá-las com o intuito de preenchê-las, se não completamente, no mínimo avançando um pouco mais de onde pararam. VALORES HUMANOS NA EDUCAÇÃO: Possibilidades para a

educação física escolar

Angelo Juliano Carneiro Luz Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG

A relação entre educação, educação física e os valores

humanos causa preocupação na busca da melhor educação, já que estes são condicionantes de normas e regras e estas são fundamentais para a harmonia social, e se não compreendidas geram conflitos entre educandos e educadores, dificultando a internalização e operacionalização das mesmas. É, com esse olhar, que embasamos em (Freire, 1996), (Silva,1996), (Vago,1999) e outros, a proposta do nosso trabalho; que direciona o individuo ao conhecimento de si e do outro para a análise reflexiva dos valores humanos que estão presentes nas relações entre os, homens e mulheres, por intermédio das práticas corporais. No decorrer do discurso fizemos considerações sobre a educação, a educação física e os valores humanos, possibilitando a compreensão da relação entre estas dimensões num intercâmbio que promove um excelente resultado. O trabalho com valores humanos na educação física é a possibilidade de vivenciar a experiência do autoconhecimento e da reflexão, onde cuidar do corpo é harmonizar os aspectos sociais, mentais em reciprocidade com o ato motor na busca de um ser humano melhor e coerente entre discurso e prática.

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O Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no

Brasil” (HISTEDBR) é um coletivo de pesquisa, sediado na Faculdade de

Educação da UNICAMP, que desde 1991 tem articulado a participação de

grupos de pesquisa da área de História da Educação em vários Estados

brasileiros.

Maiores Informações: home page: http://www.histedbr.fae.unicamp.br e-mail: [email protected] Locais do Evento:

Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG Praça Santos Andrade, s/nº CEP 84010-919 - Ponta Grossa - Pr Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR Rua Imaculada Conceição, 1155 - Prado Velho CEP 80215-901 - Curitiba - PR