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1 Relatório de Avaliação Econômica Programa de Qualificação Profissional Liga das Senhoras Católicas

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Relatório de Avaliação Econômica

Programa de Qualificação Profissional

Liga das Senhoras Católicas

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São Paulo – SP

Fundação Itaú Social

Julho/2016

Relatório de Avaliação Econômica

Programa de Qualificação Profissional

Liga das Senhoras Católicas

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Iniciativa Relatório de Avaliação Econômica Fundação Itaú Social

Vice-presidente Programa de Qualificação

Profissional Fábio Barbosa

Superintendente Coordenação Editorial Angela Cristina Dannemann Elaine Toldo Pazello Luiz Guilherme Scorzafave Marina Brito Ferraz Coordenador Antonio Bara Bresolin Execução

Elaine Toldo Pazello Luiz Guilherme Scorzafave

Equipe Carlos Eduardo Garrido Concepção e Contribuições Clarissa Gondim Teixeira Antonio Bara Bresolin Flávia Defacio Carina Takeuti Karen Dias Mendes Karen Dias Mendes Marina Brito Ferraz Ligia Maria de Vasconcelos Samara Fonteles da Cunha Marina Brito Ferraz

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Sumário

1. Introdução .................................................................................................................9

2. Pesquisa de campo final e taxa de resposta.......................................................... 11

3. Perfil dos alunos da Liga........................................................................................15

4. Cursos de qualificação profissional........................................................................23

5. Análise de impacto ..................................................................................................26

5.1. Hipótese de identificação para as estimativas de interesse............................27

5.2. Indicadores de impacto de interesse...............................................................32

5.3. Estimativas de impacto da avaliação do QP sobre

os indicadores de interesse....................................................................................41

5.4. Estimativas de impacto da avaliação do QP sobre os indicadores

de interesse – estimativas via pareamento............................................................46

6. Análise do Retorno Econômico do Projeto de Qualificação Profissional................49

Comentários Finais..................................................................................................... 57

Apêndice A – Questionário – Versão Final.................................................................63

Apêndice B – Impacto do monitoramento sobre a taxa de resposta

no campo final............................................................................................................78

Apêndice C – Análise do atrito na pesquisa de campo final.......................................80

Apêndice D – Todos os tratados x controles “limpos”................................................82

Apêndice E – Estimativa do propensity-score e análise do balanceamento

do pareamento............................................................................................................86

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Índice de Tabelas

Tabela 1 – Evolução da amostra................................................................................12

Tabela 2 – Taxa de resposta da pesquisa de campo final por curso.........................14

Tabela 3 – Descrição da pesquisa de campo por tipo de

ocorrência final e curso – Grupo de Tratamento........................................................14

Tabela 4 – Percentuais de tratados e controles por situação escolar

e no mercado de trabalho por curso...........................................................................16

Tabela 5.1 – Distribuição dos tratados e controles por níveis

de ensino – não frequentavam escola........................................................................17

Tabela 5.2 – Distribuição dos tratados e controles por níveis

de ensino – frequentavam escola no momento da pesquisa.....................................18

Tabela 5.3 – Que série você está frequentando nesse nível de ensino?...................19

Tabela 6 – Características de mercado de trabalho para tratados

e controles que estavam trabalhando no momento da entrevista (em %).................19

Tabela 7.1 – Curso realizado na Liga e área de atuação no mercado

de trabalho – números absolutos – apenas para tratados.........................................21

Tabela 7.2 – Curso realizado na Liga e área de atuação no mercado

de trabalho – números percentuais – apenas para tratados......................................22

Tabela 8 – Você participa ou participou de algum curso de qualificação

profissional (exceto cursos da Liga) de 2014 até agora?...........................................24

Tabela 9 – Duração média dos cursos de QP separada por ano

e grupo (em meses)....................................................................................................24

Tabela 10 – Instituições dos cursos de QP com duração superior

a 12 meses separadas por ano..................................................................................25

Tabela 11 – Teste de diferença de médias para as variáveis X – variáveis

observadas no momento da seleção..........................................................................31

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Tabela 12 – Condição de ocupação para aqueles que estavam trabalhando no

momento da pesquisa ou que tiveram um emprego em 2015 – por cursos...............35

Tabela 13 – Escolaridade inicial para tratados e controles – 2013.............................37

Tabela 14 – Médias dos indicadores de impacto de interesse...................................39

Tabela 15 – Impacto do Programa QP da Liga sobre diversas variáveis

de interesse – MQO – todos os tratados versus todos os controles..........................44

Tabela 16 – Impacto do Programa QP da Liga sobre diversas variáveis

de interesse – resultados via pareamento..................................................................48

Tabela 17 – Custos anuais de execução do Programa de Qualificação

Profissional – Ano base 2015 (em R$).......................................................................49

Tabela 18 – Taxas de ocupação para os grupos de interesse – pesquisa

de campo final............................................................................................................50

Tabela 19 – Custos estimados para o cálculo do retorno econômico........................53

Tabela 20 – Benefícios estimados para o cálculo do retorno econômico...................54

Tabela 21 – Fluxos estimados de custo e benefícios para o cálculo

do retorno econômico.................................................................................................54

Tabela 22 – Taxa Interna de Retorno (TIR) do Projeto de Qualificação

Profissional.................................................................................................................55

Tabela 23 – Fluxo estimado de custo e benefícios para o cálculo do retorno

econômico – tendo por base o número real de atendidos..........................................56

Tabela 24 – Taxa interna de retorno (TIR) do Projeto de Qualificação

Profissional – tendo por base o nº real de atendidos pela Liga..................................56

Tabela B1 – Efeito do monitoramento sobre as taxas de resposta............................78

Tabela C1 – Teste de diferença de médias das variáveis individuais

e familiares observadas antes do tratamento – grupo inscrito (I) versus

grupo não encontrado no campo final (NE) ...............................................................81

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Tabela D1 – Impacto do Programa QP da Liga sobre diversas variáveis

de interesse – MQO – todos os tratados versus controles “limpos”...........................83

Tabela E1 – Probabilidade de ser tratado – efeitos marginais para um indivíduo

de características médias...........................................................................................86

Tabela E2 – Qualidade do Balanceamento – Kernel, com suporte comum...............87

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Índice de Figuras

Diagrama 1 – Linha do tempo....................................................................................10

Quadro I – Variáveis explicativas utilizadas nos modelos.........................................29

Quadro II – Indicadores de impacto de interesse: empregabilidade

e escolaridade............................................................................................................33

Gráfico D1 – Controles x controles “limpos”...............................................................85

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1. Introdução

O programa de Qualificação Profissional é um dos projetos desenvolvidos pela Liga

das Senhoras Católicas de São Paulo. A Liga, fundada em 10 de março de 1923, é

uma organização social sem fins lucrativos que desenvolve programas

socioeducativos e de cidadania. Seu foco é a educação: “educação para a

construção da verdadeira cidadania”. Como colocado, há diversos projetos na Liga,

além do programa de Qualificação Profissional. Entre eles: abrigos, Centros de

Educação Infantil (CEIs), programas no contraturno escolar (Programa IDEAL);

programas voltados para o atendimento de famílias com alta vulnerabilidade social

(Programa Religar); dentre outros.

O programa de Qualificação Profissional (QP) oferece capacitação técnica por meio

de cursos de habilidades específicas. São opções de profissionalização em quatro

diferentes áreas: assistente administrativo, suporte técnico em informática,

gastronomia e cabeleireiro. Os cursos têm duração de 11 meses (840 horas), de

fevereiro a dezembro de cada ano, sendo oferecidos nos períodos da manhã, tarde e

noite. Além das aulas, há também visitas às empresas, de forma a aproximar o aluno

do mundo do trabalho. Após o curso, é feito um acompanhamento durante seis

meses, o qual os profissionais da instituição mantêm contato com os jovens,

fornecendo indicações de oportunidades de emprego, especialmente nas empresas

parceiras do programa. O entendimento é que esse período também faz parte do

tratamento.

O programa é destinado a qualquer pessoa com 15 anos ou mais, em situação de

vulnerabilidade social, e seu objetivo é proporcionar ao público atendido maiores

chances de empregabilidade, de forma a incrementar a renda dessas pessoas; em

outras palavras, facilitar a inserção de seus beneficiários no mercado de trabalho.

Dentro dessa linha, merece destaque o interesse da equipe do programa no

desenvolvimento do espírito empreendedor do jovem. Além disso, o QP, como

demonstrado por suas ações, também trabalha no sentido de fortalecer os vínculos

familiares e sociais dos jovens atendidos. Ou seja, o programa tem como objetivo

afetar tanto a empregabilidade quanto aspectos socioemocionais dos atendidos.

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Este relatório apresenta os resultados finais da avaliação de impacto do QP sobre

aspectos relativos à empregabilidade e escolaridade dos beneficiários1. Antes de

iniciarmos o relatório propriamente dito, convém reapresentarmos o resumo do

desenho da presente avaliação.

Diagrama 1 – Linha do tempo

Antes do Programa

Programa Pós-programa

Novembro de 2013

2014 1º semestre de 2015

2º semestre de 2015 – outubro

Execução do Projeto

Novembro

Seleção Atualização Cadastral e Monitoramento

Acompanhamento da Liga Solidária

Pesquisa domiciliar para ter informações sobre empregabilidade e escolaridade

Conforme o desenho proposto, estamos avaliando os impactos para os tratados que

participaram do programa em 2014. O grupo de controle escolhido foi formado por

pessoas que se inscreveram para participar do curso em 2014, mas que não foram

aceitos por restrição de vaga. A escolha desse grupo foi feita pela própria equipe do

QP. Para construir esse grupo de controle, a equipe tinha em mente o seguinte

questionamento: se tivéssemos o dobro de vagas, quem iríamos convidar?

Também de acordo com o desenho inicial, para a realização da avaliação foram

feitas duas pesquisas de campo. A primeira pesquisa de atualização cadastral e

monitoramento foi realizada no fim de 2014 (novembro e dezembro), e a segunda

pesquisa no fim de 2015 para coletar os indicadores de impacto de interesse,

propriamente ditos.

A pesquisa intermediária de monitoramento e atualização cadastral buscou investigar

se o grupo de controle fez outro curso de qualificação profissional, dado que ele não

tinha sido chamado para participar dos cursos do QP. Sabíamos que o grupo de

tratados estava ainda em tratamento, mas não sabíamos do grupo de controle.

1. Vale lembrar que, além de buscar melhorar a inserção no mercado de trabalho, como colocado anteriormente, o QP também tem como objetivo fortalecer os vínculos familiares e sociais dos jovens atendidos. No entanto, para uma estimativa mais acurada desse outro objetivo, outra avaliação de impacto foi realizada.

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A segunda motivação era de atualização cadastral propriamente. Como a pesquisa

de coleta dos indicadores de interesse seria realizada apenas no fim de 2015 e, a

princípio, a partir de visitas domiciliares, era importante “cuidar” do cadastro, para

assim diminuir o tamanho do atrito ao final.

O segundo campo, como colocado, coletou as informações sobre os indicadores de

impacto de interesse. O campo ocorreu nos meses de novembro e dezembro de

2015, mas as entrevistas foram feitas por telefone. É com base nessas informações

que o presente relatório foi elaborado. O texto está dividido em mais seis seções,

além desta introdução. Inicialmente, descrevemos o procedimento de coleta dos

dados e uma análise da taxa de resposta do campo. As seções três e quatro trazem

análises descritivas, respectivamente, do perfil dos alunos da Liga e da frequência a

cursos de qualificação profissional que não a Liga. A seção cinco traz os resultados

de impacto da avaliação. Os detalhes metodológicos são apresentados, em seguida

os indicadores de impacto são descritos, com uma breve análise descritiva e, por

fim, as estimativas de impacto são apresentadas – estimativas por MQO e por

pareamento utilizando kernel-matching. A seção seis traz a análise de retorno

econômico e a sétima e última seção faz os comentários finais a respeito da

avaliação.

2. Pesquisa de campo final e taxa de resposta

O questionário completo utilizado nessa coleta final de dados está no apêndice A

deste documento. Foi feito um pré-teste entre os dias 29/10 e 31/10/2015 tendo por

base alunos que tinham passado pela Liga em 2013. Tínhamos 20 nomes de ex-

alunos informados pela Liga, dos quais, 14 foram entrevistados. Não houve grandes

problemas com o questionário, e no dia 05/11/2015, após alguns ajustes, aprovamos

o questionário. O campo, propriamente, ocorreu entre os dias 14/11/2015 e

14/12/2015. Para esse campo fizemos uma “propaganda” junto aos entrevistados

de que haveria o sorteio de um tablet entre aqueles que tivessem respondido à

pesquisa. Não sabemos de fato o impacto desse prêmio na taxa de resposta.

A tabela 1 apresenta a evolução da amostra nos três momentos, momento da

inscrição “I” (fim de 2013), monitoramento “M” (fim de 2014) e pesquisa de campo

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final “F” (fim de 2015), separadamente para os grupos de controle e tratamento, bem

como, para cada um dos cursos que fazem parte do projeto de Qualificação

Profissional. A coluna “M(NF)” indica o total de indivíduos que respondeu à pesquisa

de monitoramento, mas não respondeu à pesquisa final. A coluna “F(NM)” nos dá o

número contrário, ou seja, de indivíduos que responderam à pesquisa final, mas não

responderam à pesquisa de monitoramento. E, por fim, a última coluna “MF” nos

apresenta o número de indivíduos que responderam às duas pesquisas:

monitoramento e pesquisa final.

Tabela 1 – Evolução da amostra

Controle

I M F M(NF) F(NM) MF

Assistente administrativo 149 79 80 18 19 61

Gastronomia 23 14 12 4 2 10

Cabeleireiro 97 55 54 12 11 43

Suporte técnico de informática 27 18 14 7 3 11

Total 296 166 160 41 35 125

Tratamento

I M F M(NF) F(NM) MF

Assistente administrativo 113 101 87 20 6 81

Gastronomia 36 32 31 3 2 29

Cabeleireiro 48 40 38 5 3 35

Suporte técnico de informática 43 40 35 6 1 34

Total 240 213 191 34 12 179

Controle

I M F M(NF) F(NM) MF

Assistente administrativo 100% 53% 54% 12% 13% 41%

Gastronomia 100% 61% 52% 17% 9% 43%

Cabeleireiro 100% 57% 56% 12% 11% 44%

Suporte técnico de informática 100% 67% 52% 26% 11% 41%

Total 100% 56% 54% 14% 12% 42%

Tratamento

I M F M(NF) F(NM) MF

Assistente administrativo 100% 89% 77% 18% 5% 72%

Gastronomia 100% 89% 86% 8% 6% 81%

Cabeleireiro 100% 83% 79% 10% 6% 73%

Suporte técnico de informática 100% 93% 81% 14% 2% 79%

Total 100% 89% 80% 14% 5% 75%

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Como podemos observar, a tabela 1 apresenta os números absolutos (primeiros dois

quadros) e as porcentagens relativamente ao total de inscritos (dois últimos

quadros)2. Notem que os percentuais de indivíduos que responderam à pesquisa de

monitoramento relativamente ao total de inscritos são quase sempre um pouco

maiores do que os percentuais de indivíduos que responderam à pesquisa final

relativamente ao total de inscritos. Esse resultado seria esperado em virtude da

diferença de tempo entre as duas pesquisas. Isso é ainda mais verdade para o grupo

de tratamento, o que é explicado pelo fato de a pesquisa de monitoramento ter

acontecido no fim de 2014, quando os tratados ainda participavam do tratamento

(foi o próprio pessoal da Liga quem aplicou o monitoramento para os tratados).

Não é possível afirmar que o monitoramento contribuiu para a taxa de resposta.

Os números da tabela acima indicam que muitos monitorados não responderam

à pesquisa final – coluna M(NF) – e também que não monitorados responderam à

pesquisa final – F(NM). Mas, por outro lado, também não podemos dizer que o

monitoramento não teve impacto. No apêndice B deste documento apresentamos

um exercício com o intuito de estimar um possível impacto do monitoramento sobre

a taxa de resposta. De acordo com os resultados desse exercício, parece ter existido

um efeito positivo do monitoramento sobre as taxas de resposta.

Para a análise dos resultados de impacto que serão apresentados nas seções

seguintes desse texto, nos concentraremos na amostra que respondeu à pesquisa

final, independentemente de terem ou não respondido à pesquisa de monitoramento.

Sendo assim, a tabela 2 a seguir destaca a taxa de resposta da pesquisa final – F/I.

2. Notem que o argumento que falta para que a soma das três últimas colunas M(NF), F(NM) e MF resulte em 100% é justamente o percentual de inscritos que não respondeu a nenhuma das pesquisas.

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Tabela 2 – Taxa de resposta da pesquisa de campo final por curso

Curso Previsto Realizado Realizado/Previsto

Controle Tratado Controle Tratado Controle Tratado

Assistente administrativo 149 113 80 87 54% 77%

Gastronomia 23 36 12 31 52% 86%

Cabeleireiro 97 48 54 38 56% 79%

Suporte técnico de informática 27 43 14 35 52% 81%

Total 296 240 160 191 54% 80%

Conforme se observa na tabela 2, a taxa de resposta do grupo de tratados foi de

80% e dos controles 54%. Não há muita diferença das taxas de resposta entre os

cursos para o grupo de controle (menor taxa de 52% para gastronomia e suporte

e maior taxa de 56% para cabeleireiro); as diferenças, no entanto, ficam maiores

quando observamos os tratados (menor taxa de 77% para assistente administrativo

e maior taxa de 86% para gastronomia).

Quando analisamos o motivo que explica a não realização da entrevista para as

observações dos tratados, observamos que a maior parte das perdas deve-se a

problemas com o contato (tabela 3).

Tabela 3 – Descrição da pesquisa de campo por tipo de ocorrência final e curso

– Grupo de Tratamento

Tipo de ocorrência Assist. Gastron. Cabelo Sup. T Total

PROBLEMA COM CONTATOS - cx. postal/não atende/lig. não completa/não recebe chamadas/nº não existe/nº errado (várias tentativas em dias e horários diferentes nos contatos fornecidos/auxílio à lista sem sucesso)

18 5 7 7 37

69,2% 100,0% 70,0% 87,5% 75,5%

RECUSA – falta de interesse/falta de tempo/interrompeu entrevista

2 0 2 1 5

7,7% 0,0% 20,0% 12,5% 10,2%

SEM CONTATOS NA LISTAGEM – não consta no auxílio à lista

2 0 1 0 3

7,7% 0,0% 10,0% 0,0% 6,1%

MUDOU-SE DE SÃO PAULO (sem informação de contatos)

4 0 0 0 4

15,4% 0,0% 0,0% 0,0% 8,2%

O objetivo era conseguir entrevistar todos os indivíduos que compunham nossa

amostra inicial, ou seja, obter a taxa de resposta ideal de 100% para tratados e

controles. Mas, isso não ocorreu, ou seja, perdemos uma parte da nossa amostra –

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isso é o que denominamos de “atrito”. O atrito é a perda de observações

(relativamente a um desenho inicial) que ocorre em uma pesquisa de campo.

No nosso caso, tivemos um atrito de 20% para o grupo de tratamento e de 46%

para o grupo de controle – esses números são, justamente, a diferença entre

a taxa de resposta ideal (sem atrito) e a taxa de resposta observada.

O grande problema é quando esse atrito é não aleatório, ou seja, quando as pessoas

que não responderam à pesquisa são diferentes do grupo como um todo. Para nos

certificar de que o atrito do campo não descaracterizou nossa amostra inicial,

gerando uma seletividade amostral, comparamos os grupos de tratamento e controle

iniciais com a amostra que não respondeu à pesquisa de campo final utilizando as

variáveis coletadas no momento da inscrição para os cursos da Liga. Os resultados

são apresentados no apêndice C desse texto. Felizmente, o atrito não parece ter

descaracterizado a amostra inicial. De qualquer forma, essas variáveis serão

consideradas na avaliação de impacto como variáveis de controle em nossas

regressões. Esse ponto ficará mais claro adiante.

3. Perfil dos alunos da Liga

Nesta seção será apresentado o perfil do grupo de tratamento usando as

informações obtidas na pesquisa de campo final (aplicada no fim de 2015). Vale

lembrar que o grupo de tratamento é composto por participantes da turma de 2014.

Sendo assim, o perfil representa esses ex-alunos cerca de um ano após a conclusão

da participação deles no programa. Os controles estão descritos também para

termos uma base de comparação.

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Tabela 4 – Percentuais de tratados e controles por situação escolar e no

mercado de trabalho por curso

Curso

Estuda e trabalha

Só estuda Só trabalha Não estuda e não trabalha

C T C T C T C T

Assistente administrativo

25,3% 22,5% 21,5% 27,0% 26,6% 34,8% 26,6% 15,7%

Gastronomia 16,7% 0,0% 8,3% 0,0% 33,3% 58,1% 41,7% 41,9%

Cabeleireiro 15,4% 13,2% 23,1% 10,5% 34,6% 47,4% 26,9% 28,9%

Suporte técnico em informática

46,2% 18,2% 46,2% 54,5% 7,7% 12,1% 0,0% 15,2%

Total 23,1% 16,2% 23,1% 24,1% 28,2% 37,2% 25,6% 22,5%

A tabela 4 apresenta os percentuais de tratados e controles divididos em quatro

grupos de acordo com sua situação quanto a trabalho e estudo. Por meio da tabela,

observa-se que a maior parte dos tratados se encontra na situação de apenas

trabalhar (37,2%), seguido dos que apenas estudam (24,1%), não estudam nem

trabalham (22,5%) e estudam e trabalham (16,2%). Um ponto que chama atenção

nessa tabela é que o percentual de controles supera o de tratados no grupo dos que

“não estudam nem trabalham” (25,6% frente 22,5%), mas, principalmente, dos que

“estudam e trabalham” (23,1% frente 16,2%). Além disso, observa-se que a

distribuição dos grupos dentro de cada curso difere de maneira muito significativa. O

curso que possui o maior percentual de tratados no grupo dos que não estudam nem

trabalham é gastronomia (41,9%) – mas esse número também é alto para o grupo de

controle; outro ponto interessante nesse curso é que nenhum tratado se encontrava

estudando durante a pesquisa. Chama atenção também a diferença entre tratados e

controles no curso de suporte para o grupo que estuda e trabalha: enquanto que

entre os controles esse número é de 46,2%, entre os tratados é de apenas 18,2%.

A tabela 5.1 traz a distribuição dos tratados e controles por nível de ensino para

aqueles que disseram não frequentar escola atualmente. Já a tabela 5.2 traz a

distribuição para quem respondeu que frequentava escola atualmente. Só para

reforçar, atualmente significa no momento da pesquisa, ou seja, fim de 2015.

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Tabela 5.1 – Distribuição dos tratados e controles por níveis de ensino – não

frequentavam escola

Qual foi o nível de ensino mais elevado que você já frequentou?

Tratados Controles

Assist. Gastron. Cabelo Sup. T Total Assist. Gastron. Cabelo Sup. T Total

Ens. fund. (1º ao 5º ano)

0 1 1 0 2 0 0 0 0 0

Ens. fund. (6º ao 9º ano)

0 0 0 1 1 0 1 2 0 3

Ensino médio (1º ao 3º ano)

39 28 23 6 96 34 5 28 1 68

Ensino médio integrado (em + educação prof. técnica)

2 0 2 0 4 2 2 0 0 4

Educ. profissional subsequente ao ensino médio

0 0 0 1 1 0 0 0 0 0

Ensino superior a distância

0 0 0 0 0 1 0 1 0 2

Ensino superior presencial

4 1 2 1 8 4 1 1 0 6

NR 0 1 1 0 2 1 0 0 0 1

Total 45 31 29 9 114 42 9 32 1 84

De acordo com a tabela 5.1, dos tratados que não frequentavam escola, a grande

maioria frequentou como nível mais alto o ensino médio: 96 dos 114 que

responderam essa pergunta (ou 84%). Para o grupo de controle, a mesma descrição

pode ser feita: 68 dos 84 que responderam essa pergunta (ou 81%) disseram que o

nível mais alto de ensino frequentado foi o ensino médio. Note que não

necessariamente significa que eles tenham concluído esse nível de ensino, visto que

podem ter deixado de estudar em alguma série intermediária do ensino médio. No

entanto, quando abrimos essa informação segundo as séries do ensino médio,

observamos que dos 96 tratados, 92 responderam que a última série cursada com

aprovação nesse nível de ensino tinha sido o 3º ano (84) ou 4º ano (8) do ensino

médio, o que significa que a grande maioria concluiu o ensino médio. Esse mesmo

desenho também se repete para os controles: dos 68, 63 responderam que a última

série cursada com aprovação nesse nível de ensino tinha sido o 3º ano (62) ou 4º

ano (1) do ensino médio. Como fica claro pelos dados acima, há pouquíssimos

casos de indivíduos que tenham feito educação técnica profissionalizante (seja

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integrado seja subsequente ao ensino médio), bem como, de indivíduos que tenham

ingressado no ensino superior. Isso vale para tratados e controles.

Tabela 5.2 – Distribuição dos tratados e controles por níveis de ensino –

frequentava escola no momento da pesquisa

Tratados Controles

Assist. Cabelo Sup. T Total Assist. Gastron. Cabelo Sup. T Total

Ens. fund. (1º ao 5º ano)

0 1 0 1 0 0 0 0 0

Ensino médio (1º ao 3º ano)

36 8 19 63 28 3 18 10 59

Ensino médio integrado (E.M. + educ. prof. técnica)

2 0 2 4 3 0 0 0 3

Educ. prof. subsequente ao ensino médio

0 0 1 1 2 0 1 1 4

Ensino superior presencial

4 0 3 7 5 0 1 1 7

Total 42 9 25 76 38 3 20 12 73

*Não há uma coluna específica para os tratados do curso de gastronomia porque não havia no momento da pesquisa nenhum indivíduo dentre os tratados de gastronomia que disseram estar frequentando escola.

Com relação à tabela 5.2, que apresenta o nível de ensino para os que responderam

que frequentavam escola no momento da pesquisa, um cenário muito parecido com

o anterior é observado. Dos 76 tratados que responderam essa pergunta, 63 (ou

83%) disseram estar frequentando o ensino médio. E para os 73 controles que

responderam essa pergunta, 59 (ou 81%) responderam que estavam frequentando

o ensino médio. A distribuição por série, nesse caso, está concentrada nos 2º e 3º

anos desse nível de ensino (veja a tabela 5.3 a seguir). Novamente, há

pouquíssimos casos de tratados e controles que responderam estar frequentando

ensino técnico profissionalizante ou ensino superior. Novamente, aparece a

evidência de que nenhum egresso do grupo de gastronomia respondeu estar

frequentando escola atualmente.

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19

Tabela 5.3 – Que série você está frequentando nesse nível de ensino?

Tratados Controles

1º ano/ensino médio 7 11,11 6 10,17

2º ano/ensino médio 17 26,98 13 22,03

3º ano/ensino médio 38 60,32 38 64,41

4º ano/ensino médio 1 1,59 2 3,39

Total 63 100,00 59 100,00

A seguir na tabela 6 apresentamos características de mercado de trabalho para os

grupos de tratamento e controle.

Tabela 6 – Características de mercado de trabalho para tratados e controles

que estavam trabalhando no momento da entrevista (em %)

Assist. Adm. Gastronomia Cabeleireiro Sup. téc. em inform. Total

Trabalha C 51% 50% 48% 50% 50%

T 56% 58% 61% 29% 52%

Empregado C 78% 67% 77% 100% 79%

T 82% 67% 48% 80% 71%

Carteira C 88% 100% 55% 57% 75%

T 93% 75% 64% 75% 83%

Autônomo C 20% 33% 19% 0% 19%

T 8% 33% 43% 20% 22%

Empregador C 0% 0% 0% 0% 0%

T 2% 0% 9% 0% 3%

Estagiário C 2% 0% 4% 0% 3%

T 8% 0% 0% 0% 4%

De acordo com os dados obtidos, mais da metade dos tratados estava trabalhando

no momento da entrevista (52%), sendo que a maior parte deles tem condição de

ocupação igual a empregado (71%) e desses empregados, 83% possuem carteira

assinada. Com exceção do curso de gastronomia, para todos os demais, o

percentual de trabalhadores com carteira assinada, dentre os empregados, é sempre

maior no grupo de tratamento. No caso do curso de cabeleireiro, chama atenção a

grande porcentagem de trabalhadores na condição de ocupação de autônomos

(43%) e empregadores (9%). A condição de ocupação de estagiário aparece para os

tratados egressos do curso de assistente administrativo (8% do total de tratados

desse curso).

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20

Como as amostras já são pequenas e como aproximadamente metade de tratados e

controles não estava trabalhando no momento da pesquisa, optamos por considerar

nas análises de mercado de trabalho também as características do emprego

daqueles que, embora não estivessem trabalhando em 2015, tiveram um emprego

em 2015. Assim, nas tabelas 7.1 e 7.2, a seguir, já consideramos as informações dos

que estavam empregados no momento da pesquisa, bem como dos que disseram

ter um emprego em 2015. As tabelas 7.1 e 7.2 apresentam o cruzamento da

informação do curso realizado na Liga e a área de atuação no mercado de trabalho.

A tabela 7.1 apresenta os números absolutos e a tabela 7.2 apresenta os valores

percentuais. Essas tabelas são exclusivas para os tratados.

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21

Tabela 7.1 – Curso realizado na Liga e área de atuação no mercado de trabalho

– números absolutos – apenas para tratados

Área de atuação no mercado de trabalho

Curso

Assist. adm.

Gastro-nomia

Cabe-leireiro

Suporte téc. em

informática Total

Assistente administrativo 17 1 0 3 21

Gastronomia 4 11 0 0 15

Cabeleireiro 1 1 20 0 23

Suporte técnico em informática 2 0 0 3 5

Comércio 17 1 3 2 23

Cuidador (idoso, criança) 0 3 1 1 5

Logística/transporte 2 1 0 2 5

Recepção 4 0 1 0 5

Telemarketing 3 0 2 0 5

Educação 1 1 1 0 3

Segurança 1 0 0 2 3

Construção civil/empreiteira 1 0 1 0 2

Doméstica 0 2 0 0 2

Marketing/publicidade 1 0 0 1 2

Monitor/recreação e eventos 1 1 0 0 2

Porteiro 0 1 1 0 2

Saúde/agente de saúde 2 0 0 0 2

Tatuador/arte corporal 2 0 0 0 2

Agente de trânsito 0 0 1 0 1

Arquivo 1 0 0 0 1

Estoque 0 0 0 1 1

Financeiro 1 0 0 0 1

Massagem 0 0 1 0 1

Mecânica 1 0 0 0 1

Office boy 1 0 0 0 1

Operador de máquina 0 0 0 1 1

Organização de festas/buffet 1 0 0 0 1

Recursos Humanos 1 0 0 0 1

Tecnologia da Informação (análise de sistemas)

1 0 0 0 1

Veterinário 1 0 0 0 1

Total 67 23 32 16 139

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Tabela 7.2 – Curso realizado na Liga e área de atuação no mercado de trabalho

– números percentuais – apenas para tratados

Área de atuação no mercado de trabalho

Curso

Assist. adm. Gastronomia Cabeleireiro Suporte téc. em

informática

Assistente administrativo 25% 4% 0,0% 19%

Gastronomia 6% 48% 0,0% 0%

Cabeleireiro 1% 4% 62,5% 0%

Suporte técnico em informática

3% 0% 0,0% 19%

Comércio 25% 4% 9,4% 13%

Cuidador (idoso, criança) 0% 13% 3,1% 6%

Logística/transporte 3% 4% 0,0% 13%

Recepção 6% 0% 3,1% 0%

Telemarketing 4% 0% 6,3% 0%

Educação 1% 4% 3,1% 0%

Segurança 1% 0% 0,0% 13%

Construção civil/empreiteira 1% 0% 3,1% 0%

Doméstica 0% 9% 0,0% 0%

Marketing/publicidade 1% 0% 0,0% 6%

Monitor/recreação e eventos

1% 4% 0,0% 0%

Porteiro 0% 4% 3,1% 0%

Saúde/agente de saúde 3% 0% 0,0% 0%

Tatuador/arte corporal 3% 0% 0,0% 0%

Agente de trânsito 0% 0% 3,1% 0%

Arquivo 1% 0% 0,0% 0%

Estoque 0% 0% 0,0% 6%

Financeiro 1% 0% 0,0% 0%

Massagem 0% 0% 3,1% 0%

Mecânica 1% 0% 0,0% 0%

Office boy 1% 0% 0,0% 0%

Operador de máquina 0% 0% 0,0% 6%

Organização de festas/buffet

1% 0% 0,0% 0%

Recursos Humanos 1% 0% 0,0% 0%

Tecnologia da Informação (análise de sistemas)

1% 0% 0,0% 0%

Veterinário 1% 0% 0,0% 0%

Total 100% 100% 100,0% 100%

Como se observa, para os cursos de gastronomia e cabeleireiro, há uma

concentração significativa dos empregos em suas respectivas áreas. Mas, para

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23

assistente administrativo e suporte técnico houve empate de sua área principal com

outra diferente. No caso de assistente administrativo, o empate foi com comércio;

já para suporte técnico, o empate foi com assistente administrativo.

4. Cursos de qualificação profissional

Esta seção do relatório é destinada a analisar informações sobre a participação dos

indivíduos dos grupos de tratamento e controle em cursos de qualificação

profissional (exceto a própria Liga) em 2014 e 2015. Essa análise é um dado

importante em que o grupo de controle representa o grupo tratado na ausência do

tratamento (contrafactual). Sendo assim, por hipótese, os tratados teriam resultados

iguais aos do controle, caso não tivessem participado do tratamento. Ou seja, as

diferenças observadas entre os dois grupos no momento da avaliação, por hipótese,

são devidas à participação no tratamento. No entanto, é muito provável que as

pessoas do grupo de controle tenham participado de outros cursos de qualificação

profissional em 2014 (mesmo ano em que os tratados fizeram os cursos de QP da

Liga) e, nesse caso, seria importante considerarmos essa informação em nossas

estimativas. Por outro lado, pode ser que tratados e controles tenham feito algum

curso de qualificação profissional em 2015, ano seguinte à realização dos cursos de

QP da Liga, o que pode ser entendido como uma variável de impacto em nossas

análises.

São duas perguntas em nosso questionário. A primeira pergunta se o entrevistado

fez ou está fazendo algum curso de qualificação profissional nos anos de 2014 e/ou

2015, com exceção da Liga. Em seguida, para os que responderam que tinham feito,

perguntamos o ano em que realizou tal curso. Note que o entrevistado pode ter feito

em ambos os anos. A tabela 8 traz esses números.

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24

Tabela 8 – Você participa ou participou de algum curso de qualificação

profissional (exceto cursos da Liga) de 2014 até agora?

Não Sim

Ano

2014 2015 2014 e 2015 Outro ano

Controles 76,9% 21,3% 9,4% 10,6% 0,6% 0,6%

Tratados 88,5% 11,0% 2,1% 7,9% 0,5% 0,5%

Conforme observamos, 21,3% (34) dos controles e 11% (21) dos tratados

entrevistados no campo disseram ter feito ou estar fazendo algum curso de

qualificação profissional (exceto da Liga) em 2014 e/ou 2015. Para o controle, esse

número está bem dividido entre 2014 e 2015; já para os tratados, a concentração é

maior em 2015. São poucos os casos que disseram ter feito em ambos os anos.

Mais à frente, daremos detalhes de como esses outros cursos foram considerados

em nossa análise.

A tabela 9 apresenta a duração média, mínima e máxima (em meses) dos cursos

de QP separados entre tratados e controles e por ano da sua realização.

Tabela 9 – Duração média dos cursos de QP separada por ano e grupo

(em meses)

Grupos

Ano

2014 2015

Média Mínima Máxima Média Mínima Máxima

Controles 13,4 2 24 17,4 1 36

Tratados 6,6 1 12 8,2 1 24

Um fato que chama atenção com relação à questão do tempo de duração do curso é

o de essa pergunta pedir para citar cursos de qualificação com certificado, mas não

com diploma. No entanto, observamos na tabela 9 que as pessoas responderam ter

feito curso de QP com duração superior a 12 meses, o que provavelmente os

enquadre em cursos de formação escolar, como cursos técnicos ou de nível superior.

Dado isso, a tabela 10 apresenta as instituições dos cursos de QP que tiveram

duração superior a 12 meses, separadas nos dois anos, 2014 e 2015. Muitos cursos

de duração maior realmente são cursos técnicos profissionalizantes como os cursos

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25

da ETEC, SENAC e SENAI, e há diversidade em termos de instituições

frequentadas.

Tabela 10 – Instituições dos cursos de QP com duração superior a 12 meses

separadas por ano

Mesmo ano da Liga (2014)

Instituição Duração Frequência

Izi Company 12 1

Fundação Jovem Profissional 12 1

Data Byte 12 1

Igreja Católica Paróquia Imaculada Conceição 12 1

FADESP 12 1

ETEC 16 1

Euro College 16 1

ETEC 18 2

SENAC 18 2

FMU 24 1

Colégio Dom Duarte 24 1

Total 13

Um ano depois da Liga (2015)

SADA 12 1

City Computer 12 1

Educandário 12 2

Liga Solidária 12 1

Colégio 24 de Março 12 1

WIZARD 12 1

City Computer 18 1

ETEC 18 2

SENAC 18 1

Colégio INACI 20 1

CEBASP 24 1

ETEC 24 3

Fundação Raiden Rhenen Rich 24 1

SENAC 24 1

ETEC 31 1

ETEC 36 1

Total 20

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26

Anteriormente grifamos três observações que disseram ter feito curso de qualificação

em 2015, na Liga. Uma das observações está no grupo de tratamento e as outras

duas no grupo de controle. Esses indivíduos foram mantidos na análise.

5. Análise de impacto

Como foi destacado, o Programa QP da Liga tem como um dos seus objetivos

proporcionar ao público atendido maiores chances de empregabilidade, de forma a

incrementar a renda dessas pessoas; em outras palavras, facilitar a inserção de seus

beneficiários no mercado de trabalho3.

A mensuração dos efeitos do Programa QP da Liga sobre as variáveis de interesse

refere-se às mudanças dessas variáveis determinadas pela participação no

programa. Para medir o impacto da participação no Programa QP da Liga sobre as

variáveis de interesse, o ideal seria comparar as variáveis de interesse de uma

mesma pessoa na situação de participar e não participar do Programa QP da Liga.

Entretanto, como isso não é possível, vamos comparar os jovens que participaram

(inscreveram-se, foram aceitos e concluíram o curso – grupo de tratamento) com

jovens que se inscreveram, mas não foram selecionados para o programa (grupo

de controle).

Com relação ao grupo de controle é importante salientarmos a forma como esse

grupo foi escolhido. Como foi ressaltado na introdução, a escolha desse grupo foi

feita pela própria equipe do QP. Para construir esse grupo de controle, a equipe tinha

em mente o seguinte questionamento: se tivéssemos o dobro de vagas, quem

iríamos convidar? Sendo assim, indivíduos com características muito diferentes dos

tratados já foram excluídos logo no início pela própria equipe da Liga. A equipe da

Liga selecionou o primeiro conjunto de controles, 208 indivíduos. Esse é o número

que consta, inclusive, no desenho inicial que foi proposto para essa avaliação.

Sabendo-se do atrito maior que ocorre no campo para o grupo de controle, pedimos

ao pessoal da Liga que fizesse um esforço adicional para agregar mais fichas e,

3. Além disso, o QP também trabalha no sentido de fortalecer os vínculos familiares e sociais dos jovens atendidos. Ou seja, o programa tem como objetivo afetar tanto a empregabilidade quanto aspectos socioemocionais dos atendidos. No entanto, como argumentado anteriormente, o objetivo desse relatório é apenas avaliar o impacto do QP sobre a empregabilidade.

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27

assim, foram agregadas mais 88 fichas. Notem, no entanto, como colocado, que

pessoas com perfil muito diferente do que a Liga busca – por exemplo, com baixa

motivação, com renda familiar alta – foram excluídas. Isso resultou em um grupo de

controle com características bastante parecidas com as observadas para os

tratados. As comparações entre tratados e controles deixarão esse aspecto mais

evidente.

5.1. Hipótese de identificação para as estimativas de interesse

Antes de discutirmos a estratégia de identificação propriamente, cabe descrever, em

linhas gerais, como acontece a seleção dos candidatos interessados em participar

do QP. Em outubro de cada ano, é realizada uma divulgação das atividades do QP

pelos próprios alunos que estão concluindo o curso nas escolas da região, na

chamada EXPOQP, onde esses alunos explicam e demonstram aos jovens o que

aprenderam durante o ano. Além disso, é feita divulgação via site da Liga Solidária,

Facebook e boca a boca, já que a instituição é antiga e bastante conhecida na

região. Em novembro, é aberto o processo de inscrição para os cursos de interesse,

bem como é realizada uma entrevista com cada jovem para avaliar, entre outros

aspectos, o interesse em participar do programa, se está em situação de

vulnerabilidade social, etc. Também é aplicada uma prova de matemática e avaliação

da capacidade de leitura, que segundo os membros do QP, não é fator determinante

para a seleção. A partir da divulgação dos resultados, a matrícula é realizada em

dezembro, e as aulas iniciam em fevereiro do ano seguinte. O interesse da Liga é

selecionar jovens que estão de fato interessados em participar dos cursos e que

estejam em situação de vulnerabilidade social. Ou seja, a seleção não é aleatória.

É por essa razão que pedimos ao pessoal da Liga que nos ajudassem na construção

do grupo de controle. Pedimos que selecionassem, para compor o grupo de controle,

dentre os inscritos e não selecionados, apenas aquelas pessoas que eles

acreditavam que também se encaixavam no perfil dos atendidos pela Liga.

A hipótese de identificação para a avaliação causal do programa de qualificação

profissional sobre os indicadores de empregabilidade e escolaridade utiliza

fundamentalmente as variáveis observadas pré-tratamento, bem como essa escolha

inicial feita pela Liga dentre os inscritos e não selecionados. Por hipótese, admitimos

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28

que dois indivíduos – um do tratamento e outro do controle, com as mesmas

características socioeconômicas e motivacionais antes do tratamento – teriam a

mesma trajetória, em termos de resultados de interesse, caso o indivíduo tratado não

tivesse participado do tratamento. Ou seja, o resultado hoje observado para um

indivíduo do grupo de controle, dado que ele tinha as mesmas características do

indivíduo tratado antes do tratamento, é uma boa estimativa do que teria acontecido

com o tratado, caso esse não tivesse passado pelos cursos da Liga. Sendo assim,

as diferenças hoje observadas entre os dois indivíduos são devidas à participação no

tratamento.

Há uma riqueza grande de informações prévias ao projeto, tanto em termos de

background socioeconômico do candidato (escolaridade dos pais, renda familiar,

etc.) como de sua capacidade cognitiva (notas em avaliações de linguagem e de

matemática) e de seu interesse pelo curso, que tornam nossa hipótese de

identificação, a nosso ver, bastante razoável. Todas essas informações, como

explicado anteriormente, estão nas fichas de inscrição que os candidatos têm que

preencher quando estão se candidatando a uma vaga nos cursos do QP. Essas

fichas estão todas armazenadas na sede do Educandário, onde acontecem os

cursos de qualificação profissional.

Todas as fichas de tratados e controles pré-selecionados pela Liga foram digitadas,

e as informações constantes foram analisadas, principalmente, em termos de dados

faltantes. As variáveis descritas no quadro a seguir foram, então, as escolhidas para

compor o conjunto de variáveis explicativas que dão a base de sustentação para a

hipótese de identificação adotada na presente avaliação. Isto é, indivíduos que são

parecidos em termos das variáveis descritas abaixo teriam a mesma trajetória futura

em termos de escolaridade e inserção no mercado de trabalho, caso não tivessem

passado pela Liga.

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29

Quadro 1 – Variáveis explicativas utilizadas nos modelos

Variáveis explicativas Definição

Sexo Variável binária que assume valor “1” se o indivíduo é homem e valor “0” se for mulher

Idade no momento da inscrição Variável contínua

Trabalhava no momento da inscrição

Variável binária que assume valor “1” se o candidato disse trabalhar no momento da inscrição e valor “0” no caso de não trabalhar

Estudava no momento da inscrição

Variável binária que assume valor “1” se o candidato disse estar frequentando escola no momento da inscrição e valor “0” no caso de não frequentar

Nível de escolaridade no momento da inscrição

Variável binária que assume valor “1” se o candidato disse ter nível de escolaridade no momento da inscrição maior ou igual a ensino médio e valor “0” caso contrário (nível menor que ensino médio)

Nota geral do processo de seleção

Variável contínua entre 0 e 10 e contempla as notas de todas as provas do processo de seleção, ou seja, nota a respeito do interesse/motivação do candidato, nota para as habilidades de português e nota para as habilidades de matemática

Residia em casa própria Variável binária que assume valor “1” se o candidato disse morar em casa própria no momento da inscrição e valor “0” caso contrário (alugada, cedida ou loteamento irregular)

Estado civil Variável binária que assume valor “1” se o candidato disse ser solteiro no momento da inscrição e valor “0” caso contrário (casado ou separado)

Escolaridade da mãe Variável binária que assume valor “1” se a mãe do candidato tem até ensino fundamental e valor “0” caso contrário (tem ensino médio ou mais)

A variável de gênero foi selecionada porque, de um lado, existe uma relação entre

gênero e participação no mercado de trabalho4, que é uma das variáveis de

interesse dessa avaliação, e, por outro lado, alguns dos cursos da Liga são mais

frequentados por mulheres – por exemplo, gastronomia e cabeleireiro.

Provavelmente, no próprio grupo de controle desses cursos também deve haver

mais mulheres. De qualquer forma, achamos importante considerar tal variável.

Os mesmos argumentos se aplicam para inserção da variável idade: ela está

correlacionada com a inserção no mercado de trabalho, e os cursos da Liga têm

claramente públicos com idades diferentes (idade é menor para os cursos de

assistente administrativo e suporte técnico e é maior para os cursos de gastronomia

e cabeleireiro).

4. Um dos fatos estilizados bem estabelecidos na literatura de Economia de Trabalho é a maior taxa de participação dos homens no mercado de trabalho.

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30

As duas variáveis seguintes, ou seja, “se estudava no momento da inscrição” e

“se trabalhava no momento da inscrição”, são fundamentais porque de certa forma

mostram alguma preferência ou interesse por trabalho e escola que os candidatos

possam ter. E essa motivação é um aspecto considerado pelo pessoal da Liga no

momento da seleção.

A nota geral do processo seletivo inclui todas as provas da etapa de seleção, entre

elas a nota para o interesse/motivação do candidato ao curso. Como para alguns

dos entrevistados, não há o registro separado para cada uma das notas, mas

apenas a geral, optamos pela inclusão da nota geral com o objetivo de reduzir o

número de informações faltantes.

As variáveis de casa própria e escolaridade da mãe são as variáveis que buscam

captar o grau de vulnerabilidade social dos candidatos. Importante observar que a

variável de escolaridade da mãe que estamos usando é a que foi coletada agora na

pesquisa de campo final. Como essa variável deve ser fixa no tempo e como o

número de casos com dados faltantes para o campo final é menor, optamos por

trabalhar com a informação da pesquisa de campo final. Por fim, a variável de estado

civil que também capta, de certa forma, a vulnerabilidade do candidato. Jovens

solteiros certamente tem um conjunto menor de obrigações familiares e, nesse

sentido, talvez menor vulnerabilidade. Além disso, em termos de engajamento no

mercado de trabalho, solteiros e casados podem ter inserções diferenciadas no

mercado de trabalho. Para a pessoa casada, vale aceitar qualquer emprego para ter

uma remuneração qualquer; para o solteiro, como esse não tem as obrigações

familiares, talvez esse possa optar por ficar um tempo maior desempregado

procurando por um emprego de melhor qualidade.

No desenho de avaliação, em função dos tamanhos dos grupos de tratamento e

controle, definimos que a avaliação econômica com foco na empregabilidade e

escolaridade será feita separadamente para três grupos: grupo I: assistente

administrativo; grupo II: assistente administrativo + suporte técnico em informática;

e grupo III: cabeleireiro + gastronomia. Por essa razão, todas as análises serão

sempre realizadas separadamente para cada um desses três grupos. Uma análise

considerando todos os cursos juntos também foi realizada.

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31

Foram estimadas regressões por Mínimos Quadrados Ordinários, separadamente

para cada um dos grupos definidos anteriormente (grupos I, II e III), sempre tendo o

vetor X acima como variáveis explicativas, além da variável “Trat” de interesse, que

identifica os indivíduos que fizeram os cursos profissionalizantes na Liga. A equação

básica de interesse está descrita abaixo:

i

i

ij XTratY9

1

*

(Equação 1)

Além disso, incluímos também estimativas por pareamento com intuito de dar

robustez aos resultados obtidos. Estimativas por pareamento significam selecionar

ou dar mais peso para os indivíduos do grupo de controle que são mais parecidos

com os tratados.

Antes da apresentação dos indicadores de interesse, segue a tabela 11 que nos traz

uma análise descritiva do vetor X descrito acima, separadamente para tratados e

controles, e para cada um dos grupos de análise de interesse.

Tabela 11 – Teste de diferença de médias para as variáveis X – variáveis

observadas no momento da seleção

Grupo I – Assistente administrativo

Controles Tratados

n. obs média sd mín. máx. n. obs média sd mín. máx.

Idade 80 23,56 8,55 14 52 87 20,45 6,11 14 37

% homens 80 0,18 0,38 0 1 87 0,21 0,41 0 1

Se trabalhava 77 0,31 0,47 0 1 87 0,21 0,41 0 1

Se estudava 75 0,47 0,50 0 1 86 0,58 0,50 0 1

nota_geral 80 7,38 1,39 3,50 9,83 85 8,06 1,18 5,12 10

% solteiro 80 0,73 0,45 0 1 87 0,79 0,41 0 1

% em_completo 80 0,46 0,50 0 1 87 0,37 0,49 0 1

% casa_própria 80 0,60 0,49 0 1 87 0,64 0,48 0 1

% mãe_ef 80 0,53 0,50 0 1 87 0,54 0,50 0 1

Em azul: rejeita-se a hipótese nula (médias são iguais) contra a alternativa de que as médias são diferentes e também contra a alternativa de que uma média é maior (ou menor, a depender do caso) do que a outra. Em cinza: rejeita-se a hipótese nula (médias são iguais) apenas contra a hipótese alternativa de que uma media é maior (ou menor, a depender do caso) do que a outra.

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32

Grupo II – Assistente administrativo + suporte

Controles Tratados

n. obs média sd mín. máx. n. obs média sd mín. máx.

Idade 94 22,50 8,31 14 52 122 20,05 6,77 14 46

% homens 94 0,29 0,45 0 1 122 0,34 0,48 0 1

Se trabalhava 91 0,29 0,45 0 1 122 0,19 0,39 0 1

Se estudava 89 0,53 0,50 0 1 121 0,66 0,48 0 1

nota_geral 93 7,41 1,53 2,25 10 116 8,22 1,18 5 10

% solteiro 94 0,77 0,43 0 1 122 0,82 0,39 0 1

% em_completo 94 0,40 0,49 0 1 122 0,30 0,46 0 1

% casa_própria 94 0,62 0,49 0 1 122 0,63 0,48 0 1

% mãe_ef 94 0,49 0,50 0 1 122 0,47 0,50 0 1

Em azul: rejeita-se a hipótese nula (médias são iguais) contra a alternativa de que as médias são diferentes e também contra a alternativa de que uma média é maior (ou menor, a depender do caso) do que a outra. Em cinza: rejeita-se a hipótese nula (médias são iguais) apenas contra a hipótese alternativa de que uma média é maior (ou menor, a depender do caso) do que a outra.

Grupo III – Gastronomia + cabeleireiro

Controles Tratados

n. obs média sd mín. máx. n. obs média sd mín. máx.

Idade 66 23,33 8,00 14 44 69 27,81 9,11 15 51

% homens 66 0,18 0,39 0 1 69 0,19 0,39 0 1

Se trabalhava 62 0,34 0,48 0 1 69 0,36 0,48 0 1

Se estudava 60 0,55 0,50 0 1 68 0,25 0,44 0 1

nota_geral 66 7,11 1,62 3,80 9,91 66 7,66 1,40 4,30 10

% solteiro 66 0,70 0,46 0 1 69 0,55 0,50 0 1

% em_completo 66 0,44 0,50 0 1 69 0,46 0,50 0 1

% casa_própria 66 0,68 0,47 0 1 69 0,59 0,49 0 1

% mãe_ef 66 0,61 0,49 0 1 69 0,67 0,47 0 1

Em azul: rejeita-se a hipótese nula (médias são iguais) contra a alternativa de que as médias são diferentes e também contra a alternativa de que uma média é maior (ou menor, a depender do caso) do que a outra. Em cinza: rejeita-se a hipótese nula (médias são iguais) apenas contra a hipótese alternativa de que uma media é maior (ou menor, a depender do caso) do que a outra

5.2. Indicadores de impacto de interesse

Os indicadores de impacto de empregabilidade e de escolaridade, que estão sendo

apresentados nesse relatório final, estão descritos a seguir.

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Quadro II – Indicadores de impacto de interesse: empregabilidade e

escolaridade

Impactos potenciais sobre:

Indicadores de impacto Observações

Empregabilidade

Y1 = trabalha em 2015 ou teve um trabalho em 2015 (1 = sim; 0 = não)

Definida para todos os indivíduos

Y2 = está procurando trabalho (1 = sim; 0 = não)

Definida para todos os indivíduos que não estavam trabalhando no momento da entrevista.

Y3 = posse de carteira de trabalho (1 = sim; 0 = não)

Definida para aqueles que estavam trabalhando no momento da entrevista ou tiveram um emprego em 2015 e declararam condição de ocupação igual a “empregado”

Y4 = se o trabalho é temporário

Definida para aqueles que estavam trabalhando no momento da entrevista ou tiveram um emprego em 2015 e declararam condição de ocupação igual a “empregado”

Y5 = se é autônomo Definida para aqueles que estavam trabalhando no momento da entrevista ou tiveram um emprego em 2015

Y6 = salário recebido (valor e logaritmo natural)

Definida para aqueles que estavam trabalhando no momento da entrevista ou tiveram um emprego em 2015

Y7 = horas trabalhadas por semana

Definida para aqueles que estavam trabalhando no momento da entrevista ou tiveram um emprego em 2015

Y8 = duração no emprego maior do que seis meses

Definida para aqueles que estavam trabalhando no momento da entrevista ou tiveram um emprego em 2015

Y9 = se esteve envolvido em apenas uma atividade em 2015

Definida para todos

Y10 = nota atribuída à inserção atual no mercado de trabalho

Definida para aqueles que estavam trabalhando ou procurando emprego

Y11 = se a ocupação está relacionada à área do curso de qualificação

Definida para aqueles que estavam trabalhando no momento da entrevista ou tiveram um emprego em 2015

Y12 = usou/usa internet para divulgar informações profissionais

Definida para todos

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Escolaridade

Y1 = frequenta escola (1 = sim; 0 = não)

Definida para todos

Y2 = se foi aprovado no curso que frequentava em 2014 (1 = sim; 0 = não)

Definida para todos que disseram frequentar escola em 2014

Y3 = prestou o ENEM (1 = sim; 0 = não)

Definida para aqueles que tinham nível de escolaridade maior do que ensino fundamental

Y4 = estuda para vestibular em casa (1 = sim; 0 = não)

Definida para todos

Y5 = fez/faz curso de inglês (1 = sim; 0 = não)

Definida para todos

Y6 = fez/faz curso de informática (1 = sim; 0 = não)

Definida para todos

Y7 = fez curso de QP depois da Liga (1 = sim; 0 = não)

Definida para todos

Como já argumentado anteriormente, para quase todas as variáveis de

empregabilidade, para termos um número maior de observações, consideramos

tanto a informação do emprego atual, quanto do último emprego em 2015, quando o

entrevistado declarou não estar trabalhando, mas declarou ter trabalhado em 2015.

As exceções ficam para as variáveis: “Y2 = está procurando trabalho”, definida para

aqueles que não estavam trabalhando no momento da entrevista; “Y9 = se esteve

envolvido em apenas uma atividade em 2015” que de fato considera todos os

indivíduos, independentemente de estarem trabalhando ou não; e a variável “Y10 =

nota atribuída à inserção atual no mercado de trabalho” que considera apenas

indivíduos que estavam trabalhando ou que estavam procurando emprego5.

Relativamente ao desenho inicial, não trabalhamos com os seguintes indicadores:

Para empregabilidade: posição na ocupação (empregador).

Para escolaridade: se frequenta curso profissionalizante (1 = sim; 0 = não);

se concluiu o ensino médio (1 = sim; 0 = não); se frequenta ensino superior

(1 = sim; 0 = não); número de vezes que repetiu de ano; e anos de estudo

completos.

Com relação ao indicador posição na ocupação – “empregador”, como fica

evidenciado na tabela 12, a seguir, quando analisamos a condição de ocupação

5. Esta questão de fato só foi feita para indivíduos nessas condições, ou seja, para indivíduos que estavam inseridos no mercado de trabalho, seja trabalhando, seja procurando emprego.

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dos tratados e controles, observamos que a maior parte deles está na condição

de empregado.

Tabela 12 – Condição de ocupação para aqueles que estavam trabalhando no

momento da pesquisa ou que tiveram um emprego em 2015 – por cursos

Tratados Controles

Assist. Gastron. Cabelo Sup. T Total Assist Gastron. Cabelo Sup. T Total

Empregado 55 15 14 14 98 45 5 24 8 82

Autônomo 8 8 15 2 33 12 2 6 0 20

Empregador 1 0 2 0 3 0 1 0 0 1

Estagiário 5 0 1 0 6 1 0 1 0 2

Total 69 23 32 16 140 58 8 31 8 105

O número de casos de empregadores é muito pequeno. Faremos estimativas

apenas para a probabilidade de ser autônomo/conta própria, que aparece com

alguma frequência, principalmente para o grupo de gastronomia + cabeleireiro.

Apenas uma observação, essa tabela é um pouco diferente da tabela 6, da terceira

seção, porque aqui estão apresentadas as informações para quem respondeu que

estava trabalhando atualmente, bem como para quem disse que embora não

estivesse trabalhando, teve um emprego em 2015. Na tabela 6 estão incluídos

apenas os que disseram que estavam trabalhando no momento da pesquisa.

Com relação aos indicadores de escolaridade, entendemos que as variáveis “número

de vezes que repetiu de ano” e “anos de estudo”, pensadas no desenho inicial, de

fato são variáveis de estoque do indivíduo e não de fluxo, que são as passíveis de

serem modificadas. Para tentar dar conta dessa dimensão incluímos a variável que

capta se o candidato foi aprovado ou não entre 2014 e 2015. Com relação às

variáveis se frequenta ensino profissionalizante ou se frequenta ensino superior,

como evidenciado na tabela 5.2, há pouquíssimos casos de tratados e controles

nessa situação. Relembrando, temos no total para todos os cursos apenas cinco

observações de tratados e sete de controles que disseram estar frequentando curso

profissionalizante (integrado e/ou subsequente ao ensino médio); e do outro lado,

considerando todos os cursos, apenas sete observações para ambos tratados e

controles que disseram estar frequentando ensino superior. Ou seja, esses números

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inviabilizam qualquer tentativa de estimação, lembrando que nossas estimativas são

separadas por cursos.

Com relação à probabilidade de concluir o ensino médio, ocorre situação semelhante

aos casos de frequentar ensino profissionalizante e frequentar ensino superior. Os

dados na tabela 13 a seguir são da situação a respeito de escolarização no

momento da seleção. Do total de indivíduos (considerando tratados e controles),

44% estavam fora da escola, em sua grande maioria (mais de 90%) com ensino

médio completo. Com relação aos que estavam estudando, observamos uma parte

frequentando 1º ano do ensino médio – no fim de 2013. Se considerarmos que todos

seriam aprovados, no fim de 2015, estariam frequentando, no máximo, o 3º ano do

ensino médio e, portanto, ainda não teriam a oportunidade de finalizar o ensino

médio. Ou seja, com possiblidade de ter concluído o ensino médio ao fim de 2015,

só poderíamos considerar os indivíduos que estavam frequentando o 2º ou 3º ano do

ensino médio, o que implica uma amostra muito reduzida. Sendo assim, adaptamos

a variável “concluiu o ensino médio” para considerar também esses indivíduos que

estavam cursando o 1º ano do ensino médio. No entanto, ao final ainda temos

amostras reduzidas quando consideramos as divisões entre os grupos. Só

conseguiremos estimar impactos para essa variável para o grupo II que considera

“assistente administrativo + suporte técnico”.

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Tabela 13 – Escolaridade inicial para tratados e controles – 2013

Para os que não frequentavam escola, última série concluída:

Controle Tratamento Total

EFC 0 1 1

2º EM 1 3 4

EMI 0 2 2

EMC 57 69 126

ES 1 0 1

Total 59 75 134

Ensino Médio Completo 96,6% 92,0% 94,0%

Para os que frequentavam escola: Controle Tratamento Total

6º EF 1 0 1

7º EF 3 2 5

8º EF 18 16 34

9º EF 1 0 1

1º EM 27 43 70

2º EM 16 19 35

3º EM 11 11 22

EMC 1 0 1

ET 1 0 1

Total 79 91 170

EMI com possibilidade de concluir em 2015 34,2% 33,0% 33,5%

A tabela 14 a seguir apresenta os valores médios para cada um dos indicadores de

impacto de interesse. Essa tabela é apenas descritiva para que conheçamos a

magnitude de nossos indicadores de impacto de interesse e, assim, tenhamos um

entendimento melhor das estimativas de impacto que serão apresentadas na

próxima seção. Para melhor descrição dos dados, apresentamos também um teste

de diferença de média para cada um dos indicadores entre tratados e controles.

Para as variáveis de mercado de trabalho, observamos algumas diferenças entre os

grupos em termos de níveis das variáveis. Olhando para os tratados, em termos de

ocupação, os grupos I e III apresentam taxa em torno de 80% e o grupo II de 70%.

Apenas para o grupo III, observa-se diferença estatisticamente significativa em

termos de taxa de ocupação entre tratados e controles (80% para tratados frente a

61% para o grupo de controle). Entre os que estavam desempregados, a procura por

trabalho é maior para os tratados nos três grupos, embora no teste de diferença de

média, a hipótese nula de igualdade de médias não tenha sido rejeitada a 90%. Para

a variável “carteira de trabalho”, enquanto que para os grupos I e II, 80% dos

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tratados disseram ter carteira, no grupo III esse número é de 60%. Por outro lado, é

menor a porcentagem de trabalhadores do grupo III que disse ter emprego por prazo

determinado. Importante lembrar que ambas as variáveis (carteira e prazo

determinado) são aplicáveis apenas aos indivíduos que disseram ter condição de

ocupação igual a empregado. A porcentagem de autônomos é maior para os tratados

do grupo III (42%), tanto em comparação com seu grupo de controle (21%), bem

como em comparação com os grupos I e II.

Em termos de salários, observamos uma média de quase R$ 1.000 mensais para

todos os grupos e jornada de trabalho em torno de 36 horas semanais.

Em relação a variável tempo no emprego atual, optamos por construir uma variável

binária que assume valor 1 se o indivíduo disse que estava no emprego há mais de

seis meses e valor 0 se estava há menos de seis meses. Em média, 60% e 55% dos

trabalhadores dos grupos I, II e III, respectivamente, disseram estar no emprego

atual há mais de seis meses.

Com relação à variável número de atividades/empregos que o indivíduo esteve

envolvido em 2015, também construímos uma variável binária que assume valor 1 se

o indivíduo esteve envolvido em apenas uma atividade/emprego em 2015, e valor 0

se esteve envolvido em mais de uma. Dentre os tratados do grupo III, 75% disse

estar envolvido em apenas uma atividade, um número bem menor relativamente aos

indivíduos de controle desse grupo (95%), bem como em comparação com os

demais cursos de qualificação.

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Tabela 14 – Médias dos indicadores de impacto de interesse

Variáveis Amostra Grupo I Grupo II Grupo III

n. obs. médias n. obs. médias n. obs. médias

Mercado de Trabalho

Trabalha/trabalhou em 2015

C 79 0,734 92 0,717 64 0,609

T 87 0,793 121 0,702 69 0,797

Procurou trabalho em 2015

C 38 0,737 44 0,727 32 0,656

T 38 0,868 62 0,823 28 0,750

Carteira C 45 0,84 53 0,7925 30 0,5667

T 55 0,8 69 0,7971 30 0,6333

Emprego temporário C 46 0,4348 54 0,4259 30 0,3667

T 54 0,4444 68 0,4706 30 0,3333

Autônomo C 58 0,1159 66 0,1818 39 0,2051

T 69 0,1635 85 0,1176 55 0,4182

Salário C 45 985,11 51 970,80 34 986,29

T 63 974,06 78 975,72 49 1012,45

Salário (ln) C 45 6,787 51 6,777 34 6,772

T 63 6,827 78 6,820 49 6,761

Horas de trabalho por semana

C 57 35,667 65 35,862 37 37,541

T 65 36,046 81 36,086 52 35,904

Duração no emprego > do que 6 meses

C 47 0,617 54 0,611 30 0,533 T 52 0,673 65 0,615 27 0,556

Envolvido em apenas uma ativ. em 2015

C 57 0,860 65 0,846 38 0,947 T 69 0,870 85 0,859 53 0,755

Nota atribuída à inserção atual

C 68 8,46 79 8,39 53 7,94 T 82 7,72 110 7,75 61 8,21

Ocup. relacionada à área do curso (dur.)

C 58 0,155 66 0,136 39 0,308

T 67 0,254 83 0,241 55 0,545

Ocup. relacionada à área do curso (flex)

C 58 0,466 66 0,409 39 0,308

T 67 0,522 83 0,458 55 0,545

Usa internet p/ divulgar inform. prof.

C 79 0,570 92 0,554 65 0,646

T 87 0,621 122 0,607 69 0,681 Escolaridade

Frequenta escola hoje C 80 0,475 93 0,538 64 0,359 T 87 0,483 121 0,554 69 0,130

Foi aprovado de 2014 para 2015

C 79 0,4177 93 0,4839 66 0,379 T 87 0,4943 122 0,5492 69 0,217

Se concluiu o ensino médio

C 29 0,448 36 0,528 18 0,444 T 41 0,561 62 0,597 12 0,333

Prestou ENEM C 79 0,481 92 0,446 62 0,274 T 86 0,465 119 0,445 66 0,273

Estuda para vestibular em casa

C 79 0,152 92 0,163 65 0,108

T 87 0,356 122 0,369 69 0,159

Fez/faz curso de inglês

C 79 0,152 92 0,141 65 0,123

T 87 0,080 122 0,090 69 0,043

Fez/faz curso de informática

C 79 0,392 92 0,380 65 0,262

T 87 0,276 122 0,295 69 0,203

Fez curso de QP depois que não a Liga

C 80 0,113 94 0,096 66 0,136

T 87 0,046 122 0,090 69 0,072

Em azul: rejeita-se a hipótese nula (médias são iguais) contra a alternativa de que as médias são diferentes com até 90% de confiança.

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O questionário incluiu uma pergunta que pedia aos entrevistados que atribuíssem

uma nota à sua inserção atual. A pergunta era aplicável para os que estavam

atualmente empregados ou para os que disseram estar procurando emprego. A nota

atribuída pelos tratados dos grupos I e II é menor (7,7) quando comparada a nota

atribuída pelo grupo de controle (8,4). Por outro lado, os tratados do grupo III

atribuíram notas maiores (8,2) do que seus controles (8), embora essas sejam bem

mais próximas.

Para avaliar se a ocupação do entrevistado estava relacionada à área do curso de

qualificação, construímos uma variável binária que assumiu valor 1 se a ocupação

estava relacionada à área do curso. Construímos duas variáveis: uma mais rígida e

outra mais flexível. No entanto, só há diferença de fato entre as duas variáveis para

os grupos I e II. Consideramos que ocupações da área de “comércio” eram

relacionadas ao curso de assistente administrativo; e consideramos que ocupações

da área de “assistente administrativo” eram relacionadas ao curso de suporte técnico

em informática. Observamos maior ligação entre a área do curso de qualificação e a

ocupação atual para os tratados do grupo III: 54,5% estavam envolvidos em

atividades relacionadas ao curso.

Por fim, apresentamos a variável que capta se o indivíduo usava a internet para

divulgar suas atividades profissionais. O maior valor foi observado para os tratados

do grupo III (68% disseram usar) e o menor valor foi observado para os controles

do grupo II (55% disseram usar).

Os comentários a seguir são para as variáveis de escolaridade. O indicador de

frequência à escola é bem menor para os indivíduos do grupo III, em particular para

os tratados desse grupo (13% frequentavam escola – nesse caso são de fato

egressos do curso de cabeleireiro). Essa evidência já tinha sido apontada

anteriormente quando descrevemos o perfil dos alunos da Liga. A variável se o

indivíduo foi aprovado ou não no curso que frequentava em 2014 foi feita para

aqueles que disseram estar frequentando escola naquele ano. Novamente, o

percentual mais baixo foi para os tratados do grupo III. Por outro lado, os percentuais

foram mais altos para os tratados dos grupos I e II: 50% e 55% dos tratados desses

grupos, respectivamente, disseram ter sido aprovados nos cursos que frequentavam.

Para a variável de conclusão do ensino médio, para os tratados do grupo II esse

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percentual também é relativamente mais alto: 60% dos que poderiam ter concluído

esse nível de ensino tiveram êxito.

Com relação a prestar ENEM, 45% dos indivíduos dos grupos I e II disseram ter

prestado e 27% dos indivíduos do grupo III disseram ter prestado. Praticamente

não há diferença entre tratados e controles em cada um dos grupos analisados.

No entanto, observamos diferença maior entre tratados e controles quando a

pergunta foi se o entrevistado estuda em casa para vestibulares ou para prestar

ENEM. Para os grupos I e II os valores para os tratados (36%) são mais que o dobro

do observado para os controles (16%) e para o grupo III o valor para os tratados

(16%) é 45% maior do que para os controles (11%).

Com relação a estar fazendo ou ter feito curso de inglês ou curso de informática, os

valores são maiores para os controles em todos os grupos, com uma diferença maior

quando avaliamos curso de inglês. Por exemplo, para o grupo II, 14% dos controles

disseram estar fazendo ou ter feito curso de inglês frente a 9% dos tratados. Por fim,

com relação a ter feito curso de qualificação em 2015, os valores também são

maiores para o grupo de controle, com a maior diferença entre tratados e controles

sendo observada no grupo III (14% dos controles frente a 7% dos tratados).

Novamente, destacamos que fizemos essa discussão para conhecermos a

magnitude de nossos indicadores de impacto de interesse; apenas a próxima seção

irá avaliar se existe de fato diferença para essas variáveis entre tratados e controles

atribuídas à participação no programa, de acordo com as nossas hipóteses de

identificação.

5.3. Estimativas de impacto da avaliação do QP sobre os

indicadores de interesse

A tabela 15 a seguir apresenta as estimativas de interesse. Na tabela estão

apresentados a estimativa de impacto para cada indicador de interesse (o β da

equação 1, pág. 30), bem como, o P-Valor associado a essa estimativa. O P-Valor

fornece a medida da significância estatística da estimativa de impacto obtida.

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A “regra de bolo” é considerar a estimativa obtida estatisticamente diferente de zero

se o P-Valor for menor do que 0,1; e, quanto menor, melhor6.

Para os resultados da tabela 15, temos os seguintes destaques:

Empregabilidade:

Para os grupos I (assistente administrativo) e II (assistente administrativo +

suporte), observou-se a probabilidade maior dos tratados estarem em busca de

um trabalho relativamente ao grupo de controle, entre aqueles que não estavam

trabalhando em 2015. Ou seja, embora não tenhamos observado diferença em

termos de taxa de ocupação em 2015, o engajamento dos que passaram pela

Liga parece ser maior, visto que um percentual maior desses indivíduos está em

busca de trabalho.

Também para esses dois grupos, observamos um efeito positivo para o ln

(salário), indicando que indivíduos que passaram pela Liga têm em média

salários 12%, aproximadamente, maiores relativamente à situação de não ter

passado. Embora, os valores não sejam estatisticamente significativos para os

valores absolutos, acreditamos que isso se explica pela grande variabilidade

dessa variável em nível, com amostra pequena.

Embora, os grupos I e II apresentem uma dinâmica melhor de engajamento no

mercado de trabalho, para ambos os grupos a nota atribuída à inserção atual foi

0,5 ponto menor do que a atribuída pelo grupo de controle. A magnitude da

diferença é de fato pequena, lembrando que a nota varia entre 0 e 10, mas

mesmo assim é menor do que a do grupo de controle. Talvez isso se deva a

esses indivíduos estarem mais exigentes em termos da qualidade de seu

engajamento.

6. Calculando “1 - P-Valor”, temos uma medida do tamanho do intervalo de confiança que seria preciso construir para que o valor “zero” não estivesse contido no intervalo. O intervalo de confiança corresponde aos possíveis valores que a estimativa de impacto poderia assumir, caso tivéssemos sorteado uma amostra diferente. Em análises desse tipo, para que haja impacto, o valor “zero” não deve ser um desses possíveis valores, portanto, não deve estar contido no intervalo de confiança. Sendo assim, P-Valores pequenos implicam que mesmo construindo grandes intervalos de confiança, o valor “zero” não estaria contido; por outro lado, P-Valores grandes implicam que apenas para pequenos intervalos de confiança, o valor “zero” não estaria contido.

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43

Para o grupo III (gastronomia + cabeleireiro), observamos que indivíduos que

passaram pela Liga têm maior probabilidade de estarem trabalhando como

autônomos relativamente à situação de empregados (visto que são raríssimos

os casos de empregadores e estagiários) quando comparados com o grupo de

controle. Além disso, observa-se para esse grupo uma maior inserção em

atividades relacionadas à área do curso de qualificação. De fato esses dois

resultados devem estar relacionados. As atividades de gastronomia e

cabeleireiro são mais associadas a um perfil de atividade autônoma/conta

própria e, como os tratados desse grupo estão mais envolvidos em atividades

relacionadas ao curso de qualificação, isso explica a maior probabilidade de

autônomos nesse grupo. Para esse grupo, observa-se também menor

probabilidade de envolvimento em apenas uma atividade/emprego no ano de

2015, frente a ter se envolvido em número maior de atividades/empregos.

Escolaridade:

Para o grupo III encontramos que os tratados apresentam menor chance de

estarem frequentando escola hoje relativamente aos controles. O maior

envolvimento do grupo de tratamento com o mercado de trabalho pode explicar

esse resultado. Embora, os resultados obtidos não mostrem diferenças

estatisticamente significativas entre tratados e controles para a taxa de

ocupação, em média, o engajamento é maior para os tratados desse grupo

(conforme dados da tabela 14, em média, 80% dos tratados estavam

trabalhando ou tiveram um trabalho em 2015; para o grupo de controle, esse

número é de 61%).

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44

Tabela 15 – Impacto do Programa QP da Liga sobre diversas variáveis de

interesse – MQO – todos tratados versus todos controles

Variáveis de interesse

Grupo I = assist. administrativo

Grupo II = assist. administ. +

suporte

Grupo III = cabelo + gastron.

Todos os grupos

n. obs. coef. n. obs. coef. n. obs. coef. n. obs. coef.

Trabalha/trabalhou em 2015

157 0,069 199 0,050 121 0,096 320 0,0513

[0,358] [0,462] [0,308] [0,338]

Procurou trabalho 73 0,1697 99 0,1647 55 0,1736 154 0,1210

0,082 0,053 0,172 [0,091]

Carteira assinada 94 0,045 115 0,070 56 -0,072 171 0,0448

[0,622] [0,388] [0,620] [0,519]

Emprego temporário 94 -0,076 115 -0,021 56 -0,019 171 0,0097

[0,497] [0,831] [0,903] [0,902]

Autônomo 120 -0,089 143 -0,064 85 0,1971 228 0,0181

[0,210] 0,318 0,0850 [0,731]

Salário 103 79,61 124 79,453 74 -134,2 198 -1,39

[0,264] [0,240] [0,117] [0,979]

Salário (ln) 103 0,145 124 0,126 74 -0,126 198 0,0332

[0,101] [0,106] [0,251] [0,607]

Horas de trabalho por semana

115 1,960 138 1,115 81 -3,232 219 -0,48

[0,373] [0,572] [0,344] [0,774]

Duração no emprego > do que 6 meses

93 0,062 112 0,0186 53 -0,0414 165 0,0039

[0,535] [0,846] [0,807] [0,961]

Envolvido em apenas 1 ativ. em 2015

119 0,0164 142 -0,0016 82 -0,2448 224 -0,0784

[0,801] [0,979] [0,017] [0,120]

Nota atribuída à inserção atual

142 -0,767 178 -0,6118 105 0,2590 283 -0,2933

[0,008] [0,018] [0,490] [0,165]

Ocup. relacionada à área do curso(dura)

118 0,0456 141 0,0928 85 0,3375 226 0,1836

[0,580] [0,202] [0,005] [0,003]

Ocup. relacionada à área do curso (flex)

118 0,0385 141 0,0849 85 0,3375 226 0,1823

[0,715] [0,354] [0,005] [0,010]

Usa internet p/ divulgar inform. prof.

157 0,099 200 0,103 122 0,050 322 0,0782

[0,237] [0,160] [0,610] [0,172]

Escolaridade

Frequenta escola hoje 158 -0,063 200 -0,066 121 -0,149 321 -0,0693

[0,382] [0,272] [0,057] [0,134]

Aprovado 157 -0,018 201 -0,054 123 -0,010 123 -0,0143

[0,797] [0,372] [0,896] [0,890]

Concluiu o ensino médio

95 0,0268 324 -0,0193

[0,819] [0,674]

Prestou ENEM 156 -0,0464 199 -0,053 117 0,0365 316 -0,0319

0,592 0,485 0,6800 [0,575]

Estuda para vestibular em casa

157 0,161 200 0,150 122 0,1296 322 0,1474

0,029 0,023 0,0880 [0,002]

Fez/faz curso de inglês

157 -0,112 200 -0,091 122 -0,101 322 -0,0890

[0,058] [0,071] [0,088] [0,018]

Fez/faz curso de informática

157 -0,136 200 -0,099 122 -0,073 322 -0,0838

[0,094] [0,177] [0,414] [0,129]

Fez curso QP depois 158 -0,077 202 -0,011 123 -0,011 325 -0,0117

[0,095] [0,795] [0,857] [0,731]

Obs.: realce de azul – coeficientes são estatisticamente diferentes de zero com até 90% de confiança. Todas as regressões são condicionais ao vetor X de variáveis explicativas definido no quadro 1. Valor entre colchetes é o P-Valor.

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45

Embora, não tenhamos encontrado diferença em termos de ter prestado ENEM,

encontramos que as pessoas que passaram pela Liga apresentam maior

probabilidade de estar estudando em casa para o ENEM/vestibular quando

comparados com indivíduos que não passaram pela Liga – esse efeito aparece

para todos os grupos; uma possibilidade é justamente que a passagem pela

Liga possa ter aumentado as perspectivas ou expectativas de maior

qualificação, como possível inserção no ensino superior, o que levou esses

indivíduos a iniciar seus estudos.

Por outro lado, encontramos que indivíduos que não passaram pela Liga

apresentam maiores chances de estar fazendo ou terem feito curso de inglês –

esse efeito também aparece para todos os grupos; além disso, para o grupo I

(assistente administrativo) também aparece que aqueles que não passaram

pela Liga têm maior probabilidade de ter feito ou estar fazendo curso de

informática. O curso de assistente administrativo oferece ferramentas de

informática; como o grupo de controle queria participar do curso, devem ter

buscado tais ferramentas de outra forma.

Por fim, para o grupo I, temos que os tratados apresentam menor probabilidade

de terem feito curso de qualificação profissional em 2015 (que não a Liga)

relativamente ao grupo de controle, algo esperado.

Interessante observar que os impactos variam para os grupos analisados. Isto é, são

poucas as variáveis de impacto que apresentam resultados na mesma direção para

todos os grupos. As exceções são para os indicadores: se procurou trabalho em

2015, se estuda para ENEM/vestibular em casa e se fez curso de inglês. Para as

demais, encontramos efeito para um grupo, mas não encontramos para o outro. Por

exemplo, encontramos efeito positivo sobre a probabilidade de ser autônomo e de

estar ocupado na área do curso apenas para o grupo III; por outro lado, encontramos

efeito positivo sobre o salário apenas para os grupos I e II. Esses resultados

sugerem quão importantes são as análises separadas para os grupos, ainda que

isso implique amostras menores.

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46

Conforme observamos na seção sobre cursos de qualificação profissional, existem

pessoas que fizeram cursos de QP que não da Liga em 2014. Assim, para tentarmos

entender os efeitos desses outros cursos em nossos resultados, mensuramos

também o impacto do QP da Liga, excluindo do grupo de controle os indivíduos que

disseram ter feito curso de qualificação em 2014. Esses resultados estão

apresentados no apêndice D. Em geral, a maior parte dos resultados encontrados

para a amostra total se mantém. Há algumas diferenças que são explicitadas e

analisadas também no apêndice D.

5.4. Estimativas de impacto da avaliação do QP sobre os

indicadores de interesse – estimativas via pareamento

Nessa seção apresentamos os resultados das estimativas de impacto para os

indicadores de interesse obtidos a partir de uma análise de pareamento. A ideia

desse procedimento é de dar maior peso para os controles que estão mais próximos

aos tratados. Tendo por base o mesmo vetor X descrito no quadro 1, estimamos uma

equação para a probabilidade de o indivíduo participar do tratamento. Isso foi feito

separadamente para cada um dos grupos analisados, bem como, para todos os

grupos, ao todo quatro estimativas. Na sequência as estimativas via pareamento

(kernel matching) foram obtidas. No apêndice E estão apresentados os modelos

logits para a probabilidade de o indivíduo ser tratado (tabela E1), bem como, uma

análise do balanceamento do pareamento (tabela E2).

A análise da tabela E1 nos mostra que não são muitas as variáveis que afetam a

probabilidade do indivíduo ser tratado. Para o grupo I, temos idade (efeito negativo)

e nota geral (efeito positivo); para o grupo II, temos a nota geral (efeito positivo); e

para o grupo III temos se o indivíduo estudava ou não no momento da seleção

(efeito negativo), a nota geral (efeito positivo) e se o indivíduo tinha ensino médio

completo ou não (efeito negativo). A nota geral, portanto, é a variável que aparece

em todas as estimativas, indicando que quanto maior a nota, maior a probabilidade

de o indivíduo fazer parte do tratamento (o aumento de um ponto na nota, aumenta

em 9,5 pontos percentuais a probabilidade de o indivíduo ser tratado – resultado do

logit para todos os grupos).

Page 47: Programa de Qualificação Profissional... · 2 São Paulo – SP Fundação Itaú Social Julho/2016 Relatório de Avaliação Econômica Programa de Qualificação Profissional Liga

47

O fato de poucas variáveis explicarem a probabilidade de o indivíduo fazer parte do

tratamento é condizente com a pré-seleção de controles feita pelo pessoal da Liga,

no início da avaliação. Foram selecionados para grupo de controle os indivíduos

mais parecidos com os tratados, ou seja, pessoas que a princípio poderiam ter sido

selecionadas para participar dos cursos de qualificação, caso houvesse mais vagas.

Com relação aos resultados do balanceamento (tabela E2), observamos que para as

análises em separado para os grupos, apenas para o grupo III houve um caso de

variável não balanceada depois do pareamento. Foi para o indicador de impacto se o

indivíduo procurou emprego; a variável que indicava se o indivíduo trabalhava ou

não no momento da seleção ficou desbalanceada. No entanto, quando fizemos o

pareamento incluindo todos os grupos na análise, observamos que para diversos

indicadores de impacto, a variável se o indivíduo era solteiro ou não no momento da

seleção ficou desbalanceada. Esses resultados são mais uma evidência a favor das

análises separadas por grupos, ainda que isso implique amostras menores.

A tabela 16 a seguir apresenta os resultados obtidos para as estimativas de

pareamento. Embora haja mudança de magnitude nos impactos estimados, as

conclusões obtidas a partir da tabela 15 são todas mantidas.

Em suma, entendemos que a análise de pareamento reforçou os resultados

apontados na tabela 15, mostrando robustez na análise. Assim, os resultados

da tabela 15 serão utilizados na análise de retorno econômico a ser apresentada

na seção seguinte.

Page 48: Programa de Qualificação Profissional... · 2 São Paulo – SP Fundação Itaú Social Julho/2016 Relatório de Avaliação Econômica Programa de Qualificação Profissional Liga

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Tabela 16 – Impacto do Programa QP da Liga sobre diversas variáveis de

interesse – resultados via pareamento

Variáveis de interesse

Grupo I = assist. administrativo

Grupo II = assist. administ. + suporte

Grupo III = cabelo + gastron.

Todos os grupos

n. obs. dif. n. obs. dif. n. obs. dif. n. obs. dif.

Trabalha/trabalhou em 2015

148 0,1126

193 0,0829

110 0,1153

316 0,0703

(1,44) (1,14) (1,13) (1,24)

Procurou trabalho 70 0,188

95 0,189

46 0,274

153 0,1565

(1,91) (2,01) (1,52) (2,08)

Carteira assinada 84 0,0975

110 0,1384

45 -0,0365

166 0,0538

(1,04) (1,5) (-0,22) (0,7)

Trabalho com prazo determinado

62 -0,0742

110 0,0004

45 0,0156

166 0,0301

(-0,62) (0,00) (0,1) (0,35)

Autônomo 108 -0,0148

138 -0,0168

70 0,2901

222 0,0529

(-0,17) (-0,21) (2,53) (0,85)

Salário 95 139,61

121 111,63

59 -136,65

192 -12,218

(1,39) (1,23) (-1,32) (-0,19)

Salário (ln) 95 0,2109

121 0,1568

59 -0,1809

192 0,0031

(2,02) (1,64) (-1,22) (0,04)

Horas de trabalho por semana

105 2,4324

133 2,54

66 -5,35

214 -0,24

(1,03) (1,12) (-1,5) (-0,13)

Duração no emprego > do que 6 meses

84 0,0468

108 -0,0403

43 -0,0312

160 0,0151

(0,40) (-0,36) (-0,18) (0,18)

Envolvido em apenas 1 ativ. em 2015

107 -0,0079

137 -0,0130

67 -0,2206

218 -0,0901

(-0,10) (-0,18) (-2,34) (-1,65)

Nota atribuída à inserção atual

135 -0,7208

172 -0,4460

94 0,1267

279 -0,2666

(-2,34) (-1,61) (0,29) (-1,16)

Ocup. relacionada à área do curso (dur.)

107 0,0083

137 0,0226

70 0,3210

220 0,1838

(0,10) (0,3) (2,63) (2,86)

Ocup. relacionada à área do curso (flex)

107 -0,0737

137 0,0269

70 0,3210

220 0,1442

(-0,67) (0,26) (2,63) (1,92)

Usa internet p/ divulgar inform. prof.

148 0,0851

194 0,1049

111 -0,0163

318 0,0717

0,95 1,31 -0,15 1,19

Escolaridade

Frequenta escola hoje 149 -0,0271

194 -0,0386

110 -0,1731

317 -0,0553

(-0,30) (-0,48) (-1,8) (-0,9)

Aprovado 148 0,0369

195 -0,0259

112 -0,0009

320 -0,0087

(0,41) (-0,32) (-0,01) (-0,14)

Concluiu o ensino médio

89

0,0242 117

-0,0186

0,19 -0,17

Prestou ENEM 147 -0,0074

193 -0,0235

107 0,0792

312 -0,0188

(-0,08) (-0,29) (0,78) (-0,31)

Estuda para vestibular em casa

148 0,1768

194 0,1634

111 0,1149

318 0,1376

(2,31) (2,38) (1,45) (2,78)

Fez/faz curso de inglês

148 -0,1213

194 -0,1182

111 -0,0992

318 -0,1067

(-1,93) (-2,16) (-1,47) (-2,69)

Fez/faz curso de informática

148 -0,1355

194 -0,1250

111 -0,0713

318 -0,1140

(-1,56) (-1,6) (-0,74) (-1,98)

Fez curso QP depois 149 -0,0579

196 -0,0026

112 -0,0418

321 -0,0074

(-1,17) (-0,06) (-0,6) (-0,2)

Obs.: dif. – resultado da diferença da média entre tratamento e controle para cada variante dependente. Estatística t entre parênteses. Realce de azul – diferenças são estatisticamente diferentes de zero com até 90% de confiança.

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6. Análise do Retorno Econômico do Projeto de

Qualificação Profissional

Para avaliarmos o retorno econômico do Programa de Qualificação Profissional

precisamos comparar os custos com os benefícios do programa. Os custos

disponibilizados pela equipe da Liga estão apresentados na tabela seguinte.

Tabela 17 – Custos anuais de execução do Programa de Qualificação

Profissional – Ano base 2015 (em R$)

Custo Direto

Custo Indireto

EDD

Despesa (Sede)

Custo Total

Pessoal 649.263,54 166.003,97 112.123,13 927.390,64

Despesas operacionais 453.859,13 80.756,24 17.672,95 552.288,32

Serviços de terceiros 5.041,80 6.554,73 33.172,69 44.769,22

Despesas administrativas 15.084,74 7.201,50 13.509,97 35.796,21

Outras despesas operacionais 16.589,33 816,53 267,45 17.673,30

Despesa de depreciação/amortização 8.793,19 22.286,79 5.019,47 36.099,44

Total 1.148.631,73 283.619,76 181.765,66 1.614.017,13

Percentual 71% 18% 11% 100%

Fonte: Liga Solidária.

Esses gastos consideram um atendimento anual de 430 indivíduos, de forma que o

gasto por aluno é de R$ 3.753,53 por ano ou R$ 312,79 por mês. As despesas da

sede vão além das concessionárias, ou seja, compõem todos os departamentos de

apoio da Liga: RH, tecnologia, desenvolvimento institucional, captação,

superintendência, controladoria, entre outros. Os custos indiretos incluem as

despesas com água, luz, telefone, administração, segurança, enfim, tudo que não é

custo direto com os cursos e que ficam no Educandário.

Com relação aos benefícios, na avaliação de retorno econômico do projeto social

consideram-se como benefícios os ganhos que o projeto gera para os beneficiários

do projeto social. A partir das hipóteses adotadas na presente avaliação, estimamos

Page 50: Programa de Qualificação Profissional... · 2 São Paulo – SP Fundação Itaú Social Julho/2016 Relatório de Avaliação Econômica Programa de Qualificação Profissional Liga

50

que os salários obtidos pelos tratados dos cursos de assistente administrativo e

suporte técnico são, em média, maiores do que aqueles observados para os

indivíduos do grupo de controle desses mesmos cursos. Assim, a estratégia adotada

será a de considerar esses ganhos salariais como sendo os benefícios gerados pelo

programa de qualificação profissional.

Importante que façamos uma observação com relação às estimativas de impacto

obtidas para a variável de salário para o grupo III – gastronomia + cabeleireiro. O

resultado foi negativo, mas não estatisticamente significativo. Uma análise

fundamental de ser incorporada para esse grupo é a da taxa de ocupação. Embora,

a regressão para a taxa de ocupação não tenha mostrado impactos estatisticamente

significativos, a análise da taxa de ocupação para tratados e controles do grupo III

mostra uma enorme diferença entre esses grupos7. Tendo por base os mesmos

indivíduos que são incluídos na regressão de ocupação (ou seja, indivíduos para os

quais conhecemos todos os valores para variáveis explicativas que são incluídas na

regressão), encontramos uma diferença na taxa de ocupação entre tratados e

controles de 18 pontos percentuais, a favor dos tratados. Tal diferença não aparece

para os demais grupos (grupo I e grupo II). A tabela 18 abaixo apresenta esses

números.

Tabela 18 – Taxas de ocupação para os grupos de interesse – pesquisa de

campo final

Trabalha ou trabalhou em 2015

Grupo I Grupo II Grupo III tratados controles tratados controles tratados controles

Sim 66

(78,6%) 54

(74%) 82

(71,9%) 61

(71,8%) 51

(78,5%) 34

(60,7%)

Não 18 19 32 24 14 22 Total 84 73 114 85 65 56

Tal diferença na taxa de ocupação implica que quando analisamos as estimativas de

salário (e demais variáveis que estão definidas apenas para os ocupados), deixamos

de lado, no caso do grupo III, 40% dos controles, uma seleção bastante grande –

que não acontece na mesma magnitude para o grupo de tratamento. No caso dos

7. Inclusive, já comentamos esses dados quando analisamos o resultado negativo para a variável de frequência à escola.

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51

grupos I e II, o tamanho da seleção de tratados e controles é bem mais similar. Em

geral, acredita-se que essa seleção seja positiva, no sentido de que os mais hábeis e

motivados estejam no mercado de trabalho. A implicação aqui é que acabamos por

superestimar a média salarial dos controles. Apenas para esse grupo, estimamos

novamente a equação de salários tendo por base um modelo tobit – esse modelo

considera na estimação o fato de observarmos o salário para apenas uma parte do

grupo (isto é, para os ocupados). Nessa estimativa o coeficiente associado a variável

de tratamento torna-se positivo, embora estatisticamente igual a zero (β = 71.65 com

P-Valor = 0.638). Essa pode ser uma evidência de que as estimativas que

consideram apenas os ocupados para o grupo III podem estar enviesadas a favor do

grupo de controle.

Sendo assim, muito embora consideremos nos benefícios apenas os ganhos

salariais obtidos para os grupos I e II, não entendemos que isso signifique que não

haja benefícios para os indivíduos que passam pelos cursos de gastronomia e

cabeleireiro. Chama atenção a vantagem em termos da taxa de ocupação para esse

grupo, embora, como já destacado os resultados não sejam estatisticamente

significativos. Além disso, esse grupo mostra maior inserção em ocupações

relacionadas à área do curso de qualificação, algo também bastante importante,

visto que os indivíduos estão passando pelo curso e estão indo trabalhar na área do

curso. Por fim, a maior proporção de autônomos no grupo também é uma evidência

de que o curso está proporcionando uma possibilidade de inserção no mercado de

trabalho. Em geral, os indivíduos que frequentam esses cursos são mulheres, mais

na fase adulta do ciclo de vida, com arranjos familiares já estabelecidos8. Sendo

assim, os cursos estão possibilitando a esse grupo uma chance de inserção que, na

ausência do curso, de acordo com os resultados obtidos, não seria possível.

A tabela 20 mais abaixo apresenta o fluxo dos benefícios e custos do programa.

Mas, antes de analisá-la, vamos explicitar como chegamos aos valores dessa tabela.

Vamos descrever os custos. Faremos dois tipos de análises. Na primeira análise

consideraremos nos custos os tratados dos quatro cursos; na segunda análise

8. Como mostram os dados da tabela 11, comparando os tratados dos grupos II e III, no momento da seleção, por exemplo: no grupo II, 66% são mulheres e, no grupo III, 80% são mulheres; no grupo II, a média de idade é de 20 anos e, no grupo III, a média de idade é de quase 30 anos; e, por fim, no grupo II, 18% eram casados e, no grupo III, 45% eram casados.

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consideraremos nos custos apenas os tratados dos cursos de assistente

administrativo e suporte técnico. A razão desses recortes deve-se ao fato de termos

estimado impacto sobre os salários apenas para esses dois cursos. No entanto,

como já argumentado anteriormente, não acreditamos que isso signifique que não

haja benefícios para os indivíduos para o grupo III: gastronomia e cabeleireiro.

Achamos interessante incluir essa análise que considere apenas os tratados dos

cursos do grupo II (assistente administrativo + suporte técnico) para termos uma

estimativa mais acurada de retorno para esse grupo.

Os tratados fizeram o curso em 2014, sendo assim, deflacionamos (a partir do INPC)

o custo por aluno anual apresentado anteriormente para 2014 (valor obtido de R$

3.533,45). Na primeira análise, multiplicamos esse valor pelo total de tratados que

participaram da nossa pesquisa de campo, ou seja, por 191 (conforme valores

apresentados na tabela 2 desse texto). Na segunda análise multiplicamos por 112

(87+35) que é o total de tratados dos cursos de assistente administrativo e suporte

técnico que participaram da pesquisa em 2015.

Consideramos também nos custos, um possível custo de oportunidade associado

aos salários “perdidos” no momento em que os tratados estão fazendo o curso.

Fizemos três cenários: i) admitimos que nenhum dos tratados estivesse trabalhando;

ii) que apenas 50% dos tratados não estivessem trabalhando; iii) que apenas 20%

dos tratados não estivessem trabalhando. Admitimos também que os salários que os

tratados teriam em 2014, ou seja, antes do programa, fossem iguais aos salários que

seriam observados sem o efeito causal do programa. Calculamos esse valor com

base na pesquisa de 2015, a partir dos dados da tabela 14, e deflacionamos esse

valor para 2014. Note que para os tratados dos cursos de assistente administrativo +

suporte técnico, o valor observado na pesquisa de 2015 inclui o efeito causal do

programa – assim foi preciso descontar tal impacto (utilizamos as estimativas de

impacto da tabela 15); já no caso de gastronomia + cabeleireiro, como não foram

observadas diferenças nos salários relativamente aos dos controles, utilizamos os

próprios valores. Na primeira análise utilizamos um salário médio que inclui todos os

tratados – foi feita uma média ponderada a partir dos tamanhos de amostra

observados na tabela 2 – e multiplicamos por 191; na segunda análise, utilizamos os

salários médios apenas dos cursos de assistente + suporte e multiplicamos por 112.

Esses montantes equivalem ao salário perdido pelo fato dos tratados estarem fora

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53

do mercado de trabalho enquanto estão fazendo o curso. Os valores dos custos

estão apresentados na tabela seguinte.

Tabela 19 – Custos estimados para o cálculo do retorno econômico

Todos os cursos

Assist. + Suporte

Todos os cursos

Assist. + Suporte

Custo por aluno 1ª análise 2ª análise 1ª análise 2ª análise

R$ 3.533,45 191

tratados 112 tratados R$ 674.889,59 R$ 395.746,78

Custo de oportunidade

Salário médio antes do programa

Cenário 1 (nenhum dos

tratados trabalha)

Cenário 2 (50% dos

tratados não trabalha)

Cenário 3 (20% dos

tratados não trabalha)

Todos os tratados 1ª análise

R$ 869,05 R$ 165.988,49 R$ 82.994,24 R$ 33.197,70

Tratados dos cursos de assistente + suporte 2ª análise

R$ 809,77 R$ 90.694,49 R$ 45.347,25 R$ 18.138,90

Com relação aos benefícios, não há diferenças de valores para as duas análises,

visto que só iremos incluir as diferenças salariais relativamente aos controles para os

cursos de assistente + suporte. Como colocado, os valores observados na pesquisa

de 2015 incluem o efeito causal do programa; sendo assim, caso não tivessem

passado pelo programa, os salários dos tratados seriam menores. Esses valores

foram obtidos a partir do seguinte cálculo: os resultados da tabela 15 são para o

ln(salário), sendo assim, calculamos o percentual de acréscimo para o salário9. Em

seguida, calculamos os salários dos controles, a partir da equação: salário_controles

*(1 + impacto) = salário_tratados e, então, o diferencial de salário devido ao

tratamento. Esse valor é mensal e, em média, para um tratado. Sendo assim,

multiplicamos esse valor por 12 (12 meses = 1 ano) e por 112*0,7 (tratados dos

cursos de assistente e suporte técnico * taxa de ocupação10). A tabela 20 abaixo traz

esses números.

9. Ln salário tratados – ln salário controles = 0,145 Ln (salário tratados/salário controles) = 0,145 exp(Ln(salário tratados/salário controles)) = exp(0,145) (salário tratados/salário controles) = exp(0,145) impacto do programa = (salário tratados/sálário controles) -1 = exp(0,145) -1.

10. Conforme dados da tabela 14.

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54

Tabela 20 – Benefícios estimados para o cálculo do retorno econômico

Salários dos tratados (assistente +suporte) R$ 975,72

Impacto do programa no ln(salário) R$ 0,145

Impacto do programa no salário R$ 0,156

Salários dos tratados na ausência do programa R$ 844,02

Diferencial mensal devido ao programa R$ 131,70

Diferencial anual devido ao programa R$ 1.580,40

Diferencial anual para o total de tratados R$ 123.903,53

Os valores dos benefícios são estimados para 2015, no entanto, por hipótese, esse

impacto deve permanecer na vida dos beneficiários por alguns anos. Vamos calcular

a Taxa Interna de Retorno admitindo que tal impacto permaneça por 3, 5, 10 anos e,

por fim, até o indivíduo sair do mercado de trabalho. A tabela 21 abaixo apresenta os

fluxos de custo e benefícios para a primeira análise no primeiro cenário.

Tabela 21 – Fluxos estimados de custo e benefícios para o cálculo do retorno

econômico

Idade

custos (1º cenário)

benefícios líquido

21 2013 Seleção

22 2014 fazendo o curso 840.878,08 0 -840.878,08

23 2015 mercado de trabalho

123.903,53 123.903,53

24 2016 mercado de trabalho

123.903,53 123.903,53

25 2017 mercado de trabalho

123.903,53 123.903,53

... .... ....

.... ....

32 2024 mercado de trabalho

123.903,53 123.903,53

33 2025 mercado de trabalho

123.903,53 123.903,53

34 2026 mercado de trabalho

123.903,53 123.903,53

... ... ....

.... ....

65 2057 mercado de trabalho

123.903,53 123.903,53

Para a segunda análise e demais cenários, altera-se apenas o valor dos custos;

o fluxo de benefícios permanece sempre igual. A tabela 22 a seguir apresenta a Taxa

Interna de Retorno (TIR) para as duas análises e diferentes cenários.

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55

Tabela 22 – Taxa interna de retorno (TIR) do Projeto de Qualificação

Profissional

1ª análise 2ª análise

1º cenário 2º cenário 3º cenário 1º cenário 2º cenário 3º cenário

3 anos -31,9% -28,6% -26,4% -12,3% -8,1% -5,2%

5 anos -9,4% -6,4% -4,3% 8,6% 12,5% 15,1%

10 anos 7,7% 10,1% 11,7% 22,0% 25,1% 27,2%

até aposentar 14,7% 16,3% 17,5% 25,5% 28,1% 29,9%

Como fica claro na tabela acima, considerando todos os 191 tratados, em dez anos

no primeiro cenário, o projeto tem retorno de 7,7% ao ano. Se considerarmos nos

custos apenas os tratados dos cursos de assistente administrativo e suporte técnico,

em cinco anos no primeiro cenário já observamos retorno de 8,6% ao ano.

Importante ressaltar que estamos considerando como benefícios aqui apenas os

ganhos salariais advindos para os tratados dos cursos de assistente administrativo e

suporte técnico, muito embora, como já argumentado, nosso entendimento não seja

que os cursos de gastronomia e cabeleireiro não tenham impactos. O argumento é

que a diferença bastante significativa em termos de taxa de ocupação entre tratados

e controles para o grupo III levou a uma superestimação da média salarial para o

grupo de controle. Vale adicionar que a pequena amostra para esse grupo também

foi um elemento que prejudicou a análise.

Como exercício adicional para as análises de retorno, utilizamos o custo total da

Liga, ou seja, os números reais de atendidos pela Liga (ao invés dos números

observados na pesquisa de campo) – considerando os quatro cursos. Essa

diferenciação na análise é importante na medida em que há custos na Liga que

são fixos. Na análise anterior que multiplica o custo/aluno pelo total de alunos

participantes da pesquisa de campo, significa considerar que todos os custos

são variáveis, o que não necessariamente é verdadeiro. Sendo assim, para essa

diferenciação de cálculo, os custos do programa correspondem ao valor de

R$ 1.519.384,95, que é simplesmente o custo total de R$ 1.614.017,13, deflacionado

para 2014. No cálculo do salário médio para estimar o custo de oportunidade,

utilizamos os números de vagas oferecidos em cada curso como ponderador.

Para contabilizar os benefícios, utilizamos também o número real de atendidos

dos cursos de assistente administrativo + suporte técnico (2/3 dos 430 atendidos).

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56

O valor do benefício estimado para cada tratado é o mesmo das análises anteriores

(ou seja, de R$ 131,70/mês ou R$ 1.580,40/ano). A tabela 23, a seguir, apresenta os

fluxos de custo e benefícios para esse exercício adicional, e a tabela 24 apresenta

as TIR’s para os diferentes cenários.

Tabela 23 – Fluxo estimado de custo e benefícios para o cálculo do retorno

econômico – tendo por base o número real de atendidos

Considerando o nº real de atendidos

idade

custos (1º cenário) benefícios líquido

21 2013 Seleção

22 2014 fazendo o curso 1.890.517,63 0 -1.890.517,63

23 2015 mercado de trabalho

317.134,03 317.134,03

24 2016 mercado de trabalho

317.134,03 317.134,03

25 2017 mercado de trabalho

317.134,03 317.134,03

... .... ....

.... ....

32 2024 mercado de trabalho

317.134,03 317.134,03

33 2025 mercado de trabalho

317.134,03 317.134,03

34 2026 mercado de trabalho

317.134,03 317.134,03

... ... ....

.... ....

65 2057 mercado de trabalho

317.134,03 317.134,03

Tabela 24 – Taxa interna de retorno (TIR) do Projeto de Qualificação

Profissional – tendo por base o nº real de atendidos pela Liga

Considera o nº real de atendidos pela Liga

1º cenário 2º cenário 3º cenário

3 anos -27,8% -24,3% -21,9%

5 anos -5,6% -2,4% -0,2%

10 anos 10,7% 13,2% 15,0%

até aposentar 16,8% 18,6% 19,9%

De acordo com os resultados dessa análise, admitindo que os ganhos salariais

permaneçam por dez anos na vida dos beneficiários, o projeto aponta para taxas de

retorno anuais de 11% ao ano no cenário mais pessimista para os custos de

oportunidade. As taxas aqui são maiores que as obtidas anteriormente porque a

representatividade do grupo II no número real de atendidos pela Liga é maior do que

em nossa pesquisa de campo. Como apontado na tabela 2, logo no início do

relatório, a taxa de resposta dos tratados do curso de gastronomia é a maior dentre

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57

os cursos; cabeleireiro praticamente empata com suporte; assistente administrativo

apresenta a menor taxa de resposta.

Comentários Finais

O objetivo desse relatório foi apresentar uma avaliação de impacto e retorno

econômico do programa de Qualificação Profissional da Liga das Senhoras

Católicas. Este relatório, especificamente, apresenta os resultados finais da

avaliação de impacto do QP sobre aspectos relativos à empregabilidade e

escolaridade dos beneficiários. Para a realização da avaliação foram feitas duas

pesquisas de campo. A primeira pesquisa de atualização cadastral e monitoramento

no fim de 2014; e a segunda pesquisa no fim de 2015 para coletar os indicadores de

impacto de interesse, propriamente ditos. Foi com base nas informações dessa

segunda pesquisa de campo que o presente relatório foi elaborado.

A avaliação teve por base os tratados que participaram do programa em 2014.

O grupo de controle escolhido foi formado por pessoas que se inscreveram para

participar do curso em 2014, mas que não foram aceitos por restrição de vaga.

A escolha desse grupo foi feita pela própria equipe do QP. Para construir esse grupo

de controle, a equipe tinha em mente o seguinte questionamento: se tivéssemos o

dobro de vagas, quem iríamos convidar? A hipótese de identificação para a avaliação

causal do programa de qualificação profissional sobre os indicadores de

empregabilidade e escolaridade utiliza fundamentalmente as variáveis observadas

pré-tratamento, bem como, essa escolha inicial feita pela Liga dentre os inscritos e

não selecionados.

Avaliação de impacto

Trabalhamos com diferentes indicadores associados ao envolvimento dos

beneficiários no mercado de trabalho e a escolaridade. Além disso, todas as análises

foram feitas separadamente para: os tratados do curso de assistente administrativo

(grupo I); para os tratados dos cursos de assistente administrativo + suporte técnico

(grupo II); para os tratados dos cursos de gastronomia e cabeleireiro (grupo III); e

para os tratados de todos os cursos juntos. Interessante observar que os impactos

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variam entre os grupos analisados. Isto é, são poucas as variáveis de impacto que

apresentam resultados na mesma direção para todos os grupos. Esses resultados

sugerem quão importantes são as análises separadas para os grupos, ainda que

isso implique amostras menores.

Abaixo segue uma tabela-resumo dos resultados obtidos.

Resultados – Todos os grupos e controle geral

Impactos potenciais sobre: Grupo I Grupo II Grupo III Todos os grupos

Empregabilidade

Y1 = trabalha em 2015 ou teve um trabalho em 2015

Y2 = está procurando trabalho + 1,697 + 1,647 + 0,121

Y3 = posse de carteira de trabalho

Y4 = se o trabalho é temporário

Y5 = se é autônomo + 0,1971

Y6 = salário recebido (valor e logaritmo natural) + 0,145 + 0,126

Y7 = horas trabalhadas por semana

Y8 = duração no emprego maior do que 6 meses

Y9 = se esteve envolvido em apenas uma atividade em 2015

– 0,2448

Y10 = nota atribuída à inserção atual no mercado de trabalho

– 0,767 – 0,6118

Y11 = se a ocupação está relacionada à área do curso de qualificação

+ 0,3375 + 0,1836

Y12 = usou/usa internet para divulgar informações profissionais

Escolaridade

Y1 = frequenta escola – 0,149

Y2 = se foi aprovado no curso que frequentava em 2014

Y3 = prestou o ENEM

Y4 = estuda para vestibular em casa + 0,161 + 0,15 + 0,1296 + 0,1474

Y5 = fez/faz curso de inglês – 0,112 – 0,091 – 0,101 – 0,089

Y6 = fez/faz curso de informática – 0,136

Y7 = fez curso de QP depois da Liga – 0,077

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59

Resultados associados aos indicadores de empregabilidade:

Grupos I (assistente administrativo) e II (assistente administrativo + suporte)

Embora não tenhamos observado probabilidade de trabalho diferente entre tratados

e controles, observamos uma probabilidade maior dos tratados estarem em busca de

um trabalho relativamente ao grupo de controle, entre aqueles que não estavam

trabalhando em 2015. Isso significa que o engajamento dos que passaram pela Liga

parece ser maior, visto que um percentual maior desses indivíduos está em busca de

trabalho.

Também observamos um efeito positivo para o (ln)salário, indicando que indivíduos

que passaram pela Liga têm, em média, salários 12%, aproximadamente, maiores

relativamente à situação de não terem passado por ela.

Embora, esses grupos apresentem uma dinâmica melhor de engajamento no

mercado de trabalho, para ambos os grupos a nota atribuída à inserção atual foi 0,5

ponto menor do que a atribuída pelo grupo de controle. Talvez isso se deva a esses

indivíduos estarem mais exigentes em termos da qualidade de seu engajamento.

Grupo III (gastronomia + cabeleireiro)

Encontramos maior probabilidade de estarem trabalhando como autônomos

relativamente à situação de empregados (visto que são raríssimos os casos de

empregadores e estagiários).

Além disso, observa-se para esse grupo maior inserção em atividades relacionadas

à área do curso de qualificação.

De fato esses dois resultados devem estar relacionados. As atividades de

gastronomia e cabeleireiro são mais associadas ao perfil de atividade

autônoma/conta própria e, como esses tratados estão mais envolvidos em atividades

relacionadas ao curso de qualificação, isso explica a maior probabilidade de

autônomos nesse grupo.

Para esse grupo, observa-se também menor probabilidade de envolvimento em

apenas uma atividade/emprego no ano de 2015 frente a ter se envolvido em um

número maior de atividades/empregos.

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60

Para a variável de salário, o resultado foi não estatisticamente significativo. No

entanto, acreditamos que esse resultado se deva à maior seleção no grupo de

controle quando avaliamos as variáveis de mercado de trabalho. A análise da taxa de

ocupação para tratados e controles do grupo III mostra uma diferença de 18 pontos

percentuais, a favor dos tratados. Isso significa que quando analisamos as

estimativas de salário, deixamos de lado 40% dos controles, uma seleção bastante

grande. Em geral, acredita-se que essa seleção seja positiva, no sentido de que os

mais hábeis e motivados estejam no mercado de trabalho. A implicação aqui é que

acabamos por superestimar a média salarial dos controles.

Resultados associados aos indicadores de escolaridade

Grupo I (assistente administrativo)

Para esse grupo, encontramos que aqueles que passaram pela Liga têm menor

probabilidade de ter feito ou de estar fazendo curso de informática. O curso de

assistente administrativo oferece ferramentas de informática; como o grupo de

controle queria participar do curso, devem ter buscado tais ferramentas de outra

forma. Para esse grupo também observamos que os tratados apresentam menor

probabilidade de terem feito curso de qualificação profissional em 2015 (que não a

Liga). Esse resultado é esperado, visto que, o grupo de controle queria participar do

QP da Liga.

Grupo II (assistente administrativo + suporte técnico)

Os resultados negativos comentados anteriormente para o grupo I – assistente

administrativo – não são mantidos quando consideramos assistente mais suporte

técnico. Para os dois indicadores – ter feito ou estar fazendo curso de informática e

ter feito curso de qualificação depois – o resultado perde significância em função do

aumento de casos “positivos” para as duas variáveis para o grupo de tratamento.

Para o primeiro indicador, tal aumento é menos expressivo: a porcentagem de

tratados que disseram estar fazendo ou ter feito curso de informática passa de

27,4% no grupo I para 30,4% no grupo II; já para o segundo indicador, o aumento é

maior: a porcentagem de tratados que disseram ter participado do curso de

qualificação em 2015 passa de 4,8% no grupo I para 8,7% no grupo II. Em números

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61

absolutos, temos um aumento de 4 para 10 casos. Infelizmente, a grande maioria

não responde qual é a área do tal curso de qualificação.

Grupo III (gastronomia + cabeleireiro)

Para o grupo III encontramos que os tratados apresentam menor chance de estarem

frequentando escola hoje relativamente aos controles. Uma possibilidade é que o

maior envolvimento do grupo de tratamento com o mercado de trabalho possa

explicar esse resultado (em média, 80% dos tratados estavam trabalhando ou

tiveram um trabalho em 2015; para o grupo de controle, esse número é de 61%).

Para os três grupos

Para as variáveis de escolaridade, encontramos um conjunto de resultados que é

comum aos três grupos. Embora, não tenhamos encontrado diferença na variável ter

prestado ENEM, encontramos que as pessoas que passaram pela Liga apresentam

maior probabilidade de estar estudando em casa para o ENEM/vestibular quando

comparados com indivíduos que não passaram pela Liga. Uma possibilidade é

justamente que a passagem pela Liga possa ter aumentado as perspectivas ou

expectativas de maior qualificação, como possível inserção no ensino superior, o que

levou esses indivíduos a iniciar seus estudos em casa. Por outro lado, encontramos

indivíduos que não passaram pela Liga, mas apresentam maiores chances de estar

fazendo ou terem feito curso de inglês.

Avaliação de retorno econômico

Com relação à análise de retorno econômico, a estratégia escolhida foi a de

comparar os custos do projeto com os benefícios obtidos, em função dos maiores

salários. Embora, só tenhamos estimados ganhos salariais estatisticamente

significativos para os tratados dos grupos I e II, não entendemos que para o grupo III

não haja benefícios. Chama atenção a vantagem em termos da taxa de ocupação

para esse grupo, embora os resultados não sejam estatisticamente significativos.

Além disso, esse grupo mostra maior inserção em ocupações relacionadas à área do

curso de qualificação, algo também bastante importante, visto que os indivíduos

estão passando pelo curso e estão indo trabalhar na área do curso. Por fim, a maior

proporção de autônomos no grupo também é uma evidência de que o curso está

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proporcionando possibilidade de inserção no mercado de trabalho. Em geral, os

indivíduos que frequentam esses cursos são mulheres, mais na fase adulta do ciclo

de vida, com arranjos familiares já estabelecidos. Sendo assim, os cursos estão

possibilitando a esse grupo uma chance de inserção que, na ausência do curso, de

acordo com os resultados obtidos, não seria possível.

De acordo com os resultados obtidos, tendo por base os números reais de atendidos

pela Liga e admitindo que os ganhos salariais permaneçam por dez anos, as

estimativas para a TIR variam entre 11 e 15% ao ano, a depender do cenário

escolhido para os custos de oportunidade incorridos pelos beneficiários ao optarem

por participar dos cursos de qualificação. Se admitirmos que os ganhos salariais

sejam mantidos por seis anos, a taxa interna de retorno fica entre 0,2 e 5,3% ao ano;

e, se admitirmos que permaneçam por sete anos, fica entre 4 e 9% ao ano, a

depender do cenário para o custo de oportunidade. De fato, com o cenário mais

otimista para os custos de oportunidade (apenas 20% dos tratados não trabalham),

os custos seriam pagos admitindo que os ganhos salariais permanecessem por

cinco anos na vida dos tratados, algo bastante razoável, levando-se em conta que

não estamos contabilizando qualquer benefício para os tratados do grupo III, embora

como argumentado, acreditemos que os mesmos existam.

Page 63: Programa de Qualificação Profissional... · 2 São Paulo – SP Fundação Itaú Social Julho/2016 Relatório de Avaliação Econômica Programa de Qualificação Profissional Liga

63

Apêndice A – Questionário – Versão Final

1 | P á g i n a

PM 004/15

QUESTIONÁRIO – PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

OUTUBRO/2015

NÚMERO DO QUESTIONÁRIO:

ID

CÓDIGO DO ENTREVISTADOR:

ENT

NÚMERO DO DIGITADOR:

DIG

ATENÇÃO ENTREVISTADOR: É OBRIGATÓRIO O PREENCHIMENTO DOS CAMPOS ABAIXO.

DATA DE REALIZAÇÃO DA ENTREVISTA: / /

DIA

HORÁRIO INÍCIO: : VA

HORÁRIO TÉRMINO: : VB

CÓD.FORNECEDOR: CD

INÍCIO

1. NOME DO ENTEVISTADO (LISTAGEM)

Entrevistado: _____________________________________________ NOME

2. ENDEREÇO DO ENTREVISTADO (LISTAGEM)

Endereço: _____________________________________________ END

3. PONTO DE REFERÊNCIA (LISTAGEM)

Ponto de referência: _____________________________________________ REF

4. CLASSIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO (LISTAGEM)

1 – Tratamento

01 – Gastronomia

02 – Suporte Técnico em Informática

03 – Assistente Administrativo

04 – Cabeleireiro

2 – Controle -­ não participou do QP mas fez inscrição para participar do curso de:

01 – Gastronomia 02 – Suporte Técnico em Informática

03 – Assistente Administrativo

04 – Cabeleireiro

CLASSIF

5. ID DO ENTREVISTADO – BUSCAR NA LISTAGEM

Digite o ID do entrevistado

LIST

6. SEXO

1 – Masculino

2 – Feminino

SEXO

1 5

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64

2 | P á g i n a

APRESENTAÇÃO:

Bom dia/boa tarde/boa noite. Meu nome é ___________ e eu trabalho na Vox Populi, uma empresa de pesquisas

de mercado e de opinião, inclusive pesquisas eleitorais em todo o Brasil.

Gostaria de falar com ___________________________ (nome do cadastro). Quem, gentilmente, nos cedeu seu

contato foi o pessoal da Liga Solidária (Educandário).

Grupo de Tratamento – Projeto QP e Grupo de Controle – Inscritos e não selecionados no Projeto QP

No momento, estamos repetindo estudo anterior com o objetivo de conhecer as atividades realizadas pelos

moradores da região para facilitar ou melhorar sua inserção no mercado de trabalho.

Não conseguimos contato antes

Nós tentamos falar com você antes, mas infelizmente não conseguimos contato. Pedimos que colabore com nossa

pesquisa nessa oportunidade.

Conseguimos contato antes Nós já falamos com você em momento anterior e, pedimos, novamente, sua colaboração com nossa pesquisa.

Geral

As perguntas que faremos são parte de um questionário, elaborado por profissionais da USP e pela Fundação Itaú

Social, e serão de grande valia para o aprimoramento das políticas públicas.

Como forma de agradecer sua participação, a Fundação Itaú Social sorteará um tablet, no valor aproximado

de R$ 700,00, entre os que participarem dessa pesquisa.

Inclusive, queremos esclarecer que sua identidade e suas respostas são confidenciais e serão usadas apenas

pela Fundação Itaú Social para pesquisa e desenvolvimento de seus programas.

APENAS SE PERGUNTAR: MOSTRAR ANEXO 1

Caso você queira confirmar a veracidade da realização desse estudo, você pode entrar em contato com:

Profa. Elaine Toldo Pazello – (16) 99788 8468 ou

Prof. Luiz Guilherme Scorzafave (16) 98123 2870

Anonimato: a Vox Populi garante o anonimato de seus entrevistados. Os resultados são sempre trabalhados em

conjunto, de acordo com o código de ética da ABEP -­ Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas.

7. Você poderia colaborar com nosso estudo?

1. Sim continue

CRIVO1

2. Não aplique a próxima

8. Qual o motivo de não querer colaborar?

1. XXXX agradeça e encerre MOT

2. XXXXX agradeça e encerre

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65

3 | P á g i n a

CLASSIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO

9. VOCÊ JÁ PARTICIPOU DO PROJETO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DA LIGA SOLIDÁRIA, OU SEJA, VOCÊ FEZ UM DOS CURSOS DO QP? Entrevistador: verificar concordância da resposta com a classificação do

entrevistado

1 – Sim se a classificação for ‘Tratamento’, aplique Q12

se a classificação for ‘Controle’, aplique Q10

2 – Não se classificação for ‘Controle’, aplique Q13 se classificação for ‘Tratamento’, aplique Q11

V1A

9 – Recusa salte para Q13

10. EXPLIQUE AO ENTREVISTADO QUE VOCÊ TEM A INFORMAÇÃO DE QUE ELE NÃO PARTICIPOU (CHEGOU

A SE INSCREVER, MAS NÃO PARTICIPOU).

CASO ELE CONFIRME TER PARTICIPADO, CODIFIQUE CONFORME A RESPOSTA DO ENTREVISTADO E CONTINUE.

1 – Sim, confirma que participou salte para Q12

2 – Não participou salte para Q13

CONF1

11. EXPLIQUE AO ENTREVISTADO QUE VOCÊ TEM A INFORMAÇÃO DE QUE ELE JÁ PARTICIPOU (CONCLUIU

EM 2014). ARGUMENTE QUE TALVEZ ELE ESTEJA ENGANADO OU NÃO SE LEMBRE...

CASO ELE CONFIRME NÃO TER PARTICIPADO, CODIFIQUE CONFORME A RESPOSTA DO ENTREVISTADO E CONTINUE.

1 – Sim, participou salte para Q12

2 – Não participou salte para Q13

CONF2

12. EM QUE ANO VOCÊ PARTICIPOU DO PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL (QP)?

ENTREVISTADOR: SE O ENTREVISTADO CITOU UM ANO DIFERENTE (%CLASSIF%): EXPLIQUE QUE VOCÊ TEM A INFORMAÇÃO DE QUE ELE PARTICIPOU EM UM ANO DIFERENTE. CASO ELE INSISTA CODIFIQUE CONFORME A RESPOSTA E CONTINUE.

SE O ENTREVISTADO CITOU NS/NR: DIGA QUE ESSA INFORMAÇÃO É MUITO IMPORTANTE PARA A ENTREVISTA E QUE NA VERDADE É APENAS UMA CONFIRMAÇÃO DA INFORMAÇÃO. CASO ELE INSISTA CODIFIQUE CONFORME A RESPOSTA E CONTINUE.

01 – 2013 ou antes

02 – 2014

03 – 2015

04 – 2012

05 – Não sabe / Não lembra

6 -­ Recusa

V1

I -­ IDENTIFICAÇÃO

13. NOME COMPLETO – Confirmar nome do cadastro: Atenção entrevistador: confirmar o nome completo. Caso esteja incompleto, codificar abaixo e anotar o nome

completo

1 – Nome correto/confirmado salte para Q15

NOME0

2 – Nome incompleto aplique Q14

3 – Nome incorreto aplique Q14

9 – NR/Recusa salte para Q15

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66

4 | P á g i n a

14. NOME COMPLETO CORRETO:

Anotar nome completo correto ___________________________________________________

NOME1

15. ENDEREÇO RESIDENCIAL -­ Confirmar endereço do cadastro:

Atenção entrevistador: confirmar o endereço completo: logradouro + nº + complemento + bairro + CEP. Caso

esteja incompleto ou incorreto, codificar abaixo e anotar o endereço completo ou correto

1 – Endereço correto/confirmado salte para Q17

2 – Endereço incompleto aplique Q16

3 – Endereço incorreto aplique Q16

9 – NR/Recusa salte para Q17

END0

16. ENDEREÇO COMPLETO CORRETO:

Anotar endereço completo correto ___________________________________________________

END1

17. PONTO DE REFERÊNCIA (ex.: esquina de alguma rua, proximidade de algum local público, ponto de ônibus,

estação de metrô etc.) -­ Confirmar ponto de referência do cadastro:

Atenção entrevistador: confirmar o ponto de referência. Caso não houver no cadastro ou esteja incompleto ou

incorreto, codificar abaixo e anotar o ponto de referência completo ou correto

Anotar ponto de referência completo correto _______________________________________

REF1

18. TELEFONES CELULARES (DO PRÓPRIO)

-­ -­ CEL1

-­ -­ CEL2

-­ -­ CEL3

19. TELEFONES CELULARES DA MÃE OU PESSOA DE REFERÊNCIA

-­ -­ REF

20. QUAL É O NOME DESSA PESSOA (MÃE OU OUTRA REFERÊNCIA)?

Anotar: _________________________________________________________________________

NOMEREF

21. E QUAL É O GRAU DE PARENTESCO OU RELAÇÃO DESSA PESSOA COM VOCÊ?

Anotar: _________________________________________________________________________

PARENT

22. TELEFONE FIXO

-­ -­ FIXO

777777777 – Não tem telefone fixo

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67

5 | P á g i n a

23. FACEBOOK (DO PRÓPRIO):

_____________________________________________________________________

Anotar

777 – Não tem Facebook

FACE

24. E-­MAIL (DO PRÓPRIO):

_____________________________________________________________________

Anotar

777 – Não tem e-­mail

E-­MAIL

25.

DATA DE NASCIMENTO – FORMATO dd/mm/aaaa

__________ / ___________ / __________

NASC

II – SOBRE SERVIÇO MILITAR – SOMENTE PARA HOMENS

Entrevistador: a pergunta é sobre PRESTAR SERVIÇO MILITAR e não sobre o simples alistamento militar. Em

geral, todos os homens se alistam e apenas alguns são convocados para prestar serviço militar. 26. VOCÊ ESTÁ PRESTANDO SERVIÇO MILITAR ATUALMENTE? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)

1 – Sim salte para P28

2 – Não

9 – NR / Recusa

V76

27. VOCÊ PRESTOU SERVIÇO MILITAR EM ALGUM DESSES ANOS? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)

1 – Sim, em 2014 (NO ANO PASSADO). 2 – Sim, em 2013 ou antes. 3 – Não

9 – NR / Recusa

V77

III – SOBRE A ESCOLARIDADE

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

28. VOCÊ ESTAVA FREQUENTANDO ESCOLA / FACULDADE ANO PASSADO (EM 2014)? (RESPOSTA ÚNICA E

ESPONTÂNEA)

1 – Sim

2 – Não salte para Q30

9 – Recusa salte para Q30

29. VOCÊ FOI APROVADO NO ANO PASSADO NESSE CURSO QUE FREQUENTAVA? (RESPOSTA ÚNICA E

ESPONTÂNEA)

1 – Sim. 2 – Não, f

u

i reprovado.

3 – Não, abandonei antes.

9 – Recusa

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68

6 | P á g i n a

30. VOCÊ ESTÁ FREQUENTANDO ESCOLA / FACULDADE HOJE? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)

1 – Sim

2 – Não, mas já fr equentou. salte para Q37

9 – Recusa salte para Q43

V78

31. QUAL DESSES NÍVEIS DE ENSINO VOCÊ ESTÁ FREQUENTANDO? (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES)

Entrevistador: se responder, por ex., “estou cursando o ensino médio” marque opção 3

1 – Ensino fundamental (1º ao 5º ano)

2 – Ensino fundamental (6º ao 9º ano)

3 – Ensino médio (1º ao 3º ano)

4 – Ensino médio integrado (ensino médio + educação profissional técnica)

5 – Educação Profissional Subsequente ao Ensino Médio salte para Q43

6 – Educação de Jovens e Adultos (EJA) salte para Q43

7 – Educação de Jovens e Adultos (EJA) + educação profissional salte para Q43 8 – Ensino Superior a distância

9 – Ensino Superior presencial

Outro (especifique): ___________________________________________

10 – NR salte para Q43

V79

32. QUE SÉRIE VOCÊ ESTÁ FREQUENTANDO NESSE NÍVEL DE ENSINO? (LER OPÇÕES): se respondeu 1

1 – 1º ano Ensino Fundamental

2 – 2º ano Ensino Fundamental

3 – 3º ano Ensino Fundamental

4 – 4º ano Ensino Fundamental

5 – 5º ano Ensino Fundamental

6 – Outro 7 – NR/Recusa

V6A

33. QUE SÉRIE VOCÊ ESTÁ FREQUENTANDO NESSE NÍVEL DE ENSINO? (LER OPÇÕES) se respondeu 2

1 – 6º ano Ensino Fundamental

2 – 7º ano Ensino Fundamental

3 – 8º ano Ensino Fundamental

4 – 9º ano Ensino Fundamental

5 – Outro

6 – NR/Recusa

V6A

34. QUE SÉRIE VOCÊ ESTÁ FREQUENTANDO NESSE NÍVEL DE ENSINO? (LER OPÇÕES) se respondeu 3

ou 4

1 – 1º ano Ensino Médio

2 – 2º ano Ensino Médio 3 – 3º ano Ensino Médio

4 – 4º ano Ensino Médio

5 – Outro

6 – NR/Recusa

V6B

35. QUE SÉRIE VOCÊ ESTÁ FREQUENTANDO NESSE NÍVEL DE ENSINO? (LER OPÇÕES) se respondeu 8

ou 9

1 – 1º ano Ensino Superior

2 – 2º ano Ensino Superior

3 – 3º ano Ensino Superior

4 – 4º ano Ensino Superior

5 – Outro 6 – NR/Recusa

V6C

36. QUE SÉRIE VOCÊ ESTÁ FREQUENTANDO NESSE NÍVEL DE ENSINO? OUTRO (ANOTE QUE SÉRIE O ENTREVISTADO ESTÁ FREQUENTANDO NO NÍVEL DE ENSINO EM QUE SE ENCONTRA

ATUALMENTE) se respondeu Outro

Anotar: _________________________________________________________________________

V6O

SALTE PARA Q43

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69

7 | P á g i n a

37. QUAL FOI O NÍVEL DE ENSINO MAIS ELEVADO QUE VOCÊ JÁ FREQUENTOU: (RESPOSTA ÚNICA – LER

OPÇÕES ATÉ OPÇÃO 9)

01 – Ensino fundamental (1º ao 5º ano) 02 – Ensino fundamental (6º ao 9º ano) 03 – Ensino médio (1º ao 3º ano)

04 – Ensino médio integrado (ensino médio + educação profissional técnica)

05 – Educação Profissional Subsequente ao Ensino Médio salte para q43

06 – Educação de Jovens e Adultos (EJA) salte para Q43

07 – Educação de Jovens e Adultos (EJA) + educação profissional salte para Q43 08 – Ensino Superior a distância

09 – Ensino Superior presencial Outro (especifique): ___________________________________________

10 – NR salte para Q43

V7

38. QUAL FOI A ÚLTIMA SÉRIE QUE VOCÊ CONCLUIU, COM APROVAÇÃO, NESSE NÍVEL DE ENSINO? (LER

OPÇÕES) -­ se respondeu 1 1 – 1º ano Ensino Fundamental

2 – 2º ano Ensino Fundamental

3 – 3º ano Ensino Fundamental

4 – 4º ano Ensino Fundamental 5 – 5º ano Ensino Fundamental

6 – Outro

7 – NR/Recusa

V8A

39. QUAL FOI A ÚLTIMA SÉRIE QUE VOCÊ CONCLUIU, COM APROVAÇÃO, NESSE NÍVEL DE ENSINO? (LER OPÇÕES) -­ se respondeu 2

1 – 6º ano Ensino Fundamental

2 – 7º ano Ensino Fundamental

3 – 8º ano Ensino Fundamental 4 – 9º ano Ensino Fundamental

5 – Outro

6 – NR/Recusa

V8A

40. QUAL FOI A ÚLTIMA SÉRIE QUE VOCÊ CONCLUIU, COM APROVAÇÃO, NESSE NÍVEL DE ENSINO? (LER OPÇÕES) -­ se respondeu 3 ou 4:

1 – 1º ano Ensino Médio

2 – 2º ano Ensino Médio

3 – 3º ano Ensino Médio

4 – 4º ano Ensino Médio 5 – Outro

6 – NR/Recusa

V8B

41. QUAL FOI A ÚLTIMA SÉRIE QUE VOCÊ CONCLUIU, COM APROVAÇÃO, NESSE NÍVEL DE ENSINO? (LER

OPÇÕES) -­ se respondeu 8 ou 9

1 – 1º ano Ensino Superior 2 – 2º ano Ensino Superior

3 – 3º ano Ensino Superior

4 – 4º ano Ensino Superior 5 – Outro

6 – NR/Recusa

V8C

42. QUAL FOI A ÚLTIMA SÉRIE QUE VOCÊ CONCLUIU, COM APROVAÇÃO, NESSE NÍVEL DE ENSINO?

OUTRO (ANOTE QUE SÉRIE O ENTREVISTADO FREQUENTOU) -­ se respondeu Outro

Anotar: _________________________________________________________________________

V8O

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70

8 | P á g i n a

43. VOCÊ JÁ PRESTOU O ENEM ALGUMA VEZ? (RESPOSTA ESPONTÂNEA)

1 – Sim

2 – Não salte para Q46 9 – NR/Recusa salte para Q46

V9

44. EM QUE ANO(S)? (RESPOSTA MÚLTIPLA – MARQUE ‘1’ NAS OPÇÕES CITADAS)

1 – Citou

2 – Não citou

9 – NR/Recusa

2013 ou antes V10 _1 2015 (vai

prestar esse

ano) V10_2

2014 (ANO PASSADO) V10_3

45. QUAL FOI A SUA NOTA NO ENEM NA ÚLTIMA VEZ QUE VOCÊ PRESTOU? (RESPOSTA ESPONTÂNEA)

Anotar: ___________________________________ pontos (0 a 1.000 pontos)

8888 – Não sabe/Não lembra 9999 – NR/Recusa

.

V11

OS ITENS ABAIXO PRECISAM SER INCLUÍDOS NA NUMERAÇÃO DAS QUESTÕES...

CURSOS/ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2015

XX. EM 2015, VOCÊ: (LER AS OPÇÕES)

1 – Sim 2 – Não

9 – NR

Randomizar a leitura dos itens

Fez ou está fazendo algum curso de inglês V11

Fez ou está fazendo algum curso de informática V12

Estudou ou está estudando em casa para ENEM ou vestibulares V15

Usou ou está usando a internet para divulgar suas habilidades profissionais V16

IV – SOBRE OS CURSOS DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

46. EU GOSTARIA DE SABER SE VOCÊ ESTÁ PARTICIPANDO ATUALMENTE OU SE JÁ PARTICIPOU NOS

ÚLTIMOS 2 ANOS (DE 2014 PRA CÁ), DE ALGUM CURSO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, OU SEJA, ALGUM CURSO QUE AO CONCLUÍ-­LO VOCÊ RECEBE UM CERTIFICADO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, MAS QUE

NÃO DÁ DIPLOMA ESCOLAR.

Entrevistador: explique isso ao entrevistado, se ele tiver dúvida exemplifique – ‘curso gastronomia, ou

cabeleireiro, que emite um certificado de qualificação profissional;; é diferente de um curso de formação que emite um diploma de formação escolar, dos quais já foi perguntado nas questões anteriores (ensino médio

técnico completo, por exemplo.’

Entrevistador: NÃO CONSIDERAR O QP queremos saber de outros cursos que não sejam o Projeto da

Liga. Fale isso para todos os entrevistados, independentemente se tratamento ou controle.

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9 | P á g i n a

46.1 VOCÊ ESTÁ PARTICIPANDO E/OU PARTICIPOU EM 2014 DE ALGUM CURSO DESSE TIPO DE

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DE 2014 PARA CÁ? (RESPOSTA MÚLTIPLA)

1. SIM 2. NÃO saltar para Q54

46.2 QUANDO?

1 – Estou participando.

2 – Participei em 2014, no ano passado.

3 – Participei em 2014 e estou participando de outro

agora.

4 – NR/Recusa

V12

CONSIDERANDO TODOS OS CURSOS DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL QUE VOCÊ FEZ NESTES ÚLTIMOS 2

ANOS OU AINDA FAZ, EU GOSTARIA QUE VOCÊ ME FALASSE SOBRE AQUELE QUE VOCÊ ACHOU MAIS IMPORTANTE:

47. EM QUAL INSTITUIÇÃO O CURSO FOI/É REALIZADO? (RESPOSTA ESPONTÂNEA E ÚNICA)

Anotar nome da instituição: _______________________________________________

88 – NS/Não lembra

9

9 – NR/Recusa

V14

48. QUAL A DURAÇÃO DESSE CURSO, EM MESES? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)

Anotar a duração do curso (em meses): _______________________________

88 – Ns/Não lembra 99 – NR/Recusa

MESES

V15

49. QUAL O PERÍODO DO CURSO? (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES)

1 – Manhã 2 – Tarde 3 – Noite

Outro (anotar): _________________________________

V16O

9 – NR/Recusa

V16

50. QUANTAS VEZES POR SEMANA? (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES)

V17

1 – Uma 2 – Duas 3 – Três 4 – Quatro 5 – Cinco

6 – Seis 7 – Sete 8 – NS 9 – NR

51. QUANTAS HORAS POR DIA? (RESPOSTA ESPONTÂNEA E ÚNICA)

01 – Uma

02 – Duas

03 – Três

04 – Quatro 05 – Cinco 06 – Seis

07 – Sete

08 – Oito ou mais

88 – NS 99 – NR/Recusa

V18

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10 | P á g i n a

52. QUAL O CURSO? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)

Entrevistador: se o entrevistado tiver dúvida, exemplifique os códigos de pós-­codificação

Anotar: _______________________________________________

88 – Não sabe

99 – NR/Recusa

Para PÓS-­CODIFICAÇÃO

01 – Gastronomia

02 – Suporte Técnico em Informática

03 – Assistente Administrativo

04 – Cabeleireiro

05 – Técnico em Enfermagem

06 – Técnico em Mecânica Automotiva

07 – Secretariado

V19

53. E VOCÊ CONCLUIU O CURSO? (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES)

1 – Sim SIGA 53.1 2 – Não, abandonei

3 – Ainda está em andamento

9 – NR/Recusa

53.1 QUANDO?

1. ANO PASSADO (EM 2014)

2. ESSE ANO MESMO (EM 2015)

V20

V – INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO ATUAL

54. VOCÊ ESTÁ TRABALHANDO ATUALMENTE? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)

1 – Sim Siga

2 – Não salte para Q62

9 – NR/Recusa salte para Q62

55. O seu trabalho é em qual área de atuação?

1. Gastronomia

2. Suporte Técnico em Informática

3. Assistente Administrativo 4. Cabeleireiro

5. Outra: ____________________________

56. SUA CONDIÇÃO DE OCUPAÇÃO NESTE TRABALHO É: (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES)

1 – Empregado – trabalha para alguém ou para alguma empresa aplique a próxima

2 – Conta própria / Autônomo – trabalha sozinho salte para Q59

3 – Empregador – tem um negócio e há pessoas que t

r

abalham para você ou com você

em sociedade salte para Q59

4 – Estagiário salte para Q59

9 – NR/Recusa salte para Q59

V21

57. E VOCÊ POSSUI CARTEIRA DE TRABALHO ASSINADA? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)

1 – Sim

2 – Não

9 – NR/Recusa

58. Este emprego tem prazo determinado, ou seja, é um trabalho temporário?

1 – Sim

2 – Não

9 – NR/Recusa

V22

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11 | P á g i n a

59. HÁ QUANTO TEMPO VOCÊ ESTÁ NESSE TRABALHO, EM MESES? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)

Entrevistador: caso o entrevistado responda em ‘anos’, converta para ‘meses’ 1 ano = 12 meses ;;

1 ano e ½ = 18 meses

_____________________________________________ meses

Anotar

77 – Menos de 1 mês 88 – NS

99 – NR

V23

60. QUAL É A SUA REMUNERAÇÃO MENSAL NESSE TRABALHO? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)

_____________________________________________ reais/mês

Anotar o valor por extenso, sem centavos

77777 – Não tem remuneração

99999 – NR

. , 00

V24

61. VOCÊ TRABALHA QUANTAS HORAS POR SEMANA? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA) Entrevistador: caso o entrevistado não saiba responder em ‘horas/semana’, anote a resposta em ‘horas/dia’,

pergunte quantos dias por semana trabalha e codifique o número de horas/semana após calcular devidamente

Anotar a resposta: ________________________________________________

Anotar

888 – NS

999 – NR

HORAS POR SEMANA

V25

SALTAR P

A

RA Q 71

62. VOCÊ ESTÁ PROCURANDO EMPREGO? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)

1 – Sim

2 – Não

9 – NR/Recusa

V26

63. VOCÊ TEVE ALGUM TRABALHO EM 2015?

1 Sim

2 Não SALTE PARA 73 9 NR/Recusa SALTE PARA 73

64. O seu trabalho era em qual área de atuação?

1. Gastronomia

2. Suporte Técnico em Informática

3. Assistente Administrativo

4. Cabeleireiro

5. Outra: ____________________________

SOBRE O ÚLTIMO TRABALHO QUE TEVE EM 2015, NO CASO DE TER TIDO MAIS DE UM:

65. SUA CONDIÇÃO DE OCUPAÇÃO NO SEU ÚLTIMO TRABALHO ERA: (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES)

1 – Empregado – trabalhava para alguém, para alguma empresa aplique a próxima

2 – Conta própria / Autônomo – trabalhava sozinho salte para Q68

3 – Empregador – tinha um negócio e havia pessoas que trabalhavam para você ou

com você em sociedade salte para Q68

4 – Estagiário salte para Q68

9 – NR/Recusa salte para Q68

V27

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74

12 | P á g i n a

66. E VOCÊ POSSUIA CARTEIRA DE TRABALHO ASSINADA NESSE EMPREGO? (RESPOSTA ÚNICA E

ESPONTÂNEA)

1 – Sim

2 – Não 9 – NR/Recusa

67. Este emprego tinha contrato de trabalho com prazo determinado, ou seja, era um

trabalho temporário?

1 – Sim 2 – Não

9 – NR/Recusa

V28

68. QUANTO TEMPO VOCÊ PERMANECEU NESSE ÚLTIMO TRABALHO, EM MESES? (RESPOSTA ÚNICA E

ESPONTÂNEA)

Entrevistador deixar claro que pode ter começado nesse trabalho em 2014

Entrevistador: caso o entrevistado responda em ‘anos’, converta para ‘meses’ 1 ano = 12 meses ;;

1 ano e ½ = 18 meses

_____________________________________________ meses

Anotar

77 – Menos de 1 mês 888 – NS

999 – NR

V29

69. QUAL ERA A SUA REMUNERAÇÃO MENSAL NESSE TRABALHO? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)

_____________________________________________ reais/mês

Anotar o valor por extenso, sem centavos

7777 – Não tinha remuneração 9999 – NR

. , 00

V30

70. QUANTAS HORAS VOCÊ TRABALHAVA POR SEMANA? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)

Entrevistador: caso o entrevistado não saiba responder em ‘horas/semana’, anote a resposta em ‘horas/dia’ e

codifique o número de horas/semana após calcular devidamente

_____________________________________________ horas

Anotar

888 – NS

999 – NR

V31

71. NESSE ANO DE 2015, VOCÊ ESTEVE ENVOLVIDO/INSERIDO EM QUANTAS ATIVIDADES OU EMPREGOS

DIFERENTES?

1. Apenas nessa atividade ou emprego que estou atualmente inserido.

2. 2

3. 3 4. 4

5. 5 ou mais.

6. Outro

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13 | P á g i n a

72. DÊ UMA NOTA DE 0 A 10 SOBRE SUA POSIÇÃO PROFISSIONAL ATUAL: APENAS PESSOAS ATIVAS DEVEM

RESPONDER.

PESSOA ESTÁ TRABALHANDO ATUALMENTE: RESPONDEU SIM NA 54 ATRIBUA NOTAS ALTAS QUANTO MAIS FELIZ VOCÊ ESTIVER COM SEU TRABALHO/PROFISSÃO;; CONSIDERE

ASPECTOS COMO: SE TEM UM TRABALHO QUE GOSTA, SE HÁ ESTABILIDADE NO EMPREGO, SE TEM UM

BOM SALÁRIO, SE TEM UMA JORNADA ADEQUADA, SE HÁ PERSPECTIVA DE CRESCIMENTO NO EMPREGO...

PESSOA ESTÁ PROCURANDO EMPREGO: RESPONDEU NÃO NA 54 E SIM NA 62 ATRIBUA NOTAS ALTAS QUANDO VOCÊ TEM PERSPECTIVA DE QUE VAI CONSEGUIR UM BOM EMPREGO, OU

SEJA, UM EMPREGO QUE GOSTE, COM ESTABILIDADE, COM BOM SALÁRIO, COM JORNADA ADEQUADA,

COM PERPECTIVA DE CRESCIMENTO...

NOTA: ________________

VII – INFORMAÇÕES SOBRE A FAMÍLIA

73. QUAL É A ESCOLARIDADE DA SUA MÃE OU DA PESSOA DO SEXO FEMININO RESPONSÁVEL POR SUA

CRIAÇÃO? (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES) Entrevistador: se responder, por ex., “está cursando a faculdade” marque opção 4

1 – Nunca estudou ou não completou a 4ª série / 5º ano (antigo primário)

2 – Completou a 4ª série/5º ano (antigo primário)

3 – Completou a 8ª série/9º ano (antigo ginásio)

4 – Completou o ensino médio (antigo 2º grau)

5 – Completou Faculdade / Superior completo

7 – Não há pessoa do sexo feminino responsável pela minha criação

8 – Não sabe

9 – NR/Recusa

V35

74. QUAL A ESCOLARIDADE DE SEU PAI OU DA PESSOA DO SEXO MASCULINO RESPONSÁVEL POR SUA

CRIAÇÃO? (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES) Entrevistador: se responder, por ex., “está cursando o ensino médio” marque opção 3

1 – Nunca estudou ou não completou a 4ª série / 5º ano (antigo primário) 2 – Completou a 4ª série/5º ano (antigo primário)

3 – Completou a 8ª série/9º ano (antigo ginásio) 4 – Completou o ensino médio (antigo 2º grau)

5 – Completou Faculdade / Superior completo

7 – Não há pessoa do sexo masculino responsável pela minha criação 8 – Não sabe

9 – NR/Recusa

V36

75. QUAL É A RENDA TOTAL MENSAL DA SUA FAMÍLIA? (RESPOSTA ÚNICA – MOSTRAR ANEXO 1)

Renda familiar renda total mensal da família, incluindo a do entrevistado, se houver

_____________________________________________, 00 reais / mês

Anotar o valor por extenso, sem centavos

88888 – NS 99999 – NR/Recusa

. ,00

V37A

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76

14 | P á g i n a

76. MOSTRAR ANEXO 2 1 – Até R$ 788,00 (até 1 SM)

2 – De R$ 789,00 a R$ 1.576,00 (mais de 1 até 2 SM)

3 – De R$ 1.577,00 a R$ 2.364,00 (mais de 2 até 3 SM)

4 – De R$ 2.365,00 a R$ 3.940,00 (mais de 3 até 5 SM)

5 – De R$ 3.941,00 a R$ 7.880,00 (mais de 5 até 10 SM)

6 – De R$ 7.881,00 a R$ 11.820,00 (mais de 10 até 15 SM) 7 – De R$ 11.821,00 a R$ 15.760, 00 (mais de 15 até 20 SM)

8 – Mais de R$ 15.760,00 (mais de 20 SM)

9 – NS/NR/Recusa

V37

77. QUAL É O TOTAL DE PESSOAS, TIRANDO VOCÊ, QUE MORAM NA SUA CASA? (RESPOSTA ÚNICA E

ESPONTÂNEA)

_____________________________________________ pessoas

Anotar

77 – Nenhuma / mora sozinho 88 – NS

99 – NR/Recusa

V38

78. NA SUA CASA, VOCÊ É: (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES)

1 – ‘Chefe’ de família

2 – Cônjuge (esposo/esposa) 3 – Filho(a)

4 – Outro parente (irmão, primo(a), sobrinho(a), tio(a) etc.)

5 – Moro junto, embora não tenha laço de parentesco

9 – NR/Recusa

V39

79. NA SUA CASA, VOCÊ(S) POSSUI(EM) QUANTOS(AS): (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES)

Carros

1 – 1 (um) 2 – 2 (dois) ou mais

7 – Não possui 8 – NS 9 – NR/Recusa

V40_1

Motos

1 – 1 (um) 2 – 2 (dois) ou mais

7 – Não possui 8 – NS 9 – NR/Recusa

V40_2

Geladeiras

1 – 1 (uma) 2 – 2 (duas) ou mais

7 – Não possui 8 – NS 9 – NR/Recusa

V40_3

Máquinas de

lavar /

Tanquinho

1 – 1 (uma) 2 – 2 (duas) ou mais

7 – Não possui 8 – NS 9 – NR/Recusa

V40_4

Computadores

1 – 1 (um) 2 – 2 (dois) ou mais

7 – Não possui 8 – NS 9 – NR/Recusa

V40_5

TVs

1 – 1 (uma) 2 – 2 (duas) 3 – 3 (três) 4 – 4 (quatro)ou mais 7 – Não possui 8 – NS 9 – NR/Recusa

V40A1

Tablets

1 – 1 (uma) 2 – 2 (duas) 3 – 3 (três) 4 – 4 (quatro)ou mais

7 – Não possui 8 – NS 9 – NR/Recusa

V40A2

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77

15 | P á g i n a

80. VOCÊ POSSUI TV A CABO EM CASA (NET, SKY, VIVO ETC)? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)

1 – Sim

2 – Não 9 – NR/Recusa

V41

81. VOCÊ POSSUI INTERNET RÁPIDA (BANDA LARGA) EM CASA? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)

1 – Sim

2 – Não

8 – NS

9 – NR/Recusa

V42

AGRADEÇA E ENCERRE

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78

Apêndice B – Impacto do monitoramento sobre a taxa de

resposta no campo final

Apresentamos a seguir um exercício com o intuito de estimar um possível impacto

do monitoramento sobre a taxa de resposta.

Podemos calcular duas taxas de resposta distintas: do monitoramento relativamente

à inscrição (M/I) – que estamos argumentando ser uma proxy para a taxa de

resposta antes do monitoramento – e da pesquisa final relativamente ao

monitoramento (MF/M) – proxy para a taxa de resposta depois do monitoramento.

Essas colunas são destacadas a seguir para facilitar a visualização.

Tabela B1 – Efeito do monitoramento sobre as taxas de resposta

grupos

controle tratamento

diferença das

diferenças 1ª tx

resposta M/I antes

2ª tx resposta

MF/M depois

diferença entre as

duas taxas

1ª tx resposta M/I antes

2ª tx resposta

MF/M depois

diferença entre as

duas taxas

Assistente administrativo

53,02% 77,22% 24,20% 89,38% 80,20% -9,18% 33,38%

Gastronomia 60,87% 71,43% 10,56% 88,89% 90,63% 1,74% 8,82%

Cabeleireiro 56,70% 78,18% 21,48% 83,33% 87,50% 4,17% 17,31%

Suporte técnico de informática

66,67% 61,11% -5,56% 93,02% 85,00% -8,02% 2,47%

Total 56,08% 75,30% 19,22% 88,75% 84,04% -4,71% 23,93%

Podemos argumentar que para o grupo de tratamento o monitoramento não foi

“ativo”, visto que os tratados ainda estavam em tratamento; já para o grupo de

controle o monitoramento foi “ativo”, já que os mesmos estavam fora da Liga.

No entanto, simplesmente comparar a 2ª taxa de resposta, ou seja, a taxa de

resposta depois do monitoramento, entre controle e tratamento não seria de fato

o efeito do monitoramento, visto que essas taxas devem ser diferentes,

independentemente de haver monitoramento: as taxas de resposta para os tratados

devem ser maiores, visto que o cadastro deles deve ser mais bem cuidado, e os

tratados também devem ser mais dispostos a responder à pesquisa. Sendo assim,

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79

uma possibilidade seria descontar essa diferença inicial da taxa de resposta entre

tratados e controles, calculando assim a diferença das diferenças, resultado da

última coluna. Para todos os grupos esses números são positivos, indicando um

possível efeito positivo do monitoramento sobre as taxas de resposta.

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80

Apêndice C – Análise do atrito na pesquisa de campo final

A tabela abaixo compara as médias de diversas variáveis que foram coletadas no

início da avaliação (são as variáveis constantes na ficha de inscrição que o pessoal

da Liga usa para a seleção) para dois grupos: amostra total inicial e amostra que não

respondeu à pesquisa de campo. Será que os que não responderam são diferentes

dos demais?

Vale observar que o número de observações não é constante entre as variáveis

analisadas. Isso se deve a casos de não respostas (missings) e também ao fato de

haver mudança no número de casos em que a pergunta era aplicável (por exemplo,

no caso da variável número de filhos que só é aplicável para as pessoas que tem

filhos). De acordo com os resultados apresentados na tabela C1, não encontramos

diferenças estatisticamente significativas nas variáveis disponíveis (com exceção da

variável % de solteiros no grupo dos tratados). Portanto, parece que o atrito não

descaracterizou a amostra inicial. De qualquer forma, essas variáveis serão

consideradas na avaliação de impacto como variáveis de controle em nossas

regressões.

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81

Tabela C1 – Teste de diferença de médias das variáveis individuais e familiares

observadas antes do tratamento – grupo inscrito (I) versus grupo não

encontrado no campo final (NE)

Variáveis Amostra Tratados Controles

n. obs. médias n. obs. médias

Homem I 239 0,310 296 0,226

NE 48 0,396 136 0,206

Trabalha I 238 0,244 284 0,324

NE 47 0,213 131 0,344

Estuda I 235 0,519 277 0,545

NE 46 0,543 128 0,555

Número de pessoas na família I 227 4,075 282 4,199

NE 47 4,234 127 4,181

Número de filhos I 52 1,538 72 1,708

NE 4 1,000 30 1,833

Renda domiciliar mensal I 201 1.703,76 249 1.827,91

NE 39 1.825,13 113 1.813,09

Nota de interesse I 218 9,651 254 9,374

NE 45 9,556 123 9,252

Nota de motivação I 167 4,407 209 4,230

NE 33 4,121 99 4,283

Nota de leitura, interpretação e execução de instruções

I 181 4,309 221 4,063

NE 37 4,027 103 4,068

Nota de leitura I 200 1,945 254 1,878

NE 42 1,929 116 1,871

Nota de desempenho I 199 2,754 254 2,528

NE 42 2,667 116 2,491

Nota da entrevista I 224 11,962 284 11,923

NE 48 11,563 133 12,195

Nota de matemática I 228 6,405 295 5,075

NE 47 6,676 136 4,894

Nota geral I 230 8,047 292 7,200

NE 48 8,171 133 7,099

Solteiro I 240 0,754 296 0,757

NE 49 0,878 136 0,779

Ensino médio completo I 240 0,338 296 0,412

NE 49 0,245 136 0,404

Casa própria I 240 0,625 296 0,588

NE 49 0,653 136 0,522

Obs.: realce de azul – médias não são iguais com até 90% de confiança.

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Apêndice D – Todos os tratados x controles “limpos”

Conforme observamos na seção sobre cursos de qualificação profissional, existem

pessoas que fizeram cursos de QP que não a Liga, em 2014. Assim, para tentarmos

entender os efeitos desses outros cursos em nossos resultados, mensuramos

também o impacto do QP da Liga, excluindo do grupo de controle os indivíduos que

disseram ter feito curso de qualificação em 2014 (controle “limpo”). A tabela E1 a

seguir apresenta os resultados obtidos. Os modelos estimados são os mesmos da

tabela 15 do texto principal; a única diferença está justamente na composição do

grupo de controle.

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Tabela D1 – Impacto do Programa QP da Liga sobre diversas variáveis de

interesse – MQO – todos tratados versus controles “limpos”

Variáveis de interesse

Grupo I = assist. administrativo

Grupo II = assist. administ. + suporte

Grupo III = cabelo + gastron.

Todos os grupos

n. obs. coef. n. obs. coef. n. obs. coef. n. obs. coef.

Trabalha/trabalhou em 2015

150 0,041

190 0,011

115 0,108

305 0,0408

[0,598] [0,870] [0,278] [0,463]

Procurou trabalho 69 0,1273

93 0,1565

53 0,1576

146 0,1017

[0,174] [0,076] [0,254] [0,169]

Carteira assinada 94 0,045

115 0,070

51 -0,114

166 0,0279

[0,622] [0,388] [0,464] [0,692]

Emprego temporário 93 -0,066

114 -0,012

51 -0,067

165 -0,0067

[0,560] [0,903] [0,679] [0,934]

Autônomo 116 -0,028

139 -0,006

80 0,169

219 0,0391

[0,672] [0,917] [0,168] [0,453]

Salário 99 87,74

120 84,83

69 -171,87

189 -9,6556

[0,245] [0,238] [0,045] [0,862]

Salário (ln) 99 0,157

120 0,135

69 -0,168

189 0,0247

[0,097] [0,105] [0,132] [0,721]

Horas de trabalho por semana

111 1,089

134 0,362

76 -2,801

210 -0,7706

[0,619] [0,854] [0,427] [0,652]

Duração no emprego > do que 6 meses

92 0,0679

111 0,0224

48 -0,1665

159 -0,0307

[0,502] [0,817] [0,349] [0,707]

Envolvido em ape-nas 1 ativ. em 2015

115 -0,0134

138 -0,0316

77 -0,2461

215 -0,0916

[0,83] [0,594] [0,023] [0,071]

Nota atribuída à inserção atual

137 -0,7672

171 -0,6322

100 0,0029

271 -0,3953

[0,01] [0,021] [0,993] [0,067]

Ocup. relacionada à área do curso (dur.)

114 0,0306

137 0,0811

80 0,3146

217 0,1649

[0,718] [0,279] [0,013] [0,011]

Ocup. relacionada à área do curso (flex)

114 0,0508

137 0,0963

80 0,3146

217 0,1809

[0,636] [0,302] [0,013] [0,013]

Usa internet p/ di-vulgar inform. prof.

150 0,076

191 0,098

116 0,089

307 0,0951

[0,373] [0,199] [0,394] [0,111]

Escolaridade

Frequenta escola hoje

151 -0,055

191 -0,058

115 -0,122

306 -0,0551

[0,466] [0,364] [0,125] [0,253]

Aprovado 150 0,011

192 -0,029

117 -0,056

309 -0,0233

[0,883] [0,656] [0,463] [0,624]

Concluiu o ensino médio

91 0,0481

117 0,0153

[0,701] [0,887]

Prestou ENEM 149 -0,040

190 -0,045

111 0,034

301 -0,0312

0,658 0,564 0,705 [0,597]

Estuda para vestibular em casa

150 0,167

191 0,184

116 0,129

307 0,1644

[0,026] [0,005] 0,104 [0,001]

Fez/faz curso de inglês

150 -0,116

191 -0,099

116 -0,099

307 -0,0958

[0,062] [0,065] [0,116] [0,016]

Fez/faz curso de informática

150 -0,166

191 -0,118

116 -0,084

307 -0,1008

[0,054] [0,128] [0,376] [0,081]

Fez curso QP depois

151 -0,090

193 -0,024

117 0,001

310 -0,0162

[0,071] [0,605] [0,985] [0,652]

Obs.: realce de azul – coeficientes são estatisticamente diferentes de zero com até 90% de confiança. Todas as regressões são condicionais ao vetor X de variáveis explicativas definido no quadro 1. Valor entre colchetes é o P-Valor.

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84

Como pode ser observado, a maior parte dos resultados se mantém; no entanto, há

alguns resultados que deixam de ser estatisticamente significativos. O coeficiente

associado à variável de procura por trabalho deixa de ser estatisticamente

significativo para o grupo I. Para o grupo II nenhuma mudança foi observada. Já para

o grupo III o efeito para autônomo, embora continue positivo, perde significância –

P-Valor passa a ser igual a 0,17. Por outro lado, para o grupo III, aparece um

resultado negativo para o salário (em nível) nesse grupo. Esse resultado, a princípio,

não seria esperado. Esperaríamos estimativas mais positivas para os indicadores de

impacto, visto que nesse caso a comparação é entre indivíduos que fizeram os

cursos de qualificação da Liga e indivíduos que não fizeram qualquer curso de

qualificação. No entanto, analisando os dados, podemos observar que quando foram

retirados do grupo de controle indivíduos que também fizeram curso de qualificação

em 2014, selecionamos indivíduos que estão há mais tempo no emprego atual.

Embora o coeficiente de impacto associado à variável “duração no emprego maior

que 6 meses” não seja significativo, ele aumenta bastante (em números absolutos)

relativamente à estimativa quando todos os controles foram incluídos: passa de

-0,0414 [P-Valor de 0,807] para -0,1665 [P-Valor de 0,349]. De fato, todos os

indivíduos que estão sendo excluídos da análise controles “limpos” – que estavam

trabalhando ou tinham tido um trabalho em 2015 (são cinco indivíduos) – estão há

menos de seis meses no emprego atual e estão na parte inferior da distribuição de

salários, como mostram os gráficos seguintes. Assim, provavelmente, por

selecionarmos indivíduos com maior experiência no emprego atual, esse efeito sobre

o salário do grupo III acabou aparecendo.

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85

Gráfico D1 – Controles x controles “limpos”

Além disso, há um problema de seleção quando se analisam os resultados de

mercado de trabalho para o grupo III. Esse ponto é discutido com mais detalhes na

análise de retorno econômico. Mas, para uma ideia do argumento, no grupo III, a

porcentagem de controles que estavam trabalhando ou tiveram um trabalho em 2015

é bastante inferior à porcentagem de tratados que estavam trabalhando ou tiveram

um trabalho em 2015. Ou seja, observamos os salários de um grupo bastante restrito

do controle, o mesmo não sendo verdade para os tratados. Se apenas os mais

hábeis e motivados estão no mercado de trabalho, acabamos por superestimar os

salários dos controles. Quando restringimos a amostra para os controles “limpos”,

essa seleção tornou-se ainda maior (foram excluídos seis indivíduos na análise dos

controles “limpos”, sendo que desses seis, apenas um não estava trabalhando ou

não tiveram emprego em 2015 – todos os outros eram ocupados).

Por fim, ainda para o grupo III, o efeito negativo sobre a probabilidade de estar

fazendo ou ter feito curso de inglês deixa de ser estatisticamente significativo; mas,

de fato por muito pouco: P-Valor passa de 0,08 para 0,11.

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Apêndice E – Estimativa do propensity-score e análise do

balanceamento do pareamento

Tabela E1: Probabilidade de ser tratado – efeitos marginais para um indivíduo

de características médias

Grupo I = assist. administrativo

Grupo II = assist administ. +

suporte

Grupo III = cabelo + gastron.

Todos os grupos

assist+suporte 0,0117

[0,851]

idade_i -0,0165 -0,0057 0,0099 0,0012

[0,102] [0,461] [0,295] [0,836]

sexo_i* 0,1053 0,0120 0,1395 0,0636

[0,355] [0,89] [0,272] [0,359]

trabalha_i* -0,0880 -0,0890 -0,0448 -0,0971

[0,434] [0,372] [0,694] [0,179]

estuda_i* 0,0228 0,1462 -0,4835 -0,1946

[0,915] [0,442] [0,003] [0,108]

nota_geral_i 0,1090 0,1121 0,0614 0,0954

[0,002] [0,000] [0,077] [0,000]

solteiro_i* -0,0684 -0,0576 0,0708 -0,0308

[0,596] [0,622] [0,594] [0,719]

em_completo_i* 0,0899 0,1038 -0,3842 -0,2077

[0,632] [0,55] [0,009] [0,05]

casa_própria_i* 0,0522 0,0393 -0,0068 0,0196

[0,567] [0,622] [0,949] [0,75]

mãe_ef* 0,0917 0,0362 0,0243 0, 0384

[0,306] [0,643] [0,83] [0,537]

N obs 158 202 123 325

LR chi2(k) = 20,52 23,57 23,20 28,72

Prob > chi2 = 0,0150 0,005 0,0058 0,0014

Pseudo R2 = 0,0939 0,0854 0,1364 0,0643

Obs.: realce de azul – efeitos marginais são estatisticamente diferentes de zero com até 90% de confiança. Valor entre colchetes é o P-Valor.

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Tabela E2 – Qualidade do Balanceamento – Kernel, com suporte comum

Grupo I = assist. administrativo

Grupo II = assist. administ. +

suporte

Grupo III = cabelo + gastron.

Todos os grupos

Mercado de trabalho

trabalho_f ++ ++ ++ ++

proc_trab_f + + -* +

carteira_f + + + +

trab_prazo_~f + + + +

autonomo_f ++ + + -**

salario_f + + + +

ln_salario_f + + + +

horas_trab_f ++ + + -**

mais_6_mese~f + + + +

uma_ativ_f ++ + + -**

nota_emp_f + ++ + ++

atua_na_a~a_f + + + -**

atua_na_a~o_f + + + -**

usa_net_div~f ++ + ++ ++

Escolaridade

freq_esc_ho~f ++ ++ ++ ++

aprovado_f ++ + ++ ++

concluiu

+

+

enem_presto~f ++ + ++ ++

estuda_vest~f ++ + ++ ++

curso_ingle~f ++ + ++ ++

curso_infor~f ++ + ++ ++

quali_depois ++ ++ ++ ++

*Variável desbalanceada, % que trabalhava no baseline (23% para tratamento versus 5% para o controle).

**Variável desbalanceada, em todos os casos, é a % de solteiros no baseline (68% para tratamento versus 77% para controle).

Balanceamento ok: testes B e R de Rubin ok e igualdade de medias para todas as

variáveis: ++

Balanceamento bom: não passa em um ou nos dois testes de Rubin, mas igualdade

de médias para todas as variáveis: +

Balanceamento regular: não igualdade de média para uma das variáveis: –