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PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO – ARTIGO FINAL

PROFESSOR PDE / 2016

Título: Inglês motivado, inglês com bom resultado: os gêneros textuais e o

lúdico nas aulas de inglês.

Autor: Glauciane Opata de Camargo

Colégio de atuação: Colégio Estadual Alcides Munhoz.

Ensino Fundamental e Médio.

Município do Colégio: Imbituva

Núcleo Regional de Educação: Ponta Grossa

Professor Orientador: Lucan Moreno

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Ponta

Grossa - UEPG

Disciplina / Área de ingresso no

PDE:

Língua Estrangeira Moderna - Inglês

Resumo: Este artigo objetiva apresentar o

processo de implementação, bem

como discutir os resultados do Projeto

de Intervenção Pedagógica PDE/2016

intitulado: “INGLÊS MOTIVADO,

INGLÊS COM BOM RESULTADO:

OS GÊNEROS TEXTUAIS E O

LÚDICO NAS AULAS DE INGLÊS. O

trabalho foi desenvolvido no formato

de Unidade Didática (UD), em Língua

estrangeira Moderna (LEM-Inglês) e

aplicado em uma turma de nono ano

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no Colégio Estadual Alcides Munhoz.

O objetivo principal da presente

proposta é pesquisar, discutir e propor

modelos de atividades que tornem

mais satisfatório e significativo o

ensino/aprendizagem do Inglês em

sala de aula e valorizar a interação

aluno X aluno e aluno X professor, por

meio de diferentes recursos que

envolvam o lúdico para melhor

entender as práticas sociais de leitura

e escrita que levem a situações reais

de comunicação no nono ano do

ensino fundamental. Pois,

acreditamos que ao trabalhar com

atividades lúdicas, melhoramos o

entrosamento do grupo e tornamos o

processo ensino-aprendizagem mais

produtivo.

Palavras-chave: Motivação. Gêneros Textuais. Lúdico.

Aulas Significativas.

.

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INGLÊS MOTIVADO, INGLÊS COM BOM RESULTADO: OS GÊNEROS

TEXTUAIS E O LÚDICO NAS AULAS DE INGLÊS

CAMARGO, Glauciane Opata de1

MORENO, Lucan2

RESUMO: Este artigo objetiva apresentar o processo de implementação, bem como discutir os resultados do Projeto de Intervenção Pedagógica PDE/2016 intitulado: “INGLÊS MOTIVADO, INGLÊS COM BOM RESULTADO: OS GÊNEROS TEXTUAIS E O LÚDICO NAS AULAS DE INGLÊS. O trabalho foi desenvolvido no formato de Unidade Didática (UD), em Língua estrangeira Moderna (LEM-Inglês) e aplicado em uma turma de nono ano no Colégio Estadual Alcides Munhoz. O objetivo principal da presente proposta é pesquisar, discutir e propor modelos de atividades que tornem mais satisfatório e significativo o ensino/aprendizagem do Inglês em sala de aula e valorizar a interação aluno X aluno e aluno X professor, por meio de diferentes recursos que envolvam o lúdico para melhor entender as práticas sociais de leitura e escrita que levem a situações reais de comunicação no nono ano do ensino fundamental. Pois, acreditamos que ao trabalhar com atividades lúdicas, melhoramos o entrosamento do grupo e tornamos o processo ensino-aprendizagem mais produtivo.

PALAVRAS-CHAVE: Motivação. Gêneros Textuais. Lúdico. Aulas Significativas.

INTRODUÇÃO

Este artigo objetiva apresentar o relato da implementação do Projeto de

Intervenção Pedagógica PDE/2016 intitulado "INGLÊS MOTIVADO, INGLÊS COM

BOM RESULTADO: OS GÊNEROS TEXTUAIS E O LÚDICO NAS AULAS DE

INGLÊS”, desenvolvido no primeiro semestre do ano letivo de 2017, entre os meses

de fevereiro a junho, no Colégio Estadual Alcides Munhoz – Ensino Fundamental e

Médio, no Município de Imbituva- Paraná. Busca-se, neste artigo, relatar as

atividades implementadas em sala de aula e apresentar reflexões acerca dos

resultados obtidos.

1 Professora PDE – Área: Língua estrangeira Moderna - Professora QPM - Colégio Estadual Alcides

Munhoz. Formada em Letras – Português e Inglês (UEPG). Pós graduação em Metodologia do

Ensino (UEPG). 2 Orientador. Mestre em Linguagem, Identidade e Subjetividade. Professor de Estágio Supervisionado

em Língua Portuguesa e Estrangeira – UEPG.

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As Diretrizes Curriculares Estaduais do Estado do Paraná (DCE’s) propõem

que:

aula de Língua Estrangeira Moderna constitua um espaço para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, de modo que se envolva discursivamente e perceba possibilidades de construção de significados em relação ao mundo em que vive. Espera-se que o aluno compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e, portanto, passíveis de transformação na prática social (2008, p.3).

Considerando o que trazem as DCE’s e baseando-nos na concepção de

Vygotsky (1994) sobre a interação entre o desenvolvimento e a aprendizagem,

entendemos que a linguagem é o principal instrumento para a construção do

conhecimento que poderá ser produzido pelo aluno. Porém, faz-se necessário que o

professor procure métodos diferenciados para a efetivação de sua prática, pois em

uma turma com mais de trinta alunos é necessário o uso de várias estratégias na

tentativa de atingir a maioria dos estudantes para que os mesmos possam participar

e realizar as atividades de modo satisfatório.

Desde meu ponto de vista, este estudo se justifica pelo fato do professor ter

grande responsabilidade pela melhora no processo ensino/aprendizagem. Para que

assim, o estudante desenvolva e se aproprie da língua inglesa de modo espontâneo,

perceba os benefícios que esta aprendizagem pode lhe proporcionar e faça das

aulas de língua inglesa uma oportunidade para desenvolver conhecimentos que

serão utilizados em situações reais de interação social.

A intenção de desenvolver este trabalho surgiu da minha constatação das

dificuldades encontradas por professores para manter os alunos motivados em

aprender inglês ao longo do nono ano. Fato também confirmado por WALKER,

2003; PERIN, 2005; COX; ASSIS-PETERSON (2008), quando falam no fracasso do

ensino de língua inglesa na rede pública, ou seja, o fracasso em cultivar nos

estudantes as expectativas e os anseios em relação à disciplina com que chegam ao

colégio nos sextos anos. A partir desta constatação, e certos de que é preciso

desenvolver estratégias para a mudança desse quadro, como nos fica claro nas

DCEs, (2008, p.64) “A aula de LEM deve ser um espaço em que se desenvolvam

atividades significativas”, nos perguntamos:

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Qual metodologia poderia motivar alunos de nono ano em relação ao estudo

do inglês, envolvendo diferentes gêneros textuais, conforme as determinações das

Diretrizes Curriculares da Educação Básica?

Com o objetivo de responder estas questões tivemos por objetivo geral:

Pesquisar, discutir e propor modelos de atividades que tornassem mais satisfatório e

significativo o ensino/aprendizagem do Inglês em sala de aula, além de valorizar a

interação aluno X aluno e aluno X professor, por meio de diferentes recursos que

envolvessem o lúdico para melhor entender as práticas sociais de leitura e escrita

que propiciassem situações reais de comunicação no nono ano do ensino

fundamental.

Como objetivos específicos, elencamos quatro metas:

Discutir o porquê e para quê aprender inglês no colégio (ensino fundamental),

tendo em vistas que o aluno de nono ano muitas vezes não tem a percepção

da importância do ensino de língua nesta fase;

Inserir diferentes gêneros textuais no cotidiano escolar, tais como gibis, e-

mails, músicas, propagandas orais e escritas, em inglês, a fim de que os

alunos percebam o uso da língua em situações reais;

Desenvolver jogos e atividades lúdicas para que os alunos se sintam

envolvidos com a aprendizagem;

Treinar a habilidade de produção de textos orais e escritos, em inglês, como

instrumento de empoderamento social do aluno e sua inserção ativa no

mundo globalizado.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Partimos do princípio de que quando estudamos uma língua estrangeira,

almejamos desenvolver a prática social da linguagem, ou seja, esperamos ser

capazes de nos comunicar no idioma. Para tanto, precisamos levar em consideração

que cada pessoa aprende de forma diferente e, diante disso, o professor deve atuar

como um facilitador, ou seja, ele deve estar atento às necessidades individuais e

procurar incentivar os alunos para que cheguem a um conhecimento realmente

significativo.

Sabemos que o Inglês está presente no dia a dia de nossos educandos por

meio das músicas que escutam, da internet, dos produtos que consomem, das

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roupas que vestem, dos programas de televisão que assistem, etc. Assim, o estudo

desta língua é muito importante para que os alunos possam tornar-se mais críticos

com as situações que os envolvem diariamente, principalmente com relação às

escolhas que fazem.

Porém, nossos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental sempre

questionam se aprender inglês fará diferença em suas vidas. Diante desta realidade,

nosso trabalho passa a ser primordial, pois nós, professores, muitas vezes seremos

a única referência de incentivo para nossos adolescentes e a partir desta realidade é

que podemos deixar claro que aprender inglês é muito importante, que tendo o

inglês como uma segunda língua, várias oportunidades poderão surgir.

Susan Holden discute que o aprendizado da Língua Inglesa deve ir além da

sala de aula, segundo a autora:

Usar o próprio ambiente dos alunos para ampliar os trabalhos e a prática do idioma ajuda a trazer a prática controlada do idioma até mesmo para a vida. Desenvolver uma consciência do quanto o inglês agora existe nas ruas, em nomes de lojas ou até no português falado no dia a dia, faz o idioma estrangeiro parecer mais próximo da realidade cotidiana. (2009, p. 18)

Concordamos com Holden, quando a autora reforça que o uso de textos

autênticos seria a melhor maneira:

No sentido exato, texto autêntico, significa um texto que foi escrito para uso no mundo “real”, não especialmente para estudantes de inglês. Também significa uma gravação em áudio ou vídeo de uma conversa “real” envolvendo falantes que não estejam escolhendo sua linguagem para uso em sala de aula. Dessa forma, são autênticas as “coisas reais”, como revistas, programas de TV, músicas e sites produzidos para as sociedades de idioma inglês, ou para um consumo global onde o inglês é a língua das comunicações (2009, p. 74).

Percebemos, por meio de observações da nossa realidade escolar, que

quando os alunos chegam ao colégio no sexto ano demonstram interesse pelo

estudo do inglês, adoram as aulas, são participativos e motivados em aprender uma

nova língua. Porém, quando chegam ao nono ano não se envolvem nas atividades

de modo satisfatório, demonstrando, às vezes, total desinteresse, pois segundo eles

não veem o porquê precisam estudar uma língua estrangeira.

Para Oxford (1999) apud Gonella (2007), resultados significativos em ensino-

aprendizagem de línguas são resultados da motivação dos aprendizes, a partir do

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momento que o professor viabiliza o trabalho com técnicas pedagógicas que

chamem a atenção dos alunos, estes se envolvem e mantêm-se motivados à

aprendizagem.

Araújo (2012), em artigo sobre Atitudes Motivadoras em uma Sala de Aula,

diz que precisamos despertar a atenção dos alunos no início de uma aula, quando

lhes são trazidas atividades ligadas ao “real”, ao “mundo externo”, atividades que

envolvam o prático, o físico, assim, segundo o autor, a aula se tornará dinâmica,

divertida. A confiança que se estabelece entre aluno x aluno e aluno x professor,

com o uso de atividades bem planejadas, demonstra que os educandos poderão

vencer dificuldades de compreensão de conteúdo por meio da inovação dos

métodos utilizados pelos educadores. Sabendo que as DCE’s entendem a língua

como prática discursiva social, vejamos o que Bakhtin afirma sobre estímulos em se

tratando de língua: “a palavra está carregada de um conteúdo ou de um sentido

ideológico ou vivencial. É assim que compreendemos as palavras e somente

reagimos àquelas que despertam em nós ressonâncias ideológicas ou concernentes

à vida”. (BAKHTIN, 1988, p. 95)

Não esquecendo a importância de considerar sempre o conhecimento prévio

dos alunos de acordo com suas realidades, que normalmente relacionado ao inglês

advém de letras de músicas (funk e hip hop), entre outras. Além de elementos

linguísticos utilizados em jogos ou propagandas (jingles).

Os estudantes precisam ter confiança em si mesmos para que consigam

interagir sem medo, o que não é uma tarefa fácil para alunos de nono ano. Isso pode

acontecer, no entanto, quando o professor passar a ser visto como um colaborador,

aquele que está ali para ajudar e não apenas para “cobrar” sem dar suporte para o

desenvolvimento e para a ampliação de uma interação.

Trazemos aqui a teoria de Vygotsky (1988), quando este deixa claro que é a

interação da criança com o adulto que colaborará no desenvolvimento da linguagem.

Comparamos esta interação dentro da sala de aula com o que acontece entre aluno

x professor.

Vemos aqui, mais uma vez, a importância do adulto no desenvolvimento da

criança. Gomes (2009) também destaca o pensamento de Vygotsky, discutindo que

por meio da fala a criança passa a controlar o seu comportamento, a formar

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conceitos, se firmar como sujeito e desenvolver operações mentais, ou seja, a

interação com o meio e os fatores culturais têm relação direta com o

desenvolvimento do sujeito.

Assim, percebemos que a escola tem papel importante na formação do

cidadão, pois as relações entre os sujeitos são fundamentais para a aquisição de

novos conhecimentos. Observamos que às vezes, o professor desenvolve uma

atividade bem elaborada e consegue atingir todos os alunos, mas em certos

momentos são os próprios alunos que se ajudam e estabelecem interações positivas

quanto a aquisição de alguns conteúdos; observando as mediações e interatividades

que nossos estudantes são capazes de fazer, torna-se visível a teoria de Vygotsky

dentro das salas de aula.

Para a realização deste projeto, nos propomos a trabalhar com os gêneros

textuais músicas, diálogos e propagandas orais e escritas, por serem estes, gêneros

ligados a situações mais reais e presentes no dia a dia dos adolescentes de nono

ano.

De acordo com Cristovão (2007, p. 12), “o estudo de gêneros de texto na

escola como instrumento para o processo de ensino/aprendizagem pode criar

condições para a construção de conhecimentos linguístico-discursivos necessários

para as práticas de linguagem”. Pois, quando realizamos a leitura de um gênero,

podemos nos aprofundar nas ideias deste e refletir sobre o que se tentou passar ou

simplesmente tirar a ideia principal do mesmo, o que provavelmente fazem os

nossos adolescentes. De qualquer modo, temos sempre a prática linguística

presente.

Por meio desta ideia podemos levar os alunos a perceberem o quanto

praticam o ato da leitura diariamente, sem se dar conta que muitas vezes esta leitura

é em inglês, mas como já estão acostumados a dizer que não leem nada em inglês,

ou que não usam o idioma, o papel do professor será mostrar que tudo acontece de

modo natural, pois os estudantes interagem com experiências linguístico-discursivas

convivendo e participando de culturas.

Aqui cabe ao professor levar o aluno a perceber a diferença da leitura

realizada na língua materna e em uma segunda língua. Quando lemos algo em

inglês não podemos ficar presos a palavras, mas sim buscar a compreensão no

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todo, o significado. Para isso é necessário que o aluno reconheça diferentes gêneros

textuais, seus usos e objetivos. Pois, segundo Marcuschi (2008, p. 147), “o estudo

dos gêneros textuais já tem pelo menos vinte e cinco séculos, se considerarmos que

sua observação sistemática iniciou-se em Platão. O que hoje se tem é uma nova

visão do mesmo tema”.

Marcuschi (2008, p.155) explica que:

Gênero textual refere os textos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas.

Pensando em desenvolver atividades criativas com os alunos, usando

gêneros textuais e com base no autor citado, buscamos o trabalho com textos que

mostrem o uso da língua em situações concretas, reais; podendo usar as estratégias

de Skimming e Scanning, quando forem necessárias para a proposta de leitura.

SKIMMING é fazer uma leitura rápida do texto para tirar dele as ideias principais,

lemos as primeiras e últimas frases de um parágrafo, o título, o autor. SCANNING

também é ler rapidamente, buscando informações quando sabemos o que estamos

procurando.

Segundo Marcusch (2008), textos aparecem sempre dentro de um gênero,

este apresenta domínio discursivo e é apresentado em um suporte para chegar ao

interlocutor. O autor explica que o suporte de gênero poderá ser “físico” ou “virtual”,

contanto que sirva como base para a apresentação de um texto a fim de que

aconteça a interação.

É importante usarmos metodologias diversificadas no trabalho com os

gêneros, a fim de que os alunos relembrem o que já estudaram, absorvam melhor

novos elementos linguísticos e sintam-se envolvidos numa aprendizagem

significativa.

De acordo com as DCEs (2008, p.60):

ao ensinar e aprender uma língua estrangeira, alunos e professores percebem ser possível construir significados além daqueles permitidos pela língua materna. Os sujeitos envolvidos no processo pedagógico não aprendem apenas novos significados nem a reproduzi-los, mas sim

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aprendem outras maneiras de construir sentidos, outros procedimentos interpretativos que alargam suas possibilidades de entendimento do mundo.

Portanto, nossas aulas devem fluir de modo natural e descontraído,

atendendo às dificuldades e anseios dos alunos para que se tornem motivadoras na

busca do conhecimento e no desenvolvimento de habilidades orais e escritas.

Para melhor desenvolver o projeto com diferentes gêneros, optamos pelo uso

de atividades lúdicas, a fim de recordar conteúdos já aprendidos e criar um ambiente

agradável, alegre em sala de aula, visto que quando chegam ao nono ano muitos

alunos não demonstram interesse pelas aulas. Espera-se que a utilização do lúdico,

adaptado aos alunos de nono ano, seja um aspecto positivo na busca pelo

conhecimento de forma espontânea e não como obrigação.

Já que segundo as DCEs (2008, p.47):

Na abordagem Comunicativa, o professor deixa de ser o centro do ensino e passa à condição de mediador do processo pedagógico. Do aluno, é esperado que desempenhe o papel de sujeito de sua aprendizagem. De acordo com essa concepção, as atividades pedagógicas devem priorizar a comunicação, por meio de jogos, dramatizações, etc. O erro integra o processo de ensino e aprendizagem, entendido como um estágio provisório de interlíngua, por meio do qual os alunos podem testar as possibilidades de uso da língua.

Para Szundy (2005, p.30, apud Fernández; Callegari; Rinaldi 2012, p.22),

“unir o lúdico e as propostas mais tradicionais de ensino supõe aceitar que os jogos

são parte da natureza humana, assim como o aprender e, portanto, podem caminhar

juntos”, pensamos assim que atividades lúdicas, quando bem elaboradas podem ser

um método eficaz para termos aulas mais dinâmicas e significativas.

Por isso, buscamos trabalhar neste projeto com a abordagem complexa de

ensino de língua inglesa que teve como ponto de partida os estudos de Larsen-

Freeman(1997), Larsen- Freeman e Cameron (2008), Paiva (2005, 2009) e Borges

(2009), a abordagem destaca o trabalho com a língua em ação, com as

características do sistema complexo, vivo, que sofre mudanças no tempo e no

espaço.

Este projeto procurou desenvolver a abordagem complexa no ensino do

inglês, em sala de aula por enfocar o trabalho da língua dinâmica, que leva o aluno a

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se envolver de modo prático a partir do uso real da língua em atividades de

comunicação. De acordo com Borges e Paiva (2011) a abordagem complexa na

aprendizagem é algo em constante evolução, nunca estática, além de que a sua

aquisição dependerá de cada aluno, que deverá desenvolver seu raciocínio por meio

das atividades propostas para chegar a uma conclusão, construção do

conhecimento de forma dinâmica. As autoras citam que quando tivermos um

professor, visando o ensino e alunos, visando a aprendizagem teremos um SAC

(sistema adaptativo complexo), que mudará a cada situação de ensino.

Podemos comparar a citação das autoras com o que VYGOTSKY (1990, p.

130) aponta: “O pensamento verbal foi apresentado como uma entidade dinâmica e

complexa, e a relação entre o pensamento e a palavra, no seu interior, surgiu como

um movimento ao longo de uma série de planos.” Assim o professor é quem vai

orientar e levar seus alunos a aquisição do conhecimento por meios dinâmicos para

que os mesmos tenham a possibilidade de absorver e usar o conhecimento por si

próprios e, no caso desta pesquisa, por meio de atividades significativas, envolvendo

o lúdico no reconhecimento do uso real da língua em diferentes gêneros textuais.

Pois aqui “o professor não pode ser visto como mero repetidor de procedimentos

pré-estabelecidos, mas como construtor consciente de sua metodologia.” Borges

(2010).

Assim, cabe a nós professores buscarmos metodologias que estimulem

nossos alunos, que os mantenham interessados pela aprendizagem, o que de

acordo com a abordagem complexa só acontecerá se as aulas se desenvolverem

por meio de atividades que privilegiem a interação por meio de exercícios

significativos e que envolvam ações em contextos reais de uso da língua.

Para que pudéssemos observar se os alunos ficaram motivados por meio das

atividades desenvolvidas neste projeto, ao final, os mesmos produziram em grupos

ou individualmente um folheto informativo, dando dicas principalmente sobre a força

que o jovem e o adolescente tem de melhorar, com boas ações, a sociedade onde

está inserido. Esperamos por meio desta produção, que os estudantes

demonstrassem o que aprenderam, construindo e organizando os gêneros de forma

clara e significativa, a fim de que cada etapa da produção seja percebida como uma

interação real entre os alunos e a língua inglesa.

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Segundo Cristovão:

A versatilidade dos gêneros está arraigada no meio social e, portanto, a) a gramática normativa trabalhada isoladamente tolhe uma interpretação textual, pois deixa de ser vista como um conjunto de decisões tomadas para funcionar o discurso, b) o discurso escrito obedece a critérios delineados pela sociedade, criadora e mantenedora desse discurso, sendo, portanto, possível esboçar uma trajetória social do emissor e do receptor que interagem nesse discurso a fim de buscar uma melhor interpretação. CRISTOVÃO (2012, p.204)

Assim, cabe a nós, professores, levar os alunos a perceberem que para

alcançarem os resultados pretendidos por meio de textos, precisam trabalhar muito

com as palavras, escrevendo, reescrevendo e corrigindo as atividades quantas

vezes forem necessárias, a fim de que compreendam a importância da intenção no

momento da escrita, pois, sabendo a estrutura e a linguagem apropriada a cada tipo

de texto a compreensão do mesmo se torna mais fácil.

METODOLOGIA

A Unidade Didática foi implementada no Colégio Estadual Alcides Munhoz,

em um nono ano do Ensino Fundamental, no período vespertino. A turma era

composta de 33 alunos e o projeto foi desenvolvido em 32 aulas, no período de

fevereiro a junho de 2017.

Este projeto utilizou-se de uma abordagem de cunho humanístico por meio de

uma Unidade Didática (UD) prevendo o uso do gênero textual motivacional com

atividades lúdicas voltadas para o ensino / aprendizagem de Inglês com alunos do 9º

ano do Ensino Fundamental. A metodologia foi aplicada a fim de demonstrar que a

motivação e a ludicidade colaboram para que o ensino / aprendizagem sejam

satisfatórios em Inglês.

As atividades da Unidade Didática foram desenvolvidas de modo individual,

em duplas ou em grupos. A implementação foi dividida em unidades, ou seja, as 32

aulas foram divididas em seis unidades, as quais foram separadas levando em

consideração o seu conteúdo, composta por diferentes gêneros textuais que foram

trabalhados por meio das estratégias de leitura, como “skimming” e “scanning”.

Cinco unidades trouxeram a sugestão de uma tabela com palavras, expressões e

frases para que os alunos as completassem e estudassem, também foram

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desenvolvidas atividades lúdicas com os jogos “memory game, play and learn e

snakes and ladders”, além de atividades que ao final traziam uma proposta de

produção textual como conclusão da mesma.

Descrição do desenvolvimento das unidades

UNIT 1 - WHO ARE YOU?

O primeiro encontro foi realizado no dia 17 de março para a apresentação do

projeto à turma. A conversa foi também sobre motivação e a importância de se

estudar uma língua estrangeira.

No encontro seguinte foi preenchida a tabela do vocabulário referente a

unidade, além da observação do reflexo de cada um no espelho (colado na apostila

da unidade didática) e reflexão para que expressassem que estavam pensando.

Nos encontros seguintes foram desenvolvidas as atividades de 3 a 5 da unidade

didática, pudemos perceber o envolvimento dos alunos e a vontade de responder e

saber sobre o que os textos tratavam.

Os resultados relacionados a estas atividades foram positivos, pois os alunos

se interessaram e concentrados, demonstraram que ficaram tocados com as

reflexões direcionadas. Alguns choraram, principalmente quando falamos sobre

família, incentivo e amor por meio do vídeo sugerido na atividade 5.

O trabalho com o jogo “memory game” foi produtivo, pois os alunos

precisavam saber o vocabulário para participar do jogo, o que também os ajudou

nas demais atividades. Algumas dificuldades sempre acontecem, como a

dificuldade de preencher o “personal profile”, pois nesta fase, muitos educandos

queriam saber o que os colegas escreveram para não “passar vergonha”, segundo

eles e, às vezes, não expressam seus reais anseios por esse “detalhe”.

O trabalho de produção desta unidade foi a escrita de um texto de

autobiografia a partir das questões sugeridas no “personal profile”, os textos finais

não ficaram longos, mas foram apresentados com as informações básicas de cada

aluno.

UNIT 2 – LIFE LESSONS

O relato das atividades dessa unidade é um resumo das cinco aulas

necessárias para a realização das mesmas.

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Os alunos começaram a unidade 2 no dia dezenove de abril com o

preenchimento da tabela com as palavras a serem estudadas nesta unidade. Foi

notável o interesse dos alunos pela realização da atividade, pois nesta fase havia a

compreensão de que quando estudamos uma língua é preciso saber as palavras a

fim de interagir. Além disso, eles sempre perguntavam se teríamos os joguinhos

novamente.

Nas aulas seguintes foram realizadas leituras de pequenos textos, citações

“quotes” e texto sobre motivação. Percebeu-se aqui que as atividades já fluíram de

modo mais rápido, após muitas conversas sobre a importância de se levar “a sério” o

estudo do inglês e principalmente de mostrar que eles eram capazes de ler,

compreender e interagir entre eles na língua alvo, dar suas opiniões sobre as

leituras e nesta unidade foram trabalhados aspectos de coesão e coerência, por

meio da identificação de termos, palavras e sinônimos, por isso, o resultado positivo

quanto a compreensão dos textos.

Na unidade 2 foi desenvolvido o jogo “play and learn”, o que para os

estudantes era apenas uma brincadeira, para a professora foi a prova de que o

lúdico funciona com os alunos de nono ano. Os alunos demonstraram muito

interesse para realizar as atividades e satisfação quando percebiam que acertavam

as respostas tanto nos jogos, quanto nas interpretações, e sempre pediam ajuda à

professor e aos colegas quando necessário.

Quanto às reflexões a partir das temáticas abordadas na unidade 2, percebe-

se que os educandos se envolvem quando o assunto é “sonho”, “vida”, “futuro”, etc.

Mas o que pode-se parar para refletir é o fato de que não conversam em casa sobre

tais temas. Parece que em alguns momentos das reflexões muitos alunos,

aparentemente emocionados, não olhavam para os lados e estavam profundamente

tocados ao compreender que é possível sonhar e querer transformar a sua própria

vida em algo melhor, que podem ter escolhas e que cabe a eles a melhor delas.

A produção de texto sugerida nesta unidade foi um bilhete aconselhado um

amigo a não beber e dirigir. Na maioria das produções o conselho foi o mesmo com

a conclusão de que “só temos uma vida! ”

UNIT 3 – BE YOURSELF

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A unidade 3 foi desenvolvida em seis aulas e iniciada no dia dezesseis de

maio.

Esta unidade também foi iniciada com a atividade de completar a tabela com

as palavras que seriam utilizadas nas atividades propostas, para que já pudessem

ser estudadas.

As atividades de leitura e interpretação trabalhadas nesta unidade traziam

assuntos como pessoas portadoras de síndromes, problemas sobre aceitação do

próprio corpo (aparência) e escolhas que podemos e precisamos fazer em nossas

vidas. O resultado das leituras e interpretações foram positivos quanto à

compreensão dos textos, em inglês, reflexão e argumentos usados nas discussões.

Os alunos aprenderam o uso dos verbos modais, estudando o vocabulário e por

meio das leituras. Quando alguns alunos perceberam que estavam realmente

aprendendo, compreendendo o que trazia a apostila, parece que não estavam

acreditando que era com eles o que estava acontecendo, pois a maioria dos alunos

da turma escolhida para o desenvolvimento do projeto sempre deixou claro, desde

as primeiras aulas do ano, que não gostavam de inglês e que não usariam a língua

para nada. Assim, quando comuniquei que eu desenvolveria o projeto com eles a

primeira reação foi de repulsa, reclamações e nenhum incentivo positivo de vários

alunos.

Na unidade 3 foi trabalhado o vídeo “Anyone can be a hero” que para melhor

compreensão foi assistido três vezes, com pausas apenas na primeira vez, para

esclarecer dúvidas de vocabulário e também para conversar sobre o que estavam

sentindo ao assistir aquelas imagens. Como o vídeo era em chinês, com legenda em

inglês, pôde-se perceber com compreenderam bem a parte escrita, pois quando

tinham dúvida de vocabulário a imagem podia ajudar na compreensão do assunto.

As atividades com o vídeo puderam demonstrar que os alunos se sentem muito bem

quando podem falar sobre eles e expressar suas opiniões sobre qualquer assunto.

Durante o vídeo era possível perceber que os alunos estavam interessados no tema

proposto, pois demonstravam isso através de aprovação ou reprovação das atitudes

dos personagens. Ao término da primeira exibição, foi perguntado se os alunos

queriam que fosse parando na segunda vez, o que foi unânime a decisão por não

parar o vídeo. Quando indagados sobre como tinham entendido o vídeo que era em

chinês e apenas com legendas em inglês, a resposta foi a comprovação de que é

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preciso “cobrar” sim, procurar maneiras diferenciadas, mas cobrar que estudem

vocabulários e trabalhem estruturas para que possam absorver a língua alvo e assim

apreender o conhecimento. Pois, todos responderam que sabiam o que estavam

vendo porque já tinham estudado o vocabulário.

Com base nesse vídeo foram feitos vários questionamentos sobre qual é o

papel de cada um de nós na sociedade, a valorização de cada pessoa como ser

único, o respeito ao próximo e principalmente que uma sociedade segura depende

da nossa atuação como cidadão, mesmo que não se tenha a maioridade ainda, se

cada um fizer a sua parte é possível sonhar com um mundo melhor. Ao final da

terceira vez que assistimos ao vídeo também foi possível perceber que muitos

alunos estavam “segurando o choro” e que outros tantos estavam chorando, sem

medo de demonstrar suas emoções.

A produção sugerida nesta unidade foi um pôster, pedindo para que as

pessoas prestassem atenção quando estivessem falando ao telefone, pois muitos

problemas acontecem porque enquanto falam ao telefone as pessoas se desligam

do mundo a sua volta. A maioria das produções mostraram situações envolvendo

roubos, mortes ou acidentes devido ao uso do telefone celular em momentos

impróprios.

Nesta unidade foi desenvolvido o jogo “memory game” com as palavras

estudadas.

UNIT 4 – YOU CAN HELP PEOPLE

Para iniciar a unidade 4, no dia 20 de junho, os alunos trabalharam a tabela

com o vocabulário e expressões utilizadas nas atividades que seriam propostas na

mesma. As leituras e interpretações desta unidade traziam os temas: sonhos,

doação e transplante de órgãos, violência e tráfico humano. A leitura e compreensão

dos textos foram mais uma vez positivas, pois agora os alunos já procuravam as

palavras cognatas e vocabulários conhecidos para compreender a informação

principal trazida pelos gêneros: notícia, narrativa e outdoor. As discussões sobre os

temas também foram relevantes, principalmente porque os argumentos nos debates

demonstraram que os alunos têm consciência sobre os problemas apontados e

sabem que podem fazer diferença na sociedade, criticando e não aceitando

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propostas não fundadas e conscientizando seus amigos e parentes sobre a

importância de se declarar como doador de órgãos.

Por meio das aulas desse capítulo foram trabalhados, além das reflexões,

conteúdos gramaticais, tais como: os verbos modais, que foram bem desenvolvidos

com o jogo “snakes and ladders”. Este, que estava descrito na apostila, foi relevante

para a compreensão das estruturas e modos dos verbos modais. E mais uma vez,

os alunos pensavam que estavam apenas brincando, quando na verdade estavam

aprendendo, fixando estruturas e vocabulários estudados.

UNIT 5 – ALL YOU NEED IS...

A unidade 5 foi desenvolvida a partir do dia 22 de junho com a atividade da

tabela do vocabulário referente à unidade.

Inicialmente foram feitos questionamentos com relação ao gosto musical dos

alunos, depois ouvidas quatro músicas, a fim de que fossem preenchidas as lacunas

em fragmentos das canções propostas. Por meio destas atividades foram

trabalhadas as formas de linguagem formal e informal.

Os demais gêneros: cartoon e mensagem de aplicativo também

desenvolveram a diferença entre linguagem formal e informal e por meio deles foram

estudados alguns “phasal verbs”, cujas discussões levaram a reflexões sobre o que

é necessário para nossas vidas, o que precisamos para viver mais felizes.

A produção sugerida nesta unidade foi a escrita de uma sugestão sobre o que

as pessoas precisam para viver. Após a produção ser feita em grupos de três ou

quatro pessoas, eles precisaram se preparar para gravar o texto, o que foi feito com

o auxílio das bibliotecárias do colégio. O resultado foi positivo, pois os alunos

adoraram assistir as suas produções ao final da unidade. Esta foi apresentada em

um vídeo único com a música “All you need is Love” (Beatles) de fundo.

O jogo desenvolvido nesta unidade foi o “memory game”.

UNIT 6 – TEENS, YOU HAVE THE POWER!

Para trabalhar com essa unidade foram utilizadas seis aulas, iniciadas no dia

26 de junho.

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A unidade foi desenvolvida por meio de citações, textos e folhetos explicativos

que falavam sobre o poder que o jovem tem de transformar a sua vida, preparar-se

para o futuro, e fazer o bem, a leitura e a interpretação destes foi mais rápida do que

o esperado, percebi que os alunos já estavam habituados a estas atividades, ou

seja, estudar inglês estava mais fácil. Conseguiam reconhecer as informações

principais dos textos, mesmo que não soubessem a tradução literal dos mesmos, o

que comprovou a ideia de que é possível e agradável ensinar uma segunda língua,

sem traumatizar os alunos, para isso não pode-se esquecer de que os textos

precisam ser reais, além de despertar o interesse dos alunos para os mesmos, ou

seja, a pesquisa e conhecimento dos gostos e preferências da faixa etária da turma

em que se pretende aplicar as atividades é muito importante.

A produção de texto sugerida nesta unidade foi a de um folheto explicativo,

um “handout”, com o mesmo título da unidade: “Tenns, you have the power!”. Neste,

os alunos precisaram escrever para adolescentes sobre o que eles precisam fazer

para mostrar que têm o poder de mudar a vida da sociedade e o mudo para melhor.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O que nos levou a desenvolver o projeto "INGLÊS MOTIVADO, INGLÊS COM

BOM RESULTADO: OS GÊNEROS TEXTUAIS E O LÚDICO NAS AULAS DE

INGLÊS” para alunos do 9º ano do ensino fundamental foi o desafio de motivá-los a

interagir por meio de metodologias que os estimulem, que os mantenham

interessados pela aprendizagem, o que de acordo com a abordagem complexa só

acontecerá se as aulas se desenvolverem por meio de atividades dinâmicas que

privilegiem a interação, com exercícios significativos e que envolvam ações em

contextos reais de uso da língua.

Pudemos perceber que as atividades desenvolvidas permitiram que os alunos

percebessem a importância de ouvir a opinião dos colegas e também de poder

expor seus pontos de vista em relação aos temas trabalhados, levando a uma troca

de conhecimentos significativos entre eles, tanto conhecimento científico, da língua

inglesa, como sobre a vida e as possibilidades de tornar-se pessoas melhores.

Penso que as reflexões sobre seu papel na sociedade e a importância de atuarem

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com agentes do saber e difusores de um mundo melhor diminuiu significativamente

as relações conflituosas existentes em sala.

No decorrer das atividades foi notável que a participação se dá quando os

alunos estão envolvidos com a aula e que elas devem fluir de modo natural e

descontraído, atendendo às dificuldades e anseios dos alunos para que se tornem

motivadoras na busca do conhecimento e no desenvolvimento de habilidades orais e

escritas. As atividades lúdicas foram usadas para recordar conteúdos já aprendidos

e criar um ambiente agradável, alegre em sala de aula, visto que quando chegam ao

nono ano muitos alunos não demonstram interesse pelas aulas, agindo como se não

precisassem estudar, uma vez que estão saindo do colégio. As atividades

envolveram as quatro habilidades em língua inglesa que são – ler, escrever, falar e

ouvir, assim, a utilização do lúdico, adaptado aos alunos de nono ano, foi um

aspecto positivo na busca pelo conhecimento de forma espontânea e não como

obrigação.

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