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Professor Julio Cesar Araujo da Silva Junior Introdução – Economia ou Economia Política da Sustentabilidade Chapecó, 2014

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Professor Julio Cesar Araujo da Silva Junior

Introdução – Economia ou Economia Política da Sustentabilidade

Chapecó, 2014

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Esquema analítico convencional: Economia da sustentabilidade vista como um problema de

alocação intertemporal. Ação coletiva (Estado) necessário para corrigir falhas de

mercado oriundas dos serviços ambientais se constituem de bens públicos e desta forma não tem preço.

O problema da economia política é visto como um problema de distribuição intertemporal de recursos naturais finitos;

A economia é sempre economia política? Os agentes sempre incluem ética e valores morais na sua tomada de decisão?

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Os ecossistemas são dinâmicos como a economia moderna e sua evolução se dá de forma gradual;

Diferentes processos produtivos, com diferentes intensidades podem causar desequilíbrio no sistema:

Utilização do fogo pelos Yanomamis; Agricultura Revolução Industrial

Capacidade de Carga (Carrying Capacity). A expansão das atividades produtivas não poderia passar os limites termodinâmicos;

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A pegada ecológica (Ecological Footprint). A magnitude da punção exercida pela humanidade sobre o meio ambiente.

A maioria do consumo material e energético corresponde (pode ser “Medido”) a uma área mensurável de terra e de água nos diversos ecossistemas;

Em termos práticos, isto resulta no tamanho da população multiplicado pelo consumo per capita de recursos naturais, dada a tecnologia;

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A capacidade de carga do planeta não pode ser ultrapassada a não ser que ocorram grandes catástrofes ambientais;

Por não ser conhecida a capacidade de carga medidas precavidas devem ser adotadas:◦ Desenvolvimento de tecnologias limpas (inovação

tecnológica);◦ Mudança nos padrões de consumo ;

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O conceito desenvolvimento sustentável surgiu em meio à uma controvérsia entre as relações de crescimento econômico e meio ambiente;

Duas correntes principais de interpretação: Economia Ambiental e a Economia Ecológica

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Economia Ambiental (economia neoclássica), considera os recursos naturais como insumos e dá como ilimitada a capacidade de assimilação dos ecossistemas;

Crítica: Georgescu-Roegen (1971), The Entropy Law and the Economic Process;

ideias da irreversibilidade e de limites na teoria econômica;

A segunda lei da termodinâmica (lei da entropia) em contraposição à primeira lei, que sugere a transformação da matéria;

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Com o decorrer do tempo os recursos naturais passaram a ser incluídos nas representações da função de produção, mas mantendo a sua forma multiplicativa. O que significa substitutibilidade perfeita entre capital, trabalho e recursos naturais:

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Uma economia é considerada não sustentável se a poupança total fica abaixo da depreciação combinada dos ativos produzidos e não produzidos, os últimos usualmente recursos naturais;

A regra de Hartwick, relata que o investimento corrente compensa as gerações futuras pelas perdas de ativos causados pelo consumo e produção correntes;

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O capital produzido pelo homem não é capaz de substituir serviços vitais fornecidos por alguma categoria de recursos naturais;

Não é possível monetizar as funções ecossistêmicas, pois o sistema de preços não é conhecido;

A escassez induz a elevação do preço e a necessidade de inovações;

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É necessário verificar a disposição a pagar por estes serviços ambientais;

A curva de Kuznets ambiental. Isto é, na medida que a renda per capita se eleva com o crescimento econômico a degradação ambiental aumenta até certo ponto a partir do qual qualidade ambiental começa a melhorar.

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Nos estágios iniciais do desenvolvimento econômico, a crescente degradação do meio ambiente é aceita como um efeito colateral ruim, mas inevitável;

A partir de um certo nível de bem-estar econômico a população torna-se mais sensível e disposta a pagar pela melhoria da qualidade do meio ambiente;

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Soluções via condições de livre funcionamento de mercado:

◦ Diretamente: definição de direitos de propriedade sobre estes recursos (negociação coseana);

◦ Indiretamente: por meio da valoração econômica da degradação destes bens e da imposição desses valores pelo estado por meio de taxas (taxação pigouviana);

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Taxação Pigouviana: Cria-se um trade-off entre os custos marginais de poluir e os custos marginais dos impactos ambientais (custos de controle);

O agente econômico vai minimizar seu custo total que fica entre a soma do quanto vai gastar pra controlar a poluição e do montante gasto com o pagamento de taxas para produzir;

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A economia ecológica vê o sistema econômico como um subsistema de um todo maior, impondo uma restrição absoluta a sua expansão;

O capital e os recursos naturais são essencialmente complementares;

O aspecto tecnológico é fundamental para aumentar a eficiência da utilização dos recursos, renováveis e não-renováveis;

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Corrente de pensamento compartilha a ideia da neoclássica de que é possível instituir uma estrutura regulatória baseada em incentivos econômicos capaz de aumentarem a eficiência. Contudo, ainda discordam com relação a superação indefinida dos limites ambientais globais.

Questão central da corrente de pensamento: Como fazer com que a economia funcione considerando a existência de limites ecológicos e sócio-econômicos?

Os mecanismos de mercado não levam em conta os princípios ecológicos fundamentais para garantir a sustentabilidade;

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Não se pode falar em equilíbrio, quando a capacidade de assimilação do meio é ultrapassada;

A curva de Kuznets ambiental tende a captar fatores que afetam a melhoria da qualidade ambiental no curto prazo;

O declínio da poluição associado ao aumento da renda se deveu a reformas institucionais, tais como legislação ambiental e incentivos baseados em mecanismos de mercado; 17

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O que caracteriza a ascensão das sociedades capitalistas modernas é a abolição de caráter, religioso, estético e cultural às quais a racionalidade econômica estava subordinada;

Quanto aos recursos naturais, só muito recentemente os agentes econômicos, passaram a sofrer restrições à forma como os vinham utilizando;

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No esquema analítico convencional, o altruísmo é deixado de lado, o comportamento humano é visto como egoísta e maximizador da utilidade. Dois modelos surgem:

Modelo 1. O laissez-faire altruísta regularia as discrepâncias entre gerações;

Modelo 2. Os modelos de overlapping generations, consideram que há uma cadeia altruística entre gerações;

Ambos os modelos têm o problema de não considerar que as consequências dos problemas ambientais recairão muito mais à frente no tempo sobre uma descendência remota de cada família.

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Solução para a manutenção do meio: Educação e conscientização ecológica;

O progresso científico e tecnológico na avaliação dos impactos ambientais e sua contabilização monetária, são elementos importantes no processo de conscientização ecológica;

A dinâmica dos mercados é eficiente porém não justa.

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A noção de incerteza substituiu a noção de probabilidade, o que significa uma admissão da incapacidade da sociedade de prever perdas catastróficas irreversíveis;

O tipo de decisão o qual se aplica o princípio da precaução é aquele em que a distribuição de probabilidades dos resultados futuros não pode ser conhecida com confiança;

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A precaução ao contrário, implica em tomar uma certa distância em relação à ciência e a tecnologia;

Reflete a constatação que não se pode ter o controle total;

O pós-normal quer dizer além do normal no sentido de que os procedimentos usuais baseados na ciência não são suficientes, muito embora continuem necessários;

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É possível que haja o desenvolvimento sustentável;

Há necessidade na mudança da lógica de consumo, mesmo que a tecnologia consiga efetuar a produção com mais eficiência e um uso mais adequado dos recursos naturais;

A economia ecológica considera a existência de limites absolutos e riscos de perdas irreversíveis;

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O valor dos recursos naturais não pode ser medidos somente pelo cunho econômico;

O principio da precaução pode contribuir para a mudança de padrão de produção e consumo e oferecer condições operacionais para os tomadores de decisão em situações de incerteza;

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Capítulo Introdutório - MAY, Peter Herman; LUSTOSA, Maria Cecília; VINHA, Valéria da (Orgs.) Economia do meio ambiente: teoria e prática. Rio de Janeiro: Campus, 2003. 318 p. ISBN 8535209654

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Resumo de até duas páginas. Entrega: Dia 26 de Fevereiro. Vale 10% do G1.

Artigo: Andrade, Daniel Caixeta. Economia e meio

ambiente: aspectos teóricos e metodológicos nas visões neoclássica e da economia ecológica. Leituras de Economia Política, Campinas, (14): 1-31, ago.-dez. 2008

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